Divulga Ciência - Março/2012

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Jornal do Inpa Manaus, Março 2012 - Ano IV - Ed.18- ISSN 2175-0866 www.inpa.gov.br Inpa levou educação às escolas públicas de Manaus Encontro ConsCiência aconteceu em Balbina Projeto Circuito da Ciência do Inpa inicia atividades SBPC vai discutir “Educação e Ciência na Amazônia” Inpa desenvolve sistema prático para sutura de ferimentos Inpa negociou transferência de pelo menos dez tecnologias para comercialização Em 2011, foram nove produtos enviados para receber proteção do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) Inpa recebeu professores da Universidade de Tennessee para novas parcerias “Através do programa Ciência Sem Fronteiras, vamos dar a oportunidade de intercâmbio para nossos bolsistas”, expõe o vice-diretor do Inpa, Estevão Monteiro Pág. 02 Pág. 02 Pág. 02 Pág. 08 Pág. 03 Pág. 04 Inpa debate comunicação socioambiental no I ECSA O Instituto participou do I Encontro de Comunicação Socioambiental do Amazonas (ECSA) em busca de contribuir no entendimento entre especialistas na área ambiental e profissionais da comunicação Pág. 06 Foto: Eduardo Gomes O sistema bioabsorvível é um novo processo cujo pedido de patente foi depositado ano passado e que contém partes que podem ser absorvidas pelo organismo Foto: Josiane Santos Foto: Eduardo Gomes Filme Apocalíptico ("Apocalypto", 2006). Direção: Mel Gibson Observando Borboletas: Uma experiência para o monitoramento de fauna em Unidades de Conservação Boa leitura Pág. 02

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Jornal de divulgação científica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA

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Jornal do Inpa

Manaus, Março 2012 - Ano IV - Ed.18- ISSN 2175-0866www.inpa.gov.br

Inpa levou educação às escolas públicas de Manaus

Encontro ConsCiência aconteceu em Balbina

Projeto Circuito da Ciência do Inpa inicia atividades

SBPC vai discutir “Educação e Ciência na Amazônia”

Inpa desenvolve sistema prático para sutura de ferimentos

Inpa negociou transferência de pelo menos dez tecnologias para comercialização

Em 2011, foram nove produtos enviados para receber proteção do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi)

Inpa recebeu professores da Universidade de Tennessee para novas parcerias

“Através do programa Ciência Sem Fronteiras, vamos dar a oportunidade de intercâmbio para nossos bolsistas”, expõe o vice-diretor do Inpa, Estevão Monteiro

Pág. 02

Pág. 02

Pág. 02

Pág. 08

Pág. 03 Pág. 04

Inpa debate comunicação socioambiental no I ECSA

O Instituto participou do I Encontro de Comunicação Socioambiental do Amazonas (ECSA) em busca de contribuir no entendimento entre especialistas na área ambiental e profissionais da comunicação

Pág. 06

Foto: Eduardo Gomes

O sistema bioabsorvível é um novo processo cujo pedido de patente foi depositado ano passado e que contém partes que podem ser absorvidas pelo organismo

Foto: Josiane SantosFoto: Eduardo Gomes

Filme Apocalíptico ("Apocalypto", 2006). Direção: Mel Gibson

Observando Borboletas:Uma experiência para o monitoramento de fauna em Unidades de Conservação

Boa leitura

Pág. 02

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Página 02 - Março 2012

Assessora de Comunicação: Tatiana Lima (MTB 4214/MG) - Editor Chefe: Eduardo Gomes - Repórteres: Clarissa Barcellar, Delbert Bittencourt, Josiane Santos e Fernanda Farias Editoração Eletrônica: Juliana Lima - Revisão: - Fotos: Eduardo Gomes, Marcelo Callegone Tiragem: 1000 - Edição 17 -Março - ISSN 2175-0866. Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI.

Fernanda Farias

+55 92 3643-3100 / 3104 [email protected] ascom_inpa

Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia - INPA/MCTI

Expediente Fale com a redação

Ministério daCiência e Tecnologia e Inovação

Tome Ciência

Entre os dias 27 e 29 de abril, a Soci-

edade Brasileira para o Progresso da

Ciência (SBPC) realizará uma reedição

da Reunião Regional de Oriximiná ocor-

rida em 2008 com o tema: Educação e

Ciência na Amazônia, que na ocasião

superou as expectativas em número de

participantes, atraindo mais que o

dobro dos 600 inscritos.

A Reunião Anual de 2012 reeditará o

tema, apresentando novidades em

educação e ciência na região, a exem-

plo da implantação da Universidade

Federal do Oeste do Pará (UFOPA),

com cursos de graduação ofertados

pelo Plano Nacional de Formação de

Professores (PARFOR); e a criação de

novos institutos de pesquisa, como o

Instituto Nacional de Ciência e Tecnolo-

gia de Adaptações da Biota Aquática da

Amazônia (ADAPTA).

Projeto Circuito da Ciência do Inpa inicia atividades

A Assessoria de Comunicação do

Instituto Nacional de Pesquisa da Ama-

zônica (Inpa/MCTI) iniciou 2012 com a

realização de mais um Encontro Cons-

ciência. Em sua sexta edição, o encon-

tro, que visa promover a difusão do

jornalismo científico entre profissionais

de comunicação e também estudantes

de jornalismo, busca consolidar o inte-

resse popular sobre a área científica.

O evento, que aconteceu em Balbi-

na, a 187km de Manaus, foi realizado

em parceria com o Centro de Preserva-

ção e Pesquisas de Mamíferos Aquáti-

cos (CPPMA) e a Associação Amigos

do Peixe-Boi (AMPA), organização não

governamental (ONG) conveniada

com o Laboratório de Mamíferos Aquá-

ticos (LMA) do Inpa, abordando a temá-

tica de preservação dos mamíferos

aquáticos da Amazônia.

Peixe-boi da Amazônia foi tema do primeiro Encontro Consciência de 2012

SBPC vai discutir “Educação e Ciência na Amazônia”

Boa Leitura | Observando Borboletas: Uma experiência para o monitoramento

Divulgação SBPCFoto: Eduardo Gomes

Finalizando o mês de março, o Insti-

tuto Nacional de Pesquisas da Amazô-

nia (Inpa/MCTI) promoveu o 1ª Circuito

da Ciência de 2012, tendo como desta-

que os 17 anos do Bosque da Ciência.

O evento contou com a participação

do vice-diretor do Inpa, Estevão Monte-

iro; o coordenador de Extensão, Carlos

Bueno; o coordenador do Circuito da

Ciência, Jorge Lobato; o presidente da

Comissão do Meio Ambiente da

Assembleia Legislativa do Amazonas

(ALEAM), Luiz Castro; e o representan-

te da empresa Moto Honda da Amazô-

nia, Josué Campos.

Os coordenadores e colaboradores

parabenizaram o Bosque e ressalta-

ram que em todo esse tempo o Bosque

já recebeu 1,4 milhões de visitantes,

entre estudantes, pesquisadores e

turistas de vários lugares do mundo.

Foto: Eduardo Gomes

A cartilha foi elaborada com base nos levantamentos de borboletas, realizados

com a colaboração de moradores de duas Unidades de Conservação no Estado do

Amazonas. São elas: O Parque Nacional do Jaú, localizado no Baixo Rio Negro e a

Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus, no Rio Purus. Nas duas

Unidades de Conservação, este trabalho representa a primeira atividade

relacionada a este grupo de insetos.

O objetivo da obra é contribuir para a diminuição das lacunas de conhecimento da

biodiversidade amazônica. O trabalho representa uma ferramenta de uso no

treinamento e capacitação de pessoas que colaboram efetivamente na gestão de

Unidades de Conservação, mas não possuem acesso aos documentos técnicos já

produzidos.

Os interessados em adquirí-la podem entrar em contato com a Editora Inpa, por

meio do telefone 3643-3223

Page 3: Divulga Ciência - Março/2012

bro da Rede Brasileira de Jornalismo

Ambiental (RBJA), Adalberto Marcon-

des.

Para o coordenador de Extensão do

Inpa, Carlos Bueno, a participação do

Instituto neste evento representa a

busca pelo avanço cientifico e educaci-

onal. “Nossa ideia é mostrar como a

ciência e a tecnologia podem contri-

buir com desenvolvimento regional.

Assim, como um manejo mais adequa-

do, conhecendo conceitos, cenários, e

o que pode acontecer se a exploração

não for adequada”, afirmou.

“Esses conceitos que vão mudando,

se a gente for pensar nos últimos 20

anos, da Rio +92 pra Rio +20, nesse

período as coisas mudaram muito e

mudam no cotidiano, palavras novas

vão surgindo, conceitos novos, e preci-

samos discutir pra entender exatamen-

te o que significa isso e essa discussão

Março - Página 03Educação e Sociedade

Inpa debate comunicação socioambiental no I ECSA

O Instituto participou do I Encontro de Comunicação Socioambiental do Amazonas (ECSA) em busca de contribuir no entendimento entre especialistas na área ambiental e profissionais da comunicação

|Clarissa BacellarDa equipe do Divulga Ciência

Durante o dia (21) de março, o Insti-

tuto Nacional de Pesquisas da Amazô-

nia (Inpa/MCTI) participou do I Encon-

tro de Comunicação Socioambiental do

Amazonas (ECSA), promovido pela

Secretaria de Estado do Meio

Ambiente e Desenvolvimento

Sustentável (SDS), no auditório

do Hotel Caesar Business (Ave-

nida Darcy Vargas, 654).

O evento propôs debater os

temas que serão abordados na

Rio+20 (Conferência da Organi-

zação das Nações Unidas

(ONU), sobre a proteção do

meio ambiente), a economia

verde no contexto da sustentabi-

lidade e na erradicação da pobreza, e

ainda o quadro institucional para o

desenvolvimento sustentável.

Compondo o segundo painel, “A

governança e a comunicação socioam-

biental no Amazonas”, durante a tarde,

estavam: o coordenador de Extensão

do Inpa, Carlos Bueno; o secretário de

Estado de Ciência e Tecnologia, Ode-

nildo Sena; as jornalistas, Daniela Assa-

yag, Marcela Rosa e Amélia Gonzalez;

o editor, Edemar Gregório; o superin-

tendente geral da Fundação Amazônia

Sustentável (FAS), Virgilio Viana; e

mediando o debate, o jornalista mem-

parte exatamente em ser eficaz, “

vamos fazer acontecer”, economia

verde, sustentável. O homem já tem

que pensar dessa forma”, disse Bueno,

referindo-se a eficácia das propostas

que o evento pretende gerar e levar à

conferência da ONU.

E para o secretário de Estado de

Ciência e Tecnologia, Odenildo

Sena, como bem exemplificou ao

abordar o desaparecimento de

igarapés (curso d\'água caracte-

rizado por pouca profundidade e

por correrem quase no interior da

mata), muitas vezes desconheci-

dos pelas gerações mais jovens,

“na comunicação socioambiental

o desafio é o apagamento da

história”. “E depois, como

reconstruir essa história, até como

argumento forte, para a gente dissemi-

nar a ideia de preservação, se essa

história está apagada?”, instiga Sena.

O evento irá gerar propostas e diretri-

zes que serão reunidas e enviadas

para a Rio+20, logo o papel do Inpa,

nas palavras de Bueno, “não é só mos-

trar a situação, mas ser pró-ativo e

mostrar propostas de como devemos

nos conduzir, para que os representan-

tes se comprometam com o desenvol-

vimento nos próximos anos”.

‘‘ ‘‘A nossa ideia aqui é mostrar como

que a ciência e tecnologia podem contribuir (...) para melhor entender

a natureza

Foto: Eduardo Gomes

Page 4: Divulga Ciência - Março/2012

Página 04 - Março 2012

Inpa recebeu professores da Universidade de Tennessee

Acervo de Coleções do Inpa participa de exposição inédita

A exposição ocorreu de 5 a 9 de março durante o XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia (CBZ) no Centro de convenções da Bahia, em Salvador

|Delber BitencoutDa equipe do Divulga Ciência

Durante a manhã do dia 20, o

Instituto Nacional de Pesquisa da

Amazônia (Inpa/MCTI) recebeu

professores da Universidade de

Tennessee, localizada nos EUA,

com intuito de promover o intercâm-

bio de alunos das duas Instituições,

pelo Programa do Governo Fede-

ral,“Ciencia Sem Fronteiras” e do

interesse da própria Universidade.

Durante a primeira reunião, o

vice-diretor do Inpa, Estevão Monte-

iro, juntamente com pesquisadores

do Instituto, puderam apresentar as

instalações do Inpa, explicando

mais sobre o funcionamento do

Instituto, e mostrando de que forma

o Inpa busca oferecer uma estrutura

de qualidade aos seus bolsistas.

O interesse da Universidade de

Tennessee em se agregar às ativi-

dades de pesquisas que o Inpa rea-

liza, nos mostra que temos capaci-

dade de formar profissionais qualifi-

cados para qualquer lugar do mun-

do”, comentou.

Mudanças climáticas afetam flo-

restas do Tennessee

Durante a tarde de ontem, o pro-

fessor da Universidade de Tennes-

see, Donald Holdges, palestrou para

alguns bolsistas sobre a situação das

florestas de Tennessee, impactadas

diretamente pelo uso indevido de

terras e de animais nativos.

“As florestas no Tennessee estão-

mais vulneráveis às mudanças climá-

ticas nas próximas décadas, daí a

importância de estudos que avaliam o

potencial nos ecossistemas florestais

do Estado e no desenvolvimento soci-

oeconômico”, explicou Holdges.

Os professores da Universidade

visitaram a Reserva Adolpho Ducke e

a estação ecológica do Cuieiras

Programa Ciência Sem Fronteira

Ciência sem Fronteiras é um pro-

grama que busca promover a consoli-

dação, expansão e internacionaliza-

ção da ciência e tecnologia, da inova-

ção e da competitividade brasileira

por meio do intercâmbio e da mobili-

dade internacional.

A iniciativa é fruto de esforço conjunto

dos Ministérios da Ciência, Tecnolo-

gia e Inovação (MCTI) e do Ministério

da Educação (MEC), por meio das

instituições de fomento:CNPq e

Capes, e Secretarias de Ensino Supe-

rior e de Ensino Tecnológico do MEC.

“Pelo programa Ciência Sem Fronteiras, nosso bolsistas terão oportunidade de fazer intercâmbio”, expõe o vice-diretor do Inpa, Estevão Monteiro

|Da equipe do Divulga CiênciaFernanda Farias

Meio Ambiente

Foto: Eduardo Gomes

O Programa de Acervos de Cole-

ções Científicas (PCAC) do Instituto

Nacional de Pesquisas da Amazônia

(Inpa/MCTI) participa pela primeira vez

de uma grande exposição. Trata-se da

exposição inédita "Museus e Animais -

Memórias do Brasil" junto com mais 16

museus e coleções brasileiras, dentre

as quais estão o Museu Paraense Emi-

lio Goeldi,Instituto Butantan, Instituto

Científico Vital Brazil e Museu Nacional

do Rio de Janeiro.

Essa é a primeira vez que ocorre

esse tipo de exposição em um Con-

gresso Brasileiro de Zoologia, cujo

principal objetivo é ressaltar a impor-

tância da memória da biodiversidade

brasileira.

O stand das Coleções Zoológicas do

Inpa destaca-se por suas peculiarida-

des das espécies amazônicas, como o

gavião-real, preguiça, piraíba, bacu-

pedra, tartarugas amazônicas e inver-

tebrados diversos (insetos, crustáceos

e aranhas) e publicações da editora.

“Dentre as publicações que trouxemos

os mais vendidos no congresso são os

livros: Biodiversidade do médio madei-

ra; Tartarugas da Amazônia; Entomolo-

gia da Amazônia Brasileira; Guia de

Sapos e o Cd Vozes da Amazônia Bra-

sileira”, conta a técnica do Inpa, pre-

sente no evento, Shirley Cavalcante.

Biodiversidade e memória

O objetivo do evento foi atentar para

a importância desses museus para a

preservação do patrimônio e memória

da biodiversidade nacional. A exposi-

ção, que é vinculada à temática do 29º

CBZ “Biodiversidade e Memória”, visa

o compartilhamento de experiências

para a educação científica em museus,

valorizando este espaço de grande

importância regional.

Jogos, brincadeiras e teatro de fan-

toches também são atividades da expo-

sição que fizeram a alegria de crianças

e visitantes de todas as gerações.

Page 5: Divulga Ciência - Março/2012

Março - Página 05Ciência e Tecnologia - Divulga Ciência

Inpa desenvolve sistema prático para sutura de ferimentosO sistema bioabsorvível é um novo processo cujo pedido de patente foi depositado ano passado e que contém partes que podem ser absorvidas pelo organismo

Baseado na técnica biônica - obser-

vação dos sistemas vivos da natureza

para empregar em processos, técnicas

ou princípios que possam ajudar na

criação de projeto - a designer industri-

al Thays Obando, com a ajuda e

sob a orientação do pesquisador

do Instituto Nacional de Pesqui-

sas da Amazônia (Inpa/MCTI),

Carlos Cleomir, desenvolveram

um sistema de grampo sutura

bioabsorvível.

No desenvolvimento desse

novo processo, a designer fez

levantamento de polímeros bior-

reabsorvíveis já existentes,

empregados em tecidos que

necessitam de um suporte tempo-

rário para sua recomposição tecidual.

Esse processo inseriu materiais

como ácido poliglicólico (PGA) e o

polidioxanona (PDS) já utilizados na

forma de parafusos, pinos e placas nas

aplicações ortopédicas e cirurgias

orais em humanos e animais.

Os materiais citados têm uma longa

história no uso de suturas cirúrgicas

degradáveis e são aprovados para uso

em humanos pela Food and Drug Admi-

nistration, instituição americana res-

ponsável pela proteção à saúde públi-

ca, e garantir a segurança e eficácia de

medicamentos de uso humano e vete-

rinário, produtos biológicos, dispo-

sitivos médicos, cosméticos e

produtos que emitem radiação.

Obando explica: “nesse novo pro-

cesso foram trabalhados dispositivos

biorreabsorvível porque se pretendia

fazer uma analogia à técnica de sutura

com formigas, realizadas pelos índios,

que durante o tempo da cicatrização as

formigas se esfarelam e caem por

conta própria. Assim, no grampo de

sutura anterior, de liga de aço cromo e

silicone, foi acrescentado polímero

biorreabsorvível, tornando esse novo

processo mais prático, pois os gram-

pos de sutura em geral têm que retor-

nar ao médico para retirar, como esse

foi adicionado um material reabsorví-

vel, encarrega-se de absorver na pele

e soltar por conta própria”.

“As propriedade desses materiais

podem ser alteradas a fim de prover

rigidez suficiente para penetrar

e fixar na pele, degradando-se

ao tempo da cicatrização. Com-

binação perfeita para perfurar,

encaixar, juntar, cicatrizar e sol-

tar da pele”, destaca a designer.

A equipe está aguardando

negociação com alguma empre-

sa para produção do protótipo

do grampo sutura. Somente

após a criação do protótipo é

que poderá ser testado em humanos.

Interdisciplinaridade

O estudo demonstra que a aplicação

do conhecimento é multidisciplinar, e a

Coordenação de Extensão Tecnológi-

ca e Inovação (CETI) do Inpa, analisa

projetos com potencial de proteção.

‘‘ ‘‘As propriedade desses materiais podem ser

alteradas a fim de prover rigidez suficiente para penetrar e fixar na pele

|Da equipe do Divulga CiênciaJosiane Santos

Filme Apocalíptico ("Apocalypto", 2006). Direção: Mel Gibson

Page 6: Divulga Ciência - Março/2012

Página 06 - Março 2012 Ciência e Teconologia

O Instituto Nacional de Pesquisas

da Amazônia (Inpa/MCTI) está em

negociação com três investidores do

Estado do Rio de Janeiro para produ-

ção em larga escala de aproximada-

mente dez tecnologias desenvolvidas

pelo Instituto.

Eles representam a empre-

sa Z7Zoe e estão interessados

em produzir tecnologias

desenvolvidas pelo Inpa nas

áreas de cosméticos, saúde e

fitoterápicos. “Desde o princí-

pio, a empresa objetiva a sus-

tentabilidade e apoio à saúde

de maneira orgânica. Daí ima-

ginamos que toda diversidade

Amazônica, pudessem ser o

carro chefe da empresa. A produtivi-

dade da matéria prima sempre será

feita no estado beneficiando a comu-

nidade”, explica José Antonio Silva

Lino, um dos investidores.

Lino afirma que o interesse surgiu

depois de conhecer o que o Inpa

desenvolve por meio de divulgação.

Após os primeiros contatos, iniciou o

processo de estudos e negociação de

algumas tecnologias desenvolvidas

pelo Instituto. O início da produção

depende da finalização dessas negoci-

ações.

A coordenadora de Extensão Tecno-

lógica e Inovação (CETI) do Inpa,

Rosângela Bentes, ressaltou que a

procura é um reflexo das divulgações

das atividades que o Inpa realiza. “A

idéia é exatamente essa: divul-

gar essas tecnologias que foram

desenvolvidas com o objetivo de atrair

e estimular investidores, micro e

pequenas empresas para apresentar

as possibilidades de licenciamento.

Bem como o apoio que o governo dis-

ponibiliza para as empresas que que-

rem investir em produtos de base tec-

nológica, e isso tem ocorrido constan-

temente. O retorno que estamos tendo

em ter em nossa rotina de trabalho a

efetiva interação com investidores e

empresários para negociar e entender

sobretudo a necessidade do mercado

de seu seguimento, além de apresen-

tar as tecnologias e a cadeia de acesso

à matéria prima, e por fim transferir

para eles da melhor forma as tecnolo-

gia. Temos a sinalização das empre-

sas para interesses de parceria com o

Inpa nessa questão de patente”, res-

salta Bentes.

Parcerias anteriores

No ano passado, o Inpa assinou o

contrato de transferência de tecnolo-

gia para o uso das patentes para as

empresas Biozer da Amazônia e Néc-

tar Frutas da Amazônia, com sede em

Manaus. As empresas irão utilizar as

patentes dos pesquisadores para for-

mularem novos produtos a partir dos

processos desenvolvidos pelo Institu-

to.

Outra parceria realizada foi com a

empresa Knorr Produtos Técnicos, do

Rio Grande do Sul, que prevê a produ-

ção de corantes naturais por meio de

resíduos sólidos.

| Josiane SantosDa equipe do Divulga Ciência

Inpa negocia transferência de pelo menos dez tecnologias para comercializaçãoEm 2011, foram nove produtos enviados para receber proteção do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi)

‘‘‘‘ Temos a sinalização das empresas para

interesses de parceria com o Inpa nessa

questão de patente

Foto: Josiane Santos

Page 7: Divulga Ciência - Março/2012

rada, no Pacífico Equatorial, este fenô-

meno contribuiu para o aumento das

chuvas na região. Isso fez o rio encher

de forma rápida. O nível do rio no início

do ano estava na média histórica e

atingiu em dois meses um recorde”,

explica Schöngart.

“O aumento de chuvas (durante

La Niña) e diminuição de chuvas

(durante El Niño) nas cabeceiras do

rio Solimões e seus afluentes, resulta

em cheias mais severas (La Niña) e

cheias mais fracas (El Niño) na Amazô-

nia Central”, alerta.

Ciclo hidrológico

A Amazônia Central possui um ciclo

hidrológico caracterizado por uma

cheia, geralmente na segunda quinze-

‘‘ ‘‘O nível do rio no início do ano estava na média histórica e

atingiu em dois meses um recorde

Março - Página 07Pesquisa - Divulga Ciência

Estudo do Inpa prevê para este ano uma cheia das mais severas já registradasA previsão de cheia deste ano está 10 cm abaixo da maior cheia já registrada em 2009 com 29,77m

Segundo pesquisa realizada pelo

Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia (Inpa/MCTI) em parceria

com o Instituto Max Planck de Química

(MPIC) a cheia deste ano será das

mais severas já registradas no Amazo-

nas, com média prevista para 29,67m

(margem de erro de 29,29-30,05

m), apenas 10cm abaixo que a

maior cheia já registra em 2009.

Previsões de cheia são realiza-

das desde 2005 pelo pesquisador

Jochen Schöngart do MPIC em

parceria com o Inpa. O estudo

prevê com antecedência média de

100 dias o nível máximo com um

erro médio de 38 cm. Os dados

foram baseados em um modelo

publicado no Journal of Hydrology

que prevê cheia para a região de Mana-

us e arredores utilizando dados do

nível d'água atual e a situação no Pací-

fico Equatorial (indicado pelo Índice da

Oscillação Sul).

No início de março o rio negro regis-

trou níveis recordes para este período.

“Nunca no início de março o rio foi tão

alto. Como temos uma La Ninã mode-

na de junho, e uma vazante, geralmen-

te no final de outubro.

Segundo Schöngart, nos últimos 25

anos as cheias indicam uma leve ten-

dência de aumento e as secas tendem

ser mais severas. As diferenças calcu-

ladas entre cheia e seca (amplitude

anual) aumentaram durante este

período resultando na maior amplitude

anual registrada ano passado com

14,99 m.

Com 110 anos de dados da

série temporal em Manaus, o

pesquisador afirma que ainda

não é suficiente para entender a

variabilidade natural do ciclo

hidrológico e os fatores externos

que influenciam o regime.

Existe uma grande preocupa-

ção à espeito de futuras cheias e

secas no contexto das mudan-

ças climáticas, por isso o Inpa, MPIC e

o Grupo de pesquisa Ecologia, Monito-

ramento e Uso Sustentável de áreas

Úmidas (Maua) estão trabalhando na

reconstrução do regime hidrológico

utilizando anéis de crescimento de

árvores das florestas alagáveis.

| Josiane SantosDa equipe do Divulga Ciência

Fonte: Jochen Schöngart

Page 8: Divulga Ciência - Março/2012

Página 08 - Março 2012

Inpa leva educação ambiental às escolas públicas de ManausPor meio de projeto desenvolvido no Instituto, os estudantes da rede pública de ensino de Manaus tem a oportunidade de conhecer e aprender a cuidar da Reserva Florestal Adolpho Ducke

Com o objetivo de apresentar a

Reserva Florestal Adolpho Ducke, por

meio de estratégias que envolvem a

educação ambiental, o projeto para

crianças e jovens “Um olhar para a

Reserva Florestal Ducke” (Educke),

coordenado pelo Laboratório de

Psicologia e Educação Ambiental

(Lapsea) do Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia (Inpa/

MCTI), em conjunto com a Associa-

ção dos Servidores do Inpa (Assin-

pa), retoma nesta terça-feira (20) a

realização de oficinas e exposições

junto a 27 escolas públicas que com-

põem o sistema estadual e munici-

pal de ensino da cidade de Manaus.

A primeira escola agraciada pelo

projeto foi a Escola Estadual Marechal

Hermes, localizada no bairro Nova

Esperança, zona oeste de Manaus. O

projeto que conta com o patrocínio das

empresas Petróleo Brasileiro S.A (Pe-

trobras) e Moto Honda da Amazônia

desde 2010, leva aos alunos do 6º ano

do ensino fundamental, exposições,

jogos e palestras que visam a populari-

zação do conhecimento sobre a biodi-

versidade da reserva para os estudantes.

As escolas participantes foram selecio-

nadas aleatoriamente nas várias regiões

de Manaus e a partir da aceitação da reali-

zação das atividades foram incluí-

das em um cronograma, contem-

plando desta forma a participação

de cerca de 500 alunos nas oficinas e

5.000 alunos nas exposições. As esco-

las participantes recebem ainda um kit de

material didático (jogo quebra-charadas e

guia temático) para uso em suas ativida-

des escolares.

Educke

O projeto Educke é desenvolvido desde

2004, mas foi a partir de 2011 que se

ampliou como programa de educação

ambiental e divulgação científica, tendo

Educação e Sociedade

|Eduardo GomesDa equipe do Divulga Ciência

‘‘ ‘‘Os conhecimentos deste livro

servirão também de fonte de consultas para trabalhos voltados

para pesquisas

como meta principal, alertar a cida-

de para os cuidados que a popula-

ção precisa ter com a Reserva Flo-

restal Ducke e todos os organismos

e sistemas dessa área. Nessa etapa

estão envolvidos diretamente estu-

dantes do ensino fundamental em

atividades que objetivam a

sensibilização ambiental e

proteção do local.

Além das oficinas, as escolas

recebem também exposição de

banners e também jogos e dinâ-

micas desenvolvidas em gru-

pos, que facilitam na troca de

conhecimento entre alunos e

pesquisadores.

Juntamente com a equipe de

educadores e estagiários do Lap-

sea, participam no desenvolvimento

das atividades, cerca de dez jovens,

participantes do projeto Jovens

Ambientalistas que atuam como

monitores das atividades a serem

desenvolvidas nas escolas, mais

particularmente na exposição e

condução de jogos e dinâmicas

educativas.

Foto: Marcelo Callegone