Dissertacao 04 Tubular (1)

download Dissertacao 04 Tubular (1)

of 205

Transcript of Dissertacao 04 Tubular (1)

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    1/205

    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASFACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E

    URBANISMODEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS

    AUTOMAO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS PLANASTRELIADAS TUBULARES DE AO COM ESTUDO

    COMPARATIVO ENTRE TRELIAS CONSTITUDAS PORBARRAS COM LIGAES ROTULADAS E RGIDAS

    Eng. Renato Henrique Ferreira Branco

    Campinas, Fevereiro de 2006

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    2/205

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    3/205

    -i-

    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASFACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E

    URBANISMO

    DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS

    AUTOMAO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS PLANAS

    TRELIADAS TUBULARES DE AO COM ESTUDOCOMPARATIVO ENTRE TRELIAS CONSTITUDAS PORBARRAS COM LIGAES ROTULADAS E RGIDAS

    Eng. Renato Henrique Ferreira BrancoOrientador: Prof. Dr. Joo Alberto Venegas Requena

    Dissertao de mestrado apresentada Faculdade de Engenharia Civil, Arquiteturae Urbanismo como parte dos requisitosexigidos para obteno do ttulo de Mestreem Engenharia Civil, na rea deconcentrao em Engenharia de Estruturas.

    Campinas, Fevereiro de 2006

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    4/205

    -ii-

    FICHA CATALOGRFICA ELABORADA PELABIBLIOTECA DA REA DE ENGENHARIA E ARQUITETURA - BAE - UNICAMP

    B262aBranco, Renato Henrique Ferreira

    Automao de projetos de estruturas planastreliadas tubulares de ao com estudocomparativo entre trelias constitudas por barrascom ligaes rotuladas e rgidas / RenatoHenrique Ferreira Branco.--Campinas, SP: [s.n.],2007.

    Orientador: Joo Alberto Venegas Requena.

    Dissertao (Mestrado) - Universidade Estadualde Campinas, Faculdade de Engenharia Civil,Arquitetura e Urbanismo.

    1. Estruturas metlicas. 2. Projeto estrutural. 3.Ao tubular - Estruturas. I. Requena, Joo AlbertoVenegas. II. Universidade Estadual de Campinas.Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura eUrbanismo. III. Ttulo.

    Titulo em Ingls: Steel plane tubular trusses design automation andcomparative analysis between trusses composed byreleased members and non-released members.

    Palavras-chave em Ingls: Steel structures, Tubular steel structures,structural design.

    rea de concentrao: Engenharia de EstruturasTitulao: Mestre em Engenharia Civil.Banca examinadora: Luiz Fernando Loureiro Ribeiro e Francisco Antonio

    MenezesData da defesa: 24/02/2006Programa de Ps-Graduao: Engenharia Civil

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    5/205

    -iii-

    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASFACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO

    AUTOMAO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS PLANASTRELIADAS TUBULARES DE AO COM ESTUDO COMPARATIVOENTRE TRELIAS CONSTITUDAS POR BARRAS COM LIGAES

    ROTULADAS E RGIDAS

    Eng. Renato Henrique Ferreira Branco

    Dissertao de Mestrado aprovada pela Banca Examinadora, constituda por:

    Prof. Dr. Joo Alberto Venegas RequenaPresidente e Orientador,FEC - UNICAMP

    Prof. Dr. Luiz Fernando Loureiro RibeiroUFOP

    Prof. Dr.Francisco Antonio MenezesFEC - UNICAMP

    Campinas, 24 de fevereiro de 2006

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    6/205

    -iv-

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    7/205

    -v-

    RESUMO

    Branco, Renato Henrique Ferreira. Automao do Projeto de Estruturas Treliadas

    Tubulares Planas e Estudo Comparativo Entre Estruturas Treliadas Constitudas PorBarras Rotuladas e Por Barras Rgidas.

    Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo.

    Universidade Estadual de Campinas, 2006.

    Este trabalho tem como objetivo apresentar anlises comparativas entre estruturas

    metlicas treliadas tubulares planas considerando as vinculaes entre as barras

    como rotuladas e estruturas metlicas treliadas tubulares planas considerando as

    vinculaes entre as barras como rgidas. A motivao deste estudo foi determinar qual

    a importncia da rigidez das barras no dimensionamento das mesmas estruturas

    quando so consideradas diferentes vinculaes entre as barras. Foram encontradas

    diferenas nos dimensionamentos quando as barras so curtas e conseqentemente,

    bastante rgidas. Nestes casos, onde as barras so rgidas, a considerao de rtula

    leva a resultados que no condizem com o comportamento real da estrutura e,

    conseqentemente, a um dimensionamento inadequado da estrutura tubular. Para

    agilizar as anlises, foi desenvolvido um software que automatiza as etapas principais

    de um projeto de estruturas metlicas tubulares planas, com o objetivo de enquadrar

    tais anlises em condies que respeitem os parmetros normativos de ngulos entre

    barras, limites de esbeltez, entre outros. As etapas automatizadas foram: gerao

    automtica de determinadas geometrias, clculo dos coeficientes de presso e forma

    do vento e presso dinmica, carregamento automtico da estrutura, clculo estrutural

    e dimensionamento da estrutura. O programa possui uma interface amigvel, integradae gil que permite aos projetistas de estruturas metlicas realizarem diversas anlises

    possibilitando de forma rpida a escolha da soluo mais adequada para a estrutura.

    Palavras Chave: CAD/CAE, Automao de Estruturas, Estruturas Metlicas, Projeto

    Estrutural, Perfis Tubulares.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    8/205

    -vi-

    ABSTRACT

    Branco, Renato Henrique Ferreira. Steel Plane Tubular Trusses Design Automation and

    Comparative Analysis Between Trusses Composed by Released Members and Non-Released Members.

    Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo.

    Universidade Estadual de Campinas, 2006.

    This research has the objective to present a comparative analysis between steel plane

    tubular trusses that consider the members end connections as released and steel

    tubular plane trusses that consider the members end connections as non-released

    (rigid). This study intends to measure the members stiffness importance for the design

    of these members when them are considered released or not. It was found differences

    when the members were short and very rigid. In this cases, when the members were

    rigid, the released consideration takes to results that dont represent the real behavior of

    the structure and, consequently, to an inadequate design of the tubular structure. To

    make the analysis faster, it was developed a software that automate the major steps of a

    steel tubular structure design, with the objective to fit the analysis in the standard design

    recommendations, like angles between members, stiffness limits, and others. The

    automated steps were: automatic generation of geometries, automatic wind pressure

    calculation, automatic structure load insertion, structural analysis and steel structure

    design based on Brazilian codes. The software has a friendly interface, which allows

    engineers realize several analyses and, thus, choose the most adequate solution for the

    structure.

    Keywords:CAD/CAE, Structural Automation, Steel Structures, Structural Design,Hollow Steel Sections.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    9/205

    -vii-

    Aos meus queridos pais Jos Carlos e Jlia Rosana

    Aos meus queridos avs Linneu e Munira minha querida TatianaAos meus grandes amigos do LabMeC

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    10/205

    -viii-

    Agradecimentos

    minha esposa Tatiana que nunca me deixou desanimar e sempre esteve aomeu lado me incentivando e apoiando, apesar de todas as dificuldades que apareceramno nosso caminho.

    Aos meus pais e avs que me mostraram os caminhos corretos a seguir, quesempre foram meu grande apoio nos momentos de dificuldades e meus grandescompanheiros nos momentos de alegria.

    Ao Prof. Dr. Joo Alberto Venegas Requena pela confiana, ateno, dedicao,empenho e pacincia no desenvolvimento deste trabalho.

    Ao EngoAfonso Henrique, da empresa Vallourec & Mannesmann do Brasil, quesempre acreditou e apostou em mim.

    A todos os amigos do LabMeC que sempre estiveram dispostos a ajudar e

    participar.A todos os professores e funcionrios da Faculdade de Engenharia Civil,

    Arquitetura e Urbanismo.

    A empresa Vallourec & Mannesmann do Brasil que financiou grande parte dapesquisa.

    A CAPES pelo financiamento inicial da pesquisa, atravs de uma bolsa deestudo.

    Muito Obrigado.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    11/205

    -ix-

    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS xii

    LISTA DE TABELAS xvi

    LISTA DE ABREVEATURAS E SMBOLOS xvii

    Captulo 01 - INTRODUO 01

    1.1 Consideraes Gerais 01

    1.2 Investigao da Influncia das Condies de Vinculao e das

    caractersticas das barras 06

    1.3 Softwaresde Automao de Projetos 10

    1.3.1 SoftwaresAcadmicos 10

    1.3.2 Softwares Comerciais 33

    Captulo 02 DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE PARA AUTOMAO

    DO PROJETO DE ESTRUTURAS TUBULARES DE AO 40

    2.1 A Importncia da Automao 40

    2.1.1 Arquitetura do Software 42

    2.2 Lanamento de Geometrias 46

    2.2.1 Gerao Automtica 46

    2.2.1.1 Duas guas (diagonais em N) 48

    2.2.1.2 Banzos Paralelos (diagonais em V) 49

    2.2.1.3 Arcos Circulares 50

    2.2.1.4 Arcos Parablicos 51

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    12/205

    -x-

    2.2.1.5 Arcos de Inrcia Varivel 52

    2.2.2 Entrada Manual 53

    2.2.3 Importao Via Arquivo Texto 55

    2.3 Carregamento da Estrutura 552.3.1 Carregamento Automtico 55

    2.3.1.1 Clculo dos Coeficientes de Vento 57

    2.3.2 Carregamento Manual 60

    2.3.3 Combinao das Aes 62

    2.4 Clculo Estrutural 63

    2.4.1 Vinculao e Rigidez das Barras 65

    2.4.2 Grupos e Propriedades Geomtricas 70

    2.4.3 Sistemas de Apoio 71

    2.4.4 Formao do Sistema de Equaes 73

    2.4.5 Integridade do Sistema de Equaes 76

    2.4.6 Processamento do Sistema Linear 78

    2.4.7 Ps-Processamento 78

    2.5 Dimensionamento da Estrutura 79

    2.5.1 Contraventamentos nos Planos da Cobertura 79

    2.5.2 Comprimento de Flambagem das Peas no Plano da

    Estrutura 81

    2.5.3 Grupos de Barras e Critrios de Dimensionamento 82

    2.5.4 Dimensionamento das Barras 84

    2.5.5 Processo Iterativo Clculo Estrutural x Dimensionamento 84

    2.6 Apresentao dos Resultados 86

    Captulo 03 EXEMPLOS NUMRICOS 88

    3.1 Exemplos Numricos Viso Geral 883.2 Exemplo 01 Estrutura Treliada Com Barras Longas e

    Carregamentos Leves 90

    3.3 Exemplo 02 Estrutura Treliada Com Barras Longas e

    Carregamentos Pesados. 93

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    13/205

    -xi-

    3.4 Exemplo 03 Prtico Treliado Com Barras Curtas e

    Carregamentos Leves 96

    3.5 Exemplo 04 Prtico Treliado Com Barras Curtas e

    Carregamentos Pesados 993.6 Exemplo 05 Investigao de Estrutura Convencional em Tesoura

    em Duas guas 102

    3.7 Exemplo 06 Investigao de Estrutura Convencional em Arco

    Circular 119

    3.7 Exemplo 07 Investigao de Estrutura Convencional em Banzos

    Paralelos 133

    3.8 Consideraes Sobre os Exemplos 147

    CONSIDERAES FINAIS 148

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 150

    ANEXO A FUNCIONAMENTO DO SOFTWARE 156

    A.1 Funcionamento do Software Diagramas Gerais 156

    A.1.1 Fluxo de Informaes do Softwareem Modo de Edio 157

    A.1.2 Fluxo de Informaes do Softwarecom a Estrutura Calculada 158

    A.1.3 Fluxo das Informaes Para Realizao do Carregamento

    Automtico 159

    A.2 Montagem da Malha, Pr-Processamento, Processamento e

    Ps-Processamento 160

    A.3 Procedimentos do Pr-Processamento e Ps-Processamento 169

    A.3.1 Contribuio da Rigidez da Barra na Matriz de Rigidez S 169

    A.3.2 Contribuio das Aes Nodais no Vetor F 173

    A.3.3 Contribuio das Aes Distribudas no Vetor F 173

    A.3.4 Verificao de Possveis Problemas Devidos aos Releases 175A.3.5 Contribuio dos Apoios na Matriz de Rigidez e nos

    Vetores de Carga 176

    A.3.6 Armazenamento dos Esforos Locais 177

    A.3.7 Armazenamento das Reaes de Apoio 178

    A.4 Fluxograma do Dimensionamento 180

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    14/205

    -xii-

    LISTA DE FIGURAS

    1.01 Ginsio da UNICAMP em Fase de Montagem e Detalhe de Um dos

    Ns da Estrutura 02

    1.02 Passarela do Belvedere 02

    1.03 Edifcio Industrial do Forno de Reaquecimento Vallourec & Mannsmann

    do Brasil 03

    1.04 Conexo Rotulada 04

    1.05 N Rotulado e N Aporticado 071.06 Ligao Soldada Rgida 09

    1.07 Geometria Gerada Atravs de Rotina AutoLisp 11

    1.08 Tela Principal do Software AutoMETAL 1.01 12

    1.09 Tela Inicial do Software AutoVentos Duas guas 14

    1.10 Tela Principal do Software AutoMETAL 3.01 16

    1.11 Tela Inicial do Software AutoVentos Arcos 17

    1.12 Tela Inicial do Software AutoVentos Shed 18

    1.13 Tela Principal do Software Desmet 19

    1.14 Tela Principal do Software DimLaminados 21

    1.15 Resultado de Uma Anlise Com a Marcha de Clculo DimLaminados 22

    1.16 Equaes de Interao 23

    1.17 Barra Desenhada Pelo Software TowerCAD 24

    1.18 Tela Principal do Software AutoMETAL 1.01 V&M do Brasil-UNICAMP 25

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    15/205

    -xiii-

    1.19 Ferramenta de Clculo de Coeficientes de Ventos. 25

    1.20 Automao do Detalhamento Bsico de Ligaes 26

    1.21 Resultado das Anlises 27

    1.22 Tela Principal do Software AutoMETAL 3.01 V&M do Brasil-UNICAMP 281.23 Tela Principal do Software VigaMIX 29

    1.24 Tela Principal do Software Visual Ventos 31

    1.25 Tela Principal do Software AutoMETLICA 32

    1.26 Tela do Programa ST_CadEM 34

    1.27 Tela do mCalc 36

    1.28 Tela do Software mCalcLIG 37

    1.29 Tela do TecnoMETAL 2D 38

    2.01 Transio Entre Modo de Edio e Modo de Clculo /

    Dimensionamento 44

    2.02 Fluxo de Informaes Modo de Edio 45

    2.03 Fluxo de Informaes Modo Clculo / Dimensionamento 45

    2.04 Duas guas Sem Subdiviso 47

    2.05 Duas guas Com Subdiviso 47

    2.06 Dados Para Gerao de Geometria do Tipo Duas guas 48

    2.07 Dados Para Gerao de Geometria do Tipo Banzos Paralelos 50

    2.08 (a) Valor Indicado (b) Primeiro Montante Perpendicular (c) Barras

    dos Banzos Com Tamanho Constante 51

    2.09 Arco Parablico 52

    2.10 Dados Para Gerao de Geometria de Arco de Inrcia Varivel 53

    2.11 Tela Principal do Software 54

    2.12 Decomposio das Aes de Vento 57

    2.13 Janela de Clculo e Coeficientes de Presso Externos e Internos 582.14 Estrutura Com Ns Selecionados Para Carregamento 61

    2.15 Estrutura Com Barras Selecionadas Para Carregamento 61

    2.16 Sistema de Eixos 62

    2.17 Janela de Combinao das Aes 62

    2.18 Diferentes Vinculaes e Condies de Carregamentos 65

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    16/205

    -xiv-

    2.19 Janela de Opes e Caractersticas das Barras 69

    2.20 Barra Com Uma Extremidade Rotulada e Outra Rgida 69

    2.21 Janela de Gerenciamento dos Grupos 71

    2.22 Modificaes dos Dados de Um Grupo 712.23 Boto Para Edio de Apoios 72

    2.24 Restries de Apoio 72

    2.25 Tipos de Vinculao 73

    2.26 N i Rotulado 76

    2.27 Grficos de (a) Fora Normal, (b) Momento Fletor e (c) Fora

    Cortante 79

    2.28 Grupo de Barras Determinando um Grupo de Contraventamentos 80

    2.29 Comprimento de Flambagem no Plano da Cobertura 81

    2.30 Barras Selecionadas e Coeficientes kx 82

    2.31 Janela de Dimensionamento 84

    2.32 Processo Iterativo Clculo Estrutural x Dimensionamento 85

    2.33 Resultado do Dimensionamento 86

    2.34 Aproveitamento das Barras 87

    3.01 Seo Transversal Exemplo 01 90

    3.02 Seo Transversal Exemplo 02 93

    3.03 Seo Transversal Exemplo 03 96

    3.04 Seo Transversal Exemplo 04 99

    3.05 Aberturas Utilizadas Para Clculo dos Coeficientes de Vento 104

    3.06 Seo Transversal Anlise 001, Anlise 010 e Anlise 019 105

    3.07 Seo Transversal Anlise 002, Anlise 011 e Anlise 020 106

    3.08 Seo Transversal Anlise 003, Anlise 012 e Anlise 021 107

    3.09 Seo Transversal Anlise 004, Anlise 013 e Anlise 022 1083.10 Seo Transversal Anlise 005, Anlise 014 e Anlise 023 109

    3.11 Seo Transversal Anlise 006, Anlise 015 e Anlise 024 110

    3.12 Seo Transversal Anlise 007, Anlise 016 e Anlise 025 111

    3.13 Seo Transversal Anlise 008, Anlise 017 e Anlise 026 112

    3.14 Seo Transversal Anlise 009, Anlise 018 e Anlise 027 113

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    17/205

    -xv-

    3.15 Aberturas Utilizadas Para Clculo dos Coeficientes de Vento 122

    3.16 Seo Transversal Anlise 001, Anlise 007 e Anlise 013 123

    3.17 Seo Transversal Anlise 002, Anlise 008 e Anlise 014 124

    3.18 Seo Transversal Anlise 003, Anlise 009 e Anlise 015 1253.19 Seo Transversal Anlise 004, Anlise 010 e Anlise 016 126

    3.20 Seo Transversal Anlise 005, Anlise 011 e Anlise 017 127

    3.21 Seo Transversal Anlise 006, Anlise 012 e Anlise 018 128

    3.22 Aberturas Utilizadas Para Clculo dos Coeficientes de Vento 136

    3.23 Seo Transversal Anlise 001, Anlise 007 e Anlise 013 137

    3.24 Seo Transversal Anlise 002, Anlise 008 e Anlise 014 138

    3.25 Seo Transversal Anlise 003, Anlise 009 e Anlise 015 139

    3.26 Seo Transversal Anlise 004, Anlise 010 e Anlise 016 140

    3.27 Seo Transversal Anlise 005, Anlise 011 e Anlise 017 141

    3.28 Seo Transversal Anlise 006, Anlise 012 e Anlise 018 142

    A.01 Fluxo de Informaes Modo de Edio 157

    A.02 Fluxo de Informaes Modo de Clculo / Dimensionamento 158

    A.03 Fluxo de Informaes Para o Carregamento Automtico 159

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    18/205

    -xvi-

    LISTA DE TABELAS

    2.01 Matrizes de Rigidez Para Cada Caso de Vinculao 67

    2.02 Vetores de Ao de Engastamento Perfeito 68

    3.01 Combinaes das Aes para Todos os Exemplos 89

    3.02 Resultados Exemplo 01 91

    3.03 Resultados Exemplo 02 94

    3.04 Resultados Exemplo 03 97

    3.05 Resultados Exemplo 04 1003.06 Resultados das Anlises da Investigao Para Tesouras em

    Duas guas 114

    3.07 Resultados das Anlises da Investigao Para Trelias em

    Arco Circular 129

    3.08 Resultados das Anlises da Investigao Para Trelias em

    Banzos Paralelos 143

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    19/205

    -xvii-

    LISTA DE ABREVEATURAS E SMBOLOS

    LETRAS ROMANAS MAISCULAS

    A lado da edificao, vetor de aes, rea

    Afb reas fixas situadas na face de barlavento

    Afp reas fixas situadas em face paralela incidncia do vento

    Afs reas fixas situadas na face de sotavento

    Amb reas mveis situadas na face de barlavento

    Amp reas mveis situadas em face paralela incidncia do ventoAms reas mveis situadas na face de sotavento

    B lado da edificao

    C lado da edificao, combinao

    CP carregamento permanente

    D distncia entre teras, lado da edificao, vetor de deslocamentos, dimetro

    E mdulo de elasticidade

    Fx fora emx

    Fy fora em y

    Fz momento em z

    I momento de inrcia

    J - ndice relacionado a carregamentos paralelos aos eixos das barras

    K nidice relacionado a carregamentos perpendiculares aos eixos das barras

    Hf distncia entre banzos no meio do vo (arco inrcia varivel)

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    20/205

    -xviii-

    Ho distncia entre banzos no incio do vo (arco inrcia varivel)

    Hp altura projetada

    L vo, comprimento

    S matriz de rigidez globalS1 fator topogrfico

    S2 fator de vizinhana

    S3 fator estatstico

    SC - sobrecarga

    SM matriz de rigidez local

    SMG matriz de rigidez local rotacionada para sistema de eixos global

    V ao de vento

    V0 velocidade bsica de vento

    W carga distribuda, mdulo elstico da seo

    Z mdulo plstico da seo

    Za Altura

    Zb Altura

    LETRAS ROMANAS MINSCULAS

    a dimenso de comprimento

    b dimenso de largura

    f flecha (arcos)

    fy tenso de escoamento

    h distncia entre banzos

    i inclinao dos banzos

    ii inclinao do banzo inferior

    is inclinao do banzo superiork coeficiente de flambagem

    ni n inicial

    nf n final

    q presso de obstruo do vento

    r raio de girao

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    21/205

    -xix-

    t - espessura

    x eixo

    y eixo

    z eixo

    LETRAS GREGAS MAISCULAS

    c - diferena entre coeficiente externo e interno de presso de vento

    LETRAS GREGAS MINSCULAS

    - ngulo

    - ngulo- ngulo

    - rigidez

    - ngulo

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    22/205

    -xx-

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    23/205

    -1-

    Captulo 01 INTRODUO

    1.1 Consideraes Gerais

    Nas ltimas dcadas, as construes metlicas tm sido mais freqentes,

    principalmente em pases desenvolvidos, como Estados Unidos, Canad, pases

    Europeus, Japo e outros. Dentre as estruturas metlicas, tm destaque as

    constitudas por perfis tubulares, que refletem arrojo, beleza e modernidade. Asimplicidade das formas e sua plasticidade garantem s estruturas tubulares

    espao de destaque nas construes de grande vulto, em todo mundo.

    No Brasil, a utilizao de perfis tubulares em estruturas metlicas vem

    crescendo. Acessibilidade e diversidade de perfis tubulares e elementos

    complementares, divulgao de tecnologia deste tipo de estrutura por parte de

    universidades e empresas ligadas ao setor, aumento da atuao de associaes

    de estruturas metlicas, como o CBCA Comit Brasileiro da Construo em Ao

    e acompanhamento das tendncias mundiais podem ser citados como alguns dos

    vrios motivos do crescimento da utilizao de estruturas tubulares.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    24/205

    -2-

    Dentre as estruturas utilizadas, as treliadas tem grande destaque, pois

    so utilizadas em grandes obras, como o Ginsio Multidisciplinar de Esportes da

    Universidade Estadual de Campinas UNICAMP, ilustrado na Fig. 1.01,obras de

    passarelas, como a passarela do trevo do Belvedere, ilustrada na Fig. 1.02, obras

    industriais com pontes rolantes, como no edifcio do forno de reaquecimento

    instalado na Vallourec & Mannesmann do Brasil, ilustrada na Fig. 1.03, entre

    outras.

    Figura 1.01 Ginsio UNICAMP em Fase de Montagem e Detalhe de Um dos Ns da Estrutura.

    Figura 1.02 Passarela do Belvedere.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    25/205

    -3-

    Figura 1.03 Edifcio Industrial do Forno de Reaquecimento Vallourec & Mannesmann do Brasil.

    Desde o incio da era computacional, softwares foram desenvolvidos para

    auxlio dos engenheiros, pois o clculo dos esforos sempre foi uma etapatrabalhosa dentro do clculo estrutural e dimensionamento de estruturas. No

    passado, quando recursos computacionais ainda no existiam, foram

    desenvolvidos mtodos e hipteses simplificadoras para realizar o clculo

    estrutural, como por exemplo, o Mtodo Grfico de Cremona que permite,

    graficamente, determinar os esforos axiais em uma estrutura, ou ainda o Mtodo

    de Cross, que possibilita resolver sistemas de equaes de forma iterativa.

    Uma teoria simplificadora a teoria clssica de trelia, que diz que as

    estruturas consideradas como trelias devem ter as seguintes caractersticas:

    - os eixos das barras que formam a estrutura se encontram em pontos de

    trabalho, no existindo, portanto, excentricidade nos ns;

    - as aes aplicadas na estrutura (e suas conseqentes reaes) so somente

    nodais, no existindo nenhum tipo de ao aplicada ao longo das barras;

    - as barras so perfeitamente rotuladas em suas extremidades (barrasarticuladas);

    - os esforos atuantes nas barras so somente esforos axiais (trao e

    compresso);

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    26/205

    -4-

    - o regime em que os materiais trabalham considerado elastolinear (regime de

    1 ordem);

    Quando as estruturas eram calculadas com base na Teoria Clssica de

    Trelia, tomava-se o cuidado de respeitar as hipteses adotadas nos clculos

    durante sua construo, com o objetivo de simular ao mximo tais hipteses para

    que o comportamento da estrutura fosse o mais prximo do esperado. Um outro

    motivo era a facilidade de construo, visto que o processo de soldagem era muito

    complicado e parafusar e/ou rebitar as ligaes era muito mais simples e vivel

    economicamente. Um exemplo de conexo rotulada ilustrado na Fig. 1.04.

    Figura 1.04 Conexo Rotulada. FONTE: [43]

    SNYDER e BYARS [37], em 1973, mostram tal preocupao quando

    introduzem o elemento estrutural treliado, da seguinte forma:

    Uma trelia um tipo de elemento estrutural particular que construdo

    de uma maneira que certas afirmaes simplificadoras podem ser feitas em

    considerao s suas caractersticas de carregamento. Estruturas treliadas so

    freqentemente encontradas em pontes, coberturas, prticos e em outras

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    27/205

    -5-

    situaes nas quais uma estrutura leve, mas com alta capacidade de carga

    desejada.

    ...Apesar de as barras serem conectadas geralmente atravs de rebites ou

    soldas, a esbeltez destas tal que elas no transmitem binrios significantes.

    Conseqentemente, os ns podem ser considerados como ns rotulados.

    Alm das caractersticas estruturais de uma trelia descritas

    anteriormente, algumas outras hipteses so feitas em considerao com a

    maneira na qual a estrutura carregada:

    1. O peso de cada pea desprezvel em comparao aos outros

    carregamentos atuantes na estrutura

    2. considerado que todas as aes significantes que atuam na estrutura

    treliada esto aplicadas nos ns e no diretamente nas barras.

    Estas caractersticas estruturais e consideraes de carregamentos levam

    a caracterstica bsica que distingue uma estrutura treliada dos outros tipos de

    estrutura: Em uma trelia, todas as barras podem ser consideradas comorotuladas e trabalham somente com esforos axiais.

    Isto significa que cada barra em uma estrutura treliada transmite uma

    fora paralela a ela. A fora pode ser de trao ou compresso, dependendo do

    estado de carregamento da barra....

    Este estudo visa analisar as consideraes sobre as hipteses adotadas

    no clculo dos esforos em estruturas treliadas tendo em vista a utilizao de

    barras tubulares conectadas rigidamente. Estes novos componentes exigiro

    novas consideraes para a anlise estrutural de trelia. Este estudo somente foi

    vivel atravs do desenvolvimento de software de automao do projeto de

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    28/205

    -6-

    estruturas treliadas em que considera barras rotuladas e barras conectadas

    rigidamente para possibilitar as comparaes.

    1.2 Investigao da Influncia das Condies de Vinculao no

    Dimensionamento das Barras.

    Com os avanos tecnolgicos o processo de soldagem tornou-se

    acessvel, permitindo seu emprego em grande escala. Somando-se a isso, a

    necessidade de produo rpida e industrializada das estruturas, a unio soldada

    das barras tornou-se mais comum.

    As ligaes soldadas no permitem pequenos deslocamentos rotacionais

    como as ligaes parafusadas. Com isso, a Teoria Clssica de Trelia no mais

    vlida, pois, uma de suas consideraes que as ligaes so perfeitamente

    rotuladas. Porm, existem casos de estruturas treliadas em que as barras

    continuam sendo longas e esbeltas, que um fato ainda dentro da Teoria.

    Um outro ponto interessante que o dimensionamento das barras,

    quando realizado conforme a Teoria Clssica de Trelia, dado somente por

    esforos axiais, ou seja, esforos de trao e compresso. Porm quando seconsidera que as extremidades das barras esto rigidamente conectadas,

    momentos fletores, mesmo que pequenos, aparecem e, para que o

    dimensionamento seja realizado de forma mais precisa, estes momentos fletores

    devem ser levados em considerao.

    Tambm deve ser considerado o fato de que uma parcela dos

    deslocamentos passa a ser absorvida pela resistncia rotao das conexes,

    quando consideradas rgidas. Por exemplo, para um deslocamento que ocorra no

    sentido dexno n rotulado 01,ilustrado naFig. 1.05, as propriedades das barras

    que influenciaro em tal deslocamento so as reas das barras Ae B.J para o

    n rgido 02, as propriedades a serem consideradas para o mesmo deslocamento

    na direo x so as reas das barras D e E e a inrcia da barra F. Deve-se

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    29/205

    -7-

    esclarecer que a hiptese de clculo considerada no leva em conta a deformao

    por fora cortante, que, para os casos considerados, pode ser considerada

    desprezvel [21].

    Figura 1.05 N Rotulado e N Aporticado.

    O peso prprio tambm passa a ser fator considervel quando as barrasapresentam comprimentos muito longos. Mesmo considerando as extremidades

    das barras rotuladas, os esforos fletores, devido distribuio do peso da barra

    ao longo do seu comprimento, podem ser significativos, o que implicaria em um

    dimensionamento de barra em flexo composta e no mais somente trao e

    compresso.

    Para analisar estes pontos divergentes, algumas anlises comparativas se

    mostram interessantes, como por exemplo:

    - calcular a estrutura com barras rgidas e dimension-la em flexo

    composta;

    - calcular a estrutura com barras rgidas e dimension-la somente para

    esforos axiais;

    - calcular a estrutura com barras rotuladas e dimension-la em flexo

    composta;- calcular a estrutura com barras rotuladas e dimension-la somente para

    esforos axiais;

    D

    E

    F

    x'y'

    A

    B

    C

    x'y'

    0102

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    30/205

    -8-

    - calcular a estrutura com suas peas principais (banzos) rgidas e as

    peas secundrias (diagonais e montantes) rotuladas e dimension-la

    em flexo composta;

    - calcular a estrutura com suas peas principais (banzos) rgidas e as

    peas secundrias (diagonais e montantes) rotuladas e dimension-la

    somente para esforos axiais.

    Neste trabalho, entende-se por barra rgida a barra que possui suas

    extremidades engastadas em outras barras e por barra rotulada a barra que

    apresenta suas extremidades rotuladas.

    A primeira anlise representa a considerao de clculo edimensionamento o mais prximo da realidade das vinculaes das barras; o

    segundo caso ilustra uma prtica que, visando reduzir os esforos normais devido

    ao enrijecimento da estrutura proporcionado pelas ligaes soldadas, era adotado

    como prtica no incio da utilizao de softwares por engenheiros; a terceira

    anlise ilustra a teoria clssica de trelia, porm com a considerao do efeito

    fletor do peso prprio da barra no seu dimensionamento; o quarto caso ilustra a

    teoria clssica de trelia; e o quinto e o sexto caso ilustram uma situao que

    procura investigar a influncia da rigidez das ligaes para o dimensionamento

    das peas secundrias e principais.

    No caso especfico de estruturas treliadas tubulares, objetivo deste

    estudo, as sees apresentam uma grande rigidez devido forma tubular, se

    comparada com peas executadas em cantoneiras, as quais so largamente

    utilizadas em estruturas treliadas. Esta rigidez das barras de seo circular pode

    influir de forma significativa no clculo e dimensionamento da estrutura, quandoconsiderados os diferentes tipos de vinculao entre as barras. Portanto, a

    vinculao entre as barras adotada pode ser de grande importncia para a

    comparao entre os mtodos de clculo e de dimensionamento. A Fig. 1.06 a

    seguir ilustra a ligao soldada com grande rigidez, na qual a comparao entre

    ligaes rotuladas e ligaes rgidas est em anlise neste trabalho.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    31/205

    -9-

    A correta considerao e anlises destas ligaes de tal importncia,

    que existem publicaes [15] e normas [1] que tratam especificamente de suas

    anlises. Em tais publicaes existem verificaes especificas para as

    consideraes de resistncia flexo destas ligaes soldadas, que so

    utilizadas, por exemplo, em vigas vierendel.

    Portanto, desconsiderar esta rigidez e suas conseqncias no clculo

    estrutural e dimensionamento de uma estrutura treliada tubular, que apresente

    este tipo de conexo, pode apresentar resultados bastante desfavorveis.

    Figura 1.06 Ligao Soldada Rgida

    BERTOLINO [8], em 1998, cita um texto de JOHNSTON [23] de 1980 que

    fala da importncia da anlise do comportamento real da estrutura:

    Um bom projetista estrutural pensa de fato em sua estrutura tanto quanto

    ou mais do que pensa no modelo matemtico que usa para verificar as

    solicitaes de clculo, baseado nos quais ele dever determinar o material

    necessrio, tipo, dimenso e localizao dos elementos estruturais. A

    mentalidade da engenharia estrutural aquela capaz de visualizar a estrutura

    real, as aes sobre ela, enfim, sentir como estas aes caminham atravs da

    estrutura at chegar nas fundaes. Os grandes projetistas so dotados daquilo

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    32/205

    -10-

    que s vezes se tem chamado intuio estrutural. Para desenvolver a intuio e

    sentir, o engenheiro torna-se um observador arguto de outras estruturas. Pode,

    at mesmo, deter-se para contemplar o comportamento de uma rvore projetada

    pela natureza para suportar as tempestades violentas; sua flexibilidade frgil nas

    folhas e nos galhos diminudos, mas crescente em resistncia e nunca

    abandonando a continuidade, na medida em que os galhos se confundem com o

    tronco, que por sua vez, se espalha sob sua base, no sistema de razes, que

    prev sua fundao e conexo com o solo.

    A investigao de como a estrutura funciona e como as ligaes entre as

    barras e a distribuio de cargas influem em uma estrutura, servem de motivao

    para as investigaes realizadas.

    1.3 Softwares de Automao de Projetos

    O objetivo da pesquisa dentre os softwares existentes de relacionar

    softwares que utilizassem critrios de projeto e normas utilizadas no Brasil.

    Tambm foi foco, softwaresque estavam relacionados com o desenvolvimento do

    projeto de estruturas metlicas. Deve-se salientar que neste estudo est sendo

    estudada apenas a influncia da rigidez das ligaes tubulares e no se est

    levando em conta o dimensionamento das mesmas para efeito de

    dimensionamento global.

    1.3.1 Softwares Acadmicos

    Em 1998 BERTOLINO [8] apresenta o Sistema Integrado para Anlise,

    Dimensionamento, Detalhamento e Desenho de Estruturas de Ao que um

    sistema composto de vrios programas desenvolvidos que automatizam todas as

    etapas de um projeto de estruturas metlicas. Foram desenvolvidas rotinas em

    AutoLISPpara a automao dos desenhos de projeto e detalhes e para as demais

    etapas foram utilizados outros programas. O clculo estrutural realizado atravs

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    33/205

    -11-

    do software SAP90 e o Sistema Integrado gera automaticamente os arquivos de

    entrada para o programa. Neste estudo foi adotada a teoria clssica de trelia.

    BEER [7] et al apresentaram em 1999 um programa de computador

    desenvolvido para automatizar o projeto de estrutura metlica para coberturas em

    arco, tambm em teoria clssica de trelia.

    O programa utiliza rotinas que automatizam o estudo da escolha das

    formas geomtricas mais econmicas que atendam s condies de projeto,

    impostas pela arquitetura da edificao (Fig. 1.07).

    Figura 1.07 Geometria Gerada Atravs de Rotina AutoLisp.

    O programa foi desenvolvido em linguagemAutoLisp, nativa do AutoCAD,

    para produzir desenhos da geometria da estrutura e os desenhos dos

    contraventamentos, necessrios estabilizao de toda a estrutura. Tambm

    foram desenvolvidas rotinas que automatizam os carregamentos e suas

    combinaes, de acordo com a norma NBR8800 Projeto e Execuo de

    Estruturas de Ao em Edifcios[4].

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    34/205

    -12-

    Como dados de entrada so fornecidos: o vo livre do arco (m), a relao

    flecha vo, a distncia entre banzos, o peso das teras (kgf /m), a presso de

    vento (kgf/m2), distncia mxima entre as teras (m), altura do pilar (m), o peso

    das telhas (kgf /m2), o peso dos contraventamentos (kgf /m2), a sobrecarga e os

    coeficientes de presso e forma externos que atuam na edificao.

    Ao final, o programa em linguagem AutoLisp gera um arquivo interface

    com o programa NLMETALdim[13] que efetua o clculo dos esforos da estrutura,

    dimensiona as barras do arco circular treliado e verifica a instabilidade global da

    estrutura no regime elstico ou plstico da estrutura.

    Em 1999 REQUENA et al [31] apresentam o software AutoMETAL 1.01(Fig. 1.08) cujo objetivo automatizar o projeto de estruturas treliadas planas.

    Figura 1.08 Tela Principal do Software AutoMETAL 1.01.

    Esta primeira verso trabalha somente com perfis laminados e considera

    somente estruturas treliadas, ou seja, estruturas que tenham a considerao de

    ns perfeitamente rotulados (Teoria Clssica de Trelia).

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    35/205

    -13-

    O programa automatiza a gerao de geometrias bsicas (trelia em duas

    guas, banzos paralelos em duas guas, arcos circulares, arcos parablicos e

    arcos com inrcia varivel). Tambm possvel importar uma geometria gerada

    emAutoCADatravs de arquivos dxf.

    Tambm so automatizados os carregamentos na estrutura

    (carregamentos de peso prprio, sobrecargas e cargas de vento). Com os

    carregamentos realizados, possvel calcular e dimensionar a estrutura treliada.

    O dimensionamento realizado de acordo com a NBR8800[4].

    Ao final apresentado um relatrio contendo a lista dos perfis obtidos no

    dimensionamento.

    Em 1999 SILVA et al [36] divulgam o software AutoMETAL NLF. Esta

    verso do software uma implementao realizada em cima do AutoMETAL 1.01

    que realiza o clculo dos esforos considerando os efeitos de no-linearidade do

    material, ou seja, o material trabalha em regime elasto-plstico (no linearidade

    fsica NLF).

    CALLEJAS e REQUENA [14] apresentam em 2000 o softwareNLMETALdim que calcula e dimensiona trelias metlicas planas, utilizando a

    Teoria Clssica de Trelias e que fruto de pesquisas desenvolvidas na FEC-

    UNICAMP [13]. No dimensionamento estrutural, pode-se levar em considerao

    os efeitos de no linearidade geomtrica e fsica do material. Esta possibilidade se

    deve ao fato do programa, para anlise estrutural, ter sido desenvolvido para a

    realizao de anlises no lineares. O dimensionamento baseado na NBR8800

    [4] a qual estabelece critrios a serem utilizados no dimensionamento de umaestrutura de ao. Os tipos de dimensionamento que esto disponveis no

    programa desenvolvido so: anlise e dimensionamento no regime elasto-linear;

    anlise e dimensionamento levando em conta os efeitos de no linearidade fsica

    do material; anlise e dimensionamento da estrutura levando em considerao os

    efeitos da no linearidade geomtrica e fsica do material.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    36/205

    -14-

    Tambm em 2000 REQUENA et al [26] apresentam um estudo de

    automao do projeto de arco circulares que integra os desenvolvimentos

    realizados por BEER [7] e CALLEJAS [13].

    SAKURADA et al [35] em 2000 apresentam o AutoVentos Duas guas

    (Fig. 1.09) que um programa para automao do clculo das aes de vento em

    estruturas compostas de telhado em duas guas. Tal programa segue os

    parmetros da NBR6123 Foras Devidas ao Vento em Edificaes[3], utilizando

    a marcha de clculo convencional, apresentada no corpo principal desta norma e

    foi desenvolvido atravs de pesquisas realizadas na FEC-UNICAMP [29].

    So fornecidas, como informaes iniciais, as dimenses da edificao, ongulo ou altura do telhado, as aberturas fixas e mveis em cada uma das faces

    da edificao e a velocidade bsica V0baseada no grfico das isopletas do Brasil.

    Figura 1.09 Tela Inicial do Software AutoVentos Duas guas.

    So automatizados os clculos dos coeficientes S1, S2, S3 que

    representam o fator topogrfico de onde a edificao est inserida (S1), as

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    37/205

    -15-

    dimenses da edificao e influncia da vizinhana (S2) e o fator estatstico de

    ocupao da edificao (S3). Com base nestes coeficientes calculada a

    velocidade caracterstica Vke, a partir desta, calcula-se a presso de obstruo na

    edificao. Em uma segunda etapa so automatizados os clculos dos

    coeficientes de presso e forma externos e internos para as paredes e cada uma

    das guas, so combinados e posteriormente, dadas as larguras de influncia, so

    fornecidos as quatro piores condies de carregamento na estrutura, duas com

    vento a 0oe duas com vento a 90o.

    Tambm apresentam [35] o software AutoVentos Otimizao que

    automatiza e otimiza o clculo das aes de vento em estruturas compostas de

    telhado em duas guas. Para a determinao dos coeficientes de presso internos utilizado o Anexo Dem substituio ao corpo principal da norma NBR6123 [3].

    Tal anexo prope que o clculo dos coeficientes internos seja feito atravs do

    equilbrio entre as massas de ar que entram com as que saem da edificao. Alm

    de automatizar os clculos este programa permite otimizar alguns parmetros para

    minimizar os carregamentos que seriam crticos para as situaes de barlavento e

    sotavento. Desta forma, informado um ngulo pr-determinado para a inclinao

    da cobertura, o programa calcula a melhor distribuio de aberturas nas faces da

    edificao para que as aes de vento na cobertura sejam minimizadas. De forma

    inversa, pode-se informar quais so as aberturas nas faces da edificao para que

    o programa determine o valor do ngulo de inclinao da cobertura otimizado para

    que as aes de vento na cobertura sejam minimizadas.

    Como resultado final o programa apresenta os quatro piores

    carregamentos de vento, dois a 0o e dois a 90o.

    REQUENA e SILVA [30] divulgam em 2000 a verso AutoMETAL 3.01

    (Fig. 1.10) que a evoluo da verso 1.01.

    Esta verso apresenta, como inovao, a incluso do elemento pilar que,

    diferentemente dos elementos de barras da trelia, um elemento que necessita

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    38/205

    -16-

    de ns com trs graus de liberdade (deslocamento em x, deslocamento em y e

    rotao em torno de z). A implementao deste tipo de vinculao mostrou-se

    necessria porque a rigidez do pilar influi na determinao dos esforos nas

    barras das trelias.

    Portanto, o programa passa a trabalhar barras rotuladas treliadas na

    cobertura e com pilares em barras de prtico, nas quais as trelias esto

    vinculadas.

    Outra inovao apresentada nesta verso a incluso do

    dimensionamento de perfis com chapas dobradas de ao, aumentando assim a

    aplicabilidade do programa.

    Figura 1.10 Tela Principal do Software AutoMETAL 3.01.

    O dimensionamento de perfis laminados segue os parmetros da

    NBR8800[4] e o de perfis em chapa dobrada foi desenvolvido com o ento projeto

    de norma nacional para perfis formados a frio.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    39/205

    -17-

    Em 2000 BRANCO et al [9] apresentam o programa AutoVentos Arcos

    (Fig. 1.11), que automatiza o clculo das aes de vento em estruturas compostas

    de telhado em arco, utilizando o corpo principal da norma NBR6123 [3], baseado

    em pesquisas desenvolvidas na FEC-UNICAMP [27] e [28].

    So fornecidas como dados iniciais as dimenses da edificao, a relao

    flecha vo ou altura mxima das telhas, as aberturas fixas e mveis em cada uma

    das faces da edificao e a velocidade bsica V0.

    Tambm so automatizados os clculos dos coeficientes S1, S2 e S3, da

    velocidade caracterstica, da presso de obstruo e tambm os clculos dos

    coeficientes de presso e forma externos e internos para as paredes e para oarco, que subdividido em seis segmentos.

    Figura 1.11 Tela Inicial do Software AutoVentos Arcos.

    Para os clculos dos coeficientes externos utilizado oAnexo Eda norma

    NBR6123[3] que trata de coeficientes externos para coberturas curvas.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    40/205

    -18-

    Em uma etapa final os coeficientes internos e externos so combinados e

    com a largura de influncia, obtm-se as quatro piores condies de carregamento

    na estrutura, duas com vento a 0oe duas com vento a 90o.

    Tambm apresentam [9] um software para automao do clculo das

    aes de vento em edificaes com telhado tipo shed, o AutoVentos Shed

    (Fig. 1.12).

    As informaes iniciais so as dimenses da edificao, as distncias

    entre traves e entre vigas mestra, as aberturas fixas e mveis em cada uma das

    faces, as aberturas fixas na viga mestra e tambm a velocidade bsica V0.

    Figura 1.12 Tela Inicial do Software AutoVentos Shed.

    Com base nestas informaes so automatizados os clculos dos

    coeficientes S1, S2 e S3, da velocidade caracterstica, presso de obstruo e

    tambm o clculo dos coeficientes de presso e forma externos e internos para

    ventos a 0o, 90o e 180o, j que o vento soprando a 180o gera uma condio de

    carregamento diferente daquela gerada pelo vento a 0o.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    41/205

    -19-

    Ao final so apresentados os seis carregamentos crticos da estrutura,

    dois para ventos soprando a 0o, dois para ventos soprando a 90o e dois para

    ventos soprando a 180o.

    Tambm em 2000 RODRIGUES e BARROS [33] apresentam um estudo

    comparativo entre o ento Texto-Base da Norma Brasileira para o

    Dimensionamento de Estruturas Constitudas por Perfis Formados a Frio e a

    norma americana AISI-96. Como resultado deste so apresentados fluxogramas

    de dimensionamento, visando a sistematizao dos procedimentos de clculo, que

    permitem a implementao computacional em qualquer linguagem de

    programao.

    Em 2000 VERSSIMO e PAES [39] apresentam um aplicativo para

    dimensionamento de elementos estruturais metlicos, com base no Mtodo dos

    Estados Limites, segundo a NBR8800[4], denominado Desmet(Fig. 1.13).

    Figura 1.13 Tela Principal do Software Desmet.

    Uma vez escolhido o tipo de seo e dados os esforos solicitantes e as

    condies de contorno do elemento, o programa calcula a resistncia de qualquer

    perfil constante em sua base de dados. O usurio pode realizar verificaes

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    42/205

    -20-

    individuais, perfil a perfil, ou solicitar que o prprio software identifique o perfil

    timo que atenda s condies impostas.

    Os resultados referentes s verificaes de resistncia e estabilidade

    associadas a cada estado limite aplicvel esto disponveis na interface,

    permitindo que o usurio possa verificar o estado limite que governa o

    dimensionamento e acompanhar as mudanas no comportamento estrutural da

    pea, medida que altera o perfil ou os dados de entrada.

    Ao final o programa pode gerar um relatrio contendo as respostas do

    dimensionamento, que pode se tornar parte da memria de clculo.

    BRANCO et al [12] apresentam em 2001 o software DimLaminados (Fig.

    1.14) que automatiza a verificao e o dimensionamento de elementos estruturais

    constitudos de perfis laminados de ao de acordo com as normas NBR8800

    Projeto e Execuo de Estruturas de Ao em Edifcios[4],AISC - LRFD/94 Load

    and Resistance Factor Design Especification[2]e Eurocode-3/93 Design of Steel

    Structures[18].

    possvel realizar dois tipos de procedimento com o programa:verificao de um dado perfil ou a escolha de um melhor perfil, sempre utilizando

    os dados informados.

    O programa utiliza-se de dois bancos de dados, um com os perfis

    normatizados e outro com perfis que podem ser informados pelo usurio.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    43/205

    -21-

    Figura 1.14 Tela Principal do Software DimLaminados.

    Os dados de entrada para ambos os procedimentos so os carregamentos

    que o elemento estrutural est submetido, o tipo de seo do elemento estrutural,

    os seus comprimentos efetivos de flambagem em torno dos eixos x-x, y-y e z-z.

    Para o procedimento de verificao ainda necessrio realizar a escolha de um

    perfil que deve ser verificado, dentro dos bancos de dados disponveis.

    O programa realiza as anlises para as trs normas e apresenta os

    resultados parciais destas anlises e toda a marcha de clculo apresentada na

    interface grfica. Isto permite que o usurio verifique o estado limite que governa o

    dimensionamento da pea e possa acompanhar as variaes de comportamento

    estrutural da mesma medida que o perfil ou os dados de entrada so

    modificados. Atravs de tabelas diferentes, as anlises podem ser comparadas e

    verificar os pontos divergentes entre as anlises de cada norma, no casoNBR8800/86[4], LRFD/94 [2] e EUROCODE-3/93 [18] (Fig. 1.15).

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    44/205

    -22-

    Figura 1.15 Resultados de Uma Anlise Com a Marcha de Clculo - DimLaminados.

    Ao final um relatrio contendo toda a marcha de clculo de cada uma das

    normas pode ser salvo em arquivo texto e ser utilizado como parte integrante da

    memria de clculo.

    Tambm em 2001, YAMAMOTO e OLIVEIRA [42] divulgam um

    programa computacional que realiza automaticamente os procedimentos de

    clculo de dimensionamento de elementos de barra em ao quanto s solicitaes

    normais (trao e compresso), solicitaes em barras fletidas (flexo e fora

    cortante) e combinadas, segundo as recomendaes da NBR8800[4].

    Ao final apresentada uma tela que ilustra as equaes de interao de

    estabilidade da pea (Fig. 1.16).

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    45/205

    -23-

    Figura 1.16 Equaes de interao.

    FRANCO et al [20] apresentam em 2001 o software TowerCAD para

    modelagem e detalhamento de torres de ao, utilizando programao orientada a

    objetos atravs da biblioteca ObjectARX(C++). O projeto de pesquisa no qual se

    enquadra este aplicativo, prope a elaborao de um aplicativo capaz de

    automatizar o clculo, anlise, o detalhamento e a fabricao de estruturas de ao

    para torres de transmisso. De todo o processo, o ponto de maior inovao e

    dificuldade de implementao, a fase de detalhamento da estrutura (Fig. 1.17).

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    46/205

    -24-

    Figura 1.17 Barra Detalhada Pelo Software TowerCAD.

    REQUENA et al [32] apresentam, em 2001, o software AutoMETAL

    Verso 1.01 V&M do Brasil UNICAMP (Fig. 1.18) desenvolvida com apoio da

    siderrgica Vallourec & Mannesmann do Brasil. Este software automatiza o projeto

    de trelias metlicas planas constitudas de barras com perfis tubulares laminados,de acordo com a NBR8800[4].

    Este software uma seqncia da linha AutoMETAL e apresenta como

    novidade a orientao do dimensionamento para os produtos da Vallourec &

    Mannesmann do Brasil, que, na poca, possua em sua linha de produo

    somente perfis tubulares de seo circular.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    47/205

    -25-

    Figura 1.18 Tela Principal do Software AutoMETAL 1.01 V&M do Brasil UNICAMP.

    Esta verso exclusiva uma variao do programa AutoMETAL 3.01 e

    apresenta mais recursos que sua verso base.

    Foi desenvolvida uma verso especial dos softwares da srie AutoVentos

    para que fosse disponibilizado como uma ferramenta adicional no software

    AutoMETAL(Fig. 1.19).

    Figura 1.19 Ferramenta de Clculo de Coeficientes de Ventos.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    48/205

    -26-

    Outra inovao desta verso foi o desenvolvimento do procedimento de

    dimensionamento e o detalhamento de algumas ligaes bsicas. Para o

    detalhamento foi utilizada a linguagem AutoLisp, em ambiente AutoCAD (Fig.

    1.20).

    Figura 1.20 Automao do Detalhamento Bsico de Ligaes.

    PLAZZA et al [24], em 2001, divulgam o software AutoVentos

    EdVerticaisque automatiza as aes estticas de vento em edifcios de concreto

    com plantas quadradas, retangulares ou circulares, utilizando o procedimento

    contido no corpo principal da norma NBR6123[3].

    So informadas as dimenses em planta da edificao, sua altura e a

    velocidade bsica V0. A partir destes dados so automatizados os clculos dos

    coeficientes S1, S2, S3, da velocidade caracterstica, presso de obstruo e do

    coeficiente de arrasto da edificao para ventos a 0oe 90o.

    Como resultado, so apresentados resultados da carga de vento variando

    a cada 5m de altura at a altura final da edificao e o momento na base da

    edificao. Um relatrio com todos os dados e clculos pode ser salvo e servir

    como memria de clculo (Fig. 1.21).

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    49/205

    -27-

    Figura 1.21 Resultado das Anlises.

    BRANCO et al [11] apresentam, em 2002, a seqncia AutoMETAL

    Verso 3.01 V&M do Brasil UNICAMP (Fig. 1.22)desenvolvida com apoio da

    siderrgica Vallourec & Mannesmann do Brasil, que calcula e dimensiona

    estruturas aporticadas utilizando perfis tubulares circulares V&M do Brasil.

    Toda a automao da geometria e dos carregamentos a mesma das

    verses anteriores, porm o clculo que anteriormente considerava apenas dois

    graus de liberdade de deslocamentos para cada n passou a considerar trs graus

    de liberdade, exigindo modificao na montagem da matriz de rigidez. A matriz de

    rigidez feita a partir de funes de rigidez exatas que consideram a energia de

    deformao devida aos esforos normais e fletores.

    Como as barras esto submetidas flexo, o procedimento de

    dimensionamento (segundo NBR8800 [4]) das barras tambm foi alterado paraque as barras fossem dimensionadas, agora, flexo composta e no mais

    somente trao e compresso.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    50/205

    -28-

    Figura 1.22 Tela Principal do Software AutoMETAL 3.01 V&M do Brasil UNICAMP.

    VERSSIMO et al [40] apresentam em 2002 o software VigaMix (Fig. 1.23)

    que foi elaborado para realizar anlise e dimensionamento de vigas mistas de

    edifcios, segundo a NBR8800[4].

    O software permite o clculo de vigas mistas com perfis laminados e

    soldados, duplamente simtricos ou monossimtricos, podendo a laje ser maciaou com forma de ao incorporada, escorada ou no.

    admitida a utilizao de conectores de cisalhamento em perfil U

    laminado ou conectores tipo pino com cabea (stud bolts), permitindo ao usurio

    controlar o grau de interao entre o perfil metlico e a laje de concreto, atravs

    da quantidade de conectores de cisalhamento utilizada. Como resultados o

    programa fornece os esforos, os deslocamentos, a freqncia de vibrao da

    viga, a verificao dos estados limites ltimos e de utilizao prescritos na

    NBR8800 [4] e, ainda, o memorial de clculo completo e o detalhamento da

    disposio dos conectores sobre a viga.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    51/205

    -29-

    Figura 1.23 Tela Principal do Software VigaMix.

    Tambm em 2002, VILELLA et al [41] apresentam um software de

    automao para o clculo das aes dinmicas em edificaes verticais, como

    continuao do software j desenvolvidoAutoVentos EdVerticais.

    FORTI et al [19] apresenta em 2003 o programa AutoVentos Torrespara

    automao da geometria e das aes estticas e dinmicas devidas ao vento em

    torres metlicas autoportantes. O software automatiza a gerao de geometrias de

    torres de telecomunicao com plantas quadradas e triangulares, em arquivo dxf.

    Tambm realizada a automao do carregamento de vento nestas

    torres. Para tanto, determina-se a presso de obstruo e a velocidade

    caracterstica Vk atravs dos fatores S1, S2 e S3. So determinadas duas

    velocidades caractersticas, uma para a anlise esttica e outra para a anlisedinmica-simplificada que apresentada na norma NBR6123[3].

    Ao final das anlises possvel salv-las em arquivo texto. So salvos

    todos os dados, bem como todos os resultados parciais e finalmente as foras de

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    52/205

    -30-

    arrasto nos ns dos diafragmas. As anlises so realizadas tanto para o mtodo

    esttico como para o mtodo dinmico simplificado da NBR6123[3].

    SANTOS e REQUENA [34] em 2003 apresentam um software para

    automao do clculo de ligaes entre barras tubulares, financiado pela empresa

    siderrgica Vallourec & Mannesmann do Brasil, dentro de seu convnio de

    Pesquisa e Desenvolvimento.

    O software abrange os principais tipos de ligaes que aparecem em

    estruturas planas tubulares, sendo elas as ligaes tubulares em k com as

    diagonais afastadas e sobrepostas, com chapa de ligao atravessando todo o

    tubo do banzo, com chapa de topo ou tubo x tubo, as ligaes tubularesflangeadas e as ligaes tubulares de base. Sua formulao baseada nas

    normas europias, americanas e canadenses e tambm em publicaes do

    CIDECT (Comit International pour le Dveloppement et ltude de la Contruction

    Tubulaire), visto que no existe uma documentao brasileira correspondente.

    Em 2003 PRAVIA e CHIARELLO [25] divulgam o software Visual Ventos

    (Fig. 1.24) que automatiza o carregamento de ventos em edificaes com planta

    retangular e com telhado duas guas. O programa automatiza todo o

    procedimento de clculo da NBR6123[3].

    As informaes iniciais necessrias so as dimenses da edificao, a

    inclinao do telhado ou altura do topo do telhado, as aberturas fixas e mveis em

    cada uma das faces da edificao e a velocidade bsica do vento V0.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    53/205

    -31-

    Figura 1.24 Tela Principal do Software Visual Ventos.

    Os processos automatizados so os clculos dos coeficientes S1, S2e S3,

    a partir dos quais se obtm a velocidade caracterstica Vke desta, por sua vez, a

    presso de obstruo q.

    Tambm so calculados os coeficientes de presso e forma externos e

    internos que so posteriormente combinados e, com as respectivas distncias

    entre prticos, obtm-se os quatro piores casos de carregamento de vento a que aestrutura pode estar submetida, dois a 0oe dois a 90o.

    Em 2004 BRANCO et al [10] apresentam o software AutoMETLICA

    (verso experimental) (Fig. 1.25) que simboliza o fim do desenvolvimento da linha

    dos softwaresAutoMETAL, e inicia uma nova linha de softwares com estruturao

    adequada para implementaes e adaptaes futuras.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    54/205

    -32-

    Figura 1.25 Tela Principal do Software AutoMETLICA.

    Esta nova linha tambm tem como objetivo automatizar as etapas do

    projeto de estruturas metlicas planas aporticadas, porm em um aspecto mais

    amplo do que a linha anterior, compreendendo o lanamento da geometria, planta

    da cobertura (contendo contraventamentos, linhas de corrente e teras), cortes

    ilustrando os contraventamentos verticais, passando pelo clculo automtico das

    aes de vento, carregamento automtico da estrutura, clculo estrutural e

    dimensionamento das barras. Esta nova linha desenvolvida com o apoio da

    siderrgica Vallourec & Mannesmann do Brasil, atravs do seu convnio de

    Pesquisa e Desenvolvimento envolvendo a Faculdade de Engenharia Civil,

    Arquitetura e Urbanismo FEC da Universidade Estadual de Campinas

    UNICAMP e o setor de Desenvolvimento de Estruturas Tubulares da referida

    siderrgica.

    O programa considera trs graus de liberdade por n e permite que as

    barras sejam rotuladas em suas extremidades, ampliando o leque de estruturas

    planas que podem ser analisadas. Desta forma, podem ser estudadas estruturas

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    55/205

    -33-

    calculadas considerando a teoria clssica de trelia, utilizando ns rgidos, ou

    utilizando combinaes de barras rgidas com barras rotuladas.

    O programa tambm permite, para fins didticos, que o dimensionamento

    seja realizado considerando flexo composta ou somente esforos axiais.

    1.3.2 Softwares Comerciais

    Existem algumas empresas que desenvolvem softwares comerciais e que

    utilizam a as normas brasileiras como base para seus desenvolvimentos.

    1.3.2.1 Stabile Engenharia LTDA

    A Stabile Engenharia LTDA est no mercado estrutural, desenvolvendo

    projetos estruturais desde 1975, e em 1994, deu incio ao desenvolvimento de

    softwares que, em um primeiro momento, seriam para uso prprio. Com a

    demanda de mercado por softwares tcnicos, a Stabile passou a comercializar

    estes softwares desenvolvidos.

    O primeiro software comercializado foi o ST_CadEM que um softwaredeautomao de detalhamento de estruturas metlicas, e visa o aumento da

    produtividade, a diminuio de erros de desenhos e conseqente diminuio dos

    custos, tanto de desenvolvimento, quanto de reviso de desenhos.

    A verso mais atual do ST_CadEM a 4.0 e apresenta as seguintes

    caractersticas:

    - Troca de informaes com softwares de clculo e dimensionamento,

    como o SAP, o STRAP e o METLICAS 3D;

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    56/205

    -34-

    - Tecnologia Pick & Know; com uma simples seleo atravs do mouse, o

    sistema reconhece o perfil criado (tipo de perfil, dimenses e

    orientao);

    - Mdulo de detalhamento de trelias, capaz de realizar croquis de

    fabricao das barras;

    Alm disso, o ST_CadEM v. 4.0 apresenta outros recursos, como a

    representao grfica de vrios perfis, chumbadores, bases de pilares, teras,

    contraventamentos, etc. A Fig. 1.26ilustra uma tela do programa ST_CadEM.

    Figura 1.26 Tela do Programa ST_CadEM

    Outro softwaredesenvolvido pela Stabile o mCalc que um software de

    gerao, anlise e dimensionamento de estruturas metlicas e possui interface

    com o ST_CadEM. O programa trabalha com perfis laminados, soldados econformados a frio.

    As maneiras de entrar com uma estrutura no mCalc so:

    - Editor grfico interativo com comandos semelhantes ao AutoCAD;

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    57/205

    -35-

    - Gerao automtica de diversas trelias;

    - Importao de geometrias pelo AutoCAD;

    Aps a insero dos dados, o programa analisa a estrutura atravs defunes de rigidez. A estrutura pode ser composta por elementos de trelia e de

    prtico plano simultneos.

    O programa tambm dimensiona as estruturas calculadas seguindo as

    recomendaes das Normas NBR14762 Dimensionamento de Estruturas de Ao

    Constitudas por Perfis Formados a Frio Procedimento [5] para perfis formados

    frio e a NBR8800[4] para perfis laminados e soldados.

    Aps o dimensionamento, o programa entra no mdulo denominado

    Resultados, que capaz de gerar um relatrio com dados da estrutura analisada,

    como geometria, aes e tabela de envoltria de mximos e mnimos,

    deslocamentos e reaes de apoio para as combinaes. O relatrio final do

    programa apresenta tambm os perfis adotados e o desenho da deformada da

    estrutura para cada combinao de aes, com os deslocamentos dos ns

    selecionados. A Fig. 1.27 ilustra o deslocamento encontrado no eixo de simetriade uma trelia de duas guas.

    O mCalc apresenta integrao com o ST_CadEm, para que a estrutura

    analisada possa ser detalhada. O programa tambm pode exportar arquivos .dxf

    que podem ser interpretados pelo AutoCAD.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    58/205

    -36-

    Figura 1.27 Tela do mCalc

    A evoluo do mCalc o mCalc3D, que um software para clculo de

    estruturas espaciais, capaz de gerar e carregar automaticamente estruturas

    espaciais, realizar o clculo estrutural e dimension-las usando perfis laminados,

    soldados e formados frio. Seu editor grfico similar ao do AutoCAD, que o

    torna de fcil utilizao e tambm trabalha com arquivos .dxf.

    Aps a gerao e o carregamento automtico, o software inicia a anlise

    estrutural, onde montada a matriz de rigidez da estrutura. O software utiliza

    funes de rigidez para a montagem da matriz. Para otimizao da soluo do

    sistema, tambm realizada uma renumerao nodal, que otimiza a semi-largura

    de banda para utilizao do mtodo de Gauss otimizado.

    Depois de calculada a estrutura pode ser dimensionada, de acordo com aNBR14762[5] para perfis formados a frio e NBR8800[4] para perfis laminados e

    soldados.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    59/205

    -37-

    Em seguida, o programa passa para o tratamento dos resultados, onde

    gerado um relatrio com todos os resultados das anlises realizadas, como

    deformada, informaes de ns, barras, etc.

    O mCalcLIG, tambm da Stabile, um softwarepara clculo e verificao

    de ligaes. Baseado no tipo da ligao, informa-se os dados geomtricos e as

    solicitaes atuantes e o programa verifica se a ligao satisfaz ou no estas

    solicitaes. Podem ser analisadas ligaes soldadas e parafusadas, emendas de

    perfis e placas de base. Futuramente o software ser integrado ao ST_CadEM

    para que sejam realizados os detalhes das ligaes calculadas no mCalcLig. A

    Fig. 1.28ilustra uma tela do software.

    Figura 1.28 Tela do software mCalcLIG

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    60/205

    -38-

    1.3.2.2 A Famlia TecnoMETAL

    A famlia TecnoMETAL inclui ao todo trs programas: TecnoMETAL 2D,

    TecnoMETAL 4De TecnoMETAL EL, e o suporte dado pela MULTIPLUS, que

    uma empresa de renome no mercado de software nacional.

    O programa TecnoMETAL EL um software para o detalhamento completo

    de estruturas metlicas, incluindo colunas, vigas, contraventamentos, ligaes,

    placas de base, etc. O programa tambm possui rotinas para a gerao de torres,

    mezaninos, escadas, plataformas e outros. Alm disso, o programa realiza a lista

    de materiais detalhada.

    O software TecnoMETAL 2Dtambm realiza o detalhamento automtico de

    estruturas metlicas, com alguns recursos extras. O programa compatvel com o

    AutoCAD, realiza o detalhamento de nervuras e possui uma extensa biblioteca de

    perfis. A Fig. 1.29ilustra uma tela do TecnoMETAL 2D.

    Figura 1.29 Tela do TecnoMETAL 2D

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    61/205

    -39-

    O TecnoMETAL 4D um software cria um modelo slido da estrutura

    lanada, contendo inclusive chanfros, parafusos, etc. O usurio lana a estrutura,

    as ligaes e as placas de base diretamente em 3D, o programa processa os

    dados de entrada e, como resultado, apresenta a estrutura modelada com todos

    os detalhes, com a lista de materiais completa, croquis de fabricao, etc. O

    software tambm realiza a visualizao interativa da estrutura com sombra e luz, o

    desenho de projeto de elevaes, o desenho de cotas, etc.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    62/205

    -40-

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    63/205

    -41-

    Captulo 02 DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE PARA

    AUTOMAO DO PROJETO DE ESTRUTURAS TUBULARES DE AO

    2.1A Importncia da Automao

    A motivao, neste estudo, para elaborar um software de automao de

    projetos em estruturas metlicas tubulares planas foi a de realizar com grande

    rapidez e facilidade anlises estruturais completas e que envolvem pontos

    trabalhosos.

    Pretende-se realizar as anlises comparativas para vrios tipos de

    estruturas onde so consideradas ligaes rotuladas e rgidas. A transio entre

    um tipo de estrutura para outro, dentro do ambiente dos softwares comerciais,

    trabalhosa. Desta forma, o programa tambm agiliza as modificaes necessrias

    entre as consideraes de barras rotuladas e barras rgidas.

    O software desenvolvido tambm auxilia no aspecto de enquadrar as

    anlises dentro dos parmetros usuais de projeto, sempre visando realizar as

    anlises dentro dos padres usuais de estruturas treliadas.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    64/205

    -42-

    Entende-se por uma anlise estrutural completa toda a etapa de entrada

    de dados, o clculo estrutural, o dimensionamento das barras da estrutura e o

    dimensionamento/verificao das ligaes da estrutura.

    A entrada de dados envolve as etapas de gerao automtica e manual

    de geometrias, definio automtica e manual dos grupos de barras, o

    carregamento automtico e manual das estruturas, clculo automtico das aes

    de vento atuantes, definio das combinaes dos carregamentos, das

    vinculaes das barras, das condies de contorno da estrutura, dos

    comprimentos de flambagem das barras e do tipo de conexo entre as barras.

    A etapa de clculo estrutural envolve o tratamento dos dados de entrada,definio dos vetores e matrizes, processamento do sistema de equaes e ps-

    processamento dos dados.

    O dimensionamento das barras a seqncia de clculo apresentada em

    norma para a escolha do perfil mais adequado para cada um dos grupos de barras

    em funo do resultado do ps-processamento do clculo estrutural.

    As duas ltimas etapas se relacionam interativamente, visto que aps odimensionamento das barras, faz-se necessrio um re-processamento da

    estrutura e uma verificao deste dimensionamento. Este processo interativo de

    clculo x dimensionamento se repete at que o resultado do dimensionamento

    da estrutura seja o mesmo antes e depois do re-processamento. importante

    salientar que neste desenvolvimento buscou-se estudar a influncia da rigidez das

    ligaes tubulares no comportamento global da estrutura e seu conseqente

    dimensionamento, sendo que, as verificaes das ligaes tubulares, emespecfico, no foram abordadas.

    A unidades utilizadas foram kgf e cm pois so as unidades mais

    comumente utilizadas pelos profissionais da rea.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    65/205

    -43-

    2.1.1 Arquitetura do Software

    Segundo VAROTO [38], a escolha de um estilo de arquitetura de software

    deve ser guiada pelas propriedades gerais que a aplicao requer e, mais ainda,

    pelos requisitos no funcionais, como portabilidade e confiabilidade. Alm disso,

    os estilos podem ser combinados entre si para suportar os requisitos necessrios

    e apoiar a definio de uma arquitetura mais adequada para o problema.

    necessrio observar que a arquitetura no definida apenas pela

    adoo de um ou vrios estilos. Eles so apenas um primeiro passo para

    especificar a estrutura fundamental de um sistema.

    Para o desenvolvimento do software o padro de arquitetura mais

    adequado o Model-View-Controller, e seu estilo se enquadra na classificao de

    Sistema Interativo. O MVC oferece suporte para a estruturao de sistemas que

    se caracterizam como interao homem-mquina. Este padro divide a aplicao

    interativa em trs componentes:

    - o modelo (model): encapsula dados e funcionalidade e independente

    de representaes especficas de sada ou comportamento de entrada;

    - viso (view): mostra as informaes para o usurio, obtendo dados do

    modelo;

    - controlador (controller): cada viso est associada a um controlador que

    recebe as entradas geralmente como eventos.

    Os usurios interagem com o modelo apenas atravs de controladores.

    O softwarefoi desenvolvido com as premissas de realizar controles locais

    nas janelas onde as respectivas modificaes so realizadas. Desta forma, foram

    criadas janelas para tratar dos diferentes tipos de modificaes e quando estas

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    66/205

    -44-

    janelas so abertas, uma cpia local das referentes informaes realizada nas

    mesmas. Por exemplo, quando se abre a janela de edio dos ns, realizada

    uma cpia local das informaes referentes aos ns nesta janela filha e toda a

    edio realizada nestas informaes locais. Caso as modificaes das

    informaes nesta cpia local sejam confirmadas, executada a transferncia

    destas informaes locais para o modelo geral e assim este atualizado. Caso as

    modificaes sejam descartadas, no existe nenhuma modificao no modelo

    global.

    Existe uma subdiviso de modelos e dois estados de operao distintos

    na utilizao do programa.

    No primeiro estado, chamado de Modo de Edio, possvel editar as

    informaes da estrutura, e o modelo nesta configurao foi chamado de malha

    geomtrica. As janelas utilizadas para as modificaes das informaes so as

    mesmas utilizadas para visualizaes.

    No segundo estado, chamado de Modo de Clculo / Dimensionamento,

    no possvel que o usurio edite nenhuma informao referente s propriedades

    da estrutura. Somente possvel visualizar estas informaes para que se tenha

    conhecimento de como est montado o segundo modelo, que neste estado

    chamado de malha computacional.

    No primeiro estado, somente a malha geomtrica existe e, conforme

    explanado, possvel edit-la. A malha computacional no existe.

    No segundo estado, a malha geomtrica e a malha computacional

    existem simultaneamente, porm no possvel editar a malha geomtrica e ela

    somente trabalha como fonte de informao para as janelas, que tambm no tem

    funo de edio, somente visualizao. A malha computacional fornece

    informaes do ps-processamento para a interface grfica e a malha

    geomtrica fornece informaes dos elementos, da geometria e demais

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    67/205

    -45-

    caractersticas para a interface grfica. Para a realizao do dimensionamento da

    estrutura, existe um processo iterativo entre a malha computacional, as

    informaes de dimensionamento e a malha geomtrica, pois com as

    modificaes necessrias para o dimensionamento da estrutura, a malha

    geomtrica deve ser modificada, conforme necessidade de substituio de perfis.

    Somente neste caso a modificao da malha geomtrica executada e somente

    realizada com um controle do software, sem interferncia nenhuma do usurio.

    A transio de um modo para outro dado atravs de uma seqncia de

    operaes, ilustrado na Fig. 2.01a seguir. O algoritmo desta seqncia ilustrado

    no item anexo A.2 Montagem da Malha, Pr-Processamento, Processamento e

    Ps-Processamento. A seguir tambm ilustrado o fluxo de informaes paracada um dos estados, o Modo de Edio (ilustrado na Fig. 2.02) e o Modo de

    Clculo / Dimensionamento (ilustrado na Fig. 2.03). O fluxo global, com todas as

    janelas, pode ser encontrado nos itens A.1.1 Fluxo de Informaes do Software

    em Modo de Edio e A.1.2 Fluxo de Informaes do Software com a

    Estrutura Calculada.

    JANELA PRINCIPAL

    Montagem damalha computacional -

    transferncia de todas asinformaes necessrias

    MALHA COMPUTACIONALMALHAC

    Pr-processamento

    Processamento

    Ps-processamento

    Armazenamentodas informaes

    Visualizao dasinformaes obtidas

    do ps-processamento

    Figura 2.01 Transio Entre Modo de Edio e Modo de Clculo / Dimensionamento

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    68/205

    -46-

    MODO DE EDIO

    INTERFACE GRFICA(DESENHO)

    JANELA PRINCIPAL

    MODELO GEOMTRICO

    JANELA EDIO / VISUALIZAO

    INTERFACE GRFICA(LOCAL)

    MODELO(LOCAL)

    MODELO COMPUTACIONAL

    NO CRIADO

    modificaesconfirmadas

    Figura 2.02 Fluxo de Informaes Modo de Edio

    MODO DE CLULO / DIMENSIONAMENTO

    INTERFACE GRFICA

    (DESENHO)

    JANELA PRINCIPAL

    MODELO GEOMTRICO

    JANELA EDIO / VISUALIZAO

    INTERFACE GRFICA

    (LOCAL)

    MODELO(LOCAL)

    MODELO COMPUTACIONAL

    PS-PROCESSAMENTO

    JANELA DEDIMENSIONAMENTO

    PROCESSAMENTO

    PR-PROCESSAMENTO

    Figura 2.03 Fluxo de Informaes Modo Clculo / Dimensionamento

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    69/205

    -47-

    2.2 Lanamento de Geometrias

    2.2.1 Gerao Automtica

    Com o intuito de agilizar as anlises a serem realizadas foi incorporada aosoftware a opo de se gerar automaticamente geometrias treliadas. A gerao

    automtica da geometria das estruturas permite acelerar de forma significativa a

    entrada de dados com relao aos ns, barras e grupos de barras, atravs de

    alguns dados de entrada, referentes a cada tipo de gerao.

    Pode-se gerar geometrias de trelias em duas guas com banzos em

    inclinaes diferentes e diagonais em N, duas guas em banzos paralelos com

    diagonais em V, arcos circulares, arcos parablicos e arcos com inrcia varivel.

    Para estas geometrias foram utilizados algoritmos j desenvolvidos em pesquisas

    anteriores e, a estes algoritmos, foi incorporada a opo de gerao em vrias

    naves.

    Para a gerao de cada uma das geometrias so necessrias informaes

    especficas que sero explanadas posteriormente.

    Antes de partir para cada uma das possibilidades, importante deixar

    clara a filosofia empregada na gerao das geometrias. Alm de dados como vo,

    inclinao, flecha e distncia entre banzos so necessrios outros parmetros

    para que o programa gere uma geometria. Estes parmetros independem do tipo

    de geometria a ser gerada e ditam os critrios de parada para todos os

    procedimentos. Os parmetros so: mxima distncia entre teras e intervalo para

    os ngulos entre diagonais e montantes com os banzos.

    Com estes critrios, alm dos dados j mencionados, o programa

    procurar constituir uma geometria. Caso no seja possvel constru-la, o

    programa informar e indicar qual dos parmetros ser preciso alterar para obter

    uma resposta afirmativa.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    70/205

    -48-

    Um exemplo a gerao de uma cobertura em duas guas simples. Ao se

    fixar uma distncia mxima entre teras, o programa procurar compatibilizar o

    vo total e esta mxima distncia com o intervalo de ngulos para as diagonais.

    Sendo o intervalo dos ngulos mximo e mnimo entre e , toda vez que o

    ngulo estiver abaixo do limite mnimo ser criado um n intermedirio nos

    banzos e entre duas teras ser criada mais uma diagonal com um montante

    intermedirio. Caso o ngulo esteja acima do limite superior o programa ir

    lanar uma diagonal cruzando o montante intermedirio. Estas situaes so

    apresentadas nas Fig. 2.04e 2.05. Em ambos os casos o vo total de 32.0m,

    limites de 30oe 60opara os ngulos, sendo 2.10m para a distncia mxima entre

    teras para o primeiro caso e 3.30m para o segundo.

    Figura 2.04 Duas guas Sem Subdiviso. FONTE: [30].

    Figura 2.05 Duas guas Com Subdiviso. FONTE: [30].

    O mesmo raciocnio exposto pode ser, por analogia, empregado paratodas as demais geometrias, exceto para os arcos de inrcia varivel. Para estes

    desconsidera-se o intervalo dos ngulos mnimo e mximo entre as diagonais e os

    banzos.

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    71/205

    -49-

    A seguir sero abordados os tipos de gerao automtica e as

    informaes necessrias para executar cada gerao.

    2.2.1.1 Duas guas (diagonais em N)

    Este tipo de geometria constitui a grande maioria das coberturas

    metlicas. So geometrias encontradas principalmente com a configurao de

    banzo superior inclinado e banzo inferior horizontal, porm, o procedimento no

    est preso a este tipo de configurao e permite a gerao de inclinaes variadas

    e independentes para os banzos superior e inferior.

    Para que esta geometria seja gerada, devem ser informados os dados

    indicados a seguir e ilustrados na Fig. 2.06.

    - Vo (L, em m);

    - Inclinao dos banzos superior e inferior (ise ii, em %);

    - Altura projetada do primeiro montante (Hp, em m);

    - ngulo de arranque do primeiro montante (, em graus, a partir da

    horizontal no sentido anti-horrio);

    - Nmero de diagonais invertidas;

    Figura 2.06 Dados Para Gerao de Geometria do Tipo Duas guas. FONTE: [30].

    Em todos os casos, a altura projetada Hp obtida pela interseo entre a

    continuidade do banzo superior e uma reta vertical que passa pelo primeiro n do

    banzo inferior. Diagonais invertidas so diagonais localizadas a partir do meio do

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    72/205

    -50-

    vo e que so ascendentes, ou seja, tomando da esquerda para a direita a barra

    parte do banzo inferior para o banzo superior.

    Para a gerao, pode-se pensar em situaes diversas, como, por

    exemplo, banzo inferior (ou superior) inclinado negativamente e superior (ou

    inferior) na horizontal. Pode-se, tambm, criar geometrias de banzos paralelos, ou

    seja, com inclinaes iguais para ambos os banzos. Tambm possvel empregar

    inclinaes horizontais para ambos os banzos e assim gerar uma viga treliada.

    Enfim, o procedimento pode ser empregado de formas variadas. Se no for

    possvel gerar uma geometria com o intervalo de ngulos fornecido, o programa

    ir sugerir um novo intervalo.

    2.2.1.2 Banzos Paralelos (diagonais em V)

    Neste caso, so geradas coberturas parecidas com o Duas guas com

    diagonais em N, exceto por duas imposies. A primeira diz respeito s

    inclinaes dos banzos; enquanto no caso anterior os banzos podem variar

    independentes, aqui ambos (inferior e superior) apresentam a mesma inclinao

    (por isso banzos paralelos). A segunda diferena o modelo de disposio das

    diagonais; ao contrrio da anterior, onde eram dispostas formando N (com os

    montantes), aqui no h a presena do montante e as diagonais so ligadas aos

    banzos dando a forma de V.

    Para se gerar uma cobertura de Banzos Paralelos em Vso necessrios

    os seguintes dados, conforme indicados na Fig. 2.07:

    - Vo (L, em m);

    - Inclinao dos banzos tanto o superior como o inferior (i, em %);

    - Distncia entre banzos (h, em m);

    - ngulo de arranque do primeiro montante (, em graus, a partir da

    horizontal no sentido anti-horrio);

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    73/205

    -51-

    Figura 2.07 Dados Para Gerao de Geometria do Tipo Banzos Paralelos. FONTE: [30].

    2.2.1.3 Arcos Circulares

    Coberturas em arcos circulares so tambm bastante utilizadas, onde as

    circunferncias que do origem aos banzos inferior e superior so concntricas.

    Fixado o vo da cobertura a incgnita restante a flecha (altura mxima, no meiodo vo). Fixada a flecha parte-se ento para o clculo do raio da circunferncia.

    Calculado o raio pode-se, em funo dos parmetros impostos (distncia entre

    teras e intervalo de ngulos das diagonais) concluir o processo.

    Para se gerar uma cobertura em Arco Circular so necessrios os

    seguintes dados:

    - Vo (L, em m);

    - Relao Flecha-Vo razo entre a altura mxima do banzo inferior e

    vo (f/L, adimensional);

    - Distncia entre banzos (h, em m);

    - ngulo de arranque do primeiro montante (, em graus, a partir da

    horizontal no sentido anti-horrio);

    O procedimento de gerao de arcos circulares apresenta uma

    particularidade em relao aos procedimentos vistos anteriormente. O ngulo de

    arranque do primeiro montante pode ser informado de trs maneiras distintas. A

    primeira delas informar diretamente seu valor (como nos casos anteriores). A

    segunda forma impor que o primeiro montante parta obrigatoriamente na direo

    radial (perpendicular aos banzos). Ou seja, deixando-se o campo de ngulo de

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    74/205

    -52-

    arranque em branco o programa ir interpretar como o ngulo de arranque sendo

    igual a 90 mais metade do ngulo de abertura do arco. A terceira maneira de

    informar o arranque indic-lo como igual a zero(0). Neste caso o programa ir

    ajustar o arranque de forma que todas as barras do banzo superior e do inferior

    tenham comprimentos constantes. A Fig. 2.08 representa cada uma das

    possibilidades para o ngulo de arranque.

    Figura 2.08 (a) Valor Indicado (b) Primeiro Montante Perpendicular (c) Barras dos Banzos Com Tamanho Constante.

    FONTE: [30].

    2.2.1.4 Arcos Parablicos

    Os arcos parablicos so empregados, geralmente, nas situaes onde se

    deseja uma grande altura (flecha) e o vo disponvel pequeno (geralmente

    relaes flecha-vo superiores a 0.25). Um outro ponto importante que formasparablicas representam formas naturais para se cobrir um vo e fazer com que a

    estrutura esteja predominantemente comprimida.

    Neste caso os banzos no so formados por arcos de circunferncia, mas

    sim por parbolas de segundo grau y= ax2+ bx+ c (somente o banzo superior

    uma parbola; o banzo inferior uma funo bastante prxima, mas no respeita

    o equacionamento de uma parbola). Devido s variaes da curvatura, os arcos

    parablicos exigem uma ateno maior no projeto e, sobretudo, na execuo da

    obra. Para se gerar um arco parablico so necessrios os mesmos dados

    necessrios a um circular. A diferena do anterior est apenas no arranque: os

    arcos parablicos apenas possuem as duas primeiras formas de indicao do

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    75/205

    -53-

    ngulo valor do ngulo diretamente ou montante perpendicular aos banzos nas

    barras da extremidade. A Fig. 2.09traz um exemplo de um arco parablico.

    Figura 2.09 Arco Parablico. FONTE: [30].

    2.2.1.5 Arco de Inrcia Varivel

    Os arcos de inrcia varivel gerados so formados por circunferncias no

    concntricas. Ou seja, a circunferncia que d origem ao banzo inferior apresenta

    raio e centro diferentes daquela que d origem ao banzo superior. Como dito

    anteriormente, para os arcos de inrcia varivel o intervalo de ngulos no um

    parmetro.

    Para se gerar uma cobertura em Arco de Inrcia Varivel so necessrios

    os seguintes dados, conforme indicados na Fig. 2.10:

    - Vo (L, em m);

    - Relao Flecha-Vo razo entre a altura mxima do banzo inferior e

    vo (f/L, adimensional);

    - Distncia entre banzos na extremidade (Ho,em m);

    - Distncia entre banzos no meio do vo (Hf,em m);

  • 7/22/2019 Dissertacao 04 Tubular (1)

    76/205

    -54-

    Figura 2.10 Dados Para Gerao de Geometria de Arco de Inrcia Varivel. FONTE: [30].

    importante destacar que o ngulo de arranque para os arcos de inrcia

    varivel gerados sempre aquele que garante um ngulo de 90oentre a primeira

    barra do banzo inferior e o primeiro montante.

    2.2.2 Entrada Manual

    A entrada manual pode ser realizada caso se deseje elaborar uma

    estrutura que no entre nos padres das geraes automticas ou ento se

    deseje realizar pequenos ajustes em geometrias geradas automaticamente.

    Para a entrada manual foi desenvolvida uma interface grfica que permita

    ao usurio desenhar na prpria tela, sem precisar entrar com os dados

    man