Divulgação científica por meio de blogs: desafios e possibilidades para jornalistas e cientistas

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Divulgação científica por meio de blogs: desafios e possibilidades para jornalistas e cientistas Intexto, Porto Alegre, UFRGS, n. 31, p. 112-127, dez. 2014. 112 Divulgação científica por meio de blogs: desafios e possibilidades para jornalistas e cientistas Mauro César Silveira Doutor; Universidade Federal de Santa Catarina [email protected] Rafaela Sandrini Mestre, Universidade Federal de Santa Catarina [email protected] Resumo A Internet tem centralizado diversas iniciativas de divulgação científica e provocado mudanças na comunicação da ciência. Com a liberação do polo emissor, observa-se que os jornalistas dividem espaço com os cientistas e pesquisadores, que têm a possibilidade de se comunicar diretamente com o público através de ferramentas como os blogs. Diante desse cenário, este trabalho discute os desafios e possibilidades enfrentados por jornalistas e cientistas na divulgação científica por meio de blogs. Palavras-chave Divulgação científica. Blogs. Jornalismo. 1 Aspectos históricos da divulgação científica Dentre os vários empreendimentos humanos que buscam explicar alguns aspectos desse mundo filosofia, religião, arte , a ciência sempre teve status privilegiado e foi vista como superior em relação a outros âmbitos. A ciência passa a ideia de confiabilidade, e qualquer coisa que se diga ou afirme ser científico parece exercer um fascínio sobre as pessoas. Fascínio esse que não é exclusivo do senso comum, mas também compartilhado no meio acadêmico e em outras áreas do conhecimento (CHALMERS, 1993). Ela sempre teve

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A Internet tem centralizado diversas iniciativas de divulgação científica e provocado mudanças na comunicação da ciência. Com a liberação do polo emissor, observa-se que os jornalistas dividem espaço com os cientistas e pesquisadores, que têm a possibilidade de se comunicar diretamente com o público através de ferramentas como os blogs. Diante desse cenário, este trabalho discute os desafios e possibilidades enfrentados por jornalistas e cientistas na divulgação científica por meio de blogs.

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    Intexto, Porto Alegre, UFRGS, n. 31, p. 112-127, dez. 2014. 112

    Divulgao cientfica por meio de blogs: desafios e possibilidades para jornalistas e cientistas Mauro Csar Silveira Doutor; Universidade Federal de Santa Catarina [email protected]

    Rafaela Sandrini Mestre, Universidade Federal de Santa Catarina [email protected]

    Resumo

    A Internet tem centralizado diversas iniciativas de divulgao cientfica e provocado mudanas na comunicao da cincia. Com a liberao do polo emissor, observa-se que os jornalistas dividem espao com os cientistas e pesquisadores, que tm a possibilidade de se comunicar diretamente com o pblico atravs de ferramentas como os blogs. Diante desse cenrio, este trabalho discute os desafios e possibilidades enfrentados por jornalistas e cientistas na divulgao cientfica por meio de blogs.

    Palavras-chave Divulgao cientfica. Blogs. Jornalismo.

    1 Aspectos histricos da divulgao cientfica

    Dentre os vrios empreendimentos humanos que buscam explicar alguns aspectos

    desse mundo filosofia, religio, arte , a cincia sempre teve status privilegiado e foi vista

    como superior em relao a outros mbitos. A cincia passa a ideia de confiabilidade, e

    qualquer coisa que se diga ou afirme ser cientfico parece exercer um fascnio sobre as

    pessoas. Fascnio esse que no exclusivo do senso comum, mas tambm compartilhado no

    meio acadmico e em outras reas do conhecimento (CHALMERS, 1993). Ela sempre teve

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    respaldo em relao a outros mbitos do conhecimento humano e esteve revestida por um

    aparente vu de mistrio e excentricidade. Assim, por algum tempo, a cincia se manteve

    distante e desconhecida por boa parte da populao. Muitos a viam como algo mstico e

    afastado do cotidiano.

    Mas devido ao grande desenvolvimento que os campos cientfico e tecnolgico

    tiveram nas ltimas dcadas, importncia que adquiriam no cotidiano das pessoas, e

    necessidade que esses mbitos sentiram em se comunicar com diferentes grupos sociais, o

    setor de Cincia, Tecnologia e Inovao (CT&I) tem ganhado enorme visibilidade pblica no

    ltimo sculo. Houve um incremento na gama de produtos, canais, aes e processos

    destinados veiculao de informaes sobre essas reas.

    De acordo com Vogt et al. (2006), a comunicao pblica da cincia adquiriu um papel

    fundamental nas sociedades contemporneas no s pela importncia na formao dos

    cidados, mas tambm por uma necessidade da prpria cincia. Hoje, muitas decises

    importantes para o trabalho dos cientistas so tomadas com auxlio de pessoas de diversas

    reas, e no apenas por especialistas ou pesquisadores. A interao entre a cincia e os

    variados tipos de pblico hoje, ento, uma exigncia social, e no somente um filantrpico

    desejo de democratizar o conhecimento, nem somente deve-se ao efeito da importncia da

    tecnologia em nossas vidas. (VOGT et al., 2006, p. 88-89).

    Essa necessidade sentida pela prpria cincia de se comunicar com o pblico

    culminou tambm com o interesse cada vez maior que a mdia passou a ter pelos temas

    cientficos. Os meios de comunicao comearam a se voltar para esses campos e dar mais

    espao e tempo para notcias sobre o empreendimento cientfico. Tal contexto fez emergir

    um campo especfico do jornalismo voltado para cobrir a rea: o jornalismo cientfico.

    Assim, jornais comearam a ter sees prprias de cincia, revistas especializadas foram

    criadas e profissionais foram contratados para trabalhar especialmente com o setor de

    CT&I. Os cientistas comearam a ter a possibilidade de se dirigir ao pblico leigo atravs dos

    meios de comunicao, sobretudo por meio do trabalho realizado pelos jornalistas

    cientficos.

    Na Europa e nos Estados Unidos o jornalismo cientfico ganha grande impulso a partir

    da segunda metade do sculo XIX. Conforme Oliveira (2002), as duas grandes guerras

    mundiais tambm contriburam para o avano da rea, j que os jornalistas, ansiosos por

    interpretar notcias e informaes sobre as tecnologias blicas, criaram as primeiras

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    associaes de jornalismo cientfico. Vrias empresas jornalsticas tambm passaram a

    colocar profissionais para cobrir especialmente a rea.

    No Brasil, a publicao de materiais ligados cincia teria iniciado nas primeiras

    dcadas do sculo XIX.

    [...] com a vinda da Corte portuguesa para o Brasil, abriram-se os portos e a proibio de se imprimir foi suspensa. Iniciou-se a publicao de livros, revistas e jornais, com a criao, em 1810, da Imprensa Rgia. Onze anos mais tarde, passou a ser permitida a entrada franca de livros. Com isso, textos e manuais ligados educao cientfica, embora em nmero reduzido, comearam a ser publicados ou, pelo menos, difundidos no pas. (MASSARANI, 1998, p. 32).

    De acordo com a autora, a dcada de 1920 pode ser destacada como um perodo de

    aumento expressivo nas iniciativas de divulgao cientfica no Brasil. Segundo Massarani

    (1998), houve um grande engajamento de cientistas e acadmicos, reflexes sobre a

    atividade, criaes e renovaes de instituies cientficas, valorizao da cincia e dos

    cientistas. Outro momento importante para a rea foi quando, em 1977, um grupo de

    jornalistas se reuniu e criou a Associao Brasileira de Jornalismo Cientfico (ABJC).

    Entretanto, o grande boom do jornalismo cientfico no pas, acompanhando uma tendncia

    mundial, aconteceu nas dcadas de 1980 e 1990, principalmente pelo surgimento de

    revistas especializadas como Cincia Hoje, Cincia Ilustrada, Globo Cincia e

    Superinteressante. Alm das revistas, surgiram programas televisivos como o Globo Cincia

    e a Estao Cincia. Os noticirios dirios tambm j divulgavam com maior frequncia

    matrias relacionadas cincia (OLIVEIRA, 2002). Houve um intenso desenvolvimento da

    rea com o crescimento de cursos de especializao em divulgao cientfica, de equipes de

    comunicao nas instituies de pesquisa e com maior debate sobre o tema. Surgiram canais

    como National Geographic e Discovery e houve maior cobertura tambm na TV aberta

    (FRANA, 2005).

    Na ltima dcada, entretanto, o jornalismo cientfico tem sofrido grandes baixas em

    todo o mundo e especialmente nos Estados Unidos. De acordo com artigo publicado em

    maro de 2009 pelo reprter snior da revista cientfica Nature, Geoff Brumfiel, est

    havendo uma emblemtica mudana na forma como a cincia encontrada na mdia. Em

    parte por causa de uma crise generalizada, principalmente nas receitas dos jornais. O artigo

    expe resultados de uma pesquisa feita pela Nature com 493 jornalistas cientficos e que

    aponta diversos problemas com os quais os profissionais tm se deparado nos ltimos anos.

    De acordo com os dados, muitos empregos esto sendo perdidos e as cargas de trabalho

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    daqueles que permanecem esto aumentando. Como consequncia dessa crise, sees de

    jornais esto sendo fechadas, cortes de pessoal esto sendo feitos, as cargas de salrio esto

    aumentando e a cobertura da cincia sendo reduzida. O problema, segundo as empresas, a

    dificuldade de rentabilizar as sees de cincia.

    Em janeiro deste ano, por exemplo, foi divulgado o anncio de desmantelamento da

    editoria de meio ambiente do New York Times. Em entrevista jornalista Katherine Bagley,

    do blog Inside Climate News1, o editor responsvel pela mudana no NYT, Dean Baquet,

    afirmou que os sete reprteres e os dois editores da equipe seriam redistribudos por outras

    editorias na redao. A deciso, segundo ele, teria sido motivada por questes puramente

    estruturais. Baquet afirmou que, quando a editoria foi criada, o meio ambiente era visto

    como uma rea singular e isolada. Hoje, conforme ele, as notcias ambientais tm

    implicaes em diversas outras reas, como negcios e economia e torna-se necessrio ter

    pessoas trabalhando em diferentes editorias para poderem cobrir diferentes partes da

    histria. A justificativa, com nfase no carter multidisciplinar dos assuntos ambientais, faz

    sentido, mas no elimina a preocupao de queda na fora e consistncia da cobertura de

    meio ambiente do jornal.

    Essa crise do jornalismo cientfico praticado nos meios de comunicao tradicionais

    sobretudo na mdia impressa tem sido acompanhada pela crescente quantidade de

    material ligado cincia disponibilizado ao pblico no ciberespao. O que se observa que a

    Internet vem provocando mudanas significativas na comunicao da cincia. Uma das

    grandes caractersticas do novo meio a comunicao no modelo todos-todos (LVY, 1999),

    que permite a qualquer pessoa produzir e publicar contedo na Internet. o que Lemos

    (2005) chama de liberao do polo emissor. Assim, no novo meio, a mdia tradicional passa

    a dividir espao com os usurios, que tambm podem produzir contedos atravs de sites e

    blogs prprios ou nas redes sociais. Conforme Zago (2008), as ferramentas da web no s

    permitem que todo mundo possa se expressar, mas, tambm, ao menos em tese, que

    qualquer pessoa, mesmo que no disponha de formao especfica, possa exercer uma

    atividade prxima ao jornalismo. Tal cenrio causa impactos na comunicao da cincia e de

    modo mais especfico, no jornalismo cientfico, j que a Internet tem centralizado diversas

    iniciativas de difuso da cincia e modificado as relaes de produo, circulao e consumo

    da cincia no Brasil (PORTO, 2012).

    1Disponvel em: . Acesso em: 17 abr. 2013.

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    No pas, conforme Porto (2012), a proliferao de iniciativas de divulgao cientfica

    no ciberespao visvel desde 2004, atravs do surgimento de portais institucionais,

    suplementos de cincia em jornais online e sites de revistas de divulgao de cincia. Cita-se,

    como exemplo, a revista eletrnica Com Cincia do Laboratrio de Estudos Avanados em

    Jornalismo da Universidade Estadual de Campinas

    (http://www.comciencia.br/comciencia/), os sites de revistas como Cincia Hoje

    (http://cienciahoje.uol.com.br/) e a editoria online de cincia de jornais como Folha de S.

    Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/).

    A grande diferena que, no novo meio, os jornalistas no esto mais sozinhos na

    atividade de levar informaes de cincia ao pblico. Agora eles dividem espao com os

    cientistas e pesquisadores. Percebe-se ento uma nova configurao da divulgao cientfica

    na Internet. Com a liberao do polo emissor, observa-se a grande quantidade de sites e,

    sobretudo, blogs criados e mantidos por cientistas e suas instituies de pesquisa. Se at

    ento os jornalistas detinham o poder de determinar a forma como as informaes

    cientficas chegariam ao pblico, agora as prprias fontes de informao tm a possibilidade

    de fazer isso. E uma das principais ferramentas utilizadas por cientistas para se

    comunicarem diretamente com o pblico so os blogs. Segundo Brumfiel (2009), as pginas

    de maior sucesso esto atraindo milhares de visitantes por ms.

    2 A Cincia na Internet

    A Internet tem sido um ambiente propcio para a multiplicao de iniciativas de

    divulgao cientfica. Devido a essa diversidade, Porto (2012), em sua tese de doutorado,

    props uma tipologia para o agrupamento dos sites de difuso cientfica na Internet, tendo

    em vista uma melhor visualizao das maneiras como a difuso cientfica ocupa espaos nos

    sites brasileiros.

    Primeiramente, entretanto, torna-se necessrio apresentar a tipologia descrita por

    Bueno (2009) para a difuso da cincia, onde Porto (2012) se fundamenta para propor suas

    categorias. De acordo com Bueno (2009) fundamental fazer uma distino entre o

    jornalismo cientfico e outras teorias e prticas que tratam do mesmo objeto e que so

    identificadas pelos termos difuso, disseminao e divulgao cientfica. O pesquisador se

    apoia em parmetros como linguagem (ou nvel de discurso) e audincia para sustentar a

    tipologia e fazer a distino entre as expresses acima expostas. Por isso, o primeiro termo a

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    ser delimitado por Bueno (2009) o de difuso cientfica, que segundo ele, diz respeito a

    todo e qualquer processo destinado veiculao de informaes cientficas e tecnolgicas.

    A difuso pode ser pensada em pelo menos dois nveis de acordo com a linguagem e

    com o perfil da audincia: i) difuso para especialistas e ii) difuso para o leigo. No primeiro

    caso, est inserida a disseminao cientfica que [...] refere-se, quase sempre,

    transferncia de informaes cientficas, tecnolgicas ou associadas s inovaes,

    elaboradas a partir de um discurso especializado e dirigidas a um pblico seleto, formado

    por especialistas. (BUENO, 2009, p. 160). A disseminao cientfica comporta a

    comunicao intrapares e extrapares.

    No outro nvel da difuso cientfica, que diz respeito circulao de informaes para

    o leigo, encontra-se a divulgao cientfica. Como explica Massarani (1998), o termo pode

    ser definido como toda atividade de adaptao da linguagem cientfica para uma linguagem

    acessvel a uma vasta audincia com o objetivo de explicar mtodos, aspectos tcnicos e

    outras informaes cientficas que possam interessar ao pblico. Segundo Bertolli Filho

    (2006), aqui podem ser includas diversas iniciativas como livros didticos, matrias

    jornalsticas, artigos de cientistas destinados ao pblico leigo, obras de literatura, filmes,

    programas de rdio e televiso e exposies em museus, por exemplo.

    Dessa forma, a divulgao cientfica abriga tanto o trabalho dos cientistas aqueles

    que esto empenhados em levar informaes de CT&I ao cidado - quanto o trabalho dos

    jornalistas cientficos. Nesse sentido, o jornalismo cientfico seria uma subcategoria da

    divulgao cientfica. De acordo com Bueno (2009), os objetivos do jornalista cientfico e do

    divulgador cientfico so semelhantes j que ambos buscam transferir informaes

    especializadas aos no iniciados. O que distingue as duas modalidades, na perspectiva do

    autor, so as caractersticas do discurso utilizado e do sistema de produo. Assim, um

    artigo assinado por um cientista, mesmo que publicado em uma revista ou jornal de

    penetrao popular, no um produto tpico de jornalismo cientfico, apesar de ser

    considerado como uma iniciativa de divulgao cientfica (BERTOLLI FILHO, 2006).

    Com base nessa diviso, Porto (2012) vai propor uma tipologia para o agrupamento

    dos sites de difuso cientfica na Internet. A primeira categoria proposta pela pesquisadora

    a de Disseminao e Divulgao de Cincia Institucional. De acordo com a autora, ela pode

    ser encontrada em sites mantidos por grupos de instituies de fomento pesquisa ou por

    instituies de ensino superior. Nesses espaos so divulgadas as pesquisas realizadas ou

    fomentadas pela instituio, e at mesmo eventos e iniciativas ligadas ao desenvolvimento

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    da cincia e tecnologia. Como exemplo cita-se a Revista Cincia e Cultura da Sociedade

    Brasileira para o Progresso da Cincia (http://cienciaecultura.bvs.br).

    A segunda categoria criada por Porto (2012) a Disseminao e Divulgao de Cincia

    em revistas e jornais de grande circulao. Essa categoria [...] encontrada nos sites de

    revistas mantidas por grupos editoriais que tm, no seu elenco, peridicos dedicados

    divulgao de cincia, buscando atingir o pblico jovem e adulto. (PORTO, 2012, p. 79).

    Segundo a pesquisadora, so poucas as iniciativas brasileiras de divulgao cientfica online

    de revistas de alta circulao. No Brasil, temos os sites de revistas (Ex.: Superinteressante),

    alm das editorias online de cincia e sade de jornais (Ex.: O Globo).

    A terceira e ltima categoria a Disseminao e Divulgao de Cincia Independente

    (autopublicao). Esse tipo engloba os sites e blogs mantidos por profissionais que

    promovem a popularizao da cincia. De acordo com Porto (2012, p. 76), [...] geralmente,

    so sites que se dedicam a uma rea especfica da cincia ou que buscam por meio de uma

    iniciativa individual cooperar para a difuso cientfica, usando esforo e financiamento

    prprio. Aqui os blogs assumem relevncia importante e so usados tanto pelos jornalistas,

    quanto pelos cientistas e pesquisadores.

    Essa ltima categoria elencada por Porto (2012) a que pode abranger iniciativas

    mais inovadoras na comunicao da cincia com o pblico. Os blogs tm se tornado uma

    grande aposta para aqueles que defendem a perspectiva de uma cincia cada vez mais

    aberta e participativa. Como explica Kouper (2010), a ltima tendncia nos estudos sociais

    da cincia v as pessoas no ligadas ao mbito cientfico como capazes de contribuir para os

    debates da cincia. Essa concepo desafia a viso cannica do pblico como um receptor

    que precisa ser informado e educado. Estas descries objetivam reconhecer a importncia

    das preocupaes e perspectivas dos cidados e consideram o dilogo entre grupos de

    cientistas e cidados como sendo um elemento crucial das formas modernas de produo de

    conhecimento e de governana. (KOUPER, 2010, p. 1, traduo nossa)2. De acordo com Dias

    (2009), os blogs podem ser espaos representativos de vises diferentes sobre as temticas

    de cincia e possibilitar um dilogo mais frequente com o leitor.

    2 Traduo de: These descriptions aim to acknowledge the importance of citizens concerns and perspectives and consider the

    dialog between scientific and citizen groups to be a crucial element of the modern ways of knowledge production and governance.

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    3 A divulgao cientfica atravs de blogs

    Conforme Amaral, Recuero e Montardo (2009), o termo weblog foi usado pela

    primeira vez em 1997 pelo norte-americano Jorn Barger, para fazer referncia a um

    conjunto de sites que reuniam e divulgavam links interessantes na web.

    Da o termo web + log (arquivo web), que foi usado por Jorn para descrever a atividade de logging the web. Naquela poca, os weblogs eram poucos e quase nada diferenciados de um site comum na web. Talvez por conta dessa semelhana, autores como David Winer considerem como o primeiro weblog o primeiro site da web, mantido por Tim BernersLee, no CERN. O site tinha como funo apontar todos os novos sites que eram colocados no ar. (AMARAL; RECUERO; MONTARDO, 2009, p. 28).

    O termo teria ganhado visibilidade quando, em 1999, Cameron Barret escreveu um

    post intitulado Anatomia de um Blog no Camworld, seu dirio na Internet (BLOOD, 20003

    apud QUADROS; ROSA; VIEIRA, 2005, p. 3). Outros fatores que teriam contribudo para a

    popularizao dos blogs, segundo Amaral, Recuero e Montardo (2009), teriam sido a escolha

    de weblog como a palavra do ano pelo Merriam-Webster`s Dictionnary, em 2004 e a compra

    do Blogger pelo Google no mesmo ano.

    Uma das primeiras apropriaes dos blogs foi seu uso como dirio pessoal.

    Entretanto, no decorrer da dcada de 1990, com a popularizao da Internet e do uso dos

    blogs, [...] o que era inicialmente apenas um dirio ntimo passou a ser, principalmente a

    partir do desenvolvimento das primeiras ferramentas de publicao gratuitas em 1999,

    tantas coisas quanto s plataformas de publicao do blog permitiam aos seus utilizadores.

    (FOLETTO, 2009, p. 14).

    Existem diversos estudos que apresentam classificaes de blogs, na tentativa de

    compreender esse fenmeno. Recuero (2003), por exemplo, categoriza os blogs de acordo

    com a natureza dos contedos. Para a autora, eles podem ser dirios eletrnicos (weblogs

    atualizados com pensamentos, fatos e ocorrncias da vida pessoal de cada indivduo),

    publicaes eletrnicas (weblogs que se destinam principalmente informao) e

    publicaes mistas (aquelas que misturam posts pessoais sobre a vida do autor e posts

    informativos).

    3 BLOOD, R. The weblog handbook: practical advice on creating and maintaining your blog. Cambridge: Perseus Publishing, 2002.

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    J Quadros, Rosa e Vieira (2005) propem uma categorizao mais ampla. Segundo as

    autoras, os blogs podem ser dirios pessoais (em que o controle do mesmo individual),

    coletivos (em que mais de uma pessoa pode postar e editar), instrutivos (podem ser

    individuais ou coletivos e tm o objetivo de compartilhar informao e ampliar

    conhecimento), informativos (podem ser feitos de forma individual ou em grupo e podem

    contemplar assuntos gerais ou especficos. Independente do tema, podem ser ainda

    analticos, opinativos, noticiosos ou um mix de um ou mais estilos) e mistos (posts pessoais

    e informativos que possuem caractersticas dos outros dirios apresentados).

    De modo geral, Recuero (2003, p. 3, grifo do autor) afirma que o blog [...] baseado

    principalmente em dois aspectos: microcontedo, ou seja, pequenas pores de texto

    colocadas de cada vez, e atualizao frequente, quase sempre, diria. Na mesma

    percepo, Kouper (2010, p. 2, traduo nossa)4 afirma que:

    Blog uma pgina da web frequentemente atualizada que facilita a comunicao informal entre o autor do blog e seu pblico. A blogosfera consiste de mltiplas formas de expresso que vo desde confisses ntimas destinadas a algumas pessoas at os escritos jornalsticos e acadmicos que atraem grande nmero de leitores. Dependendo do estilo, formato e contedo, os blogs podem ser caracterizados como pessoais, polticos, ou de viagem, bem como de vdeo, spam, e assim por diante.

    Dentro desse contexto, expressivo o nmero de blogs que se dedicam cincia. De

    acordo com dados do Technorati, a mais conhecida e utilizada ferramenta para indexar

    blogs, existem atualmente cerca de 12.800 blogs relacionados tag cincia. De acordo com

    Kouper (2010), o blog de cincia visto como uma poderosa ferramenta que pode se tornar

    um novo modelo de jornalismo cientfico e ser usada por instituies acadmicas para

    divulgar informaes cientficas e facilitar conversas sobre cincia.

    No que tange ao uso pelo jornalismo cientfico, os blogs podem ser utilizados como

    uma ferramenta complementar, [...] no s por reproduzirem notcias veiculadas pela mdia

    e pautarem os jornalistas que cobrem essa rea, mas pela contribuio que podem dar para

    o incremento do senso crtico do leitor e para elevao do nvel de conhecimento das

    pessoas sobre esses temas. (DIAS, 2009, p. 179). J para os cientistas, como explica Bonetta

    (2007) so uma das mais recentes ferramentas que esses profissionais usam para

    comunicar suas ideias para outros cientistas ou ao pblico em geral.

    4 Traduo de: Blog is a frequently updated webpage that facilitates informal communication between the author of the blog

    and its audience. The blogosphere consists of multiple forms of expression that range from intimate confessions aimed at a few people to journalistic and scholarly writings that attract large numbers of readers. Depending on the style, format, and content, blogs can be characterized as personal, political, or travel blogs as well as video, spam blogs, and so on.

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    Em uma tentativa de compreender as prticas atuais dos blogs de cincia e para

    fornecer uma viso sobre o papel desses na promoo de formas mais interativas de

    comunicao da cincia, Kouper (2010) atravs de uma combinao de tcnicas

    quantitativas e qualitativas de anlise de contedo realizou a anlise de 11 blogs. Os

    resultados a que Kouper (2010) chegou sugerem que os blogs de cincia so heterogneos

    em muitos aspectos. No que tange autoria, por exemplo, todos os blogueiros examinados

    estavam de alguma forma relacionados com a cincia, mas a natureza da relao era

    bastante diversificada. Alguns autores eram estudantes de ps-graduao especializados em

    determinadas reas, outros eram pesquisadores, professores, escritores de cincia ou

    jornalistas.

    Uma observao rpida sobre os perfis dos blogs hospedados nos trs principais

    metablogs brasileiros de cincia ScienceBlogs Brasil, Anel de Blogs Cientficos e Roda de

    Cincia permite inferir que a blogosfera de cincia brasileira apresenta um panorama

    semelhante. Alm de jornalistas e cientistas, os autores dos blogs de cincia tambm so

    professores, estudantes, profissionais de alguma rea ligada cincia, associaes e pessoas

    que se interessam por cincia.

    A heterogeneidade, de acordo com a pesquisa de Kouper (2010) tambm pode ser

    observada no que tange: i) s fontes de informaes ou de inspirao e temas (os autores se

    baseiam em sua experincia pessoal, notcias e comentrios de outros meios de

    comunicao, incluindo outros blogs, e trabalhos de pesquisa); ii) tpicos (os blogs de

    cincia cobrem uma variedade de questes e temas que vo alm da cincia); iii) modos de

    comunicao (notcia, anncio, resumo de documentos, explicao, crticas, opinies e

    avaliaes); iv) e modos de participao dos leitores (que podem dar contribuio para o

    tema, fazer o desvio do tpico, expressarem atitudes e emoes ou tentar influenciar as

    aes dos outros).

    Outro dado interessante da pesquisa de Kouper (2010) que os leitores de blogs de

    cincia tambm tm alguma relao com a cincia, ou seja, no eram exatamente os leigos. A

    anlise global de comentrios de leitores feita pelo pesquisador demonstrou que os leitores

    que se dedicam a comentar nos blogs esto quase sempre associados de alguma maneira

    com a cincia. Eles so estudantes de graduao, professores, ps-doutores, e pesquisadores

    de diversas reas cientficas e de investigao. Isso pode se dar, de acordo com as

    concluses de Kouper (2010) porque muitos blogs so destinados a pessoas que

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    compartilham da mesma cultura que o autor e por isso, criam uma barreira que impede

    estranhos de se juntarem conversa.

    No que tange s conversaes nos blogs examinados, Kouper (2010) afirma que

    blogueiros alternam explicaes e comentrios crticos com opinies pessoais, republicao

    de contedo de outras fontes, observaes bem-humoradas e sarcsticas. Leitores

    respondem com aes semelhantes e oferecem rpidos julgamentos pessoais, observaes

    ofensivas e sarcsticas, alm de detalhes pessoais.

    Assim, Kouper (2010) conclui que os blogs de cincia so muito heterogneos para

    serem entendidos como um gnero emergente de comunicao da cincia.

    Em sua atual multiplicidade de formas e contedos, blogs de cincia apresentam um desafio ao invs de uma oportunidade para o envolvimento do pblico com a cincia. Falta de convenes de gnero, o que para o pblico se traduz em expectativas quebradas e incerteza, impede o desenvolvimento de leitores estveis e a participao do grande pblico, que tambm pode ser muito heterogneo (KOUPER, 2010, p. 8, traduo nossa)5.

    A jornalista e pesquisadora brasileira Heloiza Dias tambm realizou uma anlise de

    trs blogs de cincia vinculados mdia impressa e de um blog independente com a

    proposta de identificar algumas das principais caractersticas atuais dos blogs jornalsticos

    brasileiros voltados a assuntos de cincia e meio ambiente. De acordo com a autora, a

    pesquisa revelou que os blogs jornalsticos sobre cincia e meio ambiente:

    [...] funcionam de maneira semelhante a outros blogs temticos (no Dirios), ou seja, de modo geral, seus posts partem da publicao de informaes j veiculadas na mdia tradicional, que podem ou no ser enriquecidas com novas informaes coletadas pelos blogueiros junto a suas fontes ou com comentrios postados por colaboradores e leitores. (DIAS, 2009, p. 198-199).

    O que se notou, segundo Dias (2009) que blogs que apenas reproduzem material

    divulgado por outros meios de comunicao e no proporcionam reflexes e anlises sobre

    as postagens, tm respostas menos expressivas dos leitores. Aspecto que, segundo a autora,

    pode ser uma das razes prticas que explique o baixo nmero de comentrios postados

    pelos leitores dos blogs analisados.

    Em outras palavras, na maioria das vezes, reproduzir uma notcia ou nota meramente informativa em um blog [...] no suficiente para suscitar um

    5 Traduo de: In their current multiplicity of forms and contents science blogs present a challenge rather than an opportunity

    for public engagement with science. Lack of genre conventions, which for the audience translates into broken expectations and uncertainty, impedes the development of stable readership and participation from the larger public, which may also be very heterogeneous.

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    debate consistente e esclarecedor sobre determinado assunto. [...] preciso que o jornalista v alm do modelo tradicional de construo da notcia (respondendo apenas s questes do lide) e fornea ao leitor do blog mais do que informao til e prtica sobre os assuntos tratados, subsdios para que ele possa compreender o tema e refletir sobre a importncia dele em seu cotidiano. (DIAS, 2009, p. 200).

    Alm disso, segundo ela, o assunto postado, a abordagem do tema, a maneira como o

    jornalista se posiciona diante do mesmo e a linguagem e estrutura do blog so outros fatores

    que influenciam o comportamento do leitor. Os assuntos que mais receberam

    manifestaes dos leitores foram aqueles mais prximos do dia a dia das pessoas [...] (DIAS,

    2009, p. 199-200). Nesse aspecto, as concluses de Dias (2009) parecem endossar as crticas

    de Kouper (2010) de que os blogueiros de cincia precisam se tornar mais conscientes do

    seu pblico, receber bem os no cientistas, e dar nfase a modos de publicao mais

    explicativos, interpretativos e crticos ao invs vez de relatrios e opinies. Para os autores,

    a divulgao cientfica ainda tem muito a explorar no que tange ao potencial oferecido pelos

    blogs.

    4 Consideraes finais

    Como explica Vogt et al. (2006, p. 88):

    Hoje algumas decises relevantes para a vida profissional e para o trabalho dos cientistas, bem como parte dos posicionamentos sobre como se faz pesquisa ou como se avalia a sua qualidade, so tomadas com a participao de diferentes sujeitos, nem todos cientistas ou especialistas: so polticos, burocratas, empresrios, militares, religiosos, movimentos sociais, consumidores e associaes de pacientes que pedem, e frequentemente obtm, o direito e a legitimidade para participar de decises relevantes para o desenvolvimento da cincia.

    E a Internet uma ferramenta que pode ser usada para facilitar o maior envolvimento

    dos cidados nos debates e discusses que envolvem a cincia. Atravs de sites, blogs,

    fruns, redes sociais etc., jornalistas, cientistas, pesquisadores, professores e estudantes

    adquirem a possibilidade de realizar a divulgao cientfica sem ter que passar pelo crivo da

    grande mdia. Neste aspecto, os blogs se destacam como ferramenta de fcil manuseio e que

    pode promover uma comunicao mais rpida e eficaz entre o autor e o pblico.

    Mas para podermos compreender quais so os modos de uso mais eficientes dos blogs

    na divulgao da cincia, necessrio conhecermos melhor as prticas atuais dos blogs de

    cincia. Investigaes empricas de tecnologias especficas podem ajudar a entender como

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    essas ferramentas so usadas na difuso de informao e conhecimento, bem como

    estimular um dilogo sobre os melhores modelos e prticas de comunicao da cincia.

    (KOUPER, 2010, p. 1, traduo nossa)6.

    Para tanto, este trabalho buscou apresentar alguns estudos recentes feitos sobre os

    blogs de cincia, com o intuito de estimular discusses e uma melhor compreenso das

    possibilidades e desafios que os blogs oferecem a jornalistas, cientistas e demais pessoas

    interessadas na divulgao da cincia.

    As pesquisas feitas por Dias (2009) e Kouper (2010), por exemplo, assinalam que,

    mesmo sendo to aclamados como uma eficaz ferramenta de divulgao cientfica, os blogs

    parecem ainda ser pouco eficientes em promover o engajamento pblico com a cincia.

    Este estudo fornece novas evidncias de que os blogs, como uma ferramenta de web, no tm propriedades mgicas por conta prpria. Sem um esforo conjunto de diferentes atores sociais envolvidos, os blogs no vo resolver todos os problemas. [...] No que diz respeito aos blogs de cincia, seria necessrio talvez um esforo conjunto de cientistas, jornalistas, educadores e outros grupos de atores para repensar o papel dos blogs na promoo da cincia participativa. [...] a participao exige moderao humana, mediao tecnolgica, e um investimento significativo de tempo, esforo e dinheiro (KOUPER, 2010, p. 8, traduo nossa)7.

    Para o autor, os blogs de cincia devem se tornar ferramenta para a participao de

    pessoas no ligadas cincia. Eles ainda precisam se estabilizar como um gnero ou como

    um conjunto de subgneros onde as conversas possam facilitar a participao mais

    significativa do pblico.

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    6 Traduo de: Empirical investigations of particular technologies can help to understand how these tools are used in the

    dissemination of information and knowledge as well as stimulate a dialog about better models and practices of science communication.

    7 Traduo de: This study provides further evidence that blogging as a web tool has no magic properties on its own. Without a concerted effort of different social actors involved it will not solve any problems. [] With regard to science blogging, it would perhaps require a joint effort of scientists, journalists, educators, and other groups of actors to re-think the role of blogging in the promotion of participatory science. [] participation requires human moderation, technological mediation, and a significant investment of time, effort, and money.

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    Scientific dissemination through blogs: challenges and possibilities for journalists and scientists

    Abstract

    The Internet has centralized many initiatives for promoting science and caused changes in the communication of science. With the release of the polo issuer to a greater public, it is observed that journalists share space with scientists and researchers, who are able to communicate directly with the public through tools such as blogs. In this context, this paper discusses the challenges and opportunities faced by journalists and scientists in scientific dissemination through blogs.

    Keywords

    Scientific dissemination. Blogs. Journalism.

    Divulgacin cientfica atravs de blogs: retos y posibilidades para periodistas y cientficos

    Resumen

    El Internet tiene centralizado varias iniciativas de divulgacin cientfica y provocado cambios en la comunicacin de la ciencia. Con la liberacin del polo emisor, se observa que los periodistas comparten espacio con los cientficos e investigadores, que son capaces de comunicarse directamente con el pblico atravs de herramientas como blogs. En este contexto, el presente trabajo analiza los retos y oportunidades que enfrentan los periodistas y los cientficos en comunicacin de la ciencia atravs de blogs.

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    Palabras clave

    Divulgacin cientfica. Blogs. Periodismo.

    Recebido em 07/08/2013 Aceito em 12/07/2014