Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E AMBIENTAL MARIA ZUILA CYSNEIROS DE MIRANDA GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL: UMA ANÁLISE EM CANTEIROS DE OBRAS DE EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS EM CUIABÁ-MT Cuiabá - MT 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E AMBIENTAL

MARIA ZUILA CYSNEIROS DE MIRANDA

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL: UMA ANÁLISE EM CANTEIROS DE OBRAS DE EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS EM CUIABÁ-MT

Cuiabá - MT 2014

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MARIA ZUILA CYSNEIROS DE MIRANDA

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL: UMA ANÁLISE EM CANTEIROS DE OBRAS DE EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS EM CUIABÁ-MT

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental, da Universidade Federal de Mato Grosso, como requisito para obtenção do título de Mestre. Área de concentração: Construção Civil Orientador: Prof. Dr. José Manoel Henriques de Jesus Co-orientador: Prof. Dr. Adnauer Tarquínio Daltro

Cuiabá - MT Maio, 2014

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DEDICATÓRIA

Aos meus inesquecíveis pai Orlando de Miranda Henriques Filho (in memoriam) e avô Orlando de Miranda Henriques (in memoriam).

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AGRADECIMENTOS

Ao Deus de amor e misericórdia que nos deu o sopro da vida e nos

oportunizou “ser cristão” nessa abençoada escola, o Planeta Terra.

Aos benfeitores espirituais que nos envolveram em vibrações de amor e

incentivo, amparando-nos em nossos momentos de dúvidas e reflexões.

À família que Deus nos presenteou para viver e aprender a amar,

indistintamente.

Aos amigos, a família do coração, que escolhemos para caminhar juntos,

amparando e amparados pelo amor incondicional de sermos simplesmente irmãos.

À minha secretária do lar Elisa que dedicou carinho e atenção para manter

meu conforto, nas muitas noites e dias de trabalho.

Aos colegas do Mestrado pela convivência e por dividirmos juntos o mesmo

sonho.

Aos meus professores orientadores Prof. Dr. José Henriques Manoel de

Jesus e Prof. Dr. Adnauer Tarquínio Daltro, incansáveis nas etapas dessa

caminhada, doando paciência e atenção em todos os momentos da jornada. A eles,

meu especial agradecimento.

Aos professores da banca examinadora Prof. Dr. Luiz Airton da Silva, Profa.

Drª. Marta Regina Lopes Tocchetto, Profª. Drª. Eliana Beatriz Nunes Rondon Lima,

pelas valiosas contribuições.

Aos professores, à coordenação e à secretaria do Mestrado, pela atenção e

dedicação durante o curso.

Ao SindusCon-MT em nome do Presidente Eng. Cezário Neto, que acreditou

e apoiou a pesquisa através de sua assessoria técnica e equipe, fundamentais para

o início dos trabalhos nos canteiros de obra.

Às empresas construtoras parceiras sem as quais não seria possível realizar

a pesquisa; aos diretores, supervisores e coordenadores de obra que organizaram e

disponibilizaram o tempo de suas equipes técnicas, nos canteiros de obra.

Aos engenheiros civis e mestres de obra entrevistados e aos meus alunos da

Faculdade de Engenharia Civil e estagiários, que contribuíram nos canteiros de obra

com a pesquisa.

A todos, minha gratidão!

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RESUMO

Na atualidade, os resíduos da construção civil (RCC) representam um grande desafio para o setor e o seu gerenciamento, durante a produção das edificações, promove nos canteiros de obra uma realidade vinculada ao modelo de gestão de cada empresa construtora. É preciso então ampliar o entendimento de gestão empresarial e integrá-lo aos conceitos de gestão ambiental. É necessário um novo modelo para o gerenciamento dos canteiros de obra que seja capaz de viabilizar o gerenciamento de RCC e contribuir positivamente, para o grave problema de administração de resíduos sólidos nas cidades brasileiras. A pesquisa se propôs a identificar e analisar o gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC) dentro dos canteiros de obra de edifícios residenciais, na cidade de Cuiabá, a partir da aplicação de uma ferramenta e instrumentos de análise e observação, que medisse quantitativa e qualitativamente esse gerenciamento. Também propôs avaliar o modelo de GRCC presente no canteiro de obra em relação à contribuição junto à cadeia produtiva da construção e a interrelação entre o gerenciamento do canteiro de obra e o gerenciamento de RCC, a partir de uma análise quantitativa e qualitativa das melhorias e inovações tecnológicas simples implantadas. Para alcançar esses objetivos foram estudadas seis empresas, entre as nove maiores com atuação no segmento, tanto regional como nacional, e que representaram mais de 50% do mercado para m2 em construção e em empreendimentos entregues em 2013. Em cada empresa foram pesquisados dois canteiros de obra, totalizando doze canteiros participantes. Na análise dos resultados obtidos percebe-se nesses canteiros ações e práticas referentes à introdução de melhorias e inovações tecnológicas simples relacionadas ao gerenciamento do canteiro de obra, embora ainda incipientes para resultados satisfatórios quanto ao gerenciamento de RCC. Ao integrar-se essas ações aos resultados obtidos para o modelo de gerenciamento de RCC implantado nos canteiros das empresas, foi possível constatar que 83% dos canteiros trabalham com modelo de gerenciamento de RCC insuficiente, sem contribuição ou impacto positivo na cadeia produtiva da construção. Face a todos os aspectos analisados, para as novas edificações na cidade de Cuiabá, os resultados indicaram um valor médio de RCC removido dos canteiros de 199 kg/m2 construído. Em comparação ao valor nacional mais difundido, 150 kg/m2 construído, o resultado da pesquisa é 25% maior; em comparação ao valor divulgado pela Prefeitura Municipal de Cuiabá para elaboração de Projeto de Gerenciamento de RCC para novas edificações, 120 kg/m² construído, o resultado da pesquisa é 40% maior.

Palavras-chave: Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Canteiros de Obra. Construção Civil. Edifícios Residenciais.

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ABSTRACT

At present time, the construction waste (CW) represents a major challenge for the segment and its management during the production of buildings, for it promotes at the construction sites a reality linked to the management model of each construction company. It is then necessary to broaden the understanding of business management and integrate it to the concepts of environmental management. A new model for managing construction sites to be able to enable the management of CW and contribute positively to the serious problem of solid waste management in Brazilian cities is required. The research aimed to identify and analyze the management of construction waste (MCW) within the construction sites of residential buildings in the city of Cuiabá, from the application of a tool and instruments of analysis and observation, which measured quantitatively and qualitatively this management. Also aimed to identify to evaluat the model MCW present at the construction site and the interrelationship between the management of the construction site and management of construction waste, from a quantitative and qualitative analysis of simple technological improvements and innovations implemented. To achieve these goals, six of the nine largest companies in this segment, both regional and national, were studied, and which represented over 50% of the market for square meter in construction and projects delivered in 2013. In each company, two construction sites were surveyed, bringing the total to twelve participant In the analysis of the results it can be seen in these plots, actions and practices regarding the introduction of improvements, and technological innovations related to managing the construction site, although still preliminary to satisfactory results regarding the management of construction waste. By integrating these actions to the results obtained for model CW implanted in the construction sites of the companies, it was found that 83% of the constructions work with management construction waste insufficient without contribution or positive impact on the construction supply chain model. Considering all the aspects analyzed, for new buildings in the city of Cuiabá, the results indicated an average removed on construction sites of construction waste 199 kg/m2 built. Compared to the wider national value of 150 kg/m2 built, the research result is 25% higher; compared to the value reported by the Municipality of Cuiabá for developing project of construction waste management for new buildings, 120 kg/m² built, the research result is 40% higher. Keywords: Management Waste of Construction. Construction Sites. Construction. Residential Buildings.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Composição da Cadeia Produtiva da Construção 2012 ......................... 47

Figura 2 – Fluxograma geral da pesquisa ............................................................... 64

Figura 3 – Fluxograma da primeira e segunda fase para diagnóstico do canteiro de obra e avaliação do modelo de GRCC.................................................69

Figura 4 – Fluxograma geral da estrutura de pontuação e avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros de obra ............................................. 80

Figura 5 – Tempo de trabalho na construção civil ................................................... 85

Figura 6 – Grau de escolaridade ............................................................................. 86

Figura 7 – Você faz a separação do lixo da sua casa? ........................................... 87

Figura 8 – Quantidade de lixo (resíduo) gerado na obra ......................................... 88

Figura 9 – O que você entende por gerenciamento resíduos da construção civil ... 88

Figura 10 – Destino dado para os resíduos da obra ............................................... 92

Figura 11 – Periodicidade para realização da limpeza da obra ............................... 92

Figura 12 – Maiores percentuais para melhorias e inovações por item e canteiro..95

Figura 13 – Menores percentuais para melhorias e inovações por item e canteiro 96

Figura 14 – Percentual das empresas às questões do item 1) percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa ................................. 104

Figura 15 – Percentual das empresas às questões do item 2) práticas relacionadas ao GRCC - questões de 1 a 14 .......................................................... 107

Figura 16 – Percentual das empresas às questões do item 2) práticas relacionadas ao GRCC - questões 15 a 27 ............................................................. 108

Figura 17 – Percentual das empresas às questões do item 3) plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC ...................................................... 111

Figura 18 – Percentual das empresas às questões do item 4) acondicionamento e/ou armazenamento temporário ....................................................... 117

Figura 19 – Percentual das empresas às questões do item 5) transporte e destinação final de resíduos ............................................................... 120

Figura 20 – Grau de dificuldade quanto ao GRCC no canteiro associado ao percentual de práticas para GRCC .................................................... 127

Figura 21 – Canteiros B1 e B2 – Percentual comparativo para melhorias e inovações ........................................................................................... 136

Figura 22 – Canteiros B1 e B2 – Comparativo final pelas médias ........................ 136

Figura 23 – Canteiros A1 e A2 – Comparativo final pelas médias ........................ 138

Figura 24 – Canteiros F1 e F2 - Comparativo pelas médias para itens de melhorias e inovações ........................................................................................ 139

Figura 25 – Canteiros F1 e F2 – Comparativo final pelas médias ......................... 139

Figura 26 – Canteiros F1 e F2 – Comparativo final pela média ............................ 141

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Figura 27 – Canteiros D1 e D2 – Comparativo final pelas médias ........................ 142

Figura 28 – Canteiros E1 e E2 – Comparativo final pelas médias ........................ 142

Figura 29 – Empresa C – Evolução do IGR RCC removido em kg/m² construído. Uma obra por ano para 2011, 2012 e 2013 ....................................... 149

Figura 30 – Empresa D - Evolução do IGR RCC removido em kg/m² construído. Para três obras em 2013 .................................................................... 150

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Classes de RCC e destinação por classe segundo a Resolução CONAMA 307/2002 alterada pelas resoluções CONAMA 348/2004, 431/2011 e 448/2012 ........................................................................... 28

Quadro 2 – Progressão de pesquisas realizadas para avaliação de perdas de materiais ............................................................................................... 35

Quadro 3 – Classificação das perdas ..................................................................... 36

Quadro 4 – Estudo de entradas e saídas da indústria da construção civil .............. 37

Quadro 5 – Programas prioritários CBIC ................................................................. 49

Quadro 6 – Exemplos de iniciativas de sustentabilidade de entidades de classe....50

Quadro 7 – Pesquisas sobre inovação tecnológica na construção nacional no período 1998 a 2012 ............................................................................ 60

Quadro 8 – Síntese do universo, da amostra e dos critérios de seleção da pesquisa. .............................................................................................. 67

Quadro 9 – Distribuição dos canteiros de obra por empresa .................................. 68

Quadro 10 – Critério para avaliação do modelo de gerenciamento de RCC........... 81

Quadro 11 – Melhorias e Inovações – percentual de respostas “SIM” às questões dos seis itens. Média por canteiro e por empresa ................................ 94

Quadro 12 – Percentual por canteiro para item 1) Percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa. Média por canteiro para Práticas para GRCC. ....................................................................................... 102

Quadro 13 – Percentual por canteiro para item 2) práticas relacionadas ao GRCC..................................................................................................105

Quadro 14 – Percentual por canteiro para item 3) plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC ................................................................................. 110

Quadro 15 – Percentual por canteiro para item 4) acondicionamento e/ou armazenamento de RCC .................................................................... 115

Quadro 16 – Percentual por canteiro para item 5) transporte e destinação final de resíduos ............................................................................................. 119

Quadro 17 – Percentual para itens de práticas e procedimentos em canteiros de obra quanto ao gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC).............................................................................................. 124

Quadro 18 – Comparativo da média por canteiro – percentuais entre melhorias e inovações x práticas para GRCC ...................................................... 125

Quadro 19 – Percentual por item - melhorias e inovações x práticas para GRCC Maior ocorrência de percentuais “insatisfatórios” (abaixo de 50%) .... 133

Quadro 20 – Percentual de melhorias e inovações x práticas para GRCC Média por canteiro e por empresa ..................................................... 135

Quadro 21 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para GRCC. Canteiros A1 e A2 - B1 e B2 -................................................ 135

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Quadro 22 – Canteiros A1 e A2 - Percentual quanto as práticas para GRCC ...... 137

Quadro 23 – Canteiros A1 e A2 - Percentual para melhorias e inovações ........... 137

Quadro 24 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para GRCC - Canteiros F1 e F2 ................................................................. 138

Quadro 25 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para GRCC - Canteiros C1 e C2 ................................................................ 140

Quadro 26 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para GRCC - Canteiros D1 e D2 - E1 e E2 ................................................ 141

Quadro 27 – Resultado por canteiro para índice de geração de resíduos (IGR) .. 147

Quadro 28 – RCC destinado ou removido em kg/m2 construído (por canteiro e média geral) ....................................................................................... 147

Quadro 29 – Comparativo entre valores utilizados para RCC em kg/m2 para edificações novas ............................................................................... 148

Quadro 30 – Comparativo entre os resultados finais por canteiro ........................ 150

Quadro 31 – Comparativo entre os resultados finais de práticas para GRCC e modelo de GRCC ............................................................................... 152

Quadro 32 – Percentual obtido para melhorias e inovações x práticas para GRCC. Análise por item de maior ocorrência de percentual abaixo de 50% .. 153

Quadro 33 – Comparativo por empresa para os resultados finais. Média geral para resultados finais. ................................................................................ 153

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Fatores que dificultam a separação dos resíduos gerados durante a execução dos serviços na obra ............................................................ 89

Tabela 2 – Fatores que dificultam o correto armazenamento dos resíduos no canteiro de obra ................................................................................... 90

Tabela 3 – Respostas a pergunta: O que poderia ser feito para a redução dos resíduos da sua obra............................................................................ 93

Tabela 4 – Maiores e menores percentuais de melhorias e inovações por item e por canteiro ................................................................................................ 97

Tabela 5 – Percentual médio para melhorias e inovações por canteiro e por empresa ............................................................................................... 97

Tabela 6 – Percentual médio por empresa para melhorias e inovações ................. 99

Tabela 7 – Média geral por item de melhorias e inovações. Média das empresas. 99

Tabela 8 – Classificação do material que gera maior índice de resíduos nos canteiros ............................................................................................. 113

Tabela 9 – Dificuldades em relação ao plano de GRCC, caracterização e triagem de resíduos ........................................................................................ 113

Tabela 10 – Dificuldades em relação a acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC ............................................................................ 118

Tabela 11 – RCC gerado na obra e destinado para outras obras, venda, reúso, doação ............................................................................................... 122

Tabela 12 – Dificuldades em relação ao item 5) transporte e destinação final de resíduos ............................................................................................. 122

Tabela 13 – Hierarquia de medidas eficientes para GRCC com prioridade informada pelos engenheiros da obra ................................................ 128

Tabela 14 - Classificação das principais ocorrências de perdas e desperdícios nos canteiros ............................................................................................. 130

Tabela 15 – Classificação para as maiores dificuldades existentes em relação a mão de obra para não gerar e/ou reduzir perdas/desperdícios no canteiro .............................................................................................. 130

Tabela 16 – Inovações tecnológicas implantadas no canteiro para minimizar perdas e desperdícios .................................................................................... 131

Tabela 17 – Respostas à avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros da empresa ........................................................................................ 142

Tabela 18 – Notas às questões da avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros da empresa. Média das categorias analisadas ................... 143

Tabela 19 – Classificação do modelo de GRCC implantado nos canteiros da empresa ............................................................................................. 144

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRAMAT Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção

ARs Áreas de Reciclagem

AsBEA Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura

ATT Área de Transbordo e Triagem

BIM Building Information Modeling

CBCS Conselho Brasileiro de Construção Sustentável

CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção

CDSC/FDC Centro de Desenvolvimento da Sustentabilidade da Construção,

Fundação Dom Cabral

CIC Câmara da Indústria da Construção

CNI Confederação Nacional da Indústria

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente

CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia

CTR Controle de Transporte de Resíduos

ECO OBRA Metodologia de Avaliação da Sustentabilidade Ambiental para

Canteiros de Obra

FA Frequência Absoluta

FGV Fundação Getúlio Vargas

FR Frequência Relativa

GRCC Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil

IEL Instituto Euvaldo Lodi

IGR Índice de Geração de Resíduos

IGP-DI Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna

ISO Internacional Organization Standard

I&T Informações e Técnicas

ITQC Instituto Brasileiro de Tecnologia e Qualidade na Construção

MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

MMA Ministério do Meio Ambiente

MTE Ministério do Trabalho e Emprego

NBR Norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas

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NR Norma Regulamentadora

OCDE Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico

PBQP-H Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat

PIGRCC Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção

Civil

PIT Programa de Inovação Tecnológica na Construção

PGRCC Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil

P + L Produção Mais Limpa

PMC Prefeitura Municipal de Cuiabá

PMGRCC Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção

Civil

PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

RCC Resíduos de Construção Civil

RSU Resíduos Sólidos Urbanos

R1 Resposta Um

R2 Resposta Dois

R3 Resposta Três

R4 Resposta Quatro

R5 Resposta Cinco

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio as Pequenas Empresas

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SiAC Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de

Serviços e Obra da Construção Civil

SINDUSCON-AL Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de

Alagoas

SINDUSCON-GO Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de

Goiás

SINDUSCON-MT Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de Mato

Grosso

SINDUSCON-MG Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de

Minas Gerais

SINDUSCON-PR Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado do

Paraná

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SINDUSCON-SP Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de São

Paulo

WBSCD World Business Council for Sustainable Development

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 19

1.1 OBJETIVOS ................................................................................................... 21

1.2 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 21

2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 25

2.1 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) ..................... 25

2.1.1 Os Resíduos Sólidos ......................................................................... 25

2.1.2 Os Resíduos da Construção Civil (RCC) e a Legislação Vigente .. 27

2.1.3 A Legislação Municipal de Cuiabá para Resíduos da

Construção Civil (RCC) ...................................................................... 31

2.1.4 Perdas de Materiais nos Canteiros de Obra .................................... 33

2.1.5 Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (GRCC) nos

Canteiros de Obra .............................................................................. 39

2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................................................................. 45

2.2.1 A Cadeia Produtiva e a Sustentabilidade na Construção ............... 46

2.2.2 Construção Sustentável .................................................................... 51

2.2.3 Conceito de Inovação Tecnológica .................................................. 54

2.3 MELHORIAS E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS SIMPLES EM CANTEIROS DE OBRA ... 57

2.3.1 O Canteiro de Obra ............................................................................ 57

2.3.2 Melhorias e Inovações Tecnológicas Simples em Canteiros de

Obra ..................................................................................................... 59

3 MATERIAS E MÉTODOS ..................................................................................... 63

3.1 AS EMPRESAS E OS CANTEIROS DE OBRA PARA A PESQUISA ........................... 66

3.2 DIAGNÓSTICO DOS CANTEIROS DE OBRA E AVALIAÇÃO DO MODELO DE

GRCC IMPLANTADO NOS CANTEIROS DE OBRA .............................................. 68

3.3 LISTAGEM E QUESTIONÁRIOS APLICADOS NOS CANTEIROS DE OBRA ................ 69

3.3.1 Aplicação da listagem modificações, melhorias e inovações

tecnológicas simples encontradas em canteiros de obra .............. 70

3.3.2 Elaboração da Estrutura do Questionário 1 .................................... 71

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3.3.3 Elaboração da Estrutura do Questionário 2 .................................... 72

3.3.4 Elaboração da Estrutura do Questionário 3 .................................... 76

3.4 CRITÉRIO DE PONTUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO PARA AVALIAÇÃO DO MODELO

DE GERENCIAMENTO DE RCC IMPLANTADO NOS CANTEIROS DE OBRA ............. 80

3.5 EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS POR EMPREENDIMENTO E

EMPRESA (IGR) NO PERÍODO 2011-2013 ....................................................... 82

3.5.1 Cálculo do total de RCC destinado/removido em kg/m²

construído por obra e por empresa .................................................. 83

3.6 COMPARATIVO FINAL ENTRE TODOS OS ASPECTOS MEDIDOS ............................. 84

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 85

4.1 PERCEPÇÃO DO MESTRE DE OBRA EM RELAÇÃO AO GERENCIAMENTO DE

RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NOS CANTEIROS DA EMPRESA ....................... 85

4.2 RESULTADOS PARA O LEVANTAMENTO DAS MELHORIAS E INOVAÇÕES

TECNOLÓGICAS SIMPLES IMPLANTADAS NOS CANTEIROS DE OBRA .................... 94

4.3 RESULTADOS PARA AS PRÁTICAS E PROCEDIMENTOS EM CANTEIROS DE OBRA

QUANTO AO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) .. 100

4.3.1 Resultados para o item percepção das políticas ambiental e de

qualidade da empresa ...................................................................... 101

4.3.2 Resultados para o item práticas relacionadas ao GRCC .............. 105

4.3.3 Resultados para o item plano de GRCC, caracterização e

triagem de RCC ................................................................................ 109

4.3.4 Resultados para o item acondicionamento e/ou armazenamento

temporário de RCC ........................................................................... 115

4.3.5 Resultados para o item transporte e destinação final de

resíduos ............................................................................................ 119

4.3.6 Análise geral dos resultados percentuais para as práticas e

procedimentos em canteiros de obra quanto ao gerenciamento

de resíduos da construção civil (GRCC) ........................................ 123

4.3.7 Resultados para o item grau de dificuldade e hierarquia de

medidas eficientes quanto ao GRCC no canteiro de obra ........... 127

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4.3.8 Resultados para as principais ocorrências de perdas e

desperdícios e inovações tecnológicas implantadas para

minimizar perdas e desperdícios nos canteiros ........................... 129

4.3.9 Análise comparativa entre resultados para melhorias e

inovações x práticas para GRCC .................................................... 133

4.3.10 Análise comparativa para resultados entre canteiros da mesma

empresa: melhorias e inovações x práticas para GRCC .............. 135

4.4 RESULTADO DA AVALIAÇÃO DO MODELO DE GRCC IMPLANTADO NOS

CANTEIROS DE OBRA DA EMPRESA ............................................................... 142

4.5 RESULTADO DO ÍNDICE DE GERAÇÃO DE RESÍDUO - IGR (M³/M²) - E

QUANTIDADE DE RESÍDUO REMOVIDO EM QUILOS POR METRO QUADRADO

CONSTRUÍDO (KG/M²), POR CANTEIRO ........................................................... 146

4.5.1 Evolução do IGR por empresa e canteiro ou quantidade de

resíduo removido em kg/m² construído, no período 2011-2013 .. 149

4.6 COMPARATIVO ENTRE OS RESULTADOS FINAIS ............................................... 150

5 CONCLUSÕES ................................................................................................... 155

REFERÊNCIAS........................................................................................................159

APÊNDICE A – FORMULÁRIO DE CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E DO SETOR DE

ATUAÇÃO ................................................................................................... 170

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO 01 – PERCEPÇÃO DO MESTRE DE OBRA EM RELAÇÃO

AO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) NOS

CANTEIROS DE OBRA .................................................................................. 171

APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO 02 – LEVANTAMENTO DE PRÁTICAS E

PROCEDIMENTOS EM CANTEIROS DE OBRA PARA GERENCIAMENTO DE

RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) ................................................. 173

APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO 03 – AVALIAÇÃO DO MODELO DE GERENCIAMENTO DE

RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) IMPLANTADO NOS CANTEIROS DE

OBRA DA EMPRESA .................................................................................... 178

ANEXO I – LISTAGEM MODIFICAÇÕES, MELHORIAS E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS

SIMPLES ..................................................................................................... 182

Page 20: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

19

1 INTRODUÇÃO

A indústria brasileira da construção assume cada vez mais sua importância no

contexto mundial e atualmente o Brasil ocupa a quarta posição do mundo, em

número de empreendimentos com certificados de sustentabilidade. Segundo a

Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC, 2012) promove-se uma

verdadeira revolução nos canteiros de obra com a contratação de mulheres e com a

geração de empregos com níveis cada vez maiores de qualificação, o que muda

para sempre o perfil dos nossos profissionais.

Mesmo diante desse quadro promissor que confirma a relevância do setor na

atividade econômica do país, sua magnitude não permite que todas as mudanças

necessárias sejam implementadas ao mesmo tempo, em um país de dimensão

continental. O atual e aquecido mercado da construção civil ainda hoje responde

pela geração de empregos com uma particularidade: a contratação, em larga escala,

de pessoas com pouca escolaridade e sem experiência de trabalho.

Frente à sua representativa atividade a cadeia produtiva da construção civil

tem uma nova agenda a cumprir: com as mudanças climáticas e a escassez de

recursos naturais, fonte da matéria-prima do setor, exige-se novas formas de

organização empresarial e política. O modelo a ser buscado é o do desenvolvimento

humano, da inovação tecnológica e do uso e reúso equilibrado de recursos

disponíveis. Tal transformação exige mudanças em termos de regulamentação,

mercado, de produtos e insumos, mensuração de lucros e perdas e que se torna

realidade à medida que se passa a encarar os desafios da cadeia produtiva da

construção não mais sob uma lógica de custos, mas de oportunidades.

Com esse panorama, com o mercado da construção civil aquecido,

principalmente o segmento de construções residenciais, com o anúncio do Brasil

como país-sede da Copa de Mundo, a pesquisa tem como elemento motivador a

geração de resíduos da construção civil (RCC) nos canteiros de obra,

especificamente na produção de edifícios residenciais localizados na área urbana da

cidade de Cuiabá, Mato Grosso, uma das subsedes da Copa 2014.

Na atualidade, para o setor, os resíduos da construção civil (RCC)

representam um desses grandes desafios e o seu gerenciamento durante a

produção das edificações promove nos canteiros de obra uma realidade vinculada

ao modelo de gestão de cada empresa construtora. É preciso então ampliar o

Page 21: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

20

entendimento de gestão empresarial e integrá-lo aos conceitos de gestão ambiental.

É necessário um novo modelo para o gerenciamento dos canteiros de obra que seja

capaz de viabilizar o gerenciamento de RCC e contribuir, positivamente, para o

grave problema de administração de resíduos sólidos nas cidades brasileiras.

A partir da relevância do tema no cenário brasileiro dos RCC e dos resíduos

em geral, a Lei 12.305/2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos que

dispõe sobre princípios, objetivos e instrumentos envolvendo as responsabilidades

dos geradores de resíduos e do poder público, bem como diretrizes para a gestão

integrada e o gerenciamento de resíduos sólidos no país. Buscam-se ações voltadas

para soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões

política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a

premissa do desenvolvimento sustentável

É necessário então atuar dentro dessa realidade ainda caótica, sob a ótica

ambiental, tanto em relação à empresa como em seus canteiros de obra, e promover

mudanças a partir do alcance possível de cada empresa; já não há tempo para

aguardar saltos qualitativos a partir de um número cada vez mais expressivo de

empreendimentos em execução e a executar em um mercado aquecido e acelerado.

Torna-se necessário e urgente buscar soluções e investir, com velocidades

diferentes em cada empresa, mas sempre visando o futuro para esse segmento:

empreendimentos com certificado de sustentabilidade.

Para os resíduos gerados nas atividades construtivas e inseridos na realidade

descrita no quadro acima essa pesquisa partiu da análise dos dados de uma

amostra específica, que permitiu compreender as percepções, as interpretações

próprias e a apreensão do contexto de um problema que deve ser melhor definido e

compreendido, através do contato direto com o objeto em questão. Buscou-se

visibilidade para a seguinte questão – as práticas aplicadas pelas empresas

construtoras relativas ao gerenciamento nos canteiros de obras de edifícios

residenciais em Cuiabá são suficientes para a não geração e/ou redução de RCC –

para as seguintes análises – as ações de inovação tecnológica na construção,

quantitativas e qualitativas, implementadas pelas construtoras em Cuiabá, Mato

Grosso, contribuem com o gerenciamento da obra e são suficientes para não gerar

e/ou reduzir RCC; – existe por parte do mestre de obra uma percepção e um senso

de observação em relação ao RCC gerado no canteiro de obra; – existe um modelo

implantado para gerenciamento de RCC nos canteiros das empresas construtoras

Page 22: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

21

visando minimizar esse tipo de resíduo e envolvendo os demais setores da empresa;

o modelo implantado pelas empresas construtoras para gerenciamento de RCC nos

canteiros de obra contribui e gera impactos positivos para a cadeia produtiva da

construção, visando promover a sustentabilidade no setor.

1.1 OBJETIVOS

Como objetivo geral o trabalho teve como desafio identificar e analisar as

práticas e os procedimentos presentes e o modelo de gerenciamento de resíduos da

construção civil (GRCC) implantados em canteiros de obras de 6 (seis) empresas

construtoras e incorporadoras na cidade de Cuiabá, na execução de novos edifícios

residenciais, visando verificar se efetivamente contribuem para a não geração e/ou

redução desses resíduos.

Para esse fim foi necessário conhecer nos canteiros de obra das empresas,

a) a percepção do mestre de obra em relação ao gerenciamento de resíduos da

construção civil (GRCC); b) levantar e analisar as melhorias e inovações

tecnológicas simples e suas interações com as práticas e os procedimentos

implantados para gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC), bem como

c) avaliar os modelos de gerenciamento de RCC presentes nos canteiros de obra.

Também foi necessário: d) quantificar e analisar o índice de geração de resíduos

(IGR), a partir do total de resíduos da construção civil gerado (RCC) em m³ em

relação à área construída em m², tanto para os canteiros da pesquisa como também

para outras duas obras concluídas no período de 2011-2013, por empresa. A partir

do IGR (m³/m²) calculado, e) foi quantificado o total de resíduo removido dos

canteiros em kg/m² construído e analisada a evolução de resíduo removido em

kg/m² no período. Finalmente, f) comparou-se e analisou-se o valor médio de

resíduo removido em kg/m² para novos edifícios nos canteiros de obra de Cuiabá,

com aquele utilizado pela Prefeitura Municipal de Cuiabá e com o valor mais

difundido nacionalmente.

1.2 JUSTIFICATIVA

As pesquisas com ênfase na preservação e conservação do meio ambiente

nos meios acadêmicos e empresariais tem crescido de maneira satisfatória, contudo

não foram contabilizados avanços significativos quando o tema relaciona-se com a

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não geração e/ou redução de resíduos na origem da fonte do setor da construção

civil. Os resíduos gerados nos processos construtivos, com destaque especial para o

entulho, vêm demonstrando que o problema de resíduos da construção é enfrentado

com solução de característica corretiva. A ocorrência do entulho no setor da

construção ainda é considerada como parte integrante do processo construtivo e

não como um problema. Como resultado, não se prioriza solução para esse tipo de

problema e a tendência do setor é procurar atender as consequências, ou seja: os

resíduos produzidos na origem do problema.

Não se enquadrando em um padrão de gerenciamento único, capaz de

atender a todos os processos executivos da obra, o setor mantém autonomia que

permite criar soluções, gerenciar suas obras, reutilizar e/ou reciclar seus resíduos

dentro de padrões empresariais próprios de atuação, decidindo quando e como deve

integrar-se a processos construtivos mais eficientes. Por outro lado, a inovação em

processos e produtos tem impulsionado cada vez mais a industrialização do setor,

forçando as empresas da construção civil a se adaptarem a esses novos desafios

impostos. Em busca de respostas eficientes e que atendam a sua competitividade,

as empresas buscam adaptar-se para garantir o aumento da qualidade e

produtividade.

Considerando os impactos socioambientais de todas as atividades do setor e

pelas pressões externas exercidas pelos que defendem o meio ambiente como

patrimônio de todos, de uso comum, é necessário que se promova a

sustentabilidade no segmento da construção civil com a promoção de sistemas

construtivos integrados ao meio ambiente. Para tanto, a tomada de uma nova

consciência pelo setor frente à realidade ambiental vigente fará com que as

empresas passem a utilizar novos processos e inovações tecnológicas, como

estratégia competitiva para suas organizações e com foco na redução de resíduos

da construção civil (RCC).

Por outro lado, devido aos riscos e incertezas inerentes às inovações

tecnológicas, ainda pouco difundidas para a maior parte do setor, em razão de a

cultura do segmento indicar que só depois de consolidada uma tecnologia passa a

ser adotada por um número razoável de outras empresas, induz-se a uma

velocidade de mudança aquém da necessidade. Contribuem também para as

mudanças lentas a natureza multidisciplinar dos projetos e a dependência do

Page 24: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

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desenvolvimento de novos materiais e equipamentos para a produção, que

constituem ainda outro tipo de obstáculo para que inovações sejam adotadas.

Para a realidade do setor, caminhar em direção às exigências ambientais com

uma gestão inovadora envolve terceirizados, fornecedores, a direção da empresa e

todos os demais agentes de transformação em um esforço conjunto e ampliado de

comprometimento na obtenção de resultados. Esses agentes, que também fazem

parte do gerenciamento de RCC, necessitam que procedimentos sejam

estabelecidos para o manejo e a destinação ambientalmente adequados desse tipo

de resíduo, bem como que os planos de redução, reutilização e reciclagem sejam

implementados e a preparação do canteiro de obra para essa finalidade seja

promovida.

Um canteiro de obra sempre gera impactos e danos ao meio ambiente e

nessa célula representativa da construção foi realizada essa pesquisa.

Considerando-se que do início de cada obra, quando é feita a escolha da área a ser

utilizada para a construção até sua conclusão, o meio ambiente sofre com os efeitos

adversos e as consequências geradas pela implantação do empreendimento, pode-

se elencar entre os impactos: a geração de resíduos, a contaminação de solos e

lençóis freáticos, a poluição atmosférica causada por diversos fatores como a

emissão de substâncias durante processos de produção de materiais utilizados, a

poluição sonora, a poluição visual, entre outros.

Mesmo com informações dos impactos ambientais provocados pelo setor,

ainda assim o segmento não promove a sustentabilidade na construção civil com

prioridade e urgência. Embora não seja essa nossa primeira motivação, este estudo

busca contribuir para que mudanças empresariais necessárias para o setor sejam

visualizadas a partir da análise da realidade dos canteiros de obra das empresas,

quanto ao gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC) e suas interações

com as melhorias e inovações tecnológicas simples em canteiros de obra. Que a

partir dessas interações e práticas a sustentabilidade pretendida pelo setor seja mais

bem compreendida, pela promoção e divulgação das melhores práticas encontradas

além das conhecidas e convencionais, como também pela melhor compreensão dos

modelos implementados e suas dificuldades quanto ao GRCC.

Espera-se que as dificuldades levantadas sejam o ponto de partida para as

estratégias e ações a serem implementadas pelas empresas em seus canteiros de

obra e, a partir dessas mudanças locais, dentro de uma análise local, sejam obtidas

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mudanças ampliadas para o segmento e globais, para o setor da construção civil.

Dessa forma, identificando-se a justa amplitude da situação-problema, sua

complexidade, levantados seus dados e analisada e comparada a atual realidade

dos canteiros de obra e das empresas, é esperado que se verifique se existe uma

real contribuição para a não geração e/ou redução desses resíduos, não só pelas

empresas como também pelo segmento vinculado à cadeia produtiva da construção.

É a partir dos resultados dessa análise que se cria a expectativa em cada

empresa para que se eleve os canteiros de obra à condição de uma participação

efetiva nas mudanças visando à sustentabilidade do setor da construção civil: um

desafio a ser enfrentado.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC)

2.1.1 Os Resíduos Sólidos

Está associado ao cotidiano do ser humano produzir resíduos. É inimaginável

um modo de vida sem a geração de resíduos sólidos mas, diante do contínuo

crescimento populacional e sua concentração cada vez maior nos centros urbanos e

um modo de vida baseado em consumo, os problemas gerados por estes resíduos

tornarem-se visíveis e preocupantes.

Resíduo, oriundo do latim residuu, que significa aquilo que sobra de qualquer

substância, entrou para o jargão dos sanitaristas na década de 1960, em

substituição ao desgastado termo lixo. O substantivo resíduo, tão logo passou a

fazer parte do linguajar técnico, foi seguido do adjetivo sólido, a fim de diferenciar os

resíduos sólidos dos restos líquidos lançados com os esgotos sanitários, como das

emissões gasosas das chaminés (NETO, 2005 apud AMARAL, 2012).

Segundo a NBR 10004 (ABNT, 2004), os resíduos sólidos são definidos

como:

Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (NBR 10004, ABNT 2004).

Para a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305 de 2 de

agosto de 2010 (BRASIL, 2010), entende-se por resíduos sólidos:

Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (Art. 3o , XVI, BRASIL, 2010).

Page 27: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

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Resíduos representam ineficiência produtiva, custos financeiros e riscos à

saúde e ao meio ambiente, portanto a redução se configura em maior segurança,

maior eficiência e melhor saúde ambiental e financeira e a não geração no estado

ótimo de produção, sem desperdício. Para entender resíduos, o conjunto de normas

técnicas da ABNT NBR 10004/10005/10006/10007 se constitui em uma ferramenta

fundamental. A NBR 10004 classifica os resíduos em dois grandes grupos: os

perigosos e os não perigosos, sendo que estes últimos ainda subdividem‐se em

inertes e não inertes. As amostras de resíduos sólidos se caracterizam pela

heterogeneidade e a amostragem correta visa minimizar este aspecto. Conhecer o

tipo de resíduo gerado em um determinado processo é fundamental para adoção de

estratégias de não geração e de redução. As estratégias de minimização referem-se

fundamentalmente à redução, ao reúso (uso sem processamento) e à reciclagem

(uso após algum tipo de tratamento), ou seja, relaciona-se aos populares 3Rs. A

redução deve ser preferencialmente adotada antes das demais (TOCCHETTO,

2012).

Os resíduos sólidos são classificados pela PNRS (BRASIL, 2010) quanto à

origem e à periculosidade. Quanto à origem os resíduos sólidos podem ser

classificados como: a) domiciliares, b) de limpeza urbana, c) sólidos urbanos (os

englobados por “a” e “b”), d) de estabelecimentos comerciais e prestadores de

serviços (exceto os referidos em “b”, “e”, “g”, “h” e “j”), e) dos serviços públicos de

saneamento básico (exceto os referidos em “c”), f) industriais, g) serviços de saúde,

h) da construção civil, i) agrossilvopastoris, j) de serviços de transportes e k) de

mineração. Quanto à periculosidade classificam-se como: a) perigosos: aqueles que,

em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade,

toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade,

apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo

com lei, regulamento ou norma técnica e b) não perigosos: aqueles não

enquadrados em “a”.

A PNRS (BRASIL, 2010) considera ainda que resíduos da construção civil são

aqueles gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de

construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos

para obras civis. Relata Viana (2010) que para os Resíduos da Construção Civil

(RCC) eles obedecem primeiro à classificação de resíduos sólidos, suas normativas

Page 28: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

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de trato, cuidados e destinação e depois, mais especificamente, suas próprias

normativas (VIANA, 2009).

2.1.2 Os Resíduos da Construção Civil (RCC) e a Legislação Vigente

De acordo com Souza et al. (2004) o interesse em conhecer a quantidade de

resíduos gerados pela indústria da construção civil já não é novidade, mas muitas

vezes o assunto está inserido na discussão sobre a redução de desperdícios. A

primeira referência nacional em relação ao mencionado, que suscitou uma

discussão mais ampla sobre o assunto, foi a pesquisa concluída em 1986 pelo

arquiteto Tarcísio de Paula Pinto que se preocupou em estudar o uso do material

reciclado para produção de argamassas.

O Brasil, até 2002, não contava com políticas públicas para gestão dos

resíduos gerados pelo setor da construção civil e o fato de esses resíduos serem

compostos de vários materiais com suas respectivas propriedades e características

tornava inviável sua generalização como material.

Em 2002, diante de um contexto ambiental, econômico e social que exigia

regulamentação para o setor, a Resolução nº 307/2002 do Conselho Nacional de

Meio Ambiente (CONAMA) (BRASIL, 2002) foi o ponto de partida para a legislação

de RCC no Brasil. Para isso, “estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a

gestão dos resíduos da construção civil”,

[...] considerando a necessidade de implementação de diretrizes para a efetiva redução dos impactos ambientais gerados pelos resíduos oriundos da construção civil; Considerando que a disposição de resíduos da construção civil em locais inadequados contribui para a degradação da qualidade ambiental; Considerando que os resíduos da construção civil representam um significativo percentual dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas; Considerando que os geradores de resíduos da construção civil devem ser responsáveis pelos resíduos das atividades de construção, reforma, reparos e demolições de estruturas e estradas, bem como por aqueles resultantes da remoção de vegetação e escavação de solos [...] (BRASIL, 2002)

E na mesma Resolução define-se que Resíduos de Construção Civil,

São os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obra de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obra, caliça ou metralha (BRASIL, 2002).

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Para a classificação dos RCC a Resolução nº 307/2002 do CONAMA em seu

artigo 3º estabelece quatro classes de resíduos e a Resolução nº 448/2012 do

CONAMA, que altera a nº 307/2002, estabelece em seu artigo 10º a destinação dos

resíduos de construção civil após triagem. O Quadro 1 mostra as classificações e

destinações de RCC.

Quadro 1 – Classes de RCC e destinação por classe segundo a Resolução CONAMA 307/2002 alterada pelas resoluções CONAMA 348/2004, 431/2011 e 448/2012 Classificação

do RCC Descrição da Classe

(Resolução CONAMA 307/2002 e suas alterações) Destinação por Classe

(Resolução CONAMA 448/2012)

Classe A

São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obra;

Deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados ou encaminhados a aterros de resíduos classe A de reservação de material para uso futuro.

Classe B

São os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso (nova redação dada pela Resolução CONAMA n° 431/11).

Deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados às áreas de armazenamento temporário, de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura.

Classe C

São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação (nova redação dada pela Resolução CONAMA n° 431/11).

Deverão ser armazenados, transportados e receber destinação adequada, em conformidade com as normas técnicas específicas.

Classe D

São resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. (nova redação dada pela Resolução CONAMA n° 348/04).

Deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas

Fonte: CONAMA, MMA (2013).

Na Resolução 448/2012 do CONAMA define-se no artigo 4º que “os

geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e,

secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento dos resíduos

sólidos e a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos”. Em seu

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parágrafo primeiro fica estabelecido que “os resíduos da construção civil não

poderão ser dispostos em aterros de resíduos sólidos urbanos, em áreas de “bota

fora", em encostas, corpos d'água, lotes vagos e em áreas protegidas por lei”.

Para a reutilização e reciclagem de RCC define-se como reutilização o

processo de reaplicação do resíduo sem transformação (sem demandar energia,

sem gerar rejeitos). Para a reciclagem o processo é de reaproveitamento do RCC

após ter sido transformado física ou quimicamente, com demanda energética e com

geração de rejeitos, se ocorrer.

Pela Resolução 307/2002 do CONAMA, o prazo estipulado até junho de 2004

para que os municípios brasileiros cumprissem suas determinações e elaborassem

seus Planos Integrados de Gerenciamento de RCC não foi cumprido. Também não

foi cumprido o prazo até janeiro de 2005 para que as empresas construtoras e

grandes geradoras de RCC elaborassem seu Projeto de Gerenciamento de RCC

para obter alvarás de licenciamento em todo o Brasil. Em 2012, com a Resolução

448/2012 (BRASIL, 2012) em vigor e que alterou a Resolução 307/2002 do

CONAMA, parte dos artigos 2º, 4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10º, 11º, estabeleceu-se novo prazo

para cumprimento das suas determinações.

Em seu artigo 6º a Resolução 448/2012 do CONAMA estabelece que deverão

constar do Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil “as diretrizes

técnicas e procedimentos [...] para os Planos de Gerenciamento de Resíduos da

Construção Civil a serem elaborados pelos grandes geradores, possibilitando o

exercício das responsabilidades de todos os geradores”. Em seu artigo 8º

estabelece que “os Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil

serão elaborados e implementados pelos grandes geradores e terão como objetivo

estabelecer os procedimentos necessários para o manejo e a destinação

ambientalmente adequados dos resíduos”.

A Resolução 448/2012 do CONAMA substituiu o Plano Integrado de

Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PIGRCC) pelo Plano Municipal de

Gestão de Resíduos da Construção Civil (PMGRCC), com data para elaboração

pelos municípios até janeiro de 2013. Com prazos descumpridos mais uma vez,

continuam as Prefeituras com a responsabilidade para resolver o planejamento e a

administração da grande geração e deposição irregular de RCC nas cidades

brasileiras e, para os geradores, de cumprir sua responsabilidade e assumir seu

papel quanto ao gerenciamento de RCC.

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A Resolução 448/2012 do CONAMA dá ênfase à necessidade de triagem dos

RCC para destinação conforme sua classe, aos procedimentos necessários para

manejo e destinação ambientalmente adequados desses resíduos e define área de

transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos (ATT).

ATT é a área destinada ao recebimento de resíduos da construção civil e resíduos

volumosos, para triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados,

eventual transformação e posterior remoção para destinação adequada, observando

normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública

e à segurança e para minimizar os impactos ambientais adversos.

Ainda pela Resolução 448/2012 do CONAMA resíduos têm destinação por

Classe e, especificamente os de Classe B deverão ser reutilizados, reciclados ou

encaminhados às áreas de armazenamento temporário, de modo a permitir a sua

utilização ou reciclagem futura. Para a NBR 15113 (ABNT, 2004) não se recomenda

a deposição de resíduos de gesso (Classe B) em aterro sanitário ou de RCC.

Mesmo com essas recomendações, riscos para o meio ambiente e a saúde pública

continuam ocorrendo em função de deposição irregular. Dado o montante de resíduo

de gesso e o impacto por ele gerado, é importante considerar que o gesso é solúvel

em água e pode contaminar os mananciais e o subsolo. Assim a disposição de

gesso em aterro sanitário não é prática recomendada, exceto quando enclausurado

e sem contato com matéria orgânica e água.

John e Cincotto (2004 apud Fernandes 2013) relata que a segregação do

resíduo de gesso no momento da geração e o controle de sua contaminação nas

etapas de estoque e transporte são fundamentais para uma possível reciclagem;

para isso estamos todos, construtoras, engenheiros e colaboradores, dependentes

das empresas especializadas em gesso.

Miranda (2005 apud Fernandes 2013) lembra que a melhor alternativa é que

o gesso seja triado na origem da utilização, no canteiro. Entretanto, algumas

construtoras que têm feito isso estão com dificuldade para encontrar um local para

despejá-lo. Por outro lado, um dos principais usos do gesso é como revestimento de

parede e esse tipo de resíduo, aderido parcialmente à base de alvenaria, não pode

ser segregado nos canteiros de obra.

Para Marcondes (2007) é essencial que construtoras passem a exigir em

contrato, com o subempreiteiro e instalador do gesso, que seja sua a

responsabilidade pela retirada e destinação do resíduo de sua atividade. O autor

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aponta também a necessidade de políticas de devolução, a fim de desenvolver o

mercado para o produto originado em um ciclo reverso.

2.1.3 A Legislação Municipal de Cuiabá para Resíduos da Construção Civil

(RCC)

Silva (2012) relata que a Prefeitura Municipal de Cuiabá, com base na Política

Estadual de Resíduos Sólidos, Lei nº 7.862 de 19 de dezembro de 2002 e na

Resolução 307/2002 do CONAMA e suas alterações, elaborou a Lei n° 4.949 de 5

de janeiro de 2007 (PMC, 2007), instituindo o sistema de gestão sustentável dos

resíduos da construção civil e resíduos volumosos e o plano integrado de

gerenciamento de resíduos de construção civil.

Relata ainda a autora que o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos

de Construção Civil foi implementado pela Lei n° 4.725 de 1 de outubro de 2008

(PMC, 2008), sendo regulamentado pela Lei n° 4.761 (PMC, 2009) apenas em

fevereiro de 2009 (SILVA, 2012).

A Lei n° 4.949 de 2007 (PMC, 2007) estabelece em seu artigo 10º que os

geradores de grandes volumes de resíduos da construção civil, públicos ou privados,

cujos empreendimentos requeiram a expedição de alvará de aprovação e execução

de edificação nova, de reforma ou reconstrução, de demolição, de muros de arrimo e

de movimento de terra, nos termos da legislação municipal, devem desenvolver e

implementar projetos de gerenciamento de resíduos da construção civil

(autodeclaração de responsabilidade), em conformidade com as diretrizes da

Resolução 307/2002 do CONAMA, estabelecendo os procedimentos específicos da

obra para o manejo e a destinação ambientalmente adequados dos resíduos. Ainda

segundo a lei, os projetos de gerenciamento de resíduos da construção civil devem

apresentar a caracterização dos resíduos e os procedimentos a adotar para sua

minimização e para o manejo correto das etapas de triagem, acondicionamento,

transporte e destinação [...]. Na mesma lei, define-se no seu artigo 3º, XIV, que

grandes volumes de resíduos de construção civil e resíduos volumosos são aqueles

contidos em volumes superiores a 1 (um) metro cúbico.

Ainda segundo a mesma lei (PMC, 2007), artigo 10°, os geradores devem:

a) especificar nos seus projetos, em conformidade com as diretrizes da

legislação municipal, os procedimentos que serão adotados para as

Page 33: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

32

outras categorias de resíduos eventualmente gerados no

empreendimento, em locais tais como ambulatórios, refeitórios e

sanitários;

b) especificar nos seus Projetos de Gerenciamento de Resíduos da

Construção Civil, quando contratante de serviços de transporte,

triagem e destinação de resíduos, os agentes responsáveis por estas

etapas, definidos entre os agentes licenciados pelo Poder Público [...].

Autores como Souza et al. (2004) reportam que nos últimos anos o interesse

por políticas públicas para os resíduos gerados pelo setor da construção civil tem se

acirrado com a discussão das questões ambientais. Desperdiçar materiais seja na

forma de resíduo mais comumente denominado “entulho de construção”, seja sob

outra natureza, significa desperdiçar recursos naturais e coloca a indústria da

construção civil no centro das discussões, na busca pelo desenvolvimento

sustentável nas suas diversas dimensões.

Por outro lado, para Karpinsk (2009), o RCC possui características bastante

peculiares por ser produzido num setor onde há uma gama muito grande de

diferentes técnicas e metodologias de produção e cujo controle da qualidade do

processo produtivo é recente, quando existe. Características como composição e

quantidade produzida dependem diretamente do estágio de desenvolvimento da

indústria local de construção, como qualidade da mão de obra, técnicas construtivas

empregadas e adoção de programas de qualidade.

São ainda poucas as empresas construtoras que vêm elaborando e

implementando eficientemente o PGRCC em seus canteiros de obra, embora

algumas delas comecem a perceber que esse desperdício onera seus lucros em

relação às empresas concorrentes que já investem no combate ao desperdício.

(FERNANDES, 2013).

Por essa razão é essencial que todos os profissionais inseridos no processo

produtivo busquem em cada detalhe a melhoria dos seus projetos, dos métodos

construtivos e dos materiais utilizados. Ainda contribuem a escolha pela durabilidade

dos materiais usados, o consumo de agregados reciclados e a facilidade na

desmontagem para manutenção, reforma e demolição.

Assim, conhecer o tipo de resíduo gerado em um determinado processo é

fundamental para a adoção de estratégias de não geração e de redução e o artigo 9º

Page 34: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

33

da Resolução 307/2002 do CONAMA estabelece que os Planos de Gerenciamento

de Resíduos da Construção Civil deverão contemplar as seguintes etapas:

I. Caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar

os resíduos;

II. Triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na

origem, ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa

finalidade, respeitadas as classes de resíduos estabelecidas no art. 3º

desta Resolução;

III. Acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos

resíduos após a geração até a etapa de transporte, assegurando em

todos os casos em que seja possível as condições de reutilização e de

reciclagem;

IV. Transporte: deverá ser realizado em conformidade com as etapas

anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes para o

transporte de resíduos;

V. Destinação: deverá ser prevista de acordo com o estabelecido nesta

Resolução.

Nesse contexto vale ressaltar a importância da participação ativa e consciente

de todos os trabalhadores que, direta e indiretamente, estejam envolvidos com o

PGRCC no canteiro de obra. Entretanto, segundo Linhares (2005), a principal

dificuldade apontada pelas construtoras em sua pesquisa sobre a implantação de

gestão de resíduos é a sensibilização da mão de obra quanto à segregação desses

resíduos. Por outro lado, o PGRCC é parte importante para a gestão de resíduos da

municipalidade e depende também do setor privado envolvido na atividade, como,

por exemplo, para a coleta e o transporte dos RCC.

A implementação do PGRCC bem elaborado que envolva todos os agentes

abarcados na obra deve propiciar aos geradores o monitoramento de suas perdas;

tanto as que saem da obra (RCC) como as que ficam incorporadas à própria

construção (AGOPYAN et al., 2003).

2.1.4 Perdas de Materiais nos Canteiros de Obra

Os Resíduos da Construção Civil (RCC) gerados em canteiros de obra e

acondicionados em caçambas, coletados por empresas transportadoras de entulho e

Page 35: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

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destinados a áreas definidas pelo poder público, atravessam as distâncias entre as

áreas de recebimento e os centros urbanos acompanhados pela falta de

conscientização dos impactos causados ao meio ambiente. Associam-se a esse

fator a falta e a dificuldade de fiscalização que potencializa a clandestinidade e,

quando os resíduos são dispostos irregularmente, o poder público se encarrega de

coletá-los e enviá-los às áreas licenciadas. Mas a disposição clandestina coloca em

risco a saúde do cidadão, degrada a paisagem urbana, compromete a drenagem

urbana e a estabilidade das encostas (BLUMENSCHEIN, 2004).

Por essas razões, é no processo de produção do edifício, na origem do

problema com características peculiares que a geração de resíduos deve ser

enfrentada. Demonstrado pelo nível de perdas e desperdícios e pela cultura vigente

no setor, é comum encontrar-se em canteiros de obra de uma mesma cidade

empresas que se preocupam e outras que não se preocupam com seu

gerenciamento de RCC, seu destino, tampouco com sua não geração e/ou redução.

Como consequência, também não priorizam a implantação de melhorias e inovações

tecnológicas simples nos seus canteiros, que podem vir a contribuir com esse

gerenciamento e, consequentemente, com o controle de perdas e desperdícios

desse tipo de resíduo.

Relata Souza et al. (2004) que para mensuração dos resíduos gerados na

produção de edificações os principais trabalhos realizados para a avaliação das

perdas de materiais e identificação das suas causas e origens, nos quais os

resíduos são também quantificados, apresentam-se sucintamente descritos no

Quadro 2 pela sua importância histórica. Na abordagem progressiva da questão dos

resíduos, no Brasil, destacam-se as pesquisas de Pinto (1989) pelo pioneirismo;

Picchi (1993) pela análise e estimativa das perdas financeiras na construção de

edificações; Soibelman (1993) pelo número de casos estudados e pelo efetivo

acompanhamento do processo de produção na quantificação das perdas; Santos

(1995) pelo caráter proativo quanto à detecção e quanto às ações para a redução de

perdas de materiais e Bogado (1998) que realizou estudo específico na execução da

estrutura de concreto armado. Cita ainda Oliveira (2011) as pesquisas de Paliari

(1999), Andrade (2000) e Sposto et al. (2001).

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Quadro 2 – Progressão de pesquisas realizadas para avaliação de perdas de materiais

Autores Nº de obra

Nº de materiais

Parcela de perdas físicas

estudadas

Tipo de abordagem

Tipo de avaliação

Tema central

perdas de materiais

Pinto (1989) 1 10 Incorporada e entulho Avaliação Quantitativa Sim

Soibelman (1993) 5 7 Incorporada e entulho Avaliação Quantitativa Sim

Picchi (1993) 3 - Incorporada e entulho

Avaliação Quantitativa Não

Santos (1995) 1 4 Incorporada e entulho

Avalição e intervenção Quantitativa Não

Bogado 1998) 1 4 Incorporada e entulho

Avalição e intervenção Quantitativa Não

Fonte: Adaptado de Paliari (1999)

O autor relata ainda que nas principais conclusões destes trabalhos destaca-

se o fato que perdas de materiais não são desprezíveis, tanto na forma de material

incorporado em excesso quanto na forma de entulho. A pesquisa de Picchi (1993)

ao avaliar o entulho gerado e retirado dos canteiros de obras, desconsiderando as

viagens compostas só por terra, estudou as perdas de materiais e componentes

referente à parcela que fica incorporada ao edifício e à parcela que se transforma

em entulho. A partir dessas parcelas expressas em termos de massa e volume

foram estimadas as perdas, em termos de porcentagem do custo da obra. O

resultado dessa pesquisa, ao acumular todo o volume de entulho gerado na obra

durante toda a sua construção e dividi-lo pela área total construída, foi de uma

espessura média de entulho na ordem de 8 a 12 cm e massa do entulho gerada

variando entre 0,095 e 0,145 t/m², o que representou 11 a 17% da massa final do

edifício, para a massa específica adotada.

Souza et al. (2004) continua informando sobre a importância de detectar a

ocorrência de uma faixa de valores para as perdas que foi reforçada pela pesquisa

nacional “Alternativas para a redução do desperdício de materiais nos canteiros de

obra”, promovida pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia e Qualidade na Construção

Civil (ITQC) e envolvendo 16 universidades brasileiras que pesquisaram o fluxo de

materiais em 99 diferentes canteiros de obra.

Souza (2004) afirma que os resíduos de construção representam uma das

parcelas do excesso de consumo de materiais nos canteiros de obra e se comparar

a quantidade de material teoricamente necessária com a quantidade realmente

utilizada, determinam-se as perdas de materiais. Para este autor, o entulho se

constitui no “lixo que sai”, ou seja, é a parcela mais visível das perdas de materiais.

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Shingo e Skoyles (1981, 1987 apud Pucci 2006) relata que as perdas podem

ser classificadas de acordo com a possibilidade de serem controladas e conforme

sua natureza, como demonstra o Quadro 3.

Quadro 3 – Classificação das perdas Perdas segundo seu controle

Perdas evitáveis são aquelas onde o investimento para sua redução ultrapassa a economia gerada por ela, correspondendo, assim, a uma perda aceitável.

Perdas inevitáveis são consequência de um processo de baixa qualidade, onde os recursos são empregados de forma inadequada.

Perdas segundo sua natureza

Perdas por superprodução

são aquelas que ocorrem quando é produzida uma quantidade maior que a necessária; por exemplo: produzir gesso em quantidade acima da consumida em um dia de trabalho; produção de argamassa em quantidade superior à necessária para um dia de trabalho, excesso de espessura de lajes de concreto armado.

Perdas por espera

relacionadas com a sincronização e o nivelamento do fluxo de materiais e as atividades dos trabalhadores; podem envolver tanto perdas de mão de obra quanto de equipamentos, como, por exemplo, paradas nos serviços originadas por falta de disponibilidade de equipamentos ou de materiais.

Perdas por substituição

ocorre quando é utilizado um material de desempenho superior ao necessário, como um concreto com resistência maior que a especificada em projeto.

Perdas no transporte

tempo excessivo despendido com grandes distâncias entre os estoques e a grua ou o guincho; perdas de materiais por manuseio excessivo ou inadequado dos materiais componentes, em razão de uma má programação das atividades ou de um layout ineficiente ou pelo uso de equipamentos de transporte inadequados; quebra de materiais pelo seu duplo manuseio ou uso de equipamento de transporte inadequado.

Perdas no processamento em si

tem origem na própria natureza das atividades do processo ou na sua execução inadequada; decorrem da falta de procedimentos padronizados e da ineficiência nos métodos de trabalho, da falta de treinamento da mão de obra ou de deficiências no detalhamento e construtividade dos projetos. São exemplos deste tipo de perdas: quebra de paredes rebocadas para viabilizar a execução das instalações, quebra manual de blocos em razão da falta de meios-blocos.

Perdas de estoque

ocorrem quando associadas à existência de estoques excessivos, em virtude da programação inadequada na entrega dos materiais ou de erros no orçamento, podendo gerar situações de falta de locais adequados para a deposição; também decorrem da falta de cuidados no armazenamento dos materiais. Podem resultar tanto em perdas de materiais quanto de capital, como, por exemplo, custo financeiro dos estoques, deterioração do cimento por causa do armazenamento em contato com o solo e/ou em pilhas muito altas.

Perdas no movimento

decorrem da realização de movimentos desnecessários por parte dos trabalhadores durante a execução das suas atividades e podem ser geradas por frentes de trabalho afastadas e de difícil acesso; falta de estudo de layout do canteiro e do posto de trabalho; falta de equipamentos decorre da realização de movimentos desnecessários por parte dos trabalhadores durante a execução das suas atividades e pode ser gerada por frentes de trabalho afastadas e de difícil acesso; falta de estudo de layout do canteiro e do posto de trabalho; falta de equipamentos adequados, etc. São exemplos deste tipo de perda: tempo excessivo de movimentação entre postos de trabalho por causa da falta de programação de uma sequência adequada de atividades e esforço excessivo do trabalhador em função de condições ergonômicas desfavoráveis.

Perdas pela elaboração de

produtos defeituosos

Perdas pela elaboração de produtos defeituosos: ocorrem quando são fabricados produtos que não atendem aos requisitos de qualidade especificados; geralmente, originam-se da ausência de integração entre o projeto e a execução, das deficiências do planejamento e controle do processo produtivo, da utilização de materiais defeituosos e da falta de treinamento dos operários. Resultam em retrabalhos ou em redução do desempenho do produto final, como, por exemplo, falhas nas impermeabilizações e pinturas, descolamento de azulejos, erros em prumadas.

Outras englobam perdas por roubo, vandalismo, acidentes e outros eventos extraordinários.

Fonte: Adaptado de PUCCI (2006)

Relata Pinto (1999) que no processo construtivo o alto índice de perdas do

setor é a principal causa do entulho gerado, embora nem toda perda se transforme

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efetivamente em resíduo, pois uma parte acaba ficando na própria obra. Segundo o

mesmo autor, pesquisas brasileiras sobre a perda de materiais em processos

construtivos apontaram números significativos de cimento, cal, areia, concreto,

argamassa, ferro, componentes de vedação e madeira. Dessa forma, é possível

estimar que a cada metro quadrado construído 150 kg de resíduos sejam gerados,

levando à remoção de dez caçambas de resíduos em qualquer construção de 250

m² (PINTO, 1999).

Segundo Formoso (1996 apud Paliari 1999), nos últimos anos as questões

referentes a políticas da qualidade tem ocupado espaço significativo nas discussões

do meio profissional da construção civil, e tem tido presença constante nestas

discussões a ocorrência de perdas em todo o processo de produção da edificação,

sejam elas de materiais, mão de obra ou equipamentos. Com índices de perdas

consideráveis para o setor, segundo pesquisas existentes sobre o assunto, é

razoável que nos dias atuais, e em um mercado globalizado e competitivo,

mudanças sejam inevitáveis.

Lerípio (2001 apud Araújo 2002) apresenta um estudo de entradas e saídas

da indústria da construção civil em que se identificam os principais materiais

utilizados e respectivos resíduos gerados, conforme Quadro 4.

Quadro 4 – Estudo de entradas e saídas da indústria da construção civil Entradas Processo Saídas

Máquinas e implementos, madeira, telha, prego, cimento, areia, brita, arame galvanizado, água, energia elétrica.

1. Serviços iniciais

Aterro, aparas de madeira, restos de tijolos, restos de arame, pregos, embalagens de papelão, serragem, ruído e vibrações.

Energia elétrica, água, brita, cimento, areia, aço, arame recozido, madeira, pregos.

2. Infraestrutura Água residuária, restos de arame e aço, pó, terra, aparas de madeira, embalagens de papelão e serragem, vibrações e ruído.

Energia elétrica, água, madeira, pregos, papelão, escora metálica, cimento, areia, brita, arame recozido, aço.

3. Superestrutura

Água residuária, restos de arame e aço, pó, serragem, aparas de madeira, embalagens de papelão, vibrações e ruído.

Cimento, areia, impermeabilizante, tinta, carboplástico, mástique asfáltico, água e energia elétrica.

4.Impermeabilização

Água residuária, embalagens plásticas e de papelão, resíduos químicos (argamassa), vibrações e ruído.

Água, energia elétrica, cimento, cal, tijolo. 5. Alvenaria Água residuária, restos de tijolos, embalagens

plásticas e de papelão e ruído. Energia elétrica, madeira, pregos, estruturas metálicas, telhas e parafusos.

6. Cobertura Aparas de madeira, restos de tijolos, serragem, aparas metálicas e ruído.

Cimento, areia, cal, água, energia elétrica e azulejos. 7. Revestimento Água residuária, restos de azulejos, embalagens

plásticas e de papelão e ruído. Continua...

Page 39: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

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Quadro 4 – Estudo de entradas e saídas da indústria da construção... (continuação) Água, energia elétrica, madeira, parafusos, pregos, cimento, cal, areia e ferro.

8. Esquadrias Água residuária, aparas de madeira, limalhas de ferro e ruído.

Canalizações elétricas e fios. 9.Instalações elétricas

Aparas de canalizações e aparas de fios.

Água, energia elétrica, areia, cimento, tijolo, brita, madeira, pregos, aço, arame recozido, pasta lubrificante, adesivo para PVC, tubo de PVC, massa para calefação.

10. Instalações hidrossanitárias

Embalagens plásticas e de papelão, pó, resíduos de argamassa, água residuária.

Brita, cimento, areia, cal, água, energia elétrica, cerâmica.

11.Revestimento de pisos

Água residuária, restos de cerâmica e madeira, embalagens plásticas e de papelão, sobra de pedras naturais, pó de madeira, resíduos de cola em embalagens e ruído.

Vidro, cal, gesso e água. 12. Vidros Água residuária, resíduos e argamassa, embalagens plásticas e aparas e cacos de vidro.

Massa corrida, lixa, tinta látex, selador de base látex, tinta acrílica, tinta a óleo, solvente, água, verniz e grafiatto.

13. Pintura Água residuária, embalagens plásticas e de papelão, vasilhames plásticos e de metal, gases, pó, embalagens de metal.

Cimento, areia, brita, aço, água, energia elétrica, arame recozido, madeira, prego, cal, tijolo.

14. Serviços externos

Água residuária, embalagens plásticas e de papelão, aparas de arame, resíduos de tijolos, aparas de madeira, serragem e ruído.

Água, produtos químicos, sabão em pó, detergentes.

15. Serviços finais de acabamento

Embalagens plásticas e de papelão, sobra de estopas.

Água, plantas ornamentais, terra preta, seixos rolados.

16.Paisagismo e jardinagem Terra preta, restos de planta.

Fonte: Adaptado de Araújo (2002)

Comumente o conceito de perdas relaciona-se ao desperdício de materiais,

porém é necessário entender que as perdas estendem-se além deste conceito e

qualquer ineficiência no processo deve ser considerada como perdas: da ocorrência

de desperdícios de materiais quanto à execução de tarefas desnecessárias, gerando

custos adicionais sem agregar valor, até a falta de planejamento e gerenciamento

adequados.

O esforço para melhoria do desempenho na construção civil deve considerar

o conceito mais amplo de perdas, isto é, visar à minimização do dispêndio de

quaisquer recursos que não agregam valor ao produto, sejam eles vinculados às

atividades de conversão ou fluxo, porém são os desperdícios que resultam em

volume de resíduos. Em qualquer processo, devido à variabilidade natural, é

inevitável que ocorra certo volume de perdas e a fração das perdas que excede a

este limite mínimo característico da tecnologia é considerada desperdício (VIANA,

2007).

Page 40: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

39

Para os resultados das pesquisas realizadas fica evidenciado que é no

processo de produção do edifício, na origem do problema com características

particulares que a geração de resíduos deve ser enfrentada.

2.1.5 Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (GRCC) nos Canteiros

de Obra

Segundo Karpinsk (2009), o Estatuto da Cidade, Lei nº 10.257/2001

determina novas e importantes diretrizes para o desenvolvimento sustentável dos

aglomerados urbanos no País. O documento prevê a necessidade de proteção e

preservação do meio ambiente natural e construído, com uma justa distribuição dos

benefícios e ônus decorrentes da urbanização, exigindo que os municípios adotem

políticas setoriais articuladas e sintonizadas com o seu Plano Diretor. Uma dessas

políticas setoriais que pode ser destacada é a que trata da gestão dos resíduos

sólidos, nos quais se enquadram os resíduos da construção civil.

Por proteção e preservação do meio ambiente entende-se toda e qualquer

atividade que não altere as propriedades físicas, químicas e biológicas do meio

ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das

atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o

bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições

estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais.

Martins (2012) relata que a Política Nacional de Resíduos Sólidos define para

resíduos sólidos a gestão integrada como um conjunto de ações voltadas para a

busca de soluções para esses resíduos de forma a considerar as dimensões política,

econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do

desenvolvimento sustentável. Dessa forma, a integração entre o empresariado, o

poder público e a sociedade civil é de suma importância para o cumprimento do

gerenciamento de RCC.

O gerenciamento de resíduos da construção no local de geração representa,

segundo Karpinsk (2009), uma importante ferramenta para que a indústria da

construção assuma sua responsabilidade com o resíduo gerado no ambiente

urbano. Essa atitude conduzirá ao confinamento do resíduo, em grande parte dentro

do local de origem, o que evita sua remoção para locais distantes, evitando dessa

Page 41: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

40

forma despesas e problemas, inicialmente para empresas construtoras e

posteriormente para os órgãos públicos responsáveis.

Para Leite (1997), o conceito de gerenciamento refere-se aos aspectos

tecnológicos e operacionais e envolve fatores administrativos, econômicos,

ambientais de desempenho, como a produtividade e a qualidade. É a realização do

que a gestão delibera, por meio da ação administrativa de planejamento e controle

de todas as etapas do processo, na qual a gestão pode ser definida como atividade

relacionada à tomada de decisões estratégicas e à organização do setor para uma

determinada finalidade, envolvendo instituições, políticas, instrumentos e meios.

A relação estreita entre o gerenciamento de resíduos no canteiro e a fase de

concepção do projeto induz a um só caminho: toda obra deve cumprir as etapas

construtivas de forma eficiente e eficaz e, para isso, toda obra necessita organizar-

se em nível máximo para atingir esse fim. Se o intuito do gerenciamento dos

resíduos de construção civil, segundo a Resolução 307/2002 do CONAMA, é não

gerar, reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos, o planejamento, as responsabilidades,

as práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as ações

necessárias para esse fim passam pelo cumprimento das etapas previstas: planos e

programas dos projetos em questão e projetos executivos para as construções de

modo que, nas obras, seus resíduos sejam gerenciados. Também devem ser

compatibilizados os projetos e as pessoas envolvidas e, na elaboração desses

projetos, é possível utilizar-se de modelos que visem prevenir a geração de

resíduos, em primeiro lugar, e ainda minimizar o uso de matérias-primas, como o de

Produção Mais Limpa (MARTINS, 2012).

Modelos de gestão ambiental voltados para as organizações como a

Produção Mais Limpa, também conhecida pela sigla P+L, significam a aplicação

contínua de uma estratégia ambiental preventiva e integrada aos processos,

produtos e serviços a fim de aumentar a eficiência no uso de matérias-primas, água

e energia e reduzir os riscos para os homens e o meio ambiente. É, antes de tudo,

uma ação econômica porque baseia-se no fato de que qualquer resíduo de qualquer

sistema produtivo só pode ser proveniente das matérias-primas ou insumos de

produção utilizadas no processo. Todos os resíduos ontem eram matéria-prima e

foram comprados e pagos como tal (MARTINS, 2012).

Desta forma, analisando-se unicamente o custo econômico que envolve RCC,

estaria justificado o investimento em gerenciamento de RCC pelos grandes e

Page 42: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

41

pequenos geradores e a gestão pela municipalidade, isso sem ainda contabilizar o

dano ambiental, social e de saúde pública.

Goron e Tubino (2007 apud Fernandes 2013) afirma que realizar medições

dentro do canteiro de obra para gerenciamento de resíduos da construção civil

(GRCC) é fundamental; essas medições realizadas antes e depois podem ser

comparadas evitando-se opiniões e comprovando-se objetivamente a melhoria do

processo como um todo. Para Zordan (1997), é possível, além de quantificar o

descarte de cada resíduo, classificá-lo por etapa construtiva e por agente envolvido

no canteiro, sensibilizando-o e conscientizando-o em relação ao seu papel no

processo (ZORDAN, 1997).

Relata Pinto (1999) que no Brasil as estimativas para geração de RCC variam

entre 230 kg/hab./ano e 760 kg/hab./ano e para mediana na amostra pesquisada

cerca de 510 kg/hab./ano. Coletivamente o setor da construção é responsável por

um terço do consumo de recursos naturais, incluindo 12% de todo o uso de água

doce e pela produção de até 40% de resíduos sólidos ou resíduos da construção

civil (RCC).

Carneiro (2005) demonstra que aproximadamente 90% desses RCC são

potencialmente recicláveis quando segregados na fonte geradora, prática ainda

pouco usada nesse segmento. Portanto, em média, 40% dos resíduos produzidos

nas cidades brasileiras são provenientes da construção civil e apenas 10% desse

total são reaproveitados.

Para Bidone (2001), no Brasil, em geral, para cada uma tonelada de RSU são

coletadas duas toneladas de RCC. O grande volume e a massa desse entulho

permanecem sem tratamento e sem aproveitamento nas cidades brasileiras,

gerando um ônus para a sociedade e um grave problema de gestão ambiental para

a administração das cidades.

Ainda segundo Pinto (2005), dentro do total de volume gerado de RCC nos

municípios, são as obras de construção, reformas e demolições realizadas pelos

próprios usuários de imóveis que geram cerca de 75% do total, ou seja: eventos

informais, de pequenos geradores, são aqueles que necessitam ser também

disciplinados pela municipalidade, pela quantidade de RCC produzida.

Assim, é importante destacar que o processo de gerenciamento de RCC

torna-se cada vez mais urgente e a participação desses cidadãos junto à

municipalidade precisa ser tratada com a importância que o tema exige. Promover o

Page 43: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

42

desenvolvimento de uma sensibilização ambiental focada em conservação e

preservação é fundamental e, campanhas públicas, contando com a matéria

educação ambiental voltada à educação formal, multidisciplinar e em todos os

níveis, é um caminho para envolver a sociedade em uma gestão de resíduos com

novas regras sociais, econômicas e ambientais que promova mudanças de hábitos

necessárias.

Para a parcela de 25% dos grandes geradores, as empresas construtoras em

geral, o gerenciamento de RCC já é considerado parte integrante de qualquer

processo que vise qualidade, produtividade e redução de custos para as empresas,

a partir de seus empreendimentos. Quando fala-se na melhoria da qualidade para o

setor da construção civil, o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no

Habitat (PBQP-H) visa apoiar o esforço brasileiro de modernização do setor no

aumento da qualidade e produtividade e redução de custos na construção

habitacional.

O Programa trabalha para articular os vários segmentos da cadeia produtiva:

desde a indústria de materiais às empresas construtoras, bem como outras

instâncias governamentais, os agentes financiadores e promotores, entre outros.

Para as empresas é a oportunidade de aumentar sua competitividade por meio da

redução de desperdícios, melhor formação dos profissionais, acesso a projetos,

materiais e componentes de melhor qualidade e adequação às normas técnicas. A

base do Programa tem início na implantação de um sistema evolutivo de qualidade,

o Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obra da

Construção Civil – SiAC, que tem por objetivo fomentar o desenvolvimento e a

implantação de instrumentos e mecanismos de melhoria da qualidade de projetos e

obra (PBQP-H, 2013).

As estratégias das empresas na direção desta qualidade para o setor tem-se

dado através de dois caminhos: primeiro através da implantação de programas de

gestão de qualidade e posterior certificação, pelas normas da série ISO 9000, e

segundo, através da implantação de programas de racionalização construtiva

(BARROS, 2001).

Para SABBATINI (1989), racionalização construtiva é um processo que

abarca o conjunto de todas as ações que tenham por objetivo otimizar o uso dos

recursos materiais, humanos, organizacionais, energéticos, tecnológicos, temporais

e financeiros, disponíveis na construção em todas as suas fases. Ao incorporar-se

Page 44: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

43

princípios de racionalização construtiva e construtibilidade de projetos, destaca-se a

necessidade de se reformular como os projetos vêm sendo conduzidos ou seja,

gerenciados.

Relata Lima (2006) que o gerenciamento de RCC no canteiro de obra é

responsável pela redução de acidentes de trabalho em razão de obras mais limpas e

organizadas; melhora a produtividade e reduz o volume de RCC removido da

canteiro, além de atender aos requisitos ambientais do PBQP-H e da certificação

ISO 14001, para gestão ambiental nas empresas. Como resultado, há uma melhoria

importante na imagem institucional da empresa junto ao público consumidor.

A primeira experiência com gerenciamento de RCC em canteiros de obra tem

seu marco no pioneirismo do Programa de Gestão Ambiental de Resíduos em

Canteiros de Obra (2005) em São Paulo, experiência essa divulgada em forma de

Manual e intitulada Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil: A

Experiência do SindusCon-SP.

Implantada em um grupo-piloto de onze construtoras, a metodologia do

Programa Obra Limpa contou com a assessoria técnica das empresas, Informações

e Técnicas (I&T) e Obra Limpa Comércio e Serviços Ltda, e foi iniciada pelo grupo-

piloto de construtoras em janeiro de 2003 e concluída em agosto de 2004.

Como vantagens identificadas após a implantação do Programa foram

observadas melhorias na organização da obra, conscientização ambiental, redução

de custos, melhoria na administração dos resíduos, adequação à legislação e

melhoria na imagem institucional da construtora (SINDUSCON/SP, 2005).

As dificuldades relatadas em SindusCon/SP (2005) para implantação desse

gerenciamento no grupo-piloto foram: baixo comprometimento da direção de

algumas obras (engenheiros), dificuldade na articulação com produtores e

aplicadores de insumos, presença de empresas de transporte não licenciadas no

Departamento de Limpeza Urbana da Prefeitura de São Paulo, carência de áreas de

reciclagem (ARs) e ATTs, ausência de legislação de fiscalização e penalidade, pelo

não cumprimento da Resolução 307/2002 do CONAMA.

A avaliação final pelo SindusCon/SP (2005) demonstrou ser positiva a

iniciativa e ressaltou a necessidade da continuidade de ações junto aos órgãos

municipais na definição dos Programas Municipais de Gerenciamento de Resíduos

da Construção Civil, programas estes que possibilitam a implantação das ATTs e

Page 45: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

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dos Aterros da Construção Civil, seja pela elaboração das legislações pertinentes ou

pelo incentivo a novos negócios, como a reciclagem dos resíduos.

Hoje essa iniciativa serve como referência para que a implantação da gestão

ambiental de resíduos da construção civil nos canteiros de obras, assim denominada

no resultado do grupo-piloto em 2005, possa tornar-se realidade. A solução passa

pela efetiva participação da cadeia produtiva e envolve construtoras, incorporadoras,

projetistas, transportadores, ATTs, aterros, recicladoras, fabricantes, órgãos públicos

e entidades de pesquisa.

A iniciativa do SindusCon/SP em 2005 promoveu a elaboração de outros

manuais voltados à implementação de PGRCC pelos SindusCon`s, como os de Belo

Horizonte, Salvador, São Paulo, Sergipe, Pernambuco, bem como por instituições,

como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o Serviço Brasileiro

de Apoio às Pequenas Empresas (SEBRAE), Conselhos Regionais de Engenharia e

Agronomia (CREA), Ministério das Cidades, Caixa Econômica Federal, entre outras

iniciativas no Brasil.

Para Linhares (2005) a principal dificuldade apontada pelas empresas para

implantar gestão de RCC é sensibilizar a mão de obra no que se refere à

segregação desses resíduos. Treinamento com educação ambiental e programas de

alfabetização no próprio canteiro são iniciativas que visam atender essa questão,

mas destacar como fundamental a participação ativa desses trabalhadores nas

mudanças pretendidas em seus canteiros de obra talvez seja o maior desafio das

empresas. Surge assim mais um desafio para o gerenciamento de RCC: capacitar

trabalhadores tradicionais da construção civil para esse novo processo dentro de

uma realidade de alta rotatividade e baixa qualificação da mão de obra,

historicamente conhecida.

O mesmo autor afirma que práticas estão sendo incorporadas em algumas

empresas, como a redução da espessura de revestimento; controle do transporte e

armazenamento de materiais; uso de placas de gesso acartonado sem argamassa;

uso de peças metálicas pré-acabadas e moldadas conforme projeto e montadas no

local, com pouca geração de resíduos e construções modulares em geral. São as

implementações possíveis dentro de um processo complexo e que ainda demandará

tempo para os ajustes necessários quanto ao gerenciamento de RCC, em cada

empresa.

Page 46: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

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John (2000) relata que as mudanças para esse fim serão mais profundas que

aquelas causadas pela adoção do paradigma de gestão da qualidade, e sem que

toda a cadeia produtiva da construção civil sofra transformações significativas não

será possível atender e entender o desenvolvimento sustentável no setor.

2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Relata a Câmara Brasileira da Indústria da Construção no Programa

Construção Sustentável (CBIC, 2012), que as soluções para o desenvolvimento que

o Brasil espera e precisa passam necessariamente pela Engenharia e pela

Construção: a erradicação do déficit habitacional, a universalização do saneamento

e a ampliação da nossa infraestrutura produtiva e logística tornará os produtos

brasileiros mais competitivos no mercado internacional e, especialistas prevêem que

ocorrerá crescimento econômico mais acentuado nas economias emergentes e em

desenvolvimento, portanto, consumindo mais recursos per capita.

À medida que este crescimento avançar, mudanças substanciais serão

necessárias em todos os países, para atender a essa nova demanda de consumo

dentro dos limites do planeta. Para o estudo Vision 2050 (WBSCD, 2010), o Brasil

dispõe de todas as condições para liderar esse novo processo. Nosso país possui

solo abundante, sol o ano inteiro, tem a mais rica biodiversidade e a maior reserva

de água doce disponível e é movido pela matriz energética mais limpa do planeta.

Para o Guia CBIC (2012) são várias as abordagens em defesa do

desenvolvimento sustentável por envolver diferentes áreas e inúmeras prioridades,

tais como aspectos socioculturais, ambientais e econômicos, multifacetados pela

diversidade dos povos e do planeta em que vivemos e que não permite uma única

visão. Uma sociedade mais sustentável envolve políticas públicas, estratégias

corporativas e movimentos sociais o que, por si só, deve integrar conhecimentos

existentes, multidisciplinares e transversais, para alcançarmos as mudanças

esperadas. Serão revisitados, necessariamente, padrões de consumo, de produção

e de avaliação do bem-estar social, em atendimento a uma nova sociedade, com

objetivos sustentáveis.

Na análise encontrada no Guia CBIC de Boas Práticas em Sustentabilidade

na Indústria da Construção (CBICa, 2012), surge uma nova pergunta: qual o papel

das empresas no desenvolvimento sustentável? O que é esperado dos profissionais

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das empresas para o desenvolvimento sustentável? Entende-se que as empresas

são fundamentais por produzirem bens e serviços, gerando empregos e renda para

a sociedade; que elas tem grande potencial para inovar, evoluindo em ritmo

acelerado porém, elas também tem responsabilidade sobre os impactos negativos

que geram. Assim, pelo potencial empreendedor e inovador e atores envolvidos,

espera-se também que sejam capazes de solucionar as questões socioambientais

relacionadas às próprias atividades.

2.2.1 A Cadeia Produtiva e a Sustentabilidade na Construção

A sustentabilidade na Construção não encerra seu foco apenas nas empresas

construtoras; os impactos provocados pelo setor têm início antes mesmo da

produção de qualquer material. Têm início desde a extração de matérias-primas e se

estendem até o fim da vida útil do empreendimento, dos produtos construídos.

No Guia Cadeia Produtiva da Construção, da Câmara Brasileira da Indústria

da Construção, CBIC (2011), encontra-se relatado que existem diferentes

abordagens para tratar de todo este ciclo de vida e que, apesar de nomes diferentes,

tem-se o mesmo objetivo: reunir todas as atividades necessárias para que um

projeto de construção seja executado e tenha seus componentes corretamente

destinados após o seu uso. Os principais conceitos usados para esta denominação

são: Cadeia Produtiva da Construção (ABRAMAT; FGV, 2007), Construbusiness

(1999) e Macrossetor da Construção (MDIC; IEL, 2005).

Adota-se então o conceito de Cadeia Produtiva da Construção, termo utilizado

na pesquisa desenvolvida pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de

Construção (ABRAMAT) e Fundação Getúlio Vargas (FGV), pelo grau de

detalhamento das atividades que engloba e pela atualização das informações

(TELLO, 2012).

Tello (2012) relata que segundo a ABRAMAT e a FGV (2007), a Cadeia

Produtiva da Construção envolve todos os elos desse complexo produtivo e é

composta (i) pelas construtoras, incorporadoras e prestadoras de serviços auxiliares

da construção, que realizam obras e edificações; (ii) por vários segmentos da

indústria, os que produzem materiais de construção; (iii) por segmentos do comércio

varejista e atacadista; e (iv) por várias atividades de prestação de serviços, tais

como serviços técnico-profissionais, financeiros e seguros. A indústria da

Page 48: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

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Construção Civil é o núcleo dentro da cadeia produtiva. Isso ocorre não só pela sua

elevada participação no valor da produção e do emprego gerados em toda a cadeia,

mas também por ser o destino da produção dos demais segmentos envolvidos.

Dessa maneira, a indústria da Construção Civil determina, em grande medida, o

nível de atividade de todos os setores que a circundam.

Observa-se na Figura 1 que a Cadeia Produtiva da Construção envolve todos

os elos desse complexo produtivo e a porcentagem de 64,7% é composta pelas

construtoras, incorporadoras e prestadoras de serviços auxiliares da construção, que

realizam obra e edificações. Incluir essa importante fatia de participação na

promoção da sustentabilidade da cadeia produtiva é um desafio para o setor.

Figura 1 – Composição da Cadeia Produtiva da Construção 2012

Fonte: ABRAMAT e FGV Projetos. Banco de dados CBIC 2012

Na perspectiva econômica, a cadeia produtiva é responsável pela

configuração do sistema produtivo de um país e sua importância é relevante, para

que o país enfrente a crise econômica internacional. No Brasil, o crescimento real do

setor foi da ordem de 15,3%, registrado entre 2009-10, e o pagamento total em

impostos foi de R$ 62,5 bilhões em impostos.

Assim, a Cadeia Produtiva da Construção tem um importante papel na

promoção da sustentabilidade e seus impactos ambientais quando apresentados em

escala global, mostram-se significativos: a) a cadeia tem emissões de gases de

efeito estufa significativos – a produção de cimento é responsável por 5% e o uso de

Page 49: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

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energia em edifícios, 33% e b) grandes empreendimentos de infraestrutura geram

pressão sobre diferentes ecossistemas (PNUD, 2012).

No Brasil a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC, 2012)

informa em seu Programa Construção Sustentável que há estimativa de que a

construção gere atualmente entre 20% e 25% do total de resíduos da indústria

brasileira. Também informa que o setor está inserido em uma atividade econômica

significativamente impactante: mais de 250 milhões de toneladas anuais de recursos

agregados são extraídos para construção no Brasil e pelo menos 100 milhões de

toneladas de resíduos gerados, todo ano, com a quantidade variando de acordo com

o nível da atividade da construção e manutenção e, até mesmo, com as práticas

construtivas.

O estudo da ABRAMAT e FGV destaca que, mesmo com as medidas de

desoneração da sua carga tributária, o crescimento do valor total pago em impostos

pela cadeia produtiva da Construção foi 16% superior à variação do índice geral de

preços – disponibilidade interna (IGP-DI) entre 2009-10 (ABRAMAT; FGV, 2011). O

IGP-DI mede o comportamento de preços em geral da economia brasileira, é uma

média aritmética ponderada de outros índices e calculado mensalmente pela FGV.

Um dos principais desafios da cadeia diz respeito à informalidade, tanto de

empresas quanto de trabalhadores, uma questão central e social.; como a

participação na promoção da sustentabilidade da cadeia produtiva passa pelas

empresas formais, essas empresas consideram ser essa uma competição injusta no

presente: retiram-se recursos dessas empresas formais que poderiam ser investidos

no desenvolvimento de tecnologias e processos e limita-se o desenvolvimento da

cadeia produtiva (ABRAMAT; FGV, 2011).

O desafio da sustentabilidade assumiu há alguns anos papel de destaque na

agenda da Indústria da Construção no Brasil. O setor está cada vez mais consciente

da relevância do seu papel no contexto da mitigação e adaptação dos efeitos das

mudanças climáticas e da necessidade de melhoria das condições de vida no

planeta. Já existem suficientes estudos em nível nacional e mundial que avaliam os

impactos positivos e negativos gerados pela Indústria da Construção e do mercado

imobiliário sobre o meio ambiente, a sociedade e a economia (CBIC, 2012).

É grande a pressão sobre as empresas da cadeia produtiva da construção

para atuarem de acordo com os princípios da sustentabilidade. O governo vem

trabalhando nos âmbitos federal, estadual e municipal para regular o setor e

Page 50: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

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estimular a melhoria de desempenho em diferentes temas. Cresce o número de

municípios com legislações que obrigam os empreendimentos à medição

individualizada de água e gás, aquecimento solar de água e à elaboração de um

programa de gerenciamento de resíduos para a obtenção de Alvará de Construção

ou Habite-se.

A Norma de Desempenho NBR 15575 da ABNT aponta o desempenho

mínimo exigido dos sistemas estruturais, de pisos, de vedações, de coberturas e

hidrossanitários das novas edificações residenciais e orienta a concepção e

execução de novos empreendimentos, além do desenvolvimento tecnológico de

novos sistemas construtivos, contribuindo significativamente nesse novo processo

(CBIC, 2013).

Para Tello (2012) merecem destaque também as organizações que estão

dedicadas à promoção da sustentabilidade no setor da Construção como o Conselho

Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) que desde 2007 reúne professores,

pesquisadores e empresas para “induzir o setor da Construção a utilizar práticas

mais sustentáveis que venham melhorar a qualidade de vida dos usuários, dos

trabalhadores e do ambiente que cerca as edificações”. De modo complementar, o

Centro de Desenvolvimento da Sustentabilidade da Construção, da Fundação Dom

Cabral (CDSC/FDC), se dedica a construir estudos de caso, pesquisas e

ferramentas de apoio ao desenvolvimento da gestão da sustentabilidade na cadeia

produtiva da Construção.

Observa-se em todo o país as iniciativas pelas entidades de classe para

promoção da sustentabilidade na cadeia produtiva. Os programas prioritários da

CBIC que abordam diferentes aspectos da sustentabilidade na construção (CBIC,

2012) são mostrados no Quadro 5.

Quadro 5 – Programas prioritários CBIC Eixos Prioritários de Atuação

da CBIC Programas CBIC Eixos Prioritários da Economia Verde

Habitação de Interesse Social Moradia Digna Melhoria do bem-estar, igualdade social no acesso às condições básicas para a vida

Capacitação de Mão de Obra Próximo Passo Crescimento de renda, emprego e inclusão.

Inovação Tecnológica Inovação Produção de baixo carbono e uso eficiente de recursos naturais

Continua...

Page 51: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

50

Quadro 5 – Programas prioritários...(continuação)

Construção Sustentável Construção Sustentável (PCS)

Modelo de desenvolvimento sustentável da construção, produção de baixo carbono e uso eficiente de recursos naturais.

Construção Sustentável e Inovação Tecnológica

Parque de Inovação e Sustentabilidade do

Ambiente Construído

Crescimento de renda e emprego, além de inclusão

Fonte: Adaptado de Guia das Boas Práticas (CBIC, 2012).

As ações realizadas ou em andamento para a promoção da sustentabilidade

junto às associadas das respectivas entidades de classe estão demonstradas no

Quadro 6 .

Quadro 6 – Exemplos de iniciativas de sustentabilidade de entidades de classe Entidade Iniciativas

SindusCon-PR Seconci-PR

Programas de Saúde e Segurança

Programa Caminhos da Profissão Comitê de Incentivo à Formalidade

Sicepot-MG QUALIC - Programa de

Qualificação da Indústria da Construção

Cursos de Especialização em

Engenharia Rodoviária e Pavimentação

Campanhas Anuais de Combate à Dengue nas Obras

Seconci-RJ Curso de Iniciação

Profissional na Construção Civil

Treinamento On-line de Segurança do Trabalho Mega Feirão do Emprego

SindusCon-AL Programa Procompi Programa de Apoio à Competitividade das Micros e Pequenas Empresas

Secovi-SP

Caderno Condutas de Sustentabilidade no

Setor Imobiliário Residencial

Estudo Indicadores de Sustentabilidade no

Desenvolvimento Imobiliário Urbano

Projeto Ampliar e Trabalhos Conjuntos com Organismos

Competentes para remediação de terrenos contaminados

SindusCon-MG Cartilha – Gerenciamento de Resíduos Sólidos da

Construção Civil

Banco de Terra, Banco de Entulho e Agregado Reciclado

Boletim Agenda Ambiental

SindusCon-Rio Alfabetizar é Construir – Educação Fundamental nos Canteiros

SindusCon-GO Manual da Construção Sustentável

ECOS - Encontro sobre Construção e

Sustentabilidade

Seção Construção Sustentável na Revista Construir Mais

Fonte: Adaptado de Guia das Boas Práticas (CBIC, 2012).

Na abordagem proposta pela CBIC (CBIC, 2012) para desenvolver a

sustentabilidade na cadeia produtiva da construção brasileira são esses os principais

desafios: 1) valorização e desenvolvimento da mão de obra: valorização do

empregado; integração da mão de obra feminina; educação e capacitação

profissional; 2) inovação tecnológica para construção mais rápida, com menos

resíduos e com a geração de melhor qualidade e menor consumo: a industrialização

em canteiro ou fábrica, o uso de novos materiais, o desenvolvimento de novos

Page 52: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

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sistemas construtivos, uso do Building Information Modeling (BIM), mudanças no

processo de gestão de empreendimentos com maior ênfase à fase de projeto; 3)

desenvolvimento urbano sustentável: maior qualidade de vida para sua população e

mais dinamismo para a sua economia. Para esses desafios estão envolvidas as

questões sociais, legais, tributárias e institucionais, a serem amplamente debatidas e

visando atender ao maior número possível de interessados (TELLO, 2012).

2.2.2 Construção Sustentável

Em um processo de reversão para o ambiente construído surge o paradigma

da construção sustentável. No âmbito da Agenda 21 a Construção Sustentável em

Países em Desenvolvimento é definida como "um processo holístico que aspira a

restauração e manutenção da harmonia entre os ambientes natural e construído e a

criação de assentamentos que afirmem a dignidade humana e encorajem a

equidade econômica". Mas o conceito vai além da sustentabilidade ambiental

quando pensado no contexto do desenvolvimento sustentável, integrando-se a

sustentabilidade econômica e social (CORREA, 2009).

Para a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura – AsBEA (CIC,

2008), Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), (CBCS, 2009) e

outras instituições são princípios básicos desse tipo de construção:

a) Aproveitamento de condições naturais locais;

b) Utilizar o mínimo de terreno e integrar-se ao ambiente natural;

c) Implantação e análise do entorno;

d) Não provocar ou reduzir impactos no entorno – paisagem,

temperaturas e concentração de calor, sensação de bem-estar;

e) Qualidade ambiental interna e externa;

f) Gestão sustentável da implantação da obra;

g) Adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários;

h) Uso de matérias-primas que contribuam com a ecoeficiência do

processo;

i) Redução do consumo energético;

j) Redução do consumo de água;

k) Reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos;

l) Introduzir inovações tecnológicas sempre que possível e viável;

Page 53: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

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m) Educação ambiental para conscientização dos envolvidos no processo.

Relata o Guia de Sustentabilidade na Construção (CBIC, 2008) que para as

construções sustentáveis concebidas e planejadas são várias as premissas

consideradas, entre elas, a escolha de materiais ambientalmente corretos com

origem certificada e com baixas emissões de CO2; uma menor geração de resíduos

durante a fase da obra; cumprimento das normas, principalmente as de

desempenho; supressão de menores áreas de vegetação; demanda de menos

energia e água em todas as fases (construção e uso) e reaproveitamento amplo no

fim de seu ciclo de vida, além do atendimento às normas de segurança e à

formalidade das contratações. Se comparadas as práticas atuais adotadas pelas

empresas de construção civil, evidencia-se a necessidade urgente de ajustes na

produção do edifício, nos canteiros de obra. (CBIC, 2008).

O conceito de construção sustentável passa a ser inserido em todo o ciclo de

vida do empreendimento, desde sua concepção até sua requalificação (retrofit),

desconstrução ou demolição e mesmo considerando que a etapa de construção é

apenas uma pequena fração do ciclo de vida do edifício, é ela a responsável por

todo o seu posterior desempenho. Estudos para cada fase da obra demonstrando

seus impactos ambientais e como estes impactos devem ser trabalhados concluem

o ciclo, para se obter um empreendimento com uma ideia sustentável, uma

implantação sustentável e uma moradia sustentável (CBIC, 2008).

No Guia Selo Azul Caixa (2010), conclui-se que a construção sustentável irá

exigir das empresas esforço similar realizado para a implantação dos sistemas de

gestão da qualidade: compromisso da direção da empresa, estabelecimento de

políticas, metas progressivas e indicadores constantemente atualizados, formação

de recursos humanos, evolução contínua. Seu conceito amplia do escopo

tradicional: qualidade, prazo, tecnologia e custo com preocupações sociais e

ambientais.

Para John (2010) a principal diferença com relação à experiência de

implantação dos sistemas de gestão qualidade se comparada à de construção

sustentável, é que esta implicará na adoção de inovações tecnológicas, de

ferramentas de projeto a materiais radicalmente novos, novos sistemas construtivos,

sistemas de gestão, necessidade de planejamento do ciclo de vida, entre outros. É

certo que boa parte das soluções hoje vigentes deverá evoluir drasticamente ou ser

substituída por outras, a médio prazo.

Page 54: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

53

No Guia do Programa Construção Sustentável da CBIC (2012) sete temas

são considerados prioritários ou críticos: 1) água; 2) desenvolvimento humano; 3)

energia; 4) materiais e sistemas; 5) meio ambiente, infraestrutura e desenvolvimento

urbano; 6) mudanças climáticas; e 7) resíduos. E para o setor alcançar um estágio

no qual a construção sustentável seja uma prática universalizada é necessário atuar

dentro dos seguintes eixos estratégicos: fomento a políticas setoriais e públicas e à

legislação; atenção ao poder de compra do estado; concepção de projetos; inovação

tecnológica e gestão de pessoas e processos.

Para a CBIC (2012) o Programa Construção Sustentável tem como objetivo

fazer com que empresas, governos e sociedade repensem seus produtos, suas

relações, serviços e estratégias, a partir das dimensões ambiental, social e

econômica. Também combater e erradicar a ilegalidade e a informalidade na cadeia

produtiva da construção; atuar de forma segura, eficiente e responsável junto a

todos os seus públicos de interesse e ao meio ambiente; conhecer e cumprir a

legislação e, voluntariamente, exceder suas obrigações naquilo que seja relevante

para o bem-estar da sociedade. Por fim, comunicar-se com funcionários,

fornecedores, parceiros e colaboradores para motivá-los ao protagonismo e ao

desenvolvimento sustentável

No conjunto de iniciativas necessárias ao avanço da construção sustentável

no país, a gestão de resíduos é, provavelmente, a que mais rápido pode oferecer

resultados significativos. A superação de desafios internos e externos ao longo da

cadeia produtiva é urgente, no sentido de assegurar avanços no estágio atual de

gestão de resíduos sólidos do setor como: a promoção e a implementação da

autorregulação; o exercício efetivo e obrigatório da logística reversa e a formalização

de fluxos de forma que esteja explícita a matriz de responsabilidades no pós-obra,

exigindo-se a plena legalidade de atuação dos agentes transportadores e

receptores. Entende-se por logística reversa “... procedimentos e meios destinados a

viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para

reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação

final ambientalmente adequada” (CBIC, 2012).

A ideia de sustentabilidade impulsiona a inovação, estimula a busca por

novas tecnologias e promove o surgimento de novos nichos de mercado. Faz-se

necessário, para isso, que a cadeia produtiva promova a transição do modelo

empresarial atual rumo às inevitáveis demandas contemporâneas (CBIC, 2011).

Page 55: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

54

Visando estudar, analisar e definir diretrizes para o desenvolvimento, difusão

e avaliação de inovações tecnológicas na construção civil brasileira, o Programa

Inovação Tecnológica na Construção (PIT) parte do princípio de que os efeitos das

inovações para o setor e para a sociedade como um todo são necessários, no

processo de desenvolvimento econômico e social do país (CBIC, 2012).

Com os Programas Construção Sustentação e Inovação Tecnológica na

Construção pretende-se atingir o mais amplo espectro possível de empresas e

profissionais de todos os elos da cadeia produtiva (CBIC, 2012).

2.2.3 Conceito de Inovação Tecnológica

A inovação está no cerne da mudança econômica e encontra-se definida em

Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação, da Organização

para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2005) que,

Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas. (OCDE, 2005).

Para Lemos (1999 apud Dosi 2000) define-se inovação como a busca, a

descoberta, a experimentação, o desenvolvimento, a imitação e a adoção de novos

produtos, processos e novas técnicas organizacionais.

Na percepção de Erdmann (1993) as novas tecnologias tem apresentado pelo

menos três metas básicas:

a) a redução do esforço de trabalho;

b) o aumento da produtividade;

c) a melhoria da qualidade do produto.

Para o Relatório de Pesquisa Projeto de Inovação Tecnológica (PIT, 2008),

uma inovação pode consistir na implementação de uma única mudança significativa

(radical) ou em uma série de pequenas mudanças incrementais que juntas podem

constituir uma mudança significativa. Enquanto as primeiras se caracterizam pela

busca de novas tecnologias e novos modelos de negócio, rompendo com os

padrões anteriores, as inovações incrementais procuram melhorar continuamente os

sistemas existentes, tornando-os mais baratos, melhores e mais rápidos.

Em Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação, do

Relatório OCDE (2005), diferenciam-se quatro tipos de inovação: de produto, de

Page 56: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

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processo, de marketing e organizacional. Inovações de produto e inovações de

processo relacionam-se estreitamente com os conceitos de inovação tecnológica de

produto e inovação tecnológica de processo. As inovações de marketing e as

inovações organizacionais complementam o conjunto de inovações.

Ainda segundo o Relatório (OCDE, 2005), “uma inovação de produto é a

introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que

concerne a suas características ou usos previstos”.

No relatório de pesquisa Projeto de Inovação Tecnológica (PIT, 2008) da

Câmara Brasileira da Indústria da Construção, considera-se ainda como inovações

de produto: as inovações no produto do edifício ou em um ou mais de seus

subsistemas, componentes ou materiais. Para as inovações de processo: inovações

no processo de produção dos edifícios, que podem ser obtidas a partir de inovações

em produtos intermediários como tipos de subsistemas, componentes ou materiais

que têm impacto no processo. Inovações organizacionais: afetam a organização das

empresas do setor e seus processos não diretamente relacionados à produção

como implementação de softwares, criação de novos métodos para processos como

planejamento, orçamento e projeto. Inovações de marketing: as que se referem a

novas formas de relacionamento com os clientes, promoção dos produtos,

comunicação com o mercado.

Ao discutir o conceito de inovação apresentado por vários autores, Barros

(1996 apud Hippert e Coutinho 2012) propõe diretrizes para a implantação de

inovações tecnológicas na produção de edifícios a partir do entendimento para

Inovação Tecnológica no Processo de Produção: “um aperfeiçoamento tecnológico,

resultado de atividades de pesquisa e desenvolvimento internas ou externas à

empresa, incorporado à cultura da empresa e aplicado efetivamente ao processo de

produção do edifício, objetivando a melhoria de desempenho, qualidade ou custo do

edifício ou uma sua parte”.

A norma ABNT NBR 15575 “Edificações Habitacionais – Desempenho”

(ABNT, 2013), que constitui importante e indispensável marco para a modernização

tecnológica da construção brasileira e melhoria da qualidade de nossas habitações,

define inovação tecnológica como aperfeiçoamento tecnológico resultante de

atividades de pesquisa, aplicado ao processo de produção do edifício, objetivando a

melhoria de desempenho, qualidade e custo do edifício ou de um sistema.

Page 57: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

56

A inovação tecnológica na construção civil apresenta uma série de

peculiaridades. Se historicamente a indústria da construção civil já foi chamada de

uma “indústria de protótipos”, diferenciando-a das indústrias seriadas, foi para

sugerir, com este conceito, a ideia de um processo aberto a inovações; mas não é

essa a situação observada na prática (HIPPERT E COUTINHO, 2012).

Relatam Junior e Amaral (2012 apud Pozzobon et al. 2004) que só por volta

de 1984, após as iniciativas de racionalização da construção, as inovações

tecnológicas começaram a ser mais observadas no Brasil.

No caso brasileiro encontra-se uma grande semelhança entre os canteiros de

obra: são baseados numa mesma estrutura organizacional e com pequena

variabilidade das soluções técnicas adotadas, com pequena variedade de insumos e

soluções de projeto facilitando o seu controle. Desta forma, as inovações acabam

sendo inseridas a partir de tecnologias anteriormente já utilizadas e testadas por

projetistas e construtores. Não há uma mudança drástica nos processos,

caracterizando-se por conseguinte em inovações incrementais (AMORIM, 1995 apud

HIPPERT E COUTINHO, 2012).

Essa realidade não difere daquela expressa por Slaughter (1993), que indica

a indústria da construção como marcada por um grande número de pequenas

empresas, bem mais sensíveis às variações dos ciclos da economia e por isso não

dispõem de muitos recursos para investir em inovação. Ainda segundo a autora, as

empresas construtoras tendem a inovar mais do que os seus fornecedores, por

conhecerem bem os processos construtivos e utilizarem-se desse conhecimento

para integrar diferentes sistemas. Relata ainda que os construtores são capazes de

inovar com baixo custo por terem mais acesso às informações necessárias para

impulsionar as inovações, além da necessidade de resolver problemas em curtos

espaços de tempo no intuito de evitar atrasos e custos extras pela falta de solução

para os mesmos (SLAUGTHER, 1993).

Ainda segundo Slaughter (1993), em relação às inovações desenvolvidas

pelos fabricantes que fornecem para a indústria da construção civil, as mesmas são

limitadas a partes dos produtos e sistemas que oferecem para evitar a ampliação da

sua responsabilidade na obra; por essa razão devem ser testadas exaustivamente e

obedecerem a normas técnicas antes de serem comercializadas. Portanto, as

inovações dos construtores são muitas vezes pontuais, incrementais, para

resolverem a baixo custo questões rotineiras, enquanto que as soluções dos

Page 58: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

57

fabricantes devem ser amplamente testadas e se adaptarem a um tipo de situação

mais comum entre os atores da indústria que venham a utilizá-la.

2.3 MELHORIAS E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS SIMPLES EM CANTEIROS DE OBRA

2.3.1 O Canteiro de Obra

A norma técnica NBR 12284 (ABNT, 1991) define canteiro de obra como

sendo “áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhadores da indústria da

construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência.”

Para Souza (2000) o canteiro de obra pode ser comparado a uma fábrica,

sendo seu produto final o edifício. Ressalta que uma vez considerado uma fábrica,

sua análise deve ser feita observando os processos de produção e também como o

lugar onde os atores envolvidos na produção trabalham diariamente.

Souza (2000) afirma que a construção civil possui características específicas

que a difere das indústrias seriadas e destaca que a fábrica não é permanente: ela

será removida e o produto ficará no local. Exige-se uso intensivo de mão de obra, as

especificações não são tão detalhadas e a cada etapa da obra as atividades,

profissionais e equipamentos mudam. Desta forma, projetar a fábrica de uma

edificação torna-se uma missão mais complexa. Surge então a dúvida se seria

pertinente pensar organizadamente em um projeto para o canteiro de obra.

Categoricamente este autor afirma que sim, uma vez que buscar qualidade tornou-

se imprescindível para as empresas construtoras, assim como aumentar a

produtividade, sem comprometer a segurança dos trabalhadores, e incrementar suas

vendas.

A produtividade e a segurança dos trabalhadores vinculam-se às condições e

meio ambiente de trabalho na indústria da construção e dentro dessas condições,

como parte integrante da NR 18 (BRASIL, 1978) e pela relação intrínseca, pode-se

destacar a ordem e a limpeza do canteiro de obra, assim estabelecida:

a) O canteiro de obra deve apresentar-se organizado, limpo e

desimpedido, notadamente nas vias de circulação, passagens e

escadarias;

b) O entulho e quaisquer sobras de materiais devem ser regulamente

coletados e removidos. Por ocasião de sua remoção, devem ser

Page 59: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

58

tomados cuidados especiais, de forma a evitar poeira excessiva e

eventuais riscos;

c) Quando houver diferença de nível, a remoção de entulhos ou sobra de

materiais deve ser realizada por meio de equipamentos mecânicos ou

calhas fechadas;

d) É proibida a queima de lixo ou qualquer outro material no interior do

canteiro de obra;

e) É proibido manter lixo ou entulho acumulado ou exposto em locais

inadequados do canteiro de obra.

Como é esperado e natural que um canteiro de obra sofra alterações à

medida que caminha a execução da obra, Souza (2007) ressalta que na produção

das edificações mudam os materiais a serem aplicados, os serviços a serem

executados, os equipamentos e a mão de obra que serão utilizados. Por essa razão,

o autor destaca a importância em se observar as principais fases em que se pode

subdividir o canteiro, salientando que existem diferentes critérios para esta

subdivisão, que pode ser em função do tempo de que se dispõe para discutir o

planejamento do canteiro.

Segue uma das várias subdivisões, por fases, pelas quais pode passar um

canteiro, segundo Souza (2007):

a) Movimento de terra / contenção da vizinhança e fundações;

b) Estrutura do(s) subsolo(s) sob a torre e a periferia;

c) Estrutura do restante da torre;

d) Estrutura-alvenaria;

e) Estrutura-alvenaria-revestimentos argamassados;

f) Finalização da obra.

Souza (2007) também destaca outros momentos importantes para a definição

de modificações do canteiro, quais sejam: final da estrutura, alvenaria e dos

revestimentos argamassados; revestimentos em azulejo, cerâmica de piso,

montagem do elevador definitivo, instalações hidráulica, elétrica, impermeabilização

e pintura.

Silva (2000) para definir a gestão da logística do canteiro de obra estabelece

tratar-se de atividades de planejamento, organização, direção e controle dos fluxos

físicos na praça de trabalho, incluída aí a implantação do canteiro, a resolução de

interferências entre os serviços, a definição dos sistemas de transportes e

Page 60: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

59

dispositivos de segurança no trabalho. O mesmo autor discute novos conceitos

relativos à gestão da logística de canteiro de obra como os estudos de preparação e

projeto de canteiro e as ferramentas associadas: movimentação de materiais,

projetos para produção, arranjo físico do canteiro, planejamento das equipes de

movimentação, diagramas e mapas de fluxos de processos e listas de verificação

para controle da organização do canteiro.

2.3.2 Melhorias e Inovações Tecnológicas Simples em Canteiros de Obra

Pozzobon et al. (2004) relata que desde o início da década de 1990 os

esforços da construção civil brasileira objetivando melhores desempenhos tem sido

notórios, incluindo-se para esse avanço a busca por qualidade e/ou certificação e/ou

incrementos na produtividade, alterações na legislação trabalhista e previdenciária,

além do aumento da competitividade.

O trabalho apresentado por Pozzobon et al. (1999), listagem de verificação

com 240 itens considerados como inovações em canteiros de obras, tratava das

mudanças introduzidas na produção de edifícios e relacionadas ao gerenciamento

dos canteiros. Estas mudanças provenientes de aperfeiçoamentos resultantes de

pesquisa e desenvolvimento, interna ou externa à empresa, aplicadas ao processo

produtivo da edificação, buscavam alcançar a melhoria de desempenho, qualidade

ou custo do todo ou de uma parte. Para os autores, aplicar esta listagem posiciona o

canteiro de obra e a empresa construtora em relação á qualidade e às empresas

concorrentes, além de servir como sugestão para a implementação de melhorias

futuras.

A listagem utilizada por Pozzobon et al. (1999) com 240 itens apresenta seis

categorias e os seguintes conceitos para cada uma dessas categorias:

a) Apoio e dignificação da mão de obra: modificações introduzidas no

canteiro que buscam valorizar e motivar o trabalhador, incentivá-lo e

proporcionar um ambiente agradável e muito mais saudável, no sentido

de limpeza, organização, treinamento, bem-estar físico e psicológico.

Isso contribui para o aumento da produtividade e qualidade dos

serviços prestados pelo mesmo e do produto final;

b) Organização do canteiro: refere-se à disposição e limpeza do canteiro,

racionalização, programação e controle dos processos. Mostra

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60

inovações do layout de obra, procurando facilitar a circulação de

pessoas e materiais. Também são listadas mudanças de visual, com

as quais se procura dar um clima mais acolhedor a suas instalações

através de cores, pinturas, decorações, importante para quem trabalha

e para quem visita;

c) Movimentação de materiais e deslocamentos internos: pode-se

entender que são as questões que abordam estocagem, recebimento e

transporte de materiais. Investiga novos procedimentos que facilitam o

transporte de materiais, tornando o canteiro de obra mais organizado e

limpo, além de oferecer segurança no trabalho, prevenindo assim

acidentes tão corriqueiros em obra no geral;

d) Utilização de ferramentas, máquinas e técnicas especiais: refere-se às

ferramentas, máquinas e técnicas utilizadas dentro de um canteiro, na

produção do edifício;

e) Segurança do trabalho: refere-se a todos os tipos de atendimentos às

normas técnicas e à legislação vigente para canteiro de obra;

f) Comunicações internas: referem-se a todo tipo de comunicação dentro

de um canteiro, seja ela visual, através de textos, gráficos, cores ou

sonora, através de diversas tecnologias como walk talks, alto-falantes,

telefone, entre outras. Estas ajudam a manter um padrão para a

empresa, fazendo com que seus colaboradores tenham sempre uma

visão mais homogênea das práticas adotadas e, assim, aumentando

sua produtividade, organização e reduzindo as chances de erros ou

retrabalhos, entre outros.

Para a expectativa de descrever as boas práticas encontradas foram

realizadas buscas e levantamentos na realidade dos canteiros de obra nacionais que

podem ser citados como exemplos, sem a intenção de limitar a investigação,

conforme demonstrado no Quadro 7.

Quadro 7 – Pesquisas sobre inovação tecnológica na construção nacional no período 1998 a 2012 Autores e Ano da

Pesquisa

Quantidade de Canteiros (C)

e Empresas (E) Tipo da Pesquisa (Local) Principais Resultados

Continua...

Page 62: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

61

Quadro 7 – Pesquisas sobre inovação tecnológica na construção... (continuação) Cruz et al.

(1998) C=10 E=10

(diferentes empresas)

Diagnóstico a partir de determinada listagem (Belém do Pará – PA)

Considerou os aspectos logísticos relacionados à organização dos canteiros, detendo-se basicamente na área de suprimentos. Constatou que na maioria dos canteiros visitados não foram observados princípios logísticos considerados básicos, em outros setores industriais.

Meira et al. (1998) e

Librelotto et al.(1998)

C = 07

Descrição da racionalização de canteiros a partir de uma listagem (Florianópolis – SC)

Concluíram que era possível encontrar modificações, embora incipientes, no processo produtivo e na organização dos canteiros pesquisados naquela cidade.

Freitas et al. (1999)

C = 58 (convencionais

e de alvenaria estrutural de quinze cidades

brasileiras)

Diagnóstico para mudanças voltadas à qualidade e produtividade, a partir da listagem de Pozzobon (1999)* (RS, SC, PR, SP, Al, CE)

Os itens mais verificados foram aqueles relativos ao apoio e dignificação da mão de obra e segurança do trabalho. O item menos verificado nas obras visitadas foi relativo às inovações relacionadas à comunicação interna. Observaram que dos Estados com canteiros avaliados, o Paraná foi o que obteve maior pontuação e apresentou o maior percentual de mudanças, melhorias e inovações tecnológicas simples implantadas, aproximadamente metade das mudanças listadas.

Mendes Jr et al. (2002)

C = 30 Analisar as maiores preocupações e traçar o perfil das empresas construtoras (Curitiba – PR)

Nos assuntos organização do canteiro, movimentação dos materiais e ferramentas, máquinas e técnicas especiais, ainda há necessidade de se implantar muitos itens. A comunicação, dentro do canteiro de obra, apresentou-se com a devida importância para canteiros de grande porte.

Oliveira e Freitas (2008)

C = 61 Diagnóstico da implantação e uso de inovações tecnológicas e organizacionais por construtoras que executavam obras públicas (Paraná)

A partir da lista de Pozzobon et al. (1999) como base e ampliação de 240 para 466 itens, a serem verificados em canteiros de obras. Observaram que as empresas que prestam serviço ao setor público não apresentam grande preocupação em inovar, provavelmente devido ao contrato já garantido após a licitação e pela falta de cobrança do Poder Público. Também se observou que as empresas que atuam nesse setor tinham grande preocupação com a manutenção de documentos (80% de conformidade com os itens da lista), certamente para lidar com as fiscalizações presentes nesse tipo de obra.

Hippert e Coutinho (2012)

C = 9 E = 9

Análises de edificações com caráter aberto às inovações e seguindo um critério de acessibilidade que permitisse o acesso do pesquisador às informações necessárias (Juiz de Fora – MG)

Sugerem que a adoção de inovações independe do tipo de obra e está mais relacionada à característica da empresa, já que quatro dos canteiros pesquisados referem-se à construção de prédios do Programa Minha Casa Minha Vida e apresentaram resultados distintos quanto à aplicação de inovações.

Brandstetter et al. (2012)

E = 15 No período de 2009 a 2011 investigou as principais mudanças introduzidas na produção de edifícios relacionadas com a melhoria de qualidade e/ou produtividade de seus processos nas empresas (Goiânia – GO)

A partir de um check list elaborado e baseado nas pesquisas já realizadas em outras localidades do país, a análise dos dados considerou tanto as inovações tecnológicas simples quanto os diferenciais de canteiro. Demonstra que ao introduzir inovações tecnológicas simples na produção do edifício, permite-se a melhoria do local de trabalho, do processo e da organização, com ações simples e de baixo custo.

* Pozzobon et al. (1999) investigaram através de uma lista de verificação 240 itens considerados como inovações em canteiros de obras. As inovações estavam divididas em grandes categorias tais como: : [i] apoio e dignificação da mão de obra (43 itens); [ii] organização do canteiro (73 itens); [iii] movimentação de materiais e deslocamentos internos (15 itens); [iv] utilização de ferramentas, máquinas e técnicas especiais (51 itens); [v] segurança do trabalho (30 itens) e; [vi] comunicações internas (28 itens). Com base na lista indicada por Pozzobon et al.(1999), Freitas et al. (1999) apresentaram os resultados da aplicação da mesma em 58 cidades brasileiras.

Fonte: Adaptado de POZZOBON et al. (2004), ALVES et al (2009) e Brandstetter et al. (2012)

Das pesquisas apresentadas e com resultados positivos de implementação de

melhorias e inovações tecnológicas simples é possível verificar que as inovações

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62

estão relacionadas às melhorias no canteiro, com ações simples e de baixo custo,

mas que a adoção dessas medidas relaciona-se muito mais à característica da

empresa que a outras decisões, como baixo custo e/ou melhoria no local de

trabalho.

Page 64: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

63

3 MATERIAS E MÉTODOS

Essa pesquisa foi aplicada em canteiros de obra de empresas construtoras, a

partir de agora chamadas empresas, responsáveis pela produção de novos edifícios

residenciais em Cuiabá, para traçar um perfil das melhorias e inovações

tecnológicas simples implantadas, suas interações com as práticas e procedimentos

para Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (GRCC), bem como para

avaliar o modelo de GRCC implantado em seus canteiros de obra. Também para

suprir a carência de informação sobre o tema, além de subsidiar com dados e

informações as empresas para tomada de decisões referente à implantação de

GRCC, pela análise das boas práticas e/ou pelas dificuldades levantadas no estudo,

para essa implantação.

A pesquisa qualitativa, quantitativa, exploratória e de uma amostra específica

permitiu compreender as percepções, as interpretações próprias e a apreensão do

contexto de um problema bem delineado, mas ainda pouco explorado. Para melhor

defini-lo e compreendê-lo foi pesquisado através do contato direto com o objeto em

questão.

A pesquisa foi realizada com a utilização de técnica de entrevista pessoal,

direta, individualizada, junto ao público alvo, nos canteiros de obra das empresas.

Os questionários utilizados não foram pré-testados e não houve amostra-piloto, por

tratar-se de pesquisa intencional.

Para a coleta de dados foi utilizado o período de dezembro de 2013 a

fevereiro de 2014, com horário agendado pela empresa e de acordo com a

disponibilidade do engenheiro responsável pela obra e do mestre de obra, em

qualquer dia da semana, inclusive sábado e domingo.

Para caracterização das empresas construtoras foi elaborado um formulário

denominado “Caracterização da Empresa e do Setor de Atuação”. A direção da

empresa indicou a área responsável e o formulário foi enviado por e-mail, para ser

respondido. Seu objetivo: identificar o porte da empresa pelo faturamento, o número

de empregados, o tempo de atuação, o público-alvo e outras informações relevantes

das empresas e do segmento pesquisado.

Trabalhou-se com obras de 4 a 25 pavimentos pertencentes a empresas de

médio a grande porte pelo faturamento, com número variável de empregados e

subcontratados. Foram elencados canteiros com fases de obra próximas e

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64

cronogramas mais avançados, para obter-se uma visão geral do segmento

estudado.

Dividiu-se a pesquisa em etapas para facilitar a análise dos dados e os

questionários da pesquisa foram respondidos pelo engenheiro responsável pela obra

e pelo mestre de obra, em cada canteiro pesquisado. Na Figura 2, o fluxograma

geral da pesquisa.

Figura 2 – Fluxograma geral da pesquisa

As quatro etapas da pesquisa são descritas a seguir:

a) Etapa I – Diagnóstico dos canteiros de obra pela aplicação de três

instrumentos de coleta de dados:

1) listagem de modificações, melhorias e inovações tecnológicas

simples, relacionadas ao gerenciamento do canteiro de obra, de

Pozzobon et al. (1999), a partir de agora chamada de melhorias e

inovações, com objetivo de identificar as melhorias e inovações

tecnológicas presentes nos canteiros de obra e que contribuem

com o gerenciamento da obra;

2) questionário 1 – percepção do mestre de obra em relação ao

gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC) nos

canteiros de obra da empresa, a partir de agora chamado de

percepção do mestre de obra, com o objetivo de identificar o senso

Etapa I Diagnóstico dos Canteiros de Obra

Etapa II Avaliação do Modelo de GRCC

Implantado nos Canteiros das Empresas

Etapa III Cálculo do IGR para os anos de 2011, 2012 e 2013, da evolução do IGR e de RCC removido por canteiro. Média em kg/m² construído, por obra/empresa e

para cidade de Cuiabá, nesse segmento.

Etapa IV Comparativo e Análise

dos Resultados Etapas I, II, III

Caracterização da Empresa e do Setor de Atuação

Resultados Etapa I Resultados Etapa II Resultados Etapa III

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65

de observação, a percepção do entrevistado no canteiro de obra

sobre GRCC e suas dificuldades, no dia a dia do canteiro.

3) questionário 2 – práticas e procedimentos para gerenciamento de

resíduos da construção civil (GRCC) em canteiros de obra, a partir

de agora chamado de práticas para GRCC, com objetivo de

verificar se as principais práticas e procedimentos no canteiro de

obra estão integradas ao GRCC, visando minimizar esse tipo de

resíduo e envolvendo os demais setores da empresa,

responsáveis pela produção do edifício.

b) Etapa II – Avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros de

obra da empresa pela aplicação do:

1) questionário 3 – avaliação do modelo de GRCC implantado nos

canteiros de obra da empresa, a partir de agora chamado de

modelo de GRCC, com objetivo de avaliar a contribuição do

modelo implantado e os impactos positivos gerados na cadeia

produtiva da construção, pela obtenção de um valor médio por

canteiro e classificação do modelo de GRCC implantado, em

relação a uma conceituação predefinida.

c) Etapa III – Cálculo do índice de geração de resíduos (IGR) para os anos

de 2011, 2012 e 2013; da evolução do IGR por empreendimento/empresa;

do valor de RCC removido em kg/m² construído por

empreendimento/empresa pesquisado; do valor médio de RCC removido

em kg/m² para novos edifícios:

1) A partir do total destinado/removido de RCC em m³ dos canteiros

de obra pesquisados em relação ao total de m² construído, calcula-

se o IGR por empreendimento/empresa. A partir do IGR calcula-se

o total destinado/removido de RCC em kg/m² construído de cada

obra. Os valores calculados por canteiro e por empresa posicionam

a empresa em relação às concorrentes e também os canteiros da

mesma empresa, comparativamente.

2) A partir do IGR de um empreendimento concluído e similar ao

pesquisado, por empresa, para os anos de 2011, 2012 e 2013

calculou-se o total de RCC removido em kg/m² construído e

avaliou-se a evolução por empresa/ano. Nesse estudo, para

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66

verificar essa evolução, o valor estimado foi de redução de 10% ao

ano, por kg/m² removido por empreendimento/empresa/ano.

3) O valor médio entre todos os canteiros de obra pesquisados, para

RCC removido em kg/m² construído, serviu como base de análise

comparativa entre o valor médio obtido para os novos edifícios

residenciais na cidade de Cuiabá, o valor estabelecido pela

Prefeitura Municipal de Cuiabá para Projeto de Gerenciamento de

Resíduos da Construção Civil e o valor mais difundido

nacionalmente (PINTO, 2005).

d) Etapa IV – Comparativo entre resultados finais – melhorias e inovações x

práticas para GRCC x modelo GRCC x RCC removido (kg/m²) por meio

de:

1) Análise dos resultados finais por canteiro, por empresa e para a

cidade de Cuiabá, em relação à produção de novos edifícios

residenciais.

O formulário de caracterização da empresa e do setor de atuação, bem como

os três questionários aplicados nos canteiros de obra encontram-se no Apêndice A,

Apêndice B, Apêndice C e Apêndice D, respectivamente. A listagem de melhorias e

inovações aplicada nos canteiros de obra encontra-se no Anexo I.

3.1 AS EMPRESAS E OS CANTEIROS DE OBRA PARA A PESQUISA

Inicialmente foi adotado como universo da pesquisa todas as empresas

construtoras de edifícios residenciais atuando em Cuiabá e, como critério de

seleção, aquelas com obras em execução e finalizadas em 2013.

Foram levantadas e identificadas as empresas com obras em execução e

com obras finalizadas em 2013, em comercialização de unidades do

empreendimento, com informação pública e disponível na internet. Nesse

levantamento foram identificadas 24 empresas e 61 obras.

As empresas foram classificadas em ordem decrescente pela quantidade de

área projetada em construção e construída, em m², e identificou-se que 33 das 61

obras em execução e aquelas finalizadas em 2013, representavam 74% do total de

novos edifícios residenciais na cidade de Cuiabá, dentro do universo da pesquisa.

Da amostra de 74%, divididos entre 9 empresas, elencou-se 2 canteiros de obra por

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67

empresa para representar a amostra da pesquisa. No Quadro 8 demonstra-se em

síntese o universo, a amostra e os critérios da pesquisa.

Quadro 8 – Síntese do universo, da amostra e dos critérios de seleção da pesquisa Universo da pesquisa Total de obras

Critério de seleção 24 empresas 61 obras

Empresas com obras concluídas em 2013 e obras em execução e entrega prevista até março de 2014 (informação pública).

Tamanho da amostra 33 obras Representa 74% do universo da pesquisa e elencou-se 2 canteiros por empresa para representar a amostra.

9 empresas 18 canteiros 74%

Amostra da pesquisa 21 obras Adesão espontânea à pesquisa com motivação e palestra associada ao convite do SindusCon-MT. Dois canteiros foram indicados por empresa, dentro dos critérios predefinidos para escolha das obras, totalizando 12 canteiros de obra.

6 empresas 12 canteiros

52,3%

Amostra da pesquisa realizada

A adesão das empresas à pesquisa foi espontânea, com motivação e através

de reunião e palestra sobre a pesquisa, associado ao convite do Sindicato das

Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso (SindusCon-MT), para essa

finalidade. Também foi realizado contato direto com o universo das empresas da

pesquisa, principalmente com as empresas não participantes da palestra. Seis

empresas aderiram à pesquisa e juntas representaram 52,3% do total de m² já

levantados anteriormente, 21 obras, definindo-se a amostra do estudo realizado. As

seis empresas pesquisadas indicaram cada uma dois canteiros de obra, atendendo

critérios predefinidos para a pesquisa.

Foram os seguintes os critérios para a escolha das obras pelas empresas:

a) critério número um, que as obras indicadas pela empresa estivessem

sendo executadas dentro dos mesmos padrões e procedimentos técnicos, tanto para

obras convencionais ou de alvenaria estrutural. Considerou-se ainda nesse critério

que as diferenças entre as obras indicadas estavam relacionadas ao gerenciamento

de cada canteiro e ao GRCC, objeto desse estudo. Por essa razão, dois canteiros

representaram a média dos resultados pesquisados por empresa.

b) critério número dois, que a escolha para os dois canteiros por empresa

utilizasse como critério etapas construtivas próximas e, preferencialmente, com

cronogramas de obra mais avançados em função do objeto estudado, resíduos da

Page 69: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

68

construção civil. As empresas escolheram e indicaram seus dois canteiros de obra e

procuraram atender aos critérios da pesquisa.

As seis empresas construtoras participantes são de médio a grande porte

pelo faturamento anual e têm atuação nesse segmento da construção civil entre 5 e

30 anos. O público-alvo atendido são consumidores para edificações de padrão

baixo, normal e alto pelos critérios estabelecidos pela NBR 12721/2006 (ABNT,

2006), e parte dessas empresas também atua no segmento de edificações

comerciais e industriais e com número de empregados que varia entre 100 e mais

de 500.

As empresas indicaram canteiros de obra com sistemas construtivos

semelhantes, convencional ou alvenaria estrutural, e apenas uma empresa optou em

indicar uma obra convencional e uma obra em alvenaria estrutural.

As empresas foram identificadas pelas letras A, B, C, D, E, F e cada uma

delas participou da pesquisa com dois canteiros de obra. Os canteiros foram

numerados e identificados para cada empresa seguindo o critério de mesma letra da

empresa seguida pelos números 1 e 2 para identificar o primeiro e o segundo

canteiro por empresa, conforme distribuição apresentada no Quadro 9.

Quadro 9 – Distribuição dos canteiros de obra por empresa

Empresa A B C D E F

Canteiros A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2

3.2 DIAGNÓSTICO DOS CANTEIROS DE OBRA E AVALIAÇÃO DO MODELO DE GRCC

IMPLANTADO NOS CANTEIROS DE OBRA

Para o diagnóstico dos canteiros de obra e avaliação do modelo de GRCC

implantado nos canteiros, que projetasse a realidade das empresas pesquisadas,

aplicou-se a listagem de melhorias e inovações e os três questionários elaborados

para a pesquisa: percepção do mestre de obra, práticas para GRCC e modelo de

GRCC.

Para caracterizar a realidade dos canteiros de obra das empresas, a pesquisa

foi dividida em primeira e segunda fases. Na primeira fase, através da coleta de

dados, buscou-se identificar e analisar a percepção do mestre de obra, as melhorias

e inovações e as práticas para GRCC implantadas nos canteiros. A partir dessas

Page 70: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

69

realidades diagnosticadas foi executada a segunda fase: avaliação do modelo de

GRCC implantado nos canteiros da empresa.

Para o diagnóstico e a coleta de dados da primeira fase foram utilizados:

listagem de melhorias e inovações e os questionários 1 e 2 que continham questões

que antecediam a segunda fase. Na segunda fase, para avaliar o modelo de GRCC,

utilizou-se o questionário 3, e a ordem de aplicação dos instrumentos de coleta de

dados, das duas fases, apresentava uma sequência lógica para o entrevistado. As

respostas obtidas não tinham peso relativo de importância.

Os resultados obtidos foram comparados entre a listagem melhorias e

inovações e o questionário 2 – práticas para GRCC, por canteiro, por empresa e

analisados e discutidos. Também foram comparados, analisados e discutidos os

resultados da primeira fase em relação à segunda fase. Para o questionário 1 -

percepção do mestre de obra, os resultados alcançados foram analisados e

discutidos separadamente. A Figura 3 mostra o fluxograma da primeira e segunda

fase e das análises comparativas.

Figura 3 – Fluxograma da primeira e segunda fase para diagnóstico do canteiro de obra e avaliação do modelo de GRCC

3.3 LISTAGEM E QUESTIONÁRIOS APLICADOS NOS CANTEIROS DE OBRA

A listagem aplicada nos doze canteiros consistiu em 240 perguntas com

objetivo de levantar as modificações, melhorias e inovações tecnológicas simples

encontradas em canteiros de obra das empresas pesquisadas.

Os questionários aplicados nos doze canteiros de obra continham perguntas

para:

1) Levantar a percepção do mestre de obra em relação ao

gerenciamento de resíduos da construção civil nos canteiros de

obra da empresa;

PRIMEIRA FASE DIAGNÓSTICO DO CANTEIRO DE OBRA

Questionário 1 – Percepção do mestre de obra em relação ao GRCC nos canteiros de obra da empresa Aplicação da listagem – Levantamento de melhorias e inovações tecnológicas simples em canteiros de obra Questionário 2 – Levantamento das práticas e procedimentos para GRCC em canteiros de obra

SEGUNDA FASE

Questionário 3 – Avaliação do Modelo de GRCC implantado nos canteiros da empresa

ANÁLISE COMPARATIVA DOS RESULTADOS

Page 71: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

70

2) Levantar as práticas e os procedimentos para gerenciamento de

resíduos da construção civil em canteiros de obra;

3) Avaliar o modelo de gerenciamento de resíduos da construção

implantado nos canteiros de obra das empresas.

3.3.1 Aplicação da listagem modificações, melhorias e inovações

tecnológicas simples encontradas em canteiros de obra

Para levantamento dos dados foi aplicada a listagem de melhorias e

inovações tecnológicas simples encontradas em canteiros de obra convencionais e

de alvenaria estrutural, apresentada no Anexo I, com 240 questões objetivas e

distribuídas em seis itens para análise:

1) Apoio e dignificação da mão de obra – 43 questões;

2) Organização do canteiro – 73 questões;

3) Movimentação de materiais e deslocamentos internos – 15 questões;

4) Ferramentas, máquinas e técnicas especiais – 51 questões;

5) Segurança do trabalho – 30 questões;

6) Comunicações internas – 28 questões.

Para obtenção dos resultados para os seis itens acima propostos procurou-se

identificar quantitativamente as melhorias e inovações para cada um dos doze

canteiros e a listagem com as 240 questões objetivas e respostas SIM, NÃO e EI

(Em Implantação) foi aplicada em todos os canteiros de obra. As questões da

listagem foram adaptadas à realidade, durante a entrevista, e permitiu diagnosticar

cada canteiro em relação a melhorias e inovações. A aplicação da listagem em

forma de entrevista foi realizada em uma única visita.

Os resultados obtidos para as questões são apresentados quantitativamente

para os seis itens propostos e não têm peso relativo de importância. Foi considerada

apenas a resposta SIM para o resultado final e descartaram-se as respostas NÃO e

EI (Em Implantação), por considerar-se para esse estudo apenas o que existe de

melhorias e inovações nos canteiros, sua realidade no momento da pesquisa.

Para cada um dos seis itens analisados, se todas as questões forem

respondidas com SIM, representa 100% de atendimento ao item analisado. Se as

respostas SIM representarem menos de 50%, o atendimento para o item analisado

foi considerado “insatisfatório”. Se as respostas SIM representarem mais de 50%, o

Page 72: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

71

atendimento para o item analisado foi considerado “satisfatório”. Quanto maior o

percentual acima de 50%, maior o atendimento ao item analisado e melhor

qualidade. O mesmo critério foi utilizado para a análise das médias por item, por

canteiro e por empresa.

Buscou-se também, pelo resultado quantitativo final obtido em cada canteiro,

posicionar, comparativamente, o gerenciamento de cada canteiro de obra e de cada

empresa, observando-se a qualidade alcançada, dentro da perspectiva levantada.

3.3.2 Elaboração da Estrutura do Questionário 1

A partir do questionário apresentado por Martins (2012) – Colaboradores, foi

adaptado o questionário 1 – Percepção do Mestre de Obra em Relação ao GRCC,

nos Canteiros de Obra. Para levantamento dos dados, dez questões foram

distribuídas como mostrado no Apêndice B:

1) 8 questões de múltipla escolha;

2) 1 questão objetiva;

3) 1 questão descritiva.

Com as dez questões foi levantada a percepção de 11 mestres de obra para

GRCC nos 12 canteiros pesquisados, sendo que em um canteiro não foi possível

entrevistar o mestre de obra.

Na aplicação do questionário procurou-se obter respostas em relação a:

a) Tempo de trabalho na construção civil e grau de escolaridade, 2

questões – para conhecer o perfil dos entrevistados na pesquisa e

compreender os resultados obtidos nas perguntas do questionário;

b) Separação do lixo na residência, 1 questão – para levantar a

percepção sobre educação ambiental e a responsabilidade em realizar

a separação do resíduo na fonte geradora;

c) Gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC), 6 questões –

para levantar o entendimento, o senso de observação, a percepção do

entrevistado no canteiro de obra sobre gerenciamento de RCC e suas

dificuldades, no dia a dia do canteiro.

d) Medidas para redução do RCC da obra, 1 questão – com resposta

espontânea, para analisar a percepção para soluções diante do

problema do GRCC.

Page 73: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

72

3.3.3 Elaboração da Estrutura do Questionário 2

A partir dos questionários de Gehlen (2008) - Sobre Boas Práticas em

Canteiros de Obra; de Oliveira (2011) - Práticas e Procedimentos de Gestão

Ambiental Presentes nos Canteiros da Empresa, Gestão da Matéria Prima, Gestão

de Resíduos e de Tavares (2009) - Gestão dos Resíduos no Canteiro de Obra, foi

adaptado o questionário 2 – Levantamento de Práticas e Procedimentos para

Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil em Canteiros de Obras.

Para levantamento dos dados foram elaboradas 89 questões, distribuídas

como mostrado no apêndice C :

1) 66 questões objetivas;

2) 14 questões descritivas;

3) 5 questões de múltipla escolha;

4) 4 questões para escolha pela importância que ocorrem.

Essas questões foram agrupadas em sete itens, para análise:

1) Percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa – 10

questões;

2) Práticas e procedimentos relacionadas ao gerenciamento de resíduos

da construção civil (GRCC) – 27 questões;

3) Plano de GRCC, caracterização e triagem de resíduos da construção

civil (RCC) – 15 questões;

4) Acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC – 11

questões;

5) Transporte e destinação final de resíduos – 19 questões;

6) Grau de dificuldade e hierarquia de medidas eficientes para GRCC no

canteiro de obra – 2 questões;

7) Principais ocorrências de perdas e desperdícios e inovações

tecnológicas implantadas para minimizar perdas e desperdícios nos

canteiros – 5 questões.

Os resultados obtidos para as questões são apresentados quantitativamente

para os cinco itens propostos e não têm peso relativo de importância. Foi

considerada apenas a resposta SIM para o resultado final e foram descartadas as

respostas NÃO, por considerar-se para este estudo apenas o que existe de práticas

e procedimentos para GRCC nos canteiros, sua realidade no momento da pesquisa.

Page 74: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

73

Para os cinco primeiros itens analisados, se todas as questões forem

respondidas com SIM, representa 100% de atendimento ao item analisado. Se as

respostas SIM representarem menos de 50%, o atendimento para o item analisado

foi considerado “insatisfatório”. Se as respostas SIM representarem mais de 50%, o

atendimento para o item analisado foi considerado “satisfatório”. Quanto maior o

percentual acima de 50%, maior o atendimento ao item analisado e melhor

qualidade. O mesmo critério foi utilizado para a análise das médias por item, por

canteiro e por empresa.

Para os cinco primeiros itens propostos, procurou-se identificar em cada

canteiro de obra:

1) Percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa – a

clareza nas diretrizes ambiental e de qualidade propostas pela

empresa construtora;

2) Práticas e procedimentos relacionadas ao gerenciamento de resíduos

da construção civil (GRCC) – se as principais práticas e procedimentos

no canteiro de obra relacionadas a resíduos estão integradas ao

GRCC, visando minimizar RCC e envolvendo os demais setores

responsáveis pela produção do edifício: projeto, planejamento,

orçamento, logística, controle e monitoramento, treinamento,

terceirizados, diretrizes ambientais da empresa, além do próprio

canteiro de obra, entre outros;

3) Plano de GRCC, caracterização e triagem de resíduos da construção

civil (RCC) – se a empresa elaborou um plano de GRCC para seus

canteiros de obra, se as etapas caracterização e triagem de RCC estão

de acordo com a legislação vigente e identifica como as etapas estão

sendo realizadas no canteiro de obra;

4) Acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC – se essa

etapa está de acordo com a legislação vigente e identifica como está

sendo realizada no canteiro de obra;

5) Transporte e destinação final de resíduos – se essas etapas estão de

acordo com a legislação vigente, se são monitoradas pela empresa

construtora e gerenciadas quanto a reutilização, reciclagem e outras

destinações finais para os RCC e identifica como está sendo realizada

no canteiro de obra.

Page 75: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

74

Para o item 6) Grau de dificuldade e hierarquia de medidas eficientes para

GRCC no canteiro de obra, primeiro identificou-se o grau de dificuldade para GRCC,

pela percepção do engenheiro responsável pela obra quanto ao gerenciamento de

RCC, e escolha de uma das cinco opções formuladas. Em seguida, foram

identificadas as medidas eficientes para GRCC no canteiro pesquisado, sob a ótica

do engenheiro responsável pela obra. O engenheiro, além de identificar as medidas,

indicou a hierarquia de aplicação dessas medidas.

Para o item 7) Principais ocorrências de perdas e desperdícios e inovações

tecnológicas implantadas para minimizar perdas e desperdícios nos canteiros –

buscou-se identificar as principais ocorrências de perdas e desperdícios e seu nível

de importância de ocorrência, bem como quais inovações tecnológicas estão

implantadas e relacionadas à minimização de RCC, no canteiro.

Na obtenção dos resultados referentes às Práticas para GRCC, questionário 2

aplicado nos doze canteiros, foram realizadas cinco análises:

i. Primeira análise – o resultado final obtido em cada um dos cinco

primeiros itens de práticas para GRCC e a média obtida, por canteiro e

por empresa, avalia a qualidade dessas práticas, compara e posiciona

o canteiro de obra e a empresa em relação às empresas concorrentes,

bem como avalia os canteiros da mesma empresa. Os resultados das

questões 1.10 - A empresa possui qual Programa ou Certificado? e 6.1

- Grau de dificuldade para GRCC, bem como o resultado obtido pela

aplicação da listagem melhorias e inovações, também fazem parte da

primeira análise, por canteiro, por empresa e para avaliação geral dos

resultados.

ii. Segunda análise – os resultados obtidos para Dificuldades

Relacionadas ao GRCC em cada canteiro, questões descritivas, foram

apresentados pela frequência de ocorrência e posiciona as empresas

para suas dificuldades específicas e para as comuns, nesse segmento

da construção.

iii. Terceira análise – os resultados obtidos para ocorrências relacionadas

a perdas e desperdícios em cada canteiro, questões com escolha pela

importância que ocorrem, foram apresentados pela frequência de

ocorrência e posicionam as empresas quanto às ocorrências de

perdas e desperdícios, específicas e comuns, nesse segmento da

Page 76: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

75

construção. O resultado obtido para inovações tecnológicas

implantadas para minimizar perdas e desperdícios foi apresentado em

forma de listagem, para disseminar a informação sobre inovações

presentes nos canteiros.

iv. Quarta análise – o resultado obtido para medidas hierarquizadas

eficientes para GRCC foi apresentado em forma de listagem com as

medidas distribuídas pelas respectivas prioridades indicadas nas

respostas. Entende-se que medidas eficientes são encaminhamentos

para serem analisados, revisados, acrescentadas novas medidas,

para decisão a curto e médio prazo e com objetivo de obter soluções

para a empresa; esses resultados foram associados aos obtidos pela

empresa na terceira análise (iii).

v. Quinta análise – o resultado obtido para o índice de geração de

resíduo (IGR) informa a quantidade de m³ de resíduo

destinado/removido por m² construído por canteiro e compara e

posiciona o canteiro e a empresa em relação às empresas

concorrentes, bem como em relação aos seus próprios canteiros. Com

esse resultado calculou-se o valor de RCC destinado/removido em

kg/m² construído, por canteiro, e fez-se a comparação de todos os

resultados. O valor médio de todos os canteiros de obra para RCC

removido em kg/m² representou o valor para a cidade de Cuiabá, para

novas edificações residenciais. Calculou-se também o IGR para uma

obra por empresa, nos anos de 2011, 2012 e 2013, e comparando-se

os valores obtidos por obra concluída/ano, verificou-se a evolução do

IGR para um decréscimo esperado de 10% por empresa/ano.

Os resultados de outras questões do questionário 2 foram incluídos na análise

descritiva dos resultados finais da pesquisa.

A estrutura do questionário 2 segue uma lógica, por tema, com sequência

facilitadora para o entrevistado. É fundamental que o entrevistador esteja preparado

para a entrevista, com conhecimento sobre o tema principal, gerenciamento de

RCC. O entrevistador deve munir-se de todo material técnico que possa esclarecer

as dúvidas do engenheiro entrevistado e motivá-lo para a entrevista, incluído aí a

legislação vigente.

Page 77: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

76

A entrevista foi realizada em uma única visita e, quando possível, o canteiro

foi fotografado nesse dia. Quando necessário, fez-se uma segunda visita para sanar

dúvidas, e nessa visita fotografou-se o canteiro, caso não tenha sido ainda

registrado. Com o registro fotográfico foi estabelecida a memória do canteiro

pesquisado para garantir coerência, nas análises finais da pesquisa.

3.3.4 Elaboração da Estrutura do Questionário 3

A partir da metodologia de avaliação da sustentabilidade ambiental para

canteiros de obra durante a fase de execução de uma edificação, denominada ECO

OBRA, de OLIVEIRA (2011), foi adaptado o questionário 3 - Avaliação do Modelo de

Gerenciamento de RCC Implantado nos Canteiros da Empresa – com 23 questões

reunidas em quatro categorias, como mostrado no apêndice D:

1) Categoria 1, trata da relação da implantação do edifício com seu

entorno, com três questões;

2) Categoria 2, trata das escolhas dos sistemas e processos construtivos

e produtos de construção, com dez questões;

3) Categoria 3, trata da otimização e valorização de RCC gerados durante

a produção do edifício, com três questões;

4) Categoria 4, trata da otimização das etapas de gerenciamento de RCC,

com 7 questões.

Para as 23 questões apresentadas, a metodologia propõe até cinco opções

de respostas e apenas uma delas deve ser escolhida.

A metodologia de avaliação propõe, ainda, para os critérios de pontuação das

respostas (R1), (R2), (R3), (R4) e (R5), o mesmo padrão do autor OLIVEIRA (2011).

As notas para as respostas são 0,0 (zero), 2,5 (dois e meio), 5,0 (cinco), 7,5 (sete e

meio) e 10,0 (dez) respectivamente para (R1), (R2), (R3), (R4) e (R5), como

demonstrado com a questão 6 da avaliação. Para as empresas que deixaram

alguma questão da avaliação em branco, o critério de pontuação foi considerar a

resposta como R1, de valor 0,0 (zero).

“Questão 6 - O cimento utilizado no canteiro de obra possui selo da ABCP?”

(R1) Não possui selo da ABCP – Nota 0,0 (zero)

(R2) Não possui selo da ABCP mas adquire eventualmente com selo – Nota 2,5

(R3) Compra com selo e sem selo da ABCP – Nota 5,0

Page 78: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

77

(R4) Possui selo da ABCP mas adquire eventualmente sem selo – Nota 7,5

(R5) Possui selo ABCP – Nota 10,0

A Avaliação do Modelo de GRCC de cada canteiro, a partir das respostas

obtidas, analisa as ações e implementações pela empresa com impactos ambientais

positivos para não geração e/ou redução de RCC, integrando o canteiro de obra e a

empresa à cadeia produtiva da construção e conceitua o canteiro, avaliando seu

modelo de gerenciamento de RCC, a partir de sua contribuição para com as

mudanças necessárias no setor, em relação a RCC.

Para cada uma das quatro categorias propostas para análise procurou-se

identificar em cada canteiro de obra:

i. Relação da implantação do edifício com seu entorno – a avaliação da

relação da implantação do canteiro de obra no terreno e os impactos

causados sobre o entorno da obra (OLIVEIRA, 2011). A avaliação é o

resultado das questões:

Questão 1 - É pensado na prevenção do risco de inundação nas áreas

suscetíveis, limitando a propagação de poluentes que contribuem para o

entupimento das galerias de águas pluviais?

Questão 2 - Durante a implantação de um novo empreendimento há grande

liberação de material particulado que prejudica o meio ambiente da vizinhança.

Existe algum procedimento para minimizar este impacto?

Questão 3 - São tomadas medidas preventivas para evitar risco de

contaminação sanitária aos vizinhos do novo empreendimento?

ii. Escolhas dos sistemas e processos construtivos e produtos de

construção – durante a produção do edifício vários sistemas e

processos construtivos, bem como produtos podem ser utilizados, em

busca de prazos menores de execução, de maior racionalização

construtiva, na redução de impactos ambientais de exploração das

matérias-primas, na garantia da qualidade, na utilização de materiais

reciclados e/ou com certificação de qualidade. A avaliação foi feita

nessa categoria pela escolha do sistema construtivo que priorizasse a

durabilidade na escolha dos produtos de construção e na

adaptabilidade, pensando em não gerar e/ou reduzir RCC (OLIVEIRA,

2011). A avaliação é o resultado das questões:

Page 79: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

78

Questão 4 - Os produtos especificados para os sistemas e processos

construtivos do empreendimento são provenientes de empresas que possuem o selo

de qualidade ISO 14000?

Questão 5 - O produto selecionado quando não possui selo de qualidade tem

que possuir pelo menos uma das opções abaixo?

Questão 6 - O cimento utilizado no canteiro de obra possui selo da ABCP?

Questão 7 - É feita uma seleção adequada dos materiais e fornecedores

levando em consideração a redução dos impactos ambientais na sua produção,

especialmente aquelas relacionadas à emissão de gases contribuintes?

Questão 8 - A empresa tem conhecimento das características ambientais da

fabricação e utilização dos diversos tipos de cimento? Solicita um cimento que cause

menos impacto ambiental durante o processo de fabricação?

Questão 9 – Em média, a empresa compra os materiais de construção de

fabricantes e fornecedores em geral localizados em um raio menor de 800 km do

local da obra?

Questão 10 - A empresa compra madeira certificada ou de reflorestamento?

Questão 11 - A empresa sabe a procedência dos agregados? Os agregados

utilizados nos canteiros de obra são materiais reciclados?

Questão 12 - A empresa utiliza sistema de aço cortado dobrado? Caso não

utilize este sistema, a empresa reutiliza os resíduos de aço?

Questão 13 - Durante a execução do revestimento cerâmico de piso ou de

parede, a empresa executa projetos detalhados de paginação a fim de evitar

desperdício? Se não, é feito um estudo de início de partida para execução do

revestimento? O resíduo do revestimento cerâmico é aproveitado para alguma outra

finalidade? As embalagens dos revestimentos cerâmicos são recicladas ou

reutilizadas dentro ou fora do canteiro?

iii. Otimização e valorização de RCC gerados durante a produção do

edifício – nessa categoria, a avaliação visa verificar a não geração e/ou

redução desses resíduos durante a produção do edifício, incluídos aí a

redução dos incômodos, como poluição e consumo exagerado

causados pelos canteiros (OLIVEIRA, 2011). A avaliação é o resultado

das questões:

Page 80: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

79

Questão 14 - Durante as etapas de execução são tomadas medidas para

reduzir a produção de resíduos na origem ou tem reaproveitamento dentro do

canteiro de obra de pelo menos 50% dos resíduos durante a fase de construção?

Questão 15 - A empresa utiliza a ferramenta P+L (Produção mais Limpa) ou

algum outro tipo de ferramenta para diagnosticar as causas das perdas e geração de

resíduos?

Questão 16 - É feita uma definição e implementação de estratégia de meios

permitindo limitar os incomôdos do canteiro com medidas justificadas e satisfatórias,

tais como: incômodos sonoros, incômodo visual, incômodos devido à circulação de

veículos, incômodos devido ao material particulado, à lama, aos derramamentos de

concreto?

Questão 17 - É feita uma definição e implementação de uma estratégia de

meios permitindo limitar a poluição causada pelo canteiro com medidas justificadas e

satisfatórias tais como: poluição do solo e subsolo, poluição da água, poluição do

ar?

iv. Otimização das etapas do gerenciamento de RCC – nessa categoria

busca-se avaliar se no canteiro estão implantadas as etapas para o

gerenciamento de resíduos gerados, bem como seu tratamento e

controle. Avalia-se ainda se a empresa prepara os colaboradores para

essa tarefa. A avaliação é o resultado das questões:

Questão 18 - A empresa ministra palestra de conscientização sobre resíduos

da construção civil e seu gerenciamento nos canteiros de obra?

Questão 19 - A empresa classifica os resíduos provenientes da fase de

execução por sua natureza?

Questão 20 - Durante as etapas construtivas de uma edificação sempre há

geração de resíduos. É feita a classificação de resíduos pela etapa de produção de

serviços?

Questão 21 - Existem medidas para favorecer a triagem na fonte geradora?

Estimular a triagem de resíduos na fonte geradora?

Questão 22 - A empresa/canteiro de obra conhece a destinação final dos seus

resíduos?

Questão 23 - O canteiro de obra consegue cumprir e assegurar quais dessas

etapas para o gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC):

Page 81: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

80

Caracterização, Triagem, Acondicionamento/Armazenamento Temporário,

Transporte, Destinação Final?

A entrevista foi realizada em uma única visita e as questões que se

relacionavam com setores da empresa como suprimentos/compras e qualidade

foram encaminhadas à empresa pelo engenheiro responsável pela obra e as

respostas enviadas por e-mail. Todas as entrevistas foram realizadas pela autora

nos canteiros de obra.

3.4 CRITÉRIO DE PONTUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO PARA AVALIAÇÃO DO MODELO DE

GERENCIAMENTO DE RCC IMPLANTADO NOS CANTEIROS DE OBRA

Para o resultado final da Avaliação do Modelo de GRCC, calculou-se a média

dos resultados obtidos nas quatro categorias avaliadas e foi gerada uma nota média

final, para o modelo de GRCC implantado no canteiro de obra.

Essa nota média final por canteiro foi comparada ao critério de pontuação e à

conceituação preestabelecidos e a classificação foi obtida, para o modelo de GRCC

implantado em cada canteiro de obra.

A Figura 4 apresenta o fluxograma geral para avaliação do modelo de GRCC

implantado no canteiro de obra.

Figura 4 – Fluxograma geral da estrutura de pontuação e avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros de obra

O Quadro 10 apresenta o critério de pontuação, conceituação e classificação

para avaliação do modelo de gerenciamento de RCC, implantado no canteiro de

obra.

Nota da Categoria 2

Nota da Categoria 1

Nota da Categoria 3

Nota da Categoria 4

Cálculo da Média das 4 Categorias

Nota Final para Avaliação do Modelo de GRCC

Implantado no Canteiro de Obra

Page 82: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

81

Quadro 10 – Critério para avaliação do modelo de gerenciamento de RCC

Pontuação para Avaliação do Gerenciamento de RCC

Conceituação e Classificação do Modelo de Gerenciamento de RCC

se Média < 5,0 Insuficiente (I)

5,0 ≤ Média < 7,5 Regular (R)

7,5 ≤ Média < 9,0 Bom (B)

Média ≥ 9,0 Muito Bom (MB)

Fonte: Adaptado de OLIVEIRA (2011)

Pelo mesmo critério de classificação, para um canteiro de obra com uma

pontuação média igual ou superior a 7,5 considera-se que a aplicação do modelo

de gerenciamento de RCC no canteiro gera impactos ambientais positivos e

contribui para a não geração e/ou redução de RCC, inclusive na cadeia produtiva

da construção, mas com possibilidade de melhoria para o modelo. Para as

categorias 1, 2, 3 e 4 avaliadas a pontuação igual ou superior a 7,5 reflete as ações

possíveis e já realizadas no canteiro de obra.

Para as pontuações médias inferiores a 7,5 e maiores que 5,0 a metodologia

de avaliação considera que cada canteiro deve ser analisado, para detectar e

encontrar soluções possíveis em cada obra, dentro da realidade do canteiro e da

empresa, qualificando-o para um melhor gerenciamento de RCC.

Para os canteiros classificados com pontuação inferior a 5,0 considera-se

que esses canteiros geram impactos ambientais negativos em relação a resíduos

da construção civil e que estratégias e ações para reduzir esses impactos devem

ser analisadas e implementadas com urgência pelas empresas.

Em uma avaliação final, a classificação obtida pelo canteiro de obra para o

modelo de GRCC implantado deve ser associada:

a) ao grau de dificuldade declarado pelo engenheiro responsável pela obra,

para GRCC;

b) ao levantamento das dificuldades relacionadas a GRCC;

c) à hierarquia de medidas eficientes para o GRCC e declaradas pelo

engenheiro responsável pela obra.

Entende-se que o resultado obtido pela aplicação da ferramenta de análise

dessa pesquisa, que classifica o modelo de GRCC para obras em execução, serve

como unidade de medida da atividade em relação à sustentabilidade ambiental do

Page 83: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

82

canteiro de obra e constata os padrões observados para o GRCC. A partir desse

indicador para GRCC, do grau de dificuldade declarado, das dificuldades e da

hierarquia de medidas levantadas, é possível compreender o resultado, reavaliar a

atividade e buscar soluções dentro da realidade de cada empresa e para os atuais e

futuros canteiros de obra. É possível construir um banco de dados para a empresa

acompanhar os resultados das novas estratégias implementadas em seus canteiros,

e mensurar ganhos e perdas, quantitativas, qualitativas e financeiras.

3.5 EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS POR EMPREENDIMENTO E

EMPRESA (IGR) NO PERÍODO 2011-2013

Para construir o índice de geração de resíduos (IGR) e analisar sua evolução

por empresa, foi estabelecido para análise o período de 2011 a 2013, que

representou um período atual para um tema atual.

Para o cálculo do índice de geração de resíduos (IGR) para a obra

pesquisada e em execução foi considerado o total de RCC destinado/removido em

m³ até a conclusão da obra e o total de área construída em m² do empreendimento.

Todo RCC em m³ para cálculo do IGR tem destinação final comprovada pelo

documento CTR (Controle de Transporte de Resíduos) e o volume em m³ do total

destinado/removido até a fase da obra pesquisada, acrescido do volume total

estimado em m³ até o final da obra, foi levantado pela pesquisa junto aos

engenheiros responsáveis pela obra ou áreas responsáveis da empresa. A

destinação final, do total do volume em m³, para todas as obras é a área de

transbordo e triagem (ATT) da empresa ECOAMBIENTAL, em Cuiabá, como

declarado para a pesquisa.

Para o cálculo do IGR por empreendimento/empresa e por ano pesquisado,

foi utilizada a equação (1).

3

empresa/ obra/ ano 2

Volume final RCC gerado e destinado a ATT (m )IGR =

Área total construída do empreendimento (m ) ( 1 )

Para o cálculo do IGR das obras, considerou-se os dois canteiros

pesquisados por empresa. Para o cálculo do IGR 2011 e 2012 foram escolhidas

obras similares, residenciais de múltiplos pavimentos, uma obra por ano pesquisado,

para compor a análise do período e os dados foram fornecidos pelas empresas.

Page 84: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

83

Para os IGR’s obtidoss, calculou-se a quantidade de RCC removido em kg/m²

construído e verificou-se o comportamento de RCC destinado/removido por canteiro

e por empresa, tanto das obras em execução como das obras concluídas no período

2011-2013. Também foi possível associar o resultado de RCC em kg/m², por

canteiro e por empresa, à avaliação final do modelo de GRCC implantado nos

canteiros, ampliando a análise para suporte às decisões e estratégias empresarias

para o tema estudado.

3.5.1 Cálculo do total de RCC destinado/removido em kg/m² construído por

obra e por empresa

A partir do resultado do IGR por empreendimento em m³/m² foi calculado o

total de RCC destinado/removido por obra, em kg/m² construído. Durante a pesquisa

foi considerado para esse cálculo que os resíduos foram retirados da obra em

caçambas de 5 m³. Para calcular a quantidade de RCC removido em cada canteiro

em kg/m2 construído foi utilizado o peso médio de uma caçamba de 5 m3 de RCC

retirado da obra, ou seja: 5.000 kg ou 5 toneladas. O peso médio da caçamba de 5

m3 de RCC foi informado pelas empresas ECOAMBIENTAL (ATT de Cuiabá) e por

uma transportadora de RCC. Considerou-se então para esse cálculo que 1 m³ de

RCC pesa, em média, 1000 kg/m3.

Com os valores calculados em kg/m² por canteiro, foi obtido o valor médio de

RCC em kg/m², e considerou-se esse valor como representativo para a cidade de

Cuiabá e para o segmento de novas edificações residenciais de múltiplos

pavimentos. O valor obtido pela pesquisa, que utilizou dados fornecidos pelas obras,

foi comparado:

a) Ao valor referência da Prefeitura Municipal de Cuiabá indicado no modelo

para Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, novas

edificações, na obtenção de alvará de obra;

b) Ao valor nacional calculado por Pinto (2005) que utiliza registros de

Prefeituras Municipais no Brasil e está relacionado à aprovação de

projetos de edificação (alvarás de construção).

Page 85: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

84

3.6 COMPARATIVO FINAL ENTRE TODOS OS ASPECTOS MEDIDOS

A análise comparativa entre os resultados finais de melhorias e inovações,

práticas para GRCC, modelo de GRCC e o total de RCC removido em kg/m², entre

as empresas que atuam no segmento de construção de novas edificações

residenciais de múltiplos pavimentos na cidade de Cuiabá, procurou identificar o

nível de qualidade para o setor, pelos valores médios obtidos na pesquisa.

Page 86: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

85

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A apresentação dos resultados e discussões segue a sequência de aplicação

nos canteiros de obra tanto para a listagem melhorias e inovações e como para os

questionários 1, 2 e 3. Os resultados foram apurados e apresentados

concomitantemente às discussões e obedecendo à sequência de aplicação já citada.

Os resultados também seguem a ordem dos subtítulos apresentados na listagem e

questionários.

Segue-se aos resultados apurados para o índice de geração de resíduo - IGR

(m³/m²) e para a quantidade de resíduo removido em quilogramas por metro

quadrado construído (kg/m²), por canteiro, um outro resultado: evolução do IGR por

empresa e canteiro ou quantidade de resíduo removido em kg/m² construído, no

período 2011-2013.

4.1 PERCEPÇÃO DO MESTRE DE OBRA EM RELAÇÃO AO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA

CONSTRUÇÃO CIVIL NOS CANTEIROS DA EMPRESA

Para conhecer a percepção do mestre de obra em relação a educação

ambiental, responsabilidade em realizar a separação do resíduo na fonte geradora e

gerenciamento de resíduos da construção civil, foi aplicado o questionário 1 aos

mestres nos canteiros da empresa, e os resultados são apresentados na sequência

das questões propostas.

Para a questão 1) tempo de trabalho na construção civil para os mestres de

obra, apresenta-se os resultados na Figura 5. É possível observar que a maioria dos

entrevistados, 55%, trabalha na construção civil entre 20 e 30 anos.

Figura 5 – Tempo de trabalho na construção civil

1 a 5 anos 5 a 10 anos 10 a 20 anos 20 a 30 anos Mais de 30anos

9%

0

27%

55%

9%

Page 87: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

86

Em seguida aparecem os mestres que trabalham na construção entre 10 e 20

anos, 27%. Com esses resultado é possível observar que a maioria dos mestres

entrevistados tem experiência de trabalho na construção civil na faixa entre 10 e 30

anos e representam 82% da mão de obra empregada nos canteiros em que foram

feitas as entrevistas.

Para a questão 2) grau de escolaridade, os mestres de obra em sua maioria,

42%, possuem fundamental completo e 25% técnico completo. Esses entrevistados

reunidos representam 67% do nível de escolaridade dos mestres de obra nos

canteiros e outros 25% têm fundamental incompleto. Fica evidenciado que nos

canteiros de obra pesquisados trabalha-se com maioria da mão de obra com grau de

escolaridade completo, como demonstra a Figura 6.

Figura 6 – Grau de escolaridade

As percepções dos entrevistados para a questão 3) separação do lixo

residencial estão mostradas na Figura 7. O resultado demonstra que 55% dos

entrevistados não faz a separação do lixo da sua casa e justificam informando que

as Prefeituras dos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, onde residem, não fazem

a coleta seletiva e, consequentemente, não adiantaria separar o lixo porque não tem

para quem repassar lixo separado. Um entrevistado cita a falta de cobrança pela

Prefeitura para a separação e outro aguarda a implantação da coleta seletiva para

iniciar a separação de seu lixo residencial. Esses resultados indicam que o grau de

informação sobre a responsabilidade do gerador do resíduo na separação do lixo,

25%

42%

0%

25%

8%

0%

Page 88: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

87

para promover uma ação ambientalmente adequada, segundo os mestres, ainda

está vinculado a terceiros.

Figura 7 – Você faz a separação do lixo da sua casa?

Os outros 45% dos mestres entrevistados separam o lixo residencial e a

justificativa para fazer essa separação está relacionada a limpeza e higiene, ao meio

ambiente e reciclagem e recicladores, o que evidencia o grau de informação a que

esses colaboradores estão expostos. Analisando esse resultado de 45% e cruzando

com o nível de escolaridade dos entrevistados, encontramos os que fazem a

separação: a) 100% do nível médio ou técnico completo; b) 33% do nível

fundamental incompleto; c) 20% do fundamental completo. Esses resultados

evidenciam que quanto melhor o grau de escolaridade, melhor também o grau de

informação para gerar atitudes e percepções em relação ao meio ambiente.

A questão 4) solicita a opinião do mestre para a quantidade de lixo (resíduo)

gerado na obra: 55% dos entrevistados opinaram como grande a quantidade de lixo

gerado e 27% opinaram como muito grande. Dentro do universo de 55%, grande

quantidade, 67% dos mestres declaram preocupação média, 17% preocupação

grande e outros 17% a preocupação é muito grande em relação á quantidade de lixo

(resíduo) gerado na obra.

Para 27% dos mestres de obra que acham a quantidade de lixo gerada muito

grande, 100% declaram ter uma grande preocupação com o assunto. De maneira

geral, a maioria dos mestres de obra acham que a quantidade de lixo gerada na

obra está entre grande (55%) e muito grande (27%), o que evidencia um bom nível

de percepção, observação e consciência ambiental. Os resultados correspondem à

Figura 8.

SIM NÃO

45%

55%

Page 89: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

88

Figura 8 – Quantidade de lixo (resíduo) gerado na obra

Na pergunta 5) o que você entende por gerenciamento de resíduos da

construção civil, todas as respostas disponibilizadas são corretas mas não

completas. Pode-se optar por escolher mais de uma resposta e, nesse caso, elas

podem ser complementares. E a escolha pode recair sobre a resposta completa,

apenas uma das opções, onde o conceito de gerenciamento de resíduos da

construção civil atende aos seus objetivos em relação à operacionalização do

processo. Das respostas obtidas o que é possível analisar é que a grande maioria

dos entrevistados, 65%, não sabe a completa definição de GRCC e respondem

tratar-se ou de limpeza do canteiro de obra (36%) e/ou destino correto dos resíduos

(29%), como mostrado na Figura 9.

Figura 9 – O que você entende por gerenciamento de resíduos da construção civil

Esse resultado é muito importante porque evidencia para as empresas que

para implantar gerenciamento de resíduos da construção civil em seus canteiros de

obra, de maneira correta, é necessário promover seus mestres de obra à condição

MuitoGrande

Grande Normal Pequena MuitoPequena

27%

55%

9% 9%

0%

Sep

araç

ão d

osvá

rios

tipos

de

lixos

Am

azen

amen

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corr

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eiro

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bras

Tod

as a

sal

tern

ativ

as a

cim

a

A B C D E

14%7%

29%36%

14%

Page 90: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

89

de multiplicadores da correta informação, para atender toda a equipe de

colaboradores diretamente vinculada ao mestre e ao processo operacional do

GRCC.

Para a questão 6) quais fatores que dificultam a separação dos resíduos

gerados durante a execução dos serviços na obra, os resultados são apresentados

na Tabela 1 com frequência absoluta (FA) e frequência relativa (FR).

A análise da Tabela 1 para as respostas dadas a essa questão, dificuldades

para separação dos resíduos, considera o grande número de opções que os mestres

de obra tiveram para escolha de mais de uma opção como resposta, bem como para

o grau de preocupação. Assim, tornou-se possível inferir pelos resultados

demonstrados e muito próximos, que os nove fatores propostos são importantes ou

que não existe clareza para os entrevistados sobre quais fatores mais dificultam. O

fator que ocupa o primeiro lugar é a falta de conscientização ambiental por parte dos

colaboradores na execução dos serviços na obra, com 14%, o que evidencia a boa

escolaridade dos mestres de obra para obtenção dessa percepção, confirmando

resultado anterior.

Tabela 1 – Fatores que dificultam a separação dos resíduos gerados durante a execução dos serviços na obra

Fatores FA FR(%) a) Diminui a produção na obra 5 12 b) Trabalho não remunerado 4 9 c) Falta de tempo 5 12 d) Falta de conscientização ambiental 6 14 e) Falta de regras da empresa 5 12 f) Falta de incentivos 5 12 g) Ausência de treinamento 4 9 h) Faltam locais específicos para acondicionamento na obra 5 12 i) Outras prioridades da obra 4 9

Total 43 100

O resultado de 14% para falta de conscientização ambiental por parte dos

colaboradores também sugere ausência de uma política de educação ambiental no

canteiro que propicie mudanças de forma continuada, integrando com clareza GRCC

aos serviços executados na obra.

Fatores com mesmo resultado em 12%, tais como: diminui a produção na

obra, falta de tempo, falta de regras da empresa, falta de incentivos e de locais

específicos para acondicionamento na obra, sugerem que os mestres não estão

familiarizados com GRCC e confirma o resultado anterior: GRCC é percebido como

Page 91: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

90

limpeza do canteiro e destinação final dos resíduos. Esse resultado de 12% também

evidencia que os fatores vinculados à empresa: diminui a produção na obra, falta de

tempo, de regras e de incentivos, bem como falta de locais para acondicionamento.

Quando essas dificuldades são comparadas à definição de gerenciamento de RCC,

sugere ausência de um plano de GRCC no canteiro.

Todos os fatores que apresentam resultados entre 12% e 14%, quando

somados, representam 74% de todas as dificuldades apresentadas. Os resultados

com valor igual a 9%, tais como: trabalho não remunerado, ausência de treinamento

e outras prioridades da obra, contribuíram para incluir todos os nove fatores como

importantes em razão da variação mínima e máxima, 9% e 14%, entre os resultados.

Para os mestres, o grau de preocupação pesquisado alcançou 32% para todos os

fatores e foi considerado muito grande.

Para a questão 7) fatores que dificultam o correto armazenamento dos

resíduos no canteiro de obra, seus resultados são apresentados na Tabela 2 com

frequências absoluta (FA) e relativa (FR).

Destacaram-se como fatores preponderantes para dificuldade com o correto

armazenamento dos resíduos, a falta de espaço no canteiro de obra com 18% e a

ausência de treinamento e a falta de conscientização ambiental com 13%.

Confirmou-se resultado da questão 2, escolaridade dos mestres de obra, pela

percepção dos mesmos quanto à falta de conscientização ambiental dos

colaboradores. Fica evidenciada a falta de planejamento na implantação do canteiro

para resultados como a falta de espaço no canteiro e a falta de treinamento.

Tabela 2 – Fatores que dificultam o correto armazenamento dos resíduos no canteiro de obra Fatores FA FR(%)

a) Falta de espaço no canteiro de obra 8 18 b) Falta de infraestrutura necessária 5 11 c) Falta de recursos financeiros 3 7 d) Ausência de treinamento 6 13 e) Falta de conscientização ambiental 6 13 f) Falta de regras da empresa 4 9 g) Falta de incentivos 4 9 h) Trabalho não remunerado 3 7 i) Custos de caçambas, containers etc. 3 7 j) Outras prioridades da obra 3 7

Total 45 100

A falta de infraestrutura necessária, com 11%, confirma o resultado anterior

da questão 6): faltam locais específicos para acondicionamento na obra. Na tabela 2

Page 92: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

91

os quatro fatores entre 18% e 11%: falta de espaço no canteiro de obra, ausência de

treinamento, falta de conscientização ambiental e falta de infraestrutura necessária

somados totalizam 55% das dificuldades encontradas e confirmam resultados

obtidos na questão 6.

Com resultados abaixo de 10% aparecem a falta de regras e de incentivos,

falta de recursos financeiros, trabalho não remunerado, custo de caçambas e outras

prioridades da obra, quando somados, representam 45% das dificuldades.

Evidencia-se que o resultado de 45% para esses seis fatores pode ser consequência

do resultado anterior de 55% para os outros quatro fatores a), b), d), e): falta de

espaço no canteiro de obra, falta de infraestrutura necessária, ausência de

treinamento e de conscientização ambiental. Para os mestres de obra o maior

resultado para grau de preocupação é de 38% para preocupação muito grande

envolvendo os dez fatores pesquisados e o fator falta de espaço no canteiro de obra

ocupa 13% desse total.

Na questão 8) qual deveria ser o destino dado para os resíduos da obra, 20%

indicaram empresas de coleta como destino, 18% reutilização na própria obra, 15%

reciclagem, 12% aterros de inertes e 10% ecopontos do município. O resultado

surpreende positivamente tanto pela percepção e conscientização ambiental como

pela confirmação da própria definição de GRCC. Esses resultados citados,

somados, representam 75% dos destinos para RCC escolhidos pelos entrevistados,

conforme destacados na Figura 10. Surpreende negativamente que 25% deles

indiquem destinos incorretos (colunas claras da Figura 10) tais como: terrenos

baldios, aterro sanitário, lixeira, margem de córrego, rio, lagoa, o que pode ser

indício quanto ao nível de compreensão em relação ao tratamento final para

resíduos gerados na obra, embora 15% apontem a reciclagem como destino. O grau

de preocupação pesquisado entre os mestres para essa questão apontou uma

preocupação muito grande em relação aos fatores de destino para RCC, atingindo

53%. Os resultados estão indicados na Figura 10.

Page 93: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

92

Figura 10 – Destino dado para os resíduos da obra

Na questão 9) quando a limpeza da obra deve ser feita, 42% dos

entrevistados responderam todos os dias, o que confirmou o entendimento de

GRCC na questão 5, para limpeza da obra (36%). Outros 21% responderam quando

necessário e reforçam o resultado anterior para a percepção da importância de um

ambiente de trabalho limpo e saudável. Somados, esses resultados totalizam 63%

das opiniões dos mestres de obra. Os demais resultados sugerem falta de

entendimento dos entrevistados para a relação entre a limpeza, o canteiro e o

GRCC e surpreendeu que 22% (colunas claras da Figura 11) optaram por limpeza

uma vez por semana e a cada 15 dias como mostra a Figura 11.

Figura 11 – Periodicidade para realização da limpeza da obra

Para a questão 10) o que poderia ser feito para a redução dos resíduos da

sua obra, as respostas espontâneas indicaram que 40% dos entrevistados

visualizaram como solução o treinamento e indicaram treinamentos específicos.

Reu

tiliz

ação

na

próp

riaob

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Ter

reno

s ba

ldio

s

Em

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as d

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Mar

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de

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cór

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m

A B C D E F G H I J

18%

5%

20%

5%

10%

5% 5%

12%

5%

15%

Uma vez acada quinze

dias

Uma vezpor semana

Duas vezespor semana

Todos osdias

Quandonecessário

A B C D E

11% 11%16%

42%

21%

Page 94: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

93

Sugere o resultado que por não compreenderem com clareza GRCC também não

conseguem especificar que tipo de treinamento é o adequado, embora seja muito

positivo que a maioria dos mestres de obra solicite treinamento. As respostas são

fiéis ao questionário aplicado e estão apresentadas na Tabela 3.

Tabela 3 – Respostas à pergunta: O que poderia ser feito para a redução dos resíduos da sua obra? Treinamento (40%)

a) Treinamento dos colaboradores. b) Profissionalização da mão de obra do mercado. c) Cursos, palestras, pelo SindusCon-MT. d) Treinamento específico para diminuir o retrabalho na execução do serviço. e) Dar um treinamento para a equipe saber fazer uma boa reutilização do material em execução. f) Mais treinamento e palestras para os funcionários sobre RCC. g) Treinamento específico para reciclagem. h) Aplicar coleta seletiva, treinamento para coleta. i) Conscientização do desperdício, treinamento específico com baias. Treinamento e investimento.

Processo construtivo e estoque (17%) j) Mudar, alterar o processo construtivo para não gerar resíduos. k) Maior qualidade na execução dos serviços durante as fases da obra. l) Usar o material apropriado para execução do serviço. m) Melhoramento no armazenamento dos materiais a ser aplicado.

Comprometimento de todos que estão na obra com a redução dos resíduos (17%) a) Comprometimento de todos que estão na obra com a redução dos resíduos. b) Uma obra limpa é uma boa obra para ser gerenciada, facilita todos os serviços. c) Conscientização do desperdício. d) Falta conscientização dos funcionários, pois os mesmos não se preocupam com a produção do

serviço deles; não existe preocupação com RCC. Planejamento da obra e de serviços (13%)

a) Mais planejamento da obra para execução dos serviços. b) Planejamento desde o projeto até a execução.

Outros (13%) a) Reutilização de RCC, reciclagem de RCC (blocos estruturais, aço, alvenaria vermelha, restos de

concreto) usar mais em aterros, acesso de obra, na própria obra. b) Para reduzir não há o que fazer. O que pode ser feito é procurar armazenar corretamente: separar

os RCC. c) Ter uma empresa de coleta.

Os três maiores resultados referentes aos grupos: treinamento (40%),

processos construtivos e estoque (17%) e comprometimento de todos (17%),

quando somados totalizam 74% das soluções pensadas pelos entrevistados para

redução de RCC na obra. Interessante observar que processos construtivos e

estoque são temas vinculados tecnicamente a GRCC, além do treinamento, e que o

comprometimento de todos é resultado esperado para equipes treinadas.

Page 95: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

94

4.2 RESULTADOS PARA O LEVANTAMENTO DAS MELHORIAS E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS

SIMPLES IMPLANTADAS NOS CANTEIROS DE OBRA

Com a aplicação da listagem de Pozzobon et al. (Anexo I) foi realizado o

levantamento das melhorias e inovações tecnológicas simples implantadas nos

canteiros de obra e para os resultados obtidos na pesquisa o critério predefinido foi

considerar apenas as respostas “SIM” na elaboração de gráficos e tabelas. Os

resultados “NÃO” e “EI (em implantação)” foram descartados.

Os resultados obtidos, como mostrado no Quadro 11, foram analisados por

canteiro e por empresa, o que permitiu posicionar os canteiros da empresa por

comparação, bem como a empresa construtora em relação às empresas

concorrentes quanto a melhorias e inovações tecnológicas simples implantadas para

gerenciamento da obra e que, de agora em diante, passa a ser chamada de

melhorias e inovações e a empresa construtora, de empresa. Os resultados estão

apresentados no Quadro 11 e as análises foram realizadas a partir desses

resultados.

Quadro 11 – Melhorias e Inovações – percentual de respostas “SIM” às questões dos seis itens. Média por canteiro e por empresa

Empresa A B C D E F Média geral Itens melhorias e inovações/Canteiro A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2

1.Apoio e dignificação da mão de obra (43 questões) 70 47 86 58 72 58 77 63 63 52 72 60 65

2.Organização do canteiro (73 questões) 82 58 88 49 73 51 64 61 56 36 74 37 61

3.Movimentação de materiais e deslocamentos internos (15 questões) 80 60 93 53 87 47 73 53 53 40 50 13 59

4.Ferramentas, máquinas e técnicas especiais (51 questões) 80 53 80 49 84 65 61 49 53 43 57 40 60

5.Segurança do trabalho (30 questões) 78 86 88 59 97 70 80 80 73 72 70 62 76

6.Comunicações internas (28 questões) 97 48 79 39 39 46 57 61 54 32 48 39 53

Média por canteiro (%) 81 59 86 51 75 56 69 61 59 46 62 42 62

Média por empresa (%) 70 68 66 65 52 52 62

Com os resultados obtidos calculou-se a média por canteiro e por empresa,

considerando os seis itens que compõem o levantamento das melhorias e

inovações. Foram destacados em azul os melhores resultados por item e por

canteiro e destacados em vermelho e sublinhados os menores resultados por item e

por canteiro.

Observou-se em melhorias e inovações que entre os melhores resultados por

canteiro e empresa, os itens segurança do trabalho e comunicações internas

apresentaram resultados idênticos de 97% nos canteiros C1 e A1, empresas C e A,

Page 96: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

95

respectivamente. Em ordem de percentual decrescente os melhores resultados por

item são para o canteiro B1 da empresa B com três resultados: movimentação de

materiais e deslocamentos internos com 93%, organização do canteiro com 88% e

apoio e dignificação da mão com 86% e o canteiro C1 da empresa C com dois

resultados: ferramentas, máquinas e técnicas especiais com 84%, além de

segurança do trabalho com 97%.

A Figura 12 apresenta os maiores percentuais obtidos para os seis itens de

melhorias e inovações que variaram entre 84% e 97% e concentraram-se nos

canteiros A1, B1 e C1; os melhores canteiros avaliados por item e por empresa. Por

item, o canteiro B1 ficou com três dos maiores resultados, o canteiro C1 com dois e

o canteiro A1 com um.

Figura 12 – Maiores percentuais para melhorias e inovações por item e canteiro

A média obtida por canteiro para os seis itens confirmou e classificou os

mesmos canteiros, A1, B1 e C1, com as três melhores médias para melhorias e

inovações, 81%, 86% e 75% respectivamente, entre os doze canteiros pesquisados.

O canteiro B1 ficou com a maior média entre eles, 86%, conforme mostrado no

Quadro , o que sugere a relação entre os maiores resultados por item de melhorias e

inovações e o percentual médio obtido por canteiro.

Entre os menores resultados para melhorias e inovações por canteiro foram

observados em ordem crescente de percentual: movimentação de materiais e

deslocamentos internos com 13% no canteiro F2 da empresa F. Comunicações

84

86

88

93

97

97

75 80 85 90 95 100

Ferramentas, máquinas e técnicasespeciais

Apoio e dignificação da mão de obra

Organização do canteiro

Movimentação de materiais edeslocamentos internos

Segurança do trabalho

Comunicações internas

C1

B1

B1

B1

C1

A1

Maiores (%) por item/empresa/canteiro

Em

pre

sa/C

ante

iro

Itens de Inovações

Page 97: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

96

internas com 32% e organização do canteiro com 36% no canteiro E2 da empresa E;

ferramentas, máquinas e técnicas especiais com 40% no canteiro F2 da empresa F;

apoio e dignificação da mão de obra com 47% no canteiro A2 da empresa A e

segurança do trabalho com 59% no canteiro B2 da empresa B, como mostra a

Figura 13.

Figura 13 – Menores percentuais para melhorias e inovações por item e canteiro

Os menores resultados para os itens de melhorias e inovações variaram entre

13% e 59% e quatro desses percentuais concentraram-se nos canteiros E2 e F2: o

canteiro F2 ficou com dois dos menores resultados e o canteiro E2 com outros dois.

Os canteiros A2 e B2 com um menor resultado respectivamente, conforme mostrado

na Figura 13.

As empresas A e B apresentaram resultados contraditórios: o menor resultado

apresentado entre os doze canteiros para os itens apoio e dignificação da mão de

obra, 47%, está no canteiro A2, e para segurança do trabalho, 59%, no canteiro B2.

Resultados de 70% e 88% para esses itens são encontrados nos canteiros A1 e B1,

respectivamente. O resultado sugere níveis muito diferentes de atendimento aos

mesmos itens de melhorias e inovações, dentro da mesma empresa.

A empresa D manteve para os itens de melhorias e inovações um padrão

para as médias obtidas nos canteiros D1 e D2, 69% e 61% respectivamente. Os

canteiros não apresentam resultados contraditórios nem grande diferença a maior ou

a menor entre os itens pesquisados.

13

32

36

40

47

59

0 10 20 30 40 50 60 70

Movimentação de materiais edeslocamentos internos

Comunicações internas

Organização do canteiro

Ferramentas, máquinas e técnicasespeciais

Apoio e dignificação da mão de obra

Segurança do trabalho

F2

E2

E2

F2

A2

B2

Menores (%) por item/empresa/canteiro

Em

pre

sa/C

ante

iro

Itens de Inovações

Page 98: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

97

Dentro da realidade das empresas pesquisadas os maiores resultados

encontrados para os seis itens pesquisados, de melhorias e inovações, variaram de

97% a 84%. Pode-se considerar para esses estudo que, além do atendimento

“satisfatório” pelo critério preestabelecido, os valores também indicam ser esses

percentuais os de maior qualidade de atendimento. De forma similar, para os

menores resultados variando entre 13% e 59%, pode-se considerar que são

indicadores de menor qualidade de atendimento, conforme mostra a Tabela 4.

Tabela 4 – Maiores e menores percentuais de melhorias e inovações por item e por canteiro

Itens melhorias e inovações C1 Maior percentual

C Menor

Percentual 1. Apoio e dignificação da mão de obra (43 q²) B1 86 A2 47 2. Organização do canteiro (73 q) B1 88 E2 36 3. Movimentação de materiais e deslocamentos internos (15 q) B1 93 F2 13 4. Ferramentas, máquinas e técnicas especiais (51 q) C1 84 F2 40 5. Segurança do trabalho (30 q) C1 97 B2 59 6. Comunicações internas (28 q) A2 97 E2 32

1 Canteiro 2questões

Para os seis valores com o menor percentual por item de melhorias e

inovações encontram-se cinco resultados que indicam, de acordo com critério

preestabelecido, que o atendimento é “insatisfatório” por apresentarem resultados

abaixo de 50%; são eles: apoio e dignificação da mão de obra (47%), organização

do canteiro (36%), movimentação de materiais e deslocamentos internos (13%),

ferramentas, máquinas e técnicas especiais (40%) e comunicações internas (32%).

Apenas o item segurança do trabalho apresentou percentual acima de 50% e o

atendimento ao item, pelo mesmo critério, é “satisfatório”. Por outro lado, ao

considerar-se que o menor resultado para o item segurança do trabalho foi de 59%

entre os doze canteiros pesquisados, sugere esse valor que embora “satisfatório”,

pode ser inserido no conjunto de menor qualidade de atendimento.

Ao comparar-se a média dos seis itens de melhorias e inovações por canteiro

para as empresas A, B, C, E e F, observa-se que existe uma diferença percentual

significativa entre os canteiros da mesma empresa; para os canteiros da empresa D

seus resultados apresentam-se mais regulares, como apresentado na Tabela 5.

Tabela 5 – Percentual médio para melhorias e inovações por canteiro e por empresa Empresa A B C D E F

Canteiro A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 Média por canteiro 81 59 86 51 75 56 69 61 59 46 62 42 Média por empresa 70 68 66 60 52 52

Page 99: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

98

Ao comparar-se os canteiros por empresa, a maior diferença encontrada

ocorreu na empresa B, onde encontra-se o canteiro B1, maior resultado avaliado

com 86% e o canteiro B2 com 51%. Pode-se inferir que os resultados não são

coerentes se colocados em um mesmo processo para melhorias e inovações, dentro

de uma mesma empresa. Na empresa A com o segundo melhor canteiro avaliado

também surpreendem os resultados: A1 com 81% e A2 com 59%. Pode-se também

considerar que não são resultados coerentes se considerados dentro de um mesmo

processo e na mesma empresa. Na empresa C está o terceiro canteiro melhor

avaliado para melhorias e inovações, C1 com 75%, e a tendência é a mesma que

das empresas A e B: o canteiro C2 apresenta 56% de resultado.

Pelos resultados observa-se que as empresas A, B e C com os três melhores

canteiros avaliados em atendimento a melhorias e inovações para gerenciamento da

obra, possuem um segundo canteiro com um baixo resultado comparado e a

variação para esses menores percentuais varia entre 51% e 59%. Esses percentuais

indicam que o grau de melhorias e inovações para gerenciamento da obra presente

em um canteiro não está sendo observado em outro canteiro, na mesma empresa.

A empresa E apresenta o canteiro E1 com 59% e o canteiro E2 com 46% e a

empresa F apresenta o canteiro F1 com 62% e o canteiro F2 com 42%. As

empresas E e F também apresentam percentuais não coerentes para seus

canteiros. Nesse caso, os mais altos percentuais em cada canteiro atendem 59% e

62, respectivamente, para melhorias e inovações no gerenciamento da obra.

Embora o atendimento seja “satisfatório” pelos critérios preestabelecidos na

pesquisa, maior que 50%, quando esses valores são comparados aos melhores

canteiros sugere uma menor qualidade de atendimento para essas empresas.

Apenas a empresa D apresentou resultados com pequena variação entre

seus dois canteiros, D1 com 69% e D2 com 61%; se comparados os resultados, é

possível entender que os canteiros atendem 69% e 61% de melhorias e inovações

para gerenciamento da obra de forma “satisfatória”. Os percentuais sugerem ainda

que há um maior controle e monitoramento por parte da empresa D sobre seus

canteiros, embora os resultados possam ser melhorados.

As médias obtidas para canteiros da mesma empresa e que apresentam

diferenças significativas nas empresas A, B, C, E e F indicam existir resultados

díspares em alguns dos seis itens de melhorias e inovações e que alteraram, para

muito mais ou para muito menos, essas médias.

Page 100: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

99

Na Tabela 6 apresenta-se a média percentual por empresa, resultado dos

dois canteiros, em relação a melhorias e inovações e na ordem de classificação do

maior ao menor percentual obtido, apresentam-se as empresas A, B, C, D, E, F.

Com o melhor resultado a empresa A, média de 70%; as empresas B, C e D têm

resultados de 68%, 66% e 60%, respectivamente. A média para as empresas E e F

é a mesma, 52%, e também o menor valor entre as seis empresas pesquisadas.

Para todas as empresas e canteiros pesquisados a média geral é de 62%.

Tabela 6 – Percentual médio por empresa para melhorias e inovações Empresa A B C D E F Média geral

Média por empresa 70 68 66 60 52 52 62

Na Tabela 7 apresenta-se o resultado da média geral por item de melhorias e

inovações e a média geral das empresas; considerando-se uma ordem de

classificação do maior ao menor percentual por item atendido, tem-se: segurança do

trabalho com 76%; apoio e dignificação da mão de obra com 65%, organização do

canteiro com 61%, ferramentas, máquinas e técnicas especiais com 60%,

movimentação de materiais e deslocamentos internos com 59% e comunicações

internas com 53%.

O item comunicações internas, menor resultado com 53%, trata das questões

relacionadas a todo tipo de comunicação dentro de um canteiro seja ela visual,

através de textos, gráficos, cores ou sonora e através de diversas tecnologias como

walktalks, telefone, entre outras. Mantém um padrão para a empresa e faz com que

seus colaboradores tenham uma visão mais homogênea das práticas adotadas,

aumentando a produtividade e a organização e reduzindo as chances de erros ou

retrabalhos, entre outros.

Tabela 7 – Média geral por item de melhorias e inovações. Média das empresas

Itens / Melhorias e inovações Média geral

(%) Ordem de

Classificação 1.Apoio e dignificação da mão de obra 65 2 2.Organização do canteiro 61 3 3.Movimentação de materiais e deslocamentos internos 59 5 4.Ferramentas, máquinas e técnicas especiais 60 4 5.Segurança do trabalho 76 1 6.Comunicações internas 53 6 Média das empresas 62 -

Page 101: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

100

A comunicação interna é canal de difusão de novas ideias e um facilitador no

dia a dia entre os colaboradores e a empresa, visando agilidade e eficácia nessa

interlocução. Atender apenas 53% desse item sugere que não se considera a

comunicação interna relevante para a empresa e seus empreendimentos ou, ainda,

por não ter sido medida essa comunicação através de uma ferramenta de análise,

as empresas não estavam atentas quanto à necessidade de visibilidade e facilidade

de comunicação nas suas obras, principalmente quanto a manter uma numerosa

equipe de colaboradores, uma característica nesses canteiros, em sintonia com as

ações planejadas pela empresa para os canteiros. Esse item interfere diretamente

em todos os demais itens de melhorias e inovações e, se bem atendido, integra com

clareza as atividades nas obras.

A média geral dos itens apoio e dignificação da mão de obra, com 65%,

organização do canteiro, com 61%, ferramentas, máquinas e técnicas especiais,

com 60%, e movimentação de materiais e deslocamentos internos, com 59%, são

resultados que sugerem atenção aos percentuais de atendimento aos itens de

melhorias e inovações, em relação a logística no canteiro, qualidade e produtividade.

O item segurança do trabalho, maior resultado, com 76%, sugere

cumprimento da legislação vigente e fiscalização externa permanente.

Em média, os doze canteiros e as empresas atendem 62% de melhorias e

inovações para o gerenciamento das obras.

4.3 RESULTADOS PARA AS PRÁTICAS E PROCEDIMENTOS EM CANTEIROS DE OBRA

QUANTO AO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC)

A aplicação do questionário 2 com critérios previamente definidos foi realizado

e o levantamento e os resultados anotados para elaboração das tabelas, gráficos e

listagens. Os resultados foram analisados por item, por canteiro e por empresa e

permitiu posicionar o canteiro de obra e a empresa construtora em relação às

empresas concorrentes quanto ao gerenciamento de resíduos da construção civil

(GRCC), como também comparou os resultados para canteiros da mesma empresa.

Os resultados para análise foram distribuídos em nove itens: 4.3.1) Resultado

do item percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa; 4.3.2)

Resultado do item práticas relacionadas ao GRCC; 4.3.3) Resultado do item plano

de GRCC, caracterização e triagem de RCC; 4.3.4) Resultado para

Page 102: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

101

acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC; 4.3.5) Resultado para

transporte e destinação final de resíduos; 4.3.6) Resultado do grau de dificuldade e

hierarquia de medidas eficientes quanto ao GRCC no canteiro de obra; 4.3.7)

Resultado das principais ocorrências de perdas e desperdícios e inovações

tecnológicas implantadas, para minimizar perdas e desperdícios nos canteiros;

4.3.8) Comparativo entre resultados de melhorias e inovações x práticas para

GRCC; 4.3.9) Comparativo entre resultados de melhorias e inovações x práticas

para GRCC para canteiros da mesma empresa.

Os resultados apresentados por canteiro, para os itens 4.3.1) Resultado do

item percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa; 4.3.2) Resultado

do item práticas relacionadas ao GRCC; 4.3.3) Resultado do item plano de GRCC,

caracterização e triagem de RCC; 4.3.4) Resultado para acondicionamento e/ou

armazenamento temporário de RCC e 4.3.5) Resultado para transporte e destinação

final de resíduos, foram analisados e comparados com o resultado final de Práticas e

Procedimentos em Canteiros de Obra quanto ao GRCC ou Práticas para GRCC.

O resultado final de Práticas para GRCC por canteiro é a média dos

resultados dos cinco itens, 4.3.1) a 4.3.5). Ao final das análises por item encontra-se

apresentada a tabela geral, com os resultados de todos os itens e a média, por

canteiro.

Para a análise de cada item foi considerado também o resultado da média por

canteiro, para as Práticas para GRCC.

4.3.1 Resultados para o item percepção das políticas ambiental e de qualidade

da empresa

Observa-se pelo Quadro 12 que o resultado percentual por canteiro para o

item percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa apresenta sete

canteiros – B1, B2, C1, C2, E1, E2 e F2 – com valores inferiores a 50% e variando

entre 11% e 44%, ou seja, sete canteiros com atendimento “insatisfatório” (58%). Os

canteiros A2 e F1 foram avaliados com 67%; D1 e D2 com 78% e 89%

respectivamente e A1 com 100%. Esses cinco canteiros apresentam resultado

“satisfatório” (42%) e o canteiro A1 atende 100% ao item.

Page 103: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

102

Quadro 12 – Percentual por canteiro para item 1) Percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa. Média por canteiro para Práticas para GRCC

Programa Brasileiro de Produtividade e Qualidade do Habitat (PBQP-H) S1 S S S N N S S S S N N

Certificado de Gestão de Qualidade ISO 9001 N2 N N N N N N N S S N N

Canteiros A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2

1) Percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa

100 67 33 33 11 11 78 89 44 44 67 22

Práticas para GRCC (média por canteiro) 74 49 57 33 35 44 62 70 52 37 52 28

¹SIM ²NÃO

Na análise do item 1) percepção das políticas ambiental e de qualidade da

empresa, sete percentuais estão abaixo de 50%, como mostra o Quadro 12. Esses

valores quando comparados ao resultado de Práticas para GRCC (média por

canteiro) correspondem a sete percentuais entre 28% e 57%, sugerindo assim uma

primeira tendência de integração de resultado na avaliação final do canteiro.

A análise do item 1) mostrou percentuais regulares entre canteiros de cinco

empresas, mesmo para os “insatisfatórios”; a exceção dos resultados está nos

canteiros F1 e F2 que apresentam diferença percentual significativa entre eles.

Analisando-se os resultados do item 1) em relação às questões sobre a

empresa possuir o Programa PBQP-H e/ou Certificado ISO 9001, verificou-se que o

PBQP-H está implantado em quatro empresas, A, B, D e E, com tempo variando

entre 3 e mais de 10 anos e todas possuem nível A no Programa. A empresa E

possui também o Certificado de Gestão de Qualidade ISO 9001 e as empresas C e

F não têm implantado o PBQP-H. Os resultados estão apresentados na Quadro 12.

Dos oito canteiros com PBQP-H apenas cinco participam com percentuais

“satisfatórios”, são eles: A1 com 100%, A2 com 67%, D1 com 78%, D2 com 89% e

F1 com 67%. Portanto, as empresas A e D participam desse resultado com seus

dois canteiros e as empresas B e E não participam e apresentam resultados

“insatisfatórios” e muitos baixos. Os canteiros da empresa E surpreendem

negativamente por ser a única a contar com o Programa PBQP-H e o Certificado

ISO 9001. A empresa F participa do resultado “satisfatório” com um canteiro e não

possui PBQP-H. Os resultados para as empresas B e E são contraditórios,

considerando-se implantados o PBQP-H e/ou ISO 9001.

Em uma análise geral os resultados sugerem que o programa de qualidade

PBQP-H nas empresas B e E ainda não foi totalmente assimilado pelos

colaboradores ou que ainda a informação não foi disseminada de forma adequada

pela própria empresa. Cruzando esse resultado com o baixo atendimento ao item

Page 104: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

103

comunicações internas para a maioria dos canteiros em melhorias e inovações, a

análise sugere coerência nos resultados obtidos.

Os percentuais da empresa A apresentam-se díspares entre canteiros e a

empresa D mantém regularidade entre seus percentuais e conduzem a uma questão

em relação às demais empresas: como e por que essas diferenças ocorrem em uma

mesma empresa? Além dessa questão, uma outra é integrada à primeira e

questiona os resultados abaixo de 50% para os canteiros das empresas com PBQP-

H e/ou ISO 9001, considerando-se que o item 1) relaciona-se estreitamente com o

Programa e o Certificado.

Como o resultado geral para o item analisado, por canteiro, apresenta sete

canteiros com resultado “insatisfatório” (58%) e cinco com resultado “satisfatório”

(42%), pode-se inferir que os colaboradores necessitam entender ou serem

sensibilizados para as diretrizes ambiental e de qualidade da empresa ou ainda que

a sua implantação e disseminação seja realizada de forma adequada ou que se

implementem essas políticas, de modo a contribuir com as práticas para GRCC.

Para analisar o resultado geral das nove questões pesquisadas para os doze

canteiros para o item 1) percepção das políticas ambiental e de qualidade da

empresa, foi respeitada a mesma ordem das questões do questionário 2. Para a

primeira questão, se a política existente na empresa menciona aspectos

relacionados à prevenção do meio ambiente, 42% dos entrevistados responderam

que sim. A segunda questão, se os objetivos e metas estabelecidos pela empresa

incluem referências à preservação ambiental, 58% dos entrevistados responderam

que sim. Para essas duas questões há respostas sim e respostas não que ocorrem

na mesma empresa; essa divergência pode indicar desconhecimento das políticas,

objetivos e metas estabelecidas. Os resultados estão apresentados na Figura 14.

Para 42% dos entrevistados não há procedimentos que incluem medições de

algum aspecto ambiental e nessa questão há divergências em três empresas, com

respostas sim e não. Difícil é admitir que uma empresa solicite a um canteiro uma

medição e a outro não. Para 58% dos entrevistados a empresa está preparada para

minimizar o consumo de recursos (conservar, evitar o desperdício) e para maximizar

a reutilização de recursos (reutilizar materiais e componentes). Nas duas questões

houve divergência de respostas entre sim e não dentro da mesma empresa.

Page 105: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

104

Figura 14 – Percentual das empresas às questões do item 1) percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa

Para 25% dos entrevistados a empresa está preparada para usar recursos

renováveis ou recicláveis (renovar, reciclar) e um entrevistado respondeu sim e outro

não na mesma empresa. Afirmam 33% dos entrevistados que as empresas estão

preparadas para proteger o meio ambiente para toda ação com probabilidade de

impacto ambiental e 50% dos entrevistados responderam que a empresa está

preparada para criar um ambiente saudável e não tóxico com compras para

produtos que agridam menos o meio ambiente. Os entrevistados de três empresas,

em seis canteiros, discordam entre si e as respostas foram sim e não.

Respostas divergentes sugerem ausência de clareza entre os engenheiros

responsáveis pelas obras quanto às políticas ambiental e objetivos e metas da

empresa; ou ainda que o baixo resultado no atendimento ao item comunicações

internas de melhorias e inovações, um problema identificado na maioria dos

canteiros, interfere significativamente nos resultados seguintes. Para 92% dos

entrevistados a empresa busca a qualidade na criação do ambiente construído

(aumentar a qualidade).

A Resolução 307/2002 do CONAMA em seus considerandos estabelece “a

necessidade de implementação de diretrizes para a efetiva redução dos impactos

ambientais gerados pelos resíduos oriundos da construção civil” e, para as

empresas, essas diretrizes passam pela integração entre as práticas ambiental e de

qualidade no canteiro de obra.

42

58

42

58

58

25

33

50

92

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

A política existente na empresa menciona aspectos relacionados à prevençãodo meio ambiente

Os objetivos e metas estabelecidos incluem referências à preservaçãoambiental

Há procedimentos que incluem medições de algum aspecto ambiental?

A empresa está preparada para minimizar o consumo de recursos (conservar,evitar o desperdício)?

A empresa está preparada para maximizar a reutilização de recursos (reutilizarmateriais e componentes)?

A empresa está preparada para usar recursos renováveis ou recicláveis(renovar, reciclar)?

A empresa está preparada para proteger o meio ambiente para toda ação comprobabilidade de impacto ambiental?

A empresa está preparada para criar um ambiente saudável e não tóxico comcompras para produtos que agridam menos o meio ambiente, não tóxicos?

A empresa está preparada para buscar a qualidade na criação do ambienteconstruído (aumentar a qualidade)?

12

34

56

78

9 (%)

Page 106: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

105

4.3.2 Resultados para o item práticas relacionadas ao GRCC

Os resultados para o item 2) práticas relacionadas ao GRCC, por canteiro,

estão indicados no Quadro 13. Três canteiros apresentam percentuais

“insatisfatórios”: A2 com 35%, B2 com 38% e F2 com 23%. Nove canteiros

apresentam percentuais “satisfatórios”: A1 com 77%, B1 com 92%, C1 com 50%, C2

com 62%, D1 com 73%, D2 com 69%, E1 e E2 com 54% e F1 com 73%. No

resultado geral, três canteiros apresentam resultado “insatisfatório” (25%) e sete

“satisfatório” (75%).

Ao analisar-se os canteiros das empresas A, B e F observa-se que os

resultados apresentam uma diferença muito significativa entre eles. Se por um lado

um canteiro é bem avaliado com resultado “satisfatório”, ao mesmo tempo também

outro canteiro é mal avaliado com resultado “insatisfatório”. Esses resultados são

contraditórios ao considerar-se que são práticas relacionadas ao GRCC e aplicadas

pela mesma empresa, em seus canteiros de obra.

A empresa C também apresenta resultados com diferença relevante entre

seus canteiros, mas dentro de resultados “satisfatórios”; as empresas D e E mantêm

regularidade para os resultados percentuais entre seus canteiros e avaliados como

“satisfatórios”. Qualquer um dos resultados satisfatórios pode ser melhorado.

Dentro de uma mesma empresa, resultados com diferença significativa para

percentuais de atendimento ao item 2) em seus canteiros de obra sugerem

diferentes práticas relacionadas ao GRCC, o que é contraditório se relacionado à

mesma empresa.

Quadro 13 – Percentual por canteiro para item 2) práticas relacionadas ao GRCC

Canteiros A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2

2)Práticas relacionadas ao GRCC 77 35 92 38 50 62 73 69 54 54 73 23

Práticas para GRCC (média por canteiro) 74 49 57 33 35 44 62 70 52 37 52 28

Verifica-se pelo Quadro 13 que os três canteiros com percentuais

“insatisfatórios” em 2) Práticas relacionadas ao GRCC, apresentam também

percentuais abaixo de 50% para o resultado final, Práticas para GRCC (média por

canteiro), como também já apresentavam os canteiros B2 e F2 para o item 1),

anterior, resultados “insatisfatórios”. A análise sugere que há uma tendência entre os

resultados, como analisado no item 1), levando canteiros de menor percentual em

Page 107: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

106

um item a tender a um outro menor resultado, no item subsequente. Os canteiros B2

e F2 apresentam avaliação “insatisfatória” para os dois itens analisados.

Para apresentar o resultado geral das 27 questões pesquisadas em todos os

canteiros, para o item 2) práticas relacionadas ao GRCC, analisou-se as questões

na mesma a ordem que foram formuladas e os resultados estão apresentados nas

Figuras 15 e 16 em duas etapas sequenciais: primeiro as questões de 1 a 14 na

Figura 15 e na sequência, as questões de 15 a 27 na Figura 16.

À primeira questão, se o canteiro realiza compatibilização de projetos antes

do início das obras, 58% dos entrevistados responderam que sim e essa questão é

considerada como uma etapa fundamental na produção do edifício, para não gerar

e/ou reduzir RCC.

Para 67% dos entrevistados existe projeto de implantação do canteiro e para

50% dos entrevistados procura-se minimizar a supressão da vegetação local durante

o planejamento do canteiro. Na questão sobre projeto de implantação do canteiro os

resultados para três empresas foram respostas sim e não, demonstrando ou

ausência de informação ou canteiros de mesma empresa com implantação de obras

distintas. Na questão sobre minimizar a supressão da vegetação local, os resultados

das seis empresas foram respostas sim e não, repetindo a ocorrência anterior

descrita. Para 92% dos entrevistados a logística do canteiro visa reduzir as

distâncias de transporte, porém o resultado dos canteiros de uma empresa foi

resposta sim e não.

Para 67% dos entrevistados realiza-se controle de perdas nos canteiros e

existe o projeto de controle da qualidade interna da construção. Para essas duas

questões o resultado para os canteiros de uma empresa foram respostas sim e não,

sugerindo que canteiros de uma mesma empresa podem ter controles diferentes ou

não ter esses controles.

Page 108: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

107

Figura 15 – Percentual das empresas às questões do item 2) práticas relacionadas ao GRCC - questões de 1 a 14

Para 17% dos entrevistados existe sistema de prevenção contra

contaminação do solo, embora as respostas sejam de canteiros de empresas

distintas, o que sugere que os outros canteiros, da mesma empresa, trabalham de

forma diferente. Responderam 50% dos entrevistados que se realiza tratamento de

efluentes dos canteiros e lança-se resíduos na rede coletora pluvial, embora em um

canteiro de uma empresa foi respondido sim e não. Para 67% dos entrevistados

lançam-se resíduos na rede coletora de esgoto e o resultado para canteiros de duas

empresas foram respostas sim e não.As divergências de respostas nos resultados

para as três últimas questões indicam possibilidade de práticas diferentes, em

canteiros da mesma empresa.

Afirmaram 33% dos entrevistados que existe procedimento especial para o

manuseio e descarte das substâncias tóxicas utilizadas no canteiro, mas essas

respostas são de quatro canteiros de diferentes empresas. Para 17% dos

entrevistados existe alguma coleta especial de resíduos. Para essas duas questões

todas as respostas pertencem a canteiros de empresas diferentes e essas

incoerências entre afirmativas e negativas sugerem práticas diferentes, em canteiros

da mesma empresa.

58

67

50

92

67

67

67

67

17

50

50

67

33

17

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Realiza compatibilização de projetos antes do início das obras?

Possui projeto de implantação do canteiro?

Durante o planejamento do canteiro procura minimizar a supressão davegetação local?

A logística do canteiro visa reduzir as distâncias de transporte?

Possui procedimentos para garantir a compra sócio e ambientalmenteresponsável?

Dá preferência a fornecedores locais?

Realiza controle de perdas nos canteiros?

Possui projeto de controle da qualidade interna da construção?

Possui sistema de prevenção contra contaminação do solo?

Realiza tratamento de efluentes dos canteiros?

São lançados resíduos na rede coletora pluvial?

São lançados resíduos na rede coletora de esgoto?

Existem procedimentos especiais para o manuseio e descarte dassubstâncias tóxicas utilizadas no canteiro?

Existe alguma coleta especial de resíduos?

12

34

56

78

910

1112

1314

(%)

Page 109: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

108

O resultado percentual para o item 2) práticas relacionadas ao GRCC para as

questões 15 a 27, é mostrado na Figura 16.

Figura 16 – Percentual das empresas às questões do item 2) práticas relacionadas ao GRCC -questões 15 a 27

Na questão 15, 58% dos entrevistados responderam que foram recebidas

reclamações da comunidade vizinha às suas obras com relação à emissão de

poeira, o que amplia e integra GRCC ao entorno da obra, necessitando-se de

práticas relacionadas ao GRCC que minimizem essa questão. O resultado em

canteiros de três empresas foram respostas sim e não e pelas observações a

campo, esse percentual poderia ser maior.

Para 50% dos entrevistados existe procedimento para estocagem de

materiais para minimizar a geração de poeira em estoque, embora os resultados em

canteiros de três empresas foram respostas sim e não. Essa divergência pode

sugerir práticas diferentes em canteiros da mesma empresa. Para 100% dos

entrevistados existe procedimento para estocagem de materiais, evitando-se que

sejam carregados pela chuva.

Responderam 67% dos entrevistados que existe procedimento para

estocagem dos materiais, mas a observação a campo indica que esse procedimento

58

50

100

67

92

83

33

25

100

83

42

42

67

0 20 40 60 80 100 120

A empresa já recebeu reclamações da comunidade vizinha às suas obrascom relação a emissão de poeira?

Os procedimentos para estocagem de materiais contemplam minimizar ageração de poeira em estoque?

Existem procedimentos especiais para estocagem de materiais evitandoque sejam carregados pela chuva, por exemplo?

Existe procedimento para estocagem dos materiais?

É vetada a estocagem de materiais nas calçadas e vias públicas, mesmotemporariamente?

São acompanhadas as entregas de materiais, em especial do concretousinado, evitando o despejo de resíduos em calçadas e ruas?

Há coleta seletiva no canteiro?

Existe a política dos 3R’s (reduzir, reutilizar, reciclar) implantada no canteiro?

Existe rotina que garanta a limpeza do canteiro mantendo-o em boascondições de higiene e segurança?

A mão de obra foi preparada para não gerar e/ou reduzir resíduos daconstrução civil no canteiro?

A empresa já desenvolveu algum treinamento ou ação educativa voltada aomeio ambiente junto aos colaboradores?

Os subempreiteiros estão incluídos no treinamento dos colaboradores?

Os subempreiteiros recebem alguma orientação que contribua para aredução do desperdício de materiais na execução das tarefas?

1516

1718

1920

2122

2324

2526

27 (%)

Page 110: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

109

precisa ser revisado em pelo menos quatro dos oito canteiros em que os

entrevistados responderam sim a essa questão. Em um canteiro de uma empresa

houve respostas sim e não, divergentes para a questão.

Afirmaram 92% dos entrevistados que se veta a estocagem de materiais nas

calçadas e vias públicas, mesmo temporariamente. O resultado de 92% corresponde

ao observado durante as visitas a campo: em apenas um canteiro havia material

estocado nas calçadas e via pública.

Para 83% dos entrevistados as entregas de materiais são acompanhadas, em

especial as do concreto usinado, para evitar despejo de resíduos em calçadas e

ruas. Para 33% dos entrevistados existe coleta seletiva no canteiro, porém dois

canteiros de duas empresas divergiram com respostas sim e não e sugerem ações

distintas, em canteiros da mesma empresa.

Em três canteiros de três empresas diferentes foi respondido que existe a

política dos 3R’s (reduzir, reutilizar, reciclar) implantada no canteiro e em todos os

canteiros, 100% dos entrevistados, existe rotina que garante a limpeza do canteiro

mantémdo-o em boas condições de higiene e segurança. Para 83% dos

entrevistados a mão de obra foi preparada para não gerar e/ou reduzir resíduos da

construção civil no canteiro. Afirmaram 42% dos entrevistados que a empresa já

desenvolveu algum treinamento ou ação educativa voltada ao meio ambiente junto

aos colaboradores e que os subempreiteiros estavam incluídos no treinamento dos

colaboradores. Para 67% dos entrevistados orienta-se os subempreiteiros para que

eles contribuam para a redução do desperdício de materiais na execução das

tarefas.

Todas as divergências encontradas por empresa com respostas sim e não

evidenciam ou propõem práticas e procedimentos relacionadas ao GRCC distintos,

para canteiros da mesma empresa.

4.3.3 Resultados para o item plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC

Os resultados para o item 3) plano de GRCC, caracterização e triagem de

RCC por canteiro estão indicados na Quadro 14. Para sete canteiros os resultados

são “insatisfatórios” para atender ao item analisado: A2 com 42%, B2 com 0%(zero),

C2 com 17%, D1 com 33%, E2 com 17%, F1 com 25% e F2 com 8%. O canteiro que

apresentou percentual 0,0 (zero) demonstra que não houve respostas “sim”. Para

Page 111: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

110

cinco canteiros os resultados são “satisfatórios” para o item analisado: A1 com 58%,

B1 com 50%, C1 com 58%, D2 com 67% e E1 com 50%. Qualquer um dos

resultados “satisfatórios” pode ser melhorado, embora possam ser destacados os

resultados dos canteiros B1 e E1, por serem os mais baixos entre todos. No

resultado geral sete dos canteiros apresentam resultado “insatisfatório” (58%) e

cinco “satisfatório” (42%).

Observa-se nesse item que para canteiros da mesma empresa há diferenças

significativas nos resultados, a exemplo das empresas A, B, C, D, E e F. A empresa

F mesmo com resultado “insatisfatório” em seus dois canteiros, ainda assim

apresenta diferença relevante em seus percentuais, o que sugere para o item

analisado ações distintas nos canteiros.

Quadro 14 – Percentual por canteiro para item 3) plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC

Canteiros A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2

3) Plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC 58 42 50 0 58 17 33 67 50 17 25 8

Práticas para GRCC (média por canteiro) 74 49 57 33 35 44 62 70 52 37 52 28

Para os canteiros das empresas A, B, C, D e E também é possível observar

que os percentuais de atendimento ao item apresentam-se com diferenças

relevantes; o resultado para um canteiro é “satisfatório” mas “insatisfatório” em um

outro canteiro. Os resultados sugerem que há abordagem distinta para o plano de

GRCC, caracterização e triagem de RCC nos canteiros de uma mesma empresa;

esses resultados são contraditórios.

Os canteiros B2 e F2 apresentam avaliação “insatisfatória” para os três itens

até aqui analisados. Os canteiros C2 e E2 apresentam avaliação insatisfatória para

os itens 1) e 3), esse último referente à análise desse item.

Verifica-se pelo Quadro 14 que cinco canteiros com percentuais

“insatisfatórios” dentre os sete avaliados apresentam também percentuais abaixo de

50% para o resultado final em Práticas para GRCC (média por canteiro). A análise

sugere que há uma tendência entre os resultados levando canteiros de menor

percentual em um item a tender a um outro menor resultado, no item subsequente,

como já observado nas análises dos itens anteriores.

Para apresentar o resultado geral das doze questões pesquisadas em todos

os canteiros para o item 3) plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC por

Page 112: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

111

canteiro, analisou-se as questões na mesma a ordem que foram formuladas e os

resultados estão apresentados na Figura 17.

Figura 17 – Percentual das empresas às questões do item 3) plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC

Na primeira questão, se o canteiro possui um plano de GRCC para seus

canteiros de obra, 33% dos entrevistados afirmaram que sim e que para sua

implantação considerou-se prioritariamente a exigência de órgãos fiscalizadores e

secundariamente a melhoria e controle nos processos construtivos da empresa.

Na segunda questão, se há monitoramento do plano, 17% dos entrevistados

informaram que sim e em outros dois canteiros das mesmas empresas informaram

que não e complementaram dizendo que os atuais planos foram elaborados por

terceiros. A divergência encontrada sobre monitoramento do plano em dois canteiros

de uma mesma empresa sugere que um canteiro pode não ter compreendido com

clareza o monitoramento ou ainda que não há monitoramento em um canteiro e

apenas em um outro. Cruzando esses resultados com o de melhorias e inovações,

para o menor resultado para o item comunicações internas, evidencia-se

possibilidade de coerência na divergência. No canteiro A2 o entrevistado declarou

dificuldade para a implementação do plano de GRCC em razão de o documento não

apresentar a clareza necessária em explicar “como fazer”, no canteiro.

Com os resultados é possível deduzir que 67% dos engenheiros não contam

com o apoio de um plano de GRCC a ser aplicado no gerenciamento da obra e que

33

17

33

33

25

0

17

67

17

0

50

83

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

O canteiro possue um Plano de Gerenciamento de Resíduos da ConstruçãoCivil (PGRCC) ?

Monitora a execução do PGRCC?

A empresa contratou a elaboração do PGRCC?

A empresa possui listagem dos tipos de resíduos gerados em suas obras?

A empresa possui listagem dos produtos perigosos ou poluentes utilizados emsuas obras?

O canteiro utiliza resíduos de outras indústrias na sua própria produção?

Os colaboradores estão preparados para caracterizar os resíduos?

É realizada algum tipo de classificação dos resíduos gerados, ou seja, hátriagem no canteiro?

Existe a separação dos resíduos em classes A, B, C, D?

É utilizado código de cores para identificar os diferentes tipos de resíduos?

É possível classificar os resíduos gerados?

É feito o reaproveitamento de algum resíduo no próprio canteiro?

12

34

56

78

910

1112 (%)

Page 113: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

112

33% dos engenheiros contam com um plano em fase de implantação e adaptação.

Em metade desses, 11%, não há monitoramento dos resultados. Para 67% dos

entrevistados não existe plano de GRCC e é possível deduzir que as práticas

existentes e relacionadas ao GRCC são iniciativa dos gestores da obra, dentro da

realidade de cada canteiro.

Para a questão sobre a empresa possuir as listagens dos tipos de resíduos

gerados em suas obras, incluindo os perigosos e poluentes, 33% dos entrevistados

responderam que se trabalha com a listagem de seus resíduos, porém para as

respostas sobre listagem de produtos perigosos, um entrevistado em um canteiro

divergiu para canteiros de uma mesma empresa. Nenhum canteiro utiliza resíduos

de outra indústria na sua própria produção.

Dos quatro canteiros com plano de GRCC apenas em dois foi declarado que

seus colaboradores estão preparados para caracterizar resíduos, os outros dois

divergiram e declararam que não. Na questão sobre se realizam algum tipo de

classificação para os resíduos gerados, 67% dos entrevistados afirmaram que sim.

Em apenas dois canteiros foi declarado que há separação de resíduos em classes e

em nenhum canteiro o código de cores é utilizado para identificar os diferentes tipos

de resíduos. Perguntou-se aos entrevistados como é feita a separação do RCC no

canteiro e as respostas obtidas foram: a) “pelos grandes volumes”, b) “não separa,

vai tudo na caçamba”, c) “separa papelão, madeira, metal”, d) ”separa em caçambas

bota fora”, e) “tentou separar, mas sem êxito”, f) “separação de entulho? de produtos

perigosos?, perguntas como resposta”.

O percentual obtido de 67% com os entrevistados respondendo sim à questão

que trata da classificação dos resíduos gerados não corresponde à realidade

observada durante as visitas aos canteiros, como também as observações feitas às

caçambas de entulho nos canteiros. Essa divergência sugere que não há clareza

para os entrevistados quanto ao tema: classificação dos resíduos gerados no

canteiro.

Para 50% dos entrevistados é possível classificar resíduos gerados e para

83% dos entrevistados é feito o reaproveitamento de algum resíduo no próprio

canteiro e especificaram os seguintes resíduos: a) ”cerâmico/uso de taliscas”, b)

“argamassa/aterro”, c) ”entulho de bloco de concreto”, d) ”sobra de argamassa de

reboco”, e) ”restos de tijolos para reaterro”, f) “argamassa para massa de contrapiso,

g) ”apenas madeira”, h) ”resíduos de argamassa usinada e cimento para

Page 114: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

113

estabilização de talude e acessos”, h)”gesso-arremates/cerâmica-

arremates/madeira-proteções, i) “eps e madeira”, j) material do bandejão para

contenção de talude, restos de madeira em estruturas”. Os entrevistados, por

declaração espontânea, informaram que o reaproveitamento de resíduo gerado no

canteiro é mínimo.

Dentro dessa realidade de 67% dos canteiros sem plano de GRCC, sem

caracterização e sem triagem de RCC, perguntou-se que materiais geram maior

índice de resíduos e o resultado indicou que são os resíduos das classes A e B, com

predominância para classe A, confirmando resultados de pesquisas anteriores sobre

perdas, desperdícios e RCC em canteiros de obras. O resultado dos materiais que

geram maior índice de resíduos em todos os canteiros foi listado pela classificação

do maior ao menor índice, na Tabela 8.

Tabela 8 – Classificação do material que gera maior índice de resíduos nos canteiros

Classificação Materiais que geram maior índice de resíduos no canteiro

1 Blocos (concreto e cerâmico) 2 Argamassa 3 Concreto 3 Cerâmica (revestimento piso e parede) 3 Gesso 4 Agregados (areia e brita) 4 Cimento 4 Chapas de compensado para formas 4 Material hidráulico (tubos e conexões PVC) 5 Outros

Foi solicitado aos entrevistados que indicassem as atuais dificuldades em

relação ao item 3) plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC. O resultado

dos doze canteiros é mostrado na Tabela 9, em forma de listagem.

Tabela 9 – Dificuldades em relação ao plano de GRCC, caracterização e triagem de resíduos Plano de GRCC

a) Ter controle na destinação e saber como é feito o beneficiamento na ATT b) Conscientização dos funcionários envolvidos com o PGRCC c) Falta conhecimento do Plano, falta de treinamento adequado para os funcionários, d) Plano de ação mais claro e) Dificuldade na implementação do Plano elaborado f) Planejamento do Plano para gerar orçamento específico g) Não ter o Plano de GRCC e um plano de ação h) Pouco conhecimento sobre o assunto i) Falta palestra técnica sobre RCC na obra j) Falta projeto e orientação técnica sobre o assunto k) Falta informação aos colaboradores referente a como deve ser feito l) Falta treinamento para conscientização dos funcionários

Continua...

Page 115: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

114

Tabela 9 – Dificuldades em relação ao plano de GRCC... (continuação) m) Falta instrução e orientação sobre o processo

n) Associar a cultura e o conhecimento do colaborador ao treinamento e ao comprometimento

Caracterização e Triagem o) Falta orientação sobre o processo para caracterização p) Falta treinamento para caracterização q) Desconhecimento geral para triagem e falta informação específica r) Treinamento para triagem s) Falta conhecimento específico ou mão de obra específica t) Falta treinamento, mas está a caminho u) Consciência dos colaboradores sobre desperdício v) Conscientização da base do processo, da pessoa que executa a triagem na prática w) Falta empenho de colaboradores e fornecedores x) Não tem mão de obra destinada para esse serviço y) Rotatividade da mão de obra z) Reverter em bonificação para o funcionário que trabalha na triagem (investimento) aa) Dificuldade de controle e separação dos resíduos bb) Não caracterizar o resíduo cc) Falta espaço para separação dos materiais

dd) Falta de local para fazer a caracterização

ee) Dificuldade com a mistura de diversos materiais (madeira, massa, alvenaria, fiação etc.) ff) Dificuldade com os pequenos volumes das classes B, C, D gg) Falta interesse da empresa em implantar hh) Falta cobrança pela empresa ii) O PGRCC não ser prioridade para os gestores da obra (plano) jj) Custo da triagem kk) Falta orçamento específico para gerenciar a atividade

Pelo resultado mostrado na Tabela 9 para Plano de GRCC, especificamente

para os canteiros que contam com o Plano, os itens de a) a f) sugerem que ainda

não há clareza suficiente na sua implementação e nos treinamentos necessários

para seus resultados. Para a maioria dos canteiros a dificuldade indicada pelos

entrevistados é não ter um plano de GRCC para seu canteiro de obra, item g).

Pelo resultado mostrado na Tabela 9 para Caracterização e Triagem

observou-se que os entrevistados relataram um total de 32 dificuldades, sendo 16 ou

52% relacionadas à falta de treinamento geral e específico, palestra técnica sobre

RCC e conscientização da mão de obra sobre desperdício. Cada entrevistado a sua

maneira e em todos os canteiros, 100% dos entrevistados, indicou a falta de

treinamento para os colaboradores da obra como a maior dificuldade, itens de a) a

p). Em 42% dos entrevistados foram indicadas dificuldades com a mão de obra em

relação ao empenho dos colaboradores, a não ter mão de obra específica para esse

serviço, a rotatividade da equipe, a falta de incentivo financeiro (bonificação) para

esse fim, itens q) a w). Para 17% dos entrevistados, existem dificuldades com a falta

de espaço no próprio canteiro para essa finalidade, conforme itens cc) e dd). Para

Page 116: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

115

58% dos entrevistados outras dificuldades também são elencadas, como a falta de

orçamento para gerenciar a atividade, a falta de cobrança pela empresa, falta de

interesse da empresa em implantar, dificuldade com os pequenos volumes das

classes B, C e D, conforme itens aa), bb), ee) a kk).

Os resultados sugerem que os colaboradores nos doze canteiros não estão

preparados para caracterização, ou seja, identificar e quantificar os resíduos e para

triagem, respeitando as classes de resíduos estabelecidas no art. 3º da Resolução

307/2002 do CONAMA. Esses resultados cruzados com as respostas das questões

7, 8 e 9 sobre caracterização e triagem, cujos percentuais de respostas “SIM” são

17%, 67% e 17%, indicam divergência na realidade dos canteiros ou ainda que, por

falta de treinamento, as respostas estão relacionadas com o entendimento atual de

caracterização e triagem de RCC.

Os demais resultados estão vinculados à falta de um plano de GRCC, da

atual realidade nas empresas em relação ao tema GRCC e às repercussões dessa

realidade em seus canteiros de obra.

4.3.4 Resultados para o item acondicionamento e/ou armazenamento

temporário de RCC

Os resultados para o item 4) acondicionamento e/ou armazenamento

temporário de RCC, por canteiro, estão mostrados no Quadro 15. Cinco canteiros

apresentam resultado “insatisfatório” ao item analisado: A2 com 30%, C1 com 40%,

C2 com 30%, E2 com 40% e F2 com 30%. Para sete canteiros os resultados para o

item analisado são “satisfatórios” para: A1 com 80%, B1 com 50%, B2 com 50%, D1

com 70%, D2 com 70%, E1 com 70% e F1 com 50%. Qualquer um dos resultados

satisfatórios pode ser melhorado, mas podem ser destacados os resultados dos

canteiros B1, B2 e F1, por serem os mais baixos entre todos. No resultado geral

cinco dos canteiros apresentam resultado “insatisfatório” (42%) e sete “satisfatório”

(58%).

Quadro 15 – Percentual por canteiro para item 4) acondicionamento e/ou armazenamento de RCC Canteiros A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2

4) Acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC

80 30 50 50 40 30 70 70 70 40 50 30

Práticas para GRCC (média por canteiro) 74 49 57 33 35 44 62 70 52 37 52 28

Page 117: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

116

Observa-se para os canteiros da mesma empresa que há diferenças

significativas nos resultados das empresas A, E e F, o que sugere para o item

analisado ações distintas para acondicionamento e/ou armazenagem de RCC por

canteiro. A empresa C, mesmo com percentuais insatisfatórios para seus dois

canteiros, apresenta certa regularidade em seus resultados. As empresas B e D

apresentam percentuais entre seus canteiros de igual valor, 50% e 70%

respectivamente, sugerindo regularidade no resultado da análise do item. A empresa

D apresenta o melhor resultado entre todos, em seus canteiros de obra.

O canteiro F2 continua apresentando avaliação insatisfatória para todos os

quatro itens até aqui analisados. Três canteiros, C1, C2 e E2, apresentaram

avaliação insatisfatória para o item 1), já analisado anteriormente e também no

resultado do item 4). O canteiro A2 apresenta avaliação insatisfatória para o item 2),

já analisado anteriormente e também no resultado do item 4). Três canteiros, A2, C2

e E2 apresentam avaliação insatisfatória para o item 3), já analisado anteriormente e

também no resultado do item 4).

Verifica-se pelo Quadro 15 que os cinco canteiros com percentuais

“insatisfatórios” apresentam também percentuais abaixo de 50% para o resultado

final em Práticas para GRCC (média por canteiro). A análise sugere que há uma

tendência entre os resultados, levando canteiros de menor percentual em um item a

tender a um outro menor resultado no item subsequente, como já observado nas

análises realizadas.

Para apresentar o resultado geral das dez questões pesquisadas em todos os

canteiros para o item 4) acondicionamento e/ou armazenamento temporário por

canteiro, analisou-se as questões na mesma a ordem que foram formuladas e os

resultados estão apresentados na Figura 18.

Na primeira questão, se utiliza acondicionamento e/ou armazenamento para

assegurar tanto quanto seja possível as condições de reutilização e reciclagem dos

resíduos, 42% dos entrevistados responderam que sim.

Perguntado se os resíduos perigosos são acondicionados em recipientes que

garantam a vedação e prevenção de vazamento e/ou contaminação do solo, 67%

dos entrevistados declararam que sim, mas apenas 42% dos entrevistados

declararam que os resíduos estão devidamente identificados quanto a sua natureza,

grau de risco e outras orientações necessárias. Questionados se é possível

acondicionar os resíduos perigosos adequadamente, 42% dos entrevistados

Page 118: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

117

responderam que sim. Com resultados que sugerem práticas para resíduos

perigosos sem relação com as normas técnicas vigentes, é possível inferir que há

possibilidade de vazamento e/ou contaminação de solo e riscos com o manuseio em

pelo menos sete dos canteiros.

Figura 18 – Percentual das empresas às questões do item 4) acondicionamento e/ou armazenamento temporário

Apenas em um canteiro o entrevistado declarou ter área de armazenamento

temporário dentro do canteiro e em três canteiros os entrevistados informaram que

se trabalha com baias de resíduos, seguindo sua classificação. É possível deduzir

pelos resultados que essas áreas são facilitadoras no gerenciamento de resíduos e

que a maioria dos canteiros visitados, nove deles, não conta com esse elemento de

apoio no GRCC. Pela observação durante as visitas aos canteiros quando não

existe um plano de GRCC formalizado, a ausência de elementos como esse que

integram o plano de GRCC leva a ações improvisadas e o resultado não é

satisfatório nos canteiros. Os resultados para o item 4), quando comparado com

quem declarou ter o plano de GRCC e quem não tem o plano de GRCC no canteiro

apresenta, em ambos os casos, percentuais baixos.

Na questão 7, se os resíduos ficam depositados em local adequado de forma

a não prejudicar a segurança e circulação de materiais e pessoas, 75% dos

entrevistados responderam que sim e observou-se a campo que há uma maior

preocupação quando o assunto envolve segurança do trabalho, conforme já

42

67

42

42

8

25

75

8

33

100

0 20 40 60 80 100 120

Utiliza-se acondicionamento e/ou armazenamento para assegurar tantoquanto seja possível as condições de reutilização e reciclagem dos

resíduos?

Os resíduos perigosos são acondicionados em recipientes que garantam avedação e prevenção de vazamento e/ou contaminação do solo

Os resíduos estão devidamente identificados quanto a sua natureza, grau derisco e outras orientações necessárias?

É possível acondicionar os resíduos perigosos adequadamente?

Existe área de armazenamento temporário dentro do canteiro?

Existem baias de resíduos seguindo sua classificação?

Os resíduos ficam depositados em local adequado de forma a não prejudicara segurança e circulação de materiais e pessoas?

Os resíduos estão armazenados em locais que eliminam a possibilidade demistura com solo argiloso?

Os resíduos estão protegidos da chuva ou tem cobertura com lona?

O entulho é transportado para o térreo por equipamento adequado?

12

34

56

78

910 (%)

Page 119: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

118

demonstrado no resultado de melhorias e inovações para o item segurança do

trabalho, o mais bem avaliado. Sugere que se houver fiscalização por órgãos

externos no canteiro há um maior empenho por parte de todos os envolvidos no

canteiro, incluído aí a empresa.

Quanto aos resíduos estarem armazenados em locais que eliminam a

possibilidade de mistura com solo argiloso apenas em um canteiro, o entrevistado

respondeu que sim. Quanto aos resíduos estarem protegidos da chuva ou terem

cobertura com lona, apenas 33% dos entrevistados responderam que sim. Os

resultados cruzados com a existência de área temporária no canteiro confirmam a

ausência dessas áreas e das baias na maioria dos canteiros e, consequentemente,

improvisação nessas atividades.

Em todos os canteiros, 100% dos entrevistados afirmaram que os resíduos

são transportados para o térreo por equipamento adequado utilizando uma ou mais

dessas opções: duto de descida de resíduo, elevador final, cremalheira,

minicarregadeira, gerica, big-bag (bolsa grande com rodas), mas sem executar

caracterização, triagem, acondicionamento e/ou armazenamento temporário desses

resíduos de forma adequada.

Foi solicitado aos entrevistados que indicassem as atuais dificuldades em

relação ao item 4) acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC e o

resultado dos doze canteiros é mostrado na Tabela 10, em forma de listagem.

Tabela 10 – Dificuldades em relação a acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC Em relação aos colaboradores

a) Embora treinados, continuam considerando resíduo como lixo, misturando os resíduos b) Falta de conhecimento c) Falta de treinamento d) Falta de equipe para esse serviço e) Controle de retirada dos resíduos

Em relação ao canteiro

a) Espaço físico não determinado nos canteiros b) Dimensionamento do canteiro, local apropriado no canteiro c) Falta de espaço na obra, no canteiro d) Falta de um layout na obra que proporcione isto

Em relação ao fornecedores

a) Consciência de organização dos fornecedores

Foi declarado por 42% dos entrevistados que mesmo com treinamento há

dificuldade na atividade e falta treinamento e equipe para esse fim. Em um canteiro

foi citada pelo entrevistado a falta de consciência dos fornecedores quanto à

Page 120: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

119

organização dentro com canteiro e 33% dos entrevistados indicam a falta de um

projeto para implantar no canteiro o espaço para acondicionamento e/ou

armazenamento temporário, embora 67% dos entrevistados tivessem respondido

anteriormente que existe projeto de implantação do canteiro.

4.3.5 Resultados para o item transporte e destinação final de resíduos

Os resultados para o item 5) transporte e destinação final de resíduos, por

canteiro, estão mostrados no Quadro 16. Cinco canteiros apresentam resultado

“insatisfatório” ao item analisado: B2 com 43%, C1 com 14%, E1 com 43%, E2 com

29%, F1 com 43%. Para sete canteiros os resultados para o item analisado são

“satisfatórios” para: A1 com 57%, A2 com 71%, B1 com 57%, C2 com 100%, D1

com 57%, D2 com 57% e F2 com 57%. Qualquer um dos resultados satisfatórios

pode ser melhorado mas destacam-se os resultados dos canteiros A1, B1, D1, D2 e

F2, por serem os mais baixos entre todos. No resultado geral, cinco dos canteiros

apresentam resultado “insatisfatório” (42%) e sete “satisfatório” (58%).

Quadro 16 – Percentual por canteiro para item 5) transporte e destinação final de resíduos Canteiros A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2

5) Transporte e destinação final de resíduos 57 71 57 43 14 100 57 57 43 29 43 57

Práticas para GRCC (média por canteiro) 74 49 57 33 35 44 62 70 52 37 52 28

Observa-se para os canteiros da mesma empresa que há diferenças

significativas nos resultados das empresas A, B, C, E e F, que sugere para o item

analisado ações distintas para transporte e destinação final de resíduos, por

canteiro.

A empresa D apresenta percentuais de atendimento “satisfatório” para seus

dois canteiros e regularidade em seus resultados. As empresas B, C, e F

apresentam percentuais de atendimento “satisfatório” em um canteiro e

“insatisfatório” em outro, o que sugere ações distintas para o item analisado e

resultados contraditórios dentro de uma mesma empresa. Os canteiros A1 e A2,

embora apresentem percentuais de atendimento “satisfatório” para o item,

apresentam diferença em seus resultados, o que sugere ações distintas em

canteiros de uma mesma empresa, não apresentando coerência de resultado.

O canteiro F2 apresenta o primeiro percentual de atendimento “satisfatório”

nesse item analisado. Dois canteiros, C1 e E2, apresentaram avaliação

Page 121: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

120

“insatisfatória” para o item 1), analisado anteriormente, e no resultado do item 5). O

canteiro E2 apresenta avaliação “insatisfatória” para o item 3), analisado

anteriormente, e no resultado do item 5).

Verifica-se pelo Quadro 16 que os três canteiros com percentuais

“insatisfatórios” também apresentam em Práticas para GRCC (média por canteiro),

resultado abaixo de 50%. A análise sugere que há uma tendência entre os

resultados levando canteiros de menor percentual em um item a tender a um outro

menor resultado no item subsequente, como já observado nas análises realizadas.

Para apresentar o resultado geral das oito questões pesquisadas em todos os

canteiros, para o item transporte e destinação final de resíduos por canteiro,

analisou-se as questões na mesma ordem que foram formuladas e os resultados

estão apresentados na Figura 19.

Nos doze canteiros, 100% dos entrevistados responderam que destinam seus

resíduos gerados na obra para a área de transbordo e triagem (ATT) da empresa

Ecoambiental em Cuiabá, exceto saco de cimento e gesso. Há resíduos que são

doados, vendidos ou reutilizados, como madeira, papelão, plástico, metal e outros e

que representam, em média, menos de 5% do total de resíduos gerados.

Figura 19 – Percentual das empresas às questões do item 5) transporte e destinação final de resíduos

Na maioria dos canteiros não há caracterização, triagem e acondicionamento

e/ou armazenamento temporário adequados e, por essa razão, os resíduos são

misturados e descartados em caçambas, por transportadoras. Sete canteiros

67

92

100

50

50

25

17

100

0 20 40 60 80 100 120

O transporte é executado com prévio conhecimento dos seusriscos e suas características de manuseio?

Os colaboradores envolvidos com essa atividade utilizamtodos os equipamentos de proteção individual (EPI`s) para

sua segurança?

Os transportadores são devidamente licenciados para essaatividade?

A construtora utiliza transporte próprio para os resíduosgerados?

Há reutilização de resíduos entre as obras em execução daconstrutora?

A empresa monitora a destinação final de seus resíduos?

A empresa monitora a quantidade de resíduos gerados eretirados da obra em relação a quantidade planejada no

PGRCC ?

ATT de Cuiabá é a destinação de RCC gerado na obra?

12

34

56

78 (%)

Page 122: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

121

utilizam uma transportadora de caçamba e cinco utilizam duas transportadoras para

a destinação final dos resíduos.

Para as questões que envolvem transporte de resíduos e os transportadores,

67% dos entrevistados responderam que o serviço é executado com prévio

conhecimento dos seus riscos e suas características de manuseio. Para 92% dos

entrevistados os colaboradores envolvidos com essa atividade utilizam todos os

equipamentos de proteção individual (EPIs) para sua segurança. Para 100% dos

entrevistados todos os transportadores são devidamente licenciados para essa

atividade.

Para 50% dos entrevistados há reutilização de resíduos entre obras da

empresa, embora em pequena quantidade, e também utilizam transporte próprio

para resíduos. Perguntado qual resíduo transportam, informaram madeira, pedaços

de ferro, entulho de tijolos, sobra de bloco de concreto e areia e outros.

Para 25% dos entrevistados há monitoramento da destinação final de seus

resíduos e 75% dos entrevistados declararam que a partir da saída do resíduo da

obra não há responsabilidade da empresa sobre os resíduos.

Para 17% dos entrevistados há monitoramento da quantidade de resíduos

gerados e retirados da obra em relação à quantidade planejada no PGRCC, sendo

esses dois canteiros integrantes dos quatro canteiros que trabalham com plano de

GRCC. Nos doze canteiros pesquisados, 100% dos entrevistados destinam seus

resíduos à ATT de Cuiabá, único local de destinação do município para a maior

quantidade de entulho da obra.

Nos doze canteiros pesquisados, os resíduos gerados na obra e destinados

para outras obras, bem como para doação, reutilização, venda e outros,

representam menos de 5% do total gerado e foram listados na Tabela 11. As

estimativas por resíduo foram fornecidas pelos engenheiros responsáveis pelas

obras.

Pelos dados colhidos é possível deduzir ser incipiente o resultado percentual

de reutilização de resíduos em outras obras ou com venda, reutilização no próprio

canteiro ou doação e outras destinações, em relação ao total de RCC gerado na

obra e destinado à ATT. Importante destacar que a iniciativa, mesmo com resultado

incipiente, deve ser considerada válida.

Page 123: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

122

Tabela 11 – RCC gerado na obra e destinado para outras obras, venda, reúso, doação Resíduo Destino %

Aço Vende, reutiliza, doa 95 a 100 Madeira Reúso, doa 20 a 100 Alumínio Vende 100

Cerâmico Reúso 20 a 80 Argamassa Reúso 80 a 95 PVC / Fiação Doa 10 a 90 Lata de tintas Reúso, doa 80 a 100 Restos de tijolos para aterro Reúso 90 Concreto Reúso 95 Concreto Reúso 95 Areia Reúso 95 Brita Reúso 90 Cimento Reúso 100 Gesso, cerâmico (arremate) Reúso 30 Argamassa de reboco, pedaços de ferro (vergas), argamassa usada para massa de contrapiso, resíduo de argamassa usinada e cimento para estabilização de talude e acessos

Reúso

citados e não estimados

Foi solicitado aos entrevistados que indicassem as atuais dificuldades em

relação ao item 5) transporte e destinação final de resíduos e o resultado dos doze

canteiros é mostrado na Tabela 12, em forma de listagem.

Tabela 12 – Dificuldades em relação ao item 5) transporte e destinação final de resíduos Em relação aos transportadores

a) Cumprimento de prazos e horários b) A contratada para transporte não consegue atender no tempo necessário c) O atendimento da locadora de caçambas, a espera, a agenda d) Demora no atendimento pela demanda da cidade e) Não atende à demanda das construtoras f) Mau atendimento de maneira geral, coleta não cumpre a programação g) Empresa não coleta todos os materiais. Falta empresas para aumentar a concorrência

Em relação à ATT e outras destinações em Cuiabá

a) Problema na área administrativa da ATT: caçamba retida; nota fiscal não chega para pagamento b) Ter um local adequado para destinação final dos RCC na cidade de Cuiabá c) Empresas capacitadas em recolher e/ou receber resíduos d) Resíduos separados na obra mas sem destinação: papelão, gesso, EPS, PVC, outros e) Destinação do gesso e do saco de cimento f) Falta de opções para destinação de RCC

Outras dificuldades

a) Destinação da água de limpeza de betoneira, central de concreto b) Destinação das telas de proteção de fachada para descarte (retalhada e doada) c) Madeira de forma e desforma, o que não aproveita gera um problema de descarte d) Pouca quantidade de caminhões na empresa para enviar resíduos às obras e) Empenho de colaboradores f) Custos desses serviços g) Julga importante ter esse conhecimento para gerenciar a obra e RCC da obra h) Não tem conhecimento dessa área i) Organização dos resíduos j) Treinamento específico

Page 124: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

123

Relataram dificuldades em relação aos transportadores de resíduos 58% dos

entrevistados, no cumprimento de prazos, horários, demanda de serviço e a não

coletar todos os resíduos gerados. Em relação à ATT de Cuiabá foi observado por

um entrevistado que existem problemas administrativos na empresa

ECOAMBIENTAL (ATT) repercutindo no gerenciamento da obra.

Para resíduos separados na obra como papelão, gesso, EPS, PVC, saco de

cimento, 42% dos entrevistados informaram que a dificuldade está na falta de

destinação final em Cuiabá, além da falta de mais uma opção para destinação de

RCC. Em outras dificuldades relatadas 83% dos entrevistados indicaram a falta de

opção ou conhecimento para destinar água de betoneira, central de concreto, telas

de proteção da fachada, madeira, além de dificuldades com a organização de

resíduos para transporte, o custo desses serviços e a mão de obra que se apresenta

com baixo comprometimento e não qualificada para o serviço.

As dificuldades presentes nos canteiros de obra demonstram o estágio atual

do GRCC, a percepção dos engenheiros em relação às necessidades para

gerenciamento da obra e de RCC, a relação direta do tema com a equipe de

colaboradores e terceiros e sugere uma demanda reprimida que necessita de um

olhar criterioso por parte dos envolvidos e da empresa em busca de solução ou

considerar-se, ainda, que se elevar o nível da questão das dificuldades a um

conjunto de necessidades comuns para GRCC em Cuiabá, a discussão passa então

a envolver todo o setor e aqueles diretamente vinculados: construtoras,

transportadoras, recicladores, órgãos públicos, ATT, SindusCon-MT, entre outros,

em busca de soluções comuns que bem atendam o setor.

4.3.6 Análise geral dos resultados percentuais para as práticas e

procedimentos em canteiros de obra quanto ao gerenciamento de

resíduos da construção civil (GRCC)

Os resultados percentuais para os itens de práticas e procedimentos em

canteiros de obra quanto ao GRCC (Práticas para GRCC) estão demonstrados no

Quadro 17.

Em relação às práticas para GRCC (média por canteiro), observa-se que os

resultados “satisfatórios” são aqueles que atendem aos canteiros A1 com 74%, B1

com 57%, D1 com 62%, D2 com 70% e E1 e F1 com 52%. Apenas os dois

Page 125: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

124

canteiros, A1 e D2, conseguem manter em todos os resultados por item percentuais

“satisfatórios”, sendo portanto, os canteiros mais bem avaliados entre todos.

Quadro 17 – Percentual para itens de práticas e procedimentos em canteiros de obra quanto ao gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC)

Programa Brasileiro de Produtividade e Qualidade do Habitat1 S2 S S S N3 N S S S S N N Certificado de Gestão de Qualidade ISO 9001 N N N N N N N N S S N N

Itens de Práticas para GRCC / Canteiros A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 1) Percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa (9 questões) 100 67 33 33 11 11 78 89 44 44 67 22

2) Práticas relacionadas ao GRCC (27 questões) 77 35 92 38 50 62 73 69 54 54 73 23

3) Plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC (12 questões) 58 42 50 0 58 17 33 67 50 17 25 8 4) Acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC (10 questões) 80 30 50 50 40 30 70 70 70 40 50 30

5)Transporte e destinação final de resíduos (8 questões) 57 71 57 43 14 100 57 57 43 29 43 57

Resultados de Práticas para GRCC (média por canteiro) 74 49 57 33 35 44 62 70 52 37 52 28

Empresas A B C D E F

Resultados de Práticas para GRCC (média por empresa) 62 45 40 66 45 40

1PBQP-H 2Sim 3Não

Os canteiros B1, com 57%, e D1, com 62% de média por canteiro,

respectivamente, apresentam um percentual “insatisfatório” em um item cada um, e

seus resultados finais colocam D1 como o terceiro canteiro mais bem avaliado e B1

como o quarto canteiro mais bem avaliado.

A empresa D, com o segundo e terceiro melhores canteiros avaliados, mostra

regularidade em seus resultados e, consequentemente, em suas práticas para

GRCC.

Os canteiros E1 e F1, com 52% de média, apresentam dois percentuais

“insatisfatórios” em dois itens cada um, e seus resultados finais colocam os dois

canteiros, E1 e F1, em 5º lugar como mais bem avaliados.

Observa-se em todos os canteiros avaliados a tendência mostrada nas

análises anteriores: resultados de menor valor para itens subsequentes, portanto,

práticas interferindo negativamente em ações subsequentes.

Os canteiros com percentuais de atendimento “insatisfatório”, A2 com 49%,

B2 com 33%, C1 com 35%, C2 com 44%, E2 com 37% e F2 com 28%, apresentam

no mínimo dois e no máximo quatro resultados por item abaixo de 50%. O canteiro

com o menor resultado é F2, seguido de B2, C1, E2 e C2.

A empresa C, com o terceiro e o quinto canteiros com os menores

percentuais “insatisfatórios”, mostra regularidade negativa em seus resultados e,

consequentemente, em suas práticas para GRCC.

Comparou-se os resultados das médias obtidas por canteiro para as práticas

para GRCC com os obtidos para melhorias e inovações, como mostra o Quadro 18.

Page 126: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

125

Quadro 18 – Comparativo da média por canteiro - percentuais entre melhorias e inovações x práticas para GRCC. Canteiros A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2

Melhorias e inovações (média do canteiro) 81 59 86 51 75 56 69 61 59 46 62 42

Práticas para GRCC (média por canteiro) 74 49 57 33 35 44 62 70 52 37 52 28

Apenas o canteiro A1 conseguiu manter sua posição entre os mais bem

avaliados, mesmo com decréscimo no resultado percentual. Os canteiros B1 e C1,

com percentuais de 57% e 35% respectivamente, afastaram-se dos melhores

resultados e os canteiros D1 e D2 mantiveram a regularidade de melhorias e

inovações em práticas para GRCC, 62% e 70% respectivamente. Nos demais

canteiros – A2, B2, C1, C2, E2 e F2 – os resultados variam entre 28% e 49% e

quando comparados esses resultados com os de melhorias e inovações, que estão

entre 42% a 59%, confirmam-se os baixos percentuais médios nos dois resultados

para os mesmos canteiros. Alguns canteiros da mesma empresa aprsentam

diferenças significativas entre eles, como mostrou o Quadro 18.

Quando comparam-se os percentuais médios para melhorias e inovações

com os de práticas para GRCC, por canteiro, é possível perceber que a tendência

para os menores percentuais obtidos em melhorias e inovações é apresentar outros

menores resultados quanto às práticas para GRCC. Observa-se essa tendência nos

canteiros A2, B2, e C2 que alteram resultados “satisfatórios” para “insatisfatórios” ou

ainda E2 e F2 que reduzem seus resultados, já abaixo de 50% e “insatisfatórios”.

Com esses resultados é possível inferir que o percentual de atendimento

alcançado por um canteiro em melhorias e inovações evidencia a tendência para os

resultados subsequentes quanto às práticas para GRCC. Sugerem ainda os

resultados que para conseguir-se bons resultados quanto às práticas para GRCC,

deve-se observar primeiro como está sendo atendido o canteiro de obra quanto às

melhorias e inovações.

Também é possível observar variações significativas de percentuais entre

canteiros da mesma empresa, como ocorrido nos canteiros B1 e C1 que apresentam

percentuais de atendimento “satisfatório” para melhorias e inovações de 86% e 75%,

respectivamente, mas em práticas para GRCC apresentam 57% e 35%,

respectivamente. De fato, nesses dois últimos percentuais, as divergências podem

estar apenas concentradas nas práticas para GRCC e é possível deduzir que

melhorias e inovações têm seus itens atendidos satisfatoriamente.

Page 127: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

126

Ocorre diferença significativa entre outros canteiros da mesma empresa,

como em F2 com resultados insatisfatórios, com 42% e 28%, sugerindo em todos os

casos citados não ser possível manter o padrão de atendimento para as duas

frentes de gerenciamento, de obra e GRCC, simultaneamente. Finalmente, é

possível inferir que os resultados alcançados no momento da pesquisa refletem as

práticas e os procedimentos possíveis para GRCC, dentro da realidade do

gerenciamento de cada canteiro de obra.

Os cinco canteiros – A1, D1, D2, E1 e F1 – apresentam percentuais de

atendimento “satisfatórios” tanto para melhorias e inovações como para práticas

para GRCC e seus resultados demostram regularidade, sem diferenças

significativas, embora em quatro canteiros, A1, D1, E1 e F1, os percentuais para

práticas quanto ao GRCC sejam de menor valor conforme a tendência já analisada.

Destaca-se mais uma vez a regularidade da empresa D e seus resultados que

sugerem que os canteiros D1 e D2 devem trabalhar sob controle e monitoramento, o

que pode justificar a regularidade dos percentuais obtidos para melhorias e

inovações e práticas para GRCC, embora para a empresa exista sempre a

possibilidade de melhoria para os resultados obtidos.

Os resultados obtidos quanto às práticas para GRCC, média por empresa,

apresentam percentuais de atendimento “satisfatório” para as empresas A, com

62%, e D, com 66%. As empresas B, C, E e F apresentam percentuais de

atendimento “insatisfatórios”: B e E com 45% e E e F com 40%. A empresa D foi a

mais bem avaliada quanto às práticas para GRCC.

De forma geral e a partir dos resultados obtidos é possível deduzir que o

gestor e a equipe de colaboradores à frente da obra intervêm de forma pessoal,

passando a existir diferenças tanto quantitativa como qualitativa para o

gerenciamento do canteiro dentro de uma mesma empresa, ou ainda que a

responsabilidade da empresa com os resultados obtidos é proporcional ao controle e

monitoramento de seus programas implantados, de seus resultados e das correções

necessárias, ou ainda que a ausência desse controle contribui para resultados

diferentes dentro de uma mesma empresa. As divergências de valores obtidos por

canteiro sugerem que cada equipe, em cada canteiro, diante de suas próprias

necessidades, responde com maior ou menor grau de dificuldade e reflete esse

resultado para a empresa.

Page 128: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

127

4.3.7 Resultados para o item grau de dificuldade e hierarquia de medidas

eficientes quanto ao GRCC no canteiro de obra

Os resultados para o item grau de dificuldade quanto ao GRCC no canteiro de

obra refletem a percepção do engenheiro responsável pela obra em relação ao

GRCC e são mostrados na Figura 20. Associou-se na mesma Figura 20 os

percentuais obtidos quanto às práticas para GRCC (média por canteiro).

Figura 20 – Grau de dificuldade quanto ao GRCC no canteiro associado ao percentual de práticas para GRCC

Após responder as questões sobre melhorias e inovações e práticas para

GRCC, o engenheiro responsável pela obra declarou seu grau de dificuldade quanto

ao GRCC e o resultado foi comparado ao percentual obtido em práticas para GRCC

no canteiro de obra; comparando-se, foi verificada a percepção do engenheiro e a

tendência entre os resultados.

Em nove canteiros foi declarado pelos engenheiros entrevistados que o grau

de dificuldade quanto ao GRCC é “Alto”; em dois canteiros foi declarado como de

grau “Médio”; em um canteiro o entrevistado considerou o grau de dificuldade como

“Muito Alto”.

Para os entrevistados com grau de dificuldade “Alto” em nove canteiros, o

percentual obtido em práticas para GRCC variou entre 28% e 70%. Em cinco desses

canteiros os percentuais de atendimento quanto às práticas para GRCC são

“insatisfatórios”: A2 com 49%, B2 com 33%, C1 com 35%, C2 com 44% e F2 com

74

49

57

33 35

44

62

70

52

37

52

28

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Méd

io

Alt

o

Alt

o

Alt

o

Alt

o

Alt

o

Alt

o

Alt

o

Alt

o

Mu

ito

Alt

o

Méd

io

Alt

o

A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2

Percentual para Práticas para GRCC (média por canteiro)

Grau de Dificuldade quanto ao GRCC no canteiro de obra

Page 129: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

128

28%. Nos outros quatro canteiros os percentuais de atendimento são “satisfatórios”:

B1 com 57%, D1 com 62%, D2 com 70% e E1 com 52%. Os resultados sugerem

coerência entre a percepção do engenheiro e os percentuais de atendimento quanto

às práticas para GRCC, medida nos canteiros.

Em dois canteiros que os entrevistados declararam grau de dificuldade como

“Médio” e os percentuais de atendimento quanto às práticas para GRCC foram

“satisfatórios”: A1 com 74% e F1 com 52%. Em um canteiro, E2, o entrevistado

declarou grau de dificuldade como “Muito Alto” e o percentual de atendimento às

práticas de GRCC foi de 37%, “insatisfatório”, o que sugere coerência entre os

resultados.

Apesar de os percentuais de atendimento serem “satisfatórios” quanto às

práticas para GRCC nos canteiros A1, B1, D1, D2, E1 e F1, pode-se inferir que

ocorreram problemas que foram percebidos pelos engenheiros e são declarados no

grau de dificuldade quanto ao GRCC, como Médio e Alto, mesmo associado aos

resultados para as práticas para GRCC como “satisfatórios”.

Quanto ao resultado para a hierarquia de medidas eficientes a GRCC para

atender os canteiros de obra, foi obedecida a prioridade informada pelos

engenheiros. Foram listadas todas as medidas com prioridade número um, todas as

medidas com prioridade número dois, e assim sucessivamente até a prioridade

quatro. Em três canteiros B2, C1, C2 não foram indicadas medidas e o resultado dos

nove canteiros está mostrado na Tabela 13, em forma de listagem.

Observa-se que há uma sequência lógica de prioridades, desde a solicitação

da elaboração do plano de GRCC até a promoção de sua melhoria com a

colaboração de todos os envolvidos com o plano, passando pela premiação para os

melhores resultados, além de treinamento geral e específico e aquisição de

inovações tecnológicas para a produção do edifício.

Tabela 13 – Hierarquia de medidas eficientes para GRCC com prioridade informada pelos engenheiros, na obra Prioridade 1

a) Desenvolver um plano de GRCC e um planejamento para o plano de ação b) Apresentar o plano de GRCC a todos os colaboradores c) Treinar e preparar os colaboradores d) Escolher um engenheiro para o setor de qualidade e incluir o GRCC e) Ter um maior investimento no orçamento da obra para GRCC

Continua...

Page 130: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

129

Tabela 13 – Hierarquia de medidas eficientes para GRCC com prioridade informada... (continuação) f) Dividir com os fornecedores a responsabilidade sobre RCC como saco de cimento, gesso, outros

(logística reversa) g) Produzir planos de GRCC mais claros, facilitando sua execução no canteiro de obra h) Criar um sistema de reciclagem de RCC para produção de areia enriquecida para outras obras

(moinho)

Prioridade 2

i) Contratar colaboradores especializados no tema GRCC j) Ter responsáveis para a área de GRCC no canteiro k) Organizar o canteiro para armazenamento de resíduos para as classes A, B, C, D l) Disponibilizar novos produtos disponíveis no mercado para todas as obras, por exemplo, formas de

alumínio m) Estudar a viabilidade de novos produtos para a produção do edifício n) Monitorar a destinação final dos resíduos

Prioridade 3

o) Contratar consultoria especializada no assunto p) Definir metas e premiar as obras com melhores resultados q) Acompanhar um ciclo de produção de serviço r) Destinar uma equipe para realizar serviço de triagem s) Estudar paginação em função dos ambientes, por exemplo, cerâmica/acabamento t) Evitar alteração de projeto pós-execução

Prioridade 4

u) Apresentar os resultados provocados pelo plano de GRCC v) Promover a melhoria do Plano de GRCC com a participação de todos w) Ter empresas de reciclagem em Cuiabá para receber resíduos recicláveis

Os resultados sugerem uma percepção clara pela área técnica e executiva da

empresa, embora não esgote o tema no atendimento ao canteiro de obra em relação

a GRCC. A hierarquia de medidas pode servir como elemento motivador para

fomentar a discussão do tema na empresa.

Entende-se também que medidas eficientes são encaminhamentos para

serem analisados, revisados, acrescentadas novas medidas para decisão a curto e

médio prazo, com objetivo de obter soluções para a empresa.

4.3.8 Resultados para as principais ocorrências de perdas e desperdícios e

inovações tecnológicas implantadas para minimizar perdas e

desperdícios nos canteiros

O resultado percentual para as principais ocorrências de perdas e

desperdícios nos doze canteiros de obras classifica em primeiro lugar a falta de

projeto ou má qualidade dele e a incompatibilidade entre projetos, com 50% cada

uma e seis indicações pelos entrevistados. Em segundo lugar, com quatro

indicações cada uma, 33%, a alteração do projeto, correções de inconformidade

com as especificações durante a execução, transporte no canteiro,

Page 131: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

130

estoque/armazenamento no canteiro. A falta de programação/controle de materiais,

o processamento em si (acima do estimado) e as correções de falhas construtivas

pós-entrega dentro do prazo de garantia, que aparece em terceiro lugar com três

indicações cada uma, 25%. Os resultados são apresentados na Tabela 14.

Tabela 14 - Classificação das principais ocorrências de perdas e desperdícios nos canteiros

Principais ocorrências de perdas e desperdícios no canteiro Classificação

(%) 1) Falta de projeto ou má qualidade do projeto 50 1) Incompatibilidade entre projetos 50 2) Alteração do projeto 33 2) Correções de inconformidade com as especificações durante a execução 33 3) Transporte no canteiro 33 4) Estoque/armazenamento no canteiro 33 5) Falta de programação/controle de materiais 25 6) Processamento em si (acima do estimado) 25 7) Correções de falhas construtivas pós-entrega e dentro do prazo de garantia 25

Os resultados sugerem que as causas das principais perdas e desperdícios

que ocorrem nos canteiros de obra têm origem no projeto, no gerenciamento e

durante a execução da obra. Dessa forma, é possível relacionar essas ocorrências e

suas origens com os impactos subsequentes no GRCC.

O resultado para a classificação quanto as maiores dificuldades existentes em

relação a mão de obra para não gerar e/ou reduzir perdas e desperdícios no

canteiro, apresentado na Tabela 15, classificou em primeiro lugar a falta de

comprometimento dos subempreiteiros, com 50% e seis indicações dos

entrevistados. Em segundo lugar, a rotatividade das equipes, com 42% e cinco

indicações; em terceiro lugar, com 33% e quatro indicações cada uma, o

absenteísmo (habitualmente não realiza obrigações referentes ao seu trabalho) e a

falta de projeto do produto e de planejamento dos sistemas de produção. Em quarto

lugar, com 25% e três indicações cada uma, a falta de comprometimento da equipe

de empregados próprios; falta de controle sobre a produção das etapas de serviços

e falta de programação para mão de obra.

Tabela 15 – Classificação para as maiores dificuldades existentes em relação a mão de obra para não gerar e/ou reduzir perdas/desperdícios no canteiro Maiores dificuldades existentes em relação a mão de obra para não gerar e/ou perdas/desperdícios no canteiro

Classificação (%)

1) Falta de comprometimento dos subempreiteiros 50 2) Rotatividade das equipes 42 3) Absenteísmo (habitualmente não realiza obrigações referentes ao seu trabalho) 33

Continua...

Page 132: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

131

Tabela 15 – Classificação para as maiores dificuldades existentes em relação a mão... (continuação) 3) Falta de projeto do produto e de planejamento dos sistemas de produção 33 4) Falta de controle sobre a produção das etapas de serviços 25 4) Falta de programação para mão de obra 25

4) Falta de comprometimento da equipe de empregados próprios 25

A maior dificuldade em relação a mão de obra apontada pelos entrevistados é

a falta de comprometimento dos subempreiteiros; em lado oposto e ocupando o

último lugar a falta de comprometimento da equipe de empregados próprios. Deduz-

se assim que o número de subempreiteiros nos canteiros é muito significativo frente

aos empregados próprios para justificar a classificação ou que ainda, a avaliação

sobre o subempreiteiro tem padrão diferente em relação a própria equipe

Por outro lado, ao considerar-se a rotatividade das equipes aliada a uma mão

de obra que não realiza as obrigações de seu trabalho e a falta de projeto do

produto e de planejamento dos sistemas de produção, retorna-se com a origem das

dificuldades para a direção da empresa e para o gerenciamento do canteiro de obra,

contrariando o primeiro resultado, referente aos subempreiteiros. Em busca de

solução e dentro dessa realidade, o assunto deve ser analisado em relação ao

gerenciamento do canteiro tendo em vista que essas dificuldades, na sequência,

impactam o GRCC.

Diante da falta de projeto, planejamento e controle do produto, dos sistemas

de produção e das etapas de serviço, é preciso haver um olhar criterioso da

empresa. Contradiz o primeiro resultado referente aos subempreiteiros porque é a

empresa e o gerenciamento da obra que acompanham, monitoram e fiscalizam a

produção do edifício. Essas dificuldades têm impacto subsequente no GRCC.

Quanto às inovações tecnológicas implantadas para minimizar perdas e

desperdícios nos canteiros de obra, apresentadas na Tabela 16, as mesmas foram

agrupadas em forma de listagem e são fiéis as indicações dos engenheiros

entrevistados.

Tabela 16 – Inovações tecnológicas implantadas no canteiro para minimizar perdas e desperdícios Inovações tecnológicas implantadas no canteiro para minimizar perdas e desperdícios

a) Tijolo cerâmico paletizado, processo de paletização em geral b) Paletes para tijolos c) Aço Corta e Dobra d) Centrais de fabricação específicas no canteiro e) Central de pré-moldados f) Confecção de pré-moldados no canteiro para atender churrasqueiras, shafts g) Padronização de esquadrias confeccionadas no canteiro, no projeto para múltiplos de 6

Continua...

Page 133: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

132

Tabela 16 – Inovações tecnológicas implantadas no canteiro para minimizar... (continuação) h) Uso de escoramento metálico de laje i) Uso de escoras metálicas, longarinas e outras, para forma j) Confecção de kits elétrico e hidráulico para montagem nas unidades k) Montagem de kit cerâmico, piso com quantidade estimada de uso mas sem os acabamentos (caixa

fechada paletizada e enviada ao andar/torre) l) Peças de marmoraria chegam ao canteiro cortadas para montagem m) Substituição da estrutura da cobertura em madeira para perfis metálicos n) Proteção de periferia na produção da torre o) Construção de baias para acondicionamento separado p) Uso de concreto industrializado (usinado) q) Massa pronta para revestimento interno r) Argamassa usinada para reboco e alvenaria s) Argamassa de reboco usinada e transportada em masseiras t) Argamassa industrializada com redução no uso de equipamento u) Utilização de argamassa estabilizada v) Não aplicar massa na junta vertical w) Produção de argamassa para reboco externo com argamassadeiras x) Utilização de retardador de pega do gesso y) Distância otimizada entre a produção e o ponto de lançamento (produção) z) Transporte horizontal de materiais através de empilhadeiras e minicarregadeiras aa) Uso de carrinho paleteiro hidráulico bb) Uso de peneira elétrica para areia cc) Separar madeira para reúso dd) Reciclar madeira ee) Utilizar restos de EPS no contrapiso ff) Aproveitamento do bandejão no uso posterior para contenção de taludes gg) Compra de tapumes com madeirites reciclados hh) Aproveitamento dos restos de madeira para guarda-corpo e outras estruturas ii) Reaproveitamento de formas metálicas em várias obras jj) Reaterro com argamassa de alvenaria e reboco interno e externo

Os resultados sugerem que as inovações tecnológicas implantadas podem

ser agrupadas como sistema paletizado, aço corta e dobra, central de fabricação de

pré-moldados no canteiro, escoramento metálico, confecção e montagem de kits

para produção de serviço, concreto usinado e argamassa industrializada e

estabilizada, transporte de material por equipamento e distância otimizada até o

ponto de produção, reutilização de materiais. Deve-se destacar que as inovações

listadas não ocorrem simultaneamente em um mesmo canteiro, o que pode justificar

algumas das ocorrências de perdas e desperdícios, bem como as dificuldades com a

mão de obra, encontradas nos canteiros. A listagem não esgota as inovações

tecnológicas implantadas nos canteiros e serve como incentivo à implementação de

outras melhorias e inovações tecnológicas.

Page 134: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

133

4.3.9 Análise comparativa entre resultados para melhorias e inovações x

práticas para GRCC

Para os resultados dos itens de melhorias e inovações foi possível verificar

que o item com maior ocorrência de percentual de atendimento “insatisfatório”,

abaixo de 50%, é o de comunicações internas. Em práticas para GRCC, os

resultados indicam dois itens com maior ocorrência de percentual de atendimento

“insatisfatório”: percepção das políticas ambiental e de qualidade e plano de GRCC,

caracterização e triagem de RCC. Os resultados correspondem ao Quadro 19.

Quadro 19 – Percentual por item - melhorias e inovações x práticas para GRCC Maior ocorrência de percentuais “insatisfatórios” (abaixo de 50%) Empresa/Canteiro A B C D E F

MELHORIAS E INOVAÇÕES A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2

1. Apoio e dignificação da mão de obra 70 47 86 58 72 58 77 63 63 52 72 60 2. Organização do canteiro 82 58 88 49 73 51 64 61 56 36 74 37 3. Movimentação de materiais e deslocamentos internos 80 60 93 53 87 47 73 53 53 40 50 13

4. Ferramentas, máquinas e técnicas especiais 80 53 80 49 84 65 61 49 53 43 57 40 5. Segurança do trabalho 78 86 88 59 97 70 80 80 73 72 70 62

6.Comunicações internas 97 48 79 39 39 46 57 61 54 32 48 39

Média por canteiro 81 59 86 51 75 56 69 61 59 46 62 42 Média por empresa 70 68 66 65 52 52

Empresa/Canteiro A B C D E F PRÁTICAS PARA GRCC A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2

1.Percepção das políticas ambiental e de qualidade 100 67 33 33 11 11 78 89 44 44 67 22

2.Práticas relacionadas a GRCC 77 35 92 38 50 62 73 69 54 54 73 23

3.Plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC 58 42 50 0 58 17 33 67 50 17 25 8

4.Acondicionamento e/ou armazenamento de RCC 80 30 50 50 40 30 70 70 70 40 50 30 5.Transporte e destinação final de resíduos 57 71 57 43 14 100 57 57 43 29 43 57

Média por canteiro 74 49 57 33 35 44 62 70 52 37 52 28 Média por empresa 62 45 40 66 45 40

Os percentuais “insatisfatórios” para o item comunicações internas variam

entre 32% e 48% e sugerem intervir nos percentuais insatisfatórios do item

percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa, que variam entre

11% e 33%. Para que a percepção das políticas ambiental e de qualidade da

empresa tenha a clareza necessária no canteiro de obra é fundamental o apoio de

comunicações internas. Se há inexistência dessas políticas ou por comunicações

internas pouco eficientes, o que se pode inferir é que os resultados insatisfatórios

refletem a falta dessa integração.

O resultado dos canteiros A2 e F1 com 67% cada um em percepção das

políticas ambiental e de qualidade da empresa contra 48% de resultado em

comunicações internas em cada canteiro, pode ser considerado como uma

percepção superavaliada pelo engenheiro entrevistado ou ainda que essa percepção

Page 135: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

134

pode estar equivocada, ou que a avaliação pelo engenheiro para comunicações

internas esteja também equivocada. De forma inversa, o canteiro B1, com 70% de

atendimento para comunicações internas, mostra resultado de 33% em percepção

das políticas ambiental e de qualidade. Os resultados de forma geral são

contraditórios.

Os percentuais “insatisfatórios” para o item Plano de GRCC, caracterização e

triagem de RCC, variam entre 0,0 (zero) e 42% e sugerem coerência com a

percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa para os canteiros B2,

C2, E2 e F2. Na ausência de uma diretriz pela direção da empresa ou de uma

diretriz clara sobre suas políticas e, não havendo modelo de GRCC no canteiro, o

que se observa para o item são resultados abaixo de 50%, ou seja: a realidade do

canteiro dentro do que é possível fazer no dia a dia.

Para os canteiros A1, A2, C1, D1 e F1 os resultados indicam diferença

significativa entre os itens, ora com percentuais de atendimento “satisfatório” ora

“insatisfatório”, o que pode significar que um dos itens não foi bem avaliado ou ainda

que não há clareza quanto à integração desses itens nas práticas do canteiro, o que

retorna ao problema de comunicações internas. Os resultados para os canteiros D2

e E1 são os mais regulares entre todos.

Os resultados “satisfatórios”, nessa análise, são apoiados por outros

resultados acima de 50% e o item comunicações internas pode ser considerado de

integração. Por ele passam as informações do dia a dia do canteiro, como diretrizes

da empresa, segurança, execução, motivação, tempo de resposta, produção de

serviço, entre muitas outras. Merece ser observado com rigoroso critério,

principalmente quando apresenta resultados “insatisfatórios”.

Os resultados comparativos sugerem que itens de melhorias e inovações,

vinculado ao gerenciamento do canteiro de obra, integram e contribuem

significativamente para os percentuais de atendimento obtidos em itens quanto às

práticas para GRCC.

A maior média para melhorias e inovações por empresa fica com a empresa

A, com 70%, e a maior média quanto as práticas para GRCC fica com empresa D,

com 66%. A menor média para melhorias e inovações fica com as empresas E e F,

com 52% e a menor média quanto às práticas para GRCC fica com as empresas C e

F, com 40%. A empresa F apresenta os menores resultados nas duas avaliações,

52% e 40%. Os resultados são mostrados no Quadro 20.

Page 136: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

135

Quadro 20 – Percentual de melhorias e inovações x práticas para GRCC Média por canteiro e por empresa

MELHORIAS E INOVAÇÕES A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 Média por canteiro 81 59 86 51 75 56 69 61 59 46 62 42 Média por empresa 70 68 66 65 52 52

PRÁTICAS PARA GRCC A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 Média por canteiro 74 49 57 33 35 44 62 70 52 37 52 28 Média por empresa 62 45 40 66 45 40

4.3.10 Análise comparativa para resultados entre canteiros da mesma

empresa: melhorias e inovações x práticas para GRCC

Ao comparar-se os resultados para canteiros da mesma empresa, encontrou-

se em melhorias e inovações para os canteiros B1 e B2 da empresa B a maior

diferença percentual: 86% e 51%, respectivamente. Em práticas para GRCC, para

os canteiros A1 e A2 da empresa A, encontrou-se a maior diferença percentual entre

seus resultados: 74% e 49%, como mostra o Quadro 21.

Quadro 21 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para GRCC Canteiros A1 e A2 - B1 e B2

Empresa/Canteiro A B MELHORIAS E INOVAÇÕES A1 A2 B1 B2

1. Apoio e dignificação da mão de obra 70 47 86 58 2. Organização do canteiro 82 58 88 49 3. Movimentação de materiais e deslocamentos internos 80 60 93 53 4. Ferramentas, máquinas e técnicas especiais 80 53 80 49 5. Segurança do trabalho 78 86 88 59 6. Comunicações internas 97 48 79 39

Média por canteiro 81 59 86 51 Empresa/Canteiro A B

PRÁTICAS PARA GRCC A1 A2 B1 B2 1. Percepção das políticas ambiental e de qualidade 100 67 33 33 2. Práticas relacionadas a GRCC 77 35 92 38 3. Plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC 58 42 50 0 4. Acondicionamento e/ou armazenamento de RCC 80 30 50 50 5. Transporte e destinação final de resíduos 57 71 57 43

Média por canteiro 74 49 57 33

O canteiro B1, entre os doze canteiros pesquisados, é o mais bem avaliado

em melhorias e inovações, com 86%. Para alcançar esse resultado seus valores

percentuais por item variaram entre 79% e 93%, “satisfatórios”, conforme mostrado

no Quadro 21. Ao comparar-se os canteiros B1 e B2 observou-se que os resultados

para três dos itens: organização do canteiro; ferramentas, máquina e técnicas

especiais e comunicações internas, apresentam diferença significativa de 88% para

49%; 80% para 49% e 79% para 39%, todos “insatisfatórios” no canteiro B2.

Page 137: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

136

Ao comparar-se os demais itens: movimentação de materiais e

deslocamentos internos; apoio e dignificação da mão de obra; segurança do

trabalho, os percentuais passam de 93% para 53%; 86% para 58%; 88% para 59%,

com diferença significativa mas resultados “satisfatórios”.

Quanto às práticas para GRCC, os canteiros B1 e B2 apresentam padrões

diferentes de resultados para cada obra, como analisado em melhorias e inovações:

B1 com 57% e B2 com 33%, como mostra o Quadro 21. A tendência é de resultados

com diferença significativa entre os canteiros da empresa B.

A empresa B não consegue manter o resultado apresentado em B1 de 86%

para B2, 51%, o que sugere para os dois canteiros padrões diferentes para

melhorias e inovações em cada obra. A Figura 21 mostra os resultados

comparativos analisados para os canteiros B1 e B2.

Figura 21 – Canteiros B1 e B2 – Percentual comparativo para melhorias e inovações

A empresa B não consegue manter os padrões apresentados no canteiro B1

para B2 tanto para melhorias e inovações quanto para práticas para GRCC e o

resultado final comparativo pelas médias é apresentado na Figura 22.

Figura 22 – Canteiros B1 e B2 – Comparativo final pelas médias

86 86 88 9380

8879

5158

49 53 4959

39

0102030405060708090

100

Méd

ia p

or c

ante

iro

Apo

io e

dig

nific

ação

da m

ão d

e ob

ra

Org

aniz

ação

do

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eiro

Mov

imen

taçã

om

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,de

sloc

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tos

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rnos

Fer

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áqui

nas

e té

cnic

ases

peci

ais

Seg

uran

ça d

otr

abal

ho

Com

unic

açõe

sin

tern

as

1 2 3 4 5 6

Res

ult

ado

s (%

)

B1

B2

86

5157

33

0

20

40

60

80

100

B1 B2

Res

ult

ado

s (%

)

Empresa B/Canteiros

Melhorias e inovações

Práticas para GRCC

Page 138: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

137

O canteiro A1, entre os doze canteiros pesquisados, é o mais bem avaliado

quanto às práticas para GRCC, com média de 74%; para alcançar esse resultado

seus percentuais por item variaram entre 57% e 100%, “satisfatórios”, conforme

mostrado no Quadro 22.

Quadro 22 – Canteiros A1 e A2 - Percentual quanto às práticas para GRCC Empresa/Canteiro A

PRÁTICAS PARA GRCC A1 A2 1. Percepção das políticas ambiental e de qualidade 100 67 2. Práticas relacionadas a GRCC 77 35 3. Plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC 58 42 4. Acondicionamento e/ou armazenamento de RCC 80 30 5. Transporte e destinação final de resíduos 57 71

Média por canteiro 74 49

Ao comparar-se os canteiros A1 e A2 observou-se que os resultados para os

três itens: acondicionamento e/ou armazenamento de RCC; práticas relacionadas a

GRCC e percepção das políticas ambiental e de qualidade apresentam diferença

significativa de 80% para 30%; 77% para 35% e 100% para 67%, respectivamente,

com dois resultados abaixo de 50%, “insatisfatórios”. Ao comparar-se os demais

itens: plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC e transporte e destinação

final de resíduos, os percentuais passam de 58% para 42%; 57% para 71%.

A empresa não consegue manter os padrões apresentados no csnteiro A1 de

74% para o canteiro A2, 49%, o que sugere para os dois canteiros padrões

diferentes quanto as práticas para GRCC, em cada obra.

Para melhorias e inovações, como mostra o Quadro 23, os canteiros A1 e A2

mantêm a tendência para padrões diferentes de resultados para cada obra, com

média percentual para A1 de 81% e para A2 de 59%.

Quadro 23 – Canteiros A1 e A2 - Percentual para melhorias e inovações Empresa/Canteiro A

MELHORIAS E INOVAÇÕES A1 A2 1. Apoio e dignificação da mão de obra 70 47 2. Organização do canteiro 82 58 3. Movimentação de materiais e deslocamentos internos 80 60 4. Ferramentas, máquinas e técnicas especiais 80 53 5. Segurança do trabalho 78 86 6. Comunicações internas 97 48

Média por canteiro 81 59

A empresa A não consegue manter os padrões apresentados no canteiro A1

para A2 tanto para melhorias e inovações quanto para práticas para GRCC e o

resultado final comparativo pelas médias é apresentado na Figura 23.

Page 139: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

138

Figura 23 – Canteiros A1 e A2 – Comparativo final pelas médias

O canteiro F2, entre os doze canteiros pesquisados, apresenta para melhorias

e inovações a menor média percentual, 42%. Para alcançar esse resultado seus

valores percentuais por item variaram entre 13% e 62%, “satisfatórios” e

“insatisfatórios”, como mostra o Quadro 24.

Quadro 24 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para GRCC Canteiros F1 e F2

Empresa/Canteiro F MELHORIAS E INOVAÇÕES F1 F2

1.Apoio e dignificação da mão de obra 72 60 2.Organização do canteiro 74 37 3.Movimentação de materiais e deslocamentos internos 50 13 4.Ferramentas, máquinas e técnicas especiais 57 40 5.Segurança do trabalho 70 62 6.Comunicações internas 48 39

Média por canteiro 62 42 Empresa/Canteiro F

PRÁTICAS PARA GRCC F1 F2 1.Percepção das políticas ambiental e de qualidade 67 22 2.Práticas relacionadas a GRCC 73 23 3.Plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC 25 8 4.Acondicionamento e/ou armazenamento de RCC 50 30 5.Transporte e destinação final de resíduos 29 43

Média por canteiro 52 28

Segundo o Quadro 24, ao comparar-se os canteiros F1 e F2, observou-se que

as diferenças percentuais foram significativas para quatro dos itens: movimentação

de materiais e deslocamentos internos; organização do canteiro; comunicações

internas; ferramentas, máquinas e técnicas especiais. Os resultados foram

respectivamente de 50% para 13%; 74% para 37%; 48% para 39%; 57% para 40% e

cinco desses resultados ficaram abaixo de 50%, “insatisfatórios”. Ao comparar-se os

demais itens: apoio e dignificação da mão de obra e segurança do trabalho, os

percentuais passam de 72% para 60% e 70% para 62%.

81

59

74

49

0102030405060708090

A1 A2

Res

ult

ado

s (%

)

Empresa A/Canteiros

Melhorias e inovações

Práticas para GRCC

Page 140: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

139

A empresa F apresenta para melhorias e inovações o seu melhor resultado no

canteiro F1, com 62% e para F2, com 42%, o menor percentual entre os canteiros

analisados. A empresa não consegue manter os padrões apresentados no canteiro

F1 para F2, o que sugere canteiros com padrões diferentes para melhorias e

inovações em cada obra. A Figura 24 mostra os resultados comparativos analisados

para os canteiros F1 e F2.

Figura 24 – Canteiros F1 e F2 - Comparativo pelas médias para itens de melhorias e inovações

Quanto às práticas para GRCC, a empresa F não consegue manter

percentuais “satisfatórios” no canteiro F1, para todos os itens, e apresenta apenas

resultados “insatisfatórios” para o canteiro F2. O resultado final comparativo pelas

médias é apresentado na Figura 25.

Figura 25 – Canteiros F1 e F2 – Comparativo final pelas médias

Os canteiros C1 e C2 da empresa C quanto às práticas para GRCC, entre os

doze canteiros pesquisados, apresentam resultado final de 35% e 44%,

6272 74

5057

70

4842

60

37

13

40

62

39

01020304050607080

Méd

ia p

or c

ante

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Apo

io e

dig

nific

ação

da m

ão d

e ob

ra

Org

aniz

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do

cant

eiro

Mov

imen

taçã

om

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iais

,de

sloc

amen

tos

inte

rnos

Fer

ram

enta

s,m

áqui

nas

e té

cnic

ases

peci

ais

Seg

uran

ça d

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abal

ho

Com

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açõe

sin

tern

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1 2 3 4 5 6

Res

ult

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F1

F2

62

42

52

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40

50

60

70

F1 F2

Res

ult

ado

s (%

)

Empresa F/Canteiros

Melhorias e inovações

Práticas para GRCC

Page 141: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

140

“insatisfatório”. Para alcançar esses resultados seus valores percentuais por item

variaram entre 11% e 100%, “satisfatórios” e “insatisfatórios”, conforme Quadro 25.

Quadro 25 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para GRCC Canteiros C1 e C2

Empresa/Canteiro C MELHORIAS E INOVAÇÕES C1 C2

1. Apoio e dignificação da mão de obra 72 58 2. Organização do canteiro 73 51 3. Movimentação materiais, deslocamentos internos 87 47 4. Ferramentas, máquinas e técnicas especiais 84 65 5. Segurança do trabalho 97 70 6. Comunicações internas 39 46

Média por canteiro 75 56 Empresa/Canteiro C

PRÁTICAS PARA GRCC C1 C2 1. Percepção das políticas ambiental e de qualidade 11 11 2. Práticas relacionadas a GRCC 50 62 3. Plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC 58 17 4. Acondicionamento e/ou armazenamento de RCC 40 30 5. Transporte e destinação final de resíduos 14 100

Média por canteiro 35 44

Ao comparar-se os canteiros C1 e C2, observou-se que as diferenças

percentuais foram significativas para dois dos itens: plano de GRCC, caracterização

e triagem e transporte e destinação final de resíduos, com variação de 58% para

17% e 14% para 100%. Com variação menor, os itens: práticas relacionadas a

GRCC e acondicionamento e/ou armazenamento de RCC, de 50% para 62% e 40%

para 30%. O item percepção das políticas ambiental e de qualidade tem o mesmo

percentual de 11% para os dois canteiros.

Para melhorias e inovações os canteiros C1 e C2 mantêm a tendência para

padrões diferentes de resultados para cada obra, com média percentual para C1 de

75% e para C2 de 56%. Seus maiores percentuais por item ficam com segurança do

trabalho nos dois canteiros, 97% e 70% respectivamente, e os menores percentuais

para comunicações internas, 39% e 46% respectivamente, como mostrado na

Quadro 25.

A empresa C apresenta resultados finais “insatisfatórios” quanto às práticas

para GRCC para os canteiros C1 e C2, o que sugere um baixo padrão de

atendimento para essas práticas. A Figura 26 mostra o comparativo final pelas

médias, para as práticas dos canteiros F1 e F2.

Page 142: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

141

Figura 26 – Canteiros F1 e F2 – Comparativo final pela média

Os canteiros D1 e D2, E1 e E2 das empresas D e E, entre os doze canteiros

pesquisados, são os que apresentam resultados percentuais mais regulares, tanto

para melhorias e inovações quanto em relação às práticas para GRCC.

Os canteiros D1 e D2 mantêm regularidade em todos os seus itens, com

exceção do item plano de GRCC, caracterização e triagem que apresenta D1 com

33% e D2 com 67%, como mostra o Quadro 26.

Quadro 26 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para GRCC Canteiros D1 e D2 - E1 e E2

O canteiro E1 mantém maior regularidade que o canteiro E2 e os resultados

para melhorias e inovações, 59%, aproxima-se de práticas para GRCC, com 52%.

Para o canteiro E2 as médias percentuais apresentam-se abaixo de 50%: para

melhorias e inovações, 46% e quanto às práticas para GRCC, 37%.

As Figuras 27 e 28 mostram o comparativo final pelas médias para os

canteiros D1 e D2, E1 e E2. A regularidade apresentada pelos canteiros foi

75

56

3544

01020304050607080

C1 C2

Res

ult

ado

s (%

)

Empresa C/Canteiros

Melhorias e inovações

Práticas para GRCC

Empresa/Canteiro D E MELHORIAS E INOVAÇÕES D1 D2 E1 E2

1. Apoio e dignificação da mão de obra 77 63 63 52 2. Organização do canteiro 64 61 56 36 3. Movimentação materiais, deslocamentos internos 73 53 53 40 4. Ferramentas, máquinas e técnicas especiais 61 49 53 43 5. Segurança do trabalho 80 80 73 72 6. Comunicações internas 57 61 54 32

Média por canteiro 69 61 59 46 Empresa/Canteiro D E

PRÁTICAS PARA GRCC D1 D2 E1 E2 1. Percepção das políticas ambiental e de qualidade 78 89 44 44 2. Práticas relacionadas a GRCC 73 69 54 54 3. Plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC 33 67 50 17 4. Acondicionamento e/ou armazenamento de RCC 70 70 70 40 5. Transporte e destinação final de resíduos 57 57 43 29

Média por canteiro 62 70 52 37

Page 143: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

142

vinculada aos percentuais apresentados por item e sem tendência a grandes

variações entre canteiros, embora regularidade não represente o melhor resultado.

Figura 27 – Canteiros D1 e D2 – Comparativo final pelas médias

Figura 28 – Canteiros E1 e E2 – Comparativo final pelas médias

4.4 RESULTADO DA AVALIAÇÃO DO MODELO DE GRCC IMPLANTADO NOS CANTEIROS DE

OBRA DA EMPRESA

Para avaliação do modelo de GRCC implantado nos doze canteiros de obra,

apresenta-se na Tabela 17 um resumo de todas as respostas obtidas pelo

questionário, por canteiro. A sigla R1 equivale à resposta número um (R1) no

questionário e assim sucessivamente até R5, que equivale à resposta cinco. O

questionário aplicado encontra-se no Apêndice D.

Tabela 17 – Respostas à avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros da empresa Canteiros / Respostas à avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros de obra da empresa

Questões A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2

1 R5 R5 R5 R3 R1 R3 R3 R3 R3 R5 R3 R1

Continua...

69

6162

70

56

58

60

62

64

66

68

70

72

D1 D2

Res

ult

ado

s (%

)

Empresa D/Canteiros

Melhorias e inovações

Práticas para GRCC

59

4652

37

0

10

20

30

40

50

60

70

E1 E2

Res

ult

ado

s (%

)

Empresa E/Canteiros

Melhorias e inovações

Práticas para GRCC

Page 144: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

143

Tabela 17 – Respostas à avaliação do modelo de GRCC implantado... (continuação) 2 R1 R2 R1 R2 R2 R1 R3 R1 R1 R1 R2 R2

3 R4 R4 R4 R1 R3 R4 R5 R5 R4 R3 R2 R5

4 R1 R1 R3 R3 R1 R1 R3 R3 R1 R1 R3 R3

5 R5 R1 R2 R2 R1 R4 R2 R2 R2 R2 R2 R2

6 R5 R5 R5 R5 R5 R4 R5 R5 R5 R5 R5 R5

7 R1 R1 R2 R2 R1 R1 R1 R1 R2 R1 R4 R4

8 R1 R1 R5 R5 R2 R1 R3 R3 R1 R1 R2 R2

9 R2 R5 R5 R2 R2 R4 R4 R2 R2 R5 R3 R3

10 R5 R1 R5 R1 R1 R2 R4 R4 R4 R1 R4 R4

11 R1 R2 R5 R1 R1 R1 R4 R1 R1 R1 R2 R1

12 R5 R2 R5 R1 R2 R5 R5 R5 R2 R2 R1 R2

13 R5 R2 R4 R3 R2 R2 R4 R3 R1 R2 R4 R3

14 R5 R1 R5 R2 R1 R2 R2 R2 R1 R2 R4 R1

15 R5 R1 R1 R3 R1 R1 R2 R1 R1 R1 R4 R1

16 R5 R2 R1 R5 R3 R4 R3 R3 R3 R2 R3 R1

17 R5 R1 R1 R1 R1 R4 R2 R3 R1 R1 R3 R1

18 R5 R1 R1 R1 R1 R1 R3 R3 R2 R1 R3 R1

19 R4 R1 R4 R1 R1 R1 R1 R1 R4 R1 R2 R1

20 R1 R1 R4 R1 R1 R1 R2 R1 R1 R1 R1 R1

21 R5 R2 R4 R1 R1 R1 R1 R1 R2 R1 R1 R1

22 R5 R5 R1 R5 R5 R5 R5 R5 R5 R5 R5 R5

23 R3 R3 R2 R1 R1 R1 R3 R2 R3 R1 R3 R1

Na Tabela 18 apresentam-se as notas de cada questão do questionário e a

média atribuída às quatro categorias avaliadas: 1) relação da implantação do edifício

com seu entorno; 2) escolhas dos sistemas e processos construtivos e produtos de

construção; 3) otimização e valorização de RCC gerados durante a produção do

edifício; 4) otimização das etapas do gerenciamento de RCC. O resultado da

avaliação do modelo implantado no canteiro de obra é medido em uma pontuação

de 0,0 (zero) a 10,0 (dez), pela média dessas categorias, conforme modelo

predefinido.

Tabela 18 – Notas às questões da avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros da empresa. Média das categorias analisadas

Canteiros / Média das Categorias

Questões / Notas A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2

1) Relação da implantação do edifício

com seu entorno (1 a 3) 5,8 6,7 5,8 2,5 2,5 4,2 6,7 5,0 4,2 5,0 3,3 4,2

1 10,0 10,0 10,0 5,0 0,0 5,0 5,0 5,0 5,0 10,0 5,0 0,0

2 0,0 2,5 0,0 2,5 2,5 0,0 5,0 0,0 0,0 0,0 2,5 2,5

3 7,5 7,5 7,5 0,0 5,0 7,5 10,0 10,0 7,5 5,0 2,5 10,0

2) Escolhas dos sistemas e processos

construtivos e produtos de construção

(4 a 13)

5,3 2,8 7,8 3,8 2,0 4,0 6,3 4,8 2,8 2,8 5,0 4,8

4 0,0 0,0 5,0 5,0 0,0 0,0 5,0 5,0 0,0 0,0 5,0 5,0

5 10,0 0,0 2,5 2,5 0,0 7,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5

6 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 7,5 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0

7 0,0 0,0 2,5 2,5 0,0 0,0 0,0 0,0 2,5 0,0 7,5 7,5

Continua...

Page 145: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

144

Tabela 18 – Notas às questões da avaliação do modelo de GRCC implantado nos... (continuação) 8 0,0 0,0 10,0 10,0 2,5 0,0 5,0 5,0 0,0 0,0 2,5 2,5

9 2,5 10,0 10,0 2,5 2,5 7,5 7,5 2,5 2,5 10,0 5,0 5,0

10 10,0 0,0 10,0 0,0 0,0 2,5 7,5 7,5 7,5 0,0 7,5 7,5

11 0,0 2,5 10,0 0,0 0,0 2,5 7,5 0,0 0,0 0,0 2,5 0,0

12 10,0 2,5 10,0 0,0 2,5 10,0 10,0 10,0 2,5 2,5 0,0 2,5

13 10,0 2,5 7,5 5,0 2,5 2,5 7,5 5,0 0,0 2,5 7,5 5,0

3) Otimização e valorização de RCC

gerados durante a produção do

edifício (14 a 17)

10,0 0,6 2,5 4,4 1,3 4,4 3,1 3,1 1,3 1,3 6,3 0,0

14 10,0 0,0 10,0 2,5 0,0 2,5 2,5 2,5 0,0 2,5 7,5 0,0

15 10,0 0,0 0,0 5,0 0,0 0,0 2,5 0,0 0,0 0,0 7,5 0,0

16 10,0 2,5 0,0 10,0 5,0 7,5 5,0 5,0 5,0 2,5 5,0 0,0

17 10,0 0,0 0,0 0,0 0,0 7,5 2,5 5,0 0,0 0,0 5,0 0,0

4) Otimização das etapas do

gerenciamento de RCC (18 a 23) 7,1 2,9 4,2 3,3 1,7 1,7 3,8 2,9 4,6 1,7 3,8 1,7

18 10,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,0 5,0 2,5 0,0 5,0 0,0

19 7,5 0,0 7,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 7,5 0,0 2,5 0,0

20 0,0 0,0 7,5 0,0 0,0 0,0 2,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

21 10,0 2,5 7,5 10,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,5 0,0 0,0 0,0

22 10,0 10,0 0,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0

23 5,0 5,0 2,5 0,0 0,0 0,0 5,0 2,5 5,0 0,0 5,0 0,0

Pontuação Final

Avaliação do modelo de GRCC 7,0 3,2 5,1 3,5 1,9 3,6 4,9 3,9 3,2 2,7 4,6 2,6

A pontuação final obtida em cada canteiro para avaliação do modelo de

GRCC implantado, foi comparada ao critério de conceituação e classificação do

modelo de GRCC predefinido e os resultados apresentados na Tabela 19.

Tabela 19 – Classificação do modelo de GRCC implantado nos canteiros da empresa

Canteiros Pontuação final para

Avaliação do modelo de GRCC

Classificação do modelo de GRCC

implantado nos canteiros da empresa

A1 7,0 Regular

A2 3,2 Insuficiente

B1 5,1 Regular

B2 3,5 Insuficiente

C1 1,9 Insuficiente

C2 3,6 Insuficiente

D1 4,9 Insuficiente

D2 3,9 Insuficiente

E1 3,2 Insuficiente

E2 2,7 Insuficiente

F1 4,6 Insuficiente

F2 2,6 Insuficiente

Conforme está destacado na Tabela 19, os canteiros A1 e B1 classificaram-se

com modelo de GRCC “regular”, com pontuações finais de 7,0 e 5,1,

respectivamente. Os outros dez canteiros classificaram-se com modelo de GRCC

“insuficiente” e pontuação final inferior a 5,0.

Page 146: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

145

Para as quatro categorias avaliadas e mostradas na Tabela 18 apenas os

canteiros A1 e B1 obtiveram pontuação maior que 7,5 nas categorias: 2) escolhas

dos sistemas e processos construtivos e produtos de construção (nota 7,8) e 3)

otimização e valorização de RCC gerados durante a produção do edifício (nota

10,0). A pontuação igual ou maior a 7,5 reflete as ações possíveis e já realizadas

nesses canteiros.

Para os dez canteiros classificados com modelo de GRCC “insuficiente”, as

menores pontuações são indicativos para atenção e análise pela empresa.

Para as quatro categorias analisadas os resultados sugerem para a categoria

1) relação da implantação do edifício com seu entorno, com doze canteiros com

médias inferiores a 7,5, que as empresas não prestam a devida atenção sobre os

impactos ambientais negativos que possam causar quando da implantação de seu

empreendimento naquele local predefinido.

Na categoria 2) escolhas dos sistemas e processos construtivos e produtos

de construção, com onze canteiros com médias inferiores a 7,5, o resultado sugere

que não há por parte das empresas preocupação com a escolha na aquisição de

materiais com certificação ISO 14000, por não ter relação de obrigação com essa

escolha, ou ainda que suas parcerias para fornecedores e serviços não guardam

relação com a gestão ambiental e que se estabelece preço como fator de decisão.

Também não considera a distância na aquisição de materiais e sim preço, o que

contribui para o aumento dos impactos ambientais negativos durante a execução da

obra, principalmente quanto à emissão de poluentes na atmosfera, e

consequentemente não há preocupação com perdas e desperdícios durante a fase

de execução, o que sugere ausência de escolha para sistemas e processos

construtivos que contribuam com os produtos de construção. Nessa categoria o

canteiro B1 atingiu média de 7,8.

Para a categoria 3) otimização e valorização de RCC gerados durante a

produção do edifício, com onze canteiros com médias inferiores a 7,5, os resultados

sugerem que não há preocupação em diagnosticar as causas para perdas e geração

de resíduos durante a fase de execução da obra e, em consequência, não há

medida para reduzir a produção de RCC na origem ou reaproveitar no próprio

canteiro. Também não há estratégias para reduzir incômodos ou limitar a poluição

por RCC durante a fase de execução. Nessa categoria o canteiro A1 atingiu média

de 7,8.

Page 147: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

146

Na categoria 4) otimização das etapas do gerenciamento de RCC, com doze

canteiros com médias inferiores a 7,5, os resultados sugerem que o gerenciamento

está focado nas atividades de transporte e destinação final dos resíduos, ou seja:

remover RCC do canteiro. Observou-se interesse mínimo em reaproveitar os

resíduos referentes às perdas das etapas construtivas como também dificuldades

em cumprir a Resolução 307/2002 do CONAMA que estabelece a separação dos

resíduos por classe específica, com projeto para o canteiro com baias de resíduos.

Como nenhum dos modelos de GRCC implantados nos doze canteiros atingiu

pontuação igual ou maior a 7,5 como média final, os resultados sugerem que as

ações e implementações realizadas pelas empresas ainda não geram impactos

ambientais positivos que integrem o canteiro de obra e a empresa à cadeia produtiva

da construção, a partir de sua contribuição com a não geração e/ou redução de RCC

para as mudanças necessárias para o setor. Considera-se impacto ambiental

positivo a alteração benéfica causada por atividades, serviço e/ou produtos de uma

intervenção do ser humano sobre o meio ambiente, contribuindo para que o impacto

humano sobre a natureza seja positivo e não negativo.

O resultado de cada modelo avaliado sugere que as empresas precisam

adequar-se quanto à aplicação de práticas ambientalmente sustentáveis voltadas a

canteiros de obras. Os resultados obtidos na avalição do modelo de GRCC sugerem

um distanciamento entre as práticas realizadas nos canteiros e as práticas

ambientalmente sustentáveis pretendidas pelo setor.

4.5 RESULTADO DO ÍNDICE DE GERAÇÃO DE RESÍDUO - IGR (M³/M²) - E QUANTIDADE DE

RESÍDUO REMOVIDO EM QUILOS POR METRO QUADRADO CONSTRUÍDO (KG/M²), POR

CANTEIRO

O índice de geração de resíduos foi construído a partir do volume (m3) de

RCC gerado em cada canteiro, incluído aí o volume estimado até a conclusão da

obra. Esse valor total em m3 foi dividido pelo total da área construída em cada

canteiro para obtenção do IGR em m3/m2. Os valores obtidos em cada canteiro para

RCC gerado, bem como para o estimado, foram informados pelo engenheiro

responsável pela obra ou pela área responsável da empresa. Os valores foram

calculados considerando que o volume total por obra foi destinado em caçambas de

5 m3 e os IGRs calculados estão apresentados no Quadro 27.

Page 148: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

147

Quadro 27 – Resultado por canteiro para índice de geração de resíduos (IGR)

Canteiros A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2

IGR (m3/m2) 0,216 0,042 0,153 0,226 0,144 0,011 0,178 0,242 N/I N/I 0,020 0,236 1Não informado

Não foram disponibilizados para os canteiros de obra E1 e E2 o volume de

RCC gerado e destinado em m3, o que inviabilizou o cálculo do IGR. Os canteiros C2

e F1 não informaram a quantidade de RCC estimada até o final da obra e apenas o

volume gerado e destinado até a fase da pesquisa, o que justifica os baixos valores

obtidos: 0,011 m3/m2 e 0,020 m3/m2 respectivamente; esses dois valores foram

descartados. Para o canteiro A2 os valores solicitados foram informados, mas o

cálculo do IGR indicou um desvio muito alto em relação aos demais IGRs calculados

por canteiro, e esse valor também foi descartado.

Para calcular a quantidade de resíduos removidos em cada canteiro em kg/m2

construído foi utilizado o peso médio de uma caçamba de 5 m3 de RCC retirado da

obra, ou seja: 5.000 kg ou 5 toneladas. O peso da caçamba de 5 m3 de RCC foi

informado pelas empresas Ecoambiental (ATT em Cuiabá) e por uma transportadora

de RCC. Considerou-se então para esse cálculo que 1 m³ de RCC pesa, em média,

1000 kg/m3. No Quadro 28 apresenta-se o resultado final de RCC destinado em

kg/m2 construído, por canteiro, e a média de RCC destinado ou removido em kg/m2

construído, para os sete canteiros.

Quadro 28 – RCC destinado ou removido em kg/m2 construído (por canteiro e média geral)

Canteiros A1 B1 B2 C1 D1 D1 F2 Média (kg/m2)

RCC destinado em kg/m2 construído 216 153 226 144 178 178 242 199

O resultado da média de RCC destinado ou simplesmente resíduo removido

do canteiro em kg/m2 sugere um valor médio de 199 quilos por metro quadrado

construído (kg/m2) para edificações novas de obras residenciais de múltiplos

pavimentos em Cuiabá, como mostrado no Quadro 28. O levantamento dos dados

fornecidos pelas empresas abrangeu cerca de 24 meses, período médio de

execução das obras pesquisadas, diluindo-se nesse período as variações

circunstanciais da atividade construtiva como o período de chuvas intensas que

ocorre anualmente entre os meses de novembro e março em Cuiabá.

Para a média calculada de RCC de 199 kg/m2 construído é mostrado no

Quadro 29 o comparativo entre o valor utilizado como referência pela Prefeitura

Page 149: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

148

Municipal de Cuiabá para elaboração de Projeto de GRCC; o valor utilizado

nacionalmente e calculado por Pinto (2005) para quantidade de resíduos a ser

removida durante as construções relativa às edificações novas; e o valor calculado

na pesquisa para edificações novas na cidade de Cuiabá.

Quadro 29 – Comparativo entre valores utilizados para RCC em kg/m2 para edificações novas

PMC1 apud Souza (2005) Pinto (2005) Pesquisa

120 kg/m² 150 kg/m² 199 kg/m² Comparando-se em relação ao valor calculado pela pesquisa

40% menor 25% menor - 1

Prefeitura Municipal de Cuiabá

Comparando-se os valores, os resultados mostram que o valor-referência da

Prefeitura Municipal de Cuiabá é 40% menor que o da pesquisa e o valor referência

calculado por Pinto é 25% menor que o valor da pesquisa.

Cruzando o valor médio calculado de RCC removido, 199 kg/m2, em relação

ao resultado da pesquisa para as principais ocorrências de perdas e desperdícios

nos canteiros de Cuiabá, obtém-se como resultado: a falta de projeto ou a má

qualidade de projeto junto com a incompatibilidade entre projetos, como os primeiros

responsáveis, e em segundo lugar, correções de inconformidade com as

especificações durante a execução, transporte no canteiro e

estoque/armazenamento.

Para as dificuldades existentes no canteiro em relação a mão de obra para

não gerar e/ou reduzir perdas/desperdícios, são elencadas como três primeiras

maiores dificuldades a falta de comprometimento dos subempreiteiros, a rotatividade

das equipes e absenteísmo (habitualmente não realiza obrigações referentes ao seu

trabalho).

Os resultados cruzados sugerem que o valor médio calculado de RCC

removido de 199 kg/m2 para edificações novas em Cuiabá mantém relação com as

dificuldades levantados “in loco”, como fatores contribuintes para o valor obtido.

O valor-referência da Prefeitura Municipal de Cuiabá está indicado no modelo

disponibilizado pela Prefeitura, AII – Projeto de Gerenciamento de Resíduos da

Construção Civil, e foi encontrado por Souza (2005) apud Rosa Maria Sposto (2006).

O valor calculado por Pinto (2005) utiliza registros de diversas Prefeituras Municipais

do país relacionados à aprovação de projetos de edificação (alvarás de construção).

O valor da pesquisa utiliza dados fornecidos pelas obras.

Page 150: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

149

4.5.1 Evolução do IGR por empresa e canteiro ou quantidade de resíduo

removido em kg/m² construído, no período 2011-2013

Apenas as empresas C e D forneceram seus dados para análise da evolução

do IGR no período 2011-2013 para uma obra similar à pesquisada e concluída nos

dois últimos anos. A empresa C forneceu os dados para o período solicitado e a

empresa D forneceu dados de três obras em 2013 e justificou que esses dados

passaram a ser medidos a partir de 2013. A empresa F justificou não ter esses

dados por não realizar essa medição e as empresas A, E e F não disponibilizaram

os dados. Os dados fornecidos pela empresa B para 2011 e 2012 foram descartados

por apresentarem desvio de 500% em relação aos dados de 2013 colhidos “in loco”.

Ao analisar-se a empresa C, obteve-se para a evolução do IGR um valor 25%

menor, ou seja: RCC removido em 2012 passou de 191 kg/m² para 144 kg/m² em

2013, superando a média esperada pela pesquisa de decréscimo de 10% ao ano.

Entre os anos de 2011 e 2012 houve acréscimo de 12%, como mostra a Figura 29.

Figura 29 – Empresa C – Evolução do IGR RCC removido em kg/m² construído. Uma obra por ano para 2011, 2012 e 2013

Na análise da empresa D com dados de obras de 2013 a evolução do IGR é

de 4% entre RCC removido: 178 kg/m² em uma obra para 171 kg/m² em outra obra.

Pela média das obras em 2013 a evolução do IGR foi de 29% a menor, superando a

média esperada da pesquisa de 10% ao ano, como mostra a Figura 30.

0

100

200

20112012

2013

168 191

144

RC

C r

emo

vid

o e

m k

g/m

² co

nst

ruíd

o

par

a u

ma

ob

ra/a

no

Empresa C

Page 151: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

150

Figura 30 – Empresa D - Evolução do IGR RCC removido em kg/m² construído. Para três obras em 2013

Com esses resultados não é possível inferir nenhuma tendência para a

evolução dos IGRs por empresa e, consequentemente, também não é possível

verificar a tendência para RCC removido do canteiro em kg/m² construído, no

período de 2011 a 2013. É correto afirmar que a maioria das empresas pesquisadas

não tem esses dados. A empresa C é a única em que se pode verificar a tendência.

4.6 COMPARATIVO ENTRE OS RESULTADOS FINAIS

O Quadro 30 mostra o comparativo por canteiro entre os resultados finais das

análises já realizadas.

Quadro 30 – Comparativo entre os resultados finais por canteiro Canteiros A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2

Melhorias e inovações (%) 81 59 86 51 75 56 69 61 59 46 62 42 Práticas para GRCC (%) 74 49 57 33 35 44 62 70 52 37 52 28 Modelo de GRCC (média) 7,0 3,2 5,1 3,5 1,9 3,6 4,9 3,9 3,2 2,7 4,6 2,6 RCC removido (kg/m2) 216 -1 153 226 144 - 178 242 - - - 236

1Valores descartados ou não fornecidos

Em relação à quantidade removida de RCC em kg/m2: os canteiros A1 e B1,

modelo de GRCC “regular”, quando comparados aos demais canteiros com modelo

de GRCC “insuficiente”, os resultados demonstram que foram removidos 216 kg/m2

no canteiro A1 e 153 kg/m2 em B1. Esses valores que estão associados a modelo de

GRCC “regular” são maiores que os valores do canteiro C1, que removeu 144 kg/m2.

0

200

400

20132013

2013

300

178171

RC

C r

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três

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ras

em 2

013

Empresa D

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151

Comparando-se individualmente: A1, com 216 kg/m², remove maior

quantidade de resíduos que os canteiros C1 e D1, 144 kg/m2 e 178 kg/m2

respectivamente. O canteiro B1, também com modelo de GRCC “regular”, remove

153 kg/m2 e esse valor é maior que o do canteiro C1, 144 kg/m2.

Assim, para dois canteiros com modelo “regular” há outros dois canteiros com

modelo “insuficiente” que removem menos RCC em kg/m2. Os resultados sugerem

que a classificação em relação ao modelo não é indicativo de menor remoção de

RCC em kg/m2 construído.

Comparou-se ainda os resultados das práticas para GRCC nos canteiro A1 e

B1, modelo “regular”, com os demais canteiros com modelo “insuficiente”. O canteiro

A1, com 74%, supera positivamente todos os outros resultados dos demais

canteiros. O canteiro B1, com 57%, supera positivamente oito resultados obtidos nos

canteiros, com exceção para os canteiros D1 e D2, 62% e 70% respectivamente.

Destacam-se como resultados no canteiro A1: apresentar modelo de GRCC

“regular”, atender 74% quanto às práticas para GRCC e remover 216 kg/m2

construído de RCC. O canteiro B1 apresentou modelo de GRCC “regular”, 57% de

atendimento quanto às práticas para GRCC e removeu 153 kg/m2 construído de

RCC. Destacam-se como resultados para os canteiros C1 e D1: apresentarem

modelos de GRCC “insuficientes”, atenderem 35% e 62% respectivamente quanto

às práticas para GRCC e removerem 144 kg/m2 e 178 kg/m2 construído de RCC. Os

canteiros B2, D2 e F2 apresentaram modelo de GRCC “insuficiente”, atenderam

33%, 70% e 28% quanto às práticas para GRCC e removeram 226 kg/m², 242 kg/m²

e 236 kg/m² construído de RCC, respectivamente.

Os resultados comparativos, Quadro 30, sugerem que a classificação do

modelo quando associado às práticas para GRCC, por canteiro, nem sempre indica

para modelo de GRCC “regular” um menor valor de RCC removido em kg/m2, como

demonstrado para o canteiro A1. Importante destacar que os comparativos de RCC

removido em kg/m2 não invalidam os resultados positivos e superiores dos canteiros

A1 e B1, em relação aos demais canteiros, embora esse item deva ser considerado

como uma das prioridades na análise da empresa, em relação aos seus resultados.

A principal diferença observada a campo entre os canteiros A1 e B1 e que

sugere imprimir ao canteiro A1 os melhores resultados individuais em geral, está

relacionado à decisão em ter uma mínima rotatividade em sua equipe de obra. No

canteiro B1 essa mínima rotatividade é meta e está sendo trabalhada como

Page 153: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

152

prioridade. Esses resultados cruzados com as dificuldades com a mão de obra para

não gerar perdas e desperdício no canteiro está coerente: é a rotatividade da mão

de obra a dificuldade comum e uma das que mais dificulta o segmento da

construção civil a obter resultados satisfatórios.

Ao comparar-se a média de RCC removido para os modelos “regular”,

mesma classificação, os canteiros A1 e B1 apresentam média de 185 kg/m2 e os

outros cinco canteiros, modelo de GRCC “insuficiente”, apresentam média de 205

kg/m2. A diferença entre as duas médias calculadas, 10% ou 20 kg/m², sugere que o

modelo “regular” em comparação ao modelo “insuficiente” pode gerar uma redução

média de RCC removido de 20 kg/m2 construído.

No Quadro 31 comparou-se os resultados entre as práticas para GRCC e o

modelo de GRCC implantado. Verificou-se que todos os valores abaixo de 50%

quanto às práticas para GRCC também obtiveram para o modelo de GRCC uma

média calculada abaixo de 5,0; seis canteiros apresentam esses resultados: A2, B2,

C1, C2, E2, F2. Para quatro canteiros, D1, D2, E1 e F1, os resultados quanto às

práticas para GRCC foram acima de 50%, porém a média calculada para modelo de

GRCC abaixo de 5,0. Assim, dez canteiros apresentaram modelos de GRCC

“insuficientes”, o que sugere existir uma relação entre os resultados. Somente para

os canteiros A1 e B1, com práticas para GRCC acima de 50%, seus modelos de

GRCC também apresentaram médias acima de 5,0.

Quadro 31 – Comparativo entre os resultados finais de práticas para GRCC e modelo de GRCC Canteiros A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2

Melhorias e inovações (%) 81 59 86 51 75 56 69 61 59 46 62 42 Práticas para GRCC (%) 74 49 57 33 35 44 62 70 52 37 52 28 Modelo de GRCC (média) 7,0 3,2 5,1 3,5 1,9 3,6 4,9 3,9 3,2 2,7 4,6 2,6 RCC removido (kg/m2) 216 -1 153 226 144 - 178 - - - - 236

1Valores descartados ou não fornecidos

Os resultados da avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros

servem para avaliar os impactos ambientais positivos causados pelo canteiro e pela

empresa na cadeia produtiva da construção. Consegue-se inferir que se o resultado

não atinge a nota mínima preestabelecida de 7,5 o modelo de GRCC implantado

ainda não contribui com a cadeia produtiva, principalmente quanto às mudanças

esperadas para o setor da construção.

Page 154: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

153

Reunindo-se os valores obtidos, analisou-se a totalidade dos resultados para

todos os canteiros e empresas, conforme demonstrado no Quadro 32.

Quadro 32 – Percentual obtido para melhorias e inovações x práticas para GRCC. Análise por item de maior ocorrência de percentual abaixo de 50% Empresa/Canteiro A B C D E F MELHORIAS E INOVAÇÕES A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2

1. Apoio e dignificação da mão de obra 70 47 86 58 72 58 77 63 63 52 72 60 2. Organização do canteiro 82 58 88 49 73 51 64 61 56 36 74 37 3. Movimentação de materiais e deslocamentos internos 80 60 93 53 87 47 73 53 53 40 50 13

4. Ferramentas, máquinas e técnicas especiais 80 53 80 49 84 65 61 49 53 43 57 40 5. Segurança do trabalho 78 86 88 59 97 70 80 80 73 72 70 62

6. Comunicações internas 97 48 79 39 39 46 57 61 54 32 48 39

Média por canteiro 81 59 86 51 75 56 69 61 59 46 62 42 Média por empresa 70 68 66 65 52 52 Empresa/Canteiro A B C D E F PRÁTICAS PARA GRCC A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2

1. Percepção das políticas ambiental e de qualidade 100 67 33 33 11 11 78 89 44 44 67 22

2. Práticas relacionadas a GRCC 77 35 92 38 50 62 73 69 54 54 73 23

3. Plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC 58 42 50 0 58 17 33 67 50 17 25 8

4. Acondicionamento e/ou armazenamento de RCC 80 30 50 50 40 30 70 70 70 40 50 30 5. Transporte e destinação final de resíduos 57 71 57 43 14 100 57 57 43 29 43 57 Média por canteiro 74 49 57 33 35 44 62 70 52 37 52 28 Média por empresa 62 45 40 66 45 40

Para melhorias e inovações ao analisar-se as médias por empresa no Quadro

32, os resultados variaram entre 52% e 70%. Para práticas para GRCC os

resultados variaram entre 40% e 62% e acompanharam a tendência de valores

menores à medida que as análises avançam de melhorias e inovações para práticas

para GRCC. Ao analisar-se por empresa as médias para modelo de GRCC, os

resultados variaram entre 3,6 e 5,1 e para RCC removido dos canteiros em kg/m2

construído, os resultados variaram entre 144 kg/m2 e 236 kg/m2, como mostrado no

comparativo por empresa para os resultados finais no Quadro 33.

Quadro 33 – Comparativo por empresa para os resultados finais. Média geral para resultados finais

Empresa A B C D E F Média Geral

Melhorias e inovações (%) 70 68 66 65 52 52 62

Práticas para GRCC (%) 62 45 40 66 45 40 50

Modelo de GRCC (média) 5,1 4,3 2,8 4,4 3,0 3,6 3,9

RCC removido (kg/m2) 216 190 144 210 -1 236 199 1Valor não fornecido

Os resultados sugerem que as seis empresas em Cuiabá atendem seus

canteiros de obra com melhorias e inovações entre resultados que variam de 70% a

52% (A, B, C, D, E, F). Quanto às práticas de GRCC, os resultados para as seis

empresas variam entre 62% e 40% (A, B, C, E, F). Para o modelo de GRCC

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154

implantado o valor médio para as empresas encontra-se entre 5,1 e 2,8 (A,B, C, D,

E, F) e para resíduos removidos dos canteiros os resultados estão entre 236 kg/m2 e

190 kg/m2 para cinco das seis empresas pesquisadas (A, B, C, D, F).

O melhor resultado de melhorias e inovações fica com a empresa A, 70%;

quanto às práticas para GRCC, o melhor resultado é da empresa D, 66%; o melhor

modelo de GRCC implantado fica com a empresa A, média de 5,1 e o menor volume

de RCC removido em kg/m2 foi encontrado na empresa C, 144 kg/m2, como mostra

o Quadro 33.

Para as empresas A, C e F considerou-se para RCC removido em kg/m2 o

valor fornecido apenas de um canteiro como média da empresa, por descarte do

segundo valor e conforme justificado anteriormente.

A média geral obtida pelas empresas pesquisadas sugere que o setor

trabalha em seus canteiros de obra em Cuiabá com melhorias e inovações

atendidas a 62%; práticas para GRCC atendidas em 50%; modelo de GRCC

implantado e avaliado em 3,9, “insuficiente” e com remoção de RCC de 199 kg/m2

construído.

Page 156: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

155

5 CONCLUSÕES

Considerando os resultados obtidos, as obras analisadas contam com 82%

dos mestres de obra com experiência entre 10 e 30 anos de trabalho na construção

civil, qualificados quanto ao grau de escolaridade, e a pesquisa constatou que

quanto mais qualificado, melhor é seu grau de informação para gerar atitudes e

percepções em relação ao meio ambiente.

Com um bom nível de percepção, observação e consciência ambiental, os

mestres indicam que a geração de lixo (resíduos) nas obras é muito grande, embora

esse fato expresse para a maioria uma média preocupação. Trabalha-se nos

canteiros com mestres de obra, em sua grande maioria, que desconhecem a

definição de gerenciamento de RCC e entendem tratar-se apenas de limpeza da

obra e/ou destino correto do RCC, o que sugere ausência de um Plano de GRCC

para as obras. Dessa forma, para atender à numerosa equipe de colaboradores

diretamente vinculada ao mestre de obra e ao processo operacional do GRCC,

incluindo-se aí fornecedores e terceirizados, é necessário promovê-lo à condição de

multiplicador da correta informação, ou seja: implementar um processo operacional

de qualidade para o GRCC passa, necessariamente, pelos mestres de obra como

elos fundamentais no processo.

O gerenciamento do canteiro de obra, quando medido e analisado a partir

das melhorias e inovações tecnológicas simples implantadas, demonstrou que

canteiros de uma mesma empresa apresentam resultados com diferença

significativa e medidas díspares. Por um princípio gerencial para resultados

satisfatórios, as empresas aplicam o mesmo processo de qualidade e produtividade

em suas obras. Entretanto, na análise dos resultados obtidos para as seis empesas

pesquisadas, observou-se que apenas uma empresa obteve regularidade em seus

padrões, sem tendência a grandes variações entre seus canteiros, embora

regularidade não represente melhor resultado.

De forma geral, a comunicação interna nos canteiros apresentou o pior

resultado e como é o canal de difusão de novas idéias e facilitador no dia a dia entre

colaboradores e a empresa, sugere o resultado que por não ter sido medida e

avaliada essa comunicação, as empresas não estavam atentas quanto à

necessidade de visibilidade e facilidade de comunicação nas suas obras,

principalmente quanto a manter uma numerosa equipe de colaboradores, uma

Page 157: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

156

característica nesses canteiros, em sintonia com as ações planejadas pela empresa.

Deduziu-se que esse item interferiu diretamente em todos os demais itens de

melhorias e inovações tecnológicas simples e que, se bem atendido, integra com

clareza e facilita as atividades nas obras.

A partir desses resultados deduziu-se também que o gestor e a equipe de

colaboradores que está à frente de cada obra inteferiram de forma pessoal, o que

apresentou diferenças tanto quantitativa como qualitativa, para o gerenciamento do

canteiro, dentro de uma mesma empresa, ou ainda que a responsabilidade da

empresa com os resultados obtidos é proporcional ao controle e monitoramento de

seus programas implantados, de seus resultados e das correções necessárias, ou

ainda que a ausência desse controle contribuiu para resultados diferentes, dentro de

uma mesma empresa.

Ao constatar-se nos canteiros que a maioria deles não apresentou resultado

satisfatório para a percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa,

não tinha plano de gerenciamento de resíduos da construção civil implementados e

as práticas e procedimentos relacionadas ao GRCC eram distintas e com resultados

díspares, entre canteiros da mesma empresa, mais uma vez pode-se deduzir que as

práticas relacionadas ao GRCC são iniciativa dos gestores da obra, dentro da

realidade de cada canteiro. Apenas uma empresa, que já mantinha seus resultados

dentro de um padrão regular, conseguiu apresentar o mesmo padrão para os

resultados quanto ao GRCC.

Em relação às respostas para os resultados apurados, algumas são

contraditórias, como a afirmação por 83% dos entrevistados que a mão de obra está

preparada para não gerar e/ou reduzir RCC em contraposição a uma outra resposta,

em que a pesquisa solicitou que indicasse as dificuldades para o GRCC, e uma das

maiores dificuldades apontadas foi a falta de treinamento da mão de obra.

Em contrapartida, a hierarquia de medidas eficientes solicitadas pela

pesquisa para GRCC propõe uma sequência lógica de prioridades: da solicitação da

elaboração do plano de GRCC até a promoção de sua melhoria com a colaboração

de todos. Os resultados sugerem uma percepção clara pela área técnica da

empresa, embora não esgote o tema no atendimento ao canteiro de obra em relação

a GRCC. A hierarquia de medidas pode servir como elemento motivador para

fomentar a discussão do tema na empresa, associado ao grau de dificuldade

apontado pela maioria dos gestores da obra, de alto a muito alto para GRCC .

Page 158: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

157

Entende-se como medidas eficientes apontadas pelos gestores das obras

encaminhamentos para serem analisados, revisados, acrescentadas novas medidas

para decisão a curto e médio prazo, com objetivo de obter soluções para a empresa.

Ao associar-se as medidas e as análises entre o gerenciamento do canteiro

de obra e o gerenciamento de resíduos da construção civil, ficou evidenciado que

resultados “insatisfatórios” obtidos quanto à organização do canteiro e sua logística

e comunicações internas tendem a interferir com mesmo grau insatisfatório nos

resultados para GRCC. O contrário também é verdadeiro: resultados “satisfatórios”

tendem a outros resultados também satisfatórios, ou seja: antes da implementação

de qualquer Plano de GRCC é condição primeira identificar, analisar e medir como

está o gerenciamento do canteiro de obra, sem o que não será viável implementar

GRCC para resultados positivos. A preparação da mão de obra para atuar nesses

processos é fundamental e a interrelação medida na pesquisa é facilitadora, tanto

para as decisões estratégicas nas empresas visando qualidade e produtividade em

seus canteiros de obra como para identificar após implantação, onde encontram-se

os gargalos na execução de suas obras e onde há experiências satisfatórias, a

serem replicadas para outros canteiros.

Para o modelo de gerenciamento de RCC implantado nos canteiros de obras

das empresas foi possível constatar, pelas análises, que 82% dos canteiros

trabalham com modelo de gerenciamento de RCC insuficiente, sem contribuição ou

impacto positivo para a cadeia produtiva da construção. Face a todos os aspectos

analisados para as novas edificações na cidade de Cuiabá, os resultados indicaram

um valor médio de geração de RCC de 199 kg/m2 construído. Em comparação ao

valor nacional mais difundido, de 150 kg/m2 construído, o resultado da pesquisa é

25% maior e comparando-se ao valor divulgado pela Prefeitura Municipal de Cuiabá

para elaboração de Projeto de Gerenciamento de RCC para novas edificações, o

valor da pesquisa é 40% maior.

As dificuldades presentes nos canteiros de obra demonstram o estágio atual

para GRCC, a percepção dos engenheiros em relação às necessidades para

gerenciamento da obra e gerenciamento de RCC, a relação direta do tema com a

equipe de colaboradores e terceiros e sugere uma demanda reprimida que necessita

de um olhar criterioso por parte dos envolvidos e da empresa em busca de solução.

Alguns indicativos apontados pela pesquisa como solução passam pela

valorização do projeto de layout do canteiro de obra, pela inserção de orçamento

Page 159: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

158

específico para gerenciamento de RCC, pela capacitação dos colaboradores e

terceiros para esse fim, representando assim tomadas de decisão para temas

comuns entre as empresas. Pode-se considerar ainda que ao elevar o nível da

questão das dificuldades a um conjunto de necessidades comuns, para GRCC em

Cuiabá, a discussão passa então a envolver todo o setor e aqueles diretamente

vinculados: terceiros, fornecedores, transportadoras, recicladores, Prefeitura

Municipal de Cuiabá, ATT, SindusCon-MT, entre outros, em busca de soluções que

pela importância e urgência poderiam ser consorciadas.

Ao concluir este estudo, um trabalho iniciado como um desafio diante da

complexidade do tema e associado às práticas nos canteiros de obra, encerra-se

uma primeira etapa e disponibiliza-se às empresas participantes um caminho

mapeado por canteiro, com análises que possibilitam implementar estratégias e

ações ao alcance de cada empresa e dentro da realidade de cada canteiro. Da

mesma forma, para empresas não participantes da pesquisa, as análises são

referências atuais para soluções e dificuldades enfrentadas pelo segmento

estudado.

Os questionários aplicados foram necessários para traduzir a complexidade

do tema e servir como instrumento facilitador na resolução da situação-problema.

Todos os questionários podem ser aplicados separadamente, sequenciais ou não,

mas só a integração entre os mesmos permite observar a situação-problema em sua

justa amplitude.

Para futuros trabalhos são diversas as possibilidades de pesquisa que

abordem:

a) a percepção dos colaboradores quanto ao GRCC em canteiros de

obra;

b) o aprimoramento em canteiros de obra para caracterização, triagem e

acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC;

c) os resultados das implantações de planos de GRCC em canteiros de

obra;

d) estudo de mercado para implantação de uma bolsa de RCC em

Cuiabá;

e) relação entre o padrão de construção e um melhor gerenciamento de

resíduos da construção civil.

Page 160: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

159

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APÊNDICE A – FORMULÁRIO DE CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E DO SETOR DE

ATUAÇÃO

CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E DO SETOR DE ATUAÇÃO

Prezado(a) Senhor(a), nossa pesquisa está sendo realizada para identificar e avaliar o modelo implantado para gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC), nos canteiros das empresas construtoras de obras residenciais de múltiplos pavimentos na cidade de Cuiabá. Esta pesquisa está sendo realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental/PPGEEA/UFMT para uma dissertação de mestrado. A sua colaboração é fundamental para o êxito do trabalho. Todos os questionários tem base acadêmica e não será feita qualquer identificação da empresa na apresentação dos resultados. Por sua relevante participação, nossos agradecimentos. 1.Quem responde o questionário/cargo?____________________________________________ 2.Razão Social________________________________________________________________ 3.Endereço da matriz___________________________________________________________ 4.Endereço da unidade__________________________________________________________ 5.Número de empregados da empresa (colocar por função empresarial) Em obra Administrativo Próprios_______________ Próprios_______________ Terceirizados___________ Terceirizados___________ 6.Porte da empresa (pelo número de empregados existentes)

( )Micro - 0 a 9 empregados ( )Médio - 100 a 499 empregados

( )Pequeno - 10 a 99 empregados ( )Grande - 500 ou mais empregados

7.Porte da empresa (faturamento anual)

( )Pequeno – até R$ 2.133.222,00

( )Médio – superior a R$ 2.133.222,00 e inferior a R$ 12.000.000,00

( )Grande – superior a R$ 12.000.000,00

8.Segmento(s) de atuação na construção civil ( ) Estruturas metálicas e instalações industriais ( ) Empreitada de mão de obra ( ) Edificações comerciais, industriais e de serviços ( ) Empreitada de serviços ( ) Edificações residenciais ( ) Infraestrutura ( ) Edificações públicas ( ) Outro Segmento ( ) Projetos de engenharia e arquitetura ( ) Incorporação e vendas de imóveis

Especificar :____________________

9.Público Alvo Quanto ao tipo de empreendimento residencial de múltiplos pavimentos ( ) de alto padrão ( ) de padrão normal ( ) de padrão popular Quanto ao segmento da demanda ( ) classe alta ( ) classe média ( ) população de baixa renda 10.Tipo de clientes que a empresa atende ( ) outras construtoras ( ) incorporadoras de edifícios ( ) órgão público ( ) consumidor final ( ) pessoa jurídica do setor privado ( ) outros: _______________________ 11. Tempo de atuação da empresa no mercado:__________ano(s) e _________mes(es) 12. Quantidade de obra/empreendimentos - 1(nº/m²) - número total de obra / total em m² Entregues em 2011(nº/m²)1______________ Entregues em 2012 (nº/m²)?______________ Em execução em 2013 (nº/m²)?___________________________________________________ Em execução com entrega prevista em 2014 (nº/m²)?__________________________________

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APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO 01 – PERCEPÇÃO DO MESTRE DE OBRA EM RELAÇÃO AO

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) NOS CANTEIROS DE OBRA

CONSTRUTORA: OBRA:

1.Quanto tempo de trabalho na construção civil?

Menos de 3 meses Entre 3 e 6 meses

Entre 6 meses e 1 ano Entre 1 a 5 anos

Entre 5 a 10 anos Entre 10 a 20 anos Entre 20 a 30 anos

Mais de 30 anos

2.Qual seu grau de escolaridade?

Fundamental Incompleto Fundamental Completo

Médio ou Técnico Incompleto Médio ou Técnico Completo

Superior Incompleto Superior Completo

3.Você faz separação do lixo da sua casa? ( )SIM ( )NÃO Por que?________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

4.Em sua opinião , a quantidade de lixo (resíduo) gerado na obra é: (escolha sua opção e atribua uma nota 1, 2, 3, 4, 5. Nota 1 = menor preocupação, Nota 5 = maior preocupação).

Opção Nota Muito Grande Grande Normal Pequena Muito Pequena

5.O que você entende por gerenciamento de resíduos da construção civil?

(escolha e marque as alternativas)

Separação dos vários tipos de lixos

Amazenamento em caçambas e containers

Destino correto

Limpeza do canteiro de obras

Todas as alternativas acima

6.Em sua opinião, quais os fatores que dificultam a separação dos resíduos gerados durante a execução dos serviços na obra? (escolha e marque as alternativas. Atribua uma nota 1, 2, 3, 4, 5. Nota 1 = menor preocupação, Nota 5 = maior preocupação).

Fatores Nota Diminui a produção na obra (Produz menos na obra) Trabalho não remunerado (Não recebe nada por isso) Falta de tempo (Não tem tempo para fazer) Falta de conscientização ambiental (Não é import. p/a natureza) Falta de regras da empresa (A empresa não obriga) Falta de incentivos (Empresa não solicita, premia) Ausência de treinamento (Falta treinamento p/ isso) Faltam locais específicos para acondicionamento na

obra (Faltam locais próprios na obra)

Outras prioridades da obra (Atividades mais importantes)

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CONSTRUTORA: OBRA:

7.Quais os fatores que dificultam o correto armazenamento dos resíduos no canteiro de obras? (escolha e marque as alternativas. Atribua uma nota 1, 2, 3, 4, 5. Nota 1 = menor preocupação, Nota 5 = maior preocupação).

Falta de espaço no canteiro de obras Falta de infraestrutura necessária (Falta de locais adequados) Falta de recursos financeiros (Falta de dinheiro e investimentos para isso) Ausência de treinamento (Falta treinamento para isso) Falta de conscientização ambiental (Não é importante para a natureza) Falta de regras da empresa (A empresa não obriga) Falta de incentivos (A empresa não solicita, premia) Trabalho não remunerado (Não recebe nada por isso) Custos de caçambas, containers,etc (Depósitos apropriados são caros) Outras prioridades da obra (Existem atividades mais importantes)

8.Em sua opinião, qual deveria ser o destino dado para os resíduos da obra? (escolha e marque as alternativas. Atribua uma nota 1, 2, 3, 4, 5. Nota 1 = menor preocupação, Nota 5 = maior preocupação).

Reutilização na própria obra (Usar de novo na obra) Terrenos baldios (Terrenos abandonados) Empresas de coleta (Exemplo: catadores cadastrados) Pedreiras desativadas ou em funcionamento (Pedreiras fechadas) Ecopontos do município (Postos de coleta do município) Aterros sanitários (Onde se deposita o lixo orgânico da

cidade) Lixeiras (Cestos de lixo) Aterros de inertes (Terrenos que podem receber o

resíduo sólido, exceto gesso) Margem de rios, córregos, lagoas Reciclagem (Tratar papéis, embalagens,

plásticos,concreto. etc)

9.Em sua opinião, a limpeza da obra deve ser feita? (escolha e marque as alternativas. Atribua uma nota 1, 2, 3, 4, 5. Nota 1 = menor preocupação, Nota 5 = maior preocupação).

Uma vez a cada quinze dias Uma vez por semana Duas vezes por semana Todos os dias Quando necessário

10.Em sua opinião, o que pode ser feito para a redução dos resíduos da sua obra?

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APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO 02 – LEVANTAMENTO DE PRÁTICAS E PROCEDIMENTOS EM

CANTEIROS DE OBRA PARA GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

(GRCC)

CARACTERIZAÇÃO DA OBRA Quem responde o questionário/cargo?__________________________________________________ Nome da Obra_____________________________________________________________________ Localização(endereço)_______________________________________________________________ Tipo residencial múltiplos pavimentos Nº de torres_______ Nº de pavimentos______ Área construída(m²)__________ Data início da obra____________ Data fim da obra_____________ 1.PERCEPÇÃO DAS POLÍTICAS AMBIENTAL E DE QUALIDADE DA EMPRESA 1. A política existente na empresa menciona aspectos relacionados à prevenção do meio ambiente?

SIM NÃO

2.Os objetivos e metas estabelecidos incluem referências à preservação ambiental?

SIM NÃO

3.Há procedimentos que incluem medições de algum aspecto ambiental? SIM NÃO A empresa está preparada? (questões 4 a 9) 4.Para minimizar o consumo de recursos (conservar, evitar o desperdício)? SIM NÃO 5.Para maximizar a reutilização de recursos (reutilizar materiais e componentes)? SIM NÃO 6.Usar recursos renováveis ou recicláveis (renovar, reciclar)? SIM NÃO 7.Proteger o meio ambiente para toda ação com probabilidade de impacto ambiental? SIM NÃO 8.Criar um ambiente saudável e não tóxico com compras para produtos que agridam menos o meio ambiente, não tóxicos?

SIM

NÃO

9.Buscar a qualidade na criação do ambiente construído (aumentar a qualidade)? SIM NÃO 10.A empresa possui qual Programa ou Certificação ? A quanto tempo? ( )Programa Brasileiro de Produtividade e Qualidade do Habitat/PBQP-H.................. ( )Nível A ( )Nível B ( )Nível C ( )Nível D Tempo______________ ( )Certificado de Gestão de Qualidade ISO 9001 Tempo______________ ( )Outros Citar_________________________________ Tempo______________

SIM NÃO

2.PRÁTICAS E PROCEDIMENTOS RELACIONADAS A GRCC NOS CANTEIROS 1.Realiza compatibilização de projetos antes do início das obras? SIM NÃO 2.Possui projeto de implantação do canteiro? SIM NÃO 3.Durante o planejamento do canteiro procura minimizar a supressão da vegetação local?

SIM

NÃO

4.A logística do canteiro visa reduzir as distâncias de transporte? SIM NÃO 5.Possui procedimentos para garantir a compra sócio e ambientalmente responsável? SIM NÃO 6.Dá preferência a fornecedores locais? SIM NÃO 7.Realiza controle de perdas nos canteiros? SIM NÃO 8.Possui projeto de controle da qualidade interna da construção? SIM NÃO 9.Possui sistema de prevenção contra contaminação do solo? SIM NÃO 10.Realiza tratamento de efluentes dos canteiros? SIM NÃO 11.São lançados resíduos na rede coletora pluvial? SIM NÃO 12.São lançados resíduos na rede coletora de esgoto? SIM NÃO 13.Existem procedimentos especiais para o manuseio e descarte das substâncias tóxicas utilizadas no canteiro?

SIM NÃO

14.Existe alguma coleta especial de resíduos? SIM NÃO 15.A empresa já recebeu reclamações da comunidade vizinha às suas obras com relação a emissão de poeira?

SIM NÃO

16.Os procedimentos para estocagem de materiais contemplam minimizar a geração de poeira em estoque?

SIM NÃO

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2.PRÁTICAS E PROCEDIMENTOS RELACIONADAS A GRCC NOS CANTEIROS (CONTINUAÇÃO) 17.Existem procedimentos especiais para estocagem de materiais evitando que sejam carregados pela chuva, por exemplo?

SIM NÃO

18.Existe procedimento para estocagem dos materiais? SIM NÃO 19.É vetada a estocagem de materiais nas calçadas e vias públicas, mesmo temporariamente?

SIM NÃO

20.São acompanhadas as entregas de materiais, em especial do concreto usinado, evitando o despejo de resíduos em calçadas e ruas?

SIM NÃO

21.Há coleta seletiva no canteiro? SIM NÃO 22.Existe a política dos 3R’s (reduzir, reutilizar, reciclar) implantada no canteiro? SIM NÃO 23.Existe rotina que garanta a limpeza do canteiro mantémdo-o em boas condições de higiene e segurança?

SIM

NÃO

24.A mão de obra foi preparada para não gerar e/ou reduzir resíduos da construção civil no canteiro?

SIM NÃO

25.A empresa já desenvolveu algum treinamento ou ação educativa voltada ao meio ambiente junto aos colaboradores?

SIM NÃO

26.Os subempreiteiros estão incluídos no treinamento dos colaboradores? SIM NÃO 27.Os subempreiteiros recebem alguma orientação que contribua para a redução do desperdício de materiais na execução das tarefas?

SIM NÃO

3.PLANO DE GRCC, CARACTERIZAÇÃO E TRIAGEM DE RCC 1.A obra possue um Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) para os canteiros da empresa?

SIM NÃO

2.Monitora a execução do PGRCC? SIM NÃO 3.A empresa contratou a elaboração do PGRCC? SIM NÃO 4.Para implantação do PGRCC o que foi considerado? (numerar na ordem que ocorrem, sendo 1 a maior importância 2, 3, ....) ( )Exigência de órgãos fiscalizadores ( )Melhoria e controle nos processos construtivos da empresa ( )Melhor imagem da empresa junto aos seus clientes ( )Para acompanhar as mudanças de mercado ( )Em respeito ao meio ambiente ( )Outro. Especifique_________________________________

5.A empresa possui listagem dos tipos de resíduos gerados em suas obras? SIM NÃO 6.A empresa possui listagem dos produtos perigosos ou poluentes utilizados em suas obras?

SIM NÃO

7.O canteiro utiliza resíduos de outras indústrias na sua própria produção? SIM NÃO 8.Os colaboradores estão preparados para caracterizar os resíduos? SIM NÃO 9.É realizada algum tipo de classificação dos resíduos gerados, ou seja, há triagem no canteiro?

SIM NÃO

10.Existe a separação dos resíduos em classes A, B, C, D? SIM NÃO 11.É utilizado código de cores para identificar os diferentes tipos de resíduos? SIM NÃO 12.Se não, é possível classificar os resíduos gerados? SIM NÃO 13.Como é feita essa separação?________________________________________________ 14.É feito o reaproveitamento de algum resíduo no próprio canteiro? SIM NÃO 15.Quais suas maiores dificuldades em relação ao plano, caracterização e triagem dos resíduos? a)_______________________________________________________________________________ b)_______________________________________________________________________________ c)_______________________________________________________________________________ d)_______________________________________________________________________________ e)_______________________________________________________________________________ f)_______________________________________________________________________________

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4.ACONDICIONAMENTO E/OU ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO DE RCC 1.Utiliza-se acondicionamento e/ou armazenamento para assegurar tanto quanto seja possível as condições de reutilização e reciclagem dos resíduos?

SIM NÃO

2.Os resíduos perigosos são acondicionados em recipientes que garantam a vedação e prevenção de vazamento e/ou contaminação do solo?

SIM NÃO

3.Os resíduos estão devidamente identificados quanto a sua natureza, grau de risco e outras orientações necessárias?

SIM NÃO

4.Se não, é possível acondicionar os resíduos perigosos adequadamente? SIM NÃO 5.Existe área de armazenamento temporário dentro do canteiro? SIM NÃO 6.Existem baias de resíduos seguindo sua classificação? SIM NÃO 7.Os resíduos ficam depositados em local adequado de forma a não prejudicar a segurança e circulação de materiais e pessoas?

SIM NÃO

8.Os resíduos estão armazenados em locais que eliminam a possibilidade de mistura com solo argiloso?

SIM NÃO

9.Os resíduos estão protegidos da chuva ou tem cobertura com lona? SIM NÃO 10.O entulho é transportado para o térreo por equipamento adequado? Quais?_______________________________________________________________

SIM NÃO

11. Quais suas maiores dificuldades em relação a acondicionamento e armazenamento temporário dos resíduos? a)_______________________________________________________________________________ b)_______________________________________________________________________________ c)_______________________________________________________________________________ 5.TRANSPORTE E DESTINAÇÃO FINAL DE RCC 1.O transporte é executado com prévio conhecimento dos seus riscos e suas características de manuseio?

SIM NÃO

2.Os colaboradores envolvidos com essa atividade utilizam todos os equipamentos de proteção individual (EPI`s) para sua segurança?

SIM NÃO

3.Os transportadores são devidamente licenciados para essa atividade? SIM NÃO 4.A construtora utiliza transporte próprio para os resíduos gerados? SIM NÃO 5.Há reutilização de resíduos entre as obras em execução da construtora? SIM NÃO 6.Que tipo de resíduo, para que serviço?_________________________________________________ 7.Quem realiza esse transporte? ( )Transportador licenciado ( ) Construtora 8.A empresa monitora a destinação final de seus resíduos? SIM NÃO 9.A empresa monitora a quantidade de resíduos gerados e retirados da obra em relação a quantidade planejada no PGRCC?

SIM

NÃO

10.Quantas empresas transportadoras são utilizadas para transportar os resíduos gerados? ( )01 ( )02 ( )03 ( )04 11.Especifique as classes de resíduos por transportadora___________________________________ 12.Com que frequência os resíduos são coletados e transportados da obra para sua destinação final? ( )diária ( )semanal ( )quinzenal ( )mensal ( )outra__________________________ 13.Para os resíduos gerados na obra quais as destinações finais desses resíduos? (marque as X na opção, nas classes e no uso) Opção ( )Aplicação na própria obra? Classe (A) (B) (C) (D).........( )Reutilização Classe (A) (B) (C) (D)........( )Reciclagem ( )Usos diversos em outras obras? Classe (A) (B) (C) (D).........( )Reutilização Classe (A) (B) (C) (D)........( )Reciclagem ( )Destinação final? Classe (A) (B) (C) (D).........( ) ATT ( )__________________________________ 14.Qual a fase da obra e percentual já executado?_______________________________________ 15.Qual a quantidade de RCC destinado até a fase da obra atual (m³)?______________________

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5.TRANSPORTE E DESTINAÇÃO FINAL DE RCC (CONTINUAÇÃO) 16.Qual a quantidade estimada de RCC a ser destinada até final da obra (m³) ?_______________ 17.Quais resíduos são vendidos, reutilizados, reciclados, doados, outros usos (cite). Indique % de aproveitamento do resíduo Resíduo Vendido Reutiliza Recicla Doado Outros % Aproveitam. Percepção do total da ação em relação ao total de resíduos gerados na obra (%) = 18.Quais resíduos são mais difíceis de descartar ? Porque? 19.Quais suas maiores dificuldades em relação a transporte e destinação final dos resíduos? a)________________________________________________________________________________ b)________________________________________________________________________________ c)________________________________________________________________________________ d)________________________________________________________________________________ e)________________________________________________________________________________ f)________________________________________________________________________________ 6. GRAU DE DIFICULDADE E INDICAÇÃO DE MEDIDAS EFICIENTES PARA GERENCIAMENTO DE RCC 1.Classifique o grau de dificuldade para o gerenciamento de RCC no seu canteiro de obra (marque a alternativa) ( ) Muito alto ( ) Alto ( ) Médio ( ) Baixo ( ) Muito Baixo 2.Qual seria a hierarquia de medidas eficientes para o gerenciamento de RCC no seu canteiro? a)________________________________________________________________________________ b)________________________________________________________________________________ c)________________________________________________________________________________ d)________________________________________________________________________________ e)________________________________________________________________________________ f)________________________________________________________________________________ g)________________________________________________________________________________ h)________________________________________________________________________________ 7.PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS DE PERDAS E DESPERDÍCIOS E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS IMPLANTADAS NOS CANTEIROS DE OBRA 1.Quais as principais ocorrências de perdas e desperdícios no canteiro? (numerar na ordem que ocorrem, sendo 1 a maior ocorrência, 2, 3, .... sucessivamente) ( )Falta de projeto ou má qualidade do projeto ( )Incompatibilidade entre projetos ( )Alteração do projeto ( )Compras superdimensionadas ( )Falta de programação/controle de materiais ( )Processamento em si (acima do estimado) ( )Transporte no canteiro ( )Estoque/armazenamento no canteiro ( )Correções de falhas construtivas pós-entrega e dentro do prazo de garantia ( )Correções de inconformidade com as especificações, durante a execução

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7.PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS DE PERDAS E DESPERDÍCIOS E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS IMPLANTADAS NOS CANTEIROS DE OBRA (CONTINUAÇÃO) 2.Quais as maiores dificuldades existentes no seu canteiro em relação a mão de obra, perdas e desperdícios ? (numerar na ordem que ocorrem, sendo 1 a maior ocorrência, 2, 3, .... sucessivamente) ) ( )Absenteísmo (habitualmente não realiza obrigações referentes ao seu trabalho) ( )Falta de comprometimento dos subempreiteiros ( )Falta de comprometimento da equipe de empregados próprios ( )Rotatividade das equipes ( )Falta de controle sobre a produção das etapas de serviços ( )Falta de programação para mão de obra ( )Falta de projeto do produto e de planejamento dos sistemas de produção 3.O que falta para preparar a mão de obra para não gerar e/ou reduzir RCC? a)________________________________________________________________________________ b)________________________________________________________________________________ c)________________________________________________________________________________ 4.Quais os materiais que geram maior índice de resíduos na sua obra? (numerar na ordem que ocorrem sendo 1 a maior ocorrência, 2, 3, .... sucessivamente ) ( )Concreto ( )Cimento ( )Agregados (areia e brita) ( )Blocos(de concreto e cerâmico) ( )Argamassa ( )Telha cerâmica ( )Chapas de compensado para formas ( )Cal Hidratada ( )Cerâmica (revestimento piso e parede) ( )Vidros ( )Tintas(PVA e acrílicas) ( )Material Elétrico ( )Material Hidráulico(tubos conexões PVC) ( )Gesso ( )Madeira 5.Que inovações tecnológicas foram implantadas no canteiro para minimizar perdas e desperdícios? a)________________________________________________________________________________ b)________________________________________________________________________________ c)________________________________________________________________________________ d)________________________________________________________________________________ e)________________________________________________________________________________ f)_________________________________________________________________________________ g)________________________________________________________________________________ h)________________________________________________________________________________ i)_________________________________________________________________________________

GOSTARIA DE FAZER ALGUM COMENTÁRIO SOBRE O TEMA DA PESQUISA?

INFORMACÃO COMPLEMENTAR - OBRAS CONCLUÍDAS PELA EMPRESA 2012 - Nº de torres/pavimentos_____Área construída(m²)_______RCC total destinado(m³)__________ 2011 - Nº de torres/pavimentos_____Área construída(m²)_______RCC total destinado(m³)__________

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APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO 03 – AVALIAÇÃO DO MODELO DE GERENCIAMENTO DE

RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) IMPLANTADO NOS CANTEIROS DE OBRA DA

EMPRESA

CONSTRUTORA: OBRA: 1.É pensado na prevenção do risco de inundação nas áreas suscetíveis, limitando a propagação de poluentes que contribuem para o entupimento das galerias de águas pluviais? (R1) A empresa não implantou (R2)A empresa lança as águas pluviais nos meios fios (R3) A empresa lança as águas pluviais nas galerias de águas pluviais (R4)A empresa lança o excesso de água em áreas permeáveis do solo (R5)A empresa aplica todas as estratégias acima citadas 2.Durante a implantação de um novo empreendimento há grande liberação de material particulado que prejudica o meio ambiente da vizinhança. Existe algum procedimento para minimizar este impacto? (R1)A empresa não aplica estratégias de minimização de emissão de material particulado (R2) A empresa aplica algum procedimento para redução da emissão de material particulado (R3)A empresa utiliza algum sistema construtivo diferenciado visando reduzir a emissão de materiais particulados (R4)A empresa consegue medir a emissão de materiais particulados (R5)A empresa aplica estratégias de redução da emissão de materiais particulados com base na medição realizada 3.São tomadas medidas preventivas para evitar risco de contaminação sanitária aos vizinhos do novo empreendimento? (R1) A empresa não implantou medida de prevenção (R2)A empresa faz a coleta adequada do lixo orgânico (R3) A empresa executa fossa séptica caso não exista rede de esgoto (R4)A empresa segue as duas soluções acima (R5)Se o canteiro de obra não causar nenhum risco sanitário à sua vizinhança 4.Os produtos especificados para os sistemas e processos construtivos do empreendimento são provenientes de empresas que possuem o selo de qualidade ISO 14000? (R1) A empresa não adquire materiais de empresas certificadas pela ISO 14000 (R2) A empresa adquire pelo menos 5 produtos de empresa certificada ISO 14000 (R3) A empresa adquire pelo menos 10 produtos de empresa certificada ISO 14000 (R4) A empresa adquire pelo menos 15 produtos de empresa certificada ISO 14000 (R5) A empresa adquire mais de 20 produtos de empresa certificada ISO 14000 5.O produto selecionado quando não possui selo de qualidade tem que possuir pelo menos uma das opções abaixo? ( a )aprovação técnica pelo IPT ou pelo selo SINAT do PBQP-H ( b )certificado segundo uma das modalidades de certificação do produto definidas pelo Inmetro (modelo 1 a modelo 8) ( c )a empresa construtora que vai usar o produto deve possuir sistema de gestão que garanta a sua inspeção no ato do recebimento, de modo a recusar produtos não conformes. ( d )devem estar em conformidade com um dos quatro critérios acima Respostas (R1) A empresa não possui nenhuma exigência (R2) A empresa possui uma das exigências (R3) A empresa possui duas das exigências (R4) A empresa possui três das exigências (R5) A empresa possui três das exigências e possui selo de qualidade e/ou certificação

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6.O cimento utilizado no canteiro de obra possui selo da ABCP? (R1) Não possui selo da ABCP (R2) Não possui selo da ABCP mas adquire eventualmente com selo (R3) Compra com selo e sem selo da ABCP (R4) Possui selo da ABCP mas adquire eventualmente sem selo (R5) Possui selo ABCP 7.É feita uma seleção adequada dos materiais e fornecedores levando em consideração a redução dos impactos ambientais na sua produção, especialmente aquelas relacionadas à emissão de gases contribuintes (R1) A empresa não faz seleção de materiais e fornecedores que leva em consideração a redução de impactos ambientais (R2) A empresa tem cadastro de fornecedores considerados ambientalmente corretos (R3) A empresa possui uma relação de materiais que causem baixo impacto ambiental (R4) A empresa seleciona os fornecedores levando em consideração a limitação dos impactos ambientais (R5) A empresa só utiliza materiais com estas características de redução dos impactos ambientais 8.A empresa tem conhecimento das características ambientais da fabricação e utilização dos diversos tipos de cimento? Solicita um cimento que cause menos impacto ambiental durante o processo de fabricação? (R1) A empresa não tem conhecimento do processo de fabricação (R2) A empresa conhece o processo de fabricação e os impactos que são gerados durante o processo de fabricação (R3) A empresa faz um controle de uso do cimento no canteiro evitando desperdício (R4) A empresa utiliza cimento de baixo impacto ambiental (R5) Se atender todas as três exigências anteriores 9.Em média, a empresa compra os materiais de construção de fabricantes e fornecedores em geral localizados em um raio menor de 800km do local da obra? (R1) A empresa não tem conhecimento da distância de procedência dos materiais adquiridos no canteiro de obra (R2) A empresa adquire materiais de fornecedores com distância superior a 2000 Km (R3) A empresa adquire materiais de fornecedores com distância superior a 1500 Km (R4) A empresa adquire materiais de fornecedores com distância superior a 1000 Km (R5) A empresa adquire materiais de fornecedores dentro do raio de 800 Km 10.A empresa compra madeira certificada ou de reflorestamento? (R1) A empresa não compra madeira certificada ou de reflorestamento (R2) A empresa apresenta alguma maneira de otimizar a utilização da madeira em obra, como exemplo um projeto de forma que contenha um número de reaproveitamento das peças evitando cortes desnecessários (R3) A empresa apresenta estratégias de reaproveitamento da madeira (R4) A empresa só compra madeira certificada ou de reflorestamento (R5) Segue todas as especificações acima citadas 11.A empresa sabe a procedência dos agregados? Os agregados utilizados nos canteiros de obra são materiais reciclados? (R1) A empresa não tem conhecimento (R2) A empresa apresenta alguma maneira de otimizar a utilização do agregado, mas desconhece a procedência e não utiliza materiais reciclados. (R3) A empresa utiliza agregado reciclado (R4) A empresa consegue transformar os resíduos classe A como agregado (R5) A empresa segue todos os itens citados

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12.A empresa utiliza sistema de aço cortado dobrado? Caso não utilize este sistema, a empresa reutiliza os resíduos de aço? (R1) A empresa não utiliza sistema industrializado e não tem nenhum conhecimento para possibilidade de reaproveitamento das pontas de aço (R2) A empresa utiliza uma parte dos resíduos de aço no canteiro e a parte total restante dos resíduos é vendida. (R3) A empresa utiliza todo o resíduo de aço no canteiro e em outras etapas de execução (R4) A empresa utiliza todo o resíduo de aço no canteiro (R5) A empresa sempre utiliza sistema de aço cortado e dobrado – sistema industrializado 13.Durante a execução do revestimento cerâmico de piso ou de parede, a empresa executa projetos detalhados de paginação a fim de evitar desperdício? Se não, é feito um estudo de início de partida para execução do revestimento? O resíduo do revestimento cerâmico é aproveitado para alguma outra finalidade? As embalagens dos revestimentos cerâmicos são reciclados ou reutilizados dentro ou fora do canteiro? (R1) Não existe projeto de paginação e não é feito um estudo adequado de início de assentamento (R2) É feito um estudo de início de assentamento de revestimento cerâmico com a intenção de reduzir as perdas do revestimento cerâmico (R3) Um projeto de paginação foi utilizado para execução de revestimento a fim de reduzir desperdícios (R4) Todo resíduo de revestimento cerâmico não é tratado como resíduo e descartado; é reaproveitado na obra como talisca de reboco e na execução de banheiros de canteiros de obra de outros empreendimentos. (R5) Segue uma padronização de reaproveitamento dos resíduos das cerâmicas assim como das embalagens dos revestimentos, buscando reduzir os impactos ambientais e buscar algum retorno financeiro com este reaproveitamento 14.Durante as etapas de execução são tomadas medidas para reduzir a produção de resíduos na origem ou tem reaproveitamento dentro do canteiro de obra de pelo menos 50% dos resíduos durante a fase de construção? (R1) A empresa não toma medidas para reduzir a produção de resíduos (R2)A empresa apresenta um plano de execução das etapas de serviço focando a otimização dos materiais a fim de reduzir a geração de resíduos (R3)A empresa apresenta um plano de reaproveitamento de resíduos de classe A (R4)A empresa já consegue reciclar ou reutilizar todos os resíduos de classe A (R5)A empresa segue todos os itens acima 15.A empresa utiliza a ferramenta P+L (Produção mais Limpa) ou algum outro tipo de ferramenta para diagnosticar as causas das perdas e geração de resíduos? (R1) A empresa não utiliza ferramenta para diagnosticar as causas das perdas (R2)A empresa executa um diagnóstico das etapas de serviço (R3) A empresa possui índices de perdas considerado aceitável servindo de Benchmark (R4)A empresa após a elaboração do diagnóstico das perdas, aplica ações para reduzir essas perdas. (R5)A empresa consegue realmente reduzir essas perdas com apresentação de resultados práticos 16.É feita uma definição e implementação de estratégia de meios permitindo limitar os incomôdos do canteiro com medidas justificadas e satisfatórias? Tais como: incômodos sonoros, incômodo visual, incômodos devido à circulação de veículos, incômodos devido ao material particulado, à lama, aos derramamentos de concreto? (R1) Nenhuma medida é tomada (R2) Pelo menos uma medida é tomada (R3) Pelo menos duas medidas são tomadas (R4) Pelo menos três medidas sào tomadas (R5) Acima de três medidas são tomadas 17.É feita uma definição e implementação de uma estratégia de meios permitindo limitar a poluição causada pelo canteiro com medidas justificadas e satisfatórias tais como: poluição do solo e subsolo, poluição da água, poluição do ar? (R1)A empresa não implantou medidas de redução da poluição, acima citados (R2) A empresa implantou uma medida (R3) A empresa implantou duas medidas (R4) A empresa implantou três medidas (R5) A empresa implantou mais de três medidas

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18.A empresa ministra palestra de sensibilização e conscientização sobre resíduos da construção civil e seu gerenciamento nos canteiros de obras?

(R1)A empresa não possui um planejamento de palestras com esta finalidade (R2)A empresa ministra uma palestra por ano (R3)A empresa ministra pelo menos duas palestras no ano (R4)A empresa ministra pelo menos três palestras no ano (R5)A empresa ministra mais que quatro palestras no ano 19.A empresa classifica os resíduos provenientes da fase de execução por sua natureza? (R1) A empresa não faz a segregação e classificação dos resíduos (R2)A empresa elabora um projeto de canteiro com as áreas destinadas a resíduos (R3)A empresa elabora um projeto de canteiro com as áreas destinadas a resíduos e segue a Resolução do CONAMA 307 (R4)A destinação do entulho classe A tem a destinação do órgão competente (R5)O resíduo é reciclado no próprio canteiro com a finalidade de diminuir o impacto ambiental negativo da geração de entulho. 20.Durante as etapas construtivas de uma edificação sempre há geração de resíduos. É feita a classificação de resíduos de produção de serviços? (R1)O resíduo gerado não é medido por etapa construtiva (R2)No projeto de canteiro existe um local reservado para destinação de resíduos(baias de resíduos) (R3)O entulho é separado e mensurado por serviços executados (R4)Se a empresa consegue medir em qual etapa de serviço está sendo gerado mais entulho?_____________________________________________________________________ (R5)O resíduo é reciclado ou reutilizado no próprio canteiro com a finalidade de diminuir o impacto ambiental negativo de geração de entulho 21.Existem medidas para favorecer a triagem na fonte geradora? Estimular a triagem de resíduos na fonte geradora? (R1) Nenhuma medida é aplicada no canteiro de obra (R2)No projeto de canteiro existe um local reservado para destinação de resíduos (baias de resíduos) (R3)Existe uma equipe para separação dos entulhos (R4)Se houver as baias de resíduos e se a empresa já tem algum contato com empresas de reciclagem para que possam fazer a coleta e fazer a reciclagem (R5)Se os três itens anteriores forem seguidos 22. A empresa/canteiro de obra conhece a destinação final dos seus resíduos? (R1) A empresa não tem conhecimento do local de descarga dos resíduos (R5)A empresa tem conhecimento do local legalizado de descarga dos resíduos 23. O canteiro de obras consegue cumprir e assegurar quais dessas etapas para o gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC): Caracterização, Triagem, Acondicionamento/Armazenamento Temporário, Transporte, Destinação Final? (R1)Não existe gerenciamento de RCC no canteiro de obra (R2)Existe para duas das etapas (R3)Existe para três das etapas (R4)Existe para quatro das etapas (R5)Existe gerenciamento de RCC para todas as etapas no canteiro de obra

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182

ANEXO I – LISTAGEM MODIFICAÇÕES, MELHORIAS E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS SIMPLES

1. Sala de aula no canteiro S N EI

23. Uniformes S N EI

2. Sala para palestras, vídeos, S N EI

24. Crachá S N EI

manisfestações artísticas, jogos S N EI

25 Manual de recepção do operário S N EI

3. Consultório médico e dentário S N EI

no canteiro

4. Plano de saúde S N EI

26. Noções de educação, cidadania e S N EI

5. Café da manhã S N EI

civilidade

6. Refeições S N EI

27. Integração entre operários das S N EI

7. Refeitório limpo e organizado S N EI

diversas obras da empresa

8. Refeitório com mesas individuais S N EI

28. Visita a outras obras S N EI

e assentos em número suficiente

29. Polivalência dos operários S N EI

para os usuários

30. Eliminação da hora extra S N EI

9. Refeitório com piso de concreto S N EI

31. Trabalho em grupos S N EI

cimentado ou equivalente

32. Pagamento por tarefa grupal S N EI

10. Aquecedor de marmita ou fogão S N EI

33. Aumento do salário base S N EI

11. Refrigerador S N EI

34. Premiação por tarefas e S N EI

12. Depósito com tampa para detritos S N EI

cumprimento de etapas

13. Lavatório próximo ao refeitório ou S N EI

35. Treinamento interno e externo S N EI

no seu interior

da mão de obra

14. Água potável protegida do calor ou S N EI

36. Formação de instrutores junto S N EI

aos mestres

15. Chuveiro elétrico no banheiro S N EI

37. Especialização dos serventes S N EI

16. Banheiros limpos S N EI

para cumprir tarefas profissionais

17. Banheiros com piso de concreto S N EI

38. Utilização de técnicos em S N EI

cimentado ou equivalente

edificações ao invés de mestres

18. Banheiros volantes nos andares S N EI

39. Cesta básica para operário S N EI

19. Papel higiênico e cesta para lixo S N EI

40. Transporte dos operários S N EI

41. Plano de carreira S N EI

20. Vestiário com bancos e/ou cabides S N EI

42. Medalhas por distinção S N EI

21. Engenheiro residente S N EI

43. Cartazes valorizando operários S N EI

22. Armários individuais S N EI

1. Uso de canteiro de obra alugado S N EI

5. Portão exclusivo para pedestres S N EI

Nas proximidades da obra

6. Campanhia no portão de entrada S N EI

2. Sinalização promocional de S N EI

de pedestres

marketing

7. Portão com roldanas ou similar S N EI

3. Tapumes com pintura decorativa S N EI

apropriado para entrada de

e/ou logomarca da empresa caminhões

4. Tapumes e/ou portões S N EI

8. Caminho calçado e coberto ou S N EI

transparentes com vidro ou tela

Túnel de entrada a área edificada

1. APOIO E DIGNIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA

2. ORGANIZAÇÃO DO CANTEIRO

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9. Sinalização dos locais de apoio no S N EI

35. Canteiro limpo, sem caliça e S N EI

canteiro

Sobras de madeira

10. Delimitação dos acessos para S N EI

36. Reaproveitamento de madeira S N EI

visitantes

e/ou aço

11. Delimitação dos fluxos dos S N EI

37. Lixo separado por natureza dos S N EI

operários materiais

12. Sala para clientes e visitas S N EI

38. Separação de sobras por serviço, S N EI

por empregado, por dia

13. Capacetes para visitantes S N EI

39. Caixas para desperdícios nos S N EI

14. Apartamento modelo S N EI

andares e/ou depósito central

15. Maquete S N EI

40. Equipamento de limpeza S N EI

16. Utilização da visualização do S N EI

disponível e visível

projeto em multimídia pelo cliente

41. Box para agregados com piso de S N EI

17. Organização de salas e escritórios S N EI

concreto e drenagem

18. Localização adequada dos S N EI

42. Uso de kanban para controle de S N EI

barracos

massadas

19. Utilização de instalações S N EI

43. Estrado sob o estoque de cimento S N EI

Provisórias móveis (containers)

44. Central de concreto S N EI

20. Aproveitamento de construções S N EI

45. Central de aço protegida e S N EI

preexistentes para instalações

organizada

da obra

46. Central de formas S N EI

21. Barraco de obra confortável em S N EI

47. Central para pré-fabricação de S N EI

pré-fabricado ou alvenaria, com

componentes pré-moldados,

Piso cimentado

esquadrias, hidráulicos e pintura

22. Ar condicionado no escritório S N EI

48. Acesso aos materiais por todos os S N EI

do Eng. residente

lados

23. Ventilador e/ou aquecedor na sala S N EI

49. Prumadas de suprimento elétrico S N EI

do mestre

provisório

24. Documentação técnica em local S N EI

50. Prumadas de suprimento S N EI

visível

hidráulico provisório

25. Projetos e especificações em S N EI

51. Rede de suprimento elétrico S N EI

tamanho A4

definitivo

26. Projeto de formas S N EI

52. Rede de suprimento hidráulico S N EI

27. Orçamento, programação e S N EI

definitivo

Controles levados para obra

53. Caixas de distribuição de energia S N EI

28. Programação semanal dos S N EI

volantes em cada andar

serviços

54. Identificação dos andares da obra S N EI

29. Controle de materiais por S N EI

55. Diagramação de paredes S N EI

orçamento operacional

envolvendo a posição de tijolos,

30. Controle de custos S N EI

portas e instalações elétricas

32. Utilização da técnica da Linha de S N EI

56. Identificação das quantidades S N EI

Balanço

exatas de material em cada local,

33. Instrumentos de controle de S N EI

marcação destas quantidades em

Qualidade visíveis e acessíveis

plantas e placas nos locais

34. Padronização e manuais de S N EI

57. Identificação do tipo de S N EI

Implantação de canteiro

Acabamento em cada peça

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58. Indicação da altura do piso pronto S N EI

66. Controle de níveis de estoque S N EI

59. Contrapiso zero e emboço de teto S N EI

67. Materiais nas caixas originais S N EI

zero

68. Etiquetas com nome de materiais S N EI

60. Execução prévia do contrapiso e S N EI

e equipamentos

forro anterior à alvenaria

69. Silos para materiais perecíveis S N EI

61. Almoxarifado S N EI

70. Execução do manual do usuário a S N EI

62. Quadro de localização dos itens S N EI

partir da obra executada

armazenados no canteiro

71. Manual do usuário em vídeo S N EI

63. Quadro de endereços e telefones S N EI

72. Uso de documentação para S N EI

dos fornecedores

controle de qualidade de execução

64. Controle de qualidade de S N EI

e recebimento de serviço

recebimento de materiais e

73. Equipes de manutenção para S N EI

componentes

Percorrer as obras já concluídas

65. Estocagem do tipo PEPS S N EI

(primeiro que entra, primeiro que

sai)

1. Compactação do canteiro S N EI

10. Tubo de descarga de lixo S N EI

2. Área de recebimento de materiais S N EI

desmontável

com piso firme e consolidado

11. Transporte de materiais em S N EI

3. Execução de contrapiso antes das S N EI

pequenos containers

alvenarias para o trânsito de 12. Gaiola para transporte de tijolos S N EI

Carrinhos

pela grua

4. Delimitação dos fluxos dos S N EI

13. Guincho de coluna adaptado em S N EI

transportes

torres metálicas para o

5. Proteção dos caminhos de S N EI

transporte de materiais em

circulação de material

pequenas quantidades

6. Escada de obra projetada S N EI

14. Mão francesa projetada para fora S N EI

segundo Blondel da obra para recebimentos pela

7. Rampas com inclinação menor S N EI grua

que 10% 15. Uso de dumper em obras S N EI

8. Rampas com travas para ajudar a S N EI espalhadas

freiar o carrinho

9. Utilização de gravidade para S N EI

transporte de agregados

1. Adensador de brita S N EI

5. Carrinho com rodas para S N EI

2. Alisador de concreto S N EI

colocação da masseira

3. Haste com imã S N EI

6. Carrinho para transporte de blocos S N EI

4. Limpeza de carrinhos e S N EI

de concreto

ferramentas 7. Carrinho para transporte de tijolos S N EI

3. MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS E DESLOCAMENTOS INTERNOS

4. FERRAMENTAS, MÁQUINAS E TÉCNICAS ESPECIAIS

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8. Carrinho de mão com motor S N EI

33. Escoras metálicas com tripé S N EI

9. Carrinho com fundo reto e S N EI

estáveis sem o apoio do

desmontável

trabalhador

10. Carrinho mais estreito S N EI

34. Ferramentas como pás, martelos, S N EI

11. Gerica com 3 rodas S N EI

serrotes e colheres

12. Uso de polainas para maior S N EI

redimensionadas

conforto 35. Martelos e pés de cabra com calço S N EI

13. Empunhaduras para latas de tintas S N EI 36. Equipamentos e ferramentas S N EI

14. Pallets S N EI nomeados e revivificados

15. Grua S N EI 37. Serra elétrica com coifa de S N EI

16. Triturador de argamassa S N EI proteção, empunhadura de metal

17. Esquadros grandes S N EI 38. Máquina de abrir rasgos S N EI

18. Gabarito para banheiro S N EI 39. Máquinas de corte de blocos e S N EI

19. Cone removível para passagem de S N EI cerâmicas

tubulação 40. Realização de cortes em centrais S N EI

20. Locação da obra feita pelo eixo e S N EI 41. Balança para aferir entrega de S N EI

Partindo do centro materiais

21. Fio de prumo imerso em água ou S N EI 42. Esticador para prender a linha na S N EI

óleo execução da alvenaria

22. Execução de alvenaria sem junta S N EI 43. Escantilhão metálico S N EI

vertical 44. Caixas coloridas para dosagem de S N EI

23. Mangueira de nível modelo Encol S N EI massa

24. Nível a laser S N EI 45. Misturador de massa nos andares S N EI

25. Nível e teodolito para definição da S N EI 46. Masseiras adaptadas para o S N EI

geometria da obra transporte de argamassa

26. Régua de alumínio para S N EI 47. Caixa de massa de Gilbreth S N EI

verificação de prumo e 48. Bisnagas para colocação de S N EI

enchimento de parede argamassa

27. Rolo para chapisco S N EI 49. Meia cana de tubulação plástica S N EI

28. Aldaimes com altura regulável S N EI Para distribuição de argamassa

29. Andaime fachadeiro S N EI 50. Forma metálica para distribuição S N EI

30. Mão francesa para as platibandas S N EI de argamassa na alvenaria

31. Cavaletes para andaimes retráteis S N EI estrutural

e dobráveis 51. Controle no empréstimo de S N EI

32. Tábuas para andaimes coloridas e S N EI ferramentas

cintadas

1. Manual de uso de EPIs S N EI

5. Uso de cinto de segurança com S N EI

2. Estojo com materiais para S N EI

cabo fixado na construção pelos

primeiros socorros

trabalhadores em qualquer

3. Extintores para combate de S N EI

Serviço externo a mais de 2 m de

princípios de incêndio altura

4. Uso de botinas e capacetes por S N EI

todos os trabalhadores

5. SEGURANÇA DO TRABALHO

Page 187: Dissertação (Mestrado)_Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil_Maria Zuila Cysneiros de Miranda_2014

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6. Dispositivo chama-lixo na S N EI 19. Escada ou rampa provisória para S N EI

desforma de estrutura de concreto transposição de pisos com

7. Posto de trabalho do guincheiro S N EI desnível superior a 40 cm

Isolado com cobertura de proteção 20. Andaimes com guardacorpo e S N EI

8. Torre do guincho com tela S N EI rodapé em todo perímetro

9. Rampas de acesso à torre com S N EI

21. Bandeja salva-vidas de fácil S N EI

guardacorpo e rodapé

montagem

10. Pneus ou outra espécie de S N EI

22. Proteção gradeada para as S N EI

amortecimento para a

lâmpadas dos patamares das

plataforma do elevador no térreo

escadas

11. Sinalização de descida do S N EI

23. Caixa protegida com pontos S N EI

elevador elétricos em cada pavimento

12. Indicação da carga máxima no S N EI 24. Cordas delimitando o espaço de S N EI

elevador e proibição do transporte . trabalho

de pessoas 25. Tela de arame, nylon ou outro S N EI

13. Grua com alarme sonoro avisando S N EI material de resistência equivalente

o movimento de cargas S N EI presa ao guardacorpo ou rodapé

14. Delimitação e sinalização das S N EI 26. Telas delimitando o espaço de S N EI

áreas de perigo trabalho

15. Fechamento provisório para poço S N EI 27. Execução antecipada de alvenaria S N EI

de elevador com guardacorpo e externa

rodapé mínimo de 1,20 m de altura 28. Rede elétrica pelo piso com S N EI

16. Aberturas de pisos de lajes com S N EI proteção

. Fechamento provisório resistente 29. Rede aérea considerando altura S N EI

17. Vedação de poços, buracos e S N EI de todos caminhões

vãos 30. Campanha de motivação à

18. Corrimão provisório para escadas S N EI segurança

1. Nome do engenheiro e mestre na S N EI

12. Acompanhamento visual da S N EI

placa de obra

execução

2. Maquete da obra para facilitar a S N EI

13. Utilização de cores na S N EI

Execução

comunicação com o trabalhador

3. Telefone em obra S N EI 14. Plantas plastificadas e visíveis S N EI

4. Fax S N EI para todos

5. Máquina copiadora S N EI 15. Programas de obra visíveis para S N EI

6. Computador S N EI Todos

7. Uso de walk-talk S N EI 16. Tarefas e metas visíveis S N EI

8. Tubofone S N EI 17. Missão e objetivo da empresa S N EI

9. Sinalização para guincho (andar e S N EI visível

material necessário) 18. S N EI

10. Alto-falante em obra S N EI

11. Identificação de operários e S N EI

Atividades por pavimento

6. COMUNICAÇÕES INTERNAS

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19. Manual de operações da empresa S N EI

25. Caixa de sugestões na empresa S N EI

disponível a todos

e/ou obra

20. Biblioteca técnica no canteiro S N EI

26. Gráficos de produtividade e S N EI

Acessível a todos

Consumo para diversos insumos

21. Jornais, revistas e periódicos S N EI 27.. Colocação de cartazes ilustrados S N EI

Disponíveis pela obra com os traços mais

22. Jornal informativo da obra S N EI utilizados

23. Edição de vídeo da obra S N EI 28. Realização de reuniões semanais S N EI

24. Mural para manifestação dos S N EI com os mestres e encarregados

operários