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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas
rea Metropolitana de Lisboa 2001-2025
por
OLVIA REGINA ALMEIDA FERNANDES
Dissertao apresentada como requisito parcial para
obteno do grau de
Mestre em Gesto de Informao
Pelo
Instituto Superior de Estatstica e Gesto de Informao
da
Universidade Nova de Lisboa
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas
rea Metropolitana de Lisboa 2001-2025
Dissertao orientada por
Professora Doutora Teresa Rodrigues
Novembro 2008
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Agradecimentos
Primeiramente, quero agradecer minha querida orientadora de tese, a Professora
Doutora Teresa Rodrigues, por todo o apoio e ateno que sempre me deu. Sempre
disposta a tirar as minhas dvidas e a orientar-me no s na tese mas como
tambm na vida pessoal.
Um especial obrigada ao meu namorado por ter sempre estado presente para mim,
ajudando-me em tudo que fosse preciso com muita pacincia e amor.
Por ltimo, mas no menos importante, quero agradecer minha famlia, pais e
irmos, pelo apoio emocional e por me incentivarem a continuar sempre em frente.
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Resumo
A grande importncia da AML no contexto nacional, seja em termos demogrficos,
seja sobretudo a nvel econmico e social, para alm de poltico, justifica a
realizao de um estudo que permita compreender e avaliar o fenmeno das
dinmicas recentes desta regio poltico-administrativa. Como tal, numa primeira
abordagem ao problema procedeu-se caracterizao ecolgica da regio, que
aborda os 18 concelhos que fazem parte da mesma, e a regio num todo, para
posteriormente se realizar, de forma mais crtica e completa, a caracterizao da
situao demogrfica da AML entre 1990 e 2001. Na parte final procurmos
enumerar o que nos parecem ser as potencialidades e vulnerabilidades da regio,
para que seja possvel a elaborao de estratgias que fomentem o seu
desenvolvimento futuro. Este estudo baseado na aplicao dos conceitos e metodologias de anlise
demogrfica e prospectiva aos resultados dos Censos de 1991 e 2001 e s
Estatsticas Demogrficas, ambos publicados pelo Instituto Nacional de Estatstica1.
As informaes de carcter quantitativo sero complementadas, sempre que
necessrio, com dados de ndole diversa, entendidos como necessrios para
compreender a complexidade da AML, no apenas em termos das dinmicas
demogrficas, mas naquilo que elas reflectem a nvel social e econmico.
Palavras-chaves
rea Metropolitana de Lisboa; Caracterizao Ecolgica; Caracterizao
Demogrfica; Diversidade Regional; Dinmica concelhia; Anlise Prospectiva
Abstract
The great importance of rea Metropolitana de Lisboa in the national context, in
demographical terms, and mainly in economic and social as well as political,
justifies the realization of a study that allows understand and evaluate the recent
phenomenon of the dynamics of this political-administrative region. As such, a first
approach to the problem proceeded to the ecological characterization of the region,
1 Todos os dados utilizados para efectuar a anlise demogrfica, esto em anexo a partir da pgina 72.
iii
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
which covers the 18 counties that are part of it, and the whole region, to be held
later, more critical and complete, the characterization of the demographic situation
of the AML between 1990 and 2001. In the final part, we tried to enumerate what
seem to be the strengths and vulnerabilities of the region, in order to allow the
possible elaboration of strategies to encourage its future development.
This study is based on the application of the concepts and methodologies of
demographic analysis and forecasting to the results of Census 1991 and 2001 and
the Demographic Statistics, both published by the National Institute of Statistics.
The quantitative information will be complemented, when appropriate, with
different kinds of data, defined as needed to understand the complexity of the AML,
not only in terms of demographic dynamics, but in what they reflect on social and
economic level.
Keywords
rea Metropolitana de Lisboa; Ecological Characterization; Demographical
Characterization; Regional Diversity; County Dynamics; Prospective Analysis
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
ndice
Agradecimentos ........................................................................................... ii
Resumo ...................................................................................................... iii
Palavras-chaves ........................................................................................... iii
Abstract ...................................................................................................... iii
Keywords ................................................................................................... iv
ndice de Grficos, Tabelas e Mapas ............................................................... vii
Introduo.................................................................................................. 1
Captulo I Caracterizao Ecolgica da rea Metropolitana de Lisboa ...... 4
1. Enquadramento Histrico ........................................................................ 4
2. Enquadramento Geogrfico e Formas de Ocupao do Espao ...................... 5
3. Habitao ............................................................................................. 6
4. Actividades Econmicas .......................................................................... 7
5. Infra-Estruturas, Transportes e Acessibilidades .......................................... 8
Captulo II - Caracterizao demogrfica da AML (1991-2001). ............... 11
1. Evoluo da populao residente na AML ................................................ 11
2. Ritmos de crescimento e estrutura da populao ...................................... 12
2.1 AML .............................................................................................. 15
2.2 Margem Norte versus Margem Sul que diferencialidade ................... 23
3. Indicadores demogrficos: Mortalidade, Fecundidade e Movimentos Migratrios
............................................................................................................ 25
Captulo III - A diversidade da AML .......................................................... 27
1. Escolha dos concelhos-tipo: Almada e Sintra ........................................... 27
2. Caracterizao demogrfica de Almada (1970-2005). Anlise dos aspectos
globais da populao: ritmos de crescimento, evoluo da populao, estrutura
da populao .......................................................................................... 27
3. Caracterizao demogrfica de Sintra (1970-2005). Anlise dos aspectos
globais da populao: ritmos de crescimento, evoluo da populao, estrutura
da populao .......................................................................................... 31
Captulo IV - Futuros possveis para a AML ............................................... 36
1. Anlise prospectiva da populao residente na AML (2001-2026). Construo
de cenrios: tendncia natural pesada e com o segmento das migraes ........ 36
1.1 Metodologia ................................................................................... 36
1.2 A projeco do segmento da mortalidade ........................................... 38
1.3 A projeco do segmento da natalidade ............................................. 39
v
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
1.4 O cenrio de tendncia natural pesada .............................................. 39
1.5 Os cenrios com a componente migratria ......................................... 41
1.6 Resumo dos cenrios ...................................................................... 45
2. Anlise prospectiva da populao residente em Almada (2001-2026). ......... 46
2.1 Cenrio de Tendncia Natural Pesada ................................................ 46
2.2 Cenrio de Atraco (constante) ....................................................... 48
2.3 Cenrio de Atraco Moderada (no constante) .................................. 49
2.4 Resumo dos cenrios ...................................................................... 51
3 Anlise prospectiva da populao residente em Sintra (2001-2026). ............ 52
3.1 Cenrio de Tendncia Natural Pesada ................................................ 52
3.2 Cenrio de Atraco (constante) ....................................................... 54
3.3 Cenrio de Atraco Moderada (no constante) .................................. 56
3.4 Resumo dos cenrios ...................................................................... 57
Captulo V - Potencialidades e Vulnerabilidades ....................................... 59
1. Anlise SWOT - rea Metropolitana de Lisboa .......................................... 59
2. Eixos estratgicos ................................................................................ 62
2.1 Competitividade ............................................................................. 62
2.2 Dinmica Territorial ........................................................................ 63
2.3 Dinmica Social .............................................................................. 63
2.4 Governabilidade ............................................................................. 64
Captulo VI - Consideraes Finais............................................................ 65
Bibliografia ............................................................................................... 68
Anexos ..................................................................................................... 72
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
ndice de Grficos, Tabelas e Mapas
Grficos
Grfico 1. Distribuio relativa da populao por concelhos da AML ................... 11
Grfico 2. Evoluo da populao residente por concelhos da AML ..................... 12
Grfico 3. Variao da populao residente por Nuts ........................................ 12
Grfico 4. Pirmides Etrias da AML em 1991 e 2001 ....................................... 14
Grfico 5. Relaes de Masculinidade da AML nos anos de 1991 e 2001 .............. 15
Grfico 6. Grupos Funcionais da AML 1991 e 2001 ........................................ 16
Grfico 7. Grupos Funcionais e ndices Resumo 1991 .................................... 24
Grfico 8. Grupos Funcionais e ndices Resumo - 2001 .................................... 24
Grfico 9. Indicadores Demogrficos da AML 1991 e 2001 ............................. 25
Grfico 10. Indicadores Demogrficos por concelhos da AML 1991 e 2001 ........ 25
Grfico 11. Taxa de Fecundidade Geral por concelhos da AML 1991 e 2001 ...... 26
Grfico 12. Pirmides Etrias de 1970/2001 Almada ..................................... 28
Grfico 13. Relaes de Masculinidade de Almada ........................................... 28
Grfico 14. Grupos Funcionais de Almada ...................................................... 29
Grfico 15. ndices Resumo de Almada .......................................................... 29
Grfico 16. Indicadores Demogrficos de Almada ............................................ 30
Grfico 17. Pirmides Etrias de 1970/2001 Sintra ....................................... 32
Grfico 18. Relaes de Masculinidade de Sintra ............................................. 32
Grfico 19. Grupos Funcionais de Sintra ......................................................... 33
Grfico 20. ndices Resumo de Sintra ............................................................ 33
Grfico 21. Indicadores Demogrficos de Sintra .............................................. 34
Grfico 22. Evoluo da Populao - AML (Cenrio de tendncia natural pesada) . 39
Grfico 23. Pirmide Etria de 2006/2026 - AML (Cenrio de tendncia natural
pesada) .................................................................................................... 40
Grfico 24. Evoluo da Populao - AML (Cenrio de atraco constante) .......... 42
Grfico 25. Pirmide Etria de 2006/2026 - AML (Cenrio de atraco constante) 42
Grfico 26. Evoluo da Populao - AML (Cenrio de atraco moderada) ......... 44
Grfico 27. Pirmide Etria de 2006/2026 - AML (Cenrio de atraco moderada) 44
Grfico 28. Evoluo da Populao da AML nos trs cenrios ............................ 45
Grfico 29. Grupos Funcionais e ndices-Resumo da AML por cenrio - 2026 ....... 45
Grfico 30. Evoluo da Populao - Almada (Cenrio de tendncia natural pesada)
............................................................................................................... 46
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Grfico 31. Pirmide Etria de 2006/2026 - Almada (Cenrio de tendncia natural
pesada) .................................................................................................... 47
Grfico 32. Evoluo da Populao - Almada (Cenrio de atraco constante) ..... 48
Grfico 33. Pirmide Etria de 2006/2026 Almada (Cenrio de atraco
constante) ................................................................................................. 48
Grfico 34. Evoluo da Populao - Almada (Cenrio de atraco moderada) ..... 50
Grfico 35. Pirmide Etria de 2006/2026 Almada (Cenrio de atraco
moderada) ................................................................................................ 50
Grfico 36. Evoluo da Populao de Almada nos trs cenrios ........................ 52
Grfico 37. Grupos Funcionais e ndices-Resumo da Almada por cenrio - 2026 .. 52
Grfico 38. Evoluo da Populao - Sintra (Cenrio de tendncia natural pesada)53
Grfico 39. Pirmide Etria de 2006/2026 - Sintra (Cenrio de tendncia natural
pesada) .................................................................................................... 53
Grfico 40. Evoluo da Populao - Sintra (Cenrio de atraco constante) ....... 55
Grfico 41. Pirmide Etria de 2006/2026 Sintra (Cenrio de atraco constante)
............................................................................................................... 55
Grfico 42. Evoluo da Populao - Sintra (Cenrio de atraco moderada) ....... 56
Grfico 43. Pirmide Etria de 2006/2026 Sintra (Cenrio de atraco moderada)
............................................................................................................... 56
Grfico 44. Evoluo da Populao de Sintra nos trs cenrios .......................... 58
Grfico 45. Pirmide Etria de 2006/2026 Sintra (Cenrio de atraco moderada)
............................................................................................................... 58
Tabelas
Tabela 1. Populao residente da AML e concelhos e suas variaes .................. 11
Tabela 2. Taxas de Crescimento Total, Natural e Migratrio .............................. 13
Tabela 3. Grupos Funcionais por sexo ............................................................ 16
Tabela 4. Tabela comparativa: Envelhecimento vs Juventude ............................ 24
Tabela 5. Taxas de Crescimento Migratrio AML ........................................... 26
Tabela 6. Taxas de Crescimento Total, Natural e Migratrio - Almada ................. 27
Tabela 7. Taxas de Crescimento Migratrio Almada....................................... 31
Tabela 8. Taxas de Crescimento Total, Natural e Migratrio Sintra .................. 31
Tabela 9. Taxas de Crescimento Migratrio Sintra ......................................... 35
Tabela 10. Nascimentos e Taxa de Fecundidade Geral 2001 a 2026 AML ....... 40
Tabela 11. Grupos Funcionais e ndices-Resumo 2006 a 2026 - AML (Cenrio de
tendncia natural pesada) ........................................................................... 41
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Tabela 12. Grupos Funcionais e ndices-Resumo 2006 a 2026 - AML (Cenrio de
atraco constante) .................................................................................... 43
Tabela 13. Grupos Funcionais e ndices-Resumo 2006 a 2026 - AML (Cenrio de
atraco moderada) .................................................................................... 44
Tabela 14. Nascimentos e Taxa de Fecundidade Geral 2001 a 2026 Almada
(Cenrio de tendncia natural pesada) .......................................................... 46
Tabela 15. Grupos Funcionais e ndices-Resumo 2006 a 2026 - Almada (Cenrio
de tendncia natural pesada) ....................................................................... 47
Tabela 16. Grupos Funcionais e ndices-Resumo 2006 a 2026 - Almada (Cenrio
de atraco constante) ................................................................................ 49
Tabela 17. Grupos Funcionais e ndices-Resumo 2006 a 2026 - Almada (Cenrio
de atraco moderada) ............................................................................... 51
Tabela 18. Nascimentos e Taxa de Fecundidade Geral 2001 a 2026 Sintra
(Cenrio de tendncia natural pesada) .......................................................... 53
Tabela 19. Grupos Funcionais e ndices-Resumo 2006 a 2026 - Sintra (Cenrio de
tendncia natural pesada) ........................................................................... 54
Tabela 20. Grupos Funcionais e ndices-Resumo 2006 a 2026 - Sintra (Cenrio de
atraco constante) .................................................................................... 55
Tabela 21. Grupos Funcionais e ndices-Resumo 2006 a 2026 - Sintra (Cenrio de
atraco moderada) .................................................................................... 57
Tabela 22. Sntese dos cenrios - AML ........................................................... 65
Tabela 23. Sntese dos cenrios - Almada ...................................................... 66
Tabela 24. Sntese dos cenrios - Sintra ........................................................ 66
Mapas
Mapa 1. Percentagem de Jovens - AML 1991 e 2001 ........................................ 16
Mapa 2. Percentagem de Potencialmente Activos AML 1991 e 2001 ................. 17
Mapa 3. Percentagem de Idosos AML 1991 e 2001 ....................................... 17
Mapa 4. ndice de Juventude AML 1991 e 2001 ............................................ 18
Mapa 5. ndice de Envelhecimento AML 1991 e 2001 .................................... 18
Mapa 6. ndice de Longevidade AML 1991 e 2001 ......................................... 19
Mapa 7. ndice de Dependncia dos Jovens AML 1991 e 2001 ........................ 19
Mapa 8. ndice de Dependncia dos Idosos AML 1991 e 2001 ......................... 20
Mapa 9. ndice de Dependncia Total AML 1991 e 2001 ................................ 20
Mapa 10. ndice de Juventude da Populao Activa AML 1991 e 2001 .............. 21
Mapa 11. ndice de Renovao da Populao Activa AML 1991 e 2001 ............. 21
Mapa 12. ndice de Maternidade AML 1991 e 2001 ....................................... 22
ix
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
x
Mapa 13. ndice de Tendncia AML 1991 e 2001 .......................................... 22
Mapa 14. ndice de Potencialidade AML 1991 e 2001 .................................... 23
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Introduo
A rea Metropolitana de Lisboa composta por dezoitos concelhos que residem,
uns na margem norte do rio Tejo, outros na margem sul. Os concelhos que formam
a AML so: Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures Mafra,
Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setbal, Sintra e Vila
Franca de Xira.
De acordo com os dados (disponibilizados no stio da rea Metropolitana de Lisboa)
podemos encontrar na rea Metropolitana de Lisboa (AML) a maior concentrao
populacional do pas. Conforme os resultados definitivos do ltimo recenseamento
geral da populao de 2001 residiam na AML cerca de 2 662 949 habitantes
(aproximadamente 25% da populao portuguesa), dos quais 20,9% na cidade de
Lisboa.
Em termos concretos, nos 3 128 km2 correspondentes a 18 concelhos, repartidos
geograficamente entre a margem sul e norte do Rio Tejo, cerca de 3,3% do
territrio continental, reside na actualidade 27,1% da populao de Portugal
continental, a que corresponde uma populao em idade activa de cerca de 1,3
milhes de pessoas. O peso das migraes justifica este volume e a relativa
especificidade da estrutura etria dos habitantes da AML, que a encontram
oportunidades que se esperam acrescidas de emprego e melhor nvel de bem-estar
social. Com efeito, esto sedeadas na AML cerca de 30% das empresas nacionais.
Localizando-se no seu territrio 32,7% do emprego nacional, a contribuio da AML
para o PIB ultrapassa os 36%.
Em comparao com o ano de 2001, e de acordo com dados disponibilizados pelo
stio da AML, a AML contem mais 123 mil habitantes do que em 1991, mas apesar
disso, o peso da AML no pas mantm-se estvel. Da mesma forma, verifica-se ao
longo desta ltima dcada um aumento do nmero de alojamentos na ordem dos
207 mil. O aumento do parque habitacional na AML fez-se de forma heterognea
pelos concelhos que a integram. Os aumentos mais acentuados registam-se nos
concelhos de Alcochete, Mafra, Palmela, Seixal, Sesimbra e Sintra, com taxas de
crescimento superiores a 30%. Quanto aos concelhos adjacentes capital, no
houve o mesmo dinamismo na evoluo. Isto talvez se deva crescente saturao
do espao disponvel para construo, ou, competio entre espaos de habitao
e espaos de actividade econmica.
Na verdade, e de acordo com Silva (2001:27), a anlise em termos absolutos
permite constatar que a maioria dos alojamentos construdos nesta ltima dcada
se localiza em concelhos prximos de Lisboa, onde a construo existente assumia
j propores considerveis. Os concelhos de Sintra, Almada, Seixal e Cascais
1
-
Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
foram responsveis por mais de metade da construo de novos alojamentos na
AML, o primeiro com um incremento na ordem dos 50 mil, enquanto que os
restantes aumentaram o seu parque habitacional em mais de 15 mil alojamentos.
(Silva, et al., 2001:27).
De facto, a grande ocorrncia de movimentos pendulares2 dentro da AML,
comprovam que os empregados residentes nos concelhos que a compem (cerca de
1 milho e 100 mil empregados), apresentam percentagens de 72,3% de
empregados a trabalharem no exterior da freguesia de residncia e 41,1% no
exterior do concelho. Em suma, 86,5% dos movimentos pendulares da Regio de
Lisboa e Vale do Tejo se concentra na AML, mostrando bem a integrao funcional
da principal rea Metropolitana portuguesa, onde cerca de 7 em cada 10
empregados trabalham fora da freguesia de residncia3.
A concentrao de populao na AML bem caracterizada pelas vrias diferenas
tnicas que se fazem sentir neste territrio. Porm, esta diversidade tnica tem
gerado uma grande polmica sua volta, pois essa concentrao espacial das
populaes emigrantes leva a formao de bairros onde predominam determinados
grupos tnicos minoritrios, em muitos casos caracterizados por condies
habitacionais degradadas.
Independentemente da forma de problematizao, as dinmicas scio-espaciais
recentes dos imigrantes na AML parecem apontar o seguinte conjunto de factores:
aumento do nmero de imigrantes (entre 1991 e 2001 a populao
estrangeira quase triplica e a sua importncia atinge cerca de 5% da
populao total);
a sua concentrao na AML (em 2001, cerca de 55% dos estrangeiros a
residir em Portugal fazia-o na AML);
a tendncia para a diversificao dos grupos de imigrantes presentes (para
alm dos imigrantes dos PALP e da UE, a comunidade brasileira, os
estrangeiros da Europa de Leste e da sia, nomeadamente, China, ndia e
Paquisto, passaram a assumir maior importncia, seja pelo volume, seja
pelo crescimento que revelaram na ltima dcada);
uma tendncia para o reforo de formas desqualificantes de insero no
mercado de trabalho (reforo dos grupos scio-profissionais mais
desvalorizados: para alm dos independentes e operrios da indstria em
que a construo civil assume uma importncia substancial, tm aumentado
2 Movimentos pendulares so nmero de residentes empregados que trabalha fora da freguesia de residncia. 3 Estes dados foram retirados do Instituto Nacional de Estatstica.
2
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
os operrios no qualificados e os trabalhadores no qualificados do
tercirio);
novos padres de localizao associados a diferentes grupos (para alm do
padro suburbano tradicionalmente dominante, revelam-se reas de
concentrao dos imigrantes do Leste Europeu e Brasileiros ainda mais
periferizadas 2 coroa suburbana e mesmo espaos peri-urbanos - e das
populaes asiticas no centro metropolitano);
uma tendncia generalizada para a diminuio dos ndices de segregao
nos diferentes grupos de imigrantes.
(Malheiros e Vala, 2004:100)
Toda esta situao leva a um aumento das situaes de excluso, que se deve
tambm ao aumento da taxa de desemprego e da escassez de trabalho, ao
envelhecimento da populao, sendo particularmente vulnerveis os idosos com
penses muito baixas, bem como ao crescimento da toxicodependncia.
De facto, com o problema do envelhecimento da populao, e de forma a evitar a
excluso social desse grupo, necessrio adaptar a idade da reforma ao
prolongamento da vida e da forma saudvel dos indivduos idosos, adaptar os
postos de trabalho, modificando regras e prticas em matria de emprego,
assegurar modalidades de trabalho mais flexveis, incluindo a passagem gradual
para a reforma, maximizar as potencialidades dos idosos, melhorar os ambientes
de trabalho para tornar uma vida activa mais longa e, entre outros, eliminar
atitudes e prticas de discriminao de idosos (INE-Departamento de Estatsticas
Censitrias e de Populao, 2002:187)
Mas apesar de tudo, o facto de englobar a capital do pas, de ser a principal
acumulao geogrfica de recursos estratgicos para o desenvolvimento, a atraco
de pessoas e actividades qualificadas de outros pases, a presena relevante em
redes supranacionais de cooperao e intercmbio, o importante patrimnio cultural
e a base econmica muito diversificada (da agricultura aos servios); conferem a
esta regio condies de excelncia para um desenvolvimento urbano sustentvel e
melhoria da qualidade de vida das suas populaes.4
4 Est sntese est inserida ao nvel das suas concluses principais no projecto POCI/DEM/58366/2004 Regionalidade Demogrfica e Diversidade Social, projecto avaliado por uma equipa internacional designada pela FCT com a classificao de Muito Bom (Janeiro de 2006-Dezembro 2008). A sua publicao est prevista para Maro de 2009, sendo a Editora Afrontamento responsvel pela mesma, com o apoio da FCT e das Juntas Metropolitanas de Porto e Lisboa. A autora desta dissertao responsvel por dois dos captulos da obra.
3
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Captulo I Caracterizao Ecolgica da rea
Metropolitana de Lisboa
De seguida, ser feita uma breve caracterizao ecolgica da AML, que dar a
conhecer melhor esta rea para que se possa compreender a sua importncia no
contexto nacional.
1. Enquadramento Histrico
A rea metropolitana lisboeta de hoje, contm em si mesma, uma tradio que no
convir esquecer. O conceito de rea metropolitana surgiu recentemente, mas foi
o conceito de termo5 que caracterizou durante muito tempo o que hoje
conhecemos por rea metropolitana.
Em meados do sculo XII,
quando o vale do Baixo Tejo caiu em poder dos cristos portugalenses,
Lisboa e a regio envolvente repartiam-se por quatro grandes unidades
administrativas: a cidade e o seu termo, tendo como limites, Oeiras a ocidente e
Montagrao a Norte; Sintra e termo, delimitados a Norte pela latitude de Mafra;
Almada e termo, at Sesimbra a Sul e a longitude de Coina a leste; e Palmela e
termo, at ao Sado a Sul e a ribeira de Almansor a oriente. Mais a setentrio
ficavam as unidades de Torres Vedras e Alenquer.
(Marques, et al. 2003:17)
Ao longo dos sculos, com o aumento da populao, e consequentemente, com o
desenvolvimento econmico e social, estas quatro unidades foram se repartindo em
concelhos mais pequenos, e na primeira metade do sculo XVI, Lisboa j era
rodeada por trinta e um concelhos (dezoito a Norte e treze a Sul do rio Tejo). Mas
muitos destes concelhos eram pequenos e pobres, e por isso no fazia sentido
igualarem-se aos concelhos maiores, e por isso, de trinta e um, passaram a
dezasseis concelhos: Lisboa, Almada, Sesimbra, Barreiro, Setbal, Aldeia Galega
(actual Montijo), Alcochete, Mafra, Cascais, Arruda, Vila Franca, Oeiras, Benavente,
Belm, Olivais e Seixal. Mas,
reformas posteriores, at ao final do sculo, integraram Belm e parte de
Olivais em Lisboa, passaram a chamar Loures ao territrio de Olivais mantido
autnomo, e restauraram Moita e Sobral de Monte Agrao. A situao manter-se-ia
5 Territrio que, num raio de quilmetros varivel, rodeava um concelho do qual jurdica e administrativamente dependia. Os termos formavam, com os povoados, uma unidade indivisvel, no podendo viver uns sem outros.
4
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
quase igual durante um sculo, com a nica restaurao do concelho de Palmela,
em 1926.
(Marques, et al. 2003:17)
Por fim, j recentemente, criaram-se os concelhos de Amadora (1979) e de
Odivelas (1999). Actualmente a rea Metropolitana de Lisboa composta por
dezoito concelhos: Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures
Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setbal, Sintra
e Vila Franca de Xira.
O desenvolvimento de Portugal e a concentrao na regio de Lisboa de uma parte
crescente dos sectores secundrio e tercirio atraram a populao portuguesa, no
s para Lisboa, mas tambm para os concelhos que a envolvem. Deixou de fazer
sentido falar de Lisboa, de Sintra, de Cascais ou de Almada como elementos
totalmente distintos. Agora, usualmente utilizado os termos Grande Lisboa ou
rea Metropolitana de Lisboa, onde
das identidades concelhias, que muitos tm querido reviver, passou-se para
identidades bairristas, tomos de um sistema nico e indivisvel.
(Marques, et al. 2003:26)
2. Enquadramento Geogrfico e Formas de Ocupao do
Espao
A localizao da rea metropolitana de Lisboa, em posio central face ao territrio
continental, deve-se em grande medida s boas condies naturais e abundncia
de recursos bsicos que tambm favoreceram a acessibilidade, embora possam ter
constitudo uma fronteira de difcil transposio.
A disposio do relevo, desde logo permite a existncia de fachadas litorais
soalheiras e abrigadas dos ventos frescos de Norte. A costa do Estoril e da Arrbida
constituem exemplo disso. No quadro da AML, estas so as reas mais agradveis,
de clima mais ameno. No , por isso, de estranhar que a costa do Estoril desde
cedo se tenha afirmado como a faixa litoral de excelncia, escolhida pela nobreza
ou pela classe mais abastada para a instalar segunda residncia ou se fixar. Um
desenvolvimento similar na costa da Arrbida, com idnticas condies climticas,
no foi possvel pois o relevo no o permite, apenas se desenvolvendo pequenos
ncleos como Sesimbra.
Uma outra razo que impediu uma ocupao mais densa na rea metropolitana de
Lisboa Sul foi a acessibilidade. At a construo da Ponte 25 de Abril, o Tejo
constituiu uma fronteira relativamente difcil de transpor, o que dificultou a
ocupao de outra fachada litoral abrigada: a da Costa da Caparica. Contudo, o
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
grande desenvolvimento das acessibilidades na AML, mais recentemente, veio
permitir uma nem sempre bem planeada ocupao do seu territrio, por vezes com
destruio de alguns dos seus recursos, como aconteceu com a Costa da Caparica.
A destruio das dunas ou a sua impermeabilizao com casas e parques de
estacionamento ou caminhos pedonais acabou por conduzir, em boa parte da rea
litoral, substituio das areias por grandes blocos de pedra e de cimento, com a
consequente degradao ambiental.
A consciencializao crescente da importncia da preservao de recursos e do seu
uso racional veio trazer novos desafios rea metropolitana de Lisboa.
3. Habitao
A actual paisagem da AML foi sendo construda essencialmente pelos desequilbrios
praticados no territrio nacional ao longo de todo o sculo XX. A expanso do
fenmeno urbano em torno da cidade de Lisboa ronda pouco mais de 50 anos.
A dcada de 50 ficou marcada pela industrializao pelo crescimento. Lugares que,
ainda no princpio do sculo XX, no passavam de pequenas vilas, aldeias, ou
simples quintas de recreio, rodeadas de campo, assistiram transfigurao radical
da paisagem. O comportamento demogrfico destes novos lugares
verdadeiramente explosivo, atendendo a que nos anos 50, para uma taxa de
crescimento mdia anual de 2,4% em Lisboa, Amadora, Almada, Moscavide e
Queluz registam, respectivamente, 264%, 157%, 150% e 141%.
A importncia administrativa e econmica da cidade de Lisboa, aliada sua
dimenso demogrfica, por oposio ao empobrecimento do mundo agrrio, s
migraes internas e imigrao, induziram o aparecimento e a estruturao de
um amplo territrio metropolitano composto de tenses e (des) harmonias, mais ou
menos evidentes, de que o melhor exemplo a habitao, que foi evoluindo
segundo uma ordem que em certos casos tanto pode ser legal como noutros
clandestina, mas quase sempre assente em processos especulativos. Assim se foi
construindo uma paisagem essencialmente suburbana.
De facto,
a primeira imagem que se retm quando se sobrevoa a rea metropolitana
de Lisboa a que traduz a presena de um espao muito pouco estruturado, e no
que respeita ao urbanismo e habitao estamos em presena de uma gigantesca
manta de retalhos inacabada, que continua a crescer em extenso e altura e a
colmatar ainda muitas espaos intersticiais.
(Soares, N. et al 2003:149)
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Tal a diversidade, descontinuidade e heterogeneidade dos espaos construdos
que deficientemente se ligam entre si, que cresceram essencialmente em funo
dos principais eixos rodovirios de acesso capital. fcil, para o observador
atento, identificara ausncia de coordenao do processo de urbanizao.
Outro aspecto que chama a ateno o elevado nmero de urbanizaes
perifricas de grande densidade construtiva de desenvolvimento vertical. O elevado
nmero de prdios de grande porte que aqui se observa algo invulgar tanto nas
reas metropolitanas europeias, mesmo nas mais meridionais, como nas norte-
americanas. Esta apetncia por tal tipologia de habitao habitao em edifcios
plurifamiliares - est presente em todos os tipos de periferias existentes, desde as
mais conceituadas socialmente s mais desvalorizadas.
4. Actividades Econmicas
A AML constitui, sem surpresa e de forma destacada, a maior concentrao
empresarial do pas. Em 1991 encontravam-se registadas 70716 sociedades nos
concelhos da AML, isto , cerca de 40% do total do pas. Em 1998 existiam quase
100000 sociedades, responsveis por 926 272 postos de trabalho (perto de 40% do
emprego nacional neste tipo de entidades).
A dimenso empresarial da AML ainda mais evidente em termos de produo, j
que a produtividade por trabalhador aqui quase 28% superior mdia do pas.
Por outro lado, o facto de a AML incluir cerca de 2.5 milhes de habitantes e deter
um PIB per capita 40% mais alto do que a mdia nacional revela que se trata de
um importante plo de consumo, favorvel expanso dos mais diversos tipos de
actividades econmicas.
A dimenso mdia das sociedades com sede na AML ligeiramente superior que
se verifica no resto do pas, dada a menor importncia relativa das empresas com
menos de 10 pessoas ao servio (a rondar os20%) e, pelo contrrio, o peso
alcanado pelas que possuem mais de 500 pessoas (cerca de 30%). Em 1991, em
cada dez empresas localizadas na AML, duas eram de dimenso reduzida (menos
de 10 pessoas), quatro de dimenso intermdia (10 a 499 pessoas) e quatro de
grande dimenso (500 ou mais pessoas).
Durante a dcada de 90, a dimenso mdia das sociedades diminuiu de forma
sustentada, a um ritmo idntico ao que se verificou no resto do pas, parecendo
estabilizar em torno de um valor ligeiramente superior a 9 pessoas por empresa a
partir de 1996. Dois factores contriburam para esta evoluo: a contraco de
emprego nas empresas com mais trabalhadores e a proliferao de novas empresas
de reduzida dimenso. Como consequncia, o peso relativo das sociedades de
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
menor e de maior dimenso na AML tornou-se semelhante (1998), contrastando
com a situao existente em 1991.
As empresas de maior dimenso no se distribuem de forma uniforme pelas
diversas freguesias da AML. De uma forma genrica, e como sucede noutras
grandes cidades, a localizao dessas empresas prende-se com factores
diversificados. Em alguns casos, sobretudo de empresas industriais, prevalecem
padres herdados do passado, associados. Por exemplo, a boas acessibilidades
porturias ou ferrovirias. Noutros casos, a importncia simblica de localizaes
em reas de prestgio da cidade central que se destaca. Noutros ainda, so as
novas acessibilidades metropolitanas tanto internas como externas (auto-estradas,
corredores multimodais, aeroporto) que ressaltam. Finalmente, a proximidade de
empresas e outro tipo de entidades complementares pode tambm ser importante.
No caso da AML, as freguesias que revelam uma dimenso mdia das empresas
claramente superior ao valor relativo ao conjunto do espao metropolitano
repartem-se maioritariamente por uma das seguintes situaes:
Novo centro tercirio de Lisboa (Amoreiras/ Avenidas Novas);
Zona Oriental de Lisboa, desde o aeroporto da Portela frente ribeirinha;
Auto-estradas de acesso a Lisboa: Cascais/ Lisboa (A5), Oeste (A8), Norte
(A1), Sul (A2).
Algumas das freguesias com uma dimenso mdia das empresas superior a 14
pessoas localizam-se em rea rurais. Correspondem, em geral, a especializaes
criadas a partir da valorizao de recursos endgenos. O caso dos mrmores de
Pro Pinheiro constitui, talvez, o exemplo mais ilustrativo. Mas situaes idnticas
podem ser encontradas no concelho de Mafra ou em diversos municpios da
margem Sul.
5. Infra-Estruturas, Transportes e Acessibilidades
A rea metropolitana de Lisboa , sem dvida, a "regio" portuguesa de maior
dinamismo econmico e populacional. O seu forte dinamismo, para o qual contribui
decisivamente a cidade de Lisboa enquanto elemento polarizador e agregador da
rea metropolitana de Lisboa, da Regio de Lisboa e Vale do Tejo e do Pas, atinge
grande dimenso nacional mas diminuto escala europeia, no actual contexto de
competitividade entre cidades centro de metrpole. No contexto internacional, a
situao de Lisboa relativamente modesta.
Sem considerar Londres e Paris, cuja dimenso ultrapassa largamente a escala
europeia, a cidade de Lisboa ocupa o 22 lugar em termos de populao residente,
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
ao nvel de cidades como Gnova e Frankfurt e abaixo das vizinhas Madrid,
Barcelona, Valncia e Sevilha.
Em termos de densidade populacional, os valores so relativamente diferentes, pois
as caractersticas fsicas do seu espao urbano permitem que esta tenha uma
densidade populacional bastante superior s das cidades europeias, passando a
figurar em 8 lugar da lista das 58 cidades analisadas.
De acordo com os dados preliminares do ltimo recenseamento geral da populao
residiam na rea metropolitana de Lisboa, em 2001, cerca de 2 662 949
habitantes, dos quais 20,9% na cidade de Lisboa. Estes dados comprovam a
importncia da rea metropolitana de Lisboa no contexto nacional, pois nos 3
128km2 da rea metropolitana de Lisboa (3,3% do territrio continental) reside
27,1 % da populao de Portugal continental, e esto sedeadas cerca de 30% das
empresas nacionais. Assim se compreende a necessidade de estudar os aspectos
relacionados com a mobilidade, pois a rea metropolitana de Lisboa, e em
particular a cidade de Lisboa, so fortes plos geradores de trfego de natureza
internacional, nacional, regional e intra-metropolitano.
A estrutura territorial da rea metropolitana de Lisboa em termos de repartio das
funes urbanas revela, em termos de conectividade internacional, uma
desconcentrao das estruturas e equipamentos potenciadores da mobilidade,
nomeadamente o Aeroporto Internacional de Lisboa (situado no extremo Norte da
cidade, abrangendo os concelhos de Lisboa e Loures), o Porto de Lisboa (usufruindo
de um mar interior como o esturio do Tejo) e o Porto de Setbal (no limite Sul da
rea metropolitana de Lisboa, no esturio do Sado).
escala internacional, os portos de Setbal e de Lisboa assumem um crescente
protagonismo, consolidado devido ao volume de descarga de mercadorias
contentorizadas, sobretudo no caso de Setbal (preparado para o sistema RO-RO),
e ao transporte martimo de passageiros (principalmente no segundo caso), que,
apesar de se encontrar em declnio desde meados dos anos 70, se v actualmente
renovado pelo mercado de cruzeiros. Esta alterao, que reflecte mudanas do
contexto externo, deve-se no s posio de charneira entre o Norte da Europa,
Mediterrneo e frica, como tambm devido ao elevado valor histrico, cultural e
paisagstico das reas envolventes ao porto. Segundo dados da Associao Cruise
Europe, em 1998, efectuaram-se cerca de 224 escalas no porto de Lisboa,
envolvendo cerca de 140 000 passageiros, colocando-o num dos patamares
cimeiros ao nvel europeu. A reestruturao da actividade porturia passa tambm
por um alterao urbana dos usos existentes nas frentes ribeirinhas,
tradicionalmente dominados pela actividade porturia. O crescente interesse da
populao por estas reas, onde se usufrui de actividades de recreio e lazer, cria
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
tambm um novo foco despoletador da mobilidade, com reflexos na acessibilidade
a estes locais.
Um dos aspectos mais visveis, no que se refere temtica da acessibilidade, o
frequente congestionamento rodovirio e a saturao dos meios de transportes na
rea metropolitana de Lisboa. Por um lado, estima-se que os habitantes da rea
metropolitana de Lisboa (os quais residem maioritariamente nos concelhos vizinhos
a Lisboa) realizem, diariamente, mais de 4 858 000 viagens, das quais mais de
60% esto relacionadas com a deslocao para o trabalho ou escola (PROTAML).
Por outro lado, a estrutura viria nacional ainda obriga a que grande parte do
trfego Norte-Sul cruze o rio Tejo na rea metropolitana de Lisboa, seja em Vila
Franca de Xira, seja em Lisboa. O mesmo se passa com o trfego ferrovirio de
passageiros. Um outro dado que ajuda a compreender o forte congestionamento
das infra-estruturas virias da rea metropolitana de Lisboa a elevada taxa de
motorizao que se observa em todos os concelhos que a compem.
10
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Captulo II - Caracterizao demogrfica da AML
(1991-2001).
1. Evoluo da populao residente na AML
A AML representa, em termos de populao residente, aproximadamente da
populao portuguesa (25,5% em 1991 e 25,7% em 2001), tendo em Lisboa o
concelho com mais populao, como possvel observar na Tabela 1 e Grfico 1.
Tabela 1. Populao residente da AML e concelhos e suas variaes
Grfico 1. Distribuio relativa da populao por concelhos da AML
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Os concelhos da AML que mais cresceram em termos populacionais, nesse perodo
de tempo, foram Sintra, Sesimbra, Seixal e Alcochete, quanto que os nicos que
perderam populao foram Lisboa, Barreiro e Amadora (Grfico 2).
Grfico 2. Evoluo da populao residente por concelhos da AML
De uma forma geral, a AML viu a sua populao residente crescer em 5,6%, sendo
que em 1991 tinha 2520708 habitantes, e em 2001 atingiu o valor de 2661850
habitantes. Em comparao com o pas e NUT II em que se insere, foi a regio com
maior crescimento (Grfico 3).
4,6%
4,8%
5,0%
5,2%
5,4%
5,6%
5,8%
6,0%
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
Portugal Continente Regio Lisboa e Vale do Tejo
AML
Millions
Variao da populao residente, por Nuts2001/1991
1991 2001 Variao Grfico 3. Variao da populao residente por Nuts
2. Ritmos de crescimento e estrutura da populao
De forma geral, a populao da AML aumentou por ano, aproximadamente 0.6%. A
sua taxa de variao foi de aproximadamente 6%, o que pode ser explicado pelos
seus saldos, natural e migratrio, positivos, querendo isto dizer que nasceu mais
pessoas do que morreu, e entraram nesta regio mais pessoas do que saram. Esta
situao pode ser a explicao do aumento da populao de 1991 para 2001.
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Saldo Total Saldo Natural Saldo Migratrio TCT TCN TCM TvariaoAlcochete 2841 -290 3131 2,515% -0,291% 2,806% 27,93785033Almada 9042 1302 7740 0,585% 0,086% 0,499% 5,957188881Amadora -5902 7361 -13263 -0,332% 0,401% -0,733% -3,24688899Barreiro -6756 -1040 -5716 -0,824% -0,123% -0,701% -7,87706371Cascais 17389 4448 12941 1,089% 0,289% 0,800% 11,34356204Lisboa -98737 -32323 -66414 -1,611% -0,502% -1,109% -14,8836137Loures 6916 15693 -8777 0,357% 0,795% -0,437% 3,599402528Mafra 10627 -384 11011 2,217% -4,015% 6,232% 24,30083922Moita 2363 1927 436 0,360% 0,295% 0,066% 3,630581077Montijo 3130 -309 3439 0,843% -0,087% 0,930% 8,685276652Odivelas 3832 0,293% 2,947352229Oeiras 10786 4164 6622 0,696% 0,274% 0,422% 7,126904627Palmela 9496 495 9001 1,995% 0,113% 1,882% 21,65218779Seixal 33359 8209 25150 2,563% 0,686% 1,876% 28,53342685Sesimbra 10321 472 9849 3,291% 0,173% 3,118% 37,88078984Setbal 10300 1118 9182 0,960% 0,108% 0,852% 9,938823166Sintra 102798 22252 80546 3,405% 0,828% 2,576% 39,39360263Vila Franca de Xira 19337 4340 14997 1,741% 0,415% 1,326% 18,67028415
AML 140318 19951 120367 0,548% 0,080% 0,468% 5,566592735
91-01
Tabela 2. Taxas de Crescimento Total, Natural e Migratrio
Quanto ao saldo total, os nicos concelhos que diminuram em termos de populao
foram os de Lisboa, Barreiro e Amadora. Os concelhos de Sintra, Seixal, Vila Franca
de Xira e Cascais foram os que tiveram um maior aumento da populao.
Nos concelhos de Lisboa, Barreiro, Mafra, Montijo e Alcochete, o saldo natural
negativo, ou seja, morreram mais pessoas do que nasceram. Os concelhos de
Sintra e Loures foram os que se destacaram com valores muito altos, sendo o saldo
natural de Sintra maior que o dobro do saldo natural de Seixal, que foi o terceiro
concelho com valores mais elevados.
Em relao s migraes, foi o concelho de Sintra que, mais uma vez, registou o
maior saldo, onde houve mais pessoas a entrarem no concelho do que a sarem. Os
concelhos de Lisboa, Amadora, Loures e Barreiro foram os que apresentaram
valores negativos deste saldo.
Em termos de Taxa de Crescimento Total, os concelhos de Sintra e Sesimbra foram
os que apresentaram percentagens mais altas, querendo isto dizer que por cada
ano e por cada 100 pessoas, estes concelhos foram os que aumentaram mais a sua
populao, no perodo de 1991 a 2001. Lisboa, Barreiro e Amadora foram os
concelhos que mais diminuram no mesmo perodo de tempo.
Em relao Taxa de Variao, Sintra e Sesimbra foram os concelhos que
cresceram mais neste perodo, quanto que os concelhos de Lisboa, Barreiro e
Amadora foram os nicos que no cresceram.
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Na ltima dcada do sculo XX a estrutura etria dos residentes na AML sofreu
alteraes significativas, que reflectem uma realidade mais ampla, aqui minorada
pelo efeito migratrio. Embora seja uma populao relativamente jovem, nota-se
uma reduo significativa dos jovens e um aumento dos idosos.
Alm de olharmos para os factores de crescimento, importante debruarmo-nos
sobre a populao, dividida por sexo e grupos etrios, para que se conhea os seus
potenciais demogrficos.
As pirmides etrias so grficos que representam a estrutura etria de uma
populao, ou seja, a distribuio em funo do ano de nascimento (idade) e sexo.
A pirmide etria de uma regio pode revelar a dimenso da populao por grupos
etrios atravs da sua anlise comparativa.
0,0%0,4%0,8%1,2%1,6%2,0%2,4%2,8%3,2%3,6%4,0%4,4%
0-45-910-1415-1920-2425-2930-3435-3940-4445-4950-5455-5960-6465-6970-7475-7980-8485-8990-9495-99100 e mais
Homens
2001
1991
0,0% 0,4% 0,8% 1,2% 1,6% 2,0% 2,4% 2,8% 3,2% 3,6% 4,0% 4,4%
0-45-9
10-1415-1920-2425-2930-3435-3940-4445-4950-5455-5960-6465-6970-7475-7980-8485-8990-9495-99
100 e maisMulheres
2001
1991
Grfico 4. Pirmides Etrias da AML em 1991 e 2001
Apesar da populao se apresentar relativamente jovem, entre os dois anos, de
notar uma diminuio significativa dos jovens, de ambos os sexos (com idade
compreendida entre os 5 e 19 anos), e um aumento dos idosos com idade superior
aos 65 anos, o que reflecte um grande envelhecimento da populao durante esta
dcada.
14
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
0
20
40
60
80
100
120
0-4
5-9
10-1
4
15-1
9
20-2
4
25-2
9
30-3
4
35-3
9
40-4
4
45-4
9
50-5
4
55-5
9
60-6
4
65-6
9
70-7
4
75-7
9
80-8
4
85-8
9
90-9
4
95-9
9
100
e m
ais
Relaes de Masculinidade
AML 1991
AML 2001
Grfico 5. Relaes de Masculinidade da AML nos anos de 1991 e 2001
No ano de 1991, h mais homens, com idade compreendida entre 0 e 24 anos, do
que mulheres, e a partir dos 25 anos, comea haver mais mulheres do que
homens.
No ano de 2001, a faixa etria em que se observava um maior nmero de homens
do que mulheres, aumenta para os 29 anos, quanto que passa a ver mais mulheres
do que homens a partir da faixa etria de 30 anos.
Ao longo destes 10 anos, a populao masculina tende a ser mais jovem que a
feminina, mas vai aumentando o seu nmero nas faixas etrias seguintes, como se
pde ver na pirmide etria e nas relaes de masculinidade.
Aps a decomposio da populao residente por sexo e idade, altura de analisar
a estrutura da populao por grupos funcionais e ndices-resumo.
2.1 AML
No Grfico 6 e Tabela 3, possvel constatar que em 1991 havia mais jovens do
que em 2001, e por contrapartida, em 2001 h mais idosos do que havia em 1991.
15
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1991 2001
GruposFuncionaisAML
%deIdosos
%PotencialmenteActivos
%deJovens
Grfico 6. Grupos Funcionais da AML 1991 e 2001
Homem Mulher Homem Mulher Homem Mulher% de Jovens 19,26 16,90 15,87 13,98 -17,6% -17,3%% Potencialmente Activos 70,57 68,87 71,11 68,42 0,8% -0,7%% de Idosos 10,17 14,23 13,01 17,60 28,0% 23,7%
Grupos Funcionais1991 2001 Variao em %
AML
Tabela 3. Grupos Funcionais por sexo
Tanto em 1991 como em 2001, h mais homens jovens e potencialmente activos
do que mulheres, e passa-se exactamente o contrrio no que se refere populao
idosa, reflexo das desiguais esperanas mdias de vida. Em ambos os gneros, a
populao jovem diminuiu e a idosa aumentou, quanto que no caso da populao
activa, a populao masculina aumentou e a feminina diminuiu.
Para uma melhor observao dos grupos funcionais e ndices-resumo, foram
criados mapas da AML, atravs da ferramenta ArcMap do programa ArcGis, com os
dados dos resultados.
Mapa 1. Percentagem de Jovens - AML 1991 e 2001
Como se pode ver no Mapa 1, a percentagem de jovens diminuiu em todos os
concelhos. Em 1991, os concelhos mais jovens na base so Seixal, Moita, Vila
Franca de Xira, Loures, Setbal e Sintra, e o menos jovem Lisboa. Em 2001, passa
16
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
a ser Sintra o concelho com mais jovens e Lisboa, Barreiro, Oeiras e Almada os
concelhos com menos.
Mapa 2. Percentagem de Potencialmente Activos AML 1991 e 2001
Entre 1991 e 2001 muitos concelhos ganharam em termos de populao activa,
designadamente Mafra, Vila Franca de Xira, Moita e Setbal. Lisboa, Oeiras e
Amadora perderam activos. Em 2001, os concelhos com peso nesta faixa etria so
Sintra, Loures, Odivelas, Vila Franca de Xira, Seixal e Barreiro; em 1991 eram
Amadora, Odivelas, Loures, Seixal, Sintra, Barreiro e Oeiras. O concelho com
menos populao activa em 1991 Mafra e em 2001 Lisboa.
Mapa 3. Percentagem de Idosos AML 1991 e 2001
A maioria dos concelhos teve um aumento de populao idosa, com uma variao
mxima em Lisboa. Os concelhos com menos populao idosa, em 2001 so Sintra
e Seixal.
17
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Mapa 4. ndice de Juventude AML 1991 e 2001
O Mapa 4 representa o ndice de juventude e comprova a alterao do ratio entre
os dois grupos extremos. A vantagem em 1991 pertencia ao Seixal e Odivelas; em
2001 passam a ser Sintra, Seixal, Vila Franca de Xira, Moita, Loures e Odivelas.
Mapa 5. ndice de Envelhecimento AML 1991 e 2001
Em 1991 o ndice de envelhecimento mais elevado pertencia a Lisboa, seguido de
Alcochete, Montijo e Mafra. Em 2001, o concelho de Lisboa mantm-se com o
ndice mais elevado, seguido de Barreiro, Almada, Montijo e Oeiras.
18
-
Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Mapa 6. ndice de Longevidade AML 1991 e 2001
Na maioria dos concelhos o nmero de pessoas com 75 ou mais anos por cada 100
pessoas com 65 ou mais aumentou. Em 1991, os concelhos com maiores valores
eram Lisboa e Alcochete, em 2001 Lisboa destaca-se isolada.
Mapa 7. ndice de Dependncia dos Jovens AML 1991 e 2001
Por seu turno, o ndice de dependncia dos jovens desce entre as duas datas. A
Moita, Vila Franca de Xira, Seixal e Setbal ocupam os primeiros lugares em 1991,
mas a realidade altera-se, de tal modo que em 2001, Sintra lidera. A sua realidade
contrasta com os concelhos envelhecidos de Lisboa, Barreiro, Oeiras, Odivelas e
Almada.
19
-
Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Mapa 8. ndice de Dependncia dos Idosos AML 1991 e 2001
Ao longo deste perodo houve um aumento do ndice de dependncia dos idosos.
Em ambos os censos se destaca Lisboa, em 2001 secundado pelo Montijo e
Almada. Em 2001, os concelhos mais jovens no topo so Seixal, Sintra e Vila
Franca de Xira.
Mapa 9. ndice de Dependncia Total AML 1991 e 2001
O ndice de dependncia total, caracterizado no Mapa 9, corresponde ao nmero de
jovens e idosos por cada 100 potencialmente activos. Em 2001, o concelho que se
destaca com maior ndice Lisboa e os concelhos que apresentam o menor so
Odivelas, Seixal, Vila Franca de Xira, Loures, Sintra, Barreiro, Oeiras e Amadora.
20
-
Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Mapa 10. ndice de Juventude da Populao Activa AML 1991 e 2001
O ndice de juventude da populao activa era em 1991 mais positivo no Seixal,
VFX, Moita e Sintra, sendo inferior em Lisboa, Alcochete e Barreiro. Em 2001, o
concelho que tinha maior ndice era Sintra e os mnimos pertenciam a Lisboa,
Barreiro, Oeiras, Amadora, Almada e Cascais.
Mapa 11. ndice de Renovao da Populao Activa AML 1991 e 2001
O Mapa 11 retrata o ndice de renovao da populao activa, que no sofre
grandes alteraes nesta dcada. Assim, possvel ver que, em 1991, Seixal,
Sintra e Vila Franca de Xira tinham o maior ndice, e Mafra e Lisboa o menor. Em
2001, os concelhos que tinham maior ndice eram Sintra, Vila Franca de Xira e
Seixal.
21
-
Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Mapa 12. ndice de Maternidade AML 1991 e 2001
O ndice de maternidade representa o nmero de crianas a nascerem por cada 100
mulheres em idade frtil. Em 1991, Moita registava valores mximos e Lisboa,
Barreiro, Oeiras e Almada os mnimos. Em 2001, Sintra, Sesimbra, Mafra,
Alcochete e Palmela contrapunham-se a Lisboa e Barreiro.
Mapa 13. ndice de Tendncia AML 1991 e 2001
O ndice de tendncia indica a tendncia demogrfica de uma populao e quando o
seu resultado inferior a 100, significa que est em curso um declnio da
natalidade. No Mapa 13, bastante visvel que com o passar dos anos esse ndice
aumentou em todos os concelhos.
22
-
Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Mapa 14. ndice de Potencialidade AML 1991 e 2001
O ndice de potencialidade relaciona o nmero de mulheres em idade frtil por cada
100 mulheres que esto na fase de deixar de ter filhos. Nesta dcada houve um
aumento geral deste ndice. Em 1991, os concelhos com maior ndice eram Sintra,
Moita e Mafra, e com menor Oeiras e Barreiro. Em 2001, os concelhos que tinham
maior ndice eram Sintra e Alcochete, e os que tinham menor eram Cascais,
Almada, Montijo, Amadora e Oeiras.
Assim podemos concluir que a AML apresenta uma populao relativamente jovem,
mas com tendncia a envelhecer, porque essa relativa juventude no tem o
impacto suficiente em termos de fecundidade e porque depende basicamente das
trajectrias migratrias intra-metropolitanas. O concelho mais jovem e com maior
dinmica Sintra e o que apresenta caractersticas contrrias Lisboa, ambos
situados na Margem Norte.
2.2 Margem Norte versus Margem Sul que diferencialidade
A Margem Norte da AML6 apresenta uma populao globalmente mais envelhecida
que a da Margem Sul. A Tabela 4 mostra os grupos funcionais e ndices resumo
mais relevantes no que diz respeito juventude e ao envelhecimento,
discriminando 8 concelhos seleccionados com melhores e piores indicadores em
termos de crescimento total.
6 A AML tem 18 concelhos distribudos de forma igual pelas duas Margens.
23
-
Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
GruposFuncionaisendicesResumo1991
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
%deJovens%PotencialmenteActivos
%deIdososndicedeJuventude
ndicedeEnvelhecimentondicedeLongevidade
ndicedeDependncia deJovensndicedeDependnciados Idosos
ndicedeDependnciaTotalndicedeJuventudedaPopulaoActivandicedeRenovaodaPopulaoActiva
ndicedeMaternidadendicedeTendncia
ndicedePotencialidade
MargemNorte
MargemSul
Grfico 7. Grupos Funcionais e ndices Resumo 1991
GruposFuncionaisendicesResumo2001
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
%deJovens%PotencialmenteActivos
%deIdososndicedeJuventude
ndicedeEnvelhecimentondicedeLongevidade
ndicedeDependnciadeJovensndicedeDependncia dos Idosos
ndicedeDependnciaTotalndicedeJuventudedaPopulaoActivandicedeRenovaodaPopulaoActiva
ndicedeMaternidadendicedeTendncia
ndicedePotencial idade
MargemNorte
MargemSul
Grfico 8. Grupos Funcionais e ndices Resumo - 2001
Ao observar a Tabela 4, verificamos que a Margem Sul possui mais concelhos com
mais jovens (8 contra 4 da Margem Norte), e que os concelhos com menos jovens
so em nmero igual nas duas Margens. Ambas apresentam 8 concelhos muito
idosos, mas a Margem Norte possui mais concelhos com menos idosos.
1 Sintra (18,14) 2 Seixal (16,70) 18 Lisboa (11,61) 17 Barreiro (12,89)3 Moita (16,65) 4 Sesimbra (16,58) 16 Oeiras (13,99) 15 Almada (14,09)
1 Sintra (176,86) 2 Seixal (165,88) 18 Lisboa (49,17) 17 Barreiro (81,58)3 VFX (149,40) 4 Moita (129,23) 16 Almada (84,10) 15 Montijo (86,56)1 Sintra (25,34) 2 Sesimbra (24,12) 18 Lisboa (17,92) 17 Barreiro (18,07)
3 Alcochete (23,78) 4 Moita (23,63) 16 Oeiras (19,68) 15 Odivelas (20,17)
Margem SulMargem Norte
1 Lisboa (23,61) 2 Montijo (17,34) 18 Seixal (10,07) 17 Sintra (10,26)3 Almada (16,75) 4 Barreiro (15,80) 16 VFX (11,05) 15 Odivelas (11,98)1 Lisboa (203,37) 2 Barreiro (122,58) 18 Sintra (56,54) 17 Seixal (60,29)3 Almada (118,90) 4 Montijo (115,52) 16 VFX (66,93) 15 Moita (77,38)1 Lisboa (36,44) 2 Montijo (25,63) 18 Seixal (13,75) 17 Sintra (14,33)3 Almada (24,23) 4 Mafra (22,80) 16 VFX (15,26) 15 Odivelas (16,35)1 Lisboa (43,65) 2 Mafra (40,71) 18 Amadora (34,58) 17 Seixal (35,61)
3 Cascais (40,16) 4 Oeiras (39,88) 16 Loures (36,39) 15 Odivelas (36,47)
Os 4 primeiros lugares Os 4 ltimos lugares
Os 4 primeiros lugares Os 4 ltimos lugares
ndice de Dependncia dos Idosos
ndice de Juventude
ndice de Envelhecimento
ndice de Longevidade
ndice de Dependncia de Jovens
% de Jovens
% de Idosos
Tabela 4. Tabela comparativa: Envelhecimento vs Juventude
24
-
Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
3. Indicadores demogrficos: Mortalidade, Fecundidade e
Movimentos Migratrios
Entre as causas de carcter econmico, bem-estar social ou outras que queiramos
considerar como explicativas para as dinmicas desiguais, importa conhecer os
comportamentos colectivos da regio face mortalidade, fecundidade e migrao.
No grfico 9, esto representados os indicadores demogrficos da AML nos anos de
1991 e 2001.
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
TBM TMI TBN TFG
Indicadores Demogrficos da AML
1991
2001
Grfico 9. Indicadores Demogrficos da AML 1991 e 2001
De 1991 a 2001 os nveis de mortalidade diminuram, enquanto aumentavam as
taxas de natalidade e fecundidade.
0,01,22,43,64,86,07,28,49,6
10,812,013,214,415,616,818,019,220,4
Indicadores Demogrficos por concelho da AML - 1991
TBM
TMI
TBN
0,01,22,43,64,86,07,28,49,6
10,812,013,214,415,616,818,019,220,4
Indicadores Demogrficos por concelho da AML - 2001
TBM
TMI
TBN
Grfico 10. Indicadores Demogrficos por concelhos da AML 1991 e 2001
25
-
Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
32,4
41,0
49,6
58,2
66,8
75,4
Taxa de Fecundidade Geral por concelhos da AML -1991 a 2001
1991
2001
Grfico 11. Taxa de Fecundidade Geral por concelhos da AML 1991 e 2001
A nvel concelhio, Loures destaca-se como o concelho com maior taxa bruta de
natalidade em 1991, o Barreiro como o concelho com maior taxa de mortalidade
infantil e Lisboa como o de maior taxa bruta de mortalidade.
Em 2001, as taxas de mortalidade infantil so inferiores a 1991, sendo que Barreiro
apresenta novamente o maior valor, e Palmela o concelho com menor taxa
(aproximadamente 0). Em termos de taxa bruta de mortalidade, Lisboa continua
com o valor mais elevado e Seixal com o menor. Loures destaca-se em termos de
natalidade ao contrrio do Barreiro. A taxa de fecundidade geral cresceu entre 1991
e 2001 em todos os concelhos. Loures apresenta nveis mximos e o Barreiro os
mnimos em ambos os anos.7
Na Tabela 5., apresenta-se a evoluo da taxa de crescimento migratrio na AML
entre 2001 e 2006, que de tendncia decrescente, embora positiva, com uma
mdia de 0,6% neste quinqunio.
2001 2002 2003 2004 2005 2006 MdiaAML 0,7 0,8 0,7 0,5 0,4 0,3 0,6
Tabela 5. Taxas de Crescimento Migratrio AML
7 Para o ano de 1991, Odivelas no tem valores.
26
-
Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Captulo III - A diversidade da AML
1. Escolha dos concelhos-tipo: Almada e Sintra
Concluda esta breve caracterizao demogrfica da AML, decidimos seleccionar
dois concelhos tipo para futuro ensaio prospectivo. A nossa escolha baseou-se em
critrios de dinmica de crescimento, estrutura desigualmente envelhecida e
localizao geogrfica. O concelho da Margem Sul envelhecido, o da Margem
Norte mais jovem.
Entre os concelhos mais envelhecidos da Margem Sul, Barreiro e Almada, o
concelho tipo escolhido ser Almada. Apesar do Barreiro se apresentar bastante
envelhecido, a nova ponte que ligar este concelho Chelas (em Lisboa), poder
trazer novas tendncias demogrficas a este concelho, como aconteceu com
Alcochete aquando da construo da Ponte Vasco da Gama.
Quanto Margem Norte, entre os concelhos mais jovens, Sintra e Vila Franca de
Xira, Sintra apresenta-se como o concelho mais jovem e com maior potencial de
crescimento, e por isso ser o concelho escolhido representativo desta margem.
De seguida, ser feita a caracterizao demogrfica de ambos os concelhos
escolhidos.
2. Caracterizao demogrfica de Almada (1970-2005).
Anlise dos aspectos globais da populao: ritmos de
crescimento, evoluo da populao, estrutura da populao
A caracterizao demogrfica de Almada ser feita com base em 4 anos: 1970,
1981, 1991 e 2001, de forma a ser melhor visvel a evoluo demogrfica do
concelho neste espao temporal.
Tabela 6. Taxas de Crescimento Total, Natural e Migratrio - Almada
claramente visvel que foi no perodo de 1970 a 1981 que o concelho de Almada
cresceu mais em termos de populao, claramente atravs da migrao, pois tem
uma taxa e saldo migratrio muito superiores, por comparao aos outros anos.
27
-
Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Na dcada de 1981 a 1991, Almada tambm cresceu, mas desta vez pelo aumento
de nascimentos, pois o saldo e taxa migratria so negativos neste perodo.
De 1991 a 2001, o crescimento de Almada duplica em relao dcada passada,
tendo outra vez a migrao mais destacada neste processo.
No perodo de 2001 a 2005, bastante visvel que Almada tem tendncia a
continuar a crescer, pois em meia dcada, apresenta taxas de crescimento total,
natural e migratrio, superiores dcada anterior.
Apesar de ter uma evoluo populacional positiva, como j foi visto e por isso
escolhido, Almada um concelho envelhecido. Isso deve-se muito melhoria da
qualidade de vida que proporciona um aumento da esperana mdia de vida da
populao.
0,0%0,5%1,0%1,5%2,0%2,5%3,0%3,5%4,0%4,5%5,0%
0-45-910-1415-1920-2425-2930-3435-3940-4445-4950-5455-5960-6465-6970-7475 ou mais
Homem
20011970
0,0% 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% 2,5% 3,0% 3,5% 4,0% 4,5% 5,0%
0-45-9
10-1415-1920-2425-2930-3435-3940-4445-4950-5455-5960-6465-6970-74
75 ou maisMulher
20011970
Grfico 12. Pirmides Etrias de 1970/2001 Almada
Pela observao das pirmides, muito fcil de confirmar que a populao de
Almada tem vindo a envelhecer durante os anos, tendo diminudo drasticamente
sua populao jovem e activa, e aumentado a populao mais idosa.
0
20
40
60
80
100
120
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75 e +
Relaes de Masculinidade
1970198119912001
Grfico 13. Relaes de Masculinidade de Almada
28
-
Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Esse envelhecimento da populao mais notrio na populao feminina, como se
pode observar nas relaes de masculinidade. A populao masculina est em
maioria nos escales de idade mais jovem, mas vai aumentando nas faixas etrias
seguintes com o passar dos anos.
Nos Grficos 14 e 15, encontram-se representados os grupos funcionais e ndices
resumo de Almada ao longo dos quatro anos de comparao.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1970 1981 1991 2001
GruposFuncionaisdeAlmada
PercentagemdeIdosos
Percentagemde"PotencialmenteActivos"
PercentagemdeJovens
Grfico 14. Grupos Funcionais de Almada Ao longo destes quatro anos, a populao mais jovem de Almada diminuiu e a mais
idosa aumentou, sendo que a de potencialmente activos manteve praticamente o
mesmo peso.
ndices Resumo de Almada
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450
ndice de Juventude
ndice de Envelhecimento
ndice de Longevidade
ndice de Dependncia dos Jovens
ndice de Dependncia dos Idosos
ndice de Depenedncia Total
ndice de Juventude da Populao Activa
ndice de Renovao da Populao Activa
ndice de Maternidade
ndice de Tendncia
ndice de Potencialidade
2001
1991
1981
1970
Grfico 15. ndices Resumo de Almada O ndice de juventude o que se mais destaca no grfico pela sua grande
decadncia ao longo destes anos, sendo que em 1970, o seu valor era 5 vezes
maior do que em 2001.
De seguida, tambm o ndice de envelhecimento apresenta valores muito
diferentes, sendo que em 2001, o seu valor 5 vezes maior do que era em 1970.
29
-
Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
O ndice de longevidade aumentou ligeiramente o que pode ser explicado pelo
aumento de qualidade de vida da populao e consequentemente pelo aumento de
esperana de vida.
O ndice de dependncia dos jovens diminuiu enquanto o de idosos aumentou,
devido tambm ao aumento de populao idosa e diminuio da populao jovem
no concelho. O ndice de dependncia total no teve grandes oscilaes, pois a
diminuio de jovens foi compensada com o aumento de idosos, e por isso os
valores deste ndice manteve-se praticamente na mesma ao longo destes anos.
O ndice de juventude da populao activa tem vindo a decrescer ao longo dos
anos, o que mostra que a populao activa tem vindo a envelhecer. O ndice de
renovao da populao activa diminuiu entre 1970 a 1991, mas em 2001 teve um
ligeiro aumento.
O ndice de maternidade e o ndice de potencialidade tambm decresceram de 1970
a 1991, aumentando ligeiramente em 2001, quanto que o ndice de tendncia teve
o mesmo comportamento com a diferena que em 2001 cresceu de forma
expansiva, mas mesmo assim manteve-se inferior a 100. A combinao destes trs
ndices e o seu comportamento, pode indicar uma possvel tentativa de Almada de
aumentar sua natalidade.
Agora, vo ser analisados os indicadores demogrficos do concelho representados
no Grfico 16.
0,05,0
10,015,020,025,030,035,040,045,050,055,060,065,070,0
TBM TMI TBN TFG
Indicadores Demogrficos de Almada
1970198119912001
Grfico 16. Indicadores Demogrficos de Almada
A mortalidade total, representada pela taxa bruta de mortalidade, foi crescendo ao
longo do perodo de comparao, indicando que tem vindo a morrer mais gente em
2001 do que em 1970.
A mortalidade infantil, por sua vez, teve o efeito contrrio e diminuiu ao longo dos
anos, o que significa que hoje em dia morre menos crianas com idade inferior a
um ano.
A natalidade teve os seus altos e baixos, mas em 2001 era maior que em 1970,
mas foi em 1981 que teve a sua taxa mais alta.
30
-
Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
A taxa de fecundidade geral teve um comportamento parecido ao da natalidade,
tambm atingindo o seu mximo em 1981 (dentro do perodo de comparao).
Aps toda esta anlise, visvel que Almada um concelho que est envelhecido
mas provavelmente tentando rejuvenescer.
Em termos de migrao, visvel na Tabela 7., que Almada tem vindo a perder
migrantes.
2001 2002 2003 2004 2005 2006 MdiaAlmada 0,6 0,6 0,5 0,2 0,3 0,1 0,4
Tabela 7. Taxas de Crescimento Migratrio Almada Com uma mdia de 0,4% no ltimo quinqunio, mdia inferior ao da AML, Almada
tem perdido o seu poder de atraco chegando a valores muito prximos de 0 em
2006.
3. Caracterizao demogrfica de Sintra (1970-2005). Anlise
dos aspectos globais da populao: ritmos de crescimento,
evoluo da populao, estrutura da populao
A caracterizao demogrfica de Sintra ser feita com base no mesmo perodo de
comparao que o concelho de Almada pelas mesmas razes atrs mencionadas.
As taxas de crescimento, que se encontram na Tabela 8., foram calculadas para o
perodo de 1970 a 2005.
Tabela 8. Taxas de Crescimento Total, Natural e Migratrio Sintra Foi no perodo de 1970 a 1981 que o concelho de Sintra cresceu mais em termos
de populao, claramente atravs da migrao, pois apesar de ter saldo e taxa
naturais negativos, tem uma taxa e saldo migratrio muito superiores aos outros
anos.
De 1981 a 2001, Sintra continuou a crescer, e at 2005, continua a apresentar
sinais de crescimento significativos.
31
-
Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
0,0%0,5%1,0%1,5%2,0%2,5%3,0%3,5%4,0%4,5%5,0%5,5%
0-45-910-1415-1920-2425-2930-3435-3940-4445-4950-5455-5960-6465-6970-7475 ou mais
Homem
2001
1970
0,0% 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% 2,5% 3,0% 3,5% 4,0% 4,5% 5,0% 5,5%
0-45-9
10-1415-1920-2425-2930-3435-3940-4445-4950-5455-5960-6465-6970-74
75 ou maisMulher
20011970
Grfico 17. Pirmides Etrias de 1970/2001 Sintra
Sintra um concelho bastante jovem, mas tal como tem acontecido com a AML e
Almada, tambm tem vindo a perder populao jovem e ganhando populao
idosa.
0
20
40
60
80
100
120
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75 e +
Relaes de Masculinidade
19701981
19912001
Grfico 18. Relaes de Masculinidade de Sintra
O aumento da populao idosa faz-se ver na populao masculina, apesar de ser a
populao feminina a mais idosa. A populao masculina caracteriza-se por ser
mais jovem que a feminina, mas vai ganhando peso nas faixas etrias mais idosas
a medida que o tempo passa.
Nos Grficos 19 e 20, encontram-se representados os grupos funcionais e ndices-
resumo de Sintra ao longo dos quatro anos de comparao.
32
-
Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1970 1981 1991 2001
GruposFuncionaisdeSintra
PercentagemdeIdosos
Percentagemde"PotencialmenteActivos"
PercentagemdeJovens
Grfico 19. Grupos Funcionais de Sintra A populao mais jovem de Sintra diminuiu e a mais idosa e potencialmente activa
aumentou ao longo dos anos de comparao.
ndices Resumo - Sintra
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450
ndice de Juventude
ndice de Envelhecimento
ndice de Longevidade
ndice de Dependncia dos Jovens
ndice de Dependncia dos Idosos
ndice de Depenedncia Total
ndice de Juventude da Populao Activa
ndice de Renovao da Populao Activa
ndice de Maternidade
ndice de Tendncia
ndice de Potencialidade
2001
1991
1981
1970
Grfico 20. ndices Resumo de Sintra O ndice de juventude teve o seu pico no ano de 1981, e foi decrescendo por volta
de metade do seu valor at 2001. Apesar de este ndice ter diminudo, continua a
ter um valor muito superior a 100, o que indica que ainda h muitos jovens.
De 1970 a 1981, o ndice de envelhecimento diminuiu, mas depois comeou a
aumentar at 2001. Mas o aumento que teve no foi muito significativo, e o seu
valor abaixo de 100, sendo que por cada 100 habitantes h aproximadamente 57
idosos (trs vezes menos que jovens).
O ndice de longevidade aumentou ao longo dos anos e entre 1991 e 2001 teve
uma ligeira diminuio.
O ndice de dependncia dos jovens diminuiu e o de idosos aumentou, o que pode
ser explicado pelo aumento de populao idosa e diminuio da populao jovem
no concelho. O ndice de dependncia total diminuiu ao longo dos anos.
Os ndices de juventude da populao activa e ndice de renovao da populao
activa aumentaram de 1970 a 1981, depois diminuram at 1991 e voltaram a
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
aumentar em 2001. Isto significa que a populao activa rejuvenesceu no ltimo
ano de comparao.
O ndice de maternidade diminuiu de 1970 a 1991, voltando a crescer em 2001,
aumentando tambm os nascimentos.
O ndice de tendncia diminuiu de 1970 a 1981, mas depois aumentou at 2001.
Em 2001 o seu valor superior a 100, e por isto este concelho no est com
declnio da natalidade.
O ndice de potencialidade teve algumas oscilaes ao longo dos anos, mas em
2001 atinge o maior valor (dentro dos anos em comparao). Este valor indica-nos
um aumento de populao feminina em idade frtil, e consequentemente de um
possvel aumento na natalidade.
Em termos de mortalidade (Grfico 21.), tanto a taxa bruta de mortalidade como a
taxa de mortalidade infantil esto mais baixas em 2001, s que tiveram
comportamentos diferentes ao longo dos anos. Enquanto a taxa de mortalidade
infantil diminuiu drasticamente de 1970 a 2001, a taxa bruta de mortalidade
diminuiu de 1970 a 1981, mas de 1981 a 1991 voltou a aumentar, tendo
decrescido novamente de 1991 a 2001.
A natalidade teve um comportamento parecido com o da mortalidade, mas s que
ao contrrio, ou seja, aumentou de 1970 a 1981, depois diminuiu at 1991 e
retornou a aumentar em 2001.
A taxa de fecundidade geral dobrou de 1970 a 1981, depois teve uma pequena
descida em 1991, e em 2001 volta a aumentar para o valor que tinha em 1981.
0,05,0
10,015,020,025,030,035,040,045,050,055,060,065,070,0
TBM TMI TBN TFG
Indicadores Demogrficos de Sintra
1970198119912001
Grfico 21. Indicadores Demogrficos de Sintra
Toda esta anlise mostra que Sintra um concelho muito jovem e que continua a
crescer muito em termos populacionais, resta saber se continuar assim nos
prximos 20 anos ou se seguir a tendncia geral da populao portuguesa e
envelhecer ainda mais do que se observou.
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Se depender das suas migraes, o concelho tender a receber menos pessoas,
mas continuar a manter uma taxa de crescimento migratrio positiva em 2006
(1,6), como retrata a Tabela 9.
2001 2002 2003 2004 2005 2006 MdiaSintra 2,6 2,4 2,2 2,0 1,7 1,6 2,1
Tabela 9. Taxas de Crescimento Migratrio Sintra A mdia de taxa bastante superior s de Almada e de AML, com um valor
aproximado de 2,1%, provando que Sintra um concelho bastante atractivo, o que
pode explicar a sua juventude.
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Captulo IV - Futuros possveis para a AML
1. Anlise prospectiva da populao residente na AML (2001-
2026). Construo de cenrios: tendncia natural pesada e
com o segmento das migraes
Aps o enquadramento ecolgico e a caracterizao demogrfica da rea
Metropolitana de Lisboa e dos Concelhos de Almada e Sintra, j possvel construir
perspectivas futuras.
1.1 Metodologia
Os mtodos matemticos e o mtodo em componentes so os mais utilizados para
o exerccio prospectivo. Poderemos considerar ainda outros mtodos mais
especficos, utilizveis para projeces de pequenas reas, para populaes com
caractersticas especficas ou ainda para a projeco de dimensionamento de
lugares. Este ltimo permite conhecer com maior rigor as tendncias futuras da
composio das estruturas de lugares privados, bem como compreender as
dinmicas e comportamentos relacionados com a demografia da famlia.
O mtodo das componentes considerado como a ferramenta metodolgica
fundamental das projeces demogrficas, sendo os mtodos do ratio ou os
matemticos utilizados apenas com o propsito de obter uma primeira imagem
sobre a regio.
Uma projeco populacional elaborada pelo mtodo das componentes permite,
entre outras coisas, tornar explcitas as hipteses de evoluo de cada componente,
sendo esta a principal vantagem que o mtodo apresenta em relao aplicao
dos mtodos matemticos e de ratio que, embora permitam projectar totais
populacionais, no incorporam as variveis demogrficas.
Para esta anlise prospectiva foi considerado o mtodo por componentes que
consiste na projeco em separado das componentes: mortalidade, natalidade e
movimentos migratrios, sendo a projeco de todas as componentes feita por
sexos.
Por uma questo terica de apresentao do modelo, iremos numa primeira fase
apresentar o mesmo, sem ter em considerao as migraes (de entrada e de
sada), isto uma projeco fechada. Embora este facto seja improvvel,
essencial avaliar em primeiro lugar como se comportam as componentes da
mortalidade e fecundidade, antes de introduzirmos a questo das migraes.
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Diversidade Regional e Dinmicas Demogrficas: rea Metropolitana de Lisboa
Este procedimento tambm seguido na prtica. Assim, a ordem de projeco no
arbitrria, necessrio percorrer um caminho j traado:
i. Em primeiro lugar ser projectada a mortalidade;
ii. De seguida, a natalidade;
iii. Por ltimo, os movimentos migratrios
A projeco de cada componente efectuada para cada sexo em separado, porque
tm probabilidades de sobrevivncia diferentes. Em primeiro so projectadas as
mulheres e s depois os homens, para que seja calculada a taxa de fecundidade
geral e, consequentemente, os nascimentos ocorridos no perodo estipulado.
Reescrevendo a equao fundamental para as projeces fechadas, sem migraes,
obtemos: attatttat DNPP +++ += ,,
A populao no momento t+a igual soma da populao no momento t , mais os
nascimentos, menos os bitos, ocorridos no perodo t, t+a. Ao desagregarmos
estas componentes, observamos que estes so funo dos nveis de fecundidade e
mortalidade, respectivamente. A equao ser em sua representao,
)*()*( ,, atttattttat MPFPPP +++ +=
Onde, F desempenha a funo de fecundidade e M a funo de mortalidade. H que
considerar que a populao em cada grupo de idade se comporta
diferenciadamente, isto , apenas podem ocorrer nascimentos no grupo dos 0 aos 4
anos (considerando grupos quinquenais), e que apenas as mulheres entre os 15 e
os 49 podem ter filhos. Como tal, o factor idade deve ser tido em considerao na
estimao em componentes.
)*()*( ,, attxat
xatt
xat
xt
xatax MPFPPP
++++ +=
Assim, facilmente se compreende que a funo fecundidade apenas ocorre no grupo
de