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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE SAÚDE COMUNITÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA MESTRADO EM SAÚDE PÚBLICA MAURICELIA DA SILVEIRA LIMA PADRÕES ESPAÇO-TEMPORAIS DA MORTALIDADE RELACIONADA À COINFECÇÃO TUBERCULOSE E HIV/AIDS NO BRASIL, 2000-2011 FORTALEZA 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE SAÚDE COMUNITÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

MESTRADO EM SAÚDE PÚBLICA

MAURICELIA DA SILVEIRA LIMA

PADRÕES ESPAÇO-TEMPORAIS DA MORTALIDADE RELACIONADA À

COINFECÇÃO TUBERCULOSE E HIV/AIDS NO BRASIL, 2000-2011

FORTALEZA

2015

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MAURICELIA DA SILVEIRA LIMA

PADRÕES ESPAÇO-TEMPORAIS DA MORTALIDADE RELACIONADA À

COINFECÇÃO TUBERCULOSE E HIV/AIDS NO BRASIL, 2000-2011

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, do Departamento de Saúde Comunitária, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Saúde Pública. Área de concentração: Epidemiologia (Epidemiologia das Doenças Transmissíveis). Orientador: Prof. Dr. Alberto Novaes Ramos Jr.

FORTALEZA

2015

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará Biblioteca de Ciências da Saúde

L699p Lima, Mauricélia da Silveira.

Padrões espaço-temporais da mortalidade relacionada à coinfecção tuberculose e HIV/aids no Brasil, 2000-2011./ Mauricélia da Silveira Lima. – 2015.

115 f.: il. color. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Medicina,

Departamento de Saúde Comunitária, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Mestrado em Saúde Pública, Fortaleza, 2015.

Área de Concentração: Epidemiologia das Doenças Transmissíveis. Orientação: Prof. Dr. Alberto Novaes Ramos Jr. 1. Tuberculose. 2. Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. 3. HIV. 4. Análise Espacial. 5.

Estudos de Séries Temporais. I. Título. CDD 616.995

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Aos meus pais Consuêlo e Mário (in memoriam),

pelo apoio moral, carinho e caráter na formação

pessoal.

Aos meus irmãos, Marcelo, Izaias e Isabele, por

todo incentivo e carinho emanado.

Ao meu amado esposo Rogerlândio, por seu

amor, partilha e determinação no processo de

formação.

À minha querida e amada filha Alice, por me

proporcionar o verdadeiro significado de amar

incondicionalmente.

A todos os profissionais de Saúde que acreditam

e lutam por uma saúde humanística, valorizada

e de qualidade.

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AGRADECIMENTOS

A meus pais Consuêlo e Mário (in memoriam), responsáveis pela minha formação pessoal,

pelo apoio proporcionado em todos os momentos de minha vida, por todo o amor

incondicional transmitido e por acreditarem no meu aprendizado como pessoa e profissional.

Aos meus irmãos Marcelo, Izaias e Isabele, por todo o apoio e incentivo transmitido, por

compartilhar minhas conquistas com entusiasmo e pelo carinho emanado.

Ao meu esposo Rogerlândio Martins, por sua dedicação e determinação, por proporcionar que

caminhássemos juntos em todos os processos de nossas vidas, pelo apoio incondicional, por

todo o amor proporcionado e pelo incentivo em uma formação técnico-científica de qualidade.

À minha querida filha Alice, por possibilitar a maior de todas as bênçãos, a dádiva de ser mãe.

Seu sorriso e carinho tão esperados me proporcionou esperança no caminhar diário.

Ao meu orientador Prof. Dr. Alberto Novaes Ramos Jr, por todo conhecimento, experiência e

orientações transmitidas, possibilitando um caminhar de muito aprendizado.

À coordenação do curso de Mestrado em Saúde Pública da UFC, pela dedicação na formação

de qualidade dos profissionais e pelo apoio proporcionado durante toda a trajetória do

mestrado.

Ao corpo docente, por nos transmitir com qualidade seus conhecimentos e nos proporcionar

discussões valiosas sobre a saúde pública no Brasil.

Aos componentes da banca de qualificação e da defesa de dissertação Profs. Drs. Jorg

Heukelbach, Fabíola Araújo, Roberto da Justa, Marta Guimarães, Jaqueline Caracas, Alberto

Novaes Ramos Jr., por suas contribuições no processo de elaboração e discussão dos

resultados, proporcionando um olhar mais ampliado sobre o processo de formação em saúde

pública.

A todos os integrantes do grupo de pesquisa Epidemiologia e Controle de Processos

Infecciosos e Parasitários no Brasil, vinculado ao Departamento de Saúde Comunitária da

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UFC, pelas experiências e ensinamentos compartilhados.

À equipe técnica e administrativa do mestrado, em especial Zenaide e Dominik, que

possibilitou a viabilização dos processos de formação, proporcionando-nos um atendimento

de qualidade e pela prontidão em nos auxiliar.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pelo auxílio

financeiro prestado com a manutenção da bolsa de mestrado ao longo de todo o processo.

Aos meus colegas de turma, alunos da iniciação científica e alunos da monitoria, que me

proporcionaram momentos de discussão, compartilhamento de experiências e informações e

pelo caminhar juntos durante todo o processo de construção do conhecimento.

A todos que contribuíram diretamente ou indiretamente nesse processo de profundo

aprendizado e de formação acadêmica.

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“O passado e o futuro parecem-nos sempre

melhores; o presente, sempre pior”.

(William Shakespeare)

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RESUMO

A coinfecção Mycobacterium tuberculosis e HIV se configura como importante problema de

saúde pública com elevada carga de morbimortalidade no mundo, incluindo o Brasil.

Objetivou-se caracterizar os padrões espaço-temporais da mortalidade relacionada à

coinfecção no Brasil no período de 2000 a 2011. Estudo ecológico de série temporal e análise

espacial, utilizando dados secundários de mortalidade obtidos do Sistema de Informação

sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. Foram analisados todos os óbitos ocorridos no

Brasil no período de 2000 a 2011, em que tuberculose e HIV/aids foram mencionadas na

mesma declaração de óbito, como causa básica ou associada de morte. Foram calculados os

indicadores: coeficientes brutos e padronizados de mortalidade (por 100.000 habitantes) e

mortalidade proporcional. A análise de tendências temporais foi realizada utilizando modelos

de regressão joinpoint. A análise de autocorrelação espacial foi realizada por meio dos índices

de Moran global e local. Foi utilizado a estatística Scan espaço-tempo para identificação de

clusters espaço-temporais de alto rico. No período de 2000 a 2011, foram registrados

12.491.280 óbitos no Brasil. Destes, a coinfecção tuberculose e HIV/aids foi identificada em

19.815 óbitos. O HIV/aids foi mencionado como causa básica em 98,6% dos óbitos e a

tuberculose em 0,03%. O coeficiente médio padronizado de mortalidade ajustado foi de 0,97

óbitos/100.000 habitantes (teve IC 95%?) e a mortalidade proporcional foi de 0,16%. A

mortalidade apresentou tendência de declínio em nível nacional no período de estudo

(descrição da sigla [AAPC]: 1,6%; descrição do primeiro IC [IC 95%]: -2,3 a -0,8), com

variações entre as regiões: aumento nas regiões Norte (AAPC: 5,9%; IC 95%: 2,4 a 9,6),

Nordeste (AAPC: 5,7%; IC 95%: 3,5 a 7,9) e Centro-Oeste (AAPC: 3,6%; IC 95%: 0,2 a 7,1),

redução na região Sudeste (AAPC: -4,8%; IC 95%: -6,1 a -3,6) e estabilidade na região Sul.

As principais causas de morte associadas à coinfecção tuberculose e HIV/aids foram as

doenças do aparelho respiratório e doenças infecciosas e parasitário. A análise espacial

identificou um importante cluster de alto risco para mortalidade relacionada à coinfecção

localizado no estado do Rio Grande do Sul e mais 4 clusters menores abrangendo as regiões

Norte, Nordeste e Sudeste. Apesar do declínio da mortalidade relacionada à coinfecção, foram

observadas diferenças regionais significativas no País, além de ampla distribuição geográfica.

A integração estratégica e efetiva entre os programas de controle da tuberculose e da infecção

por HIV/aids, aliada ao reconhecimento dos diferentes contextos de risco e vulnerabilidade,

são determinantes para a instituição de medidas de controle adequadas e específicas. Ressalta-

se a importância do monitoramento dos indicadores epidemiológicos relacionados à

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coinfecção tuberculose e HIV/aids no Brasil, especialmente nas áreas de maior risco.

Palavras-chave: Mortalidade. Tuberculose. Aids. HIV. Epidemiologia. Estudos de séries

temporais. Análise espacial. Brasil.

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ABSTRACT

The co-infection Mycobacterium tuberculosis and HIV is an important public health problem

with high morbidity and mortality burden in the world and in Brazil. This study aimed to

characterize the spatial and temporal patterns of mortality related to this co-infection in the

country from 2000 to 2011. Descriptive and analytical study using secondary data obtained

from the Health Information System Ministry of Health (SIM/DATASUS/MS). In study

ecological time series and spatial analysis were integrated analysis of temporal and spatio-

temporal patterns trends in risk areas identified for mortality related to co-infection TB and

HIV/AIDS in Brazil. Geographic regions, Federative Units and municipalities were the units

of analysis. We calculate specific mortality rates and the proportional mortality for the time

trends analysis using the joinpoint regression model. We investigated the factors associated

with death and described the causes of death associated with co-infection. For spatial

autocorrelation analysis and risk areas identification, we used the following methods: global

Moran, local Moran, and spatial analysis scan. We analyzed all deaths in Brazil from 2000 to

2011 in which tuberculosis (TB) and HIV/AIDS were mentioned in the same death certificate

(DO). In the period 2000-2011, there were a total of 12,491,280 deaths in Brazil, 19 815 of

these related to co-infection (HIV/AIDS as the underlying cause in 98.6% and TB in 0.03%).

The average annual rate of adjusted mortality rate was 0.97/100,000 population and the

proportional mortality was 0.16%. During the study period we verified a downward trend

(AAPC: 1.6%; 95% CI: -2.3 to -0.8), with significant inter-regional variation: increase in

North (AAPC: 5.9%, 95% CI: 2.4 to 9.6), Northeast (AAPC: 5.7%; 95% CI: 3.5 to 7.9) and

Central West (AAPC: 3.6%; 95% CI: 0.2 to 7.1) regions, reduction in the Southeast (AAPC: -

4.8%; 95% CI: -6.1 to -3.6), and stabilization in the South. We identified as risk factors for co-

infection: male sex, age over 20 years, residence in the Southeast or South region, and white

or brown race/color. Conditions related to the natural history of both diseases, especially

respiratory diseases and the other co-infections caused by bacteria, viruses and protozoa were

the main causes of death associated with TB and HIV/AIDS co-infection, corresponding to 60%

of the total mentions in DOs. The spatial analysis identified one spatial aggregate (cluster)

with high risk for mortality related to co-infection involving a state in the South region and 4

additional smaller clusters covering the North, Northeast and Southeast regions. Despite the

slight decline in mortality related to this co-infection, there are a significant inter-regional

differences and a wide geographic distribution in Brazil. The strategic and effective

integration between national, state and local TB and HIV/AIDS control programs is related to

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the recognition of different contexts of risk and vulnerability. These approaches are

determinant to implement appropriate and specific control measures. We emphasize the

importance of epidemiological monitoring of mortality indicators related to the TB and

HIV/AIDS coinfection in Brazil, particularly in high-risk areas.

Keywords: Mortality. Tuberculosis. AIDS. HIV. Epidemiology. Time Series Studies. Spatial

Analysis. Brazil

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Estimativa da prevalência de infecção por HIV em casos novos de TB no mundo,

2012. ......................................................................................................................................... 22

Figura 2 - Condições e causas de óbito na DO, com detalhamento das linhas de causas (partes

I e II). ........................................................................................................................................ 24

Figura 3 - Mapa do Brasil com divisão política por regiões geográficas, UF e municípios,

2010. ......................................................................................................................................... 34

Figura 4 - Distribuição dos óbitos relacionados à co-infecção TB e HIV/aids no banco de

dados do SIM, Brasil, 2000 a 2011........................................................................................... 42

Figura 5 - Distribuição dos óbitos relacionados à co-infecção TB e HIV/aids por sexo e razão

de sexo, Brasil, 2000-2011 ....................................................................................................... 46

Figura 6 - Distribuição dos óbitos relacionados à co-infecção TB e HIV/aids por faixa etária,

Brasil, 2000-2011 ..................................................................................................................... 47

Figura 7 - Coeficiente de mortalidade padronizado relacionado à co-infeccão TB e HIV/aids

no Brasil e regiões, Brasil, 2000-2011 ...................................................................................... 48

Figura 8 - Coeficiente de mortalidade bruto anual relacionado à co-infecção TB e HIV/aids

nos estados do Brasil, Brasil, 2000-2011.................................................................................. 49

Figura 9 - Coeficiente de mortalidade bruto anual relacionado à co-infeccão TB e HIV/aids

por faixa etária, Brasil, 2000-2011 ........................................................................................... 50

Figura 10 - Mortalidade proporcional relacionada à co-infeccão TB e HIV/aids no Brasil e

regiões, Brasil, 2000-2011 ........................................................................................................ 51

Figura 11 - Distribuição dos óbitos médios relacionadas à co-infecção TB e HIV/aids por

município, Brasil, 2000-2011. .................................................................................................. 60

Figura 12 - Distribuição espacial dos coeficientes de mortalidade médios relacionados à co-

infecção TB e HIV/aids (por 100 000 habitantes) por município, Brasil, 2000-2011 .............. 66

Figura 13 - Distribuição espacial dos coeficientes de mortalidade médios relacionadas à co-

infecção TB e HIV/aids (por 100 000 habitantes) após suavização por método empírico local

Bayesiano por município, Brasil, 2000-2011. .......................................................................... 67

Figura 14 - Mapa Moran local dos coeficientes de mortalidade relacionadas à co-infecção TB

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e HIV/aids em municípios do Brasil, 2000-2011. .................................................................... 70

Figura 15 - Mapa Scan análise espaço-temporal dos coeficientes de mortalidade relacionadas

à co-infecção TB e HIV/aids em municípios do Brasil, 2000-2011. ........................................ 71

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Estimativa da redução de óbitos por TB entre pessoas que vivem com HIV em 41

países com alta carga de TB e HIV/aids, 2004-2012. ............................................................... 21

Tabela 2 - Caracterização dos óbitos relacionados à co-infecção tuberculose e HIV/aids no

Brasil, 2000-2011 (n=19.815)................................................................................................... 43

Tabela 3 - Tendências de regressão joinpoint do coeficiente de mortalidade relacionado à co-

infecção TB e HIV/aids, padronizado por regiões, Brasil, 2000-2011 ..................................... 52

Tabela 4 - Tendências de regressão joinpoint do coeficiente de mortalidade bruto relacionado

à co-infecção TB e HIV/aids, por estados, Brasil, 2000-2011 ................................................. 54

Tabela 5 - Tendências de regressão joinpoint do coeficiente de mortalidade relacionado à co-

infecção TB e HIV/aids, padronizado por sexo, Brasil, 2000-2011 ......................................... 56

Tabela 6 - Tendências de regressão joinpoint do coeficiente de mortalidade bruto por faixa

etária relacionado à co-infecção TB e HIV/aids, Brasil, 2000-2011 ........................................ 57

Tabela 7 - Tendências de regressão joinpoint da mortalidade proporcional relacionada à co-

infecção TB e HIV/aids, Brasil, 2000-2011 ............................................................................. 59

Tabela 8 - Causas básicas de morte nos óbitos relacionados à co-infecção TB e HIV/aids,

Brasil, 2000 a 2011 ................................................................................................................... 60

Tabela 9 - Causas associadas de morte nos óbitos relacionadas à co-infecção TB e HIV/aids,

Brasil, 2000 a 2011 .................................................................... Erro! Indicador não definido.

Tabela 10 - Coeficiente de mortalidade anual médio (por 100.000 habitantes) relacionado à

co-infecção TB e HIV/aids por sexo, faixa etária, raça/cor e região de residência, Brasil,

2000-2011. ................................................................................................................................ 64

Tabela 11 - Municípios com coeficientes de mortalidade relacionados à co-infecção TB e

HIV/aids ≥ 4 óbitos/100 000 habitantes, Brasil, 2000-2011 .................................................... 68

Tabela 12 - Índice de Moran Global para os coeficientes médios de mortalidade relacionados

à co-infecção TB e HIV/aids e seus níveis de significância, Brasil 2000-2011 ....................... 69

Tabela 13 - Descrição dos clusters resultantes da análise Scan espaço-temporal dos

coeficientes de mortalidade relacionadas à co-infecção TB e HIV/aids em municípios do

Brasil, 2000-2011. .................................................................................................................... 72

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAPC Average Annual Percent Change (Variação Percentual Média Anual)

AIDS Acquired Imunodeficiency Syndrome (Síndrome da Imunodeficiência

Adquirida)

APC Annual Percent Change (Variação Percentual Anual)

ARC Complexo Relacionado à Aids

ARV Antirretrovirais

BCG Vacina Anti-tuberculose, Bacilo de Calmette-Guérin

CADÚNICO Cadastro Único para Programas Sociais

CID-10

Décima revisão da atual Classificação Estatística Internacional de

Doenças e Problemas Relacionados à Saúde

DATASUS Departamento de Informática do SUS

DO Declaração de Óbito

DP Desvio Padrão

ESF Estratégia Saúde da Família

HAART Highly Active Antiretroviral Therapy (Terapia Antirretroviral Altamente

Ativa)

HIV Human Imumunodeficiency Virus (Vírus da Imunodeficiência Humana)

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IC Intervalo de Confiança

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

ILTB Tratamento da Infecção Latente da TB

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Aplicada

MS Ministério da Saúde

OMS Organização Mundial da Saúde

OPAS Organização Pan-Americana de Saúde

PNCT Programa Nacional de Controle da Tuberculose

PN-DST/AIDS Programa Nacional de DST, aids e Hepatites Virais (Secretaria de

Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde)

PVHA Pessoa vivendo com HIV/AIDS

RR Risco Relativo

SIM Sistema de Informação Sobre Mortalidade

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SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação

SUS Sistema Único de Saúde

SVS Secretaria de Vigilância em Saúde

TARV Terapia Antirretroviral

TB Tuberculose

TB-MDR Tuberculose Multirresistente

TDO Tratamento Diretamente Observado

UF Unidades da Federação

UNAIDS Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids

UNICEF The United Nations Children’s Fund (Fundo das Nações Unidas para a

Infância)

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 19

2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 31

3 OBJETIVO ........................................................................................................................... 33

3.1 Objetivo geral .................................................................................................................... 33

3.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 33

4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................. 34

4.1 Desenho de estudo ............................................................................................................. 34

4.2 Área do estudo .................................................................................................................. 34

4.3 População do estudo ........................................................................................................34

4.4 Fontes de dados ................................................................................................................. 36

4.5 Processamento e análise dos dados ................................................................................. 37

4.6 Aspectos éticos ................................................................................................................... 41

5 RESULTADOS ..................................................................................................................... 42

6 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 73

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 89

APÊNDICES ........................................................................................................................... 98

ANEXOS .............................................................................................................................. 103

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19

1 INTRODUÇÃO

1.1 Aspectos gerais

A associação entre tuberculose (TB) e infecção por Vírus da Imunodeficiência

Humana (HIV)/Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (aids) pode ampliar a

morbimortalidade de ambos os agravos em muitos países, com impacto evidente em na

epidemiologia, história natural e evolução clínica dessas doenças. A infecção por HIV

representa um dos mais importantes fatores de risco para o adoecimento por TB a partir de

uma interação sinérgica onde uma enfermidade leva à progressão da outra, acarretando

potenciais modificações do perfil epidemiológico de ambas. As pessoas infectadas por HIV

possuem alto risco de progredir para TB ativa a partir de um foco de infecção primária e da

reativação da infecção por TB latente em razão da resposta imunológica deficiente. Além

disso, a infecção por HIV também aumenta o risco de episódios subsequentes de TB por

reinfecção exógena (BRASIL 2013a, 2013b, 2012a; CAMPOS, 2006; UNAIDS, 2012).

No Brasil, o risco para desenvolver TB em um indivíduo sem infecção por HIV

varia de 5 a 15% no decorrer da vida, enquanto que naqueles indivíduos infectados por HIV e

coinfectados por Mycobacterium tuberculosis, varia de 5 a 15% ao ano ou de 30 a 50% ao

longo de toda vida. As pessoas infectadas por HIV apresentam coeficientes de mortalidade

por TB 2,4 vezes mais altos do que pessoas que não apresentam a coinfecção. A população

com a coinfecção evidencia maior risco de complicações, com coeficientes de letalidade mais

elevados do que a infecção somente por HIV isoladamente (BRASIL 2013a, 2012b, 2011,

2010; CAMPOS, 2006; UNAIDS, 2012).

Observa-se em pessoas infectadas pelo HIV uma forte relação entre a disfunção

dos elementos envolvidos na imunidade celular do indivíduo e o desenvolvimento da TB

primária, disseminação hematogênica do bacilo e aumento da possibilidade de reativação da

doença. Ocorre diminuição dos linfócitos T CD4+ circulantes, induzida pelo HIV e disfunção

qualitativa dessas células, com perda da resposta do tipo hipersensibilidade retardada, que

pode se manifestar mesmo com um número relativamente elevado de células T CD4+,

resultando em infecções oportunistas. A coexistência, portanto, de infecção por HIV se

constitui no mais potente ativador da TB até́ hoje conhecido. Por outro lado, a TB também

influi no curso da infecção pelo HIV por meio da ativação de macrófagos e de células T

infectadas pelo vírus, levando a um desenvolvimento mais precoce da aids (BRASIL, 2013c,

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20 2013d; CAMPOS, 2006).

O grau de supressão imunológica é fator determinante para a apresentação clínica

da TB na coinfecção TB e HIV/aids, resultando em aumento do risco de desenvolver TB, que

varia de 37% a 162%, promovendo acelerada progressão da doença diante de uma exposição a

bacilo resistente a múltiplas drogas (BARNES, 1991; GANDHI, 2006; LEMOS, 2008).

Geralmente, em fases iniciais da infecção por HIV ou em casos com contagem elevada de

linfócitos T CD4+ não ocorrem diferenças nas clássicas formas de apresentação da TB,

enquanto que com níveis de linfócitos T CD4+ abaixo de 500 células/mm3 predominam as

formas extrapulmonares e disseminadas (SEISCENTO, 2012).

No Brasil, novas tentativas para a incorporação da coinfecção TB e HIV/aids nas

políticas de controle da TB têm sido empreendidas por meio da mobilização social, visando

obter os mesmos resultados bem-sucedidos do programa de controle da aids. Apesar de todos

esses esforços, ainda persistem as dificuldades para o alcance das metas de controle da TB,

principalmente pelos altos coeficientes de mortalidade entre os portadores de HIV em

tratamento para TB (BRASIL, 2013a, 2013b; UNAIDS 2012). Certamente, esta insuficiência

se estende para as questões inerentes à coinfecção.

1.2 Contexto epidemiológico da coinfecção TB e HIV/aids

1.2.1 Epidemiologia da coinfecção TB e HIV/aids no mundo

Em 2012, estima-se que 35,3 (32,2-38,8) milhões de pessoas viviam com HIV no

mundo. O número de novas infecções, 2,3 (1,9-2,7) milhões em 2012, apresentou um declínio

de 33% comparado com 3,4 (3,1-3,7) milhões em 2001. A mortalidade por aids também

apresentou tendência de declínio de 1,6 (1,4-1,9) milhões de mortes em 2012 para 2,3 (2,1-

2,6) milhões em 2005 (UNAIDS, 2013).

A TB continua sendo a principal causa de morte entre as pessoas que vivem com

HIV. De acordo com as estimativas da UNAIDS (2014), aproximadamente nove milhões de

pessoas desenvolveram TB em 2013, destas 13% (1,1 milhão) viviam com aids. Por sua vez,

das 2,8 milhões pessoas que desenvolveram TB e que realizaram a testagem anti-HIV em

2012, 20% apresentaram resultado reagente, dentre os quais 42% eram residentes na África

Subsaariana. Estima-se que mais de 75% dos casos novos de TB em pessoas infectadas por

HIV estejam concentradas em apenas 10 países (Etiópia, Índia, Quênia, Moçambique,

Nigéria, África do Sul, Tanzânia, Uganda, Zâmbia e Zimbabwe) (UNAIDS, 2013).

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21

A meta global de combate à coinfecção TB e HIV/aids busca reduzir pela metade

(menos de 250.000) o número de mortes por TB entre pessoas vivendo com HIV/aids em

2015. Desde 2004, as mortes por TB entre pessoas vivendo com HIV vêm apresentando queda

significativa em todo o mundo. Em 2013, 1,5 milhões de óbitos foram atribuídos à TB, destes

360.000 (24%) viviam com HIV/aids. As ações colaborativas entre os programas de TB e

HIV/aids, resultaram na diminuição de 1,3 milhões de óbitos em nível mundial ao longo de

2005 a 2012. Dentre os 41 países com elevada carga de pacientes coinfectados com TB e

HIV/aids, estima-se que entre o período de 2004 a 2012, 17 países reduziram as mortes por

TB entre pessoas vivendo com HIV em mais de 50% e nove países reduziram as mortes em

25-50%. No entanto, em alguns países, como no caso do Brasil, a mortalidade diminuiu

menos de 25% no período (Tabela 1) (UNAIDS, 2013, 2014a).

Tabela 1 - Estimativa da redução de óbitos por TB entre pessoas que vivem com HIV em 41

países com alta carga de TB e HIV/aids, 2004-2012.

Redução de óbitos

> 50% de redução

25-50% de redução

< 25% de redução

Botswana Camarão Angola

Burkina Faso Chade Brasil

Burundi Chile Congo

Camboja Djibuti República Dominicana

República Central Africana Índia Indonésia

Costa do Marfim Quênia Lesoto

Etiópia Male Moçambique

Gana Tanzânia Rússia

Haiti Zâmbia Serra Leoa

Malaui África do Sul

Myanmar Sudão

Namíbia Suazilândia

Nigéria Togo

Ruanda Ucrânia

Tailândia Vietnã

Uganda

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22

Zimbabwe

Fonte: UNAIDS, 2013.

Em 2012, apenas 57% das pessoas diagnosticadas com coinfecção TB e HIV/aids

receberam Terapia Antirretroviral (TARV). Entre os 41 países prioritários que apresentam alta

carga da coinfecção, apenas quatro (Brasil, Quênia, Malaui e Ucrânia) atingiram a cobertura

do tratamento em pelo menos 50% dos casos novos de TB com HIV positivo. O Congo e o

Sudão relataram cobertura extremamente baixa, no qual menos de 5% dos casos de TB-HIV

positivos receberam o tratamento para HIV/aids em 2012. A proporção de casos de TB

coinfectados com HIV foi maior nos países da África Subsaariana (Figura 1), sendo

responsável por 37% dos casos de TB e 75% dos casos de TB entre pessoas vivendo com

HIV no mundo (WHO, 2011; UNAIDS, 2013, 2014a).

Figura 1- Estimativa da prevalência de infecção por HIV em casos novos de TB no mundo, 2012.

Fonte: WHO/Global tuberculosis Report, 2013.

1.2.2 Epidemiologia relacionada à coinfecção TB e HIV/aids no Brasil

No Brasil, o coeficiente de mortalidade padronizado por idade relacionado ao

HIV/aids apresentou tendência contínua de queda a nível nacional em torno de 6,6% entre o

período de 2004 a 2013 (6,1 versus 5,7 por 100.000 habitantes) com importantes variações

Prevalência (%)

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23 inter-regionais, com redução nas regiões Sudeste e Sul, aumento nas regiões Norte (75,0%) e

Nordeste (41,9%) e estabilidade na região Centro-Oeste (BRASIL, 2014a). Acho que vc deve

incluir isso após os dados de incidência/prevalência!!!

Desde o início da epidemia de aids (1980) até 2013, foram registrados 278.306

óbitos por aids no Brasil, com maior concentração nas regiões Sudeste (61,8%) e Sul (17,3%),

Nordeste (11,9%), Centro-Oeste (5,0%) e Norte (4,0%). Em 2013, foram notificados 12.431

óbitos relacionados ao HIV/aids no País, com ocoeficiente de mortalidade padronizado por

idade de 5,7 por 100.000 habitantes (BRASIL, 2014a).

Por sua vez, vem sendo documentado no Brasil um declínio do coeficiente de

mortalidade relacionado à TB (2001-2010), porém em menor proporção (2,9%) quando

comparado ao HIV/aids (OLIVEIRA et al, 2013). Em 2013, o coeficiente de mortalidade no

Brasil foi de 2,3 óbitos por 100.000 habitantes, também apresentando variações inter-

regionais. As regiões Norte e Nordeste apresentaram os maiores coeficientes de mortalidade

com valores mais elevados que a média nacional, 2,6 e 2,4 óbitos por 100.000 habitantes,

respectivamente. A região Sul apresentou o menor coeficiente de mortalidade:1,3 óbitos por

100.000 habitantes (BRASIL, 2014b).

Em 2013 59,2% dos casos novos de TB diagnosticados realizaram e receberam o

resultado do teste anti-HIV, apresentando um percentual de coinfecção TB e HIV/aids de 9,8%

(BRASIL, 2014b). A prevalência de coinfecção TB e HIV/aids variou de 2,1% a 31,5% entre

os estados brasileiros (MORIMOTO et al, 2005; GUIMARÃES et al, 2012). A região Sul

apresentou o maior percentual para testagem anti-HIV (73,0%) e a região Nordeste, o menor

(46,6%) (BRASIL, 2014b).

1.3 Utilização de dados de mortalidade em epidemiologia

A utilização de dados de mortalidade em estudos sobre a situação de saúde das

populações possibilita a ampliação da discussão de indicadores de saúde e continua sendo

uma das mais importantes fontes de informação sobre saúde populacional (LAURENTI;

MELLO JORGE; GOTLIEB, 2006, 2008). Além disso, são essenciais para estudos

demográficos, epidemiológicos e de planejamento de saúde. Permite a avaliação de

desigualdades sociais, tendências temporais e diferenças regionais, possibilitando a

identificação de grupos de maior risco e servindo como subsídio na orientação do

planejamento e implantação de programas de saúde, bem como na avaliação de seus

resultados (ISHITANI; FRANÇA, 2001; LAURENTI; MELLO JORGE; GOTLIEB, 2008;

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SANTO, 2007).

No Brasil, com a implantação do Sistema de Informações Sobre Mortalidade

(SIM) na década de 1970,

Óbito (DO) para utilização em todo o

informações, com ampliação da cobertura e do registro qualificado, possibilitando

análise mais crítica dos dados de mortalidade nas diferentes r

2009; LAURENTI; MELLO JORGE; GOTLIEB, 2006; MELLO JORGE

preenchimento dos dados constantes na DO é de responsabilidade do profissional médico

responsável por atestar o óbito e deve ser emitida em todas as mortes,

ou violento(BRASIL, 2009).

Os dados contidos na DO possibilitam o alcance de informações para o

conhecimento da real situação de saúde populacional e permite gerar ações para a sua

melhoria. Doenças, estados mórbidos e/ou lesões, ci

produziram ou contribuíram para o óbito

décima revisão da atual Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas

Relacionados à Saúde (CID

dados sociodemográficos da pessoa que faleceu, são declaradas as causas de morte e

recomenda-se a anotação de apenas um diagnóstico por linha. Na parte I, devem ser

preenchidas as causas antecedentes, decla

d), seguindo uma sequência de baixo para cima, até o estabelecimento da causa terminal ou

imediata (linha a) (Figura 2)

sem relação direta com o óbito e que contribuíram para a morte

Figura 2 - Condições e causas de óbito na DO, com detalhamento das linhas de causas (partes I e II).

Fonte: BRASIL/SVS/MS, 2009.

No Brasil, com a implantação do Sistema de Informações Sobre Mortalidade

(SIM) na década de 1970, assim como a criação de um modelo unificado

Óbito (DO) para utilização em todo o País, houve uma melhora progressiva

informações, com ampliação da cobertura e do registro qualificado, possibilitando

dos dados de mortalidade nas diferentes realidades do

2009; LAURENTI; MELLO JORGE; GOTLIEB, 2006; MELLO JORGE

preenchimento dos dados constantes na DO é de responsabilidade do profissional médico

responsável por atestar o óbito e deve ser emitida em todas as mortes,

ou violento(BRASIL, 2009).

Os dados contidos na DO possibilitam o alcance de informações para o

conhecimento da real situação de saúde populacional e permite gerar ações para a sua

melhoria. Doenças, estados mórbidos e/ou lesões, circunstâncias do acidente ou violência que

produziram ou contribuíram para o óbito, devem ser declarados obedecendo as diretrizes da

décima revisão da atual Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas

Relacionados à Saúde (CID-10). Na DO, além de constar campos para o preenchimento dos

ciodemográficos da pessoa que faleceu, são declaradas as causas de morte e

se a anotação de apenas um diagnóstico por linha. Na parte I, devem ser

preenchidas as causas antecedentes, declarando-se a causa básica do óbito in

d), seguindo uma sequência de baixo para cima, até o estabelecimento da causa terminal ou

(Figura 2). Na parte II, devem-se declarar outras condições pré

com o óbito e que contribuíram para a morte (Figura 2)

Condições e causas de óbito na DO, com detalhamento das linhas de causas (partes

24

No Brasil, com a implantação do Sistema de Informações Sobre Mortalidade

a criação de um modelo unificado de Declaração de

progressiva na qualidade das

informações, com ampliação da cobertura e do registro qualificado, possibilitando uma

ealidades do País (BRASIL,

2009; LAURENTI; MELLO JORGE; GOTLIEB, 2006; MELLO JORGE et al, 2012). O

preenchimento dos dados constantes na DO é de responsabilidade do profissional médico

responsável por atestar o óbito e deve ser emitida em todas as mortes, seja de caráter natural

Os dados contidos na DO possibilitam o alcance de informações para o

conhecimento da real situação de saúde populacional e permite gerar ações para a sua

rcunstâncias do acidente ou violência que

devem ser declarados obedecendo as diretrizes da

décima revisão da atual Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas

além de constar campos para o preenchimento dos

ciodemográficos da pessoa que faleceu, são declaradas as causas de morte e

se a anotação de apenas um diagnóstico por linha. Na parte I, devem ser

se a causa básica do óbito inicialmente (linha

d), seguindo uma sequência de baixo para cima, até o estabelecimento da causa terminal ou

se declarar outras condições pré-existentes

(Figura 2) (BRASIL, 2009).

Condições e causas de óbito na DO, com detalhamento das linhas de causas (partes

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25

Estudos de mortalidade utilizando a DO como fonte de dados permitem gerar

informações de morbimortalidade, fornecendo subsídios importantes para se avaliar a

mortalidade na população, utilizando tanto a metodologia de causa básica quanto o uso da

causa associada de morte (MARTINS-MELO, 2011; RAMOS JR, 2011).

1.3.1 Utilização de causas básicas e múltiplas de mortalidade

A causa básica de morte é definida como a doença ou lesão responsável pelo

início de acontecimentos patológicos que possibilitaram de forma direta à morte, ou ainda, as

circunstâncias do acidente ou violência responsável pela produção da lesão final. Desse modo,

em saúde pública, a prevenção da causa básica de morte resultaria na não ocorrência do óbito

(SANTO, 2006; WHO, 1993). No que concerne à busca por informações mais abrangentes

sobre a cadeia de eventos letais que determinam o estudo da mortalidade, as informações

sobre as causas associadas têm sido também utilizadas por alguns estudos, sendo acrescidas,

além da causa básica, as suas complicações e outras causas contribuintes sem relação direta

com o processo que determinou o óbito, caracterizando a metodologia das causas múltiplas de

morte. O conhecimento das doenças associadas que contribuem para o óbito possibilita a

avaliação da importância das causas de morte que normalmente não estariam privilegiadas nas

estatísticas usuais (SANTO, 2006).

A aids se configura como uma das principais causas de morte precoce, em

especial no grupo etário entre 24 e 45 anos, relacionada principalmente a infecções

oportunistas graves como a TB. O estudo sobre causas múltiplas de morte possibilita o resgate

parcial da história natural da aids, gerando informações amplas sobre a magnitude do impacto

da epidemia da aids sobre a TB e, além disso, oferece subsídios para medidas preventivas

adequadas e específicas (SANTO; PINHEIRO; JORDANI, 2000; RAMOS JR, 2011).

A infecção por HIV se caracteriza como uma doença crônica e com possibilidades

de complicações em longo prazo (KLEIN et al, 2005). A adoção da terapia antirretroviral

altamente ativa (HAART) favoreceu um aumento na sobrevida e da qualidade de vida das

pessoas com aids (RAMOS JR, 2011). Diante disso, estudos temporais das causas de morte

por aids são importantes para identificação e prevenção de doenças crônicas provenientes do

uso prolongado da terapia antirretroviral, como obesidade, alterações na composição corporal

e acidose lática, fatores associados a doenças cardiovasculares, intolerância à glicose e

diabetes mellitus, além de diminuição da densidade óssea e problemas hepáticos (JAIME et al,

2004; MOCROFT et al, 2002; PEREIRA; MACHADO; RODRIGUES, 2007; RAMOS JR,

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26 2011).

Diante do surgimento deste novo cenário de morbimortalidade, a utilização de

estudos de causas múltiplas de morte relacionados ao HIV/aids possibilita a descrição e

análise dos determinantes patológicos da mortalidade em populações, atuando na prevenção

dessas comorbidades, surgindo como complemento fundamental ao uso da causa básica como

modelo, possibilitando a descrição do quadro global do processo que ocasionou o óbito

(PEREIRA; MACHADO; RODRIGUES, 2007; RAMOS JR, 2011).

Por sua vez, a descrição da mortalidade por TB como causa básica, bem como

causa associada de morte e as inter-relações da TB com outras causas de morte,

particularmente a aids, torna-se de fundamental importância, pois propicia a recomposição

parcial da história natural da TB e fornece subsídios epidemiológicos para a prevenção da

infecção e determinação da magnitude dos óbitos por TB. A apresentação da TB como causa

associada vem sendo apresentada nas estatísticas de mortalidade, pois favorece um

conhecimento atualizado sobre a etiopatogenia da doença associada à infecção por HIV, que

geralmente é considerada como causa básica (RAMOS JR, 2011; BIERRENBACH et al,

2007; SANTO, 2006, 2000; SANTO; PINHEIRO; JORDANI, 2003; SELIK, 2003).

1.4 Espaço como unidade de análise na epidemiologia

Uma das questões importantes pouco abordadas no Brasil e também em outros

países endêmicos é o padrão epidemiológico desigual de ocorrência da TB em associação à

infecção por HIV/aids(SKABA et al., 2004). As análises das relações entre saúde e espaço

devem possibilitar a identificação de fatores que possam estar envolvidos nestas relações. As

características estudadas serão sempre atributos de uma população e do ambiente onde o

grupo específico de pessoas se encontra inserido. Padrões de morbimortalidade e difusão de

doenças podem ser explicados ao se considerar os níveis ecológicos (SANTOS; BARCELOS,

2006).

Considerando o espaço geográfico como um espaço social no qual ocorrem as

relações humanas, procura-se integrar a epidemiologia com a geografia em saúde. Abre-se

uma perspectiva singular para compreender e explicar o processo saúde-doença e identificar

na estrutura espacial e nas relações sociais associações com os processos de adoecimento e

morte nas populações (SANTOS; BARCELOS, 2006). Os modelos utilizados atualmente

integram as informações, buscando estabelecer redes de transmissão extremamente complexas,

como no caso da aids, a partir da compreensão epistemológica dos processos da doença e sua

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27 inter-relação com o espaço (CZERESNIA; RIBEIRO, 2000).

A análise da distribuição espacial das doenças e seus determinantes permite inferir

os riscos aos quais as populações se encontram expostas e acompanhar o grau de

disseminação de ocorrência desses agravos. Fornece, portanto, parâmetros para os

esclarecimentos causais, além da definição de prioridades e avaliação do impacto das

intervenções realizadas (HINO et al, 2006; PEREIRA, 2002). Além disso, proporciona

subsídios para o planejamento, monitoramento e avaliações dos serviços de saúde, na

definição de áreas de risco para ocorrência das doenças, para estimativa de difusão nos locais

e análise da dispersão geográfica de uma epidemia (MEDRONHO et al., 2009).

Para a ampliação da capacidade analítica, as técnicas de geoprocessamento vêm

sendo utilizadas na avaliação de difusão das doenças e suas inter-relações com o ambiente e

condições socioeconômicas, na análise e avaliação de riscos à saúde coletiva, identificação de

regiões e grupos sob alto risco de adoecimento e auxílio nas atividades de vigilância

epidemiológica, especialmente na análise de doenças emergentes e reemergentes (HINO et al,

2006; MEDRONHO et al, 2009; SKABA et al, 2004).

Independente das ferramentas de análise espacial utilizadas, Barcellos e

colaboradores (2002) ressaltam que as mesmas devem procurar atingir os diferentes níveis de

gestão de serviços (nacional, estadual e municipal), promover o aumento da capacidade de

análise sobre a situação de saúde e do ambiente, buscar o aprimoramento no repasse de

informações de saúde de maneira intersetorial e disponibilizar/divulgar os resultados para a

população.

A necessidade de compreensão do potencial conceitual entre a epidemiologia e a

geografia da saúde deve estar atrelada à maior compreensão e aplicação do espaço como

unidade de análise. Nesta perspectiva, torna-se central a integração de elementos espaciais

que compartilhem condições socioambientais semelhantes, além da verificação da

diferenciação de condições sociais e ambientais e o entendimento de circunstâncias em que o

espaço pode produzir riscos à saúde (BARCELLOS, 2000). Outro fator em destaque é o

questionamento da potencialidade da integração dessas unidades de análise com a geografia

crítica para um maior entendimento dos processos envolvidos, na tentativa de integrar o

conhecimento biológico da ocorrência da doença com os fenômenos sociais

(ALBUQUERQUE, 2000). O espaço geográfico deve ser compreendido, portanto, como um

constante processo de construção e mudanças (HINO et al., 2011).

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28

1.4.1 Utilização da categoria espaço nas infecções por TB e HIV/aids

No Brasil, o uso de técnicas de geoprocessamento vem sendo integrado para

melhor compreensão da distribuição da morbimortalidade por TB, HIV/aids e a influência

desses fatores na coinfecção, caracterizando a interação com o espaço e seus determinantes

em nível populacional, em abordagens nacionais, regionais e locais, com diferenciados

métodos de análise.

Em um estudo realizado na cidade de Vitória, Espírito Santo, com o objetivo de

analisar a distribuição espacial da dinâmica de surgimento de casos novos de TB e a detecção

de áreas de maior risco de adoecimento, utilizando como unidades de análise os bairros da

cidade, verificou-se autocorrelações entre as incidências de bairros limítrofes. Foi observado

que a TB se distribuía heterogeneamente entre os bairros, identificando-se regiões com alto

risco de adoecimento e com marcantes diferenças históricas, demográficas e socioeconômicas

entre os bairros (VIEIRA et al., 2008).

Na região Nordeste, uma pesquisa desenvolvida no município de Olinda,

Pernambuco, no período de 1996 a 2000, possibilitou identificar variáveis definidoras de

situações coletivas de risco para a TB que determinavam sua distribuição espacial. Foi

observado que o mapeamento de casos de retratamento e de domicílios com ocorrência de

repetidos casos permitiria refinar o foco de atenção em microáreas prioritárias e carentes para

intervenções intensivas como forma de enfrentar o problema e resultaria em estratégia para

implantação de um sistema de vigilância de base territorial para controle da TB (SOUZA et

al., 2005).

Outras abordagens exitosas vêm sendo realizadas em diversos municípios

brasileiros por meio da utilização de técnicas de geoprocessamento, na tentativa de “mapear”

a dinâmica da morbimortalidade da TB (ACOSTA, 2008; MOTA et al., 2003; PEREIRA,

2010; ROZA; CACCIA-BAVA; MARTINEZ, 2012; SALES et al., 2010; QUEIROGA et al.,

2012).

A distribuição espacial também tem sido objeto de análise na compreensão da

difusão espacial da epidemia de HIV/aids no Brasil. Em 1995, Bastos e Barcellos divulgam os

primeiros resultados da avaliação da dinâmica da epidemia da aids no Brasil, com descrição

das tendências da dinâmica da epidemia no País, revelando aspectos como a pauperização,

interiorização e alteração na participação proporcional das categorias de exposição. Indicou-se

a força atrativa do estado de São Paulo como polo de difusão da epidemia e uma expansão

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29 simultânea da epidemia em direção às fronteiras de ocupação, com contínua expansão da

epidemia para os demais epicentros geográficos do país. Outros estudos vêm sendo realizados

utilizando a abordagem da distribuição espacial da infecção por HIV/aids em diferentes

realidades do País e com grupos específicos, favorecendo o conhecimento da dinâmica da

epidemia a nível populacional (BARCELLOS et al., 2006; STEPHAN; HENN; DONALISIO,

2010; TOMAZELLI; CZERESNIA; BARCELLOS, 2003).

Um estudo desenvolvido nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina

e Bahia, em uma série histórica de 10 anos, possibilitou melhor compreensão desse processo a

partir do estudo de mapas sequenciais e a análise de correlogramas espaciais. Esta abordagem

permitiu melhor entendimento dos padrões de difusão espacial da epidemia nas diferentes

realidades do País e resultando em parâmetros a serem fixados para outros modelos

epidemiológicos da ocorrência da aids (DIAS; NOBRE, 2001).

No que concerne à dinâmica da coinfecção TB e HIV/aids por meio da

distribuição espacial no Brasil, observa-se aumento nas publicações e discussão acerca da

temática. Em estudos realizados no estado de São Paulo com o objetivo de verificar a

distribuição espacial da coinfecção, verificou-se que a transmissão se expressa pela

proximidade aos indivíduos bacilíferos com o padrão de ocupação do território. No caso da

aids, verificou-se não haver associação entre o valor observado e a localização geográfica. A

transmissão ocorre em decorrência das atitudes pessoais refletindo no comportamento social.

A relação entre valores elevados de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e indicadores

da doença sugeriu a presença de desigualdades socioeconômicas e exclusões sociais nas

microrregiões. A pesquisa revelou clara aproximação da geoestatística, da geografia humana e

da epidemiologia (DOMINGOS; CALAFFA; COLOSIMO, 2008; PIMENTA; RODRIGUES-

JR; RUFFINO-NETO, 2012; RODRIGUES-JR; RUFFINO-NETTO; CASTILHO, 2006).

A detecção de áreas de vulnerabilidades da coinfecção é primordial para o seu

enfrentamento. Estudo realizado na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, possibilitou a

identificação de áreas de maior vulnerabilidade para os casos novos de coinfecção TB e

HIV/aids. O coeficiente de incidência mostrou padrão espacial de distribuição não

homogêneo e apresentou valores mais altos em áreas de maior vulnerabilidade social. Os

autores ressaltaram a importância da utilização da tecnologia do sistema de informação

geográfica no planejamento das ações em saúde pelos gestores municipais (BRUNELLO et

al., 2011).

O risco de desenvolvimento da coinfecção TB e HIV/aids na presença de

condições sociais e econômicas desfavoráveis é um indicador indireto do potencial aumento

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30 da vulnerabilidade nessa população (GIRARDI, 2010). Visualiza-se a necessidade de forma

mais efetiva da integração dos serviços, com reestruturação dos sistemas de saúde,

atendimento descentralizado e articulação entre os programas de aids e TB (GUIMARÃES et

al., 2012).

Diante deste contexto, a possibilidade de análise e caracterização espacial das

áreas de risco para coinfecção TB e HIV/aids agrega a possibilidade de construção de

indicadores sociais no desvelamento das desigualdades sócio-espaciais como fatores

fortemente marcados pela exclusão social, com impacto direto sobre o processo saúde/doença

das populações (VENDRAMINI et al., 2010).

Ao longo do tempo, o número de estudos buscando a integração de métodos de

análises espaciais com os determinantes sociais vem sendo ampliado, permitindo a

identificação de áreas de risco, possibilitando uma leitura adequada da distribuição geográfica

espacial da coinfecção TB e HIV/aids nos municípios, revelando o diagnóstico situacional e

identificando aglomerados espaciais de maior risco (BRUNELLO et al., 2011; SOUSA et al.,

2013; VENDRAMINI et al., 2010).

O conjunto de trabalhos com abordagem espacial revela que a carga da coinfecção

é expressiva no Sistema Único de Saúde (SUS), com padrões diferenciados entre as regiões,

trazendo desafios para serviços de referência (KERR-PONTES et al., 1997; PIRES-NETO et

al., 2012), mas também para unidades de atenção primária (SILVA; GONÇALVES, 2012).

Diante da magnitude e do elevado impacto que a coinfecção TB e HIV/aids

representa na saúde pública, faz-se necessário o desenvolvimento de pesquisas consistentes

que contemplem o conhecimento dos padrões epidemiológicos da mortalidade relacionada à

coinfecção, sua distribuição espaço-temporal e definição de áreas prioritárias para o controle.

O acompanhamento dos indicadores e suas inter-relações são orientações centrais

dos programas de controle dessas doenças para o desenvolvimento de análises

epidemiológicas e pesquisas operacionais. Nesse sentido, abordagens de diferentes naturezas

tornam-se necessárias e justificadas no sentido de se proceder a uma análise qualificada e

integrada, utilizando-se técnicas com diferentes abordagens.

Diante do exposto, traz-se como pergunta de partida: Quais os padrões espaço-

temporais da mortalidade relacionada à coinfecção TB e HIV/aids no Brasil?

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31 2 JUSTIFICATIVA

Diante do exposto, este estudo se justifica a partir de diferentes perspectivas:

• A relevância clínica, epidemiológica e social da coinfecção TB e HIV/aids no

Brasil, atingindo de forma heterogênea diferentes segmentos populacionais;

• A investigação dos determinantes da mortalidade da coinfecção TB e HIV/aids

insere parâmetros importantes para maior compreensão: da carga da endemia, do retardo na

detecção de casos, do início do tratamento e da sua efetividade, da gravidade clínica e

microbiológica, da instituição de medidas de prevenção primária e da redução do impacto da

mortalidade em ambas as doenças;

• A avaliação e monitoramento de indicadores epidemiológicos propicia o

desenvolvimento de ações estratégicas com maior efetividade e eficiência, voltadas para a

qualificação das ações de vigilância epidemiológica e atenção integral às pessoas com a

coinfecção TB e HIV/aids nas diferentes realidades do País;

• Diante dos emergentes cenários de mortalidade, um estudo de causas múltiplas

de morte relacionadas à coinfecção TB e HIV/aids possibilita a descrição do quadro global do

processo mórbido relacionado ao HIV/aids e suas inter-relações com outras doenças e/ou

complicações que levam à morte, em detrimento ao uso tradicional apenas da causa básica,

abordagem na qual essas informações são perdidas;

• Além das análises epidemiológicas de rotina e da análise de tendências

temporais , as técnicas de análise espacial utilizadas neste estudo permitiram a identificação

de padrões de ocorrência dos óbitos e sua distribuição geográfica relacionada à coinfecção TB

e HIV/aids no Brasil. Além disso, possibilita a detecção de áreas de alto risco que podem ser

integradas como áreas prioritárias para a vigilância epidemiológica da TB e HIV/aids;

• Existência de poucos estudos sistemáticos com abordagem consistente que

incorporem a utilização do espaço como categoria de análise, bem como as lacunas existentes

em relação ao conhecimento sobre aspectos epidemiológicos da coinfecção TB e HIV/aids no

Brasil;

• Há uma necessidade premente de delineamento de áreas vulneráveis

socialmente ou de maior risco para a coinfecção TB e HIV/aids, no sentido de se estruturarem

ações de controle efetivas no SUS. Esta perspectiva amplia a potencialidade de estudos

operacionais e epidemiológicos integrando temáticas como: potenciais fontes de infecção,

diagnóstico oportuno, resistência viral e bacteriana, acesso a serviços de saúde, abordagem

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32 pela rede de serviços de saúde (em especial da atenção básica) com vistas a minimizar as

desigualdades sócio-espaciais existentes no processo saúde/doença e diminuir a carga de

morbimortalidade. Essa aproximação com a utilização da análise nos municípios atende às

necessidades de desenvolvimento de propostas norteadas pelo princípio de descentralização

do SUS, fortalecendo e instrumentalizando as ações no nível local.

Partindo dessas considerações, o presente estudo buscou a identificação de regiões

de alto risco em relação à média global do processo estudado. Na perspectiva da análise

exploratória, traduz realidades “mapeando” a coinfecção no Brasil, a partir da caracterização

do impacto da mortalidade nesta população, descrevendo as características epidemiológicas e

apontando potenciais intervenções. Portanto, a identificação de áreas onde é maior o risco e

vulnerabilidade reforça a opção por estudos ecológicos, e amplia as evidências para maior

compreensão da magnitude da coinfecção TB e HIV/aids.

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33 3 OBJETIVO

3.1 Objetivo geral

• Caracterizar os padrões espaço-temporais da mortalidade relacionada à

coinfecção tuberculose e HIV/aids no Brasil, no período de 2000 a 2011.

3.2 Objetivos específicos

• Descrever os padrões epidemiológicos e tendências temporais dos indicadores

de mortalidade relacionados à coinfecção tuberculose e HIV/aids;

• Descrever as causas de morte frequentemente associadas à coinfecção

tuberculose e HIV/aids;

• Identificar padrões de distribuição e presença de aglomerados espaço-

temporais dos óbitos relacionados à coinfecção tuberculose e HIV/aids;

• Identificar áreas de risco para mortalidade relacionada à co-nfecção

tuberculose e HIV/aids como potenciais áreas prioritárias no País.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Desenho de estudo

Estudo ecológico de série temporal e análise espacial

secundários de mortalidade

temporais da mortalidade relacionada à coinfecção TB e

2000 a 2011.

4.2 Área do estudo

O Brasil (Figura 3),

aproximadamente 8,5 milhões de km

2013. O País é dividido polític

Nordeste, Sudeste, Sul e Centro

Federal) e em 5.570 municípios

sociais, econômicas, geográficas e cultur

IBGE; http://www.ibge.gov.br

Figura 3 - Mapa do Brasil com unidades federativas e municípios.

ATERIAL E MÉTODOS

studo ecológico de série temporal e análise espacial

de mortalidade. Foram analisadas as tendências temporais e os padrões espaço

mortalidade relacionada à coinfecção TB e HIV/aids no Brasil

O Brasil (Figura 3), localizado na América do Sul, possui uma área

8,5 milhões de km2 e população estimada de 201 milhões

políticoadministrativamente em cinco regiões geográficas (Norte,

Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste), 27 unidades federativas (26 estados e um Distrito

Federal) e em 5.570 municípios. As regiões brasileiras apresentam diferentes

sociais, econômicas, geográficas e culturais (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

www.ibge.gov.br).

Mapa do Brasil com sua divisão políticaadministrativa por regiões geográficas, e municípios.

34

studo ecológico de série temporal e análise espacial, utilizando dados

as tendências temporais e os padrões espaço-

no Brasil no período de

possui uma área territorial de

população estimada de 201 milhões de habitantes em

co regiões geográficas (Norte,

(26 estados e um Distrito

. As regiões brasileiras apresentam diferentes características

(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –

por regiões geográficas,

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35 Fonte: IBGE, 2010

4.3 População do estudo

Foram incluídos todos os óbitos registrados no Brasil no período de 2000 a 2011,

em que a TB e HIV/aids foram mencionadas como causas de morte na mesma Declaração de

Óbito (DO) (Anexo A), seja como causa básica ou associada (não básica) de morte (causas

múltiplas de morte) (BRASIL, 2009).

A infecção por HIV/aids como causa de morte corresponde às categorias incluídas

no agrupamento B20-B24, enquanto a TB corresponde ao agrupamento A15-A19, segundo as

disposições da Décima Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e

Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) (WHO, 2007):

- Tuberculose (A15-A19):

• A15 e A16 - Tuberculose pulmonar:

- A15 - Tuberculose respiratória com confirmação bacteriológica e histológica;

- A16 - Tuberculose respiratória sem confirmação bacteriológica e histológica.

• A17 a A19 - Tuberculose extrapulmonar:

- A17 - Tuberculose do sistema nervoso;

- A18 - Tuberculose de outros órgãos;

- A19 - Tuberculose miliar.

- Doença pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) (B20-B24):

• B20 - Doença pelo vírus da imunodeficiência humana, resultando em doenças

infecciosas e parasitárias;

• B21 - Doença pelo vírus da imunodeficiência humana, resultando em

neoplasias malignas;

• B22 - Doença pelo vírus da imunodeficiência humana, resultando em outras

doenças especificadas;

• B23 - Doença pelo vírus da imunodeficiência humana, resultando em outras

doenças;

• B24 - Doença pelo vírus da imunodeficiência humana, não especificada.

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36 4.4 Fontes de dados

Os dados referentes aos óbitos foram obtidos a partir do Sistema de Informações

sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS), disponibilizados para domínio público

no website do Departamento de Informática do SUS (DATASUS;

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/sim/dados/cid10_indice.htm). Os dados compreenderam todos

os óbitos registrados no período de 2000 a 2011. O documento padrão do SIM é a DO, que

consiste em um documento padronizado preenchido por profissionais médicos em todo o

Brasil e que contém informações sociodemográficas (sexo, escolaridade, raça/cor, local de

residência, dentre outras) e clínicas referentes às causas de morte (causas básicas e

associadas) (BRASIL, 2009). O processo de obtenção dados de mortalidade envolveu

inicialmente a busca dos arquivos para cada unidade federativa e ano. Como o período

envolveu 12 anos e as 27 unidades federativas, no total foram baixados e processados obtidos

324 arquivos do SIM (realizado em julho de 2013). Após esta etapa, procedeu-se à análise da

completude das bases de dados por unidade federativa em relação ao total de óbitos. Em

seguida, foi realizada a consolidação do conjunto de dados em relação ao número total de

mortes, com realização da padronização das variáveis. As variáveis não consideradas para a

análise foram eliminadas (variáveis que apresentavam grande quantidade de dados ignorados).

Ressalta-se que na DO pode haver mais de uma causa em uma mesma linha e nem todas as

linhas estão necessariamente preenchidas. Procedeu-se, desta forma, à estratificação de novas

categorias caso uma mesma linha na DO possuísse mais de uma causa (exemplo: linha a1,

linha a2, linha b1, etc.). Após esta etapa, procedeu-se à consolidação do banco de dados

nacional reunindo todos os arquivos das unidades federativas conformando uma única base de

dados. Em seguida, foram selecionados todos os óbitos em que a TB e HIV/aids foram

registrados mesma DO, como causa básica ou associada de morte.

Os dados populacionais foram obtidos a partir do Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística (IBGE), com base em dados oriundos dos Censos Demográficos de 2000 e 2010

(IBGE, 2000; IBGE, 2010). Para os anos intercensitários (2001-2009 e 2011), foram

utilizadas as estimativas populacionais estimadas por projeção pelo IBGE e disponibilizadas a

partir do site do DATASUS

(http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?ibge/cnv/popuf.def).

Para o georeferenciamento das informações e análise espacial, foi utilizada a

malha digital do Brasil referente ao ano de 2010, englobando regiões geográficas, unidades

federativas e municípios, obtidas a partir das bases cartográficas disponíveis no site do IBGE

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37 (www.ibge.gov.br). O georeferenciamento foi realizado a partir da informação de município

de residência presente da base de dados do SIM.

4.5 Processamento e análise dos dados

O processo de obtenção e análise dos dados foi estruturado em etapas, cada uma

apresentando especificidades diferenciadas.

4.5.1 Etapa 1 - Descrição e análise das tendências temporais dos indicadores epidemiológicos

da coinfecção TB e HIV/aids

Análise descritiva

A partir da seleção dos óbitos por coinfecção TB e HIV/aids, foi realizada a

caracterização do perfil da população do estudo. Foram descritas a distribuição das variáveis

de interesse dentre as variáveis disponíveis na DO (sexo, idade, raça/cor, escolaridade, ano de

ocorrência, local de residência e ocorrência óbito, causa básica e associada de morte). A

estatística descritiva consistiu no cálculo da média e desvio padrão (DP) para variáveis

contínuas e frequências absolutas e relativas (com seu respectivo intervalo de confiança de 95%

[IC 95 %]) para variáveis categóricas.

Para analisar a situação epidemiológica da coinfecção TB e HIV/aids no Brasil,

foram calculados indicadores de mortalidade segundo características demográficas (sexo,

idade, raça/cor, local de residência [macrorregiões, unidades federativas e municípios] e ano

de ocorrência do óbito).

Foram calculados coeficientes brutos de mortalidade relacionados à coinfecção

estratificados por sexo, faixa etária, raça/cor e local de residência (regiões, estados e

municípios), dividindo-se o número de óbitos relacionados à coinfecção TB e HIV/aids pela

população do meio do ano-calendário, multiplicando-se este quociente por 100.000. Para

controlar o efeito das diferenças nas estruturas etárias entre populações das regiões e unidades

federativas brasileiras ao longo do período de análise e possibilitar comparações entre as

mesmas, foram calculados coeficientes de mortalidade padronizados por idade. Realizou-se a

padronização dos coeficientes de mortalidade pelo método direto, considerando como padrão

a população brasileira do Censo 2010. As seguintes faixas etárias foram utilizadas para

padronização dos indicadores e cálculo dos coeficientes específico por idade: 0 a 4 anos, 5 a 9

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38 anos, 10 a 19 anos, 20 a 29 anos, 30 a 39 anos, 40 a 49 anos, 50 a 59 anos, 60 a 69 anos e 70

anos ou mais Para o cálculo dos indicadores, foram excluídas as observações com dados

ignorados/em branco.

Foi calculada também a mortalidade proporcional por meio da divisão entre o

número de óbitos relacionados à coinfecção pelo total de óbitos em cada área geográfica e ano

de estudo, com o resultado multiplicado por 100.

Com base nos valores dos coeficientes brutos estimou-se o Risco Relativo (RR)

para determinar as diferenças relativas entre os grupos de estudo (sexo, faixa etária, região

geográfica de residência e raça/cor). A significância estatística das diferenças entre os grupos

foi avaliada por meio do teste qui-quadrado (χ2) de Pearson.

Os indicadores também foram calculados e descritos ao longo do tempo dentro da

série histórica analisada. Foram utilizadas como unidade geográfica de análise as cinco

macrorregiões geográficas e as 27 unidades federativas.

Análise das tendências temporais

As análises das tendências dos indicadores de mortalidade foram realizadas por

meio de modelos de regressão joinpoint (KIM et al., 2000), levando em consideração o

cálculo do incremento anual dos indicadores de mortalidade no período total (2000-2011).

Essa análise identifica pontos de inflexão (joinpoints) por meio de um modelo

log-linear em que a direção/magnitude das linhas das tendências muda significativamente. A

análise permite o ajuste de dados de uma série a partir do menor número possível de

joinpoints (zero, ou seja, uma reta sem pontos de inflexão) e testa se a inclusão de um ou mais

joinpoints (até três joinpoints na análise deste estudo) no modelo é estatisticamente

significativa. Assim, este método testa se vários segmentos de reta (com vários joinpoints)

explicam melhor uma tendência no tempo do que uma reta única. No modelo final, cada

joinpoint (se houver algum) indica uma mudança significativa na queda ou aumento da

tendência (KIM et al., 2000). A significância estatística foi testada por meio do teste de

permutação de Monte Carlo, que escolhe o melhor segmento para cada modelo. Uma vez que

o modelo é escolhido, foi calculada a variação percentual anual (annual percent change -

APC) (com seu respectivo IC 95%) para cada segmento com a função de descrever e

quantificar a tendência, bem como avaliar se esta tendência é estatisticamente significativa.

Para simplificar a comparação das tendências para os indicadores com mais de uma inclinação

significativa no período, foi calculada também a variação percentual anual média (average

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39 annual percent change - AAPC) para o período completo. Este foi estimada como a média

geométrica ponderada do APC, com os pesos iguais ao comprimento de cada intervalo de

tempo do segmento. As tendências foram consideradas estatisticamente significativas quando

a APC e AAPC apresentaram p <0,05.

A consolidação e organização dos dados, o cálculo dos indicadores de mortalidade

e as análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa Stata versão 11.2 (Stata

Corporation, College Station, TX, USA). A análise de regressão joinpoint foi realizada

utilizando o Joinpoint Regression Program versão 4.0.4 (Surveillance Research Program of

the US National Cancer Institute, Bethesda, MD, USA).

4.5.2 Etapa 2 - Descrição das causas de morte associadas à coinfecção TB e HIV/aids

A descrição das causas de morte (doenças e agravos) que mais comumente

estiveram associadas aos óbitos relacionados à coinfecção TB e HIV/aids foi realizada por

doença ou doenças codificadas em categorias ou grupos identificadosde acordo com a CID-10

(WHO, 2010). Na descrição das causas associadas foram excluídas as menções de causas que

tiveram como codificação TB e HIV/aids. Com o propósito de reconstruir o processo da

doença que possivelmente levou ao óbito relacionado à coinfecção, analisaram-se todas as

causas relatadas na DO e também as causas de morte consideradas mal definidas e aquelas

caracterizadas pela OMS como modos de morrer, como “parada cardiorrespiratória” e

“falência de múltiplos órgãos” (WHO, 2010).

A análise dos dados foi realizada utilizando o programa Stata versão 11.2 (Stata Corporation,

College Station, TX, USA).

4.5.3 Etapa 3 - Análise espacial da coinfecção TB e HIV/aids no Brasil

Análise espacial descritiva

Métodos de análise espacial e técnicas de geoprocessamento foram utilizados para

avaliar a distribuição geográfica e a dependência espacial da mortalidade relacionada à

coinfecção TB e HIV/aids no Brasil. Foi aplicada a estratégia de dados de análise de áreas

(polígonos). Utilizou-se o município de residência (5.565; divisão territorial brasileira de 2010)

como unidade geográfica de análise para obter maior precisão das diferenças dentro e entre as

regiões, bem como para identificar áreas prioritárias para potenciais intervenções de controle.

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40

Foram calculados coeficientes brutos de mortalidade por município de residência

por subperíodos (2000-2003, 2004-2007 e 2008-2011) e para o período total (2000-2011).

Para corrigir as flutuações aleatórias e proporcionar maior estabilidade dos indicadores da

coinfecção TB e HIV/aids, principalmente em municípios com pequenas populações e

eventos raros, também foram calculados coeficientes suavizados por meio do método

Bayesiano empírico local a partir da suposição de que os coeficientes de áreas vizinhas são

autocorrelacionados. Essas áreas tiveram seus valores reestimados por meio da média

ponderada entre o valor calculado e o valor médio da vizinhança, com pesos inversamente

proporcionais à população de cada área (ASSUNÇÃO et al., 1998).

Análise de correlação espacial

Após a realização da análise espacial descritiva, empreendeu-se a análise de

autocorrelação espacial global por meio do índice de Moran Global, sobre os coeficientes

suavizados (CLIFF; ORD, 1981). Verificou-se a autocorrelação local (Local Indicators of

Spatial Association – LISA) por meio do do índice Local de Moran (ANSELIN, 1995).

Para identificação de áreas críticas ou de transição utilizou-se, o diagrama de

espalhamento de Moran baseado no índice de Moran local aplicado nesse estudo (ANSELIN,

1995). Para a representação espacial do diagrama de espalhamento de Moran, utilizou-se o

Moran Maps, que apresenta somente os municípios que evidenciaram significância estatística

(p<0,05), porém distribuídos em seus respectivos quadrantes. Os quadrantes gerados nessa

técnica foram interpretados da seguinte forma: Q1 – Alto/Alto (valores positivos, médias

positivas) e Q2 – Baixo/Baixo (valores negativos, médias negativas), indicando pontos de

associação espacial positiva ou similares aos seus vizinhos, ou seja, representam municípios

com altos e baixos coeficientes de detecção circundados por municípios também com altos e

baixos coeficientes, respectivamente e; Q3 – Alto/Baixo (valores positivos, médias negativas)

e Q4 – Baixo/Alto (valores negativos, médias positivas), indicando pontos de associação

espacial negativa, isto é, municípios com baixos e altos coeficientes de detecção circundados

por municípios com altos e baixos coeficientes, respectivamente. As duas primeiras categorias

representam áreas de concordância e as duas últimas áreas de transição.

Análise espacial de varredura - estatística Scan espaço-temporal

Foi utilizada a estatística Scan espaço-tempo para a identificação de clusters

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41 espaço-temporais (proximidade espacial e temporal simultânea entre casos/óbitos) de alto

risco para mortalidade relacionada à coinfecção TB e HIV/aids, tendo como base o número de

óbitos registrados por município de residência e estimativas da população para o período do

estudo (KULLDORF; NAGARWALLA, 1995; KULLDORFF, 1997; KULLDORFF, 2006). A

identificação dos clusters espaço-temporais foi realizada a partir da estatística de varredura,

tipo de análise espaço-temporal retrospectivo, utilizando-se o modelo de distribuição de

probabilidade de Poisson e obedecendo aos seguintes parâmetros: aglomerados com formato

circular, não ocorrência de sobreposição geográfica ou temporal dos clusters, tamanho

máximo do cluster igual a 50% da população em risco e tamanho máximo do cluster temporal

igual a 50% do período de estudo. O cluster mais importante (primário) e os clusters

secundários foram detectados por meio do teste da razão de verossimilhança (KULLDORFF,

2006). A significância estatística foi calculada usando 999 permutações de Monte Carlo,

obtendo-se um valor de maior validade estatística.

Os softwares ArcGIS versão 9.3 (Environmental Systems Research Institute, ESRI,

Redlands, CA. USA) e TerraView versão 4.2 (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE,

São José dos Campos, SP, Brasil) foram utilizados para processamento, análise e apresentação

de dados cartográficos, além do cálculo dos indicadores de autocorrelação espacial global e

local e construção dos mapas temáticos. A análise da estatística Scan espaço-tempo foi

realizada utilizando o programa SaTScan versão 9.1.1 (Harvard Medical School, Boston and

Information Management Service Inc, Silver Spring, MD, USA).

4.6 Aspectos éticos

A pesquisa foi conduzida seguindo os princípios da Resolução No. 466 de 2012 do

Conselho Nacional de Saúde (autonomia, não maleficência, beneficência, justiça e equidade).

As informações sobre os óbitos relacionados à coinfecção TB e HIV/aids foram obtidos dos

bancos de dados informatizados do SIM, disponibilizados para amplo acesso no site do

DATASUS. As informações utilizadas são de domínio público e não apresentam variáveis

relacionadas à identificação dos indivíduos. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê

de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, e com o parecer número

699.138/2014 (ANEXO B).

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42 5 RESULTADOS

5.1 Perfil dos óbitos relacionados à coinfecção TB e HIV/aids

No período de 2000 a 2011, 12.491.280 mortes foram registrados no Brasil, sendo

92.144 óbitos relacionados à TB (0,74%) e 144.175 (1,2%) ao HIV/aids (Figura 4). A

coinfecção foi identificada em 19.815 óbitos (TB e HIV/aids mencionados na mesma DO), o

que representa dos óbitos relacionados à TB e 13,7% relacionados ao HIV/aids (Figura 4). O

HIV/aids foi mencionado como causa básica em 98,6% (19.541/19.815) e a TB em 0,03%

(6/19.815) dos óbitos por coinfecção TB e HIV/aids . Nos XX óbitos restantes, TB e HIV/aids

foram apresentadas como causas associadas em outras causas básicas.

Figura 4 - Distribuição dos óbitos relacionados à coinfecção TB e HIV/aids no banco de dados do SIM, Brasil, 2000-2011.

Fonte: SIM/MS/SVS, 2014.

A Tabela 2 apresenta as características epidemiológicas dos óbitos relacionados à

coinfecção TB e HIV/aids no Brasil.

Banco de dados - SIM 2000-2011

Total de óbitos: 12.491.280

Óbitos relacionados a TB 2000-2011

92.144 (0,7%)

Óbitos relacionados ao HIV/aids 2000-2011

144.175 (1,2%)

Óbitos relacionados à co-infecção TB e

HIV/aids 2000-2011

19.815 óbitos (1,2%)

Óbitos não relacionados a TB e HIV/aids 2000-

2011

12.254.961 (98,1%)

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43 Tabela 2 - Caracterização dos óbitos relacionados à coinfecção tuberculose e HIV/aids no Brasil, 2000-2011 (n=19.815).

Característica N %

Sexo

Feminino 5.906 29,81

Masculino 13.905 70,18

Faixa etária (anos)

0 a 4 45 0,23

5 a 9 35 0,18

10 a 19 212 1,08

20 a 29 3.464 17,64

30 a 39 7.483 38,11

40 a 49 5.660 28,82

50 a 59 2.049 10,43

60 a 69 551 2,81

70 ou mais 137 0,70

Raça/Cor

Branca 8.944 48,24

Parda 6.261 33,77

Preta 3.233 17,44

Amarela 71 0,38

Indígena 30 0,16

Estado civil

Solteiro 13.266 68,95

Casado 3.154 16,39

Separado 865 4,50

Viúvo 809 4,20

União estável 216 1,12

Escolaridade

Nenhuma 885 7,02

1 a 3 anos 3.339 26,48

4 a 7 anos 5.207 41,30

8 a 11 anos 2.401 19,04

12 ou mais 776 6,15

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44

Característica N %

Região de residência

Norte 847 4,27

Nordeste 2.661 13,43

Sudeste 10.596 53,47

Sul 4.975 25,11

Centro-Oeste 736 3,71

Estado de residência

São Paulo 6041 30,48

Rio Grande do Sul 3333 16,82

Rio de Janeiro 3293 16,61

Minas Gerais 987 4,98

Pernambuco 850 4,28

Santa Catarina 835 4,21

Paraná 807 4,07

Bahia 800 4,04

Pará 617 3,11

Ceará 389 1,96

Outros estados 1863 9,44

Residência na capital do estado

Não 10.891 54,96

Sim 8.924 45,03

Ocorrência na capital do estado

Não 8.062 40,68

Sim 11.753 59,31

Local de ocorrência

Hospital 18.505 93,44

Outro estabelecimento de Saúde 456 2,30

Domicílio 644 3,25

Via Pública 32 0,16

Outros 166 0,83

Formas clínicas – TB*

A15- TB respiratória com confirmação 1.301 6,36

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45

Característica N %

bacteriológica/histológica

A16- TB respiratória sem confirmação

bacteriológica/histológica

13.732 67,13

A17- TB do sistema nervoso 1.532 7,49

A18- TB de outros órgãos 1.216 5,49

A19- TB miliar 2.674 13,07

Formas Clínicas - HIV/aids*

B20- Doença pelo HIV, resultando em

doenças infecciosas e parasitárias

18.790 46,84

B21- Doença pelo HIV, resultando em

neoplasias malignas

35 0,09

B22- Doença pelo HIV, resultando em

outras doenças especificadas

1.994 4,97

B23- Doença pelo HIV, resultando em

outras doenças

61 0,15

B24- Doença pelo HIV, não especificada 19.234 47,95

Fonte: SIM/MS/SVS * Dados obtidos a partir do total de menções nas DOs (causas múltiplas de morte)

O sexo masculino apresentou maior percentual de óbitos (70,2%) no período. A

razão média entre sexos no período foi de 2,4 (Tabela 2; Figura 5). Foi observado uma

diminuição da razão entre os sexos, com variação de 2,8 em 2000 a 2,1 em 2005, 2009 e 2011.

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46 Figura 5 - Distribuição dos óbitos relacionados à coinfecção TB e HIV/aids por sexo e razão

de sexo, Brasil, 2000-2011.

Houve maior concentração de óbitos nas faixas etárias produtivas: 30 a 39 anos

(38,1%), 40 a 49 anos (28,8%) e 20 a 29 anos (17,6%), o que representou 84,6% do total de

óbitos (Tabela 1; Figura 6). A média de idade ao morrer foi de 38,9 anos, apresentando

variações inter-regionais (região Sudeste: 39,7 e região Norte: 36,4). Destaca-se uma menor

proporção de óbitos em crianças e um aumento proporcional de mortes relacionados à

coinfecção TB e HIV/aids na população idosa.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Feminino Masculino Razão entre sexo

Óbi

tos

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Figura 6 - Distribuição dos óbitos relacionados à coinfecção TB e HIV/Brasil, 2000-2011.

A raça/cor branca (48,2%)

(37,8%) e preta (17,4%).A mo

que apresentavam baixa escolaridade

A região Sudeste (53,5%)

Região Sul (25,1%), representando 78,

Paulo, (30,5%), seguido dos estados do Rio Grande do Sul (16,8%) e Rio de Janeiro (16,6%)

apresentaram a maior proporção de óbitos. A maioria dos indivíduos não residia nas capitais

(54,9%). No entanto, para local de ocorrência d

(93,3%) e nas capitais brasileiras (59,3%) (Tabela 2).

As formas clínicas mais presentes referentes ao grupo da TB (A15

correspondentes à TB pulmonar

com maior percentual da categoria A16 (TB respiratória sem confirmação bacteriológica e

histológica), correspondendo a 91,3% das menções. As formas extrapulmonares mais

frequentes foram referentes à categoria A19 (TB miliar

o maior percentual de menções relacionados ao grupo

nas categorias B20 (Doença pelo vírus da imunodeficiência humana, resultando em doenças

infecciosas e parasitárias) e B24 (Doença p

especificada), resultando em 94,8% do total de menções do grupo no período.

5.2 Indicadores de mortalidade

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

0 a 4 5

Ób

ito

s

Distribuição dos óbitos relacionados à coinfecção TB e HIV/

A raça/cor branca (48,2%) teve a maior proporção de óbitos

A mortalidade foi maior no grupo de solteiros (68,9%) e em pessoas

que apresentavam baixa escolaridade com4 a 7 anos de estudo (41,3%) (Tabela 2).

região Sudeste (53,5%) apresentou a maior proporção de óbitos

Região Sul (25,1%), representando 78,6% dos óbitos ocorridos no período. O

(30,5%), seguido dos estados do Rio Grande do Sul (16,8%) e Rio de Janeiro (16,6%)

apresentaram a maior proporção de óbitos. A maioria dos indivíduos não residia nas capitais

ara local de ocorrência dos óbitos, predominou hospitais urbanos

as capitais brasileiras (59,3%) (Tabela 2).

As formas clínicas mais presentes referentes ao grupo da TB (A15

correspondentes à TB pulmonar (A15-A16) (fonte principal da infecção) em 73,5%

com maior percentual da categoria A16 (TB respiratória sem confirmação bacteriológica e

histológica), correspondendo a 91,3% das menções. As formas extrapulmonares mais

frequentes foram referentes à categoria A19 (TB miliar) com 13,1% das menções. Por sua vez,

o maior percentual de menções relacionados ao grupo HIV/aids (B20

nas categorias B20 (Doença pelo vírus da imunodeficiência humana, resultando em doenças

infecciosas e parasitárias) e B24 (Doença pelo vírus da imunodeficiência humana, não

especificada), resultando em 94,8% do total de menções do grupo no período.

5.2 Indicadores de mortalidade relacionados à coinfecção TB e HIV/a

5 a 9 10 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60

47

Distribuição dos óbitos relacionados à coinfecção TB e HIV/aids por faixa etária,

teve a maior proporção de óbitos, seguida da parda

rtalidade foi maior no grupo de solteiros (68,9%) e em pessoas

4 a 7 anos de estudo (41,3%) (Tabela 2).

apresentou a maior proporção de óbitos, seguida da

6% dos óbitos ocorridos no período. O estado de São

(30,5%), seguido dos estados do Rio Grande do Sul (16,8%) e Rio de Janeiro (16,6%)

apresentaram a maior proporção de óbitos. A maioria dos indivíduos não residia nas capitais

predominou hospitais urbanos

As formas clínicas mais presentes referentes ao grupo da TB (A15-A19) foram às

da infecção) em 73,5% dos óbitos

com maior percentual da categoria A16 (TB respiratória sem confirmação bacteriológica e

histológica), correspondendo a 91,3% das menções. As formas extrapulmonares mais

) com 13,1% das menções. Por sua vez,

ids (B20-B24) estava presente

nas categorias B20 (Doença pelo vírus da imunodeficiência humana, resultando em doenças

elo vírus da imunodeficiência humana, não

especificada), resultando em 94,8% do total de menções do grupo no período.

HIV/aids

60 a 69 70 e mais

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5.2.1 Coeficiente de mortalidade relacionado à coinfecção TB e

O coeficiente médio

foi de 0,89 óbitos por 100.000 habitantes, apresentando variação de 0,82

habitantes em 2006 a 1,00

inter-regionais significativas

óbitos/100.000 habitantes) e a região Nordeste o menor coeficiente no período (0,43

óbitos/100.000 habitantes). P

período foi de 0,97 mortes por 100.000 habitantes, apresentando marcantes variações

regionais (com variação de 0,43

óbitos/100.000 habitantes na

Figura 7 -– Tendências dos cTB e HIV/aids no Brasil e regiões, Brasil, 2000

Os estados do Rio Grande do Sul

(1,77 óbitos/100.000 habitantes)

(1,18 óbitos/100.000 habitantes)

período, com valores acima

5.2.1 Coeficiente de mortalidade relacionado à coinfecção TB e HIV/aids

O coeficiente médio bruto de mortalidade relacionada à coinfecção TB e

foi de 0,89 óbitos por 100.000 habitantes, apresentando variação de 0,82

1,00 por 100.000 habitantes em 2000. Foram observada

egionais significativas. A região Sul apresentou o coeficiente mais elevado (1,52

óbitos/100.000 habitantes) e a região Nordeste o menor coeficiente no período (0,43

óbitos/100.000 habitantes). Por sua vez, o coeficiente médio padronizad

período foi de 0,97 mortes por 100.000 habitantes, apresentando marcantes variações

regionais (com variação de 0,43 óbitos/100.000 habitantes na região Nordeste e 1,53

na região Sul).

Tendências dos coeficientes padronizados de mortalidade relacionadids no Brasil e regiões, Brasil, 2000-2011.

Os estados do Rio Grande do Sul (2,55 óbitos/100.000 habitantes)

itantes), São Paulo (1,24 óbitos/100.000 habitantes)

(1,18 óbitos/100.000 habitantes) apresentaram os maiores coeficientes de mortalidade no

com valores acima da média nacional (Figura 8). . Ao mesmo tempo

48

ids

à coinfecção TB e HIV/aids

foi de 0,89 óbitos por 100.000 habitantes, apresentando variação de 0,82 óbitos por 100.000

Foram observadas variações

região Sul apresentou o coeficiente mais elevado (1,52

óbitos/100.000 habitantes) e a região Nordeste o menor coeficiente no período (0,43

padronizado de mortalidade no

período foi de 0,97 mortes por 100.000 habitantes, apresentando marcantes variações

egião Nordeste e 1,53

de mortalidade relacionada à coinfeccão

óbitos/100.000 habitantes), Rio de Janeiro

(1,24 óbitos/100.000 habitantes) e Santa Catarina

apresentaram os maiores coeficientes de mortalidade no

Ao mesmo tempo, os estados do

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49 Piauí (0,10 óbitos/100.000 habitantes), Amapá (0,11 óbitos/100.000 habitantes) e Tocantins

(0,13 óbitos/100.000 habitantes) apresentaram os menores coeficientes de mortalidade (Figura

8).

Figura 8 - Coeficiente bruto de mortalidade relacionada à coinfecção TB e HIV/aids por estado de residência, Brasil, 2000-2011.

A distribuição dos coeficientes médios de mortalidade por faixa etária mostra que

os maiores coeficientes estavam distribuídos na população de adultos jovens de 30 a 49 anos

(x óbitos/100.000 habitantes). De outro modo, a população de 0 a 19 anos apresentou os

menores coeficientes (x óbitos/100.000 habitantes).

0 0,5 1 1,5 2 2,5

PI

AM

TO

AC

MA

RN

AM

PB

RO

SE

GO

DF

AL

CE

MG

BA

MT

PR

ES

MS

RR

PA

PE

BRASIL

SC

SP

RJ

RS

Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes)

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Figura 9 – Tendências dos cHIV/aids por faixa etária, Brasil, 2000

5.2.2 Mortalidade proporcional relacionada à coinfecção TB e HIV/aids

A mortalidade proporcional relacionado à coinfecção TB e

(com variação de 0,08% na

Tendências dos coeficientes de mortalidade relacionadaids por faixa etária, Brasil, 2000-2011.

5.2.2 Mortalidade proporcional relacionada à coinfecção TB e HIV/aids

A mortalidade proporcional relacionado à coinfecção TB e HIV/a

com variação de 0,08% na Região Nordeste e 0,25% na Região Sul).

50

a à coinfeccão TB e

HIV/aids foi de 0,16%

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Figura 10 – Tendência da mno Brasil e regiões, Brasil, 2000

5.3 Tendências dos indicadores

5.3.1 Tendências dos coeficientes de mortalidade relacionad

As tendências dos coeficientes de mortalidade

HIV/aids no Brasil, regiões s e unidade

Observou-se queda significativa

nacional no período (AAPC: 1,6%; IC 95%:

regionais (Tabela 2). Foi observado

(AAPC: 5,9%; IC 95%: 2,4 a 9,6), Nordeste (AAPC: 5,7%; IC 95%: 3,5 a 7,9) e Centro

(AAPC: 3,6%; IC 95%: 0,2 a 7,1),

3,6), e estabilidade na região Sul (AAPC: 1,6%; IC 95%:

Tendência da mortalidade proporcional relacionada à co-infecçno Brasil e regiões, Brasil, 2000-2011.

5.3 Tendências dos indicadores relacionados à coinfecção TB e HIV/a

.1 Tendências dos coeficientes de mortalidade relacionada à coinfecção TB e

As tendências dos coeficientes de mortalidade relacionada à coinfecção TB e

ids no Brasil, regiões s e unidades federativas são apresentadas nas Tabelas 3, 4 e 5.

se queda significativa dos coeficientes padronizados de mortalidade

(AAPC: 1,6%; IC 95%: -2,3 a -0,8), com importantes

. Foi observado aumento significativo da mortalidade

(AAPC: 5,9%; IC 95%: 2,4 a 9,6), Nordeste (AAPC: 5,7%; IC 95%: 3,5 a 7,9) e Centro

(AAPC: 3,6%; IC 95%: 0,2 a 7,1), queda na região Sudeste (AAPC: -4,8%; IC 95%:

a região Sul (AAPC: 1,6%; IC 95%: -1,3 a 4,5)

51

infecção TB e HIV/aids

HIV/aids

à coinfecção TB e HIV/aids

relacionada à coinfecção TB e

são apresentadas nas Tabelas 3, 4 e 5.

de mortalidade em nível

importantes variações inter-

significativo da mortalidade nas regiões Norte

(AAPC: 5,9%; IC 95%: 2,4 a 9,6), Nordeste (AAPC: 5,7%; IC 95%: 3,5 a 7,9) e Centro-Oeste

4,8%; IC 95%: -6,1 a -

(Figura X; Tabela Y)

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52 Tabela 3 - Análise de regressão joinpoint dos coeficientes de mortalidade relacionada à coinfecção TB e HIV/aids por regiões de residência, Brasil, 2000-2011. Regiões

Tendência 1 Tendência 2 Período total

Período APC IC 95% Período APC IC 95% AAPC IC 95%

Norte 2000-2011 - - - 5,7* 2,2 a 9,4

Nordeste 2000-2011 - - - 5,4* 3,3 a 7,6

Sudeste 2000-2005 -8,5* -10,7 a -6,2 2005-2011 -1,9 -3,9 a 0,2 -4,1* -5,4 a -2,8

Sul 2000-2004 10,7* 2,3 a 19,9 2004-2011 -3,5* -6,3 a -0,6 -0,5 -2,9 a 1,9

Centro-oeste 2000-2011 - - - 3,5* 0,2 a 6,9

Brasil 2000-2011 -1,7* -2,4 a -1,0

APC: variação percentual anual; AAPC: variação percentual anual média; IC 95%: intervalo de confiança de 95%. *Significativamente diferente de 0 (p <0.05).

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53

O coeficiente de mortalidade bruto relacionado à coinfecção TB e HIV/aids

apresentou diferenças tendências entre os estados (Tabela 4). Na região Norte, os estados de

Rondônia (AAPC: 15,8; IC 95% 5,7 a 26,9) e Pará (AAPC: 7,7; IC 95% 4,4 a 11,1)

apresentaram tendência de aumento e os demais estados apresentaram tendência de

estabilidade no períod. Na região Nordeste, foi observada tendência de aumento nos estados

do Maranhão (AAPC: 10,8; IC 95% 4,6 a 17,5), Ceará (AAPC: 4,5; IC 95% 1,4 a 7,7),

Pernambuco (AAPC: 8,7; IC 95% 5,1 a 12,4) e Bahia (AAPC: 3,8; IC 95% 1,1 a 6,5), com

estabilidade nos demais estados. Na região Sudeste, o estado do Rio de Janeiro (AAPC: -7,4;

IC 95% -5,4 a -9,4) apresentou tendência de queda e os demais estados apresentaram

estabilidade no período. Na região Sul, todos os estados apresentaram estabilidade dos

coeficientesde mortalidade no período. Na região Centro-Oeste, o estado de Goiás, apresentou

tendência de aumento (AAPC: 15,8; IC 95% 5,7 a 26,9), com estabilidade nos demais estados

desta região.

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54 Tabela 4 - Análise de regressão joinpoint dos coeficientes de mortalidade relacionada à coinfecção TB e HIV/aids por estado de residência, Brasil, 2000-2011. Estados Tendência 1 Tendência 2 Período total

Período APC IC 95% Período APC IC 95% AAPC IC 95%

Rondônia 2000-2011 - - - 15,8* 5,7 a 26,9

Acre 2000-2011 - - - -1,9 -11,2 a 8,4

Amazonas 2000-2011 - - - -6,4 -16,7 a 5,3

Roraima 2000-2011 - - - 2,0 -7,4 a 12,3

Pará 2000-2011 - - - 7,7* 4,4 a 11,1

Amapá 2000-2011 - - - -5,5 -13,8 a 3,5

Tocantins 2000-2011 - - - 4,6 -4,8 a 14,9

Maranhão 2000-2011 - - - 10,8* 4,6 a 17,5

Piauí 2000-2011 - - - 7,5 -3,1 a 19,2

Ceará 2000-2011 - - - 4,5* 1,4 a 7,7

Rio Grande do Norte 2000-2011 - - - 7,0 -1,0 a 15,7

Paraíba 2000-2011 - - - 7,5 -3,8 a 20,0

Pernambuco 2000-2011 - - - 8,7* 5,1 a 12,4

Alagoas 2000-2011 - - - 8,1 -1,3 a 18,3

Sergipe 2000-2011 - - - 0,9 -12,4 a 16,2

Bahia 2000-2011 - - - 3,8* 1,1 a 6,5

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55 Minas Gerais 2000-2011 - - - -1,8 -3,7 a 0,1

Espírito Santo 2000-2011 - - - -1,3 -4,6 a 2,2

Rio de Janeiro 2000-2005 -5,6* -8,1 a -2,9 2005-2011 6,0* 3,9 a 8,2 0,6 -0,8 a 2,0

São Paulo 2000-2005 -11,4* -14,7 a -7,9 2005-2011 -4,0* -7,3 a -0,5 -7,4* -9,4 a -5,4

Paraná 2000-2011 -1,5 -4,7 a 1,8 - - - -1,5 -4,7 a 1,8

Santa Catarina 2000-2011 0,7 -1,7 a 3,1 - - - 0,7 -1,7 a 3,1

Rio Grande do Sul 2000-2004 15,3* 4,0 a 27,9 2004-2011 -2,8 -6,3 a 0,8 3,4 -0,3 a 7,3

Mato Grosso do Sul 2000-2011 - - - 1,8 -2,8 a 6,6

Mato Grosso 2000-2011 - - - 6,3 -1,0 a 14,2

Goiás 2000-2011 - - - 5,8* 0,3 a 11,6

Distrito Federal 2000-2011 - - - -3,9 -8,4 a 0,8

APC: variação percentual anual; AAPC: variação percentual anual média; IC 95%: intervalo de confiança de 95%. *Significativamente diferente de 0 (p <0.05).

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56

O coeficiente de mortalidade por sexo apresentou tendência de decréscimo para o

sexo masculino (AAPC: -2,4%; IC 95%: -3,1 a -1,6) e estabilidade para o sexo feminino

(AAPC: -0,1%; IC 95%: -1,2 a -0,9) (Tabela 5).

Tabela 5 - Tendências de regressão joinpoint dos coeficientes de mortalidade relacionada à coinfecção TB e HIV/aids por sexo, Brasil, 2000-2011.

Sexo

Período total AAPC IC 95%

Feminino -0,1 -1,2 a 0,9 Masculino -2,4* -3,1 a -1,6 AAPC: variação percentual anual média; IC 95%: intervalo de confiança de 95%. *Significativamente diferente de 0 (p <0.05).

As tendências dos indicadores de mortalidade relacionadas à coinfecção TB e

HIV/aids distribuídos por faixa etária estão apresentadas na Tabela 6. Observou-se queda

significativa no coeficiente de mortalidade nas faixas etárias de 20-29 anos (AAPC: -7,8%; IC

95%: -9,8 a -5,6) e 30-39 anos (AAPC: -3,2%; IC 95%: -4,1 a -2,4). As faixas etárias

pediátricas e a faixa de etária de 40-49 anos apresentaram estabilidade no período. As faixas

etárias a partir de 50 anos apresentaram tendências significativas de aumento no coeficiente

de mortalidade: 50-59 anos (AAPC: 2,4%; IC 95%: 0,6 a 4,2), 60-69 anos (AAPC: 3,4%; IC

95%: 0,7 a 6,2) e 70 anos ou mais (AAPC: 3,8%; IC 95%: 0,4 a 7,4).

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57 Tabela 6 - Análise de regressão joinpoint dos coeficientes de mortalidade relacionada à coinfecção TB e HIV/aids por faixa etária, Brasil, 2000-2011.

Faixa etária (anos)

Tendência 1 Tendência 2 Período total

Período APC IC 95% Período APC IC 95% AAPC IC 95%

0-4 2000-2011 - - - -8,0 -15,9 a 0,6

5-9 2000-2011 - - - -4,3 -11,1 a 3,0

10-19 2000-2011 - - - 2,4 -1,8 a 6,7

20-29 2000-2006 -7,8* -9,8 a -5,6 2006-2011 0,1 -3,1 a 3,4 -4,3* -5,8 a -2,7

30-39 2000-2011 - - - -3,2* -4,1 a -2,4

40-49 2000-2011 - - - -0,4 -1,3 a 0,5

50-59 2000-2011 - - - 2,4* 0,6 a 4,2

60-69 2000-2011 - - - 3,4* 0,7 a 6,2

70 ou + 2000-2011 - - - 3,8* 0,4 a 7,4

APC: variação percentual anual; AAPC: variação percentual anual média; IC 95%: intervalo de confiança de 95%.

*Significativamente diferente de 0 (p <0.05).

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58 5.3.2 Tendências da mortalidade proporcional relacionada à coinfecção TB e HIV/aids

A mortalidade proporcional relacionada à coinfecção TB e HIV/aids apresentou

tendência de estabilidade em nível nacional (AAPC: -2,1%; IC 95%: -4,8 a 0,8), com

diferenciados padrões ao longo do período total. No período de 2000-2006 apresentou

tendência de queda significativa, enquanto no período de 2006 a 2009 foi observado um

aumento não significativo e um decréscimo sem não significativo durante 2009-2011 (Tabela

7).

As regiões geográficas apresentaram padrões diversificados da mortalidade

proporcional (Tabela 7). As regiões Norte (AAPC: 4,4%; IC 95%: 1,2 a 7,8) e Nordeste

(AAPC: 5,8%; IC 95%: 3,5 a 8,1) apresentaram tendências de aumento. A região Sudeste

apresentou tendência de queda (AAPC: 5,7 %; IC 95%: 3,5 a 7,9), com variações ao longo do

período total: no período de 2000-2005 apresentou decréscimo significativo e no período de

2005-2009 apresentou uma queda não significativa. As regiões Sul (AAPC: 0,8%; IC 95%: -

1,9 a 3,5) e Centro-Oeste (AAPC: 3,3%; IC 95%: -0,2 a 7,0), apresentaram estabilidade no

período. A região Sul apresentou variações no período (2000-2005 tendência de aumento e de

2005-2011 decréscimo, ambos estatisticamente significantes) (Tabela 7).

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59 Tabela 7 - Tendências de regressão joinpoint da mortalidade proporcional relacionada à coinfecção TB e HIV/aids, Brasil, 2000-2011.

Tendências 1 Tendências 2 Tendências 3 Período total

Regiões Período APC IC 95% Período APC IC 95% Período APC IC 95% AAPC IC 95%

Norte 2000-2011 - - - - - - 4,4* 1,2 a 7,8

Nordeste 2000-2011 - - - - - - 5,8* 3,5 a 8,1

Sudeste 2000-2005 -7,9* -10,5 a -5,2 2005-2011 -1,5 -3,9 a 1,0 - - - -4,4* -5,9 a -2,9

Sul 2000-2005 8,2* 2,6 a 14,2 2005-2011 -5,1* -8,6 a -1,4 - - - 0,8 - 1,9 a 3,5

Centro-Oeste 2000-2011 - - - - - - 3,3 -0,2 a 7,0

Brasil 2000-2006 -2,9* -4,8 a -0,9 2006-2009 3,2 -8,4 a 16,2 2009-2011 -7,1 -17,4 a 4,5 -2,1 -4,8 a 0,8

APC: variação percentual anual; AAPC: variação percentual anual média; IC 95%: intervalo de confiança de 95%.

*Significativamente diferente de 0 (p <0.05).*

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60 5.4 Doenças e agravos associados com os óbityos relacionados à coinfecção TB e

HIV/aids

5.4.1 Causas básicas e associadas de morte relacionados à coinfecção

A Tabela 8 apresenta as principais causas básicas de morte nos óbitos relacionados

à coinfecção TB e HIV/aids no Brasil, no período de 2000 a 2011.

Tabela 8 - Causas básicas de morte nos óbitos relacionados à coinfecção TB e HIV/aids,

Brasil, 2000-2011.

Causas básicas de morte (CID-10)* N %

Doença pelo vírus da imunodeficiência humana [HIV] (B20-B24) 19.541 98,62

Doenças do fígado (K70-K77) 29 0,15

Doenças cerebrovasculares (I60-I69) 19 0,10

Hepatite viral (B15-B19) 14 0,07

Agressões (X85-Y09) 13 0,07

Neoplasias [tumores] malignas(os) do aparelho respiratório e dos

órgãos intratorácicos (C30-C39) 13 0,07

Outras formas de doença do coração (I30-I52) 12 0,06

Neoplasias [tumores] malignas(os) dos órgãos digestivos (C15-C26) 12 0,06

Diabetes mellitus (E10-E14) 10 0,05

Outras causas externas de traumatismos acidentais (W00-X59) 9 0,05

Sequelas de doenças infecciosas e parasitárias (B90-B94) 8 0,04

Doenças cardíaca pulmonar e da circulação pulmonar (I26-I28) 8 0,04

Transtornos da vesícula biliar, das vias biliares e do pâncreas (K80-

K87) 8 0,04

Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de

substância psicoativa (F10-F19) 7 0,04

Outras doenças dos intestinos (K55-K63) 7 0,04

Acidentes de transporte (V01-V99) 7 0,04

Tuberculose (A15-A19) 6 0,03

Doenças crônicas das vias aéreas inferiores (J40-J47) 5 0,03

Outras causas básicas 87 0,44

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61 Total 19.815 100

* CID-10: Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – Décima revisão.

A infecção por HIV/aids foi causa básica do óbito em quase todos os registros.

Por sua vez, a TB foi considerada como causa básica somente em 0,03% do total.

Em se tratando das outras afecções que na presença do HIV/aids e da TB que

foram consideradas como causas básicas, as principais estiveram concentradas nos capítulos

das doenças dos aparelhos circulatório e respiratório que somadas, atingiram 0,30% dos

óbitos, seguidas pelos capítulos das doenças endócrinas, causas externas e das neoplasias e

doenças do aparelho digestivo, com 0,26%, 0,16% e 0,10% dos óbitos, respectivamente

(Tabela 8).

As doenças envolvendo o fígado, doenças cerebrovasculares, neoplasias do

aparelho respiratório, coinfecção com hepatite viral e diabetes mellitus se apresentaram como

as principais causas básicas de morte nos óbitos em que a coinfecção TB e HIV/aids foi

identificada como causa associada (Tabela 9).

Apesar da maior ocorrência de causas relacionadas às doenças do aparelho

circulatório e respiratório, destacam-se as doenças provocadas pelo uso de substâncias

psicoativas, correspondendo a 0,04% do total dos óbitos.

As causas associadas de morte que frequentemente se associaram aos óbitos

relacionados à coinfecção HIV/aids e TB são apresentadas na Tabela 9, ordenadas por

distribuição decrescente de suas menções entre 2000 e 2011. Ressaltando-se que um

determinado óbito poderia apresentar uma ou mais causas associadas.

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62 Tabela 9 - Causas de morte (condições/agravos) mencionados nos óbitos relacionados à coinfecção TB e HIV/aids como causa básica ou associada de morte, Brasil, 2000-2011. Causas associadas de morte (CID-10)* N %

Outras doenças do aparelho respiratório (J95-J99) 8.309 21,32

Outras doenças bacterianas (A30-A49) 4.911 12,60

Sintomas e sinais gerais (R50-R69) 4.806 12,33

Influenza [gripe] e pneumonia (J09-J18) 3.417 8,77

Doenças devidas a protozoários (B50-B64) 2.581 6,62

Desnutrição (E40-E46) 1.445 3,71

Sintomas e sinais relativos ao aparelho circulatório e respiratório (R00-R09) 1.368 3,51

Doenças do fígado (K70-K77) 1.088 2,79

Micoses (B35-B49) 1.032 2,65

Insuficiência renal (N17-N19) 934 2,40

Hepatite viral (B15-B19) 808 2,07

Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de substância psicoativa (F10-F19) 629 1,61

Distúrbios metabólicos (E70-E90) 610 1,57

Anemias aplásicas e outras anemias (D60-D64) 572 1,47

Doenças hipertensivas (I10-I15) 371 0,95

Outras formas de doença do coração (I30-I52) 321 0,82

Outros transtornos do sistema nervoso (G90-G99) 312 0,80

Doenças inflamatórias do sistema nervoso central (G00-G09) 309 0,79

Doenças infecciosas intestinais (A00-A09) 297 0,76

Outras doenças respiratórias que afetam principalmente o interstício (J80-J84) 293 0,75

Outras doenças do aparelho digestivo (K90-K93) 273 0,70

Outras doenças por vírus (B25-B34) 173 0,44

Doenças cerebrovasculares (I60-I69) 172 0,44

Outras doenças da pleura (J90-J94) 170 0,44

Transtornos da vesícula biliar, das vias biliares e do pâncreas (K80-K87) 160 0,41

Defeitos da coagulação, púrpura e outras afecções hemorrágicas (D65-D69) 153 0,39

Doenças crônicas das vias aéreas inferiores (J40-J47) 152 0,39

Neoplasias malignas do tecido mesotelial e tecidos moles (C45-C49) 148 0,38

Outras doenças do aparelho urinário (N30-N39) 139 0,36

Neoplasias [tumores] malignas(os), declaradas ou presumidas como primárias, dos tecidos linfático, hematopoiético e tecidos correlatos (C81-C96) 139 0,36

Diabetes mellitus (E10-E14) 135 0,35

Outros transtornos do sistema nervoso (G91-G99) 135 0,35

Doenças pulmonares devidas a agentes externos (J60-J70) 130 0,33

Doenças do esôfago, do estômago e do duodeno (K20-K31) 117 0,30

Causas mal definidas e desconhecidas de mortalidade (R95-R99) 114 0,29

Doenças do peritônio (K65-K67) 105 0,27

Outras causas associadas 2.140 5,49

Total 38.968 NC

CID-10: Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – Décima revisão; NC: Não calculado. * Excluídas as menções de TB e HIV/aids;

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63

Evidencia-se o predomínio das afecções integrantes da história natural de ambas

as doenças, em especial as doenças do aparelho respiratório e outras coinfecções causadas por

bactérias, vírus e protozoários, que somadas correspondem a 60% do total de menções nas

DOs (Tabela 9).

As doenças que afetam o sistema respiratório foram as principais causas de mortes

associadas relacionadas à coinfecção TB e HIV/aids. Destaca-se a presença da influenza

(gripe) e pneumonias presentes em 8,8% das DOs (Tabela 9).

Doenças cerebrovasculares, problemas cardíacos, doenças hipertensivas e diabetes

mellitus, bem como a síndrome metabólica contribuíram como condições crônicas associadas

para maior mortalidade relacionada à coinfecção TB e HIV/aids. A coinfecção com hepatite

viral esteve presente em 2,1% dos óbitos no período de estudo (Tabela 9).

Destaca-se também a presença de causas registrados como sintomas e sinais

gerais e causas mal definidas, correspondendo a 12,3% e 0,3% do total de menções,

respectivamente, refletindo diretamente na qualidade das informações contidas na DO(Tabela

9).

5.5 Fatores associados à mortalidade relacionada à coinfecção TB e HIV/aids

Os coeficientes padronizados foram maiores entre os homens do que as mulheres

(1,37 versus 0,55 mortes/100.000 habitantes, respectivamente), com um RR de 2,43 (IC 95%:

2,19-2,70). As regiões Sul e Sudeste apresentaram os maiores coeficientes regionais (1,53 e

1,12 mortes/100.000 habitantes), com diferenças significativas quando comparados com a

região Norte (RR= 3,21, IC 95%: 2,5-4,14 e RR=2,35, IC 95%: 1,85-3,00, respectivamente).

As associações foram estatisticamente significantes a partir do grupo etário de 20-29 anos, em

comparação com 0-4 anos de idade. Referente à raça/cor foram significantes na preta, parda e

indígena e relação à cor branca (Tabela 2). O estado do Rio Grande do Sul, apresentou o

maior coeficiente médio de mortalidade no período (30,57), seguido pelos estados do Rio de

Janeiro (21,28) e São Paulo (14,83) (Tabela 10).

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64 Tabela 10 - Coeficientes de mortalidade relacionada à coinfecção TB e HIV/aids (por 100.000 habitantes) por sexo, faixa etária, raça/cor e região

de residência, Brasil, 2000-2011.

Variáveis

Óbitos (média anual)

População (milhões)*

Coeficiente bruto (100.000 hab.)

Coeficiente ajustado (100.000 hab)**

Risco Relativo***

IC 95% P-valor

Sexo Masculino 1.158,7 91.308.706 1,29 1,37 2,43 2,18-2,70 <0,001 Feminino 492,2 94.168.638 0,53 0,55 Ref. - -

Faixa etária (anos) 0-4 3,75 17.962.796 0,02 - Ref. - - 5-9 2,92 18.106.987 0,02 - 0,77 0,17- 3,57 0,740 10-19 17,7 38.552.732 0,04 - 2,20 0,72-6,70 0,155 20-29 288,7 32.882.778 0,88 - 42,06 15,19-116,47 <0,001 30-39 623,6 27.691.033 2,28 - 107,87 39,09-297,71 <0,001 40-49 471,7 21.028.587 2,16 - 107,45 38,9-296,83 <0,001 50-59 170,7 13.577.215 1,13 - 60,22 21,65-167,54 <0,001 60-69 45,9 8.838.996 0,48 - 24,87 8,68-71,27 <0,001 >= 70 11,4 6.836.218 0,15 - 7,99 2,49-25,65 <0,001

Região de residência Norte 70,6 14.860.452 0,48 0,58 Ref. - - Nordeste 221,7 51.314.009 0,43 0,52 0,91 0,70-1,19 0,487 Sudeste 883 79.016.529 1,14 1,12 2,35 1,85-3,00 <0,001 Sul 414,6 27.141.175 1,54 1,55 3,22 2,50-4,14 <0,001 Centro-Oeste 61,3 13.145.176 0,47 0,48 0,98 0,70-1,38 0,915

Raça/cor**** Branco 745,3 91.174.844 0,82 - Ref. - - Preto 269,4 12.536.148 2,15 - 2,629 2,29-3,02 <0,001 Amarelo 5,92 1.422.935 0,42 - 0,509 0,23-1,14 0,095 Pardo 521,7 73.797.712 0,70 - 0,865 0,77-0,97 0,011 Indígena 2,5 776.045 0,32 - 0,394 0,11-1,36 0,128

* População do meiodo período (2005.5); ** Coeficientes de mortalidade padronizados por idade (população brasileira do Censo 2010); *** Calculado a partir do coeficiente de mortalidade bruto; **** Os dados populacionais sobre raça/cor foram derivados dos Censos Demográficos (2000 e 2010). O tamanho da população por raça/cor no meio do período foi derivada a partir de uma média dos Censos de 2000 e 2010.

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65 5.6 Distribuição espacial da mortalidade relacionada à coinfecção TB e HIV/aids

5.6.1 Análise espacial descritiva

No período de estudo, 30,6% (1703/5565) dos municípios do Brasil relataram

pelo menos um óbito relacionado à coinfecção TB e HIV/aids (Figura 11).

Figura 11 - Distribuição espacial dos municípios que registraram pelo menos um óbito relacionado à coinfecção TB e HIV/aids, Brasil, 2000-2011.

A distribuição dos coeficientes brutos de mortalidade entre os municípios variou

de zero a 10,8/100.000 habitantes, enquanto os coeficientes suavizados variaram de zero a

10,6/100.000 habitantes. As Figuras 12 e 13 apresentam a distribuição espacial dos

coeficientes de mortalidade brutos e suavizados, respectivamente. O método Bayesiano

apresentou coeficientes corrigidos mais estáveis (Figura 13). Em geral, observou-se a

presença de municípios com altos coeficientes de mortalidade englobando todas as regiões

geográficas, com maior concentração de municípios nas regiões Sul (em especial no estado do

Rio Grande do Sul), Sudeste (maiores coeficientes nos estados de são Paulo e Rio de Janeiro)

e Centro-Oeste (envolvendo os estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás). Os

padrões de distribuição da mortalidade nessas regiões não mudaram consideravelmente ao

longo do período (Figuras 12 e 13).

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Figura 12 - Distribuição espacialcoinfecção TB e HIV/aids (por2011.

espacial dos coeficientes brutos de mortalidade (por 100.000 habitantes) por município de residência,

66

relacionada à residência, Brasil, 2000-

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Figura 13 - Distribuição espaciale HIV/aids (por 100.000 habitantes)por município de residência

A Tabela 11 apresenta

os maiores coeficientes de

desses municípios está localizada

nos estados do Rio Grande

apresentou o maior coeficiente

com um risco RR de 11,4 em

são responsáveis por 12,9%

representam 1,39% da população

espacial dos coeficientes de mortalidade relacionadahabitantes) após suavização pelo método Bayesiano

residência, Brasil, 2000-2011.

apresenta dados de mortalidade dos 19 municípios

mortalidade no Brasil (>4,0 óbitos/100,000

localizada nas Regiões Sul (12) e Sudeste (5), com

Grande do Sul (8) e São Paulo (4). O município

coeficiente bruto de mortalidade relacionada à coinfecção

em comparação com a média do aís (Tabela

12,9% dos óbitos relacionados à coinfecção

população brasileira.

67

relacionada à coinfecção TB Bayesiano empírico local

municípios que apresentaram

habitantes). A maioria

om maior concentração

de Porto Alegre (RS)

coinfecção TB e HIV/aids,

11). Os 19 municípios

coinfecção TB e HIV/Aids e

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68 Tabela 11 - Municípios com os maiores coeficientes de mortalidade relacionada à coinfecção TB e HIV/aids (≥ 4,0 óbitos/100 000 habitantes), Brasil, 2000-2011. Ordem Município/Estado População* Média de

óbitos anuais†

Coeficiente

Bruto†

RR‡

01 Porto Alegre (RS) 1.434.817 155,33 10,83 11,4

02 Lagoa Santa (GO) 965 0,08 8,64 9,09

03 São João do Paraná (GO) 2.125 0,17 7,84 8,25

04 Itajaí (SC) 166.519 12,75 7,66 8,06

05 São Pedro de Alcântara (SC) 3.846 0,25 6,5 6,84

06 Capão do Cipó (RS) 2.648 0,17 6,29 6,62

07 Alvorada (RS) 212.591 12,83 6,04 6,35

08 Chiador (MG) 3.004 0,17 5,55 5,84

09 Balneário Pinhal (RS) 9.883 0,5 5,06 5,32

10 Serra Azul (SP) 8.316 0,42 5,01 5,27

11 São João de Iracema (SP) 1.726 0,08 4,83 5,08

12 Vitória Brasil (SP) 1.832 0,08 4,55 4,78

13 Iaras (SP) 3.667 0,17 4,55 4,78

14 Diamante D’Oeste (PR) 1.889 0,08 4,41 4,64

15 Charqueadas (RS) 33.515 1,42 4,23 4,45

16 Paranaguá (PR) 146.365 6,17 4,21 4,43

17 Rio Grande (RS) 196.187 8,25 4,21 4,43

18 Canoas (RS) 331.249 13,5 4,08 4,29

19 Arroio dos Ratos (RS) 14.368 0,58 4,06 4,27

* População média

† Calculado com base na população das médias dos anos de 2005 e 2006.

‡ O risco relativo (RR) foi calculado comparando com o coeficiente médio de mortalidade em nível nacional.

5.7 Aglomerados espaciais de alto risco para mortalidade relacionados à coinfecção TB e

HIV/aids

5.7.1 Análise de autocorrelação espacial

A autocorrelação espacial global, expressa pelo índice de Moran global, está

representada na Tabela 12. Para todos os períodos, os valores dos coeficientes de mortalidade

relacionados à coinfecção TB e HIV/aids foram positivos e altamente significativos (Tabela

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69 12), evidenciando autocorrelação espacial entre os municípios com padrões semelhantes no

Brasil.

Tabela 12 - Índice de Moran Global para os coeficientes médios de mortalidade relacionada à coinfecção TB e HIV/aids,Brasil 2000-2011.

Período Índice de Moran Global P-valor

2000-2003 0,2229 <0,0001

2004-2007 0,1253 <0,0001

2008-2011 0,1003 <0,0001

2000-2011 0,1616 <0,0001

5.7.2 Análise de cluster espacial da mortalidade

A Figura 14 apresenta os clusters de municípios identificados por meio do índice

de Moran local. Foram identificados clusters com municípios com elevados coeficientes de

mortalidade (Q1 - Alto/Alto) nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, englobando

praticamente todos os municípios do estado de São Paulo, Paraná, sul e leste do Rio Grande

do Sul, leste de Santa Catarina, norte e leste do Paraná, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e

Sul do Mato Grosso. Identificou-se ainda outro cluster de alto risco no norte de Roraima

(Figura 14). O Índice espacial Moran corrobora as conclusões de aglomerados de municípios

nos mapas descritivos (Figuras 12 e 13), durante o progresso da mortalidade relacionado à

coinfecção TB e HIV/aids no período.

Clusters de municípios com baixos coeficientes de mortalidade (Q2 -

Baixo/Baixo) foram identificados em praticamente toda Região Nordeste, no estado de

Tocantins, norte do estado de Goiás e o norte do estado de Minas Gerais (Figura 14).

No período de estudo, o cluster principal foi circundado por pequenos

aglomerados de municípios com baixos coeficientes de mortalidade (Q4 - Baixo/Alto).

Verificaram-se também alguns municípios com elevados valores (Q3 - Alto/Baixo) próximos

de aglomerados de baixos valores (Q2). Essas são consideradas áreas de transição. No período

de 2000-2011 observou-se maior quantidade de áreas de risco para mortalidade relacionada à

coinfecção TB e HIV/aids no Brasil, englobando municípios de todas as regiões geográficas

do país.

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Figura 14 – Moran Map dos coeficHIV/aids por município de residência,

5.7.3 Análise espacial de varredura

A análise Scan

significativos de alto risco a mortalidade

pequenas áreas nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul (Figura 15; Tabela 13). O

mais provável (cluster primário) foi detectado envolvendo o período de 200

quatro municípios localizados na

óbitos/100.000 habitantes e o

localizados nos estados das regiões Norte, Nordeste e Sudeste

Map dos coeficientes de mortalidade relacionada à coinfecção TB e por município de residência, Brasil, 2000-2011.

5.7.3 Análise espacial de varredura - estatística Scan espaço-temporal

Scan espaço-tempo identificou 5 clusters

a mortalidade relacionada à coinfecção TB e HIV/

as regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul (Figura 15; Tabela 13). O

primário) foi detectado envolvendo o período de 200

localizados na região Sul. O coeficiente de mortalidade foi de 10,6

óbitos/100.000 habitantes e o RR 12,6 (Tabela 13). Clusters secundários

localizados nos estados das regiões Norte, Nordeste e Sudeste (Figura 15), englobando

70

ientes de mortalidade relacionada à coinfecção TB e

clusters espaço-temporais

à coinfecção TB e HIV/aids, abrangendo

as regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul (Figura 15; Tabela 13). O cluster

primário) foi detectado envolvendo o período de 2004-2009e incluiu

região Sul. O coeficiente de mortalidade foi de 10,6

secundários de alto risco foram

(Figura 15), englobando um

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total de 255 municípios. O maior

Gerais, oeste de Rio de Janeiro e leste de São Paulo.

variaram entre 1,61 a 2,66, e os coeficientes de mortal

óbitos/100.000 habitantes (Tabela 13).

Figura 15 - Análise Scan espaçocoinfecção TB e HIV/aids por

O maior cluster com 247 municípios localizados no sul de Minas

Gerais, oeste de Rio de Janeiro e leste de São Paulo. Os RRs dos

variaram entre 1,61 a 2,66, e os coeficientes de mortalidade variaram

óbitos/100.000 habitantes (Tabela 13).

Scan espaço-temporal dos coeficientes de mortalidade relacionada à por município de residência, Brasil, 2000-2011.

71

com 247 municípios localizados no sul de Minas

dos clusters secundários

variaram de 1,9 a 2,4

temporal dos coeficientes de mortalidade relacionada à 2011.

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72 Tabela 13 - Clusters espaço-temporais significativos dos óbitos relacionados à coinfecção TB e HIV/aids identificados por meio da estatística Scan espaço-tempo, por município de resisência, Brasil, 2000-2011. Cluster Período Número de

municípios

Estados Região Raio (Km)

Coeficiente mortalidade

anual

População (%)

Óbitos (%)

RR P-valor

1 2004-2009 4 Rio Grande do Sul Sul 14,84 10,6 1,11 6,71 12,61 <0,001 2 2000-2005 247 Minas Gerais, Rio

de Janeiro e São Paulo

Sudeste 211,60 1,9 20,64 20,86 2,37 <0,001

3 2007-2011 5 Pará Norte 18,00 2,3 1,09 1,23 2,61 <0,001 4 2005-2010 1 Pernambuco Nordeste 0,00 2,4 0,82 1,10 2,66 <0,001 5 2006-2011 2 Bahia Nordeste 10,68 1,4 1,48 1,24 1,61 <0,001

RR: risco relativo para o cluster em comparação com o resto do País. * Coeficientes de mortalidade relacionados com a coinfecção TB e HIV/aids (por 100.000 habitantes) durante o período do cluster.

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73

6 DISCUSSÃO

O presente estudo possibilitou uma visão ampliada sobre a mortalidade

relacionada à coinfecção TB e HIV/aids no Brasil, reforçando sua importância como

problema de saúde pública no País. Os coeficientes de mortalidade relacionada à coinfecção

apresentaram tendência de declínio noBrasil no período de estudo, com significativas

variações inter-regionais e estaduais. Identificou-se clusters espaciais e espaço-temporais de

alto risco bem delimitados para a mortalidade relacionada à coinfecção TB e HIV/aids,

localizados principalmente nas regiões XX e XX. Foram identificadas as variáveis com maior

risco de mortalidade por coinfecção TB e HIV/aids dentre as informações disponíveis na DO,

além da descrição das doenças mais frequentemente associadas.

6.1 Padrões epidemiológicos damortalidade relacionada à coinfecção TB e HIV/aids

O número de óbitos relacionados à coinfecção TB e HIV/aids apresentou queda

em nível nacional ao longo do período de 2000 a 2011, no entanto, a identificação de

marcantes diferenças regionais tem reforçado a necessidade de novas abordagens de

investigação dos determinantes da mortalidade nas diferentes realidades do país, diante da

ampla diversidade cultural, econômica e social.

A população masculina em faixa etária produtiva, ainda vem apresentando maior

percentual de óbitos, com razão de sexo masculino/feminino (M/F) de 2,4 óbitos. Resultados

semelhantes vêm sendo documentados em outros estudos, refletindo as características

epidemiológicas nas infecções por TB e HIV/aids. Este fenômeno vem sendo observado nas

infecções por TB e HIV/aids e pode estar atrelado a fatores socioeconômicos, ambientais e

comportamentais (SAN PEDRO; OLIVEIRA, 2013; OLIVEIRA, MARÍN-LEÓNA;

CARDOSO, 2004). Estes contextos e condições potencialmente promovem maior

susceptibilidade à coinfecção nesta população e elevam os parâmetros de letalidade.

É importante destacar o aumento contínuo de óbitos na população feminina

relacionados à coinfecção. Fatores como ausência de autonomia financeira e emocional,

dificuldades para negociar o uso do preservativo, relações sexuais forçadas, comércio sexual,

aumento da exposição a drogas ilícitas e outras formas de submissão podem

Page 74: dissertacao mauricelia lima - repositorio.ufc.br · mauricelia da silveira lima padrÕes espaÇo-temporais da mortalidade relacionada À coinfecÇÃo tuberculose e hiv/aids no brasil,

74 favorecer o aumento da epidemia de HIV/aids nesta população em nível mundial (IPG, 2003).

Em nosso estudo, foi observado um aumento no percentual de óbitos na população feminina

de 16,7% no período. Resultados semelhantes foram observados em outras realidades do país

(PRADO et al., 2011; OLIVEIRA; MARÍN-LEON; CARDOSO, 2004; DOMINGOS;

CAIAFFA; COLOISMO, 2008). No Brasil, apesar da predominância de óbitos na população

masculina em ambos os agravos, no caso da aids, a população feminina vem apresentando um

aumento estatisticamente significativo no número de óbitos, com estabilização na população

masculina (BRASIL, 2014a). Na TB observa-se diminuição no número de novas infecções e

de óbitos em ambos os sexos, porém com uma redução em menor proporção no sexo feminino

(BRASIL, 2014b). Em um estudo realizado em 13 municípios distribuídos nas cinco regiões

do país comparando-se mulheres que viviam ou não com HIV/aids, observou-se que as que

apresentavam diagnóstico de infecção por HIV/aids não apresentavam um número de

parceiros significativamente diferente com relação às mulheres sem diagnóstico de HIV/aids.

No entanto, fatores de vulnerabilidade em mulheres vivendo com HIV/aids como início da

vida sexual mais precoce, menor adesão ao uso de preservativos, uso de drogas, ocorrência de

DST e de violência sexual na vida se tornaram mais determinantes para a ocorrência do

HIV/aids. Estratégias de prevenção com foco no fortalecimento do gênero feminino e em

ações de empoderamento de cuidados à saúde em detrimento de comportamentos em nível

individual podem favorecer estratégias mais eficazes para a diminuição de novos casos e das

complicações resultantes da infecção por HIV/aids (SANTOS et al., 2009).

No presente estudo observou-se maior frequência de óbitos nas faixas etárias

adulto-jovens (20 a 59 anos), correspondendo a 95% do total de óbitos. Resultados

semelhantes são observados em países como África e Ásia que apresentam maiores

coeficientes de mortalidade relacionados à coinfecção TB e HIV/aids (STREATFIELD et al.,

2014).

No entanto, nas últimas décadas, um crescimento significativo da mortalidade

relacionada à coinfecção TB e HIV/aids tem ocorrido na população idosa. Nesse interim,

encontram-se os idosos que se infectaram há mais tempo e que apresentaram sobrevida maior

devido à melhoria nas TARV (incluindo a HAART) e os que se infectaram a partir de 60 anos

de idade. Esse processo pode ser decorrente da vulnerabilidade à qual esta população se

encontra exposta, apresentando risco aumentado de desenvolver ambas as doenças, decorrente

da imunodeficiência da idade associada à exposição prévia a M. tuberculosis. Destaca-se

ainda, a probabilidade aumentada de apresentações atípicas de TB, presença de outras

comorbidades, resistência ao uso de preservativos e detecção tardia da infecção por HIV.

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75 Esses fatores contribuem para atrasos no diagnóstico e início do tratamento, resultando em

maior letalidade (BIERRENBACH et al., 2007; REZENDE; LIMA; REZENDE, 2009).

Ao mesmo tempo, observou-se diminuição de óbitos relacionados à coinfecção

TB e HIV/aids em menores de 10 anos. Alguns fatores podem ser destacados, dentre eles, a

diminuição da incidência de TB na forma pulmonar bacilífera na população adulta com a

instituição do tratamento adequado (principal fonte de infecção para as crianças).

Adicionalmente, ressalta-se a documentada adequação da cobertura vacinal por BCG e

eficácia desta vacina no Brasil nas últimas décadas, resultando em proteção ampliada contra

as formas invasivas de TB na infância (BIERRENBACH et al., 2007). Por outro lado,

verifica-se maior diminuição da transmissão vertical do HIV no Brasil. Essa realidade reflete

principalmente a ampliação da cobertura de acesso aos serviços de assistência ao pré-natal e

ao parto, com a instituição de medicação antirretroviral em gestantes infectadas pelo HIV e

recém-nascidos expostos (RAMOS JR, 2011).

A Organização Panamericana de Saúde (OPAS) em parceria com a Organização

Mundial de Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) e o Programa

Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (UNAIDS) divulgaram relatório demonstrando a

ocorrência da redução de 78% da transmissão vertical do HIV no período entre 2001 e 2013

em países da América Latina e Caribe. Neste relatório, do total de mulheres que tiveram filhos

em 2013 (11 milhões), 87% realizaram pelo menos quatro consultas de pré-natal (o número

minímo recomendado), 74% tiveram acesso a testes e aconselhamento sobre o HIV e 93% das

gestantes com sorologia anti-HIV reagente receberam TARV (aumento de 34% quando

comparado com 2010) (PAHO, 2014). Esses resultados expressam o avanço do controle da

transmissão vertical do HIV em países da América Latina e Caribe (RAMOS JR, 2011).

Mesmo diante da grande quantidade de registros sem determinação da

escolaridade em nosso estudo, verificou-se maior concentração de óbitos diante da presença

de uma baixa escolaridade. A escolaridade é um parâmetro importante na investigação sobre a

condição socioeconômica. No Brasil, em um estudo realizado pelo Ministério da Saúde no

período de 2001 a 2011, comparando a escolaridade com o encerramento dos casos de TB,

verificou que os casos bacilíferos de TB sem nenhuma escolaridade apresentaram percentual

de cura inferior (66,4%) e percentual de abandono de tratamento superior (9,5%), comparados

aos casos com escolaridade acima de oito anos de estudo (77,2% e 6,3%, respectivamente). A

mortalidade por TB entre os analfabetos é quase três vezes mais elevada comparado aos casos

com mais de oito anos de estudo (BRASIL, 2012c). Diante da coinfecção com HIV/aids,

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76 esses resultados refletem diretamente na necessidade de ações integradas dos programas de

controle em âmbito nacional, considerando as diferenças interregionais.

Outro fator a se destacar, é a importância da efetivação dos programas sociais para

o controle de ambas as doenças. Em 2012, no Brasil, foram comparados os casos novos

registrados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) e os dados do Cadastro

Único para Programas Sociais (CadÚnico), do Governo Federal, identificando-se que 23,8%

dos casos novos de TB vivem em situação de pobreza e desses, somente 14,8% recebiam o

benefício do Programa Bolsa Família, com variação de cadastros no CadÚnico, entre os

estados. O tratamento diretamente observado (TDO) estava presente em 46,8% dos casos de

TB cadastrados, sendo que o percentual de cura de casos novos diagnosticados foi de 74,4% e

a redução de 4,5% dos óbitos por TB como causa básica ou associada entre os cadastrados.

Estas evidências demonstram a ocorrência de indicadores favoráveis na associação do

Programa Nacional de Controle à TB (PNCT) com programas sociais, favorecendo uma

possibilidade de redução das iniquidades sociais (BRASIL, 2013a).

Desse modo, fatores socioeconômicos, como pobreza e baixa escolaridade, podem

favorecer o aumento da vulnerabilidade na coinfecção TB e HIV/aids como à demais doenças

infecciosas, resultando em formas de acesso diferenciados à informação, ao conhecimento,

aos bens de consumo e ao serviço de saúde podendo acarretar em demora no diagnóstico e

início tardio de tratamento (SAN PEDRO; OLIVEIRA, 2013; PARKER; CAMARGO JR.,

2000). A dinâmica de transmissão da TB tem influência direta e persistente nas condições de

vida da população. Na presença de desigualdades socioeconômicas, gera fatores essenciais

para o surgimento das iniquidades sociais em saúde (FASCA, 2008; SAN PEDRO;

OLIVEIRA, 2013).

Outra problemática a ser discutida, mesmo diante dos avanços representados pela

implantação do subsistema específico de saúde indígena, é a mortalidade relacionada à

coinfecção TB e HIV/aids nesta população. A necessidade de avaliação contínua do sistema

de informação se torna de fundamental importância para um manejo adequado das equipes de

saúde indígena produzindo informações consistentes e congruentes com as necessidades e

peculiaridades da população atendida (GARNELO; BRANDÃO; LEVINO, 2005).

No Brasil, em decorrência da relação direta da TB com miséria e exclusão social,

as dificuldades no controle refletem o estádio de desenvolvimento social do país e da

distribuição dos fatores determinantes do estado de pobreza, afetando, principalmente, as

periferias urbanas e/ou aglomerados urbanos. Na maioria das vezes, encontra-se associada a

aspectos socioambientais e econômicos, que limitam e inibem a queda sustentada da

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77 incidência da doença no país (BRASIL, 2013c; BRASIL, 2012b), refletindo diretamente na

dificuldade de controle quando em associação com o HIV.

6.2 Tendências dos indicadores relacionados à coinfecção TB e HIV/aids

O Brasil está incluído entre os 41 países prioritários que apresentam alta carga da

coinfecção TB e HIV/aids (WHO, 2011; UNAIDS, 2013, 2014a). Este estudo possibilitou a

análise de séries temporais com uma avaliação consistente da evolução dos coeficientes

específicos e da mortalidade proporcional relacionada à coinfecção TB e HIV/aids no Brasil,

no período de 2000 a 2011.

O coeficiente de mortalidade no Brasil vem apresentando uma tendência contínua

de queda, em torno de 21,3% no período (1,08 versus 0,85 por 100.000 habitantes),

corroborando com a OMS que retrata que apesar do Brasil ter atingido a cobertura do

tratamento em pelo menos 50% entre os casos novos de TB, infectados pelo HIV, o processo

de redução da mortalidade expressa-se ainda em pequena proporção (menos de 25%) (WHO,

2011; UNAIDS, 2013, 2014a) enquanto a mortalidade proporcional apresentou redução de

22,2% (1,18% versus 1,14%) em relação ao total de menções.

Observou-se marcante heterogeneidade na mortalidade relacionada à coinfecção

TB e HIV/aids entre as regiões brasileiras e, dentro destas, entre as UF. A resposta no setor

saúde à epidemia da aids e da TB vem se apresentando de forma diferenciada nas diferentes

realidades brasileiras. A região Sudeste vem apresentando os maiores coeficientes médios e o

maior percentual de óbitos registrados da coinfecção TB e HIV/aids no país; no entanto, vem

apresentando continuada tendência de queda nos últimos anos (em torno de 61,3% no período,

variação de 1,60 a 0,98 óbitos/100 mil habitantes). Estes resultados vão de encontro com as

características da trajetória da introdução da aids no país. O estado de São Paulo apresentou

os primeiros casos da epidemia, seguido do estado do Rio de Janeiro. Estes estados

contribuíram significativamente para um crescimento acelerado do número de casos no país.

(GRANJEIRO; ESCUDER; CASTILHO, 2010).

Corroborando com o perfil de casos de aids no país, as regiões Sul e Sudeste

apresentaram os maiores coeficientes padronizados de mortalidade relacionados à aids,

superiores à média nacional. O Estado do Rio Grande do Sul há mais de 10 anos é o Estado

brasileiro com a maior incidência de casos novos de aids e vem apresentando os maiores

coeficientes de mortalidade. De outro modo, nos últimos anos (2004 a 2013) a região Norte,

apresentou um aumento nos seus coeficientes de mortalidade relacionados ao HIV/aids em

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78 75,0%, e a região Nordeste, aumentou 41,9% (BRASIL, 2014a).

A distribuição dos coeficientes de mortalidade de acordo com as características

demográficas retrata tendência contínua de queda para o sexo masculino e nas faixas etárias

mais jovens (20 a 49 anos), com tendência de aumento nas faixas etárias a partir de 50 anos

(STREATFIELD et al., 2014).

O desafio atual expressa-se na busca de integração efetiva dos programas de TB e

DST/aids, com vistas ao monitoramento e avanço na tendência de queda dos indicadores de

mortalidade na região Sudeste. Além disto, que esses resultados venham a ser alcançados de

modo sustentável nas demais regiões e segmentos populacionais. A redução do crescimento da

mortalidade na região Sul e do crescimento dos coeficientes de mortalidade nas regiões Norte,

Nordeste e Centro-Oeste, regiões que apresentam determinantes sociais característicos da

apresentação da TB, sugere a consolidação do processo de interiorização da epidemia de aids

no Brasil (CASTILHO, 2010; GONÇALVES; PENNA, 2007; RAMOS JR, 2011).

Algumas estratégias implantadas no país têm favorecido a melhora nos

indicadores de mortalidade relacionados à coinfecção TB e HIV/aids. Podemos destacar, a

dispensação gratuita de antirretrovirais para tratamento da infecção por HIV desde 1996 bem

como a atualização contínua dos protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas para manejo da

infecção pelo HIV em adultos (2014), crianças e adolescentes (2014) e profilaxia da

transmissão vertical do HIV e terapia antirretroviral em gestantes (2010) (BRASIL, 2013b;

2013c; 2013d; 2010; RAMOS JR, 2011).

Destaca-se ainda, a implantação de um sistema de avaliação e monitoramento da

resistência viral ao uso dos medicamentos antirretrovirais (Rede Nacional de Genotipagem –

RENAGENO) (1999). A normatização da instituição de testes rápidos (amostra sanguínea e

fluido oral (2013), como critério de diagnóstico proporcionando uma possibilidade ao

aumento do acesso ao diagnóstico do HIV. Outro fator a discutir é a disponibilização do

acesso aos exames de linfócitos T CD4+/ CD8+ (CD4) e Carga Viral (CV) e viabilização do

acesso aos antirretrovirais a pacientes que estão em seguimento na Atenção Básica, bem como

a incorporação de novas tecnologias para o diagnóstico da TB, como os testes rápidos

(BRASIL, 2014a; TRAJMAN et al., 2014).

Além da notificação compulsória de pacientes diagnosticados com aids, gestantes

e crianças expostas ao risco de transmissão vertical (RAMOS JR, 2011), em 2014 é incluída a

notificação da infecção por HIV na lista de doenças de notificação compulsória, medida que

favorecerá certamente maior controle da infecção. A ampliação da fabricação de

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79 antirretrovirais no Brasil e parcerias internacionais no desenvolvimento de pesquisas e

inovações tecnológicas e iniciativas de ampliação da participação da sociedade civil em

diversos níveis de decisão e mobilização intersetorial, se tornam fundamentais para o controle

da coinfecção no país (BRASIL, 2014a, 2014b; GRANJEIRO; ESCUDER; CASTILHO,

2010).

Por sua vez, seguindo padrões internacionais, foram instituídas mudanças no

tratamento da TB no Brasil, para adultos e adolescentes. Apresentando como justificativa a

constatação do aumento da resistência primária à isoniazida (de 4,4 para 6,0%) e da

resistência primária à isoniazida associada à rifampicina (de 1,1 para 1,4%), observado no II

Inquérito Nacional de Resistência a Fármacos Anti-TB conduzido em 2007-2008. Desse

modo, foi introduzido o etambutol como quarto fármaco na fase intensiva de tratamento do

esquema básico e a apresentação em comprimidos com dose fixa combinada dos quatro

fármacos (4 em 1) para a fase intensiva do tratamento. Esta medida favorece a adesão ao

tratamento, a ampliação do sucesso terapêutico e prevenção do aumento da multirresistência

(resistência a Rifampicina + Isoniazida), o que possibilita favorecer e ampliar o sucesso

terapêutico, possibilitando uma redução sustentada da mortalidade (BRASIL, 2011; NEVES;

REIS; GIR, 2010).

Outra estratégia desenvolvida pelo Ministério da Saúde, presente e bem avaliada

em países como os Estados Unidos, China e África, propõe favorecer maior adesão e

durabilidade ao tratamento das Pessoas Vivendo com HIV/aids (PVHA), foi a implantação da

oferta da dose tripla combinada (3 em 1), dos medicamentos Tenofovir, Lamivudina e

Efavirenz, como TARV inicial para os pacientes soropositivos. O novo tratamento foi ofertado,

inicialmente, para os estados do Rio Grande do Sul e Amazonas, que apresentam os maiores

coeficientes de detecção do país (41,4 e 29,2 casos/100.000 habitantes em 2012,

respectivamente) e está sendo disponibilizada gradativamente aos demais estados do país

(BRASIL, 2015), com ênfase na aplicação na rede de atenção básica.

A articulação em nível mundial para a eliminação da aids até 2030, tem

estimulado propostas inclusivas de cunho global e intersetorial, baseadas na proposta de

estratégias de aceleração de combate à aids. Reforça-se a necessidade premente de apoio a

países de baixa e média renda como uma maneira de ampliar em escala o tratamento essencial

para o HIV. A necessidade de acesso ininterrupto ao tratamento ao longo da vida para PVHA,

necessitando de sistemas de saúde resolutivos e da participação da comunidade, além da

preservação e promoção dos direitos humanos, mecanismos de financiamento de auto-

reposição capazes de apoiar os programas de tratamento ao longo da vida das pessoas que

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80 vivem com HIV, deve ser enfrentada para um controle a longo prazo de novas infecções por

HIV (UNAIDS, 2014a). Outro destaque é a implementação da estratégia de tratamento 90-90-

90 (90% de testagem sorológica anti-HIV; 90% de TARV sustentada e 90% de alcance da

supressão viral) (UNAIDS, 2014b; BRASIL, 2014a).

Além disso, a ampliação das ações de controle da TB na rede de Atenção Básica,

tem favorecido a investigação dos determinantes sociais e de pessoas em condições de

vulnerabilidade; ações de controle da transmissão da infecção e tratamento da infecção latente

(ILTB), com redução do abandono ao tratamento; fortalecimento das parcerias intra e

intersetoriais; aperfeiçoamento dos sistemas de informação e vigilância e controle da TB

resistente (BRASIL, 2011; DALCOMO; ANDRADE; PICON, 2007).

Outro aspecto relevante é a progressiva expansão do tratamento diretamente

observado (TDO) da TB no Brasil; atualmente, 71,5% das unidades de saúde o oferecem, bem

como o aumento na cobertura das Equipes de Saúde da Família (ESF), favorecendo

abordagem compartilhada por diversos profissionais de saúde e da descentralização do

atendimento com fortalecimento do envolvimento da atenção básica (RODRIGUES et al.,

2010), o que contribui significativamente para o controle da TB no país.

Essas tendências temporais reafirmam a premissa de que o surgimento da aids

contribuiu consideravelmente para o recrudescimento da TB no Brasil, tornando-se o

principal fator de risco para o seu desenvolvimento. As estratégias citadas, dentre outras ações,

possibilitam um olhar ampliado sobre a problemática da coinfecção no Brasil e favorece

discussões e articulações ampliadas no país, contribuindo significativamente para a redução e

o impacto da mortalidade em ambas as doenças. Destaca-se ainda, a associação com

iniquidades sociais como a pobreza, que vem contribuindo para um perfil diferenciado dos

indicadores de mortalidade nas diversas realidades do país. A necessidade de maior integração

entre as estratégias dos programas da TB e DST/aids, torna-se fator determinante no

desenvolvimento de ações de prevenção e controle da coinfecção no país.

6.3 Doenças e agravos associados à mortalidade relacionada à coinfecção TB e HIV/aids

O presente estudo demonstrou que a infecção por HIV/aids se apresentou como

causa básica em 98% dos óbitos relacionados à coinfecção TB e HIV/aids. No entanto, o

conhecimento de outras afecções que resultaram no óbito é primordial para o estabelecimento

dos preditores da mortalidade e para traçar a história natural da coinfecção TB e HIV/aids no

país.

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81

A identificação das cuasas múltiplas de morte associadas à infecção por HIV, tem

possibilitado uma discussão ampliada sobre as afecções que podem resultar em óbito. Visto

que, o HIV tem se caracterizado, nos últimos anos, como uma doença crônica e com

possibilidades de complicações a longo prazo (KLEIN et al., 2005). A ampla disponibilidade

e eficácia da TARV está relacionada à diminuição da incidência de doenças associadas com

deficiência imunitária avançada (LEWDEN, 2005). Isso tem possibilitado mudanças nos

padrões das causas de morte em indivíduos infectados pelo HIV (DEEKS; LEWIN; HAVLIR,

2013), resultando na presença de comorbidades, como diabetes mellitus, doenças

cardiovasculares, neoplasias não relacionadas ao HIV e causas externas (RAMOS JR, 2011;

JAIME et al., 2004; MOCROFT et al., 2002), observadas em nosso estudo.

A presença de afecções cardiovasculares em associação à infecção por HIV/aids

observada em nosso estudo também vem sendo documentada em vários cenários (HAJJAR et

al., 2005; BARBARO, 2001; RAMOS JR., 2011). Supõe-se que a prevalência de doenças

cardiovasculares é maior entre os indivíduos infectados pelo HIV com a mesma idade, como

resultado de uma interação complexa entre maior frequência de fatores de risco bem

estabelecidos. Geralmente se manifestam tardiamente e podem estar relacionadas à

imunossupressão prolongada e a uma complexa interação de efeitos mediadores de infecções

oportunistas, resposta autoimune a infecções virais, cardiotoxicidade e deficiências

nutricionais associadas à TARV (HAJAR et al., 2005; BARBARO, 2002). É necessária a

avaliação clínica cuidadosa para pacientes que recebem TARV (zidovudina e inibidores de

protease) ou fármacos com reconhecida ações cardiotóxicas (doxorubicina, interferon alfa,

pentamidina), além de pacientes cuja contagem de linfócitos T CD4+ está abaixo de 400

células/mm3 e pacientes com encefalopatia associada ao HIV (BARBARO, 2002).

Outra problemática encontrada são as complicações advinda do uso de TARV há

longo prazo que pode induzir complicações metabólicas graves, como resistência à insulina,

síndrome metabólica, lipodistrofia, risco de aterosclerose precoce e acelerada e alterações do

metabolismo da glicose em graus variados, resultando em diabetes mellitus. Em pacientes

com infecção por HIV/aids que apresentam lipodistrofia, uso de inibidores de protease e

coinfecção pelo vírus da hepatite C, tem o risco aumentado para o desenvolvimento de

resistência à insulina. A intolerância à glicoce se desenvolve em até 40% dos pacientes com

lipodistrofia (RAMOS JR, 2011; FILHO; ABRÃO, 2007; HAJJAR et al., 2005).

A presença de afecções associadas ao aparelho respiratório traduz as

características da história natural da TB e as complicações resultantes de infecções

oportunistas. A grande quantidade de menções associadas a problemas respiratórios,

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82 pneumonias, desnutrição, anemia e, de modo geral, a afecções incluídas no capítulo das

causas mal definidas da CID-10 e sinais e sintomas gerais, permite a observação da interação

sinérgica das infecções por HIV e M. tuberculosis (COSTA, 2010; SHAHAPUR; BRIDI,

2014).

Por sua vez, a necessidade de investigação dos padrões epidemiológicos das

doenças infecciosas e parasitárias em áreas de sobreposição de TB e HIV/aids, torna-se de

fundamental importância para o controle de outras infecções oportunistas e possibilita

conhecimento atualizado da carga atual dessas doenças (COELHO, 2014). A presença do

vírus da Hepatite C na coinfecção TB e HIV/aids, em contextos de imunosupressão grave, TB

disseminada e extrapulmonar, vem aumentando ao longo do tempo e contribuído para

aumento da letalidade (OPREA et al., 2014). Essas informações sobre as causas de mortes

associadas possibilitam uma abordagem mais ampliada dos processos mórbidos que possam

resultar em mortalidade relacionados à coinfecção TB e HIV/aids.

A apresentação da TB e as inter-relações com outras causas de morte, vem sendo

documentada nas abordagens estatísticas de mortalidade. Essas informações propiciam a

recomposição parcial da história natural da TB, conhecimento atualizado sobre a

etiopatogenia da doença e fornece subsídios epidemiológicos para a prevenção da infecção e

determinação da magnitude dos óbitos. Em associação à infecção por HIV, geralmente é

considerada como causa associada e se caracteriza como uma das principais causas de óbitos

nesta população nos países em desenvolvimento (BIERRENBACH et al., 2007; SANTO,

2006; SANTO; PINHEIRO; JORDANI, 2003; SELIK, 2003).

Adicionalmente, a não adesão à terapêutica antirretroviral é um fator de risco para

a terapêutica individual e contribui para o aumento dos coeficientes de mortalidade, além de

relacionar-se diretamente à falência terapêutica, facilitando o surgimento de diferentes

padrões de resistência do HIV (NEVES; REIS; GIR, 2010). Por outro lado, a resistência a

tuberculostáticos também pode estar relacionada à coinfecção. Fatores como abandono e

tratamento irregular surgem como problemas determinantes no processo (BRASIL, 2013a,

2013b, 2012a, 2012b, 2011; CARVALHO et al., 2006; UNAIDS, 2012).

Outra preocupação crescente é a mortalidade em pessoas infectadas pelo HIV sem

aids expressa que apresentaram TB multirresistente. A OMS estimou em 2012 que 450 mil

casos ocorreram em todo o mundo, destes 3,3% se concentravam na África do Sul

(MEINTJENS, 2014). No Brasil, a TB multirresistente ainda não é considerada um problema

significativo no SUS (<5% de detecção); no entanto, tem ocorrido aumento expressivo (82%)

considerando-se o período de 2001 (334 casos) a 2010 (611 casos) (BRASIL, 2012b). A

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83 coinfecção com HIV apresenta uma série de desafios adicionais no manejo da TB

multirresistente, incluindo toxicidade de fármacos quando em associação para tratamento da

TB e da infecção por HIV, resultando em síndromes clínicas potencialmente graves de

nefropatias, síndrome inflamatória da reconstituição imune e manifestações extrapulmonares.

Esses fatores podem favorecer maior letalidade (>70% nos últimos cinco anos). De fato, a

mortalidade em pacientes infectados por HIV é mais elevada, considerando-se a atual falta de

terapêutica eficaz, a precocidade da TARV tem favorecido no aumento na sobrevida. A

pesquisa de novos fármacos (bedaquilina e delaminida) e de alguns fármacos já utilizados

(linezolida e clofazamina) surgem como alternativas para melhorar o prognóstico desses

pacientes (MEINTJENS, 2014).

A cooperação entre os programas de TB e HIV/aids tem possibilitado o

desenvolvimento de estratégias que visam à diminuição da carga de TB nas pessoas que

vivem com HIV; intensificação do diagnóstico da TB e aconselhamento e testagem para HIV;

profilaxia da infecção latente por TB (ILTB) e início oportuno e precoce do uso de

antirretrovirais (BRASIL, 2013a). Essa ação tem favorecido maior conhecimento sobre os

processos relacionados à coinfecção, melhora na qualidade da atenção e aumento da

expectativa de vida desta população.

6.4 Padrões espaciais dos óbitos relacionados à coinfecção TB e HIV/aids no Brasil

O presente estudo, procurou descrever os padrões da distribuição espacial dos

coeficientes de mortalidade e a identificação das aglomerações espaciais de alto risco para o

óbito relacionado à coinfecção TB e HIV/aids no Brasil, no período de 2000 a 2011. Além

disso, foram definidas áreas prioritárias para ações intervencionais, como o propósito de

subsidiar ações para uma efetiva diminuição sustentada da morbimortalidade de ambos os

agravos, considerando o perfil epidemiológico característico e os fluxos de resolução de cada

unidade administrativa. Este estudo representa também uma possibilidade de inserção de

novos elementos ao planejamento estratégico para a prevenção e controle da coinfecção TB e

HIV/aids no Brasil.

Por meio das diferentes abordagens de análise espacial foi possível observar o

processo de expansão da interiorização da coinfecção no país, presente em todas as regiões

geográficas. Foram observados clusters de municípios com alto risco de mortalidade

identificados por meio do índice de Moran Local, englobando as Regiões Sul, Sudeste,

Centro-Oeste e Norte e identificados cinco agrupamentos significativos de alto risco em áreas

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84 das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul, a partir da análise espaço-temporal de varredura.

Essas técnicas possibilitaram a definição de áreas prioritárias para intervenções específicas

(JAMAL; MOHERDAUI; 2007) uma vez que a distribuição espacial da coinfecção no Brasil

é heterogênea, com disseminação dos grandes centros urbanos para os municípios pequenos,

seguindo os padrões traçados pela epidemia da aids no país (SZWARCWALD et al., 2000).

Intervenções orientadas tendem a ser as medidas de controle mais efetivas (BRASIL, 2014b).

A observação de sobreposição geográfica dos aglomerados de municípios com

altos coeficientes de mortalidade em áreas com alta mortalidade por HIV/aids pode sugerir

que os locais de ocorrência dos óbitos da coinfecção estejam seguindo os padrões de

propagação da infecção no país. Apesar da redução significativa nos coeficientes de

mortalidade no Brasil, as regiões Sudeste e Sul, são responsáveis por 79,1% do total de óbitos

ocorridos desde a documentação da epidemia até os dias atuais. Os maiores coeficientes por

UF se concentram nestas regiões. No entanto, a presença de condições socioeconômicas

desfavoráveis e a delimitação da pobreza com aglomerado populacional, ambiente ideal para a

propagação e desenvolvimento da TB, têm elevado a mortalidade nas demais regiões, a região

Norte documentou aumento no coeficiente de mortalidade de 75% (2004-2013) relacionado à

infecção por HIV/aids e a região Nordeste um aumento de 42% no mesmo período (BRASIL,

2014a).

Corroborando com as áreas identificadas como prioritárias para o controle da

coinfecção TB e HIV/aids na região Nordeste, Barbosa et al. (2013) retratam que os

mecanismos de infecção e expansão da TB na referida região refletem as dinâmicas humanas

nesses espaços como determinantes para a sua transmissão. Esses pressupostos permitem

considerar as capitais dos estados nordestinos e suas regiões metropolitanas como um

importante foco para a disseminação da TB que apresentam alta incidência da doença nas

regiões litorâneas, em especial o sudeste da Bahia e o litoral de Pernambuco.

O IBGE em 2003 lançou o ‘Mapa de Pobreza e Desigualdade’ do Brasil,

demonstrando que as regiões Norte e Nordeste do país apresentam intensas desigualdades,

expressadas por meio de indicadores sociais e de infraestrutura urbana, aglomerações urbanas

nas faixas litorâneas. Essas peculiaridades resultam maiores dificuldades para vencer a

barreira da linha de pobreza no país (IBGE, 2012). Nestes locais, em decorrência do processo

de interiorização da aids e a sobreposição com outras doenças infecciosas, a coinfecção TB e

HIV/aids continua a ser uma importante causa de morbidade e mortalidade.

Ações estratégicas vêm sendo preconizadas pelo Ministério da Saúde como o

fortalecimento ao acesso precoce ao diagnóstico da infecção pelo HIV (em 2013, somente

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85 59,2% dos casos novos de TB foram testados) e o acesso oportuno à TARV em pessoas com

TB. Acresce-se a estas ações a necessidade do diagnóstico precoce da TB ativa e tratamento

oportuno, realização da prova tuberculínica e acesso ao tratamento da infecção latente da TB

(BRASIL 2014a, 2014b). A implantação dessas estratégias em consonância com ações

assistenciais, programáticas específicas de vigilância epidemiológica, com respeito às

especificidades locais e atuação em ambos os agravos, nos municípios em que foram

identificados os agregados espaciais (áreas prioritárias), são primordiais para o controle da

coinfecção TB e HIV/aids no país.

6.5 Limitações do estudo

A utilização de dados secundários como unidade de análise pode favorecer a

ocorrência de inconsistências na quantidade e qualidade da informação. Mesmo diante da

comprovada melhora na cobertura e na qualidade dos registros no SIM nos últimos anos,

podem apresentar variações entre as regiões do país, e o número de mortes relacionadas à

coinfecção TB e HIV/aids pode ter sido subestimado. De acordo com o DATASUS

(http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/a1801b.htm), em 2011, a razão entre os óbitos

informados e estimados no Brasil foi de 94,2%, entretanto, diferenças inter-regionais foram

observadas, com uma razão de 98,5% na região Sul e 85,8% e 88,8% nas regiões Norte e

Nordeste, respectivamente, o que pode refletir diretamente em impacto dos indicadores

epidemiológicos.

A presença de grande quantidade de dados com informações em branco ou

ignorada, como as relacionadas a condições sócio demográficas, como raça/cor, escolaridade

e estado civil, presentes em nosso estudo, pode limitar a validade e confiabilidade dos

resultados. Além disso, a utilização de dados agregados pode ocultar a distribuição

heterogênea e dificultar a identificação de grupos populacionais mais vulneráveis

(MARTINS-MELO et al., 2014a; MARTINS-MELO et al., 2014b; AIHW, 2012; BARBOSA

et al., 2013; BRASIL, 2013b).

Nos últimos anos, a redução sustentada de registro dos óbitos por causas mal

definidas tem favorecido uma análise melhorada da mortalidade, no entanto, ainda

representam importante lacuna no conhecimento da distribuição segundo causas especificas,

refletindo na qualidade dos indicadores de mortalidade (MELLO-JORGE; LAURENTI;

GOTLIEB, 2007).

Outro importante fator a destacar é a influência de aspectos estruturais e

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86 organizacionais dos serviços de saúde, dos fluxogramas de registros dos Sistemas de

Informação e da organização do SUS, desde o nível local-municipal até o nível nacional, o

que pode diferenciar no repasse e qualidade das informações disponíveis (FERREIRA, 2000;

OLIVEIRA, 2012).

Mesmo diante destas limitações, podemos considerar os resultados deste estudo

altamente representativos e consistentes, visto que todas as DOs registradas no Brasil, um país

de extensa dimensão continental, foram incluídas, em um período ampliado (2000-2011) do

tempo. Os cuidados adotados no manejo e análise desta base de dados potencializam os

resultados alcançados e reforçam a relevância da temática para o país.

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87 7 CONCLUSÕES

• A coinfecção TB e HIV/aids, apesar de ter o coeficiente com declínio nacionalmente,

sustenta-se como importante problema de saúde pública no Brasil, apresentando

coeficientes de mortalidade elevados, com significativas diferenças inter-regionais,

interestaduais e intermunicipais marcantes e com ampla distribuição geográfica.

• A observação da redução da mortalidade nas faixas etárias jovens e o aumento

significativo na população idosa refletem a consequência da sobreposição das infecções

por TB e HIV/aids em populações com elevada vulnerabilidade e o aumento da

sobrevida proporcionada pela ampliação e instituição terapêutica de ambos os agravos.

• O acompanhamento dos indicadores epidemiológicos e de suas inter-relações é

estratégia fundamental para os programas de controle dessas doenças com vistas ao

desenvolvimento de análises mais consistentes e pesquisas operacionais. Nesse sentido,

abordagens de diferentes naturezas tornam-se necessárias e justificadas no sentido de se

proceder a uma análise qualificada e integrada do impacto da mortalidade relacionada à

coinfecção TB e HIV/aids no Brasil.

• O aumento da sobrevida em pacientes com a coinfecção TB e HIV/aids vem resultando

na associação com outras doenças crônico-degenerativas, estabelecendo a necessidade

de atenção especial pela rede de serviços e profissionais de saúde, com vistas a melhorar

os indicadores da morbimortalidade de ambos os agravos.

• O aumento da prevalência de doenças crônicas-degenerativas, causas externas e

presença de outras coinfecções associadas, possibilita o conhecimento de preditores

importantes da mortalidade. Possibilita ainda, o surgimento de novas perspectivas para a

prevenção de mortes e ajuda a orientar os cuidados adequados e medidas específicas

para o controle da coinfecção TB e HIV/aids no país.

• A utilização das ferramentas exploratórias de autocorrelação espacial local destaca

evidências de que os padrões espaço-temporais da mortalidade relacionada à coinfecção

TB e HIV/aids se configuram como um núcleo compacto com densidade mais elevada

de óbitos nas regiões Sul e Sudeste do país, mas com menores áreas de risco nas demais

regiões do país, concernentes com a introdução da infecção por HIV/aids no Brasil e a

ampliação para áreas de reconhecida presença de vulnerabilidade social, ambiente

propício para o desenvolvimento da TB.

• Reforça-se pela abordagem do estudo a potencialidade da utilização da categoria espaço

na identificação de áreas prioritárias como atividade de análise para planejamento,

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monitoramento, controle e avaliação das ações de vigilância integrada relacionadas à

coinfecção TB e HIV/aids nas diferentes realidades do país.

• A integração estratégica e eficaz entre os programas nacionais e locais da TB e

DST/aids e a consideração dos diferentes contextos sociais são aspectos determinantes

para reduzir o impacto da mortalidade. Reforça-se neste cenário o potencial papel da

atenção básica para o diagnóstico e tratamento oportuno das duas condições, e no

desenvolvimento de ações de prevenção primária e secundária nos espaços familiar e

comunitário. Estudos que abordem estas temáticas devem ser incorporados para uma

maior elucidação e resolução da problemática.

• Apesar das limitações da utilização de dados secundários, consideramos altamente

relevantes os resultados desta pesquisa, pois possibilitaram abordagem ampliada e

consistente da mortalidade no país relacionados à coinfecção TB e HIV/aids.

• Reforça-se a necessidade de novos estudos sobre os preditores da morbimortalidade

relacionada à coinfecção com métodos diferenciados de análises para uma tradução

mais clara de cenários e contextos clínico e epidemiológicos.

• Os resultados reforçam a necessidade de discussão ampliada sobre os determinantes da

mortalidade e servem como subsídios adicionais para monitoramento e avaliação que

fortaleçam discussões para qualificar o planejamento e a implantação de ações

estratégicas loco, regionalmente e nacionalmente.

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98

APÊNDICE A – PRODUÇÃO CIENTÍFICA RELACIONADA À DISSERTAÇÃO (2013-2015)

ARTIGO PUBLICADO

- LIMA, M.S.; MARTINS-MELO, F.R.; HEUKELBACH, J.; ALENCAR, C.H;

BOIGNY, R.N.; RAMOS JR, A.N. Mortality related to tuberculosis and HIV/AIDS co-

infection in Brazil: epidemiological patterns and temporal trends, 2000-2011.

Cadernos de Saúde Pública (Online), v. 32, p. 1-11, 2016.

ARTIGOS EM PROCESSO DE PRODUÇÃO

- LIMA, M.S.; MARTINS-MELO, F.R.; HEUKELBACH, J.; ALENCAR, C.H;

BOIGNY, R.N.; RAMOS JR, A.N. Distribuição espacial da mortalidade relacionada à

co-infecção tuberculose e HIV/aids no Brasil.

- LIMA, M.S.; MARTINS-MELO, F.R.; HEUKELBACH, J.; ALENCAR, C.H;

JALES, V.D.; RAMOS JR, A.N. Descrição das causas múltiplas de morte relacionada à

co-infecção tuberculose e HIV/aids no Brasil, 2000 a 2011.

TRABALHOS PUBLICADOS EM ANAIS DE EVENTOS CIENTÍFICOS

- LIMA, M.S.; MARTINS-MELO, F.R.; BOIGNY, R.N.; JALES, V.D.; ALENCAR,

C.H.; HEUKELBACH, J.; RAMOS JUNIOR, A.N. Distribuição espaço-temporal da

mortalidade relacionada à co-infecção HIV/AIDS no Brasil, 2000-2011. In: 51o

Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2015, Fortaleza. Anais do

51o Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2015.

- LIMA, M.S.; MARTINS-MELO, F.R.; BOIGNY, R.N.; ALENCAR, C.H;

HEUKELBACH, J.; RAMOS JR, A.N. Tendência temporal da mortalidade relacionada

à infecção por HIV/aids no Brasil, 2000-2011. In: Encontros Universitários/UFC,

2014, Fortaleza/CE.

- LIMA, M.S.; MARTINS-MELO, F.R.; BOIGNY, R. N.; HEUKELBACH, J.;

RAMOS JR, A.N. Tendência temporal da mortalidade relacionada à co-infecção TB e

HIV/aids em idosos no Brasil, 2000-2011. In: V Congresso Norte-Nordeste de

Infectologia, 2014, Fortaleza/CE. Anais do V Congresso Norte-Nordeste de

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99 Infectologia, 2014.

- LIMA, M.S.; MARTINS-MELO, F.R.; JALES, V.D.; ALENCAR, C.H.;

HEUKELBACH, J.; RAMOS JR, A.N. Tendência temporal da mortalidade relacionada

à co-infecção HIV/AIDS e tuberculose no Brasil, 2000-2011. In: V Congresso Norte-

Nordeste de Infectologia, 2014, Fortaleza/CE. Anais do V Congresso Norte-Nordeste

de Infectologia, 2014.

- ALENCAR, C. H.; LIMA, M.S.; MONTEIRO, L.D.; HEUKELBACH, J.; RAMOS

JR, A.N. Tendência temporal da co-infecção Tuberculose e HIV/AIDS no Brasil, 2001-

2011. In: XLIX Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2013,

Campo Grande - MS. Anais do XLIX Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina

Tropical, 2013.

- LIMA, M.S.; MARTINS-MELO, F.R.; ALENCAR, C.H.; HEUKELBACH, J.;

RAMOS JR, A.N. Tendências temporais e padrões regionais dos casos de aids no

Brasil, 2001 a 2011. In: XVIII Congresso Brasileiro de Infectologia, 2013, Fortaleza.

Anais do XVIII Congresso Brasileiro de Infectologia, 2013.

- LIMA, M.S.; MARTINS-MELO, F.R.; ALENCAR, C.H.; HEUKELBACH, J.;

RAMOS JR, A.N. Tendência temporal e distribuição espacial da co-infecção

tuberculose e HIV/aids no estado do Ceará, Brasil, 2001-2012. In: XVIII Congresso

Brasileiro de Infectologia, 2013, Fortaleza. Anais do XVIII Congresso Brasileiro de

Infectologia, 2013.

- LIMA, M.S.; MARTINS-MELO, F. R.; ALENCAR, C.H.; HEUKELBACH, J;

RAMOS JR, A.N. Tendência temporal da tuberculose no Brasil, 2001 a 2012. In:

XVIII Congresso Brasileiro de Infectologia, 2013, Fortaleza. Anais do XVIII

Congresso Brasileiro de Infectologia, 2013.

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100

APÊNDICE B – OUTRAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS (2013-2015)

ARTIGOS PUBLICADOS

- MARTINS-MELO, F.R.; LIMA, M.S.; RAMOS JR, A.N.; HEUKELBACH, J.; CAMPO,

M.O.C. Modalidade de educação a distância na formação profissional em saúde da

família: relato de experiência. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, v.

9, p. 89-95, 2014.

- MARTINS-MELO, F.R.; LIMA, M.S.; RAMOS JR, A.N.; ALENCAR, C.H.;

HEUKELBACH, J. Mortality and Case Fatality Due to Visceral Leishmaniasis in Brazil:

A Nationwide Analysis of Epidemiology, Trends and Spatial Patterns. Plos One, v. 9, p.

e93770, 2014.

- MARTINS-MELO, F.R.; LIMA, M.S.; ALENCAR, C.H.; RAMOS JR, A.N.;

HEUKELBACH, J. Epidemiological patterns of mortality due to visceral leishmaniasis

and HIV/AIDS co-infection in Brazil, 2000-2011. Transactions of the Royal Society of

Tropical Medicine and Hygiene, v. 108, p. 338-347, 2014.

- MARTINS-MELO, F.R.; LIMA, M.S.; RAMOS JR, A.N.; ALENCAR, C.H.;

HEUKELBACH, J. Prevalence of Chagas disease in pregnant women and congenital

transmission of in Brazil: a systematic review and meta-analysis. Tropical Medicine and

International Health (Print), v. 19, p. 943-957, 2014.

- MARTINS-MELO, F.R.; LIMA, M.S.; ALENCAR, C.H.; RAMOS JR, A.N.; CARVALHO,

F.H.C.; TAVARES, M.M.M.; HEUKELBACH, J. Tendência temporal e distribuição

espacial do aborto inseguro no Brasil, 1996-2012. Revista de Saúde Pública (Online), v. 48,

p. 508-520, 2014.

TRABALHOS PUBLICADOS EM ANAIS DE EVENTOS CIENTÍFICOS

- MARTINS-MELO, F.R.; LIMA, M.S.; ALENCAR, C.H.; RAMOS JUNIOR, A.N.;

HEUKELBACH, J. Padrões espaciais de mortalidade relacionada à esquistossomose no

Brasil. In: 51o Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2015, Fortaleza.

Anais do 51o Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2015.

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101

- MARTINS-MELO, F.R.; LIMA, M.S.; ALENCAR, C.H.; RAMOS JUNIOR, A.N.;

HEUKELBACH, J. Padrões epidemiológicos da mortalidade relacionada à

esquistossomose no Brasil, 2000- 2011. In: 51o Congresso da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical, 2015, Fortaleza. Anais do 51o Congresso da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical, 2015.

- MARTINS-MELO, F.R.; LIMA, M.S; ALENCAR, C.H.; RAMOS JUNIOR, A.N.;

HEUKELBACH, J. Tendências e padrões espaço-temporais da mortalidade relacionada à

neurocisticercose no Brasil, 2000-2011. In: 51o Congresso da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical, 2015, Fortaleza. Anais do 51o Congresso da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical, 2015.

- SENA, A. L.; LIMA, M.S.; QUEIROS, M.I.; BRITO, A.L.; ALENCAR, C.H.; RAMOS JR,

A.N.; BARBOSA, J.C. Tendência temporal de casos novos de hanseníase notificados em

Fortaleza, Ceará, 2001-2013. In: V Congresso Norte/Nordeste de Infectologia, 2014,

Fortaleza. Anais V Congresso Norte/Nordeste de Infectologia, 2014.

- MARTINS-MELO, F.R.; LIMA, M.S.; ALENCAR, C.H.; RAMOS JR, A.N.;

HEUKELBACH, J. Epidemiological patterns of mortality related to visceral

leishmaniasis in Brazil, 2000-2010. In: Fifth World Congress on Leishmaniasis, 2013, Porto

de Galinhas. Anais do Fifth World Congress on Leishmaniasis, 2013.

- MARTINS-MELO, F.R.; LIMA, M.S.; ALENCAR, C.H.; RAMOS JR, A.N.;

HEUKELBACH, J. Epidemiological aspects of visceral leishmaniasis in the municipality

of Caucaia, Ceará, Brazil, 2001-2011. In: Fifth World Congress on Leishmaniasis, 2013,

Porto de Galinhas. Anais do Fifth World Congress on Leishmaniasis, 2013.

- LIMA, M.S.; MARTINS-MELO, F.R.; ALENCAR, C.H.; HEUKELBACH, J.; RAMOS JR,

A.N. Mortality related to visceral leishmaniasis and HIV/AIDS co-infection in Brazil,

2000-2010. In: Fifth World Congress on Leishmaniasis, 2013, Porto de Galinhas. Anais do

Fifth World Congress on Leishmaniasis, 2013.

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102 - RAMOS, A.V.A.; LIMA, M.S.; MARTINS-MELO, F.R.; RAMOS JR, A.N. Padrões da

mortalidade perinatal por sífilis congênita no Brasil, 2000 a 2010. In: Congresso

Brasileiro de Medicina da Família e Comunidade, 2013, Belém. Anais Congresso Brasileiro

de Medicina da Família e Comunidade, 2013.

- SENA, A.L.; MONTEIRO, L.D.; MARTINS-MELO, F. R.; LIMA, M.S.; BRITO, A. L.;

BOIGNY, R.N.; ALENCAR, C.H.; BARBOSA, J.C.; RAMOS JR, A.N. Estimativa da

prevalência oculta da hanseníase no estado do Tocantins. In: 7o Simpósio Brasileiro de

Hansenologia, 2013, Recife. Anais do 7o Simpósio Brasileiro de Hansenologia, 2013.

- SENA, A.L.; MONTEIRO, L.D.; BRITO, A.L.; MARTINS-MELO, F.R.; LIMA, M.S.;

MELO, T.P.; ALENCAR, C.H.; BARBOSA, J.C.; RAMOS JR, A.N. Pós alta de hanseníase:

limitação de atividade e participação social em área hiperedêmica do Norte do Brasil. In:

7o Simpósio Brasileiro de Hansenologia, 2013, Recife. Anais do 7o Simpósio Brasileiro de

Hansenologia, 2013.

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103 ANEXO A – ARTIGO PUBLICADO RELACIONADO À DISSERTAÇÃO

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ANEXO B

ANEXO B – DECLARAÇÃO DE ÓBITO

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113

ANEXO B – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa: Mortalidade relacionada à co-infecção Tuberculose e HIV/aids no Brasil:

Padrões espaço-temporais e fatores associados

Pesquisador: MAURICÉLIA DA SILVEIRA LIMA Área Temática:

Versão: 1

CAAE: 31823814.0.0000.5054

Instituição Proponente: Departamento de Saúde Comunitária

Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 699.138

Data da Relatoria: 26/06/2014

Apresentação do Projeto:

Trata-se de um projeto de dissertação que busca desenvolver pesquisas que contemplem

conhecimento dos padrões epidemiológicos da mortalidade relacionada à co-infecção Tuberculose e

HIV/aids, sua distribuição espaço-temporal, definição de áreas prioritárias para o controle e sua

relação com os determinantes sociais. A presente proposta tomou como base os elementos centrais

da estratégia global de controle da co-infecção TB e HIV/aids. O acompanhamento dos indicadores e

suas interrelações são orientações centrais dos programas de controle dessas doenças para o

desenvolvimento de análises epidemiológicas e pesquisas operacionais. Nesse sentido, abordagens

de diferentes naturezas tornam-se necessárias e justificadas no sentido de se proceder a uma análise

qualificada e integrada, utilizando técnicas com diferentes abordagens.

Objetivo da Pesquisa:

Geral: Caracterizar os padrões espaço-temporais e fatores associados da mortalidade relacionada à

co-infecção tuberculose e HIV/aids no Brasil, no período de 2000 a 2012.

Específicos:

- Descrever os padrões e tendências de mortalidade específicos, bem como a mortalidade proporcionalrelativo à co-infecção tuberculose e HIV/aids;

Página 01 de 03

UNIVERSIDADE FEDERAL DO

CEARÁ/ PROPESQ

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114 Continuação do Parecer: 699.138

- Descrever as causas de morte que frequentemente estão associadas com a co-infecção tuberculose e

HIV/aids;

- Identificar padrões de distribuição e presença de aglomerados espaço-temporais dos óbitos

relacionada àco-infecção tuberculose e HIV/aids;

- Identificar as áreas de risco para mortalidade relacionada à co-infecção tuberculose e HIV/aids,

definindoáreas prioritárias no Brasil.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

Benefício: contribuir para ampliar a cobertura e a qualidade das ações voltadas para o controle da co-

infecção em áreas prioritárias no Brasil.

A pesquisa não apresenta riscos.

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

A co-infecção Mycobacterium tuberculosis e HIV se configura como um grave problema de saúde

pública no Brasil, com elevada carga de morbimortalidade para as pessoas atingidas, a magnitude e

os padrões de distribuição desta condição ainda são pouco estudados. Objetiva-se caracterizar os

padrões espaço temporais da mortalidade relacionada à co-infecção tuberculose e HIV/aids no Brasil,

no período de 2000 a 2012.

Será realizado estudo ecológico de séries temporais e análise espacial, baseado em dados

secundários. Terá como referência todos os óbitos da co-infecção TB e HIV/aids registrados e

residentes no Brasil, no período de 2000 a 2012. Será realizada ainda análise da distribuição

espacial, com quantificação da dependência espacial e investigação da associação entre indicadores

epidemiológicos e operacionais de mortalidade da co-infecção e fatores socioeconômicos,

demográficos, ambientais e de assistência à saúde. Os dados de mortalidade serão provenientes da

base de dados do Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM). Os dados socioeconômicos,

demográficos, ambientais e de atenção à saúde serão provenientes do

IBGE e de outras fontes (IPEA, INPE e DATASUS). Este estudo será composto por quatro etapas:

Etapa 1: Estudo descritivo e analítico sobre os indicadores epidemiológicos da co-infecção

tuberculose e HIV/aids; Etapa 2: Descrição das causas de morte que frequentemente estão

associadas com a co-infecção tuberculose e HIV/aids; Etapa 3: Análise espacial da co-infecção

tuberculose e HIV/aids no Brasil; Etapa 4:Estudo ecológico dos fatores associados à co-infecção

tuberculose e HIV/aids no Brasil.

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

Foram apresentados de forma adequada: Folha de Rosto, carta de encaminhamento ao CEP,

Página 02 de 03

Continuação do Parecer: 699.138

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115 cronograma, orçamento, declaração de anuência dos pesquisadores, solicitação de dispensa do

TCLE.

Recomendações:

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: Sem pendências

Situação do Parecer: Aprovado

Necessita Apreciação da CONEP: Não

Considerações Finais a critério do CEP:

FORTALEZA, 26 de Junho de 2014

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