Discussão 1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS APLICADAS E EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS LICENCIATURA EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO “Noções de erro e fracasso no contexto escolar: algumas considerações preliminares” Discentes: Abner Macêdo, Adam Medeiros Disciplina: Avaliação da Aprendizagem Docente: Joseval Miranda

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBACENTRO DE CIÊNCIAS APLICADAS E EDUCAÇÃODEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATASLICENCIATURA EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

“Noções de erro e fracasso no contexto escolar: algumas considerações preliminares”

Discentes: Abner Macêdo, Adam MedeirosDisciplina: Avaliação da AprendizagemDocente: Joseval Miranda

Erro e fracasso são sinônimos?

Frequentemente culminam na reprovação dos alunos;

Apesar de serem distintas, apresentam-se como companheiras inseparáveis.

O erro é um indício de fracasso?

Possuem relação de causa e efeito na aprendizagem?

Relação entre erro e esperança

Para alguns podem soar impossível ou bizarro.

Para Demóstenes e M. Oakeshott, não!

Relação entre erro e fracasso

Por vezes, não é notado que o erro é um dado, algo objetivamente detectável;

O fracasso é fruto de uma interpretação desse dado, uma forma de o encararmos;

Professores distintos podem ver o erro distintamente.

Coisas a serem verificadas...

Primeiramente, a ideia equivocada de que erro é um indício de fracasso;

O segundo ponto é: curiosamente, o fracasso é sempre do aluno!

O erro é visto de duas formas

Ignorância, confusão ou esquecimento de uma informação;

Falha numa aplicação de uma regra ou princípio na resolução de um problema.

Exemplo 1: Qual a capital de Alagoas?

Exemplo 2: Qual relação pode-se estabelecer entre o índice de chuva, latitude, relevo e temperatura no litoral de Alagoas?

Distinção fundamental entre os usos do saber

Usada como forma de posse de uma informação;

Usada como forma de posse de uma habilidade;

Parece trivial, não é? No entanto, é fundamental para compreender a tarefa pedagógica do professor.

Distinção fundamental entre os usos do saber

Avaliando o êxito do aluno

Não pela sua capacidade de reprodução, mas, sim, de construir soluções próprias a novos problemas, ainda que recorra ao que foi abordado em sala de aula.

Exemplo: Quando alguém

passa a saber a hora?

Obviamente, há pré-requisitos.

É preciso que se ensine capacidades!

No entanto, como fazer isso?

Os professores não devem ser meros transmissores de informações; mas desenvolvedores de capacidades nos alunos;

Deve-se distinguir simples erros de informação de problemas no desempenho de capacidades.

Critérios diferentes para a avaliação do saber

Níveis, exigências, critérios e erros diferentes!

As variáveis de contexto também influenciam

Por exemplo, o jeito que avaliamos um jogador de futebol num campo de esquina ou na Copa do Mundo;

Um desempenho considerado insuficiente implica numa ignorância de algumas regras ou informações?

O bom desempenho e posse de informações

Como visto, um futebolista não depende de regras para ter um bom desempenho em campo;

Não é preciso saber de análise sintática ou semântica para falar bem.

Para Oakeshott, isso se chama discernimento. E, uma vez aprendido, jamais é esquecido.

Discernimento

Nunca é aprendido separadamente das informações;

Também nunca é aprendido explicitamente;

Apenas apreendido por prática, independentemente da área: seja na carpintaria ou em aulas de química;

Resulta em independência e capacidade de ajuizamento daquele que aprende, sendo esta característica um dos maiores objetivos da escolarização.

Discernimento

Se não não é um conjunto de conjunto de informações, como adquiri-la?

Cada capacidade humana tem sua forma própria; isto é, seu próprio modis operandi, sendo, então, variável, tal como as estratégias de ensino.

Dessa forma que dominamos um conhecimento ou capacidade: de jogar bola ou falar uma nova língua, por exemplo.

Os professores não existem para decretar fracasso

Ele serve para promover a aprendizagem;

É, portanto, um agente institucional;

Também mostram aos alunos o que não deve ser feito dentro dos critérios de funcionamento de uma disciplina.

As correções ajudam o professor e não são classificadoras de fracassados.

Atribuições do fracasso

É necessário analisar que o erro não deve ser necessariamente atribuída ao fracasso, mas ao processo escolar.

Esse fracasso escolar é um dos maiores empecilhos à democratização das oportunidades de acesso e permanência às instituições escolares.

Crise nas nossas escolas

Não apenas devido ao alto número de reprovados, mas também porque o responsável por isso é o próprio aluno;

Quando muito, a responsável é a escola, a desigualdade a exclusão...

O processo de ensino/aprendizagem e suas categorias

Como visto, este processo está envolvido em muitas variáveis. No entanto, pode-se categorizá-las em três grandes elementos:

alguém que ensina

algo que é ensinado

a quem se ensina

A produção do aluno e seus indicadores

Como o indicador de êxito ou fracasso, mediante as intenções de ensino do professor, é o aluno…

É correto dizer que o pobre éa causa da pobreza?

Causa do fracasso: culpa do aluno

Os professores esquecem que suas metodologias podem não ser as melhores ou estabelecer um nível além do qual os alunos acompanham.

PREGUIÇA DESPREPARO

A escola tem que ser para todos!

A exclusão escolar, em si, é perversa; sobretudo aquelas pautadas pelo nível de desempenho do aluno;

Não é menos perversa do que aquelas pautadas em antigos critérios de sangue ou classe econômica;

Sem compreensão disso, que deve animar as práticas educacionais, não há solução pedagógica para o ensino a todas as crianças do Brasil.

No fim, o fracasso é de todos

O fracasso não ocorre apenas nas tarefas de ensinar, de fazer os alunos obterem seus diplomas, trabalhos etc. Essas são apenas etapas da ação educativa. Diante de uma geração no ensino fundamental, o fracasso será refletido nos adultos tentando ensinar tudo o que eles aprenderam às suas futuras gerações.

Referência

CARVALHO, Sérgio Fonseca de. As noções de erro e fracasso no contexto escolar: algumas considerações preliminares. In: Erro e Fracasso na Escola – Alternativas e Práticas. 15ª edição. São Paulo: Summus, 1997.