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1 Diz-se que a produção é conjunta quando, ao proceder-se à transformação de uma ou diversas matérias-primas, se obtém diversos produtos (por exemplo, óleos refinados e ácidos gordos). Na produção conjunta podemos obter: Produtos principais ou co-produtos, são os produtos que, obtidos da produção conjunta, têm o mesmo grau de importância e são produtos semelhantes (por exemplo, Subproduto é um produto secundário. Existe um produto principal, a carne de vaca para bife, e um subproduto que pode ser o fígado de vaca; Resíduo é um produto de baixo valor. No caso do exemplo referido, podemos considerar os ossos como um resíduo. O apuramento do custo industrial destes produtos apresenta dificuldades acrescidas, independentemente do método escolhido ou do sistema de custeio adoptado. Tal acontece porque existem custos comuns aos diferentes produtos que se têm de repartir por esses mesmos produtos. Na produção conjunta vão ser individualizadas três fases: 1. Fase conjunta; 2. Ponto de separação; 3. Fase específica. Se estivermos perante uma produção conjunta, da qual resultam produtos diferentes, teremos: As dificuldades, ou os principais cuidados, colocam-se na forma como os custos conjuntos vão ser repartidos pelos produtos finais. Os critérios adoptados são, geralmente, os seguintes:

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Diz-se que a produção é conjunta quando, ao proceder-se à transformação de uma ou diversas

matérias-primas, se obtém diversos produtos (por exemplo, óleos refinados e ácidos gordos).

Na produção conjunta podemos obter:

Produtos principais ou co-produtos, são os produtos que, obtidos da produção conjunta,

têm o mesmo grau de importância e são produtos semelhantes (por exemplo,

Subproduto é um produto secundário. Existe um produto principal, a carne de vaca para

bife, e um subproduto que pode ser o fígado de vaca;

Resíduo é um produto de baixo valor. No caso do exemplo referido, podemos considerar

os ossos como um resíduo.

O apuramento do custo industrial destes produtos apresenta dificuldades acrescidas,

independentemente do método escolhido ou do sistema de custeio adoptado. Tal acontece porque

existem custos comuns aos diferentes produtos que se têm de repartir por esses mesmos produtos.

Na produção conjunta vão ser individualizadas três fases:

1. Fase conjunta;

2. Ponto de separação;

3. Fase específica.

Se estivermos perante uma produção conjunta, da qual resultam produtos diferentes, teremos:

As dificuldades, ou os principais cuidados, colocam-se na forma como os custos conjuntos vão ser

repartidos pelos produtos finais.

Os critérios adoptados são, geralmente, os seguintes:

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O critério das quantidades produzidas, determina que os custos conjuntos são repatidos em função

das quantidades produzidas.

Exercício

A empresa Tudo Bom dedica-se ao abate de porcos e preparação para venda de produtos

alimentares.

As fases de fabrico são as seguintes:

Abate;

Preparação;

Divisão;

Embalagem.

Os produtos preparados são:

Costeletas;

Febras;

Entrecosto e entremeada.

Durante o mês de Maio verificaram-se os seguintes custos em u.m.:

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Toda a produção foi vendida no próprio mês:

Com base nestes dados, vamos determinar os custos industriais de cada produto pelo critério das

quantidades produzidas e pelo critério do valor de venda da produção.

Resolução

1 - Critério das quantidades produzidas

Repartição dos custos conjuntos

Repartição dos custos conjuntos

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Determinação do custo industrial dos produtos

Determinação dos custos industrial

Neste caso, todos os produtos assumem a mesma importância, independentemente do preço de

venda a que seja possível comercializá-lo.

2 - Pelo critério do valor de venda da produção

Repartição dos custos conjuntos

Repartição dos custos conjuntos

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Determinação do custo industrial dos produtos

Determinação do custo industrial

Estes valores são em função do preço de venda de cada produto.

Nenhum destes critérios se mostra suficientemente adequado às realidades que pretendemos

analisar, por isso vamos estudar outros critérios.

O valor de venda da produção reportado ao ponto de separação

Após o ponto de separação, os produtos suportam custos específicos, ou seja, custos que só

respeitam a cada produto individualmente e não à produção do conjunto dos produtos.

Por exemplo, a carne, que se destina ser partida em pequenas quantidades para ser vendida num

supermercado, terá que ser partida, embalada e transportada, enquanto a carne que se destina a ser

vendida em peça inteira será apenas embalada e transportada.

Numa situação destas os custos específicos de cada produto são diferentes.

Expressão do valor de venda dos produtos no ponto de separação

Consideremos que o valor de venda está representado por VV, e os custos específicos do produto

A são C1 e os custos específicos do produto B são C2:

• Os valores que vão servir de base para imputação dos custos comuns serão, respectivamente:

Para o produto A ______ VV - C1

Para o produto B ______ VV - C2

Exercício

Voltemos ao enunciado do exercício anterior e efectuemos, agora, o cálculo de acordo com este

critério. Os quadros seguintes evidenciam a repartição dos custos conjuntos.

Repartição dos custos conjuntos:

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Resolução

Após a observação do mapa estamos em condições de determinar o custo industrial dos produtos:

Determinação dos custos conjuntos

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O preço de custo unitário de cada produto representa não só os custos próprios como também uma

parte dos custos conjuntos.

O lucro nulo é utilizado para repartir os custos conjuntos, referentes aos subprodutos e resíduos.

Tem por base não considerar nenhum lucro para aquele subproduto ou resíduo.

Considera-se, neste critério, que aquele produto não dará qualquer lucro, ou seja, pressupõem que

vamos vendê-lo por um determinado valor que só cobrirá os custos incorridos.

Assim, os custos da produção conjunta podem ser tais que o valor de venda cubra apenas os custos

industriais e os custos conjuntos.

Exercício

Certa empresa produz três produtos A, B e C que são vendidos a 500 u.m., 300 u.m. e 100 u.m.,

respectivamente. Os produtos A e B são co-produtos e o produto C é um subproduto.

As quantidades produzidas foram de :

Produto A - 5 000 Kg;

Produto B - 3 000 Kg;

Produto C - 1 000 Kg.

Os custos conjuntos suportados foram os seguintes:

Matérias-primas consumidas - 1 000 000 u.m.;

Mão-de-obra directa - 300 000 u.m.;

Gastos gerais de fabrico - 200 000 u.m..

Vamos determinar os custo conjuntos a repartir pelos produtos A e B, sabendo que para o

subproduto C é adoptado o método do lucro nulo.

Resolução

O valor de venda previsível para o sub-produto C é de:

1 000 Kg x 100 u.m. = 100 000 u.m.

Para termos lucro nulo, o valor de custos tem que ser igual ao valor dos proveitos esperados, que

são 100 000 u.m.

Qual o valor de custos conjuntos a repartir pelos dois produtos A e B?

Total de custos conjuntos - 1 500 000 u.m.

Parcela a imputar ao subproduto C - 100 000 u.m.

Parcela remanescente - 1 400 000 u.m.

Estes serão repartidos entre os dois produtos através de um dos critérios anteriormente estudados.

Exercício

Consideremos uma empresa que se dedica à apanha e venda de uvas para mesa e para adega.

Produto A - uvas de mesa;

Produto B - uvas para adega.

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As fases de fabrico são, essencialmente:

1. Apanha das uvas;

2. Selecção das uvas;

3. Preparação e embalagem das uvas.

O ponto de separação é na fase 2.

Os custos com a apanha e a selecção são custos conjuntos. Os custos com a preparação e

embalagem das uvas são custos específicos

Suponhamos o seguinte quadro de valores:

Custos conjuntos - 5 000 000 u.m.;

Custos específicos do produto A - 12 000 000 u.m.;

Custos específicos do produto B - 6 000 000 u.m.;

Produção mensal de produto A - 20 000 Kg;

Produção mensal do produto B - 30 000 Kg.

As quantidades vendidas são iguais às quantidades produzidas.

Os preços de venda foram de:

1.200 u.m. por Kg do produto A;

750 u.m. por Kg do produto B.

Resolução

1º critério - quantidades produzidas

Sabemos que não havia existências e as quantidades vendidas são iguais às quantidades

produzidas:

Determinação dos custos conjuntos

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Adicionando os custos específicos aos custos conjuntos, calculamos o custo industrial dos

produtos:

Cálculo do custo industrial

2º critério - valor de venda da produção

Determinação dos custos conjuntos

Adicionando os custos específicos aos custos conjuntos, calculamos o custo industrial dos

produtos.

Cálculo do custo industrial

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3º critério - do valor de venda da produção reportado ao ponto de separação

Cálculo dos custos conjuntos

Adicionando os custos específicos aos custos conjuntos, calculamos o custo industrial dos

produtos.

Cálculo do custo industrial