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Discentes: André Faleiro N.º 28205 Luís Timóteo N.º 39318 Maartje Vens N.º 39319 Mónica Gaião N.º 34913 Tânia Palmeiro N.º 30123 Curso de Ciências da Comunicação Trabalho realizado no âmbito da unidade curricular de Técnicas de Expressão Verbal, sob a orientação da docente Maria da Conceição Andrade Universidade do Algarve - ESEC 06/01/2011

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Discentes:

André Faleiro N.º 28205 Luís Timóteo N.º 39318 Maartje Vens N.º 39319 Mónica Gaião N.º 34913 Tânia Palmeiro N.º 30123

Curso de Ciências da Comunicação

Trabalho realizado no âmbito da unidade curricular de Técnicas de Expressão Verbal, sob a orientação da docente Maria da Conceição

Andrade

Universidade do Algarve - ESEC 06/01/2011

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ÍNDICE

Introdução ------------------------------------------------------------------- 3

Dois dialetos: uma língua ------------------------------------------------- 4

Alentejano ------------------------------------------------------------------------------ 5

Açoriano -------------------------------------------------------------------------------- 6

Conclusão ------------------------------------------------------------------- 7

Bibliografia ------------------------------------------------------------------ 8

Anexos ----------------------------------------------------------------------- 9

Anexo I --------------------------------------------------------------------------------- 10

Anexo II -------------------------------------------------------------------------------- 12

Anexo III ------------------------------------------------------------------------------- 16

Anexo IV ------------------------------------------------------------------------------ 19

Anexo V ------------------------------------------------------------------------------- 26

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INTRODUÇÃO

Antes de escolhermos o tema em análise no presente trabalho, apercebemo-nos de que

dois dos elementos do grupo são açorianos e que outros dois têm uma costela alentejana. Decidimos então elaborar um inventário, onde registámos vários termos e expressões utilizados no quotidiano daquelas duas regiões. Chegámos então à conclusão que seria proveitoso produzir um trabalho onde figurasse uma curta análise dos dois dialetos.

Assim, decidimos elaborar um pequeno vídeo, bem como um glossário, onde são apresentadas estas duas formas de falar a língua de Camões.

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DOIS DIALETOS: UMA LÍNGUA

Língua – Código linguístico; sistema social e cultural particular de representação

mental que compreende um léxico e uma gramática.

Dialeto – Particularidade linguística que é associada a determinadas zonas territoriais.

«Uma língua é necessariamente unidade e diversidade. Se é através da unidade que ela se afirma, é através da diversidade que se mantém viva.», diz-nos Manuela Florêncio. Deste modo, a língua portuguesa, assim como todas as línguas vivas, sofre de diversas influências (temporais, geográficas, sociais e situacionais). Os diversos dialetos que existem, na nossa língua, são prova dessas mesmas influências.

Por exemplo, a forma de falar de um nortenho, de um açoriano, de um alentejano, são completamente distintas. Em cada uma destas falas/dialetos encontramos características próprias, no entanto, não existem diferenças de valor linguístico entre língua e dialeto. O que existe, é uma diferença de estatuto, ou seja, um dialeto é uma variedade de um determinado

«Há diferenças muito grandes.

Uma vez, eu ’tava a falar, em Portalegre. […]

E depois eu perguntei assim:

- Ó amigo! ’Cê fazia favor, dizia-me aqui onde era o caminho… p’ra ir…

[…] …dizia-me o caminho aqui p’ro… p’ra Torre de Palma […]

Dizia-me assim uma pessoa […]:

- Olhe, cê não se engana. Você vai por esta carretêra fora… uma carretêra é uma estrada, lá […].

’Cê acolá adiante mete p’la linda abaixo – uma linda é uma estrema – realmente é um nome bem

empregado: uma linda é uma estrema; uma estrema é bonito - ...Vá pl’ aquela linda fora… lá

mais adiante encontra um arrebenta-diabos… é uma encruzilhada… encontra um

arrebenta-diabos… você volta à sua esquerda, tá uma b’reda mal seguida, vai lá ter mêmo ao

casal.

Mas depois mais tarde é que a gente foi descobrir isto: o arrebenta-diabos era um’ encruzilhada

[…] e uma b’reda mal seguida era um carrêro… um caminho… um carrêrozito que ia por ali

fora.

Tá a ver? Como isto há diferenças de nomes de terras p’ra terras?!»

(Inquérito em Montalvo, Santarém – Gravações para o ALEPG,

S6, cass. 4, ld., b, m. 1231)

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sistema linguístico reconhecido oficialmente. Um dialeto de uma língua é, geralmente, uma variedade linguística que caracteriza uma determinada zona. (Faria, I., Pedro, E., Duarte, I., Gouveia, C., 1996).

No presente trabalho, decidimos fazer uma análise descritiva de dois dialetos distintos: o alentejano e o açoriano (ambos fazem parte da mesma zona: centro-meridional).

A variante geográfica é um dos principais fatores que contribuem para a diversificação linguística. Lindley Cintra, fundador da dialetologia cientifica em Portugal, adota o termo dialeto para designar «variedades que definem uma zona, enquanto falar é reservado a variedades que ocupam apenas uma localidade».

Assim, surgiu de imediato a seguinte pergunta:

- Por que variam as línguas?

Maria Helena Mira Mateus em A mudança da língua no tempo e no espaço, explica que o contato com outras línguas, realidades sociais, culturais e politicas; provoca alterações internas ao nível da língua. Do resultado destas alterações surgiram línguas mistas, que por sua vez transformaram o léxico de inúmeras palavras, através da supressão de consoantes e vogais.

ALENTEJANO

Segundo Leite de Vasconcellos, o dialeto alentejano, em particular, «tem fenómenos

característicos que lhe dão uma certa individualidade dialectal». Segundo o mesmo investigador, a nível fonético-fonológico, esses traços são os seguintes:

− monotongação dos ditongos ei, ou e oi;

− monotongação dos ditongos eu, ão e au, em situação de próclise;

− oscilação entre a realização ditongada e não ditongada da vogal nasal final ẽ, dependendo do contexto, verificando-se que na realização ditongada a vogal ão é centralizada.;

− conservação do timbre [e] nas terminações –elho, -elha, -enho, -enha, -ejo

e –eja;

− nasalação das vogais tónicas antes das consoantes nasais;

− realização da vogal átona final e como i, mais ou menos atenuado;

− paragoge de i nas palavras oxítonas terminadas em –r, -l, -e ou ê;

− palatalização das fricativas s e z em posição final.

Muitas das expressões alentejanas e/ou termos que constam no glossário em anexo, bem com em alguns dicionários que consultámos, sofreram uma mudança diacrónica, devido a diversos fatores.

O dialeto alentejano foi sofrendo várias alterações ao longo dos tempos: um desses fatores tem a ver com o fato de que o Alentejo foi perdendo alguma da sua ruralidade e

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consequentemente, os seus habitantes estão cada vez mais alfabetizados. Há relativamente poucos anos atrás, a região alentejana encontrava o seu meio de subsistência na agricultura e a pobreza era extrema, não há «vagar» para ir à escola quando se tem fome. Porém, felizmente, hoje em dia a realidade é diferente e toda a gente pode frequentar a escola. Todos estes fatos fizeram com que muitas das expressões tradicionais caíssem em desuso, sendo apenas utilizadas por uma faixa etária mais envelhecida, no entanto há uma coisa que se mantém inconfundível no Alentejo: a musicalidade do sotaque.

AÇORIANO

O dialeto açoriano tem, de igual modo, algumas características que o tornam único,

assim como:

• a pronunciação do u tónico como [ü] (semelhante ao u francês);

• a pronunciação do ditongo [ow] como [ö];

• a pronunciação do a tónico quase como [ᴐ] (mala quase se confunde com mola);

• o átono em final de palavra ou não se pronuncia ou reduz-se a [†] (ex.: vinho > [´viɲ†].

De modo similar ao dialeto alentejano, o açoriano evoluiu com o decorrer dos tempos. Um dos fatores que nos pode demonstrar essa evolução, é o fato de no dialeto açoriano existirem várias expressões derivadas da língua inglesa, muito devido aos altos níveis de emigração para os Estados Unidos. Para além deste fator, poucos outros têm influenciado ou desempenhado um papel preponderante na evolução do dialeto do arquipélago dos Açores, talvez devido ao fato desta ser uma região insular e consequentemente não sofrer influências diretas das províncias vizinhas, como acontece, por exemplo, com o Alentejo e Ribatejo.

A imigração teve, igualmente, um papel importantíssimo no evoluir do dialeto açoriano.

Como é do conhecimento geral, o arquipélago dos Açores é constituído por nove ilhas, cada uma com as suas expressões características únicas. No entanto, o dialeto açoriano é comum a todas as ilhas, com algumas raras exceções (na ilha de São Miguel, utiliza-se a monotongação característica dos dialetos centro-meridionais portugueses, existindo, ainda algum paralelismo com alguns traços que caracterizam as regiões da Beira Baixa).

Tal como já referimos, em relação ao dialeto alentejano, a única coisa que se mantém inalterada e inconfundível é o sotaque.

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CONCLUSÃO

Em suma, é de notar, que apesar das várias diferenças notórias entre ambos os dialetos, conseguimo-nos entender, como falantes da mesma língua (afinal, português é a nossa língua materna). Mas, com este trabalho, tentámos exemplificar que não é assim tão simples…

No fim, não será a língua que nos separa, mas apenas o espaço. É por causa destas diferenças presentes na mesma língua, que é importante consciencializarmo-nos delas, pois não deixamos de fazer parte da mesmo nação e ao ignorar este fenómeno, estamos a limitar a comunicação entre a população.

Apesar de este trabalho ser mais centrado nos dialetos, foi difícil não incidirmos na fonética, pois esta tem um papel muito importante no estudo das diferenças regionais na língua portuguesa.

Durante a rodagem do vídeo que complementa este trabalho, apercebemo-nos de que o dialeto açoriano tem uma pronúncia muito cerrada e que é assaz difícil de assimilar para alguém que o ouve poucas vezes. Quando os elementos açorianos do grupo representavam as suas falas, os restantes ficam sempre confusos em relação ao que eles estavam a dizer, curiosamente aferimos que em situação inversa, este fato não se verificava. É de referir, que os dois elementos açorianos do grupo, se encontram a viver no continente há algum tempo, o que pode influenciar a sua melhor compreensão do dialeto alentejano.

Gostaríamos de salientar que, é deveras impressionante, num país tão pequeno como o nosso, existir uma riqueza tão impressionante de dialetos e, no fundo a língua ser só uma…

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BIBLIOGRAFIA

DUARTE, Inês, FARIA, Isabel Hub, GOUVEIA, Carlos A. M. e PEDRO, Emília Ribeiro, (1996). Introdução à Linguística Geral e Portuguesa, Editorial Caminho, SA, Lisboa.

FILHO, D'Silvas, (2010). Prontuário – Erros corrigidos de PORTUGUÊS. 5º. EDIÇÃO, Texto Editores, Lisboa.

FLORÊNCIA, Manuela, (2001). Dialecto Alentejano – Contributos para o seu estudo, Edições Colibri, Lisboa.

GODINHO, Paulo, MAURÍCIO, Marco, MORAIS, Maria, PAULO, João, PINA, Manuela, RICARDO, Luís Miguel, SILVA, Antónia Luísa e VIEGAS, Carlos, (2010). Heróis à moda do Alentejo, Lugar da Palavra Editora, Rio Tinto.

SITEGRAFIA

Linguagem Faialense. Acedido em 25 de Setembro de 2010, no Web site:

http://reocities.com/thetropics/8854/lin_p.html

A Mudança da língua no tempo e no espaço. Acedido em 3 de Dezembro de 2010, no Web site:

http://www.iltec.pt/pdf/wpapers/2005-mhmateus-mudanca_lingua.pdf

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ANEXOS

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ANEXO I

ARGUMENTO «DOIS DIALETOS: UMA LÍNGUA»

Era uma vez um alentejano que foi convidado para ir aos Açores para participar num congresso de agricultura. O que se segue são as suas aventuras pelas terras açorianas:

Ao chegar ao congresso:

Alentejano: - Epá, tá aqui uma abafura...

- Como o congresso só começa daqui a duas horas, vou ver se jogo as unhas a uma pangalhada...

Senhora do buffet (açoriana), falando com alguém da cozinha: - É homme, aguinda-me aí uma mapa, se faz favô...

(vira-se para o alentejano) - Bom dia, meu senhô. Desculpe a sujeira, mas ainda não acabou de escampar, o chão tá ruim... Mas sirva-se à vontade, que o senhô tá com cara de quem tem uma fominha negra...

Alentejano (falando sozinho): - Não percebi quase nada, mas esta laborda deve ser por causa da zipada. Bom, vou-me a despachar que ainda quero ir zorrear...

Alentejano (depois de comer, indo para algum sítio): - Não demorei o coaxar duma arrã a comeri. Vou zorrear...

(chegando a esse sítio, ouve a seguinte conversa) - Pois é homme, já se sabe... Os nossos cerrados são dos melhores, nem no Alentejo se vê cerrados assim...

Alentejano: - No Alentejo nã se vê o queim ??

Açoriano: - Ôu, cerrados.... Pastagens....

Alentejano: - Ah, o compadri queria dizer pastugais?

Açoriano: - Não, queria dizer mesmo cerrados...

Alentejano: - Já vi que a coisa tá bichosa... Deves ter a mania que os sapos andam de avião...

Açoriano: - Ô atoleimado, eu só estava a dizer que os nossos pastos são bons. Daqui a uma nisca pego de cabeça....

Alentejano: - Vais-te é meter numa camisa de onze varas... É que se tu queres garrear, eu passo-me da boneca...

Açoriano: - Ê excomungado, pela tua rica saúde, vá mas é lalar...

Alentejano: - Vai mas é amolar outro, tás aqui tás a levar uma orelhada…

Açoriano: - Ê corisco mal-amanhado. Fogo t’abraze, já tás cegando...

Alentejano: - Ouve lá, ó sua salamantega, aguenta aí os cavais... Vamos mas é ali à tasca beber uns cartuchos, que a gente já se entende...

(Passado um pouco de tempo, na rua, os dois com copos na mão)

Alentejano: - Pois éi......... a modos que... por causa deste tempo, é difícil de precisar quais são as melhores pastagens. Tanto nos Açores como no Alentejo, as pastagens devem ser sempre boas, digo eu….

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Açoriano: - Ôu, de facto tens razão. Acho que não vale a pena tar a cismar. Eu já tou a ficar meio vesgueta... Pá, vamos para o congresso?

Alentejano: - Congresso?? Txi! A estas horas, onde é que o congresso já vai?....

Açoriano: - É verdade! Já sei, a gente vai ali à boca da canada, vamos ver umas besugas...

Alentejano: - Ainda agora comi pêxe...

Açoriano: - É homme, pareces um portão de quinta... Besugas, são fémas...

Alentejano: - Cartuchadas? Há lá?

Açoriano: - Já se sabe...

(Andando...)

Alentejano: - Já tou andando às cambaretas..., ainda falta muito?

Açoriano: - Oû já tás com uma vela... Estamos quase lá. Oû, oû, viste aquela presada?

Alentejano: - Não te marafes, mas aquela queim?

Açoriano: - (suspira)... aquela féma…

Alentejano: - Ahh!!! Ai canita! Pera aí que eu vou lá... O que é que eu lhe digo?

Açoriano: - Oû, anda cá… Chega lá e diz-lhe que ela é requinha...

Alentejano: - Se tu o dizes...

(Chega o alentejano ao pé da rapariga e fica a olhar para ela)

Açoriana: - É homme, tás co’olho?

Alentejano: - Mas que moça tão requinha...

Açoriana: - Má fogo te pegasse, que eu agora não tenho paciência para te aturar.

Alentejano: - A modos de queim?

Açoriana: - Estou à espera de uma amiga...

(entretanto chega a amiga, a senhora do buffet de antes)

Açoriana 2: - É Zabelinha, tá tudo bêm? Quem é este babou?

Açoriana: - Não sei, apareceu aqui. Mas é embora?

Alentejano: - Vim aos Açores ao congresso de uma porra qualquer e arranjei um camarada e....

Açoriana (interrompendo): - Congresso? Não estavas a trabalhar lá, Cesaltina?

Açoriana 2: - É piquena, pois estava. Era com cada tatã...

Açoriana: - Ah! Pois, já se sabe que os Açores têm melhores cerradas que as do Alentejo....

Açoriana 2: - Já se sabe.................

(Plano final do alentejano, ficando boquiaberto)

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ANEXO II

GLOSSÁRIO DO DIALETO AÇORIANO

Escampar Acabar de chover.

Aguindar Atirar.

Atoleimado Pessoa tola.

Babou Imbecil; palerma; indivíduo lorpa.

Besuga Pessoa bonita do sexo feminino.

Boca da Canada Início da rua.

Cerrado Pastagem.

Chicharro Carapau.

Cismar Teimar.

Corisco mal amanhado Safado; traquina.

Daqui a uma nisca Daqui a pouco.

É homme/mulhé Espanto; chamamento, etc…

Estar a cegar Estar a chatear.

Estar vesgueta Estar a ver mal.

Excomungado Maldito.

Féma Pessoa do sexo feminino.

Fogo t’abraze Diz-se quando alguém te está a chatear muito.

Fominha Negra Cheio de fome; esfomeado.

Garrear Brigar; discutir.

Já se sabe Claro; é isso mesmo; nem é preciso dizer.

Má fogo te pegasse Vai para o inferno.

Mapa Esfregona.

Mas é embora Vamos embora.

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Pegar de cabeça Ficar doido/chateado.

Pela tua rica saúde Pelo amor de Deus.

Piqueno(a) Modo familiar de tratar alguém, geralmente mais novo.

Portão de Quinta Homem estúpido.

Presada Pessoa bem arranjada; fina.

Requinha Bonita, gira.

Tás co’olho? Para onde estás a olhar?

Tatã Tolo; parolo.

Vai lalar Vai passear.

Vela Bebedeira.

Zabel/Zabelinha Isabel/Isabelinha.

Abeiro Chapéu de palha.

Acomeda-te! Fica quieto; sossega.

Afogar Engasgar.

Aguar Regar.

Alagado Molhado.

Amanhar Arranjar.

Apanhadeira Pá.

Arrecada Brinco em forma de argola.

Atafona Casa para arrumar alfaias agrícolas, feno e/ou gado.

Barra Cama.

Burguete Garoto; rapazinho.

Caldear Misturar.

Cambrela Queda; cambalhota.

Cambulhão Molhe de chaves.

Capelar Pestanejar.

Charros Carapaus.

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Cocos Inhame.

Comida apanhada Contrabando.

Consolado Satisfeito; agradável.

Correr roupa Passar a ferro.

Cramar Queixar-se; lamentar; lastimar.

Desensofrido Irrequieto; impaciente.

Desmanchar Torcer uma qualquer parte do corpo.

Discreto Inteligente; esperto.

Emburnicar Embelezar; aperaltar.

Enfardar Comer imenso.

Engeirar Trabalhar.

Engigado Torto; curvado.

Enticar Implicar; embirrar; provocar.

Gaitada Gargalhada.

Ganhoa Gaivota.

Inhames Tubérculos comestíveis de cor acastanhada.

Ladrilho Passeio.

Laia Novelo.

Macacos Desenhos animados.

Malino Mau.

Ministra Mesa de cabeceira.

Murganho Rato do campo.

Pana Alguidar.

Picar Destruir; danificar.

Pincho Pulo; salto.

Pinho Mola de roupa.

Pisar Magoar.

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Pitafe Defeito.

Prédio Vivenda.

Queda Tacão; salto de sapato.

Reinar Zangar-se; ficar irritado.

Samarra Peça de vestuário que protege da chuva.

Sifão Sanita.

Tafulho Emenda; remédio.

Tal tristeza! Que disparate!

Tanto bom! Tão bom!

Tarecos Brinquedos.

Toninhos Golfinhos.

Vardascada Batimento forte e rápido feito com uma cana.

Vento encanado Corrente de ar.

Verga Arame de ferro.

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ANEXO III

GLOSSÁRIO DO DIALETO ALENTEJANO

A coisa ‘tá bichosa Diz-se de algo de difícil resolução; complicada.

A modos de queim?! Porquê?!

Abafura Calor abafadiço por ação solar ou local fechado.

Acagular Amontoar.

Adiafa Festa comemorativa do final de uma tarefa agrícola (ceifa, monda).

Aguentar os cavais Ter calma; ter paciência; esperar um pouco.

Ai canita! Expressão utilizada para elogiar um ato.

Amolar Chatear.

Andar às cambaretas Andar com dificuldade; andar com descoordenação.

Badagaio Desmaio inesperado.

Bajolada Pedrada; ato de atirar uma pedra.

Bataclã Bordel.

Cachamorrada Pancada desferida com um pau.

Camaço Tareia, sova.

Canito Cachorro.

Cartuchadas / cartuchos Copos de vinho.

Charoco Frio.

Daquenada Mais logo.

Demorar coaxar duma rã Demorar pouco tempo.

Desabelhar Desaparecer; ir embora.

Desalvoreado(a) Desnorteado; apressado; exaltado; de cabeça perdida.

Empanzinado(a) Empanturrado; cheio de comida.

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Estar o balho armado Surgir um problema delicado.

Estramelo Copo de whisky.

Falar mais do rijo Falar mais alto.

Foito Valente, pessoa sem medo.

Fragalhetero(a) Pessoa brincalhona; jovial; alegre.

Galapos Mãos.

Ganfiar Roubar.

Garrear Brigar; discutir.

Grisa Fome.

Grulha Pessoa desleal no jogo.

Herdança Herança.

Hortejo Pequena horta familiar.

Impar Gemer de dor.

Ir à igreja Ir à taberna.

Ir para a tulha Ir para a cama.

Janro Genro.

Jogar as unhas Jogar as mãos; ato de agarrar com as mãos.

Jum Jejum.

Junca Planta selvagem usada para atar.

Labarito Barulho.

Laborda Porcaria; sujidade; sujidade provocada por ação de alguém.

Lavada Espécie de gaspacho.

Liorna Confusão; enredo; desarrumação.

Marafado Zangado.

Marau Pessoa velhaca; bandido.

Meter-se numa camisa de onze varas

Meter-se em trabalhos; em apuros.

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Moleja Iguaria gastronómica feita com sangue de porco.

Mucharro Carapau médio.

Pangalhada Petisco.

Pascácio Parvo; pouco inteligente.

Passar-se da boneca Endoidecer; perder a paciência.

Pastugal Terra com pasto; pastagem para o gado.

Pêxe Peixe.

Sabão Sabichão; pessoa que sabe muito.

Salamantega Espécie de salamandra (réptil).

Tasco Taberna; tasca.

Ter a mania que os sapos andam de avião

Ter a mania de superioridade; julgar-se mais esperto que o próximo.

Vargem Várzea; terreno baixo e normalmente húmido.

Venda Tasca; taberna.

Verga de água Copo de água.

Xalho Xaile.

Xarifa Vagina.

Xaroquento(a) Pessoa aborrecida; esquisita.

Zagalote Aldrabão; fanfarrão.

Zamburino Bordão; cacete.

Zipada Grande chuvada.

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ANEXO IV

ANÁLISE DE PALAVRAS E EXPRESSÕES LEXICAIS

Palavra. Expressão

Significado Análise Morfosintática

A coisa está bichosa

– Diz-se de algo de difícil resolução; complicada.

– Complicação, substantivo feminino complicação (complicações plural)

1- Dificuldade, problema 2- Agravamento de problemas

de saúde A modos de quéim?!

– Porquê?! – Substantivo masculino porquê motivo, razão, causa

Adverbio porquê por que razão

Abafura – Calor abafadiço por acção solar ou local fechado.

– Abafar, verbo transitivo abafar

impedir de respirar

Calor, substantivo masculino calor (calores plural)

temperatura elevada

Acabar de escampar

– Acabar de chover. – Expressão lexical

Acagular – Amontoar – Verbo transitivo amontoar

1- Empilhar 2- acumular

Adiafa – Festa comemorativa do final de uma tarefa agrícola (ceifa, monda)

– Expressão lexical

Afegada – Diz-se de pessoa com opressão no peito; falta de ar; que ofega

– Ofegante, adjetivo masculino + feminino ofegante que tem dificuldade em respirar

Aguentar os cavais

– Ter calma; ter paciência; esperar um pouco.

– Expressão lexical

Aguindar – Atirar. – Atirar (a-ti-rar)

– Verbo intransitivo Disparar arma

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de fogo.

– Verbo transitivo Detonar arma de fogo ou arremessar projéteis: atirar uma pedra. (Sinónimo.: arremessar.)

Ai canita! – Expressão usada para elogiar um acto; espantamento.

– Expressão lexical

Amolar Chatear\ importunar – Verbo transitivo chatear aborrecer

Andar às cambaretas

– Andar com dificuldade; andar com descoordenação.

– Verbo intransitivo cambalear andar sem firmeza

Atoleimado – Pessoa tola. – Adjetivo \ substantivo masculino

Babou – Imbecil; palerma; indivíduo lorpa.

– Adjetivo \ substantivo masculino\ substantivo feminino

Badagaio – Desmaio inesperado – Verbo intransitivo desmaiar perder os sentidos

Bajolada – Pedrada; ato de atirar uma pedra – Substantivo Feminino (pe-dra-da)

Bataclã – Bordel – Substantivo Masculino (bor-del)

Besuga – Pessoa bonita do sexo feminino. – Substantivo feminino

Boca da Canada – Início da rua. – Expressão lexical

Cachamorrada – Pancada desferida com um pau – Substantivo feminino pancada golpe

Camaço – Tareia, sova – Substantivo feminino tareia sova

Camisa de onze varas

– Meter-se em trabalhos\ em apuros

– Expressão lexical

Canito – Cachorro – Substantivo masculino

Cartucho \ Cartuchadas

– Copo de vinho. – Expressão lexical

Cavais – Cavalos – Substantivo masculino cavalo

1- Animal veloz utilizado para transporte e desporto

2- Peça de xadrez Cerrado – Pastagem. – Substantivo masculino

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Charoco – Frio – Adjetivo (fri-o)

Chicharros – Carapaus. – Substantivo masculino

Cismar – Teimar. – Teimar (tei-mar)

– Verbo intransitivo Insistir, obstinar-se: esta criança teima muito.

– Verbo transitivo. Pretender com insistência, insistir em: os incrédulos teimam em que tal fato não se deu.

Corisco mal amanhado

– Safado; traquina. – Expressão lexical

Daquenada – Mais logo – Expressão lexical = daqui a nada

Daqui a uma nisca

– Daqui a pouco. – Expressão lexical

Demorar coaxar duma rã

– Levar muito tempo – Expressão lexical

Desabelhar – Desaparecer; ir embora – Verbo intransitivo desaparecer

Desalvoreado(a) – Desnorteado; apressado; exaltado; de cabeça perdida

– Verbo transitivo exaltar

1- elogiar 2- irritar

É homme/mulhé – Espanto; chamamento, etc. – Expressão lexical

Empanzinado(a) – Empanturrado; cheio de comida – Verbo transitivo empanturrar (em-pan-tur-rar)

Estar a cegar – Estar a chatear. – Expressão lexical

Estar o balho armado

– Surgir um problema delicado – Expressão lexical

Estou vesgueta – Estou a ver mal. – Adjetivo \ expressão lexical

Estramelo – Copo de whisky – Expressão lexical

Excomungado – Maldito. – Substantivo masculino

Falar mais du rijo

– Falar mais alto – Expressão lexical

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Féma – Pessoa do sexo feminino. – Substantivo feminino

Fogo t’abraze – Diz-se quando alguém te está a chatear muito.

– Expressão lexical

Foito – Valente, pessoa sem medo

corajoso

– Adjetivo corajoso, corajosa que não tem medo

Fominha Negra – Cheio de fome; esfomeado. – Expressão lexical

Fragalhetero(a) – Pessoa brincalhona; jovial; alegre

– Adjetivo e substantivo masculino\ feminino

Galapos – Mãos – Mão substantivo feminino órgão da extremidade dos braços

Ganfiar – Roubar – Verbo transitivo roubar apropriar-se de algo que não lhes pertence

Garrear – Brigar; discutir. – Verbo intransitivo brigar lutar, guerrear

verbo intransitivo discutir

Grisa – Fome. – Substantivo feminino fome (desejo de comer)

Grulha – Pessoa desleal no jogo, desonesto

– Adjetivo desonesto desonesta que procura enganar

Herdança – Herança – Substantivo feminino herança

1- aquilo que se recebe por morte de alguém

2- aquilo que se transmite

Hortejo – Pequena horta familiar – Substantivo feminino

Impar – Gemer de dor – Verbo intransitivo

– Levantar muito a voz emitindo sons penetrantes

Ir à igreja – Ir à taberna – Expressão lexical

Ir para a tulha – Ir para a cama – Expressão lexical

Já se sabe – Claro; é isso mesmo; nem é preciso dizer.

– Expressão lexical

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Janro – Genro – Substantivo masculino genro marido em relação aos pais da mulher

Jogar as Unhas – Jogar as mãos; acto de agarrar com as mãos.

– (jo-gar) verbo transitivo \ expressão lexical

Jum – Jejum – Substantivo masculino jejum

Junca – Planta selvagem usada para atar –Substantivo feminino

Labarito – Barulho – Substantivo masculino barulho som muito alto

Lavada – Espécie de gaspacho – Expressão lexical

Laborda – Porcaria; sujidade; sujidade provocada pela acção de alguém.

– Porcaria, substantivo feminino porcaria

1- Sujidade 2- Coisa desagradável 3- Coisa de má qualidade

Liorna – Confusão; enredo; desarrumação Substantivo feminino confusão (con-fu-são)

Má fogo te pegasse

– Vai para o inferno. – Expressão lexical

Manduca – Comer – Verbo transitivo\intransitivo comer

Mapa – Esfregona. – Substantivo feminino

Marafado – Zangado. – Adjetivo zangado, zangada

1- Que cortou relações com alguém

2- irritado marau – Pessoa velhaca; bandido – Substantivo masculino

Mas é embora – Vamos embora. – Expressão lexical

Meter-se numa camisa de onze varas

– Meter-se em trabalhos; em apuros.

– Expressão lexical

moleja – Iguaria gastronómica feita com sangue de porco

– Substantivo feminino

Mucharro – Carapau Médio. – Carapau, substantivo masculino carapau peixe pequeno

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Não demorar os quartos dum bacalhau

– Não demorar muito. – Expressão lexical

Pangalhada – Petisco. – Substantivo feminino

Pascácio – Parvo; pouco inteligente. – Adjetivo parvo, parva pouco inteligente, idiota

substantivo masculino parvo pessoa pouco inteligente

Passar da boneca – Endoidecer; perder a paciência. – Endoidecer, v t endoidecer enlouquecer alguém

Verbo intransitivo endoidecer ficar louco

Pastugal – Terra com pasto; pastagem para o gado.

– Pastagem, substantivo feminino pastagem (pastagens plural) terreno com erva para alimento dos animais

Pegar de cabeça – Ficar doido/chateado. – Expressão lexical

Pela tua rica saúde

– Pelo amor de Deus. – Expressão lexical

Pêxe – Peixe – Substantivo masculino peixe

animal aquático

Piquena – Modo familiar de tratar alguém, geralmente mais novo.

– Adjetivo \ substantivo feminino

Portão de Quinta – Homem estúpido. – Expressão lexical

Presada. – Pessoa bem arranjada; Fina – Adjetivo\ substantivo feminino

Requinha – Bonita, gira. – Adjetivo\substantivo feminino

Sabão – Sabichão; pessoa que sabe muito.

– Sábio, substantivo sábio, sábia pessoa que sabe muito erudito

– Adjetivo sábio, sábia que tem muitos conhecimentos

Salamantega – Espécie de salamandra (réptil). – Substantivo feminino salamandra

Tás co’olho? – Para onde estás a olhar? – Expressão lexical

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Tasco – Taberna; tasca – Substantivo feminino

Tatã – Tolo; parolo. – Adjetivo \ substantivo feminino

Vai amolar outro – Vai chatear outro; “não me aborreças”.

– Expressão lexical

Vai lalar – Vai passear. – Expressão lexical

Vela. – Bebedeira – Substantivo feminino

Zabel/Zabelinha – Isabel/Isabelinha. – Substantivo feminino

Zamburino – Bordão; cacete. – Bordão (bor-dão) substantivo masculino

Zipada – Grande chuvada. – Chuvada, substantivo feminino chuvada grande chuva

Zorrear – Fumar. – Verbo transitivo fumar - aspirar o fumo de algo

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ANEXO V

CONJUGAÇÃO DE ALGUNS VERBOS NO PRESENTE DO INDICATIVO

Zorrear Desabelhar

Garrear

Acagular

Amolar

Eu zorreio

Tu zorreias

Ele zorreia

Nós zorreamos

Vós zorreais

Eles zorreiam

Eu desabelho

Tu desabelhas

Ele desabelha

Nós desabelhamos

Vós desabelhais

Eles desabelham

Eu garreio

Tu garreias

Ele garreia

Nós garreamos

Vós garreais

Eles garreiam

Eu acagulo

Tu acagulas

Ele acagula

Nós acagulamos

Vós acagulais

Eles acagulam

Eu amolo

Tu amolas

Ele amola

Nós amolamos

Vós amolais

Eles amolam

Desalvorear

Empazinar

Ganfiar

Impar

Manducar

Eu desalvoro

Tu desalvoras

Ele desalvora

Nós desalvoramos

Vós desalvorais

Eles desalvoram

Eu empazino

Eu empazinas

Ele empazina

Nós empazinamos

Vós empazinais

Eles empazinam

Eu ganfio

Tu ganfias

Ele ganfia

Nós ganfiamos

Vós ganfiais

Eles ganfiam

Eu impo

Tu impas

Ele impa

Nós impamos

Vós impais

Eles impam

Eu manduco

Tu manducas

Ele manduca

Nós manducamos

Vós manducais

Eles manducam