Divulga Ciência - Maio/2013
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Quatro anos de estudos resultaram em novas descobertas importantes benefi-ciando os moradores locais da região do Alto Rio Negro
Jornal do Inpa
Manaus, Maio 2013 - Ano V - Ed.31- ISSN 2175-0866www.inpa.gov.br
Tartarugas da Amazônia recebe artista plástico
Governo Federal lança 5° Prêmio Objetivos de Desenvolvimento do Milênio no
Inpa
Jornalista e estudantes recebem prêmio da Fapeam
“Podemos esperar nos próximos anos pelo menos uma dúzia de novas espécies de aves”, afirma pesquisador
Inpa integra grupo que estuda como implementar nova técnica de combate à dengue
A técnica, consiste em usar uma bacté-
ria para bloquear a transmissão do
vírus da dengue pelo mosquito Aedes
aegypti
Pesquisas desenvolvidas pelo Inpa no Alto Rio Negro resultam em livro
Pág. 02
Pág. 02
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Inpa fará diagnóstico das potencialidades agronômicas de Manaquiri, no AM
Pág. 05
A afirmação é do pesquisador do Inpa Mário Cohn-Haft, sobre a estimativa gerada pela pesquisa que participou e que descobriu 15 novas espécies de aves na Amazônia
Foto: Eduardo Gomes
Cubiu: aspectos agronômicos e nutricionais -reúne informações nutricionais do fruto
Pág. 02
O encontro debateu um projeto integra-do de desenvolvimento econômico com base em pesquisa científica
Circuito da Ciência bate recorde de recebimento de escolas
Pág. 07
Foto: Acervo pesquisador
Boa Leitura
Pág. 06
Foto: Eduardo Gomes Foto: Daniel Jordano
Controle Vetorial: Treinamento em Controle de Vetores de Doenças Tropicais
Boa Leitura
Pág. 02
No dia 31, o Projeto Tartarugas da
Amazônia do Instituto Nacional de Pes-
quisas da Amazônia (Inpa/MCTI), rece-
beu o artista plástico Alexandre Huber,
no Centro de Estudos de Quelônios da
Amazônia (CEQUA). Huber foi convi-
dado a realizar pintura dos animais nas
novas instalações do CEQUA, localiza-
do no Bosque da Ciência do Inpa (zona
centro-sul de Manaus/AM).
O artista também ministrou duas
oficinas para cerca de 60 crianças, da
Escola Estadual Professor Jocimar da
Silva Gama. “O Alexandre além de
pintar o prédio, trouxe 60 telas e em
sua oficina buscou envolver as crian-
ças com sua arte, trabalhando a sensi-
bilização ambiental por meio da pintu-
ra”, afirmou a bióloga, Fernanda Rodri-
gues.
Página 02 - Maio 2013
Assessor de Comunicação: Daniel Jordano (SRTE - 518/AM) - Editora Chefe: Fernanda Farias - Repórteres: Clarissa Bacellar, Daniel Jordano e Raiza Lucena Editoração Eletrônica: Denys Serrão - Revisão: Clarissa Bacellar - Fotos: Eduardo Gomes, Flávio Ribeiro, Daniel Jordano e acervo pesquisador Tiragem: 1000 - Edição 31 - Maio - ISSN 2175-0866. Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI.
+55 92 3643-3100 / 3104 [email protected] ascom_inpa
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA/MCTI
Expediente Fale com a redação
Ministério daCiência e Tecnologia e Inovação
Tome Ciência
Tartarugas da Amazônia recebe artista plástico Alexandre Huber
Três representantes da Assessoria
de Comunicação (Ascom) do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCTI) foram premiados na noite
do dia 21, durante a solenidade de
entrega do IV Prêmio Fapeam de Jor-
nalismo Científico. A jornalista Josiane
Santos, editora chefe da revista Ciên-
cia para Todos, do Inpa, e os estudan-
tes de jornalismo Juan Matheus e Edu-
ardo Phillipe Gomes, colaboradores,
foram os premiados por reportagens
sobre pesquisas realizadas no Institu-
to.
Além dos profissionais indicados e
vencedores do Inpa, premiados de
veículos de comunicação de massa
que venceram o prêmio ao longo dos
quatro anos tiveram como base de
produção ou fonte de informação, pes-
quisas realizadas no Instituto.
Jornalista e estudantes do Inpa recebem prêmio da Fapeam
Governo Federal lança 5° Prêmio ODM no Inpa
O manual “Controle Vetorial: Treinamento em Controle de Vetores de Doenças Tropicais”,
organizado pelo pesquisador Wanderli Tadei, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazô-
nia (Inpa/MCTI), por meio do projeto Fronteiras: Alto rio Negro, ensina de maneira eficaz
ações contra os vetores, destinado às secretarias de saúde, agentes de endemias e quem
estiver apto a trabalhar com inseticidas.
A técnica se trata de uma borrifação intradomiciliar. A obra explica que o inseticida é apli-
cado nas paredes das casas, porque é onde os mosquitos têm contato com o inseticida e
morre. Essas informações e mais noções básicas sobre borrifação intradomiciliar e as técni-
cas de painel de treinamento, vem ilustradas passo a passo, com linguagem simples e dinâ-
mica.
Quem quiser adquirir o manual, basta entrar em contato com a Editora Inpa, por meio do
número (92) 3643-3223 ou pelo e-mail: [email protected]
Foto: Eduardo Gomes
No dia 23, o Governo Federal reali-
zou o lançamento estadual do 5° prê-
mio ODM Brasil (Objetivo de Desenvol-
vimento do Milênio) em evento sediado
pelo Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCTI). O objetivo do
prêmio é dar visibilidade às ações,
programas e projetos do poder público
e entidades sociais que contribuam
para o cumprimento dos oito objetivos.
As inscrições seguem até o dia 2 de
agosto. O prêmio é de iniciativa do
Governo Federal, Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimen-
to (PNUD), Movimento Nacional Pela
Cidadania e Solidariedade “Nós Pode-
mos” e tem no Amazonas a parceria
com a Secretaria de Articulação de
Políticas Públicas aos Movimentos
Sociais e Populares (Searp).
Controle Vetorial: Treinamento em Controle de Vetores de Doenças Tropicais
Foto: Acervo pesquisador Foto: Fávio Ribeiro
tos do mundo e não oferece risco à
saúde humana. A técnica já está em
estudo na Austrália, Vietnã, Indonésia,
China e no Brasil, na cidade do Rio de
Janeiro (RJ). “Estamos começando no
Rio. Acreditamos que será eficaz e,
dando certo, pode ser implementado
em outras regiões”, expõe.
De acordo com o entomólogo e pes-
quisador do Inpa, Wanderli Tadei,
haverá um planejamento para a análise
e possível implantação do projeto em
Manaus. “As etapas serão cumpridas
para a implementação. Será muito boa
para Manaus essa pesquisa. Esse
controle é inédito”, afirmou.
O secretário de saúde do município,
Evandro Melo, disse que a pesquisa é
de interesse do Executivo Municipal.
“Estamos colocando Manaus à disposi-
ção para que o teste, hoje feito no Rio,
possa ser feito aqui”, garantiu.
O Inpa já desenvolve pesquisas de
Maio 2013- Página 03Educação e Sociedade
Inpa integra grupo que estuda como implementar nova
técnica de combate à dengue A técnica, apresentada no dia 15, a pesquisadores do Inpa e autoridades em saúde, consiste em usar uma bactéria para bloquear a transmissão do vírus da dengue pelo mosquito Aedes aegypti
|Daniel JordanoDa equipe do Divulga Ciência
Pesquisadores do Instituto Nacional
d e P e s q u i s a s d a A m a z ô n i a
(Inpa/MCTI) farão parte de um grupo
de trabalho que analisará como imple-
mentar em Manaus, uma pesquisa que
usa a bactéria Wolbachia como
bloqueio natural de transmissão
do vírus da dengue através do
Aedes aegypti.
Também farão parte do grupo
de trabalho representantes da
Secretaria Municipal de Saúde
(Semsa), da Fundação de Vigi-
lância em Saúde (FVS) e Funda-
ção Oswaldo Cruz (Fiocruz) no
Amazonas. A pesquisa come-
çou a ser realizada na Austrália e
foi trazida ao Brasil pelo pesquisador
da Fiocruz de Belo Horizonte (MG),
Luciano Moreira.
Ele explica que a técnica é capaz de
inibir a transmissão do vírus. “Com a
bactéria, o vírus não consegue se
desenvolver dentro do mosquito a
ponto que ele vá picar uma pessoa e
transmitir a doença. Ela imuniza o mos-
quito, digamos assim”, afirmou.
Sem riscos
Ainda de acordo com o pesquisador
a técnica é segura, pois a bactéria
usada está presente em 70% dos inse-
controle ao mosquito da dengue. Den-
tre as técnicas está o método que utili-
za Cal e Cloro para evitar a proliferação
do mosquito nas construções de edifí-
cios em Manaus.
Durante a obra são feitos testes de
infiltração e para isso preciso o acúmu-
lo de água nos banheiros de cada
apartamento, criando o ambiente
favorável para a proliferação do
mosquito da dengue.
A combinação das proprieda-
des do cal e do cloro oxida as
larvas e é considerada ambien-
talmente correta, uma vez que é
biodegradável e pode ser aplica-
da em focos de água parada
pelos próprios funcionários das
construtoras, desde que treina-
dos. A pesquisa foi apresentada em
2011 e colaborou para a redução dos
casos de dengue naquele ano.
Outra pesquisa realizada pelo Labo-
ratório de Malária e Dengue o Inpa é o
uso do cravinho da índia para combater
o mosquito da dengue, onde pesquisa-
dores usaram uma solução a base do
cravo-da-índia na água que fica no
vaso das plantas. A técnica, que con-
trola a reprodução dos mosquitos é
uma das patentes do Inpa de 2012 .
‘‘ ‘‘Acreditamos que será eficaz e, dando certo,
pode ser implementado em outras regiões
Foto: Eduardo Gomes
Página 04 - Maio 2013
Circuito da Ciência bate recorde de recebimento de escolas
Geea do Inpa recebe escritor amazonense Márcio Souza
O encontro debateu questões culturais do país, com o objetivo de promover a inserção da cultura no processo de pesquisa
| Clarissa BacellarDa equipe do Divulga Ciência
Além das quatro escolas programadas para o sábado, o projeto recebeu a Escola Municipal Neuza dos Santos, do Ramal do Pau Rosa, e a Escolinha de futebol Os Primos, do bairro Cachoeirinha
|Raiza LucenaDa equipe do Divulga Ciência
Divulga Ciência
Em sua 28ª reunião, o Grupo de Estu-
dos Estratégicos Amazônicos (GEEA)
do Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCTI), recebeu no dia
29, o escritor amazonense Márcio Sou-
za, que palestrou sobre o “Processo
cultural da Amazônia”.
Para o secretário-executivo do
GEEA, Geraldo Mendes, discutir o pro-
cesso cultural é essencial para o avan-
ço da sociedade brasileira. Ainda de
acordo com Mendes, a ideia é promo-
ver a inserção da cultura no processo
de pesquisa. “As instituições científi-
cas dedicadas ao estudo da biodiversi-
dade não costumam inserir o ser huma-
no em suas pesquisas. Isso é uma lacu-
na, pois este é o ser que mais impacta o
planeta e único consumidor do conheci-
mento. O GEEA ajuda no preenchimen-
to dessas lacunas trazendo para o foco
de suas análises as questões direta-
mente relacionadas a sociodiversidade
amazônica”, explica.
Conhecer o passado é essencial
O escritor fez um compilado resumi-
do de fatos históricos e personalidades
que marcaram a formação da identida-
de cultural amazônica. Movimentos
históricos como a Cabanagem fizeram
parte do panorama dinâmico e atualiza-
do versados no discurso do autor do
célebre “Mad Maria”. Relembrou, tam-
bém, conceitos comuns ao povo brasi-
leiro, como o de que a Amazônia é pre-
cária, prioritariamente indígena e sem
avanço tecnológico, como se estas
características inverídicas fossem fora
do padrão de modernidade . “Ao contrá-
rio do sul do Brasil, que foi construído, a
Amazônia foi desmontada. Há proble-
mas de integração complicados no
Brasil. O tratamento que nossa região
recebe como se não tivesse vida inteli-
gente aqui
As discussões finais foram direciona-
das as bases evolutivas culturais, como
a falta de estudos sobre a evolução e
produção cultural de povos indígenas.
”, afirmou.
to. “Os alunos tem pouco acesso a
cidade, então está sendo algo inusita-
do. Mesmo os alunos tendo muito
contato com a natureza, eles não
conhecem certos aspectos da questão
urbana e aqui estamos tendo esta
interação”, disse
.
Circuito da Ciência
O Circuito da Ciência é um projeto
do Inpa que visa difundir conhecimen-
to e educação ambiental para estu-
dantes de escolas públicas realizado
no último sábado de cada mês. Por
meio de estandes e outras atividades,
os jovens podem acompanhar e
aprender sobre projetos científicos de
várias instituições, além de interagir
com o meio natural amazônico que o
Bosque oferece.
Parceiros
O Circuito da Ciência é uma realiza-
ção do Inpa com patrocínio da Petro-
bras e Moto Honda da Amazônia e
com o apoio de: Secretaria de Ciência
e Tecnologia para Inclusão Social
(SECIS/MCTI), Governo do Estado do
Amazonas (Seduc), Prefeitura de
Manaus (Semed, Semsa), Associação
Amigos do Peixe-Boi (Ampa), entre
outros.
No dia 25, o Circuito da Ciência do
Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCTI), programa que
visa aproximar ciência e educação
ambiental de estudantes de escolas
públicas, recebeu mais duas escolas
além do programado, e mais os visi-
tantes regulares, totalizando cerca de
500 pessoas no Bosque da Ciência.
Segundo o coordenador do Bosque,
Jorge Lobato, o programa bateu o
recorde com seis escolas presentes,
quando geralmente são quatro. Na
terceira edição de 2013, o Circuito
trouxe, por meio de um ônibus forneci-
do pelo Instituto, a Escola Municipal
Neuza dos Santos do Ramal do Pau
Rosa. “Como discutimos no Workshop
de Planejamento, nós estamos conse-
guindo integrar as escolas rurais no
circuito da ciência. Esse ano ainda
atenderemos escolas de Presidente
Figueiredo e Iranduba, e teremos edi-
ções extras do Circuito dentro de um
outro formato, no município de Mana-
quiri. Isso quer dizer que o trabalho
que o Inpa vem desenvolvendo no
intuito de popularizar a ciência está
ecoando”, afirmou.
O professor de matemática Moisés
Lucena contou que foi a primeira vez
da escola Neuza dos Santos no Circui-
Foto: Eduardo Gomes
Maio 2013 - Página 05Meio Ambiente
Quatro anos de estudos resultaram em novas descobertas importantes, beneficiando os moradores locais da região do Alto
Rio Negro
Pesquisas desenvolvidas pelo Inpa no Alto Rio Negro resultam em livro
O Projeto Fronteira, desenvolvido
por equipes multidisciplinares do Insti-
tuto Nacional de Pesquisas da Amazô-
nia (Inpa/MCTI) entre os anos de 2007
e 2011, com o financiamento da Finan-
ciadora de Estudos e Projetos (Finep),
teve como principal objetivo estu-
dar a biodiversidade do Alto Rio
Negro.
As pesquisas realizadas nos
municípios de São Gabriel da
Cachoeira e Santa Isabel do Rio
Negro resultaram em um livro
intitulado “Desvendando as fron-
teiras do conhecimento na região
amazônica do Alto Rio Negro”,
que reúne informações sobre a
diversidade da região, inclusive
novas descobertas.
A obra foi organizada pelos pesqui-
sadores do Inpa, Luiz Augusto Gomes
de Souza e Eloy Castellón, e contou
com a colaboração de mais de trinta
pesquisadores. “As atividades de pes-
quisas naquela área de difícil acesso
da Amazônia foram inicialmente moti-
vadas por interesse militar. A ideia era
de levar conhecimento científico para
aquela região fronteiriça, onde o Brasil
faz limites com a Colômbia e Venezue-
la”, explica Souza.
As descobertas da obra incluem o
primeiro registro de águas vermelhas,
além do emprego de técnicas de biolo-
gia molecular para identificar novas
espécies de peixes elétricos. O livro
se divide em seis partes: o meio
ambiente físico; recursos vegetais e
agrobiodiversidade; diversidade da
fauna; diversidade da classe insecta;
endemias e doenças tropicais; e edu-
cação ambiental e biblioteca digital.
Dentre os capítulos, é possível
encontrar pesquisas diversificadas,
como: estudos com cubiu, incluindo
receitas diversas para consumo; estra-
tégias para a conservação das tartaru-
gas; pesquisas pioneiras sobre a diver-
sidade de insetos aquáticos naquela
região; registro de espécies de abelhas
que polinizam orquídeas; entre outras.
Capacitação
Embora a região de São Gabriel da
Cachoeira, município localizado a 852
km de distância de Manaus (AM)
e que foi referência para as pes-
quisas, apresente um ecossiste-
ma rico e de grande potencial
para estudos e turismo, há tam-
bém carência em recursos natu-
rais que podem dificultar a quali-
dade de vida da população local.
Visando a junção de pesqui-
sas com os benefícios sociais e
econômicos para a sociedade,
durante o desenvolvimento do
projeto foram oferecidos treinamentos
como criação de peixes em tanques ou
em canais de igarapés, técnicas de
marchetaria para confecção de peque-
nos objetos de madeira e a implanta-
ção de unidades pilotos de meliponi-
cultura (criação de abelhas).
‘‘ ‘‘As atividades de pesquisas naquela área de difícil
acesso da Amazônia foram inicialmente motivadas
por interesse militar
| Raiza LucenaDa equipe do Divulga Ciência
Foto: Eduardo Gomes
Página 06 -Maio 2013 Pesquisa
Após o anúncio da descoberta de
15 novas espécies de aves na Ama-
zônia, o pesquisador do Instituto Naci-
onal de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCTI), Mário Cohn-Haft, disse
que mais algumas novas espécies de
aves poderão ser descritas
nos próximos anos. “Ainda há
muitas espécies que foram
estudadas que não deu para
colocar na publicação, então
podemos verificar nos próxi-
mos anos pelo menos uma
dúzia de novas espécies de
aves”, adianta.
Cohn-Haft fez parte do
grupo de pesquisadores que
realizaram, ao longo de anos,
estudos que resultaram na descober-
ta e descrição das 15 novas espécies
de aves na região. O reconhecimen-
to foi feito por vocalizações, DNA e
pela aparência das aves.
Os autores das descrições são:
Mário Cohn-Haft, do Inpa; Alexandre
Aleixo, do Museu Paraense Emílio
Goeldi (MPEG); Luís Fábio Silveira,
do Museu de Zoologia da Universida-
de de São Paulo (MZ-USP); e Bret
Whitney, do Museu Nacional de Ciên-
cia Natural da Universidade Estadual
de Louisiana (EUA).
“Esse trabalho foi uma colaboração
de vários pesquisadores e seus grupos
de pesquisas. Cada um já fazia suas
descobertas e colaboravam sempre
uns com os outros”, explica Cohn-Haft.
O livro é o último da enciclo-
pédia “Handbook of the birds of
the world” (Enciclopédia de pássaros
do mundo), sendo o 17º da série. Nele,
haverá a publicação descritiva das 15
novas espécies, além de um artigo
introdutório para contextualizar o
assunto.
Descoberta e identificação
O reconhecimento das aves foi feito
usando três técnicas: morfologia, voca-
lizações e genética; em locais como o
sul do Amazonas e do Pará, além do
Acre, Rondônia e outros ambientes da
Amazônia. Os nomes populares divul-
gados de algumas espécies são: cho-
rozinho-esperado, chorozinho-do-
aripuanã, choquinha-do-bambu, can-
tador-de-rodon, arapaçu-do-tapajós,
rapazinho-estriado-do-oeste e cho-
quinha-do-rio-roosevelt. Já os nomes
científicos das espécies serão divul-
gados na publicação.
“O diferencial deste trabalho é que
decidimos publicar todas as espécies
juntas. O que acontece é que a cada
nova descoberta, o artigo já é descrito
e publicado, e isso permite passar
batido a taxa de descoberta da Ama-
zônia, que é extraordinária”, afirmou.
O pesquisador atenta para a impor-
tância das descobertas em relação à
conservação ambiental: “Ainda há
muito para se descobrir na Amazônia e
decisões de áreas que importam ou
não, são muito prematuras. Por isso
temos que ter cautela no desenvolvi-
mento de certas áreas, pois ainda há
muita coisa para ser descoberta”,disse.
| Raiza LucenaDa equipe do Divulga Ciência
“Podemos esperar nos próximos anos pelo menos uma dúzia de novas espécies de aves”, afirma pesquisador
A afirmação é do pesquisador do Inpa Mário Cohn-Haft, sobre a estimativa gerada pela pesquisa que participou e que descobriu 15 novas espécies de aves na Amazônia
‘‘‘‘ O diferencial deste trabalho é que decidimos
publicar todas as espécies juntas
Foto: Acervo pesquisador
cesso de capacitação, vamos investir
pesado tanto na capacitação através
das tecnologias sociais quanto em
pequenos cursos”, afirmou.
Plano integrado
O Inpa já trabalha com a capacitação
de produtores rurais há oito anos por
meio de um projeto desenvolvido
pelo pesquisador Juan Revilla. Ao
todo, aproximadamente dez pes-
quisas são desenvolvidas pelo Inpa
no centro de treinamento do municí-
pio, entre elas, o uso do amendoim da
Amazônia para fabricação de óleo, que
pode ser usado pela indústria de cos-
méticos e tem potencial econômico.
De acordo com Revilla a ação em
Manaquiri representa a possibilidade
de aplicar as pesquisas na prática.
“Agora vamos colocar tudo isso em
‘‘ ‘‘
O nosso objetivo é identificar os problemas na
cadeia produtiva
Maio 2013 - Página 07Tecnologia e Inovação
Inpa fará diagnóstico das potencialidades agronômicas de Manaquiri, no AM
O anúncio foi feito durante o l Encontro de Desenvolvimento Sustentável e Tecnologias Sociais realizado pelo Instituto. O encontro debateu também um projeto integrado de desenvolvimento econômico com base em pesquisa científica
O Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCTI), em parceria
com outras instituições, produziu um
diagnóstico para avaliar o potencial
agronômico do município de Manaqui-
ri, interior do Amazonas. O anúncio foi
feito no dia 8, durante o l Encontro de
Desenvolvimento Sustentável e Tec-
nologias Sociais realizado pelo
Inpa no município e teve o objetivo
de debater um projeto integrado
de desenvolvimento econômico
com base em pesquisa científica e
qualificação de produtores.
O evento reuniu representantes
de indústrias, de comunidades
rurais, da prefeitura de Manaquiri e
pesquisadores. De acordo com o
diretor substituto do Inpa, Estevão
Monteiro, o objetivo é atrelar ciên-
cia e geração de renda. “Vamos desen-
volver atividades com base nas pes-
quisas que já são desenvolvidas aqui e
fazer esse diagnóstico. O nosso objeti-
vo é identificar os problemas na cadeia
produtiva”, disse.
Ainda de acordo com o diretor subs-
tituto, a capacitação continuará. “Va-
mos usar a pesquisa científica no pro-
prática. A aplicação das pesquisas
representa alternativa de geração de
renda”, assegurou.
De acordo com o presidente da Coo-
perativa de Produtores Rurais e Bene-
ficiadores de Plantas Medicinais (Co-
pefizto) de Manaquiri, Antônio Santa
Rita, o evento contribuiu para a forma-
ção de políticas públicas no setor pri-
mário. “Com eventos como esse, Mana-
quiri poderá melhorar sua produção. É
um passo para valorizar o produ-
tor rural”, disse.
O vice-prefeito do município,
Jair Becil, afirmou que a parceria
do poder público com o Inpa
ajudará na conservação dos
recursos naturais e trará fonte de
emprego e renda para a cidade.
“É um meio de geração de
emprego para os produtores e a
qualificação deles. A população
recebe esse projeto integrado muito
bem e os produtores estão ansiosos
para ver ele em prática, pois já esta-
mos em fase de implantação”, disse.
O evento contou com a parceria de
várias instituições e secretárias de
Estado.
| Da equipe do Divulga CiênciaDaniel Jordano
Foto: Daniel Jordano
Página 08 -Maio 2013
IPCC: após reunião internacional, realizada no Inpa, documento será enviado aos governos
O evento, que reuniu pesquisadores brasileiros e estrangeiros, teve o objetivo de debater sobre os métodos para medir as emissões dos gases que provocam o efeito estufa referentes às áreas alagadas
No período de 20 a 24 de maio, o
Instituto Nacional de Pesquisas da Ama-
zônia (Inpa/MCTI) sediou a 4ª Reunião
de autores do Suplemento ao Manual
2006 para Inventários Nacionais de
Gases de Efeito Estufa do Painel
Intergovernamental sobre Mudança
do Clima (IPCC).Os autores de
suplemento do Manual 2006 do Pai-
nel deverão entregar até julho aos
governos membros um documento
com os métodos para medir as emis-
sões dos gases que provocam o
efeito estufa referentes às áreas
alagadas.
De acordo com a co-presidente da
Força Tarefa em Inventários Nacio-
nais de Gases de Efeito Estufa do
IPCC, a pesquisadora brasileira Thel-
ma Krug, o documento ainda não é
público. Ainda de acordo com ela, have-
rá uma nova rodada de debates em
outubro deste ano onde serão anuncia-
dos os novos métodos. “Aqui em Mana-
us os autores conseguiram elaborar
uma minuta quase que final que deverá
ser finalizada em julho. Depois dessa
finalização o documento vai para os
quase 200 governos membros do IPCC.
Eles vão dizer se acatam ou não o relatório
em 15 de outubro na Geórgia (EUA). Aí,
com a aprovação, o documento torna-se
público”, disse. O último manual
metodológico do IPCC foi finalizado
em 2006.
Durante toda a semana, cientistas
brasileiros e estrangeiros reuniram-se
no Inpa e foram divididos em sete grupos
para debater cada capítulo do suplemento
que preenche, portanto, importantes fon-
tes de emissão não consideradas anterior-
mente devido à falta de conhecimento
científico à época da elaboração do Manu-
al.
Dentre as não abrangidas estão as
áreas alagadas em solos minerais; man-
guezais; e áreas alagadas para tratamen-
Divulga Ciência
| Da redação da AscomDa equipe do Divulga Ciência
‘‘ ‘‘Depois dessa finalização o documento vai para
os quase 200 governos membros
do IPCC
to de águas residuais. A coordena-
dora de cooperação e intercâmbio
do Inpa, Nadja da Cunha, destacou
a importância da reunião em Mana-
us. “Vários dos temas foram fecha-
dos e os resultados dos debates
foram positivos”, avaliou.
O IPCC
Painel de governos criado
em 1988 para prover o mundo
com uma visão científica do
estado do conhecimento em
mudança do clima e seus
potenciais impactos ambientais
e sócio-econômicos, o IPCC é
um corpo científico que opera
sob os auspícios das Nações
Unidas. Faz revisões e levantamen-
tos das informações mais atualiza-
das sobre mudança do clima, envol-
vendo centenas de pesquisadores
renomados de todos os continen-
tes, os quais contribuem de forma
voluntária ao trabalho do Painel,
que é aberto a todos os países mem-
bros das Nações Unidas, contando
hoje com 195 países.
Foto: Daniel Jordano