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PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PESSOAS COM ÊNFASE EM RECURSOS HUMANOS DISCIPLINA COMUNICAÇÃO E RELACIONAMENTO INTERPESSOAL PROFESSOR ME. DIÓGENES ALEXANDRE DA COSTA LOPES NOVO PROGRESSO PA MAIO - 2017

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PÓS-GRADUAÇÃO EM

GESTÃO DE PESSOAS COM ÊNFASE EM

RECURSOS HUMANOS

DISCIPLINA

COMUNICAÇÃO E RELACIONAMENTO

INTERPESSOAL

PROFESSOR

ME. DIÓGENES ALEXANDRE DA COSTA LOPES

NOVO PROGRESSO – PA MAIO - 2017

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CURRÍCULO RESUMIDO DO PROFESSOR

Mestre em enfermagem pela Universidade Guarulhos (UnG-SP), pós-graduado em gerontologia pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Coordenador do curso de enfermagem da Faculdade do Vale do Jurena (AJES-MT) campus Guarantã do Norte - MT. Experiência em Enfermagem, com ênfase em gerontologia, atenção primária, administração, urgência e emergência. Experiência em credenciamento de instituições de educação superior e de reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos de graduação. Endereço para acessar este CV:http://lattes.cnpq.br/7804237316809929

EMENTA E BIBLIOGRAFIA

Ementa Estudos sobre relacionamento interpessoal e perspectivas; Relacionamento com o

grupo, a criatividade e a tomada de decisão; Como lidar com as pessoas no ambiente

de trabalho; Processo de Comunicação; A linha da conversação; A construção da

percepção; A percepção como forma de refinar a compreensão.

REFERÊNCIA BOBLIOGRÁFICA

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Importância da disciplina

As relações interpessoais no trabalho é uma preocupação constante de

pensadores sobre a gestão das organizações que se relacionam com o público. Tudo

começa pela abordagem humanística na escola das Relações Humanas.

Atualmente o paradigma da materialização consumista de ter a qualquer preço

e da competição vem mostrando um estado de desagregação social e o homem

máquina já não se admite mais.

O século XXI em mostrando que a relação homem-máquina não tem servido

para a qualidade de vida do ser humano. Como diz Mocovici (1995):

O relacionamento humano está passando por uma crise aguda de consequências

imprevisíveis. À medida que a mecanização do mundo prossegue aceleradamente, a

relação humana fica abalada, deformando-se em direção á sua própria mecanização.

Aumenta a tendência de ver o outro como objeto, instrumento de sua própria

satisfação.

E Completa:

Há um evidente e imenso descompasso entre progresso tecnológico e

progresso social em termos de qualidade de vida. O primeiro cresce em ritmo

exponencial enquanto o outro se arrasta penosamente como um réptil, com

retrocessos inexplicáveis. (MOSCOVI, 1995, p. 61)

Na vida individual trabalhar deveria significar a satisfação de ser útil. O

trabalho deveria completar a criação, recriação, pertencimento, autoestima e

reconhecer sua importância na construção de um mundo e de uma vida melhor para

todos. O local de trabalho deve ser o começo, o caminho e por que não dizer fator de

felicidade.

O animal homem só se humaniza e barbariza na presença de seus

semelhantes, dependendo da posição que assume polariza uma ou outra posição,

possibilidade admitida somente na convivência social.

Conviver socialmente significa manter relações interpessoais, viver em contado

com os outros diferentes em vários sentidos e é pelo reconhecimento e respeito

dessas diferenças que tudo deve começar.

Para o gestor, o primeiro passo no aperfeiçoamento de sua prática social é

desenvolver a habilidade no tratar com pessoas e para isto, se torna importante o

conhecimento de como são estruturadas e que fatores influenciam seu

comportamento.

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Se você entender a natureza das pessoas, se souber por que fazem as coisas,

se souber por que agem e reagem sob certas condições, só então você poderá se

tornar um gestor de sucesso.

Isto porque “quando refletimos sobre nossa prática também trazemos à

reflexão da nossa história, nossos hábitos, família, cultura, gostos, aversões, relações

com os outros, angústias e nossas obsessões” (PERRENOUD, 2002).

As pessoas são diferentes. Têm personalidades diferentes e comportamentos

diferentes. Cor, raça, credo, aspirações... nos fazem diferentes. Mas, tudo isso, não

nos faz desiguais. O preconceito é que nos torna desiguais. Não existem relações

interpessoais (educativas) produtivas onde existe o preconceito. (DERKOSKI, 2003)

No ensino sem o reconhecimento das diferenças biológicas, genéticas,

congênitas e funcionais: cor da pele, estatura, resistência física, composição do

sistema nervoso, muscular e ósseo, portador ou não de alguma deficiência, mental;

das patrocinadas pelas ações ambientais, representadas pela cultura, solo, fauna,

flora, clima; e ainda as dependentes da estrutura psíquica, personalidade, neuroses,

psicoses, complexos e outros fenômenos ligados ao consciente e inconsciente, a

prática pedagógica não funciona.

O preconceito se reflete nas relações pessoais baseadas nas aparências e

heranças culturais. Alguém já afirmara “Quem preconceitua se esquece, o sofredor

nunca”.

“Tentar compreender a alteridade, isto é, a relação com os/as outros/as, é um

tema candente no cenário internacional contemporâneo. A xenofobia e o racismo, as

guerras étnicas, o preconceito e os estigmas, a segregação e a discriminação

baseadas na raça, na etnia, no gênero, na idade ou na classe social são fenômenos

amplamente disseminados no mundo, e que implicam em altos graus de violência.

Todos eles são manifestações de não reconhecimento dos/das outros/as como seres

humanos, com os mesmos direitos que os nossos” (JELIN, 2003).

Alteridade seria, portanto, a capacidade de conviver com o diferente, de se

proporcionar um olhar interior a partir das diferenças. Significa que eu reconheço “o

outro” também como sujeito de iguais direitos. É exatamente essa constatação das

diferenças que gera a alteridade (JELIN, 2003).

“A intolerância, geralmente pela incapacidade de perceber o universo de inter-relações

sócias e culturais determinantes de uma dada situação, exige um culpado para

satisfazer um erro” (JELIN, 2003).

Assim para avançarmos um pouco mais vamos começar revendo estas

diferenças.

1. Estudo das diferenças individuais

Thomason (1978) comenta sobre as diferenças:

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“A partir do início da vida do germe da célula fertilizada, cada indivíduo difere

do outro de alguma forma. Como diz Elizabeth Gregg MacGibbon, ‘Parte do grande

mistério de toda a natureza é que não existem duplicatas. Em suas fábricas, o homem

produz centenas, milhares e até milhões de duplicatas. Mas tal não se dá no grande

universo’. Duas folhas, dois flocos de neve, duas pessoas (nem mesmo gêmeos

idênticos), são absolutamente iguais. Este princípio de individualidade é conhecido

como ‘variação’”.

1.1. Diferenças biológicas

É útil na apresentação deste estudo uma exposição rápida de algumas dessas

diferenças adaptadas de Thomason (1978):

Admite-se geralmente que os seres humanos herdam certos atributos básicos,

quer físico quer mental. Isto inclui órgãos do sentido, os músculos, as glândulas, o

cérebro, e a estrutura nervosa da qual depende a possibilidade e a capacidade de

aprendizado. Em outras palavras, nascemos com um corpo que funciona e com uma

mente que é parte fisiológica deste corpo, e que dirige quase toda sua atividade. Isto

parece por demais óbvio para ser mencionado, mas precisamos considerá-lo

seriamente, pois que muito comportamento humano resulta da própria natureza do

corpo como um organismo vivo.

Qualquer organismo vivo e especialmente o corpo humano, que é o

mais complexo organismo vivo, depende de certos materiais e condições para a

manutenção da própria vida. Nisto está incluído o alimento, a água, os reparos pelo

descanso, à reprodução, e a temperatura tolerável. Além disso, herdamos por meio de

nossos corpos, certos impulsos ou necessidades tais como a fome, a sede, a urgência

do sono, o impulso sexual e o instinto de proteger-se contra os elementos. Se nos

detivermos um pouco veremos que se o corpo não carregasse consigo esses impulsos

básicos, muito facilmente “esqueceria” de continuar a viver.

1.2. Diferenças instintivas

Thomason (1978):

Somos diferentes também nos reflexos – certas formas de atividade ou reação

que não são dirigidas pela consciência – tais como o reflexo do joelho, ou o cerrar as

pálpebras diante do brilho súbito da luz. Os reflexos são muitas vezes denominados

“instintos” à medida que se tornam mais complexos, e são mais fáceis de observar

tanto em número como em importância aos estudarmos as atividades das formas

inferiores de vida. Uma abelha, por exemplo, parece ser muito mais controlada pelo

instinto do que pela razão, enquanto que o comportamento do homem, que é mais

racional de todos os animais, parece ser o menos controlado pelos instintos ou

reflexos.

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Há ainda outro impulso que pertence a todos os organismos e que consiste na

procura do “prazer” e no evitar o “desagradável”. Este é o impulso da “segurança”. Na

humanidade isto dá margem a uma série de características comuns que exigem

especial atenção neste trabalho sobre a Natureza Humana.

O primeiro deles é a “curiosidade”, sem a qual dificilmente saberíamos o que

procurar ou o que evitar em nossos esforços para obter segurança.

O outro é o “desejo de ser reconhecido” que, quando satisfeito, dá uma espécie

de segurança espiritual, e no melhor dos casos pode mesmo produzir certa segurança

material.

Uma terceira característica comum é a “rivalidade ou o espírito de competição”,

que leva o homem a conquistar algumas das satisfações da vida que parecem não

existir em quantidade suficiente para que todos possam largamente gozá-las.

O quarto impulso é o espírito “gregário”, ou o desejo de viver agrupado a fim de

aumentar a segurança pela proximidade dos outros.

O quinto é o espírito “criador, ou o impulso de fazer”, de compor, de realizar, ou

de qualquer modo modificar o meio ambiente para nossa maior satisfação.

Todos estes impulsos – curiosidade, desejo de ser reconhecido,

rivalidade, espírito gregário e espírito criador – variam de indivíduo para indivíduo

apenas em graus. Eles merecem nossa particular atenção, pois, tendo compreendido

que não são apenas uma parte vital da nossa formação, mas sim também da

formação de todos os outros indivíduos com os quais entramos em contato, temos aí o

início da compreensão das pessoas que nos auxiliarão quando a elas convivemos.

1.3. Diferenças psicológicas

As pessoas são diferentes devido à estrutura psicológica de cada um,

explicada pela psicologia e psicanálise.

A psicologia tentando explicar o como e o porquê das ações dos indivíduos e

dos grupos de indivíduos, seus pontos de semelhanças e suas diferenças, e a forma

pela qual são influenciados pelo ambiente que os cerca. Procura esclarecer a natureza

original das pessoas, seus traços adquiridos, e a maneira pela qual os adquiriu e as

modificações que acarretaram à natureza humana em suas relações mútuas e em

suas formas de sustento (THOMASON, 1978).

Já os conceitos principais da teoria psicanalítica são os de energia, libido e

catéxis; as subdivisões da personalidade (id, ego e superego); as qualidades mentais

(consciente pré-consciente e inconsciente); os instintos; as defesas do ego e a

formação das características individuais (AGUIAR, 1988).

De acordo com a teoria vigente, todas as pessoas possuem a mesma estrutura

psíquica, porém os conteúdos dos elementos citados acima diferem entre elas.

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Existem em cada um de nós e entre nós e de forma diferente, uma maior ou

menor normalidade/anormalidade, que se aponta como, histerias, neuroses, fobias e

complexos de inferioridade expostos a todo o momento às outras pessoas que

compartilham conosco do mesmo espaço comunitário que influenciam nosso

relacionamento diário.

1.4. Diferenças sócio-ambientais

O homem é também resultado do meio cultural em que foi socializado. Ele é

um herdeiro de um longo processo acumulativo, que reflete o conhecimento e a

experiência adquirida pelas numerosas gerações que o antecederam. A manipulação

adequada e criativa desse patrimônio cultural permite as inovações e as invenções.

Estas não são, pois, produto da ação isolada de um gênio, mas o resultado do esforço

de toda uma comunidade. (LARAIA, 1992).

O comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, processo que

chamamos de socialização, composta da família, mídia, conhecimentos adquiridos,

símbolos, mitos, religião, tradições etc. sintetizado de cultura, em decorrência de uma

educação diferenciada.

Depende também da história das sociedades; com exceção da coletora, até

nossos dias, constatamos um poder ideológico que as organiza em duas classes, a

opressora e a oprimida:

A opressora que mantém e conserva a seu favor, todo um aparato, de

aparelhos de estado, de intelectuais orgânicos e da própria religião, para gerar um

comportamento subalterno e conformado - “consciência ingênua” (FREIRE, 1983).

A dominada que vive a espera de um milagre para a superação de suas

mazelas entregue ao assistencialismo caritativo da classe dominante.

Compreender que no nosso dia-dia escolar estamos expostos a essa realidade

se torna importante para uma convivência mais respeitosa, crítica, motivadora e de

construção conjunta.

A sala de aula é uma comunidade de pessoas diferentes que sendo

despertadas sinergéticamente podem criar, fazer ciência e até mudar determinados

conceitos e procedimentos.

“No mundo e com o mundo, o homem se relaciona com outros homens. A

consciência de si e do mundo, acrescenta a consciência do outro. Dois sujeitos que

conhecem o mesmo mundo, criam o mundo da comunicação que se faz pela palavra e

pensar no plural. A expressão da comunicação que se define como ação e reflexão. A

palavra fundamenta o diálogo, que se realiza no encontro de sujeitos que buscam o

significado do mundo” (NEMES, 1983).

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1.5. Diferenças de paradigmas

Atualmente a diferença de paradigma, modelo idealizado de vida escolhido

pessoalmente o influenciado por outros, contribui para distinguir o comportamento das

pessoas.

A educação é determinada pelo poder estabelecido a todos seus atores:

alunos, assistente sociais, dirigentes, auxiliares, burocratas, secretários e vigias, que

são responsabilizados á promover a aprendizagem de acordo com o paradigma

escolhido. Cada período histórico tem seu modelo.

Atualmente vivemos o paradigma do ter representada pelo consumo como

sinônimo de qualidade de vida e status, que tem levado a uma grande maioria de

pessoas a perderem a noção dos valores universais na ânsia de possuir coisas.

A promessa da era atual da posse ilimitada de bens não está dando conta da

busca do bem estar e da dignidade das pessoas.

O emprego da máquina e tecnologia para melhorar a qualidade de vida das

pessoas durantes estes séculos da revolução industrial e tecnológica, com algumas

exceções, aumentaram a insegurança, a miséria e a desolação ao restante das

populações do mundo todo. Resumindo Fromm (1980), esta era deixou de cumprir a

sua grande promessa por que:

A satisfação irrestrita de todos os desejos não é conducente ao bem-estar; nem

á via para a felicidade ou mesmo para o prazer.

O sonho de sermos senhores independentes de nossas vidas terminou quando

despertamos para o fato de que todos nos tornamos peças ínfimas da máquina

burocrática, com nossos pensamentos, sentimentos e gostos manipulados pelo

governo, pela indústria e pelas comunicações de massa que controlam tudo.

O próprio progresso tecnológico ensejou perigos ecológicos e riscos de guerra

nuclear, cada um dos quais ou ambos ou quais podem acabar com toda civilização e

possivelmente com a vida.

Esquecidas estas observações, o paradigma da grande promessa ainda vive

entre nós e influencia o comportamento da própria educação. O ter conhecimento

(informação) ensombra a estruturação do caráter (ser) na formação da cidadania, tão

apregoada em nossas propostas de ensino.

Todos os níveis de ensino têm sua responsabilidade na humanização e na

construção da cidadania, mas o que se está vendo no mundo atual e principalmente

no Brasil são exemplos abomináveis de pessoas com altos cabedais de

conhecimentos (ministros, juízes, senadores, governadores, deputados, prefeitos,

vereadores, profissionais liberais e outros mais) que trilham pela ilegalidade e a

impunidade num claro exemplo de falta de formação moral. Talvez as escolas, a

graduação e a pós-graduação tenham ensinado tudo sobre ter e tenham se esquecido

de ensinar como ser.

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Os gestores que se dizem educadores devem levar a sério esta situação e

trabalhar para que tanto a informação (ter) como a formação (ser) estejam

contrabalançadas na suas práticas pedagógicas.

Recordando conceitualmente este assunto sob os termos caráter e

personalidade sintetizando Covey (2.004) temos:

Caráter vem de dentro – dos princípios básicos do ser, da raiz, onde são

formados os hábitos primários corretos. Estes hábitos primários constroem o “ser”

proveitoso, e que as pessoas só podem conquistar o verdadeiro sucesso e a felicidade

duradoura quando aprendem a integrar estes princípios ao seu caráter básico.

A Ética do Caráter se baseia na ideia fundamental de que existem princípios

governando a eficácia humana. – leis naturais para o relacionamento humano que são

tão reais, imutáveis e indiscutíveis quanto à lei da gravidade no plano físico.

O mesmo autor Covey (2.004), dá ainda algumas características do ser ético:

Imparcialidade – a partir do qual se desenvolve toda noção de justiça e

equidade.

Integridade e a honestidade – elas criam as bases da confiança, algo

fundamental para o estabelecimento da cooperação e do crescimento pessoal e

interpessoal em longo prazo.

Dignidade humana – “Sustentamos que estas verdades são evidentes em si:

todos os homens foram criados iguais, e dotados, com determinados direitos

inalienáveis, entre os quais se encontram a vida, a liberdade e a busca da felicidade”

(Declaração de Independência dos Estados Unidos).

Servir – dar uma contribuição ao outro.

Paciência, educação e encorajamento – são a base para o desenvolvimento do

potencial dos talentos já existentes em cada um.

Completam - Integridade, humildade, fidelidade, persistência, coragem, justiça,

paciência, diligência, modéstia e a regra de ouro – fazer aos outros o que desejamos

que nos façam.

O ambiente escolar é formado de recursos materiais e pessoas, aqueles só

manifestam suas qualidades através da qualidade destes, porque embora exista toda

uma tecnologia em expansão, as pessoas serão sempre imprescindíveis no fazer

educativo, que na inspiração de Freire (1980) é um ato amoroso.

Pois bem, o ato amoroso é comprometimento, doação e consequentemente

relacionamento humano. É pela sua existência ou sua falta que se pode estar

colaborando com a construção da cidadania de cada participante da comunidade

escolar.

Em outras palavras é abrir caminho para a humanização. Buscar no interior do

ser o que se perdeu na procura do ter.

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Como disse Boardman em Hal (2004): “plante um ato... Colha um hábito; plante

um hábito... Colha um caráter; plante um caráter... Colha um destino”... . O tipo de vida

que desejamos depende do tipo de pessoa que somos e isto depende de nosso

caráter. O aluno de uma maneira muito própria e geral valoriza o caráter do gestor. O

gestor que pelo seu exemplo na prática de valores éticos, troca o poder autocrático

pela liderança faz seguidores.

Em uma pesquisa no interior de salas de aula, com alunos enfermagem e

administração em Juina/MT perguntados sobre as características de um bom gestor

responderam:

31% sobre o caráter

29% sobre as relações interpessoais

16% sobre conhecimento do gestor

14% sobre a didática

(DERKOSKI, 2007)

Levando-se em consideração a correlação dos valores do caráter e o

comportamento interpessoal que nos remetem ao modo de “ser” do gestor reclamado

e desejado pelos pesquisados, temos como indicação a preocupação que devemos

com o comportamento dos docentes das instituições de ensino.

Não é o conhecimento que temos ou as técnicas que empregamos para

ministrar aulas que nos tornam bem sucedidos. É quem somos!

Gestores com princípios nobres e de bom caráter, têm hábitos, como

integridade, preocupação com os outros, generosidade, solidariedade, confiabilidade.

Sabem que é impossível ter uma boa vida sem a vivência na integridade dos valores

universais.

“Não existe, neste mundo todo, uma superioridade real que possa ser separada

de uma vida correta”. (HAL, 2004)

Personalidade vem de fora: Pouco depois da Primeira Guerra Mundial, a visão

básica do sucesso deslocou-se da Ética do Caráter para o que se poderia chamar de

Ética da Personalidade.

Fromm (1980) explica:

O sucesso tornou-se mais uma decorrência da personalidade, da imagem

pública, atitudes e comportamentos, habilidades e técnicas que lubrificam o processo

de interação humana.

O charme e o apelo mais popular da Ética da Personalidade encontram-se na

crença de que existe um caminho rápido para se obter qualidade de vida – eficácia em

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nível pessoal e relacionamentos satisfatórios e profundos com outras pessoas, sem

passar pelo processo natural de esforço e amadurecimento que a torna possível.

Trata-se de uma forma sem conteúdo, de um esquema para se “ficar rico

depressa”, por meio de promessas de “fortuna sem fazer força”. Pode até dar certo,

mas a falta de escrúpulo é inegável.

Hoje em dia nos deparamos com indivíduos que se comportam como

autômatos, que não conhecem ou compreendem a si mesmos, e a única pessoa que

conhecem é a que pensam ser, alguém cuja conversa vazia substituiu a comunicação

real, alguém em que o sorriso sintético tomou lugar do riso genuíno e a sensação de

desespero total ocupou o vazio deixado pela dor autêntica.

Em última análise, o que somos comunica com muito mais eloquência do que o

que fazemos ou dizemos. Nós todos sabemos disso. Existem pessoas em que

confiamos de forma absoluta, pois conhecemos seu caráter. Não importa se são

eloquentes ou se conhecem as técnicas de comunicação ou não. Confiamos nelas, e

trabalhamos com elas de modo proveitoso.

É obrigação ética das instituições educacionais em todos seus níveis promover

a oportunidade de reflexão aos gestores que necessitam resgatarem o seu “ser” para

que possam dar formação a seus estudantes. Nenhum gestor é capaz de dar o que

não tem!

2. A prática das relações interpessoais

O indivíduo para tornar-se pessoa (humanização), precisa da interação com

outros indivíduos, isto é, influenciando ou sendo influenciado pelo outro, outros ou pelo

grupo a que pertence.

Não se vive sem relacionamento. É um diálogo permanente, mesmo na mudez

da verbalização. O sujeito só é através do outro ser. Ao não procurar fazer o outro ser,

acaba não sendo. A escola é um dos campos de humanização. O gestor se faz e refaz

na representação de seus colaboradores.

As relações interpessoais como componentes da prática pedagógica podem

contribuir positivamente ou negativamente para o processo da aprendizagem

dependendo da qualidade do relacionamento estabelecido no ambiente empresarial

em que vivemos.

Através desta pequena introdução sobre a importância das relações

interpessoais que se traduzem em comportamento, podemos começar refletir por que

agimos desta ou de outra maneira e compreender um pouco mais sobre

desenvolvimento das relações interpessoais nas empresas.

Como dizem Thomason & Clemente (1978): “O primeiro passo no

aperfeiçoamento de sua habilidade no tratar com as pessoas (relações humanas

plenas de sucesso) é propriamente o entendimento das pessoas e de sua natureza”.

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E continua “Se você entender a natureza humana e as pessoas, se

souber por que as pessoas fazem as coisas que fazem, se souber por que as pessoas

irão reagir sob certas condições, só então você poderá se tornar um hábil diplomata de

pessoas”.

2.1. Fatores que influenciam as relações interpessoais

O desenvolvimento de relações interpessoais para o alcance de melhores

resultados na educação escolar depende de práticas de relacionamento, assim, em

forma de sugestões, serão apresentadas a seguir algumas das classificadas como

mais importantes.

2.1.1. Comunicação

A palavra comunicação vem do Latim: “communicatio de communis = comum”

– significa a ação de tornar algo comum a muitos. É o estabelecimento de uma

corrente de pensamento ou mensagem, dirigida de um indivíduo a outro, com o fim de

informar, persuadir ou divertir. Significa, também, a troca de informações entre os

indivíduos envolvidos.

A comunicação interpessoal – é essencialmente um processo interativo e

didático (de pessoa a pessoa) em que o emissor constrói significados e desenvolve

expectativas na mente do receptor. (GREGÓRIO, 2009)

Pode-se afirmar que comunicação é o fornecimento ou troca de informações,

ideias e sentimentos, através de palavras, escrita, oral ou de sinais entre indivíduos.

Na escola. No trabalho escolar. Comunicação? Por quê? Para quê?

Usando o que diz Aquino (1987):

“Comunicação e a constante interação com outras pessoas, com os mais diversos

grupos sociais, sendo, portanto, a comunicação (interpessoal, profissional ou qualquer

outro tipo de contato), a interação com terceiros, a convivência etc. condições

imprescindível à sobrevivência e produtividade humana”.

A interação social depende da comunicação. As pessoas podem estar na

presença física imediata uma das outras, mas se não mostrarem de algum modo o seu

reconhecimento desse fato não estão interatuando (GAHAGAN, 1976).

A palavra comunicação vem da mesma raiz dos termos comunidade e comum.

Por isso, comunicação é a base de qualquer relacionamento humano (O’DONNELL,

2006).

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Uma história contada por Senge (1997) de como se cumprimentavam os

habitantes das tribos do norte de Natal, na África do Sul:

“A saudação mais comum, equivalente ao nosso popular ‘ola’, é a expressão

Sawabona. Literalmente significa, ‘Te vejo’.

Sendo um membro da tribo, você poderia responder dizendo Shikoba, ‘Estou aqui’.

A ordem de troca é importante: até você me ver, eu não existo. É como se, ao me ver,

você me fizesse existir”

Edição 11 do Jornal Folha Popular

A história apresentada mostra que o início de qualquer comunicação é sentir

que o outro existe e junto dar a importância de sua presença. Todo ser humano é e

deseja ser reconhecido como importante.

Por isso: “Quando as pessoas falam, escute completamente”. (HEMIHGWAY,

1989).

Mostre que você sente suas presenças e que elas existem.

Como ser gestor começar uma atividade sem essa sensação de existência?

A interatividade de assistente gestor-colaborador e mútua influenciação são

essenciais à aprendizagem. Os indivíduos se influenciam mediante e emprego de:

Linguagem, símbolos, gestos, postura (MINICUCCI, 1992).

• Verbal

A comunicação parece muito simples: um fala e o outro escuta. No entanto

vemos que não é tão simples assim. Para que se realize é necessária à interação que

depende tanto da linguagem como de pistas fornecidas pelos movimentos corporais

(GAHAGAN, 1976).

Para que a comunicação seja estabelecida entre as pessoas, emissor e

receptor devem ter acesso livre em suas mensagens, um enviando e o outros dando

sinal que entendeu. No ensinamento gestor e colaborador se revezam nas posições

de emissor-receptor em constante realimentação das informações, esclarecimento de

dúvidas ou solução de problemas.

As barreiras que prejudicam a comunicação devem ser reconhecidas: filtragem,

bloqueios e ruídos. Quando presentes fissionam como barreiras contra a comunicação

nem sempre causando os efeitos desejados e até contrários.

Custa-nos entender que as mensagens e informações que “injetamos” na

cabeça de nossos interlocutores (colaborador) podem surtir efeito contrário ao

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pretendido, causando reações de indiferença, espanto e até ódio. Não vemos nem

ouvimos o mundo como ele é, e sim como somos (O’DONNELL, 2006).

Buscando estender ainda mais sobre as dificuldades da comunicação e

resumindo pode-se apresentar:

Barreiras

Muitas pessoas pensam que a comunicação é fácil... Há alguma verdade nesta

visão simplista. Comunicar é simples. O que torna complexa, difícil e frustrante são as

barreiras que colocamos no caminho.

Garner (2009) apresenta 07 (sete) tipos de barreiras:

1. Barreiras Físicas. Barreiras físicas que incluem: espaços geográficos

isolados ou censurados. Escritório portas fechadas, áreas separadas para as pessoas

de diferentes status. Pesquisas mostram que um dos fatores mais importantes na

construção de equipas coesas é proximidade.

2. Percepção do mundo. O problema de comunicação com os outros é que

todos nós vemos o mundo de forma diferente, caso contrário, não teríamos

necessidade de nos comunicar: algo como percepção extrasensorial iria ocupar o

lugar da comunicação interpessoal.

3. Barreiras emocionais. Um dos principais obstáculos para abrir e

comunicações livres é a barreira emocional. É composta principalmente de medo,

desconfiança e suspeição.

As raízes de nossa desconfiança emocional dos outros, residem na nossa

infância quando fomos ensinados a ter cuidado com o que se diz para os outros.

Como resultado muitas pessoas tem receios de se comunicar com os outros. Eles se

sentem vulneráveis. Enquanto algumas precauções podem ser sábias em

determinadas relações, o excessivo receio de que outras pessoas possam pensar de

nós pode prejudicar nosso desenvolvimento cognitivo.

4. Barreiras culturais. Quando nos juntamos a um grupo e desejamos

permanecer no mesmo, mais cedo ou mais tarde temos de adotar o comportamento

padrão do grupo. Estes são os comportamentos que o grupo aceita como sinal de

pertença. O grupo recompensa tais comportamentos, através de atos de

reconhecimento, aprovação e inclusão. Nos grupos que estão felizes em superá-lo, e

quando você está feliz em conformidade, existe uma reciprocidade de interesses e um

elevado nível de interação. Quando, porém, há obstáculos à sua pertença a um grupo,

um alto nível de insatisfação substitui uma boa comunicação.

5. Barreiras linguísticas. A linguagem que descreve o que queremos dizer pode

apresentar barreiras para outros que não estão familiarizados com as nossas

expressões regionais, jargões e até mesmo em alguns casos serem ofensivas.

6. Barreiras de gênero. Existem diferenças entre os distintos padrões de

expressão entre homens e mulheres. Uma mulher fala entre 22.000 e 25.000 palavras

por dia enquanto um homem fala entre 7.000 e 10.000. Na infância, as meninas falam

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mais cedo do que os meninos e na idade de três, têm um vocabulário que o dobro dos

meninos.

A razão para isto reside no sistema neurológico. Quando um homem fala, seu

discurso está localizado no lado esquerdo do cérebro, mas em nenhuma área

específica. Quando uma mulher fala, o discurso está localizado em ambos os

hemisférios e em dois locais específicos.

Isto significa que um homem fala em uma linearidade, lógica e de forma

compartimentada, características do esquerdo do cérebro. Que uma mulher fala mais

livremente, mistura lógica e emoção, características de ambos os lados do cérebro. O

que explica por que as mulheres falam muito mais do que os homens para cada dia.

Filtros

Outros componentes que influenciam a comunicação são os filtros mentais.

Fazem parte do universo do imaginário da mente humana, de onde emanam os

símbolos e os mitos, que medeiam o nosso contato com o real e fazem com que ele

adquira algum sentido (MARIOTTI, 1995).

O interlocutor refém dos próprios filtros, muitas vezes ouve o que quer ouvir e

compreende o que quer compreender (O’DONNELL, 2006).

Bloqueios

Os bloqueios acontecem quando algum fator não deixa que a comunicação se

realize.

Funk (2009) mencionando Wittch (1968) ensina que a ausência de bloqueios é

essencial, para que as mensagens trocadas em empresas sejam claramente

compreendidas.

Mesmo nos melhores ambientes, esses bloqueios existem e são praticamente

invisíveis, como o verbalismo, a não-percepção, o desinteresse, a falta de conforto

material, etc.

O gestor que precisa comunicar ideias deve compreender esses

bloqueios, para poder ser entendido, encontrando formas para que a sua comunicação

seja eficaz e dessa forma todos possam se interessar pela sua mensagem.

Um dos principais bloqueios de comunicação é o verbalismo, que consiste em

uma explanação com intermináveis palavras. Quando esse tipo de bloqueio parte do

gestor, além de ser cansativo para o próprio gestor, o interesse dos colaboradores cai.

(WITTICH, 1968).

O verbalismo excessivo não pode mais ser admitido, no moderno mundo da

comunicação, que oferece cada vez mais recursos aperfeiçoados, para substituir ou

até mesmo, ajudar a amenizar esse bloqueio.

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O ideal é combinar recursos eficientes que se reforcem mutuamente, de

maneira que os colaboradores obtenham o maior rendimento possível em sua

aprendizagem.

Torna-se ruído da comunicação tudo aquilo que possa atrapalhar o

entendimento da informação a ser transmitida. Alguns autores abordam o que seriam

“ruídos”, definindo-os como sendo uma paralinguagem. São mensagens secundárias

que dificultam o receptor a entender o que está sendo transmitido.

Por exemplo, existem os sonoros como o hum-hum, assim como os cacoetes

“não é verdade?”, “veja bem”, “está me entendendo?”, “cara”, “enfim”, “né”, “viu” e

tantos outros. Esses cacoetes em excesso na mensagem podem comprometer o

entendimento da mesma.

• Escrita

A palavra falada é um fenômeno natural, já a escrita um fenômeno cultural.

A escrita foi, sem dúvida, uma das tecnologias de comunicação mais

importantes para o progresso da humanidade. Sem ela, provavelmente, a história das

grandes civilizações do mundo estaria perdida. Através dela registra-se ideias e

conhecimentos para guardá-los para o futuro, diferente da língua falada, que se não

for gravada, se perde e entra no esquecimento.

Na linguagem oral, os interlocutores estão face a face e utilizam gestos e

entonações e sobreposição de vozes; já na língua escrita muitas vezes não sabem

nem quem irá ler o texto por isso o cuidado com o seu entendimento deve ser muito

maior que a comunicação oral.

Não se espera das empresas apenas o papel de transmitir conhecimentos.

Para que o colaborador-leitor compreenda o que se passa, é necessário que o gestor

dê o máximo de informações que puder referente ao contexto, ao assunto e à

finalidade da informação.

Na comunicação escrita, ao contrário, a informação - por não ser

imediatamente percebida - precisa ser mais explícita, mais completa, para garantir a

sua interpretação. O gestor precisa apresentar as características do lugar físico e

social onde ocorrem os fatos - o ambiente, o espaço - e as características físicas e

psíquicas das personagens, para que o leitor-aluno possa interpretar os fatos que

foram explicados. Daí o texto escrito ser, em geral, menos econômico que o mesmo

texto, dito oralmente, numa interação face a face.

• Corporal

A interação social nos seres humanos depende tanto da linguagem como de

pistas fornecidas pelos movimentos corporais... As pessoas quando interatuam

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falam. Contudo, enquanto falam as pessoas também manifestam uma complexa

sequência de movimentos corporais, na forma de olhares, expressões faciais,

mudanças de postura, gestos etc. (GAHAGAN, 1976).

As ações dizem mais que as palavras. Estima-se que apenas 7% do impacto

que temos sobre outros vêm de nossa escolha de palavras. Os 93% restantes devem-

se a linguagem corporal e como dizemos o que dizemos (tom de voz, ritmo e volume

da fala). Assim, é impossível compreender as pessoas sem prestar muita atenção aos

seus movimentos corporais, expressão facial e qualidades vocais (SILBERMAN,

2001).

Algumas expressões corporais:

Ansiedade – inquietação, retorcer as mãos, mudar de um lado para o outro,

piscar, usar o tom agudo de voz, limpar a garganta.

Falta de interesse – Olhar vazio, rabiscar, olhar em volta, voz monótona, bater

os pés incessantemente, batucar na mesa.

Envolvimento – Inclinar-se para frente, abrir as mãos, mover-se no ritmo de

quem fala, fazer contato visual, manter as pernas descruzadas, sorrir.

Raiva – Rubor facial, voz alta, dedo apontado para o falante, olhos duros,

pernas/braços cruzados, cenho franzido.

Reflexão – Carícias no próprio queixo, acenos de cabeça, dedo indicador nos

lábios, olhos voltados para cima, óculos na boca, ouvido voltado para o falante.

Segredo – Tocar a ponta do nariz, olhar de lado, olhar rapidamente e desviar

os olhos, sorriso forçado, boca coberta, volume baixo da voz, murmúrio.

Desdém – Mãos nos quadris, mãos atrás do pescoço, voz em staccato, perna

sobre a cadeira, pés sobre a mesa, dedos enfiados no cinto ou cós da calça.

2.1.2. Relações internas nas empresas

Colaborador – Gestor

Todo colaborador, ao entrar na empresa, traz consigo uma bagagem de

valores, aptidões, angústias, identificações e, principalmente, um mundo interior,

configurado a partir de uma combinação de fatores que procedem de duas fontes

fundamentais: a biológica-heredo-constitucional, e a ambiental, na qual despontam

como fator primacial a influência dos pais, além de irmãos, amigos, colegas, assistente

sociais e a cultura em geral. (ZIMERMAN, 2009)

Colaborador – Colaborador

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Todo gestor que lida em uma empresa, há de concordar que existe uma forte

tendência à formação de “subgrupos”, como pode ser, por exemplo, a de uma parte da

turma constituída por aqueles que, apelidados como “Caxias” (ou nomes

equivalentes), são dedicadíssimos aos interesses das empresas, enquanto

concomitantemente organiza-se um outro sub-grupo, com colaboradores numa

posição antípoda àquela anterior, mostrando-se como transgressores às finalidades

precípuas da empresa (ZIMERMAN, 2009)

Gestor – Gestor

A natureza humana é, fundamentalmente, a mesma. Assim, o campo da

dinâmica psíquica que se processa entre os colaboradores, tal como antes foi descrita,

encontra uma contrapartida equivalente entre os gestores, juntamente com

orientadores, psicólogos e diretores. (ZIMERMAN, 2009)

2.1.3. A percepção

Nada melhor para refletir sobre a percepção, a história contada por Thomason

(1978):

Há alguns anos atrás, o “Buffalo News” imprimia este epitáfio a um caçador:

“Sob o salso-chorão jaz Edward Bier que por outro caçador foi confundido com um

veado”.

Poderia parecer que neste caso alguém foi culpado de um julgamento

precipitado, isto é, de má percepção. Este alguém imaginou ter visto um veado; tinha

tanta certeza que descarregou a espingarda. Teria sido um defeito de visão a causa

deste erro? Ou será que nosso espírito nos prega peças? Para isso devemos observar

o processo do comportamento humano a que os psicólogos chamam de percepção.

A: Tomar consciência

I: Interpretação

P: Percepção

Um dos fatos básicos que cada um deveria compreender sobre julgamentos

precipitados, é que a exatidão depende tanto da pessoa sobre a qual estendemos

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nosso julgamento com também sobre a coisa julgada. Isto se torna perfeitamente

lógico quando lembramos que o julgamento é na realidade uma percepção, e que a

percepção se encontra no espírito de quem julga e não fora da pessoa, e em qualquer

objeto inanimado.

Voltando então à equação A + I = P, vemos que se desejamos uma

interpretação de confiança, devemos obter primeiro uma tomada de consciência e uma

interpretação digna de confiança.

As principais influências que determinam a perfeição ou imperfeição da tomada

de consciência de um indivíduo podem ser classificadas sob três títulos principais:

Condições físicas, experiência e formação mental.

2.1.4. A inferência

Nossa experiência passada conduz-nos a conclusões rápidas sem levar

em conta a percepção isto porque Senge, (1997): Vivemos num mundo de crenças

autogeradoras que em grande parte permanecem não-testadas. Adotamos essas

crenças por que elas se baseiam em conclusões inferidas do que observamos,

acrescidas de nossa experiência passada.

Nossa capacidade de alcançar os resultados que verdadeiramente

desejamos é corroída por nossas opiniões de que:

Nossas crenças são verdades.

A verdade é óbvia.

Nossas crenças se baseiam em dados reais.

Os dados que selecionamos são dados reais.

Dou um exemplo:

Em uma loja ouve-se o estrondo de uma bomba num banheiro e a saída de um

aluno correndo que entra em outra sala.

Um supervisor que passa naquele momento no corredor vê esse aluno, manda

parar e sai correndo atrás dele. Como o aluno não obedece, entra na sala de aula e

grita:

- Foi você!

O aluno responde assustado: -- Não fui eu!

O Supervisor: - Então porque correu?

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O aluno: -- Me apavorei por que estava matando aula.

O supervisor: - Deixa disso! Você é um mentiroso eu vi que foi você! Vem comigo para

a sala da coordenação.

O aluno: - Não vou!

A situação ficou tensa, aluno e supervisor se envolveram em luta corporal, indo parar

na delegacia de policia.

Após horas de tensão, descobriram o que aconteceu: Um ex-aluno afastado

veio buscar sua transferência. Enquanto a secretaria aprontava a documentação,

armou a bomba para explodir dali uns 15 minutos, pegou os papéis e sentou no jardim

para assistir toda cena.

Pergunto: Como ficou o supervisor que acusou o aluno inocente? Como fica sua

autoridade perante os outros alunos dali para frente?

Na realidade não se pode viver sem se acrescentar significado ou tirar

conclusões. Isto seria um modo de viver ineficiente e enfadonho. Mas podemos

melhorar nossas relações:

Tornando-nos mais conscientes do nosso próprio pensamento e raciocínio

(reflexão).

Tornando nosso pensamento e raciocínio mais transparente para os outros

(argumentação).

Inquirindo o pensamento e raciocínio de outros (inquirição).

Exemplo:

Quais os dados observáveis em que se baseia essa afirmação?

Alguém concorda quanto ao que os dados são?

Pode você fazer-me percorrer sua linha de raciocínio?

Como saímos desses dados para esses pressupostos abstratos?

2.1.5. Integração no grupo

Fritzen (1988) Consegue identificar três necessidades interpessoais: a

necessidade de inclusão, a necessidade de controle e a necessidade de afeição. Todo

indivíduo ao entrar num grupo preocupa-se inicialmente, com a inclusão passando, a

seguir para o controle e, finalmente, procura satisfazer sua necessidade de afeição.

Inclusão

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Define-se a necessidade de inclusão como a necessidade que

experimenta, todo membro novo de um grupo, de se sentir aceito, integrado,

valorizado totalmente por aqueles aos quais se junta.

Nesta primeira fase, o indivíduo se formula as seguintes perguntas:

Como serei aceito?

Quem me aceitará?

Quem me rejeitará?

Que devo fazer para ser aceito?

Todo participante de um grupo pode colaborar para a sua própria

inclusão e a dos outros.

Controle

Uma vez satisfeita a necessidade de inclusão, a atenção do indivíduo se

dirige para a influência e o controle. Para SCHUTZ in (FRITZEN, 1988), a necessidade

de controle consiste, para cada membro, em definir, para si mesmo, suas próprias

responsabilidades no grupo e também às de cada um que com ele forma o grupo. Em

outras palavras, é a necessidade que experimenta o novo membro de se sentir

responsável por aquilo que constitui o grupo: suas estruturas, suas atividades, seus

objetivos, seu crescimento, seus progressos.

Nessa segunda fase o indivíduo formula as seguintes perguntas para si:

O grupo, do qual participo, está sob controle de quem?

Quem tem autoridade sobre quem, em que e por quê?

Como posso influenciar este grupo?

Que poder tenho eu neste grupo?

Afeição

Uma vez satisfeitas as necessidades de inclusão e controle, o membro do

grupo confronta-se com as necessidades emocionais e de amizade. Assim como

acontece com a necessidade de controle, também há necessidade de afeição, a

pessoa quer experimentar o máximo da aproximação com as outras pessoas do

grupo.

Nesta terceira fase o indivíduo se pergunta:

Quem gosta de mim?

A quem eu considero mais?

Quais as normas usadas no grupo para expressar afeição e amizade?

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2.1.6. A Convivência

Conviver é viver com. Consiste em partilhar a vida. As atividades com os

outros. São encontros para conviver, para buscar juntos um objetivo, e onde se

partilha a vida, as experiências e se busca uma projeção futura. É um momento

extraordinário de vida, principalmente em se tratando de viver princípios essenciais

que são: a partilha dos bens materiais e espirituais, o respeito e a ajuda mútuos, a

alegria, a disponibilidade e a caridade.

São exigências de uma boa convivência Fritzem (1992):

• Nunca jogar com os sentimentos dos outros. Não causar vergonha a ninguém e

muito menos diante de outras pessoas.

• Não queira mortificar os outros com ocorrências, subtilezas e genialidades,

embora acredite ser superior na inteligência, cultura, dinheiro, posses, poder, beleza,

aptidões... Quem for humilhado, jamais esquecerá.

• Procura sempre agir com justiça, melhor ainda, com cordialidade. Assim evitará

ressentimentos e hostilidades. Uma maneira ótima de servir o próximo é amando-o.

• Não se deixe levar por nervosismos, impaciências e egoísmos. Conduzem

irremediavelmente para a insatisfação e o descrédito.

• Jamais corte as asas da ilusão e a da esperança para os seus colaboradores;

esperança e a ilusão alegram o coração do homem e o impulsionam até outras

realidades e espaços às vezes insuspeitos.

• Seja respeitoso com os outros. Seja correto no falar. Procure nunca falsear a

verdade ou disfarçá-la. Jamais prejudique alguém com palavras ou por escrito.

• Saiba acolher com um sorriso. Às vezes é difícil sorrir. Porém oferecer um

sorriso para alguém num momento determinado pode trazer satisfações interiores e

recompensas inesperadas.

• Seja uma pessoa emocionalmente estável. Não passe de gritos a sussurros;

alegria incontrolada para depressão e as lágrimas.

• Interessar-se por quem anda ao nosso lado triste, acabrunhado, preocupado,

mas com o maior respeito por sua intimidade. Saber-se acompanhado nos momentos

difíceis de uma maneira incondicional é o melhor remédio e a demonstração de uma

autêntica amizade. É uma das grandes conquistas humanas.

• Se queres triunfar diante dos outros, saiba escutar, tenha paciência. Fale

ponderadamente e saiba colocar-se no sapato do outro.

2.1.7. A delicadeza

A delicadeza é a uma virtude forte, difícil, indispensável aos grosseiros, aos

intempestivos, aos estúpidos, aos intolerantes, aos indiscretos, os descontrolados, aos

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nervosos, aos tímidos, aos mal-educados, e aos, aos egoístas de todos as matizes.

(MOHAMA, 1980)

Parece que as pessoas estão se esquecendo gradativamente de serem

delicados, e isto tem tornada as relações mais ásperas, grosseiras e sem aquele tom

de sensibilidade com que todos gostam de receber. É necessário prestar atenção de

nosso comportamento diante de outras pessoas, porque muitas vezes somos

grosseiros sem nos aperceber.

2.1.8. A ternura

Ternura é uma atitude, um valor, uma expressão afável, afetuosa de amor, de

querer bem ao outro.

Urge recuperar a ternura, por que:

• Sem ternura as palavras tornam-se duras e as atitudes indesejáveis.

• Sem ternura não existe diálogo efetivo, nem calor humano.

• Sem ternura existe agressividade e revolta.

• Sem ternura não existe aproximação real à pessoa doente e nem a pessoa que

sofre.

• Sem ternura as pessoas idosas morrem de frio

• Sem ternura não existe compreensão para o entendimento.

• Sem ternura não existe fraternidade entre as pessoas.

• Sem ternura é incompreensível uma entrega ao próximo. (Adaptado de

FRITZEM, 1992).

2.1.9. A cooperação e competição

Por falta de cooperação vemos em inúmeras oportunidades o

individualismo, a falta de comprometimento e participação, por em risco o

desenvolvimento e o êxito de excelentes projetos.

Ao analisarmos a palavra nos sugere (Cooper + ativa = ação de união

organizada), a existência de uma união de pessoas organizadas para ação,

impulsionadas por uma necessidade que dá motivação (motor da ação) transformando

a incapacidade individual em possibilidade coletiva.

Fazendo uma relação entre a cooperação e o ensino, podemos observar

BURIN (1995) que nos fala o motivo que levam as pessoas participarem de grupos e

cooperaram:

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Satisfazer alguma necessidade (trabalho, alimento, casa para morar, defender

seus direitos etc.).

Necessidade de se sentirem mais seguros e protegidos.

Vontade de participar do que o grupo lhes oferece.

Respeito ou admiração a alguns membros.

Medo de sozinho enfrentar responsabilidades.

Interesse em experimentar formas (coisas) de organização diferentes.

Coincidência de formas de pensar com outros membros do grupo.

Sem pretender esgotar o assunto, podemos apontar alguns fatores que podem

atrapalhar a cooperação:

Competição - inicialmente quando crianças fomos forçados a ser o mais bonito,

mais educado, mais inteligente; depois quando jovens e adultos vencer os

concorrentes em concursos, empregos, esportes e finalmente, nas empresas galgar os

melhores postos e chegar no topo. O vencer individual a qualquer preço, mina

qualquer esforço da participação coletiva.

Individualismo - É o modo de ser e resolver suas tarefas individualmente, sem

buscar apoio através da interação. São formas comportamentais das estrelas, dos que

sabem tudo, ou dos tímidos que receiam externar suas deficiências. Formam barreiras

de isolamento para as atividades cooperativas.

Falta de foco - Quando o grupo não compartilha da mesma missão e da

mesma visão, a falta do senso de direção deixa o grupo disperso. Sem orientação dos

esforços para os mesmos resultados, os constantes insucessos acabam

enfraquecendo a cooperação.

Desorganização - Desorganizado é o grupo em que cada participante, não

recebe funções claras, nem sabe o porquê de cada uma, não existe integração entre

participantes e funções e é incapaz de dar os resultados esperados. A cooperação

presume a ação conjunta dos participantes de um grupo em que cada um sabe fazer e

faz aquilo que lhe é destinado com eficiência, para na agregação alcançarem os

objetivos esperados.

Falta de confiança - Desfavorece a cooperação o clima de desconfiança

estabelecida entre as pessoas do grupo. Contudo para que haja confiança, se torna

necessário o desvelamento das pessoas, para que no autoconhecimento grupal, no

desvelar da história individual e grupal, diminuam-se as distâncias e aumente-se a

confiança entre si.

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3. A motivação e as necessidades

“Não me fale de minha alma antes de ter enchido meu estômago”.

Bertolt Brecht

Decompondo-se motivação temos: motor + ação o que significa dizer o faz a

propulsão da ação, é o que cria a vontade de movimentação, sair do repouso

intelectual e determinar o movimento para chegar a um objetivo ou destino.

Dorin (1977) mencionando Shaffer (1936) dizia: motivo é um fator que

desperta, sustenta ou dirige a atividade de um organismo.

O primeiro passo para motivar as pessoas está no reconhecimento de que

estas agem no seu próprio interesse, do modo que for definido por suas necessidades.

Usando o modelo da pirâmide das necessidades de Maslow podemos afirmar

que as necessidades são satisfeitas em uma ordem hierárquica e são elas que

estimulam comportamento.

Uma necessidade depois de satisfeita permite que a pessoa sinta necessidade

da outra e assim por diante e a frase “Não me fale de minha alma antes de ter enchido

meu estômago” explica essa hierarquia. Isto explica porque nas escolas onde a

carência dos alunos se sobrepõe por causa da pobreza o rendimento da

aprendizagem é mais baixo.

Exemplificando:

Necessidades Fisiológicas (do Corpo): aparecem na base da pirâmide e são

básicas para a sobrevivência (alimento, repouso, reprodução). As escolas procuram

satisfazer essa necessidade podem oferecer: refeições, horários adequados,

intervalos de descanso, transporte etc.

Necessidades de Segurança: constituem o segundo nível da pirâmide. Trata-se

da autopreservação, ou seja, de evitar o perigo físico, evitar a privação das

necessidades fisiológicas, buscar a estabilidade. As escolas podem oferecer seguro

de vida e de acidentes, planos de saúde e aposentadoria etc. visando minimizar a

insegurança de seus alunos, assistente sociales e demais colaboradores.

Necessidades Sociais: as pessoas sentem necessidades de serem aceitas e

de pertencerem a grupos estabelecendo assim relações de amizade, afeto e amor.

Quando não satisfeitas, tornam-se hostis, solitárias e deprimidas. O papel da escola é

de despertar no na sua comunidade oportunidade de lazer, esporte, trabalhos

participativos de apoio ao desenvolvimento escolar e comunitário e aprimorar as

relações humanas.

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Necessidades de Estima (de Status): Nesta fase as pessoas passam a sentir

necessidade de estima, ou seja, tanto de auto-estima quanto de reconhecimento por

parte dos outros. Querem prestígio, status e consideração. À escola cabe reconhecer

os esforços dos alunos, assistente sociales e demais colaboradores, através de

reconhecimento, elogios, promoções e premiação (não somente com notas e outros

incentivos materiais).

Necessidades de Auto-Realização: Aqui começa a predominar a necessidade

de realizar aquilo de que se é capaz e que realmente se gosta de fazer. São as

necessidades mais elevadas e estão no alto da pirâmide de Maslow. As escolas

podem atender a satisfação desta necessidade possibilitando aos alunos, assistente

sociales demais colaboradores o uso de sua criatividade, da liberdade de expressão,

de trabalhar naquilo que gosta etc.

4. Condicionamento

A aprendizagem é a modificação do comportamento em virtude de experiências

passadas que vão sendo absorvidas pelas pessoas. O condicionamento também é um

agente que deve ser considerado em todo seu processo.

Ocorre quando o organismo é incentivado através de reforços que são

oferecidos externamente.

Pavlov em sua experiência da salivação e audição do cão faz o estudo

experimental do condicionamento.

Skinner da Escola Behaviorista estende a teoria acrescentando as situações de

reforço que é dado após O reforço no condicionamento operante é dado após a

resposta exigida ou quando aparece a resposta condicionada. Como é um estímulo

externo, uma vez cessado, cessam as respostas esperadas.

Os reforços são assim classificados Dorin (1977):

Positivo - É aquele que apresentado a uma situação favorece o surgimento da

resposta operante: Ponto extra, doces, medalhas...

O assistente social só elogia o aluno quando este dá uma resposta esperada

(certa) – o aluno fazendo o desejado pelo assistente social recebe o prêmio, a

recompensa o reforço positivo. E vai apreendendo buscar o incentivo positivo com

diferentes tipos de comportamento.

Negativo – É um estimulo que removido, fortalece a probabilidade de uma

resposta operante: Tirar ponto, castigo...

De intervalo – É o reforço intermitente em intervalos fixos de tempo: Hora do

recreio, Comerciais da TV...

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De razão – Quando é apresentado em intervalos de tempo padrão, após um

número x de respostas: Escrever cem linhas “não devo bater nos meus colegas”,

Ditado antigo: O que não entra pela cabeça entra pelos dedos...

5. As frustrações

O comportamento humano também pode ser explicado pelo ciclo motivacional,

isto é o processo pelo qual as necessidades condicionam o comportamento humano,

levando-o a algum estado de resolução. (CHIAVENATTO, 1980)

O indivíduo pode estar em equilíbrio quando sente uma necessidade que

estimula a uma ação em sentido de satisfazê-la, isto causa a primeira tensão (energia)

para fazer alguma coisa e acaba fazendo. Cria em seguida à tensão do resultado, se

positivo a satisfação de ter conseguido e se negativo a frustração de impotência.

Transferindo para o aprendizado de nossos alunos, percorrem o mesmo ciclo

tendo satisfação ou frustração, daí a atenção par os resultados da aprendizagem

quando baseadas em avaliações apenas quantitativas e mal elaboradas.

Muitas vezes as pessoas sob certas necessidades, se carregam de energia

motivacional e por se depararem com certas barreiras não conseguem os resultados

esperados, sobre vindo daí uma sensação de decepção que influencia o

comportamento.

Aguiar (1998) chama esse estado de frustração e a define como barreira ou o

impedimento à satisfação de um motivo e distingue as principais:

Física (Geográfica) - como, por exemplo, a ausência de uma ponte que impede

a travessia de um rio ou a perda da por uma pessoa que quer entrar em casa.

Ambigüidade - caracterizada por uma ausência de indicadores claros, que

impedem o indivíduo de realizar um objetivo. Exemplos:

Um motorista que se encontra numa cidade desconhecida, onde os sinais de

trânsito não são bem claros, perde-se e não consegue atingir o seu objetivo.

Ambiente escolar onde existe indefinição de funções, informações

desencontradas, falta de integração entre direção, assistente sociales, alunos,

colaboradores e ignorância sobre os regulamentos.

Interpessoais – São constituídas por uma pessoa ou grupo de pessoas que

impedem a satisfação do motivo.

Pode ser observado quando um assistente social impede um aluno criativo ou

com experiência mais ampla a colaborar mais ativamente no trabalho.

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Pode ocorrer quando membros de um grupo impedem a participação de aluno

pertencente a um grupo de trabalho e que queira participar também.

Intrapessoal - observada quando a pessoa não pode atingir seus objetivos

devido alguma deficiência física ou mental, ou à ausência de uma habilidade

específica.

Consequentemente após vários períodos contínuos de frustração a pessoa

pode começar apresentar reações psicológicas.

Esforçando-se para vencer uma necessidade intensa, a falta resultado pode se

converter em raiva e agressão, mais adiante em ansiedade, medo e insegurança, que

se não forem convenientemente tratados poderão desaguar em stress persistente e

até mesmo em desajustamento.

Em muitos casos a necessidade é tão intensa que diante da falta de

possibilidades a pessoa opta pela desistência da luta, não apresentando mais esboço

de qualquer de resistência.

Saber reconhecer um estado de frustração de uma pessoa em nossas

relações pode ser o primeiro passo para ajudá-la vencer seu estado de crença na

impossibilidade.

6 Ser inteligente nas relações com os colaboradores

Pergunte a algum colaborador o que é ser inteligente nas relações

interpessoais?

Ser inteligente nesta área para Silberman (2001) significa que você é bom nestas

habilidades (adaptado):

Compreender as pessoas para ser apreciado.

Expressar-se claramente para ser compreendido.

Dar e receber feedback para resolver dúvidas.

Influenciar os outros para ser valorizado.

Resolver Conflitos para se tornar confiável.

Atuar em Equipe, colaborar com colegas para ser recompensado.

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Mudar e Inovar para se renovar.

7. Os dez procedimentos de Weil

WEIL (1966) nos recomenda para melhorar nossas relações na vida em grupo:

(adaptado)

Respeitar o próximo como ser humano.

Evitar cortar a palavra a quem fala.

Controlar suas reações agressivas, evitando ser indelicado ou mesmo irônico.

Procurar conhecer melhor seus alunos, a fim de compreendê-los e de se

adaptar à personalidade de cada um.

Evitar tomar a responsabilidade atribuída ao aluno, a não ser a pedido deste ou

em caso de emergência.

Procurar as causas de suas antipatias.

Estar sempre sorridente.

Procurar definir bem o sentido das palavras no caso de discussões em grupo,

para evitar mal-entendidos.

Ser modesto nas discussões; pensar que talvez o outro tenha razão, e, se não,

procurar compreender-lhe as razões.

Gostar de ser assistente social.

8 O gestor deve refletir sobre:

Nada justifica a prática das relações interpessoais se não for para fazer nossos

colaboradores melhores.

Na medida em que eu procuro fazê-los melhores (mais “ser” que “ter”) eu

também sou melhorado e o mundo se torna melhor.

Deve existir um propósito, quando eu deixar cada turma que passa pelo meu

gestão, contribuir para cada um ser melhor de que quando os encontrei. Quem sabe

isto se chame o amor.

Isto com certeza contribuirá com a felicidade. Peculiaridade de cada um,

pequena ou grandes satisfações, encontradas pelo mundo das relações sociais. A

felicidade a só - é uma doença, engano e desilusão.

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Se você não conseguir que o outro desperte para a necessidade de mudar,

seus argumentos serão em vão. É o que acontece com certos tipos de argumentação

ou aconselhamento, se não forem oferecidos sob a ótica de quem vai receber, e dos

resultados que ele espera, para satisfazer seus desejos e sonhos, nada será

alcançado.

A vida é um conjunto de influências boas e ruins que você traz antes do berço

e continua recebendo até seu último berço. Busque na reflexão diária refletir sobre ela.

Planeje sua vida em harmonia com a força criativa e organizadora do universo (Deus).

Procure deixar para seus colaboradores, filhos e gerações futura um mundo melhor

do que aquele que você encontrou que sua vida valeu ser vivida. (DERKOSKI, 2000)

9. Abrir a Janela de Johari

Uma das coisas que se descobriu é que em toda reunião não tem

somente uma “agenda ou ordem do dia” (assunto a discutir, ideias ou problemas), mas

que existe também um programa oculto, formado pelo complicado mundo das relações

interpessoais: simpatias, antipatias, amores e ódios. Devemos reconhecer a existência

desse programa não somente nas reuniões, mas, também no jogo diário das relações.

Janela de Johari é uma ferramenta conceitual, criada por Joseph Luft e

Harrington Ingham em 1955, que tem como objetivo auxiliar no entendimento da

comunicação interpessoal e nos relacionamentos com um grupo. (FRITZEN, 1992)

Somos parte de um de um grupo e precisamos nos conhecer mais...

Coisas que conheço sobre mim, sobre o grupo e sobre meus sentimentos em

relação aos outros.

Coisas que desconheço sobre mim e sobre as formas em que me relaciono

com o grupo.

Coisas que outros membros do grupo sabem sobre mim e sobre a minha

relação com o próprio grupo.

...E a cerca de coisas que os outros desconhecem sobre mim, sobre o próprio

grupo e das relações que há dentro dele.

Por coisas queremos dizer: Pensamentos, impulsos, desejos, sentimentos, temores,

fantasias, preconceitos, habilidades, conhecimentos, esperanças, sonhos, metas...

(FRITZEN, 1992)

O que representam as janelas:

Transparência: qualidades que você sabe que tem e os outros também. É uma

espécie de retrato onde a pessoa se identifica assim como os outros a identificam.

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Máscara: qualidades que você sabe que tem e os outros não. É o que a pessoa

realmente é, mas esconde das demais.

Surdez: qualidades que você não sabe que tem, mas os outros sim. A

percepção das demais pessoas sobre você.

Escuridão: qualidades que nem você nem os outros sabem que você possui. É

o que está presente no subconsciente, difícil de ser analisado e percebido.

Na escola, deve ser nosso objetivo, a abertura da janela da

transparência porque ela leva a confiança entre todos, assistente social e alunos, fator

preponderante para o aprendizado.

11. Gestor líder

Que é um líder?

“Líder é todo o indivíduo que, graças à sua personalidade, dirige um grupo

social, com a participação espontânea dos seus membros”.

Qual quer indivíduo só pode ser considerado como líder se, pela sua

personalidade:

1. Dirige um grupo social.

2. Tem a participação espontânea do grupo.

Tipos de líder:

• Maquiavélico – utiliza-se de intrigas, nunca reúne os membros do grupo para

trocar ideias; mas conversa em particular com cada um deles. É mestre em “cochicho”.

Utiliza-se dos seus subordinados como bonecos. Muitas vezes, propositadamente,

organiza ódios entre os componentes do grupo, aplicando a fórmula: “Dividir para

reinar”. Em geral, os membros da coletividade que dirige, acabam por descobrir-lhe o

jogo.

• Vaidoso e ambicioso – Torna-se chefe por causa do título e do prestígio que

lhe dá a sua profissão; não consegue ser imparcial, pois tem tendência a favorecer os

que o bajulam.

• Instável – Seus subordinados não conseguem seguir suas instruções, pois ele

muda de ideia e dá instruções diferentes ou contrárias, enquanto ainda estão

executando as primeiras ordens. Mostra-se interessado por tantos assuntos ao mesmo

tempo, que não consegue aprofundar-se em nenhum.

Equilíbrio face o ambiente de trabalho:

Enquanto o ditador provoca medo, revolta ou passividade, o líder consegue

comunicar aos seus colaboradores equilíbrio, alegria em trabalhar e em cooperar,

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enfim, produtividade máxima. Grande parte disto provém de suas qualidades pessoais,

as quais descrevermos as seguintes:

(resumo)

1. Autocontrole

2. Empatia ou compreensão de outrem

3. Procura da unanimidade

4. Dar exemplo

5. Atitude de respeito humano