DÍZIMOS-A farsa do dizimo cristão

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A verdade bíblica à luz do Novo Pacto da Graça em Cristo Jesus, denunciando a farsa dos ambiciosos e megalomaníacos estelionatários religiosos que se locupletam cobrando o que Deud não cobra mais. Leitura obrigatória para quem se interessa em conhecer o verdadeiro plano da Salvação.

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1ª edição 2001

Edição, capa, revisão e editoração eletrônica:

Iván Darío Toro Rúa

Toro Rúa, Iván Darío

DÍZIMOS: A farsa do Dízimo “cristão”

Registro dos Direitos Autorais

Nº 205.700, livro Nº 356, folha Nº 360

Fundação Biblioteca Nacional - Ministério da Cultura

Escritório de Direitos Autorais – Rio de Janeiro

E-mail:

[email protected]

Impresso no Brasil

Março de 2001

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ÍNDICE Conteúdo: Página: INTRODUÇÃO......................................................................................05 DEMONSTRAÇÃO No. 1

SIGNIFICADO VERDADEIRO DA EXPRESSÃO BÍBLICA “A LEI E OS PROFETAS”.................................................15

1º.

- Da expressão “A Lei e os Profetas”....................................22

2º. – Exemplos do uso da expressão “a Lei e os Profetas” como sinônimo de “o Antigo Testamento”.................................23 3

º. – Por que o Antigo Testamento deveria vigorar

apenas até João Batista?......................................................26 DEMONSTRAÇÃO No. 2

“NÃO ESTAIS DEBAIXO DA LEI, E SIM DA GRAÇA”.................37

1o. - O autêntico cristão vive no mesmo regime gratuito dos

apóstolos de Cristo, e não sob o antigo regime das obras da Lei ..............................................................................................42 2

o. - O autêntico cristão vive em fiel obediência à instrução

dada por Moisés, de seguir a Jesus e sua Graça.........................59 3

o. - O autêntico cristão vive em fiel obediência à instrução

dada pelo Pai, de seguir a Jesus e sua Graça..............................64

DEMONSTRAÇÃO No. 3 BIBLICAMENTE, O DÍZIMO É DA “LEI E PROFETAS”, CUJOS MANDAMENTOS E ORDENANÇAS NÃO FAZEM PARTE DA ALIANÇA DA GRAÇA....................................................91

1o. - O Dízimo a que se refere Malaquias é da

“Lei e Profetas”; não da Aliança da Graça.............................95

2o. - O Dízimo que Abraão deu a Melquisedeque

é da “Lei e Profetas”, ainda que não fizesse parte dos mandamentos que, 430 anos depois, Moisés recebeu de Deus...................................................................102

A)- A história de Abraão pertence a todo o

conjunto de livros sagrados denominado por Jesus “a Lei e os Profetas” em Lc 16: 16............102

B)- O Dízimo dado por Abraão não foi um

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ato ordenado pela vontade expressa de Deus......114

C)- Ainda se Deus tivesse ordenado a Abraão pagar esse Dízimo a Melquisedeque, tal ordem não teria vigor estatutário algum sobre os cristãos, por continuar sendo parte do conteúdo da caduca “Lei e Profetas”, e não da Nova Aliança da Graça, que é a que vigora hoje na vida do povo cristão........116

3

o. - O que o Evangelho afirma de forma expressa

em Hb 7:1-19 é que o Dízimo era da “Lei e Profetas”; não da Aliança da Graça......................................................119

4

o. - O que Jesus afirmou em Mt 23:23-24 foi que

o Dízimo é da “Lei e Profetas”, e não da Nova Aliança da Graça, que ainda não tinha sido sequer estabelecida .........................................................................123 DEMONSTRAÇÃO No. 4

SENDO PARTE DE UMA LEI QUE NÃO VIGORA NO CORPO-IGREJA DE CRISTO, PODEMOS ADMITIR QUE SEJA O ESPÍRITO SANTO QUEM COBRA O DÍZIMO HOJE?...............................................................129

DEMONSTRAÇÃO No. 5 SE O ESPÍRITO SANTO NÃO COBRA O DÍZIMO HOJE, ENTÃO POR INSPIRAÇÃO DE QUAL ESPÍRITO O COBRAM ESSES SUPOSTOS MESTRES?.....................................177 DEMONSTRAÇÃO No. 6

À GUISA DE EXEMPLO, VEJA COMO OS MERCENÁRIOS DIZIMEIROS TORCEM O SIGNIFICADO DE TEXTOS COMO: “DAI A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR, E A DEUS O QUE É DE DEUS”.................................................................................................201

EPÍLOGO O LIXO................................................................................................211

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A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

INTRODUÇÃO

“Ouvi, agora, vós, cabeças... e vós chefes: Não é a vós outros que pertence saber o juízo?... A vós que aborreceis o bem e amais o mal; que deles arrancais a pele, e a carne de cima dos seus ossos; que comeis a carne do meu povo, e lhes arrancais a pele, e lhes esmiuçais os ossos, e os repartis como para a panela e como carne no meio do caldeirão? Então chamarão ao Senhor, mas não os ouvirá, antes esconderá deles a sua face naquele tempo, visto que eles fizeram mal nas suas obras. Assim diz o Senhor acerca dos profetas que fazem errar o meu povo, que clamam: Paz, quando tem o que mastigar, mas apregoam guerra santa contra aqueles que nada lhes metem na boca. Os seus cabeças dão as sentenças por suborno; os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao Senhor dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá”.

Mq 3:1-11

O mundo está cheio de arrogantes que se autointitulam “donos da verdade” espiritual. Mas, na prática, nem eles, nem qualquer um de nós, limitados mortais, somos tal coisa. Jesus é o único dono da verdade, porque é, ele mesmo, a própria verdade. “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” não é uma mera frase de impacto sensacionalista ardilosamente preparada pelos propagandistas da Televisão para vender um produto humano qualquer. Não. É a palavra do Autor do mundo, autêntico dono da verdade. É a palavra fiel e verdadeira daquele Verbo eterno através de quem o Pai ordenou, e o Universo inteiro formou-se... do nada! Por isto, é a palavra do único a quem devemos crer em todo quanto diz, por cima do ensino de quem quer que seja.

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Quando ele afirmou: “Quem crer em mim como diz a Escritura” (Jo 7:38-39), e não como diziam os ensinos e interpretações teológicas dos líderes e mestres religiosos da sua época, estabeleceu uma inviolável e fundamental regra: A Sagrada Escritura não pode ser menospre-zada nem relegada a um segundo plano por nenhum dos seus se-guidores. Pelo contrário, devemos segui-la fielmente no que a ele se refere, sem deturpá-la para dar lugar a convenientes acomoda-ções doutrinárias humanas, contra as quais ele mesmo enfatiza, como para não deixar quaisquer dúvidas: “A ESCRITURA NÃO PODE SER ANULADA” (Jo 10:35), desautorizando assim qualquer um que quiser se arrogar autoridade superior a ela. Esta inquebrantável primazia da Sagrada Escritura, e do Evangelho nela contido, é, para nós cristãos, uma condição inegociável que também os apóstolos do Senhor Jesus, nas suas pregações e escritos, fizeram questão de deixar claramente assentada, afirmando que:

“Deus, por meio de Cristo Jesus, julgará os segredos dos homens, de conformidade com meu Evangelho (Rm 2:16). Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na Graça de Cristo, para outro evangelho; o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o Evangelho de Cristo. Mas ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema (que significa: maldito e expulso). Assim como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes (isto é, além do ensino apostólico contido no Novo Testamento), seja anátema” (Gl 1:6-9). Acau-telai-vos para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão. Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina (de Cristo), esse tem assim o Pai, como o Filho. Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa nem lhe deis as boas vindas, porquanto aquele que lhe dá boas vindas se faz cúmplice das suas obras más”(2Jo 1:8-11).

Entretanto, o que estamos presenciando nestes dias é uma injus-tificável negligência espiritual em relação à fiel observância dessa primazia da Palavra escrita de Deus, numa atitude generalizada que

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já raia o grosseiro desprezo e aberto desrespeito à voz do Pastor Supremo. Estamos vivendo um cristianismo abismalmente diferente daquele que a pregação apostólica mostra-nos na Sagrada Bíblia, desprovido daquela poderosa vida manifestada pelos primitivos seguidores de Cristo. A cristandade inteira, independentemente da placa denominativa, precisa, por isso, retornar à prática do exame frequente da sua fé e das prioridades da sua vida cotidiana, para verificar se são, de fato, as mesmas que Deus requer de todos nós no Livro Sagrado sob o NOVO Pacto da Graça, ou se são apenas um mero acomodo farisaico e herético a este escandaloso materialismo atual do mundo; porque é evidente que o crer em Jesus “como diz a Escritura” não é uma simples opção que possamos jogar para o escanteio sem sofrer sérias consequências espirituais. Pelo contrário, é exigido como pauta essencial e vital a todas as igrejas cristãs: Os rios do Espírito Santo a que se referiu o Senhor Jesus em Jo 7:38-39 jorrarão do interior de cada um apenas na mesma medida em que esta forma de crer, assim definida por Cristo, seja de fato e em verdade praticada pelos cristãos em todos os momentos do seu cotidiano viver, principalmente quando estão fora das quatro paredes da igreja. Essa promessa do fluir abundante do Espírito Santo não foi feita aos que creem como diz a Tradição da Igreja Católica, nem aos que creem como dizem os chamados “padres da Igreja”, nem, ainda, como dizem as Resoluções e Decretos dos Concílios Ecumênicos; tampouco a expressão “como diz a Escritura” significou jamais “como diz o pastor ou bispo ou o Papa de tal igreja”, nem “como diz a Cartilha Teológica da denominação tal”. Não. É como diz a sagrada escritura bíblica, ou, caso contrário, é tudo mentira e engano. Por isto, invalidar o que diz a Bíblia concedendo maior autoridade aos ensinos humanos ou angelicais de quem quer que seja, derivará sempre num cristianismo morto, não avalizado pelo abundante fluxo vivificador desse glorioso Espírito prometido pelo Senhor. Esta primazia da Sagrada Escritura deverá ser muito mais válida hoje, por ter se tornado prática comum deixar de obedecer a Palavra divinamente inspirada, para dar mais valor a eruditos raciocínios teológicos alheios a ela, sob a ilusória alegação de que tudo que se fala num púlpito é revelado pelo Espírito Santo, como se este pudesse se autocontradizer ensinando esse montão de doutrinas contrárias à palavra de Jesus, quem já dantes avisara que este Consolador viria confirmar o que ele ensinou a seus discípulos, e

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não contrariar (Jo 14:26 e 15:26). Ora, o Espírito Santo é Deus, e, segundo está escrito, “Deus é luz e nele não há treva nenhuma” (1Jo

1:1-5). Evidentemente, toda contradição é treva, pelo simples motivo de que um dos seus opostos será, forçosamente, mentira, e a mentira é o contrário da luz. Dois ensinos opostos jamais poderão ser, simultaneamente, verdade. Como, por exemplo, quando alguém nos diz que é dia, e, logo depois, referindo-se à mesma hora e lugar, diz que é noite. Neste caso, uma das duas afirmações é falsa, e, por isso, mentirosa. Do mesmo modo aconteceria se Cristo ensinasse uma coisa e o Espírito Santo outra, oposta, sobre o mesmo assunto. Nesse caso, um dos dois estaria mentindo, o que é absolutamente impossível, por causa da natureza divina de ambos. Jesus, o Filho de Deus, é Luz! O Espírito Santo, de Deus, é Luz! Neles não há treva nenhuma! A treva é, toda ela, mentira. E, “como a Escritura” nos diz, MENTIROSO E PAI DA MENTIRA É O DIABO! (Jo 8:44). Do Diabo não procede a Luz; apenas escuridão espiritual e morte. Sua natureza atual é o engano, e é por isso que ele mente, e, com ele, todos seus seguidores humanos que, atrás dos prazeres deste mundo, do domínio sobre os demais e das riquezas materiais, lhe fazem a vontade, muitas vezes disfarçados de ministros evangélicos. “Deus, porém, não pode mentir” (Tt 1:2). “Deus não é homem para que minta” (Nm 23:19). Muito pelo contrário, conforme continua a dizer a Escritura, “seja Deus verdadeiro e mentiroso todo homem” (Rm 3:4). Erra, pois, quem imagina que a Suprema Verdade, Fonte única de tudo quanto realmente tem divina raiz e permanência eterna, possa amar, ou, sequer, admitir consigo a mentira. O conceito de um Deus que mente é desvario da mente de quem assim pensa. Na verdade,

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Deus abomina os mentirosos (Pv 12:22), e adverte-lhes que seu destino final, caso não se arrependam, será o tormento eterno (Ap 21:8). Sendo desse modo, é impossível achar alguma mentira ou contradição procedente do Espírito Santo de Deus. Consequentemente, todo ser, humano ou angelical, que ensine ou ordene aos homens coisas que Deus não mandou ensinar ou ordenar, estará seguindo os passos do “pai da mentira”, quem já desde o Paraíso começou a deturpar a Palavra de Deus, fazendo tropeçar, primeiro, a Eva (Gn 3:2-5), depois Adão... Caim... e a nós todos, se cairmos na tolice de crer seus falsos ensinos dados através de fingidos pregadores, conforme temia o apóstolo Paulo, dizendo: “receio que, assim como a serpente enganou a Eva com sua astúcia, assim também sejam corrompidas vossas mentes, e se apartem da simplicidade e pureza devidas a Cristo” (2Co 11:3). Foi contra todo esse tipo de engano angelical ou humano que o Supremo Mestre Jesus enfatizou: “Eu sou a verdade” (Jo 14:6), mostrando sua total exclusividade como fonte de tudo o que para nós é verdadeiro, e, ao mesmo tempo, desfazendo aberta e taxativamente qualquer tentativa de ser qualificado como autor de enganos, mentiras, ou quaisquer outras manifestações semelhantes, inspiradas, todas elas, pelos espíritos das trevas. Também, quando clamou em oração ao Pai eterno, dizendo: “a tua palavra é a verdade” (Jo 17:17), excluiu quaisquer possibilidades de haver mentiras ou contradições doutrinárias na palavra escrita de Deus, isto é, na Bíblia, que “não pode falhar” (Jo 10:35). Assim sendo, absolutamente ninguém, seja do céu, seja da Terra, ou de onde quer que for, poderá estar falando a verdade quando ensina ou manda qualquer coisa que contradiga a Sagrada Escritura! Ninguém, jamais, recebeu de Deus autoridade para contraditar ou anular a mensagem da Bíblia! O ideal seria, pois, que não houvesse todas essas deturpações da palavra divina, que vemos hoje se espalhando impunemente pelo mundo inteiro.

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Mas esse ideal não existe. O que existe, é o cumprimento da profecia do Senhor Jesus, que já naquele tempo advertia-nos: “Naqueles tempos finais, aparecerão muitos falsos mestres em meu nome, e muitos seguirão atrás deles”. O que existe é uma humanidade caída, que parece gostar de andar atrás do erro, atrás dos falsos ministros, desde que estes lhes garantam que estão salvos, mesmo sem estar. O que existe é o oposto do ideal: “Todos... estão debaixo de pecado; como está escrito: Não há justo, nem sequer um; não há quem entenda (as coisas espirituais), não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis (para tais coisas espirituais, quando Adão, pai de todos nós, caiu da vivificadora comunhão com Deus), não há quem faça o bem, não há nem sequer um. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca, eles a tem cheia de maldição e amargura” (Rm 3:9-14). A humanidade caiu nas Trevas, toda ela, no momento em que Adão caiu, visto que dele procedemos todos. Deus, porém, jamais caiu, nem cairá. Ele é Luz... não trevas. E a sua palavra escrita também é Luz... não trevas! E é tendo em vista essa absoluta impossibilidade de acharmos qualquer forma de erro doutrinário na Bíblia, que passaremos a demonstrar a verdade que constitui o assunto deste livro: Que a cobrança do Dízimo em nome do Senhor Jesus é, nesta era cristã, uma contradição à palavra divina, e, portanto, uma treva, que não procede do Espírito Santo. Provaremos aqui que cobrar o Dízimo sob a suposta guia espiritual de Deus, é, neste tempo da Graça, uma farsa diabólica, ou seja, uma mentira, na qual está crendo à cegas a maioria dos cristãos, enredados, como Eva, pelo uso deturpado da Palavra de

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Deus; quer dizer, pela ignorância que as massas humanas tem a respeito da mensagem divina. Aos ministros sinceros do Evangelho, que apenas por erro na doutrinação recebida estão cobrando do seu rebanho o Dízimo bíblico, rogamos se desarmar do preconceito que o título deste trabalho produz “a priori” contra nós, e efetuar uma leitura completa, no Espírito do Senhor Jesus, julgando com justiça a veracidade das coisas que aqui estamos afirmando. Restará, depois que tudo estiver devidamente confirmado, que tenham a coragem de enfrentar o sistema financeiro voraz que, qual traiçoeira teia de aranha, envolveu o cristianismo para sugá-lo, apoiando sua pregação mercenária em ordenanças do Antigo Testamento que não vigoram mais para os cristãos do Novo Pacto da Graça estabelecido por Deus no Seu Filho Jesus Cristo. Sabemos que poucos terão forças para enfrentar esse enorme poder econômico-religioso de algumas gigantescas igrejas evangélicas que, confiantes no seu poder financeiro e na astúcia dos seus advogados, estão enfrentando até as autoridades governamentais em escandalosos e milionários processos de sonegação de impostos e tributos, e vencendo-as, não para glória do nome de Jesus, mas para proteger as fortunas que amealham arrancando o dinheiro do bolso das suas ovelhas. Tais vitórias não as validam como autênticas igrejas do Senhor Jesus Cristo: afinal de contas, bandidos e traficantes com muita grana também vencem batalhas judiciais, sem que isso signifique que é Deus quem lhes dá a vitória. Apenas fica mais clara a gravidade da impunidade que estamos sofrendo e a magnitude da maliciosa capacidade que enfrentaremos todos os que denunciamos suas mentiras e abusos. A imensa maioria dos que compreenderem e aceitarem como verdadeira a mensagem deste livro capitulará, acovardada, diante das primeiras acusações desses falsos mestres. Isto não nos assombra: Sempre foi assim. Quando Jesus morreu na cruz, somente João e algumas mulheres permaneceram ao seu lado. Desde antes, quando fora preso, seus seguidores tinham já fugido, e o mais altaneiro deles o havia negado repetidas vezes, praguejando. Todavia, os poucos que souberem achar no Espírito Santo as forças para retomar a pregação da inteira e suficiente Graça em Cristo, mesmo se jamais tivermos oportunidade de conhecê-los pessoalmente antes do esperado Arrebatamento, constituirão suficiente recompensa pelas calúnias e perseguições verbais e escritas que sofreremos por causa da publicação deste livro.

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Prepare-se, pois, o leitor, de Bíblia em mãos, para uma polêmica leitura que, com certeza, mudará muitas coisas na sua vida, desfazendo correntes e laços de ensinos mentirosos que nem imagina estarem desnorteando agora sua caminhada cristã. E, na hora da dúvida ao confrontar nosso ensino com a doutrina dos cobradores do Dízimo, lembre apenas do que Jesus disse: “Eu sou a verdade... ninguém vem ao Pai senão por mim”. Venha ao Pai crendo na palavra que Ele nos enviou através do Seu Filho. Não se deixe envolver pela baba mentirosa do Diabo, que tudo faz para nos impedir o pleno gozo espiritual e material da Graça gloriosa que, concedida em Cristo Jesus, Deus nos revela na Sagrada Escritura. Jamais dê mais importância ao que você já acredita ser a verdade do que ao que está escrito na Bíblia a respeito de Jesus. Caso o faça, você cairá no engano. A palavra que diz: “antes seja todo homem mentiroso” quando confrontado com a verdade de Deus, inclui você e nós. Você não é o dono da verdade. Nós não somos os donos da verdade. Jesus é o único dono da verdade. Ele é a própria verdade. Ele que, “como filho sobre a sua casa, a qual casa somos nós”, é superior à palavra de Moisés ou à de qualquer um dos outros profetas que vieram antes de Cristo, por serem, todos eles, meros “servos da mesma casa” de que Jesus é Dono, os quais, “não para si mesmos, mas para nós, ministravam estas coisas que agora nos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do Céu, nos pregaram o Evangelho” (Hb 3:3-8; 1Pe 1:9-12). Lembre sempre que não há contradições doutrinárias na Bíblia, entre os dois Testamentos (o Antigo e o Novo) que a compõem: Há apenas a abismal diferença entre o ministério de Jesus para a gloriosa obra de vivificadora salvação que Deus lhe encomendou com absoluta exclusividade, e o ministério meramente anunciador de todos os demais servos de Deus que houve antes dele, e cujos escritos compõem essa coleção de livros sagrados que denominamos

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Antigo Testamento. São duas mensagens para épocas e povos diferentes cada uma, com conteúdos e efeitos diferenciados. Na dúvida, entre aquela anunciadora palavra dos servos e a do Dono da Casa, que nos trouxe gratuitamente a vida eterna que ninguém mais pode dar, escolha, confiante e sem medo de errar, a do divino Dono; esse mesmo Jesus, fiel Filho de Deus, que já avisou: “Céu e terra passarão; a minha palavra não passará”. Céu e terra passarão, e, com eles, a farsa de todos os mentirosos falsos mestres que hoje detém a verdade com a injustiça, cobrando dinheiro por bênçãos que Jesus dá de graça, ignorando que assim se põem sob a dura sentença de Rm 1:18, na qual Deus promete juízo de castigo contra eles. A mentirosa farsa deles passará, e, para onde eles irão? A mentira, afirmou Jesus, não entra no Céu. Para o Céu, então, não irão...

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DEMONSTRAÇÃO No. 1

SIGNIFICADO VERDADEIRO DA EXPRESSÃO BÍBLICA “A LEI E OS PROFETAS”

“O meu povo está sendo destruído porque lhe falta o conhecimento...” “O povo que não tem entendimento corre para sua perdição”.

Os 4: 6, 14

Desde o princípio da história conhecida, nossa caída humanidade vem errando em todas suas tentativas de encontrar um meio de se salvar da morte. Tais tentativas têm dado origem, não apenas a muito do que hoje conhecemos como Ciência, mas também a muitas religiões. Assim como Caim, o primeiro filho de Adão, buscou se relacionar com o Pai divino do modo equivocado, a imensa maioria, atrás de soluções salvadoras, erra, sem percebê-lo, ao trilhar cami-nhos que Deus não aprovará, porque ele não comunga com aquilo que não procede da sua vontade criadora e aperfeiçoadora. Evidentemente, se salvar da morte deveria significar tornar-se participante da vida eterna. Qualquer outro tipo de solução seria mera ilusão, um vão paliativo passageiro. Ora, a vida eterna é uma qualidade própria do Criador; é algo exclusivo de Deus (1Tm 6:16). E nós, como fracos mortais que somos, não temos como arrancá-la ou roubá-la dele, nem podemos comprá-la com coisas materiais e perecíveis como sacrifícios pessoais, ouro, prata, ou esse dinheiro que veio se tornar a adoração do mundo, isto é, das pessoas que não conhecem nem amam verdadeiramente ao Deus vivo. Caim, no seu modo equivocado de valorizar as coisas, apresentou a Deus um preço material pela reconciliação imortalizadora, imaterial; um preço finito pelas coisas infinitas. Trouxe o fruto do esforço de um corpo já hereditariamente pecaminoso e mortal, e ofereceu isso a Deus esperando, em troca (“comércio”), que o Criador lhe devolves-se o privilégio de tomar do fruto da “árvore da vida”, perdido no Paraíso por seu pai Adão, para não morrer jamais. Na sua cegueira espiritual, ele não entendia que “do Senhor é a terra e a sua

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plenitude” (1Co 10:26), e que este Universo inteiro, incluídos nós seres humanos, foi todo criado por Ele, motivo pelo qual pertencem-lhe, por legítimo e incontestável direito de criação, todas as coisas e seres existentes. Tudo é dele! Como, pois, tomar algo da propriedade divina para depois oferecê-lo a Ele, seu legítimo Dono eterno, como pagamento ou preço pela vida imortal? É claro que isso foi uma tremenda tolice de Caim; porém, a triste realidade é que nós, os “cristãos” de hoje, teimando em não aprender a lição que a “tola” experiência dele nos transmite, estamos recaindo nesse mesmo malfadado equívoco, pretendendo também fazer comércio com Deus, ao Lhe oferecermos nossas “boas” obras, nosso “bom” esforço pessoal, nossos “bons” pagamentos em dinheiro à igreja, esperando receber, em troca (“comércio”!), a vida eterna e todas aquelas demais bênçãos espirituais e materiais que Deus nos oferece exclusivamente de graça em Cristo Jesus (Ef 2:4-9; 1Pe 1:3-5). Ele não vende. Dá! Urge-nos compreender que, aos olhos do Senhor da Graça, constitui repugnante tentativa comercial o fato de lhe oferecermos, seja este mundo todo (que Ele próprio criou), seja nossa decaída e pecaminosa vida humana, em troca das coisas eternas, desconhecendo desse modo que, desde o pecado de Adão e Eva nascemos todos dentro de um processo de morte (Rm 5:12), ou, nas palavras do próprio Senhor Jesus, nascemos mortos (Mt 8:22), e que assim como as coisas materiais não compram as espirituais, tampouco pode esta nossa natural mortalidade humana comprar a vida eterna, nem as bênçãos que dela provém. Como está escrito: “Todos à uma nos fizemos inúteis” na queda do nosso primeiro pai humano, Adão (Rm 3:12; 5:12). Inútil é algo que não serve para nada. E é por causa deste estado de completa inutilidade que fracassam todas nossas tentativas humanas de achar uma solução ao problema da morte e a todas as consequências ruins que esta produz em nosso cotidiano viver terreno. É também por causa dessa completa inutilidade que em quase tudo que pensamos ou fazemos terminamos transgredindo e distorcendo as verdades divinas. A limitação imposta pela nossa mortalidade impede-nos compreender a glória das coisas ETERNAS, e, julgando conforme a parcial visão que temos, terminamos concluindo errado e deturpando os conceitos que a elas se referem.

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A dura realidade para nós continua sendo que desde a queda de Adão nascemos à já caída imagem e semelhança adâmica (Gn 5:3; 1Co

15:48); quer dizer, nascemos mortais e pecadores... amamos os prazeres da carne mais do que qualquer outra coisa; e é como seres de natureza dada ao pecado que falhamos com Deus e torcemos ou deturpamos Sua palavra para satisfazer as inclinações da nossa carne e as convicções da nossa mente envolvida nas morbosas trevas de uma existência vivida fora da comunhão com Deus (Rm 3:23; Rm 7:14-

24). E nisto não há exceções: “Quem alegar que não tem nenhum pecado, faz a Deus mentiroso” (1Jo 1:8,10). O apóstolo Paulo, que sem dúvida era melhor cristão do que nós, humildemente reconheceu em si mesmo esta natureza pecaminosa, e nos deu testemunho disso com estas palavras:

“Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o mal que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Pois no que se refere ao homem interior, tenho prazer na lei (na vontade ou querer) de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei (ou vontade, ou querer, ou força) que, guerreando contra a lei (ou vontade, ou querer) da minha mente, me faz prisioneiro da lei (ou vontade, ou querer, ou força) do pecado que está nos meus membros” (Rm 7:18-23).

Como vemos, o apóstolo Paulo compreendia muito bem sua pessoal inutilidade, causada pela natureza pecaminosa que carregava em seus membros corporais. Ele, porém, à diferença de Caim, depois da sua conversão a Cristo não se apresentou a Deus com o mérito dos seus próprios recursos mentais, físicos, nem com qualquer outra espécie de valores materiais; tampouco distorceu a sagrada palavra do Evangelho para acomodá-la aos seus próprios interesses religiosos ou financeiros (2Co 2:17; 2Co 3:4-6; Fp 3:7-8). Ele cingiu-se à verdade de Jesus, entregando-se de corpo e alma à pregação da palavra vivificante que constitui o miolo da mensagem da Nova Aliança feita por Deus com base no excludente mérito do sangue de Cristo Jesus (2Co 12:15; 1Co 9:18-23; Rm 15:17-20).

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Neste mesmo discernimento de que nós somos, por natureza, apenas mortais pecadores, o apóstolo compreendeu também que “a inclinação da carne é inimizade contra Deus (e, portanto, contra suas verdades), pois não está sujeita à lei de Deus, nem mesmo pode estar... porque milita contra o Espírito” (Rm 8:7; Gl 5:17). Eis aí o motivo pelo qual ele nos escreveu sua gloriosa conclusão de que “se pelo Espírito (não pela letra da Lei do Antigo Testamento) mortificarmos os feitos do corpo, certamente viveremos; pois todos quantos são guiados pelo Espírito de Deus (não pela letra da Lei do Antigo Testamento) são filhos de Deus” (Rm 8:13-14). Essa inimizade da carne contra Deus a faz militar ou batalhar contra o Espírito, no seu afã de viver os prazeres e deleites que lhe são próprios por natureza... a natureza caída desde Adão que de forma alguma acha qualquer deleite nas coisas do espírito. Esta revelação divina nos explica bem a causa de todas essas deturpações evangélicas que superabundam hoje. Contra os efeitos desta inimizade que está em todos nós desde a gestação, Paulo nos indica a sujeição à guia do Espírito Santo, único capaz de mortificar os feitos do nosso corpo e nos transmitir a Vida Eterna. E Paulo praticava o que pregava: Andou submissamente guiado. Foi sob essa guia do Espírito Santo que, apesar das terríveis perseguições dos legalistas, passou sua vida inteira pregando o Evangelho da Nova Aliança da Graça, apresentando esta aos gentios como uma obra inteiramente nova e completamente diferente daquela dada no Monte Sinai, sob a qual o povo judeu deveria viver até à vinda de Jesus, o Messias Nazareno que traria o estabelecimento de um outro e NOVO Pacto com Deus (Gl 3:16-19). Os pregadores de hoje, que se autodenominam apostólicos porque supostamente seguem a doutrina dos apóstolos de Jesus, deveriam considerar mais seriamente a atitude e os ensinos de Paulo (como também os de Pedro, João e do autor da profunda Carta aos Hebreus) antes de caírem tão entusiasmadamente na atual onda legalista que está invadindo sorrateiramente nossas igrejas cristãs, disfarçada de alimento sólido para as ovelhas, como se o suficiente pão da vida não fosse o próprio Cristo, segundo ele mesmo ensina em Jo 6:48-51; onda legalista disfarçada de doutrina profunda, sendo que, na realidade, não passa de engano diabólico com o propósito de barrar os efeitos eternos da Graça. Engano esse facilitado, quase sempre,

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pela generalizada ignorância das multidões sobre o significado de muitos termos e expressões bíblicas de fundamental importância para a compreensão de toda a santa mensagem de Deus contida nas Sagradas Escrituras, no espaço e no tempo aplicável. Hoje, em decorrência desse legalismo tão generalizado, milhões de cristãos estão sendo arrastados a procurar as bênçãos da vida espiritual e material através de merecimentos pessoais e esforços próprios, supostamente derivados do fiel cumprimento das leis do Antigo Testamento da Bíblia, das quais (leis) a que mais propa-ganda recebe é aquela do Dízimo, essa mesma à que se refere aquele famoso trecho de Ml 3:8-11, quiçá pelo alto retorno financeiro que produz nas igrejas onde é cobrada essa taxa. Como veremos, tal pregação legalista não pode proceder de Deus, porque, se procedesse, Deus estaria caindo em contradição, ao prometer em Cristo Jesus uma Graça geral e suficiente (Rm 8:32) que, na realidade, não o seria se os seguidores deste se vissem obrigados a obter bênçãos, paz ou justificação perante Deus mediante o fiel cumprimento de uma Lei que Ele mesmo declara cumprida e plenamente satisfeita em Cristo, mediante o sacrifício redentor no Calvário (Rm 7:4; Rm 8:3-4; Rm 10:4); se assim fosse, “segue-se que Cristo morreu em vão”, grita o apóstolo Paulo em Gl 2:21. Deus não pode entrar em contradição, porque na contradição há mentira. Muito pelo contrário, o ensino do Senhor Jesus e dos seus apóstolos nos faz ver, em sadia concordância com todo o resto da Bíblia, que a paz com Deus e as bênçãos que precisamos na nossa vida material aqui na Terra, tem uma única e insubstituível fonte ou fundamento: A obra propiciatória, reden-tora e salvadora de Jesus Cristo, o “Cordeiro de Deus”, que veio para se tornar o grandioso vencedor da Morte, com o objetivo de ser o ministro suficiente, completo e perfeito de todas essas bênçãos espirituais e materiais que todos precisamos; todas elas de graça, porque, na cruz, ele as pagou com sua própria preciosa vida por toda a eternidade (Rm 8:32; Hb 5:7-9; 7:25-27; 9:11-15; 9:22-28; 10:1-20; 1Co 3:11). Qualquer tipo de pregação, pois, que apresente ao Corpo de Cristo outro preço ou fonte de tais bênçãos, “mesmo se quem a apresentar for um anjo do Céu”, é mentirosa, abominável aos olhos do Pai, e, como disse o apóstolo Paulo, deveria ser anatematizada, isto é, amaldiçoada e banida da Igreja, conforme instrui a palavra do Senhor (Gl 1:6-9; 2Jo 1:8-11), para cortar o mal pela raiz, erradicando do meio do povo falsas esperanças, cujo

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diabólico fruto será apenas a decepção, e, quase sempre, o abandono definitivo da fé em Deus. Desafortunadamente, porém, pregações apresentando outros pre-ços e outras fontes dessas bênçãos espirituais e materiais invadi-ram os púlpitos das nossas igrejas cristãs, oferecendo esses favores de Deus em troca de custos, pagamentos e sacrifícios diferentes dos estabelecidos pelo Pai eterno hoje, no Novo Pacto da Graça em Cristo Jesus. Usando mal as palavras da Bíblia, pregadores sem capacitação espiritual divina estão disseminando suas interpretações pessoais erradas, deturpando a sagrada palavra escrita para atender a conveniências e necessidades próprias ou institucio-nais, pouco lhes importando estarem assim contrariando a sobe-rana vontade de Deus e o claro ensino do Evangelho, segundo o qual as bênçãos do Alto e a paz e a reconciliação nossa com o Pai eterno estão em Jesus Cristo, e não na letra ou obras da Lei do Antigo Testamento, que jamais foi dada por Deus para dar a ninguém vida eterna, nem para nos outorgar as vivificadoras bênçãos que procedem só do ministério do Messias; pois é evidente que, se existisse nesses escritos do Antigo Testamento pelo menos uma única instrução ou lei com capacidade para dar vida eterna, não teria sido necessária a encarnação, sofrimento e morte vicária de Jesus de Nazaré, o Verbo de Deus, porque, nesse caso, a nossa obediência a essa tal instrução ou lei seria o suficiente instrumento ou meio da nossa salvação, conforme no-lo ensina o Evangelho em Gl 3:21. Aliás, qualquer objeto, pessoa ou palavra que pudesse transmitir aos seres humanos as bênçãos messiânicas ou a vida eterna naqueles tempos do Antigo Testamento, tornaria desnecessária a vinda do Salvador prometido desde Gn 3:15, quem quer que fosse. Necessitávamos desse Salvador pelo simples motivo de que nada nem ninguém podia nos arrancar das garras da Morte, para depois nos transmitir essa vida eterna ou as bênçãos espirituais e materiais prometidas para os tempos do ministério do Messias como herança gratuita em textos como o de Is 52:3, que nos anuncia: “Por nada fostes vendidos, sem dinheiro sereis resgatados”.

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Nenhuma pessoa, ato, ritual, costume, palavra, frase, trecho ou livro do Antigo Testamento teve jamais o ministério de dar tal vida eterna à humanidade, nem de salvar esta dos seus flagelos decorrentes da morte em que caiu depois do pecado de Adão, nem de lhe transmitir essa herança das bênçãos que Deus prometeu somente no Messias... e a prometeu para ser grátis, diferente das promessas da Lei, que tinham todas um custo ou uma obrigação envolvida. Tal ministério da concessão sem preços da vida eterna e daquelas bênçãos estava reservado por Deus apenas para seu Filho Jesus Cristo, “segundo o seu beneplácito que se propusera de fazer convergir nele na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra” (Ef 1:9-10). Mas aos deturpadores parece não lhes importar muito esta gloriosa realidade, e, descaradamente, impõem sobre os ombros do povo cargas e condições que, cada vez mais pesadas e insuportáveis, lhe impedem o pleno desfrute das genuínas bênçãos da Graça prometidas na mensagem do Evangelho aos autênticos seguido-res de Jesus. E achando que isto é “a verdade”, as ovelhas acabaram se acostumando a viver alheadas do significado da Graça em Cristo, e por isso, por exemplo, quando adoecem correm para os hospitais a procurar a mão de homens que nada tem a ver com Deus, esquecidos da palavra de Mc 16:17-18, ou tal vez convictos de que já “não vale mais para estes tempos”, como temos ouvido por aí, nas pregações de pastores de carteirinha que jamais conheceram o vivo e sempre atual poder curador de Deus. Neste assustador contexto de venenosas deturpações bíblicas, introduzidas a maioria das vezes pela insaciável avareza de muitos inescrupulosos pregadores, torna-se muito mais prejudicial a igno-rância do significado verdadeiro de muitos termos e expressões usadas nos textos do Novo Testamento com o claro propósito de ressaltar o pleno e suficiente valor salvador e abençoador da Graça em contrastante comparação com todo e qualquer ministério do Antigo Testamento. Esta ignorância é um dos fatores que convertem as pessoas em presa fácil dos falsos ministros do Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo, tal e como nos foi ele legado pelos seus apóstolos. Este é o lamentável caso, por exemplo, da expressão “A Lei e os Profetas”, cuja errada compreensão pode deturpar

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completamente o conteúdo da mensagem de Jesus e seus apóstolos em algumas passagens de fundamental valor para uma vida cotidiana de verdadeira vitória contra as forças malignas que sem cessar batalham às escondidas contra a nossa salvação. Por causa da vital importância dessa compreensão sobre o que é viver sob a “Aliança da Graça”, e para cumprir estrita e claramente os propósitos deste livro, passaremos a esclarecer o significado realmente bíblico de tal expressão. 1

o. - Da expressão “A Lei e os Profetas”

a)- O testemunho do dicionário bíblico: O universalmente respeitado “Novo Dicionário da Bíblia” de J. D. Douglas, no final do literal b-1, da parte “(A Lei) NO NOVO TESTAMENTO”, pág. 918, reimpressão 1998 de “EDIÇÕES VIDA NOVA”, define que “a expressão ‘A Lei e os Profetas’ é uma designação conveniente do Antigo Testamento em sua totali-dade”.

b)- O testemunho das Notas da “Bíblia de Estudo de Genebra”: Na “Bíblia de Estudo de Genebra” da Sociedade Bíblica do Brasil, cujas Notas e Comentários de Rodapé datam do século XVI, quer dizer, dos tempos em que a Reforma estava ainda em todo seu fulgor espiritual, essa expressão “A Lei e os Profetas” usada por Jesus em Lc 16:16 e Mt 22:40 é explicada como sendo “uma forma de Jesus referir-se a todo o Antigo Testamento”. c)- O testemunho das Assembleias de Deus: Na Introdução da “Bíblia Explicada”, da Casa Publicadora das Assembleias de Deus, página 9, ensina-se que “a primeira Bíblia hebraica foi a ‘Lei’- os cinco livros de Moisés, ou o Pentateuco. Mais tarde foi aumentada, e era já a ‘Lei e os Profetas” (Não esqueça o leitor que o aumento sobre a “primeira Bíblia hebraica” de que aqui se fala, consistiu no conjunto de livros que, começando com ‘Josué’, termina no ‘Livro de Malaquias’. Quer dizer que, segundo este ensino, o que os judeus chamavam “a Lei e os Profetas” é a mesma coleção de livros à que nós os cristãos denominamos Antigo

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Testamento, ou seja, de Gênesis a Malaquias nas nossas atuais Bíblias. Não tem, pois, desculpa: Ensino, pelo menos no papel, eles tem...) Aceitando então como correta e apropriada esta definição de fonte tão idônea, aproveitamos o impacto destes três testemunhos para dar um ressalte, lembrando que esta expressão era de uso comum e corrente entre os cidadãos do povo judeu nos tempos em que Jesus andou na Terra, e se referia, conforme aqui foi definido, à parte das nossas Bíblias que vai de Gênesis ao livro de Malaquias, até porque o nosso Novo Testamento, que é exclusi-vamente cristão, ainda não tinha sido escrito. Assim, quando algum cidadão judeu usava esta expressão, “A Lei e os Profetas”, aludia ao conjunto de livros que nós agora denominamos Antigo Testamento, e foi somente neste exclusivo sentido que também o nosso Senhor Jesus Cristo e os seus apóstolos a usaram, por serem igualmente cidadãos judeus. Qualquer estudioso sério da Bíblia sabe desta verdade elementar. Só não o sabem, ou fingem não sabê-lo, os enfatuados metidos a mestres que, enganados pelo mesmo espírito do erro, arrastam o povo pelo estéril caminho de Caim, ensinando-o a procurar as bênçãos e a imortalidade através de meios e doutrinas legalistas, diferentes do autêntico Caminho da Graça que Deus Pai estabeleceu exclusivamente através de Cristo Jesus (Rm 10:2-4). 2º- Exemplos do uso da expressão “a Lei e os Profetas” como sinônimo de “o Antigo Testamento”: Vista deste modo, a expressão “A Lei e os Profetas” passa a ser entendida como um simples sinônimo do nosso título “Antigo Testamento”, e sobre esta insuspeita conclusão damos a seguir alguns exemplos, hermeneuticamente incontestáveis, do seu uso no Novo Testamento com esta exclusiva significação: a)- Em Lc 16:16, Jesus de Nazaré, nascido em Belém da Judéia, ensinou de forma aberta e enfática que aquilo ao qual ele denominava “a Lei e os Profetas” durou ou vigorou até João (Batista). Conformando-nos às demonstrações dadas acima, a fiel realidade é que aqui ele está nos dizendo que todos os livros da parte das nossas bíblias que vai de Gênesis a Malaquias, deixa-ram de vigorar como norma básica de vida diante de Deus, para

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dar lugar à introdução de uma nova forma de relacionamento entre os homens e seu Criador. Note que essa coleção de livros é justamente a que nós chamamos de “Antigo Testamento”. Assim sendo, não se trata aqui da caducidade apenas da Lei “Cerimonial” ou da Lei “Moral”, como alguns gostam de dividir o todo que ela é, mas de tudo quanto foi vivido, instruído e ordenado desde a primeira palavra do livro de Gênesis até ao ponto final do livro de Malaquias, para dar lugar a algo inteiramente novo: O Evangelho do Reino de Deus, através do qual nos tornamos FILHOS do Altíssimo, coparticipantes de Sua eternidade, vivos para sempre. Esta filiação divina é a mais elevada glória que o ser humano pode esperar de parte do Pai eterno, e é algo que a Lei, chame-se ela “Cerimonial” ou “Moral”, jamais outorgou a ninguém (Gl 3:21; Hb 7:18-

19), nem poderá já outorgar nunca, porque, segundo a palavra incontestável do Senhor Jesus Cristo, ela nem sequer vigora mais depois que João Batista exerceu seu ministério lá pelas bandas do rio Jordão. E não adianta alguém querer ainda alegar que aqui Jesus não se referia ao Antigo Testamento: Até o tempo em que ele fez esta tremenda afirmação, esses livros que formam o conjunto de Gênesis até Malaquias, eram as únicas escrituras sagradas que Deus tinha dado ao povo judeu, e este as denominava “a Lei e os Profetas”, expressão esta que, como ficou já provado, é apenas um sinônimo para o que nós cristãos chamamos de “Antigo Testamento”. Não existia o Novo Testamento. É, pois, torpeza maliciosa, teimosia ou ignorância argumentar que Jesus aludia aqui a outros tipos de lei ou a outros profetas. b)- Em Mt 11:13, o próprio Jesus, judeu fiel, afirma que “todos os profetas e a Lei profetizaram até João Batista”. Aqui, além do claro uso sinonímico com a expressão “Antigo Testamento”, por ser inegável que se referia ao conjunto de livros sagrados que vai de Gênesis até Malaquias, ainda temos o notável acréscimo da palavra “todos”, que, sem deixar lugar a quaisquer dúvidas sobre a inexistência de exceções, inclui o livro do profeta Malaquias. Ou seja, todas as instruções e exigências da palavra profética escrita nesse conjunto de livros sagrados tiveram vigor somente até o tempo do ministério de João Batista. Jesus, repetimos, não fez aqui nenhuma exceção, nem dividiu a Lei em “cerimonial” ou “moral” como prefeririam os espertalhões que querem forçar Ml 3:10 para dentro do Evangelho cristão, escondendo dos seus ouvintes o notório

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fato de que a Lei do Dizimo jamais fez parte dos 10 Mandamentos, que é o que eles chamam de eterna “Lei moral”. c)- Em Mt 22:35-40, Jesus, judeu, usa de novo a expressão “a Lei e os Profetas” referindo-se a toda a sagrada escritura judaica. Ora, se nessa época não existia ainda o Novo Testamento, nem os judeus tinham outras “leis e profetas” diferentes disso que nós hoje deno-minamos “Antigo Testamento”, é obrigatório admitirmos que aqui ele aludia a essa parte antiga das nossas bíblias atuais, em virtude dos três testemunhos lidos acima. Qualquer outra conclusão seria erro ingênuo ou descarada desonestidade. d)- Em At 13:15, Lucas, autor judeu, utilizou a expressão “Lei e Profetas” numa clara e inegável referência a toda a sagrada escritura judaica do seu tempo, isto é, ao Antigo Testamento. No evento ali citado, seguindo o costume judaico, não foram lidos naquela única reunião desse Sábado todos os livros de Moisés, nem todos os Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Jó, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Da-niel, Malaquias, etc. Foi lido apenas um trecho de algum deles. Mesmo assim, Lucas registrou a leitura como “da Lei e Profe-tas”, provando, mais uma vez, que o uso de tal expressão era um costume geral e bem enraizado entre os judeus da sua época, para aludir a toda a sagrada escritura deles, quer dizer, toda a coleção de livros que abrange desde Gênesis até Malaquias. e)- Em Rm 3:21, o apóstolo Paulo, que também era judeu, usa essa mesma expressão, em inequívoca referência ao testemunho de todos os livros desde Gênesis até Malaquias sobre aquela que, para seus sagrados escritores de então, era ainda a futura vinda do Messias Salvador. Relembremos que o Novo Testamento ainda não existia, e que, aliás, o próprio Paulo foi o autor que mais contribuiu com seus inspirados escritos para sua posterior formação. Fica, pois, mais outra vez, demonstrado o uso judaico da expressão “a Lei e os Profetas” para significar “Antigo Testamento”. Não há, definitivamente, como negá-lo: “A Lei e os Profetas” é um denominativo dado pelo povo judeu à coleção de livros sagrados usados por eles, formada pela parte das nossas Bíblias que compreende desde Gênesis até Malaquias.

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Por isso, dizer “A Lei e os Profetas” é a mesma coisa que dizer “o Antigo Testamento”. São expressões sinônimas. Então, ao lermos o já citado texto de Lc 16: 16 onde Jesus disse que “a Lei e os Profetas vigoraram até João”, podemos entender, sem medo de faltar com a verdade de Deus, que “nosso Antigo Testamento, desde a primeira palavra de Gênesis até ao ponto final de Malaquias, durou até João”.

3o. – Por que o Antigo Testamento deveria vigorar apenas até

João Batista? Por causa do Novo Pacto de Salvação pela Graça que o próprio soberano Deus havia prometido introduzir, desde os tempos do Antigo Testamento através dos seus santos profetas, tal e como ficou registrado em Jr 31:32, assim: “Eis que vem dias, diz o Senhor, e firmarei Nova Aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá (a tribo de Davi e de Jesus). Não conforme a aliança que fiz com seus pais

no dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra do Egito,

porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o Senhor”. Eis aí o grande motivo: Deus tinha um Novo para introduzir, e não se introduz outro Pacto enquanto o antigo Pacto ainda vigora. Deus tinha prometido firmar esta NOVA Aliança, e sua palavra não pode falhar: Em algum momento na história da humanidade deveria chegar o cumprimento desta fiel promessa do Senhor. E, quando quer que chegasse esse momento, haveria oposição dos que não compreenderiam a mudança a ser realizada por Deus através de seu Servo humano Jesus, de acordo com o que também profetizara Isaías desde o versículo 1 do capitulo 52 até ao versículo 8 do capítulo 54 do seu livro. Segundo esta profecia, seu Servo o Messias (em grego, Cristo), seria oprimido, humilhado e sacrificado pelos detentores do poder decisório da nação dos seus irmãos judeus, os quais, não vendo nele especiais aparência ou formosura da qual se agradassem, o desprezariam, o rejeitariam, e, não fazendo caso dele

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(do seu próprio tão esperado Messias), lhe designariam a morte com os perversos. Morte essa da qual continuam participando todos quantos de uma ou outra maneira se opõem à plena vivência do Pacto da Graça entre os convertidos a Cristo, por não terem visto ainda toda a majestade e esplendor da sua aparência e formosura ESPIRITUAL. Deus tinha prometido uma NOVA Aliança, e, em algum momento da nossa história humana deveria acontecer que, “por um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa da sua fraqueza e inutilidade (pois a Lei nunca aperfeiçoou cousa alguma) e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus”. Sendo que, “quando se diz Nova (Aliança), torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido, está prestes a desaparecer” (Hb 7:18-19 e 8:13). Esse momento da nossa histó-ria foi marcado pela confluência espaço-temporal de duas pessoas: João Batista (o último profeta do Antigo Testamento, encarregado de apresentar ao mundo o Messias quando chegasse o momento) e Jesus de Nazaré (o Servo-Messias que implantaria, sobre o exclusivo mérito da sua própria vida derramada na cruz como Cordeiro de Deus superior aos cordeiros usados nos sacrifícios do Antigo, este Novo Pacto da Graça em que a vida eterna nos é dada gratuitamente, junto com todo o pacote de bênçãos materiais que fazem também parte dessa herança gratuita outorgada em Cristo). O próprio Senhor Jesus, ai mesmo em Lc 16:16, ensina que, passa-do o vigor da “Lei e Profetas” no tempo dessa histórica confluência, ocorreria o estabelecimento de um novo regime de relacionamento entre Deus e os homens: O do Evangelho! Qual Evangelho? Ora, o Evangelho do Reino de Deus, que nos traria a vida eterna que a Lei não dava, e que fora anunciado desde o princípio, já desde aquele remoto tempo em que Satanás tirou das mãos de Adão o domínio que o Criador lhe dera sobre toda a Terra, conforme fiel registro bíblico sagradamente inspirado em Gn 1:28 e 3:15. Durante o tempo descrito em todo o Antigo Testamento da Bíblia, todos os servos do Altíssimo Deus esperaram se alegrar com a Boa Notícia (Evangelho) da chegada do “descendente da mulher” que cumpri-ria esta promessa. De Gênesis a Malaquias, todo ser humano fiel ao

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Deus de Adão, Noé, Abraão, Isaque e Jacó fundamentou sua fidelidade na esperança de ver cumprida essa profecia sobre a vinda do Messias. Este era o Evangelho que todos eles esperaram, e que somente o servo e profeta João Batista teve o privilégio de introduzir, apresentando ao povo “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e que batiza com o Espírito Santo” (Jo 1:29-33). Quer dizer, o Evangelho de eterna Salvação espiritual, mental e física (material), derivada única e exclusivamente do ministério da Graça do nosso Senhor Jesus Cristo, o vitoriosamente ressuscitado Filho de Deus, o Messias... e jamais da “Lei e Profetas”! Até à chegada do Messias Jesus de Nazaré à Terra, quem reinava aqui desde a Queda de Adão era Satanás, de acordo com o ensino divino em 1Jo 5:19, onde, excetuando os resgatados por Cristo, diz: “O mundo inteiro jaz no Maligno”. Esta foi uma realidade reconhecida pelo próprio Senhor Jesus no episódio da tentação no deserto: Lá, quando o Diabo lhe ofereceu todos os reinos do mundo, dizendo-lhe que toda a autoridade e glória desses reinos lhe foram entregues, e, por isso, ele podia dá-las a quem ele quisesse, Jesus não lhe retrucou alegando que tal afirmação fosse mentirosa! Simplesmente se negou a adorá-lo, afirmando-lhe que a adoração e o serviço somente devem ser dados a Deus. Não caiu, como caem hoje os ambiciosos cobradores do Dízimo, na tentação de se dedicar a acumular bens deste mundo; pelo contrário, ensinou enfaticamente contra tal acúmulo em sua gloriosa palavra de Mt 6:19-34, que esses mercenários parecem não ter lido nunca. E foi esse o reinado que Jesus arrancou das mãos de Satanás quando, morrendo injustamente na cruz, voltou ressuscitado do abismo, vencedor sobre todos os poderes do Império das Trevas. Tendo participado da mesma fraca condição de carne e sangue que tinha a humanidade quando o Diabo a derrotou no Jardim do Éden fazendo cair Adão e Eva, nessa mesma carne e sangue fracos derrotou a “Serpente antiga” e a Morte, para livrar a todos nós, que desde aqueles nossos primeiros pais já nascíamos escravizados a tal maldição (Hb 2:14-15), sem que o Pacto da Lei ou qualquer outra coisa pudesse nos libertar. É por causa desta obra gloriosa, realizada somente por ele e mais ninguém, que a Sagrada Palavra é enfática em nos declarar que é

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única e exclusivamente através dele que recebemos a Graça de Deus, a Verdade e a Salvação plena, para que não nos deixemos confundir pelos que, por torpe ganância, misturam as coisas diante do povo ingênuo, ensinando-o a depender de outros meios ou leis ou preços para receber as bênçãos. O que está escrito, é:

“A Lei foi dada por intermédio de Moisés; a Graça e a Verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1:17); “Eu sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6); “Este Jesus é a pedra viva (da Obra viva de Deus) rejeitada por vós, os construtores (os líderes religiosos), a qual se tornou pedra angular (do “edifício” vivo, que é a Igreja ou Corpo de Cristo). E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe outro nome dado aos homens, para que alcancem a salvação (isto cai justamente sobre os que querem se salvar ou sair de situações financeiras miseráveis em nome de Moisés, ou em nome de Jeová, ou seja lá no ‘outro’ nome que for. “Então nenhum outro” significa apenas isso: EM NENHUM OUTRO! Se não querem crer nisto, então arranquem este trecho do Evangelho!)” (At 4:11-12); “Aquele que não poupou nem Seu próprio Filho, antes por todos nós o entregou (ao castigo e morte que merecíamos pelos nossos pecados), porventura, não nos dará gratui-tamente com ele todas as coisas?” (Rm 8:32); “O Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua Graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência, desvendando-nos o mistério da Sua vontade, segundo o beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, quando chegasse a plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do Céu como as da Terra” (Ef 1:6-10).

Chega, pois, de Caminhos de confusão ao estilo dos ilusórios merecimentos pessoais de Caim, ou de capacidades salvadoras e

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abençoadoras estranhas às que Deus estabeleceu única e exclusi-vamente em Jesus! Chega de deturpações! Chega de pregações contrárias à inteira Graça salvadora da obra já realizada pelo nosso Senhor Jesus Cristo. Chega de querer anular a Graça de Deus, e ainda acusar de hereges aos que a pregamos. Chega de querer abafar o “Consumado está!” gritado pelo Cordeiro de Deus na cruz. Quando ele disse: “A Lei e os Profetas (isto é, o Antigo Testamen-to) vigoraram até João Batista” (Lc 16:16), ficou inegavelmente claro que, incluídas as nossas naturais necessidades cotidianas, estava sendo introduzido um novo regime de relacionamento entre os homens e Deus, no qual “todas as coisas” que você precisa, tanto as bênçãos do Céu como as da Terra, comida, vestido, casa, trabalho e saúde, Deus Pai as reuniu em Cristo Jesus, para que este as dê, de graça, a todos quantos, confiando nele, tornam-se fiéis seguidores seus (Mt 6:31-33; Rm 8:32). O quê significa “de graça”? Significa: GRATUITAMENTE! Não existe Graça onde existe um preço ou uma obrigação a ser cumprida para poder receber a bênção! O pecador é salvo de Graça e, já convertido à Cristo, também de Graça é abençoado, tanto com as bênçãos do Céu, “como com as da Terra”! “De Graça... OU SEJA, SEM ESSE HERÉTICO CONDICIO-NAMENTO À PRÉVIA OBEDIÊNCIA DE MANDAMENTOS E ESTATUTOS DO ANTIGO TESTAMENTO, SEM TRIBU-TOS, SEM TAXAS, SEM COBRANÇAS DE DINHEIRO, SEM DÍZIMOS, SEM PENITÊNCIAS E SEM SACRIFÍCIOS EM

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TROCA DA BÊNÇÃO A SER RECEBIDA, tal e como estava profetizado em Is 52:3 e 55:1-3, e em Jr 31:31-34. Era a este mesmo regime da Graça que Jesus se referia em Lc 16:16, quando declarou aos legalistas fariseus que, chegado o momento em que a ‘Lei e os Profetas’ deixavam de vigorar, “des-de esse tempo vem sendo anunciado o Evangelho do Reino de Deus”. Isso significa que, à Antiga Aliança da Lei dada no Monte Sinai, seguia-se agora outra, nova e diferente: A DA GRAÇA SALVADO-RA E ABENÇOADORA EM CRISTO! E, como acontece sempre em toda mudança de uma aliança para outra que é chamada de “nova” e “diferente”, a que entrava em vigor, nem era igual à que caducava, nem constituía um remendo nela. Se fosse igual ou constituísse um remendo da anterior, não poderia ser chamada de “nova”, nem de “diferente”. Na sequencia histórica, o que aconteceu foi a implantação de uma nova e diferente aliança, que nada mais tinha a ver com a anterior quanto a normatizar ou regrar a forma de viver e de se relacionar o homem com Deus. Foi algo realmente novo. Realmente diferente. Algo realmente original. No Pacto da Graça em Cristo Jesus, o “novo” e “diferente” ofere-cido mediante a obra redentora da cruz era, essencialmente, algo que toda a “Lei e Profetas” (Antigo Testamento) podia apenas anunciar, mas jamais conceder: A fonte da vida eterna: O Espírito de Jesus em nós! Desde Gênesis até Malaquias, nenhum gesto humano ali registrado, nenhum servo de Deus ali mencionado, nenhuma lei ali escrita, recebeu do Altíssimo e Soberano Deus o poder ou

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autoridade de nos conceder essa vida eterna que é o Espírito de Jesus dentro de nós. Somente à Aliança da Graça em Cristo foi dado tal glorioso poder (Jo 5:21-24). A concessão da vida eterna aos homens desfaria radicalmente os mortais efeitos da obra maligna efetuada por Satanás sobre Adão e Eva, lá no Jardim do Éden. E nos planos de Deus, isto estava reservado somente para a Aliança ou Pacto da Graça, na qual a fonte de todas as bênçãos espirituais e materiais é Cristo! (Rm 8:32). Isto é, estava reservado para outra Dispensação. Explicamos: Cada nova aliança que Deus introduziu na história da humani-dade, constituiu-se sempre numa nova e diferente “dispensa-ção”, um termo bastante apropriado que alguns teólogos gostam de empregar nos seus discursos. Utilizando-o nós também neste contexto, perguntamos: Qual é o significado real desse termo “dispensação”? A autorizada “Bíblia Explicada”, da Casa Publicadora das Assembleias de Deus nos responde muito bem esta pergunta da seguinte maneira:

“...Dispensação. Isto é, os métodos pelos quais Deus agiu para com os homens em diferentes épocas e sob diferentes circunstâncias...Uma dispensação (Ef 1:10) é um período de tempo em que o homem é provado com respeito à sua obediência e alguma revelação específica da vontade divina. Sete de tais dispensações podem ser discernidas. A primeira foi a da Inocência: o homem foi colocado num ambiente perfeito, sujeito a uma lei simples, e advertido das con-sequências da desobediência (Deus fez prova do homem). A mulher caiu pelo orgulho; o homem, deliberadamente (1Tm

2:14). Deus restaurou as suas criaturas pecaminosas, mas a Dispensação da Inocência terminou com o julgamento e expulsão (Gn 3:24). As outras dispensações são: Da Consciência (Gn 3:23); do Governo humano (Gn 8:20); da Promessa (Gn 12:1); da Lei

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(Ex 19:9); da Graça (Jo 1:17); do Reino (Ef 1:10)” – (Páginas 18 e 19, explicando Gênesis); “...sobre o verdadeiro lugar do Velho Testamento: Convém agora apreciar devidamente os dois Testamentos. Precisamos estudar o Antigo para ver o que Deus fez, e o que Ele é. Nessa parte das Escrituras acharemos um protesto solene contra a idolatria e uma prova de que ninguém pode ser justificado pelas obras da Lei; e, além disso, uma manifestação gradual da vontade divina e do plano da redenção. Por todas estas razões devemos estimar o Antigo Testamento, mas devemos também lembrar de que inspira-dos escritores, comparando-o com o Novo, falam dele em termos de importância transitória. A Antiga Dispensação, à parte do seu cumprimento na Nova, é “obscuridade”, “carne”, “letra”, “escuridão”, “os rudimentos do mundo” (Gl 4:3), ao passo que no Evangelho há “luz”, “espírito”, “liberdade” e “um reino celestial” – (Páginas 9 e 10, na Introdução).

Compreendida e aceita a excelente explicação acima dada, vemos, pois, claramente, que os conteúdos e condições de cada uma dessas duas dispensações ou alianças confrontadas no desenvolvimento deste nosso trabalho (Lei e Graça), são diferentes, e, portanto, diferentes deverão ser, também, seus efeitos: Enquanto a Antiga buscava preservar os judeus em obediência à Deus na vida terrena, que é deste mundo visível, como uma forma de mantê-los preparados para a chegada do Messias, A NOVA OBJETIVA TRANSMITIR, ATRAVÉS DESTE MESSIAS JÁ CHEGADO, A VIDA CELESTIAL, ISTO É, ETERNA, A SEUS SEGUIDORES. É preciso, então, que haja em cada um de nós o conhecimento cabal do conteúdo e condições ou normas desta Dispensação ou Aliança da Graça em que nos correspondeu viver, para não deixar brecha aos falsos mestres, introdutores das confusões e enganos legalistas que hoje cerceiam a fé genuína da cristandade mundial com seus ensinamentos fora do contexto do Plano de Deus para nós. Quem conhecer bem o significado realmente bíblico da expressão “A Lei e os Profetas” (como inegável sinônimo de Antigo Testamento) e compreender a gloriosa magnitude eternal das bênçãos espirituais e materiais envolvidas no autêntico Evangelho

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do nosso Senhor Jesus Cristo, estará apto para ser uma pessoa verdadeiramente liberta pela verdade divina (Jo 8:32), e jamais cairá ingenuamente sob a lábia voraz dos mercenários devoradores de almas e de bolsos que, por enfermiço amor ao dinheiro e ao deslumbrante poder mundano que este outorga, deturpam sem qualquer escrúpulo a Palavra de Deus, apresentando-se aos ignorantes como servos ou ministros de um Espírito Santo a quem jamais ouviram, apenas para enganá-los e fazer deles fonte de lucro (1Co 2:9-14; Fp 1:15-17; Tt 1:10-11; 2Pe 2:1-3). É preciso saber aonde nos conduz a Graça de Deus em Cristo. E preciso é, também, saber aonde conduzia a Lei dada por Deus no Antigo Testamento, para evitar confusões que venham escurecer e limitar o desfrute da Graça por parte do povo de Deus em Cristo. A confusão gera a morte espiritual e, só por este motivo, somos obrigados a concluir que ela vem do Diabo, e não de Deus. De Deus não procede treva ou confusão alguma. Conforme visto, Deus é Luz, e enviou seu Messias na pessoa do Verbo feito carne, Jesus de Nazaré, para que seu povo veja, compre-enda e viva essa Luz. Somente ao Diabo interessa que o povo não compreenda o significado real dos termos e expressões com que Deus nos promete, sem preços adicionais ao sacrifício de Cristo, todas as bênçãos da Aliança da Graça, tanto as espirituais, quanto as materiais. Somente ao Diabo interessa anular os efeitos salvadores, vivificantes e abençoadores dessa eterna e toda suficiente Graça, porque sabe que ela verdadeiramente salva almas, arrancando-as das suas garras, de modo definitivo, total e eterno. Aos seguidores de Jesus, interessa-nos conhecer toda a verdade sobre o ministério dele e da sua Graça, porque “ela nos libertará” de toda forma de mal e miséria. A Lei do Antigo Testamento, sem excetuar nenhum dos seus estatutos e ordenanças,

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seja do Dízimo ou qualquer outra, jamais libertou ninguém da morte (Gl 3:21). Só deu o conhecimento do pecado (Rm 3:19-20) (algo que hoje quem faz é o Espírito Santo - Jo 16:7-9) Só castigou. Sua sentença era: “A alma que pecar, essa morrerá”. Já Jesus veio para o contrário: Para dar Vida. Embora ambos os ministérios, o da Lei (no Antigo Testamento) e o de Jesus (no Novo Testamento), tivessem sido ordenados e estabele-cidos pelo próprio Deus, suas finalidades e vigor eram diferentes: Por um lado, essa Lei foi dada para dar ao homem conhecimento do seu pecado, a fim de que assim pudesse reconhecer seu estado de culpa e condenação (Rm 3:19-20). Por outro lado, Jesus Cristo veio para redimir o mesmo homem dessa culpa e dessa condenação, para, depois de resgatado mediante a conversão, dar-lhe o Espírito Santo prometido no Antigo Testamento, para nele habitar fazendo-o assim participante da natureza divina (Gl 3:13-14; 2Pe 1:3-4). A vida eterna para qualquer membro da raça humana estava só em Jesus, por disposição do próprio Deus já manifestada assim desde o princípio em Gn 3:15 quando disse que seria o “descendente da mulher” (o Messias) quem desfaria a fatal obra realizada pela “Ser-pente antiga” quando induziu Adão ao pecado e, portanto, à queda na morte. Isto é confirmado assim pelo apóstolo Paulo em Ef 1:9-10, ao afirmar que Deus já tinha o propósito de reunir todas as coisas em Cristo, “tanto as do Céu (a Vida eterna) como as da terra (bênçãos materiais)”. Por isto, vindo ele à Terra, o Velho Pacto se foi (após devidamente cumprido por Jesus – Rm 10:4), e o Novo chegou, plenamente suficiente para o estabelecimento do Reino eterno, constituído pelos eternizados filhos de Deus, de acordo com o afirmado em Jo 1:12-13 e com as promessas de Fp 3:20-21; 1Jo 3:1-3; 1Co 15:49-57 e outras muitas passagens bíblicas. Independentemente do erudito palavreado dos legalistas judaizan-tes dos tempos atuais, a mudança de um pacto para o outro já aconteceu, e os que vivem o Novo conhecem agora seus poderosos efeitos de transformação de vida, de vivificação através da real presença e habitação do Espírito de Cristo nos seu interior (Jo 7:38-39) e de concessão gratuita de toda sorte de bênçãos materiais. É

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lastimoso saber que não ocorre assim com os que querem continuar sob o regime da lei do Antigo Testamento (Gl 5:4), algo que lamentavelmente está acontecendo com muitos que se dizem cristãos, envolvidos na confusa pregação do remendo velho em pano novo contra a qual nos advertiu o próprio Messias (Mt 9:16). A Lei não derrama o Espírito de Cristo sobre ninguém. Por isso,

a “Lei e Profetas” ou “Antigo Testamento”, deixou de vigorar (após satisfeita na cruz) e deu lugar a Cristo Jesus (e seu Pacto NOVO), que “batiza com o Espírito”, quer dizer, com o Espírito-Vida!

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DEMONSTRAÇÃO No. 2

“NÃO ESTAIS DEBAIXO DA LEI, E SIM DA

GRAÇA”!

“Nossa fé evangélica está sendo hoje atacada de muitas direções diferentes. No mundo ocidental, o inimigo repudiou a violência; ele não vem a nós com a espada e o porrete; vem agora sorrindo, trazendo presentes. Eleva os olhos para o céu e jura que crê também na fé possuída por nossos pais; mas seu verdadeiro propósito é destruir essa fé, ou, pelo menos, modificá-la até ao ponto de não mais conter o elemento sobrenatural que antes continha” (A. W. Tozer, no seu livro “Deus fala com o homem que

mostra interesse” - Editora Mundo Cristão - Brasil)

Desde o início do seu ministério, o Senhor Jesus fez questão de

deixar bem sentada a realidade de que ele veio para cumprir a Lei, essa mesma que jamais qualquer outro homem cumpriu... e jamais nenhum outro poderia cumprir. Suas palavras, naquele início minis-terial, foram:

“Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir... porque nem um i ou um til passará da Lei até que tudo se cumpra”. O cumprimento de uma tarefa, qualquer que seja, demonstra a indiscutível superioridade daquele que a cumpre sobre ela. Assim, cumprir a Lei, significa ser superior a ela.

Porquanto nenhum ser humano comum tinha sido nem será jamais superior à Lei, absolutamente ninguém tinha podido nem poderá cumpri-la. Pelo contrário, incapazes de satisfazê-la, todos éramos réus das suas sentenças de morte contra o pecado, porquanto todos nascemos pecadores desde a queda no Paraíso do nosso comum pai original, Adão, conforme ensinam-nos Rm 5:12; 1Jo 1:8; Rm 3:19-20 e Rm 7:13-14.

A vinda de Jesus de Nazaré era a presença na Terra do Verbo encarnado que, segundo Jo 1:1, “era Deus”; isto é, sua presença na Terra era a presença do superior próprio autor da Lei. Era a

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presença daquele que era, é, e será superior por todo o sempre a Moisés, através de cujo ministério foi ela dada (Hb 3:1-6), superior aos anjos (Hb 1:5-6) e superior a tudo quanto foi criado (Hb 1:2-3; Cl 1:15-

18; Jo 1:3). O Filho Jesus Cristo é superior a tudo porque é o Verbo divino (Jo

1:1, 14)! O Verbo divino, por “ser Deus” (Jo 1:1), é superior à Lei e a tudo o mais que foi criado através dele mesmo. “O Verbo era Deus”, e “por meio dele foram feitas todas as coisas”, nos atesta Jo 1:1-3! Através dele foi feito Moisés, foi feita a Lei, e tudo o mais que existe neste Universo todo (Hb 1:2). E não somente foi tudo feito por ele, mas continua sendo ele mesmo quem sustenta todas as coisas existentes (Hb 1:3).

Por causa dessa absoluta superioridade do Filho de Deus sobre todas as coisas, incluída a Lei dada através de Moisés aos israelitas, foi que ele usou do privilégio exclusivo de pôr seu “PORÉM” à letra dos Mandamentos, quando disse: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás, não adulterarás, não jurarás falso, etc... Eu, PORÉM, vos digo” (Mt 5:21-48). Esse “PORÉM”, posto por ele sobre a palavra da Lei, constituiu uma expressa e incontestável demonstração pessoal da sua superiori-dade sobre ela. Ninguém mais poderia fazer isto, e continuar a viver eternamente, a não ser ele, o próprio autor dela. Qualquer outro que ousasse pôr esse “PORÉM” à Lei, estaria hoje tão morto como estão Buda, Caifás, Pilatos, Herodes, Maomé ou Nietzsche, por exemplo. E foi ele, o próprio divino e superior autor, quem disse: “Vim cumpri-la”.

Por que isto?

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Quê necessidade havia de que O Verbo de Deus se encarnasse e viesse, como o homem Jesus de Nazaré, para cumprir essa Lei que ele próprio tinha dado aos homens?

Não bastaria que os seres humanos tentássemos cumpri-la com sinceridade de coração?

Não !

Não bastaria que os humanos tentássemos cumpri-la, por mais sinceros que fôssemos, porque, conforme veremos ao longo desta leitura, o ministério da Lei não era o de ser cumprida por estes seres mortais que somos, mas o de nos demonstrar nossa natural impossibilidade de realizar qualquer exigência da vontade de Deus, por causa da nossa inata escravidão ao pecado (At 15:10; Rm 3:19-20; Rm

7:13-14), a fim de que, assim conhecendo o abismo de nefastas trevas em que nascemos, sentíssemos a real necessidade que temos de um Salvador vindo do próprio Deus, que não tivesse os impedimentos que há em todos nós, caídos pecadores vindos do caído Adão, totalmente incapazes de vencer por nós mesmos a morte e a irremediável inclinação ao mal de que fala Rm 7:21-24.

E esse Salvador veio, e cumpriu à risca todo o castigo que a Lei

determinava sobre nós, por causa do nosso pecado (Is 53:5; Gl 3:13). Subiu à cruz assumindo e carregando os pecados de todos nós, fazendo-se desse modo ele, o autor da Lei, um maldito da Lei em nosso lugar (Rm 3:21-24; Rm 8:1-4), de graça, sem nada nos cobrar, até porque nem sequer tínhamos nascido quando isso aconteceu (Ef

2:1-9).

Veio, e demonstrou ser superior a tudo e a todos, até á própria morte, morrendo como o pior, sentenciado pelos mais simples e mais inomináveis pecados de todos os seres humanos; não dele próprio, porque ele jamais pecou. Mostrou ser superior até à Lei de Deus, cumprindo-a! Se ele não a tivesse cumprido, nem sequer seria nosso Salvador, mas apenas mais um louco fracassado que prometera algo que não podia cumprir; ademais, tampouco Deus o teria ressuscita-do, visto que não cumprir a Lei representa pecar contra ela, e a inabalável sentença do Senhor contra os que transgrediam sua

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Lei era: “A alma que pecar, essa morrerá”. Assim, se falhasse na sua missão de cumprir a Lei, Jesus seria mais um pobre coitado, como qualquer um de nós, digno de morte. Mas graças a Deus porque ele não fracassou: Ele conseguiu chegar até à cruz sem transgredi-la, quer dizer, sem culpa de pecado pessoal que o obrigasse a ficar nas garras da Morte. Daí, o quê é que a justiça de Deus podia fazer? Ora, levantá-lo da Morte! Deus o levantou, e com esta vitória se tornou nosso Salvador, porque tudo isso ele padeceu em nosso lugar, apenas para nos livrar do Império das Trevas e da Morte (Hb 2:14-15). Aí se cumpriu a profecia divina sobre a futura vitória do “descendente” de Gn 3:15, e se cumpriu, também, toda a finalidade da Lei, dando, em Cristo, todo o merecido castigo a todos os pecadores deste mundo... “uma vez por todas” – arremata o autor da esplêndida Carta aos Hebreus. É neste sentido que a doutrina apostólica nos ensina que o pleno cumprimento da Lei é Cristo (Rm 10:4). E se ele já satisfez a Lei plenamente, o fez por nós, para que não sejamos mais exigidos ou cobrados por ela, devido a ter ele honrado com sua própria vida todas as exigências e cobranças dela contra nós, mediante “um único sacrifício” – torna a nos gritar Hebreus. Como a Lei não podia morrer por ser santa e eterna, nós é que precisávamos morrer em cumprimento das suas sentenças. E nós já morremos: No corpo de Cristo nos tornamos coparticipantes da sua morte, segundo a palavra de Rm 7:4 que diz: “morrestes relativamente à Lei por meio do corpo de Cristo”, ou a de Gl 2:19, tanto faz, que também diz: “porque eu, mediante a própria Lei (que condenou Cristo como pecador pelos meus pecados, sem ser ele mesmo pecador) morri para a Lei” .

Mas a plena compreensão desta real e gloriosa superioridade do ministério de Cristo é alheia a muitos que se lançam á pregação sem um suficiente trato com a reveladora presença viva e vivificante do Espírito do nosso Salvador Jesus. Eles, geralmente, adquirem algu-mas noções meramente teóricas sobre a mensagem do Evangelho, e, nessa lamentável condição de neófitos, doutrinaria e vivencialmente despreparados, se dedicam ao ensino, como se mestres fossem, de uma realidade cristã que jamais viram, nem ouviram, nem lhes foi posta por Deus no coração. Desta forma, abre-se nas igrejas do nosso tempo uma brecha enorme ao Pai da Mentira, o Diabo, que não desaproveitará nunca tal oportunidade de confundir a mente destes

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inaptos para causar, através dos tais, o desvio e a queda de muitos no seio do cristianismo. Nada foi nunca tão eficiente arma nas mãos de Satanás na sua luta contra a Igreja como um pregador neófito e autossuficiente. Até nos exércitos do mundo, soldado sem treino não vai à guerra, porque, se for, não somente morre ele, como ocasiona a morte de outros companheiros. Assim, também no caminho do espírito o despreparo espiritual e a ignorância foram, desde o início, o portal preferido da morte. Foi assim com Eva, foi assim com Caim, foi assim com Judas, e por sempre assim será.

É por esse portal que o Diabo tem conseguido introduzir seus ensinos legalistas no seio de uma Igreja que, de lábios, confessa-se da Graça, mas na prática está toda enredada em tradições e imposi-ções advindas da Lei dada por Deus ao povo de Israel no Monte Sinai, as quais, implacavelmente cobradas dos fiéis pelos judaizan-tes defensores do vigor atual do legalismo bíblico, vem causando estragos e esfriamento cada vez mais visíveis entre os cristãos, porque, de acordo com Gl 3:21, nenhuma lei recebeu jamais o poder de dar a ninguém vida eterna, e, devido a isto, nenhum seguidor da Lei será jamais capaz de viver a perfeita vontade de Deus, pelo que terminará sempre apenas descobrindo sua pessoal culpa pecaminosa, e desanimando diante da impossibilidade de viver sem pecar. Os estragos e esfriamento que estão causando esses neófitos metidos a mestres, insensíveis ao genuíno mover do Espírito e incapazes por isso de perceber a diferença entre o que é autenti-camente espiritual e o que é apenas mental, não são discernidos por eles. Sem tal discernimento, o Pai da Mentira faz a festa, e consegue o que quer: Uma cristandade de fachada, como os túmulos caiados aos que comparou Jesus os fariseus do seu tempo, que externamente louva ao Salvador entre as quatro paredes das igrejas, mas na vida cotidiana vive compartilhando do que satisfaz ao mundo caído: O pecado! Com o passar do tempo, e pelas brechas assim abertas através do “ministério” desses neófitos despreparados, vem acontecendo de maneira cada vez mais generalizada a dissimu-lada intromissão de avarentos e megalomaníacos no ministério destas igrejas cristãs, os quais tem influído para que algumas verdades fundamentais do Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo sobre o que deveria ser a vida normal sob a atual Nova Aliança da Graça, fossem, na prática, postas de lado, porque estorvam o afã de lucro deles, como também advertia já décadas atrás o conhecido profeta moderno A. W. Tozer: “O cristianismo sem Cristo parece contradi-

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tório, mas ele existe como um fenômeno real em nossos dias. Muito do que está sendo feito em nome de Cristo, é falso em relação a Ele, sendo concebido pela carne, incorporando métodos carnais e buscando fins carnais... a fim de prover uma fachada santa para as atividades carnais e enganar os ouvintes ingênuos” (‘O ho-mem: Habitação de Deus’, Editora Mundo Cristão — Brasil). Eis ai a abrumadora realidade que estamos vivendo: A carne entronizada em nossos púlpitos evangélicos, disfarçada de profunda e humilde espiritualidade, e desde ali pregando o que convém as suas ambições. Dessa forma, a mensagem da verdadeira Graça fica ignorada pelos membros dessas igrejas... e seu poder transformador, curador e libertador também!

Porém, para consolo dos que tem verdadeira sede das coisas eternas, ainda estamos em tempo, enquanto o Arrebatamento não chegar, de retomar a genuína pregação da Graça nos nossos púlpitos, voltando àqueles fundamentos doutrinários apostólicos inspirados pelo Espírito Santo, e mostrando-os com o exemplo vivo no compor-tamento cotidiano onde quer que estejamos, para que as pessoas ao nosso redor possam ter outros elementos mais elevados de compara-ção e compreendam que sem essas estruturas doutrinárias básicas deixadas pelos apóstolos de Jesus, uma igreja será apenas um edifício mal construído sobre a incerta areia movediça da vontade carnal, ou, em outras palavras, um caldo de cultivo propício ao surgimento de novas heresias, que, cada vez melhor disfarçadas de ensino divino, matarão as ovelhas, conforme o Diabo quer.

Nós, movidos pelo mais urgente e transcendental propósito de ajudar a remover tudo quanto é movediço neste nosso deformado cristianismo contemporâneo, a fim de que a solidez da vida espiritual volte ao glorioso Corpo de Cristo do qual fazemos parte, trazemos à tona, a seguir, três dessas menosprezadas verdades FUNDAMEN-TAIS, que, depois de compreendidas, contribuirão mais ainda a deixar clara a total ausência de compromisso ou obrigação de parte dos cristãos com a observância de quaisquer leis, mandamentos ou exigências de qualquer espécie pertencentes ao texto do Antigo Testamento, visando a salvação ou a recepção das bênçãos prometi-das por Deus ao seu povo (o cristão) hoje. Vejamos: 1ª. - O AUTÊNTICO CRISTÃO VIVE NO MESMO REGIME

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GRATUITO DOS APÓSTOLOS DE CRISTO, E NÃO SOB O ANTIGO REGIME DAS OBRAS DA LEI:

Aproveitando a ingenuidade e angustiosa sede espiritual das multi-dões ignorantes em relação aos verdadeiros propósitos e planos divinos para conosco, os “ministros” que pregam o legalismo no seio das igrejas cristãs estão misturando nos seus discursos a palavra da Vida trazida exclusivamente por Cristo Jesus (Jo 1:17; 5:24; 6:63; 14:23-24; At

4:11-12; 1Tm 2:5), com a palavra da condenação à morte como castigo pelo pecado, dada por Deus ao povo de Israel através de Moisés (2Co 3:7-9; Rm 3:19-20). Ou seja, estão misturando a mensagem da justificação e vivificante salvação gratuita trazida pelo Cordeiro de Deus (Ef 2:1-9; 2Co 3:4-6; Rm 8:32), com a mensagem do Antigo Testamento, que em nenhuma das suas passagens, ordenanças ou estatutos teve jamais a incumbência ou o poder de transmitir a vida eterna, “porque – conforme o ensino apostólico original - se fosse promulgada uma lei que pudesse dar vida, a justiça (para concessão da eternidade), na verdade, seria procedente dessa lei; mas a Escritura (ou seja, o Antigo Testamento, porque até aqui não existia o Novo) encerrou tudo sob pecado, para que mediante a fé em Cristo fosse concedida a promessa (da vida eterna e as bênçãos decorrentes) a todos os que (nele) creem” (Gl 3:21-22).

Se consciente ou inconscientemente só Deus sabe, esses tais mestres da pregação legalista estão ignorando o ensino apostólico de que “o homem não é justificado por obras da Lei, e, sim, mediante a fé em Cristo Jesus (na sua obra redentora). Não por obras da Lei, pois por obras da Lei ninguém será justificado” (Gl 2:16). Se de boa fé ou maliciosamente, isso também só Deus sabe, esses modernos fariseus desconhecem que, ainda segundo os apóstolos, os genuínos cristãos “morremos relativamente à Lei por meio do corpo de Cristo”, para agora, libertados da Lei, servirmos a Deus em novidade de Espírito e não na caducidade da letra (isto é, da Lei; não apenas da que chamam de ‘Cerimonial’, mas também da ‘Moral’, como prova a referência ali, nesse trecho de Rm 7:1-7, ao ‘NÃO COBIÇARÁS’ dos Dez Mandamentos)”. E, como para não deixar dúvidas em relação a este vital assunto da total exclusão da Lei antiga na Nova Aliança da Graça, a Sagrada Escritura, no Evangelho escrito pelos apóstolos de Cristo, corta todo o vão palavrório deles com estas insofismáveis palavras:

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“Dizei-me vós, os que quereis estar sob a Lei: acaso não ouvis a Lei? Pois está escrito que Abraão teve dois filhos, um da mulher escrava, e outro da livre. Mas o da escrava nasceu segundo a (vontade da) carne; o da livre, mediante a promes-sa (gratuita de Deus). Estas duas cousas são alegóricas (figurativas): porque estas duas mulheres são (ou represen-tam) duas alianças; uma, na verdade, se refere ao Monte Sinai (ou seja, à Lei ‘Moral’ ou Decálogo, porquanto foi nesse monte que o Senhor o deu a Moisés em duas tábuas de pedra) que gera para escravidão; esta (“mulher” ou aliança) é Hagar (a escrava que gerou Ismael). ORA, HAGAR É (EM FIGURA OU ALEGORIA) O MONTE SINAI (onde foi dada a Lei do Decálogo, ou Lei ‘Moral’), e corresponde a Jerusalém (geográfica) atual que está em escravidão (em pecado, sem gozar o perdão do Cristo que rejeitaram). Mas a Jerusalém lá de cima (os descendentes de Sara, a esposa legitima de Abraão, os quais pela sua genuína fidelidade a Deus na espera paciente do Messias alcançaram salvação) é livre, a qual é nossa mãe; porque está escrito: ‘Alegra-te, ó estéril, que não das á luz, exulta e clama, tu que não estás de parto; porque são mais numerosos os filhos da abandonada, que os da que tem marido. Vós, porém, irmãos, sois filhos da promessa (feita por Deus GRATUITAMENTE a Abraão, Sara e a seus descendentes - Gl 3:18) como Isaque. Como, porém, outrora, o que nascera segundo a carne perse-guia ao que nasceu segundo o Espírito, assim também é agora. CONTUDO, QUE DIZ A ESCRITURA? LANÇA FORA A ESCRAVA (ISTO É, A LEI DADA NO SINAI... O DECÁLOGO) E SEU FILHO (OU SEJA O POVO QUE PERSISTE NA LEI), PORQUE DE MODO ALGUM O FILHO DA ESCRAVA (O POVO QUE PERSISTE NESSA LEI DADA NO MONTE SINAI) SERÁ HER-DEIRO (DAS BÊNÇÃOS TANTO AS ETERNAS COMO AS TEMPORAIS EM CRISTO) COM O FILHO DA LIVRE (QUE SOMOS NÓS, O POVO DA GRAÇA, OS SEGUIDORES DE JESUS). Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais de novo a jugo de escravidão (da Lei dada no Sinai). Eu, Paulo, vos digo que se vos deixardes circuncidar (ou impor qualquer outro ponto da Lei, seja ele qual for, porque a Lei é uma unidade indivisível, dada por Deus, e não pelos caprichos ou

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mesquinhas necessidades da volúvel vontade humana, e quem quiser guardar um só dos seus estatutos terá de guardar todos os demais, ou cairá sob a sentença escrita em Tg 2:10-11, que o declarará culpado, e, portanto, réu de morte) Cristo de nada vos aproveitará. De novo testifico a todo homem que se deixa circuncidar (ou impor qualquer outro estatuto da Lei), que está obrigado a guardar TODA a Lei. DE CRISTO VOS DESLIGASTES VÓS QUE PROCURAIS JUSTIFICAR-VOS NA LEI, DA GRAÇA DECAÍSTES. Porque nós é pelo Espírito (não pela cadu-cidade da letra da Lei) que aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. Pois em Cristo Jesus nem a circuncisão (os ensinamentos da Lei), nem a incircuncisão (os ensinos dos gentios; ou seja, dos não judeus que nascemos fora da Lei segundo ensina Ef 2:11-12) tem valor algum, mas a fé que atua pelo amor (e não pelos mandamentos da Lei). Vós corríeis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade (do Evangelho da Graça do nosso Senhor Jesus Cristo)? ESTA PERSUASÃO (INCITANDO A NÃO MAIS CONFIAR NA SUFICIÊNCIA TOTAL DA GRAÇA QUE HÁ EM JESUS, PARA PASSAR A CONFIAR NOS REMENDOS DA LEI) NÃO VEM DAQUELE QUE VOS CHAMA (ENTÃO, É LÓGICO QUE VEM DO DIABO). Um pouco de fermento (ou ensino adulterado no seu mais genuíno significado original) leveda toda a massa (isto é, termina dando à vida do cristão, assim deturpadamente ensinado, um progresso meramente artifício-so, inchado, falso, porque não veio como fruto da operativa vontade ATUAL de Deus)” (Gl 4:21 - 5:9).

Como vemos, o que a mensagem apostólica nos diz nestas transcendentais palavras do Evangelho, sem desmerecer o fato de que ambos pactos foram estabelecidos por Deus embora para épocas e povos diferentes, é que a Aliança da Lei e a Aliança da Graça NÃO PODEM TER CABIDA NUM MESMO CORAÇÃO HUMANO PORQUE SÃO PACTOS INCONCILIÁVEIS DEVI-DO ÀS OPOSTAS FORMAS DE REGIMENTAR A VIDA DAQUELES QUE ESTIVESSEM SOB ELES: OS QUE ERAM DA LEI, OBEDECIAM OBRIGANDO A VONTADE DA SUA PRÓPRIA NATUREZA CARNAL; OS QUE SÃO DA GRAÇA, MOVIDOS PELA FORÇA DO AMOR RECEBIDO DO ALTO,

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OBEDECEM E VIVEM PELA GUIA E PODER DO ESPÍRITO SANTO, QUE NORTEIA SEUS CAMINHOS CONFORME OS PROPÓSITOS DE DEUS. SOB ESTA IMPORTANTE BASE É QUE DEVEMOS COMPREENDER QUE SE TRATA PACTOS DADOS PARA TEMPOS E POVOS DIFERENTES: O PACTO DA LEI ERA PARA O POVO DE ISRAEL; E O PACTO DA GRAÇA É PARA OS CRISTÃOS, QUER DIZER, PARA OS SEGUIDORES DE CRISTO. O cristão é uma criatura que, antes de “nascer de novo”, morre para a Lei “mediante a própria Lei, no corpo de Cristo”, quando este foi crucificado pelos sacerdotes, legítimos ministros judeus dessa Lei daquele tempo, faz já 2.000 anos. Quem não quiser aceitar esta morte, não é cristão; antes, é ainda o velho homem, vivendo na carne. Ora, se o cristão morreu para a Lei, então tem que permanecer morto para a letra dela, a fim de viver para Cristo pelo Espírito eterno que o próprio Jesus Cristo derramou nele. Voltar para a letra da Lei, será desprezar a guia do Espírito; e, sem esta guia, nem há vida em nós, nem somos filhos de Deus, de acordo com a taxativa lição de Rm 8:9-14. A correta compreensão disto é essencial para se obter o genuíno conhecimento da graciosa “verdade que liberta”. Não compreender o caráter inconciliável desses dois pactos trará sempre fatal confusão espiritual nas vidas daqueles que misturam as instruções de um com as do outro pacto, convictos de estar melhorando com remendo velho o pano novo.

Se o Plano de Deus fosse conciliar esses dois pactos, o da Lei e o da Graça, a Sagrada Escritura assim o diria abertamente, sem deixar lugar a quaisquer dúvidas, visto ser um assunto tão importante, por ser vital. Porém, o que a Escritura diz abertamente é o contrário: Que é impossível conciliar os dois pactos; que jamais foi propósito de Deus fazer uma fusão do Pacto da Lei com o Pacto da Graça; que eles são duas alianças completamente alheias uma da outra, e que “de modo nenhum” a herança das messiânicas bênçãos eternas dantes prometidas à descendência de Abraão serão concedidas aos seguidores da aliança da Lei, porque tais bênçãos são exclusivamente para os genuínos seguidores da Aliança da Graça, a qual Deus estabeleceu somente em Jesus. É POR ESTE MOTIVO QUE FOI ESCRITA ESSA DURÍSSIMA PALAVRA:

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“LANÇA FORA A LEI (‘A ESCRAVA’) E OS SEUS SEGUIDORES (‘O FILHO DA ESCRAVA’)”.

“Lançar fora” não significa puxar para dentro da Igreja!

É pôr para fora mesmo! Não há, pois, como se render aos ardilosos argumentos dos

legalistas, sem cair na mentira. Afinal de contas, eles nem são tão criativos assim: Seus “eruditos” discursos são, hoje, os mesmos de Jerusalém no passado, quando Paulo e Barnabé tiveram que ir lá debater contra este mesmo tipo de erro, conforme nos mostra o registro da reunião conciliar apostólica de At 15:5-11, trecho no qual, referindo-se á tentativa judaizante de obrigar os cristãos gentios ao cumprimento da Lei de Moisés (versículo 5), o apóstolo Pedro arguiu contra essa heresia, dizendo nos versículos 10-11:

“Por que tentais a Deus (com a tentativa de implantar a Lei na Graça), pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo (o da Lei de Moisés) que nem nossos pais puderam suportar, NEM NÓS? Mas cremos que fomos salvos pela Graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram”.

“Fomos salvos pela Graça” é uma afirmação muito significativa no contexto desse trecho. Ora, o que estava sendo ali discutido era a necessidade de os discípulos de Jesus cumprirem mandamentos e instruções da Lei para receberem as bênçãos espirituais e materiais por ele prometidas. Quando Pedro disse ser “tentar a Deus” esse afã de implantar a Lei na Igreja de Cristo Jesus, porque é pela Graça que devemos viver, implicitamente está afirmando que dessa Graça advém toda bênção que possamos precisar, sem termos de depender de um jugo (o da Lei), que o próprio Pedro confessa não ter sido capaz de cumprir, com aquele “nem nossos pais, nem nós” do versículo 10.

Isto tudo significa que todos os objetivos da Graça são alcançados, pelo cristão que vive em genuína comunhão com o Espírito de Jesus, sem ter de efetuar esses legalistas sacrifícios materiais, financeiros, ou seja lá da espécie que for, porque nesta Nova Aliança da Graça todas as bênçãos do Senhor advém como fruto gratuito do trabalho que o próprio Deus está efetuando na vida dos seus servos, sobre a

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suficiente base, fundamento ou preço da obra redentora de Cristo Jesus, já consumada desde antes que cada um de nós nascesse, conforme ensina-nos o Evangelho quando diz:

“Ele vos deu (não diz vendeu) vida, estando vós (ainda) mortos nos vossos delitos e pecados... Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou e estando nós (ainda) mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo - pela Graça sois salvos - e juntamente com ele (Cristo) nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus, para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da Sua Graça (não diz ‘da Sua Lei’), em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé (não mediante as obras da Lei, incluída a obra de dar o Dízimo, porque, segundo Gl 3:12, ‘a Lei não procede da fé’) e isto (a fé) não vem de vós, é dom de Deus; não de obras (como a de dar esse Dízimo), para que ninguém se glorie” (Ef 2:1-9). “Visto como pelo Seu divino poder (não pelo poder das nossas próprias obras, nem pelo cumprimento dos estatutos da Lei) nos tem sido doadas (não vendidas nem dadas como prêmio à nossa fidelidade à Lei) todas as cousas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para sua própria glória e virtude (e não para a prática das obras da Lei, sejam elas quais forem, incluída a obra do Dízimo), pelas quais nos tem sido doadas (não diz vendidas, nem dadas em recompensa aos nossos pes-soais esforços para pagá-las) as Suas preciosas e mui grandes promessas (promessas que, se doadas, tem de ser gratuitas, e gratuito há de ser seu cumprimento) para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina” (2Pe 1:3-4). ”Aquele que não poupou a Seu próprio Filho, antes por todos nós o entregou, porventura não nos dará gratuitamente (leia bem: gratuitamente!) com ele todas as cousas?” (Rm 8:32).

Tudo, pois, na Nova Aliança da Graça, é gratuito em Cristo Jesus,

segundo a doutrina apostólica. Por isso, quem tentar comprar as bênçãos da Graça, com o que quer que seja, será rejeitado... como foi Caim.

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O dom gratuito de Deus deve ser recebido sempre como o que é:

Um dom (um presente) gratuito. Tentar pagá-lo ofende ao Doa-dor e pisoteia o sangue de Jesus, menosprezando o seu sacrifício na cruz como um todo.

Essa incondicional e fundamental gratuitidade foi insistentemente ensinada, confirmada e defendida com destemor, ao custo da própria vida, por todos os apóstolos do Senhor, que nos livros e cartas do Novo Testamento, nos animam a vivê-la, sob a amorosa ação transformadora do Espírito Santo, acentuando sempre o fato de que na lei nada era gratuito; de que, pelo contrário, tudo era decorrente do que cada um fazia pelo seu próprio e pessoal esforço, conforme diz, por exemplo, em Rm 10:5, confirmando a natureza totalmente inconciliável dessas duas alianças com as seguintes palavras:

“O homem que praticar a justiça decorrente da Lei, viverá por ela” (pela prática da instrução da Lei; referia-se a um viver apenas terreno, sem a punição legal porque ela não tinha poder de dar vida eterna – Gl 3:21-22).

Note bem o leitor que isto é reconfirmado com a afirmação que diz:

“A Lei NÃO PROCEDE DA FÉ”,

o qual nada tem a ver com a outra afirmação que enfatiza: “O meu justo viverá PELA FÉ”.

E nada tem a ver, apenas pelo simples motivo de que Deus jamais planejou que o Pacto da Graça fosse parecido com o Pacto da Lei. O Pacto da Lei tinha o custo da prática das obras que ela exigia (sendo que jamais alguém as praticaria todas a vida toda). O Pacto da Graça só nos exige aceitar e descansar na obra da redenção já plenamente realizada pelo Senhor Jesus, desfrutando gratuitamente das bênçãos que ele já pagou com seu sacrifício faz quase 2.000 anos. Nós, os cristãos, não realizamos qualquer esforço para ser perdoados, nem para receber o Espírito da Vida eterna, nem

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para ser curados as vezes que Jesus já nos curou de diversas doenças, nem para ser ressuscitados em nome de Jesus como alguns de nós já fomos, nem para ter o pão de cada dia, a roupa, o carro, a casa, ou qualquer outra bênção dentre todas as que ele já nos deu. Apenas permanecemos nele porque o amamos, e desfrutamos da vida fazen-do com natural alegria e prazer o que ele nos dá para realizar no dia-dia. Não por obrigação, mas pelo gratuito e prazeroso querer que o Espírito faz surgir dentro de nós, conforme explicado em Fp 2:13 e 1Ts 5:23.

Sendo, pois, tudo gratuito, ninguém deveria ser tão ingênuo de se deixar explorar ou escravizar à prática de sacrifícios que Deus não ordena hoje a nenhum dos seguidores de Cristo. Mas, para surpresa nossa, não é o que acontece. Na prática, as multidões pare-cem gostar de quem lhes impõe sacrifícios extras e lhes arranca em nome de Deus o suado dinheirinho do pão de cada dia para estabelecer fastuosos impérios religiosos pelo mundo inteiro, dentro de cujos luxuosos e acolhedores templos os miseráveis ingênuos sentem-se como se estivessem diante da glória do próprio Deus, sem perceber o psicológico engano em que estão submergidos: Luxo no templo com o suor de quem tem os filhos passando fome em casa... algo chocante, que nem Jesus nem seus apóstolos ordenaram. Pelo contrário, é o que mais energicamente vem condenando Deus através dos seus profetas desde os tempos do Antigo Testamento. É aquilo de “pastores comendo a gordura das ovelhas”...

Mas tudo isso ocorre porque as pessoas, simplesmente, não

sabem como trilhar o Caminho da Graça.

E não o sabem por mera ignorância das Sagradas Escrituras, impedidos assim de discernir as diferenças de conteúdo e efeito existentes entre o Pacto da Lei e o Pacto da Graça (Os 4:6-14; Jo 20:31). Mais uma vez “o povo tropeça na falta de conhecimento” na repetitiva história.

Se o povo conhecesse bem a mensagem apostólica da Bíblia, esses abusos que estamos presenciando seriam bem menores, porque todos conheceriam exatamente o que Deus realmente pede e espera de nós, os fracos seres humanos nesta Nova Aliança da Graça que fez conosco mediante o sacrifício redentor de Cristo Jesus, e não mediante nossas boas obras nem mediante a nossa obediência a

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qualquer lei do Antigo Testamento. A maioria de nós nem sequer conhecia o texto dos 10 Mandamentos quando recebemos o Espírito Santo. Jesus o outorgou sem o conhecimento ou guarda da Lei, por simples fé no que ele fez por nós na cruz! (Gl 3:1-5)

Para mitigar essa ignorância da mensagem apostólica, o povo “cristão” precisa abandonar seu desleixo espiritual e passar a dedicar mais tempo à leitura da Palavra de Deus, dando assim lugar a que se cumpra nele a tão manuseada sentença: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8:32). Enquanto for ignorada, a verdade de Deus não poderá libertar ninguém, porque a promessa de Jesus diz que ela liberta quando conhecida (“conhecereis”). Se as multidões continuarem confiando em leis do Antigo Testamento que jamais deram vida a ninguém ou em meias “verdades” meramente humanas, carnais, não serão libertadas da sua escravidão ao pecado, à Morte, às doenças e às forças malignas que agem através do interesseiro fingimento dos mercenários que pregam pelo dinheiro, ensinando mentiras inspiradas pela vontade do Enganador, apenas para lhes arrancar o salário do bolso, e, permanecendo elas escravas, nossas sociedades terão cada vez mais drogados, cada vez mais ladrões, cada vez mais assassinos e mais corruptos aproveitando o caos social para surrupiar. Confiar num homem que contradita a palavra apostólica, por mais Pastor, Presbítero, Padre, Bispo, Papa ou Vigário que se intitule, continuará sendo o “confiar no homem” à que se refere a tão famosa sentença bíblica: “Maldito o homem que confia no homem” (Jr 17:5), porque tal confiança termina sendo traída e usada para explorar a vida dos ingênuos. É o que acontece no caso dos cobradores do Dízimo: Eles contraditam o que é uma das maiores glórias do ministério salvador e vivificante do nosso Senhor Jesus Cristo, que é justamente essa sua absoluta gratuitidade anunciada desde os tempos antigos em Sl 49:7-9 e Is 52:3, para permitir o franco acesso a todos os pobres deste mundo, conforme a resposta que deu Jesus a João Batista (Mt 11:3-5) e a mui especial recomendação que fizeram os apóstolos de Jerusalém a Paulo, quando este foi lá esclarecer os mal-entendidos causados por legalistas que não compreendiam o significado completo da Aliança da Graça (Gl 2:1-10). Anular essa gratuitidade das bênçãos oferecidas no Evangelho do Senhor Jesus é, por isso, um dos mais nojentos pecados destes fariseus modernos, que, como aqueles do tempo de Jesus de Nazaré,

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desconhecem o legítimo sentido das palavras do Supremo Mestre (Mt

7:15-23) que definem muito bem o fim que terão todos eles no dia do Juízo Final:

“Acautelai-vos dos falsos profetas que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis... toda árvore boa produz bons frutos (quando fala, profetiza ou obra de acordo com a genuína Palavra divina); porém, a árvore má produz frutos maus (falando e profetizando coisas que Deus não mandou). Toda árvore que não produz bons frutos (todo falso profeta que não fala ao povo a verdade de Deus, mas mentira, segundo lhe convém) é cortada e lançada ao fogo (no dia do Juízo Final: eles não perdem, pois, por esperar). Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos Céus (Pergunte cada um a si mesmo: Eu faço, ou finjo que faço a vontade de Deus? Eu vivo e prego a verdade de Deus para hoje, em Jesus, ou estou vivendo e pregando verdades que correspon-diam à Antiga Aliança, criando nos cristãos o mito de que elas ajudam à Salvação e recepção de bênçãos na Nova Aliança que Deus fez gratuitamente conosco em Seu Filho Jesus, sem depender de qualquer Lei?. Lembre: ‘De Deus ninguém zomba’). Muitos, naquele dia (do Juízo), me dirão (reclamando sinceramente assustados, decepcionados e ira-dos, como Caim, também sincero porém errado, zangou-se porque Deus não aceitou seu padrão carnal de andar na vontade do Criador): Senhor, Senhor! Porventura não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim os que praticais a iniquidade”.

Releia bem: “Nunca conheci... os que praticais a iniquidade”. O que você anda praticando? A bondade de Deus? A iniquidade?

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Antes de responder a essas perguntas, e para poder discernir em qual tipo de conduta você anda, é necessário que saiba qual era, perante Deus, a iniquidade praticada por esses falsos profetas citados por Jesus nesta passagem.

Note bem que, em primeiro lugar, embora eles pregassem sobre Jesus e usassem seu nome para ordenar aos demônios saírem das pessoas, o próprio Senhor Jesus já os identifica como sendo “por dentro lobos roubadores”, isto é, saqueadores do melhor que as suas ovelhas produzem. Eles, apresentando-se como ministros do Evangelho, tiram o dinheiro dos cristãos, dizendo que é o Espírito de Jesus quem os manda cobrar o Dízimo, quando, segundo a verdade apostólica, essa taxa não existe no Corpo de Cristo, composto pelos filhos de Deus aqui na Terra (Mt 17:25-26; Rm 3:21-24; Gl 3:21-29). Por causa dessa iniquidade, quer dizer, por causa de se aproveitar eles da pregação da palavra do Evangelho cristão para arrancar o dinheiro do bolso dos ingênuos, é que, entre outros males que praticam, naquela hora do Juízo Final serão negados perante o Pai e os anjos pelo Senhor Jesus.

Em segundo lugar, você deve notar que o Senhor Jesus se refere a uma outra forma de vida iníqua neles, quando usa a expressão: “nunca vos conheci”, indicando que eles, na realidade, não eram de Cristo. Isto significa que eles, apesar de se dedicarem à pregação e de fazerem um montão de coisas usando o nome de Jesus, eram pessoas como aqueles amantes do lucro aos que se refere Paulo em 1Tm 6:3-5, e que na Carta de Judas (Jd 1:11-19) são chamados de sensuais, quer dizer, pessoas sem o Espírito Santo, colocando-os assim sob o peso da tremenda sentença apostólica que afirma: “quem não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8:9), devido a que os que realmente somos de Cristo “fomos todos batizados em um só Espírito”, o de Jesus (1Co 12:13), e a que “aquele que se une ao Senhor (Jesus) é um mesmo espírito com ele” (1Co

6:17). Ora, se o cristão é um mesmo espírito com Cristo, então Jesus deve conhecer como seus àqueles que tem o Espírito Santo... e aos que não o tem, não os conhece como seus, conforme dá a entender a dedução obrigatória em relação às virgens sem ‘azeite’ (que ali simboliza o Espírito Santo) de Mt 25:1-12, e a mais aberta declaração já citada de Rm 8:9, segundo a qual um suposto cristão que não tem este Espírito divino é apenas uma farsa, um túmulo caiado que por fora é tudo limpinho e

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perfumado, sendo porém por dentro apenas mais um mero portador da morte em que todos nós nascemos, sem uma sincera conversão a Cristo. A estes, mesmo que saiam por aí fundando igrejas numericamente grandes, Jesus haverá de declarar, peran-te o Pai eterno e perante todos os anjos: “não vos conheço”. E nessa final hora não existirá oportunidade de apelação para ninguém, por mais bilhões de dólares que tenha acumulado aqui na Terra, porque não existe forma de apelar contra as sentenças do Juiz de juízes, que julgará conforme à Verdade a todos quantos hoje desprezam sua Salvação pela Graça, e cuja Palavra permanece para sempre. Eis aqui um grande motivo pelo qual ninguém deve sair por ai pregando sem, antes, ter recebido realmente o batismo bíblico com o Espírito Santo, do mesmo modo que tampouco o fizeram os apóstolos do Senhor, tal como ensina-nos o texto de At 1:4-5, 8, já que a ministração da Graça salvadora, seja em palavras ou em atos, pertence ao Espírito Santo, e não pro-priamente aos homens ou instrumentos escolhidos por ele para serem seus ministros aqui na terra. Não somente nos discípulos, mas também em Jesus de Nazaré e em todos os profetas e patriarcas do Antigo Testamento, foi sempre o Espírito eterno do nosso Criador quem fez as obras, quem deu a sabedoria e quem anunciou as cousas futuras, segundo testifica o Evangelho pregado pelos apóstolos de Cristo, dizendo:

“Nunca, jamais, qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens devotados a Deus falaram da parte dele MOVIDOS PELO ESPÍRITO SANTO” (2Pe 1:21). “Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós, com milagres, prodígios e sinais, OS QUAIS O PRÓPRIO DEUS REALIZOU por intermédio dele entre vós” (At 2:22). “DEUS ESTAVA EM CRISTO RECONCILIANDO CONSIGO O MUNDO” (2Co 5:19). “Os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações (genuínas de Deus), mas O MESMO ESPÍRITO É QUE OPERA TUDO EM TO-DOS. A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando um fim proveitoso... mas UM SÓ E O MESMO ESPÍRITO (SANTO) REALIZA TODAS ESTAS COU-SAS” (1Co 12:4-11).

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Sendo assim, que é um só e o mesmo Espírito Santo quem tudo realiza na obra de Deus, e não o homem, como poderia um servo de Deus contradizer a palavra do seu Senhor, Salvador, Mestre, Guia... enfim, seu tudo? Isso é impossível. Seria fruto mau... Fruto de falso profeta (“Pelos seus frutos os conhecereis”).

O discípulo verdadeiro é um seguidor do seu Mestre e dos seus apóstolos; não um contraditor deles. O Senhor Jesus o dizia: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra” (Jo 14:23). E “guardar”, no melhor sentido bíblico, é obedecer, seguir... não contraditar.

Quem contradita a Jesus e seus apóstolos NÃO É UM DISCÍPULO GENUÍNO DE CRISTO. Pelo contrário, é como ele disse, um que não ama ao Senhor: “quem não me ama, NÃO GUARDA as minhas palavras” (Jo 14:24). Nisto se conhece, também, um falso mestre: Ele não é um fiel seguidor da palavra de Jesus. Os que por ganância dedicam-se preferentemente à pregação das partes da Bíblia que, antes, nos tempos do Antigo Testamento, exigiam dinheiro do povo de Israel, são falsos mestres. Se alguém se apresentar a você como pregador do Evangelho de Jesus, pondo preço às bênçãos de Jesus através da obediência a leis financeiras do Antigo Testamento, saiba logo que esse é um falso profeta, um falso ministro, e, por exigir o dinheiro do pão dos pobres famin-tos e necessitados em nome de um Deus que nada está cobrando por essas bênçãos, é também um espécime da pior laia de mercenário da face da Terra: O mercenário espiritual, que faz das almas um objeto de comércio para o enriquecimento pessoal, amparando-se em leis nacionais sobre a liberdade de cultos mal elaboradas por legisladores que desconhecem as realidades espirituais.

DEUS NÃO SE CONTRADIZ: SE O ESPÍRITO SANTO ESTÁ EM ALGUÉM, JAMAIS IRÁ ENSINAR ATRAVÉS DELE UMA DOUTRINA QUE CONTRADIGA A SAGRADA ESCRITURA QUE ELE PRÓ-

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PRIO INSPIROU! Por isso, repetimos: Sempre que houver contradição contra a palavra de Jesus e de seus apóstolos na pregação ou ensino de alguém, saibamos que esse tal, assim seja o pregador mais famoso do mundo, não é ministro de Deus. Antes, como está escrito (2Co 11:13-15), “os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformados (disfarçados) em apóstolos de Cristo, E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma (disfarça) em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros da justiça; e o fim deles será conforme às suas obras (não ‘conforme à sua pregação’, pois ‘dizem, mas não fazem’, vivendo uma farsa religiosa, sem terem realmente recebido o Espírito Santo de que depende toda forma de ministério, embora finjam tê-lo).

Aqueles aos que Jesus dirá: “Apartai-vos de mim. Nunca vos conheci”, são todos, aqui nesta Terra, ministros fingidos que dizem ter o Espírito Santo, quando, na verdade, jamais o receberam (ou, se receberam, perderam, como diz Hb 6:4-6, por causa do seu idolátrico amor ao dinheiro). Eles, inescrupulosamente, aprenderam a fingir tudo: Pregar a palavra sob uma apenas teatral “inspiração” do Espírito Santo; orar pelos doentes contando apenas com a fé do próprio povo, porque eles, em si mesmos, não tem o poder do Senhor para expulsar a doença; expulsar demônios usando a fé coletiva dos fiéis, porque eles mesmos, sozinhos, carecem da autoridade espiritual para isso; falar algumas palavrinhas em supostas línguas estranhas copiadas (e memorizadas) de outros irmãos que realmente as falam, para que todos creiam que sua espiritualidade é autêntica. O pior de tudo é que as ovelhas estão despreparadas para este tipo de tenebrosa farsa, e caem no engano, tornando-se, com extrema facilidade, dóceis vítimas do comércio de almas desses vendilhões. Por isto, não importando quantos fariseus se zanguem e sabendo que a mentira não merece qualquer respeito, é preciso “virar as mesas”, como Jesus virou (Jo

2:14-16; Gl 1:10). E a melhor forma de fazê-lo, é alertando o povo sobre a plena e absoluta gratuitidade da Salvação do nosso espírito, da nossa mente e do nosso corpo, apenas através da obra de Jesus Cristo que por nós se encarnou e por nós padeceu para nos prover essa preciosa Graça que agora eles querem mercadejar, abusando da ingenuidade das ovelhas, que, na sua natural ignorância,

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desconhecem as diferentes formas em que Deus determinou a concessão das suas bênçãos antes, no tempo da Lei, e agora, no tempo da Graça. No tempo em que a Lei vigorava, desde Moisés até à vinda de Cristo Jesus, toda benção tinha um preço a ser pago pelos cidadãos da nação de Israel que a quisessem receber; esse preço, no mínimo, consistia de obras pessoais que de algum modo deveriam ser realizadas por cada um para poder recebê-la; mas, mesmo assim, esses cidadãos jamais tiveram ao alcance a vida eterna através dessas obras; os benefícios eram todos limitados a esta vida terrena. Já no tempo da Graça, toda bênção, incluída a prosperidade financeira dos fiéis, tem também um preço; só que tal preço foi pago já, na cruz do calvário, por Cristo Jesus. E esse preço, na verdade, foi muito alto: A VIDA DO FILHO DE DEUS; ele a derramou na cruz, e o preço ficou pago, de uma vez por todas, para sempre, eternamente, pois Cristo, “pelo seu sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção” (Hb 9:12). A verdade de Deus nos diz que, nesse ato sem igual e glorioso, Jesus, “perdoando todos os nossos delitos, obteve a vida (eterna) para nós, cancelando o escrito da dívida (pelos pecados) que era contra nós (‘dívida’ essa que era cobrada por intermédio da Lei, com a morte: “A alma que pecar, essa morrerá”) e que constava de ordenanças, prejudicial a nós, removendo-o inteiramente, encravando-o na cruz, e, despojando os principados e potestades (do poder que exerciam sobre nós através do medo à morte, segundo Hb 2:14-15), publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz (desde então, quem estiver em Cristo Jesus é mais do que vencedor”, desfrutando da vitória ‘já consumada’ dele). Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida ou bebida, ou de dia de festa, ou lua nova, ou sábados (ou qualquer outro ponto da Lei, seja qual for, pois a remoção foi “inteiramente”), porque tudo isso tem sido sombra das cousas que haviam de vir. O corpo, porém, é de Cristo” (Cl 2:13-17). “Assim, já não sois estrangeiros ou peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois família de Deus” (Ef 2:19). “Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, enviou Deus aos nossos corações o Espírito de Seu Filho, que clama: Aba, Pai. De sorte que já não és escravo (da Lei), porém filho e, sendo filho, também herdeiro por Deus” (Gl 4:4-7). Ora, ninguém é filho por preço, nem herdeiro por preço. “Os filhos estão isentos”, grita ainda Jesus, nos ouvidos de todos os que querem saber da verdade (Mt 17:25-26). A herança

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dos filhos é gratuita – Rm 8:32 – e, portanto, isenta, irrevogável e não sujeita a devolução porque herança não se devolve, gritamos nós!

Sendo, pois, que a palavra dos apóstolos inspirados pelo Espírito Santo ensina que todas as bênçãos da Aliança da Graça (incluída a prosperidade financeira, se Deus achar ser ela necessária e proveitosa para nós) foram já pagas com o sangue do Filho de Deus na cruz, inspirados por qual maligno espírito de contradi-ção vem agora estes vendilhões cobrando em nome de Deus um outro preço por essas bênçãos espirituais e materiais? Será que mentem o Pai, o Filho, o Espírito Santo e todos os apóstolos de Cristo ao proclamar que é de graça, “para que ninguém se glorie”? (Rm 8:32; Ef 2:8-9). Ou mentem, pelo contrário, os vendilhões do templo, que tudo fazem para arrecadar mais e mais dinheiro e poder, e, sem qualquer escrúpulo, chamam de hereges aos que lhes combatem essa sua mercenária pregação deturpada das palavras contidas na Bíblia?

O óbvio é que Deus não mente! Antes, “seja Deus verdadeiro, E MENTIROSO TODO HOMEM” (Rm 3:4).

Mentem, isso sim, os enganadores mercenários que, por mera ganância e sede de poder, vão além do Evangelho pregado pelos apóstolos do nosso Senhor Jesus.

Mentem os que acreditam que o maior negócio do mundo para quem tem boa lábia e poucos escrúpulos, é se dedicar à pregação das palavras que estão contidas na Bíblia, fazendo das suas promessas e da credibilidade que ela tem, fonte de lucro. “Abrir igreja é melhor que abrir banco” – dizem.

Mentem todos quantos exigem dinheiro das ovelhas em nome de um Deus que nada está nos cobrando a não ser a tomada de posse do seu presente de salvação abençoadora, obtido por um Salvador que tudo já pagou diante do Pai por nós! Por isto, porque nem Deus Pai nem Seu Filho nosso Salvador nos cobram os benefícios concedidos na Nova Aliança da Graça, foi que nenhum dos apóstolos exigiu jamais o dinheiro das ovelhas

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em troca das bênçãos do Senhor Jesus. Nenhum deles usou jamais trechos da Lei do Antigo Testamento para cobrar taxas, tributos, impostos ou Dízimos dos convertidos ao cristianismo. Leia o Evangelho todo, e comprove esta fiel verdade. Eles, de graça receberam; de graça deram. Nós, que afirmamos segui-los, devemos também dar de graça, se é que, de fato, os seguimos! 2

o. - O AUTÊNTICO CRISTÃO VIVE EM FIEL OBEDIÊNCIA

À INSTRUÇÃO DADA POR MOISÉS, DE SEGUIR A JESUS E SUA GRAÇA:

Os mercadejadores da palavra de Deus que usam trechos de Lei do Antigo Testamento para reunir fortunas e fundar impérios religiosos às custas das crédulas ovelhas, atacam-nos afirmando que nós não seguimos a Bíblia TODA quando, no nosso trabalho evangelizador, não cobramos qualquer taxa, imposto ou Dízimo. Nosso crime, para eles, é que “damos de graça o que de graça recebemos”, ensinando o povo a receber também de graça, e de graça dar o que Deus lhe concede gratuitamente (Mt 10:8; 1Co 9:18; Ap 21:6). A clara realidade, porém, é que esta pregação nossa prejudica seus interesses financeiros e, somente por este motivo, é que eles a contestam com tanto furor, como os da cidade daqueles porcos em que entraram os dois mil demônios que Jesus expulsou do pobre coitado geraseno (Mc

5:1-17). Na verdade, são eles que desconhecem a Bíblia TODA. E, por desconhecê-la, são incapazes de lhe compreender seu profundo signi-ficado.

“Pelos frutos” deles descobrimos sua ignorância e cegueira.

Se a compreendessem (e fossem bem sinceros na vocação que de lábios para fora afirmam ter) mostrariam outro comportamento em relação a esta pregação da Graça de Deus em Cristo Jesus, nosso único e suficiente Salvador: A aceitariam como verdadeira e a retransmitiriam com alegria às suas ovelhas por causa dos benefícios gratuitos que ela traz, “sem dinheiro” para os humildes que não tem como pagar nada sem aumentar a necessidade e a fome.

Cegados pela ambição, avareza e total ausência de escrúpulos, eles não conseguem enxergar a autêntica realidade escondida na mensagem da Bíblia TODA. Não conseguem entender afirmações como esta do apóstolo Paulo ao afirmar que “o fim da Lei (e dos

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Profetas) é Cristo” (Rm 10:4), de modo que tudo quanto ali foi ordenado ou profetizado apontava, em figura, a um único alvo: O ministério salvador, vivificador e abençoador de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, e a sua posterior glória, exaltado a Rei dos reis e Senhor de senhores (Cl 2:17; Hb 10:1; Cl 1:16).

Quando o Evangelho diz que Deus Pai tinha desde o princípio o propósito de fazer convergir todas as cousas em Cristo, tanto as do céu como as da terra (e isto inclui as bênçãos materiais que precisamos no dia-dia), devemos ouvir com seriedade, prestando atenção ao significado de cada palavra, til, vírgula e ponto, pois é assim que toda a revelação divina será cobrada aos homens no dia do Juízo Final, preceito sobre preceito, regra sobre regra (Is 28:9-13). Não é a boca de um homem mortal e sujeito ao erro, mas a Bíblia TODA, quem nos diz que Deus tinha DESDE O PRINCIPIO esse propósito FINAL de reunir TUDO em Cristo, e não em Moisés, nem na Lei. Por isto, porque o propósito divino era reunir tudo em Cristo e não na “Lei e Profetas”, esse seguir fielmente a Bíblia TODA, de maneira harmoniosamente CONTEXTUAL, não pode significar nunca esse herético misturar as ordenanças da “Lei e Profetas” com as instruções da Graça. Estas duas alianças são diferentes, da mesma maneira que diferentes são seus respectivos ministérios. Não cabem remendos ou misturas da uma na outra. Os que pensam que devem fazer tal remendo ou mistura estão, todos eles, contraditando ao Senhor Jesus, aos seus apóstolos, e ao Espírito Santo que inspirou toda a doutrina evangélica, a qual, relembremos, ensina:

“A Lei e os Profetas vigoraram até João”. “Não estais debaixo da Lei e sim debaixo da Graça”. “Todos quantos são da Lei, estão sob maldição”. “Por obras da Lei ninguém será justificado”. “Morrestes relativamente á Lei mediante o corpo de Cristo”. “De Cristo vos desligastes vós que procurais justificar-vos na Lei, da Graça decaístes”.

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“Lança fora a Lei (Hagar) e o povo que persiste na Lei, porque de modo algum os filhos da Lei (filho de Hagar) serão herdeiros juntamente com os filhos da Graça”.

Os errados são, pois, eles, que se negam a obedecer a Sagrada

Escritura TODA. Não nós.

Pelo contrário, mais obedientes à Bíblia TODA e à “Lei e Profe-tas” somos nós do que eles, porque praticamos à risca as ordens que o próprio Moisés deu ao povo num momento de divina inspiração, dizendo:

“O Senhor teu Deus te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim: A ELE OUVIRÁS... Acontecerá que toda alma que não ouvir A ESSE profeta será exterminada do meio do povo” (Dt 18:15-19; At 3:22-23).

Note bem o leitor que a ordem terminante de Moisés foi: “A ele ouvirás”. Moisés não disse: “A nós”. Tampouco disse: “A ele e a mim” ou “A mim e a ele”. Disse: “A ele...” Pela forma de expressar-se, entende-se claramente a admissão de uma autoridade plena e inquestionável naquele “profeta” que Deus levantaria dentre o povo judeu em tempos posteriores ao de Moisés. Isto fica mais enfático ainda depois que ele acrescenta a advertência dada pelo próprio Deus, no sentido de que “aquele que não ouvir as palavras que o Pai colocasse na boca deste “profeta” deverá dar contas a Deus, sendo cortado do povo”. Este duro aviso já manifesta, por si só, a superioridade do ministério deste “ele” sobre o ministério de Moisés. Ou seja, o próprio Moisés não foi orgulhoso, e, em vez de defender a suposta perenidade do seu ministério como a defendem os legalistas de hoje, ele humildemente anunciou ou profetizou a vinda futura do superior ministério de outro servo de Deus, também profeta e libertador como ele, mas de uma importância maior para os homens.

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E quem é esse “ele” a quem Moisés ordenou ouvir quando viesse? Ora, é fora de discussão que trata-se do Messias.

Segundo a explicação da Bíblia TODA dada por Pedro em At 3:22-

23, esse “ele” era o mesmo Jesus Cristo que em Mt 11:13 e Lc 16:16 nos ensinou que os mandamentos e ordenanças todas da “Lei e Profetas”, isto é, do Antigo Testamento, vigoraram ou duraram ATÉ João Batista!

E ali o apóstolo Pedro ainda releva, como fizera antes dele Moisés, a consequência de que “quem não ouvir a esse ‘ele’ será exterminado do meio do povo”, que aqui é, já nos tempos apostólicos, a Igreja, ou “Corpo de Cristo” ao qual pertencemos os cristãos. Ouve você a Jesus Cristo, deixando de lado o que durou ATÉ João Batista para se entregar plena e abertamente ao Novo Pacto da Gra-ça baseado no sangue do cordeiro de Deus e não em ordenanças es-critas em tábuas de pedra? (2Co 3:6-10)

Ou é você dos que misturam a Graça com a Lei, pondo remendo

velho em pano novo, apenas para aumentar o estrago já existente na sua vida, sem perceber que terminará exterminado do povo-igreja de Cristo no dia do Arrebatamento, como igualmente adverte essa mes-ma Bíblia TODA em Gl 5:4 e Rm 8:9-11?

Examine bem qual é a base ou fundamento da sua fé, lembrando que, segundo a Bíblia TODA, “ninguém pode pôr outro fun-damento diferente de Cristo Jesus”, isto é, da sua obra redentora e de seu atual ministério salvador e abençoador (1Co 3:11).

A Lei do Antigo Testamento não é o fundamento da fé dos

cristãos. Só Jesus é a pedra FUNDAMENTAL sobre a qual é construído o novo “edifício” de Deus, nova “casa”, novo “santuário” vivo, novo “povo” (Ef 2:19-22; 1Pe 2:4-5). E ‘novo’ não significa ‘remendado’, que é o que alguns parecem entender (Mt 9:16-17). Jesus, operando em nós hoje através do Espírito Santo, tem poder suficiente para completar toda a obra que já começou em nossa vida, não necessitando para

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nada do remendo da Lei. Ou algum desses mentirosos se atreverá a negar que Cristo tem este poder?

Então, quem se diz seguidor da Bíblia TODA, incluindo ‘Lei e Profetas’ ou Antigo Testamento, obedeça às ordens de Moisés: OUÇA A JESUS; mas o ouça e obedeça em tudo o que ele nos ensinou, e não apenas no que achar conveniente para seus pessoais ou institucionais interesses, como faziam os fariseus. Quem diz ser seguidor da Bíblia TODA, e não segue a Jesus em tudo o que ele ensinou, é, no mínimo, mentiroso e hipócrita, porque foi o próprio Moisés, na ‘Lei e Profetas', quem mandou seguir a Jesus quando este viesse ao mundo... E JÁ VEIO, FAZ 2000 ANOS!

Ouça a Jesus quando diz: “A Lei e os Profetas (ou Antigo

Testamento) duraram ATÉ João (Batista)”. Mas isto é algo que eles não querem ouvir, porque aí ficam

desprovidos de elementos doutrinários que façam o povo se sentir obrigado a lhes entregar a grana. Eles fecham os ouvidos para estas palavras e, quando não podem contestá-las, gritam: Heresia!!!..

Assim mesmo gritaram contra Jesus. E contra Pedro. E contra Paulo. E contra nós... agora.

Conclua então o leitor, diante de todas estas evidências bíblicas,

quem é que não segue a Bíblia TODA:

Somos nós que obedecemos ao ‘a ele ouvirás’ de Moisés?

Não.

São eles, os que, pretendendo seguir a ‘Lei e Profetas’ ou a Moisés sob a malandra desculpa de que obedecem a Bíblia TODA, desobe-decem as ordens deste à respeito desse seguimento da palavra de Jesus, o Messias.

Eles que, dizendo-se mestres da Bíblia TODA, ignoram, ou na maior ‘cara de pau’, desobedecem o que a Bíblia TODA diz sobre a

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suficiência do Novo Pacto da Graça, de cujas promessas e bênçãos Jesus é o mediador ÚNICO. Nem a Moisés, nem a qualquer outro ser humano ou angelical, nem a qualquer Lei ou ordenança do Antigo Testamento foi dado por Deus Pai o privilégio dessa mediação. Foi dado somente ao Filho, e ele no-las administra de graça. Perdem, pois, seu tempo e sua vida todos quantos por esse caminho legalista procuram alcançar essas bênçãos e promessas e aquela plenitude no Espírito Santo da qual desfrutavam rotineiramente os cristãos mostrados no Livro de Atos.

Por esse caminho, esses “mestres” estão “separados de Cristo e

decaídos da Graça” (Gl 5:4). 3

o. - O AUTÊNTICO CRISTÃO VIVE EM FIEL OBEDIÊNCIA

À INSTRUÇÃO DADA PELO PAI, DE SEGUIR A JESUS E SUA GRAÇA:

Desde o princípio, a Bíblia inteira fala de um ministério salvador exclusivo, isto é, privativo, de Jesus Cristo; desta realidade desprendia-se a autoridade que permitia a ele dizer, quando veio, “ninguém pode vir ao Pai, senão por mim". Já no elucidativo Livro de Gênesis (Gn 3:15) a promessa da vitória sobre Satanás foi feita por Deus a um só: “O DESCENDENTE DA MULHER”. Note bem que, nessa sentença de Gn 3:15, não diz: ‘Os descendentes’, em plural, como se fossem muitos. Diz apenas: ‘O descendente’, no singular, referindo-se a um só. Quer dizer, não existiu jamais a promessa de salvação em alguém ou algo que não fosse o Messias (em grego: Cristo). Ou seja, se alguma vez Deus tivesse outorgado a Vida eterna a alguém pelo seu mérito da obediência às leis e mandamentos de Antigo Testamento, teria se tornado mentiroso por causa da sua promessa em Gn 3:15. Se os 10 Mandamentos nos permitissem alcançar essa Vida eterna, eles estariam desempenhando o papel do Messias prometido por Deus lá no Paraíso. Porém, agradecemos a Deus por ter nos deixado palavras como as de Paulo em Gl 3:21 e Rm 3:19-20, mediante as quais o Espírito Santo nos assegura que Deus jamais deu a nenhuma lei esse ministério, porque estava reservado para o prometido Messias. Um Messias único. Um único Messias. Não dois, ou três, etc.

Segundo a Bíblia TODA, esse descendente “da mulher” que obteve a vitória total e definitiva sobre o Diabo, conforme fora

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prometido por Deus lá em Gênesis foi Jesus de Nazaré.

Foi Jesus Cristo... Não Moisés, nem a Lei...

Leia como o Evangelho o identifica:

“Não diz: E aos descendentes, como se falando em muitos, porém, como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo” (Gl 3:16). “Visto, pois, que os filhos tem participação comum de carne e sangue, destes também ele (Cristo), igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo” (Hb 2:14).

Cristo Jesus é, pois, ‘o descendente’ singular. Histórica e biblicamente foi Cristo Jesus, somente ele, quem obteve a vitória definitiva sobre o Diabo e seu abismal império de trevas e morte. Ele, sozinho, enfrentou a Morte e a venceu. Ninguém mais fez isso. Qual é o significado dessa vitória dele? Essa vitória, tão anunciada desde o princípio e jamais obtida por ninguém, significa que, desde a própria Queda do homem lá no Paraíso, já era a vontade de Deus Pai que Jesus Cristo, E NÃO QUALQUER OUTRO SER HUMANO OU ANGELICAL, OU QUALQUER LEI, obtivesse a vitória final e definitiva sobre esse mesmo Satanás que desde os tempos antigos de Adão e Eva tenta, aflige, atribula, engana e oprime a humanidade, conduzindo-a à morte (Hb 2:5-9; Ef 1:9-12). A ressurreição de Cristo e sua glorificação ao ser elevado ao Céu e ali constituído Senhor sobre toda a criação, significa o triunfo final, definitivo, sobre a Morte e sobre Satanás.

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Significa triunfo definitivo sobre todos os espíritos tentadores que não conseguiram faze-lo pecar. Significa triunfo definitivo contra o espírito Devorador.

Significa triunfo total e definitivo contra quaisquer outros

espíritos ou poderes do império das Trevas. Jesus é o vitorioso “descendente da Mulher” de Gn 3:15. Você quer vitória sobre o espírito tal Devorador que tanto

apavora os dizimistas, ou sobre quaisquer outras espécies de espíritos malignos?

Não se preocupe: Jesus já obteve essa vitória... por você e para você, sem lhe cobrar Dízimo algum!

A vitória que você quiser, sobre o mal que você tiver, seja ele qual for, Jesus já a obteve... por você e para você, de graça, apenas pelo suficiente mérito do seu sacrifício na cruz! E ele nos oferece participar dessa gloriosa vitória mediante a fé, e não mediante a prática das obras da Lei (Rm 3:21-28; 5:1-2; Ef 1:22; Rm

8:32), porque, como ensina Gl 3:12, “a Lei não é da fé”. É por este motivo que Deus, tanto no Antigo como no Novo Testamento, ou seja, na Bíblia TODA que tanto nos cobram aqueles legalistas acusando-nos de não conhecê-la, ordena ouvir ao Seu Filho por sobre quaisquer outras vozes, incluídas as de todos os santos servos que falaram através da “Lei e Profetas” (Hb 1:1-2; 3:1-6; Ef 1:9-10;

3:3-6; Mt 28:18). Isto abrange o último livro do Antigo Testamento, escrito pelo profeta Malaquias. Jesus é o Vencedor sobre Satanás e sobre a Morte, e, por isto, é nele que estão providas para nós, DE GRAÇA, e pela exclusiva vontade do Pai, todas as vitórias que santamente possamos desejar ou necessitar na nossa existência, tanto as do Céu como as da terra, incluída a prosperidade financeira que tanto prometem às incautas ovelhas, como isca, os implacáveis e vorazes cobradores do Dízimo. Ele não veio buscar essas vitórias porque precisasse delas, mas apenas e exclusivamente porque nós estávamos precisando delas desde o dia em que Adão caiu lá no Paraíso. Não existe, pois, outro caminho para alcançar as bênçãos espirituais e materiais do Pai, a não ser Seu Filho Jesus Cristo. Já

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no Antigo Testamento o Pai eterno nos dava a entender isto, quando anunciava a vinda de Jesus no citado texto de Dt 18:15-19, dizendo por boca de Moisés: “em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo quanto eu lhes ordenar. De todo aquele que não ouvir as minhas palavras que ele lhes falar em meu nome, disso lhe pedirei contas”. E é também a voz do mesmo Deus Pai do Antigo Testamento que, já na introdução do Novo Pacto, continua apresentando Jesus Cristo como a fonte de todas as bênçãos para nós, ordenando ouvir ao Filho por sobre qualquer autoridade dantes concedida à “Lei e Profetas”, representada por Moisés e Elias na passagem que a seguir transcrevemos: “...toma Jesus consigo a Pedro e aos irmãos Tiago e João, e os leva, em particular, a um alto monte. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. Então disse Pedro a Jesus: ‘Senhor, é bom estarmos aqui; se queres farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias (note como Pedro colocava os três em igualdade de hierarquia)’. Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz (do Pai) que dizia: ‘Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo: A ele ouvi” (Mt 17:1-5). Esta é, pois, a soberana instrução do Pai, tanto no Antigo como no Novo Testamento, ou seja, na Bíblia TODA:

OUVIR O FILHO EM TUDO QUANTO ESTE DIZER, por sobre qualquer outra hierarquia ou ministério espiritual de quem quer que seja! Está você fazendo isto na sua vida diária?

Está você ouvindo o Filho de Deus EM TUDO quanto ele disse? Ouve você com obediência a palavra do Filho quando ele

ensina que “a Lei e os Profetas (ou Antigo Testamento) vigoraram até João Batista”?

Ou é você daqueles que insistem em continuar obedecendo às palavras dos servos (Hb 3:5), aios (Gl 3:23-25), enfim, de toda a “Lei e Profetas” que não mais vigora porque era um mero anúncio ou “sombra” de uma realidade maior que já chegou, isto é, Jesus Cristo, o soberano “Filho de Deus em sua casa”, conforme

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claramente explica a pouco pregada palavra de Hb 3:3-6, dizendo: “Jesus, todavia, tem sido considerado (por Deus) de tanto maior honra do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a estabeleceu... e Moisés era fiel em toda a casa de Deus como servo, como testemunho das cousas que haviam de ser anunciadas, CRISTO, PORÉM, COMO FILHO, SOBRE A SUA CASA; A QUAL CASA SOMOS NÓS (OS CRISTÃOS)”?

Se você é dos que insistem em “ficar para trás” tentando a

impossível fiel obediência à “Lei e Profetas”, desobedecendo assim ao Pai que ordenou ouvir o Filho Jesus em TUDO quanto este disse, não esqueça que as seguintes palavras lhe serão lembradas no Dia do Juízo Final:

“Todos quantos são das obras da Lei estão sob maldição... pela Lei ninguém é justificado diante de Deus... de Cristo vos desligastes vós que procurais justificar-vos na Lei... toda alma que não ouvir a esse profeta (Jesus de Nazaré) SERÁ EXTERMINADA DO MEIO DO POVO” (Gl 3:10-11; 5:4; At 3:23).

Nós, entretanto, sabemos que não existe outro caminho diferente desta suficiente Graça que nos foi dada por Deus na cruz de Cristo Jesus, e, por isto, preferimos viver obedecendo à instrução dada pelo Pai, que é verdadeira e não falha, quando nos pede ouvirmos a voz do Filho Salvador, o autor da redenção mediante a qual temos gratuito perdão, gratuita reconciliação com Deus e gratuita recepção de todas as promessas e bênçãos concedidas por ele aos membros do “Corpo de Cristo”. Preferimos fugir da “Síndrome de Caim”; isto é, abandonamos completamente qualquer ideia que nos instasse a continuar oferecen-do a Deus esses inúteis esforços pessoais e legalistas pagamentos pelas bênçãos que Seu Filho Jesus já pagou com sua própria vida por todos nós, e que Deus jamais dará por outro preço a ninguém. Se você espera que Deus lhe dê mediante a obediência à Lei as bênçãos contidas na herança de Cristo para seus seguidores fiéis, você está esperando em vão: Não as receberá! Contra o véu da teoria religiosa dos que querem continuar caminhando sob o jugo da Lei, que não tira ninguém da morte,

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preferimos aplicar à nossa própria vida a seguinte exortação do Evangelho da Graça:

“Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará... Aquele que entregou por nós à morte até seu próprio Filho como não nos dará gratuitamente nele todas as coisas?... conhecereis a verdade e ela vos libertará... Eu sou a verdade... em nenhum outro há salvação”.

O cristão, tanto para sua salvação, como para a recepção de todas bênçãos e para a solução dos problemas cotidianos, prometidas aos seguidores de Jesus, nada tem a ver com a obediência à “Lei e Profetas”, isto é, ao Antigo Testamento; assim, as carências de saúde, comida, bebida, teto, estabilidade familiar, prosperidade material ou financeira, e crescimento espiritual, não dependem de tal obediência legalista, de acordo com o ensino dos apóstolos, com a instrução de Moisés para o tempo da vinda do Messias, e com a ordenança do Pai eterno.

A inegável realidade é essa: Que todas as bênçãos espirituais ou terrenas, Deus no-las dá de graça, aos cristãos, em Seu Filho Jesus Cristo, que por nós pagou o preço total na cruz do Calvário. Não que a Lei seja má ou pecaminosa. Nada disso. Jamais poderíamos afirmar tal heresia contra qualquer palavra que saiu da boca de Deus. A Lei, provinda de Deus, é santa, e, por isto, boa. Porém, por não ter ela recebido de Deus nem poder, nem vigor, nem capacidade para conduzir os seres humanos à recepção da vida ETERNA, torna-se pecado contra o Pacto da Graça deixar de pôr a vida toda na dependência da obra redentora e vivificante de Cristo, desprezando os benefícios do sangue dele derramado na cruz, para ir buscar mediante o impossível seguimento da letra da Lei um acesso válido e permanente à presença do Pai para dele receber a Vida; acesso válido e permanente esse que a Lei, segundo Rm 3:20 e Gl 3:21, jamais outorgou a ninguém, porque não foi esse o ministério para o qual Deus a deu aos homens. O próprio Moisés teve seu encontro pessoal com Deus muitos anos antes de receber a Lei, e aconteceu de

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graça; quer dizer, sem depender do cumprimento dela! E também de graça aconteceu com todos os demais servos e profetas do Senhor, conforme consta nos registros da Sagrada Escritura. No Antigo Testamento inteiro não existe um único registro de algum patriarca ou profeta que tenha recebido as bênçãos de Deus mediante a plena obediência às leis e estatutos dados pelo Criador no Monte Sinai, ou em qualquer outra época, incluído o tempo de Malaquias e o livro que ele escreveu. Pelo contrário, o ensino apostólico insiste em desfazer esse mito da utilidade vivificadora e abençoadora das leis do Antigo Testamento, ao ensinar Paulo aos Gálatas que “se fosse promulgada uma lei que pudesse dar vida, a justiça (justificação e salvação) seria, na verdade, procedente de tal lei” (Gl 3:21), e, nesse caso, não haveria a mais mínima necessidade de que viesse Cristo pagar por nosso mal na cruz, incluída, nesse mal, a maldição de todos quantos estavam debaixo da Lei, tal como afirma Gl 3:10-13. E o apóstolo Pedro não deixa por menos quando, na discussão travada em Jerusalém porque alguns tentavam obrigar os convertidos dentre os gentios a guardar a lei do Antigo Testamento, afirmou taxativamente que “nem ele, nem os demais apóstolos, nem seus antecessores do povo judeu que tinham servido anteriormente a Deus, conseguiram jamais cumprir as exigências da Lei” (At 15:10), confessando-se assim réu dela, em vez de alguém que através dela estivesse recebendo a vida eterna. Depois, para arrematar, termina confirmando: “Antes, cremos que fomos salvos pela Graça do Senhor Jesus” (At 15:11).

Buscar, pois, as bênçãos de Cristo pela obediência aos estatutos da “Lei e Profetas” é um erro grave apresentado e introduzido por Satanás na Igreja como se fosse a atual vontade de Deus, e entre seus piores efeitos está o de anular os gloriosos e gratuitos efeitos do sacrifício de Jesus nessa cruz do calvário (Ap 2:9; 3:8-9). Anular os efeitos do sacrifício de Cristo na cruz é um objetivo que só interessa ao Diabo, que tudo faz para evitar que os homens alcancem a salvação eterna. Ele até cria religiões APARENTEMENTE cristãs para alcançar este macabro objetivo. E, através de uma estéril aparência de cristianismo, está condu-zindo as pessoas a permanecerem na maldição da morte em que já nasceram: está lhes pondo na boca uma chupeta enganosa, para fazê-las crer que estão se alimentando da verdade de Deus, quando, na realidade, apenas as mantém entretidas na farsa até

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que morram... e aí já será tarde demais para descobrir que as doutrinas que cada um seguiu nessas falsificadas igrejas não tinham o poder de transmitir a vida eterna que somente Jesus pode dar. Qualquer ministro ou líder religioso que empurre as ovelhas a viver numa suposta paz com Deus mediante a obediência de qualquer ponto da “Lei e Profetas” ou a esperar as bênçãos espirituais ou terrenas através dessa mesma obediência, estará, apenas, arrastando-as para maldição, conforme ficou já avisado em Gl 3:10-11. Quer dizer, estará levando-as a permanecer na morte herdada de Adão, visto que a Lei jamais recebeu de Deus o poder de tirar o homem dessa condição maldita (Hb 7:18-19; Rm 3:20-21). Por estes motivos, esses pregadores dizimeiros demonstram ser lobos disfarçados de ovelha, falsos mestres e instrumentos do Maligno quando, contrariando o ensino do Senhor Jesus, pisoteiam a divina afirmação de que “a Lei e os Profetas duraram até João Batista”. E pisoteiam também a doutrina apostólica que diz: “Todos os que são da prática das obras da Lei estão sob maldição... lança fora (do meio do povo da Graça) a Lei e seus seguidores”.

O genuíno cristão vive o resto da sua existência carnal, neste

mundo visível, tomando tudo quanto precisa do “pacote” de bênçãos que Deus Pai lhe concedeu de graça, no Seu Filho Jesus Cristo, mediante a fé ou confiança nele, como está escrito:

“Eu (Paulo), mediante a própria Lei, morri para a Lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus (não na Lei), que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2:19-20).

Ora, se é pela fé “no Filho de Deus”, então é pela Aliança da Graça que ele obteve mediante o derramamento do seu sangue na cruz, e não mediante a observância dos mandamentos da “Lei e Profetas”. Mente, pois, quem afirma o contrário, independente de sua cobrança ser em frutos do trabalho agropastoril, em dinheiro, ou quaisquer outras formas que na sua criativa perversidade mental ele quiser inventar. Mente diabolicamente quem convence suas ovelhas de que perdem a paz com Deus quando deixam de pagar esse Dízimo exigido no Antigo Testamento, porque o Dízimo não é

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um ato de fé cristã, e sim, apenas, um ato de fé na letra da Lei que já não vigora mais. Jamais pagar o Dízimo será um ato de fé em Cristo Jesus, o Filho de Deus, porque, sendo uma das tantas exigências da Lei, durou também até João Batista, conforme Jesus ensinou em Lc 16:16. Em outras palavras, a existência do chamado Dízimo “cristão” não passa de uma blasfêmia, ou mentira doutrinária cuja origem está no “Pai da Mentira”.

E a mentira mata. Só a verdade é vida. E a verdade diz que as

bênçãos advêm em Cristo, DE GRAÇA (Rm 8:32; Ef 2:8-9), e não mediante o pagamento de taxas, impostos, tributos, dízimos, etc., mesmo sendo verdade que estes últimos tenham sido antigamente cobrados ao povo que estava sujeito à santa Lei de Deus, nos séculos em que ela vigorava.

Antigamente, era antigamente. Hoje, é hoje: Hoje, para nós, na Nova Aliança da Graça, Deus dispôs outra realidade!

A realidade em Cristo é bem diferente da realidade que havia quando vigorava a “Lei e Profetas”. Engana-se quem pensa que o Antigo e o Novo Testamento são remendos complementares um do outro, de modo que possa se chegar à obtenção da vida ETERNA e demais bênçãos cristãs mediante a mistura da Lei e da Graça. Os apóstolos contra-atacam duramente esta diabólica ilusão, ao advertir: “De Cristo vos desligastes vós que procurais justificar-vos na Lei, da graça decaístes” (Gl 5:4). Neste duro aviso do apóstolo Paulo aos cristãos da Galácia, ele não deixa a mais mínima chance aos que querem realizar, com sucesso espiritual, tal remendo. Para Paulo, apelar para a Lei diante de Deus ocasiona decair da Graça salvadora que há em Cristo Jesus, e em mais ninguém. Em outros termos, o apóstolo está querendo dizer que quem quer se apresentar bonzinho aos olhos do Pai eterno mediante a observância de qualquer preceito da Lei (que, segundo Gl 3:21, não livra ninguém da Morte), estará, na verdade, se afastando do novo e gratuito caminho que conduz à salvação; ou seja, estará voltando para a condenação daquela maldita morte em que caiu Adão por não seguir à risca a palavra que Deus lhe dera, no seu tempo.

Assim como a pedra não dá água ao sedento apesar de também

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ter sido feita por Deus, a Lei tampouco dá a Vida, porque nenhuma das duas foram criadas para essas finalidades. Tudo produz, apenas, aquele fruto que o próprio Deus lhe determinou.

A de Cristo é uma salvadora realidade que acontece em nós

somente através dos benefícios obtidos mediante o sacrifício e ressurreição do Filho de Deus; realidade essa que é efetuada em cada cristão pela operação GRATUITA do Espírito Santo, que jamais cobrou um tostão de ninguém para realizar seu glorioso trabalho desta salvação em Cristo. O único preço foi a própria vida de Jesus derramada na cruz.

Então, pare de se enganar, e defina logo o rumo certo a seguir de agora em diante:

Você é cristão?

Obedeça aos apóstolos: Siga a Cristo e sua Graça!

Você é legalista mesmo?

Obedeça a Moisés: Siga a Cristo e sua Graça!

Você, simplesmente, crê no Deus Pai da Bíblia?

Obedeça ao Pai: Siga a Cristo e sua Graça!

Ou você, inseguro e medroso por causa da sua própria ignorância das Sagradas Escrituras, prefere obedecer a voz dessa imensa maioria erradamente unânime que, por não conhecer bem a Bíblia TODA, cobra o Dízimo nas igrejas sob a expectação de que quem não o paga é “ladrão de Deus”, contrariando a vontade suprema do Espírito da Graça? Tal vez você seja dos que acham que “a voz do povo é a voz de Deus”, e que, por isso, se as maiorias misturam “Lei e Profetas” com a Aliança da Graça e pagam o Dízimo, então o certo deve ser pagá-lo você também?

Então, misture e pague; ...e, no embalo da ingenuidade, arraste consigo os inocentes mem-

bros da sua família, levando-os à escravidão da Lei do Dízimo em

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qualquer uma dessas gigantescas igrejas cobradoras dessa taxa do Antigo Testamento, e que hoje formam maioria arrasadora.

Mas, antes, lembre que, desde os princípios da história humana, as maiorias sempre estiveram erradas.

As maiorias estavam erradas quando Deus arrebatou para o Céu àquele Seu solitário servo Enoque.

As maiorias estavam erradas quando Deus chamou Seu também solitário servo Noé.

As maiorias estavam erradas quando Deus separou Seu

igualmente solitário servo Abraão... e quando tirou seu sobrinho Ló dos sodomitas centros urbanos que iam ser queimados.

As maiorias estavam erradas quando Deus enviou esse outro

solitário servo Seu chamado Moisés. As maiorias estavam erradas quando Deus enviou Sua voz

profética por meio dos perseguidos Jeremias, Isaías, Elias, Eliseu, e todos esses outros solitários do Antigo Testamento aos quais as multidões sempre detestaram e contestaram, acusando-os de serem falsos profetas porque não lhes pregavam as delícias que elas queriam ouvir. E essas mesmas maiorias continuavam erra-das quando Deus anunciou a chegada do Seu Messias através do ainda mais solitário servo João Batista, que passou sua vida ministe-rial no deserto, longe de qualquer conforto e do aconchegante convívio com os seus parentes e amigos. Erradas, sempre erradas em todo e qualquer tempo estiveram as maiorias religiosas durante todo o longo período do Antigo Testamento. E continua-vam muito mais erradas quando se deleitaram na tortura e crucifixão do Verbo divino encarnado, o Supremo Solitário Jesus de Nazaré, magoando-o com seus desaforados gritos e deprecia-tivas cuspidas. Jamais as maiorias deixaram de errar: Hoje, depois de terem martirizado Estevão, Pedro, Paulo, Huss e a todos quantos no passado se opuseram às suas apostasias heréticas, ainda perseguem a pregação da inteira Graça do nosso Senhor Jesus Cristo. É que a verdade de Deus está somente EM DEUS, não na opinião

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das multidões humanas. Pelo contrário, a própria “Lei e Profetas” já advertia contra essa tendência natural humana de se deixar arrastar pela força da correnteza da multidão e da opinião das maiorias, dizendo:

“Não seguirás a multidão para fazeres mal; nem deporás, numa demanda, inclinando-te para a maioria, para torcer o que é direito” (Ex 23:2).

A verdade está, pois, em Deus, e, portanto, na Sua palavra.

E palavra de Deus é a Sagrada Escritura que, segundo Jesus,

“não pode falhar”.

Jamais essa verdade pertenceu ao mundo nem às suas multidões ou maiorias.

Se pertencesse, Jesus não teria vindo salvá-las, porque aos que andam no que é espiritualmente verdadeiro e vivo não há mais necessidade de salvá-los. Mas nunca as multidões e maiorias que viveram sob a Lei do Antigo Testamento andaram no que é vivo, devido a que essa Lei não lhes foi dada para conduzi-las à Vida perdida lá no Jardim do Éden.

Segundo o Evangelho (Rm 3:19-20), o que a Lei oferecia era o mero conhecimento do pecado e sua respectiva punição: A própria morte da que todos queremos nos salvar. SIM: A LEI SÓ OFERECIA A MORTE! Mas a Vida eterna não nos foi jamais oferecida por Deus através dela; esta, somente Jesus pode oferecê-la. Ele provou isso, indo voluntariamente em nosso lugar para o abismo da Morte, e de lá saindo como o grande Vencedor de vencedores mediante a ressurreição. Eis aqui o motivo pelo qual Paulo chama a Lei do Antigo Testamento de “ministério da Morte” e de “ministério da condenação” ao compará-la com a operação de Cristo sob o Novo Pacto da Graça, à qual chama de “ministério do Espírito (da Vida)” e de “ministério da justiça” (2Co 3:6-9).

Como, pois, conciliar a Aliança da Vida (Graça) com a Aliança da Morte (Lei)? Como reunir num mesmo caminho ou numa mesma vida humana o

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Perdão que há na Graça de Cristo, com a Punição que é só o que a Lei oferece ao pecador?

Isso é impossível, porque não faz parte do Plano de Deus da forma como está este revelado na Bíblia TODA que esses mercenários alegam conhecer, quando, na realidade, a desconhecem. Querer fazer uma pessoa andar simultaneamente por um caminho que foi dado por Deus transitoriamente para ministrar a morte por causa do pecado e por outro que também foi dado por Ele, mas desta vez para ministrar a Vida eterna mediante o prévio perdão desses pecados, é uma heresia. Hereges e “sinagoga de Satanás” são, então, todos quantos convencem as ovelhas do rebanho da Graça a se sentirem em paz com Deus mediante cumprimento de leis do Antigo Testamento, seja a do Dízimo ou qual outra for.

Os cobradores do Dizimo dentro das igrejas cristãs são

HEREGES e “sinagoga de Satanás”, sim, mesmo que a ingênua multidão manipulada pela lábia dos farsantes não o veja assim.

É que “o homem natural não entende as coisas de Deus”.

Não importa quão grande ou numerosa seja essa multidão que

estimula você a confiar na mistura do fermento velho com a palavra nova de Jesus: Se ela quer seguir a Lei, estará escolhendo um caminho herético, cujo rumo e fins são o oposto ao alvo final de Cristo, que é a Vida eterna (Gl 5:4).

Assim sendo, se todas as igrejas cristãs do mundo inteiro misturassem hoje os estatutos da Lei (incluído o Dízimo) com os da Graça (e não são todas as que fazem isso, esclarecemos), então todas estariam erradas nessa mistura, porque nem Jesus nem o seu Evangelho nos instruem a fazer isso; muito pelo contrário, dizem-nos que quem tenta fazer tal mistura “se desliga de Cristo e decai da Graça” (Gl 5:4).

Por isto tudo, é bom definir qual é a norma de vida que cada um de nós está seguindo no caminho religioso, e discernir se tal norma procede realmente de Deus, e, se procedendo dele, vigora para os atuais dias do Pacto da Graça em que estamos.

A norma de vida dos cristãos não deve ser o que algumas igrejas

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ensinam de forma dogmática e cegamente imposta (como se seus pregadores fossem infalíveis, no pior estilo do papado romano), e sim o que o Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo ensina, conforme Gl 1:6-9 e 2Jo 1:7-11, onde se afirma que a verdade ensinada por uma igreja somente será incontestável na medida em que se ajuste à doutrina do Evangelho de Cristo, tal e como foi pregado pelos seus apóstolos. Por isto, qualquer igreja ou ministro que faça aquela mistura, alegando fazê-lo sob a inspiração do Espírito de Jesus, estará caindo no erro, ou, mais rigorosamente, estará mentindo. Quer dizer, estará pregando a mensagem do “Pai da Mentira”, que é Satanás.

Para os fiéis da Nova Aliança da Graça em Cristo Jesus, a Bíblia TODA mostra-nos condições e obrigações muito DIFERENTES às da antiga aliança da Lei. Enquanto os da antiga tinham as leis escritas diante dos seus olhos e ouvidos físicos, para segui-las em obediên-cia proveniente de um conhecimento meramente externo, os cristãos temos o Espírito do próprio Deus Altíssimo habitando dentro de nós e produzindo pelo Seu próprio poder e virtude a nova vida santa que espera de nós, à imagem e semelhança da santíssima vida do nosso Senhor Jesus Cristo (Hb 8:8-11). Quer dizer: Na Aliança da Graça, Ele propõe o modelo a ser alcançado, e Ele mesmo, pela sua misericórdia e poder, o modela em nós (1Ts 5:23)! ESTA É UMA DIFERENÇA QUE À LEI JAMAIS FOI DADO IGUALAR, NEM, MUITO MENOS, SUPERAR: ELA NÃO NOS FAZ COMO CRISTO É, NEM NOS FORMA À SUA IMAGEM E SEMELHANÇA; APENAS NOS CASTIGA PELOS PECADOS COMETIDOS. Por isto, se as maiorias quiserem ser salvas, terão de ajustar suas vidas às condições e instruções da Nova Aliança da Graça, PARA NADA DEPENDENDO DAQUELAS OUTRAS CONDIÇÕES E OBRIGAÇÕES DO ANTIGO TESTAMENTO, SEJAM ELAS EXTRAÍDAS DO LIVRO DE MALAQUIAS (Ml 3:10) OU DO LIVRO DE GÊNESIS (COMO NO CASO DE ABRAÃO, QUANDO DEU O DÍZIMO DOS DESPOJOS DE GUERRA A MELQUISEDEQUE), OU DE QUALQUER UM OUTRO DES-SES LIVROS TODOS QUE COMPÕEM O QUE NÓS OS CRISTÃOS CHAMAMOS DE ANTIGO TESTAMENTO.

E este é o ensino dado, também, na bem conceituada “Bíblia Explicada”, da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), mediante as explicações transcritas a seguir (parêntesis nossos):

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“O ritualismo da Lei seria um jugo insuportável para esses novos crentes (gentios, convertidos a Cristo mediante a pregação paulina da Graça)... notamos que a guarda do Sábado não figura (nem o Dízimo) entre essas ‘coisas necessárias’ (exigidas no Concílio apostólico de Jerusalém aos novos crentes dentre os gentios, como hoje o somos nós) ...sujeição à lei cerimonial mosaica, que Pedro chamou de 'jugo insuportável’ (Página 397, explicando o texto de At 15:7-11); “Notemos, de passagem, a pouca importância que o apóstolo (Paulo) atribui ao rito da circuncisão quando a vida não condiz com a sua significação... Esta constante referência à circuncisão (ou à obrigação de qualquer outra lei, como ocorre hoje com o Dízimo), tão tediosa ao leitor superficial, tem um interesse agudo para o estudioso que tiver bastante imaginação para colocar-se no lugar do apóstolo, confrontan-do constantemente este irritante obstáculo ao progresso do Evangelho - o judeu julga ter tudo que precisa para a salvação na observação formal do ritualismo da lei mosaica, sendo, por isso, refratário a qualquer novo ensino (como os legalistas de hoje, que não querem ouvir falar da graça totalmente suficiente em Cristo). A intensidade desse interesse é ainda maior para o estudante que compreende ter o pregador do Evangelho hoje o mesmo obstáculo com o ‘judaísmo’ que tem ressurgido (ou, antes, nunca morreu) e que hoje floresce qual planta nociva...” (Ora, se eles consideram o ‘judaísmo’ como uma planta nociva dentro da Igreja, então ele deve ser erradicado: ‘Lança fora a Lei’... inclusa a do Dízimo!) - (Página 407, explicando o capítulo 2 da Carta aos Romanos); “Vemos no versículo 15 o Novo Testamento contrastado com o Velho Testamento. Toda a nação de Israel estava (sic. no tempo passado) debaixo da Lei como norma de vida, e como base para poder merecer a bênção divina. No cristianismo estamos ‘debaixo da Graça’ e Deus nos abençoa, não por achar bondade em nós, mas por achar TODA a satisfação em Cristo, EM QUEM SOMOS ACEITOS” (O significado destas palavras é que fora de

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Cristo, ainda que estivéssemos dentro da Lei, não somos aceitos; isto coincide com Gl 5:4, onde diz que quem é de Cristo não pode pretender estar dentro da Lei, sob pena de se desligar de Cristo e decair da sua Graça. Mais uma vez, demonstra-se a total incompatibilidade da Lei e da Graça) - (Página 409, explicando Rm 6:15); “O apóstolo (Paulo)... considera o crente não mais debaixo da lei como sua regra de vida, mas unido a Cristo (quer dizer, que, de acordo com esta palavra, estar em Cristo é o contrário de estar debaixo da Lei). Notemos aqui que o ensino sabatista, de não estarmos debaixo de uma lei “cerimonial’, é refutado pela identificação da Lei à que se refere, dada, como para calar a boca de todos esses farsantes, no versículo 7: “não cobiçarás’. Este mandamen-to, certamente, não é preceito cerimonial, mas moral. Em Gl (Gálatas), a outra epístola que afirma que o crente não está debaixo da Lei, o sentido é o mesmo, pois lemos: ‘se a justiça provém da Lei, segue-se que Cristo morreu debalde’. E ninguém nos dirá que a justiça vem mediante cerimônias. O crente não é santificado pela lei (7:14). Este trecho ensina-nos que a Lei, apesar de ser ‘santa, e justa, e boa’, NÃO PODE SANTIFICAR UMA CRIATURA PECAMINO-SA” (Página 409, explicando Rm 7:1-7, 14); “O tema da carta (aos Gálatas) é a vindicação do Evange-lho da Graça de Deus e sua libertação de qualquer mistura de legalismo, que tende a comprometer seu caráter de graça pura. O erro dos gálatas apresenta-se por duas formas, ambas as quais são refutadas na epístola. A primeira (doutrina errada dos gálatas) ensinava que a obediência á Lei é misturada com fé (como ensinam hoje os pregadores da lei do Dízimo) como base da justificação do pecador (para não ser chamado de ‘ladrão de Deus’ por não dizimar); a segunda (doutrina errada dos gálatas), que o crente justificado é aperfeiçoado pela guarda da Lei (como também ensinam hoje os dizimeiros, afirmando que a perfeita paz com Deus é impossível sem o pagamento do Dízimo, pisoteando a palavra de Hb 7:9, que diz o contrário: ‘A Lei jamais aperfeiçoou coisa alguma’). Paulo combate o primeiro erro, argumentando que a justificação veio mediante

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o pacto com Abraão (Gn 15:18), e que a Lei, que foi dada 430 anos mais tarde — e cujo efeito foi condenar e não justifi-car — não pode anular uma salvação baseada num pacto anterior (ver Rm 3:21-31, na mesma ‘Bíblia Explicada’ da CPAD). Ele combate o segundo erro defendendo a obra do Espírito Santo como santificador” (em vez da Lei) - (Página 431, introduzindo explicação à Gálatas);

“Ele (Paulo) fala do novo ensino legalista como ‘outro evangelho’, que não é outro. E hoje todo o ensino que tende a pôr os crentes debaixo da Lei (e o Dízimo é da Lei) e não debaixo da Graça, merece esse mesmo título (o título de ‘outro evangelho”) - (Página 432, explicando Gl 1:6-9);

“No versículo 10 (Paulo) fala de outra classe de gente: ‘os que são das obras da Lei’, e não admite qualquer mistura das duas classes (entre os que são da Lei e os que são da Graça)” - (Página 432, explicando Gl 3:10);

“Como sistema de governo mundano — o governo de um povo terrestre — a Lei, nas suas recompensas e penas, não ia além da terra. Ela nunca disse ao cumpridor dos mandamentos: ‘irás para o Céu’, nem ao transgressor convicto: ‘Irás para o inferno’. ‘A alma que pecar, essa morrerá’, e ‘o homem que as fizer viverá por elas (vida corporal, terrena)’, era linguagem comum e compreensível aos homens, e assim o sentido da Lei é tão claro e inteligível como é inegável o seu poder de condenar (e não de salvar) - (Página 432, explicando Gl 3),

“A intenção da Lei é condenar o pecado... a regra de vida para o cristão é a Graça e não a Lei” (Sendo assim, como é que pregam a obrigatoriedade de cumprir a Lei do Dízimo?) - (Página 432, explicando Gl 3:19-25); “O apóstolo (Paulo) continua a afirmar a incompatibi-lidade do legalismo com o Evangelho da Graça. Quem pretende justificar-se (como aqueles que não querem parecer ‘ladrões de Deus’) alegando obediência à Lei (e o Dízimo é da Lei), afasta-se de Cristo E CAI DA GRAÇA” (Perguntamos: Como pode uma Igreja ensinar isto, e

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ainda assim cobrar o Dízimo, como eles o cobram? (Página 433, explicando Gl 5:1-15); “Em toda a epístola (aos gálatas) o apóstolo (Paulo) afirma que o crente em Cristo não está debaixo da Lei... porque a Lei não é da fé; porque Cristo nos resgatou (dela); e porque somos guiados pelo Espírito (Não pela Lei, seja a do Dízimo, ou qualquer outra. Será que eles não percebem o flagrante equívoco em que caem, dizendo uma coisa e fazendo outra, como aqueles fariseus do tempo de Jesus?)” —(Página 433, explicando Gl 5); “Notemos a energia da sua linguagem, e o perigo para o bem espiritual dos gálatas que Paulo percebia no caso de voltarem para o legalismo. Que diria ele hoje dos propa-gandistas da Lei de Moisés no Brasil?” (É de pasmar: Como é que podem eles escrever estas coisas, e serem, ao mesmo tempo, cobradores do Dízimo, que é da Lei de Moisés?) - (Página 432, explicando Gl 3).

É claro, pois, segundo esta doutrina das Assembleias de Deus, que o crente em Cristo não está obrigado a guardar qualquer ponto da Lei do Antigo Testamento. Pelo menos, é o que está escrito no papel.

E é ainda com este mesmo propósito de mostrar a total desobrigação do povo cristão em relação às exigências da “Lei e Profetas”, que passamos também para estas páginas o ensino teológico da afamada revista brasileira “Defesa da fé”, do Instituto Cristão de Pesquisas (grifos nossos):

“O mais grave de tudo é que esta é uma pregação legalis-ta; aliás, o Adventismo é uma mescla de salvação pela fé e pelas obras ao mesmo tempo. O seu processo de salvação é híbrido (como é também o dos cobradores do Dízimo, que estão fazendo a mesma mescla, o mesmo absurdo remendo de Lei na Graça, ao acusar de “ladrões de Deus” os irmãozinhos que não o pagam)” - (‘Revista Defesa da fé’, ano 2, No. 1, 1.998, página 113). “O capítulo 8 da Carta aos Hebreus é bem claro a respeito do

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Novo, bem como sobre o Antigo Concerto. Na era cristã é o Novo Concerto que vigora (Hb 8:13). Em 1Coríntios Paulo faz menção da Nova Aliança (11:15). O Antigo Concerto caducou com a morte expiatória de Cristo. É óbvio, além do mais, que é impossível estarmos debaixo dos dois concertos ao mesmo tempo” (Pois é: Como pode alguém estar sob a Lei do Dízimo, que é do Antigo Concerto, estando ao mesmo tempo sob o Novo Concerto, o da Graça em Cristo? Respon-dam, ó sábios teólogos dos dizimeiros!) — (Revista “Defesa da fé”, ano 2, No 1, 1.998. páginas 80-81). “Os evangélicos creem que a Lei dada por Deus a Moisés no Monte Sinai findou na cruz (Cl 2:14-17). Desde então vivemos sob a Graça de Jesus Cristo (Aplaudimos esta franca afirmação teológica; só esperamos que, ao invés dos demais, seus autores a vivam e a mantenham no seu trabalho ministerial, dando um exemplo que hoje é difícil achar) - (Jo l:17: Rm 6:14; Tt 2:11) — (Revista “Defesa da fé”, ano 2, No. 1, 1.998, página 146).

Isto, que aparece tão bonito no papel, deveria ser vivido na prática

cotidiana e mantido na pregação dos púlpitos, da rádio e da televisão. Se assim não for, de pouco servirá escrever tão belas e eruditas construções teológicas... Ademais, quem fala a verdade e não a vive é fariseu: Na Aliança da Graça não existe a cobrança do Dízimo porque nela “não estais debaixo da Lei, e, sim, da Graça”, na qual não há nenhum lugar para a Lei (Rm 6:14; Gl 3:10-11 e 5:4). Ensinar que o Adventismo é legalista e híbrido porque exige dos seus seguidores o cumprimento da Lei, e ao mesmo tempo exigir dos fiéis o pagamento do Dízimo (que é da “Lei e Profetas”), seria cair no mesmo erro do qual se acusa àqueles, pelo qual lhes caberia a sentença de Rm 2:3, quando diz aos judaizantes: ‘Tu, ô homem, que condenas aos que praticam tais cousas (o legalismo, neste caso) e fazes as mesmas, pensas que te livrarás do juízo de Deus?”; e lhes caberia, ainda, a de Mt 7:2, na qual o Senhor Jesus adverte: “Com o critério com que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”. Esperamos, pois, que eles saibam manter firme esta pregação, da qual o povo cristão tanto precisa para poder passar a desfrutar inteiramente da Graça, na plenitude do seu poder.

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Em síntese, concordando com a Casa Publicadora das Assembleias de Deus e com a Revista “Defesa da Fé”, todas as vitórias e bênçãos do cristão, vem de graça (Ef 2:4-9; Rm 8:32), e, nelas, a Lei em nada pode contribuir porque “findou na cruz”, sendo portanto “impossível estarmos debaixo dos dois concertos ao mesmo tempo”, visto que “o Antigo Concerto caducou com a morte expiatória de Cristo”.

Por causa destas verdades, não tem cabimento a alegação dos mentirosos que afirmam que a obrigatoriedade da Lei nunca cessará, baseados em Lc 16: 17, onde diz que “é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da Lei”, e em Mt 5:18, onde afirma Jesus que “até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra”. O que acontece é que os teólogos do legalismo não estão sabendo ler estas palavras do Senhor Jesus. Se a capacidade de compreender o lido fosse um pouquinho melhor, já teriam descoberto que o que Cristo ensinou ali é bem diferente do que eles estão alegando. Sua mensagem completa em Mt 5:17-18, bem lida ao pé da letra, foi que ele “não veio para revogar a Lei ou os profetas, mas veio para cumprir porque até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til, jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra”.

Se você lê bem, lhe será fácil perceber que ali o Senhor Jesus não

disse que a Lei jamais passaria. O que ele disse é que ela jamais passaria ATÉ QUE FOSSE CUMPRIDA. Uma coisa seria se ele tivesse dito, simplesmente, que até que céu e terra passem, a Lei jamais passará. E outra, muito diferente, é o que ele realmente disse: “Até que passem o céu e a terra, nem um i ou til, jamais cairá da Lei, até que tudo se cumpra”. Ou seja: Desde o instante em que disse: “nada jamais cairá da Lei, até que tudo se cumpra”, ele já colocou um condicional a esse “jamais”. O condicional é este: “Se tudo o que é da Lei se cumprir, ela passará”!

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E, LEMBRA VOCÊ PARA QUE FOI QUE ELE DISSE TER VINDO? PARA CUMPRI-LA!

Sim: Por um lado, a Lei não podia passar até que tudo se cumprisse; e, por outro, Jesus veio para cumpri-la. Fica então claro que A LEI PODIA PASSAR, SIM, SÓ QUE, DEPOIS QUE JESUS A CUMPRISSE! Se Jesus não a cumprisse, então passariam o céu e a terra, mas nem um i, nem um til passariam da Lei. Ela continuaria vigorando até ao dia do Juízo Final, quando seria aplicada a todos os julgados, inclusive ao próprio Jesus por não tê-la cumprido. Repetimos: A mensagem de Jesus ali não é que a Lei jamais passará. É, isto sim, que somente passaria DEPOIS QUE FOSSE CUMPRIDA.

E cumprida por ele, porque a primeira parte do ministério de

Jesus foi este “VIM PARA CUMPRIR A LEI”, e sem essa primeira parte ministerial, ele não poderia ser nosso Salvador nem o autor do Pacto da Graça. Por que? Porque somente depois de cumprida (ou satisfeita) por alguém é que poderia SE ESTABELECER UM “OUTRO” PACTO: O NECESSÁRIO NOVO PACTO QUE NOS OUTORGARIA A VIDA ETERNA.

Uma vida ETERNA que a Lei jamais outorgou a ninguém, porque esse privilégio estava reservado para o Filho de Deus, como claramente nos ensinam o Supremo Mestre Jesus (em Jo 5:21-

23 e 5:26-29) e seus apóstolos (em 1Pe 1:10-12 e Gl 3:21-22).

O que a Lei prometia e exigia para ser cumprido, era a morte da “alma que pecar” falhando em cumprir todas suas ordenan-ças. E, pelo ensino de Jesus em Mt 5:21-48 e Mt 19:17-25 (“sendo assim, quem pode ser salvo?”), vemos claramente que é impossível ao homem viver sem falhar alguma vez contra alguma dessas ordenanças, como também no-lo explica a doutrina apostólica em passagens como 1Jo 1:8, 10; At 15:10 e Rm 3:19-20.

Sem cumprir essa sentença de morte da Lei de Deus contra o

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pecador, não haveria paz com Deus, e, portanto, ficaria impossível achar lugar para esse Novo Pacto da Graça que Deus prometera em inúmeras passagens do Antigo Testamento, especialmente em Jr 31:31-32. Porque, se a sentença de Deus não se cumprisse, isso significaria que Ele teria errado ao sentenciar, dizendo: “A alma que pecar, essa morrerá”. Erro é treva, é falha, é mentira. Assim, se Deus errasse, não seria Deus. Por isto, a sentença de Deus, expressada através da Lei, tinha que se cumprir: A alma pecadora tinha que morrer, para dar pleno cumprimento à Lei divina. Precisávamos morrer, todos nós da raça humana descendente de Adão, em cumprimento da Lei de Deus que sentenciava nossa morte por causa do nosso pecado. Enquanto isto não acontecesse, nem um i, nem um til, poderia passar da Lei... Mas para isso mesmo veio Jesus, sem pecado pessoal: Para cumprir a Lei MORRENDO EM NOSSO LUGAR dando, dessa maneira, base firme à acima citada gloriosa afirmação de Paulo em Rm 7:4 de que “nós morremos para a Lei mediante o corpo de Cristo”. Assim cumprida por nós também, “a Lei dada por Deus a Moisés no Monte Sinai findou na cruz”, de acordo com o já citado ensino da revista evangélica “Defesa da Fé”. É por este motivo que ele é, por um lado, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, e, por outro, o único digno mediador de uma NOVA Aliança: a da Graça, que nos traz o perdão, a justificação, e toda outra bênção espiritual ou material, gratuitamente (Rm 8:32), apenas em base ao justo preço de sua vida sem pecado oferecida à morte reclamada pela sentença da Lei, em nosso lugar.

A frase “até que tudo se cumpra” resume-se, assim, na outra que diz: “O FIM DA LEI É CRISTO... E, CRISTO, CRUCIFICA-DO”. Daí ele ter exclamado vitoriosamente, no seu último suspiro: “Está consumado!”.

“Consumado” o quê?

Consumada a sua messiânica missão de cumprir a sentença da Lei, para salvação nossa (Rm 3:21-28; Rm 7:4; Gl 3:10-25), pois só depois de feito isto é que poderia haver espaço para o NOVO e DIFERENTE pacto prometido em Jr 31:31.

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Sim: Consumada a obra sacrifical que dava pleno cumprimento e satisfação à Lei de que falou Jesus em Lc 16:17 e em Mt 5:17-18 (Toda a Lei do Antigo Testamento, incluídos os 10 Mandamentos que Deus deu a Moisés no Monte Sinai), e sobre a qual (obra sacri-fical do “Cordeiro de Deus”) nasceria a Nova Aliança da Graça. A Nova Aliança que, após ter Jesus de Nazaré cumprido e satisfeito TODA a Lei, diz:

“Lança fora a Lei e seus seguidores, porque, de modo nenhum, estes herdarão juntamente com os filhos da Graça”! (Gl 4:21-30)

Não herdarão juntamente, porque ela, a Lei, “não é da fé” em

Cristo (Gl 3:12), e a salvação teria de ser “pela fé” (Rm 1:17; 3:19-26).

E que ninguém venha nos jogando pedras, como aqueles fariseus

antigos, nos acusando de falsos profetas por sermos radicalmente contrários a qualquer mistura do regime do Antigo Testamento com o regime do Novo Testamento no que se refere a estar em paz com Deus, porque, caso o façam, terão de agredir também a Casa Publicadora das Assembleias de Deus que, ainda na sua “Bíblia Explicada” (página 469) ensina-nos:

“Foi escrito (a Carta aos Hebreus) com um objetivo duplo: 1)- confirmar os crentes israelitas mostrando-lhes que o judaísmo (o regime do Antigo Testamento) tinha termina-do, DEVIDO AO CUMPRIMENTO POR CRISTO DA LEI; e, 2)- os trechos de exortação mostram que o escritor tinha em vista o sempre presente perigo de os crentes judeus voltarem ao judaísmo (ao regime do Antigo Testamento)”. É claro, de (o Livro de) Atos, que até os mais robustos dos crentes da Palestina ficaram presos a uma estranha mistura de judaísmo (Antiga Aliança) e cristianismo (Nova Aliança) — (At 21:23-24)”.

E, igualmente, terão de jogar suas pedras também contra a

mencionada revista “Defesa da Fé”, que, como vimos na página 81, ensina-nos que “na era cristã o que vigora é o Novo Concerto (Evangelho de Jesus)”, porque “A Lei dada por Deus a Moisés no

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Monte Sinai findou na cruz”, sendo, por isso, “impossível estarmos debaixo dos dois concertos (Antigo Testamento e Novo Testamento) ao mesmo tempo”.

E, já que pode haver o jogar de pedras, então joguem-nas também sobre o seu respeitado “mestre”, o “Bispo” que, no livro “Doutrinas da Igreja Universal do Reino de Deus”, volume 1, página 102, lhes ensina:

“Acreditamos que as exigências cerimoniais da Lei foram canceladas na morte do Senhor Jesus (Cl 2:14-16; Rm 14:5-6; Gl

4:9-11)”. (Note o leitor que ele fundamenta essa afirmação em três textos bíblicos que se referem ao “cancelamento” da Lei dada por Deus a Moisés no Monte Sinai. Veja por que: 1

o -

O trecho de Cl 2:14-16 fala de um perdão de pecados para nós, mediante a inteira remoção na Cruz de um escrito de dívida que nos era contrário, e que constava de ordenan-ças. O único escrito divino contra o nosso pecado para cuja satisfação morreu Cristo na cruz, é a Lei dada no Monte Si-nai, conforme está registrado nos trechos de Rm 3:19-25; Rm 7:4-7; Rm 8:1-4; Gl 3:8-14; Gl 4:4-5, nos quais o Evangelho ensina que a Lei toda, chame-se “Cerimonial” ou “Moral”, foi cumprida e removida por Cristo na cruz, incluindo as ordenanças sobre o Dízimo, que, aliás, jamais fez parte da Lei “Moral”, mas da “Cerimonial”, da qual o grande “Bispo” disse, com razão, que foi cancelada; leia o leitor os 10 Mandamentos que constituem o que eles querem chamar de Lei “Moral”, e descobrirá, sozinho, que neles não há a mais mínima referência ao pagamento do Dízimo. 2

o - Respeito à citação de Gl 4:9-11, deve ficar claro

que esta é parte inseparável de um trecho maior do discurso do apóstolo Paulo, que antes, em 4:4-5, nos diz que Deus enviou Seu Filho sob a Lei, para resgatar os que estavam sob a Lei, e, ainda um pouquinho mais adiante, em 4:21-30, nos manda lançar fora da nossa vida cristã a Aliança ou Pacto do Monte Sinai, ali alegorizada por Hagar, isto é, a Lei toda, inteira, “moral” e “cerimonial”, que Deus deu a Moisés lá, na qual inclui-se cada um dos 10 Mandamentos escritos sobre as tábuas de pedra e toda a ordenança sobre o

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pagamento do Dízimo. Assim sendo, nessas duas citações do “Bispo”, encontramos irrefutáveis elementos probatórios para que os apedrejadores joguem pedras também sobre ele... ).

E quem quiser apedrejá-lo duas vezes, pode jogar pedra à vontade, porque olha só o que ele escreveu no 2º volume dessas mesmas “Doutrinas da Igreja Universal do Reino de Deus”, páginas 27 e 28, respondendo a seguinte pergunta: Se estamos sob a Graça, estamos desobrigados de obedecer à Lei?:

“Estamos desobrigados de cumprir os preceitos ritualísticos da Lei, mas ainda precisamos ser corretos... A Lei foi feita para os pecadores. Se fomos libertos do pecado não estamos mais debaixo da Lei.” (Analise conosco: Quais são esses “preceitos ritualísticos” da Lei dos quais estamos desobrigados? Calculamos que não se trata das leis ou mandamentos que ele chama Moral” na página 17, e sim das que denomina “Cerimonial” ou “Civil” na página 18. A pergunta que fazemos é: Pertence, sim ou não, a “lei do Dízimo” dada em Lv 27:30-33 a estes “preceitos ritualísticos” dos quais estamos desobrigados? Caso se atrever a responder que não pertence a esses, quer ele dizer que pertence a “lei do Dízimo” à “lei Moral”? Isso seria um erro muito grave porque na leitura da citação de Ex 20:1-17 que ele fornece para lermos o conteúdo dela NÃO EXISTE LEI DO DÍZIMO ALGUMA. O leitor pode ler lá e conferir isto. Ademais, mesmo que lá estivesse, ele mesmo disse que “A Lei foi feita para os pecadores. Se fomos libertos do pecado não estamos mais debaixo da Lei”. Ora: Qual era a Lei que condenava o pecado dos pecadores senão a que ele denomina “Moral” apoiando-se em Ex 20:1-7? E desta ele disse que “não estamos mais debaixo dela”. Afinal, onde vai encaixar ele a “lei do Dízimo”, escolhendo uma dentre as três divisões que ele fez da Torah nas páginas 17 e 18: Por acaso na “Lei Civil” dos judeus? Estaríamos obrigados os cristãos a guardar a “lei Civil” do povo judeu? Bom, aí seria demais... Esperamos que o leitor entenda, e, por misericórdia, jogue fora as pedras... Não é bom virar fariseu).

Chega, pois, de dúvidas:

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Mesmo se fosse verdade que apenas as exigências “Cerimoniais”

da Lei é que foram canceladas na morte do Senhor Jesus, a doutrina da cobrança do Dízimo na Igreja de Cristo continuaria sendo injusta e mentirosa, visto que tal pagamento era exigido ao povo de Israel justamente por essa parte da Lei que eles querem chamar de “Cerimonial”, sendo óbvio que o estabelecimento do Dízimo jamais fez parte dos 10 Mandamentos que compõem a chamada Lei “Moral” e que não faz sentido tentar incorporá-la à tal “lei Civil” que, mesmo assim, tampouco tem a mais mínima relação com a vida santa do cristão. É tão evidente que o Dízimo faz parte da Lei “Cerimonial”, e não da “Moral”, que a única conclusão à que pode-mos chegar é que eles agem movidos apenas pelo impulso farisaico da ambição mal-intencionada quando, descaradamente, alegam que pagar o Dízimo é um ato de fé evangélica ou cristã. Ora, o funda-mento insubstituível da fé evangélica ou cristã para alcançar a salvação e quaisquer bênçãos espirituais ou materiais, é a obra já consumada de Cristo na cruz! Eles não o sabem? Sim? Então por que escrevem essas bobagens nos seus livros? Ora essa...

Com estes esclarecimentos em mãos, escolha cada leitor, agora com um discernimento mais amplo da verdade de Deus, o Concerto debaixo do qual quer estar:

O Antigo Testamento, que condena o homem por causa do

pecado (Rm 3:19-20; Gl 3:21-22), ou, o Novo Testamento, que perdoa gratuitamente o pecado mediante o sangue já derramado do Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, e assim salva, renova, transforma e abençoa o pecador também gratuitamente, porque o que é de Graça é gratuito e jamais condicionado ao cumprimento de quaisquer obrigações ou preços?

Escolha um dos dois, porque o que não pode é estar sob os dois Pactos ou Concertos ao mesmo tempo, simultaneamente. Isto, conforme vimos na transcrição do ensino das Assembleias de Deus e da revista teológica “Defesa da Fé”, é impossível. Querer viver nos dois Pactos ao mesmo tempo é cilada do Diabo para desligar os cristãos de Cristo e derrubá-los da Graça salvadora (Gl 5:4).

Os dois, ao mesmo tempo, não dá: É contradição insolúvel!

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Ou seja: É mentira! Isto é: É treva! E treva, todos sabemos, é do reino do Diabo... Os de Cristo somos da Luz, da Verdade, de Deus no Pacto da Sua Graça, no Pacto que dá a Vida!

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DEMONSTRAÇÃO No. 3

BIBLICAMENTE, O DÍZIMO É DA “LEI E PROFETAS”, CUJOS MANDAMENTOS E ORDENANÇAS NÃO FAZEM PARTE DA

“ALIANÇA DA GRAÇA”

“Nós temos crido em Cristo, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo, não pelas obras da Lei... se a justiça é mediante a Lei, segue-se que Cristo morreu em vão” “Todos quantos são das obras da Lei, estão debaixo de maldição... Pela Lei ninguém é justificado... O justo viverá pela fé... A Lei não procede de fé...”

(Gl 2:16, 21; Gl 3:10-12)

O meloso palavrório dos defensores da cobrança do Dízimo aos

membros do Corpo de Cristo é tão convincente para os ingênuos que desconhecem a totalidade da mensagem bíblica, que terminou parecendo serem eles os verdadeiros e genuínos profetas de Deus, enquanto nós, os que pregamos a Graça do Senhor Jesus, acabamos sendo vistos pelo próprio povo dizimista como falsos mestres e hereges, dignos de sermos também crucificados. E incrível a facilida-de com que a mentira legalista (joio) espalha-se cada vez mais generalizadamente entre os trigais (igrejas da Graça) do Senhor Jesus Cristo.

Mas foi assim no passado... e assim será sempre. As coisas chegaram a um nível tão baixo, que ministros sinceros

cuja pregação era ardorosamente baseada na Graça pura de Cristo rejeitando qualquer mistura com a lei do Antigo Testamento pelas mesmas razões que estamos expondo aqui, após sentirem no bolso e na conta do Banco as vantagens materiais de ter um permanente e estável jato de dinheiro entrando mediante a contribuição obrigatória baseada APARENTEMENTE na Palavra atual de Deus, se deleitam hoje na frase: “Ah!...O Dízimo até que não é tão ruim assim...” Jamais esqueceremos os tristes momentos em que percebemos estas mudanças em pessoas que amamos no Senhor, e das quais testemunhamos sua involução espiritual, vendo o seu “discernimento dos espíritos, se são de Deus” diminuir por causa da confiança posta no poder do ouro. Decepcionados, indagávamos: Quer dizer que uma

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mentirazinha “pequena” no meio da doutrina “cristã” ensinada às suas igrejas “não é tão ruim assim”? Uma mentirazinha “pequena” dessas não procede do Diabo que segundo Jesus é o “Pai da Mentira”? Tal vez essa mentirazinha trará à igreja o complemento de plena edificação, bênção e crescimento espiritual que a “fraquinha e insuficiente” Graça não é capaz de dar? Falhou Deus quando disse: “Minha Graça te basta”? Ou falharam os homens e por isso as igrejas não manifestam mais aquele poder dos tempos apostólicos?... Nunca recebemos resposta. No fundo, eles sabiam que estavam errados.

A própria natureza carnal do homem o arrasta a aceitar mais

facilmente os raciocínios que lhe satisfazem a lógica carnal ou o acomodo a determinadas circunstâncias que ele não consegue mudar, do que as abstratas e às vezes muito controvertidas verdades espiri-tuais, especialmente quando estas lhe exigem deixar em segundo plano seus projetos megalomaníacos ou faraônicos. E é justamente essa lógica carnal acomodada o que leva o ser humano a achar mais aceitável (“não tão ruim”) que Deus ponha preço às Suas bênçãos, visto estar acostumado a que tudo neste mundo tem um custo. Assim, a mensagem da inteira Graça torna-se mais incompreensível para a maioria das pessoas “educadas” no evangelho na forma pregada pelos legalistas, precisamente por causa da sua plena gratuitidade. Quer dizer: aquilo que é a mais gloriosa característica do Novo Pacto com Deus em Cristo Jesus, o fato de toda bênção nos ser dada de graça, veio se tornar pedra de tropeço para muitas pessoas, que, se deixando envolver pela lábia mentirosa dos mercenários espirituais, não conseguiram jamais compreen-der o altíssimo e suficiente preço que representa a preciosíssima vida do Filho de Deus dada por nós na cruz do Calvário, para cancelar qualquer dívida nossa para com o Criador eterno, ou, ainda, para pagar inteiramente qualquer bênção que ele tenha nos prometido conceder.

Todavia, com ou sem a aceitação da confusa criatura humana, a obra de Deus continuará sendo sempre verdadeira do jeito e modo que ele a ordenou, e nunca da maneira que as caprichosas ambi-ções humanas queiram apresentá-la ou deturpá-la.

A Aliança da Graça do Senhor Jesus somente dará seus melhores e plenos frutos na vida de uma pessoa, quando esta ajustar sua vida

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cotidiana a ela do jeito e modo em que Deus a estabeleceu. Tentar vive-la sem ajustá-la assim, será mudar os seus termos e condições, e isto levaria o povo “cristão” a cair, como caiu Israel no passado, na anulação para si mesmo do Pacto com Deus, e daí a sentença do profeta Jeremias contra eles em Jr 31:31-32 poderia ser outra vez gritada hoje em termos parecidos aos cristãos atuais. Mudar os termos e condições de um contrato ou aliança mudará também os efeitos dela, anulando-lhe seu cabal conteúdo, para, na prática, impor outro conteúdo diferente. Isto vale para quaisquer tipos de pactos, incluídos, especialmente, os que o soberano e infalível Deus faz com o ser humano.

Assim sendo, quem mudar os termos e condições do Novo Pacto

da Graça em Cristo Jesus, estará mudando automaticamente, também, os seus efeitos, anulando-lhe para si mesmo o pleno e cabal conteúdo que Deus lhe conferira, e impondo-lhe outro conteúdo, diferente e com outros efeitos que, é óbvio, não terão aquela eficácia. Por isto foi que Paulo disse: “Desligado está da Graça, decaído de Cristo, quem quiser se justificar pela Lei” (Gl 5:4).

Quando uma pessoa ouve um Evangelho assim mudado, e o segue, está passando, colateralmente, a viver também os efeitos ocasiona-dos pelas mudanças feitas nele, e a sentença de Gl 1:6-9 terminará cumprindo-se em sua vida, nem que seja na hora do Arrebatamento, quando será deixado para trás, anatematizado por Deus, “de quem ninguém zomba” (Gl 6:7-8).

Isto nos obriga a prestar muita atenção no aspecto da autenticidade ou falsificação do que a multidão de pregadores atuais nos transmite hoje como sendo a verdadeira mensagem evangélica do nosso Senhor Jesus Cristo, cada um deles convicto de que a interpretação da sua denominação é a correta, e todas as demais erradas.

Se o que estamos ouvindo é um evangelho falsificado, estare-mos vivendo também seus efeitos falsos, ficando, desse modo, alheios ao desfrute pleno das verdadeiras bênçãos concedidas por Deus através do seguimento da Sua verdade genuína... em Cristo! Deus jamais se comprometeu a abençoar as deturpações ou mentiras de quem quer que seja!

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Por esta razão, é urgente e indispensável compreender e assumir que se o pagamento do Dízimo pertence a uma “Lei e Profetas” ou Antigo Testamento (Lv 27:30-33; Dt 14:22-29; Ml 3:6-10) que “vigorou até João Batista”, quer dizer, que já não vigora no Corpo de Cristo, que somos nós, a Igreja de Jesus, então tal pagamento não obriga qualquer um de nós, os cristãos, que somos nova criatura no Espírito vivo e eterno de Cristo, e que não vivemos nossa relação com o Senhor mediante o cumprimento das ordenanças e estatutos dessa já caduca Aliança Antiga, que jamais fez ninguém nascer de novo porque, só por isso, Deus não lhe deu essa atribuição. Precisamos compreender e assumir que se o ministério da palavra divina do Antigo Testamento já passou, para dar lugar ao ministério novo e mais excelente de Cristo Jesus, então é obrigatório para nós buscarmos toda e qualquer bênção na exclusiva prática do ensino do Filho de Deus à sua igreja conforme transmitido através dos seus apóstolos, para não terminarmos caindo sob a dura sentença do Espírito Santo dada através da boca do apóstolo Pedro, referindo-se ao nosso seguimento de Jesus, e não mais de Moisés, com as seguintes palavras dirigidas aos próprios judeus do seu tempo, seguidores da Aliança mosaica: “Disse, na verdade, Moisés: O Senhor Deus vos suscitará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. Acontecerá que toda alma que não ouvir a esse profeta (Jesus Cristo) será exterminada do meio do povo” (At 3:22-23). Você quer ser “exterminado” da Igreja que o Senhor Jesus vai arrebatar em breve? É fácil: Deixe de ouvir e obedecer a voz do Senhor Jesus e dos seus apóstolos, e a consequência será que você não será arrebatado junto com o restante do povo-igreja do Filho de Deus. Foi isso que Pedro quis dizer aos seguidores da “Lei e Profetas” quando usou o termo ‘exterminada’. Ele os convidou a deixar o Pacto Antigo, para entrar no Novo Pacto da Graça em Cristo Jesus, sob pena de ficarem sem a tão esperada salvação: Ou eles ficavam ouvindo Moisés e “todos os profetas, a começar com Sa-muel assim como todos quantos depois falaram” (At 3:24) e ficariam assim ‘exterminados’ do novo povo de Deus que começou a ser formado pelo Espírito Santo no dia de Pentecostes e será tirado desta Terra no dia do Arrebatamento; ou eles passavam de vez ao Novo Pacto, começando a andar dando ouvidos à palavra “do Cristo que

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foi designado, Jesus”, para assim se tornarem Filhos de Deus, com o privilégio de coparticipar da natureza eterna do Pai celestial (Jo 1:12-13;

2Pe 1:4; Fp 3:20-21).

Se você quer ser exterminado do novo povo de Deus, continue agarrado às ordenanças e estatutos de uma “Lei e Profetas” que não tem vigor algum no Corpo de Cristo, por não ter capacidade divina para produzir uma vida (eterna) que Deus mesmo planejou nos providenciar única e exclusivamente através do Seu Filho Jesus Cristo. E, como os legalistas fariseus dos tempos apostólicos, tente também por todos os meios anular os argumentos da doutrina da Graça pregada pelos apóstolos de Cristo, para manter em vigor a Lei do Monte Sinai dada por Deus a Moisés para o povo judeu.

Mas se você é dos que procuram mais do que muletas ou cadeira de rodas para a paralisia espiritual inata, preste atenção nos trechos bíblicos que estudaremos a seguir, porque é justamente neles que com mais frequência apoiam eles seus discursos habilmente disfarçados de mensagens da Graça, em relação ao Dízimo. Assim, o leitor terá novos e mais sólidos fundamentos bíblicos para sacudir das suas costas esse pesado fardo financeiro, que os mercenários (não Deus) lhe impõem:

1o – O DÍZIMO À QUE SE REFERE MALAQUIAS É DA

“LEI E PROFETAS”; NÃO DA ALIANÇA DA GRAÇA:

A maioria dos que se converteram nas igrejas evangélicas durante as últimas décadas, está firmemente convencida de que o pagamento do Dízimo faz parte de Aliança da Graça; afinal, ele foi-lhes cobra-do desde a sua conversão como sendo um ato de fé CRISTÃ, e sempre ouviram que não pagá-lo é “roubar a Deus”, apoiando esta acusação no trecho bíblico de Ml 3: 7- 11, onde lemos:

“Desde os dias dos vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vos outros, diz o Senhor dos exércitos mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos Dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os Dízimos à casa do tesouro, para que haja

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mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida. Por vossa causa repreenderei o Devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos”.

Com este trecho do Antigo Testamento como arma, os cristãos tem

sido incessantemente bombardeados pelos ministros das suas pró-prias igrejas com a generalizada ameaça de que, se não pagam o Dízimo, estarão roubando a Deus, motivo pelo qual não receberão a bênção desejada ou necessitada e serão amaldiçoados. E o rebanho, que não tem como se defender desses bombardeios com textos bíblicos deturpados, por causa da natural ignorância ou desconhecimento do significado das diversas partes da Bíblia TODA no que ela diz em relação a diferentes povos em diferentes tempos, termina caindo na armadilha, cegamente confiado em que aqueles que lhe pregam o Evangelho desde o púlpito da sua respectiva igreja, estão-lhe transmitindo a verdade sobre o caminho da Salvação. Porém, a genuína e incontestável verdade de Deus é que o Livro de Malaquias faz também parte do Antigo Testamento ou “Lei e Profetas” à que se referiu Jesus dizendo:

“Todos os Profetas e a Lei profetizaram até João Batista” (Mt

11:13); “A Lei e os Profetas vigoraram até João Batista” (Lc 16:16); “A Lei foi acrescentada... até que viesse o descendente (Cris-to)” (Gl 3:19).

Diante destas afirmações do Senhor Jesus e do apóstolo Paulo, toda lei ou ordenança do Antigo Testamento, incluído o conteúdo inteiro do livro de Malaquias, perde todo vigor estatutário ou normativo na vida do cristão. Depois disso, o que vale como estatuto ou norma obrigatória da vida cristã procede única e exclusivamente da doutrina deixada pelos apóstolos de Cristo no Novo Testamento, conforme ficou já esclarecido na “Demonstração Nº 2” deste nosso trabalho, e ninguém seria tão louco ou “cara de pau” como para se atrever a afirmar em público que esse livro de Malaquias faz parte do Novo Testamento. É fora de toda discussão que ele, escrito uns 400 anos antes de Cristo vir, faz parte do Antigo Testamento, cujo vigor como conteúdo normativo ou legal da vida humana na sua

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relação com Deus já passou, desde que acabou o ministério de João Batista e Jesus consumou todo o seu cumprimento na cruz (Lc 16:16, Rm 7:1-7; Rm 8:3-4).

Por esse simples e incontestável motivo, nenhum cristão pode ser obrigado a procurar sua paz ou bênção perante Deus através do cumprimento ou observância das exigências do livro de Malaquias sobre o Dízimo, porque todo o castigo que nos traz a paz com Deus foi já suficientemente sofrido na cruz por Cristo: Toda dívida do ser humano perante Deus, incluído o pagamento do Dízimo ou qualquer outra obrigação derivada da Lei, ficou paga e por isso devidamente cancelada mediante o sacrifício do Filho de Deus na cruz do Calvário (Is 53:5; Cl 2:13-14) e assim as portas estão abertas para quem quiser receber gratuitamente toda a herança de bênçãos que acompanha o ministério do Messias.

E a Bíblia, com certeza, não mudou nem uma palavra durante estes últimos 1.900 anos. Deus nada acrescentou a ela desde que foi dada e escrita a revelação que constitui o conteúdo do último livro do Novo Testamento: O Apocalipse.

E, sem mudanças, até agora a Sagrada Escritura apostólica (segundo o já lido texto de Gl 3:10-11) continua dizendo que todos os que hoje virem se justificar diante de Deus pelas obras exigidas em Malaquias ou em qualquer outro livro do Antigo Testamento, isto é, da “Lei e Profetas”, entrarão em maldição, pelo simples motivo de que a Lei não foi dada para conceder vida eterna a nenhum ser humano nem para lhe dar as bênçãos libertadoras prometidas através do ministério do Messias, mas para castigo, punição ou condenação (que é maldição) do pecado já cometido (Gl

3:19; 2Co 3:7; Rm 3:19-20), e todos nós, sem exceção, cometemos pecado (2Cr 6:36; Rm 3:10-12; 1Jo 1:8, 10). Assim sendo, ainda de acordo com o também já lido texto de Gl 5:4, estarão desligados de Cristo, e da sua Graça, todos esses que procuram justificação ou qualquer outra bênção na observância da Lei do Dízimo ou de qualquer outra lei do Antigo Testamento, porque Cristo nos justifica e nos abençoa apenas pelo seu próprio mérito, sem depender, para fazê-lo, das obras da Lei (Rm 3:21-28; Rm 5:1-2; Rm 8:32). Este é o ensino da Palavra de Deus, que “não pode ser anulada”. Antes, “seja Deus veraz e todo homem mentiroso”. Quem contradizer este ensino está mentindo, e, por isso, servindo aos interesses de Satanás.

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Por isto tudo, na hora em que houver contradição no ensino ou na pregação de alguém, anule-se a palavra do homem, para que a de Deus reine soberana! Em casos assim, como este estelionato espiritual da cobrança do Dízimo no meio da Igreja de Cristo Jesus, nossa conclusão deverá ser, sempre, que qualquer ser humano, sem importar quanta fama ou riqueza tenha conseguido acumular iludindo as multidões, estará mentindo ao afirmar que Deus cobra dos cristãos, que são o povo da Aliança da Graça, as exigências legais de Ml 3:7-10, referentes ao Dízimo, ou de qualquer outro trecho do Antigo Testamento, visto que nenhum ser humano ou angelical recebeu de Deus Pai atribuições ou autoridade para contraditar a palavra de Jesus. Está ficando tarde já para esses mercenários reconhecerem que nós todos somos apenas transitória comida de vermes, que “pó somos, e ao pó voltaremos” para dar conta a Deus, e que Jesus é aquele de quem o Pai Eterno disse: “A ELE OUVI, e acontecerá que toda alma que não o ouvir será exterminada do meio do povo”, já anunciando a transição de Moisés para alguém maior: O Verbo encarnado! E o que ‘ele’ disse em relação ao assunto deste nosso trabalho, para que “o ouçamos”, foi:

“O conjunto de livros sagrados ao que pertence também o livro do profeta Malaquias, chamados por vocês “a Lei e os Profetas” (Antigo Testamento), vigorou até João Batista” (Lc 16:16).

Quem tem ouvidos para ouvi-lo, ouça-o... e obedeça-o: Viva em paz com Deus mediante o Evangelho de Jesus conforme foi ele pregado pelos seus apóstolos... não mediante a “Lei e Profetas”, nem mediante o Dízimo lá cobrado por Malaquias a Israel!

Quem não quiser ouvi-lo obedientemente, estará pecando, confor-me ele mesmo ensinou, ao afirmar em Jo 16:8-9 que o pecado, durante o período da Graça, é não crer ou confiar na palavra de Jesus, o Salvador. É por este motivo que estava escrito: “TODA alma que não ouvir esse profeta (Jesus Cristo) será exterminada do meio do povo (será deixado no dia do Arrebatamento, para sofrer os mortais horrores que o seguem)”.

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Dizer que o Dízimo vigora hoje como obrigação do cristão, é “não ouvir a ele (a Cristo)”.

Dizer que cumprir a Lei do Dízimo é um ato de fé CRISTÃ, é

“não ouvir a ele (a Cristo)”. Dizer que o Dízimo é um ato de “devolução” que Deus espera ou

pede de nós os cristãos, é “não ouvir a ele (a Cristo)”. Aliás: “Devolver” herança gratuita é piada de mal gosto. É piada de “mercenário”. Piada de estelionatário espiritual. O que de graça se recebe, não se devolve: É, como escrito está, “irrevogável”! Dizer que quem não paga ou “devolve” o Dízimo rouba a Deus,

além de ser uma descarada e nefasta mentira que nos faz lembrar dos tempos da Inquisição em que afirmações mentirosas enchiam de pavor as mentes dos fiéis forçando-os a ter fé em ilusões dogmáticas, é também “não ouvir a ele (a Cristo)”.

Ademais, fora o dito acima, há no uso desse citado trecho de

Malaquias um outro detalhe que quase sempre passa desapercebido até aos melhores apologistas da Graça: É honesto separar dois ou três versículos desse livro de Malaquias, e ordenar ao povo cristão cumpri-los, desprezando como se fosse lixo o restante dele? Seja honesto na resposta: Sim?... Não?... O lógico é que se Deus é Luz, se Deus é Transparência, se Deus é Verdade, não pode ser honesto separar desse livro o trecho de Ml 3:7-10 para obrigar as igrejas de Cristo a cumpri-lo, deixando de lado o restante da palavra de Malaquias, como se fosse lixo, muito mais depois que Jesus ensinou que “a Lei e Profetas” ou Antigo Testamento vigorou até João Batista! Depois dessa afirmação, ou usa-se o livro todo, ou não se usa nada dele. Se valer, valha todo. Se não vigora todo, não vigore nada dele, porque Jesus, na passagem de Lc 16:16, não fez exceção de parte alguma dele, nem de nenhum outro dos demais livros que compõem o Antigo Testamento!

E, nem que seja por mera curiosidade, sabe você o quê exige o restante desse livro de Malaquias?

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Veja, por exemplo, o que ele pede ao povo de Israel no capítulo 4, versículo 4:

“Lembrai-vos DA LEI DE MOISÉS, meu servo, a qual lhe prescrevi em Horebe para todo Israel, a saber, estatutos e juízos”.

Viu só? Ali se ordena a observância de toda a Lei de Moisés, ao dizer: “Da Lei... estatutos e juízos”, sem mencionar qualquer exce-ção. “Lembrá-la” não é para sabê-la de memória, mas para observá-la; quer dizer: PARA PRATICÁ-LA!

Você saberia responder por que os que usam o trecho de Ml 3:7-10 para cobrar o Dízimo do povo cristão não usam também esta exigência de Ml 4:4?

Eis a resposta:

Porque são ardilosos e desonestos. São malandros. “Lobos roubadores”!

Se, mesmo errados, fossem pelo menos de reta intenção, usariam o

livro todo, incluído este texto de Ml 4:4... Só que, neste caso, teriam que levar as igrejas de Cristo Jesus à plena observância da Lei de Moisés, completa, e isso eles sabem que é impossível de ser feito sem enfrentar a aberta oposição de todos os teólogos evangélicos dos quatro cantos do mundo.

Com intenções ocultas, eles usam o trecho de Ml 3:7-10 ardilo-samente, como o mercadejador desonesto (“ladrão”) que usa dois pesos e duas medidas, conforme lhe convém.

Se for para usar o livro de Malaquias, fazendo-o vigorar no seio da cristandade, então que o usem inteiro, como o todo que ele é (Provem-nos assim que pelo menos são sinceros no que ensinam, e que tem coragem de enfrentar a crítica teológica evangélica do mundo inteiro para fazer valer o seu ensino sobre o vigor atual da Lei de Moisés completa). Usá-lo aos pedacinhos, um retalho daqui, um remendo lá, conforme as conveniências das suas deturpadas doutri-

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nas, é desonestidade; uma característica bem própria do merce-narismo espiritual.

Molestam lhes estas palavras? Acham que estamos generalizando demais?

Não querem se sentir acusados de desonestos, nem muito menos de

mercenários? Então, se pelo menos tem boa intenção, demonstrem que seu erro não é malicioso, usando também esse trecho de Ml 4: 4 e o de Ml 2: 4. Voltem-se abertamente para a Lei, se é o que querem, sem fingimentos nem hipocrisias. Desliguem-se de Cristo de uma vez por todas (Gl 5:4-12), e parem de perturbar os ingênuos e ignorantes que com sede sincera querem entrar na salvação de Jesus e no desfrute das bênçãos que ele concede, o qual é de graça, sem qualquer obrigação de pagar esses Dízimos cobrados ao povo de Israel em Ml 3:7-10, trecho de um livro do Antigo Testamento ou “Lei e Profetas” que, segundo a palavra irrefutável de Jesus, “vigorou ATÉ João Batista”. Porém, a avareza deles não os deixará nem impor a Lei de Moisés completa nas suas igrejas (porque sabem que seus “idiotas úteis” migrarão), nem tampouco obedecer ao divino Mestre, o “ele” que Deus e Moisés mandaram ouvir, em relação ao vigor já passado da “Lei e Profetas”. Como Balaão, já preferiram o outro caminho: O mesmo do ambicioso Judas, que, sem escrúpulos, vendeu Cristo por 30 moedas de prata!

A verdade bíblica que insistimos em deixar clara, é que as exigências do livro de Malaquias fazem parte da Lei que, de acordo com Gl 3:l6-19, “foi adicionada (às promessas que o povo de Israel tinha desde Abraão) por causa das transgressões (que esse mesmo povo cometeu na travessia do deserto após a saída do Egito)”, e deveria durar “até que viesse o descendente a quem se fez a promessa”, o qual é Cristo, que veio já faz 2.000 anos! São, pois, ladrões e salteadores todos quantos, depois da vinda desse descendente, ainda enganam o povo cobrando o Dízimo em nome de Deus, descaradamente, mediante o uso de um trecho bíblico que não tem vigor algum na Nova Aliança da Graça, nem, portanto, na vida espiritual, corporal, ou financeira de cristão algum.

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E, lembremos, não adianta vir de novo argumentar com

aquela surrada estória de que a Lei que passou foi a “Cerimo-nial”, porque, conforme ficou visto atrás, a cobrança do Dízimo jamais fez parte da Lei “Moral”: Nenhum dos 10 Mandamentos o cobrava! Nunca a Lei do Dízimo fez parte do Decálogo. Por isto, mesmo se a “Lei Moral” vigorasse ainda, não existiria, apesar disso, o mais mínimo fundamento para fazer vigorar, apoiados nela, esse Dízimo de Malaquias. Eles deveriam ver o beco sem saída em que estarão no dia do Juízo Final, porque Deus não deixa brechas na Sua palavra pelas quais possam escapar os mercenários julgados. Se eles hoje conseguem rechear suas contas bancárias com o salário alheio, é apenas porque a ignorante ingenui-dade dos homens, como a de Eva, constituem um portal amplo pelo qual a deturpação e a mentira entram à vontade, disfarçadas de men-sagem de Deus. Foi por esse portal que Satanás derrubou e escravizou a ingênua Eva... e assim, pelo mesmo portal da ignorân-cia, continua derrubando e escravizando os ingênuos dos nossos tempos, fazendo-os trabalhar como escravos para alimentar a cobiça de uns poucos espertalhões, que permanecem impunes apenas porque os tribunais humanos não tem elementos proba-tórios legais para pô-los na cadeia, visto que eles operam seu estelionato espiritual ao amparo de uma Lei de Liberdade de Cultos muito mal estruturada, que, por considerar religião qualquer farsa cultual, impede os juízes humanos de puni-los. Deus, porém, que é o Supremo Juiz de quem ninguém zomba, os porá no seu devido lugar, junto com Caim, Balaão e Judas! 2

o - O DÍZIMO QUE ABRAÃO DEU À

MELQUISEDEQUE É DA “LEI E PROFETAS”, AINDA QUE NÃO FIZESSE PARTE DOS MANDAMENTOS QUE, 430 ANOS DEPOIS, MOISÉS RECEBEU DE DEUS:

A)- A HISTORIA DE ABRAÃO PERTENCE A TODO AQUELE MESMO CONJUNTO DE LIVROS SAGRADOS DENOMINADOS POR JESUS “A LEI E OS PROFETAS” EM Lc 16: 16.

Teólogos a serviço dos interesses materialistas que se entronizaram

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na alta hierarquia da nossa cristandade têm escrito alguns livros tentando basear nessa passagem de Gn 14:14-20 a cobrança atual do Dízimo entre o povo cristão, alegando que o fato de Abraão ter feito isso num tempo em que Deus não tinha dado ainda a Lei ao povo de Israel através de Moisés, significa que o pago dos Dízimos faz parte do pacto feito por Deus com o Patriarca, e, por tanto, obrigaria a seus descendentes em Cristo, isto e, a nós, que estamos sob a Aliança da Graça. Veja a seguir nossa demonstração de que esse pensamento é completamente míope, além de herético: Para começar, deve-se notar que, em primeiro lugar, Deus chamou Abraão, o justificou e lhe fez a Promessa que fazia parte do pacto do Senhor com ele, muito tempo antes de acontecer esse episódio dos Dízimos pagos a Melquisedeque. Quer dizer, aquilo lhe foi concedido sem ele pagar ou prometer o pagamento de qualquer preço, absolutamente de graça, conforme ensina-nos a palavra apostólica em Gl 3:18. Ele levou de Harã, na viagem ordenada por Deus, todos seus muitos bens e riquezas, sem ter de dar ou “devolver” o Dízimo disso a ninguém (Gn 12:1-5). E depois de feita essa Promessa, quando seus gados, prata e ouro foram multiplicados no Egito, dali saiu também sem pagar ou “devolver” Dízimo algum a ninguém (Gn 12:10-13:4). Posteriormente em Manre, onde suas riquezas e terras aumentaram muito mais, tampouco pagou ou “devolveu” Dízimos a ninguém (Gn13:5-18). Finalmente em Gerar, reino de Abimeleque, onde Abraão ganhou uma enorme fortuna, tampouco deu o Dízimo dela a ninguém (Gn 20:1-16). Ou seja: Dos bens pessoais que ele possuía antes do Pacto da Promessa, ou dos bens pessoais que possuiu depois de estabelecido esse mesmo pacto, Deus jamais lhe exigiu qualquer pagamento ou “devolução” de Dízimos, nem tampouco ele os deu ou “devolveu” a ninguém. Isso demonstra que a clara e exata verdade em relação a todos os bens pessoais de Abraão, conforme no-lo mostra a Bíblia, é que ele não era um dizimista. Se o fosse, ele teria dizimado em cada uma destas quatro ocasiões... mas não o fez!

Em segundo lugar, note-se que, antes do encontro com Melquise-deque, o primeiro rei que saiu recebê-lo depois da batalha de cujos despojos deu aquela polêmica parcela, foi o de Sodoma (Gn 14:17). Este veio receber Dízimos e submissão de Abraão, pois era o costume da época que, através da doação de uma parte do despojo que se obtinha numa batalha ou campanha de guerra, se reconhecesse a

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soberania de um rei sobre aquele que doava. Abraão não deu nada a ele porque a corrompida nação de Sodoma representa, nessa história, o reino das trevas, cujo senhor é Satanás; e Abraão não foi chamado para servir ou se tornar submisso a Satanás, mas ao Altíssimo Senhor dos senhores e Rei dos reis: Por isso, quando lhe apareceu o rei de Salém, que servia com fidelidade ao mesmo Deus de Adão, de Enoque e de Noé, Abraão o reconheceu como superior e, usando o costume da época, lhe deu os Dízimos de todo o botim da guerra, como um mero ato civil, reconhecendo-o assim como digno rei terrestre sobre suas terras e bens. Este costume, implantado no Reino da Suméria (“Sinear” na Bíblia) mais de 2.000 anos antes dele nascer, não existe hoje com essa forma porque foi substituído ou absorvido por leis tributárias nacionais mais avançadas no mundo inteiro, e o que Abraão fez ali não se constitui de modo algum numa prática religiosa que permita ou sirva de alavanca teológica correta para introduzir entre os cristãos a obrigação de pagar ou “devolver” o Dízimo do que ganhamos na luta pelo pão de cada dia, até porque em Cristo todos somos chamados a ser reis e sacerdotes do Altíssimo, de acordo com 1Pe 2:5-9 e Ap 1:4-6, como Melquisedeque. A própria palavra do Senhor Jesus nos ensina que quem quer ser maior entre os cristãos deve se tornar escravo dos demais irmãos, principalmente dos mais humildezinhos, e não ser como esses prepotentes “reis de Sodoma” cobradores atuais de tal taxa, que põem sobre as cansadas e sobrecarregadas ovelhas pesadas cargas que eles mesmos nem com um dedo querem levar, tornando-as submissas de si mesmos antes que de Deus (Mt 20:25-27). Se aquele fosse um ato religioso de Abraão, e não um mero ato civil, teria de se repetir em todos as ocasiões em que obtivesse bens ou ganhasse lucros, e aí a Bíblia no-lo mostraria dando o Dízimo também em Harã, na saída do Egito, em Manre e, finalmente, em Gerar, sem exceções, ou nos denunciaria seu pecado de “roubar a Deus” caso não os tivesse dado... mas não é o que está escrito. Ele fez isso uma única vez, para, conforme já dissemos, reconhecer a soberania civil do rei de Salém. A forma cristã e atual de reconhecer a real soberania de Jesus, de acordo com o ensinamento apostólico de 1Co 6:20 e Rm 12:1, é alcançada pela entrega a ele do nosso ser total, o que somos e temos (cada um como administrador ou mordomo fiel do 100% dos bens que ele nos dá e dos lucros que obtemos com eles, e não entregando-os à administração dos malandros disfarçados de ministros), para que, daí em diante, faça Ele em nós sua vontade, não pela letra da

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Aliança Antiga, mas pela poderosa operação do seu Espírito Santo dentro de nós, que nos levará a servir uns aos outros compar-tilhando por amor o que possuímos na hora das necessidades, e não a fazer dos nossos irmãos meros escravos de nossa cobiça ou avareza, como vemos estar acontecendo. “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, não significa ‘escravizai-vos uns aos outros’, como esses mercenários parecem entender, mas, sim, que cada irmão ponha sua vida a serviço dos demais irmãos em Cristo, de graça, isto é, sem nada cobrar deles, como nada Jesus nos cobrou. “De graça recebestes, de graça dai”, foi a sublime instrução de Jesus aos que querem ser seus autênticos ministros, aos quais também ordenou: “não acumuleis para vós outros tesouros sobre a Terra... porque onde está o teu tesouro aí está também o teu coração... Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se um, e amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6:19-

24). Mas os farsantes, cegados pela megalômana ambição, fogem desta leitura.

Em terceiro lugar, onde diz a Escritura que Abraão continuou dando o Dízimo a Melquisedeque? Em lugar nenhum! Como dissemos acima, Abraão não tinha o Dízimo como um costume ou prática religiosa: Ele era riquíssimo. Possuía muitos outros bens, que lhe produziam lucro muito alto; lucro que, com certeza, era mais elevado que o valor daqueles despojos da guerra em que resgatou a Ló. E ele nunca mais deu o Dízimo a ninguém, de coisa nenhuma de tudo quanto lucrou depois, e ressalte-se que nesse “depois” deve-se incluir a fortuna que recebeu das mãos de Abimeleque, conforme o já citado texto de Gn 20:1-16. Dá para entender o que isto significa? Apenas que Abraão não era dizimista! Os mercenários querem nos apresenta-lo como sendo um deles, mas a própria Bíblia nos revela que não era! Nem ele, nem Isaque, nem Jacó (mesmo que este o tivesse prometido uma vez, sem, contudo, cumpri-lo), nem José; quer dizer, nenhum dos quatro patriarcas dos quais, antes da Lei dada no Monte Sinai, formou-se o povo de Israel... Nenhum deles tinha o costume de pagar ou “devolver” o Dízimo a Deus. Basta, pois, de mentiras: Não dá para usar a vida do patriarca como exemplo de um bom dizimista porque, simplesmente, ele não o era!

Ademais, mesmo se Abraão tivesse sido de fato um praticante

costumeiro do pagamento do Dízimo religioso, a legítima verdade

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continua sendo que Abraão jamais fez parte da Aliança da Graça porque esta, como Pacto, conforme Jo 1:17 nos ensina, somente veio a nós uns dois mil anos depois de Abraão através de Jesus Cristo (que jamais recebeu Dízimos de ninguém); e nesta Aliança da Graça trazida por ele, os salvos não recebem a vida eterna nem as demais bênçãos cristãs como recompensa a um esforço pessoal em prol da obediência a leis externas, escritas, ora na pedra, ora no papel, mas pelo fluir de um comportamento novo (qual uma fonte interior de vida) produzido pelo Espírito Santo como fruto natural do processo da santificação, que Ele mesmo opera de forma gratuita em nós (1Ts 5:23). Assim no-lo ensina à palavra apostólica.

Antes da vinda de Jesus não existia a Aliança da Graça, e isto é o que importa quando lemos a história deste patriarca: Ele nunca pertenceu ao Novo Pacto da Graça em Cristo Jesus; quer dizer, ele jamais foi um cristão. A Abraão foi prometido apenas isto: que através de um descendente seu (Cristo, segundo Gl 3:16) Deus faria tal Aliança para salvação de muitos, resgatados dentre todas as nações da terra. Esta Aliança, porém, só veio existir de fato muito tempo depois, mediante o sangue de Cristo derramado pela nossa redenção, dando cumprimento aos anúncios proféticos da velha aliança da Lei e às gratuitas promessas anteriores a ela. Aliás, Abraão nem sequer chegou a pertencer à aliança do Monte Sinai (a da Lei), porque já havia morrido quando esta foi dada aos israelitas através do servo Moisés. A história de Abraão pertence, isso sim, ao conteúdo todo da coleção de livros sagrados aos quais Jesus se referiu ao dizer que “a Lei e os Profetas (Antigo Testamento) duraram até João”. E com base nesta afirmação da autoridade maior para todos os cristãos, por mais edificante que nos possa ser o estudo da biografia do patriarca, não podemos tornar norma de vida para nós nada do que ele fez ou deixou de fazer. Se o fizermos, estaremos transgredindo a palavra de Jesus. Caso o leitor sinta vontade de contestar isto devido a todas as babaquices que lhe foram ensinadas antes, recorde ainda que nem a velha aliança nem os escritos do Velho Testamento deram jamais a vida eterna nem bênção cristã a ninguém, mas apenas anunciaram a vinda futura do Messias Salvador que daria essa eternidade e todas as bênçãos prometidas no Evangelho aos homens; e lembre, também, o importante significado já visto da expressão “a Lei e os Profetas” conforme ficou provado na “Demonstração No. 1” deste trabalho, no

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sentido de que tal expressão é sinônima dessa coleção de sagradas escrituras que nós hoje denominamos “Antigo Testamento”, abrangendo todos os livros desde Gênesis até Malaquias, das quais Jesus disse que não vigoram mais depois do ministério de João Batista. É muito importante não esquecer isto à respeito do seu vigor ou duração, limitado pela palavra do próprio Senhor Jesus Cristo, repetimos, “até” ao tempo do ministério de João Batista (que já passou faz quase 2.000 anos), o qual nos foi confirmado também pela sã doutrina apostólica (em Gl 3:19), ao dizer-nos que essa duração ou vigor chegava apenas “até” a vinda do descendente de Abraão a quem foram feitas todas as promessas, o qual é Cristo (Gl 3:16).

Assim sendo, não temos nenhum motivo para fazer qualquer exceção com os feitos ou palavras de quem quer que seja no Antigo Testamento (independentemente de ter vivido antes ou depois da Lei dada no Monte Sinai), com o propósito de torná-los exigência ou ordenança neste nosso atual tempo da Nova Aliança da Graça, isto é, do Novo Testamento. Esse erro não trará nunca crescimento espiritual verdadeiro a ninguém. Está enganado quem pensa que através dessas coisas poderá manter uma melhor e mais viva relação e comunhão com Deus ou conseguirá o cumprimento das promessas que Ele nos fez mediante Seu Filho Jesus Cristo, porque tanto tal reconciliação e comunhão, como todas essas promessas de bênçãos espirituais e/ou materiais, são gratuitos para nós, em base ao total e completo pagamento efetuado pelo Filho de Deus na cruz (Rm 8:32; Ef 2:1-10). Jamais Deus concedeu a Abraão, ou a Moisés, a qualquer um dos ministros estabelecidos sob a Aliança da Lei, nem a qualquer um dos livros que constituem o Antigo Testamento, o privilégio de nos prover a vida eterna ou, pelo menos, os elementos de reconciliação para que pudéssemos manter relação genuína e viva comunhão com Ele. Se isto tivesse acontecido, não teria havido necessidade da vinda e ministério redentor de Jesus de Nazaré, conforme realça Paulo em Gl 3:21 e também o texto sagrado em Hb 7:11, dizendo: “Se, portanto, a perfeição houvera sido mediante o sacerdócio levítico (pois nele baseado o povo recebeu a Lei) que necessidade haveria ainda de que se levantasse OUTRO sacerdote... e que não fosse contado segundo a ordem de Arão?”. Esse privilégio especial do ministério da reconciliação e viva

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comunhão nossa com Deus, juntamente com a administração das bênçãos que disso derivariam, estava reservado para alguém superior a toda criatura e a toda a criação, conforme, continuan-do, explica o mesmo texto de Hebreus, em Hb 7:12-25, assim:

“Quando se muda o sacerdócio necessariamente há também mudança da Lei. Porque aquele (Jesus) de quem são ditas estas cousas, pertence a outra tribo, da qual ninguém prestou serviço ao altar, pois é evidente que nosso Senhor procedeu de Judá, tribo à qual Moisés nunca atribuiu sacerdotes. E isto é ainda muito mais evidente, quando, à semelhança de Melquisedeque, se levanta outro sacerdote, constituído, não conforme a lei de mandamento carnal, mas segundo o poder de vida indissolúvel. Porquanto se testifica: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque. Portanto, por um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nunca aperfeiçoou cousa alguma) e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus... Por isso mesmo Jesus se tem tornado fiador de superior aliança. Ora, aqueles são feitos sacerdotes em maior número, porque são impedidos pela morte de continuar; este, no entanto, porque continua para sempre, TEM O SEU SACERDÓCIO IMUTÁVEL. Por isso, também pode salvar totalmente aos que por ele se chegam a Deus”.

Fica claro, pois, que, pela expressa e incontestável vontade de

Deus, somente Jesus tem este privilégio especial do ministério da reconciliação e viva comunhão nossa com Deus, juntamente com a administração das bênçãos que disso derivam. Por isto, somen-te nele encontra o ser humano a salvação TOTAL; ou seja, pleno amparo e auxílio divino para nosso espírito humano, pleno amparo e auxílio divino para nossa mente humana, e pleno amparo e auxílio divino para nosso corpo humano, incluso as coisas ou bens materiais que aqui precisamos para sobreviver. E o melhor é que tal salvação total é de graça! Assim, apelar hoje para as experiências, feitos ou palavras de Abraão (ou de Isaque, Jacó, etc.) para implantar entre os cristãos a obrigatoriedade do Dízimo ou qualquer outra ordenança do Antigo Testamento, continua sendo uma desobediência descara-

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da ao Filho de Deus que disse: “A Lei e os Profetas vigoraram até João Batista”, e também à própria “Lei e Profetas” ou Antigo Testamento que, desde o começo, já ordenava, em harmonia com a voz do Pai eterno: “a ele ouvi” (em Dt 18:15-19 consoante com o Evangelho em Mt 17:2-5; At 3:17-23), assinalando para a fiel obediência a Jesus Cristo, quando ele chegasse... e já chegou, faz dois mil anos. Mas, emulando os que naquele tempo não o “ouviram” e o crucificaram, assim mesmo estes hoje não querem “ouvi-lo” e o crucificam ao condenar os membros do Corpo de Cristo que não lhes pagam o Dízimo.

Jesus Cristo chegou faz dois mil anos trazendo uma NOVA Aliança que nada tinha a ver em seus estatutos e ordenanças com a que tinha sido feita antes com o pai Abraão (e que não incluía o Dízimo, conforme vemos em Gn 17:4-14), nem com a que fora feita com o povo de Israel quando Deus o tirou do Egito pela mão de Moisés (e que lhes estabeleceu o Dízimo legal em Lv 27:30-34 e Dt 14:22-29). A Aliança trazida por Jesus é, como de fato tinha que ser, realmente NOVA e DIFERENTE, porque assim estava já infalivelmente anunciado na própria “Lei e Profetas” ou Antigo Testamento, no bem conhecido trecho de Jr 31:31-32, do qual temos inegável confirmação no Novo Testamento em Hb 8:8-9, nestes termos:

“Eis ai, vem dias, diz o Senhor, e firmarei NOVA aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, e eu não atentei mais para eles”.

Leia bem o texto desta profecia, e perceba que essa aliança, da

forma como foi ali prometida, deveria ser:

Por um lado: “NOVA” Algo que se faz novo, não é uma coisa velha remendada, pois, por mais novo que seja o remendo, a coisa remendada continuará sendo velha (Mt 9:16-17). Assim sendo, essa nova aliança prometida por Deus nesse texto de Jeremias, não poderia ser um simples remendo agregado ao Antigo Testamento, como ensina a

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doutrina da complementaridade dos dois pactos pregada pelos legalistas. Se o novo Pacto baseado no sangue de Jesus fosse um simples complemento ou remendo no Antigo Testamento, ou seja, na “Lei e Profetas”, Jeremias não poderia ter profetizado que seria novo, nem Jesus Cristo poderia ter dito: “A Lei e os Profetas vigoraram até João Batista”, sem se tornar MENTIROSO. “Novo”, em qualquer dicionário, significa algo que é original; ou, em outras palavras, que é visto pela primeira vez. Assim, essa nova aliança prometida em Cristo Jesus, era outra, original, que seria vista pela primeira vez; jamais a mesma da “Lei e Profetas”. Outra, original, a respeito da qual diz: “obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também mediador de superior aliança, instituída com base em superiores promessas” (Hb 8:6). É óbvio que se a base é superior, então toda a estrutura é outra, “nova”.

Por outro lado: NÃO CONFORME A ALIANÇA DA “LEI E PROFETAS” OU ANTIGO TESTAMENTO.

Uma coisa é “conforme” a outra, se é semelhante ou igual a ela. Quando Deus disse na Sua promessa da nova Aliança, que esta não seria conforme, ou seja, igual ou semelhante à então existente, ele estava já desde esse momento desautorizando qualquer tentativa humana de conformar, assemelhar ou igualar a aliança da “Lei e Profetas” ou Antigo Testamento com a nova Aliança da Graça. Não há nem como contestar isto, visto que Ele mesmo prova estar se referindo àquela que fez no Monte Sinai com os israelitas, ao afirmar que foi a aliança realizada “no dia em que os tomou pela mão, PARA OS TIRAR DA TERRA DO EGITO”. Qual foi a alian-ça que Deus fez nesse então? Foi essa, a do Monte Sinai, isto é, a que regia enquanto vigoravam as ordenanças e estatutos da “Lei e Profetas” e sob o ministério de cujos sacerdotes foi Cristo condenado à morte na cruz como transgressor da mesma, em nosso lugar. Concluímos, deste modo, por mais este incontestável motivo, que não é biblicamente correto o esforço desses legalistas que andam hoje pelos nossos púlpitos com pose de grandes mestres pretendendo dar vigor ou igualdade contratual, com o conteúdo do Novo Testamento cristão, às experiências, palavras ou quaisquer exigências de quem quer que seja no Antigo Testamento, propondo obrigar os seguidores de Cristo a viver em obediência ou conforma-

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dos a essas leis daquele passado pacto, dizendo que o Dízimo é um ato da fé cristã. O menor dentre os que pertencemos à Aliança da Graça em Cristo Jesus, é maior do que toda e qualquer uma dessas santas e famosas personagens do Antigo Testamento, por sermos filhos de Deus, enquanto eles eram simples servos dele, segundo as incontestáveis palavras do próprio Senhor Jesus (Mt 11:11; Lc 7:28). Se for verdade que somos filhos, vivamos então livres na Graça que nos transformou em novas criaturas, e conforme a palavra que o Pai eterno deu aos filhos através do ministério maior, exclusivo e novo do nosso Salvador Jesus Cristo. Não nos deixemos enredar em “panos velhos”, nem escravizar a tributos dos quais o Pai “isenta os filhos” (Mt 17:25-26). Filhos não se deixam envolver nessa farsa malandra e estelionatária da tal “devolução” de parte da herança gratuita ao Pai. Essa heresia é verborreia babosa de inspiração demoníaca... jamais do Espírito de Cristo! Tentar trazer o todo ou parte do ANTIGO Testamento ou Aliança, para esta NOVA Aliança que temos com Deus mediante o sangue de Jesus de Nazaré (e não mediante as obras da Lei), continuará sendo, sim, descarada e herética desobediência a voz do Filho de Deus, que disse: “A Lei e os Profetas vigoraram até João”; isto é, desobediência a esse glorioso enviado de Deus a respeito de quem o próprio Antigo Testamento ordenou: “A ELE OUVI”.

Ampliando isto, note ainda a parte do trecho em estudo onde diz: “Porquanto eles anularam a minha aliança”. O quê significam estas divinas palavras? Simplesmente, o que nelas está escrito: Que, na forma divina de entender as coisas, a aliança ou pacto com o povo de Israel estava anulada já desde muito tempo antes da vinda de Jesus de Nazaré, lá por volta dos anos 600 a.C. quando Jeremias escreveu seu livro; e anulada, não porque Deus tivesse querido anulá-la, mas porque a própria descendência de Abraão a anulou com seu rebelde comportamento, que na prática diária era totalmente contrário aos estatutos nela estipulados. Este detalhe é muito importante para a compreensão do assunto deste estudo, e não poderíamos de forma alguma deixa-lo passar desapercebido. Ai é a própria palavra de Deus nos explicando por que e desde quando o Antigo Testamento ou Pacto precisava ser substituído por um NOVO. É uma pena que os “sábios” sacerdotes que crucifica-ram Jesus não entendessem isto, como pena é, ainda, que os também “sábios” legalistas de hoje não o entendam.

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Uma aliança ou pacto, quando é quebrantada ou transgredida por uma das partes, perde o seu vigor; e, quando isto acontece, é necessário que se faça outra. E foi isto que Deus fez em Cristo Jesus: Após esticar Sua paciência e longanimidade “até João Batista”, depois dele fez conosco uma nova e diferente aliança, fundamentada no derramado sangue do Seu Filho Jesus Cristo (Mt 26:28; Hb 9:11-15) e não mais nas obras de obediência à “Lei e Profetas”, ou seja, ao Antigo Testamento, como, de maneira inconfundível, ensina-nos a Sagrada Escritura ao explicar:

“Portanto, por um lado, SE REVOGA a anterior aliança, por causa da sua fraqueza e inutilidade (pois a Lei nunca aperfeiçoou cousa alguma) e, por outro lado, SE INTRO-DUZ esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus”

(Hb 7:18-19)

“Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito taber-náculo (seu próprio corpo, e não a “Lei e Profetas”), não feito por mãos, quer dizer, não desta criação... pelo seu próprio sangue (e não pelo sangue de animais derramado para compensar a desobediência aos estatutos do Antigo Tes-tamento) entrou no Santo dos santos, uma vez por todas, obtendo assim eterna redenção (para os que a ele se com-fiam)... por isso mesmo, ele é o mediador da Nova Aliança a fim de que... intervindo a morte (dele) para remissão dos pecados que existiam sob a primeira aliança (a da Lei), recebam a promessa da eterna herança aqueles que tem sido chamados (em Cristo)”(Hb 9:11-15).

Uma aliança como esta que Deus fez conosco em Cristo, na qual Ele nos da uma herança perfeita e eterna, não precisa do remendo velho dessa outra que ‘jamais aperfeiçoou cousa alguma’, e que, por outro lado, já estava desatendida por Deus. Preste bem atenção nas palavras finais desse texto de Hb 8:8-9 que estamos estudando. Elas dizem explicitamente: “e eu não atentei mais para eles”. Se você conhece a história do povo de Israel, saberá que, biblicamente, durante os últimos 400 anos que transcorreram antes da vinda de João Batista com a missão de identificar e apresentar o Messias, Deus não enviou mais profeta algum para falar da parte dele aos

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israelitas em atenção àquela antiga aliança contida na “Lei e Profetas” ou Antigo Testamento. E saberá também que somente depois desses longos 400 anos foi que ocorreu a vinda do Redentor Jesus Cristo, que na cruz, após cumprir com todas as exigências da Antiga, assinaria, com seu sangue nela derramado, a Nova Aliança da Graça “para todas as nações da terra”, conforme Deus tinha prometido a Abraão (Gn 12:3; Gn 22:18), deixando assim “revogada” a anterior (Hb 7:18-19). Agora, pense: Se o próprio Deus não atentou mais para essa Antiga Aliança ou Antigo Testamento durante esses 400 anos, quem são, então, estes supostos profetas e mestres que querem nos obrigar a atentar para ela agora, quando temos já, e de graça, a completa e eterna salvação que Jesus nos trouxe faz já dois mil anos? Por que haveríamos de acreditar mais na farsa deles, que não deram sua vida por nós, do que na palavra de Deus que nos foi transmitida por aquele que morreu por nós na cruz? Antes, atentemos à palavra fiel que nos adverte: “seja Deus veraz, e todo homem mentiroso “. Por que haveríamos de menosprezar esta Nova Aliança em Cristo, que gratuitamente nos oferece a completa, total e eterna transfor-mação a uma forma de existência gloriosa igual à dele, juntamente com todas as bênçãos que nos oferece o Evangelho, para correr atrás de ensinamentos e ordenanças que jamais deram nada completo, total e eterno a ninguém, nem sequer a Abraão? Se Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida, e se nele reside toda a plenitude da divindade, por que haveríamos de seguir as pegadas do imperfeito Abraão, em vez das pegadas do perfeito e aperfeiçoador Filho de Deus? Enfim, a história de Abraão é apenas a de um bom servo e “amigo” de Deus.

Nossa história deve ser a de amigos, sim (Jo 15:14-15), mas, por cima disso, deve ser a de filhos de Deus (1Jo 3:1-2; Hb 2:10-11), chamados a ser coparticipantes da própria natureza divina (1Co 15:42-53; 2Pe l:4; Fp 3:20-

21; Jo 17:20-21); quer dizer, chamados a ser superiores (em Cristo Jesus) até aos próprios Anjos do Céu (Hb 2:5-8), e a todos os servos

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do Antigo Testamento, o maior dos quais é inferior ao menor dos filhos do Reino em Cristo (Mt 11: 9-11; Lc 7:28). Deixemos, pois, a importância do Dízimo dado por Abraão do tamanho que realmente lhe corresponde, reconhecendo que, por mais grande e profunda que seja sua mensagem no respectivo contexto histórico e profético na “Lei e Profetas” à que pertence numa passagem que claramente se expressa como um sólido prenúncio do soberano ministério de Cristo, nada tem a ver, contudo, com as obrigações atuais dos cristãos.

B)- O DÍZIMO DADO POR ABRAÃO NÃO FOI UM ATO ORDENADO PELA VONTADE EXPRESSA DE DEUS.

Observe bem que, além de tudo quanto acabamos de expor sobre o gesto dele depois da batalha, o caso dos Dízimos dados por Abraão a Melquisedeque não pode de maneira alguma ser considerado como um ato de obediência dele à vontade EXPRESSA de Deus, devido a que o Altíssimo jamais ordenou-lhe efetuar tal pagamento, nem antes da batalha, nem depois dela. Abraão o efetuou da sua livre e espontânea vontade, por sua própria iniciativa. Leia e releia quantas vezes quiser essa história dele no livro de Gênesis, e você apenas descobrirá que esta afirmação nossa é verdadeira: Deus, em nenhum momento da vida de Abraão, lhe pediu ou ordenou que pagasse ou “devolvesse” o Dízimo. E nem sequer diz que Melquisedeque o exigiu, mas que Abraão o “deu”, assim, simplesmente, da sua própria e voluntária iniciativa, e sem condicionar seu ato dadivoso à concessão de quaisquer bênçãos de parte de Deus. Ele sabia que tudo quanto poderia esperar de Deus estava já dantes prometido, conforme prova o texto dos anteriores capítulos 12 e 13 do mesmo livro de Gênesis. Sobre a base desta irrefutável realidade, deve ficar bem claro que tudo quanto Abraão (ou qualquer um dos demais servos de Deus no Antigo Testamento) já fez ou deixou de fazer por iniciativa pessoal própria, jamais poderá ser corretamente considerado como a vontade EXPRESSA de Deus para os cristãos ou para quem quer que seja incluído o próprio patriarca, sem ferir a verdade. Se assim não fosse, então poderíamos também continuar sacrificando animais a Deus a exemplo do justo Abel, visto que isto foi feito por ele também muito tempo antes de ser dada a Lei no Sinai, e que Deus expressamente se agradou da tal oferta, conforme nos dá claro

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testemunho a Sagrada Escritura, não somente no Antigo, como também no Novo Testamento (Gn 4:4; Hb 11:4). E, por que não o fazemos? Ora, porque não somos tão tolos assim: Sabemos que Deus não nos manda fazer tais coisas hoje. Do mesmo modo, tampouco o Seu Evangelho da Salvação em Jesus manda a nós, cristãos, pagar o Dízimo que Abraão deu a Melquisedeque, nem qualquer outra espécie de Dízimo mencionada no Antigo Testamento. Os que o cobram em nome de Deus Pai, do Seu Filho Jesus Cristo, ou do Espírito Santo, estão agregando à Nova Aliança da Graça, por conta própria (ou tal vez por conta do Diabo, pai de todas as deturpações e de todas as mentiras), normas, ordenanças ou estatutos inexistentes no Evangelho cristão, e isto implica cair na anatematização ou maldição determinada em Gl 1:8-9 e de 2Jo 1:9-11 contra os que tais coisas fazem. Se não caírem nessa anatematização aqui na Terra, diante dos homens, por terem conseguido enganar muito bem seus ingênuos ouvintes com os falseados e “convincentes” argumentos teológicos que caracterizam seus fogosos discursos, cairão no dia em que se cumprir o julgamento de que fala Paulo em Rm 2:16, ao qual se referiu também o Senhor Jesus em Mt 7:21-23... Isso, sem falar que no Arrebatamento não subirá nenhum “túmulo caiado”. Enganar os homens é fácil. De Deus, porém, “ninguém zomba”: Cada um colherá o que aqui está semeando! Enganam-se todos quantos pensam que sua atividade de “lobos roubadores” está passando desapercebida: Deus registra tudo quanto acontece neste mundo. Eles não ficarão impunes, como está escrito: “A ira (julgamento) de Deus se revela do Céu (no devido tempo) contra toda impiedade e perversão dos homens que detém a verdade pela injustiça”. ...eles, apenas, não perdem por esperar. Mas vamos supor, por um instante, que Deus de fato tivesse mandado Abraão dar esse Dízimo... Mudaria isso alguma coisa?

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Não: Não mudaria nada, porque tanto o dízimo dado por ele ali quanto a história em si mesma continuariam fazendo parte do conteúdo dessa “Lei e Profetas” ou “Antigo Testamento” de que Jesus disse em Lc 16:16 que “vigoraram até João”. Veja a seguir a ampliação deste raciocínio. C)- AINDA SE DEUS TIVESSE ORDENADO A

ABRAÃO PAGAR AQUELE DÍZIMO A MELQUISEDE-QUE, TAL ORDEM NÃO TERIA VIGOR ESTATUTÁ-RIO ALGUM SOBRE OS CRISTÃOS, POR CONTI-NUAR SENDO PARTE DO CONTEÚDO DA CADUCA “LEI E PROFETAS”, E NÃO DA NOVA “ALIANÇA DA GRAÇA”, QUE É A QUE VIGORA HOJE NA VIDA DO POVO CRISTÃO.

Supondo que Deus tivesse de fato ordenado a Abraão pagar o Dízimo a Melquisedeque, vigoraria para nós, os cristãos, essa ordem divina? Absolutamente, não! Ela, nesse caso e como ficou dito acima, continuaria fazendo parte da “Lei e Profetas” ou Antigo Testa-mento, que não vigora na Aliança da Graça em Cristo Jesus, segundo Ele próprio afirmou, com sua palavra que não aceita contradição, em Lc 16:16, no sentido de que tal vigor durava apenas até João Batista. Desde então não vigora mais nada dela em termos normativos da vida humana no que concerne à nossa relação com Deus para Salvação, cura e recepção das bênçãos que fazem parte da nossa herança em Cristo. Deus Pai não se contradiz. Deus Filho não se contradiz.

Deus Espírito Santo não se contradiz.

Jamais a verdade divina poderia se contradizer. Mas, insistindo no suposto caso de que tal ordem tivesse de fato sido dada por Deus ao patriarca, e de que vigorasse pelo alegado motivo de que teria sido ordenada antes da Lei do Sinai, então, pela mesma causa, teria de vigorar outra ordem que com caráter de pacto

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perpétuo e também antes dessa Lei do Sinai deu Deus, essa sim, ao mesmo patriarca Abraão sobre a circuncisão, tal como está escrito:

“Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência no decurso das suas gerações. Esta é a minha aliança que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência: Todo macho entre vós será circuncidado. Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós. O que tem oito dias será circuncidado entre vós, todo macho nas vossas gerações, tanto o escravo nascido em casa, como o comprado a qualquer estrangeiro, que não for da tua estirpe. Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa, e o comprado por teu dinheiro; a minha aliança estará na vossa carne e será aliança perpétua” (Gn 17:9:13).

Note bem o termo “perpétua” com que termina o texto citado. Você sabe qual é o significado dele? Significa perenidade, algo que dura PARA SEMPRE. Assim, uma aliança é perpétua quando não tem fim. E isto está escrito na Bíblia TODA, com relação a uma aliança que obrigava todos os descendentes de Abraão desde antes de ser dada a Lei no Monte Sinai e enquanto suas gerações existis-sem na Terra, e esse “enquanto”, se fôssemos pensar como os cobradores do Dízimo, deveria ser aplicado à nossa época porque até hoje existem milhões de judeus no mundo, sem esquecer que os próprios dizimeiros vivem reclamando para si mesmos esse privilégio de ser também descendência de Abraão em suas tentativas de fazer vigorar para nós o Dízimo dele. Pela forma de interpretação da Bíblia que os legalistas querem nos impor, tal alian-ça, por ser perpétua, deveria durar para sempre, até mesmo depois que a Lei deixasse de vigorar, porque ela foi estabelecida antes dessa Lei do Monte Sinai que, segundo Gl 3:17, não pode ab-rogar ou desfazer o que Abraão recebeu de graça nos tempos da promes-sa, e deveria estar valendo sobre a atual descendência judaica. Ademais, poderíamos reforçar este argumento lembrando que Jesus também foi circuncidado, e que Paulo, sendo já convertido Timóteo, o circuncidou (Lc 2:21; At 16:1-3). Se os mercenários querem, pois, cobrar o Dízimo dado por Abraão baseados na sua anterioridade em relação à aparição da Lei, por que hipócrita motivo não exigem também a obrigatoriedade desta aliança “perpétua” que é também anterior a essa mesma

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Lei? Será acaso porque ela não produz a dinheirada que rende a cobrança do Dízimo? Isso, eles responderão a Deus no dia do Juízo Final, quando Ele, sem que ninguém possa contra-argumentar-lhe, lhes lembrará que “o Antigo Testamento durou até João Batista”, e que, mantendo-o nas suas igrejas, mantiveram muita gente decaída da Graça de Cristo. Tal vez, teimosos como são, se atrevam a nos alegar, ainda, que essa circuncisão foi expressamente declarada fora de vigor pelo ensino apostólico do Novo Testamento. E a “Lei e Profetas” ou Antigo Testamento não? O que estamos demonstrando aqui é, precisamente, que a “Lei e Profetas” (ou Antigo Testamento), toda ela, está expressamente declarada no Evangelho (ou Novo Testamento) como tendo ficado fora de vigor, seja para a Salvação ou seja para recepção das bênçãos, não somente pelo ensino dos apóstolos, mas também e principalmente pela palavra do próprio Senhor Jesus Cristo. Não é apenas a Lei da Circuncisão... Não é apenas a Lei do Sábado... Não é apenas a Lei do Dízimo... Nem apenas a Lei das Comidas... Nem apenas a Lei Moral, Cerimonial ou Civil... Não é a Lei disto... Nem a Lei daquilo outro... É o Antigo Testamento completo, quer dizer, a “Lei e Profetas” inteira, toda ela, que não vigora com fins normativos para o relacionamento com Deus na Igreja de Cristo Jesus, cujo Guia e “Norma” ou “Lei” é o próprio Espírito Santo, e não a letra, seja

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esta da Lei dada no Sinai ou de qualquer outra fonte (Rm 8:2-4). Por isso, trazer o povo cristão de volta para a “Lei e Profetas” ou Antigo Testamento, significa tirá-lo da sã, vivificante e poderosa direção do Espírito Santo em Cristo. Isso, em termos bíblicos, chama-se desvio da verdade cristã, ou seja, APOSTASIA. Significa “de Cristo vos desligastes vós, todos quantos vos quereis justificar pela prática das obras da Lei; da Graça tendes caído”, conforme advertido em Gl 5:4. Chega, pois, dessa mentirosa ladainha de que ‘o Dízimo é um ato de fé cristã’. Melhor, é se converterem logo à verdadeira doutrina da Graça do nosso Senhor Jesus, enquanto é tempo. 3

o - O QUE O EVANGELHO AFIRMA DE FORMA

EXPRESSA EM Hb 7:1-19 É QUE O DÍZIMO ERA DA “LEI E PROFETAS”; NÃO DA ALIANÇA DA GRAÇA : No seu avarento afã por encontrar algum texto no Novo Testamen-to em que possam apoiar sua falsa teologia do vigor atual do Dízimo entre os membros das igrejas de Cristo Jesus, estes “mestres” têm usado também este trecho do Capítulo 7 da Carta aos Hebreus, igualmente referente àquele Dízimo dado por Abraão, para defender sua farsa. Entretanto - perguntamos - pretendia o autor dessa carta estabelecer ali esse vigor da lei do Dízimo, para implantá-la na Nova Aliança da Graça? Leiamos o texto e vejamos a verdade:

“Porque este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, que saiu ao encontro de Abraão quando voltava da matança dos reis, e o abençoou; para o qual Abraão sepa-rou o Dízimo de tudo (primeiramente se interpreta rei de justiça, depois também é rei de Salém, ou seja, rei de paz; sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias nem fim de existência, entretanto feito semelhante ao Filho de Deus), permanece sacerdote perpetuamente. Consi-derai, pois, como era grande esse a quem Abraão, o patriarca, pagou o Dízimo, tirado dos melhores despojos. Ora, os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio, tem mandamento de recolher, de acordo COM A LEI, os Dízimos do povo, ou seja, dos seus irmãos, embora tenham

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estes descendido de Abraão; entretanto, aquele cuja genealogia não se inclui entre eles (entre os filhos de Levi), recebeu os dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas. Evidentemente é fora de qualquer dúvida que o inferior é abençoado pelo superior. Aliás, aqui são homens mortais os que recebem os Dízimos, porém ali, aquele de quem se testifica que vive. E por assim dizer, também Levi, que recebe os Dízimos, pagou-os na pessoa de Abraão. Porque aquele ainda não tinha sido gerado por seu pai, quando Melquisedeque saiu ao encontro deste. Se, portanto, a perfeição houvera sido mediante o sacerdócio levítico (pois, nele baseado, o povo recebeu a Lei), que necessida-de haveria ainda de que se levantasse outro sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque e que não fosse contado segundo a ordem de Arão? Pois, quando se muda o sacerdócio, necessariamente também há mudança DA LEI. Porque aquele de quem são ditas estas cousas (Jesus), pertence a outra tribo da qual ninguém prestou serviço no altar, pois é evidente que nosso Senhor procedeu de Judá, tribo à qual Moisés nunca atribuiu sacerdotes. E isto é ainda mais evidente quando, a semelhança de Melquisedeque se levanta outro sacerdote, constituído não conforme a lei de mandamento carnal, mas segundo o poder de vida indis-solúvel. Porquanto se testifica: ‘Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque’. Por tanto, por um lado, se REVOGA a anterior ordenança (ou Lei), por causa da sua fraqueza e inutilidade (pois a Lei nunca aperfeiçoou cousa alguma) e, por outro lado, se introduz esperança SUPERIOR (em Cristo Jesus), pela qual nos chegamos a Deus”.

Conforme o leitor deverá ter notado, não existe neste texto nada

que expresse o propósito de implantar ou estabelecer na Nova Aliança da Graça a cobrança do Dízimo do Antigo Testamento.

Pelo contrário, a intenção explícita do sagrado autor nesse trecho é, além de mostrar que a Lei mediante a qual o sacerdócio judaico cobrava o Dízimo ficou REVOGADA, destacar a suprema excelência do ministério sacerdotal eterno de Cristo Jesus, como mediador da nova, diferente e superior aliança através da qual é concedida aos humanos a gratuita salvação também eterna. É com

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esta finalidade que o escritor sagrado usa aquela citada passagem de Melquisedeque e Abraão que acabamos de estudar acima, do mesmo ilustrativo modo que, em outras partes da mesma Carta aos Hebreus, utiliza outras passagens do Antigo Testamento, com o único propó-sito de mostrar que a personagem simbolizadora de Jesus Cristo (Melquisedeque, neste caso) foi reconhecida como superior pelo portador das promessas da bênção para todas as nações (Abraão); e que, em consequência, essa superioridade do simboli-zado Jesus sobre tudo o que diga referente a Abraão deve ser reconhecida hoje, na nossa dispensação da vigorante Aliança da Graça: O “Descendente Salvador” (Jesus) é aí revelado como sendo maior e superior, nessa comparação com aquele de quem descende, Abraão, a quem os cristãos de origem judaica ainda tinham a tendência de considerar como o maior de todos os homens, por ser o “Pai Abraão”, esse a quem Deus chamara no passado para formar, a partir dele e sua esposa Sara, o povo judeu.

Deste modo, o Dízimo ali oferecido é um mero acessório fenome-nológico de caráter secundário, e sem qualquer pretensão doutrinária de induzir os cristãos à prática desse pagamento, na história usada pelo autor como apenas mais um alegórico elemento probatório dessa absoluta superioridade do Filho de Deus sobre quaisquer outras vidas humanas e sobre qualquer outro ministério. É ridícula. pois, e carente de seriedade, a diabólica argumentação de que nesse trecho o autor tinha a intenção de estabelecer ou implantar a obrigação de pagar o Dizimo na Nova Aliança da Graça, quando se referiu aos “mortais que aqui recebem (em tempo presente) o Dízimo”. Esses “mortais” por ele aludidos no texto, não são os cristãos, mas os judeus não convertidos, pela óbvia razão de que o autor está tratando do ministério levítico (versículo 5), que nada tem a ver com Jesus, o qual nasceu da tribo de Judá, que jamais foi escolhida por Moisés para exercer o sacerdócio (a escolhida foi a tribo de Levi). E a conjugação verbal “recebem”, em Tempo Presente do verbo Receber, deve-se ao simples fato de que esta Carta aos Hebreus foi escrita alguns anos antes da destruição do templo de Jerusalém, ocorrida no ano 70 d.C., quando o judaísmo ainda estava oficiando naquele prédio as práticas da Lei de Moisés, pois não tinham seus líderes crido em Cristo Jesus, quem jamais recebeu dízimos de ninguém, porque ele

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não veio para ser sacerdote da Lei (nem podia, por não ser da tribo de Levi), mas para, após cumpri-la como réu de morte por todos nós, estabelecer um Novo Pacto: O da eterna Graça, que nos dá a Vida! O autor, pois, não está dizendo aos cristãos que devem pagar ou “devolver” o Dízimo. Apenas está lembrando que o povo de Israel o pagava aos que dentre os descendentes de Levi eram escolhidos para um sacerdócio que já não existe mais desde que Cristo foi exaltado a Supremo Sacerdote e sob uma Lei que tampouco vigora mais desde que foi REVOGADA após cumprida por Cristo (Rm 10:4; Hb 7:18-19; Mt

5:17-18; Gl 3:19) e que não nem sequer tem mais onde se possam cumprir as práticas sacerdotais desde que pela vontade permissiva de Deus as forças de Tito em 70 d.C. não deixaram “pedra sobre pedra” do Templo em que os sacerdotes oficiavam. No Corpo de Cristo, nem somos esse povo das doze tribos de Israel, nem temos descendentes de Levi exercendo o ministério sacerdotal, visto que nosso Sacerdote eterno e único é Cristo, o qual, reiteramos, jamais cobrou Dízimo algum dos seus discípulos. Nada, pois, nessa Carta aos Hebreus, teve nunca a intenção de implantar a cobrança do Dízimo na Igreja, pois, não existindo mais sacerdotes dentre os filhos de Levi e estando REVOGADA a Lei (“Portanto, por um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de

sua fraqueza e inutilidade, pois a Lei nunca aperfeiçoou cousa alguma”) sob a qual eles serviam, tampouco existe mais ninguém à quem tivesse sido ordenado cobrar os Dízimos do povo, embora os malandros falsos ministros de Jesus insistam em que Ele os mandou cobrá-los.

Na realidade, é tudo o contrário: Para maior decepção desses falsificadores da Palavra de Deus, o texto em questão o que faz é reafirmar de forma EXPRESSA duas verdades evidentes e importantíssimas, e que são as mesmas que repetidamente vimos defendendo aqui:

a)- que o Dízimo era cobrado de conformidade COM A LEI, e não com a Aliança da Graça de Cristo (versículo 5);

b)- que quando Cristo assumiu o novo sacerdócio ETERNO (Hb 7:15-19), a própria natureza eternal desse seu ministério sacerdotal exigia uma também NOVA Lei

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(versículos 11 à 12, e 17 à 19); não mais uma lei de mandamentos dados em letra como a do Monte Sinai, mas a Lei de vida do divino Espírito ETERNO, vivificante e santificador, conforme nos ensina o contexto do Evangelho em 2Co 3:6 e Rm 8:2, passagens estas que, devidamente harmonizadas com Fp 2:13 e 1Ts 5:23, descrevem a forma como essa "Lei” ou Poder do Espírito da Vida (e não da letra) opera em nós, para nos transformar (Ele mesmo, e não a letra da Lei do Sinai) em pessoas santas, fiéis à vontade do nosso Pai eterno, e vivendo afastadas do pecado (Algo que, ensinou Jesus, “é impossível aos homens, mas não a Deus”- Mt 19:25-26).

Sob a ótica destas duas importantíssimas verdades, em lugar da

suposta defesa da cobrança do Dízimo, o que somos obrigados a reconhecer é que o autor da Carta aos Hebreus, implícita e EXPLI-CITAMENTE, está definindo como caduca, fora de vigor e REVOGADA tanto a Lei do Sinai como a cobrança do Dízimo por um sacerdócio levítico já inexistente, para dar lugar a uma NOVA lei ou aliança que, tal como no-la descreve todo o Novo Testamen-to, não contém nem sequer um único mandamentozinho que obrigue os cristãos a efetuarem nas suas igrejas o pagamento de tal taxa do 10%. Antes, o que vemos é o oposto: Os desobriga dessa Lei do Dízimo ao dizer, em palavras ditas pelo próprio Senhor Jesus Cristo, que “a Lei e os Profetas (ou Antigo Testamento) vigora-ram ATÉ João Batista”. Se nada nem ninguém têm autoridade para contradizer ao Senhor Jesus, antes, “diante dele se dobrará todo joelho e toda língua confessará que o Senhor é ele” (Fp 2:9-11), a quê espírito pertencem, pois, estes ambiciosos enfatuados que se atrevem a contraditá-lo, gritando desde seus púlpitos que é o Espírito Santo de Deus quem os manda fazer a cobrança do Dízimo? Com certeza não é ao Espírito da Verdade. E se não é ao da verdade, então é ao da mentira... Não tem para onde fugir! 4

o - O QUE JESUS AFIRMOU EM Mt 23:23-24, FOI QUE O

DÍZIMO É DA “LEI E PROFETAS”, E NÃO DA NOVA ALIANÇA DA GRAÇA, QUE AINDA NÃO TINHA SIDO SEQUER ESTABELECIDA:

É vergonhoso ouvir alguns pretensos teólogos evangélicos argu-mentar que Jesus estava validando na igreja cristã o pagamento do Dízimo quando, repreendendo, disse:

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“Ai de VÓS, escribas e fariseus hipócritas! porque dais o Dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes negligenciado os preceitos mais importantes DA LEI, a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas cousas, sem omitir aquelas. Guias cegos! que coais o mosquito e engolis o camelo”.

Um bom leitor não deve fazer leituras superficiais. Deve ser deta-

lhista. E, principalmente quando lê a Sagrada Escritura, não deve passar por alto o significado de nenhuma das palavras inseridas no texto, por mais insignificante que ela possa parecer, devido a que nenhuma das palavras de Deus carece de sentido. Assim, lendo como bons leitores este texto de Mt 23:23-24, encontramos dois detalhes que não podem ser ignorados sem cair na deturpação da mensagem nele contida: a)- Esta repreensão de Jesus foi dirigida aos escribas e fariseus HIPÓCRITAS, ainda estando em vigor a Lei, porque a obra da cruz para estabelecer o Novo Pacto da Graça ainda não tinha sido realizada. Ou seja, a dirigiu a judeus nascidos sob A LEI (como também Jesus o era, segundo Gl 4:4) que tinham deturpado as exigências DESSA LEI, dando mais importância ao “mosquito”, isto é, às coisas mínimas DELA (as quais coisas mínimas significavam, neste caso, o Dízimo) e deixaram em um plano inferior de importância as coisas verdadeiramente vitais DESSA MESMA LEI, que eram a justiça, a misericórdia e a fé, algo que esses escribas e fariseus não praticavam mais, conforme demons-tram quase todos os demais textos do Novo Testamento que a eles se referem, mostrando-os “duros de cerviz e incircuncisos de coração e ouvidos, resistindo sempre ao Espírito Santo” (At 7:51). Jesus estava repreendendo neles uma atitude errada em relação a uns pontos DA LEI sob cujo regime estavam todos eles até esse momento, e um dos quais pontos, neste caso específico, era o do destaque que eles davam à cobrança do Dízimo sobre a prática das melhores virtudes espirituais. Ele citou o Dízimo apenas como exemplo de uma coisa menos importante que, pela cobiça dos fariseus, terminou tornando-se exigência essencial (do mesmo jeito que está ocorrendo hoje nas nossas igrejas). Os repreendia com a autoridade recebida do Pai (Jo 5:27 e 17:2) e mediante a qual veio como ministro da circuncisão (Mt 15:24; Rm 15:8; Gl 4:4) ou, o que é o mesmo,

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“como ministro sobre o povo sujeito à Lei”, isto é, sobre o povo judeu, tal como estava profetizado em Dt 18:15-19, e como também nos confirma a passagem de Mt 15:22-24, na qual uma mulher gentia, quer dizer, não judia, veio lhe implorar libertação para sua filhinha endemoninhada, e a resposta de Jesus foi: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa DE ISRAEL”. Entendeu bem? O ministério terreno de Jesus, ANTES DA OBRA DA CRUZ, não era para os gentios, e sim, apenas, para os judeus. Já a obra da formação da igreja cristã APÓS A OBRA DA CRUZ era algo reservado por Deus Pai ao Espírito Santo, o qual somente a partir do dia de Pentecostes deu início a esse trabalho, operando EM e através dos discípulos, aos quais foi enviado por Jesus depois da elevação e exaltação deste à glória celestial (At 2:1-47). A Igreja de Jesus é, pois, posterior à cruz, e não anterior a ela, como querem nos fazer pensar alguns desses “teólogos” de cursi-nhos por correspondência ou de Doutorados em Divindade comprados. A Igreja de Jesus jamais existiu ANTES do sacrifício do Cordeiro de Deus, sobre o qual baseia-se todo o Perdão, Redenção, Justificação, Santificação e Salvação eterna que, como um todo, incluindo a cura e a provisão financeira, formam o “pacote” de bênçãos gratuitas da Nova Aliança da Graça. Em outras palavras, a Igreja nasce sobre a obra expiatória da cruz de Cristo e sob a guia única e insubstituível do Espírito Santo, algum tempo depois desse ensinamento que Jesus deu em Mt 23:23 e Lc 11-42 cumprindo um ministério de profeta entre seu povo judeu dantes anunciado em Dt 18:15-19, conforme corroboração feita por Pedro em At 3:17-25, e que o apóstolo Paulo também reconhece e atesta em Rm 15:8, quando afirma que Cristo veio como ministro ‘da circuncisão’, ou seja, desse seu povo judeu. Quem pensa que a igreja nasce antes da cruz, não sabe o que é a igreja, não sabe o que é a cruz, não sabe o que é o Espírito Santo, nem muito menos, compreendeu ainda o que é a vida eterna que Deus nos dá hoje. A pessoa que assim pensa, está vendo a letra mas não está vivendo a plenitude da obra de Deus através do ministério vivo de Jesus Cristo EM ESPÍRITO. b)- É igualmente claro que quando Jesus disse nessa mesma

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passagem de Mt 23:23-24 : “os preceitos mais importantes DA LEI”, estava incluindo, NESSA LEI à que se referiu, a cobrança do Dízimo ali mencionado, mesmo que sem essa “maior importância”. Note que ele não disse: “Os preceitos mais importantes da Graça”, e sim, apenas, “DA LEI”. Será que esses tais mestres não sabem nem sequer ler direito? “DA LEI”, significa da Lei; não da Graça! É uma imperdoável tagarelice afirmar que nesse trecho Jesus introduziu o Dízimo na Graça, porque a Aliança da Graça somente começaria a partir do sacrifício do Cordeiro de Deus na cruz do Calvário, conforme estava profetizado no Capítulo 53 do Livro de Isaías, e em Mt 26:27-28 através das inabaláveis palavras do próprio Senhor Jesus Cristo. Sem o sacrifício de Jesus de Nazaré na cruz, e sua vitoriosa ressurreição dentre as garras da morte, não existiria esta Nova Aliança da Graça da qual agora usufruímos nós, os cristãos. Ou seja, não existiria a Igreja. É por isso que o Evangelho diz:

“Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados” (1Co 15:27). “Não foi mediante cousas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados... mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo” (1Pe 1:18-19). “Quando veio Cristo... pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção... o sangue de Cristo, purificará a nossa cons-ciência de obras mortas para servirmos ao Deus vivo! Por isso mesmo, ele é o mediador da Nova Aliança a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança (da Lei), recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados” (Hb 9:11-15).

Durante toda sua vida até à morte na cruz do Calvário, Jesus de Nazaré andou na Terra “sob a Lei” (Gl 4:4; Rm 15:8), cumprindo-a por todos nós (Mt 5:17; Rm 7:4; Rm 8:4; Rm 10:4; Gl 3:13). A Graça somente veio depois da sua morte, ressurreição e exaltação à glória celestial, derivando, de início, na experiência de Pentecostes, tal como

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ensinou o apóstolo Pedro, dizendo:

“A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. Exaltado, pois à direita de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, DERRA-MOU ISTO QUE VEDES E OUVIS (o Santo Espírito de Deus no interior dos discípulos)” (At 2:32-33).

Fica, pois, claro que, em Mt 23:23 e Lc 11:42, o que Jesus realmente afirmou foi que o Dízimo pertence à Aliança da Lei, quer dizer, ao Antigo Testamento ou “Lei e Profetas”, da qual ele mesmo ensinou em Lc 16:16 que “vigorou até João Batista”; e que jamais foi ali sua intenção implantar ou validar tal Dízimo numa igreja cristã que ainda nem existia. Se esse fosse seu propósito, Jesus estaria caindo em contradição consigo mesmo, devido à afirmação feita antes em Mt 11:13 e depois em Lc 16:16, dizendo que a Lei durou até João Batista. Na contradição, ele se tornaria mentiroso, e, portanto, digno de condenação, o qual impediria sua vitoriosa ressurreição. Dai ter ele dito: “DEVÍEIS FAZER” (CONJUGANDO O VERBO DEVER EM TEMPO PASSADO, em algumas versões da Bíblia), ou “DEVEIS FAZER” (em tempo presente, em outras versões), significando que esses judeus aos quais falava, deviam pagar o Dízimo enquanto estavam ainda sob o regime velho da Lei, sem deixar, porém, de ser misericordiosos, justos e confiantes na palavra de Deus. O que ele não disse foi “devereis fazer”, em tempo Futuro. Os que querem torcer a Escritura nesse trecho de Mt 23:23, alegando que ali Jesus valida a Lei do Dízimo no seio da Igreja, terão de voltar ao banco da escolinha de alfabetização para aprender a ler direito, ou se converter de verdade ao Evangelho da Nova Aliança da Graça, efetuada por Deus mediante os merecimentos totalmente suficientes do Seu Filho Jesus Cristo, e aí o Espírito Santo lhes faria compreender... caso sua conversão fosse sincera... Porque têm muita gente se “convertendo” por conveniência. O Novo Pacto da Graça em Cristo Jesus não tem Dízimos. Isso era da “Lei e Profetas” ou Antigo Testamento!

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DEMONSTRAÇÃO No. 4

SENDO PARTE DE UMA LEI QUE NÃO VIGORA

NO CORPO-IGREJA DE CRISTO, PODEMOS ADMITIR QUE SEJA O ESPÍRITO SANTO QUEM COBRA O DÍZIMO

HOJE?

“Deus não é homem para que minta” Nm 23:19

“Os que vos obsequiam, não o fazem since-ramente, mas querem afastar-vos de mim, para que vosso zelo (ou cuidado) seja em favor deles”.

Gl 4:17

Num desses momentos de grande ousadia espiritual que costumava

ter, Jesus disse a alguns judeus:

“Qual a razão porque não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra. Vós sois do Diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe aos dese-jos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade. Quando ele profere a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira... Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso não me dais ouvidos, porque não sois de Deus” (Jo 8:44-47).

A mentira, segundo este ensino de Jesus, tem um autor ou pai, que

não é Deus: O autor e pai da mentira é o Diabo. Por isto, todo argumento que se levanta contra a verdade de

Deus, por ser mentiroso, provém do Diabo. Jamais do Espírito Santo. O Espírito Santo não mente, nem dele pode proceder qual-quer contradição ou oposição aos seus próprios ensinos.

Deus “não pode mentir”... lembra?

Então, inspirados por qual espírito esses vendilhões da Palavra de

Deus inventam argumentos para defender essa sua farsa da cobrança do Dízimo, cujo pagamento, por tudo quanto já temos demonstrado até aqui, não é obrigação dos membros do Corpo de Cristo, que

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somos nós, os cristãos salvos pela graça obtida na cruz do Calvário, e pela mesma Graça abençoados até nas coisas materiais? Em quais ensinos evangélicos e apostólicos se apoiam para acusar de mentirosos aos que estamos expondo apenas a simples e luminosa verdade da Graça do Senhor Jesus, através do próprio ensino dos apóstolos de Jesus, conforme consta no Novo Testamento?

Em vão tentarão eles encontrar elementos bíblicos válidos contra a mensagem que estamos transmitindo nestas páginas. Não os encon-trarão, porque “nada podemos contra a verdade; apenas a favor dela”. A verdade de Jesus é invencível.

Quando muito, já acuados e sem qualquer saída bíblica, termina-rão, descaradamente, como sempre fazem, nos acusando simples e repetidamente de sermos falsos profetas ou falsos mestres, como também os ministros mentirosos dos tempos antigos acusaram com obsessivo furor a Jesus e a todos seus apóstolos. Eles ainda não mudaram de tática: Quando ficam sem argumentos bíblicos válidos, atacam com pedras (acusações falsas, sem qualquer funda-mento na verdade divina em vigor), e apedrejam os servos de Deus que lhes estorvam suas farsas, como fizeram com Estevão, com Tiago, Pedro, Paulo, Huss e tantos outros milhares de milhares durante estes quase dois mil anos de história cristã. Porém, por mais que eles deem pulos de raiva, está bem claro que, sendo o Dízimo da Lei, e não estando o cristão sujeito à Lei por ter morrido para ela mediante o corpo do Cordeiro de Deus sacrifi-cado por nós na cruz do Calvário (Rm 5:8-11; Rm 7:4; Gl 3:13), não pode ser o Espírito Santo quem está cobrando o Dízimo à igreja de Jesus, isto é, ao povo da Aliança da Graça, que nada tem de pagar pelas bênçãos espirituais e/ou materiais oferecidas em Cristo. Se o Espírito Santo estivesse cobrando o Dízimo aos cristãos, estaria entrando em contradição consigo mesmo, porquanto isso seria empurrá-los de novo à prática das obras da Lei à que alude Gl 3:10, e, em tal caso, sua palavra em Gl 3:13 assegurando que Cristo Jesus nos resgatou dessa maldição legal seria, também, mentira, devido a que, se nos libertou dela, não no-la pode mais cobrar. É, pois, absolutamente impossível que o Espírito Santo cobre ao povo cristão tal Dízimo sem se autocontradizer, e sem

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contradizer ao próprio Senhor Jesus Cristo, aos seus apóstolos e ao Evangelho como esse todo indivisível e inalterável que é. Todavia, sabendo que diante da lábia enganadora desses dizimeiros todo argumento é pouco, além das provas que já demos nas páginas anteriores sobre o caráter anticristão do Dízimo, agregamos a continuação muitas mais, estas sim de caráter apostólico, todas registradas no Novo Testamento, para melhor calar a boca desses embusteiros. Leia bem, prestando muita atenção no significado de cada uma das palavras, as 52 passagens que a seguir lhe apresentamos (algumas já citadas nas páginas anteriores), lembrando sempre, como ficou bem provado, que o Dízimo de que fala a Bíblia pertence à “Lei e Profetas” ou Antigo Testamento que, segundo a palavra do próprio Jesus, “durou até João Batista”. Terminada esta leitura, você compreenderá melhor ainda os motivos pelos quais é impossível que o Espírito Santo cobre o Dízimo bíblico das igrejas cristãs. Esquadrinhe com cuidado estas 52 passagens do Evangelho cristão, que, bem lidas, desfarão qualquer resto de dúvidas que você possa ter ainda em relação a este polêmico e deturpado assunto:

l - Cobrar o Espírito Santo esses Dízimos seria CONTRADI-ZER o ensino do próprio Senhor Jesus Cristo em Mt 11:13, onde a expressão “todos os profetas” (limitando seu vigor até João Batista) inclui o Livro de Malaquias, e, deste, também esse trecho de Ml 3:10 que os legalistas gostam de usar para cobrar os Dízimos dos ingênuos que, de boa fé (mas por ignorância), se deixam usar como fonte de lucro. Obviamente o Senhor Jesus englobou aqui o Dízimo de Abraão a Melqui-sedeque, porque a expressão “A Lei e os Profetas” que ele usou abrange, como já vimos, tudo quanto em termos de palavras e experiências humanas está registrado desde a primeira palavra de Gênesis até ao ponto final do livro do profeta Malaquias;

2 - seria CONTRADIZER o ensino infalível do nosso Senhor Jesus Cristo em Lc 16:16, onde a expressão “os profetas” (também limitando sua duração até João Batista) abrange esse mesmo Livro de Malaquias, com seu zurrado trecho de

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Ml 3:10. Ao dizer que o Dízimo vigora HOJE, baseados nesse texto de Malaquias ou em qualquer outro do Antigo Testamento, estão chamando Jesus de mentiroso. Mentiu Jesus? Não. Antes, mentem eles. E, repetindo as palavras finais do numeral anterior, também aqui o Senhor Jesus englobou o Dízimo de Abraão a Melquisedeque, pelo mesmo motivo de que a expressão “A Lei e os Profetas” abrange desde a primeira palavrinha de Gênesis até ao ponto final do livro de Malaquias, com tudo o que ali há em termos de ordenanças, rituais, experiências e expressões divinas ou humanas normativas, incluídas as de Abraão;

3 – seria CONTRADIZER o ensino do apóstolo Paulo em At 13:39, onde ele afirma aos seus compatriotas judeus que eles jamais puderam ser justificados mediante a Lei de Moisés (à qual pertence a exigência do Dízimo), e que tal justificação somente pode ser recebida por intermédio de Jesus Cristo... de graça! Será que estão tão cegos assim, a ponto de não consegui-rem enxergar esta simples realidade, de que a Lei (nenhu-ma lei) pode jamais justificar ou pôr alguém em paz com Deus? Paz com Deus através da Lei do Dízimo não tem funda-mento algum diante desta palavra, e ninguém pode ser acusado por pregadores inspirados pelo Espírito Santo de “roubar a Deus” por não pagar essa taxa que Jesus Cristo não está cobrando do seu rebanho, a Igreja. Ou será que eles enxergam e compreendem, sim, mas são tão descaradamente gananciosos que nem lhes passa pela cabeça a palavra de advertência que lhes anuncia juízo e condenação eterna por andarem comendo a gordura das ovelhas? Será que é apenas por ambiciosa falta de escrúpulos que pegam uma Bíblia e saem por aí pregando e fundando igrejas, apenas para cobrar muitos dízimos, roubando com mentirosas exigências o pão dos pobrezinhos do Senhor, sem se importar com as consequências que lhes sobrevirão no dia do Juízo Final? Vai ver que eles nem sequer creem nesse Juízo... 4 - seria CONTRADIZER o ensino de todos os apóstolos de

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Jesus em At 15:1-11, onde Pedro, e com ele “toda a multidão” dos discípulos que estava junto, afirma (no versículo 10) que ninguém jamais conseguiu suportar (ou cumprir) o jugo da Lei (leia bem isto, porque o Dízimo é da Lei), e que os cristãos procedentes tanto dos judeus como dos não judeus (os não judeus são os gentios, quer dizer, as pessoas das demais nações do mundo), se salvarão pela GRAÇA, sem esse jugo legal do Antigo Testamento, ao qual pertence o Livro de Malaquias. Observe, ademais, que Pedro qualificou de “tentar a Deus”, quer dizer, de pecado, esse esforço dos legalistas por introduzir a Lei dentro da Aliança da Graça. Não seria, pois, de alguns desses mesmos espíritos tentadores daquele tempo que receberam estes cobradores legalistas atuais sua inspiração para contraditar o ensino apostólico de Pedro, que falara, ele sim, sob a genuína e veraz guia do Espírito Santo?;

5 - seria CONTRADIZER o Evangelho em At 15:28-29, onde “escrito está” que ao Espírito Santo pareceu bem não impor aos cristãos maiores obrigações do que as essenciais de se absterem de coisas sacrificadas aos ídolos, de carne de animais sufocados e de relações sexuais ilícitas. E, nesta altura, perguntamos nós a esses supostos mestres: Já percebe-ram que ao Espírito Santo não pareceu bem considerar o Dízimo como coisa essencial para ser um bom cristão? E, já que ao Espírito de Deus não pareceu bem isso, quem pensam eles que são, para impor como essenciais coisas que Deus não impõe? Eles estão ensinando nas suas igrejas que quem não paga o Dízimo “não e um bom cristão”, que é “ladrão de Deus”, e que, portanto, sempre segundo a pregação deles, perde a paz com Deus, visto que o próprio Evangelho ensina que os ladrões não herdarão o Reino do Céu. Por causa do dinheiro que representa essa taxa, tornam essencial a taxa do Dízimo e expulsam da comunhão com o Corpo de Cristo os que não a pagam, assassinando assim suas próprias ovelhas, que, fora da comunhão com os demais irmãos e enfraquecidas pela confusão, terminam se envolvendo de novo na correnteza do mundo, que “jaz, inteiro, no Maligno”. Será que estão tão endurecidos pela ambição, que não temem mais o juízo do Altíssimo, quando diz que melhor lhes fora atar

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uma pesada pedra no pescoço e se lançar ao mar?... ou é que, simplesmente, não creem em Deus o tanto que aparentam, e por esse motivo não se importam com nada mais que não seja saquear em nome de Deus o bolso das ingênuas ovelhas? Neste caso, são ministros do deus da ganância, Mamon, como foram sempre todos os avarentos da História. Não ministros de Cristo;

6 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Rm 2:16, onde “escrito está” que o julgamento de Deus será realizado de conformidade com o Evangelho de Jesus, que não cobra Dízimos em nem um sequer dos trechos doutrinários escritos pelos seus apóstolos (Já vimos que Mt 23:23 não é o que eles querem fazer crer). Tal julgamento não será realizado de conformidade com a “Lei e Profetas” à qual pertence o Livro de Malaquias com seu trecho de Ml 3:8-10, o predileto deles. Estes cegos legalistas insistem, porém, em julgar os cristãos não dizimistas, acusando-os de “roubar a Deus” com base nesse trecho, quer dizer, com base na letra da Lei para a qual o cristão morreu mediante o corpo de Cristo (Rm 7:4), demonstrando-se, assim, mentirosos e falsos ministros do Senhor Jesus e da sua Graça, à qual “nem entram nem deixam seu rebanho entrar”, pelo inapelável motivo de Gl 3:10 e 5:4. Fazem suas ovelhas confiar numa inexistente paz com Deus mediante o fiel pagamento do Dízimo, e não mediante o sangue de Cristo, que é o único meio válido estabelecido por Deus. Confiando nessa paz sob um fundamento falso, elas permanecem no pecado que nenhuma Lei pode tirar; e, permanecendo o pecado, permanece a maldição dele: A morte. Dessa incapacidade da Lei para tirar nosso pecado e sua maldita consequência da mortalidade, deduziu o apóstolo a afirmação: “os que são das obras da Lei estão sob maldição”;

7 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Rm 3:19-28, onde “escrito está” que tudo quanto a Lei diz é, apenas, para mostrar aos que estavam sob a Lei (o povo judeu) seu condenável estado de mortais filhos do caído Adão diante de Deus, como todos os demais pecadores da restante humanidade (versículo 19) e que toda a justificação prometida (não diz concedida) por Deus através da “Lei e

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Profetas” (versículo 21) foi agora dada aos homens sem Lei (sem qualquer lei, incluída a do Dízimo), gratuitamente por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus (versículo 24), independentemente das obras da Lei - e o Dízimo é uma das obras da Lei - (versículo 28). Se é gratuita, e se não depende das obras da Lei, então ninguém poderá acusar um cristão de transgressão ou de “roubo a Deus” pelo fato dele não pagar as taxas e tributos exigidos no Antigo Testamento ao povo judeu. Muito pelo contrário, para o cristão, querer se ajustar à prática da Lei do Sinai para ser justo aos olhos de Deus, significa se desligar de Cristo e da Salvação que ele nos oferece de graça, segundo Gl 5:4. Ora, esses farsantes dizem que o cristão perde essa gratuita justificação por não pagar o Dízimo, passando a ser um “ladrão de Deus”, porque são mestres da deturpação e da mentira, exercendo seu “ministério” apenas com finalidades avarentas, visando o lucro. E na sua cobiça estão dispostos a todo tipo de jogo sujo, sendo este o motivo pelo que tudo aquilo que não serve a seus ambiciosos interesses pessoais (disfarçados de interesses de Cristo) eles o qualificam de heresia e sectarismo, ferozmente decididos a manter as ovelhas escravizadas sob sua farsa doutrinária, para que continuem servindo como base de sustentação financeira à sua megalomania. A luz da verdade genuína da Graça que há em Jesus jamais brilhou em seus corações, ou, se brilhou, como Balaão e Judas, eles preferiram o caminho da ganância;

8 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Rm 6:14, onde “escrito está” que os seguidores de Cristo não estamos debaixo da Lei, e, sim, da Graça. Como, pois, querem estes fariseus nos levar de volta para debaixo da Lei do Dízimo? A qual espírito obedecem eles quando tentam fazer isso? Será que não veem que tal tentativa é “tentar a Deus”, ou seja, pecar, servindo ao espírito tentador, conforme o apóstolo Pedro ensinou em At 15:5-10?;

9 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Rm 7:4-6, onde “escrito está” que os cristãos “morremos no que à Lei se refere (Lei do Dízimo incluída) por meio do corpo de Cristo, para pertencermos a Jesus ressuscitado, e não à Lei (versículo 4), e que, por termos morrido nessa cruz,

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estamos libertos da Lei, andando agora no Espírito Santo, e não mais servindo sob o caduco regime da letra das tábuas dadas no Sinai (versículo 6). Mas esses mercenários, sem qualquer escrúpulo, querem nos fazer pertencer a isso para o que já morremos naquela cruz de Cristo, nos convidando a descer da cruz para nos dedicarmos à escravidão da Lei do Dízimo. Através deles, espíritos ambiciosos, disfarçados neles de eficientes servos do Senhor, estão tomando de assalto os púlpitos das igrejas cristãs de modo avassalador, sem que nada possamos fazer para impedir essa assustadora invasão do joio infernal. Estão fazendo das almas mercadoria, como já bem dantes nos advertiram profeticamente os apóstolos (Tt 1:10-11; 2Pe 2:3; Ap 18:9-

13). A norma deles é: “Quanto dizimas, tanto vales”. Seus “melhores membros” nas suas igrejas são os que mais grana lhes levam. Só que, com esse sujo comércio de almas, eles estão pisotean-do o sangue de Cristo, “enganando e sendo enganados”, sem perceber que “dura coisa é cair nas mãos do Deus vivo”... e nas mãos dele cairão!

10 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Rm 8:l-17, onde “escrito está” (referindo-se ao trecho de Rm 7:11-14, que explica os efeitos da Lei ao mostrar a natural malignidade pecaminosa existente em todos nós) que a condenação que procede da aplicação da Lei nos que a quebrantam, incluída a lei do Dízimo, já não atinge mais aos convertidos que verdadeiramente estão em Cristo (ver o versículo 8:1, em contexto com Jo 5:24), e que a libertação das garras do pecado (pelo perdão do mesmo) e da morte veio a nós através de Cristo, por meio da vivificante ação do Espírito da Vida, algo que para a Lei era impossível (versículo 3), dado que o ministério desta era, ao contrário, o de nos condenar (2Co 3:6-9). Também nos ensina este trecho de Rm 8:1-14 que foi o Espírito de Cristo quem trouxe a vivificação ao nosso espírito humano (versículo 10, em contexto com 1Co 6:17), assim como será este mesmo Espírito de Cristo (não a Lei) quem vivificará nossos corpos mortais no dia do Arrebatamento da Igreja (versículo 11), conforme o ensino de 1Co 15:49-54 e Fp 3:20-21. Ademais, ainda faz constar

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que “os que são guiados pelo Espírito de Deus (e não pela letra caduca da “Lei e Profetas”) é que são filhos de Deus, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, e não com a Lei, nem com o Dízimo que dela faz parte (versículos 14-17); 11 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Rm 8:32-34, onde “escrito está” bem claro que Deus nos dará gratuitamente (e não mediante o pagamento do Dízimo ou da observância de qualquer outra exigência da Lei) a nós, os cristãos, todas as cousas (versículo 32). Você sabe o quanto significa essa palavra “todas”? Ora: esse termo “todas”, significa, nesse contexto, todas as cousas que você pode receber de Deus, sem exceção! Significa tudo quanto você precisa de bom, vivificante e edificador, no seu cotidiano viver espiritual e físico (incluída essa prosperi-dade financeira que os mercenários prometem em troca do Dízimo). Isto Deus nos fará do mesmo modo que concedeu gratuitamente Seu próprio Filho por nós na cruz, sem nada nos cobrar por esse sacrifício redentor e salvador! Se Deus dá, pois, todas estas coisas de forma gratuita aos cristãos, quem poderá acusá-los de ladrões por não pagar o Dízimo de uma Lei que não vigora para eles? Ninguém, porque “Deus é quem os justifica” mediante o preço do sacrifício de Jesus, e não por meio observância da Lei (versículo 33 em contexto com Rm 3:21-28). Ou, quem poderá condená-los por esse mesmo motivo, jogando-lhes na cara esse deturpado trecho de Ml 3:8-10? Ninguém, porque já Jesus morreu em lugar deles, cumprindo em si mesmo a sentença da Lei de Deus (toda ela, completa, incluindo a que estabelecia o pagamento do Dízimo) que sobre eles havia (versículo 34 em contexto com Rm 8:3-4 e Rm 7:4);

12 - seria CONTRADIZER o Evangelho em 1Co 9:20, onde “escrito está” que o apóstolo Paulo, já convertido a Cristo, não estava mais sob o regime da Lei (e isto inclui a Lei do Dízimo que, para decepção dos farsantes dizimeiros, em nenhuma das suas cartas às igrejas de Jesus mandou ele pagar; pelo contrário, a forma cristã de contribuição à igreja ensinada por ele nessas suas cartas, é a dádiva voluntária, em quantias definidas de acordo com o que cada um, livremente, sentir no seu próprio coração movido pela

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voz do Espírito Santo e não pela voz enganadora dos homens, segundo diz em 2Co 9:5, 7;

13 - seria CONTRADIZER o Evangelho em 2Co 3:4-16, onde “escrito está” que o ministério cristão não é mais exercido de conformidade com a letra das tábuas de pedra da Lei que Deus deu a Moisés no Monte Sinai (versículos 6 e 7), que no citado texto é chamada “ministério de morte e condenação”, porque ela, em vez de dar vida eterna, condenava o pecador à morte. Ao invés disso, o Evangelho diz ali que o ministério cristão pertence a uma Nova Aliança, a do Espírito que vivifica (sobre a base de um gratuito perdão total mediante o valor do já derramado sangue de Jesus.), e que é diferente e maior que a aliança das tábuas de pedra, a qual jamais conseguiu tirar o véu da pecadora carnalidade que impede o povo de ver a glória de Deus (versículos 14, 15, 16). Como, pois, poderia o pagamen-to do Dízimo tirar o véu dessa carnalidade que toda a Lei completa, da qual ele é parte, jamais conseguiu tirar? Será que eles não sabem ler onde diz que “é em Cristo que esse véu é removido”? E Cristo não cobra Dízimos para removê-lo. Pelo contrário: Ele mesmo pagou por nós o preço de tal remoção, na cruz. Assim, quando eles insistem em desenvolver um ministério baseado nas leis das tábuas de pedra, estão, na verdade, ministrando ainda a condenação e a morte, mesmo que em meio do seu ensino legalista falem de Jesus aqui e acolá como recheio para sua fachada de cristianismo; 14 - seria CONTRADIZER o Evangelho em 2Co 5:17-19, onde “escrito está” que “se alguém está em Cristo (e não no regime da “Lei e Profetas” à que pertence a exigência do Dízimo) é NOVA criatura: as cousas antigas (tanto a velha vida pessoal, como o regime do Antigo Testamento) já passaram; eis que se fizeram NOVAS (nova vida no Espírito, nova Lei do Espírito, segundo Hb 7:12)... Deus nos reconciliou CONSIGO (não com a Lei) por meio DE CRISTO (não por meio da “Lei e Profetas”, nem do Dízimo)... Deus (não a “Lei e Profetas”) estava EM CRISTO (não na “Lei e Profetas”) reconciliando CONSIGO (não com a Lei) o mundo, não imputando (ou

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cobrando) aos homens as suas transgressões” (ou seja, perdoando, de forma gratuita, ao contrário do que fazia a “Lei e Profetas”, que cobrava o pecado e condenava o pecador, segundo 2Co 3:6-9; Rm 3:19; Rm 8:3-4; Gl 3:21-22). Como pode esta palavra se ajustar à vida de alguém que não consegue se sentir em paz com Deus se não pagar essa taxa em dinheiro chamada Dízimo? Não pode, de modo nenhum, porque o cristão dizimista foi convencido a se sentir culpado do pecado de “roubar a Deus” por não pagá-la. Sua liberdade em Cristo ficou destruída pelo falso ensino baseado no uso propositadamente errado das palavras de Malaquias, e, em lugar de paz com Deus, o que sente é a autoacusação disfarçada de voz de Deus; 15 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Gl 1:6-8, onde “escrito está” que qualquer ser humano ou angelical que pregue ensinos diferentes ao que está escrito nessa Carta aos Gálatas, é anátema, ou seja, maldito. E essa Carta aos Gálatas é, toda ela, um discurso demonstrando que é absolutamente impossível conciliar na vida do cristão a Nova Aliança da Graça com a velha aliança da Lei (e, é claro, o Dízimo que a esta pertence), tal e como apropriadamente define a Bíblia Explicada, da Casa Publicadora das Assembleias de Deus, nestas valiosas palavras transcritas da sua página 431:

“O tema (da Carta aos Gálatas) é a vindicação do Evange-lho da Graça de Deus E SUA LIBERTAÇÃO DE QUAL-QUER MISTURA DE LEGALISMO, QUE TENDE A COMPROMETER SEU CARÁTER DE PURA GRA-ÇA”.

E, para provar ao leitor que esta afirmação não é apenas uma deturpação nossa do que aquela respeitada Casa Publicadora edita, ou mesmo um mero erro isolado deles, transcrevemos também aqui o comentário que a este respeito da supremacia absoluta da palavra do Novo Testamento e da Aliança da Graça nele contida, oferece-nos, na Nota sobre Gl 5:7, a “Bíblia de Estudo Pentecostal”, dessa mesma afamada Casa Publicadora das Assembleias de Deus, e cujo Editor é o reputado e insuspeito Teólogo “assembleiano”, Pr. Antonio Gilberto:

“O falso ensino, ou nega as verdades fundamentais da fé cristã, ou declara que é necessário algo mais além do

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Novo Testamento para o crente ser um cristão comple-to. Todo ensino cristão deve ser averiguado pelo teste da verdade apostólica, isto é: O ensino em evidência conforma-se com a mensagem original de Cristo e dos apóstolos CONFORME O NOVO TESTAMENTO? Devemos fazer as duas seguintes perguntas: Algum ensino omite parte da verdade apostólica? Ou, acrescenta-lhe algo extrabíblico, embora reconhe-cendo a mensagem apostólica? Nunca devemos averiguar tais ensinos exclusivamente pelos nossos sentimentos, experiência, resultados, mila-gres ou por aquilo que outras pessoas estão dizendo. O NOVO TESTAMENTO É O PADRÃO SUPRE-MO DA VERDADE”. Até aqui, a nota da Bíblia de Estudo Pentecostal.

Vê-se, nela, a extraordinária ênfase dada pelas Assembleias de Deus à supremacia absoluta do Novo Testamento, todo ele, e não já apenas a Carta aos Gálatas, o que é mais do que correto, devido a conter ele a revelação do ministério vivifi-cante do Filho de Deus, o Dono da ‘Casa’, que somos nós, os cristãos, como esclarece a divina palavra em Hb 3:3-6. Perguntamos: Por que escuso motivo não cumprem esses mercenários dizimeiros de uma vez por todas com essa sábia orientação, e param logo com essa farsa farisaica de querer provar suas falsas verdades aparentemente cristãs com deturpados textos do Antigo Testamento, que, como acabamos de ver, não são o “padrão supremo ou último da verdade revelada no novo regime da Graça”, nem fazem parte da nova mensagem original de Cristo e dos apóstolos conforme ensinada no Novo Testamento? Por um só motivo: A pregação da genuína Graça não lhes rende a fortuna que produz a caduca obrigação do Dízimo. É isso mesmo: O objetivo deles é lucro... “grana”! Pelo afã do lucro, eles, descaradamente, “dizem, e não fazem”: Com os lábios ensinam às suas ovelhas que “não estão debaixo da Lei, e sim da Graça”, mas, na prática, impõem-lhes as pesadas cargas dessas mesmas caducas Leis do Antigo Testamento, que os apóstolos jamais impuse-ram à igreja cristã do seu tempo; muito pelo contrário,

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sempre combateram decididamente sua imposição no seio da Graça, qualificando-a como “tentação à Deus” (At 15:5-10;

Gl 5:4); 16 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Gl 2:11-21, onde “escrito está” que o apóstolo Paulo considerou pecado (note a palavra ‘repreensível’ ou ‘condenável’ no versículo 11) contra a verdade evangélica toda tentativa de obrigar os cristãos gentios (o que hoje se aplica a nós, que não descendemos de Abraão segundo a carne) a viverem segundo a “Lei e Profetas” dos judeus (versículo 14, em contexto, na mesma carta e tratando do mesmo assunto, com Gl 5:4), “porque nenhum ser humano será justificado diante de Deus pela prática das obras da Lei (e o Dízimo é obra da Lei) e, sim, apenas mediante a fé na obra redentora de Jesus Cristo (versículo 16), ressaltando, como já vimos em Rm 7:4, que os cristãos “mediante a própria Lei morremos para a Lei na cruz de Cristo (versículo 19), razão pela qual fica excluída qualquer possibilidade de sermos justificados ou de qualquer outra maneira abençoados mediante a prática das obras dessa Lei para a qual Deus nos considera mortos (e aqui se inclui, sem dúvida, a obra do pagamento do Dízimo, por pertencer a ela), pois isso seria equivalente a anular a Graça para nós mesmos (versículo 21) e, portanto, anular a salvação, pois isto é o que o apóstolo quis dizer em Gl 5:4, ao afirmar que se desligam de Cristo e decaem da Graça todos quantos pretendem se justificar diante de Deus pelo cumprimento das obras da Lei;

17 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Gl 3:1-5, onde “escrito está” que é insensatez ter começado a caminhada cristã recebendo o Espírito Santo pela fé (e não pelas obras da Lei, conforme os versículos 1 e 2) para depois cair na “lábia” dos enganadores acreditando poder ser aperfeiçoados mediante a prática da letra da Lei — seja a do Dízimo ou qualquer outra do Antigo Testamento (versículos 3, 4 e 5, em contexto com Hb 7:19 onde diz que a Lei jamais aperfeiçoou cousa alguma). Lamentavelmente é isso mesmo o que esses falsos mestres da cobrança do Dízimo estão fazendo com seus ingênuos fiéis:

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Estão conduzindo-os para uma vida insensata, árida, estéril, sem vitória sobre as forças do mal, na medida em que as empurram a cumprir ordenanças do Antigo Testamento que, segundo Gl 3:21, não podem vivificar ninguém, nem conce-der as bênçãos prometidas por Jesus a seus seguidores; ou seja, que não podem dar a vitória contra quem tem o poder de arrastar as vidas para a morte e de escravizar os homens com todo tipo de males, a saber, o Diabo (Hb 2:14-15). Dessa insensata forma, a vida vitoriosa e abundante no Espírito torna-se impossível, e esses fiéis passam a existência toda entre confusões, miséria, dores, doenças e enfermidades que na plena Graça são eliminadas de maneira gratuita mediante o suficiente sacrifício de Cristo na cruz, e não mediante o pagamento de dinheiro ou seja lá da forma que for, nem mediante a oferta de bens materiais de qualquer espécie. “Pelas suas chagas fostes curados”, é muito diferente de “pelo pagamento do Dízimo sois curados”. Esta última frase não existe na Bíblia. Existe, sim, esta outra: “Eles (os cristãos) o venceram (a Satanás e todos seus demônios incluído o famoso Devorador que eles tanto temem) pelo sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho (sobre Jesus) que deram” – (Ap 12:11);

18 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Gl 3:10, 13, 16 e 19, onde “escrito está” que todos quantos se dedicam a praticar as obras exigidas pela Lei, em suposta obediência à vontade de Deus, buscando assim estar em paz com Ele (e isto inclui os que se deixam arrastar à obediência da Lei do Dízimo apenas por fugir de serem acusados de “roubar a Deus’), todos estes estão debaixo de maldição (versículo 10), por não conseguirem escapar, através dessa prática legalista, desta maldita condição de morte em que nascemos todos desde a queda de Adão, e da qual somente Jesus Cristo pode nos salvar (versículo 13). Além disso tudo, da Lei não se pode separar só um trecho conforme as conveniências de cada homem ou mulher que funda uma religião ou igreja, sem sofrer graves consequências; ao invés disso, quem quiser obedecer a um pedacinho dela, terá que obedecê-la toda, INTEIRA, segundo está escrito aos que estavam sob ela: “Maldito todo aquele que não permanece em todas as cousas escritas no livro da Lei,

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para praticá-las”. Ou seja, quem quisesse dividi-la já caía sob maldição, conforme também ensina Tg 2:10-11. Não dá para obedecer somente a lei do Dízimo e jogar as demais no lixo. Obedece tudo, ou não obedece nada. Mas ai é que surge o problema mais grave: Ninguém consegue obedecer toda a Lei, por mais que se esforce. Qualquer um que tentar vai logo descobrir o significado verdadeiro das palavras de Paulo em Rm 7:13-14. “O pecado está em nós”. Por isto, na Lei o que há é muita maldição por todo lado; e este é o motivo pelo qual para Paulo se fez “evidente que pela Lei ninguém é justificado diante de Deus”: Ela não oferece salvação... oferece, apenas, castigo, maldição; e mais castigo, e mais maldição (versículos 10-11 deste capítulo 3 de Gálatas). Ir atrás da obediência de Ml 3:10 com a pretensa ilusão de conseguir assim estar em paz com Deus, deixando de lado o resto da Lei, é dividi-la, e, portanto, é correr atrás de maldição. Caem no ‘desligamento’ de Cristo e no ‘cair’ da Graça de que fala Paulo em Gl 5:4 os que querem tentar observar a Lei para obterem justificação diante de Deus. Quem pensa estar em paz com Deus porque paga o Dízimo, está também contrariando, além do próprio ensinamento apostólico, os atuais ensinos teológicos mais respeitáveis, como estes: “Os evangélicos creem que a Lei dada por Deus a Moisés findou na cruz (Cl 2:14-17). Desde então vivemos SOB A GRAÇA DE JESUS CRISTO (Jo 1:17, Rm 6:14; Tt 2:11)”. - (‘Defesa da Fé’, do ICP, ano 2, No. 1, de 1988, pág. 146); “O Capítulo 8 da Carta aos Hebreus é bem claro a respeito do Novo, bem como sobre o Antigo Concerto: Na era cristã é o Novo Pacto que vigora (Hb 8:13; Hb 12:24) Em 1 Coríntios Paulo faz menção da Nova Aliança (11:25). O Antigo Concerto caducou com a morte expiatória de Cristo. É óbvio, além do mais, que é impossível estarmos debaixo dos dois concertos ao mesmo tempo”. (‘Defesa da Fé’ do ICP, ano 2, No 1, de 1988, pág. 80/81). Ainda neste mesmo trecho de Gl 3:10-13, “está escrito” que “Cristo nos resgatou da MALDIÇÃO da Lei... para que a benção de Abraão chegasse aos gentios” (versículos 13-14). Ora, é comum nos pregadores do Dízimo a mentirosa alega-ção de que para recebermos as bênçãos que Deus prometeu a Abraão, principalmente as materiais, devemos cumprir com

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o fiel pagamento dessa taxa, “do mesmo modo que Abraão a pagou”- dizem eles. Porém, aqui, o Evangelho nos ensina o contrário: Cristo nos resgatou dessa maldição da Lei, para que pudéssemos receber de graça todas essas bênçãos prometidas a Abraão, acrescentando ainda (no versículo 19) que a duração da Lei era apenas ATÉ que viesse o descendente de Abraão a quem foram feitas essas promes-sas; e este descendente, segundo consta no versículo 16, É CRISTO, que veio faz dois mil anos! Nisto há plena concor-dância entre esta palavra apostólica de Gálatas e a afirma-ção de Jesus em Lc 16:16, ONDE, TAMBÉM, DIZ QUE A DURAÇÃO DE LEI ERA ATÉ JOÃO BATISTA, confirman-do o fato de que faz esses mesmos dois mil anos que a Lei não vigora mais, nela incluída tudo o que diz referente ao Dízimo. Jesus veio naquele tempo trazendo, por meio do seu pessoal cumprimento da sentença da Lei contra o pecado de todos nós, a bênção prometida a Abraão na forma da salvação, da vida eterna e de todo o resto da herança cristã que aquela Lei jamais conseguiu dar a ninguém (Rm 8:1-4; Hb 7:18-25). Portanto, faz dois mil anos que a Lei não tem mais nada a cobrar de nós. Sendo, pois, gratuita a recepção em Cristo, pela fé, das bênçãos prometidas por Deus a Abraão, por que razão haveríamos de pagá-las hoje com essas taxas em dinheiro ou outros bens materiais que os mercenários nos cobram com a promessa de que é assim que iremos recebê-las? Chega de sofrer nas mãos dos dizimeiros: Chega de ser explorado: Não pague mais pelo que Deus quer lhe dar somente pela Sua Graça! Deixe que lhes paguem os desprevenidos ingênuos que igno-ram o significado real da Bíblia TODA, ou aqueles que, como Caim, por cega ambição, confundem o caminho da fé verda-deira com a farisaica prática de interesseiras contribuições financeiras sobre a base caduca das exigências da “Lei e Pro-fetas” e suas antigas promessas de prosperidade material, esperando receber em troca cem vezes mais, apenas porque assim lhes prometeram seus gananciosos pregadores do Dízi-mo. Nós, os cristãos, é pelo santo Espírito da Graça que espera-mos as coisas melhores que Deus nos dá GRATUITAMEN-

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TE em Cristo, sem nada nos cobrar por elas, porque Jesus já as pagou com sua própria vida derramada na cruz, faz dois mil anos;

19 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Gl 3:21-25, onde “escrito está” que jamais foi promulgada uma lei (incluída a do Dízimo) que pudesse nos dar a vida (versículo 21) porque, se tivesse sido dada, através dela é que receberíamos a justiça (e a vivificação), com as bênçãos espirituais e materiais que dela advém, e, nesse caso, não teria sido necessário vir Cristo Jesus se sacrificar à toa por nós. E também “está escrito” que a Lei era um aio ou tutor para conduzir os que sob ela estavam até Cristo, o verdadeiro Salvador e vivificador, vindo o qual já não se permanece subordinado a esse “aio” ou “tutor”, ou seja, a essa mesma Lei da qual faz parte também aquela ordenança do Dízimo à que se refere Ml 3:10 (versículos 24-25). Se você já está EM Cristo, para que quer aios ou tutores que lhe levem até ele? Você não acharia muito tola a atitude de alguém que, estando dentro da cidade de São Paulo, lhe pedisse ajuda para poder chegar à cidade de São Paulo?... Só pede esse tipo de ajuda quem está fora da cidade... Assim mesmo, só precisa de aio ou tutor para chegar a Cristo, quem está fora de Cristo (e, mesmo assim, depois do sacrifício na cruz e do dia de Pentecostes, o aio ou tutor para levar até Cristo quem não está nele, de acordo com Jo 16:8-15, é o Espírito Santo);

20 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Gl 4:21-30, onde “escrito está” que foi na própria “Lei e Profetas” que, em alegoria (ou figura), através da família do patriarca, profetizou-se a respeito de duas alianças ou pactos ou testamentos diferentes, para um tempo futuro em relação à época em que os fatos aconteceram na vida de Abraão, mais de 400 anos antes que Deus desse no Monte Sinai a Sua Aliança da Lei ao povo de Israel (versículos 2l-25 em contexto com Gl 3:19), e à mais ou menos dois mil anos antes que fosse dada a Aliança da Salvação pela Graça através de Cristo Jesus (versículos 26-28). Assim, nessa história real de Sara e Hagar estava já preanunciada a vinda da Aliança da Lei, representada por Hagar

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(versículos 24-25), e, muito tempo depois dela, a implantação desta Nova Aliança da Graça que nós temos hoje em Cristo Jesus (versículos 26-28), lá representada por Sara, a esposa legítima de Abraão, à qual Deus tinha feito a promessa gratuita (Gl 3:17-18) que agora, em Cristo, pertence a nós, seus seguidores fiéis (versículos 28 e 31 em contexto com Gl 4:4-7). Conforme esta explicação dada pelo apóstolo Paulo, o que está escrito no versículo 30 desta passagem em estudo, passa a ter uma assombrosa significação, que, de todos os modos que se queira analisá-la, é a luminosa verdade do Espírito de Jesus, o supremo Mestre, gritada aos quatro ventos através da Carta aos Gálatas, para todo quem tiver “olhos para ver e ouvidos para ouvir”: “Lança fora da tua vida a Lei do Sinai (a ‘escrava’ Hagar) e os seguidores da Lei (representados por aquele ‘filho’ da ‘escrava’), porque de modo algum os seguidores da Lei (o ‘filho’ da ‘escrava’) serão herdeiros (das promessas que seriam cumpridas no Novo Pacto) com os seguidores da Graça que há em Cristo (estes são os cristãos, ‘filhos’ da livre)”. Qual é o teólogo inteligente que se atreve a negar isto em público e por escrito? Só se for um daqueles obtusos fariseus ‘cara de pau’ que pululam pelas nossas igrejas, fazendo toda aquela encenação da motivação emocional apenas para arrecadar mai$ e mai$.

“Lança fora a Lei”! Por que não querem ouvir os cobradores do Dízimo, que se dizem evangélicos, esta instrução do Evangelho que de lábios professam obedecer? Ora, porque a ambição deles é maior do que a vontade de se submeter obedientemente à voz do Espírito Santo. A voracidade da sua avareza já devorou qualquer sensibilida-de ou genuíno temor de Deus e do seu julgamento;

21 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Gl 5:4, onde aberta e enfaticamente “escrito está” que todas as pessoas que procuram se justificar (estar em paz) perante Deus pelo cumprimento de qualquer uma das ordenanças da Lei (e a exigência do Dízimo pertence a ela), dada para condenar o pecado e não para dar a justificação diante dele a ninguém, estarão, na cotidiana realidade, se desligando de Cristo; ou seja, se desunindo de Cristo; se

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separando dele, que é o único através de quem podemos obter, pela sua obra redentora na cruz, a salvação eterna e todas as bênçãos, também as materiais, prometidas a nós, os descendentes de Abraão em Jesus Cristo, que mediante nenhum mérito pessoal poderíamos alcançar tão gloriosa graça, segundo o ensino já conhecido de At 4:11-12; Ec 8:8; Sl 49:7-14; Rm 3:19-20; Mt 19:25-26 e Jo 15:4-5, e de muitos outros textos do Evangelho apostólico que, para não estender demais este item, nos abstemos de citar aqui;

22 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Ef 1:3-6, onde “escrito está” que toda classe, espécie ou sorte de bênção espiritual, Deus já no-las deu EM CRISTO JESUS, e não na “Lei e Profetas” (versículo 3), e no-las deu desde antes da fundação do mundo, ou seja, desde antes que existisse sequer o planeta Terra e qualquer um dos seres humanos que nele existem ou existiram, inclusos Adão, Abel, Abraão, Moisés, e toda a restante lista de personagens da Antiga Aliança ou Antigo Testamento cujos atos ou palavras esses cegos legalistas querem fazer valer mais do que a Graça de Jesus, que o pai de amor nos concedeu gratuitamente no seu amado filho desde antes de fazer o mundo, ou seja, desde antes sequer de nascermos! (versículo 6). Gratuitamente (“deu”), é sem qualquer preço que não seja o todo suficiente sacrifício de Cristo na cruz; ao contrário da Lei, durante o vigor da qual o povo tinha de pagar um preço por tudo, sob pena de ficar em débito com Deus, ou de ser acusado de ‘ladrão’ da Casa do Tesouro, quando não pagava o Dízimo;

23 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Ef l:13-14. onde “escrito está” que o ‘penhor’ ou garantia que Deus nos dá de que receberemos toda a herança que Ele mesmo nos oferece gratuitamente em Cristo Jesus, é o próprio Espírito Santo, que Ele derrama em nós de graça, apenas pela fé na obra do Cordeiro de Deus, segundo Gl 3:1-5 e 3:13-14. Esse ‘penhor’ ou garantia é o Selo maior da nossa Salvação (está selado quem já recebeu o Espírito Santo), e Ele no-lo dá, não mediante nosso pessoal cumprimento da lei do Dízimo referida em Ml 3:10, nem mediante a prática de qualquer outra exigência da “Lei e Profetas”, mas pelo

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preço já pago pelo Messias na cruz, como Cordeiro de Deus na Páscoa de Deus. E a ‘herança’ à que alude o texto, é composta por todas as promessas divinas de provisão espiritual e material (incluso a prosperidade financeira que hoje oferecem pelo preço do Dízimo os cobradores dessa taxa); promessas essas que Deus fez também a Abraão para serem cumpridas em Jesus de Nazaré, e que este, vindo, fez como “acréscimo” gratuito no Evangelho (Mt 6:19-33; Rm 8:32) a todos quantos buscarmos primeiramente o reino de Deus e a sua justiça. Na Aliança da Graça, Deus dá essas coisas gratuitamente, apenas pela fé na obra de salvação perfeita, completa e eterna realizada exclusivamente pelo Seu Filho Jesus Cristo, e que a “Lei e Profetas” (ou Antigo Testamento) jamais realizou por ninguém, porque não era esse o objetivo para o qual Deus a deu;

24 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Ef 2:5-11, onde “escrito está” que a salvação, com todas as bênçãos que dela derivam, é PELA GRAÇA (versículo 8), somente mediante a fé na obra de Jesus Cristo (como descrita nos versículos 5-7) e não mediante qualquer outro meio, como as obras da Lei (versículos 8-9 e 15), o que significa que tampouco é mediante essa obra de efetuar o fiel pagamento do Dízimo, ao que tanto valor abençoador atribuem seus drásticos e cegos cobradores;

25 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Ef 3:6, onde “escrito está” que TODA a herança dada por Deus em Cristo Jesus é nossa MEDIANTE O EVANGELHO DE JESUS, e não mediante a “Lei e Profetas” como andam pregando esses mercadejadores falsamente zelosos da Lei, que jamais compreenderam nem a Graça de Deus nem a própria Lei que tanto alegam conhecer... Ou, se compreenderam, devem ter se vendido como Balaão, cegados pela contabilidade “mais estável” do Dízimo, do qual dizem, mentindo sem qualquer escrúpulo, que depende a recepção da parte material das bênçãos dessa herança (... só se for a parte deles, que já recebem neste mundo bens materiais comprados com o pão das famílias famintas, pouco se importando se depois nada receberem

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lá no outro lado, que é eterno, no qual, porém, eles parecem não crer de coração!);

26 - seria CONTRADIZER o EVANGELHO em Fp 3:2-9, onde “escrito está” que Paulo desprezou sua privilegiada condição entre o povo judeu, de fariseu irrepreensível na prática da Lei (versículos 4-6), abandonando essa antiga aliança para vir se tornar seguidor da Nova e mais sublime Aliança da Graça, a fim de ganhar a Cristo (versículos 7-8), deixando de depender, por isso, das obras da Lei para alcançar a justificação, porque descobriu que mediante a fé na obra redentora de Cristo receberia a verdadeira e eterna justificação e paz com Deus: a da Graça, que procede do próprio Deus (versículo 9), e não do pagamento do Dízimo, ou da circuncisão, ou dos sacrifícios de qualquer tipo, ou de quaisquer outras práticas legalistas;

27 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Cl l:12-23, onde “escrito está” que foi Deus, mediante o Seu próprio Filho (e não mediante a sujeição à “Lei e Profetas”) quem nos fez aptos ou capazes para desfrutar a herança que temos em Cristo (versículo 12); e esta aptidão ou capacidade Ele a efetua, hoje, produzindo em nós, de graça, ATÉ O PRÓPRIO QUERER, conforme explicado em Fp 2:13, como prometido em Jo 16:7-15, e como confirmado em 1Ts 5:23... “para que ninguém se glorie” achando que sua santidade procede de si mesmo ou da prática de qualquer Lei, seja ela da espécie que for, como a do Dízimo, por exemplo, que jamais recebeu de Deus esta incumbência messiânica de nos transmitir tão gloriosa aptidão ou capacidade;

28 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Cl 2:1-17, onde “escrito está” que todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento divinos estão ocultos em Cristo (não na “Lei e Profetas”), motivo pelo qual os fiéis deverão crescer em Cristo (não na “Lei e Profetas”), estando nele (Cristo) firmemente “radicados, edificados e confirmados na fé, tal como fostes instruídos no Evangelho” - não na “Lei e Profetas” — (versículos 2-7), porque é em Cristo —

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e não na “Lei e Profetas” — que habita corporalmente toda a plenitude de Deus, derivando-se desta gloriosa realidade o fato evidente de que todos quantos nele (Cristo) fomos unidos pela sincera aceitação da sua redenção e do seu senhorio, estamos aperfeiçoados (versículos 9-10), não precisando, por isto, das supostas “perfeições” pregadas pelos legalistas do Dízimo, os quais ignoram a palavra de Deus em Hb 7:19, onde claramente diz que “a Lei jamais conseguiu aperfeiçoar ninguém”. Eles, que machucam os cristãos condenando-os como ‘ladrões de Deus’ porque não pagam uma taxa que Jesus não está cobrando de ninguém hoje, deveriam entender que esta plenitude de Deus que há em Cristo envolve todo tipo de bênção que Deus tenha para nos dar nesta atual Aliança da Graça. E deveriam entender, também, que a Lei do Sinai que cobrava nossa dívida perante Deus, e que constava de ordenanças, foi já toda paga, cancelada e inteiramente removida pelo sacrifício do Filho de Deus na cruz, em nosso lugar, para que já não tenhamos nós mais dívida alguma perante Deus (versículos 11-14 em contexto com Rm 7:4 e Gl 3:13). E ainda entender, por este motivo, que ninguém, seja homem, seja anjo vindo do Céu, poderia nos cobrar hoje essa tal dívida de Ml 3:10. Se o entendessem, não no-la cobrariam mais. Os que o entendem e mesmo assim o cobram, o fazem apenas por descarados e sem-vergonhas que são;

29 – seria CONTRADIZER o Evangelho em Cl 3:9-11, onde “escrito está” que o cristão é uma nova obra de Deus, uma “nova criatura”, ou “novo homem”, que não vive mais regido pelas leis dos ‘gregos’ (todas as nações diferentes da nação judaica), nem pelas leis dos judeus (aqui denominados de “circuncisão”, envolvendo assim tanto a Aliança de Deus com Abraão e o Dízimo que este deu a Melquisedeque, como aquela Aliança da Lei dada a Moisés no Monte Sinai); ou seja, nem pelos ensinos ou legislações do Antigo Testamento. O que o Evangelho está nos ensinando aqui é que o cristão não vive pelas leis de ninguém, seja quem for, judeu ou não, devido a que apenas Cristo, por habitar nele toda a plenitude de Deus, é que pode ser tudo em todos, salvando-

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os, vivificando-os, abençoando-os com todas as bênçãos da sua Graça, e guiando-os para o Céu eterno por meio do seu Espírito, e não por meio da palavra da “Lei e Profetas”, nem do Dízimo que dela faz parte. Portanto, todos esses que induzem o povo a viver conforme a velha criatura regida pelas leis, sejam elas quais forem, incluída a do Dízimo, estão transgredindo esta palavra divina, e, na verdade, estão também afastando-o do verdadeiro caminho da gloriosa salvação que somente Cristo dá, gratuitamente, porque Deus jamais deu este privilégio à Lei (Gl 3:21-22);

30 - seria CONTRADIZER o Evangelho em 1Ts 5:9, onde “escrito está” que “Deus não nos destinou (aos cristãos) para ira (quer dizer, para juízo de condenação, que é para o que serve a Lei segundo 2Co 3:6-9 e Rm 8:3-4), mas para salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo (e não mediante a letra ou as ordenanças da “Lei e Profetas”). Porém, temos ai, nos púlpitos das nossas igrejas, e nos microfones da Rádio e da TV, uma plêiade de pregadores, supostamente inspirados pelo Espírito Santo, gritando impu-nemente que o Dízimo (que é da “Lei e Profetas”) também é salvação. Ora, salvação é vivificação eterna: O Dízimo não dá a eternidade a ninguém. Jamais foi promulgada uma lei que pudesse dar a vida eterna. A forte proclamação de Paulo em Gl 3:21, afirmando que isso jamais aconteceu, ressoará no dia do Juízo Final para envergonhar estes farsan-tes, que hoje enganam nesta Terra aos ingênuos fiéis, levando-os a crer que se não pagam esse Dízimo cairão sob sentença divina de condenação por “roubar a Deus”; quer dizer, as levam a deixar de crer na suficiente eficácia redentora do sangue de Jesus Cristo, pisoteando assim o sacrifício do Filho de Deus, que foi realizado para dar vida eterna a todos quantos nele creem de forma absolutamente gratuita, apenas pelo único e exclusivo preço do sangue de Jesus, que não poderá ser jamais substituído por outro preço;

31 - seria CONTRADIZER o Evangelho em 2Ts 2:1-9, onde “escrito está” que ao voltar, Jesus tomará vingança contra os que não obedecem ao seu Evangelho (versículo 8). Então, relembremos mais uma vez que nesse Evangelho de

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Jesus diz que “se desligam de Cristo todos quantos pretendem se justificar diante de Deus através do cumprimento das ordenanças DA LEI”, porque “pela Lei ninguém será justificado diante de Deus”, devido a que “todos quantos se dedicam às obras da Lei, põem-se debaixo de MALDIÇÃO”, em razão de que “a Lei não aperfeiçoa ninguém”, mas, apenas, traz o “conhecimento do pecado” e dá ao pecador sua correspondente “condenação” (Gl 5:4; Gl

3:10-11; Hb 7:19; Rm 3:19-20; 2Co 3:7-9). Todos quantos pensam, pois, estar em paz com Deus por ter pagado o Dízimo ou por seguir qualquer outra lei do Antigo Testamento, deverão rever sua concepção do que é ser cristão, para que não venha ocorrer neles tal desligamento, sem o saberem, e terminem sendo julgados pelo Evangelho puro, sem os remendos que eles querem lhe introduzir. A Aliança da Graça é perdão eterno em Cristo, e o remendo nela de uma Lei que é condenação é contraditório e absurdo;

32 - seria CONTRADIZER o Evangelho em 2Ts 2:13-14,

onde “escrito está” que Deus nos chamou à Sua gloriosa salvação “mediante o Evangelho de Jesus Cristo”, e não através da prática das exigências e ordenanças da “Lei e Profetas”, da qual faz parte o Dízimo. De outro modo, quê sentido teria a vinda de Jesus de Nazaré, se pudéssemos nos salvar mediante a prática dessa Lei? Nenhum! (Gl 3:21-22). Se houvesse um caminho de salvação pela Lei, Jesus estaria mentindo quando disse: “Eu sou o caminho... ninguém vem ao Pai, senão por mim”. Por este simples motivo, mentem todos quantos dizem que o Dízimo também é salvação... e a mentira é do Diabo!

33 - seria CONTRADIZER o Evangelho em 1Tm 6:3-5, onde “escrito está” que “se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras do nosso Senhor Jesus Cristo (o qual disse que a ‘Lei e os Profetas’ vigoraram até João Batista e que todos os profetas profetizaram até João, referindo-se à palavra normativa do Antigo Testamento), é enfatuado, tem a mente pervertida e está privado da verdade ao supor que a piedade dos cristãos possa ser transformada em fonte de lucro”. Esta palavra parece ter sido escrita especificamente para esses sabichões que, fingindo cara de

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santos servos do Senhor, apregoam ter sido o Espírito Santo quem os enviou a cobrar o Dízimo, no meio do povo da Aliança da Graça, pois é precisamente nesta mesma passagem, no versículo 10 deste capítulo 6, onde a Palavra de Deus arremata com aquela famosa sentença: “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns, nessa COBIÇA (de amar o dinheiro como o ama a maioria dos cobradores do Dízimo) se desviaram da fé...” 34 – seria CONTRADIZER o Evangelho em 2Tm l:9-10, onde “escrito está” que “Deus nos salvou e nos chamou com santa vocação, não segundo as nossas obras (sejam elas obras de obediência à Lei ou não, porque se estas pudessem nos salvar, nenhuma necessidade haveria da vinda de Jesus como Salvador), mas conforme à sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus (e não na “Lei e Profetas” com seu trecho de Ml 3:10), quem, nessa graça, não só destruiu para nós a morte, como trouxe até nós a imortalidade, mediante o Evangelho (e não mediante a “Lei e Profetas”, nem mediante o Dízimo que a ela pertence). “...não é por obras nossas... é de graça... mediante o Evangelho”... Onde está aqui o lugar para essa taxa que cobram os dizimeiros? Não há lugar! Pelo contrário, confirma o brado de Paulo:

“Lança fora a Lei”!

35 – seria CONTRADIZER o Evangelho em Tt 3:4-7, onde “escrito está” que a benignidade e a salvação do nosso Deus “para com os homens” (incluído você, leitor) não provém de obras justas praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia (não segundo a prática da Lei do Dízimo ou de qualquer outra) Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo (que, de acordo com Gl 3:l-5, recebemos de graça, apenas pela fé na obra redentora de Jesus, e não através da prática das ordenan-ças ou obras da Lei), que ele derramou ricamente sobre nós por meio de Jesus Cristo (e não da “Lei e Profetas”, nem do dar o Dízimo), a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros”.

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Será que esses falsos legalistas não leem estas coisas? Ou, leem e não compreendem porque falta-lhes o Espírito Santo para guiá-los em toda a verdade da Bíblia TODA? Ou, ainda, compreendem, mas usam de má fé, POR AQUELA MESMA AMBIÇÃO do falso profeta Balaão? No dia do Juízo Final, todos saberemos por qual obscura motivação é que eles fazem essa cobrança do Dízimo, no momento em que sejam envergonhados diante de toda criatura recebendo do Supremo Tribunal de Cristo a sentença que merecem... lá ninguém ficará impune;

36 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Fm 1:14, onde “escrito está” que Paulo não quis fazer nada sem o prévio consentimento de Filemom, no sentido de conservar consigo algo que era de “propriedade” dele (o escravo Onésimo), por um único motivo: “Para que a bondade não viesse a se tornar obrigação”. Note bem o profundo cuidado apostóli-co por preservar a pureza da voluntariedade de toda e qualquer oferta ou contribuição dos cristãos: Nada Paulo queria que fosse por obrigação. Queria que quem desse, o fizesse com a alegria pura de quem dá segundo o propósito do coração movido pelo Espírito Santo, voluntariamente. Já na Lei era tudo o contrário: Uma obrigação seguia outra, sem cessar jamais. A Lei era, toda ela, incluída a cobrança do Dízimo, uma contínua exigência obrigatória que, se não cumprida, pedia punição: Quem não o pagava era acusado de roubar a Deus e tido por maldito (Ml 3:8-9). Por isto, a obediência legalista de pagar ou “devolver” o Dízimo é contrária á voluntariedade cristã, que nasce de uma vida convertida e mantida em genuína comunhão com o Espírito Santo. Não os que guiam-se pela obrigatoriedade da Lei, mas “os que são guiados pelo Espírito, esses é que são os filhos de Deus”. E o Espírito Santo, no Evangelho, não guiou nenhum dos apóstolos a cobrar o Dízimo do novo povo formado pelos convertidos a Cristo; 37 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Hb 2:14-15, onde “escrito está” que foi pelo sacrifício de Jesus na cruz (e não pelo nosso cumprimento das exigências e ordenanças do Antigo Testamento) que a morte foi destruída (ver isto em contexto com 2Tm l:9-10), sendo

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nós, dessa maneira, livrados das garras do Diabo, com ele incluído todo seu exército dos espíritos das trevas ao qual pertence esse tão temido demônio “Devorador” citado em Ml 3:10-11, conforme também confirma Ap 12:10-11, em harmonia com Lc 9:1 e 10:19, onde as palavras “todos” e “todo” não deixam espaço para exceções: Jesus deu gratuitamente aos seus seguidores poder e plena autoridade sobre todos os demônios, e isto vale também contra o tal “Devorador”, para expulsá-lo das nossas vidas através, apenas, da palavra de ordem dada por nós, os servos fiéis do Salvador, sem ter que pagar taxa alguma, mas somente pelo poder do Espírito da Graça que, em nós, opera mediante a fé no seu nome, e não mediante a fé na Lei do Dízimo. No nome de Jesus, temos poder e autoridade “sobre todos os demônios” ...e o Devorador é um demônio! São, pois, mentirosos, todos esses que pregam vitória sobre o Devorador através do pagamento do Dízimo.

Em outras palavras, são hereges. Hereges, com suas heresias legalistas, dominando nossos púlpitos e pontificando como se fossem verdadeiros mestres da Teologia, iguaizinhos a Gamaliel, Caifás, Anás, e toda essa corja de fariseus que mataram Jesus de Nazaré;

38 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Hb 5:7-9, onde “escrito está” que Jesus se tornou o Autor da salvação eterna “para todos os que lhe obedecem” (e não para os que obedecem a Lei do Dízimo ou qualquer outra do Antigo Testamento). Então, se essa salvação é para os que obedecem a Jesus Cristo, obedeçamos quando ele nos ensina que “a Lei e os Profetas” vigoraram até João Batista”, e paremos de pôr sobre as costas do povo cristão esse fardo pesado do Dízimo, QUE NÃO FAZ PARTE DO EVANGELHO DELE!

39 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Hb 7:5, onde “escrito está” que a cobrança do Dízimo era feita “DE ACORDO COM A LEI” (não de acordo com a Graça), acrescentando pouco mais adiante (no versículo 7:12) que, ao se tornar Cristo o sacerdote PERPÉTUO, tornava-se também obrigatória a mudança da Lei preexistente (a

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mosaica do Monte Sinai que regia na época do Antigo Testamento, segundo Hb 12:18-24), para dar lugar à Lei do também PERPÉTUO Espírito da vida de Rm 8:2, que não consiste em mandamentos externos mas na manifestação poderosa da vida divina em nós, justificando ainda a revogação dessa anterior Lei mosaica com a dura sentença de que “a Lei NUNCA aperfeiçoou cousa algu-ma” (nos versículos de 7:18-19). Então, sob inspiração de que espírito de confusão vem agora estes mestres da cobrança do Dízimo querendo nos “aperfeiçoar” mediante o cumpri-mento dessa Lei, esquecidos de que, segundo Cl 2:9-10, é EM CRISTO que estamos aperfeiçoados, e que somente ele é quem pode nos salvar TOTALMENTE, de acordo com o que está escrito nesta mesma Carta aos Hebreus, em Hb 7:22-25? Onde aprenderam eles a ler? Tal vez tenha sido em alguma dessas escolas farisaicas que existem por aí, aos pés de algum desses tantos Gamaliéis, Caifás ou Anás modernos que, qual funesta praga legalista, multiplicaram-se no seio do cristianismo...

40 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Hb 8:1-13. onde “escrito está” bem claro que a Nova Aliança, da qual Jesus é o mediador único e exclusivo, não é segundo essa anterior aliança mosaica que Deus tinha feito no Monte Sinai com o povo de Israel (versículos 6-9), mas outra, nova!!!, que tornou antiquada a anterior e a fez desaparecer (versículos 10- 13); palavra esta que é confirmada em 9:11-15 desta mesma Carta aos Hebreus, e, depois, repetidamente, em 9:24-26; 10:10; 10:12-14 e 10:19-22, trechos nos quais brilha esplendorosa a verdade sobre a salvação gratuita, perfeita e eterna que Jesus obteve para nós, sem nos ter obrigado à prévia obediência das exigências e ordenanças da “Lei e Profetas”, isto é, do Antigo Testamento (que estes falsos mestres amantes do dinheiro querem nos impor agora “goela abaixo” através da cobrança do Dízimo, enga-nando a todos seus ingênuos seguidores ao afirmar que é o Espírito Santo quem lhes ordena efetuar tal cobrança e que “rouba a Deus quem não o paga” ou “devolve”, ocultando maliciosamente a verdade de que a Nova Aliança fez desapa-recer a ‘anterior’, a ‘antiga’, ou seja, o Antigo Testamento). À luz desta verdade bíblica, tornam-se mais claras, firmes e

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valiosas as seguintes afirmações, transcritas da “Bíblia Explicada”, da Casa Publicadora das Assembleias de Deus, que, na página 469, em sua Introdução da Carta aos Hebreus, diz: “Foi escrito (Carta aos Hebreus) com um objetivo duplo: l- confirmar os crentes israelitas, mostrando-lhes que o judaísmo (ou seja, “Lei e Profetas”) tinha terminado, devido ao cumprimento por Cristo da Lei; e 2- os trechos de exortação mostram que o escritor tinha em vista o sempre presente perigo de os crentes judeus voltarem ao judaísmo (isto é, à “Lei e Profetas” ou Antigo Testamen-to). É claro de (Livro de) Atos, que até os mais robustos dos crentes da Palestina ficaram presos a uma estranha mistura de cristianismo (Graça) e judaísmo (“Lei e Profetas”) — (At

21:23-24)”. Sendo, pois, que o judaísmo (Antigo Testamento) terminou quando Cristo cumpriu a Lei por nós, e que é um sempre presente perigo os cristãos voltarem ao judaísmo, formando uma ‘estranha’ mistura do remendo velho da “Lei e Profetas” na Nova Aliança da Graça, como se explica então essa obsessiva insistência ministerial entre as igrejas ditas evangélicas em obrigar suas ovelhas a cair vítimas de tal ‘perigo’, realizando por instrução dos próprios pregado-res a tal ‘estranha’ mistura de praticar nas vidas cristãs o Dízimo judaico, que deveria haver terminado devido a esse cumprimento por Cristo da Lei? Onde está a coerência do ensino deles? Será que, como os fariseus, também nós, os cristãos de hoje, estamos dizendo uma coisa e praticando outra? Pregamos liberdade, sendo nós mesmos ainda escravos da obediência à leis que jamais puderam libertar ninguém? ...é o que está parecendo: A evidência está ai. Enxerga quem quer.

41 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Tg 2:5, onde “escrito está” que Deus escolheu os que são pobres neste mundo, não para lhes arrancar o pão da boca como fazem os cobradores do Dízimo, mas para fazê-los ricos na fé E HERDEIROS DO REINO QUE ELE PROMETEU aos que o amam; não aos que amam os farsantes que sem dor

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nem escrúpulos arrancam das bocas famintas dos filhos dos pobres o pouco pão que tem, quando os obrigam com suas pregações de ameaças e terror a pagar um Dízimo que Deus já não cobra mais de ninguém, cabendo-lhes a repreensão de Jesus em Mt 15:3-6, quando acusou:

“Transgredis o mandamento de Deus por causa da vossa tradição: Deus ordenou: Honra a teu pai e a tua mãe... Mas vós dizeis: Se alguém disser a seu pai ou a sua mãe: É oferta ao Senhor aquilo que poderias aprovei-tar de mim; esse jamais honrará a seu pai ou a sua mãe. E assim invalidastes a palavra de Deus por causa da vossa tradição (ao obrigar o povo a dar como oferta “para Deus” o dinheiro do pão dos seus pais, das suas mães, dos seus filhos, etc.).

É exatamente essa a forma de “invalidação” da divina palavra que estão praticando estes atuais cobradores do Dízimo: Estão tirando o pão da boca dos membros das famílias cristãs sob a fingida desculpa de que é oferta ao Senhor. “A obra do Senhor vem em primeiro lugar... você não pode tomar para si nem para seus filhos aquilo que é a oferta ou Dízimo ao Senhor, para sua obra!” - gritam eles tomados de hipócrita fervor, ignorando que a obra do Senhor somos nós, seus filhos em Cristo, e não esses suntuosos prédios de tijolo que eles levantam com o suado pão de cada dia do povo. Exigem uma “oferta” que, na forma do Dízimo do Antigo Testamento, é mentirosa quando imposta no seio da cristandade, porque Deus não a está cobrando de ninguém que pertença à Nova Aliança da Graça em Cristo Jesus. Pelo contrário, adverte que é desligar-se de Cristo e decair da Graça querer se apresentar bem perante Deus mediante o cumprimento das obras da Lei; e o Dízimo, repetimos, é uma das tantas ordenanças dessa Lei. Ademais: Onde já se viu oferta ser obrigação? Oferta deve nascer do coração. E, nascer, voluntariamente, sem pressão nem coação, de acordo com o ensino apostólico em 2Co 8:7-15 e 9:7. Se não for voluntário, já não é oferta, nem Graça. E se for coagido ou pressionado psicologicamente com frases como “não pagar o Dízimo é roubar a Deus”, já não é voluntário;

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42 - seria CONTRADIZER o Evangelho em 1Pe 1:13, onde “escrito está” que os cristãos devemos esperar INTEIRAMENTE na Graça que nos está sendo DADA na revelação de Jesus Cristo” (não da “Lei e Profetas” que tão deturpadamente amam os que afirmam que quem não cumpre Ml 3:10 “rouba a Deus”, condenando assim, com um fari-saico erro doutrinário, àqueles que pelo gratuito benefício do sangue de Jesus, e não pela Lei, tem paz com Deus). O que significa esperar INTEIRAMENTE? Ora: Significa esperar EM TUDO! NO NOSSO ESPÍRITO, NA NOSSA MENTE, NA NOSSA CARNE! Tudo quanto precisamos nessas três áreas da nossa vida, deveria vir a nós pela graça, ou seja, de modo gratuito, das mãos do nosso Deus, pelo único mérito da obra redentora de Jesus. Se assim não fosse, o Evangelho seria mais uma farsa, porque Dízimo não é gratuito: Dízimo é preço... é 10% do salário! Visto que o Evangelho não é uma farsa, então a falsidade está na cobrança do Dízimo aos seguidores de Jesus. 43 - seria CONTRADIZER o Evangelho em 2Pe 1:3-4, onde “escrito está” que é através das promessas divinas DOADAS a nós (não pagas pelo Dízimo ou pelo cumprimento de qualquer exigência ou ordenança do Antigo Testamento) que poderemos nos tornar COPARTICIPANTES da natureza eterna de Deus! Ora, se é através de promessas DOADAS, então é pela GRAÇA em Cristo, e não pela “Lei e Profetas”, que recebemos este, que é o maior privilégio ao alcance dos seres humanos: A filiação divina através da coparticipação na natureza do próprio Deus. O que é DOADO, não pode ser cobrado. Se Deus assim quis nos dar gratuitamente esta glória maior, como não nos dará juntamente com Cristo, também de graça, todas as demais coisas prometidas no Evangelho? (Rm 8:32) Qual é a promessa divina para os dias de hoje que você precisa ver cumprida em sua vida? Seja ela qual for, é

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DOADA; não cobrada. Se fosse pelo Dízimo, já não seria DOAÇÃO. Seria compra, comércio. E aí estaríamos caindo na Síndrome de Caim: Dar algo material a Deus, para que Deus nos dê...

44 - seria CONTRADIZER o Evangelho em 1Jo 3:21-23, onde “escrito está” que Deus nos DARÁ (não diz VENDERÁ) aquilo que pedirmos (e isto inclui a prosperi-dade material necessária prometida em Mt 6:33), não por guardar os mandamentos antigos da “Lei e Profetas” de que faz parte a obrigação do Dízimo, mas por obedecer-mos ao Seu NOVO mandamento, que nos pede crer no nome de Seu Filho Jesus Cristo e nos amarmos uns aos outros do modo como Jesus nos amou e ensinou... e no seu ensino não existe a cobrança de Dízimos aos membros do seu Corpo-Igreja. É desta maneira que nós, cristãos, obtemos a abertura das janelas do Céu HOJE, sem importar como a obtinham os fiéis judeus no tempo em que vigorava a “Lei e Profetas”, nem no tempo em que Malaquias escreveu seu livro onde está o trecho de Ml 3:10 que os dizimeiros tanto gostam de usar;

45 - seria CONTRADIZER o Evangelho em 1Jo 5:11, onde “escrito está” que Deus nos DEU (não vendeu) a vida eterna. E QUE ESTA VIDA ESTÁ NO SEU FILHO; não no seguimento da “Lei e Profetas”, nem nas recompensas lá prometidas aos pagadores do Dízimo. Por que será que os dizimeiros têm tão dura a cerviz, a ponto de não conseguirem enxergar estas verdades tão simples? É porque a cobiça lhes cega o coração. “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”...

46 - seria CONTRADIZER o Evangelho em 2Jo 1:9-11, onde “escrito está” que “todo aquele que ultrapassa a doutrina (ou ensino) de Cristo (como no-la deram os apóstolos) e nela não permanece (como esses que querem voltar para o Antigo Testamento, segundo também nos afirma Gl 5:4) não tem Deus”. Os cobradores do Dízimo querem nos tirar da doutrina de Cristo para nos arrastar a escravidão da Lei; sobre os tais, este texto sagrado ainda ordena o que devemos fazer com eles quando vem a nós com sua heresia legalista:

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“Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina (o ensino consistente na genuína mensagem do Evangelho de Jesus pregado pelos seus apóstolos), não o recebais em casa nem lhe deis as boas vindas, porque todo aquele que lhe dá as boas vindas se faz cúmplice das suas obras más”. Você quer ser cúmplice dos ladrões que cobram taxas e Dízimos que o Espírito Santo jamais cobrou ao Corpo de Cristo? Então, seja. Você é livre, e Deus respeita esse seu livre arbítrio, do mesmo modo que respeitou o de Adão, Caim, Balaão e Judas. Mas lembre: “De Deus ninguém zomba”... O que você semear aqui, isso você colherá lá, no dia de Mt 7:21-23... semeie ventos e colherá tempestades!

47 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Jd 1:3-4, onde “escrito está” que devemos batalhar pela fé do Evangelho da nossa comum salvação, que nos foi entregue pela GRAÇA do nosso ÚNICO Soberano e Senhor, JESUS CRISTO, e não pela “Lei e Profetas” de que faz parte o Dízimo de Ml 3:10. Esses que andam batalhando pela defesa da cobrança do Dízimo nas igrejas cristãs, deveriam entender que a fé pela que batalharam todos os apóstolos do Senhor Jesus foi sempre a mesma, e que no Evangelho que eles nos legaram não há lugar para nenhuma das leis do Antigo Testamento: Eles não batalharam para estabelecer a Lei do Dízimo; antes, declararam que é tentar a Deus querer impor as leis dadas por Deus a Moisés no meio do povo de Cristo; 48 –seria CONTRADIZER o Evangelho em Ap 1:5, onde “escrito está” que “aquele (Jesus) que nos ama, e pelo seu sangue (não pela Lei nem pelo Dízimo que ela exigia) nos libertou dos nossos pecados e nos constituiu reino, sacerdo-tes para seu Deus e Pai, a ele (e não à Lei) a glória e o domínio pelos séculos dos séculos”. Se você quer perder seu tempo tentando ser do reino de Deus através do pagamento do Dízimo, tente... Mas o advertimos: A palavra infalível do Senhor nos diz que isso só é possível pelo sangue de Jesus, isto é, mediante o perdão total e gratuito que ele nos obteve na cruz. E nos diz, também, que

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todos quantos tentam ser do reino mediante a prática das obras da Lei, se desligam de Cristo e decaem da Graça; 49 –seria CONTRADIZER o Evangelho em Ap 5:9, onde “escrito está” que os gentios de todo povo, tribo, língua e nação que formam o rebanho de Cristo, fomos comprados para Deus, não com o dinheiro do Dízimo, nem com a prática das obras da “Lei e Profetas”, mas “com o sangue do Cordeiro”, Jesus de Nazaré. E, comprados, para sermos reis e sacerdotes de Deus ministradores de Vida, e não escravos de mandamentos mal interpretados pelos homens, como esse, já caduco, cujo cumprimento nos cobram ainda hoje os farisaicos dizimeiros; 50 - seria CONTRADIZER o Evangelho em Ap 12:7-11, onde “escrito está” que é Jesus Cristo (e não a “Lei e Profetas” ou Antigo Testamento) quem nos dá a vitória definitiva contra Satanás e seus anjos do mal (entre os quais, logicamente, está incluído o famoso e tão temido “Devorador” de Ml 3:8-11); vitória esta que obtemos, não pelo pagamento do Dízimo conforme Deus prometera a Israel lá em Malaquias, mas por causa do sangue do Cordeiro (versículo 11), ou seja, desse mesmo Jesus de Nazaré que também nos deu, pela fé no seu nome, poder e autoridade sobre todos os demônios, do maior ao menor, todos eles, separados ou juntos (Lc 9:1; Mt 10:1) e sobre todo o poder deles (Lc 10:17-19), sendo que neste “todo” não foi feita qualquer exceção, indicando assim que a autoridade do cristão opera também sobre aquele “Devorador”. Não há, pois, o que temer: Quem de verdade está com Jesus, é “mais que vencedor”, porque está com o vitorioso Senhor de senhores, desfrutando de uma eterna vitória que foi já COMPLETAMENTE consumada há dois mil anos, gratuitamente para nós, inclusive sobre o Devorador! Uma vitória completamente consumada, que Satanás não tem mais como desfazer. Ele pode, apenas, enganar os tolos induzindo-os, como induziu Caim, a quererem pagar por uma vitória e por uma bênção que Deus só dá de graça, em Cristo.

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Jamais de outra maneira, nem em outro alguém... Por preço nenhum diferente do sangue de Cristo!

51 – seria CONTRADIZER o Evangelho em Ap 21:6-8, onde “escrito está” que, a quem tem sede, Jesus dará de graça (não como recompensa pelo Dízimo) da fonte da água da vida; e que apenas o vencedor (nesse regime da Graça) é que herdará gratuitamente estas cousas. Herdará, sem preço, como qualquer filho herda do pai aqui no mundo, sem ter que “devolver” nada a ninguém depois de receber. Se fosse por preço, já não seria herança, nem seria de graça. Aos demais, que não perseveraram na Graça, ele diz: “Quanto, porém, aos covardes (que não tiveram coragem para enfrentar a oposição do mundo e dos legalistas para seguir com firmeza o caminho da Graça de Cristo), aos incrédulos (que não acreditaram na pregação da salvação gratuita exclusivamente mediante a obra redentora de Jesus), aos abomináveis (como os cães enganadores e legalistas de que falam Fp 3:2 e Is 56:10-11), aos assassinos (que matam as ovelhas “alimentando-as” com a palavra da Lei que, conforme Gl 3:21, Rm 8:3- 4 e Hb 7:18-19, não consegue tirar ninguém da morte para lhe dar a vida), aos impuros (que nem o Dízimo nem o restante da Lei conseguem limpar do seu pecado – Gl 3:10-11), aos feiticeiros (que para arrancar o dinheiro do ingênuo povo o empurram a crer nos poderes de jornais ‘ungidos’, de areias ‘santas’, de sal preparada para espantar os maus espíritos, chicotes poderosos para amarrar os demônios, etc.), aos idólatras (que por cobiça levam o povo a viver sob a fachada carnal da Lei, iludindo-o com as promessas de bens materiais que esta fazia em Ml 3:10-11 aos pagadores do Dízimo, esqueci-dos de que “o amor aos bens deste mundo é idolatria”) e a todos os mentirosos (que afirmam ser o Espírito Santo quem os envia a cobrar o Dízimo), a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre”. 52 – seria CONTRADIZER o Evangelho em Ap 22:14-19, onde “escrito está” que ‘bem-aventurados são aqueles que lavam suas vestiduras no sangue do Cordeiro (não mediante o cumprimento da Lei do Dízimo ou de

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qualquer outra ordenança do Antigo Testamento), para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas (Jesus é a porta, segundo Jo 7:10. Quem tenta entrar à vida eterna por outra porta, como a da Lei do Dízimo, cujos praticantes são ensinados a sentir-se em paz com Deus por pagá-lo ou “devolvê-lo”, esse é ladrão e salteador, de acordo com Jo 10:1-2). Fora ficam os cães (os legalistas de Fp 3:2 e os mercenários ambiciosos de Is 56:10-11), os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras, e todo aquele que ama e pratica a mentira (como os dizimeiros, que mentem dizendo que é Deus quem nos ordena pagar ou “devolver” o Dízimo). Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a brilhante estrela da manhã. O Espírito e a noiva (a Igreja) dizem: Vem. Aquele que ouve, diga: Vem. Aquele que tem sede, venha, e quem quiser receba de graça a água da vida. Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa, e das coisas (boas) que se acham escritas neste livro”.

Agora, pense bem:

Todos estes 52 trechos do Evangelho completo, de Mateus á

Apocalipse, foram diretamente inspirados aos escritores sagrados pelo Espírito Santo. Como, pois, poderia ele próprio contraditá-los sem se tornar mentiroso? Não poderia!

E esses 52 trechos nos provam que, tanto no campo das bênçãos e demais concessões espirituais, quanto no campo palpável das bênçãos e coisas materiais, tudo quanto a humanidade pode esperar de Deus está gratuitamente dado em Cristo Jesus!Não nas exigências da “Lei e Profetas”, que jamais ofereceram nada de graça a ninguém. Elas cobravam uma obediência que, na impossibilidade de ser fielmente praticada por qualquer ser huma-no descendente de Adão, desnudava-lhe assim sua condenada

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condição de natural pecador, separado da Vida que está em Deus (Rm 3:19-20; Rm 5:12). De graça, somente na Aliança da Graça, na qual Deus nos concede a reconciliação eterna com ele e a Vida, junto com as bênçãos todas que foram prometidas para serem concedidas sob o ministério do Messias, que já veio, e é Jesus (Jo 1:17).

Deliram, pois, todos quantos creem que é Deus quem ordena a cobrança do Dízimo hoje, neste tempo da Nova Aliança da Graça, estabelecida sobre o insubstituível fundamento do suficiente sacrifício do “Cordeiro de Deus”, Cristo Jesus (1Co 3:11), porque é absolutamente impossível que o veraz Espírito Santo contradiga a si mesmo! Se Ele contradissesse qualquer um desses 52 trechos do Evangelho de Jesus, se tornaria mentiroso, porque, de conformidade com o explicado na nossa Introdução, em toda contradição, um dos argumentos opostos é mentira. E, pode o Espírito Santo mentir? Pode o Espírito Santo contradizer a si mesmo? É claro que não! (Tt 1:2; 1Jo 1:5; Rm 3:4) Se mentisse, já não seria mais santo, nem seria, por isso, Deus.

Um espírito que mente, é das Trevas; não da Luz (1Jo 3:7-10; Jo 8:44). O pai da mentira é Satanás, não Deus!

É totalmente impossível, pois, que o Espírito Santo de Deus de quem falam o Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo e a Bíblia TODA como o inspirador da palavra dos seus servos, possa ordenar a cobrança do Dízimo sem se tornar falso e mentiroso... ou seja, sem deixar de ser Deus!

E, de fato, não é ele quem cobra essa taxa hoje!

Usurpadores do ministério cristão é que a cobram, disfarçados de

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bonzinhos ministros do Senhor Jesus Cristo, como os “lobos roubadores” contra os quais nos advertia o próprio Senhor, em Mt 7:15-23.

Se o Espírito Santo cobrasse o Dízimo de que fala o Antigo Testamento, esses 52 trechos citados acima seriam todos mentira, e, se assim fosse, teríamos de concluir que o Evangelho todo seria uma grande farsa, e farsa diabólica, porque a mentira, como todos sabemos, é característica do Diabo, que é chamado pelo próprio Senhor Jesus Cristo de “o pai da mentira” (Jo 8: 44). Já o Espírito Santo, ao oposto daquilo, é chamado por Jesus de “o Espírito da Verdade” (Jo 14:15-17; 15:26; 16:7-13).

Dessa forma, sendo Ele “da VERDADE”, não poderia nos ensinar tudo isso que está escrito nesses 52 trechos mostrando que o cristão nada tem a ver com as exigências e ordenanças do Antigo Testamen-to para sua salvação e recepção das bênçãos prometidas no Evange-lho, e, ao mesmo tempo, nos cobrar o Dízimo condenando-nos por ladrões se não o pagarmos. Seria uma contradição injustificável. Fazendo isso, Ele demonstraria uma natureza mentirosa, não santa, porém, maligna.

Mas Ele não o faz.

Ele não nos cobra nada do conteúdo normativo da “Lei e Profetas”, nem que paguemos ou “devolvamos” o Dízimo, até porque é Ele mesmo quem nos revela na profecia antiga (Is 53:5) e na doutrina apostólica (Cl 2:13-15) que Jesus pagou na cruz toda dívida nossa para restabelecer nossa paz com Deus, e é este o motivo pelo qual estava profetizado em Is 52:2-3 que nosso resgate das garras do maligno seria realizado “sem dinheiro”.

Dizer que um cristão rouba a Deus por não pagar ou “devolver”

o Dízimo, é condena-lo, porque a palavra do Evangelho é bem clara e taxativa ao dizer que “os roubadores ou ladrões não herdarão o reino de Deus” (1Co 6:9-10), e até chega a ordenar que os tais sejam expulsos do meio da igreja (1Co 5:11-13).

O Espírito Santo, porém, nem nos cobra o Dízimo, nem nos

condena por ladrões aos que não o pagamos. Pelo contrário, nos

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ensina que se desliga de Cristo e decai da sua Graça todo aquele que espera ter um melhor e mais abençoado relacionamento com Deus através do pagamento do Dízimo ou do cumprimento de qualquer outro ponto da Lei (Gl 5:4).

Na mais estrita realidade, o que os cobradores do dízimo estão

fazendo ao condenar como “roubadores” ou ladrões os cristãos que não o pagam ou “devolvem”, é cair numa grave heresia e num tremendo pecado, devido a que com essa atitude estão destruindo vidas de convertidos que de acordo com 1Co 3:16-17 são “santuário de Deus”, nos quais habita o Espírito de Deus. Contra este pecado, a palavra de Deus lhes adverte duramente, ali mesmo, dizendo:

“Se alguém destruir o Santuário de Deus, Deus o destruirá, porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado”!

Calem, pois, a boca os pretensiosos teólogos a serviço dos dizimeiros, porque a real verdade é que em todo o Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo não existe nem sequer um único versículo estabelecendo ou implantando na igreja cristã a cobrança ou o pagamento do Dízimo. Sua teologia é, por isto, falsa teologia. Não existe no Novo Testamento nem um único trecho sequer em que possam esses mestres do engano fundamentar, com a irrefutável e biblicamente contextual autoridade de Jesus e de seus apóstolos, essa farsa que já os levou ao absurdo de criar hilariantes expressões como essa de “o Dízimo da Graça”! Ra...! Onde já se viu essa palhaçada de “Dízimo da Graça”? Na Graça não há taxa... e onde não há taxa não há Dízimo! A Graça não cobra nem pede: Dá! Por isso, se você procurar em todos os escritos dos apóstolos de Jesus um único trecho em que eles instituam esse tal irrisório “Dízimo da Graça”, perderá seu tempo. Não se deixe enganar mais, leitor cristão: Se a Graça veio com Jesus Cristo no Novo Pacto estabelecido sobre o exclusivo mérito,

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valor ou pagamento do seu sangue, conforme nos afirma a palavra divina em Jo 1:17 e Mt 26:27-28, então por mais que pesquisar minuciosamente em todo o Novo Testamento, desde Mateus até Apocalipse, para achar na palavra dos apóstolos dele esse ensino do tal “Dízimo da Graça”, não o achará. Ali, no Evangelho da verdade, não encontrará essa nova heresia... ...não achará esse novo disfarce dessa antiga mentira! E, sabe por que não achará? Porque é tudo uma mera farsa doutrinária deles. Não existe essa invencionice do “Dízimo da Graça” na Nova Aliança em Cristo Jesus. Isso é apenas mais uma aberração mentirosa inventada pela fértil e astuta imaginação desses estelionatários espirituais para justificar sua velhacaria. E como se pode pagar ou “devolver” parcialmente algo que nos foi entregue todo de graça? Ora essa: O que se recebe de graça como um todo não se paga nem se “devolve”, seja total, seja parcialmente. Devolver, seria ofender o Doador. Lembre que “os dons de Deus são irrevogáveis”. Não os revogue! Deus não quer que Lhe paguemos ou “devolvamos” nada de toda a herança gratuita que ele nos concedeu em Cristo. Muito pelo contrário, o Evangelho do nosso Senhor Jesus é, TODO ELE, um manancial de bênçãos GRATUITAMENTE oferecidas a todo o que, convertido, nele crê, tal como estava já profetizado no Livro de Isaías, quase oitocentos anos antes de vir ele ao mundo como o Verbo encarnado, dizendo:

“Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si... foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidade: O CASTIGO (OU PENITÊNCIA OU SACRIFÍCIO OU PREÇO) QUE NOS TRAZ A PAZ ESTAVA SOBRE ELE, e pelas suas feridas fomos sarados... O SENHOR FEZ CAIR SOBRE ELE A INIQUIDADE DE

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TODOS NÓS... Se lhes tornou Salvador. Em toda a angústia deles foi ele angustiado, e o Anjo da sua presença os salvou; PELO SEU AMOR E PELA SUA COMPAIXÃO ELE OS REMIU... POR NADA FOSTES VENDIDOS; SEM DINHEIRO SEREIS RESGATADOS. Ah! Todos vós os que tendes sede, vinde às águas; E vós OS QUE NÃO TENDES DINHEIRO, VINDE, COMPRAI, E COMEI; SIM, VINDE E COMPRAI, SEM DINHEIRO E SEM PREÇO. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor naquilo que não satisfaz? Inclinai os vossos ouvidos e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; por que convosco farei uma aliança perpétua, que consiste nas fiéis MISERICÓRDIAS prometidas... SEM DINHEIRO sereis resgatados”.

Percebeu ? Segundo esta palavra profética da “Lei e Profetas”, já desde os tempos antigos as profecias sobre Jesus o mostravam trazendo uma salvação gratuita, sem dinheiro, PELA GRAÇA, e não pelas obras da Lei. Jamais, em toda a História da Bíblia, servo algum de Deus se viu OBRIGADO a pagar alguma coisa que possa se chamar “Dízimo da Graça” ou “Devolução” parcial das bênçãos recebidas de Deus. Nem no Antigo Testamento, nem, muito menos, no Novo.

“O que é por obrigação, já não é por Graça”. E herança que se deva devolver não é herança!

A Graça, nas ofertas dos seguidores de Jesus, se caracteriza pela

mais absoluta, incondicional e gratuita voluntariedade, sem interferências nem influências amedrontadoras, e sem acusações de que quem não dá é “ladrão de Deus”, porque as acusações deste tipo não passam de um macabro e demoníaco método de pressionar e coagir psicologicamente o indivíduo simples e sincero que, por não conhecer o significado pleno da Bíblia TODA, termina se

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autocensurando, se autoculpando e se autocondenando ao ser confrontado desde o púlpito com esse tão maliciosamente aplicado texto de Ml 3:8-11, no qual Deus realmente acusava de “ladrões” aos membros do povo judeu que não pagavam o Dízimo exigido pela Lei quando esta ainda vigorava. A grande maioria das ovelhas, coitadas, não tem como saber que esse texto não tem vigor ou validade no meio da igreja de Cristo Jesus, e cai na armadilha, sem que ninguém possa defendê-la ou esclarecê-la, porque está no meio de uma comunidade ensinada a pensar assim desde a sua conversão e na qual ninguém discorda dessa “doutrina” por achar que ela é verdadeira.

Porém, desde os tempos antigos, o do Messias anunciava-se

como um ministério da Graça: No âmbito teológico, os dois mais aceitos tipos de Cristo no Livro de Gênesis, são Isaque e José, filho e bisneto de Abraão respectivamente. Ambos possuíram muitas riquezas. E onde os vemos dando ou recebendo Dízimos da espécie que for, seja o tal “Dízimo da Graça” ou o Dízimo da obrigação legal, seja a “Devolução”?

Em lugar nenhum da Bíblia!

E, no ensino dos apóstolos do Senhor Jesus Cristo, onde nos é cobrado Dízimo algum, chame-se “da Graça” ou da Lei, chame-se “Devolução”? Nenhum dos apóstolos jamais no-lo cobraram! Sabe por que? Primeiro, porque as concessões e bênçãos do Pacto da Graça não são pagas por nada que não seja única e exclusivamente o sangue do Cordeiro de Deus, Jesus. Segundo, porque na Graça não há nada dessa Lei do Antigo Testamento. Terceiro, porque Deus não dá herança aos seus filhos para depois lhes exigir que Lhe seja “Devolvida”. A Aliança da Graça é “outra”,

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é “diferente”, é “nova”, e seu preço, único, é bem mais elevado: a vida do Filho de Deus!

Chega, pois, de torpes enganos:

A cobrança do Dízimo na Igreja de Cristo Jesus, seja lá qual for o nome ou disfarce que queiram dar-lhe, é uma farsa farisaica, legalista e mercenária, que nada tem a ver com as instruções que o Evangelho dá aos cristãos! Esta é a palavra de Jesus, o único dono da verdade. É, também, a palavra dos seus apóstolos, que através do Espírito Santo no-la ministraram. É a verdade que todos devemos seguir, obedientes à voz do Pai que nos disse: “A ele (Jesus) ouvi”.

Então não fique confuso imaginando como poderiam as coisas funcionar direito nas igrejas sem dinheiro, num mundo em que tudo é na base da “grana”. Um grande número de pessoas, quando defronta-das com este nosso ensino da Graça, sempre nos perguntou: “SE O POVO CRISTÃO NÃO PAGAR O DÍZIMO, COMO ENTÃO SE MANTERIAM E SOBREVIVERIAM AS IGREJAS NESTA ESTRUTURA SOCIOPOLÍTICA E ECONÔMICA EM QUE SÃO OBRIGADAS A BANCAR CUSTOS REAIS E INEVITÁVEIS TAIS COMO ÁGUA, LUZ, ALUGUEL, TRANSPORTES, MANTIMENTO PARA OS OBREIROS, ASSISTÊNCIA AOS POBRES, ETC.?

A resposta a essas inquietudes está escrita no Evangelho faz quase dois mil anos: As igrejas cristãs se manteriam e sobreviveriam da mesma forma que se manteve e sobreviveu a igreja cristã dos tempos apostólicos: À BASE DE OFERTAS, DOAÇÕES E CONTRIBUI-ÇÕES DE CARÁTER ABSOLUTAMENTE VOLUNTÁRIO, SEM QUALQUER FORMA DE PRESSÃO OU COAÇÃO, tal como nos mostram os relatos de At 2:44-45; 4:32-35 e 20:32-35, com os quais concordam as sãs palavras do apóstolo Paulo em Fp 4:10-19, que se resumem no gracioso ensino de 2Co 9:7, onde ele

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nos diz:

“Cada um contribua SEGUNDO TIVER PROPOSTO NO CORAÇÃO, não com tristeza ou por necessidade (isto é, por obrigação), PORQUE DEUS AMA AO QUE DÁ COM ALEGRIA”.

Quem dá pressionado ou coagido pelo temor de se sentir “ladrão” das coisas de Deus ou pela necessidade de “ter as coisas” deste mundo, não se encaixa, segundo o texto acima transcrito, na definição de um que “dá com alegria”. Ou seja: Não era com a contribuição deste tipo de pessoas que se mantinham as igrejas dos tempos apostólicos. Jamais os apóstolos praticaram essa forma de chantagem psicológica ou de estímulo consumista sobre suas ovelhas. As igrejas dos tempos apostólicos mantinham-se e sobreviviam através dos atos de generosidade livre e VOLUNTÁRIA dos seus membros. Estes membros podiam DOAR ou contribuir com o tanto por cento que quisessem, ou podiam também reter consigo suas posses, conforme provam as palavras do apóstolo Pedro a Ananias em At 5:4. Quem sentisse vontade de DOAR 1 por cento, podia. Quem 5 por cento, podia. Quem 10 por cento, podia. Quem 20 por cento, podia.

Quem 50 por cento, podia.

Quem 100 por cento, podia.

E quem não quisesse DOAR nada, também era livre para isso, tal e como Pedro esclareceu a Ananias no citado texto de At 5:4. Os apóstolos jamais rejeitaram as DÁDIVAS ou OFERTAS

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REALMENTE VOLUNTÁRIAS, NÃO INDUZIDAS COM EXPRESSÕES ACUSADORAS COMO ESSA DE “LADRÃO DE DEUS”, QUE OS MERCENÁRIOS LANÇAM HOJE CONTRA QUEM NÃO QUER OU NÃO PODE DAR, PARA PRESSIONÁ-LO E COAGI-LO PSICOLOGICAMENTE. Os apóstolos rejeitaram, isto sim, toda e qualquer tentativa de introdução das obrigações da Lei, tanto “moral” como “cerimo-nial” ou “civil”, para dentro da Nova Aliança da Graça. A Carta aos Gálatas, Carta aos Romanos, e Carta aos Hebreus, são três irrefutáveis exemplos dessa aberta e decidida rejeição apostólica a essa aberração de “remendo de pano velho em pano novo”, que, segundo Jesus, não tem como dar certo. A partir do dia de Pentecostes em que o Espírito Santo do Eterno Pai foi derramado nos seus filhos para que habitasse neles “para sempre”, nenhum cristão foi obrigado pelos apóstolos a efetuar qualquer espécie de pagamento do Antigo Testamento, fosse ele Dízimo, Primícias ou qualquer outra coisa parecida. Os apóstolos jamais apelaram para essa esfarrapada desculpa da “manutenção financeira da obra do Senhor” a fim de obrigar suas ovelhas a pagar o Dízimo ou qualquer outra espécie de taxa. Eles sempre confiaram em que o próprio Espírito Santo saberia como mover o coração dos fiéis para dar e contribuir com voluntária alegria, em quantias inspiradas por Ele, e não pela pressão ou coação dos homens que ministravam na igreja. E olha, que não eram igrejinhas pequeninas: A de Jerusalém, por exemplo, antes de completar o primeiro mês de existência, já tinha mais de 5.120 membros, conforme registrado em At 1:14-15; 2:41 e 4:4. Era, pois, uma igreja grande, ATÉ PARA OS PADRÕES NUMÉRI-COS ATUAIS! E você pode ler que nunca algum dos apóstolos pediu a implantação da cobrança do Dízimo nela. Quando eles realizaram o Concílio relatado no Capítulo 15 do Livro de Atos, NÃO FIZERAM NEM A MAIS MÍNIMA MENÇÃO AO DÍZIMO ENTRE AS COISAS ESSENCIAIS QUE ORDENA-RAM AOS CRISTÃOS. Pelo contrário, eles encabeçaram sua Carta Conciliar dizendo: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais cargas...”. É que os membros do Corpo de Cristo andamos pela VOLUNTARIEDADE espiritual, sob a luminosa guia do Espírito

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Santo que, na liberdade provida a nós por Cristo Jesus mediante seu próprio sangue, nos conduz GRATUITAMENTE rumo a essa gloriosa vida ETERNA, que as cargas da Lei não tem recursos para nos conceder. Se pudessem concedê-la, repetimos, o Verbo de Deus não teria se encarnado para sofrer o terrível martírio que sofreu por nós, a fim de que pudéssemos recebê-la junto com as bênçãos materiais todas, que mesmo sendo inferiores às eternas, nos são também concedidas de graça, e não mediante a obediência a normas e ordenanças externas.

Esta é a glória que os legalistas não conseguem enxergar: Os cristãos recebemos tanto tal Vida eterna como essas bênçãos materiais todas, GRATUITAMENTE, apenas estando em Cristo e sendo de Cristo, conforme tão simples e claramente no-lo diz Rm 8:32. Curiosamente, nas nossas andanças por um e outro país, o que temos constatado é que nas igrejas cristãs em que não se obriga o pagamento do Dízimo, a proporção dos membros prósperos e bem sucedidos financeiramente é muito mais alta do que naquelas que obrigam seus membros a pagá-lo. Assista a uma delas e confira: Você descobrirá que é muito difícil achar-se nelas alguém economicamente miserável. Contrariamente, nessas igrejas com maior ênfase doutrinária na obrigatoriedade da Lei do Dízimo, vimos sempre uma maioria financeiramente sufocada, vivendo na berlinda do fundo do poço econômico. É que Deus abençoa àqueles aos quais “Sua Graça lhes basta”. Estes, como os apóstolos do nosso Senhor Jesus Cristo, sabem muito bem que não é o Espírito Santo quem cobra hoje o Dízimo, e, como ensina Pedro, “esperam, inteiramente, na Graça do Cordeiro de Deus”. Esperar inteiramente na Graça do Cordeiro de Deus é frontalmente contrário a esperar nas compensações prometidas pelos espertalhões dizimeiros aos fiéis que cumpram com o pagamento do Dízimo exigido em Malaquias e em toda a restante “Lei e Profetas”.

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Inteiramente, não significa parcial: Parte Graça, parte Lei. Ou seja, “remendo novo em pano velho”. Inteiramente significa totalmente. Quem espera inteiramente na Graça não espera em outra coisa: SÓ NA OPERAÇÃO GRATUITA DO NOSSO SENHOR JESUS CRISTO À SEU FAVOR. Ele é quem gratuitamente “nos abre as portas que ninguém fecha”! Quem acrescenta parte da Lei na Graça, leva as ovelhas à separação de Cristo e ao decair da própria Graça à que de lábios para fora afirmam seguir, conforme Gl 5:4. E isto, logicamente, não é a obra do Espírito Santo. É obra, isso sim, do Diabo!

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DEMONSTRAÇÃO No. 5

SE O ESPÍRITO SANTO NÃO COBRA O DÍZIMO HOJE,

ENTÃO POR INSPIRAÇÃO DE QUAL ESPÍRITO O COBRAM ESSES SUPOSTOS MESTRES?

“De Cristo vos desligastes vós que procurais justificar-vos na Lei, da Graça decaístes... quem vos impediu de continuardes a obedecer a verdade? Esta persuasão não vem daquele que vos chama”.

Gl 5:4-8

“Receio que assim como a Serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam corrompidas as vossas mentes, e se apartem da simplicidade e pureza devidas a Cristo… pois Satanás se transforma em mensageiro da LUZ”.

2Co 11:3, 14

Se não é pelo Espírito Santo que eles cobram o Dízimo, então o

mais lógico é que seja pelo espírito não santo, ou seja, pelo Maligno!

Sim: Essa cobrança é obra do espírito da Mentira. Ou seja: Obra de Satanás. É por esse que eles cobram o Dízimo hoje!

Pode haver outra conclusão?

É claro que não: Se o Espírito Santo não inspira isso que contradiz a palavra da Sua Graça, então a inspiração veio da “Serpente Antiga”.

Não cabe outra postura, por mais duro, cruel e generalizado que

pareça: O pai de toda contradição à palavra de Deus é o Diabo, que é o pai de toda mentira (Jo 8:44).

Se alguém, querendo escapar desta dura conclusão, quiser defender

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alguns colegas sinceros que conhece (ou tal vez a si mesmo), alegando que pode ser apenas pela sutil e enganosa indução da carne enganada que eles cobram o Dízimo, seremos obrigados a lembrá-lo que a vontade e os pensamentos da mente carnal, quando não está submetida à voz do Espírito Santo, faz parte desse “mundo inteiro que jaz sob o Maligno”, e que é justamente por jazer escravizada sob o poder do Maligno que “a carne batalha contra o Espírito”. Para que nossa carne ambiciosa minta, é necessário que, antes, tenha aprendido a mentir, mesmo se a mentira lhe for ensinada como sendo a verdade. Aprender a mentir de forma sincera significa assimilar e/ou difundir, como se verdade fosse, a palavra mentirosa, que procede, toda ela, de Satanás. A sinceridade de um pregador enganado não vai converter uma mentira em verdade. O Senhor Jesus ensinou, em Jo 8:44, que toda mentira vem do pai dela, que é o Diabo. Não há para onde correr: Em termos de palavra religiosa, o que é verdade vem de Deus, e o que é mentira vem, sempre, sem exceção, do Diabo. Se um pregador, por mais sincero que seja, não tem condições de discernir entre mentira e verdade, então ele nem sequer poderia ser pregador do Evangelho vivo e verdadeiro de Jesus: Conforme definiu Paulo, é, para dizer o menos, um ‘neófito”.

Verdade, é que o Dízimo realmente era cobrado pelos sacerdotes

da tribo de Levi ao povo de Israel (Hb 7:5) durante o tempo em que vigorava a Lei do Antigo Testamento (Hb 7:5-12 e 7:18-19).

Mentira, é que esse mesmo Dízimo seja cobrado ou pedido em

“devolução” aos cristãos, convertidos a Jesus Cristo neste Novo Pacto da Graça (Rm 6:14 e 7:4; Gl 3:10-13). Deus não se arrepende do que nos dá, porque “seus dons e vocação são sem arrependimento, ou irrevogáveis” (Rm 11:29). A doutrina dessa “devolução” não está na Bíblia: Foi inventada pelos falsos mestres cobradores, e o povo que os segue engoliu a farsa. Sendo mentira que o Espírito Santo cobra ou pede “devolução” do Dízimo do Antigo Testamento aos seguidores do Novo Pacto da Graça em Cristo Jesus, então o mais lógico é que o pai dessa mentirosa pregação não é Deus, e sim o Diabo!

Sim:

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Afirmamos neste livro, em o nome do nosso Senhor Jesus Cristo, aberta e publicamente, após deixar provado que essa doutrina que obriga os cristãos a pagar ou “devolver” o Dízimo do Antigo Testamento não foi mantida nem estabelecida pelo Espírito Santo na Nova Aliança da Graça em Cristo, que tal ensino sobre a obrigatoriedade desse pagamento entre os cristãos procede de Satanás... e que é somente por inspiração satânica que essa exigência está sendo imposta ao povo dos filhos de Deus nesta era da Graça cristã! Repetimos: Afirmamos aqui, em o nome do Senhor Jesus, que todos esses que dizem estar falando sob a inspiração do Espírito Santo ao fazerem a cobrança do Dízimo do Antigo Testamento nas igrejas cristãs, estão, na realidade, falando sob o comando direto ou indireto dos enganadores espíritos da mentira, cujo líder é Satanás!

Essa é a dura realidade!

Se de boa ou má fé o fazem, isso não muda nada. Apenas, como está escrito: “Vão, enganando, e sendo enganados”!

Pedro, por exemplo, de boa fé, queria que Jesus não fosse sofrer o terrível horror do martírio. E mesmo sabendo da boa fé (carnal) de Pedro, Jesus o repreendeu duramente, dizendo-lhe:

“Arreda satanás!”

É que, tendo ou não cada um consciência disso, e sendo ou não

sincero, “a carne não pode agradar a Deus”, e, por quanto “batalha contra o Espírito”, agrada apenas ao Diabo!

Eis o motivo pelo qual o Evangelho puro e genuíno nos alerta:

“Os que são de Cristo, crucificaram a carne”!

E estas não são apenas palavras bonitas ditas para enfeitar a

sublimidade da filosofia cristã. Não: Deus sabe que “enganosa é a mente carnal (coração) humana, mais do que todas as coisas”,

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desde que o homem caiu sob o domínio de Satanás no Paraíso. Lembremos que a primeira coisa que Eva fez depois de pecar foi correr feliz da vida para induzir Adão a cometer o mesmo pecado; com certeza o fez com toda a sinceridade de quem achou gostoso o que tinha feito, sem sofrer, aparentemente no início, qualquer consequência ruim. É por isto que precisamos crucificar nossa vida velha para nascer de novo em Cristo: Desde a queda de Adão nascemos com o engano e a mentira como padrão de vida e crescemos sem inteira consciência disso; por isto é que diz que ‘todo homem é mentiroso, e Deus veraz’. Isto explica a drástica barreira imposta por Jesus aos que querem ser seus ministros, condicionando:

“Se alguém quer ser meu discípulo, primeiramente,

negue a si mesmo”! Por que isso, tão duro de ouvir?

Porque Deus não está brincando de Religião.

Deus não está brincando de cultinho: Para ministrarmos a Vida divina, precisamos, antes, nos

converter da vida natural, pecaminosa e mentirosa que herdamos de Adão. Precisamos negar o “velho homem” para sermos transformados pelo Espírito de Deus na “Nova criatura”, sob o poderoso efeito da Graça em Cristo.

Jesus, de fato, negou primeiramente a si mesmo, quando, renunciando à sua gloriosa vida divina lá no Céu, humilhou-se por amor de nós, diminuindo-se a ponto de passar por uma existência carnal mortal como a nossa, a qual também negou para levar sobre si mesmo “o castigo que nos traz a paz” com Deus, fazendo-se “obediente até à morte, e morte de cruz”.

Ele não ficou num mero palavrório recheado de frases bonitas: Ele deu, primeiramente, o exemplo da negação do próprio ser

pessoal, para que o Espírito do Pai se manifestasse livremente

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através dele com as obras e as palavras determinadas por Deus, e assim pudesse transmitir a todos nós a verdade sobre a vontade divina para os seres humanos.

Depois, mandou seus discípulos fazer igual.

E os discípulos fizeram: Negando a si mesmos e renunciando a todo direito pessoal, ao

conforto e ao prazer, entregues e submissos ao Espírito Santo, destemidamente pregaram a Salvação pela Graça de Cristo, sem exigir a mais mínima obediência aos mandamentos e ordenanças da Lei do Sinai!

Hoje, outros, falsos mestres sem essa autonegação, aparentando ser discípulos de Jesus Cristo, pregam, pelo espírito do pai da mentira, que de santo não tem nada, a introdução de um remendo velho da Lei na Graça, ao exigirem dos cristãos o cumprimento das ordenanças do Antigo Testamento sobre o pagamento do Dízimo.

Cobram isso, pela inspiração do Diabo, entrosados nas igrejas cristãs sob a fingida aparência de homens de Deus, arrastando outros ao mesmo erro, ou seja, a agir sob a mesma inspiração Maligna, que somente opera com o propósito de roubar, matar e destruir as almas dos que caem na rede da enganosa deturpação da palavra de Deus.

Significaria isto que até alguns ministros que estão cobrando o Dízimo por sincera convicção de que é Deus quem assim quer, o estão fazendo também por inspiração do Diabo, e não pela guia do Espírito de Deus?

Sim: significa tudo quanto deixamos dito e provado nas páginas

anteriores deste livro: Sendo que o Espírito Santo não mente nem pode se contradizer, e sabendo que é ele mesmo quem nos diz que o cristão não está debaixo da Lei, quem quer que seja que ande por ai cobrando o Dízimo, mesmo se o faz por sincera convicção de que é Deus quem assim quer, está mentindo, e a mentira é do Diabo.

Esses muitos ministros sinceros que estão sendo envolvidos nesse

sistema da cobrança do Dízimo, sem perceberem a arapuca em que caíram, mesmo sendo sinceros, são também faltos de entendimento,

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como eram aqueles homens a quem se referiu o apóstolo Paulo em Rm 10:1-4, dizendo:

“Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a favor deles é para que sejam salvos. Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento; porquanto, desconhecendo a justiça de Deus (em Cristo), e procurando estabelecer a sua própria (esperando a bênção em compensação pelo cumprimento de obras da Lei do Dízimo), não se sujeitaram à que vem de Deus (gratuitamente, em Cristo), porque o fim da Lei é Cristo, para justiça (ou justificação) de todo aquele que nele crê”.

Como vemos, no tempo de Paulo havia já muita gente sincera

fazendo, ingenuamente enganada, a vontade do Diabo, e, o que é pior, crendo que serviam a Deus. Mas Paulo não lhes deu tampinhas nas costas, dizendo-lhes: “Tá tudo bem, meu irmão!”. Não. Ele foi claro na hora de dar seu testemunho sobre eles: “Não estão em Cristo”, e ponto final!

É que isso é um problema antigo na Igreja: Desde o princípio houve sempre muita gente sincera fazendo, sem sabê-lo, a vontade do Diabo, e opondo-se ao mais sadio ensino apostólico, ora por defender o vigor da Lei, ora por defender o caráter sagrado do templo de pedra que depois Deus permitiu ser varrido de Jerusalém, ora por defender o ritual da circuncisão, ora por defender a “maior” importância de Moisés ou Abraão sobre Jesus de Nazaré, enfim, por defender o vigor atual do Dízimo e sabe Deus quantas coisas mais.

Sinceridade enganada por falta de sabedoria sempre houve. Ou você pensa que Eva não era sincera e bem intencionada quando

comeu do fruto da árvore proibida? Se não fosse, por que então se escondeu e chorou a dor da queda? Ela não queria morrer. Queria algo bom: Ser como Deus... algo que Deus também quer, desde que disse “façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. Eva era sincera, sim, mas seu caminho foi errado.

E também sincero era Caim quando ofereceu a primeira dádiva humana a Deus; prova disso é que ele zangou-se contra o Criador

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quando este rejeitou sua oferta.

Sincero era, igualmente, Judas, quando, escandalizado ao ouvir de Jesus que seria maltratado e morto pelas mãos dos judeus, acreditou estar diante de um falso Messias, e correu a entregá-lo. Sua reação de devolver as moedas e se enforcar prova-nos sua sinceridade. Sincero, mas igualmente enganado, era Saulo de Tarso ao perseguir e matar os membros da “seita” cristã, pensando, com isso, estar prestando a Deus o serviço de limpar a terra de mais uma heresia.

Sinceridade humana, porém, não é o que garante a veracidade de uma doutrina, porque a verdade pertence somente a Deus, como diz a Sagrada Palavra: “Seja Deus veraz e todo homem mentiroso”. Desta expressão “todo homem”, não está excluído ninguém, nem você ministro sincero, nem nós. Consequentemente, devemos estudar bem as raízes das doutrinas sobre as quais alicerçamos nossa sinceridade.

Uma sinceridade alicerçada em falseados fundamentos doutriná-rios, será uma sinceridade também falseada. E as “verdades” pregadas sobre estes falsos, porém sinceros, fundamentos serão sempre meras mentiras.

Por este motivo, para não se tronarem sem querer instrumentos do engano, os ministros do Evangelho devem tomar muito cuidado com a fonte dos seus ensinos e com o fundamento das “verdades” que pregam nas suas igrejas. Devem fazer tudo quanto estiver ao seu alcance para discernir se o que receberam não é veneno disfarçado de alimento, porque existe muito ensinamento aparentemente bíblico espalhado por ai sob a inspiração diabólica, conforme já havia sido fartamente profetizado pelo Senhor Jesus (Mt 13:19 e 24:11) e pelos seus apóstolos, que nos advertiram:

“Desviando-se algumas pessoas destas cousas perderam-se em loquacidade frívola, pretendendo passar por mestres da Lei, não compreendendo, todavia, nem o que dizem, NEM OS ASSUNTOS (DESSA LEI) SOBRE OS QUAIS FAZEM OUSADAS ASSEVERAÇÕES” (Paulo em 1Tm 1:6-7); “Depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vora-

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zes que não pouparão o rebanho” (Paulo em At 20:29); “Assim como no meio do povo surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão dissimuladamente heresias destruidoras (da obra da Graça em Cristo Jesus)... movidos por avareza, farão comércio de vós com palavras fictícias” (Pedro em 2Pe 2:1-3).

Contrariamente ao que muitos pensam, um falso mestre nem

sempre é alguém com intenção premeditada de enganar os irmãos da igreja. Muitos deles são pessoas que caíram na perversa impostura das falsas doutrinas por pura ingenuidade, como Eva, que, depois de cair no engano, correu para convidar Adão a praticar o mesmo pecado, sem perceber o estrago que estava causando. Só percebeu quando, depois de fazer Adão cair também, a espiritualmente vazia “comunhão” do pecado lhes fez sentir sua já mortal nudez. Assim também estes sinceros dizimeiros de que estamos falando, faltando-lhes como a Eva o entendimento, creram na falsa veracidade desses legalistas ensinos só aparentemente cristãos, inspirados por espíritos enganadores que querem impedir o ministério da plena Graça salvadora dada a conhecer ao mundo através da genuína igreja de Cristo Jesus (não da “Lei e Profetas”). Destes, a palavra do evangelho diz que “enganam, sendo enganados” (2Tm 3:13). Nossa recomendação a eles é que, já que se consideram tão sinceros, então rompam os laços da mentira e passem a pregar a verdade de Jesus Cristo como ela é, quer dizer, como foi ela pregada pelos seus apóstolos.

Segundo a própria confissão do apóstolo Paulo, ele também

acreditava sinceramente estar prestando um grande serviço a Deus mediante a matança dos cristãos que, na sua opinião, eram apenas hereges aos quais a Lei de Moisés mandava eliminar do meio do povo. Quando conheceu, porém, a verdade de que o Pacto antigo deixara de vigorar para dar lugar a um Novo, rompeu com a mentira dos que querem manter a permanência do Velho. Sincero, ele perseguia com todo empenho os cristãos “até à morte”, segundo suas próprias palavras. Por isso, tendo em vista sua própria experiência pessoal, ele compreendeu muito bem que a sinceridade humana jamais pode ser uma garantia de veracidade para nenhum de nós, porque “enganoso é o coração (mente carnal) humano mais do

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que todas as cousas, e desesperadamente corrupto” (Jr 17:9).

É por causa dessa facilidade humana de cair na rede dos raciocínios do erro que Deus, nem confia na sinceridade humana, nem nos manda confiar nela; pelo contrário, nos adverte que “cai em maldições o homem que confia no homem” (Jr 17:5) e que “ao homem natural as coisas de Deus lhe são loucura, e não pode entendê-las” (1Co 2:14). Daí deriva que, na vontade de Deus, o lugar por Ele mesmo designado para o nosso ser humano natural é a cruz, e não a vanglória e o destaque que muitos procuram para si mesmos. Mas a doutrina da cruz aplicada a nossa vida pessoal cotidiana é uma mensagem que sumiu dos púlpitos cristãos para dar lugar à impudica propaganda comercial de uma prosperidade material que, da maneira como está sendo postulada em troca do Dízimo, está chegando somente para os surripiadores do bolso dos ingênuos fiéis, que a cada dia empobrecem mais, engordando com o suor das suas testas as contas bancárias dos seus “humildes” líderes espirituais que, de pequenas casas (quando tinham) antes do início do “ministério”, passam a morar em suntuosas e faraônicas mansões, construídas com o pão dos esqueléticos filhos dos ignorantes que lhes creem suas pregações falsas. Mansões guardadas por cães assassinos e por guarda-costas armados dispostos a matar. Alguém já imaginou Jesus morando assim?

A conclusão clara e inquestionável é, pois, esta: Quer sejam sinceros ou quer não o sejam, os cobradores do Dízimo estão de todos modos obedecendo, direta ou indiretamente, ao espírito não santo, quer dizer, ao espírito do Diabo, que é quem mente e inspira os mentirosos, porque no Plano de Deus para esta atual época da Graça em Cristo não existe essa cobrança, nem na forma de mandamento legal do Antigo Testamento, nem na forma disfarçada de “devolução”, como agora inventaram de chamá-la.

E ninguém se escandalize ao ler isto, achando que somos

incompassivos e faltos de amor ao generalizar demais neste assunto do estelionato espiritual praticado sobre os cristãos através da cobrança do Dízimo entre os membros do Novo Pacto da Graça em Jesus.

Incompassiva e sem amor é a mentira. Os frutos que ela produz são

destruição de vidas.

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Satanás não tem compaixão de ovelha nenhuma!

Quando ele descobre um ponto fraco nelas, por esse ponto ele

ataca, descarregando toda sua capacidade enganadora. E quando esse ponto fraco é o desconhecimento da Sagrada Escritura, aí é, então, que ele se deleita, fazendo a festa da implantação do engano disfarçado de verdade!

Conforme diz o Senhor: “Meu povo está sendo destruído porque lhe falta o conhecimento... o povo que não tem entendimento corre para sua perdição”. Este cristianismo de hoje, que aborrece a cruz de Cristo toda vez que se resiste à negação do próprio Eu mental e físico para entregar o comando da existência ao Espírito Santo, está caindo fácil na armadilha das falsas doutrinas criadas com apoio em textos do Antigo Testamento, e, através de ensinos assim inspirados por Satanás, está morrendo sufocado pelas ilusórias emoções coletivas de uma religião meramente externa, movida ao ritmo estridente das baterias, sob o frenesi do rock e da música afro-caribenha trazida do mundo que jaz sob o Maligno para dentro das igrejas, com uma mudança apenas nas letras, nas quais se põe aqui e ali o nome de Jesus para aparentar que está se adorando a ele. Na verdade, está se adorando a carne, assim como da carne é, segundo o apóstolo Paulo (Rm 8:3-4), a obediência à Lei, incluída a ordenança do Dízimo que dela faz parte. Isto explica, por exemplo, o ocorrência cada vez mais rara dos Batismos no Espírito Santo nos moldes de At 2:1-4; de At 8:12-17; de At 10:44-46 e de At 19:1-6. E explica, também, por que cada vez mais leitos de hospitais estão sendo ocupados por crentes evangélicos para os quais a palavra de Mc 16:15-18 e de Tg 5:14-15 parece não funcionar mais.

Ninguém, pois, se iluda com esse legalismo moderno disfarçado de

Graça. Afinal de contas, não é esta a primeira vez na História da humanidade que Satanás, disfarçado de mensageiro da Luz e da Verdade, usa a própria palavra dita por Deus para fazer tropeçar àqueles que querem viver piedosamente. Desde o princípio da história humana, foi isto o que ele fez de forma mais eficiente.

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A arma mais eficaz que Satanás usou sempre foi suplantar a voz de Deus criando doutrinas e religiões que apenas aparentemente levam a Deus. Nelas envolve justamente pessoas sinceras que querem viver do lado do Bem, mas que não tem ainda o conhecimento cabal das coisas de Deus. Depois, quando a pessoa morre, caso não consiga se safar antes desse engano, vem a decepção ao descobrir que seu destino final é o Inferno. É por isso que seu nome significa, também Suplantador:

ELE SUPLANTA A VOZ DE DEUS! Você lembra, por exemplo, como ele derrubou a ingênua e desprevenida Eva? Astuto e meloso, veio dizendo à mulher: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do Jardim?”. Note bem que o Diabo usou as palavras anteriormente ditas por Deus a Adão. Nisso, ele fez o mesmo que fazem hoje esses cobradores do Dízimo, os quais citam também palavras que Deus realmente disse, SÓ QUE DO ANTIGO TESTAMENTO, QUE NÃO VIGORA MAIS COMO GUIA DOS PASSOS DOS CRISTÃOS RUMO A ESSA VIDA ETERNA QUE SOMENTE JESUS PODE NOS TRANSMITIR. Esses falsos mestres, vendo a fraqueza das suas “Evas” modernas no que concerne ao conhecimento e manejo da Palavra de Deus, lançam-lhes o anzol da contradição disfarçada de promessa de benção, pregando: “SEREIS ABENÇOADOS SE PAGAIS O DÍZIMO A DEUS, CONFORME ESTÁ ESCRITO NO LIVRO DE MALAQUIAS, CAPÍTULO TAL, VERSÍCULO TAL!”. Só que esse “Livro de Malaquias” é da “Lei e Profetas” ou Antigo Testamento que, de acordo com a instrução do divino Mestre, “vigorou até João Batista”. Ou seja, eles estão enganando, por avareza ou amor ao dinheiro, as ovelhas sedentas e famintas. Em vez de apascentá-las dando-lhes o gratuito alimento espiritual da palavra de Cristo em tempo, estão arrancando delas a gordura, como os falsos pastores de que falaram os profetas Isaías e Ezequiel em Is 56:10-11 e Ez 34:2-4, investindo a maior parte do tempo no púlpito para falar de dinheiro e dos seus mirabolantes e faraônicos projetos materiais.

O Diabo, astuto como é, soube facilmente que o ponto fraco de Eva estava na falta de conhecimento e no manejo inseguro da Palavra de Deus, porque ela, no diálogo inicial com ele, acrescentou coisas que Deus jamais falou nem ordenou a Adão. Note esse “nem

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tocareis nele” que Eva expressa em Gn 3:3, e compare-o com a instrução dada por Deus a Adão em Gn 2:15-17. Viu? O Criador não disse: ‘Nem tocareis nela’. Esse “não tocareis” foi acrescentado por Eva, demonstrando assim não possuir uma real certeza do que Deus verdadeiramente ordenou. De igual modo, o Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo não instruiu nem mandou o povo CRISTÃO a pagar esse Dízimo que, antes dele, no tempo do Antigo Testamento, obrigava ao povo de Israel. Mas, desafortunadamente tem muitas sinceras “Evas” por ai ignorando estas verdades, e acrescentando à palavra do Evangelho de Jesus ordenanças que Deus não incluiu nele, apenas porque ouviram outros pregar essas coisas. São por isso, todas “elas”, presas fácil para esses falsos mestres, que passam a usá-las promovendo-as ao “ministério” apenas porque são sinceros e empenhados na cobrança do Dízimo. Temos amigos pastores que, depois de tomar conhecimento destas verdades, pararam de cobrar o Dízimo nas suas igrejas e terminaram recebendo a visita de lideranças maiores para encostá-los contra a parede ameaçando lhes tirar o pastorado se não voltassem à cobrança antiga. Alguns, cederam. Outros preferiram dar continuidade à Graça adquirida e saíram para a pregação dela, independentes dos homens mentirosos, porém dependentes do Senhor Jesus. Quem quer se livrar das arapucas doutrinárias dos servos do Enganador, deverá se esforçar por conhecer a verdade sobre o que é realmente a salvação do nosso espírito e do nosso corpo, na forma em que Deus realmente no-la dá, e essa verdade, bem conhecida, o libertará de tais armadilhas. Um cristão ignorante da genuína palavra do Evangelho será sempre um inocente candidato a se tornar um fiel escravo da Lei do Dízimo (ou de qualquer outra), por desconhecer que Cristo nos libertou dessa maldição legal, segundo a qualifica a própria palavra da verdade divina em Gl 3:10-13, onde todo o regime da Lei do Antigo Testamento é chamado pelo apóstolo Paulo de maldição, doa a quem doer... E olha que não podemos acusar este apóstolo de louco ou endemoninhado... nem de falso mestre. Só isso faltava!

Já Jesus, quando tentado do mesmo modo que Eva, não caiu,

porque ele conhecia bem a Palavra de Deus: Satanás, astuto e meloso como é, usou a palavra dita por Deus na profecia de Sl 91:11-12

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relativa ao Messias Filho de Deus, dizendo-lhe: “Se és Filho de Deus, atira-te abaixo (desde o pináculo do templo) porque esta escrito: ‘Aos seus anjos ordenará a teu respeito, e eles te susterão nas suas mãos para não tropeçares nalguma pedra”. Ai o Diabo, ardiloso, usou a técnica de aparente verdade que hoje usam esses enganadores cobradores do Dizimo: Citou palavras que Deus realmente disse, mas o fez fora do contexto e do propósito divino. Se Jesus tivesse se atirado, confiando no cumprimento dessa palavra divina mal usada, teria se estrepado contra as pedras, e morrido em pecado por fazer algo que Deus não lhe ordenara.

Já o crédulo e ingênuo dizimista que se lança atrás da bênção confiando nas palavras ditas por Deus no Antigo Testamento, em particular nesse zurrado trecho de Ml 3:10-11 , estrepa-se no seu cotidiano viver, não obtendo a tão sonhada superabundância finan-ceira que espera de acordo com as promessas daqueles a quem dá o Dízimo (não cito os que prosperam com a desonestidade porque isso não deve creditado a Deus), e, devido à sua ignorância das Escrituras, nem percebe o abismo em que está metido, afundando-se cada vez mais na mesma proporcional medida em que tira a provisão dos filhos para entregá-la em obediência à mentira. Sua sincera ignorância arrasta-o à escravidão mental e espiritual, e o mantém afastado da genuína bênção da Graça do Senhor, conforme a já citada advertência de Oséias:

“O meu povo está sendo destruído porque lhe falta o conhecimento… o povo que não tem entendimento corre para a sua perdição”.

Entendamos, pois, de uma vez por todas, que os cobradores do Dízimo não servem ao Deus do Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo, sejam eles sinceros ou não. Eles, de boa ou má fé, pregam, para seu próprio proveito financeiro ou para proveito dos reizinhos fundadores das suas igrejas, um outro evangelho, composto por remendados retalhos da palavra da aliança da Lei e da Graça. Por isto, cabe-lhes a dura sentença dada pelo apóstolo Paulo em Gl l:6-9, que lhes diz: “Sejam anátemas!”

E não nos assombremos pelo fato de que eles usem com tanta

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erudição a palavra da Sagrada Escritura... Toda essa aparente erudição, depois que você conhecer bem o significado da Bíblia TODA, não passará de um mero palavreado contraditório e enganoso: “Conhecereis a verdade e ela vos libertará”, lembra?

Assim como “em terra de cego caolho é rei”, em igreja de

ignorantes o malandro é mestre. Ora, se a própria Bíblia nos mostra como Satanás usa descarada e

eficientemente a palavra dita por Deus em qualquer tempo, com a finalidade de torcer o caminho dos homens para que não alcancem a eternidade, não temos, pois, por que nos assombrar de que seus ministros se disfarcem de ministros de Cristo, e também a usem com a mesma eficiência, sob a inspiração dele. Afinal, você nunca ouviu padres católicos, instrutores dos “Testemunhas de Jeová”, missioná-rios Mórmons, pastores Adventistas, Presbiterianos, Episcopais, Anglicanos e até alguns supostos médiuns Espíritas pregando a palavra que está escrita na Bíblia com uma erudição que deixa qualquer um que não a conheça bem de queixo caído? Então, por que se assombrar assim? O que importa é você não se deixar arrastar para a escravidão da heresia, e para isso precisa conhecer a verdade que liberta.

Todos quantos queremos andar sinceramente nos caminhos da Graça do Senhor Jesus devemos ter presente que sempre que alguém usa a palavra escrita na Bíblia de forma que contradiz o ensino do Senhor Jesus Cristo e do seu Evangelho como foi este pregado pelos apóstolos, esse alguém estará sendo inspirado pelos espíritos ENGANADORES, ou seja, PELOS DEMÔNIOS, e não pelo Espírito Santo, que não mente nem se contradiz. Mas, para poder discernir bem isto, somos obrigados a conhecer com clareza total a palavra da verdade como nos foi deixada na Bíblia. Por exemplo, se Jesus nos ensinou que “a Lei e os Profetas vigoraram até João Batista”, então esse ensino dele é veraz, porque Jesus é a própria verdade. SE ALGUÉM VIER ENSINANDO O CONTRÁRIO, DIZENDO QUE “A LEI E OS PROFETAS VIGORAM HOJE, DEPOIS DE JOÃO BATISTA”, ESSE ALGUÉM ESTARÁ ESPALHANDO UMA MENTIRA, OU, EM OUTRAS PALAVRAS, UMA HERESIA,

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independente dos argumentos astutos com que costuma ele confundir os ouvintes menos alicerçados no conhecimento da Graça de Jesus. Igualmente, todos quantos, alegando estarem sendo guiados pelo Espírito Santo, querem fazer vigorar hoje, depois de João Batista, as palavras sobre a cobrança do Dízimo escritas no livro do profeta Malaquias, pertencente a essa “‘Lei e Profetas” ou Antigo Testamento de que falou Jesus em Lc 16:16 e Mt 11:13, tornam-se MENTIROSOS E HEREGES, ainda que “de lábios para fora” afirmem ser fiéis seguidores de Jesus, evangélicos, crentes, cristãos, pentecostais, ou seja lá como for que quiserem se autodenominar. O Espírito Santo jamais induzirá ninguém a estragar o pano NOVO da Aliança da Graça, fundamentada na INSUBSTITUÍVEL E PLE-NA suficiência de Jesus (1Co 3:11; 2Co 3:4-14), pondo nela o remendo do pano velho da Lei que jamais aperfeiçoou coisa alguma (Hb 7:18-19). Por esta causa, quem tiver alguma convicção de que o remendo legalista velho do Dízimo tem lugar no pano NOVO da Aliança da Graça, arranque logo essa HERESIA do seu coração, antes que afunde da sua vida espiritual o que ainda resta por afundar, porque dizimar não vai pagar a Deus algo cujo pleno pagamento Ele já recebeu faz dois mil anos, quando o Cordeiro Jesus de Nazaré deu-se na cruz do Calvário para pagar todas as bênçãos espiri-tuais e materiais de que precisamos, não somente nesta vida, mas também no porvir, para que as recebamos GRATUITAMENTE na comunhão com o “Corpo”-Igreja de Cristo (Rm 8:32).

Esta alguém doente, enfermo? Não espere que pela sua fidelidade ao Dízimo receberá a bênção da cura. Antes, “pelas suas feridas (de Jesus, no martírio do Calvário) fostes sarados”, diz o Evangelho (1Pe 2:24).

Está alguém com dores ou qualquer disfunção do organismo? Não espere que o Dízimo o liberte desses males. A libertação já foi consumada há quase dois mil anos atrás, quando “ele mesmo (Jesus) tomou sobre si todas as nossas dores e enfermidades” (Is

53:4; Mt 8:16-17). Está alguém com angústia espiritual, mental, ou estresse, seja lá do tipo que for? Não espere alívio e descanso mediante o pagamento

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desse Dízimo ordenado no Antigo Testamento. Em vez dessa falsa esperança, deposite sua confiança naquele Jesus que, para nos dar a paz com Deus, levou também nossas angústias (Is 53:5 e 63:9; 1Pe

1:13), podendo, por isso, convidar suas sofridas ovelhinhas: “vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu (a pessoa viva e real que é Jesus; não a letra morta da ‘Lei e Profetas’) vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para vossas almas, porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11:28-30). Está alguém precisando das bênçãos materiais, carecendo das coisas deste mundo visível, tais como casa, transporte, roupa, comida, bebida, saúde física, enfim, todas essas coisas que abrange a prosperidade que oferecem os falsos mestres em troca do Dízimo? Não espere que Deus abra as janelas do Céu para lhe dar todas estas coisas EM COMPENSAÇÃO PELO PAGAMENTO DO DÍZIMO. Não é assim que Deus promete essas coisas no Novo Testamento. Em vez desse modo errado de esperar tais bênçãos, confie em que através da sempre suficiente obra de Cristo Jesus na cruz, Deus lhe dará juntamente com ele todas estas coisas, de forma absolu-tamente gratuita, como Ele promete (Rm 8:32; Fp 4:19; 2Co 9:8-11; Mt 6:24-33). Está alguém nas garras do temido “DEVORADOR” aludido em Ml 3:10-11, perdendo sem aparente motivo todo o fruto do seu trabalho, e sem conseguir prosperar economicamente? Não espere que HOJE o Dízimo faça Deus repreendê-lo ou lhe dar poder e autoridade sobre esse demônio, ou sobre qualquer outra espécie de espíritos malignos. Autoridade e poder sobre TODOS os demô-nios e sobre TODA a força maligna das trevas, sem exceção, quem nos da HOJE é Jesus (Hb 2:14-15; Lc 9:1 e 10:9; Ap 12:11) devido ao simples fato de que ninguém nem nada conseguiram destruir o Diabo e suas obras, a não ser ele, o vitorioso Filho de Deus (Jo 1:5; 1Jo 3:8; Hb

2:14-15), que pelo Pai foi o escolhido para este ministério de nos fazer “mais que vencedores” também sobre o “Devorador”.

Toda e qualquer bênção que você estiver procurando para salvação e edificação da sua vida, busque-a em Cristo Jesus, e nele a achará.

Não perca seu tempo e dinheiro correndo atrás de falsas

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esperanças, fundamentadas em falsos ensinos, para que depois, quando chegar a decepção, não tenha que lamentar ter dado rios de dinheiro para vigaristas disfarçados de grandes servos de Deus. Dê um “chega para lá” nessa farsa dos mestres do Dízimo, que, torcendo a verdade de Deus, criam na mente do povo expectati-vas vãs, que jamais se realizarão, porque não correspondem à forma como Deus prometeu as bênçãos da Graça em Cristo (é bem capaz que eles queiram agora inventar outra Graça fora de Cristo ...quem sabe, “a Graça da Lei”? ...o nome soa bonito ...com a pouca vergonha na cara que eles tem, são capazes até disso, e não lhes faltariam ingênuos que os seguissem!). Desfaça-se do jugo espúrio que esses desalmados estão amar-rando nas costas do rebanho empurrando-o a se alimentar nos pastos secos de uma palavra do Antigo Testamento que não tem como produzir a Vida abundante, vitoriosa e eterna que Jesus dá, segundo Gl 3:21-22. Arranque e “lance fora” das vestes brancas que Jesus lhe deu esse remendo velho da Lei do Dízimo, que, no fundo, o que está produzindo é uma rotura maior nas vidas dessas ingênuas almas que esperam as bênçãos de Jesus Cristo em resposta à sua fidelidade no pagamento do Dízimo do Antigo Testamento, privando-as assim da genuína recepção da plenitude gratuita das bênçãos cristãs prometidas no Evangelho, porque é impossível essa recepção acontecer sem que Deus caia em contradição contra o Novo Pacto da Graça que Ele mesmo estabeleceu apenas pelo sangue de Cristo. Prova disso são os já lembrados leitos dos hospitais, cada vez mais cheios de crentes evangélicos doentes que para lá vão porque não receberam a gratuita cura da fé nas suas respectivas igrejas. E por que não a receberam? Apenas porque estão edificando sua forma de confiar em Deus sobre o fundamento errado que esses falsos mestres do Dízimo lhes dão. Suas famílias estão se desfazendo. Seus filhos não estão recebendo o Batismo no Espírito Santo e estão caindo sob a sedução das drogas e dos espíritos de fornicação, porque, entre outras razões, a prática do pagamento do Dízimo não tem poder e autoridade para solucionar, evitar e destruir esses males, que são a obra do Diabo. Afinal, terminam decepcionados do Evangelho, achando que este é apenas um mero palavrório sem efeito transformador algum. Depois você encontrará

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muitos deles nas cadeias públicas, convertidos em bandidos enfastiados da Igreja, ou, no mínimo, nas noitadas extravagantes das boates sodomitas, onde o cheiro do enxofre é perfume. Eles, coitados, não tem como compreender que a falha não está no Evangelho em si mesmo, mas nas deturpações que lhes pregam esses mestres interesseiros, para os quais tudo quanto se refere à salvação da alma tornou-se fonte de lucro, vendo nas pessoas que formam seu rebanho uma mera mina humana de ouro, isto é, um mero objeto comercial (1Tm 6:3-10; Tt 1:10-11; 2Pe 2:1-3).

O apóstolo Paulo, esse sim inspirado pelo Espírito Santo de Deus, chamou de “persuasão” maligna ou demoníaca o uso das palavras ditas pelo Senhor no Antigo Testamento quando a finalidade é desfazer ou contraditar o ensino da Aliança da Graça contido no Evangelho de Jesus para introduzir as exigências da Lei no seio da Igreja (Gl 5:1-10; 1Tm 4:1). Assim sendo, é “persuasão maligna” essa pregação que arrasta os cristãos ao pagamento do Dízimo, que é uma das tantas leis desse Antigo Testamento.

Usar assim a palavra santa que Deus falou a seus servos dos passados tempos do Antigo Testamento, com a finalidade de deturpar ou contraditar a palavra do Filho de Deus que hoje nos é dada através do Evangelho, constitui, por um lado, rebelião contra o Pai, que manda ouvir a Seu Filho (Mt 17:1-5; Hb 1:1-2 e 2:1-4 e 3:5-15). E, por outro lado, constitui também rebelião contra seu Filho Jesus Cristo, quando este nos ensina que “a Lei e os Profetas” ou “Antigo Testamento”, vigoraram até João Batista (Mt 11:13; Lc 16:16). Constitui, ainda, rebelião contra a palavra apostólica, que, passando da alegoria para a realidade, ordena: “LANÇA FORA A LEI E OS SEUS SEGUIDORES, PORQUE DE MODO ALGUM ESTES HERDARÃO AS BÊNÇÃOS QUE DEUS PREPAROU PARA OS SEGUIDORES DA SUA NOVA ALIANÇA DA GRAÇA EM CRISTO” (Gl 4:21-30).

E mais: Segundo as já citadas palavras do apóstolo Pedro, constitui também pecado de “tentação a Deus” cobrar dos cristãos a obediência a qualquer ponto da Lei, e o Dízimo é um ponto da Lei. Essas palavras dele estão aí, em At 15:5-11, para todo quem quiser confirmá-las: O problema apresentado ali era, segundo consta no versículo 5, que alguns dos fariseus supos-tamente convertidos, queriam obrigar os cristãos não judeus a se

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circuncidar e cumprir com a observância da Lei de Moisés, OU SEJA, A LEI DADA NO MONTE SINAl. Os apóstolos se reuni-ram e mandaram uma carta aos fiéis cristãos, esclarecendo-lhes que eles nada tinham a ver com a prática das ordenanças dessa Lei de Moisés. Em tal carta não lhes foi imposta a obrigação de pagar o Dízimo. Isso nem sequer se mencionou nela, apesar de seu conteúdo ser “essencial”!

Uma conclusão mais drástica, seria considerar blasfêmia com-tra o Espírito Santo o fato de chamá-lo de mentiroso ao afirmar ter Ele dito ou ordenado coisas que, na realidade, Ele nem disse nem ordenou, e que são abertamente contrárias aos seus ensina-mentos dados através de Jesus e dos apóstolos deste, cabendo-lhes, neste caso, a palavra do apóstolo João, que ordena não receber estes que querem torcer a doutrina da Graça de Jesus nas nossas casas cristãs, nem lhes dar as boas vindas em nossos lares ou igrejas (2Jo 1:9-11). E A COBRANÇA DO DÍZIMO À IGREJA DE JESUS É ALGO QUE O ESPÍRITO SANTO NEM DISSE NEM ORDENOU AOS CRISTÃOS, E QUE CONTRADIZ TODOS OS ENSINAMENTOS DA GRAÇA, SOBRETUDO ESSE QUE DIZ QUE, NA CRUZ, CRISTO NOS LIBERTOU DA MALDIÇÃO DA LEI. Seguindo o ensino conclusivo que o Espírito Santo nos dá no Evangelho, o que vemos, repetimos mais uma vez, é que o cristão que quer estar em paz e comunhão com Deus, não somente está isento de pagar qualquer tipo legal de dízimo ou taxa, como, expressamente, é advertido contra o perigo fatal de procurar essa paz e comunhão através desse regime das contribui-ções obrigatórias, sob pena de se desligar de Cristo e decair da Graça (Gl 5:4). A cobrança do Dízimo à Igreja de Jesus é algo que o Espírito Santo nem ensinou, nem ordenou a nenhum filho de Deus, membro autêntico do Corpo de Cristo. “Os filhos estão isentos”, ensinou o Senhor Jesus em Mt 17:25-26. Os cristãos somos filhos, logo, os cristãos estamos isentos. A paz e comunhão com Deus que precisamos, nós as temos somente através do sangue de Cristo Jesus (Hb 9:11-15; Ef 2:13-18; Rm 5:1-2;

1Pe 1:18-19), fora de quem não existe nem paz, nem comunhão, nem bênção, nem salvação de coisa nenhuma para NINGUÉM (At 3:19-20 e

4:11-12; Jo 8:36 e 14:6 e 15:5; 1Pe 2:4-8).

Abra, pois, os olhos espirituais!

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A FARSA DO DÍZIMO “CRISTÃO”

Aprenda a reconhecer a semente do joio do Diabo introduzida

entre a semente do trigo de Deus. E assuma com coragem sua urgente necessidade de voltar para a Graça pura do Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo, e venha tomar posse, pela fé na obra do Cordeiro de Deus (e não mais pelas obras da Lei) de todas as ricas bênçãos que Jesus tem para lhe dar GRATUITAMENTE, ou melhor, POR UM ALTO, EXCLUSIVO E ÚNICO PREÇO QUE ELE JÁ PAGOU FAZ DOIS MIL ANOS NA CRUZ DO CALVÁRIO: SUA PRÓPRIA VIDA.

Escape das garras dos mercenários religiosos que fazem comércio de almas, como já estava fartamente profetizado, aliás, em textos como os de Gl 2:4 e 6:13; 2Pe 2:1-3; Ap 18:13. Pare de se iludir, pagando aos servos das Trevas disfarçados de ministros de Cristo para receber uma bênção já paga com o sangue de Jesus, em razão do qual ele mesmo ordenou a seus discípulos: “De graça recebestes, DE GRAÇA DAI” (Mt 10:8). Pense: Por que será que esses desobe-dientes mercenários não querem dar de graça o que pregam? Não será, tal vez, somado à sua desmedida ambição, porque nada receberam d’Ele?

Agora, diga: Você pagaria a alguém 10%, ou 1%, ou seja lá o quanto for que eles cobrem, pelo direito de respirar este ar que você sabe ser de graça para todos nós?

Não? Então, por que você paga hoje essas porcentagens a eles, esperando em troca receber as bênçãos materiais e/ou espirituais que Deus mesmo prometeu dar DE GRAÇA a todos quantos a Ele se chegam MEDIANTE A OBRA REDENTORA DO SEU FILHO JESUS CRISTO, JÁ REALIZADA FAZ DOIS MIL ANOS? Acorde, de uma vez por todas, e veja bem que a Salvação de Deus (junto com as bênçãos todas que dela advém) é absolutamente GRATUITA em Cristo Jesus. Não se deixe continuar a ser explorado pelos espertalhões que, disfarçados de ministros de Cristo, cobram em nome dele o que não tem mais preço, porque o preço que tinha foi já completamente pago a Deus pelo Seu próprio

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Filho Jesus. Ele deu sua vida preciosa e santa em pagamento por toda a gloriosa herança à que hoje temos gratuito acesso, desde que estejamos em verdadeira comunhão com ele.

Dedique-se a entender, de uma vez por todas, o Plano Divino da Salvação em Jesus, no qual Deus jamais incluiu o Dízimo como requisito a ser cumprido seja lá para a finalidade que for pelos cristãos, nem como ato de fé evangélica, nem como ato de amor com o Pai, nem como “devolução” em gratidão, nem como qualquer outra fajuta forma que eles queiram inventar. Quando vigorava, o Dízimo era um ato de fé na Lei; jamais foi um ato de fé em Cristo. A fé em Cristo deve ser exercida mediante a observância dos ensinos de Cristo tal como no-los transmitiram seus apóstolos; jamais mediante a observância das exigências da Lei. A FÉ QUE NOS TRAZ A SALVAÇÃO É A FÉ EM CRISTO; JAMAIS A FÉ NA LEI (Gl 3:21-22). A fé na Lei (do Dízimo ou outra qualquer) o que na realidade faz é nos separar de Cristo e nos derrubar da Graça, segundo Gl 5:4, porque nos leva a depender dos esforços do velho homem para agradar a Deus, como fez Caim. A fé em Cristo nos faz agradáveis a Deus mediante o perdão que nos é concedido pelo valor já pago do seu sangue, e assim, já agradáveis, é seu Espírito quem nos transforma em progressiva santificação no dia-dia (Fp 2:13; 1Ts 5:23).

O Plano Divino da Salvação Eterna fundamenta-se, todo ele, na suficiente obra redentora realizada pelo Filho de Deus (Hb 1:2-4 e

7:16-25 e 9:11-12) que, por tê-la realizado PLENAMENTE, tornou-se o Mediador ÚNICO (Jo 19:30; 1Tm 2:5; Hb 9:11-15) da Nova Aliança, chamada “da Graça” por também um ÚNICO motivo: PORQUE É REALMENTE DE GRAÇA PARA NÓS, OS QUE A ELA NOS ACOLHEMOS, NOS ABRIGANDO EM JESUS COMO NOSSO EXCLUSIVO SENHOR, ABENÇOADOR E SALVADOR.

E, insistimos, de graça, significa uma coisa só: gratuito! E, repetimos, o Dízimo nada tem de gratuito!

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Dízimo é taxação. Dízimo é preço. Dízimo é custo.

“Lance fora, pois, o engano dos cobradores do Dízimo!”

E, junto com eles, lance fora da sua vida o enganador espírito cobiçoso que move os dizimeiros, O VERDADEIRO DEVORA-DOR que os inspira a colocarem tal farisaica e pesada carga nos ombros do já cansado e sobrecarregado povo cristão, para lhe devorar o pouco que ainda tem, e ainda, privá-lo do privilégio de conhecer o genuíno e pleno desfrute das Bênçãos da Graça! (Mt

23:4). Sim: O “Devorador”, que devora seu salário e diminui o pão da boca dos seus filhos, opera através de toda pessoa que arranque de você o dinheiro de forma injusta, seja com um revólver colocado na sua cabeça, seja com a conversa fiada de que é Deus quem está lhe pedindo para poder derramar sobre você “bênçãos sem medida”, conforme Ele prometia aos dizimistas do povo de Israel durante os tempos do Antigo Testamento. O “Devorador” devora seu bolso operando através de quem quer que seja que roube você, seja à força, seja pela verborreia convincente dos estelionatários espirituais camuflados de mensageiros de Deus.

“Para a liberdade dos filhos de Deus foi que Cristo chamou você”... e filhos “são isentos”, disse Jesus.

Não deixe, pois, que falsos ensinos mal apoiados na palavra de Deus dada no Antigo Testamento o privem da glória e da bênção preparada por Deus em Cristo para você e todos os cristãos, já desde aqui, desde esta vida terrena. Seu salário é uma das bênçãos que Deus lhe deu, e Ele não quer tomá-lo de volta nem lhe exige que você lhe devolva uma parte dele. Você pode usá-lo livremente para alimentar melhor sua família. Também é livre para usá-lo, se assim quiser, como contribuição para que a obra de Deus em favor da salvação dos perdidos seja realizada, ou, ainda, para acalmar a fome de seus irmãos em Cristo mais necessitados. Lógico, na hora de contribuir, deve lembrar que o

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Senhor também adverte que “se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos de sua própria casa, tem negado a fé, e é pior do que o descrente” (1Tm 5:8). Tem irmão que contribui até com o pão da esposa e dos filhos. E tem irmã que contribui até com o pão do marido e dos filhos. Quer dizer, gente que “não cuida bem dos seus e especialmente dos da sua casa”, preferindo dar o dinheiro do pão deles para a compra dos tijolos que se tornarão na luxuosa e faraônica construção empreendida pelo Pastor-presidente da sua igreja. Outros o fazem para honrar o obrigação do Dízimo que lhes foi imposta como exigência de Deus. De uma ou outra forma, essas pessoas estão tão escravizadas como estava Israel no Egito, vivendo apenas para a construção de magníficos edifícios e para a solidificação do poder humano de um Faraó sobre muitas pessoas, enquanto os demônios se aproveitam dessa situação para mantê-las com a fé em frangalhos, doentes fisicamente e espiritualmente débeis. A comparação não é tão banal ou exagerada como possa parecer a alguns que, por razões óbvias depois de tudo o lido até aqui, não conseguem discernir este estado de coisas. Mas isto e real. Só que você, leitor cristão, não foi liberto por Cristo das garras do Diabo para depois tornar a se escravizar dos homens que impõem essas cargas que o Senhor não impõe a mais ninguém (Gl 5:1-4). Deus mandou Israel construir um templo onde Ele se apresentaria uma vez por ano, sim; mas, pela vontade do próprio Deus e conforme profecia de Jesus (Mt 24:1-2), esse templo foi totalmente destruído pelas tropas romanas faz mais de 1.930 anos, porque, em substituição dele, o Espírito Santo estava já construindo desde o dia de Pentecostes um templo maior e eterno, cujas pedras vivas somos nós, os membros do Corpo de Cristo (1Co 3:16-

17; 1Pe 2:4-5; Hb 3:6). Não existem, pois, mais templos de pedra que o Senhor tenha mandado construir hoje às custas do pão da família. E quanto a tirar o pão da boca dos filhos para dá-lo na forma do Dízimo, já deve estar bem claro que isso, na verdade, é um pecado diante do Senhor. Se não estiver claro, releia este livro desde o começo!

O que resta, pois, é que você tome uma atitude. Mas não uma

atitude qualquer: Tome uma atitude de fé na obra da Graça do nosso Senhor Jesus Cristo... Liberte-se de uma vez por todas dos grilhões da mentira legalista!

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Lance fora a “Escrava”... E SEUS SEGUIDORES! Lance fora a Lei do Sinai... E SEUS FILHOS! Lance fora o demônio Devorador e seus ministros que, deturpando a palavra de Deus, como Satã no Paraíso, disfarçados de pregadores do Evangelho de Jesus, arrancam de você seu salário, tiram o pão da boca dos seus filhos, prometendo-lhe, em troca, algo que Jesus nos dá de Graça. Não seja tolo: Não dê ao Diabo o que Deus deu a você como filho dele. Não dê o santo aos cães. Viva, no Espírito Santo, sua liberdade de filho de Deus concedida a você, sem custo algum, em Jesus.

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DEMONSTRAÇÃO No. 6

À GUISA DE EXEMPLO, VEJA COMO OS MERCENÁRIOS

DIZIMEIROS TORCEM O SIGNIFICADO DE TEXTOS COMO:

“DAI A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR, E A DEUS O QUE É DE DEUS”

“Não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo, é que falamos, na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus”

2 Co 2: 17

Com ares pretensiosos, peito inchado pelo orgulho honesto de quem sinceramente pensa estar com isso defendendo a verdadeira causa de Deus, muitos crentes evangélicos tem nos encarado face a face com o aspecto agressivo de quem está lutando contra o próprio Diabo, gritando-nos: “Mas você não viu que está escrito no Novo Testamento que devemos dar a Deus o que é de Deus e a César o que é de César?”. É claro que vimos! Vimos, sim, e não uma, mas muitas vezes. Só que, nessa passagem, nada há que sirva para levar o cristão a carregar sobre si a imposição do Dízimo. Pelo contrário, o que vemos nesse ensino do Senhor Jesus é outra coisa, que demonstra claramen-te a cegueira que o véu carnal da Lei produz nos êmulos de Balaão metidos a teólogos. Vamos estudar o texto completo, que está em Mt 22:15-22, e descubramos, juntos, o que realmente esta escrito ali:

“Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre si como o surpreenderiam em alguma palavra. E enviaram-lhe discípu-los (dos fariseus), juntamente com os herodianos (que defendiam a convivência pacífica dos oprimidos cidadãos

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judeus com seus opressores romanos) para dizer-lhe: ‘Mestre, sabemos que és verdadeiro e que ensinas o caminho de Deus de acordo com a verdade, sem te importares com quem quer que seja, porque não olhas a aparência dos homens. Dize-nos, pois; qual é a tua opinião? É lícito pagar tributo a César ou não?’ Jesus, porém, conhecendo-lhes a malícia, respondeu: ‘Por que me experimentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo’. Trouxeram-lhe um Denário. E ele lhes pergun-tou: ‘De quem é esta efígie e inscrição?’ Responderam: ‘De César’. Então lhes disse: ‘Daí, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus’. Ouvindo isto, se admiraram e, deixando-o, foram-se”.

Conforme o leitor poderá observar, ali é descrita mais uma das tantas ciladas dos fariseus contra Jesus. Em que consistia desta vez a cilada? Em fazê-lo cair em afirmações contra o regime tributário do Imperador, César. Se conseguissem, poderiam abrir contra ele processo por sedição, ou seja, por levantar as multidões contra as leis de Roma, pois para isso traziam como testemunhas os herodianos, que, no seu afã por defender a convivência pacífica com o Império Romano, estavam dispostos a testemunhar contra qualquer cidadão judeu que se pronunciasse contrário ao regime dominante de César. Jesus compreendeu a cilada. Como diz: ‘conheceu-lhes a malícia’. Eles queriam que Jesus dissesse: ‘Não; minha opinião é que não é lícito pagar tributo a César, mas somente a Deus’. Se Jesus caísse na cilada, dizendo algo parecido com isso, teria problemas sérios com a justiça romana. Com certeza, ele teria sido preso, e sua vida ministerial na Terra terminaria por ali mesmo. Mas Jesus não veio à Judéia para estabelecer um reino neste mundo, nem para destruir o Império Romano que dominava sobre seu povo judeu naquela época. ‘Meu reino não é deste mundo’, esclareceu ele diante dos governantes daquele então. Pelo contrário,

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ele já dantes pregara pacífica submissão à vontade injusta dos opressores romanos quando dissera: ‘Ao que te tirar a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar com ele uma milha, vai com ele duas. Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem’. Estas palavras, registradas no Evangelho de Mateus, são referência a atitudes comuns dos dominantes cidadãos romanos contra os dominados judeus. Estes viviam sob uma opressão implacável, contra a qual, antes da vinda de Jesus, levantaram-se alguns líderes, pretendendo arrastar as massas à insurreição. Todos eles fracassaram sob o poderio militar de Roma. Mas Jesus não veio para desenvolver este tipo de salvação. Sua missão salvadora era algo muito mais glorioso. Como ele saiu-se da cilada? Simples: Pediu uma moeda do Império. Por que pedir uma moeda do império? Ora, porque a pergunta da cilada farisaica estava relacionada com o sistema de dominação do império. Eles queriam que Jesus se pronunciasse expressamente contra ou a favor das leis tributárias impostas desde Roma por César, o Imperador. E, com quê se pagava o tributo a César? É claro que com moedas emitidas por César. Por isso Jesus pediu ‘a moeda do tributo’. Até aqui, nada nessa passagem tem a ver qualquer coisa com uma suposta tentativa de Jesus por estabelecer o Dízimo na Igreja cristã, que ainda nem existia. Trazida a moeda, Jesus pergunta-lhes quem é a personagem à qual se rende homenagem e reconhecimento de senhorio nela: ‘De quem é esta efígie e a inscrição?’ De César! – Responderam-lhe. ‘Então, dai a César as moedas do tributo, que são dele’. É como se Jesus dissesse: ‘Isso ai não é meu, nem do meu Pai eterno; isso é dos reinos passageiros deste mundo visível... Deem

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isso aos seus donos daqui, que as emitiram para pagar aos que para eles trabalham. Meu Pai não emitiu moeda nenhuma. Ora essa: Vão tecer suas ciladas contra outro!’. ‘Mas, e a Deus?... O quê daremos a Deus?’ Jesus antecipou-se a esta pergunta. Não esperou que a fizessem, porque sabia que estavam querendo fazê-lo tropeçar em palavras. Disse-lhes: “A Deus, deem o que é de Deus”! Na verdade, ele lhes disse que as moedas eram de César, e que, por isso, ele nada tinha contra dá-las a César. Faziam parte do Sistema regido por ele e eram ele, então a ele deviam ser dadas. Já o de Deus não eram essas moedas! Ao quê se referia Jesus como sendo de Deus? Note bem que Jesus falava aos fariseus. Os fariseus eram judeus. Os judeus do tempo de Jesus de Nazaré estavam sob o regime da “Lei e Profetas”. Conforme vimos nas páginas anteriores deste livro, Jesus nasceu sob a Lei (Gl 4:4) e sob ela ministrou como profeta ao povo da Lei enquanto viveu sua vida terrena na Judéia antes de ir para a cruz (Rm 15:8). Por isto, o que é ‘de Deus’ na resposta de Jesus era, nesse caso específico, tudo quanto a “Lei e Profetas” exigia do povo judeu sobre o qual ainda vigorava, inclusive os 10 Mandamentos, o pagamento do Dízimo, o Sábado, os sacrifícios de animais, etc. Assombra-se o leitor pelo nosso reconhecimento da inclusão do Dízimo nas coisas ‘de Deus’ nesta resposta de Jesus aos fariseus, escrita neste livro de Mateus que faz parte da coletânea à que chamamos de Novo Testamento? Não se assombre: De fato, estando Jesus e o povo judeu ainda sob o regime da Lei do Sinai, esse ‘de Deus’ significa, nada mais

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nem nada menos, que todas as exigências que Deus fazia ao povo judeu através dessa mesma Lei do Sinai, entre as quais uma das tantas era o pagamento do Dízimo, deviam ser de fato obedecidas por eles, POIS ESSA LEI AINDA ESTAVA EM VIGOR até o momento em que Cristo lhe desse pleno cumprimento morrendo na cruz por todos nós, os pecadores aos quais ela acusava e sentenciava à morte. Jesus jamais pregou desobediência à “Lei e Profetas”. Pregou, sim, sua obediência enquanto ela durou. Entretanto, tampouco pregou a observância dela depois da entrada em vigor do Novo Pacto da Graça: Ele ensinou que depois de terminar aqui sua obra como Messias Salvador voltaria ao Céu e de lá nos enviaria outro Guia para nos ajudar a andar no Caminho de Deus, o Espírito Santo (não a Lei). Não havendo em Jesus contradição alguma, esta afirmação a esses fariseus judeus deve estar hermeneuticamente sujeita àquela outra, expressada com maior abrangência e com a superioridade do propósito didático em relação à formação dos seus discípulos, ao dizer: “A Lei e os Profetas vigoraram até João Batista”, JÁ ANUNCIANDO A INTRODUÇÃO DA NOVA DIS-PENSAÇÃO DA GRAÇA. Se em Mt 22:15-22 estivesse ele validan-do a exigência do Dízimo sobre a Igreja, então essa afirmação de Lc 16:16 seria mentirosa, e, em tal caso Jesus não seria nosso Salvador. Note, porém, que a Igreja não existia nesse instante porque o sangue do Novo Pacto não tinha ainda sido derramado. Depois do ministério de João Batista, seguia-se o ministério da cruz, na qual Jesus daria cumprimento total àquela Lei e nos traria o perdão pelo seu sangue, a reconciliação com Deus e, assim, a vitória sobre a Morte, de graça, isto é, sem preço algum para nós, seus redimidos. Dessa maneira, com a morte expiatória de Jesus na cruz do Calvário para cumpri-la, findava-se o ministério da Lei, para dar início ao ministério da Graça, na qual andamos pela guia real e viva do Espírito Santo (Rm 8:14-15), e não por mandamentos escritos em papel ou em tábuas de pedra (2Co 3:4-18).

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É nesta realidade dispensacional que tropeçam esses baalámi-cos profetas de aluguel: Eles não percebem as diferenças nas normas entre uma e outra Dispensação. Não percebem as diferenças entre as condições e promessas contidas na Velha Aliança da Lei e a Nova Aliança da Graça. São cegos, guiando outros cegos. Guias cegos, que não percebem quais eram as coisas ‘de Deus’ nos tempos do Antigo Testamento, nem quais são as coisas ‘de Deus’ nestes tempos do Novo Evangelho do Reino de Deus em Cristo. Se Deus pedia Dízimos do povo de Israel nos tempos da Velha Aliança da Lei, é claro que esse povo tinha que dar a César o tributo que César exigia, e a Deus o Dízimo e demais coisas que Ele exigia dos judeus através da Lei. Nós nunca contestamos isso. Mas agora, depois da redentora obra da cruz, na Nova Aliança da Graça, os cristãos estamos mortos para essa mesma Lei median-te o corpo crucificado de Cristo (Rm 7:4), e, sem qualquer uma das exigências dessa Lei, Deus nos deu a mais completa, perfeita e eterna salvação para nosso espírito, mente e corpo, gratuitamente (Rm 3:21-24 e 8:32; 1Ts 5:23). Grátis: Sem Dízimo, sem “devoluções”, sem penitências ou sacrifícios nossos... Isto, os fariseus não compreendem. Nem tampouco os mercenários. E é por isso que eles tropeçam nas palavras de Jesus. E o tropeço de alguns deles é tão absurdo, que chegam até a concordar, sim, que no princípio da caminhada cristã, ou seja, na hora da conversão, tudo é de graça; mas daí em diante, afirmam eles, o convertido tem que começar a pagar os Dízimos! É o absurdo de que acusava Paulo a alguns dentre os Gálatas, cobrando-lhes: “Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucifica-do? Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da Lei, ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos que tendo começado no Espírito, estejais agora vos aperfeiçoando na

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carne?” (Gl 3:1-3). Mas é claro que, se na Aliança da Graça o cristão é advertido pela palavra do Evangelho que querer se justificar perante Deus mediante o seguimento das ordenanças da Lei significa se sepa-rar de Cristo e decair dessa sua graça salvadora (Gl 3:10 e 5:4), então o que é ‘de Deus’ para os seguidores de Cristo não pode ser nem sequer uma vírgula ou um til das exigências da Lei. Pelo contrá-rio, passa a ser pecado querer se justificar perante Deus ou se pôr em paz com Ele mediante a obediência à Lei do Dízimo, porque isso implica em desprezo ao pleno e suficiente sacrifício da vida de Cristo Jesus como substitutiva propiciação pela nossa! Se no Evangelho diz que os que continuam a estar debaixo do regime da Lei permanecem sob o estigma da maldição em que nasceram (Gl 3:10), e que Cristo veio para nos libertar dessa maldição da Lei, então é impossível que o ‘de Deus’ nesta época da Graça cristã seja permanecer em qualquer exigência dessa Lei do Sinai, à qual, entre muitas outras ordenanças, pertence também a do Dízimo. O que é ‘de Deus’ nestes tempos da Aliança da Graça, é nossa própria redimida vida, toda ela, espiritual e corporal, oferecida a Ele em sacrifício vivo, santo e agradável (2Co 5:15; Rm 12:1), para sermos santuário também vivo do Seu Espírito Santo (1Co 6:19-20). E isto nada tem a ver com Dízimos e ofertas, mas com um coração realmente convertido, conforme muito bem compreen-deram os autores sagrados do Evangelho em Hb 10:5-10 e 1Pe 1:18-19. “Desperta, tu que dormes; levanta-te dentre os mortos e te iluminará a luz de Cristo” é o brado apostólico para você, amado leitor. Não se deixe envolver tão facilmente pela baba do erro. Sacuda das suas costas o peso dessas imposições colocadas sobre seus ombros com os argumentos torcidos dos dizimeiros. Dízimo não salva ninguém. Pagar o Dízimo, na realidade, é pecado, quando quem o faz pensa estar em paz com Deus por essa obra. Você quer ver como a realidade é outra, bem diferente da que eles mostram nas suas bem montadas teatralizações televisivas e radiais?

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Note que Jesus respondeu àqueles fariseus: “Dai a César o que é de César”. Você sabia que esses mercenários dizimeiros, que se dizem tão obedientes à palavra de Deus, não obedecem estas ordens do Senhor Jesus? Eles sonegam o tributo “de César”, quando sonegam os impostos devidos ao governo dos seus respectivos países. Se você não for uma pessoa muito desinformada, lembrará quantas vezes já leu nas revistas e jornais nacionais a respeito de inúmeros processos que correm contra as igrejas desses cobradores do Dízimo. Nós temos alguns desses exemplares guardados, cujos artigos não quisemos incluir aqui, apenas para não sermos tão faltos de ética, como eles dizem que somos, esquecidos de que falta de ética é roubar o salário do pobre, principalmente quando isto é feito em nome de um Deus que nada nos cobra hoje pelas Suas bênçãos. E não são processos por causa de centavos, mas por causa de milhões, e, em um caso até bem conhecido, por causa de centenas de milhões. E não podem alegar serem coitadas e inocentes vítimas da Receita Federal, porque acertaram acordos para pagar, em um dos casos, mais de R$300.000.000,00 quando o Real ainda valia mais do que o Dólar americano... Ninguém faz um acordo desse tamanho se está sendo roubado pelo governo! Com o dinheiro do Dízimo, eles também abrem empresas tão mundanas como qualquer outra das que existem no mundo inteiro em mãos dos incrédulos e aplicam no mercado financeiro mais suspeito, especialmente em alguns paraísos fiscais, como Ilhas Cayman, por exemplo, com a desculpa de que é para fugir dos altos impostos do nosso país, quer dizer, do elevado tributo que ‘César’ cobra. Tudo isso, para não dar a César o que é de César. E, depois, continuam pregando, e dizendo-se obedientes servos do Senhor Jesus Cristo. Mas, quê obediência é essa, que não dá a César o tributo ou

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imposto que é de César, como Jesus disse ali num tempo em que tais exigências tributárias eram até mais pesadas do que hoje? Isso, simplesmente, não é obediência. É, apenas, fingimento. ...Fachada! Fachada, como os túmulos caiados de que falava Jesus, que por fora são branquinhos, aparentando pureza diante dos homens, mas por dentro estão cheios de podridão e mau cheiro. Aparentam ser exemplo de obediência à Bíblia, mas, na realidade, são meros farsantes, desobedientes à palavra do Evangelho, que também, em Rm 13:1-8, ordena:

“Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus, e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus, e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para temor quando se faz o bem, e sim, quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme, porque não é sem motivo que ela traz a espada, pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal. É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência. Por esse motivo também pagais tributos; porque são ministros de Deus, atendendo constantemente a este serviço. Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto... a ninguém fiqueis devendo coisa alguma”.

Aquele, pois, que sonega os impostos exigidos pela legislação ditada pelos magistrados do seu país, ou seja, de ‘César’, está desobedecendo estas palavras do Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo, demonstrando com isso não ser um verdadeiro

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seguidor dele. E é o que fazem estes farsantes dizimeiros: Cobram rigorosamente do povo como sendo ‘de Deus’ um Dízimo que o Evangelho de Jesus não exige hoje de ninguém, mas, por outro lado, desobedecem ao Senhor quando sonegam os impostos exigidos pelos magistrados do seu país; quer dizer, negam-se a dar a César o tributo que é de César. Assim, cumpre-se neles a palavra do Senhor Jesus, quando disse: “Põem pesadas cargas sobre os ombros do povo, as quais eles mesmos nem com um dedo querem carregar... Dizem, mas não fazem”. Usam dois pesos e duas medidas, conforme lhes convém. Porém, de Deus ninguém zomba: “Resistem à ordenação de Deus... e trarão sobre si mesmos condenação”... no dia oportuno!

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EPÍLOGO

O LIXO

“Quem dentre vós me convence de pecado? E, se vos digo a verdade, por que razão não me credes? É porque: Quem é de Deus, Ouve as palavras de Deus”

Jo 8:46-47

O ensino que apresentamos neste livro tem sido, muitas vezes, a causa de sermos duramente acusados de falsos profetas e filhos do Diabo por aqueles mercenários cobradores do Dízimo. Dentre as muitas bobagens que falam contra nós, uma das mais frequentes é a de que fazemos do Antigo Testamento um lixo, algo imprestável, pelo fato de não admitirmos suas leis como normativa das vidas dos seguidores de Cristo no que se refere a ter paz com Deus e a alcançar as bênçãos prometidas no Evangelho aos cristãos. Alegam que assim empurramos as almas a viverem na libertinagem e afundadas no pecado porque, supõem eles, sem a Lei não é possível ter conhecimento do pecado próprio nem manter uma disciplina sobre as inclinações da carne. Tudo bobagem! Jamais o Antigo Testamento foi para nós um lixo. Muito pelo contrário, em vez de considerá-lo algo imprestável, cremos firmemente, conforme ensina o apóstolo Paulo, que “toda a Escritura do Antigo Testamento é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que todo homem seja perfeito e habilitado para toda

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boa obra” (2Tm 3:16-17).

Note, porém, que na passagem acima, na qual o apóstolo aludia ao Antigo Testamento (dado que o Cânon do Novo ainda não tinha sido formado por não terem sequer sido escritos, nesse momento em que ele a escrevera, todos os livros e cartas que hoje o formam), ele não disse que dessa Escritura do Antigo Testamento adviriam dire-tamente nem a salvação eterna, nem as Bênçãos da Graça que em todas suas cartas ensina ele mesmo serem gratuitamente recebidas mediante a fé EM CRISTO, e não em compensações divinas pelo pagamento do Dízimo, nem pelo cumprimento de qualquer outra lei daquele Antigo Pacto.

Paulo até chega a ser abertamente rigoroso quando, em Gl

3:21, afirma que nenhuma lei pode dar a vida eterna a ninguém. E, ai mesmo, no versículo seguinte, em Gl 3:22, ele é mais duro ainda, afirmando que o Antigo Testamento (“A Escritura” do seu tempo) encerrou tudo sob pecado. Ora, pelo que sabemos, pecado é morte. Quer dizer: Ninguém será capaz de viver a vida de Deus nem nada que não seja sua própria natureza pecadora por meio de sua dedicação à observância dos 10 Mandamentos e demais exigências legais do Antigo Testamento. Tudo o que conseguirá por esse caminho será descobrir o significado real da tremenda verdade revelada através de Paulo em Rm 7:13-14, no sentido de que, ao querer fazer o bem que Deus quer de nós, o único que alcançamos mediante a natureza espiritualmente morta e por isso pecadora do “velho homem” é fazer o mal. Co-mo, por exemplo, quando tentamos obedecer a ordem de amar o próximo, e nos flagramos desprezando ou sentindo bronca contra alguém. Ou como quando queremos olhar para todas as mulhe-res (ou homens no caso delas) com olhos e imaginação santa, e descobrimos que em alguns casos não conseguimos... “carne marvada”, brincamos ainda...

No fundo, o problema dos que nos acusam de termos inutilizado o Antigo Testamento, é que eles mesmos não conhecem a verdadeira mensagem nele contida. Se a conhecessem, não estariam cometendo a heresia de tentar introduzir o legalismo judaico na Graça de Cristo. Afinal de contas, eles nem conhecem a Lei, nem conhecem a Graça. São o “Híbrido” de que falava aquela citação da revista “Defesa da Fé”, transcrita na página 118.

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A obra realizada por Deus nos passados tempos do vigor do

Antigo Testamento é, para nós, fonte quase inesgotável de aprendizado espiritual em relação à forma como Ele tem tratado com o homem, e, também, à forma como este tem tratado com Deus. Por outro lado, sabemos muito bem que temos lá, nesse Antigo Testamento, a “tanto mais confirmada palavra profética” de que fala o apóstolo Pedro, à qual atendemos como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, sabendo que toda ela detalha de uma ou outra forma inúmeros aspectos do ministério de Cristo, até ao fim dos tempos, quando serão estabelecidos os “novos céus e a nova terra” prometidos em Is 65:17 e Ap 21:1-2. Mas isto não significa que devamos ter tal palavra profética como a fonte da nossa salvação, nem das bênçãos que dela advém em Cristo Jesus. Isso já seria um erro, visto que tal fonte é, única e exclusivamente, o próprio Cristo.

O Antigo Testamento, entre outras coisas, anunciava a vinda do Messias, que viria para salvar a descendência adâmica das garras do Tentador que a fez cair na Morte lá no Jardim do Éden. E nesse anúncio, mediante a aplicação dos 10 Mandamentos e do restante da Lei, a palavra desse Antigo Pacto conduzia os que estavam sob ela a um conhecimento do seu pecado e pecaminosidade natural, de modo que o povo tentasse se disciplinar para não pecar. Mas o povo sempre pecou. Jamais conseguiu alcançar essa disciplina de uma vida sem pecado, apesar dos muitos esforços por cumpri-la. Por quê? Como ficou dito nas páginas anteriores, porque Deus não concedeu à Lei o privilégio de ministrar aos homens essa vitória contra o pecado nem a sua santificação. Seu ministério consistiu somente em fazer com que o ser humano se compreendesse um pecador sujeito à condenação e sentisse por isso a necessidade do Messias Salvador, a respeito do qual a palavra profética da “Lei e Profetas” dava o anúncio da sua então futura vinda! (Rm 3:19-20)

Porém:

O Antigo Testamento não salvava ninguém (Gl 3:21-22). Apenas, repetimos, anunciava a vinda do Salvador.

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Anunciava, apenas isso, algo que ele mesmo não podia dar a

ninguém e cujos anunciadores não sabiam quando chegaria, conforme explica-nos o genuíno Evangelho apostólico:

“Foi a respeito desta Salvação que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizavam acerca da Graça A VÓS DESTINADA, investigando atentamente qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo, e sobre as glórias que os seguiriam. A eles foi revelado que NÃO PARA SI MES-MOS, MAS PARA VÓS OUTROS, ERA QUE MINIS-TRAVAM as cousas que agora vos foram anunciadas por aqueles (discípulos de Jesus) que, pelo Espírito Santo enviado do Céu, vos pregaram o Evangelho” (1Pe 1:10-12).

Veio, porém, o Messias, e trouxe, ELE SIM, a Salvação, com todas as bênçãos que dela derivam, tal e como estavam anunciadas no Antigo Testamento.

Sob esta ótica nós estudamos e ensinamos o Antigo Testamento ou

“Lei e Profetas”, sim, mas na justa medida do que ele é em contexto com a palavra de Deus do Novo Testamento, dada através do Filho “por quem nos fala nestes últimos dias” (Hb 1:2), e que é superior a todos os santos servos do passado, tal e como também nos ensina, mais uma vez, a “BÍBLIA DE ESTUDO PENTE-COSTAL” da Casa Publicadora das Assembleias de Deus, em seu comentário a Ef 2:20, da pág. 1811, onde diz:

“A igreja somente poderá ser genuína se for alicerçada na revelação infalível, inspirada POR CRISTO AOS PRI-MEIROS APÓSTOLOS. Os apóstolos do Novo Testamento foram os mensageiros originais, testemunhas e representantes autorizados do Senhor crucificado e ressurreto. Foram as pedras funda-mentais da igreja, e sua mensagem encontra-se nos escritos do Novo Testamento, como o testemunho original e fundamental do Evangelho de Cristo, VÁLIDO PARA TODAS AS ÉPOCAS. Todos os crentes e igrejas locais dependem das palavras,

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da mensagem e da fé dos primeiros apóstolos, CONFOR-ME ESTÃO REGISTRADOS HISTORICAMENTE EM (O LIVRO DE) ATOS E NOS SEUS ESCRITOS (AS CARTAS DELES). A autoridade deles é conservada no Novo Testamento. AS GERAÇÕES POSTERIORES DA IGREJA TEM O DEVER DE OBEDECER À REVELA-ÇÃO APOSTÓLICA E DAR TESTEMUNHO DA SUA VERDADE. O Evangelho concedido aos apóstolos do Novo Testamento, mediante o Espírito Santo, é a fonte permanen-te de vida, verdade e orientação à igreja. Todos os crentes e igrejas são verdadeiros somente na medida em que fizerem o seguinte: a)- Aceitar o ensino e revelação originais dos apóstolos a respeito do Evangelho, conforme o Novo Testamento registra, e procurar manter-se fiéis a eles (At 2:42). Rejeitar os ensinos dos apóstolos é rejeitar AO PRÓPRIO SENHOR (Jo

16:13-15; 1Co 14:36-38; Gl 1:9-11). b)- Continuar a missão e ministério APOSTÓLICOS, comunicando continuamente sua mensagem ao mundo e à igreja, através da proclamação e ensino fiéis, no poder do Espírito (At 1:18; 2Tm 1:8-14; Tt 1:7-9). c)- Não somente crer na mensagem APOSTÓLICA, mas também defendê-la e guardá-la contra TODAS as distor-ções ou alterações”.

É muito grato descobrirmos, no texto acima transcrito, a forma clara como Assembleias de Deus manda aos seus fiéis seguir o ensino apostólico DO NOVO TESTAMENTO, afirmando que rejeitar esse seu ensino é rejeitar ao próprio Senhor Jesus, que nos dá, ele sim, a liberdade santa que pregamos e a nova disciplina do amor cristão, pela qual sentimos nojo do pecado. E justamente o que as Assembleias instruem ali, é o que estamos fazendo nós aqui, neste trabalho: Estamos seguindo o ensino apostólico do Novo Testamento. Estamos “defendendo e guardando” a mensagem APOSTÓLICA contra todas as distorções ou alterações. Estamos assumindo o Evangelho como a exclusiva “fonte

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PERMANENTE de vida, verdade e orientação À IGREJA”, como eles pedem. E, com este propósito, acabamos de demonstrar que a cobrança do Dízimo como uma suposta obrigação divinamente imposta sobre o povo cristão, é uma farsa, uma distorção ou alteração que suplanta o Evangelho da Graça como única fonte das bênçãos de Deus para nós, anulando-lhe a suficiência, e contradizendo a voz de Deus que disse: “Minha Graça te basta”! E isto fazemos sem converter em lixo os livros sagrados do An-tigo Testamento; pelo contrário, sempre atendendo-o naquilo que é profecia sobre a vida e ministério do Messias e de aqueles a quem ele salva, e aproveitando-o como uma mina de lições sobre o cotidiano numa existência vivida diante de Deus. O fazemos, reconhecendo o valor ministerial que teve, no passado, o Pacto do Monte Sinai, baseado em leis escritas. Ou seja, tudo o contrário do que nossos acusadores alegam. Jamais, porém, misturando a “letra” de lá com o Espírito. Ou seja, jamais pondo “remendo velho em pano NOVO”. Se isso fizéssemos estaríamos tão mortos como os milhares de fariseus modernos que andam por aí com uma Bíblia debaixo do braço “achando que é nela que está a vida Eterna”, esquecidos de que Jesus revelou: “EU SOU... A VIDA!” Jamais daremos ao papel e tinta, mesmo amando como amamos nossa Bíblia, o lugar do vivo Jesus. Cada coisa no seu lugar... E NO SEU TEMPO. A Dispensação da Lei já era; Estamos na Dispensação do vivo Senhor e Rei, do vivo Salvador,

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do vivo Jesus e sua Graça que nos basta! O que for além disso é, tudo, FARSA. Mas, se é deste modo – nos perguntaram muitos - se todo esse assunto dessa cobrança não passa de uma farsa, então como lidar com o testemunho de todos aqueles que, declarando-se dizimistas fiéis, afirmam terem recebido as bênçãos justamente por causa do seu pagamento do Dízimo exigido no Antigo Testamento, no livro de Malaquias?

Ora, é fácil entender quando você conhece os bastidores: Na vida real (isto é, fora do ilusório teatro dos testemunhos escolhidos a dedo e não poucas vezes forjados), a proporção de não dizimistas bem sucedidos é muitíssimo maior do que a de dizimistas fiéis também bem sucedidos. A grande maioria dos bilionários do mundo NÃO SÃO DIZIMISTAS. Eles nem sequer levam esse negócio de religião muito a sério, usando-o apenas como convém ao engorde dos seus cofres. Ademais, na sua própria igreja, os mais fiéis dizimistas não são os mais ricos, e sim os mais pobres, que dão o 10% até “do cominho e do endro”; os outros fazem muitos cálculos antes de pagar... e mesmo assim ocultam dados. Você mesmo pode ver na sua igreja a vida dos seus membros e fazer um balanço dos que vivem sem problemas financeiros e sem limitações na hora de comprar o rancho, a roupa do dia-a-dia, o combustível para o carro, os móveis e eletrodomésticos. Descobrirá que a realidade não é tão cor de rosa como a pintam os pregadores do Dízimo na TV. A maioria dos membros da sua igreja é pobre, apesar de serem fiéis dizimistas. Esta é a realidade. E por que “as janelas do Céu” não se abriram para eles? O quê é que está errado nessa história?

Muita coisa...

Acontece que a propaganda incessantemente passada na TV, na

Rádio e nos seus jornais próprios, onde eles manipulam e montam suas seleções e programas como bem lhes convém, tem permitido a

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esses “ministros” do deus Dinheiro criar a ilusão de que “é dando o Dízimo que Deus envia a bênção da prosperidade pessoal, familiar ou empresarial, e que é em troca disso que Ele repreende o demônio chamado Devorador em Ml 3:11”. Durante estes últimos anos, seus telespectadores, radiouvintes e leitores têm sido exaustivamente bombardeados com testemunhos que, mesmo se fossem todos verídicos no que ao sucesso material diz respeito, não mostram o verdadeiro estado de pobreza e necessidade em que está a imensa maioria dos membros dessas mesmas igrejas, estes, também dizimistas fiéis, como aparentam ser aqueles que dão o tal testemunho. Na verdade, se formos verificar direitinho, descobrire-mos que, por cada dizimista fiel bem sucedido nessas igrejas, há centenas de dizimistas, também fiéis, porém, mal sucedidos, vivendo pobres e até miseravelmente. Estes, porém, não são mostrados na TV, na Rádio, nem nos jornais deles, porque, simplesmente, não convém aos ambiciosos interesses desses cobradores do Dízimo, que hoje destacam-se como astutos e inescrupulosos formadores da opinião das suas ingênuas e ignorantes ovelhas, no meio de uma sociedade cega, que não sabe para onde vai. Ademais, como prova de que o pagamento dessa taxa não faz diferença alguma na hora de Deus estender Sua mão e abençoar, existem ainda igrejas cristãs nas quais não se cobra o Dízimo, e cujo índice de membros bem e mal sucedidos é, no mínimo, o mesmo das igrejas dizimeiras. E nelas, os bem sucedidos não precisaram pagar o Dízimo para alcançar o sucesso e a prosperida-de financeira que estão desfrutando. Aliás, tampouco precisaram pagar o Dízimo bíblico os bem sucedidos membros da errada igreja Católica que, nos países ocidentais, são os donos de quase meio mundo, apesar de nada ter a ver com o Cristo vivo. E, se formos avaliar o nível da bênção numa vida pelo acúmulo de bens materiais que alguém possui, seriamos então obrigados a concluir que Deus abençoa muito mais aos incrédulos do que aos crentes, visto que é nas mãos deles que estão as riquezas deste mundo visível; e os incrédulos, como todos sabemos, não pagam o Dízimo ao Deus do Evangelho do nosso Senhor Jesus. Os muçulmanos, também donos de quase o outro meio mundo e do petróleo, são um bom exemplo disto. Ou os japoneses, se você preferir... Ou os chineses...

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E o contrassenso não termina por ai:

Pergunte aos milhares de “desviados” dessas mesmas igrejas que em nome de Deus exigem hoje o Dízimo, qual foi o motivo do seu “desvio”. A imensa maioria deles responderá que estavam cansados de serem explorados pela manipulação descarada dos líderes que, em compensação pela fidelidade no pagamento do Dízimo, prometiam-lhes uma bênção financeira que jamais chegou durante todos os anos que permaneceram cumprindo com honesta fidelidade essa obrigação de Ml 3:10, até a ponto de ficarem exauridos, sem carro, sem casa... sem nada, porque tudo deram esperando receber cem vezes mais! O que há, pois, na realidade, é muito jogo de informação e desinformação nessa história toda. O Marketing do Dízimo é tão fria e inescrupulosamente planejado e calculado, como qualquer outro. No fundo, é mais um produto comercial a ser vendido, e, nas suas campanhas, eles usam as mais eficientes armas da propaganda moderna, impunemente amparados na Lei de Liberdade de Cultos, já que, normalmente, nem os legisladores nem os juízes nem os policiais distinguem entre uma simulação estelionatária de culto a Deus E UM GENUÍNO CULTO AO CRIADOR ETERNO, e as leis que manejam as autoridades executoras são omissas ou confusas e, por isto, inaplicáveis: Qualquer advogado de segunda categoria tira esses malandros da cadeia. Aí, a impunidade é inevitável, e quando eles ficam muito ricos se tornam intocáveis. Por causa disto, o povo, sedento de soluções espirituais, fica a mercê desses hábeis mercená-rios espirituais, sendo iludido, manipulado e saqueado sem compai-xão alguma. Mas, não indo muito longe, faz apenas umas quantas décadas, quando não tinha ainda sido tão difundida essa introdução das exigências da Lei na Nova Aliança da Graça no seio das igrejas evangélicas, os cristãos eram muito melhor sucedidos do que hoje. Por quê? Porque sua confiança em Deus na hora de procurar bênçãos espirituais, ou materiais, era fundamentada na provisão da Graça divina, paga uma vez para sempre por Cristo JESUS na cruz do Calvário, e não pelo Dízimo, que, sendo parte da Lei, entendiam eles não obrigar os cristãos, nem ter poder para tra-zer bênção alguma neste período da Graça. Desde que as igrejas evangélicas começaram a obrigar os cristãos a pagar o Dízimo, supostamente sob a ordem do Espírito Santo, os templos são cada vez mais luxuosos e deslumbrantes e os pastores vivem mais como

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reis do que como discípulos daquele Jesus de Nazaré que não tinha onde reclinar sua cabeça e cujo trono na Terra foi uma cruz de madeira banhada em seu próprio sangue. Enquanto isso ocorre, OS FILHOS DOS MEMBROS DESSAS IGREJAS COMEM ME-NOS, VENDO EM SUAS MESAS PRATOS DE MISÉRIA, QUE TESTEMUNHAM POR SI SÓS CONTRA A FARSA DESSA PREGAÇÃO DIZIMISTA.

Muito desta confusão toda, deve-se também ao fato de os cristãos não saberem mais distinguir a diferença entre um ensino, ordenança ou obrigação ser bíblico, e, de outro lado, esse mesmo ensino, ordenança ou obrigação ser cristão.

Para ajudar o povo a compreender melhor essas coisas, está mais do que na hora de tornarmos à compreensão de que somente com o derramamento do Espírito Santo no Dia de Pentecostes foi que nasceu a Igreja de Cristo Jesus, porque somente a partir daí é que havia um Corpo de Cristo unido PELO ESPÍRITO SANTO. E que, depois disto, as coisas pertencentes ao Antigo Testamento, apesar de serem indiscutivelmente bíblicas, deixaram de ser praticadas pelos apóstolos com fins de salvação ou de recepção das bênçãos prometidas por Jesus de Nazaré.

Por que deixaram eles de praticá-las com fins salvadores e/ou abençoadores?

Porque eles (os apóstolos de Cristo) tinham ainda uma noção muito fresca e clara de que estava acontecendo a introdução de uma NOVA E DIFERENTE ALIANÇA OU PACTO DE DEUS COM OS HOMENS. Eles tinham recebido todo o ensino do Senhor Jesus havia muito pouco tempo. Por esse ensino, sabiam que, agora, deveriam andar SOB A VIVA E REAL GUIA DO ESPÍRITO SANTO RECEBIDO NAQUELE DIA DE PENTECOSTES, e não mais sob a letra de uma ‘Lei e Profetas’ que não vigorava mais. Sabiam que o Senhor Jesus enviou o Espírito Santo precisamente com esse fim, de que os guiasse em toda a verdade, conforme lhes havia prometido (Jo 16:7-13; At 2:32-33). Isto era algo que a Lei jamais fizera com ninguém. Ela apenas podia guiar no conhecimento do pecado, não da vida (Rm 3:19-20; Gl 3:21). A Vida, o

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cristão verdadeiro a conhece melhor do que ninguém dentre os servos do Antigo Testamento, porque ela está dentro dele, na pessoa do Espírito de Cristo. A forma antiga de andar guiado pela letra da Lei já não será sua forma de se relacionar com Deus, porque o próprio Deus está habitando nele! (Hb 8:8-11)

Porém, mesmo não procurando mais a salvação nem as bênçãos diárias pela prática dessa letra do Antigo Testamento, ela continuou formando parte das Sagradas Escrituras cristãs: A igreja primitiva a usava para ensinar, corrigir, instruir, educar. Nunca, porém, como um instrumento divino para a salvação de ninguém, nem para receber as bênçãos prometidas por Deus EM CRISTO, e da mesma forma a usamos nós, hoje. Muitas são as lições que dela tiraram os apóstolos para nos transmitir esclarecimentos sobre o ministério glorioso daquele a quem elas apontavam: CRISTO! Jamais, entretanto, tentaram impor aos cristãos a obrigação de andar pela obediência aos mandamentos e instruções nela conti-dos, de modo que ficasse condicionada a tal obediência a recep-ção das bênçãos da Aliança da Graça, nem a paz com Deus, nem a Salvação eterna. ...Jamais! Antes, combateram sempre, aberta e decididamente, qualquer tentativa de se impor tal obrigação sobre os convertidos a Cristo. O capítulo 15 do livro de Atos, Carta aos Gálatas, Carta aos Romanos e Carta aos Hebreus, são prova fiel desta verdade.

Contudo, nem eles nem nós deixamos jamais de ver que todos esses mandamentos e histórias continuam sendo bíblicos. Porém, o simples fato de serem bíblicos não significa que vigorem como norma salvífica na atual Aliança da Graça, fundamentada, não em letra exterior, mas no sangue do Cordeiro de Deus, Cristo Jesus, e selada mediante a concessão do guiador e consolador Espírito Santo a seus genuínos seguidores. Aos cristãos somente obriga, para salvação e recepção gratuita das bênçãos prometidas pelo Senhor Jesus, o que está contido na palavra da Nova Aliança da Graça, e cujo único fundamento é a obra redentora de Cristo, na cruz do Calvário.

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Quem põe fundamentos legalistas (à procura de amealhar ouro e prata) na salvação e na recepção das bênçãos cristãs são os mercenários, que não tem escrúpulos em acumular fortunas arrancando da boca as migalhas de fome das incautas ovelhas, como preço por algo que Ele está dando de graça. …jamais Deus Pai …jamais Deus Filho ... jamais Deus Espírito Santo ... jamais os apóstolos de Cristo.

Nestes termos, o Dízimo é bíblico, sim: Foi claramente estabelecido sob o Pacto Antigo em Lv 27:30-34 e Dt 14:22-29.

Porém, muitas outras coisas são também bíblicas, E NÓS NÃO AS PRATICAMOS HOJE, PORQUE SABEMOS MUITO BEM QUE NADA TEM A VER COM O NOVO PACTO DA GRAÇA EM JESUS.

O já citado sacrifício de Abel, só para exemplificar, é bíblico, e, ademais, foi realizado muito ANTES de ser dada a Lei do Sinai, tendo sido, ainda, bem ACEITO E APROVADO PELO PRÓPRIO DEUS. Por que, pois, não introduzir esse belo ato sacrifical de Abel nas nossas igrejas, ou pelo menos nessas em que foi implantado o Dízimo de Abraão sob o argumento de que este o pagou também ANTES de ser dada essa mesma Lei? Qual seria, aqui, a resposta dos fugidios implantadores do legalismo judaico na igreja de Jesus Cristo? Diriam que Deus aboliu os sacrifícios da Lei. Muito bem. Só que o sacrifício de Abel jamais foi da Lei, pois ocorreu muitíssimos anos antes dela ser dada, da mesma forma que o Dízimo de Abraão. E, neste sentido, o valor de um e outro gesto deveria ser, no mínimo, igual, visto como Deus gostou e aceitou o de Abel! Que mais poderiam alegar? Que nosso sacrifício para Deus é hoje o de Cristo na cruz? Pois é: Nosso Dízimo também é, hoje, o corpo de Cristo sacrificado nessa cruz, porque foi mediante ele que ficou totalmente paga nossa dívida para com Deus, visto que “nele estava o castigo que nos traz a

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paz” com Deus (Is 53:5) e que, com esse seu corpo carnal ali sacrificado, “cancelou ele a dívida que era contra nós” (Cl 2:10-14). Se ele já pagou, então não temos dívida nenhuma para com Deus... O que temos, isto sim, é uma gloriosa e gratuita herança na condição de filhos de Deus em Cristo... e herança nem se paga nem se “devolve”. Chega, pois, de farsa, porque os filhos, segundo ensinou Jesus, estão isentos dos impostos e tributos cobrados pelos seus pais reis (Mt 17:25-26), e nós somos os filhos do Rei da Glória!

Bíblico, segundo Lv 19:27, é, para dar mais exemplos, que os homens não cortem o cabelo em redondo, do jeito que todo mundo o corta hoje nas igrejas evangélicas, nem danificar as extremidades da barba, do jeito que todos os crentes cortam a barba todo dia para não deixá-la crescer, em alguns casos porque o próprio ministério das igrejas lhes ensina que é contrário à vontade de Deus tê-la crescida. É uma ordenança da Lei que não vigora mais? Concordamos. Mas o Dízimo é dessa mesma Lei: Leia-o em Lv 27:30-34. Por que então o querem fazer vigorar? Se esta parte dessa Lei vigora, a outra também deveria ser igualmente obedecida hoje, pois são do mesmo livro de Levítico!

Bíblico é, também, que os pais entreguem um filho teimoso e

desobediente aos líderes da comunidade para que o apedrejem ATE À MORTE (Dt 21:18-21). Por qual motivo os cobradores do Dízimo não praticam isso hoje, sabendo que suas igrejas estão lotadas de famílias com filhos teimosos e desobedientes? Pergunte a eles. Você vai se surpreender quando lhe responderem que isso “não vigora mais, PORQUE É DA LEI DE MOISÉS”. Mas, e o Dízimo referido em Ml 3:8-10 não é também o da mesma Lei de Moisés? Senão, quais eram as normas que o Livro de Malaquias ordenava observar em 4:4? As da Lei de Moisés, dadas por Deus no Monte Sinai. Reveja de novo seu estabelecimento nos citados textos de Lv 27:30-34; Dt 14:22-29 e Nm 18:21-23. O Dízimo é da mesma Lei que mandava apedrejar os filhos teimosos e desobedientes, sim. Eles, porém, como os fariseus, usam os “dois pesos e duas medidas” de Pv 20:10... Escolhem de Malaquias o que convém a seus bolsos, argumentando que ainda vigora, e o resto jogam, eles sim, no lixo!

Eles é que fazem da palavra do Antigo Testamento um lixo, ao

jogar fora o que não convém a seus interesses.

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Lixo é a pregação dos dizimeiros. Lixo... e palha seca que mata de fome as ovelhas!

Bíblico é, assim mesmo, apedrejar até à morte AO HOMEM QUE

FOR FLAGRADO EM ADULTÉRIO (Dt 22:22). Por que os que utilizam trechos da Lei para cobrar o Dízimo, não apedrejam hoje os inúmeros adúlteros das suas respectivas igrejas? Pergunte-lhes. Mais uma vez dirão que “ESSA LEI DE MOISÉS NÃO VIGORA MAIS”. Entretanto, a usam para obrigar o povo a pagar o Dízimo! Malaquias não estabeleceu Lei nenhuma. A Lei do Dízimo que ele menciona ali é a mesma Lei do Dízimo recebida de Deus por Moisés no Monte Sinai; a prova disso está umas poucas linhas mais adiante, na cobrança que ele faz em 4:4, mandando observar tal Lei, toda. É que eles querem fazer vigorar dela apenas o que engorda suas contas bancarias... com seu dinheiro, leitor!

Sim: Bíblico é, do mesmo modo, esse já citado apelo em Ml 4:4 em prol da guarda de toda a Lei de Moisés. Por que estes fariseus não obedecem também tal apelo, que está no mesmo livro do profeta Malaquias do qual extraíram seu trechinho de 3:10? POR QUE ELES NÃO IMPLANTAM NAS SUAS RESPECTIVAS IGREJAS A OBSERVÂNCIA DE TODA A LEI DE MOISÉS, VISTO ESTAR ISSO ORDENADO NO MESMO LIVRO DE MALAQUIAS QUE ESTÃO USANDO PARA FUNDAMENTAR A COBRANÇA DO DÍZIMO? POR QUE QUEREM ELES FAZER VALER OU VIGORAR APENAS UM PEQUENO TRECHO DESSE LIVRO, E JOGAR O RESTANTE NA LIXEIRA?

O motivo, repetimos, e um só:

Eles são mercenários!

A única coisa que lhes interessa em tudo quanto se envolvem é o tilintar das moedas e o, para eles, suave cheiro das notas do Deus Mamon, ou Deus Dinheiro. Possuídos por este avarento (e idolátrico) interesse, eles não se importam em pisotear o direito das ovelhas, enforcando-as com o chicote da Lei, para, assim espiritualmente imobilizadas e

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submetidas, sugar-lhes tudo quanto possuem. Isso, para eles, é prazer... é gozo! O quê eles vão fazer com seus milhões e bilhões depois do Arrebatamento, não sabemos... com certeza, para não perde-los, entregarão sua mão direita ou sua cabeça ao Verychip!

E se você se sente ofendido por estas palavras, achando-se sincero diante de Deus, então saia da correnteza do engano, como já dissemos, e conduza o rebanho do Senhor aos pastos verdes da Graça, como é devido, para que possam crescer de verdade como os discípulos dos tempos apostólicos, quando quase todo convertido terminava se tornando um ativo ministro do Evangelho, não permanecendo para sempre nessa raquítica condição de mero ouvinte de banco de igreja, santo entre as quatro paredes e lamentavelmente mundano lá fora. Tampouco diga que nos faltam ética e amor quando denunciamos tão clara e abertamente esta crua realidade. Falto de ética e de amor, reiteramos, é o que eles fazem!... Não isto que estamos fazendo nós aqui, numa luta desigual e ingrata por tirar dos escravos espirituais o jugo desta farsa, montada através do mau uso do nome de Jesus e da palavra de Deus. Antes de nos acusar de faltos de ética e de amor, analise bem as coisas... não seja que Deus o encontre “lutando contra o aguilhão”, como estava o enfurecido fariseu Saulo de Tarso.

Os dizimeiros são “fariseus hipócritas que, por ambição, coam o mosquito e engolem o camelo do pecado” entre os ingênuos membros das suas congregações sem se importar muito com o verdadeiro estado espiritual deles, usando assim a Bíblia somente para enriquecer a si mesmos com o dinheiro de um povo ignorante, porém sedento e muito faminto das coisas espirituais. Isto, sim, é falta de ética e amor! E O PIOR DE TUDO É QUE ESSE POVO HUMILDE, ARREBANHADO MEDIANTE A PREGAÇÃO REMENDADA DOS LEGALISTAS COBRADORES DO DÍZIMO, ESTÁ DESPROTEGIDO DIANTE DE TODO ESSE EMARANHADO DOUTRINÁRIO COM QUE É FORÇADO A PAGAR, “SOB PENA DE CAIR CASTIGADO POR ROUBAR A DEUS”. NINGUÉM HÁ QUE SE LEVANTE CONTRA ESTA INJUSTIÇA, PORQUE É NECESSÁRIO UM CONHECI-MENTO BÍBLICO QUE O COMUM DAS PESSOAS NÃO TEM... NEM SEQUER AS AUTORIDADES POLICIAIS E

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JUDICIAIS ÀS QUE CABERIA EVITAR ESTES ESTELIONA-TOS; E MESMO SE O TIVESSEM, A LEGISLAÇÃO OMISSA E CONFUSA OS MANIATA: Daí essa impunidade que reina absoluta ao amparo de uma intocável Lei de Liberdade de Cul-tos, que em país algum do mundo os juízes se atrevem a interpre-tar para sentenciar contra as instituições “religiosas” fundadas por esses mercenários, porque sentem pânico só de imaginar a fanática reação em cadeia que se seguiria, com o apoio solidário dos demais grupos da mesma “linha” (ou, melhor, da mesma ‘laia’). Para o Estado é muito difícil lidar com sucesso contra a enganação religiosa, principalmente porque seus próprios repre-sentantes, legisladores e funcionários nada entendem destas coi-sas, sendo quase sempre também vítimas cativas de alguma des-sas religiões, porque quase todos pertencem a alguma.

É hora, pois, de tornarmos à compreensão do genuíno ensino apostólico, para sair, cada um por si, da arapuca, já que pelos meios jurídicos de amparo à coletividade não se vislumbra qualquer saída! É hora de ensinar ao povo a verdadeira doutrina da Graça que há em Jesus Cristo, para que compreenda por si mesmo que é mentira esse brado televisivo e radial de que “Dízimo também é salvação”. “Salvação no Dízimo”, coisa nenhuma! Esse brado, aos olhos de Jesus e dos seus apóstolos, é, isso sim, uma monstruosa blasfêmia, pois o brado apostólico, contrário a essa mentira, é: “Em nenhum outro (além de Jesus) há salvação, porque debaixo do céu não há outro nome dado aos homens para serem salvos... salvos por graça; não por obras, para que ninguém se glorie... pois fomos justificados pela fé na obra redentora de Cristo, sem as obras da Lei... Aquele que não nos negou nem seu próprio Filho, antes por nós o entregou na cruz, como não nos dará gratuitamente com ele todas as coisas?”! Se Cristo ou seus apóstolos nos cobrassem o Dízimo, aí sim faria parte da mensagem da salvação, e o cristão deveria pagá-lo com alegria. Porém, nem Cristo Jesus nem seus apóstolos cobram Dízimo algum dos seus seguidores, porque esta taxa,

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como todo o restante da Lei, “não é da fé” (Gl 3:12), e era válida somente enquanto a velha e caduca aliança da Lei vigorava (Lc

16:16).

...APENAS ENQUANTO ELA VIGORAVA. Hoje, não vigora para mais ninguém. Nosso guia, agora, é o

eterno Espírito Santo, vivo e real em nós, tal como prometido por Jesus em Jo 14:23 e 16:13-15, E ELE NÃO PEDE DÍZIMO ALGUM AOS SEGUIDORES DE CRISTO PARA CONTINUAR HABITANDO NO INTERIOR DE CADA UM, NEM NA FORMA LEGAL DE OBRIGAÇÃO NEM NA FORMA DE “DEVOLU-ÇÃO”! “Devolução” de quê? “Devolução” de herança? Isso é discurso de caloteiro! O Espírito Santo não nos pede em nenhum versículo de todo o Evangelho que lhe devolvamos nada da herança que o Pai nos dá hoje no Pacto da Graça em Cristo, de forma gratuita é IRREVOGÁVEL como é toda herança. Sim: Ao contrário do que esses caloteiros pregam, é Ele quem nos lembra que “os dons de Deus são irrevogáveis, sem arrependimento” (Rm 11:29). Ou seja, Ele não nos dá para no-lo exigir de volta, seja na forma de pagamento obrigatório, seja na forma de “devolução” parcial ou como o queiram intitular! Ele, habitando hoje em nós para nos conduzir e prover, é um guia GRATUITO, eterno e infinitamente superior a qualquer lei ou instrução escrita em coisas externas, como tábuas de pedra, pergaminhos, folhas de papel, etc. E a herança que Ele nos traz e dá em nome de Jesus, insistimos, é, como toda herança, irrevogável e completamente gratuita: Quem quer rapiná-la das nossas mãos são os caloteiros e estelionatários! Quem realmente O recebe sabe desta gloriosa realidade, pelo entendimento espiritual dado por Deus “EM NÓS”, fonte íntima e única de todas as bênçãos prometidas em Cristo. Quem não O

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recebe não tem como sabê-lo, e por este motivo, geralmente, vive sua religião correndo atrás das tábuas de pedra e do papel, ou dos “profetas” e “mestres” que lhe alimentam com ilusórias falsas verdades os sonhos da sua vaidade materialista e sensual. Os guiados pelo Espírito Santo de Rm 8:14 não corremos atrás de mais nada para nós mesmos, nem de guias externos sejam estes de pedra, de papel ou de carne, porque o Altíssimo Ser que procurávamos já está habitando em nosso íntimo (Hb 8:10-11). Nossa maior preocupação agora é lutar pela salvação dos outros sedentos aos que se referia Jesus em Jo 7:37-39. Sedentos dessa vida eterna que a Lei não tem como dar a ninguém, porque Deus não lhe outorgou esse ministério, mas que Ele lhes concederá vindo pessoalmente habita-los através do Seu Espírito Santo e, aí sim, conduzi-los numa forma de vida santa, irrepreensível e farta (Jo 14:16-23; 1Jo 2:27; 1Ts 5:23). Vida santa, irrepreensível e farta que só Ele pode dar! Não tem, pois, sustentação a acusação deles de que promove-mos a libertinagem e o afundamento no pecado. Eles sempre alegaram essa mesma bobagem contra os pregadores da Graça pura de Jesus durante todos estes passados dois mil anos. Paulo, por exemplo, teve de se defender deste tosco argumento no seu profundo discurso de Rm 6:1-23. E é desta passagem que tiramos sua resposta a esta tola acusação: Os genuínos convertidos cujo velho homem foi juntamente crucificado com Cristo, já não vive-mos para o pecado, mas oferecemos a Deus diariamente os Mem-bros do nosso corpo como instrumentos da justiça. Assim fazen-do, Deus nos transforma em seus servos (Rm 6:11-13 e 12:1-2; 2Co 3:5-6). A nós, quem nos convenceu de pecado antes da conversão e continua convencendo-nos toda vez que sofremos algum tropeço, é o próprio Espírito Santo, conforme afirmação de Jesus registrada na palavra de Jo 16:8. Esta é a gloriosa obra da Graça transformando um vulgar pecador em uma NOVA criatura, santa e agradável a Deus em Cristo. Pena que os legalistas não veem nem compreendem esta glória, porque o véu carnal da impossível obediência do homem natural à Lei de Deus os impede (1Co 2:14; 2Co 3:14-16). “Quando, porém, alguns deles se convertam ao Senhor Jesus, o véu lhes será retirado” e verão a Luz gloriosa da Graça, que hoje lhes é mistério. Os que não se

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converterem, inevitavelmente sofrerão sob o peso da sentença apostólica que ainda hoje, quando a porta da Graça está aberta, os exorta assim: “Não vos enganeis: De Deus ninguém zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito, do Espírito colherá vida eterna”.

(Gl 6:7-8)

É hora, pois, de que todos os servos do Jesus da Graça no mundo inteiro nos levantemos do acomodo e façamos rebrilhar o genuíno Evangelho pregado pelos apóstolos dele. Nestas palavras finais, fazemos o apelo para que cada genuíno cristão eleve a voz nos quatro cantos da Terra, usando todos os meios possíveis ao seu alcance: Livros, folhetos, artigos em revistas e jornais, programas na Rádio ou TV, Internet, evangelismo pessoal, etc., porque os sinais estão mostrando que o dia do Arrebatamento não está mais tão longe, e muitas ovelhas confusas por causa daquele fermento fariseu de Mt 16:6-12 precisam de esclare-cimentos para reagir antes do “toque da Trombeta”, para compreenderem que esse negócio de pagar ou “DEVOLVER” Dízimos é coisa de Caim... e termina mal. Pregar aos quatro ventos, no mundo inteiro, ai onde a vontade do Senhor permitir a cada um, a mensagem da vivificadora Graça, COMO ELA É! Pregar aos quatro ventos a mensagem da Bíblia TODA, no seu verdadeiro e genuíno significado, sem as deturpações que os legalistas tem semeado no coração das ovelhinhas do Senhor, motivo pelo qual mancam, fraquejam e adoecem, a mercê dos lobos vorazes.

Temos clara consciência de estarmos pondo o dedo numa chaga muito grande. Maior desafio, porém, enfrentaram os apóstolos no seu tempo contra o legalismo dos judeus, que matavam os cristãos

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justamente pelo motivo de declarar publicamente que nada tinham a ver com a Lei do Antigo Testamento, e sim apenas com Jesus VIVO. E, assim como eles não vacilaram para o bem de muitos, tampouco nós devemos vacilar hoje, procurando a libertação de muitas almas dessa dura, farisaica e diabólica escravidão exercida através da cobrança do Dízimo ou de quaisquer outras leis do Pacto Antigo, flagelo que se alastrou por quase toda a cristandade mundial, como um câncer no Corpo de Cristo, cerceando-lhe a plena saúde da Graça, tanto no plano espiritual quanto no material, ou seja, no bolso e no corpo físico. A liberdade para a qual Cristo nos chamou, é um direito sagrado de cada cristão, e sua defesa é um “dever” vital de cada um dos membros do Corpo de Cristo, ao qual nos empurra o Espírito Santo, a quem devemos servir, não por lucro, mas para a Salvação real e genuína das almas sedentas que, indefesas nas garras dos lobos vorazes, não têm quem lhes esclareça as coisas com a coragem santa de não se apoucar diante das perseguições ou dos ataques e calúnias dos farsantes, que hoje chamariam de “falso profeta” e “falso mestre” também a Jesus de Nazaré e a todos seus apóstolos, porque esta pregação contra esse legalismo não é invenção nossa: É, antes, deles: De Cristo e seus discípulos! Não nos acovardemos, pois, mesmo quando formos chamados de falsos mestres por pregarmos gratuitamente o Evangelho da Graça de Jesus. Pelo contrário, diante dos ataques dos mercenários cobradores de dinheiro em nome de Jesus, cresçamos como cresciam os apóstolos e combatamos com mais vigor o bom combate da fé pura de Cristo, em favor dos filhos de Deus do mundo inteiro. Não é hora de dormir: Os sinais dos tempos exigem uma atitude cristã corajosa e desinteressada em favor dos muitos deles que, por falta de uma sólida formação bíblica, naufragam na dúvida, sem terem quem lhes estenda a mão para tirá-los do abismo da incerteza à que os empurraram as misturas doutrinárias de remendo velho em pano novo, como essa do Dízimo. Se for verdade que estamos perto do Arrebatamento, então estamos também no tempo da restauração final da Igreja, quer dizer, da vida dos nossos irmãos em Cristo.

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É hora, pois, de redirecionar os passos para essa restauração. Hora de consertar as redes. Hora de assumir o compromisso com a verdade do Senhor da Graça, que em breve virá buscar sua Igreja, que somos nós, junto com os nossos irmãos cristãos do resto do mundo. E esta deverá estar bem preparada para esse encontro glorioso com o Santo Salvador. Está chegando a hora de partir. Redimamos, então, o tempo, em prol da verdade da Graça para que opere preparando muitas vidas que saibam ouvir o som da Sétima Trombeta, a “última”, e a voz do Senhor quando, nesse instante de glória, chamar nosso nome. Pelo demais, rogamos que o Senhor Jesus, pelo seu Espírito Santo, nos dê mais, para mais dar durante o pouco tempo que resta. “De graça receberemos, de graça daremos” aos que tem verdadeira sede das coisas eternas. Que venha Jesus e, com ele, a glória preparada pelo Pai para os seguidores do Novo Pacto efetuado conosco mediante a oferta da preciosa vida de Cristo na cruz, e não mediante a Lei do Dízimo, ou qualquer outra. Glória preparada por Ele, não neste mundo

(“nem ouro, nem prata”...). Glória que paga, sozinha, esta luta toda pela salvação de pessoas que não conhecemos nem conheceremos nesta nossa vida terrena, mas que, com certeza, alcançaremos através da mensagem contida neste livro.

Glória essa que é eterna: Mercenário não se apossa dela...

Ladrão não a rouba...

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Traça não a rói... Porque é a glória, especial e grandiosa, inamovível, que Deus preparou, “escondida dos sábios e dos entendidos” para os Seus “pequeninos”; estes, aos quais Sua Graça, em Cristo, nos basta! Iván Darío Toro Rúa

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