Dittrich - O Problema Da Justificação Racional de Valores

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Este artigo visa: 1) abordar, de um ponto de vista behaviorista radical,o problema da “justificação racional de valores”; 2) a partir da abordagemdesse problema, oferecer algumas sugestões sobre como os behavioristas radicaispodem se posicionar diante de debates éticos e políticos. Argumenta-seque, de um ponto de vista behaviorista radical, valores não podem ser justificados,pelo menos em termos lógicos: a única justificativa possível remete àhistória de seleção do comportamento por suas conseqüências de quem defendecertos valores. A despeito disso, argumenta-se que debates éticos e políticosnão devem ser meramente desprezados. Ainda que isso não esgote tais debates,cabe àqueles que deles tomam parte – e em especial, aos behavioristas radicais– apontar tão claramente quanto possível os objetivos que buscam produzir.

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Revista PsicologVolume 1 Nmero 1EditoresCarlos Henrique da Costa Tucci e Andreza Cristiana RibeiroRibeiro Preto - SP - Brasil 2008Revista Psicolog21O problema da justicao racional de valores na losoamoral skinnerianaAlexandre Dittrich11UFPRCuritiba - PR - [email protected]. Este artigo visa: 1) abordar, de um ponto de vista behaviorista radi-cal, o problema da justicao racional de valores; 2) a partir da abordagemdesse problema, oferecer algumas sugestes sobre como os behavioristas rad-icais podem se posicionar diante de debates ticos e polticos. Argumenta-seque, de um ponto de vista behaviorista radical, valores no podem ser justi-cados, pelo menos em termos lgicos: a nica justicativa possvel remete histria de seleo do comportamento por suas conseqncias de quem defendecertos valores. A despeito disso, argumenta-se que debates ticos e polticosno devem ser meramente desprezados. Ainda que isso no esgote tais debates,cabe queles que deles tomam parte e em especial, aos behavioristas radi-cais apontar to claramente quanto possvel os objetivos que buscam produzir.Palavras-chave: behaviorismo radical; tica; losoa moral; B. F. SkinnerIntroduoDesde Scrates, a losoa moralentende como sendo uma de suas principaistarefas justicar racionalmente a adoo devalores, sejam eles quais forem. Este textotem dois objetivos: 1) abordar, de um pontode vista behaviorista radical, o problema dajusticao racional de valores; 2) a par-tir da abordagem desse problema, ofereceralgumas sugestes sobre como os behavior-istas radicais podem se posicionar diante dedebates ticos e polticos.Tratemos do primeiro problema. Eisa pergunta que queremos responder: pos-svel, de um ponto de vista behaviorista rad-ical, justicar racionalmente os valores queadotamos (quaisquer que sejam)? Comece-mos apontando alguns pressupostos via deregra sustentados pela losoa moral tradi-cional: 1) valores fazem parte de um uni-verso mental parte do comportamento (e,ainda mais, determinam o comportamento);2) valores so escolhidos por agentes livresparaadot-losourejeit-los; 3) ajusti-cao de valores depende de argumentaolgica.No difcil perceber que o behav-iorismo radical discorda frontalmente detodas essas armaes. Em primeiro lugar,para o behaviorismo radical, valores no es-to em nossas mentes. O que chamamos devaloressoconseqnciasdonossocom-portamento: so os objetos ou eventos quechamamos debonsouruinse, deacordo com Skinner, fazer um julgamentodevalorchamandoalgodebomouruimclassic-loemtermos deseus efeitosreforadores(1971b, p. 105). Emse-gundo lugar,o behaviorismo radical ques-tionaaautonomianormalmenteatribudaaos agentes morais (Skinner, 1971b).Revista Psicolog22Resta-nos a terceira questo: pos-svel justicar valores, sejameles quaisforem? Justicar, em sua denio tradi-cional, darrazesparaalgo. Searmoque a felicidade deveria ser o principal ob-jetivo das aes humanas, minha armaonobastaseriaprecisooferecer razesque a apiem.Lembremo-nos que valores soconseqncias de nosso comportamento.Poderamos oferecer algumsubsdioquepermita-nosarmar, deformainequvoca,que uma conseqncia (ou conjunto de con-seqncias) que buscamos produzir mel-hor doque uma outra conseqncia (ouconjunto de conseqncias) qualquer? Daperspectiva behaviorista radical, a resposta no. No h nenhuma forma de justicara adoo de um valor pelo menos no demodo quenos permitaarmar que aquelevalor o nico que devemos promover, ouque ele indiscutivelmente melhor do quequalqueroutrovalor. Ajusticao-nal para a adoo de um valor sempre deordem histrica: se eu persigo ou defendoesteouaquelevalor(ouconjuntodeval-ores), fao isso em funo de minha histriacomportamental.A sobrevivncia das culturas gura,naobradeSkinner (1953/1965; 1971b),como um valor fundamental: um objetivoque deve ser promovido em detrimento dequalquer outro, (ainda que possa ser conju-gado a outros valores)1Armar que Skinnerpromove a sobrevivncia das culturas comovalorfundamental equivaleto-somenteaarmar que ele busca persuadir sua audin-cia a comportar-se de formas que, provavel-mente, contribuiro para tal conseqn-cia. Contudo, seperguntarmosaSkinnercomo ele justica a adoo deste valor,eleresponderdaseguinteforma: Nomepergunteporqueeuqueroqueahu-manidade sobreviva. Eu posso lhe dizer oporqu apenas no sentido em que o sil-ogo pode lhe dizer porque eu quero respi-rar (1956/1972b, p. 36).Essa passagempode ser interpre-tada da seguinte forma: No perguntea mim, enquanto suposto agente moralautnomo, por que eu quero que a hu-manidadesobreviva. Eupossoresponderoporquapenasrecorrendohistriadeseleo de meu prprio comportamento porsuas conseqncias assim como o sil-ogo recorreria histria seletiva de minhaespciepraexplicar porqueeu, enquantomembro da espcie,quero respirar. Ditode outra forma: no h nada alm de nossahistria(logentica, ontogenticaecul-tural) que permita-nos justicar os valoresque defendemos. Que parte dos membrosdeumaculturatenhaseucomportamentoreforado (como Skinner) por eventos queindiquem possvel aumento nas chances desobrevivncia dessa cultura um resultadodas prprias contingncias atuantes no ter-ceironvel seletivo. Seessascontingn-cias favorecem culturas que promovem suaprpriasobrevivncia, previsvel queoplanejamentoexplcitode prticas que apromovam(por membros da cultura quelevamofuturoemconsiderao) tam-bm seja favorecido, visto tornar a culturamaiseciente(isto, maisaptaasobre-viver)2Presumivelmente, issoquelevaSkinner a concluir que a sobrevivncia no um critrio o qual ns sejamos livres paraaceitar ourejeitar(Skinner, 1955/1972a,1Desenvolvemos este tema em trabalhos anteriores (Dittrich, 2003; 2004a; 2004b; DittrichAbib, 2004; Dittrich, 2006). O ltimotrabalho destaca algumas diculdades decorrentes da subordinao de outros valores (secundrios) sobrevivncia das culturas.2Contudo, a intencionalidade no uma caracterstica necessria das prticas culturais. Mesmo a existncia de prticas inten-cionais explica-se seletivamente: As pessoas no observam determinadas prticas para que o grupo tenha maior probabilidade desobreviver; elas as observam porque grupos que induziram seus membros a faz-lo sobreviveram e transmitiram tais prticas (Skinner,1981/1984a, p. 479).Revista Psicolog23p. 22), e que quer gostemos disso ou no,a sobrevivncia o critrio nal (Skinner,1956/1972b, p. 36). Se prticas culturaisso, de fato, selecionadas por seu valor desobrevivncia, pouco importa se consider-amos a sobrevivncia um valor discutvel:culturassobreviveroouperecero, ade-speito de qualquer discusso que possamosempreender.Pouco depois, porm, Skinnerarma: Podemos, no entanto, apontarvriasrazespelasquaisaspessoasdev-eriam estar, agora, preocupadas com o bemde toda a humanidade. Os grandes proble-masdomundosoagoraglobais. Super-populao, oesgotamentoderecursos, apoluio do ambiente e a possibilidade deum holocausto nuclear estas so as conse-qncias no-to-remotas de nossos cursosde ao atuais (1971b, pp. 137-138).Anicaboarazoparaqueal-gum promova a sobrevivncia de sua cul-tura (ou da humanidade), ao que parece, aprpria perspectiva de que sua cultura (ou ahumanidade) sobreviva. Essa no , na ver-dade, uma boa razo no sentido de quenoumarazosucientementepersua-siva, como admite Skinner: Apontar paraconseqncias no suciente. Precisamosarranjar contingncias sob as quais as con-seqncias tenham um efeito. Como podemas culturas do mundo fazer com que essaspossibilidades aterrorizantes afetem o com-portamento de seus membros? (1971b, p.138). O planejamento cultural proposto porSkinner refere-se, exatamente, ao controlede prticas culturais (atravs das contingn-cias de reforo que as integram) orientadoporprevisessobreseupossvel valordesobrevivncia para as culturas. Se a simplesmeno da possibilidade do m de todas asculturas no suciente para que faamosalgoarespeito, oplanejamentoculturalabsolutamente necessrio.Permanece,contudo,o fato de queno pode haver, pelo menos em termos lgi-cos, qualquerjusticativaabsolutaparaaadoodasobrevivnciadasculturasen-quanto valor. Em alguns momentos, Skin-nertornaclarasuarejeioaestetipodejusticativa: Nopodemos responder atais questes [sobre valores] apontando paraabsolutos. No h verdade absoluta em jul-gamentosdevalor. Ningumpossui essetipo de verdade ou pode responder questesapelando a ela (Skinner, 1971a, p. 547);Seria um erro . . . tentar justic-las [prti-casculturaiscomvalordesobrevivncia]em qualquer sentido absoluto. No h nadafundamentalmentecertonasobrevivnciade uma cultura, como no h nada funda-mentalmentecertonoconjuntodecarac-tersticas que dene uma espcie (p. 550).Portanto, questo que nos dirige alosoa moral tradicional ( possvel justi-car valores?), a resposta do Skinner neg-ativa a no ser que aceitemos a histria se-letiva daquele que defende certo valor comouma boa justicativa. Notemos, porm, queessa histria no nos permite dizer que umvalor melhor do que outro, pelo simplesfato de que no existem histrias comporta-mentais melhores ou piores existem ape-nas histrias. O que eu valorizo pode serdiferente do que aquilo que voc valoriza,mas nenhum de ns est fundamentalmentecerto ou errado ns simplesmente somospessoas diferentes, com histrias diferentes. importante sublinhar que o prob-lema de saber quais valores (ou quais con-seqncias) so mais ou menos desejveis(melhores ou piores) no deve ser con-fundidocomoutroproblema, igualmenteimportante: qual a tecnologia mais efe-tiva para promover tais conseqncias?Mesmo os lsofos morais tradicionais ad-Revista Psicolog24mitem que grande parte dos problemas quesurgememdiscussesticasserefere, naverdade, a questes empricas (p. ex., Hare,1997/2003, p. 61). Se duas pessoas con-cordamquantoaofatodequecertoobje-tivo (seja ele qual for) deve ser produzido,o problema resume-se a saber como faz-lo presumivelmente, uma questo emprica.3Planejar prticas culturais , obvia-mente, um empreendimento complexo. Oplanejamento cultural exige, emalgumamedida, o recurso suposio (guess)(Skinner, 1953/1965, p. 436;1961/1972c,p. 49). Acincia, comsuainsistnciasobre a observao cuidadosa, a coletade informaoadequada e a formulaode concluses que contenham um mnimodeiluso[wishful thinking](1953/1965,p. 435), pareceoferecerocaminhomaisseguroparaquetaissuposiesrevelem-secorretas. Masnuncapoderemosestarabsolutamentecertosdequenossasinter-venesproduziroasconseqnciasqueplanejamos.Mesmoquepudssemos, contudo,ainda seria possvel discordar sobre a con-venincia de tais conseqncias. Em umapassagem especialmente interessante de suaobra, o lsofo alemo Carl Hempel tratadessa questo de forma instigante:Vamos assumir, ento, que con-frontados comuma deciso moral, pos-samos chamar o demnio de Laplace comoconsultor. Que ajuda poderemos conseguirdele? Suponhamosquetemosqueescol-her um entre diversos cursos de ao alter-nativospossveis, equeiramossaberqualdeles devemos tomar. O demnio poderiaentonos dizer, paracadaescolhacon-templada, quais seriam suas conseqnciaspara o curso futuro do universo,nos mn-imosdetalhes, noimportaquoremotosnotempoenoespao. Mas, tendofeitoisso para cada um dos cursos de ao al-ternativos sobconsiderao, atarefadoDemnioestariacompleta; elenos teriadadotodaainformaoqueumacinciaideal poderia nos dar sob tais circunstn-cias. E, no entanto, ele no teria resolvidonosso problema moral, pois isso requeruma deciso sobre qual dos diversos con-juntosalternativosdeconseqnciasma-peados pelo demnio o melhor; qual delesdeveramos produzir. E o peso da decisoainda cairia sobre nossos ombros. (1965,pp. 88-89)O argumento de Hempel,portanto, este: mesmo que possamos prever o cursodos acontecimentos com absoluta preciso,aindaassimaquestodosvalores, oudequais conseqncias sodesejveis, per-manecer aberta discusso. O problemadizrespeito, claro, diversidadedere-foradores que podem adquirir controle so-bre o comportamento de diferentes indiv-duos. Mas, como diz Skinner, no h nadaalm da nossa histria que nos permita jus-ticarosvaloresquedefendemos. Noescolhemos aquilo que refora nosso com-portamento.Diante disso, devemos, os behavior-istas radicais, rejeitar o debate tico comouma empreitada intil?Pensamos que no.Debates ticos tm seus limites, mas podemser produtivos. (A propsito, as alternati-vas mais bvias ao debate individualismoeagressonosoanimadoras.) Paraqueissoacontea, pelomenosumrequi-sito deve ser satisfeito: os valores (isto ,osobjetivos) dequemdiscutedevemserdeclarados abertamente, edevemser tobemdenidosquantopossvel. Osanal-istas do comportamento tm, de pronto, a3Emoutra ocasio, porm(Dittrich, 2004b), discutimoso problemacom maisdetalhe. Especialmente quandoo objetivoemquesto a sobrevivncia das culturas, saber como produzi-lo pode no ser um problema cuja resposta seja estritamente emprica.Revista Psicolog25vantagem de insistir sobre a necessidade deplanejar e especicar, com a maior precisopossvel, os objetivos da suas intervenes.Devemos, claro, estar prontos a considerare a avaliar os objetivos de outras pessoas ougrupos, mas tambm devemos exigir delasque sigam nosso exemplo e tornem explc-itasasconseqnciasquepretendempro-duzir.De uma perspectiva pragmatista, ex-por objetivos claramente indispensvel(Hayes, 1993). No h como avaliar a util-idade de uma teoria ou de uma tecnologiasem que se dena o que utilidade. Algotil algo que produz certas conseqncias.Dena-se, pois, que conseqncias so es-sas.Isso no esgota, necessariamente,o debate tico: a idiossincrasia dos re-foradoresumfato. Declarar edenirobjetivos, porm, poupa discusses impro-dutivas e permite identicar possibilidadesde acordo e colaborao.RefernciasDittrich, A. 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