Divulga Ciência - Março/2012
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Jornal do Inpa
Manaus, Março 2012 - Ano IV - Ed.18- ISSN 2175-0866www.inpa.gov.br
Inpa levou educação às escolas públicas de Manaus
Encontro ConsCiência aconteceu em Balbina
Projeto Circuito da Ciência do Inpa inicia atividades
SBPC vai discutir “Educação e Ciência na Amazônia”
Inpa desenvolve sistema prático para sutura de ferimentos
Inpa negociou transferência de pelo menos dez tecnologias para comercialização
Em 2011, foram nove produtos enviados para receber proteção do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi)
Inpa recebeu professores da Universidade de Tennessee para novas parcerias
“Através do programa Ciência Sem Fronteiras, vamos dar a oportunidade de intercâmbio para nossos bolsistas”, expõe o vice-diretor do Inpa, Estevão Monteiro
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Inpa debate comunicação socioambiental no I ECSA
O Instituto participou do I Encontro de Comunicação Socioambiental do Amazonas (ECSA) em busca de contribuir no entendimento entre especialistas na área ambiental e profissionais da comunicação
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Foto: Eduardo Gomes
O sistema bioabsorvível é um novo processo cujo pedido de patente foi depositado ano passado e que contém partes que podem ser absorvidas pelo organismo
Foto: Josiane SantosFoto: Eduardo Gomes
Filme Apocalíptico ("Apocalypto", 2006). Direção: Mel Gibson
Observando Borboletas:Uma experiência para o monitoramento de fauna em Unidades de Conservação
Boa leitura
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Página 02 - Março 2012
Assessora de Comunicação: Tatiana Lima (MTB 4214/MG) - Editor Chefe: Eduardo Gomes - Repórteres: Clarissa Barcellar, Delbert Bittencourt, Josiane Santos e Fernanda Farias Editoração Eletrônica: Juliana Lima - Revisão: - Fotos: Eduardo Gomes, Marcelo Callegone Tiragem: 1000 - Edição 17 -Março - ISSN 2175-0866. Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI.
Fernanda Farias
+55 92 3643-3100 / 3104 [email protected] ascom_inpa
Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia - INPA/MCTI
Expediente Fale com a redação
Ministério daCiência e Tecnologia e Inovação
Tome Ciência
Entre os dias 27 e 29 de abril, a Soci-
edade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC) realizará uma reedição
da Reunião Regional de Oriximiná ocor-
rida em 2008 com o tema: Educação e
Ciência na Amazônia, que na ocasião
superou as expectativas em número de
participantes, atraindo mais que o
dobro dos 600 inscritos.
A Reunião Anual de 2012 reeditará o
tema, apresentando novidades em
educação e ciência na região, a exem-
plo da implantação da Universidade
Federal do Oeste do Pará (UFOPA),
com cursos de graduação ofertados
pelo Plano Nacional de Formação de
Professores (PARFOR); e a criação de
novos institutos de pesquisa, como o
Instituto Nacional de Ciência e Tecnolo-
gia de Adaptações da Biota Aquática da
Amazônia (ADAPTA).
Projeto Circuito da Ciência do Inpa inicia atividades
A Assessoria de Comunicação do
Instituto Nacional de Pesquisa da Ama-
zônica (Inpa/MCTI) iniciou 2012 com a
realização de mais um Encontro Cons-
ciência. Em sua sexta edição, o encon-
tro, que visa promover a difusão do
jornalismo científico entre profissionais
de comunicação e também estudantes
de jornalismo, busca consolidar o inte-
resse popular sobre a área científica.
O evento, que aconteceu em Balbi-
na, a 187km de Manaus, foi realizado
em parceria com o Centro de Preserva-
ção e Pesquisas de Mamíferos Aquáti-
cos (CPPMA) e a Associação Amigos
do Peixe-Boi (AMPA), organização não
governamental (ONG) conveniada
com o Laboratório de Mamíferos Aquá-
ticos (LMA) do Inpa, abordando a temá-
tica de preservação dos mamíferos
aquáticos da Amazônia.
Peixe-boi da Amazônia foi tema do primeiro Encontro Consciência de 2012
SBPC vai discutir “Educação e Ciência na Amazônia”
Boa Leitura | Observando Borboletas: Uma experiência para o monitoramento
Divulgação SBPCFoto: Eduardo Gomes
Finalizando o mês de março, o Insti-
tuto Nacional de Pesquisas da Amazô-
nia (Inpa/MCTI) promoveu o 1ª Circuito
da Ciência de 2012, tendo como desta-
que os 17 anos do Bosque da Ciência.
O evento contou com a participação
do vice-diretor do Inpa, Estevão Monte-
iro; o coordenador de Extensão, Carlos
Bueno; o coordenador do Circuito da
Ciência, Jorge Lobato; o presidente da
Comissão do Meio Ambiente da
Assembleia Legislativa do Amazonas
(ALEAM), Luiz Castro; e o representan-
te da empresa Moto Honda da Amazô-
nia, Josué Campos.
Os coordenadores e colaboradores
parabenizaram o Bosque e ressalta-
ram que em todo esse tempo o Bosque
já recebeu 1,4 milhões de visitantes,
entre estudantes, pesquisadores e
turistas de vários lugares do mundo.
Foto: Eduardo Gomes
A cartilha foi elaborada com base nos levantamentos de borboletas, realizados
com a colaboração de moradores de duas Unidades de Conservação no Estado do
Amazonas. São elas: O Parque Nacional do Jaú, localizado no Baixo Rio Negro e a
Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus, no Rio Purus. Nas duas
Unidades de Conservação, este trabalho representa a primeira atividade
relacionada a este grupo de insetos.
O objetivo da obra é contribuir para a diminuição das lacunas de conhecimento da
biodiversidade amazônica. O trabalho representa uma ferramenta de uso no
treinamento e capacitação de pessoas que colaboram efetivamente na gestão de
Unidades de Conservação, mas não possuem acesso aos documentos técnicos já
produzidos.
Os interessados em adquirí-la podem entrar em contato com a Editora Inpa, por
meio do telefone 3643-3223
bro da Rede Brasileira de Jornalismo
Ambiental (RBJA), Adalberto Marcon-
des.
Para o coordenador de Extensão do
Inpa, Carlos Bueno, a participação do
Instituto neste evento representa a
busca pelo avanço cientifico e educaci-
onal. “Nossa ideia é mostrar como a
ciência e a tecnologia podem contri-
buir com desenvolvimento regional.
Assim, como um manejo mais adequa-
do, conhecendo conceitos, cenários, e
o que pode acontecer se a exploração
não for adequada”, afirmou.
“Esses conceitos que vão mudando,
se a gente for pensar nos últimos 20
anos, da Rio +92 pra Rio +20, nesse
período as coisas mudaram muito e
mudam no cotidiano, palavras novas
vão surgindo, conceitos novos, e preci-
samos discutir pra entender exatamen-
te o que significa isso e essa discussão
Março - Página 03Educação e Sociedade
Inpa debate comunicação socioambiental no I ECSA
O Instituto participou do I Encontro de Comunicação Socioambiental do Amazonas (ECSA) em busca de contribuir no entendimento entre especialistas na área ambiental e profissionais da comunicação
|Clarissa BacellarDa equipe do Divulga Ciência
Durante o dia (21) de março, o Insti-
tuto Nacional de Pesquisas da Amazô-
nia (Inpa/MCTI) participou do I Encon-
tro de Comunicação Socioambiental do
Amazonas (ECSA), promovido pela
Secretaria de Estado do Meio
Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (SDS), no auditório
do Hotel Caesar Business (Ave-
nida Darcy Vargas, 654).
O evento propôs debater os
temas que serão abordados na
Rio+20 (Conferência da Organi-
zação das Nações Unidas
(ONU), sobre a proteção do
meio ambiente), a economia
verde no contexto da sustentabi-
lidade e na erradicação da pobreza, e
ainda o quadro institucional para o
desenvolvimento sustentável.
Compondo o segundo painel, “A
governança e a comunicação socioam-
biental no Amazonas”, durante a tarde,
estavam: o coordenador de Extensão
do Inpa, Carlos Bueno; o secretário de
Estado de Ciência e Tecnologia, Ode-
nildo Sena; as jornalistas, Daniela Assa-
yag, Marcela Rosa e Amélia Gonzalez;
o editor, Edemar Gregório; o superin-
tendente geral da Fundação Amazônia
Sustentável (FAS), Virgilio Viana; e
mediando o debate, o jornalista mem-
parte exatamente em ser eficaz, “
vamos fazer acontecer”, economia
verde, sustentável. O homem já tem
que pensar dessa forma”, disse Bueno,
referindo-se a eficácia das propostas
que o evento pretende gerar e levar à
conferência da ONU.
E para o secretário de Estado de
Ciência e Tecnologia, Odenildo
Sena, como bem exemplificou ao
abordar o desaparecimento de
igarapés (curso d\'água caracte-
rizado por pouca profundidade e
por correrem quase no interior da
mata), muitas vezes desconheci-
dos pelas gerações mais jovens,
“na comunicação socioambiental
o desafio é o apagamento da
história”. “E depois, como
reconstruir essa história, até como
argumento forte, para a gente dissemi-
nar a ideia de preservação, se essa
história está apagada?”, instiga Sena.
O evento irá gerar propostas e diretri-
zes que serão reunidas e enviadas
para a Rio+20, logo o papel do Inpa,
nas palavras de Bueno, “não é só mos-
trar a situação, mas ser pró-ativo e
mostrar propostas de como devemos
nos conduzir, para que os representan-
tes se comprometam com o desenvol-
vimento nos próximos anos”.
‘‘ ‘‘A nossa ideia aqui é mostrar como
que a ciência e tecnologia podem contribuir (...) para melhor entender
a natureza
Foto: Eduardo Gomes
Página 04 - Março 2012
Inpa recebeu professores da Universidade de Tennessee
Acervo de Coleções do Inpa participa de exposição inédita
A exposição ocorreu de 5 a 9 de março durante o XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia (CBZ) no Centro de convenções da Bahia, em Salvador
|Delber BitencoutDa equipe do Divulga Ciência
Durante a manhã do dia 20, o
Instituto Nacional de Pesquisa da
Amazônia (Inpa/MCTI) recebeu
professores da Universidade de
Tennessee, localizada nos EUA,
com intuito de promover o intercâm-
bio de alunos das duas Instituições,
pelo Programa do Governo Fede-
ral,“Ciencia Sem Fronteiras” e do
interesse da própria Universidade.
Durante a primeira reunião, o
vice-diretor do Inpa, Estevão Monte-
iro, juntamente com pesquisadores
do Instituto, puderam apresentar as
instalações do Inpa, explicando
mais sobre o funcionamento do
Instituto, e mostrando de que forma
o Inpa busca oferecer uma estrutura
de qualidade aos seus bolsistas.
O interesse da Universidade de
Tennessee em se agregar às ativi-
dades de pesquisas que o Inpa rea-
liza, nos mostra que temos capaci-
dade de formar profissionais qualifi-
cados para qualquer lugar do mun-
do”, comentou.
Mudanças climáticas afetam flo-
restas do Tennessee
Durante a tarde de ontem, o pro-
fessor da Universidade de Tennes-
see, Donald Holdges, palestrou para
alguns bolsistas sobre a situação das
florestas de Tennessee, impactadas
diretamente pelo uso indevido de
terras e de animais nativos.
“As florestas no Tennessee estão-
mais vulneráveis às mudanças climá-
ticas nas próximas décadas, daí a
importância de estudos que avaliam o
potencial nos ecossistemas florestais
do Estado e no desenvolvimento soci-
oeconômico”, explicou Holdges.
Os professores da Universidade
visitaram a Reserva Adolpho Ducke e
a estação ecológica do Cuieiras
Programa Ciência Sem Fronteira
Ciência sem Fronteiras é um pro-
grama que busca promover a consoli-
dação, expansão e internacionaliza-
ção da ciência e tecnologia, da inova-
ção e da competitividade brasileira
por meio do intercâmbio e da mobili-
dade internacional.
A iniciativa é fruto de esforço conjunto
dos Ministérios da Ciência, Tecnolo-
gia e Inovação (MCTI) e do Ministério
da Educação (MEC), por meio das
instituições de fomento:CNPq e
Capes, e Secretarias de Ensino Supe-
rior e de Ensino Tecnológico do MEC.
“Pelo programa Ciência Sem Fronteiras, nosso bolsistas terão oportunidade de fazer intercâmbio”, expõe o vice-diretor do Inpa, Estevão Monteiro
|Da equipe do Divulga CiênciaFernanda Farias
Meio Ambiente
Foto: Eduardo Gomes
O Programa de Acervos de Cole-
ções Científicas (PCAC) do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCTI) participa pela primeira vez
de uma grande exposição. Trata-se da
exposição inédita "Museus e Animais -
Memórias do Brasil" junto com mais 16
museus e coleções brasileiras, dentre
as quais estão o Museu Paraense Emi-
lio Goeldi,Instituto Butantan, Instituto
Científico Vital Brazil e Museu Nacional
do Rio de Janeiro.
Essa é a primeira vez que ocorre
esse tipo de exposição em um Con-
gresso Brasileiro de Zoologia, cujo
principal objetivo é ressaltar a impor-
tância da memória da biodiversidade
brasileira.
O stand das Coleções Zoológicas do
Inpa destaca-se por suas peculiarida-
des das espécies amazônicas, como o
gavião-real, preguiça, piraíba, bacu-
pedra, tartarugas amazônicas e inver-
tebrados diversos (insetos, crustáceos
e aranhas) e publicações da editora.
“Dentre as publicações que trouxemos
os mais vendidos no congresso são os
livros: Biodiversidade do médio madei-
ra; Tartarugas da Amazônia; Entomolo-
gia da Amazônia Brasileira; Guia de
Sapos e o Cd Vozes da Amazônia Bra-
sileira”, conta a técnica do Inpa, pre-
sente no evento, Shirley Cavalcante.
Biodiversidade e memória
O objetivo do evento foi atentar para
a importância desses museus para a
preservação do patrimônio e memória
da biodiversidade nacional. A exposi-
ção, que é vinculada à temática do 29º
CBZ “Biodiversidade e Memória”, visa
o compartilhamento de experiências
para a educação científica em museus,
valorizando este espaço de grande
importância regional.
Jogos, brincadeiras e teatro de fan-
toches também são atividades da expo-
sição que fizeram a alegria de crianças
e visitantes de todas as gerações.
Março - Página 05Ciência e Tecnologia - Divulga Ciência
Inpa desenvolve sistema prático para sutura de ferimentosO sistema bioabsorvível é um novo processo cujo pedido de patente foi depositado ano passado e que contém partes que podem ser absorvidas pelo organismo
Baseado na técnica biônica - obser-
vação dos sistemas vivos da natureza
para empregar em processos, técnicas
ou princípios que possam ajudar na
criação de projeto - a designer industri-
al Thays Obando, com a ajuda e
sob a orientação do pesquisador
do Instituto Nacional de Pesqui-
sas da Amazônia (Inpa/MCTI),
Carlos Cleomir, desenvolveram
um sistema de grampo sutura
bioabsorvível.
No desenvolvimento desse
novo processo, a designer fez
levantamento de polímeros bior-
reabsorvíveis já existentes,
empregados em tecidos que
necessitam de um suporte tempo-
rário para sua recomposição tecidual.
Esse processo inseriu materiais
como ácido poliglicólico (PGA) e o
polidioxanona (PDS) já utilizados na
forma de parafusos, pinos e placas nas
aplicações ortopédicas e cirurgias
orais em humanos e animais.
Os materiais citados têm uma longa
história no uso de suturas cirúrgicas
degradáveis e são aprovados para uso
em humanos pela Food and Drug Admi-
nistration, instituição americana res-
ponsável pela proteção à saúde públi-
ca, e garantir a segurança e eficácia de
medicamentos de uso humano e vete-
rinário, produtos biológicos, dispo-
sitivos médicos, cosméticos e
produtos que emitem radiação.
Obando explica: “nesse novo pro-
cesso foram trabalhados dispositivos
biorreabsorvível porque se pretendia
fazer uma analogia à técnica de sutura
com formigas, realizadas pelos índios,
que durante o tempo da cicatrização as
formigas se esfarelam e caem por
conta própria. Assim, no grampo de
sutura anterior, de liga de aço cromo e
silicone, foi acrescentado polímero
biorreabsorvível, tornando esse novo
processo mais prático, pois os gram-
pos de sutura em geral têm que retor-
nar ao médico para retirar, como esse
foi adicionado um material reabsorví-
vel, encarrega-se de absorver na pele
e soltar por conta própria”.
“As propriedade desses materiais
podem ser alteradas a fim de prover
rigidez suficiente para penetrar
e fixar na pele, degradando-se
ao tempo da cicatrização. Com-
binação perfeita para perfurar,
encaixar, juntar, cicatrizar e sol-
tar da pele”, destaca a designer.
A equipe está aguardando
negociação com alguma empre-
sa para produção do protótipo
do grampo sutura. Somente
após a criação do protótipo é
que poderá ser testado em humanos.
Interdisciplinaridade
O estudo demonstra que a aplicação
do conhecimento é multidisciplinar, e a
Coordenação de Extensão Tecnológi-
ca e Inovação (CETI) do Inpa, analisa
projetos com potencial de proteção.
‘‘ ‘‘As propriedade desses materiais podem ser
alteradas a fim de prover rigidez suficiente para penetrar e fixar na pele
|Da equipe do Divulga CiênciaJosiane Santos
Filme Apocalíptico ("Apocalypto", 2006). Direção: Mel Gibson
Página 06 - Março 2012 Ciência e Teconologia
O Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (Inpa/MCTI) está em
negociação com três investidores do
Estado do Rio de Janeiro para produ-
ção em larga escala de aproximada-
mente dez tecnologias desenvolvidas
pelo Instituto.
Eles representam a empre-
sa Z7Zoe e estão interessados
em produzir tecnologias
desenvolvidas pelo Inpa nas
áreas de cosméticos, saúde e
fitoterápicos. “Desde o princí-
pio, a empresa objetiva a sus-
tentabilidade e apoio à saúde
de maneira orgânica. Daí ima-
ginamos que toda diversidade
Amazônica, pudessem ser o
carro chefe da empresa. A produtivi-
dade da matéria prima sempre será
feita no estado beneficiando a comu-
nidade”, explica José Antonio Silva
Lino, um dos investidores.
Lino afirma que o interesse surgiu
depois de conhecer o que o Inpa
desenvolve por meio de divulgação.
Após os primeiros contatos, iniciou o
processo de estudos e negociação de
algumas tecnologias desenvolvidas
pelo Instituto. O início da produção
depende da finalização dessas negoci-
ações.
A coordenadora de Extensão Tecno-
lógica e Inovação (CETI) do Inpa,
Rosângela Bentes, ressaltou que a
procura é um reflexo das divulgações
das atividades que o Inpa realiza. “A
idéia é exatamente essa: divul-
gar essas tecnologias que foram
desenvolvidas com o objetivo de atrair
e estimular investidores, micro e
pequenas empresas para apresentar
as possibilidades de licenciamento.
Bem como o apoio que o governo dis-
ponibiliza para as empresas que que-
rem investir em produtos de base tec-
nológica, e isso tem ocorrido constan-
temente. O retorno que estamos tendo
em ter em nossa rotina de trabalho a
efetiva interação com investidores e
empresários para negociar e entender
sobretudo a necessidade do mercado
de seu seguimento, além de apresen-
tar as tecnologias e a cadeia de acesso
à matéria prima, e por fim transferir
para eles da melhor forma as tecnolo-
gia. Temos a sinalização das empre-
sas para interesses de parceria com o
Inpa nessa questão de patente”, res-
salta Bentes.
Parcerias anteriores
No ano passado, o Inpa assinou o
contrato de transferência de tecnolo-
gia para o uso das patentes para as
empresas Biozer da Amazônia e Néc-
tar Frutas da Amazônia, com sede em
Manaus. As empresas irão utilizar as
patentes dos pesquisadores para for-
mularem novos produtos a partir dos
processos desenvolvidos pelo Institu-
to.
Outra parceria realizada foi com a
empresa Knorr Produtos Técnicos, do
Rio Grande do Sul, que prevê a produ-
ção de corantes naturais por meio de
resíduos sólidos.
| Josiane SantosDa equipe do Divulga Ciência
Inpa negocia transferência de pelo menos dez tecnologias para comercializaçãoEm 2011, foram nove produtos enviados para receber proteção do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi)
‘‘‘‘ Temos a sinalização das empresas para
interesses de parceria com o Inpa nessa
questão de patente
Foto: Josiane Santos
rada, no Pacífico Equatorial, este fenô-
meno contribuiu para o aumento das
chuvas na região. Isso fez o rio encher
de forma rápida. O nível do rio no início
do ano estava na média histórica e
atingiu em dois meses um recorde”,
explica Schöngart.
“O aumento de chuvas (durante
La Niña) e diminuição de chuvas
(durante El Niño) nas cabeceiras do
rio Solimões e seus afluentes, resulta
em cheias mais severas (La Niña) e
cheias mais fracas (El Niño) na Amazô-
nia Central”, alerta.
Ciclo hidrológico
A Amazônia Central possui um ciclo
hidrológico caracterizado por uma
cheia, geralmente na segunda quinze-
‘‘ ‘‘O nível do rio no início do ano estava na média histórica e
atingiu em dois meses um recorde
Março - Página 07Pesquisa - Divulga Ciência
Estudo do Inpa prevê para este ano uma cheia das mais severas já registradasA previsão de cheia deste ano está 10 cm abaixo da maior cheia já registrada em 2009 com 29,77m
Segundo pesquisa realizada pelo
Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCTI) em parceria
com o Instituto Max Planck de Química
(MPIC) a cheia deste ano será das
mais severas já registradas no Amazo-
nas, com média prevista para 29,67m
(margem de erro de 29,29-30,05
m), apenas 10cm abaixo que a
maior cheia já registra em 2009.
Previsões de cheia são realiza-
das desde 2005 pelo pesquisador
Jochen Schöngart do MPIC em
parceria com o Inpa. O estudo
prevê com antecedência média de
100 dias o nível máximo com um
erro médio de 38 cm. Os dados
foram baseados em um modelo
publicado no Journal of Hydrology
que prevê cheia para a região de Mana-
us e arredores utilizando dados do
nível d'água atual e a situação no Pací-
fico Equatorial (indicado pelo Índice da
Oscillação Sul).
No início de março o rio negro regis-
trou níveis recordes para este período.
“Nunca no início de março o rio foi tão
alto. Como temos uma La Ninã mode-
na de junho, e uma vazante, geralmen-
te no final de outubro.
Segundo Schöngart, nos últimos 25
anos as cheias indicam uma leve ten-
dência de aumento e as secas tendem
ser mais severas. As diferenças calcu-
ladas entre cheia e seca (amplitude
anual) aumentaram durante este
período resultando na maior amplitude
anual registrada ano passado com
14,99 m.
Com 110 anos de dados da
série temporal em Manaus, o
pesquisador afirma que ainda
não é suficiente para entender a
variabilidade natural do ciclo
hidrológico e os fatores externos
que influenciam o regime.
Existe uma grande preocupa-
ção à espeito de futuras cheias e
secas no contexto das mudan-
ças climáticas, por isso o Inpa, MPIC e
o Grupo de pesquisa Ecologia, Monito-
ramento e Uso Sustentável de áreas
Úmidas (Maua) estão trabalhando na
reconstrução do regime hidrológico
utilizando anéis de crescimento de
árvores das florestas alagáveis.
| Josiane SantosDa equipe do Divulga Ciência
Fonte: Jochen Schöngart
Página 08 - Março 2012
Inpa leva educação ambiental às escolas públicas de ManausPor meio de projeto desenvolvido no Instituto, os estudantes da rede pública de ensino de Manaus tem a oportunidade de conhecer e aprender a cuidar da Reserva Florestal Adolpho Ducke
Com o objetivo de apresentar a
Reserva Florestal Adolpho Ducke, por
meio de estratégias que envolvem a
educação ambiental, o projeto para
crianças e jovens “Um olhar para a
Reserva Florestal Ducke” (Educke),
coordenado pelo Laboratório de
Psicologia e Educação Ambiental
(Lapsea) do Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (Inpa/
MCTI), em conjunto com a Associa-
ção dos Servidores do Inpa (Assin-
pa), retoma nesta terça-feira (20) a
realização de oficinas e exposições
junto a 27 escolas públicas que com-
põem o sistema estadual e munici-
pal de ensino da cidade de Manaus.
A primeira escola agraciada pelo
projeto foi a Escola Estadual Marechal
Hermes, localizada no bairro Nova
Esperança, zona oeste de Manaus. O
projeto que conta com o patrocínio das
empresas Petróleo Brasileiro S.A (Pe-
trobras) e Moto Honda da Amazônia
desde 2010, leva aos alunos do 6º ano
do ensino fundamental, exposições,
jogos e palestras que visam a populari-
zação do conhecimento sobre a biodi-
versidade da reserva para os estudantes.
As escolas participantes foram selecio-
nadas aleatoriamente nas várias regiões
de Manaus e a partir da aceitação da reali-
zação das atividades foram incluí-
das em um cronograma, contem-
plando desta forma a participação
de cerca de 500 alunos nas oficinas e
5.000 alunos nas exposições. As esco-
las participantes recebem ainda um kit de
material didático (jogo quebra-charadas e
guia temático) para uso em suas ativida-
des escolares.
Educke
O projeto Educke é desenvolvido desde
2004, mas foi a partir de 2011 que se
ampliou como programa de educação
ambiental e divulgação científica, tendo
Educação e Sociedade
|Eduardo GomesDa equipe do Divulga Ciência
‘‘ ‘‘Os conhecimentos deste livro
servirão também de fonte de consultas para trabalhos voltados
para pesquisas
como meta principal, alertar a cida-
de para os cuidados que a popula-
ção precisa ter com a Reserva Flo-
restal Ducke e todos os organismos
e sistemas dessa área. Nessa etapa
estão envolvidos diretamente estu-
dantes do ensino fundamental em
atividades que objetivam a
sensibilização ambiental e
proteção do local.
Além das oficinas, as escolas
recebem também exposição de
banners e também jogos e dinâ-
micas desenvolvidas em gru-
pos, que facilitam na troca de
conhecimento entre alunos e
pesquisadores.
Juntamente com a equipe de
educadores e estagiários do Lap-
sea, participam no desenvolvimento
das atividades, cerca de dez jovens,
participantes do projeto Jovens
Ambientalistas que atuam como
monitores das atividades a serem
desenvolvidas nas escolas, mais
particularmente na exposição e
condução de jogos e dinâmicas
educativas.
Foto: Marcelo Callegone