DISTÚRBIOS DA ENERGIA ELÉTRICA -...
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A eletricidade é classificada como um
produto.
Existe apenas por um instante em um
determinado ponto de entrega e surge no
mesmo momento em que está sendo usado.
Sua qualidade depende dos elementos que participam da sua
produção, e da forma como está sendo usada.
A qualidade deste produto é fundamental para o usuário e para o
“produtor” que visa sempre custos menores
de produção com qualidade superior.
ELETRICIDADE
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Qualidade de fornecimento de energia elétrica é
uma função de sua compatibilidade
enquanto fonte de energia, com o equipamento
elétrico.
Esta qualidade pode ser dividida, de uma
forma macro, em duas:
1) Continuidade do fornecimento, ou
ausência de interrupção.
2) Nível de Tensão: Grau em que a
tensão é mantida dentro de uma
determinada faixa especificada.
QUALIDADE
• A preocupação com a qualidade da energia é algo
que deve ser estudado de forma integrada entre
gerador e fornecedor de energia, fabricante de
equipamentos, projetista das instalações e o
usuário da energia elétrica.
• Outra tendência é a necessidade de se estudar os
distúrbios de forma correlata e não mais isolados.
Qualidade de Energia
Variação de frequência
Afundamento e Elevação de tensão
Harmônica e
inter-harmônicas
Surto / Transitórios
Notching / Ruídos / Distúrbios
Desequilíbrio de tensão
ITENS QUE ESTÃO SOB O TERMO:
QUALIDADE DE ENERGIA
PRODIST ANEEL Estão sujeitos ao PRODIST:
a) concessionárias, permissionárias e autorizadas dos serviços de geração distribuída e de distribuição de energia elétrica (denominadas neste documento como distribuidoras);
b) consumidores de energia elétrica conectados ao sistema de distribuição, em qualquer classe de tensão (BT, MT e AT), inclusive consumidor ou conjunto de consumidores reunidos por comunhão de interesses de fato, ou de direito;
c) Agente importador ou exportador de energia elétrica conectados ao sistema de distribuição;;
d) Transmissoras detentoras do DIT – demais instalações de transmissão
e) ONS.
Fonte: ANEEL – Prodist – Modulo I 12/2012
Os índices de qualidade da energia, que são alvo de fiscalização estão definidos no modulo 8 do mesmo PRODIST, citado acima, e abrangem os seguintes setores:
a) consumidores com instalações conectadas em qualquer classe de tensão de distribuição;
b) produtores de energia;
c) distribuidoras;
d) agentes importadores ou exportadores de energia elétrica;
e) transmissoras detentoras de Demais Instalações de Transmissão – DIT;
f) Operador Nacional do Sistema – ONS.
2.2 Os procedimentos de qualidade de energia elétrica definidos neste módulo se aplicam aos Sistemas Individuais de Geração de Energia Elétrica com Fontes Intermitentes – SIGFI, exceto o que estiver disposto em Resolução específica.
Fonte: ANEEL – Prodist – Modulo 8 02/2012
1.2 Os aspectos considerados da qualidade do produto em regime permanente ou transitório são:
a) tensão em regime permanente;
b) fator de potência;
c) harmônicos;
d) desequilíbrio de tensão;
e) flutuação de tensão;
f) variações de tensão de curta duração;
g) variação de frequência .
ANEEL- PRODIST- MÓDULO 8
QUALIDADE NA DISTRIBUIÇÃO • Níveis de tensão: devem ser mantidos dentro de parâmetros
pré-estabelecidos e são fiscalizados por órgãos competentes.
– Continuidade de serviço;
– Duração Equivalente por Consumidor (DEC) – tempo médio sem energia / consumidor no período considerado
– Frequência Equivalente de Interrupção (FEC) – média do número de interrupções / consumidor no conjunto considerado
– Simetria do sistema
– Forma de onda
Considerações
• O sistema elétrico brasileiro apresenta grandes geradores afastados do centro de carga, isto implica em grandes distâncias percorridas por linhas de transmissão.
• A tipologia do sistema de transmissão e distribuição brasileiro é na sua grande maioria por sistemas aéreos, apesar do esforça das distribuidoras de instalar redes compactas nos grandes centros
• As concessionárias visam maximizar a eficiência para obter, dentro das regras do agente regulador, lucro
QUALIDADE NO USO
• Este sim é um grande desafio!
O usuário entende, na maioria dos casos, que gerenciar energia é controlar a demanda e o FP (facultativo à concessionária de energia a cobrança).
Esta realidade está mudando e, nos próximos anos, a qualidade de energia passará a ser item muito importante para o funcionamento e produtividade.
TECNICA DE MITIGAÇÃO DOS DISTURBIOS
DA ENERGIA ELÉTRICA • Avaliação da instalação elétrica (Subestação, malhas de controle e usuário)
- NR-10
• Identificação dos problemas de QEE por instalação de medidores. No PCC – solicitação junto a concessionária.
• Entendimento do processo produtivo (relato de produção, manutenção, qualidade)
• Histórico de ocorrência de problemas com suspeita de distúrbios de QEE
• Relação dos equipamentos e cargas críticas
• Levantamento de dados estatísticos de paradas
• Simulação dos distúrbios em laboratório (se possível), com implementação de soluções e análise de resultados
• Avaliação dos resultados
• Proposição de soluções
• Implantação das soluções propostas
• Avaliação dos resultados
Avaliação da instalação elétrica
• Instalar dispositivos que identifique os distúrbios causados por um período de tempo em pelo menos 3 pontos.
• Quais os dispositivos disponíveis?
• Quais os pontos que devo medir?
Ferramentas portáteis de QE
Diagnóstico de problemas: os resultados medidos são
apresentados no visor instantaneamente.
Esses instrumentos possibilitam:
• Medir a qualidade da tensão de acordo com os padrões locais (Prodist)
• Registrar variações de tensão com detalhes
• Registrar harmônicos de corrente e tensão
• Capturar transientes ou outros distúrbios de formas de onda
• Registrar outras variáveis, como o fator de potência
Registradores: registra medições de QE e captura formas de
onda detalhadas em alta resolução para fins de análise. Os
resultados medidos podem ser analisados e podem ser criados
relatórios no computador.
Loggers: registra medições de QE (mínimo, máximo, média). Os
resultados medidos podem ser analisados e podem ser criados
relatórios no computador.
ALTERAÇÕES NA FORMA DE
ONDA
• VARIAÇÃO DA FORMA DE ONDA
–Variação de amplitude e frequência
• ALTERAÇÃO NA FORMA DE ONDA
–Harmônica, Surto, Transiente, Notching,
Ruídos.
EQUIPAMENTOS TI
• A escolha dos equipamentos e acessórios com
grande imunidade contra as perturbações é
necessário, porém a localização física e as
condições de instalação são parte integrante dos
parâmetros para definição de um projeto adequado.
PRECAUÇÕES
• Cabeamento
• Percurso relativo aos cabos de potencia e de baixa
corrente – sistemas de controle e automação
• Posicionamento dos equipamentos em relação às
fontes de perturbações
• Sistema de aterramento
• Economia ao cuidar da qualidade da energia:
– Redução de paradas
– Economia de energia elétrica
– Redução de insumos
Cuidando da qualidade da
energia
LIMITES DE THD
IEEE Std 519-1992 (instalação)
- THDmax TENSÃO = 5%
- THDmax CORRENTE = 5 - 20%
Limites da norma IEC 61000-3-2:
Equipamentos ≤ 16A/fase, redes de 220 a 415V
Limites da norma IEC 61000-3-4:
Equipamentos > 16A/fase, redes de 220 a 415V
NBR5410/2004 ANEXO F
Determinação da corrente de neutro
- Circuito trifásico com neutro, ou
bifásico com neutro, e 3ª
Harmônicas for superior a 33% a
seção do neutro deve ser:
In = Fh*Ib
In – corrente de neutro
Ib – corrente de projeto
Taxa 3ª
Harmônicas
3fases +
neutro
2fases +
neutro
33 a 35% 1,15 1,15
36 a 40% 1,19 1,19
41 a 45% 1,24 1,23
46 a 50% 1,35 1,27
51 a 55% 1,45 1,30
56 a 60% 1,55 1,34
61 a 65% 1,64 1,38
>= 66% 1,73 1,41
Fator Fh para determinação I neutro
• Classe A Esta classe é usada onde medições precisas são necessárias por exemplo, para aplicações contratuais que pode exigir soluções de disputas, verificação de conformidade com padrões, etc. Qualquer medição de um parâmetro executada com dois instrumentos diferentes que obedecem as exigências da classe A, ao medir os mesmos sinais, deve produzir resultados iguais dentro da incerteza especificada para o parâmetro.
• Classe S Esta classe é usada para aplicações estatísticas tais como pesquisas ou avaliações de qualidade de energia, possivelmente com um subconjunto limitado de parâmetros. Embora utilize intervalos equivalentes de medição como classe A, os requisitos de processamento da classe S são menores.
• Classe B Esta classe é definida com a finalidade de se evitar a continuidade da fabricação de projetos obsoletos de muitos instrumentos existentes.
O significa Classe A? A norma IEC 61000-4-30 define 3 classes de medidores QEE:
ABNT NBR IEC 61000-4-30:2011 Válida a partir de 3/3/11
Categorias de Medição 600 V CAT IV / 1000 V CAT III
Tensões máximas das entradas de tensão A (L1), B (L2), C (L3), N a GND (Terra)
1000 V Cat. III 600 V Cat. IV
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Banco de capacitores
Carga de iluminação
Ponto de conexão AT
Motores de indução
Circuitos de tomadas
Quadro Geral
CCM
QDL
QDT
Wh
Instalação elétrica típica
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Ponto de conexão AT
Quadro Geral
CCM
QDL
QDT
Wh
THD e Vh Desequilíbrio
VTDC Transitórios
Monitoração do ponto de entrega
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Banco de capacitores
Motores de indução
Quadro Geral
CCM
QDL
QDT
Wh
THD, Vh e Ih K-factor
Desequilíbrio VTCD
Transitórios
Monitoração do circuito de motores
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Carga de iluminação
Circuitos de tomadas
Quadro Geral
CCM
QDL
QDT
Wh
Irms neutros
K-factor
Monitoração do circuito de iluminação e tomadas Pst
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Banco de capacitores
Carga de iluminação
Motores de indução
Circuitos de tomadas
Quadro Geral
CCM
QDL
QDT
Wh
THD, Vh, Ih K-factor
PF Desequilíbrio
Monitoração do ponto de faturamento
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Casos Práticos: Condomínio Comercial-SP
Fator de potência corrigido no filtro 3 Com o filtro ativado
Sem o filtro
Sem o filtro
9 elevadores variando torque
e velocidade
Um filtro ativo de 50amperes
para cada
Melhora total da instalação
do condomínio
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Casos Práticos: Laminados
Conteúdo THD de
corrente sem filtro
coma corrente total
Total de THD da
corrente corrigida e
redução da corrente
total RMS
ECONOMIA DE ENERGIA TRATANDO A QUALIDADE DE ENERGIA
• Industria com linha de extrusão (Inglaterra), medido THDv = 11% com Multiplos “zero-crossing”
• Tratamento das harmônicas com filtro ativo
Economia de energia de 10 a 15%
Fonte: Leonard-energy.org
CASO
• Aplicação de um compensador estático de reativos em uma indústria siderúrgica do norte da Itália, mostrou resultados satisfatórios quanto a redução do Flicker (Pst> 1,3 – Requerido 1,5).
• Com a adição de filtro de harmônica, trouxe outros benefícios como: – Redução de reativos (Fp >0,95); – Aumento da potência disponível ( 6%); – Redução do consumo de eletrodos (3%); – Redução do tempo de fusão / melhor eficiência; – Redução de desgaste do revestimento do forno; – Redução das harmônicas de tensão <1,5%;
Estudo de caso apresentado na revista EM 05/07
EDIFÍCIO DE ESCRITÓRIOS COM
MULTI-USUÁRIOS – 44.000 m2
E MAIS DE 40 ANOS DE CONSTRUÇÃO:
Um estudo preliminar sobre harmônicas revelou que o efeito das correntes harmônicas, principalmente de 3ª ordem, afetaram sobremaneira os circuitos, reduzindo a vida útil dos capacitores de correção de fator de potência, geraram queda de tensão entre neutro e terra e geraram problemas de compatibilidade eletromagnética, afetando principalmente os circuitos de TI.
Medições observaram correntes de 3ª ordem, muito acima da fundamental.
Economia com uso de filtro passivo – 5%
Custo x Benefício
Faça uma medição para saber qual o índice de qualidade da energia presente em cada circuito.
Verifique a redução do tempo de vida útil de cada componente da instalação (fio, motor, transformador etc.)
Quantifique o desperdício de energia por perda joule por exemplo
Faça comparativo com custo da solução para os problemas de QEE
LITERATURA NACIONAL Infraestrutura Elétrica para Rede de
Computadores : Jose Mauricio Pinheiro Editora Ciência Moderna
HARMÔNICAS EM SISTEMAS INDUSTRIAIS : Guilherme Alfredo Dentzien Dias
Editora EdipucRS
QUALIDADE NA ENERGIA ELÉTRICA Ricardo Aldabo Editora Artliber
DISTÚRBIOS DA ENERGIA ELÉTRICA Edson Martinho Editora Erica