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Centro Universitário Estadual da Zona Oeste – UEZO
Colegiado de Ciências Biológicas e Biotecnologia
Ciências Biológicas
Distribuição, riqueza e diversidade de borrachudos
(Diptera: Simuliidae) na Mata Atlântica: Uso potencial
como bioindicadores de integridade ambiental de
cursos d`água.
Discente: Marlon José Ribeiro Pinto
Matricula: 0823800171
Rio de Janeiro
2012
Marlon José Ribeiro Pinto
Aluno do curso de Ciências Biológicas
Matrícula: 0823800171
Distribuição, riqueza e diversidade de borrachudos
(Diptera: Simuliidae) na Mata Atlântica: Uso potencial
como bioindicadores de integridade ambiental de
cursos d`água.
Trabalho de conclusão de curso, TCC
apresentado, ao curso de graduação em
Ciências Biológicas, da UEZO como parte dos
requisitos para obtenção do grau de Biólogo,
sob a orientação do Professor Ronaldo Figueiró
Portella Pereira e co-orientado pelo Professor
Leonardo Henrique Gil-Azevedo.
Rio de Janeiro
2012
ii
Distribuição, riqueza e diversidade de borrachudos (Diptera:
Simuliidae) na Mata Atlântica: Uso potencial como
bioindicadores de integridade ambiental de cursos d`água.
Elaborado por Marlon José Ribeiro Pinto
aluno de Ciências Biológicas da UEZO
Este trabalho de graduação foi analisado e aprovado
com grau : .........................
Rio de Janeiro,.................de.................de 2012
Rio de Janeiro, RJ – Brasil
Dezembro 2012
Ida Carolina Neves Direito, Dra. em Biotecnologia Vegetal
Milena de Sousa Nascimento Bento, Dra. em Ecologia
Ronaldo Figueiró Portella Pereira, Dr. em Ecologia
Presidente / Orientador
iii
Dedico este trabalho a todos que fizeram parte de alguma forma em
algum momento da minha vida, me ajudaram e acompanharam durante esta
longa jornada, principalmente aos meus pais, Marilene e Ulesses, a minha noiva
Adriana, familiares e amigos.
iv
Agradeço a Deus, a minha mãe Marilene e ao meu pai Ulesses que me
incentivaram em todos os momentos da minha vida, a minha noiva Adriana que
esteve ao meu lado durante esta jornada. Ao meu orientador Dr. Ronaldo Figueiró
e ao meu coorientador Dr. Leonardo Gil-Azevedo, que me passaram seus
conhecimentos e orientações seguras para o desenvolvimento deste trabalho e
foram grandes incentivadores.
v
Resumo
Os macroinvertebrados compõem um grupo diversificado e de grande
importância ecológica em riachos. Os borrachudos pertencem à classe Insecta,
ordem Diptera, família Simuliidae. Os Simuliidae apresentam ampla distribuição
geográfica, compreendem mais de 2.102 espécies válidas, das quais a maior
parte é hematófaga. Estes insetos têm importância sanitária e econômica.
Algumas espécies são vetores de Onchocerca volvulus, agente etiológico da
Oncocercose. Altas densidades em populações naturais de simulídeos podem
estar associadas ao aumento da concentração de matéria orgânica nos rios e ao
aporte de dejetos domésticos, agrícolas e industrias, o que faz destes
organismos bons indicadores de qualidade ambiental em sistemas lóticos,
comunidades de borrachudos mostram diferenças ecorregionais na composição
de espécies e podem ser usados para indicar a degradação morfológica de
córregos e rios. O objetivo deste estudo é identificar uma resposta funcional das
comunidades estudadas ao aporte de poluentes e a integridade ambiental dos
cursos d’agua. Este estudo apresenta importantes resultados para um potencial
bioindicador dos Simulideos. O RCE foi importante para os resultados pois
indicou a integridade de cada trecho do rio, sendo o subgênero Simullium
(Inaequalium) sp, o que mais apresentou um potencial bioindicador para uma
área de integridade mais baixa do rio.
Palavras-Chave: Simulideos, Bioindicador, Biomonitoramento
vi
Abstract
The macroinvertebrates make up a diverse and ecologically important in
streams. The gnats belong to the class Insecta, order Diptera, family Simuliidae.
The Simuliidae are widely distributed geographically, comprising more than 2102
valid species, of which most are hematophagous. These insects have health and
economic importance. Some species are vectors of Onchocerca volvulus, the
etiological agent of onchocerciasis. High densities in natural populations of black
flies may be associated with increased concentration of organic matter in rivers
and the inflow of domestic waste, agricultural and industrial, which makes these
organisms good indicators of environmental quality in lotic systems, communities
borrachudos show differences ecoregional in species composition and can be
used to indicate the morphological degradation of streams and rivers. The
objective of this study is to identify a functional response of the communities
studied input of pollutants and environmental integrity of the courses of water. This
study presents important results for a potential bioindicator black flies. The RCE
was important because the results indicated the integrity of each river reach, and
the subgenre Simullium (Inaequalium) sp, which showed more potential
bioindicator to an area of lower integrity of the river.
KEYWORDS. Black flies, Bioindicator, Biomonitoring
vii
A escola não muda o mundo. A escola muda
pessoas. Pessoas mudam o mundo. (Paulo
Freire).
viii
SUMÁRIO
Página
Resumo................................................................................................................................................... V
Abstract................................................................................................................................................... Vi
1. Introdução.................................................................................................................................... 1
1.1. Simulideos................................................................................................................................. 1
2. Objetivo.................................................................................................................................. 6
3. Justificativa...................................................................................................................................... 6
4. Material e Métodos..................................................................................................................... 6
4.1 Área de coleta......................................................................................................................... 6
4.2. Método de amostragem............................................................................................................... 8
4.3 RCE............................................................................................................................................... 9
4.4 Analises estatísticas...................................................................................................................... 10
5. Resultados.................................................................................................................................. 10
5.1 IIA/RCE – Índice de integridade Ambiental........................................................................... 10
5.2. Riqueza e composição de simulideos................................................................................... 11
6. Discussão................................................................................................................................... 12
7. Conclusão................................................................................................................................... 13
8. Referências................................................................................................................................. 13
1
1. Introdução
1.1. Simulideos
Os Simulideos, também conhecidos como borrachudos ou piuns em
algumas regiões do Brasil, são macroinvertebrados que compõem um grupo
diversificado e de grande importância ecológica em riachos (CARVALHO; UIEDA,
2004). Eles pertencem à classe Insecta, ordem Diptera, família Simuliidae. A
família Simuliidae está subdividida em duas subfamílias: Parasimuliinae,
encontrada na região Neártica, e Simuliinae, de características cosmopolitas
(CROSSKEY; HOWARD, 2004).
Estes insetos apresentam ampla distribuição e podem ser encontrados
em cursos de água corrente, de diferentes volumes, velocidades, temperatura, pH
e altitude a partir do nível do mar (CROSSKEY, 1990; COSCARÓN, 1991).
No mundo, aproximadamente 2.102 espécies de Simuliidae já foram
descritas (ADLER & CROSSKEY 2010, HAMADA et al. 2010). No Brasil, 90
espécies já se encontram identificadas, mas muitos trabalhos ainda devem surgir
com descrições de novas espécies (PEPINELLI, TRIVINHO-STRIXINO;
HAMADA, 2003). Diversas espécies são antropofílicas, mas Simulium
(Chirostilbia) pertinax Kollar, 1832, é a que mais causa problemas à população
humana nos estados do sudeste e sul do Brasil, onde é encontrada em grande
abundância.
Trata-se de insetos holometábolos, o ciclo de vida do borrachudo ocorre
em ambientes diferentes, no terrestre se desenvolve o adulto alado e no aquático
são encontrados ovos, larvas e pupas. A maioria das espécies deposita seus ovos
em substratos localizados na lâmina de água. Algumas espécies colocam os ovos
em ambientes terrestres, em locais de respingos de água de cachoeira. A duração
de cada estágio do ciclo de vida está na dependência de inúmeros fatores, como
espécie, temperatura, alimentação disponível para a fase larval, pH dos
criadouros, na fase adulta esses insetos são pequenos, apresentando um corpo
bem-definido, geralmente com 2 a 4 mm de comprimento. Sua coloração quase
2
sempre é negra ou acinzentada, podendo, no entanto, apresentar-se de cor
castanha, castanha avermelhada ou amarela. Possui asas grandes e largas que
se fecham uma sobre a outra quando em repouso. Seu aparelho bucal é do tipo
sugador.
Os ovos são de pequenas dimensões, com formato semitriangular. São
colocados pela fêmea em substratos dentro do curso de água, tais como pedras e
vegetação submersa, raramente fora, tais como em áreas úmidas ao lado dos
cursos de água ou então diretamente na água. São depositados em massas de
150 a 600 ovos (KETTLE, 1984).
As larvas realizam várias mudas de pele (ecdise) para crescer, passando
por 6 a 9 estádios, dependendo da espécie. Um par de glândulas salivares se
estende da região anterior para a posterior do corpo, são elas que secretam os
fios de seda utilizados para a fixação da larva no substrato e para tecer o casulo
que abriga a pupa. As larvas respiram por difusão de oxigênio pela cutícula (pele)
e se alimentam de algas, bactérias e matéria orgânica. Por sua vez, fazem parte
da alimentação de peixes, aves e artrópodes, típicos de riachos.
O estágio de larva apresenta uma forte cápsula cefálica, com um par de
grandes leques filtradores que auxiliam na alimentação. Próximo à cabeça,
ventralmente, a larva apresenta um pé e, no final do abdome apresenta um disco
de ganchos com o qual se adere na vegetação ou nas pedras dos riachos, além
de papilas anais para trocas iônicas.
A pupa se apresenta envolvida em um casulo de seda tecido pela larva e,
seu abdome possui um arranjo de ganchos que auxilia na sua fixação na seda do
casulo. Apresenta um par de brânquias torácicas e não se alimenta. A pupa se
localiza abaixo da lâmina de água, mas consegue se desenvolver em ambientes
úmidos. Geralmente diferentes espécies, apresentam casulo de tamanho e
formato diferentes e, número e configuração das brânquias torácicas
características. Espécies de alguns gêneros, por exemplo, Lutzsimulium, não
formam casulo completo. Na fase final do desenvolvimento, os adultos emergem
3
numa bolha de ar até a superfície da água e voam para um substrato próximo até
que as asas adquiram a rigidez completa. Logo após a emergência, costuma
ocorrer o acasalamento.
Os simulídeos adultos são dípteros de hábitos diurnos, mas é possível
verificar atividades de hematofagia também no crepúsculo vespertino. Os horários
de hematofagia podem ser diferentes, dependendo da espécie e das condições
climatológicas.
Os machos se alimentam de néctar de flores. As fêmeas de muitas
espécies alimentam-se adicionalmente de sangue de aves ou mamíferos. Esse
repasto sanguíneo das fêmeas é importante para a maturação dos oócitos, para
complementar o que se chama de ciclo gonotrófico. Assim, cada repasto
sanguíneo está associado à maturação dos oócitos. Cerca de 10% das espécies
descritas no mundo podem picar e sugar o sangue humano e de animais
domésticos (GAONA; ANDRADE, 1999).
A capacidade de vôo do adulto varia com o sexo e a espécie, havendo
observações de distâncias percorridas de até 100 km e registros extremos de
migrações com ajuda do vento de 250 a 500 km em espécies que fazem
hematofagia (CROSSKEY, 1990). CAMPOS e ANDRADE (2001) citam a
possibilidade de deslocamento de cerca de 10 km para espécies tropicais.
Figura 1: Ciclo Biológico do borrachudo (Fonte: ebookpp.com)
4
São encontrados em diferentes climas, demonstrando grande capacidade
adaptativa; os adultos parecem ser mais vulneráveis ao frio que a altas
temperaturas. Permanecem em letargia em temperaturas entre 8 a 10ºC e só a
partir de 12 a 15ºC começam a atividade de vôo (CROSSKEY, 1990).
Estes insetos também apresentam importância médica, os adultos da
família Simuliidae estão sujeitos a parasitemias por vermes nematóides
(superfamília Filaroidea e Mermithoidea) (CROSSKEY, 1990). As filarias
apresentam especial importância por utilizarem os simulídeos como hospedeiros
intermediários, sendo suas larvas transmitidas a hospedeiros definitivos
vertebrados no momento em que a fêmea realiza seu repasto sanguíneo
(CAMPOS; ANDRADE, 1999). Algumas espécies da família Simuliidae
apresentam competência vetorial para transmitir espécies de nematoides dos
gêneros Onchocerca, Mansonella, Splendidofilaria e Dirofilaria, motivo pelo qual
apresentam grande importância médica e veterinária.
A Oncocercose, também chamada de cegueira dos rios, ocasionada pela
microfilária Onchocerca volvulus (Leuckart, 1893) e a Mansonelose causada pela
Mansonella ozzardi (Manson 1897) são duas graves enfermidades que podem ser
transmitidas pelas picadas de vetores da família Simuliidae (MARDINI, 2002)
A Mansonelose, endoparasitose causada pela Mansonella ozzardi,
também tem como vetores espécies da família Simuliidae no Brasil e, ocorre
principalmente entre os Yanomami e os Ticunas. Foi relatada unicamente nas
Américas. Tem como sintomatologia dor nas pernas, articulações, febre, cefaléia,
adenite inguinocrural, placas eritematopruginosas, eosinofilia entre outros. Outras
filárias, alguns vírus, bactérias e protozoários podem estar associados a esses
insetos, mas necessitam de maiores estudos. Ainda outras doenças, como a
síndrome hemorrágica de Altamira e o pênfigo foliáceo poderiam ter como
determinantes as picadas desse inseto (GAONA; ANDRADE, 1999).
Estes insetos apresentam atividade hematófaga e influenciam na
qualidade de vida das pessoas, pois através de suas picadas podem causar
reações alérgicas, e é uma das mais importantes causas de prejuízos
econômicos, principalmente na agropecuária e no turismo (RUAS NETO &
5
MATIAS 1985; STRIEDER & CORSEUIL 1992). As perdas econômicas
ocasionadas pelas espécies zoófilas são difíceis de serem avaliadas, podem estar
relacionadas com perdas de peso dos animais, redução na produção de leite e
transmissão de doenças específicas aos animais domésticos ou diretamente ao
homem (Fredeen 1977). A distribuição e a abundância das espécies podem ser
influenciadas pela vazão dos cursos d’água, disponibilidade de substratos para a
fixação das formas imaturas (ovos, larvas e pupas), substâncias dissolvidas na
água, composição da vegetação ciliar, assim como, pelas ações do homem nas
áreas limítrofes (ROSS & MERRITT 1987; MOREIRA et al. 1994; HAMADA &
MCCREADIE 1999; HAMADA & ADLER 2001; STRIEDER 2002; STRIEDER et al.
2002).
Um dos problemas ambientais que favorecem o desequilíbrio
populacional das espécies é o elevado despejo de matéria orgânica nos cursos
d´água, principalmente devido ao tratamento inadequado dos dejetos oriundos da
criação de animais domésticos. A poluição provoca o enriquecimento do ambiente
com conseqüente aumento da quantidade de alimento, favorecendo o
crescimento de larvas de simulídeos, contudo a disponibilidade de alimento não é
o único fator que governa sua abundância, em níveis maiores de poluição, outras
variáveis, como concentração de oxigênio, podem desfavorecê-las (CASTEX et
al. 1988). Entre as 32 espécies de Simuliidae que ocorrem no Rio Grande do Sul,
Chirostilbia pertinax parece ser uma das mais favorecidas com o aumento da
poluição dos arroios em áreas rurais. Os conhecimentos sobre a distribuição local
e a diversidade das formas imaturas de Simuliidae nos cursos d’água são
fundamentais para podermos distinguir os padrões de abundância associados a
perturbações ambientais de origem antropogênica daqueles gerados por
processos naturais (STRIEDER et al. 2002; STRIEDER 2005).
As comunidades de borrachudos mostram diferenças ecorregionais na
composição de espécies e podem ser usadas para indicar a degradação
morfológica de córregos e rios (FELD et al. 2002). Da mesma forma,
Lautenschlager & Kiel (2005) investigaram os requisitos ambientais específicos
6
das espécies de borrachudos e da sua resposta à degradação hidromorfológica,
que foi indicada por uma mudança na zonação longitudinal dos conjuntos
simulídeos.
Bioindicadores são espécies, grupos de espécies ou comunidades
biológicas cuja presença, quantidade e distribuição indicam a magnitude de
impactos ambientais em um ecossistema aquático e sua bacia de drenagem
(CALLISTO; GONÇALVES, 2002). O estudo dos macroinvertebrados bentônicos
como indicadores biológicos têm sido considerado um dos métodos mais eficazes
para avaliar a qualidade das águas (BRANDIMARTE et al., 2004).
2. Objetivo
Avaliar o papel potencial bioindicador e correlacionar a riqueza e
diversidade de simulideos em córregos com diferentes qualidades de água, de
forma que seja possível se identificar uma resposta funcional destas comunidades
ao aporte de poluentes e ao índice de integridade ambiental.
3. Justificativa
No Brasil, existem poucos estudos acerca do potencial bioindicador desta
família. Desta forma, a proposta do presente projeto de pesquisa busca preencher
a lacuna no conhecimento dos padrões de distribuição espacial e temporal de
simulídeos na Mata Atlântica, no entendimento de seu papel potencial como
organismo bioindicador
4. Material e Métodos 4.1 Áreas de coleta
O Parque Nacional da Serra dos Órgãos é uma unidade de conservação
situada no maciço da Serra dos Órgãos, abrangendo os municípios de
Teresópolis, Petrópolis, Magé e Guapimirim, com uma área de 20 030 ha.
7
É aberto para visitação permanente. É administrado pelo Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Caracterizada por sua
topografia acidentada e por grandes desníveis, com altitudes que variam de 100
metros até 2.263 metros, onde se encontra seu ponto culminante, a Pedra do
Sino. Localiza-se na parte de mais altas vertentes da Serra do Mar, que formada
em épocas geológicas muitíssimo antigas, as rochas sofreram na região
movimentos mais recentes, o que resultou no imenso paredão que acompanha a
planíce costeira em direção ao Rio de Janeiro. Cortado por notável rede
hidrográfica, representada pelos rios Paquequer, Beija-Flor, Soberbo, Iconha,
Bananal, Santo aleixo, Itamarati, Bonfim e Jacó, o solo do Parque deu origem à
densa floresta, com diversos ambientes. Na vegetação secundária, predominam
as palmeiras, e, em altitudes até 500 metros, há a ocorrência de palmito,
pindobinhas, xaxim e, particularmente, embaúba.
Figura 2: Mapa de travessia do Parque nacional entre Teresópolis a Petrópolis, destacando
seus rios.Fonte: equipeworldadventure.blogspot.com.
8
4.2. Método de amostragem
Em cada sitio de coleta no Rio Paquequer, quinze quadrats aleatórios de
30x30 cm distribuídos entre a margem e o meio do rio serão amostrados, em
trechos de aproximadamente 15 metros em cada sitio tendo a velocidade média o
tipo de substrato dominante (folhiço de correnteza) e a profundidade determinada
para cada quadrat.
As larvas foram coletadas em frascos plásticos individualizados, contendo
álcool 70 e rotulados com os dados pertinentes, como nome do sítio, número do
quadrat e data.
Figura 3: Área de coleta: Parque Nacional Serra dos Órgãos – Teresópolis – RJ.
Fonte: Internet
Figura 4: Coleta das larvas de simulideos dentro do Parque Nacional da Serra
dos Órgãos.
9
Em uma coleta em sítios pré-estabelecidos dentro do Parque Nacional da
Serra dos Órgãos, para a determinação das preferencias de micro-habitat de
imaturos de Simulidae, e fora da área e proteção do parque, para a determinação
dos padrões de resposta funcional das comunidades de simulideos as condições
de qualidade da água e integridade ambiental.
As larvas foram separadas em morfotipos. Exemplares de ultimo instar,
isto é com os histoblastos maduros, foram dissecados e montados entre lâmina e
lamínula de acordo com o método descrito em Calvão & Maia-Herzog (2003). A
partir dos padrões de manchas cefálicas e dos filamentos respiratórios, essas
larvas foram identificadas comparando-as diretamente com o material depositado
na coleção do Laboratório de Zoologia de Invertebrados (Universidade do Estado
do Rio de Janeiro – UERJ, RJ).
4.3. RCE (“Riparian, Channel and Environmental Inventory – Indice de
integridade ambiental)
A análise de qualidade ambiental foi realizada através da aplicação do
índice conhecido por Índice de Integridade Ambiental de Rios - (“Riparian,
Channel and Environmental Inventory – RCE”; PETERSEN, 1992). O índice
baseia-se na análise de aspectos físicos e ambientais associados à integridade
dos rios tais como: condição da vegetação marginal, características físicas e
hidrológicas do leito e padrão de uso da terra na área em entorno. Cada
parâmetro é avaliado e recebe uma pontuação, de acordo com seu estado de
conservação. Quanto mais conservado maior o valor atribuído. A soma dos
valores encontrados resulta no índice final, e permite discriminar cinco Classes de
Integridade Ambiental - Excelente, Muito Bom, Bom, Regular e Pobre.
CLASSE Escore Avaliação de integridade Ações recomendáveis
I 293-360 Excelente Biomonitoramento e proteção do status
existente II 224-292 Muito Bom Alterações selecionadas e monitoramento
III 154-223 Bom Pequenas alterações necessárias
IV 86-153 Regular Grandes alterações necessárias
V 16-85 Pobre Reorganização estrutural completa
Tabela 1: Tabela que representa o RCE/IIA (índice de integridade ambiental) com a classe, escore,
avaliação de integridade e ações recomendáveis. Tabela de resultados do índice.
10
O RCE foi desenvolvido para rios de avaliação de áreas agricultáveis da
Europa e sofreu pequenas modificações para ser aplicado neste estudo (BUSS,
2000). Três dos 16 parâmetros originais foram retirados, o primeiro referente a
estrutura do canal (relação largura/profundidade), e os outros dois relativos a
fauna de peixes e de macroinvertebrados.
4.4. Análises estatísticas
As associações entre as espécies e os criadouros foram investigadas
através do uso de Análises de Correspondências, uma técnica multivariada que
pode ser utilizada para se investigar o habitat ótimo de uma espécie.
5. Resultados
5.1. (IIA/RCE – Índice de integridade Ambiental)
Os resultados de acordo com o Índice de Integridade Ambiental (IIA/RCE)
revelam uma diferença entre os trechos do rio (tabela 1). Os quatro sítios de
coleta ao longo do rio tiveram uma pontuação característica, o sitio 1 obteve 191
pontos sendo considerado classe III e obteve uma avaliação de integridade
ambiental “Bom” onde são necessárias pequenas alterações . O sitio de coleta 2
obteve 280 pontos sendo considerado de classe II e obteve uma avaliação de
integridade ambiental “muito bom” sendo considerado como um trecho que
precisa de alterações selecionadas e monitoramento. Já os sítios 3 e 4 obtiveram
uma pontuação quase semelhante, 325 e 355 pontos respectivamente o que nos
mostra uma integridade ambiental “excelente”.
Figura 4: Histograma que representa a relação entre os sítios e a pontuação de
acordo com o índice RCE.
191
280
325 355
0
50
100
150
200
250
300
350
400
sítio 1 sítio 2 sítio 3 sítio 4
RCE - Índice de integridade Ambiental
Pontuação
11
5.2. Riqueza e composição de Simulídeos
Foram coletadas ao todo 617 larvas, mas nem todas foram analisadas,
pois algumas estavam imaturas (sem o histoblasto maduro) e algumas também
apresentavam alguma deficiência (amassada ou sem alguma parte do corpo). A
partir desta primeira triagem obtivemos através da morfotipagem a seguinte
composição: No parque foram coletadas 67 larvas de Simullium (chirostilbia) sp,
na cidade não foi encontrada nenhuma larva. No parque foram coletadas 97
larvas de Simullium (psaronicompsa) sp, já na cidade foram coletadas 9 larvas. E
foram coletadas no parque 5 larvas e na cidade 20 larvas de Simullium
(inaequalium) sp.(Figura 5). A análise de correspondências evidência que existe
uma associação das larvas do subgênero S.(Inaequalium) sp ao sítio localizado
fora do parque (Figura 6).
Simulium (Chirostilbia)sp.
Simulium(Psaroniocompsa) sp.
Simulium (Inaequalium)sp.
Parque 67 97 5
Cidade 0 9 20
0
20
40
60
80
100
120
Ab
un
dân
cia
de
larv
as
Figura 5: Histograma apresentando as abundâncias de larvas de cada subgênero
dentro do Parque Nacional da Serra dos Órgãos e na cidade de Teresópolis.
Figura 6: Análise de correspondências apresentando as associações dos subgêneros
aos sítios de coleta.
12
Esses resultados podem ser atribuídos ao distinto estado de conservação
ambiental e a qualidade da água dos arroios nas duas áreas investigadas.
6. Discussão
A distribuição, a diversidade e a abundância de macroinvertebrados
variam em diferentes escalas de estudo. O tipo, a variabilidade e a qualidade dos
substratos são os principais fatores que determinam a organização das
comunidades bentônicas na escala local (BAPTISTA, 1998). Essas características
são determinadas por fatores que variam de forma natural ao longo da bacia, tais
quais a distância da cabeceira, a ordem de grandeza do rio, a geologia e a
geomorfologia da bacia; e fatores de antrópicos como o estado de preservação da
vegetação marginal, as alterações físicas dos canais e a poluição das águas.
A distribuição das larvas do subgênero S.(inaequalium) sp. está
associada à trechos de integridade ambiental mais baixa no rio, provavelmente
devido ao aumento nos níveis de nutrientes orgânicos por estar na área da
cidade.
Um dos problemas ambientais que favorecem o desequilíbrio populacional
das espécies é o elevado despejo de matéria orgânica nos cursos d´água,
principalmente devido ao tratamento inadequado dos dejetos oriundos da criação
de animais domésticos (STRIEDER et. al 2006).
Araújo-Coutinho (1993) relatou que um dos fatores abióticos que
possivelmente tem maior influência nos imaturos de S. pertinax é a poluição.
Castex et al. (1988), estudando a distribuição de larvas de Simulium
quadrivittatum em ambientes com diferentes níveis de poluição em Cuba
observaram o desenvolvimento destas em criadouros sem contaminação
orgânica, em menor densidade em águas ligeiramente contaminadas e ausentes
quando os níveis de poluição foram elevados, sendo os resultados semelhantes
aos observados no presente trabalho em relação a S. pertinax. A poluição
provoca o enriquecimento do ambiente com consequente aumento da quantidade
de alimento, favorecendo o crescimento de larvas de simulídeos. Contudo, a
disponibilidade de alimento não é o único fator que governa sua abundância; em
13
níveis maiores de poluição, outras variáveis, como concentração de oxigênio,
podem desfavorecê-las.
Illesova et. al (2008) demonstra justamente a relação entre a estrutura do
Rio Hron e as diferentes espécies de simulideos encontradas em cada trecho do
canal.
Os resultados obtidos neste estudo evidenciaram as diferenças das
características abióticas e a composição de espécies dos diferentes locais de
amostragem. As espécies de simulídeos são influenciadas de formas diferentes
pelas alterações da integridade ambiental de cada trecho do rio, da estrutura do
hábitat e pela poluição orgânica dos cursos d‘água.
7. Conclusão
Os padrões de riqueza e diversidade das larvas de simulideos diferem em
relação aos trechos do rio dentro do parque e também na cidade, caracterizando
espécies associadas a cada parte do rio. Podemos mencionar também uma
relação existente entre a integridade ambiental de cada trecho do rio com as
larvas encontradas em cada localidade como podemos observar nos gráficos. Em
resposta a uma integridade ambiental com uma pontuação baixa como é o caso
do sitio 1, temos a associação de Simullium (Inaequalium) sp. Já em
circunstancias diferentes como é o caso dos outros sítios verificamos que as
espécies associadas a eles são Simullium (Chirostilbia) sp. e Simullium
(Psaronicompsa) sp. Podemos definir então que existe uma relação entre a
integridade ambiental do rio e os subgêneros associados a cada trecho do rio. Um
dos pontos principais foi relacionado com o potencial bioindicador do subgênero
Simullium (Inaequalium) sp.
8. Referências
ADLER, P.H., CROSSKEY, R.W. 2010. World blackflies (Diptera: Simuliidae): a
comprehensive revision of the taxonomic and geographical inventory. Clemson,
Clemson University. <http://entweb.clemson.edu/biomia/pdfs/
blackflyinventory.pdf> (Accessed in 04/april/2010).
14
ARAÚJO-COUTINHO, C.J.P.C. 1993. Abundância sazonal da população de
formas imaturas de Simulium pertinax Kollar, 1832 (Diptera Simuliidae) e da
entomofauna associada, no município de Paraty, RJ. Rio de Janeiro, RJ.
Dissertação de mestrado. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, IV + 81p.
BAPTISTA, D. F.; SILVEIRA, M. P.; NESSIMIAN, J. L.; BUSS, D. F.; EGLER,
M. Perspectivas do uso do biomonitoramento para avaliação da saúde ambiental
de ecossistemas aquáticos. In: WORKSHOP “ÁGUA, MEIO AMBIENTE E
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18
ANEXO 1 - PROTOCOLO PARA OBTENÇÃO DO ÍNDICE DE INTEGRIDADE
AMBIENTAL DE RIOS - “RCE”
RCE
Bacia____________________________ Nome do rio____________________________
Localização_______________________
Largura___________m Profund méd____________m Compr trecho___________m Vel
Corrente______________m/s2 Vazão___________ m3/s Altitude_________m
1- Padrão do uso da terra além da zona de vegetação ribeirinha
- Não pertubada, consistindo de floresta,
alagados e pântanos naturais. 30
- Pasto permanente, mesclado com mata,
pântano. 20
- Área de cultivo mesclada com pasto 10
- Principalmente áreas de cultivo 01
2 - Largura da mata ciliar do rio até o campo
- Área de mata ciliar com mata
ou pântano > 30 m de largura 30
- Área da mata ciliar com mata ou
pântano variando entre 5 e 30 m 20
- Área de mata ciliar com mata
ou pântano com 1a 5 m de largura 05
- Área de mata ciliar sem mata ou pântano 01
3 - Estado de Preservação da zona de mata ciliar
- Zona de mata de ciliar intacta sem
quebra na vegetação 30
- Quebra ocorrendo em intervalos
maiores do que 50 m 20
- Quebra freqüente com algumas
cicatrizes e barrancos a cada 50 m 05
- Cicatrizes profundas com barrancos
19
ao longo de seu comprimento 01
4 - Estado da vegetação da mata ciliar dentro de uma faixa de 10 m
- > 90% da densidade é constituida por
árvores não-pioneiras ou nativas 30
- Espécies pioneiras mescladas
com árvores maduras 20
- Mescla de grama com algumas
árvores pioneiras e arbustos 15
- Vegetação constituída de grama
e poucos arbustos 01
5 - Dispositivos de retenção
- Canal com rochas e toras velhas
firmemente colocadas no local 15
- Rochas e toras presentes mas
preenchidas com sedimento 10
- Dispositivo de retenção solto,
movendo-se com o fluxo 05
- Canal livre de areia e silte com
poucos dispositivos de retenção 01
6 - Estrutura do canal
- Relação Largura/profundidade < 7 15
- Relação Largura/profundidade
entre 8 e 15 10
- Relação Largura/profundidade
entre 15 e 25 05
- Relação Largura/profundidade
> 25 ou rio canalizado 01
20
7 - Sedimentos no canal
- Pouco ou nenhum alargamento
resultante do acúmulo de sedimento 15
- Algumas barreiras de cascalho
de pedra bruta e pouco silte 10
- Barreira de sedimento e pedras,
areia e silte comum 05
- Canal dividido em tranças ou
rio canalizado 01
8 - Estrutura do barranco do rio
- Barranco estável de rocha e solo,
coberto de grama, arbustos e raízes 25
- Barranco firme porém levemente
seguro por grama e arbustos 15
- Barranco com solo livre, camada
esparsa de grama e arbustos 05
- Barranco instável, com solo ou
areia soltos, facilmente perturbável 01
9 - Escavação sobre o barranco
- Pouca ou nenhuma evidência ou
restrita a áreas de suporte de raízes 20
- Escavações apenas nas curvas
e constrições 15
- Escavações freqüentes 05
- Escavações severas ao longo
do canal com quedas de barrancos 01
21
10 - Aparência do substrato de pedra
- Pedras limpas, arredondadas,
podendo ser um pouco escurecidas 25
- Pedras arredondadas, com um
pouco de areia e silte aderida 15
- Algumas pedras com pontas,
cobertas com areia e silte 05
- Pedras brilhantes e com pontas,
cobertas de areia e silte 01
11 - Leito do rio
- Fundo de pedras de vários tamanhos
agrupadas, com interstício óbvio 25
- Fundo de pedras facilmente móveis,
com um pouco de silte 15
- Fundo de silte, cascalho e areia
em locais estáveis 05
- Fundo uniforme de silte e areia livres,
substrato de pedra ausente 01
12 – Corredeiras, poções ou meandros
- Distintos, ocorrendo em intervalos de
5 a 7 vêzes o da largura do rio 25
- Espaçamento irregular 20
- Longos poções separando curtas
corredeiras, meandros ausentes 10
- Meandros e corredeiras/poções
ausentes ou rio canalizado 01
22
13 - Vegetação Aquática
- Quando presente consiste de musgos
e manchas de algas 15
- Algas dominantes nos poções, plantas
vasculares ao longo da margem 10
- Emaranhados de algas, algumas
plantas vasculares e poucos musgos 05
- Algas emaranhadas no fundo, plantas
vasculares dominam os canais 01
14 – Peixes
Peixes reófilos presentes, população
nativa, na maioria dos poções 20
Poucos peixes reófilos, dificuldades
em localizá-los 15
Nenhum peixe reófilo, alguns peixes
lênticos presentes nos poções 10
Peixes ausentes ou escassos 01
15 – Detritos
Principalmente de folhas e material
lenhoso sem sedimentos 25
Pouca folha e madeira, detritos orgânicos
finos floculentos sem sedimento 10
Nenhuma folha ou madeira, matéria orgânica
bruta e fina com sedimento 05
Sedimento fino anaeróbico,
nenhum detrito bruto 01
23
16 – Macrobentos
Muitas espécies presentes em
todos os tipos de substrato 20
Muitas espécies presentes porém
apenas em hábitats bem aerados 15
Poucas espécies presentes porém
encontrados na maioria dos hábitats 05
Pouca ou nenhuma espécie e apenas
em hábitats bem aerados 01