Disciplina de Clínica Médica dos Animais de Companhia UNIFESO Maria Leonora Veras de Mello.

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Disciplina de Clínica Médica dos Animais de CompanhiaUNIFESOMaria Leonora Veras de Mello

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1. Infestação de pulgas

Ctenocephalides felis

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Front Line – pour on ou spot on/spray (Fipronyl– pulgas, carrapatos, piolhos, sarna otodécica)- cães e gatos

Advantage – pour on (Imidacloprida ) cães e gatos Advantage Max 3- pour on (Imidacloprida, piretrina, mata

pulgas, piolhos,carrapatos, repele insetos) - cães Advocate – pour on (Imidacloprida, moxidectina -pulgas,

piolhos, vermes e sarnas sarcóptica e demodécica) -cães Revolution - pour on (Selamectina - pulgas, piolhos, mediano

para carrapatos, sarna otodécica e sarcóptica, vermes intestinais, dirofilariose)cães e gatos

Activyl – pour on (indoxacarbe – somente pulgas) cães e gatos

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Certifect –pour on (amitraz+lufenuron+ (S) metopreno)- pulgas, carrapatos, larvas e pupas) somente cães

Scalibor – coleira ( Deltametrina -pulgas, carrapatos, repele mosquisto Leishmaniose) cães

Seresto – coleira (Imidacloprida+flumetrina_ pulgas, carrapatos, piolhos, repele mosquitos) cães e gatos

Capstar – oral- efeito 24 hs ( Nytempiran- pulgas , bernes miiases)-cães e gatos

Confortis – oral efeito 4 semanas(Spinosad- somente pulgas) cães e gatos

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Program Plus oral ( milbemicina+ lufenuron- dirofilaria, vermes redondos, pulgas, e leve ação sobre carrapatos) cães e gatos

Bravecto – oral (Fluralaner- pulgas e carrapatos- 12 semanas) cães

Nexgard –oral ( Afoxolaner pulgas e carraptos 4 semanas) cães IGR- reguladores de crescimento de insetos com poder

ovicida e larvicida, encontrados em produtos de uso externo - Methopreno and pyriproxifeno ( MyPet, Front Line plus, Shampoo Garma, Stopvet, Pulgof pour on) e mais modernamente imidacloprida

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2. Infestação por larvas de Dermatobia hominis e Cochliomyia hominivorax

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3. Piolhos

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Há dois tipos de piolhos em cães e gatos: os sugadores (Anoplura), que se alimentam de sangue e podem causar anemia e fraqueza em infestações maciças, e os mastigadores (Malophaga), que se alimentam de restos celulares da pele e do pelame. Podem ainda transmitir uma verminose intestinal pelo parasita Dipillidium caninum. Cão infestado por piolhos com dermatite alérgicaà picada desses parasitas

Ambos os tipos podem causar uma dermatite alérgica caracterizada por prurido intenso (coceira), com consequente perda da pelagem e escoriações cutâneas.

. Há, contudo, casos assintomáticos em que os animais apresentam apenas uma seborreia seca levemente pruriginosa. Estes são os portadores sãos.

Piolho sugador do cão (Linognathus cetosu)- ANOPLURAPiolho mastigador do cão (Trichodectes canis - MALOPHAGA)

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O tratamento para as larvas de moscas e piolhos está junto do tratamento de pulgas acima.

Ainda são utilizados sprays como o Bactrovet (sulfadiazina de prata, cipermetrina, diclorvos), Toplione (fipronil, sulfadiazina de prata e aluminio) para o complemento do tratamento de bernes e miíases

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4. Ácaros4.1 carrapatos

Rhipicephalus sanguineus

Amblyoma sp(estrela)

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Front Line – pour on ou spot on/spray (Lufenuron – pulgas, carrapatos, piolhos, sarna otodécica)- cães e gatos

Advantage – pour on (Imidacloprida , pulgas, carrapatos) cães e gatos

Advantage Max 3- pour on (Imidacloprida, piretrina, mata pulgas, piolhos,carrapatos, repele insetos) - cães

Advocate – pour on (Imidacloprida, moxidectina -pulgas, piolhos, vermes e sarnas sarcóptica e demodécica) -cães

Revolution - pour on (Selamectina - pulgas, piolhos, mediano para carrapatos, sarna otodécica e sarcóptica, vermes intestinais, dirofilariose)cães e gatos

Selamectina, moxidectina, doramectina, milbemicina, são derivados da ivermectina)

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Certifect –pour on (amitraz+lufenuron+ (S) metopreno)- pulgas, carrapatos, larvas e pupas) somente cães

Scalibor – coleira ( Deltametrina -pulgas, carrapatos, repele mosquisto Leishmaniose) cães

Seresto – coleira (Imidacloprida+flumetrina_ pulgas, carrapatos, piolhos, repele mosquitos) cães e gatos

Program Plus oral ( milbemicina+ lufenuron- dirofilaria, vermes redondos, pulgas, e leve ação sobre carrapatos) cães e gatos

Bravecto – oral (Fluralaner- pulgas e carrapatos- 12 semanas) cães

Nexgard –oral ( Afoxolaner pulgas e carrapatos 4 semanas) cães

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OutrosPesticidas -, carbaryl, chlorpyrifos, diazinon,

malathion podem ser utilizados nas formulações spray, junto com os IGR

Piretroides – permetrina (Typer C, Pulgoff, Defendog spray),imidoclopramida

Produtos naturais para controle nos animais e ambiental:

Solução de cravo e cânfora, capim limão e sal, arruda, chenopodium (erva de santa-maria), neem

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4. Ácaro4.2)Sarna sarcóptica

Sarcoptes scabei

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É uma doença altamente contagiosa, sendo que, a transmissão ocorre por contato direto com animais infectados.

Durante o desenvolvimento do seu ciclo biológico, as fêmeas dos ácaros escavam túneis por baixo da pele, onde depositam os ovos. Os ácaros alimentam-se de serosidades e detritos da pele.

As lesões primárias que surgem nos cães são pápulas que se disseminam rapidamente até darem origem a crostas, perda de pêlo e escoriações provocadas pelo próprio animal, resultantes do intenso prurido. A doença geralmente tem início na cabeça, margens das orelhas, abdómen e membros. Frequentemente, a infecção generaliza, e o animal surge todo afectado.

A raspagem de pele e a visualização do ácaro ao microscópio é o melhor meio complementar para confirmação do diagnóstico.

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Banhos semanais com peróxido de benzoíla 2,5 %. Amitraz (Triatox®, Ibatox) – diluir 4 mL em 1 L de água.Cuidado com efeitos hipoglicemiantes e outros adversos.Em caso de piodermite tratar antes de inciar o amitraz. OU Ivermectina (Ivomec®) – 0,6 mg/Kg SID 3 meses.Contra indicado para : Collie,Border Collie, Pastor de Shetland, Old english sheepdog. Milbemicina (Milbemax/Program Plus®) – alternative para as raças que não podem usar a Ivermectina. 0,5 mg/Kg SID. Alta do paciente – só após 3 raspados negativos consecutivos.A primeira reavaliação é feita em 8 semanas. Piriprol – nova molécula lançada pela Novartis(Prac-tic) Metaflumizona + Amitraz - Fort Dodge- Promeris e Promeris Duo ( reações indesejáveis)

Coleira com amitraz – Virbac - Preventic Todos os contactantes , animais e seres humanos, mesmo que assintomáticos devem ser tratados. Dar banhos por 3 dias consecutivos e mais 4 banhos semanais com shampoos acaricidas (tetraetiltiruram por exemplo) e aplicar Ivermectina por exemplo.Outras drogas podem ser utilizadas, assim como na demodécica. Como prevenção: descartar jornais diariamente,lavar fômites, panos etc. Fipronil ; S-Methoprene ; Amitraz - Certifect (merial)

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4) Ácaro4.3)Sarna demodécica

Demodex canis

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A sarna demodécica é uma parasitose que acomete principalmente cães, causada pelo ácaro

Demodex canis.

Esse parasita é residente normal da pele de cães e está presente em pequeno número na pele de cães normais.

A pele dos animais com sarna demodécica favorece a reprodução e crescimento exagerado desses ácaros, provocando a doença.

A transmissão ocorre através do contato direto da fêmea com os filhotes durante a amamentação já nos 2 ou 3 primeiros dias de vida.

Ácaros podem ser identificados nos folículos pilosos de filhotes com apenas 16 horas de idade

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Essa doença tem caráter hereditário e está relacionada à queda de resistência dos animais.

Sarna demodécica localizada:Mais comum na face e nos membros anteriores.A maioria dos casos ocorre em filhotes de 3 a 6 meses de idade.

Ocorrem pequenas áreas com queda de pelos e descamação da pele.Geralmente resolve espontaneamente em aproximadamente 30 dias.

Sarna demodécica generalizada: Inicia-se na forma localizada e se agrava para a forma generalizada.

Abrange extensas áreas do corpo, principalmente cabeça e membros. Ocorre descamação e formação de crostas na pele e perda de pelos. Pode haver infecção secundária de pele.

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Tem sido visto que a tolerância nos animais sensíveis, tem sido mais alta para a mylbemycina oxime (5 mg/kg/day)

que para moxidectina (300-400 mcg/kg/day) e para aivermectina (60-100 mcg/kg/day).

Doses de lactonas macrociclicasIvermectina (Ivomec®, Mectimax)) : 300-400 mcg/kg diariamente até

negativar+1 mes tratamento Moxidectina (Cydectin®) :300-400 mcg/kg diariamente até negativar+1

mes tratamento Mylbemycine Oxime (Milbemax/Program Plus®) : 0,5-2 mg/kg diariamente até negativar+1 mes tratamentoDoramectina - administração única subcutânea de doramectina 1%,

na dose de 0,3 mg/kg para sarna sarcoptica. Mais vezes para demodécica

http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/veterinary/article/view/4042

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Sarna demodécica: Diluir uma parte de Amitraz em 250 partes de água. Esta concentração é conseguida mediante a adição de 4mL para cada litro de água morna ou fria

Sarna sarcóptica , pulgas e carrapatos: diluir uma parte de Amitraz em 500 partes de água. Esta concentração é conseguida mediantea adição de 2 mL para cada litro de água morna ou fria.

Homogeneizar bem e aplicar diretamente sobre o animal, com o auxílio de uma esponja ou pano, molhando bem as áreas afetadas. No tratamento da demodicosegeneralizada e das ectoparasitoses causadas por pulgas ecarrapatos, é necessário molhar todo o corpo do animal,tendo o cuidado de não aplicar sobre os olhos e evitar aingestão do produto pelo cão. Deixar secar, naturalmente, à sombra.

IMPORTANTE: A diluição deve ser preparada no momento do uso.

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Nos gatos é denominada Sarna Notoédrica, transmitidas pelos ácaros da espécie Notoedris Cati. É altamente contagiosa entre gatos, principalmente naqueles que tem origem de ninhadas em péssimas condições de higiene. As lesões, geralmente, se iniciam na cabeça, orelhas e pescoço, podendo se estender para regiões posteriores dos animais e extremidades. Como os felinos tem o hábito de dormir "encaracolados", os ácaros da cabeça e orelhas podem se espalhar para regiões próximas da cauda. E assim, como resultado do intenso ato de se coçar, ocorrerão as crostas, descamações, escoriações e feridas.

TRATAMENTO: ivermectina (dose de 0,3 mg/kg), em aplicações subcutâneas, quinzenais, totalizando duas aplicações, complementando-se com banhos com sabonete a base de monossulfiram (tetmosol), a cada 3-4 dias

Ainda a milbemicina pode ser usadaPode-se tentar , de forma mais segura, o Program plus + aplicações locais de

fipronil

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Agente causador:  Otodectes cynotis

Como o animal adquire: através do contato direto com outro animal contaminado ou por objetos contaminados, como máquina de tosa, pinças, escova, toalha, gaiola/baia, casinha, panosCaracterísticas clínicas: conhecida popularmente como sarna de ouvido, afeta principalmente os condutos auditivos de cães e gatos, levando a uma otite externa parasitária com produção excessiva de cerumen de cor enegrecida.  Causa bastante incomodo e coceira no animal, que pode manifestar o problema chacoalhando a cabeça e coçando ouvidos. Em casos avançados a sarna pode acometer área ao redor das orelhas, como cabeça e pescoço

Diagnóstico:  através de parasitológico de cerumen

Tratamento:  fipronill, tiabendazol, selamectina NÂO USAR AMITRAZ

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Em gatos O Lynxacarus radovskyi é um ácaro pilícola parasito do gato

doméstico. Informações sobre aspectos relacionados à infestação em populações felinas são raras.

O sinal clínico mais evidente é a queda de pêlo seguida por intenso prurido, mas múltiplos sinais não específicos podem ser constatados quando da infestação pelo ácaro.

O número e a severidade dos sinais secundários são proporcionais ao número de ácaros e à duração da infestação.

Embora não seja considerada uma sarna altamente contagiosa, os poucos estudos sobre freqüência de parasitismo realizados até o momento revelam índices consideráveis de infestação.

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As micoses podem ser sistêmicas, subcutâneas, ou superficiais. As micoses superficiais envolvem pele, pelos e unhas e são o tipo mais comum de doença dermatológica

Dermatófitos são fungos que invadem e crescem em tecido ceratinizado.

1. dermatófitos zoofílicos  - adaptados ao animal e raramente crescem na terraEx. Microsporum canis, Trichophyton equinum

2.  dermatófitos geofílicos: habitam geralmente o solo e tendem a causar inflamação pronunciada no hospedeiro Ex. Microsporum gypseum

3.  dermatófitos antropofílicos: adaptados aos humanos, e tendem tambem a causar maior reação inflamatória na pele

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Dermatofitoses e onicomicoses1)Microsporum canisO Microsporum canis é o fungo que acomete cães e gatos com mais freqüência. A sua transmissão ocorre pelo contato de pêlos e escamas infectadas ou de fungos presentes nos animais, ambiente, escovas, pentes, etc. Animais jovens, idosos e com deficiência imunológica são acometidos com mais freqüência. Os gatos podem ser portadores desses fungos e não apresentar sintomas. Nesse caso podem ser fontes de infecção para outros animais ou até para o homem.

As lesões normalmente são circulares, com queda de pêlos, inflamação e descamação. Pode ou não haver coceira. Entretanto, as lesões podem se apresentar de formas diversas, tornando o diagnóstico clínico muito difícil. Por isso, é necessária a realização de um tricograma (exame dos pêlos no microscópio) e de cultura fúngica.

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Em cães, as lesões solitárias podem ser tratadas com medicamentos tópicos. Se o animal apresentar diversos focos de lesão é preciso entrar com medicamentos orais. Os gatos devem sempre ser tratados com medicamentos orais. Se um gato não apresentar sintomas e outro animal, do mesmo ambiente, for diagnosticado com esse fungo, ambos deverão ser tratados.

É muito importante o tratamento do ambiente, pois os esporos podem ficar na região e recontaminar o animal. Animais com pêlos longos devem ser tosados para que o tratamento tenha sucesso. Essa doença pode ser transmitida para o homem, e nesse caso é aconselhável procurar um médico para indicar o melhor tratamento.

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Dermatofitoses e onicomicoses2) Microsporum gypseum Infecções por Microsporum gypseum são mais freqüentes em cães que

ficam bastante em contato com a terra, se habitat, e causam lesões principalmente em patas e focinhos.

3) Tricophyton mentagrophytes As infecções por Tricophyton mentagrophytes freqüentemente se

originam de um contato com roedores, reservatórios naturais deste fungo.

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4)Leveduras- Malassezia pachydermatis

Também conhecida como Pityrosporum canis. Trata-se de uma levedura comensal, capaz de se converter em um patógeno oportunista, encontrado na pele (saco anal, vagina e reto) e canal auditivo dos cães. Os fatores que favorecem o crescimento desta levedura incluem aumento de produção de cerúmen e substratos lipídicos (sebo), aumento da umidade relativa do ouvido e distúrbios da imunidade celular. Alterações da microflora normal do ouvido e da pele por anterior ou concorrente antibioticoterapia ou corticoideterapia podem também predispor ao crescimento da Malassezia.

A Malassezia produz lipases, proteases e outras enzimas que liberam ácidos graxos inflamatórios, causando inflamação e prurido de forma direta e indireta. De maior importância, entretanto, são as reações de hipersensibilidade a estes e outros antígenos solúveis. Atualmente, é sabido que os alérgenos responsáveis pela manifestação clínica de dermatite atópica ganham acesso ao organismo e ao sistema imune através da penetração percutanea.

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4)Leveduras- Malassezia pachydermatis (cont.)

Os alérgenos derivados de microorganismos residentes na superfície da pele, como a Malassezia e, portanto, localmente liberados, contribuem para a carga alergênica e tornam-se os principais fatores de todo o processo alérgico.

Uma toxina chamada de “Zimogen” é liberada pelas paredes da célula da Malassezia e esta liberação causa ativação da via do sistema complemento, diminuição da imunidade celular e produção de linfocinas. Este fungo tem também uma grande habilidade de se aderir a queratinócitos em dermatites atópicas e seborréicas.

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4)Leveduras- Malassezia pachydermatis (cont.)

A importância da hipersensibilidade a Malassezia decorre em primeiro lugar das observações clínicas. Todos os casos da dermatite atópica devem passar pela contagem de Malassezia como um processo de rotina, não apenas como uma avaliação inicial, mas também durante a terapia. Em muitos casos, a terapia antifúngica pode resultar uma significante diminuição do nível de prurido. Algumas vezes isso ocorre em casos com pequena evidência de crescimento significante da Malassezia que possa sugerir a hipersensibilidade do paciente.

Nas dermatites por Malassezia, o prurido é um achado consistente. Ele pode ser severo e não responsivo a terapias com antibióticos ou corticóides. As lesões são variáveis, mas incluem eritema com uma quantidade variável de crostas, hiperpigmentação, liquenificação e auto-traumatismo. As crostas podem ter coloração amarelas, cinzas ou castanhas. Um odor característico é freqüente. O animal poderá apresentar-se com seborréia seca ou oleosa. A distribuição clássica das lesões incluem face, pés, abdômen, região ventral do pescoço, axilas e coxas.

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O diagnóstico se faz através de tricograma, raspado de pele ou cultura para fungos

Nos casos de Microsporum canis, utiliza-se a lâmpada de Wood, positiva em 60% dos casos

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TratamentoO tratamento envolve promover uma boa resposta

imunológica, proceder um protocolo eficiente e o controle ambiental

Animais saudáveis têm remissão expontânea em até 4 meses

Pacientes com lesões localizadas devem ser tratados considerando infecção generalizada

Deve-se sempre que possível tosar o animal para facilitar a higienização e tratamento

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Tratamento tópicoShampoos antifúngicos a base de cetoconazol 2% ;

Miconazol/clorexidine, enxofre com acido salicílico, iodopovidona, peróxido de benzoíla, piritionato de zinco

Preparados tópicos – cremes e loções a base de cetoconazol , enilconazol e derivados e terbinafina(spray 1% e creme 10mg)

Nos quadros de Malassezia- produtos a base de nistatina, cetoconazol,miconazol, clotrimazol, tiabendazol, shampoo com selênio, enxofre. ( terapia sistêmica nos casos mais graves)

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Tratamento sistêmico

Griseofulvina- 50mg/kg sid + gordura (teratogênico!!!)

Cetoconazol- 10 mg/kg BID ou SID(felinos)Itraconazol 2,5 mg/kg BID cão/ 1,5 a 3mg/kg até 5mg/kg SIDFluconazol- 5 a 10mg/kg/SIDTerbinafina(Lamisil)-10 a 30mg/kg/dia (GATOS ATÉ 20MG/KG) tambem tópicoLufenuron-60 a 120mg/kg (program plus)Nistatina ( nos casos de Candida albicans)-100.000 UI/ml 4 vezes

ao dia oral ou topicamente

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Tratar de forma mista, com antibióticos e antifúngico locais. Devido a grande inflamação, pode-se acrescentar um corticoide local por pouco tempo

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Criptococose

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A criptococose é uma micose, ocasionada pelo Cryptococcus neoformans, que atinge com mais freqüência os pulmões e o sistema nervososo central. Causa infecção no pulmão, rins, próstata, ossos ou fígado, demonstrando poucos sintomas localizados. Na pele podem aparecer lesões, tais como úlceras ou tumores subcutâneos. Provavelmente a forma de contaminação se dá pela inalação dos fungos contidos nas fezes de pombos e o contágio não acontece de pessoa para pessoa. Os pombos não são contagiados pelo fungo.. Sugere-se que o homem possua uma resistência considerável a este fungo. Cães, gatos, cavalos, vacas, macacos e outros animais também podem adquirir a doença.

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Esporotricose

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A esporotricose é uma micose subcutânea piogranulomatosa, causada pelo fungo dimórfico Sporothrix schenckii, que acomete o homem e uma grande variedade de animais. Esta micose se apresenta nas formas: cutânea localizada, cutânea disseminada, cutânea linfática e raramente evolui para forma extra cutânea (sistêmica), sendo que os principais sinais clínicos e lesões são nódulos, úlceras, crostas e enfartamento dos linfonodos seguindo a cadeia linfática .

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O Estado do Rio de Janeiro - sobretudo a região da Baixada Fluminense e, mais recentemente, a Zona Oeste - têm sido cenário de uma epidemia incomum de esporotricose, envolvendo gatos, cães e seres humanos. 

A transmissão normalmente ocorre por inoculação traumática de material contaminado através da pele, mas infecção disseminada pode ocorrer, raramente, devido à inalação direta de esporos fúngicos.     O potencial zoonótico da esporotricose, especialmente em gatos, deve ser considerado seriamente e respeitado. Gatos com esporotricose são intensamente infectados com o parasita.

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Em gatos, as lesões da esporotricose, geralmente, ficam confinadas aos aspectos dorsais  da cabeça e tronco. As extremidades podem, ou não, ser afetadas. São típicas as lesões circulares elevadas, caracterizadas por alopecia, crostas e ulceração central. É comum que as áreas envolvidas  estejam indolores e não pruriginosas. No caso de infecção disseminada, podem estar presentes manifestações oculares, do sistema nervoso central e linfáticas.     O diagnóstico é realizado através de cultura, exame direto ou sorologia, onde o material coletado deverá ser de amostras de biópsia ou exudatos de lesões ulceradas. A reação em cadeia da polimerase (PCR) pode ser utilizada como meio diagnóstico, mas não é uma técnica de diagnóstico de rotina disponível em todos os laboratórios.

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A Histoplasmose é uma doença tem sido observada na literatura médico-veterinária em diversos animais, e principalmente em cães, nos quais causa hepato-megalia, com adenopatia e emagrecimento do animal.

A porta de entrada do parasita no organismo animal é constituida possivelmente pela mucosa buco-laringeana, pele e pulmões.

Henderson e colaboradores (1942) sugerem a mucosa intestinal como porta de entrada do parasita.

O contágio direto pode ocorrer.

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2 a 8 meses de duração

Cetoconazol- 10 mg/kg BID ou SID(felinos)Itraconazol 2,5 mg/kg BID cão/ 1,5 a 3mg/kg até 5mg/kg

SIDgatoFluconazol- 5 a 10mg/kg/SIDAnfoterecin B- 0,2-0,8mg/kg sid cão/ 0,1-0,8m/kg/dia gatoFlucitocina- 125-250mg/kg SID

Atenção: como são doenças zoonóticas, cada caso deve ser estudado quanto as decisões que o médico veterinário terá que tomar, no sentido ético e quanto à Saúde Pública

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Iodeto de sódio ou potássio a 20%. A dosagem recomendada é de 40 miligramas por quilograma de peso (0,4 ml/kg), TID, VO, mesclado a alimento ou no pós-prandial, até a plena remissão lesional e, então, por período adicional de 30 dias.Terapia antiga e barata. Em gatos o iodismo é frequente.

Terbinafina- devido a resistência ao itraconazol, tem sido utilizado.A dose ainda está em estudo: 10 a 30MG/kg/dia

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