Discípulos no Time do Vitória.

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55 na linha “Entregamos a vida a Cristo e dis- seminamos a palavra de Deus. Nas reuniões, sempre acontecem coisas diferentes, pois Deus nos surpreende a cada encontro”. A declaração do meia Renato Cajá explica a essência do movi- mento evangélico entre os jogadores do VITÓRIA, que acontece na Concentração Vidigal Guimarães e busca levar união e conforto espiritual para todo o grupo. Lideradas atualmente por Cajá, pelo preparador de goleiros Washington Rufino e pelo dirigente e ex-ídolo do Leão Flávio Tanajura, as reuniões são realizadas desde os anos 90 e, nesta temporada, começaram ainda em ja- neiro, com o atacante Marcelo Nicá- cio - que não integra mais o elenco. Além dos evangélicos Cajá, Nino Para- íba, Gabriel Paulista, Mansur, Marcos, Maxi Biancucchi e Luiz Alberto, muitos outros jogadores, a exemplo de Edson Magal e Marquinos, e membros da co- missão técnica participam. Cajá explica que os encontros são para glorificar a Deus e orar pelo clu- be, para que o ambiente seja harmônico e cheio de paz. “Nas orações, colocamos sem- pre todos os jogadores, comissão técnica e funcionários”, diz. “A opor- tunidade de falar do grande amor de Deus em nosso ambiente é um motivo de felicidade muito grande. Temos um grupo bastante abençoado e tivemos a grata felicidade de ter o presidente Alexi Portela em um dos encontros”, salienta o camisa 10 rubro-negro, que é evangélico desde 2003. Conversão No VITÓRIA desde 2009, Nino Pa- raíba conta que desde que chegou tem participado dos encontros e que em maio se converteu definitivamente ao Evangelho. “A cada reunião, desde 2009, sentia que Deus tocava no meu coração e estava me chamando. Ago- ra, tive a felicidade de aceitar Jesus”, celebra o lateral. “A nossa relação com Deus tem proporcionado uma união muito grande no elenco. Desde quando cheguei, o grupo mais unido que já vi é esse. Maravilhoso. Não faz diferença se um entra no time no lugar do outro.Isso é uma equipe forte”. Homens de fé Grupo de jogadores evangélicos se reúne periodicamente na toca para falar de Deus e disseminar a fé cristã no ambiente do VITÓRIA Evangélico desde 2003, Renato Cajá é um dos líderes do movimento Cristão da Toca Por Yordan Bosco e fotos de André Bernard Foto: Felipe Oliveira

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na linha

“Entregamos a vida a Cristo e dis-seminamos a palavra de Deus. Nas reuniões, sempre acontecem coisas diferentes, pois Deus nos surpreende a cada encontro”. A declaração do meia Renato Cajá explica a essência do movi-mento evangélico entre os jogadores do VITÓRIA, que acontece na Concentração Vidigal Guimarães e busca levar união e conforto espiritual para todo o grupo.

Lideradas atualmente por Cajá, pelo preparador de goleiros Washington Rufino e pelo dirigente e ex-ídolo do

Leão Flávio Tanajura, as reuniões são realizadas desde os anos 90 e, nesta temporada, começaram ainda em ja-neiro, com o atacante Marcelo Nicá-cio - que não integra mais o elenco. Além dos evangélicos Cajá, Nino Para-íba, Gabriel Paulista, Mansur, Marcos, Maxi Biancucchi e Luiz Alberto, muitos outros jogadores, a exemplo de Edson Magal e Marquinos, e membros da co-missão técnica participam.

Cajá explica que os encontros são para glorificar a Deus e orar pelo clu-

be, para que o ambiente seja harmônico e cheio de paz. “Nas orações, colocamos sem-pre todos os jogadores, comissão técnica e funcionários”, diz. “A opor-tunidade de falar do grande amor de Deus em nosso ambiente é um motivo de felicidade muito grande. Temos um grupo bastante abençoado e tivemos a grata felicidade de ter o presidente Alexi Portela em um dos encontros”, salienta o camisa 10 rubro-negro, que é evangélico desde 2003.

ConversãoNo VITÓRIA desde 2009, Nino Pa-

raíba conta que desde que chegou tem participado dos encontros e que em maio se converteu definitivamente ao Evangelho. “A cada reunião, desde 2009, sentia que Deus tocava no meu coração e estava me chamando. Ago-ra, tive a felicidade de aceitar Jesus”, celebra o lateral. “A nossa relação com Deus tem proporcionado uma união muito grande no elenco. Desde quando cheguei, o grupo mais unido que já vi é esse. Maravilhoso. Não faz diferença se um entra no time no lugar do outro.Isso é uma equipe forte”.

Homens de féGrupo de jogadores evangélicos se reúne periodicamente na toca para falar de Deus e disseminar a fé cristã no ambiente do VITÓRIA

Evangélico desde 2003, Renato Cajá é um dos líderes do movimento

Cristão da Toca

Por Yordan Bosco e fotos de André Bernard

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análise

Maurício Naiberg - Jornalista

Muito prazer, Maxi!Muitos o conheciam por seu primo

famoso que atua no poderoso Barce-lona: Lionel Messi, melhor jogador do mundo em três oportunidades (2010, 2011 e 2012). Mas seu alto rendi-mento desde o início da temporada já o credenciou a ter sua própria iden-tidade: Maximiliano Ariel Biancucchi Cuccittini ou, simplesmente, para nós rubro-negros, Maxi.

Considerado um andarilho do futebol, Maxi já passou por diversos clubes em sua carreira e a última impressão dei-xada por ele no futebol brasileiro não foi nada boa. No Flamengo, onde ficou por dois anos, pouco fez e deixou a Gávea sob forte crítica da exigente torcida ca-rioca. Os motivos? Não sabemos, mas, sinceramente? Pouco importa agora.

Talvez por conta desse período no Rio Janeiro, a torcida do Leão tenha ficado um pouco desconfiada da sua chegada. Algo normal, até porque não acompanhávamos de perto o Campe-onato Paraguaio, onde ele estava antes de desembarcar em Salvador – defen-dia o Olímpia. Admito que também temi por essa contratação, porém, aos pou-cos, ele tem ‘queimado’ nossa língua.

Confirmado como nova aquisição ru-bro-negra em janeiro deste ano, o joga-dor argentino tem se mostrado essencial para o esquema tático do técnico Caio Júnior. Além da sua velocidade – princi-pal característica – sua doação em cam-po é algo a se destacar. Poucos atletas se mostram tão responsáveis quanto ele e isso é bem característico dos hermanos.

Os mais antigos me param nas ruas e lançam o seguinte elogio: “Maxi joga como um antigo ponta”. Quase não vi um ‘pon-ta’ clássico atuar, mas, se o gringo tiver a mesma característica – e uma qualidade parecida – de grandes nomes do nosso futebol que fizeram história nesta extinta posição, já fico satisfeito e esperançoso.

Sabe quando um nome se encaixa no perfil de um treinador? Isso aconteceu com ele no sistema montado por Caio, que lhe deu liberdade suficiente para atacar e fazer gols. O mais interessante é a variação ofensiva que seu futebol passa à equipe, abrindo espaços para Renato Cajá, Escudero e seu compa-nheiro de ataque, Dinei, que também vive um grande momento.

Não sei se ainda é cedo para falar nisso, mas gostaria de vê-lo vestindo a camisa

da seleção argentina. Acre-dito que o Campeonato Brasileiro seja uma referên-cia positiva nesse sentindo. Maxi tem atuado em um nível elevado, despertado o interesse de outras agre-miações e faz o que muitos jogadores da sua posição não estão fazendo: gols.

Seu estilo arrojado e dinâmico me faz lembrar alguns jogadores que pas-saram pelo Leão há alguns anos, como o saudoso Alex Alves. Quem não lembra das arrancadas do nosso capoeirista na década de 90? Claro que tenho ple-

na consciência do que representou Alex para os rubro-negros e não quero fazer comparações, mas Maxi pode criar esse vínculo positivo com o clube se mantiver a sequência e a dedicação que vem de-monstrando diariamente.

É importante ressaltar também que a regularidade do baixinho passa segu-rança ao torcedor. Isso é fundamental, pois Caio Júnior, que confiou em seu potencial desde sua chegada à capital baiana, sabe que pode contar com um ele a qualquer momento de um jogo. É aquela velha história: o jogador diferen-ciado resolve quando menos se espera.

Se ele será ídolo, só o tempo vai dizer, mas caminha para isso. Fica a minha torci-da para que sua evolução seja ainda maior até o fim da temporada e que sua estada na Toca do Leão não seja temporária. Esse é o meu desejo e de grande parte dos ru-bro-negros apaixonados que sonham com grandes glórias ainda em 2013.

Os mais antigos me param nas ruas e lançam o seguinte elogio: ‘Maxi joga como um antigo ponta’. Quase não vi um ‘ponta’ clássico atuar, mas, se o gringo tiver a mesma característica – e uma qualidade parecida – de grandes nomes do nosso futebol que fizeram história nesta extinta posição, já fico satisfeito e esperançoso.”

Foto

: Max

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na linhaBusca pela paz

Pastor da Igreja Sal da Terra, em Cajazeiras, Washington Rufino au-xilia os jogadores no ministério da Toca. Nas Divisões de Base desde 2004 e promovido a treinador de goleiros do profissional este ano, Rufino diz que os encontros têm trazido paz e equilíbrio aos jogado-res, não só nas relações dentro do clube, mas na vida familiar e pesso-al. “A palavra de Deus diz que a paz que ele oferece o mundo não pode dar. Então, não vamos achar paz neste mundo de caos. Buscamos falar e ensinar os conceitos bíbli-cos, que estão sendo corrompidos e deturpados neste mundo”.

PrecursoresO atacante nigeriano Rick, ídolo

dos anos 80 e figura presente no clube no decorrer dos anos, foi um dos precursores das reuniões evan-gelísticas no ambiente do VITÓRIA. Foi através dele que Flávio Tanajura se converteu, em 1994. “Fizemos parte de um grupo de atletas de Cristo, que se reuniam em Salvador na Pituba, em um Hotel chamado Paulus”, explica. Os meias Geovani e Lúcio Flávio, que saíram do VITÓ-RIA em 2012, foram as principais influências do atual grupo. Edu-ardo Paulista, Wallace, Anderson Martins, Elson, Roberto e o goleiro Douglas também fizeram parte do

grupo de jogadores evangélicos que passaram pelo Leão.

Para Gabriel Paulista, “as reuni-ões são importantes porque, além de conhecer cada vez mais a pala-vra de Deus, a gente pode propagá--la para nossa família e para alguns amigos. Para o grupo é importante. No início, tinham reuniões com três pessoas e agora tem encontro que o quarto fica lotado e nem cabe todo mundo. A gente fica feliz com isso”, comemora.

Grupo ora pelos jogadores, pela comissão técnica e para os demais

funcionários do VITÓRIA

Por Yordan Bosco e fotos de André Bernard