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  • Disciplina - Sociologia -

    Os evanglicos e a ditadura militarSociologiaEnviado por: VisitantePostado em:23/04/2009

    O Ato Institucional n 5, a sociedade e a Igreja Evanglica na parede, completa 40 anos sem seresquecido.A reportagem levanta a histria da participao de evanglicos contrrios a ditaduramilitar e o posicionamento dos que defenderam o regime. Saiba mais...

    O Ato Institucional n 5, que colocou a sociedade e a Igreja Evanglica na parede, completa 40 anossem ser esquecido. Nem todas as feridas fecham em 40 anos. Em 13 de dezembro completam-sequatro dcadas que, em nome do combate suposta ameaa comunista, o Brasil mergulhou numaera de total supresso das liberdades individuais e polticas. E ainda choram Marias e Clarices,como cantou Elis Regina em 1979, na campanha em favor da anistia. Quem viveu sob o AtoInstitucional n 5, imposto em 1968 pelo general-presidente Artur da Costa e Silva, depois de umareunio do Conselho de Segurana Nacional, no esquece facilmente a experincia de no terqualquer garantia constitucional contra os desmandos do Estado. Foram dez anos de linha-dura. sfavas todos escrpulos de conscincia, disse o ento ministro do Trabalho, Jarbas Passarinho, nareunio que sacramentou o AI-5. O chamado golpe dentro do golpe, que veio para calar os protestosestudantis que varriam o pas pedindo democracia e reverberavam no Congresso, deu poderestotais a Costa e Silva e suspendeu o instrumento legal do habeas corpus. Qualquer pessoa poderiaser presa sem acusao formal por at 60 dias para responder a inquritos polticos, ficandoincomunicvel durante at 10 dias. Anunciado em rede nacional pelo ento ministro da Justia, LusAntnio da Gama e Silva, que o redigiu, o AI-5 foi a deixa para uma feroz caa s bruxas, que paraa extrema direita ainda restavam soltas mesmo com o Golpe de 1964. Fechado o Congresso,polticos, intelectuais e artistas muitos deles sem qualquer identificao com a esquerda forampresos imediatamente. Era a doutrina de segurana nacional, pregada pelo general Golbery doCouto e Silva no mbito da Escola Superior de Guerra e fortemente influenciada pelos EstadosUnidos. Tratava-se de uma guerra contra os inimigos internos, no contra potncias estrangeiras. Ea Igreja Evanglica? Muitos crentes em Jesus Cristo, que j enfrentavam problemas em suasprprias denominaes por conta da intensa disputa poltico-ideolgica daquele perodo, passarama ser vistos como ameaa pelo regime militar, que no poupou os religiosos. Vrios protestantesvinculados a movimentos ecumnicos que pregavam a responsabilidade social da igreja e atransformao do pas sofreram perseguio. Muitos eram entusiasmados seguidores dos ensinosdo telogo norte-americano Richard Shaull (1919 -2002), que, expulso da Colmbia, viera ao Brasilainda nos anos 50 pregando o engajamento poltico das igrejas para mudar a sociedade,profundamente desigual. Um dos principais organizadores, por meio da Confederao Evanglicado Brasil (CEB), do encontro Cristo e o Processo Revolucionrio Brasileiro, que reuniu em 1962,no Nordeste, 167 representantes de diversas igrejas, o sociolgo e jornalista Waldo Lenz Csar(1923-2007) tambm foi preso e teve que deixar o Brasil. O presbiteriano Paulo Wright, deputadoestadual por Santa Catarina, tornou-se militante da Ao Popular (AP) organizao de esquerdaque de incio agregava estudantes catlicos e um punhado de protestantes e desapareceu nospores do regime em 1973. Seu irmo, o pastor Jaime Wright, acabou se destacando na luta contraa ditadura, unindo-se ao arcebispo de So Paulo, D.Paulo Evaristo Arns, para denunciar os crimesdo Estado brasileiro. Ele trabalhou intensamente no Projeto Brasil: Nunca Mais, que uniu o

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  • Conselho Mundial das Igrejas (CMI) e a Arquidiciocese de So Paulo para expor a violncia doregime. Boas-vindas A histria da Igreja Evanglica, porm, no foi exatamente das mais bonitas.A principal razo era o medo do comunismo, como reconheceu, certa vez, o prprio Jaime Wrightem entrevista ao jornalista Jorge Antnio Barros. Na Unio Sovitica a prtica da religio foicerceada e proibida; os evanglicos tinham alguma razo para ter receio disso, declarou Wright,que era profundamente identificado com a viso de um Evangelho social e faleceu em 1999. Em1963, em plena Guerra Fria, a alguns meses do golpe militar, o nascente movimento carismtico,que dava nfase aos dons do Esprito Santo, se mobilizava em jejum e orao para que o Brasil nocasse sob poder do comunismo. Em pouco tempo, no entanto, o pas viveria as agruras de umaditadura de extrema direita. Em relato publicado em 2005 no site da Igreja Metodista do Brasil, older leigo Anivaldo Padilha, recentemente beneficiado pela Comisso de Anistia do Ministrio daJustia, afirma ter sido acusado de comunista e delatado aos militares por um pastor da prpriadenominao (ver abaixo). A liderana evanglica, de modo geral, deu boas-vindas ao regime.Surgiram matrias nos jornais das igrejas apoiando o novo governo, reconhece o pastor AlderiSouza de Matos, historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB). Para ele, que se dedicaao projeto de escrever sobre os ltimos 50 anos da denominao, difcil analisar aquele perodo.Havia muito radicalismo, muito extremismo. Na minha avaliao houve excessos de ambas aspartes: tanto dos conservadores, que se apossaram do poder na igreja, quanto da oposio,vinculada ao movimento social, ao ecumenismo e ao liberalismo teolgico, diz, lembrando que ospastores e seminaristas esquerda batiam de frente com determinaes vindas da direo dadenominao. Difcil dizer como seria a igreja hoje, o que teria acontecido se o grupo vencedorfosse o oposto, comenta, observando que muitos snodos da IPB foram simplesmente dissolvidos,pela sua recusa em cumprir a ordem de expulsar os pastores desobedientes. Era uma poca demuita tenso, confrontao, polmica e polarizao; no era fcil alcanar equilbrio, diz opesquisador. Dois anos antes do AI-5, a Igreja Presbiteriana, preocupada com a influncia doliberalismo, j dera uma guinada forte direita. Em 1966, Boanerges Ribeiro fora eleito presidentedo Supremo Conclio da denominao com a promessa de moralizar os seminrios, varrendo ainfluncia dos modernistas. Durante os anos de chumbo, ele permaneceria frente da igreja, queera ento a mais influente entre os protestantes. O tenente-coronel Renato Guimares, ligado aotemido Servio Nacional de Informaes (SNI), tinha assento no Supremo Conclio. Telogosesquerdistas como o prprio Waldo Csar, o escritor Rubem Alves, Zwinglio Mota Dias que foitorturado e teve o irmo, Ivan, assassinado pela ditadura e Joo Dias de Arajo, que escreveu olivro Inquisio sem fogueiras, deixaram a IPB. Surgia a Igreja Presbiteriana Unida (IPU), queabrigou no perodo grande parte da esquerda protestante. Luta armada Eu fiz uma decisoradical, muito consciente, em 1970: jamais me envolver com poltica eclesistica, conta EduardoEmerich, de 64 anos, ministro presbiteriano que, j prximo de aposentar-se, aps 40 anos deministrio, atua como pastor auxiliar em Ourinhos (SP). Simptico s idias naquele momentocombatidas pela direo da IPB, o ento seminarista considerava um total equvoco a idia sair daigreja e preferiu dedicar-se a pastorear uma pequena comunidade na mesma denominao, que jchegou aos 150 anos de existncia. A igreja perdeu crebros brilhantes naquele perodo. Seriaoutra hoje em dia, acredita. Em 1968, Emerich estava no Seminrio Presbiteriano de Vitria (ES) emilitava na esquerdista AP. Ele participou do histrico congresso da Unio Nacional dos Estudantes(UNE) em Ibina, no interior paulista evento realizado clandestinamente, j que a entidadeestudantil fora banida pelo regime militar. Eu nunca havia usado uma arma, conta Emerich, queacabou sendo designado para, em rodzio, ajudar a fazer a segurana do encontro: Pela nica vezna vida portei uma arma pesada, talvez um fuzil, recorda. No meio da noite, porm, foi acordadopelos companheiros da AP e retirado s pressas do local. Pela manh, mais de 200 policiais dasforas da represso cercaram o stio e prenderam os cerca de mil estudantes da UNE. Depois disso,a entidade radicalizou. Sa da AP em 1969, quando estava em meu ltimo ano no seminrio. Eles

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  • queriam que eu largasse tudo e entrasse na luta armada. Eu no era marxista, era um cristo, ejamais faria isso, declara Emerich. A antroploga Laurie Miller, de 57 anos, era uma adolescentedurante os anos de chumbo do AI-5, mas guarda para sempre as lembranas da comunidadeorganizada por seu pai, o pastor americano John Lawrence Miller, em Ceilndia. A localidade nopassava de uma miservel cidade-satlite no entorno de Braslia. Ele seguiu o caminho da IPU etrabalhou com Jaime Wright. Em Ceilndia, construiu uma igreja de madeira. Laurie guarda cpiasde textos do telogo Richard Shaull e muito material da ento nascente Ao Crist Pr-Gente,voltada a organizar a comunidade local e instru-la a lutar por seus direitos, em especial a posse daterra. Um dos textos divulgados pela ONG onde Laurie ainda trabalha quela populao noincio dos anos 70 mostrava em detalhes a correlao entre a Declarao Universal dos Direitos doHomem e muitos versculos da Bblia. Eu me lembro de ver o irmo de Jaime Wright, o Paulo, queera perseguido pela ditadura, escondido na casa de um dos presbteros da igreja. Na poca eu noentendia o que estava acontecendo, diz ela, ainda na mesma congregao. Laurie relata tambm oestranho atropelamento sofrido em setembro de 1974 pela ex-dirigente da Mocidade PresbiterianaWillie Gammon, filha de missionrios norte-americanos, que se dedicava a ajudar o trabalhocomunitrio. Hospitalizada, Billy, como era conhecida, chegou a telefonar para confortar seusamigos, avisando que estava bem e se j recuperava. Poucos dias depois, estava morta. Guerrasuja O pastor Djalma Torres, de 68 anos, da Igreja Batista Nazareth, de Salvador (BA), classifica operodo de vigncia do AI-5 como uma poca de terror. O comportamento da Igreja Evanglicadurante a ditadura militar foi lamentvel. Foi mais de conivncia do que de reao. A parcela quereagia, era com silncio. E uns poucos foram para a clandestinidade, criando movimentos deresistncia, relembra, dizendo ter vivido, por ser alinhado a uma teologia mais libertadora,momentos de muita tenso e incerteza. Djalma diz ter acolhido jovens insatisfeitos com a posturade conivncia com o fechamento do Congresso, com a falta de liberdade e confessa que eraconstante a sensao de vigilncia pelos agentes da ditadura. Olhando para todo o contexto 40anos depois, vejo que os grupos que se enfrentaram na Igreja hoje tm muito mais respeito pelasopinies diferentes, ressalta. Outro pastor, Jorge Pinheiro dos Santos, da Igreja Batista dePerdizes, em So Paulo, nem era crente na poca. Estava entre os jovens que resolveram entrarpara a guerrilha urbana, com o objetivo de derrubar o governo. Tambm jornalista, ele escreveu olivro Um Pedao de Mim, novela de memrias, da Editora Cultural, que narra sua trajetria e o climade medo vivido pelo pas. Para Pinheiro, os que enfrentavam a ditadura que pela sua violnciaestaria fadada ao fracasso e um dia iria despencar , estavam fazendo histria. Em 1974, assumiuo poder o quarto general-presidente, Ernesto Geisel, substituindo Emlio Garrastazu Mdici. Oluterano Geisel prometia uma abertura poltica lenta, gradual e segura. No ano seguinte, a enormerepercusso da morte do jornalista comunista Wladimir Herzog nas dependncias do prdio doComando do II Exrcito, em So Paulo, aumentou a presso sobre os militares. Nos EstadosUnidos, em 1976, o crente batista Jimmy Carter venceria as eleies pelo Partido Democrata,criticando duramente na campanha eleitoral o apoio dos EUA a ditaduras fascistas na AmricaLatina. Eleito, Carter passara a pressionar por abertura poltica no Cone Sul, onde a Argentina, oChile, o Paraguai, o Uruguai e o Brasil viviam a chamada Guerra Suja, com a Operao Condor, quesaa caa de militantes de organizaes de esquerda. Nesse contexto, em 1978, Geisel deu fim vigncia do AI-5 e teve que segurar os ces raivosos do aparato de segurana do Estado. Era oprimeiro passo para a anistia e a volta dos exilados. Mas os militares s deixariam o poder emmaro de 1985, aps o enorme movimento popular por eleies diretas para presidente daRepblica. Identidade e misso A Igreja Evanglica cresceu naquele perodo, mas houve umaruptura com sua prpria histria e tradio, diz o bispo anglicano de Recife (PE) e cientista polticoRobinson Cavalcanti, lembrando que o antigo destino manifesto dos protestantes brasileiros, detrazer transformao social, democracia e desenvolvimento para o pas, contrapondo-se ao atrasoda Igreja Catlica, se perdeu nesse processo. Ele explica que, antes do golpe de 1964, os

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  • evanglicos se dividiam em quatro grandes alas: os pentecostais, os carismticos, os tradicionais eos ecumnicos ou liberais. Para Cavalcanti, com a violenta polarizao poltica logo antes e durantea vigncia do regime militar, todos os evanglicos perderam. Em apenas quatro anos, entre 1964 e1968, o cenrio protestante mudou totalmente, continua o religioso, de 64 anos. Como resultado,diz, os pentecostais saram fortalecidos, mas alienados, preocupando-se apenas com o Cu, semprojeto poltico. Os carismticos em sua maioria expulsos das igrejas tradicionais se voltaram construo de sua prpria estrutura institucional e tambm se alienaram da situao poltica do pas.Os tradicionais se fecharam. A Confederao Evanglica do Brasil acabou. Houve intervenes nosmovimentos de mocidades das denominaes histricas, alm de autocensura entre batistas,presbiterianos, metodistas e demais grupos, observa, sublinhando que um documento progressistada Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, pedindo mudanas sociais em 1963, logo sumiu decirculao. J a IPB, que tinha sido a primeira denominao a formar quadros do mais alto nvel,sofreu com as divises e se alinhou ao regime militar. Quanto aos liberais, Cavalcanti avalia queeles tambm teriam se prejudicado ao adotar um discurso social correto, mas com uma completaperda de nfase na converso ou na expanso missionria, em decorrncia de sua visouniversalista. Eles no gastariam latim com a converso de ningum, lamenta o bispo anglicano.Cavalcanti aponta ainda para o surgimento, ao final da ditadura, dos neo ou pseudopentecostais,representando a uma ruptura total com a f evanglica. Para o historiador Alderi, refletir sobre osdesafios vividos pela gerao do AI-5 importante hoje. Os conflitos da poca estavamrelacionados a questes bsicas a serem respondidas teologicamente pela igreja: identidade emisso. Quem somos ns e para qu estamos aqui? A que viemos? O compromisso com Deus,com as Escrituras e com a Igreja se relaciona com o mundo e a sociedade. No h respostasprontas; so perguntas s quais cada nova gerao precisa responder, conclui. Um documentoque rasgava os outros Poder total para o chefe do Executivo, num documento que no tinha sequerum prazo de validade. Este era o cerne do Ato Institucional n 5, imposto pela ditadura militar em1968. Na reunio do Conselho de Segurana Nacional, no Palcio das Laranjeiras, no Rio deJaneiro, que decidiu calar toda voz poltica destoante, o ento ministro da Justia, Lus Antnio daGama e Silva, no teve nenhum pudor em dizer que nem mesmo da Constituio de 1967, j sob osmilitares, sobrava pargrafo algum. Nem daquela Constituio, nem dos poderes Legislativo eJudicirio ou dos direitos e garantias individuais. Um discurso do deputado Mrcio Moreira Alvescontra a represso ao movimento estudantil e a invaso, pelos militares, da Universidade deBraslia, serviu de pretexto para fechar o Congresso e suspender o direito ao habeas corpus,fundamental nas democracias. Os ecos da tenebrosa reunio que soltou as feras da repressopoltica sobre o povo brasileiro podem ser ouvidos no site www.ims.uol.com.br que foi tudogravado e entregue ao jornalista Elio Gaspari, que doou a fita ao Instituto Moreira Salles. O clima erade terror e valia tudo em nome do objetivo de deter a ameaa comunista representada pela UnioSovitica e seu satlite mais prximo, a Cuba de Fidel Castro. Como efeito colateral,multiplicaram-se no Brasil as organizaes clandestinas de esquerda, e s aumentou o nmero dejovens inconformados, que optaram pela luta armada para tentar implantar uma revoluo socialista.Como queria o guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara, a idia era fazer ainda muitos Vietns.Uma teologia pela revoluo Enquanto sofria sob ditaduras de extrema direita, em um tempo emque as guerrilhas de esquerda ainda tinham apelo romntico, a Amrica Latina viu nascer achamada Teologia da Libertao, com foco na revoluo poltica e com uma leitura bblica centradana luta de classes. Textos do frade franciscano Leonardo Boff, do dominicano peruano GustavoGutirrez e do telogo e educador Rubem Alves colocaram de cabea para baixo os conceitosanticomunistas e influenciaram padres e pastores desencantados com uma viso mstica do Reinodos Cus, voltada apenas para o ps-morte. O empolgante Jesus Cristo Libertador, de Boff, viroulivro de cabeceira de muita gente. No havia uma, mas vrias teologias da libertao, escreve obispo anglicano Robinson Cavalcanti no livro Cristianismo e poltica, da Editora Ultimato. Ele se

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  • refere aos muitos autores que tinham em comum um alinhamento poltico esquerda, a influnciado marxismo e uma interpretao bem liberal das Escrituras, na tentativa de dar uma respostapoltica opresso na Amrica Latina. A Teologia da Libertao na verdade acabou se tornandoum elemento complicador na unidade dos cristos contra a ditadura. Muitos no aprovavam suaheterodoxia e assim no somavam foras para combater o regime, opina Cavalcanti. Anistiados eindenizados No ms de setembro, a Comisso de Anistia do Ministrio da Justia beneficiou trezereligiosos catlicos e protestantes, ligados a movimentos ecumnicos de oposio ditadura militarque perdurou de 1964 a 1985. Em comum, experincias de perseguio, priso e tortura. Muitocriticado por distribuir benefcios considerados elevados a alguns ex-militantes de esquerda quepegaram em armas para derrubar o regime, o governo apenas repete uma experincia que deucerto em outros pases: reconhecer os desmandos do Estado, para que no venha um dia arepeti-los. E dessa vez a comisso contemplou gente bem pacfica. O rgo do governo analisou oscasos de indenizao e reparao de religiosos a pedido da Conferncia Nacional dos Bispos doBrasil (CNBB), do Conselho Nacional de Igrejas Crists (Conic), da Conferncia dos Religiosos, daComisso de Justia e Paz e da Igreja Metodista do Brasil. Alm de uma indenizao do governopor ter sido preso e torturado, o leigo Anivaldo Padilha, assim como o pastor americano Fred Morris,recebeu um pedido formal de desculpas da Igreja Metodista do Brasil pela omisso na poca. Apriso de Fred, que trabalhava com o arcebispo de Recife, dom Hlder Cmara, teve granderepercusso nos Estados Unidos, em 1975. fonte:www.cristianismohoje.com.br

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