DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade...

35
UNIVERSIDADE VALE DO ACARAÚ - UVA UNIVERSIDADE ABERTA VIDA - UNAVIDA CURSO: PEDAGOGIA DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA MEIO AMBIENTE E A HISTÓRIA E GEOGRAFIA DA PARAÍBA

Transcript of DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade...

Page 1: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

UNIVERSIDADE VALE DO ACARAÚ - UVA

UNIVERSIDADE ABERTA VIDA - UNAVIDA

CURSO: PEDAGOGIA

DISCIPLINA:

ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA

MEIO AMBIENTE E A HISTÓRIA E

GEOGRAFIA DA PARAÍBA

Page 2: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

41

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

MEIO AMBIENTE

O meio ambiente na história Nas sociedades primitivas, os campos, os rios e as florestas pertenciam ao conjunto da coletividade e não podiam ser comprados ou vendidos. Houve importantes diferenças entre as organizações sociais nos continentes e ao longo dos tempos. As terras tinham de ser defendidas de tribos vizinhas ou de invasores. As áreas de caça, e mais tarde de agricultura, esgotavam-se e as comunidades buscavam outras terras, numa prática itinerante. A população era escassa, a tecnologia rudimentar e o que entendemos por meio ambiente era percebido e tratado como base de sustento da comunidade. A divisão do trabalho era simples e os agrupamentos buscavam a geração de excedente alimentar – a produção e armazenamento de alimentos em quantidade superior às necessidades imediatas de consumo das comunidades. Nas primeiras formações sociais, o excedente era a garantia para enfrentar o período ruim de caça e pesca, o inverno ou a luta contra outros grupos. Posteriormente, excedentes significativos foram viabilizados pela domesticação de animais e pela irrigação, constituindo a base do comércio, da manufatura, do escravismo e das sociedades de classes. A forma como o excedente é produzido, repartido e acumulado e a organização das formações sociais constituem os principais temas da sociologia e das ciências sociais. Ainda não foi devidamente estudada, no entanto, a evolução dos impactos desses sistemas no meio ambiente, seus reflexos nas espécies animais e vegetais, no solo, nos climas. O capitalismo e a industrialização geraram impactos ambientais em um patamar e em uma intensidade antes desconhecidos da humanidade. As fábricas ocuparam o lugar das manufaturas e se converteram em sorvedouros insaciáveis de matérias-primas trazidas de longa distância e em quantidades crescentes. A produção em escala consumiu energia, gerou vapores químicos, esgotos industriais e resíduos perigosos em uma progressão geométrica, sem precedente na economia pré-industrial.

Na sociedade capitalista, a natureza passa a ser considerada uma mercadoria, e as relações sociedade-natureza fundamentam-se na propriedade privada dos meios de produção.

Page 3: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

42

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

As sociedades pré-capitalistas produziram substanciais impactos com a substituição de florestas por pastagens e com a extração mineral, inclusive para abastecer as manufaturas de armas de guerra. A incipiente urbanização concentrou a população em pequenos pontos do território; nesses espaços saturados o acúmulo de lixo e dejetos humanos provocou surtos de doenças. A peste e outros males foram expressão desses desequilíbrios ambientais, como são hoje a malária, a dengue, a leptospirose e a hepatite, consequências do desmatamento, das valas de esgoto, da água contaminada. As pessoas são parte integrante do meio ambiente. Essa afirmação óbvia é por vezes esquecida por ambientalistas naturalistas que se preocupam com árvores e bichos, mas não com os problemas da população. Algumas das mais significativas tragédias ambientais antecederam o capitalismo industrial: a colonização da América, com a dizimação das comunidades indígenas que a povoavam, e a transformação do continente africano em celeiro do escravismo colonial, gerando autênticos desertos demográficos. As comunidades indígenas foram submetidas a um etnocídio que acelerou o processo predatório da fauna e da flora preservadas por esses povos. Nos territórios onde as nações indígenas foram alijadas por atividades empresariais, a relação com a fauna e a flora ficou completamente desequilibrada. A história dos dramas das populações deveria ocupar espaços maiores nas análises ambientais. Infelizmente há pessoas que choram ao ver na televisão a extinção do mico-leão-dourado, mas não se sensibilizam com os sem-terra, os meninos de rua ou os desempregados. A questão ecológica tem base cultural e educacional. As práticas predatórias, que em nome do lucro aterraram lagos, poluíram rios, desfiguraram praias e queimaram florestas, foram legitimadas socialmente pela herança da cultura colonial e escravocrata. Os dramas sociais se fundem nas agressões ambientais, resultando numa combinação perversa em que a preservação das diferentes formas de vida (humana, animal e vegetal) pesa pouco nas decisões econômicas. Se o trabalhador sindicalizado, o aposentado e o jovem desempregado são pouco considerados e ouvidos, imaginem o lobo-guará, a tartaruga-de-pente, o mogno e outras espécies ameaçadas de extinção, que não fazem greve, não votam nem reivindicam! Temos de falar por eles. O homem e o meio ambiente

O homem interfere nas cadeias alimentares ao extinguir espécies animais ou vegetais por meio da caça predatória e da degradação ambiental, ou eliminando, por processos químicos, insetos que se alimentam de parasitas e que são alimentos dos sapos, das lagartas e dos pássaros. O combate aos insetos por agrotóxicos elimina outras espécies atingidas pelo veneno. Na ausência de predadores naturais (eliminados), outros insetos aumentam sua população e se convertem em novas pragas, que por sua vez serão objetos de novos agrotóxicos mais poderosos, provocando mais desequilíbrios e a fertilização do sistema. Quem ganha e quem perde? Perdem a natureza, os agricultores endividados e contaminados e os consumidores de alimentos mais caros e com maiores doses de veneno.

Page 4: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

43

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

Ganham os fabricantes e os vendedores de agrotóxicos, que no Brasil movimentam anualmente bilhões de reais. O despejo de efluentes (esgotos) industriais, contento metais pesados e substâncias cancerígenas, interfere diretamente nas cadeias alimentares.

A grande cidade é um organismo vivo, muito doente. Ela é a expressão de desequilíbrios econômicos, ecológicos e espaciais que fazem do país um ser disforme: um corpo atrofiado com macrocefalia (uma imensa cabeça). As metrópoles (cidades que concentram poder econômico e político e organizam as relações espaciais) funcionam como se fossem colonialistas em relação ao próprio país. Elas drenam (atraem) recursos e populações, produzem espaços congestionados e geram, no rastro do êxodo, desertos demográficos – áreas decadentes e desarticuladas. Aí se concentram os velhos e as mulheres (os jovens migram antes), que ficam à mercê do desemprego sazonal (derivado da monocultura) e dos baixos salários praticados pela monoindústria (única opção de emprego regional). Usando a imaginação, a grande metrópole pode ser comparada a um indivíduo doente que tem vários de seus órgãos atingidos por infecções, lesões ou distúrbios graves e que apresenta os seguintes sintomas:

Conjuntivite: a cidade tem os olhos inflamados pela poluição do ar e agredidos por espigões e obras que desfiguram a paisagem;

Fratura dos membros: as pernas foram quebradas em tombos nos buracos das ruas e os

braços foram fraturados nas quedas do surfe ferroviário (modalidade semi suicida praticada por jovens dos subúrbios que viajam sobre o teto dos trens);

Otite: Os bairros têm os tímpanos inflamados pelos excessivos decibéis (medida da intensidade do ruído) do trânsito e das fábricas.

Amnésia: A cidade perdeu a memória histórica por causa da especulação imobiliária, que desfigurou prédios e sítios de relevante significado histórico e arquitetônico;

Page 5: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

44

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

Câncer: As células enfermas (bairros degradados e favelas) replicam-se velozmente, qual tumores urbanos;

Estresse: A cidade está à beira de um ataque de nervos, assaltada em cada esquina, tensionada pelo trânsito e pela competição;

Fome: Uma parte da cidade padece da miséria e da desnutrição – gente literalmente sem ter o que comer;

Obesidade: O outro lado da “cidade partida” adoece por excesso de gordura, envenenando-se com conservantes, corantes e acidulantes e aumentando o colesterol com alimentação desregrada;

Diarreia: A “cidade da pobreza” esvai-se em disenterias provocadas por coliformes fecais na água da rede (das torneiras) e pela falta de saneamento, higiene e prevenção;

Esquizofrenia: Partida ao meio em guetos e favelas, cidade sofre de crise de identidade e perda de valores;

Depressão Geriátrica: A cidade sofre com os velhinhos confinados em terríveis asilos, que enriquecem os donos da indústria da solidão;

Aids: A defesa imunológica fraqueja com as transfusões de sangue sem testagem, com o sexo não-seguro e com o rodízio de seringas das drogas intravenosas;

Enfarte do Miocárdio: o sistema circulatório entrou em colapso, atacado pelo vírus do automóvel, que polui e engarrafa. Esses seres metálicos demandam obras caras, túneis e viadutos que projetam os engarrafamentos quilômetros adiante. São pontes de safena para a circulação dos poluidores sobre rodas, que na hora do rush trafegam mais do que o cavalo e a bicicleta;

Falocracia Aguda (violência machista): As ruas da cidade grande são palco de estupros cotidianos, alimentados pelo erotismo barato das revistas pornô e da televisão e acobertados pela impunidade. O homossexualismo é tolerado apenas em guetos urbanos ou durante o carnaval, e a violência contra homossexuais não é investigada;

Apartheid Social: Os excluídos da sociedade de consumo veem na televisão e nas vitrines produtos sedutores a que jamais terão acesso. São os suspeitos, independentemente da culpa, das operações policiais de rotina;

Síndrome da Alienação Adquirida: Essa hipnótica enfermidade telemaníaca transforma as pessoas em terminais receptores de mensagens e códigos dirigidos do poder.

Page 6: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

45

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

Esse sombrio diagnóstico revela as múltiplas armadilhas da cidade dos letreiros de néon que promete infinitas oportunidades. A terapia para esse complexo conjunto de doenças chama-se CIDADANIA – a Cidade do Cidadão Associado.

A base ambiental da saúde da população e os desequilíbrios originados pela crescente intervenção da instituição médica no cotidiano dos indivíduos são fenômenos que derivam da concepção da medicina curativa (que atua sobre os efeitos, ao contrário da medicina preventiva) e favorece a invasão farmacêutica. Numerosas doenças têm origem em fatores ambientais, como a poluição, a falta de saneamento, a má qualidade da água e da alimentação. Por exemplo, o desmatamento e a falta de higiene sanitária permitem a proliferação do mosquito da dengue. Outras doenças são produtos da moderna farmacologia, da contaminação por produtos químicos, da má alimentação e do estresse. Crescimento populacional e as ações sobre o meio ambiente

O crescimento populacional é a principal razão da degradação ambiental uma vez que, à medida que a população aumenta, cresce a demanda por recursos naturais e a ocupação humana da superfície terrestre. O aumento da população era considerado, até poucos anos como um problema de certas regiões da Terra, porém, atualmente, está se transformando num problema global.

Page 7: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

46

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

Como se observa, o crescimento populacional ao longo dos anos se deu em um ritmo diferente. Antes da Revolução Industrial tínhamos um crescimento relativamente lento, ao passo que o pós-Revolução Industrial, esse crescimento se intensificou provocando um impacto nas relações do homem com o meio ambiente. Esse impacto pode ser entendido como esgotamento de recursos.

Não se pode atribuir o atual grau de degradação ambiental global apenas ao crescimento da população, mas principalmente aos padrões de produção e consumo que vêm caracterizando a industrialização e o consumo.

O planeta está no seu limite de suporte e seu capital natural/humano acaba sofrendo profunda alteração, cujos impactos socioambientais vão desde fome, miséria, desigualdade, violência e desemprego às reações adversas da natureza que por sua vez vêm castigando várias regiões em nível global.

O consumo hoje vem tornando-se um dos grandes problemas causadores da destruição do meio ambiente. Por quê? Simplesmente porque todo o material necessário para a fabricação de celulares, computadores, roupas, carros, asfalto, casas etc., vêm da natureza; e como, a cada dia que passa, o mundo tem mais gente, a necessidade das indústrias de retirarem matérias-primas do meio ambiente torna-se mais agressiva. E para onde vai todo o material que descartamos? Para os bueiros, rios, para o ar que respiramos.

O consumo precisa ser consciente. Precisamos ter a ideia de que não é simplesmente porque temos dinheiro que podemos comprar tudo o que vemos pela frente e ninguém estará saindo em desvantagem. É claro que nos sentimos bem quando compramos algo novo, mas o planeta Terra não está suportando mais a exploração do ser humano de seus recursos naturais.

Page 8: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

47

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

A questão da água

A escassez de água doce é atualmente um problema em todos os continentes e passou a ser uma das prioridades das Nações Unidas para o novo século. A água doce sempre foi estratégica para o desenvolvimento dos países, mas só nas últimas décadas sua escassez se tornou um fator limitante para o crescimento econômico. Sem disponibilidade de água doce não há urbanização adequada nem expansão agroindustrial.

Mais de 97% das águas do planeta são salgadas, e dessalinizá-las ainda custa caro. Apenas

2,7% da água é doce, e a maior parte (99,7%) está imobilizada nas geleiras e nos lençóis freáticos profundos. Assim, apenas cerca de 0,3% está acessível em rios, lagos e lençóis subterrâneos pouco profundos.

Nas últimas cinco décadas, a população humana aumentou de forma rápida, até atingir o número atual: cerca de 7,4 bilhões de pessoas. Esse intenso crescimento está em parte relacionado às novas tecnologias industriais, que levaram à criação de novas drogas e à melhoria das condições de saneamento, em especial nas regiões urbanas mais desenvolvidas. Uma das consequências da explosão populacional foi a demanda crescente de água para atender necessidades básicas, como beber e cozinhar, e para as demais atividades ligadas à produção e ao lazer.

Quando se fala em aproveitamento da água, é importante diferenciar o uso e o consumo. O uso é a retirada de água do ambiente para suprir necessidades humanas, e esse termo implica que uma parte do que é aproveitado volta para o ambiente (caso da água usada para cozinhar ou para o banho). Já o consumo refere-se à parcela que não retorna de modo direto para o ambiente (como a água usada na irrigação de uma plantação, que passa a fazer parte dos tecidos vegetais).

A necessidade de alimentar uma população cada vez maior fez o setor agrícola, com a ajuda de novas tecnologias, aumentar bastante sua produtividade. Isso tem sido obtido, no entanto, à custa do uso e do consumo elevados de água. Anualmente, a agropecuária é responsável por 71% do consumo total de água no mundo. Além disso, muitas atividades industriais, que fornecem produtos tidos como indispensáveis ao homem moderno, requerem enormes quantidades de água. Em termos globais, a indústria consome 16% da água hoje

Page 9: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

48

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

aproveitada. O baixo percentual de consumo, em relação ao uso, indica que a maior parte da água utilizada em processos industriais retorna ao ambiente, embora frequentemente poluída. Já as áreas urbanas e rurais têm consumo de cerca de 13%.

A água doce, apesar de sua importância, é mal utilizada. O mau uso caracteriza-se tanto pelo uso excessivo, ou seja, o abuso ou desperdício (que reduz a quantidade disponível), quanto pelo uso inadequado, ou inescrupuloso, que leva à degradação do recurso (o que reduz sua qualidade).

O uso excessivo pode acarretar a diminuição do volume, ou o esgotamento, dos aquíferos subterrâneos, e mesmo dos estoques de água existentes na superfície, em lagos e rios. A questão da água subterrânea é crucial, pois grande parte da população mundial depende dessa fonte para seu abastecimento.

Os impactos humanos sobre os ambientes aquáticos têm reflexos negativos em todas as atividades que utilizam água. No caso da agricultura irrigada, por exemplo, a iminente escassez do recurso ameaça o suprimento global de alimentos.

Um outro fator que propicia o uso excessivo da água é a chamada água virtual que é aquela usada, direta ou indiretamente, na produção de um bem ou serviço. Ou seja, é aquela água que você não vê a que foi usada durante os processos da cadeia produtiva, da produção de matéria-prima até o consumo final. De acordo com esta teoria uma xícara de café, por exemplo, equivale a um gasto de 140 litros de água. Os cálculos do consumo da água vão desde o cultivo à produção e ao empacotamento do café.

Page 10: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

49

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

Para se obter meio quilo de queijo são necessários 2.500 litros de água e um quilo de

carne de vaca, até chegar ao consumidor, consome mais de 17 mil litros. Por dia, um ser humano consome entre dois mil e cinco mil litros de "água virtual" Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 1,1 bilhão de habitantes não têm

acesso à água tratada e cerca de 1,6 milhão de pessoas morrem no mundo todos os anos em razão de problemas de saúde decorrentes da falta desse recurso.

O País possui 12% das reservas de água doce disponíveis no mundo, sendo que a Bacia Amazônica concentra 70% desse volume. O restante é distribuído desigualmente para atender a toda população brasileira. O Nordeste possui menos de 5% das reservas e grande parte da água é subterrânea, com teor de sal acima do limite aceitável para o consumo humano.

Page 11: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

50

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

De acordo com a Organização das Nações Unidas, cada pessoa necessita de 3,3 m³/pessoa/mês (cerca de 110 litros de água por dia para atender as necessidades de consumo e higiene). No entanto, no Brasil, o consumo por pessoa pode chegar a mais de 200 litros/dia. A questão do lixo O crescimento da população aumenta o consumo de bens e produtos, acarretando, assim, o aumento e acúmulo de resíduos. A transformação desses resíduos, na maioria das vezes, é muito lenta, principalmente se observarmos o tempo que materiais não biodegradáveis, como plástico, levam pra se decompor. Diante do exagerado crescimento do acúmulo de resíduos, o homem se vê na necessidade de encontrar um destino para estes resíduos. Um deles, bastante utilizado, é a queima de resíduos, técnica que acarreta a liberação de uma grande quantidade de gases tóxicos e resíduos contaminantes do solo. Hoje, devido à preocupação com o desenvolvimento sustentável, se utiliza uma técnica menos danosa – o aterro sanitário –, na qual a escolha de um local adequado para a colocação dos resíduos acaba afetando menos o solo e as águas superficiais e subterrâneas.

No caso dos resíduos sólidos, ou seja, o lixo, o caso é mais grave ainda. Estima-se que, no mundo, entre o lixo domiciliar e comercial são produzidos 3,5 milhões de toneladas/dia. Imagine o que significa esse volume de lixo. Já parou para pensar? Isso equivale a 583 gramas por habitante de áreas urbanas. Só a população de Nova York, devido ao alto poder aquisitivo e tendo acesso a este consumismo desenfreado, tem uma média bem superior a essa. Estima-se que cada cidadão nova-iorquino gere 3 kg de lixo/dia. Vindo para o Brasil, estima-se que o paulistano gere 1,5 kg/dia. O Brasil concentra 3% da população mundial e é responsável por 6,5% da produção de lixo no mundo. Aliás, países pobres e ricos têm estimativas diferentes para a quantidade de lixo. Os habitantes dos países pobres produzem de 100 a 220 kg de lixo a cada ano ou de 0,27 kg a 0,6 kg por dia. E os dos países ricos produzem de 300 mil a 1 tonelada por ano ou de 0,82 kg a 3,2 por dia.

O lixo disposto a céu aberto constitui um sério problema de saúde pública, pois propicia o surgimento de vetores, como artrópodes e roedores que podem transmitir doenças como leptospirose entre outras.

Page 12: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

51

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

O serviço de coleta no Brasil se modernizou consideravelmente, mas ainda está longe do ideal, até porque o mundo atual é bem mais diversificado, e o problema do lixo também. Enquanto no Japão e no Canadá a coleta é de 100%, na União Europeia é de 99% e nos Estados Unidos é de 95%, no Brasil a taxa é de 62%.

Quanto mais desenvolvido o país, mais complexo e difícil de separar, reciclar ou decompor seu lixo. No Brasil são gerados cerca de 260 mil toneladas de lixo anualmente, sendo que 59% deste lixo é orgânico ou úmido. São reciclados 13% da produção, o que significa que deixamos no lixo aproximadamente 10 bilhões de dólares por ano, pelo simples fato de não reciclar. Existem aproximadamente 600 cooperativas recicladoras no Brasil. Somente 2% do lixo são destinados a coleta seletiva.

O Japão recicla 50% de seu lixo e a Europa recicla 30%. Nos EUA são produzidos 420 mil t de lixo por ano, dos quais 27% são reciclados, 16% são incinerados e 57% enterrados. A Califórnia recicla 40% e pretende chegar a 100% em 2030.

O número de municípios no Brasil operando programas de coleta seletiva ainda é incipiente: 927 no Brasil todo, ou seja, apenas cerca de 17% do total, sendo a maior parte na

Page 13: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

52

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

regiões Sul e Sudeste (81%). Distribuição dos municípios com coleta seletiva por regiões: Norte (15); Centro-Oeste (62); Nordeste (97); Sul (337); Sudeste (416). Os dados são de 2014.

O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 12 305, no final de 2010, a

Política Nacional dos Resíduos Sólidos, que tem o objetivo de incentivar a reciclagem de lixo e o correto manejo de produtos usados com alto potencial de contaminação.

O artigo 54 da Política Nacional de Resíduos Sólidos impõe a exposição de resíduos de forma adequada em aterros até 2 de agosto de 2014, o que significa que até a Copa do Mundo os lixões deveriam ter sido eliminados das cidades brasileiras, o que não ocorreu e o prazo foi ampliando até as datas-limite, que variam entre 2018 e 2021, de acordo com o município, além de estabelecer responsabilidades compartilhadas entre governo, indústria, comércio e consumidores sobre o destino final do lixo.

As capitais e municípios de região metropolitana terão até 31 de julho de 2018 para acabar com os lixões. Os municípios de fronteira e os que contam com mais de 100 mil habitantes, com base no Censo de 2010, terão um ano a mais para implementar os aterros

Page 14: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

53

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

sanitários. As cidades que têm entre 50 e 100 mil habitantes terão prazo até 31 de julho de 2020. Já o prazo para os municípios com menos de 50 mil habitantes será até 31 de julho de 2021.

Municípios com coleta seletiva PB/PE

Ciclosoft 2014

Efeito Estufa

Ao contrário do que popularmente se acredita, o efeito estufa não é causado pela poluição. Esse fenômeno atmosférico acompanha a vida do planeta desde seus primeiros tempos de existência e decorre da ação bloqueadora dos gases da atmosfera sobre o calor refletido na superfície terrestre. Esse efeito possibilita a manutenção da temperatura na Terra nos níveis que permitem a existência da vida.

O que ocorre é que, a partir do século XIX, esse efeito tem-se acentuado. A queima de florestas tropicais e a utilização de combustíveis fósseis em indústrias e usinas termelétricas

Page 15: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

54

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

lançam na atmosfera grandes quantidades de gás carbônico, ou dióxido de carbono (CO2). Esse gás é um dos principais responsáveis pelo aumento do efeito estufa e não permite que a radiação solar, depois de refletida na Terra, volte para o espaço, bloqueando o calor.

A consequência direta é a alteração do clima do planeta que vem provocando o derretimento das calotas polares, provocando a elevação do nível dos mares, inundando cidades costeiras e afetando atividades como a agricultura e a pesca. Os países mais atingidos seriam os menos desenvolvidos – justamente os que menos contribuem para o efeito estufa e que não têm meios de contornar os prejuízos, já que são os países ricos responsáveis por cerca de 75% do total de gases de origem fósseis emitidos anualmente. Ilhas de calor

Nas cidades maiores, as temperaturas podem variar nos diferentes bairros e no centro. As médias térmicas são bem mais altas nas regiões centrais que na periferia ou zona rural. Isso acontece em virtude da grande concentração de prédios que impedem a circulação do ar.

O asfalto, a falta de áreas verdes e a concentração de veículos também contribuem para esse aumento de temperatura. Essas áreas são as “ilhas de calor”.

Page 16: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

55

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

A poluição também é muito maior nessas regiões, que, às vezes, não se limitam às áreas

centrais das grandes cidades, mas ocorrem em outros pontos com muitas edificações e indústrias.

Com o aumento das temperaturas, a “ilha de calor” passa a atuar como uma zona de baixa pressão, atraindo ventos que podem levar para essa área maior quantidade de poluentes.

Page 17: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

56

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

HISTÓRIA E GEOGRAFIA DA PARAÍBA

A Paraíba é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situada a leste da região Nordeste e tem como limites o estado de Rio Grande do Norte ao norte, o Oceano Atlântico a leste, Pernambuco ao sul e o Ceará a oeste. Ocupa uma área de 56.439 km² (pouco menor que a Croácia).

A capital é João Pessoa e outras cidades importantes são Campina Grande, Santa Rita, Guarabira, Patos, Sousa, Cajazeiras, Areia e Cabedelo. O estado possui 223 municípios. Sua história

A Ponta do Seixas, ponto mais oriental do território brasileiro, está representada em mapa desde 1502, denominada como monte São Vicente. Dentro do sistema de capitanias hereditárias (1534), couberam a João de Barros e a Aires da Cunha cem léguas de terra entre a foz do rio Jaguaribe a Norte, até à baía da Traição a Sul, compreendo os atuais estados da Paraíba (parte), Rio Grande do Norte e Ceará, como um segundo lote em adição ao do Maranhão. Com o naufrágio da expedição destes donatários, que se dirigiu ao primeiro lote, não foi possível colonizar o senhorio.

Com o objetivo de povoá-la, a colônia portuguesa foi dividida em quinze capitanias, para doze donatários. Entre elas destacam-se a capitania de Itamaracá, que se estendia do rio Santa Cruz até a Baía da Traição. Inicialmente essa capitania foi doada a Pero Lopes de Sousa, que não pôde assumi-la, vindo em seu lugar o administrador Francisco Braga, que devido a uma rivalidade com Duarte Coelho, deixou a capitania em falência, dando lugar a João Gonçalves, que realizou algumas benfeitorias na capitania como a fundação da Vila da Conceição e a construção de engenhos.

Quando o governador-geral D. Luís de Brito recebeu a ordem para separar Itamaracá, recebeu também do rei de Portugal a ordem de punir os índios responsáveis pelo massacre, expulsar os franceses e fundar uma cidade. Assim começaram as cinco expedições para a conquista da Paraíba. Para isso o rei D. Sebastião mandou primeiramente o ouvidor-geral D. Fernão da Silva.

I Expedição (1574): O comandante desta expedição foi o ouvidor-geral D. Fernão da Silva. Ao chegar no Brasil, Fernão tomou posse das terras em nome do rei sem que houvesse nenhuma resistência, mas isso foi apenas uma armadilha. Sua tropa foi surpreendida por indígenas e teve que recuar para Pernambuco.

II Expedição (1575): Quem comandou a segunda expedição foi o governador-geral, D. Luís

de Brito. Sua expedição foi prejudicada por ventos desfavoráveis e eles nem chegaram sequer às terras paraibanas. Três anos depois outro governador-geral Lourenço Veiga, tenta conquistar a o Rio Paraíba, não obtendo êxito.

Page 18: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

57

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

III Expedição (1579): Ainda sob forte domínio "de fato" dos franceses, foi concedida, por dez anos, ao capitão Frutuoso Barbosa a capitania da Paraíba, desmembrada de Olinda. Essa ideia só lhe trouxe prejuízos, uma vez que quando estava vindo à Paraíba, caiu sobre sua frota uma forte tormenta e além de ter que recuar até Portugal, ele perdeu sua esposa.

IV Expedição (1582): Com a mesma proposta imposta por ele na expedição anterior,

Frutuoso Barbosa volta decidido a conquistar a Paraíba, mas cai na armadilha dos índios e dos franceses. Barbosa desiste após perder um filho em combate.

V Expedição (1584): Após várias tentativas de conquistas fracassadas, foi organizada uma

nova expedição chefiada por Martim Leitão, que lutou contra os índios e seus aliados franceses. Sabendo de um problema havido entre os índios Potiguaras e Tabajaras, escolheram o Capital João Tavares, homem de espírito conciliador, para propor as pazes ao valente Piragibe, chefe dos Tabajaras. Finalmente, no dia 5 de agosto de 1585, celebraram um acordo, na encosta de uma colina em frente ao rio Sanhauá, onde construíram um forte de madeira. E assim, foi oficializada a conquista e fundação da Paraíba.

Em virtude de ser o dia 5 de agosto dedicado a Nossa Senhora das Neves, a nova cidade

recebeu o nome de Nossa Senhora das Neves, passando depois a chamar-se Filipéia de Nossa Senhora das Neves, em homenagem ao Rei Felipe da Espanha.

No contexto da segunda das Invasões holandesas do Brasil (1630-1654), a região foi ocupada por forças neerlandesas (1634), que somente foram expulsas duas décadas mais tarde pelas tropas do Mestre de Campo André Vidal de Negreiros (1606-1680) e de João Fernandes Vieira, que tomou posse do cargo de Governador da cidade, que passou a chamar-se Parahyba.

A partir de 1753 a Capitania da Paraíba ficou subordinada à Capitania Geral de Pernambuco, da qual se tornou novamente independente a partir de 1799.

No século XIX, sofreu os reflexos da Revolução Pernambucana (1817), e da Confederação do Equador (1825).

No ano de 1930, a chamada Guerra de Princesa envolveu as oligarquias locais, registrando-se o assassinato do governador do Estado, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque (Recife, 26 de julho de 1930), indicado como vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas, candidato (derrotada) à presidência da República. O fato foi manipulado como um dos estopins da Revolução de 1930. Comovida com o evento, a capital paraibana passou a ser denominada “João Pessoa”. Aspectos gerais Clima

Tropical úmido no litoral, com chuvas abundantes. À medida que nos deslocamos para o interior, depois da Serra da Borborema, o clima torna-se semiárido e sujeito a estiagens prolongadas.

Page 19: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

58

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

Relevo

O relevo é modesto, mas não muito baixo; 66% do território estão entre 300 e 900 metros de altitude.

A maior parte do território paraibano é constituída por rochas resistentes, e bastantes antigas, que remontam a era pré-cambriana com mais de 2,5 bilhões de anos.

Elas formam um complexo cristalino que favorecem a ocorrência de minerais metálicos, não metálicos e gemas. Os sítios arqueológicos e paleontológicos, também resultam da idade geológica desses terrenos.

No litoral temos a Planície Litorânea que é formada pelas praias e terras arenosas.

Na região da mata, temos os tabuleiros que são formados por acúmulos de terras que descem de lugares altos.

No Agreste, temos algumas depressões que ficam entre os tabuleiros e o Planalto da Borborema, onde apresenta muitas serras, como a Serra de Teixeira, etc. No sertão, temos uma depressão sertaneja que se estende do município de Patos até após a Serra da Viração. O Planalto da Borborema é o mais marcante do relevo do Nordeste. Na Paraíba ele tem um papel fundamental no conjunto do relevo, rede hidrográfica e nos climas. As serras e chapadas atingem altitudes que variam de 300 a 800 metros de altitude.

A Serra de Teixeira é uma das mais conhecidas, com uma altitude média de 700 metros, onde se encontra o ponto culminante da Paraíba, a saliência do Pico do Jabre, que tem uma altitude de 1.197 metros acima do nível do mar, e fica localizado no município de Maturéia. Hidrografia

Na hidrografia da Paraíba, os rios fazem parte de dois setores, Rios Litorâneos e Rios Sertanejos.

Rios Litorâneos – são rios que nascem na Serra da Borborema e vão em busca do litoral paraibano, para desaguar no Oceano Atlântico. Entre estes tipos de rios podemos destacar: o Rio Paraíba, que nasce no alto da Serra de Jabitacá, no município de

Page 20: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

59

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

Monteiro, com uma extensão de 360 km de curso d’água e o maior rio do estado. Também podemos destacar outros rios, como o Rio Curimataú e o Rio Mamanguape.

Rios Sertanejos – são rios que vão em direção ao norte em busca de terras baixas e

desaguando no litoral do Rio Grande do Norte. O rio mais importante deste grupo é o Rio Piranhas, que nasce na Serra de Bongá, perto da divisa com o estado do Ceará. Esse rio é muito importante para Sertão da Paraíba, pois através desse rio é feita a irrigação de grandes extensões de terras no sertão. Tem ainda outros rios, como o Rio do Peixe, Rio Piancó e o Rio Espinhara, todos afluentes do Rio Piranhas. Os rios da Paraíba estão inseridos na Bacia do Atlântico Nordeste Oriental e apenas os rios que nascem na Serra da Borborema e na Planície Litorânea são perenes. Os outros rios são temporários e correm em direção ao norte, desaguando no litoral do Rio Grande do Norte.

Seus principais rios são o Paraíba, Piranhas, Taperoá, Mamanguape, Curimataú, Peixes e

Sanhauá. Vegetação

A vegetação litorânea do estado da Paraíba apresenta matas, manguezais e cerrados, que recebem a denominação de “tabuleiro”, formado por gramíneas e arbustos tortuosos, predominantemente representados, entre outras espécies por batiputás e mangabeiras. Formadas por floresta Atlântica, as matas registram a presença de árvores altas, sempre verdes, como a peroba e a sucupira. Localizados nos estuários, os manguezais apresentam árvores com raízes de suporte, adaptadas à sobrevivência neste tipo de ambiente natural.

A vegetação nativa do planalto da Borborema e do Sertão caracteriza-se pela presença da caatinga, devido ao clima quente e seco característico da região. A caatinga pode ser do tipo arbóreo, com espécies como a baraúna, ou arbustivo representado, entre outras espécies pelo xique-xique e o mandacaru. A população

Segundo dados estatísticos do IBGE, a Paraíba contava em 2015 com uma população de 3 972 202 hab.3.766.528, correspondente a 1,97% da população nacional, sendo o estado uma das unidades da federação de menor superfície (0,66% do território nacional, ficando na 21ª posição em ordem decrescente). A população urbana da Paraíba representa cerca de 75,4%, em oposição aos 24,6% da zona rural. A densidade demográfica estadual é de 70,34 hab./km².

Quanto ao quesito cor, o Censo 2010 apontou que a população do estado se autodeclarava da seguinte forma: parda, 1.986.619 (52,7%); branca, 1.499.253 (39,8%); negra, 212.968 (5,7%); e amarela e indígena, 67.636 (1,8%). Etnias

Assim como o povo brasileiro, o paraibano é fruto de uma forte miscigenação entre o

branco europeu, os índios locais e os negros africanos. Sendo assim, a população é

Page 21: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

60

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

essencialmente mestiça, e o paraibano médio é predominantemente fruto da forte mistura entre o europeu e o indígena, com alguma influência africana (os caboclos predominam entre os pardos, que representam mais de 50% de toda a população estadual).

A menor presença negra na composição étnica do povo deve-se ao fato de a cultura canavieira no estado não ter sido tão marcante como na Bahia, no Maranhão ou em Pernambuco, o que ocasionou a vinda de pouca mão de obra africana.

Apesar da forte mestiçagem do povo, há, contudo, ainda hoje, bolsões étnicos em várias microrregiões: como povos indígenas na Baía da Traição (em torno de 12 mil índios potiguaras), mais de uma dúzia de comunidades quilombolas florescendo em vários municípios do Litoral ao Sertão, e a parcela da população (em torno de um terço do total) com predominante ascendência europeia, que vive principalmente nos grandes centros urbanos e nas cidades ao longo do Brejo, Alto Sertão e o Seridó.

Entre os mestiços, os mulatos predominam no litoral centro-sul paraibano e no agreste, os caboclos em todo o interior e no litoral norte. Já os cafuzos são raros e dispersos. As mesorregiões

Uma mesorregião é uma subdivisão dos estados brasileiros que congrega diversos municípios de uma área geográfica com similaridades econômicas e sociais. Foi criada pelo IBGE e é utilizada para fins estatísticos e não constitui, portanto, uma entidade política ou administrativa. Oficialmente, as quatro mesorregiões do estado são:

Sertão Paraibano: é a terceira mais populosa do estado, dividida em sete microrregiões

que, juntos, abrigam oitenta e três municípios, sendo a mesorregião com o maior número de municípios paraibanos. Municípios importantes dessa mesorregião são Patos, Sousa, Cajazeiras e Catolé do Rocha.

Borborema: é a menos populosa do estado, formada pela união de quatro microrregiões que compartilham quarenta e quatro municípios. Municípios importantes dessa mesorregião são Monteiro e Picuí.

Page 22: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

61

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

Agreste Paraibano: é a segunda mais populosa do estado, formada pela união de sessenta e seis municípios agrupados em oito microrregiões. Municípios importantes são Campina Grande, Guarabira, Esperança, Solânea e Queimadas.

Mata Paraibana: é a mesorregião mais importante do estado, formada pela união de trinta municípios agrupados em quatro microrregiões. Pelo fato de nela estar localizada a capital do estado, é a mais populosa, reúne mais de um terço da população da Paraíba. É a única mesorregião litorânea do estado. Municípios importantes localizados nela são João Pessoa, Santa Rita, Bayeux, Cabedelo, Sapé e Mamanguape.

As microrregiões

Além da mesorregião, existe a microrregião, que é, de acordo com a Constituição brasileira de 1988, um agrupamento de municípios limítrofes, com a finalidade é integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum, definidas por lei complementar estadual.

Page 23: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

62

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

A Paraíba é dividida em 23 microrregiões. São elas: Brejo Paraibano, Cajazeiras, Campina

Grande, Cariri Ocidental, Cariri Oriental, Catolé do Rocha, Curimataú Ocidental, Curimataú Oriental, Esperança, Guarabira, Itabaiana, Itaporanga, João Pessoa, Litoral Norte, Litoral Sul, Patos, Piancó, Sapé, Seridó Ocidental Paraibano, Seridó Oriental Paraibano, Serra do Teixeira, Sousa e Umbuzeiro. No total, a Paraíba está dividida em 223 municípios, sendo a nona unidade de federação com o maior número de municípios e a terceira do Nordeste (atrás apenas da Bahia e do Piauí). As microrregiões e os respectivos municípios 1- Brejo Paraibano

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Agreste Paraibano e está dividida em oito municípios. Possui uma área total de 1.174,168 km². Municípios: - Alagoa Grande - Alagoa Nova - Areia - Bananeiras -Borborema - Matinhas - Pilões – Serraria; 2- Cajazeiras

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Sertão Paraibano e está dividida em quinze municípios. Possui uma área total de 3.423,125 km². Municípios: - Bernardino Batista - Bom Jesus - Bonito de Santa Fé -Cachoeira dos Índios - Cajazeiras - Carrapateira - Monte Horebe - Poço Dantas - Poço de José de Moura - Santa Helena - Santarém - São João do Rio do Peixe - São José de Piranhas - Triunfo – Uiraúna; 3- Campina Grande

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião

Agreste e está dividida em oito municípios. Possui uma área total de 2.113,326 km².

Page 24: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

63

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

Municípios: - Boa Vista - Campina Grande - Fagundes - Lagoa Seca -Massaranduba - Puxinanã - Queimadas - Serra Redonda; 4- Cariri Ocidental

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Borborema e está dividida em dezessete municípios. Possui uma área total de 6.983,601 km². Municípios: - Amparo - Assunção - Camalaú - Congo - Coxixola -Livramento - Monteiro - Ouro Velho - Parari - Prata -São João do Tigre - São José dos Cordeiros - São Sebastião do Umbuzeiro - Serra Branca - Sumé - Taperoá – Zabelê; 5- Cariri Oriental

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Borborema e está dividida em doze municípios. Possui uma área total de 4.242,135 km². Municípios: - Alcantil - Barra de Santana - Barra de São Miguel -Boqueirão - Cabaceiras - Caraúbas - Caturité - Gurjão -Riacho de Santo Antônio - Santo André - São Domingos do Cariri - São João do Cariri; 6- Catolé do Rocha

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Sertão Paraibano e está dividida em onze municípios. Possui uma área total de 3.037,976 km². Municípios: - Belém do Brejo do Cruz - Bom Sucesso - Brejo do Cruz - Brejo dos Santos - Catolé do Rocha - Jericó - Lagoa -Mato Grosso - Riacho dos Cavalos - São Bento - São José do Brejo do Cruz; 7- Curimataú Ocidental

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Agreste Paraibano e está dividida em onze municípios. Possui uma área total de 3.878,476 km². Municípios: - Algodão de Jandaíra - Arara - Barra de Santa Rosa -Cuité - Damião - Nova Floresta - Olivedos - Pocinhos -Remígio - Soledade - Sossêgo; 8- Curimataú Oriental

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Agreste Paraibano e está dividida em sete municípios. Possui uma área total de 1.363,492 km². Municípios: - Araruna - Cacimba de Dentro - Campo de Santana - Casserengue - Dona Inês - Riachão – Solânea;

Page 25: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

64

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

9- Esperança É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião

Agreste Paraibano e está dividida em quatro municípios. Possui uma área total de 274,930 km². Municípios: - Areial - Esperança - Montadas - São Sebastião de Lagoa de Roça; 10-Guarabira

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Agreste Paraibano e está dividida em quatorze municípios. Possui uma área total de 1.289,506 km². Municípios: - Alagoinha - Araçagi - Belém - Caiçara - Cuitegi - Duas Estradas - Guarabira - Lagoa de Dentro - Logradouro -Mulungu - Pilõezinhos - Pirpirituba - Serra da Raiz -Sertãozinho; 11- Itabaiana

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Agreste Paraibano e está dividida em nove municípios. Possui uma área total de 1.652,197 km². Municípios: - Caldas Brandão - Gurinhém - Ingá - Itabaiana - Itatuba -Juarez Távora - Mogeiro - Riachão do Bacamarte -Salgado de São Félix; 12- Itaporanga

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Sertão Paraibano e está dividida em onze municípios. Possui uma área total de 3.053,916 km². Municípios: - Boa Ventura - Conceição - Curral Velho - Diamante - Ibiara - Itaporanga - Pedra Branca - Santa Inês - Santana de Mangueira - São José de Caiana - Serra Grande; 13- João Pessoa

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Zona da Mata Paraibana e está dividida em seis municípios. Possui uma área total de 1.262,316 km². Municípios: - Bayeux - Cabedelo - Conde - João Pessoa - Lucena -Santa Rita; 14- Litoral Norte

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Zona da Mata Paraibana e está dividida em onze municípios. Possui uma área total de 1.960,503 km². Municípios: - Baía da Traição - Capim - Cuité de Mamanguape -Curral de Cima - Itapororoca - Jacaraú - Mamanguape -Marcação - Mataraca - Pedro Régis - Rio Tinto;

Page 26: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

65

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

15- Litoral Sul É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Zona

da Mata Paraibana e está dividida em quatro municípios. Possui uma área total de 1.042,989 km². Municípios: - Alhandra - Caaporã - Pedras de Fogo – Pitimbu; 16- Patos

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Sertão Paraibano e está dividida em nove municípios. Possui uma área total de 2.483,972 km². Municípios: - Areia de Baraúnas - Cacimba de Areia - Mãe d'Água -Passagem - Patos - Quixabá - Santa Teresinha - São José de Espinharas - São José do Bonfim; 17- Piancó

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Sertão Paraibano e está dividida em nove municípios. Possui uma área total de 3.285,713 km². Municípios: - Aguiar - Catingueira - Coremas - Emas - Igaracy - Nova Olinda - Olho d'Água - Piancó - Santana dos Garrotes; 18- Sapé

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Zona da Mata Paraibana e está dividida em nove municípios. Possui uma área total de 1.139,588 km². Municípios: - Cruz do Espírito Santo - Juripiranga - Mari - Pilar -Riachão do Poço - São José dos Ramos - São Miguel de Taipu - Sapé – Sobrado; 19- Seridó Ocidental

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Borborema e está dividida em seis municípios. Possui uma área total de 1.738,436 km². Municípios: - Junco do Seridó - Salgadinho - Santa Luzia - São José do Sabugi - São Mamede – Várzea; 20- Seridó Oriental

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Borborema e está dividida em nove municípios. Possui uma área total de 2.608,719 km². Municípios: - Baraúna - Cubati - Frei Martinho - Juazeirinho - Nova Palmeira - Pedra Lavrada - Picuí - Seridó – Tenório;

Page 27: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

66

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

21- Serra do Teixeira É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião

Sertão Paraibano e está dividida em onze municípios. Possui uma área total de 2.651,051 km². Municípios: - Água Branca - Cacimbas - Desterro - Imaculada - Juru -Manaíra - Maturéia - Princesa Isabel - São José de Princesa - Tavares – Teixeira; 22- Sousa

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Sertão Paraibano e está dividida em dezessete municípios. Possui uma área total de 4.784,729 km². Municípios: - Aparecida - Cajazeirinhas - Condado - Lastro - Malta -Marizópolis - Nazarezinho - Paulista - Pombal - Santa Cruz - São Bentinho - São Domingos de Pombal - São Francisco - São José da Lagoa Tapada - Sousa -Vieirópolis - Vista Serrana 23- Umbuzeiro

É uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Agreste e está dividida em cinco municípios. Possui uma área total de 1.167,974 km². Municípios: - Aroeiras - Gado Bravo - Natuba - Santa Cecília -Umbuzeiro. Aspectos rurais

O espaço agrário paraibano desde o início da colonização portuguesa tem-se constituído

em um espaço de exploração. As articulações entre as variáveis econômicas, sociais, políticas e culturais tecem um “ambiente de vida” gravoso à sobrevivência da classe trabalhadora. A sua estruturação e a sua organização subordinadas inicialmente aos interesses do capital mercantil metropolitano e mais recentemente, aos ditames de valorização do capital industrial e financeiro, não têm como finalidade o atendimento das necessidades básicas da maioria da população. Ao se afirmar que o espaço agrário tem sido historicamente, do ponto de vista do trabalhador, um espaço de exploração, não se nega que as condições de vida no campo não tenham experimentado mutações. Com efeito, as formas de exploração têm sofrido alterações ao longo do tempo, à medida que o espaço agrário evolui e se reestrutura. O escravo, o morador, o boia-fria, são expressões diversas dessa exploração, correspondentes a diferentes momentos do processo de acumulação do capital na agricultura. Ser livre é qualitativamente diferente de ser escravo. Ser assalariado representa mudança substancial em relação a ser morador de condição. Ao se exemplificar as transformações ocorridas, não se deseja passar a impressão de que haja uma melhoria linear nesse processo evolutivo. Se, por um lado, a perda do acesso à terra por parte do assalariado em relação à sua antiga condição de morador é sentida, por outro lado, o fim do controle sobre a sua força de trabalho e a de seus familiares é algo sublinhado em diferentes testemunhos de agricultores.

Page 28: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

67

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

Não se deve esquecer também, que as formas concretas assumidas pela passividade/luta dos trabalhadores, em diferentes momentos da história, têm sido de fundamental importância para o quadro em que se circunscreve a vida do trabalhador e as formas de ocupação e de organização do espaço. Assume-se, portanto, que as condições de vida dos trabalhadores rurais estão vinculadas ao modo de estruturação e de organização do espaço agrário. Daí a importância de um estudo que procura desvendar a dinâmica organizacional desse espaço, enquanto subsídio para os movimentos que se integram na luta pela melhoria da qualidade de vida da classe trabalhadora. Foi com base nesses pressupostos que este trabalho foi concebido e desenvolvido. Nele, dá-se ênfase, num primeiro momento, ao processo inicial de formação do espaço agrário paraibano e à evolução da sua organização até os anos 60 do século atual. Constata-se aqui que a “aparente” não organização desse espaço antes da chegada do colonizador estava, na verdade, relacionada ao estágio de desenvolvimento das sociedades tribais aí residentes. O espaço “intocado” era de fundamental importância para a sobrevivência das tribos indígenas. Observa-se ainda que durante todo período colonial a agricultura estadual se organizou em função de um “excedente colonial”. As culturas exploradas, as relações de trabalho implantadas, o nível tecnológico vigente e a distribuição da propriedade da terra, tudo isso foi montado segundo as necessidades de extração de um excedente por parte do capital mercantil então dominante. Nessa fase, o “espaço intocado” do período anterior ao descobrimento foi sendo modificado, segundo as novas necessidades da estrutura do poder colonial. Essa dinâmica permaneceu ditando as regras da organização espacial mesmo após a independência do Brasil. E não poderia ser diferente, pois o novo status político não implicou em modificações na estrutura de dominação socioeconômica. Embora no final do século passado e início deste tenham ocorrido mudanças significativas na organização da produção e do trabalho no campo, tais como a expansão da cotonicultura, a implantação das Usinas de açúcar, o fim da escravidão e o fortalecimento do sistema morador e de outras relações de trabalho pré-capitalistas, a lógica dominante continuou sendo a do modelo primário-exportador. Mais recentemente, com a dominação real do capital sobre o processo produtivo agrícola, através da chamada “modernização conservadora”, verificam-se profundas mudanças na organização do espaço agrário estadual. O estudo dessas mudanças refletidas no uso do solo, na estrutura fundiária, na base técnica da produção, na dinâmica da população, nas relações de trabalho e no emprego rural é realizado ao longo dos capítulos três a sete. A análise efetuada ao longo desses capítulos não se restringe a um “inventário” da paisagem. Procura-se ir além da aparência do fenômeno para apreender o processo global do qual as transformações da paisagem são apenas um elemento. Deste modo, as modificações da organização agrária são situadas dentro de um quadro explicativo mais amplo. Elas são relacionadas ao processo de modernização conservadora da agricultura que aqui teve lugar e que se constituiu no vetor primordial da expansão do capital no agro paraibano. Foi, portanto, o novo padrão de acumulação implantado, onde o Estado desempenha papel importante, que determinou as alterações mencionadas. A reação da população a esse processo seja através da luta por terra ou por melhores condições de vida e trabalho, bem como a violência no campo paraibano, são abordados no capítulo oito. Nele faz-se menção ao papel do Estado, da Igreja, da classe patronal, dos movimentos sociais e das organizações não governamentais frente à luta dos trabalhadores. Para

Page 29: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

68

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

a sua elaboração contou-se com a colaboração da professora Rosa Maria Godoy na versão preliminar do item que trata da luta dos trabalhadores por melhores condições de vida, salário e trabalho. O professor Giuseppe Tosi não só revisou esse item, como o complementou com informações preciosas, fruto da sua experiência de trabalho junto ao movimento sindical. A urbanização

Na Paraíba, o processo de ocupação do território se deu primeiramente em função da produção do açúcar, que beneficiou especificamente as cidades que se encontravam próximas aos campos de cultivo da cana de açúcar, e que tinham um porto para escoar a produção. Destacam-se durante os séculos XVI e XVII a cidade da Parahyba (João Pessoa), com o porto do Capim e Mamanguape, que até o final do século XIX era um importante centro comercial e cultural em função de seu porto.

Ao processo de ocupação do interior, corresponde o aparecimento de povoados que iria, posteriormente, com a atividade do gado e do algodão, se tornarem cidades.

O sertão do Piancó agrupara as principais vilas do interior nos séculos XVII e XVIII. Piancó foi a primeira localidade do sertão da Paraíba oficialmente com categoria de povoação.

Do ponto de vista comercial, as feiras se constituem na forma de comércio mais tradicional do Estado e tiveram uma importância histórica relevante na formação de povoados, sobretudo as feiras de gado. Muitas cidades do interior tiveram sua origem como ponto de parada dos tangerinos que tangiam boiadas do sertão para o litoral.

Podemos citar Campina Grande, Areia, Itabaiana, Taperoá, Santa Luzia, Monteiro e outros centros de zona.

Campina Grande é a segunda cidade mais importante do Estado. Situada na região do Agreste, a sua ocupação está relacionada ao declínio da agroindústria canavieira a partir do século XVII. A feira de gado, inicialmente, e o comércio do algodão conjugado com a ferrovia, posteriormente, deram um grande impulso econômico a esta cidade que, até a década de sessenta era a mais importante do Estado.

Patos surge posteriormente e passa a ter importância, de fato, a partir do início do século XX, pela sua condição de "passagem obrigatória" para quem vai para o sertão, sendo ainda hoje a função de entroncamento rodoviário bastante significativa para a dinâmica urbana local. De acordo com a classificação urbana elaborada pelo IBGE, Patos é a terceira mais importante cidade do Estado.

A partir do período republicano, no final do século XIX, a urbanização deixa de ser apenas um processo de adensamento populacional em determinados núcleos, para se tornar um elemento de um processo mais amplo: a modernização. Tal processo, entre outras coisas, acaba por ocasionar alterações nos costumes e hábitos das populações locais, ao serem introduzidas novas ideologias, a partir dos meios de informação, cultura e lazer que veiculavam práticas e costumes tidos como "civilizados", sendo suas origens, europeias.

A urbanização, por sua vez, passa a ser um processo mais complexo, trazendo para as cidades a necessidade da implantação de infraestrutura urbana (serviços de iluminação pública, água, saneamento, vias e transporte coletivo), sistema educacional (de base acadêmica europeia) e os meios de informação por onde as influências inovadoras penetram, como teatros,

Page 30: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

69

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

museus, bibliotecas, jornais, agremiações, partidos políticos e outros, diversificando a vida urbana, antes centrada nas atividades religiosas.

A cidade se abre para as pessoas, surgindo às praças e os coretos. O modo de vida urbano na Paraíba se caracteriza a partir deste período nas cidades onde a elite urbana comandava a política local. As cidades da Paraíba que se destacaram entre o final do século XIX até a década de trinta foram: João Pessoa, Campina Grande, Itabaiana, Guarabira e Princesa Isabel. João Pessoa por ser sede administrativa e religiosa;

Campina Grande pelo intenso comércio com Recife, sendo centro comercial e industrial; Itabaiana pela feira de gado e por ter sido beneficiada com um ramal da rede ferroviária, ligando-se à Recife, assim como Guarabira; e Princesa, por ter sido porta de escoamento dos produtos do alto sertão para Pernambuco além de abrigar funcionários e engenheiros, a partir da política de construção de açudes, beneficiando-se com uma dinamização nas atividades de serviços.

As cidades mais importantes do Estado, na metade do século XX, eram as que beneficiavam e/ou comercializavam algodão, como Cajazeiras, Souza, Campina Grande, Patos, Monteiro, Piancó, Itabaiana e João Pessoa. Rio Tinto, no litoral, surgiria em 1924 como comunidade industrial a partir do estabelecimento da Companhia de Tecidos Rio Tinto do Grupo Lundgren, uma família de origem sueca que ainda hoje possui grandes extensões de terras no litoral nordestino. A cidade, por sua vez, entrou em decadência com o fechamento da fábrica.

Por fim, o estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que classifica as cidades paraibanas de acordo com a população, a oferta de infraestrutura urbana, de equipamentos, de serviços, do comércio e da indústria, mostra que no estado predominam os centros de menor nível e poucas são as cidades de nível médio. Por outro lado, a população e a riqueza concentram-se nas duas maiores cidades do Estado: João Pessoa e Campina Grande, evidenciando a má distribuição da riqueza e a pobreza generalizada, resultantes do processo histórico de ocupação do território paraibano. Localidades mais antigas do Brasil

O mais correto é falarmos em "primeiros povoados", para evitar a confusão jurídica entre freguesia, distrito, vila, cidade e município - São Vicente foi a primeira vila, Salvador, a primeira cidade, por exemplo. Desse modo, os mais antigos povoados são: 1. Cananéia (SP) - 1531 2. São Vicente (SP) - 1532 3. Espírito Santo (ES)/Igaraçu (PE)/Olinda (PE) (foto) - 1535 4. Pereira (Bahia, futura Vila Velha)/Nazaré (Maranhão)/Santos (SP) - 1536 5. Iguape (SP) -1537 6. Vila da Rainha (próxima ao rio Itabapuana, RJ) - 1538-39 7. Vitória (Ilha de Santo Antônio, ES) - 1540 8. Salvador (BA, 1ª capital do Brasil)/Itanhaém (SP) - 1549 9. Santo André da Borda do Campo (SP) - 1553 10. São Paulo (SP) - 1554

Page 31: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

70

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

Maiores e menores municípios na Paraíba A título de curiosidade apresentamos os maiores e os menores municípios da Paraíba em termos de área:

Os municípios de João Pessoa com 210,80 km² ocupa a 106ª posição no estado e Campina Grande com 641,33 km² ocupa a 16ª posição no estado. Em relação à população da Paraíba, segue a lista dos mais populosos e os menos populosos:

Page 32: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

71

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A Questão Ambiental. Disponível em: <http://www.tiberiogeo.com.br/AssuntoController/buscaAssunto/52> Acesso em 15 julho 2015.

Page 33: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

72

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

A Paraíba. Disponível em: < http://www.viladoartesao.com.br/blog/2008/04/a-paraiba/> Acesso em 28 setembro 2012. CARVALHO, PAULO G.M. Meio ambiente e políticas públicas - a atuação da FEEMA no controle da poluição industrial. Campinas: UNICAMP, 1987. Desenvolvimento e Meio Ambiente uma Falsa Incompatibilidade. Disponível em: <http://www.ie.ufrj.br/gema/dcie_publicacoes.php > Acesso em 12 janeiro 2012. Desenvolvimento e Meio Ambiente: Suas Interfaces Econômicas, Sociais, Éticas, Ambientais e Jurídicas. Disponível em: <http://jusvi.com/pecas/20635> Acesso em 12 janeiro 2012. FELLENBERG, GÜNTER. Introdução aos Problemas da Poluição ambiental. São Paulo: E.P.U., 2007. História da Paraíba. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Para%C3%ADba> Acesso em 28 setembro 2012. MINC, Carlos. Ecologia e Cidadania. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2005. MILLER, G. TYLER. Ciência Ambiental. 11ª ed. São Paulo: Thomson Learning, 2007. MOREIRA, Emilia Moreira; TARGINO, Ivan. Capítulos de Geografia Agrária da Paraíba. João Pessoa: Universitária, 1996. RODRIGUES, J. L. Atlas da Paraíba. 2ªed. João Pessoa. Grafset. 1999. SILVA, Lígia Maria Tavares da. Características da Urbanização na Paraíba. João Pessoa: Revista Cadernos do Logepa, 2004.

Page 34: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

73

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

NEGUINHO (Caetano Veloso – 2011)

Neguinho não lê, neguinho não vê, não crê, pra quê Neguinho nem quer saber

O que afinal define a vida de neguinho

Neguinho compra o jornal, neguinho fura o sinal Nem bem nem mal, prazer

Votou, chorou, gozou: o que importa, neguinho?

Rei, rei, neguinho rei Sim, sei: neguinho

Rei, rei, neguinho é rei Sei não, neguinho

Se o nego acha que é difícil, fácil, tocar bem esse país Só pensa em se dar bem – neguinho também se acha

Neguinho compra 3 Tvs de plasma, um carro, Gps e acha que é feliz Neguinho também só quer saber de filme em shopping

Rei, rei, neguinho rei

Sim, sei: neguinho Rei, rei, neguinho é rei

Sei não, neguinho

Se o mar do Rio tá gelado Só se vê neguinho entrar e sair correndo azul

Já na Bahia nego fica den'dum útero Neguinho vai pra Europa, States, Disney e volta cheio de si

Neguinho cata lixo no Jardim Gramacho

Neguinho quer justiça e harmonia para se possível todo mundo Mas a neurose de neguinho vem e estraga tudo

Nego abre banco, igreja, sauna, escola Nego abre os braços e a voz

Talvez seja sua vez: Neguinho que eu falo é nós

Rei, rei, neguinho rei

Sim, sei: neguinho Rei, rei, neguinho é rei

Sei não, neguinho

Page 35: DISCIPLINA: ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA · universidade vale do acaraÚ - uva universidade aberta vida - unavida curso: pedagogia disciplina: ensino da histÓria e da geografia

74

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ensino da História e da Geografia – Professor: Tibério

PARAÍBA JOIA RARA Tom Oliveira

Aqui o sol nasce primeiro

E tão desinibido

E a lua exibe um estrelato

Com tanta beleza

Que até o algodão se empolga

E já vem colorido

Exibições inexplicáveis

Da mãe natureza

Aqui até os dinossauros

Fizeram morada

E a gente pode ao som

De Jackson pandeirear

Ouvir a voz que na bandeira

Ficou estampada

Dar frutos

Que o tempo e a história

Não vão apagar

Eu sou da Paraíba é meu esse lugar

A cara desse povo tem a minha cara

Encanto de beleza que me faz sonhar

Lugar tão lindo assim pra mim é joia rara

Que bom estar no ponto mais oriental

Astrologicamente ser um ariano

Rimar como um augusto tão angelical

Eu sou muito feliz, eu sou paraibano