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Documento do
Banco Mundial
USO OFICIAL EXCLUSIVAMENTE
Relatório nº: 86405-BR
DOCUMENTO DE PROJETO
REFERENTE À
PEQUENA DOAÇÃO EXECUTADA PELO BENEFICIÁRIO (RETF)
NO VALOR DE US$ 4.400.000
PARA A
FUNDAÇÃO AGENTE
DESTINADA AO PROJETO
MITIGAÇÃO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO CERRADO BRASILEIRO
PROJETO DE CADASTRO AMBIENTAL RURAL E PREVENÇÃO A INCÊNCIOS
FLORESTAIS NO ESTADO DO PIAUÍ
08 de abril de 2014
Departamento de Desenvolvimento Sustentável
Unidade de Gestão - Brasil
Região América Latina e Caribe
O presente documento está sendo disponibilizado ao público antes de sua aprovação, o que não
implica presunção de resultados. Este documento poderá ser atualizado depois de ser apreciado
pela Gerência, após o qual sua versão atualizada será disponibilizada ao público em
conformidade com a Política sobre Acesso à Informação do Banco Mundial.
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EQUIVALÊNCIA MONETÁRIA
(Taxa de câmbio em vigor em 18 de setembro de 2013)
Unidade monetária = Real
US$ 1,00 = R$ 2,3
EXERCÍCIO FINANCEIRO
1º de janeiro – 31 de dezembro
SIGLAS E ABREVIAÇÕES
APP Área de Preservação Permanente
FFMMCCB Fundo Fiduciário de Mitigação das Mudanças do Clima do Cerrado Brasileiro
CAR Cadastro Ambiental Rural
CPS Estratégia de Parceria para o País (Country Partnership Strategy)
SQC Seleção Baseada nas Qualificações do Consultor
CRAD Centros de Referência em Recuperação de Áreas Degradadas
SOF Seleção com Orçamento Fixo
FM Gestão Financeira (Financial Management)
GEE Gases de Efeito Estufa
GovBr Governo do Brasil
GovPi Governo do Estado do Piauí
IFR Relatório Financeiro Intercalar (Interim Financial Report)
INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
IPR Revisão Independente de Aquisições (Independent Procurement Review)
SBMC Seleção Baseada no Menor Custo
M&A Monitoramento e Avaliação.
MMA Ministério do Meio Ambiente
NCB Licitação Pública Nacional (National Competitive Bidding)
ONG Organização Não-Governamental
PPCerrado Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento no Bioma Cerrado
PRADs Planos de Recuperação de Áreas Degradadas
SBQ Seleção Baseada na Qualidade
SBQC Seleção Baseada em Qualidade e Custo
RL Reserva Legal
SBD Documento de Licitação Padrão
SEMAR Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do Piauí
SICAR Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural
SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente
SOE Extrato de Gastos (Statement of Expenditure)
SSS Contratação Direta (Single-Source Selection)
TORs Termos de Referência
Vice-Presidente para a Região: Hasan Tuluy, LCRVP
Diretor no País: Deborah Wetzel, LCC5C
Diretor de Setor: Ede Jorge Ijjász Vásquez, LCSSD
Gerente de Setor: Emilia Battaglini, Interina LCSEN
Chefe da Equipe do Projeto: Bernadete Lange, LCSEN
BRASIL
Mitigação das Mudanças Climáticas no Cerrado Brasileiro
Projeto de Cadastro Ambiental Rural e Prevenção a Incêndios Florestais no Estado do
Piauí
ÍNDICE
Página
I. CONTEXTO ESTRATÉGICO ........................................................................................8
A. Contexto nacional ......................................................................................................... 8
B. Contexto setorial e institucional .................................................................................... 9
C. Objetivos Superiores para os quais o Projeto contribui .............................................. 11
II. OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO (ODP) ............................12
A. ODP............................................................................................................................. 12
B. Beneficiários do projeto .............................................................................................. 12
C. Indicadores de resultados relacionados aos ODP ........................................................ 12
III. DESCRIÇÃO DO PROJETO .........................................................................................13
A. Área do Projeto ........................................................................................................... 13
B. Componentes do Projeto ............................................................................................. 13
C. Financiamento do Projeto ........................................................................................... 14
IV. EXECUÇÃO .....................................................................................................................15
A. Arranjos institucionais e de implementação ............................................................... 15
B. Monitoramento e Avaliação de Resultados ................................................................ 15
V. PRINCIPAIS RISCOS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO .............................................16
A. Explicação sobre a classificação do risco global ........................................................ 17
VI. RESUMO DA AVALIAÇÃO..........................................................................................17
Anexo 1: Monitoramento e Matriz de Resultados ....................................................................18
Anexo 2: Descrição Detalhada do Projeto .................................................................................20
Anexo 3: Arranjos de Implementação .......................................................................................26
FOLHA DE DADOS
BRASIL
Mitigação das Mudanças Climáticas no Cerrado Brasileiro
Projeto de Cadastro Ambiental Rural e de Prevenção a Incêndios Florestais
no Estado do Piauí
Documento de Projeto - Pequena Doação RETF
LCR
LCSEN
Informações básicas
Data: 8 de abril de 2014 Setores: Setores agrícola, pesqueiro e florestal em geral: 50%
Administração Pública relacionada aos setores agrícola, pesqueiro e
florestal: 50%
Diretor no País: Deborah Wetzel Temas: Mudanças climáticas: 50% Administração e gestão da terra: 35%
Biodiversidade: 15%
Gerente/Diretor de Setor: Emilia Battaglini, interina/
Ede Jorge Ijjász Vásquez
Categoria de IA B
Project ID: P143362
Instrumento: Assistência Técnica Líder(es) da Equipe do Projeto: Bernadete Lange, LCSEN
Beneficiário: Fundação Agente
Agência executora: Fundação Agente
Contato: Milcíades Gadelha de Lima Cargo: Diretor-Presidente
Telefone: 55-86-3233-0200 E-mail: [email protected]
Período de implementação do Projeto:
Início: 7 de abril de 2014 Fim: 30 de junho de 2016
Data de efetividade prevista: 7 de abril de 2014
Data prevista para encerramento: 30 de junho de 2016
Dados sobre o Financiamento do Projeto (em milhões de US$)
[ ] Empréstimo [X] Doação [ ] Outro
[ ] Crédito [ ] Garantia
Para empréstimos/créditos/outros
Custo total do Projeto: 4,4
Financiamento total pelo
Banco:
4,4
Cofinanciamento: 00 Gap financeiro: 00
Fonte de financiamento: Montante (em milhões de US$)
BENEFICIÁRIO
BIRD
IDA: Novo
IDA: Renovado
Outros: DEFRA 4,4
Gap financeiro
Total 4,4
Desembolsos previstos (em milhões de US)
Exercício
fiscal
2014 2015 2016 2017
Anual 400 1500 2000 500
Acumulado 400 1900 3900 4400
Objetivo(s) de desenvolvimento do Projeto
O Projeto tem como principal objetivo impulsionar a redução dos impactos das mudanças do clima nas regiões no Cerrado do Sul do estado do Piauí, por meio da: (i) promoção da regularização ambiental das propriedades rurais nos municípios selecionados; e (ii) da prevenção e do combate aos incêndios
florestais, através da integração dos atores locais e do estímulo à adoção de práticas produtivas sustentáveis nesses municípios.
Componentes
Nome do componente Custo (milhões de US$)
Regularização Ambiental Rural 2,4
Prevenção e Controle de Queimadas e Incêndios Florestais 1,5
Gestão Administrativa e Financeira do Projeto 0,44
Observância
Políticas
O projeto se afasta da Estratégia de Assistência aos Países (CAS) em conteúdo ou outros aspectos significativos? Sim [ ] Não [X]
O projeto requer algum tipo de exceção às políticas do Banco Mundial? Sim [ ] Não [X]
Tais exceções foram aprovadas pela Direção do Banco Mundial? Sim [ ] Não [X]
A Direção busca aprovação para qualquer exceção às políticas? Sim [ ] Não [X]
O projeto atende aos critérios regionais de prontidão para execução? Sim [X] Não [ ]
Políticas de salvaguarda acionadas pelo projeto Sim Não
Avaliação ambiental OP/BP 4.01 X
Hábitats Naturais (OP/BP 4.04) X
Florestas (OP/BP 4.36) X
Controle de Pragas (OP 4.09) X
Recursos Culturais-Físicos (OP/BP 4.11) X
Povos Indígenas (OP/BP 4.10) X
Reassentamento involuntário (OP/BP 4.12) X
Segurança de Barragens (OP/BP 4.37) X
Projetos em águas internacionais (OP/BP 7.50) X
Projetos em Áreas em Disputa OP/BP 7.60 X
Condições e cláusulas legais
Nome Recorrente Prazo Frequência
Descrição da Condição/Cláusula
Composição da equipe
Equipe do Banco
Nome Cargo Especialidade Unidade UPI
Bernadete Lange Especialista Sênior em Meio
Ambiente
TTL, Meio Ambiente LCSEN 322535
Daniella Arruda Analista de Operações Operações LCSEN 286713
Alberto Costa Especialista Sênior em
Desenvolvimento Social
Salvaguardas sociais LCSSO 83629
Danilo Pereira de Carvalho Especialista em Aquisições Aquisições LCSPT 380047
João Vicente Especialista em Gestão
Financeira
Finanças LCSFM 328583
Mariana M. Montiel Advogada Sênior Jurídico LEGLE 202290
Sophia Guerrier-Gray Analista Jurídica Jurídico LEGLE 202981
Equipe externa
Nome Cargo Telefone do escritório Cidade
Local
País Primeira Divisão
Administrativa
Local Planejado Atual Comentários
Brasil Estado do Piauí Bioma Cerrado
8
I. CONTEXTO ESTRATÉGICO
A. Contexto nacional
O desmatamento no bioma Cerrado do Brasil
1. O território brasileiro abrange uma grande diversidade de paisagens terrestres e aquáticas,
entre elas o Bioma Cerrado, considerado o bioma de savana mais rico do mundo em termos de
biodiversidade. Este bioma vem enfrentando altos índices de perda da cobertura vegetal nativa
desde a década de 1970 em razão da agricultura mecanizada, da pecuária e da produção de
carvão vegetal para atender à demanda da indústria siderúrgica.
2. Até 2010, o bioma havia perdido cerca de 49% da sua cobertura nativa, ou 1,0 milhão de
km2; cerca de 4,5% dessa perda ocorreu no período de 2002-2010. Embora a área de Cerrado
desmatada em 2001 se equipare em tamanho à da Amazônia brasileira no mesmo ano (6.400
km2), percentualmente representa uma maior parcela do bioma (0,32% contra 0,15%).
Entretanto, o desmatamento anual vem caindo nos últimos anos, tanto no Cerrado como na
Amazônia.
3. No Cerrado, o desmatamento está associado não apenas ao corte raso da vegetação natural,
mas com o uso descontrolado da prática de corte seguida da limpeza da área com fogo. Somente
em 2010, 74.120 focos de calor (hotspots) foram detectadas no bioma, 70% dos quais localizados
em áreas com vegetação nativa remanescente.
Gases de Efeito Estufa (GEE)
4. No Brasil, a esmagadora maioria das emissões líquidas de CO2 vem de mudanças no uso do
solo, em particular da conversão da vegetação natural em lavoura e pastagem (77% das emissões
de CO2 líquidas totais em 2005). O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil e da América do
Sul (24% da área terrestre total do país). Nesse contexto, as mudanças no uso do solo no bioma
Cerrado contribuíram com 22% das emissões antrópicas líquidas em 2005.
5. Estima-se que a contribuição relativa do Cerrado para o desmatamento tenha aumentado:
desde 2005, os níveis de desmatamento na Amazônia caíram mais acentuadamente do que no
Cerrado. O Cerrado é importante não só como o bioma de savana mais diverso biologicamente
no mundo, mas também pelo grande estoque de carbono armazenado, do qual cerca de 70%
ocorre no solo e na biomassa subterrânea.
6. Além disso, segundo estimativas recentes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
(MCTI), houve uma queda significativa nas emissões de GEE do Brasil em 2010 (1.246 MtCO2
neste ano, diante de 2.032 MtCO2e em 2005), tendo a agricultura como a principal fonte de
emissões (35%), seguida pelo setor energético (32%) e pelas mudanças no uso do solo e das
florestas (22%)1. Em 2010, as emissões da agricultura no Brasil provieram principalmente da
fermentação entérica (56%) e dos solos agrícolas (35%), e, em menor medida, do manejo de
1 Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), 2013. Estimativas anuais de emissões de gases de efeito estufa no Brasil.
Disponível em: http://gvces.com.br/arquivos/177/EstimativasClima.pdf
9
resíduos de origem animal (5%), rizicultura (2%) e queima de resíduos agrícolas (1,5%).
Política Nacional sobre Mudança do Clima
7. Com a Política Nacional sobre Mudança do Clima (Lei nº 12.187/2009 e Decreto
nº 7.390/2010), o Governo do Brasil (GovBr) assumiu o compromisso voluntário de reduzir em
40% a taxa anual de desmatamento no Bioma Cerrado, em relação à média do desmatamento
entre os anos 1999 e 2008.
8. Lançado em setembro de 2010, o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do
Desmatamento no Bioma Cerrado (PPCerrado; Decreto nº 5.577/2005) tem como objetivo
promover a redução sustentada das taxas de desmatamento e degradação florestal, bem como da
incidência de queimadas e incêndios florestais no bioma.
Política Nacional de Prevenção e Controle de Incêndios Florestais
9. O Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) determina que os proprietários de terras requeiram
ao órgão ambiental estadual autorização prévia para usar fogo na vegetação em locais ou regiões
cujas características justifiquem sua utilização como prática agropecuária ou florestal. Também
determina que os órgãos ambientais federais, estaduais e municipais que integram o Sistema
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) atualizem e implementem planos de contingência de
combate aos incêndios florestais e que o Governo Federal estabeleça a Política Nacional de
Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas.
Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural
10. O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é uma ferramenta essencial para monitorar e controlar o
desmatamento em propriedades rurais. O CAR é um registro eletrônico de propriedades rurais
mantido por uma entidade ambiental oficial, que tem como objetivo monitorar, supervisionar,
controlar, planejar e assegurar o cumprimento da legislação ambiental nas propriedades rurais.
Este registro contém dados georreferenciados da área total de propriedades rurais individuais,
áreas destinadas a uso alternativo do solo, áreas de preservação permanente (APPs) e Reservas
Legais (RLs). O CAR também especifica quais áreas de APPs e RLs devem ser recuperadas. O
sistema ajudará a distinguir entre desmatamento legal e ilegal e facilitará o planejamento do uso
do solo.
B. Contexto setorial e institucional
O Cerrado no Estado do Piauí
11. No Piauí, o Bioma Cerrado está localizado nas regiões sul e sudoeste, ocupando uma área
total de 93,424 km² (37% do território do estado). Até 2010, cerca de 17% dessa área haviam
sido desmatados (15.789 km2).
12. A maioria dos municípios prioritários em relação ao combate ao desmatamento no sudeste do
Piauí ainda mantêm grande parte do seu território com 75% de vegetação nativa remanescente.
No entanto, a conversão dessas áreas em monocultura de grãos e oleaginosas de alto valor
10
econômico destinados a exportação representa uma grande ameaça para a conservação dos
serviços proporcionados pelo Bioma Cerrado e a qualidade de vida de sua população.
13. O Governo do Piauí (GovPi) instituiu o Programa de Regularização Ambiental de
Propriedades Rurais do Estado do Piau e criou um CAR estadual (Lei nº 6.132/2011). Com a Lei
nº 5.178/2000, o GovPi também instituiu a Política Florestal estadual, que ampliou o percentual
da área das propriedades destinada à Reserva Legal (RL) no Cerrado de 20% para 30%.
14. Os focos de calor detectados de 2007 a 2011 no Piauí concentravam-se na região sul do
estado, coincidindo com os seis municípios contemplados nas ações prioritárias de combate ao
desmatamento. Para combater os incêndios florestais, em outubro de 2008 o GovPi instituiu o
Comitê Estadual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais e de Controle de Queimadas,
e aprovou seu regimento interno em dezembro do mesmo ano.
15. O Plano Estadual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais e Controle de
Queimadas, lançado em julho de 2009, estabelece um conjunto de ações preventivas, de controle
e de combate aos incêndios florestais a serem implementadas por diversas instituições
governamentais em articulação com a comunidade, visando à proteção da flora, da fauna, do
solo, dos recursos hídricos e da própria população.
16. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) publicou o Decreto nº 97, de 22 de março de 2012,
por meio do qual definiu os 52 municípios prioritários do Bioma Cerrado que exigem medidas
imediatas de prevenção e controle do desmatamento. Seis desses municípios pertencem ao Piauí,
e todos estão localizados no sudoeste do estado: Baixa Grande do Ribeiro, Currais, Palmeira do
Piauí, Ribeiro Gonçalves, Santa Filomena e Uruçuí.
Relação com a CPS
17. Alinhados com as prioridades ambientais do Governo, os objetivos do Projeto proposto
também estão plenamente alinhados com a atual Estratégia de Parceria para o País (CPS 2012-
2015), discutida pelos Diretores Executivos do Banco Mundial em 1º de novembro de 2011
(Relatório nº 63731-BR), sob o Objetivo 4: Melhorar a gestão sustentável dos recursos naturais e
a resiliência climática. Esta atuação sobre os biomas visa: (i) apoiar o mapeamento de áreas
degradadas em todos os biomas brasileiros e ajudar a desenvolver incentivos financeiros para
promover a sua recuperação; (ii) contribuir para uma maior sustentabilidade da produção
agrícola e florestal no Cerrado; (iii) colaborar nos esforços de governos estaduais específicos de
maneira a continuar fortalecendo e integrando seus sistemas de gestão ambiental, inclusive os de
abrangência metropolitana, e assegurar que as zonas rurais obedeçam à legislação ambiental; (iv)
ajudar a melhorar a eficiência e a eficácia dos sistemas de licenciamento e de monitoramento
ambiental; e (v) ajudar o Governo Federal e o setor privado a implementar o Plano Nacional de
Mudanças Climáticas brasileiro.
Abordagem para o Bioma Cerrado
18. O Banco Mundial está organizando sua abordagem para o Bioma Cerrado brasileiro por meio
da construção de parceria com todos os níveis de governo, o setor privado e a sociedade civil. A
abordagem para o Bioma combina conservação com a promoção do desenvolvimento econômico
rural local e regional. O Banco está atualmente apoiando um conjunto de iniciativas por parte do
11
Governo do Brasil (GovBr) voltadas para a promoção do desenvolvimento inclusivo, através de
programas e projetos complementares: (i) a iniciativa Cerrado Sustentável; (ii) o Fundo
Fiduciário de Mitigação das Mudanças Climáticas no Cerrado; e (iii) o Programa de
Investimento Florestal (FIP): Plano de Investimentos para o Brasil
19. Cada um dos programas ou projetos vai financiar investimentos e atividades que apoiam as
ações das diversas agências de implementação e suas relações com outras entidades e projetos ou
programas. Além disso, o Banco Mundial contribui para os esforços dos governos federal e
estaduais direcionados a melhorar a eficiência do planejamento e da execução de projetos.
Fundo Fiduciário de Mitigação das Mudanças Climáticas No Cerrado Brasileiro (FFMMCCB)
20. Lançado em 2012 como parte da Abordagem para o Bioma Cerrado, o Fundo Fiduciário de
Mitigação das Mudanças Climáticas do Cerrado Brasileiro (FFMMCCB) é um fundo fiduciário
com componentes executados pelo Banco e pelo Beneficiário, constituído com aportes de um
único doador, o Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino
Unido (DEFRA).
21. Os principais objetivos preliminares do Programa são: (i) a captura de 22,5 milhões de
toneladas de CO2e ao longo de 30 anos por meio da recuperação de florestas, de 26 milhões de
toneladas de CO2e por meio de reduções diretas de desmatamento e de 65 milhões de toneladas
de CO2e por meio do combate aos incêndios (inclusive redução das queimadas florestais e em
terras agrícolas); (ii) 360.000 hectares (ha) de vegetação nativa recuperados e 128.000 ha de
desmatamento evitado (redução de 46%), com um impacto substancial na redução da perda de
biodiversidade; e (iii) intervenção junto a 1.000 pequenos produtores (20% da meta total de
5.000 agricultores) visando melhorar seus meios de vida por meio de uma combinação de acesso
ao crédito e adoção de melhores práticas agrícolas e de manejo dos recursos naturais.
22. O projeto proposto contribuirá para a regularização ambiental das propriedades rurais no
Cerrado do Piauí e a redução dos incêndios florestais no Cerrado. Uma maior observância da
legislação ambiental e uma melhor mitigação dos incêndios florestais significam menos
desmatamento ilegal, menos áreas degradadas e áreas mais valorizadas. De uma perspectiva mais
global, isso contribuirá para a redução líquida de gases de efeito estufa (GEE) e para a
conservação dos serviços ecossistêmicos e da biodiversidade.
C. Objetivos Superiores para os quais o Projeto contribui
23. O projeto proposto integra o FFMMCCB. Apoiará o GovPi na redução do desmatamento
ilegal em propriedades rurais, reduzindo, portanto, as emissões de GEE e potencializando o
sequestro de carbono, por meio de: (i) aumentar o nível de observância ao Código Florestal
Brasileiro pelos produtores rurais, com o fortalecimento do monitoramento e da fiscalização das
exigências relacionadas às reservas legais através do cadastro ambiental das propriedades rurais;
e (ii) promoção da queima controlada, prevenindo, assim, os incêndios florestais, substituindo a
queima por práticas agrícolas mais sustentáveis e fortalecendo a capacidade de combate a
incêndios.
12
II. OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO (ODP)
A. ODP
24. O Projeto tem como principal objetivo promover a redução dos impactos das mudanças
climáticas no Cerrado do sul do Piauí, por meio de:
Promoção e regularização ambiental das propriedades rurais nos municípios atendidos; e
Prevenção e combate a incêndios florestais, através da integração de atores locais e da
promoção da adoção de práticas de produção sustentáveis nos municípios selecionados.
Beneficiários do projeto
25. Considerando-se as atividades específicas, os principais beneficiários são:
Os Governos Federal, Estadual e Municipal e as organizações ambientais municipais nos
municípios selecionados, que serão capacitados em implementação do CAR e prevenção
e combate aos incêndios florestais.
Os agricultores familiares2 nos municípios selecionados, que receberão apoio direto para
cadastrar suas propriedades. Estima-se que 2.600 famílias sejam contempladas.
Agricultores em geral (de médio e grande porte) nos municípios selecionados, que têm
maior acesso ao registro no CAR, conforme estabelecido pela Lei nº 12.651/2012.
Estima-se que 2.138 proprietários desse tipo sejam contemplados.
26. O Projeto ainda terá como beneficiários indiretos: (i) órgãos de assistência técnica rural,
organizações não-governamentais (ONGs) e instituições de pesquisa e ensino (p.ex.,
universidades), organizações de classe (sindicato dos trabalhadores rurais, associações de
produtores locais e cooperativas, etc.) que atuam nos municípios selecionados, os quais terão
acesso a informações técnicas sobre prevenção e controle de incêndios florestais e sobre
produção sustentável; e (ii) todos os proprietários de terras do Estado do Piauí (de pequeno,
médio e grande porte), que terão acesso ao sistema de Cadastro Ambiental Rural (SICAR) para
registrar suas propriedades rurais, com o auxílio da SEMAR, que contará com profissionais
treinados e experientes
Indicadores de resultados relacionados aos ODP
27. Cadastramento ambiental rural das pequenas propriedades rurais nos municípios
selecionados:
2 Os agricultores familiares são os empreendedores familiares rurais que praticam atividades no meio rural, atendem,
ainda, aos seguintes requisitos: (i) não detenham, a qualquer título, área maior do que 4 módulos fiscais (no Piauí,
quatro módulos fiscais equivalem a 300 ha); (ii) utilizem, predominantemente, mão de obra da própria família nas
atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento; (iii) tenham um percentual mínimo da renda
familiar originado de atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento, conforme definido pela
Lei nº 12.512 de 2011; e (iv) dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família, tal como definido pela
Lei nº 11.326 de 2006.
13
Área da propriedade em que o manejo sustentável do solo foi adotado como
consequência do projeto (indicador central).
Usuários da terra que adotaram práticas de manejo sustentável como consequência do
projeto (indicador central).
28. Prevenção e controle de incêndios florestais nos municípios selecionados:
Número de incêndios observados nos municípios selecionados.
Número de ações de combate aos incêndios florestais nos municípios selecionados.
III. DESCRIÇÃO DO PROJETO
A. Área do Projeto
29. O projeto abrangerá seis municípios do Bioma Cerrado do sudoeste do Piauí. Os seguintes
critérios foram empregados na seleção dos municípios prioritários: (i) a Portaria nº 97/2012 do
Ministério do Meio Ambiente, que lista os 52 municípios considerados prioritários no âmbito do
PPCerrado, com base no seguinte: (a) áreas de vegetação nativa remanescentes maiores do que
20% do município, ou existência de áreas protegidas; e (b) área desmatada de mais de 25 km2
observada no período 2009-2010; (ii) concentração de pobreza extrema nas zonas rurais; e (iii)
municípios que não recebem apoio financeiro com recursos externos ou doações, destinado ao
cadastramento de propriedades rurais.
30. Segundo os critérios acima, os municípios estão listados na seguinte ordem de prioridade:
Baixa Grande do Ribeiro; Uruçuí; Ribeiro Gonçalves; Santa Filomena; Currais e Palmeira do
Piauí. De acordo com o Censo Agropecuário (IBGE 2010), 3.236 propriedades rurais desses
municípios têm até 500 ha. Considerando que, no Piauí, quatro módulos fiscais equivalem a
propriedades rurais de até 300 ha, espera-se que este projeto atenda 2.600 propriedades.
B. Componentes do Projeto
Componente 1: Regularização Ambiental Rural (Custo estimado: US$ 2,4 milhões)
31. Este componente tem como objetivo implementar o CAR entre pequenos proprietários de e
promover a recuperação de áreas degradadas das APPs e RLs nessas propriedades rurais dos
municípios selecionados.
32. Este componente focará na construção da capacidade institucional do Estado e dos órgãos
dos municípios selecionados para implementar o CAR e no desenvolvimento de uma estrutura
destinada a prestar apoio para a recuperação de áreas degradadas nesses municípios. São
contempladas atividades para: (i) apoiar a implementação da infraestrutura eletrônica necessária
para hospedar o CAR; (ii) auxiliar o Estado e órgãos municipais envolvidos na produção das
informações necessárias para se dispor de um cadastro de propriedades completo (que inclua
mapa de uso da terra e um levantamento de áreas não georreferenciadas); (iii) estabelecer uma
estratégia de comunicação para disseminar o CAR e sua regulamentação e uma campanha de
mobilização dirigida às partes interessadas no Estado e municípios selecionados, objetivando sua
participação na execução do CAR; (iv) fornecer treinamento às partes interessadas e autoridades
do governo estadual e dos municípios selecionados, sobre o registro no CAR; (v) auxiliar o
14
Estado e os órgãos municipais envolvidos na resolução de conflitos e inconsistências nos dados
do CAR; (vi) promover a capacitação dos órgãos estaduais e municipais em validação de
registros do CAR e emissão de certificados; (vii) organizar eventos de promoção do CAR; (viii)
prestar apoio para a elaboração de planos de recuperação de áreas degradadas em pequenas
propriedades e de avaliações ambientais nos municípios selecionados; (ix) promover a
implementação de Centros de Referência em Recuperação de Áreas Degradadas (CRADs); (x)
promover a criação de uma rede de coleta de sementes nos municípios selecionados e/ou criar
viveiros ligados aos CRADs; (xi) ministrar cursos de formação técnica sobre recuperação de
áreas degradadas e alternativas econômicas sustentáveis; e (xi) elaborar uma estratégia de
sustentabilidade financeira para os CRADs.
Componente 2: Prevenção e Controle de Incêndios Florestais (Estimativa de custo:
US$ 1,5 milhão)
33. Este componente tem como objetivo prevenir e combater os incêndios florestais e promover
alternativas ao uso do fogo no Estado do Piauí, especialmente nos municípios selecionados pelo
Projeto.
34. Este componente focará no fortalecimento da capacidade estadual e municipal em prevenção
e combate aos incêndios florestais, e no desenvolvimento de práticas para promover alternativas
ao uso do fogo. São contempladas atividades para: empoderar o Comitê Estadual de Prevenção e
Combate aos Incêndios Florestais para prevenir e combater incêndios florestais nos municípios
selecionados; apoiar o desenvolvimento do módulo de autorização do uso de fogo controlado no
sistema do Estado; auxiliar na criação de comitês municipais ou protocolos municipais de
prevenção e combate aos incêndios florestais e do plano de contingência regional; promover o
desenvolvimento de planos operacionais municipais de prevenção e combate aos incêndios
florestais; desenvolver uma estratégia de comunicação para divulgar as ações de prevenção e
combate aos incêndios florestais; ministrar treinamento em prevenção e combate a incêndios
florestais; estabelecimento de salas de situação nos municípios para monitorar o desmatamento e
os incêndios florestais; implementação de unidades demonstrativas que divulguem alternativas
ao uso do fogo e promover protocolos comunitários de prevenção de incêndios florestais;
ministrar treinamento em práticas alternativas ao uso do fogo e atividades econômicas
sustentáveis; promover o tema prevenção e controle de incêndios florestais por meio de
iniciativas de educação ambiental; e apoiar os esforços de fiscalização de prevenção e repressão.
Componente 3: Gestão Administrativa e Financeira (Estimativa de custo: US$ 0,44
milhão)
35. Este componente tem como objetivo apoiar a gestão, administração, monitoramento e
avaliação do Projeto de forma eficaz e efetiva. Este componente irá incluir, entre outras, as
seguintes atividades: Coordenação e monitoramento de projetos e elaboração de relatórios;
gestão financeira adequada e aquisição; e atividades financeiras e técnicas do Projeto voltadas
para o encerramento do projeto.
C. Financiamento do Projeto
36. O Projeto será financiado no Estado do Piauí, por meio de doação do Fundo Fiduciário de
Mitigação das Mudanças Climáticas no Cerrado Brasileiro (FFMMCCB), no valor de
15
US$ 4,4 milhões. A entidade beneficiária será uma instituição não-governamental, que assinará
um contrato de doação com o Banco Mundial.
Custos e Financiamento do Projeto
Componentes do Projeto Custos do
Projeto
Recursos da
doação
%
Financiamento
Componente 1. Regularização ambiental 2.417.000 2.417.000 100
Componente 2. Prevenção e Controle de
Queimadas e Incêndios Florestais 1.543.000 1.543.000 100
Componente 3: Gestão Administrativa e
Financeira 440.000 440.000 100
IV. EXECUÇÃO
A. Arranjos institucionais e de implementação
37. A Fundação Agente administrará o projeto em estreita colaboração com o parceiro principal,
a SEMAR. Esta Secretaria assinou um Acordo de Cooperação Técnica com a Fundação Agente
para atingir os objetivos do Projeto. O acordo entre a Fundação Agente e a SEMAR obriga as
partes a implementar, em coordenação, ações e mecanismos de controle em conjunto, conforme
as responsabilidades atribuídas a cada uma no Acordo de Cooperação. O Ministério do Meio
Ambiente (MMA) será responsável por coordenar a cooperação entre as partes envolvidas e
supervisionar e monitorar o andamento dos trabalhos e a consecução dos resultados. Com o
intuito de supervisionar a execução da Doação, será constituído um grupo interinstitucional, que
assegurará a completa implementação do projeto. Cada uma das instituições envolvidas (MMA,
SEMAR e Fundação Agente) designará um ponto focal, que será responsável pelo
acompanhamento da execução do projeto.
38. A SEMAR implementará o projeto de acordo com suas respectivas políticas, procedimentos
e abordagens de implementação, e monitorará e avaliará o projeto (inclusive seus indicadores). A
SEMAR também implementará a estrutura organizacional necessária para a execução do projeto
e desenvolverá uma estratégia de comunicação visando, ainda, identificar eventuais problemas
ambientais e sociais decorrentes da execução do projeto, que incluirá as respectivas medidas de
prevenção e mitigação e os acordos de cooperação necessários com municípios, universidades e
sindicatos.
B. Monitoramento e Avaliação de Resultados
39. O sistema de monitoramento e avaliação (M&A) será liderado pela SEMAR. O M&A será
conduzido de acordo com: (i) o plano de monitoramento e avaliação do FFMMCCB, a ser
elaborado; e (ii) com as regras e procedimentos do FFMMCCB. A SEMAR será o principal
responsável pelo acompanhamento do progresso técnico no que se refere aos produtos e
resultados do Projeto. Semestralmente serão elaborados e apresentados ao Banco e ao MMA
relatórios de progresso do projeto.
16
V. PRINCIPAIS RISCOS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO
Riscos relacionados
aos atores
Classificação do
risco Medidas de mitigação
Riscos relacionados
à agência executora
Capacidade Considerável Mesmo tendo experiência na implementação de projetos do Banco
Mundial, a Fundação Agente deve atualizar-se em termos dos
procedimentos do Banco, inclusive das normas e regulamentos de
aquisição e gestão financeira. Além disso, seus procedimentos e sistemas
de controle interno precisam ser revistos a fim de atender às necessidades
do Projeto. Para que a Fundação Agente e a SEMAR pudessem gerenciar
os recursos do projeto eficiente e efetivamente, foram oferecidos
treinamento e assistência técnica.
Governança Baixo O projeto será realizado por uma ONG e não pelo Governo do Estado, com
o objetivo de agilizar os processos de aquisição em colaboração com a
SEMAR. Uma ativa participação desse último será necessária mais no
período intermediário do Projeto (ou seja, no segundo trimestre de 2014),
quando o novo governo do Estado já estiver em plena atividade.
Riscos inerentes ao
Projeto
Elaboração do
Projeto
Moderado A execução técnica do Projeto é complexa, pois compreende ações nas
esferas federal, estadual e municipal. Por esse motivo, a implementação
técnica do Projeto deve ficar sob a responsabilidade geral do MMA e da
SEMAR. A SEMAR será responsável pela supervisão técnica, gestão e
monitoramento das atividades do Projeto. O MMA será responsável pela
supervisão de todas as atividades. Ambas as instituições terão de ter nos
seus quadros funcionários técnicos, inclusive especialistas em
biodiversidade e em meio ambiente, assim com um especialista
administrativo, que coordenará com a Fundação Agente.
Sociais e
ambientais
Baixo O Projeto não deve gerar nenhum efeito direto negativo sobre o meio
ambiente. O registro das propriedades rurais e de suas características no
cadastro ambiental rural e o subsequente licenciamento posterior de
atividades econômicas podem levar à ocorrência de impactos indiretos e
terminar acionando certas políticas de salvaguarda do Banco, tais como as
de Avaliação Ambiental, de Habitats Naturais e de Florestas. O
cadastramento das propriedades rurais, quer como propriedade quer como
ocupação, no CAR não implica o reconhecimento de quaisquer direitos de
posse. A campanha informativa dirigida aos proprietários de terras locais
deve esclarecer e frisar essa distinção.
Programa e
Doador
Baixo
Monitoramento da
efetivação dos
resultados e
sustentabilidade
Baixo É possível que num primeiro momento haja dificuldade em termos de
geração das linhas de base e estabelecimento de rotinas de monitoramento.
O Projeto será supervisionado periodicamente e receberá apoio para
integrar-se com outras ações do MMA relativas ao CAR e à prevenção e
controle de incêndios florestais.
Risco global de
execução
Moderado
17
A. Explicação sobre a classificação do risco global
40. A seguir são listados os principais riscos inerentes à concepção do Projeto proposto: (i) a
viabilidade e o sucesso do Projeto dependem em grande medida da participação e do
comprometimento das principais partes interessadas, tais como órgãos estaduais e municipais e
proprietários de terras; e (ii) a complexidade da operação, em particular o fato de ser
implementada em vários níveis, exigirá um forte protagonista técnico.
VI. RESUMO DA AVALIAÇÃO
41. O projeto foi concebido especificamente com o intuito de maximizar a sustentabilidade e
eficiência. Para tanto, investirá em atividades que buscam uma melhor combinação de benefícios
imediatos e de longo prazo.
42. As avaliações fiduciárias e financeiras necessárias foram concluídas de forma satisfatória.
43. O Projeto focará na regularização ambiental rural. Prevenção e combate aos incêndios
florestais não deve gerar nenhum impacto ambiental negativo. O Projeto dará apoio ao GovPi na
condução de seus esforços para fortalecer as ferramentas de gestão ambiental voltadas para o uso
sustentável dos recursos naturais e a redução do desmatamento ilegal.
44. O Projeto irá trabalhar diretamente com os proprietários de terras, associações de
proprietários e governos estadual e municipais. Todos os proprietários serão beneficiados, direta
ou indiretamente, pela regularização ambiental promovida pelo Projeto. Os principais
interessados ligados ao Projeto participaram da sua preparação.
18
ANEXO 1: MONITORAMENTO E MATRIZ DE RESULTADOS
Mitigação das Mudanças Climáticas no Cerrado Brasileiro: Projeto de Cadastro Ambiental Rural e de Prevenção a Incêndios Florestais
no Estado do Piauí
Objetivo de Desenvolvimento do Projeto (ODP): O Projeto tem como principal objetivo promover a redução dos impactos das mudanças climáticas no Cerrado do sul do Piauí, por meio de: (i) promoção da
regularização ambiental das propriedades rurais nos municípios selecionados; e (ii) da prevenção e do combate aos incêndios florestais, através da integração dos atores locais e do estímulo à adoção de práticas
produtivas sustentáveis nesses municípios.
Indicadores de resultados
relacionados aos ODP*
Fu
nd
am
en
tal
Unidade Linha de
base
Valores cumulativos almejados** Frequênci
a
Fonte do
dado/
Metodologia
Responsável
coleta de dados
Descrição
(definição do
indicador, etc.) ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
Indicador: Usuários da terra
que adotaram práticas de
manejo sustentável como
consequência do projeto
Numérico 0 70 2.000 2.600 --- ---- anual Relatórios
SICAR SEMAR
Número de
pequenas propriedades
inscritas no
SICAR
Indicador: Área da propriedade
em que tenham sido adotadas
práticas sustentáveis como
consequência do projeto.
Número de
hectares
A ser definido no
ANO 1
-- -- anual Relatórios
SICAR SEMAR
Este indicador mede a área de
terra inscrita no
SICAR como consequência do
Projeto
Indicador: Número de incêndios
observados nos municípios
selecionados.
Número de
incêndios
A ser
definido no ANO 1
anual
Relatórios INPE
SEMAR
Indicador: Número de ações de
combate aos incêndios florestais
nos municípios selecionados.
Numérico
A ser
definido no ANO 1
anual
Relatórios SEMAR
SEMAR
Ações realizadas
nos municípios selecionados
RESULTADOS INTERMEDIÁRIOS
Resultado intermediário (Componente 1): Regularização Ambiental Rural
Sistema Eletrônico do Cadastro
Rural Ambiental (SICAR),
operando na SEMAR, capaz de
coordenar a realização do
Cadastro Ambiental Rural (CAR)
com o IBAMA/MMA e órgãos
municipais.
% 0% 25% 50% 100% ---- --- semestral SICAR SEMAR SICAR operando
na SEMAR e
Propriedades rurais registradas
no sistema CAR como Numérico 0 70 2.000 2.600 --- ----- semestral SICAR SEMAR
19
consequência do Projeto
Funcionários dos órgãos
ambientais estaduais e municipais
treinados no uso do CAR e na
análise e validação dos registros
no âmbito do Projeto.
% 0 40% 100% 100% ----- ----- semestral Relatórios
SEMAR SEMAR
Resultado intermediário (Componente 2): Prevenção e Controle de Queimadas e Incêndios Florestais
Funcionários dos órgãos
ambientais estaduais e municipais
treinados em monitoramento de
focos de calor no âmbito do
Projeto.
Numérico 0 0 10 20
----
---- semestral
Relatórios
SEMAR SEMAR
Atividades de
treinamento
realizadas pelo
Projeto
Funcionários dos órgãos
ambientais estaduais e municipais
treinados em técnicas de
prevenção e controle de incêndios
florestais no âmbito do Projeto.
Numérico 0 0 10 20 ---- --- Relatórios
SEMAR SEMAR
Atividades de
treinamento
realizadas pelo Projeto
Número de proprietários de
terras treinados em alternativas
ao uso do fogo no âmbito do
Projeto.
Numérico 0 0 100 200 ---- ---- semestral Relatórios
SEMAR
SEMAR
Atividades de
treinamento
realizadas pelo Projeto
Número de municípios atendidos
equipados para combater
incêndios florestais.
Numérico 0 0 6 6 ---
---
semestral
Relatórios
SEMAR SEMAR
*Favor indicar se se trata de um Indicador Setorial Fundamental (ver http://coreindicators).
** Os valores devem ser inseridos para os anos em que houver dados disponíveis, não necessariamente anualmente.
20
ANEXO 2: DESCRIÇÃO DETALHADA DO PROJETO
Mitigação das Mudanças Climáticas no Cerrado Brasileiro:
Projeto de Cadastro Ambiental Rural e de Prevenção a Incêndios Florestais
no Estado do Piauí
Fundo Fiduciário de Mitigação das Mudanças Climáticas no Cerrado Brasileiro (FFMMCCB)
1. Lançado em 2012 como parte da Abordagem para o Bioma Cerrado, o Fundo Fiduciário de
Mitigação das Mudanças Climáticas do Cerrado Brasileiro (FFMMCCB) é um fundo fiduciário
com componentes executados pelo Banco e pelo Beneficiário, constituído com o aporte de um
único doador, do Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino
Unido (DEFRA).
2. Os principais objetivos preliminares do Programa são: (i) a captura de 22,5 milhões de
toneladas de CO2e ao longo de 30 anos por meio da recuperação de florestas; de 26 milhões de
toneladas de CO2e por meio de reduções diretas de desmatamento; e de 65 milhões de toneladas
de CO2e por meio do combate aos incêndios (inclusive da redução das queimadas em florestas e
em terras agrícolas); (ii) 360.000 ha de vegetação nativa recuperados e 128.000 ha de
desmatamento evitado (redução de 46%), com um impacto substancial na redução da perda de
biodiversidade; e (iii) intervenção junto a 1.000 pequenos produtores (20% da meta total de
5.000 agricultores) visando melhorar seus meios de vida por meio de uma combinação de acesso
ao crédito e adoção de práticas agrícolas e de manejo dos recursos naturais aperfeiçoadas.
3. O projeto proposto contribuirá para a regularização ambiental das propriedades rurais no
Cerrado do Piauí e a redução dos incêndios florestais no Cerrado. Um maior grau de observância
da legislação ambiental e uma melhor mitigação dos incêndios florestais significam menos
desmatamento ilegal, menos áreas degradadas e áreas mais valorizadas. De uma perspectiva mais
global, isso contribuirá para a redução líquida de gases de efeito estufa e para a conservação dos
serviços ecossistêmicos e da biodiversidade.
4. Até o momento, o FFMMCCB é composto dos seguintes Projetos:
Piauí: Cadastro Ambiental Rural e Prevenção de Incêndios; Agência de implementação:
Fundação Agente; Executor: SEMAR/PI;
Bahia: Cadastro Ambiental Rural e Prevenção de Incêndios; Agência de implementação:
Fundação Luís Eduardo Magalhães (FLEM); Executor: SEMA/BA;
Monitoramento e alerta para queimadas e incêndios florestais no Bioma Cerrado;
Agência de implementação: Funcate; Executor: INPE;
21
Coordenação de Programas do MMA3 e
Assistência técnica na área de mudanças climáticas no Cerrado (assistência técnica não
vinculada a empréstimo - NLTA): Executado pelo Banco.
5. O projeto proposto integra o FFMMCCB. Apoiará os esforços do Governo do Estado do
Piauí para reduzir o desmatamento ilegal em pequenas propriedades rurais, reduzir as emissões
de GEE e aumentar o sequestro de carbono, por meio de: (i) Aumento do nível de observância
do Código Florestal Brasileiro por meio do fortalecimento do monitoramento e da fiscalização
do cumprimento dos requisitos para as Reservas Legais, por meio do cadastramento das
propriedades rurais; e (ii) promoção de queima controlada, da prevenção de incêndios florestais,
da substituição das queimadas por práticas agrícolas mais sustentáveis e do fortalecimento da
capacidade de combate a incêndios.
Política Nacional de Prevenção e Controle de Incêndios Florestais
6. O Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) determina que os proprietários de terras requeiram
ao órgão ambiental estadual autorização prévia para usar fogo na vegetação em locais ou regiões
cujas características justifiquem sua utilização como prática agropecuária ou florestal. Também
determina que os órgãos ambientais federais, estaduais e municipais que integram o (Sistema
Nacional do Meio Ambiente, SISNAMA) atualizem e implementem planos de contingência de
combate aos incêndios florestais, e que o Governo Federal estabeleça a Política Nacional de
Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas.
Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural
7. O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é uma ferramenta essencial para monitorar e controlar o
desmatamento em propriedades rurais. O CAR é um registro eletrônico de propriedades rurais
mantido por uma entidade ambiental oficial, que tem por objetivo monitorar, supervisionar,
controlar, planejar e assegurar o cumprimento da legislação ambiental nas propriedades rurais.
Este registro contém o georreferenciamento da área total de propriedades rurais individuais, as
áreas destinadas a uso alternativo do solo, Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas
Legais (RLs). O CAR também contempla as áreas de APP e RL que devem ser recuperadas. O
sistema será capaz de ajudar a distinguir entre desmatamento legal e ilegal e facilitará o
planejamento do uso do solo.
8. De acordo com o Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), a inscrição no CAR é obrigatória
para todas as propriedades e posses rurais no Brasil. Além disso, os governos federal e estaduais
devem implementar Programas de Regularização Ambiental (PRAs) de modo a garantir o
comprometimento dos proprietários em relação à adequação aos requisitos legais relacionados
com a recuperação de passivos ambientais em APPs e RLs. O Código Florestal e o Decreto nº
7.830 de 2012 garantem tratamento especial, sem a cobrança de taxas, aos pequenos
proprietários de terras ou às propriedades de agricultura familiar,4, 5
assentamentos, projetos de
3 Projeto em fase de elaboração Agência Implementadora ainda não definida.
4 As propriedades familiares rurais e os empreendedores familiares rurais são aqueles que realizam atividades em
áreas rurais e que simultaneamente atendem aos seguintes requisitos: (i) Não detêm, a qualquer título, uma área de
22
reforma agrária, terras indígenas demarcadas e comunidades tradicionais que utilizem de maneira
coletiva seus territórios (i.e., quilombolas, comunidades extrativas).
9. O Decreto nº 7.830 de 17/10/2012 define os papéis e as responsabilidades de cada entidade
envolvida no processo, para os três níveis de governo (federal, estadual e municipal).
10. O CAR não compreende a regularização e o registro de posse da terra. A regularização
fundiária é um processo separado que envolve os cartórios dos estados e o Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Esse aspecto não está compreendido no escopo do
Projeto proposto6.
Área do Projeto
11. O projeto abrangerá seis municípios do Bioma Cerrado do sudoeste do Piauí. Os seguintes
critérios foram empregados na seleção dos municípios prioritários: (i) a Portaria nº 97/2012 do
Ministério do Meio Ambiente, que lista os 52 municípios considerados prioritários no âmbito do
PPCerrado, com base no seguinte: (a) áreas de vegetação nativa remanescentes maiores do que
20% do município, ou existência de áreas protegidas; e (b) área desmatada de mais de 25 km2
observada no período 2009-2010; (ii) concentração de pobreza extrema nas zonas rurais; e
(iii) municípios que não recebam apoio financeiro com recursos externos ou doações destinado
ao cadastramento de propriedades rurais.
12. Segundo os critérios acima, os municípios estão listados na seguinte ordem de prioridade:
Baixa Grande do Ribeiro; Uruçuí; Ribeiro Gonçalves; Santa Filomena; Currais e Palmeira do
Piauí. Esses municípios têm 3.236 pequenas propriedades rurais (de até 500 ha), que cobrem
uma área de aproximadamente 3.000 Km2.
Componentes do Projeto
Componente 1: Regularização Ambiental Rural (Custo estimado: US$ 2,4 milhões)
13. Este componente tem como objetivo implementar o cadastro ambiental rural junto aos
pequenos proprietários e desenvolver os PRAs a fim de recuperar as áreas degradadas dentro das
até quatro módulos fiscais; (ii) utilizem, predominantemente, mão de obra da própria família nas atividades
econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento; (iii) tenham um percentual mínimo da renda familiar
originado de atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento, conforme definido pela Lei nº
12.512 de 2011; e (iv) dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família, tal como definido pela Lei nº
11.326 de 2006. 5 Módulo fiscal é uma unidade de medição de terras usada no Brasil, instituída pela Lei nº 6.746 de 1979. Expressa
em hectares, é variável e definida para cada município, levando em consideração: (i) o tipo de exploração
predominante no município; (ii) a renda obtida no tipo de exploração predominante; (iii) outras explorações
existentes no Município que, embora não predominantes, sejam expressivas em função da renda ou da área utilizada;
e (iv) o conceito de propriedade familiar. O módulo fiscal corresponde à área mínima necessária para que a
exploração de uma propriedade rural seja economicamente viável. No Piauí, os municípios têm módulos fiscais que
variam entre 30 ha e 75 ha, salvo na área metropolitana, onde o módulo fiscal é de 15 ha, podendo atingir até 300 ha. 6 A alta precisão dos levantamentos geodésicos dos limites da propriedade exigidos pelo INCRA para o seu registro
no Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR) é muito rigorosa (aproximadamente 0,5 m). A metodologia a ser
utilizada na definição dos limites de propriedades rurais é estipulada pela legislação que regula a posse da terra.
23
APPs e RLs dessas propriedades.
14. Este componente compreenderá as seguintes atividades em torno do CAR: (i) apoio à
implantação do sistema eletrônico do Estado que hospedará o CAR, assegurando sua integração
com o sistema federal; (ii) criação de um mapa de uso da terra nos municípios selecionados; (iii)
apoio à divulgação e utilização do sistema estadual; (iv) oferta de formação a técnicos
municipais e estaduais, bem como sindicatos rurais, em cadastramento ambiental rural e uso do
sistema estadual; (v) oferta de formação a empresas, órgãos profissionais autônomos em
assistência técnica e extensão rural sobre o CAR e os PRAs; (vi) desenvolvimento e
implementação de uma estratégia de comunicação, mobilização e disseminação envolvendo os
agentes locais e uma equipe interdisciplinar, para promover o CAR, a necessidade de aderir-se ao
sistema e as atividades a serem implementadas; (vii) levantamento para organizar os dados
georreferenciados relativos às propriedades rurais produzidos por órgãos de regularização
fundiária locais, estaduais e federais ou outras instituições; (viii) realização de um levantamento
dos polígonos das unidades produtivas que não estejam georreferenciados em cada município, e
coleta da documentação e de informações necessárias junto aos proprietários que concordarem
em inscrever-se no CAR; (ix) inserção dos dados do CAR sobre propriedades ou posses rurais no
sistema (SICAR); (x) resolução de conflitos de dados, inconsistências e sobreposição nos limites
das propriedades; (xi) análise e validação dos registros inseridos no SICAR; a validação
compreenderá a verificação automática do sistema e a revisão, pela equipe técnica, dos dados
registrados; (xii) emissão de certificados do CAR; (xiii) organização de eventos para fazer a
entrega dos certificados do CAR aos proprietários; (xiv) preparação de Planos de Recuperação
de Áreas Degradadas (PRADs) para pequenas propriedades; e (xv) preparação de avaliação
ambiental para os municípios selecionados, a ser realizada após a inscrição do CAR, que conterá
informações sobre a situação dos passivos ambientais, bem como diretrizes gerais para a
recuperação dessas áreas.
15. Este componente também incluirá a seguinte relação de atividades destinadas a recuperar
áreas degradadas em pequenas propriedades: (i) apoio para a criação, estruturação e
fortalecimento de Centros de Referência em Recuperação de Áreas Degradadas (CRADs): já há
um centro (NUPERADE/SEMAR) e outro será criado e vinculado à universidade para auxiliar
na recuperação de passivos ambientais nos municípios selecionados; (ii) apoio à criação e
consolidação de redes de coleta de sementes em municípios selecionados e/ou a criação de
viveiros vinculados aos centros; (iii) realização de cursos de treinamento em recuperação de
áreas degradadas e alternativas econômicas sustentáveis; e (iv) desenvolvimento de uma
estratégia de sustentabilidade financeira para os CRADs.
Componente 2: Prevenção e Controle de Incêndios Florestais (Estimativa de custo:
US$ 1,5 milhão)
16. Este componente tem como objetivo prevenir e combater incêndios florestais e promover
alternativas ao uso do fogo no Estado do Piauí, especialmente nos municípios selecionados pelo
Projeto.
17. O componente incluirá as seguintes atividades voltadas para a prevenção e combate aos
incêndios florestais: (i) fortalecimento das ações do Comitê Estadual de Prevenção e Combate
aos Incêndios Florestais e de Controle de Queimadas nos seis municípios selecionados; (ii) apoio
24
ao desenvolvimento de um módulo de autorização do uso de fogo controlado, que será dirigido
eletronicamente no sistema estadual; (iii) criação de comitês municipais ou protocolos
municipais de prevenção e combate aos incêndios florestais (caso não seja possível criar o
Comitê); (iv) preparação do Plano Regional de Contingência, voltado para os municípios
prioritários no sul do Piauí; (v) desenvolvimento dos Planos Operacionais Municipais de
Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais; (vi) disseminação de estratégias de prevenção e
combate aos incêndios florestais nos municípios prioritários no sul do Piauí; (vii) treinamento de
peritos em investigação das causas e origens dos incêndios florestais); (viii) criação da sala de
situação municipal para monitorar o desmatamento e os incêndios florestais; (ix) aquisição e
implantação de equipamentos para a Base Regional de Operações de Combate a Incêndios
Florestais em municípios selecionados (administrada pelo Estado com apoio do Ibama [local a
ser definido]); estas bases operacionais sediarão as brigadas do Prevfogo e estações da defesa
civil e bombeiros; e (x) a formação de bombeiros voluntários para prevenir e combater incêndios
florestais nos municípios do Projeto.
18. Este componente incluirá, ainda, as seguintes atividades focadas em práticas agrícolas
alternativas destinadas a substituir o uso do fogo e a gerar renda para os pequenos produtores:
(i) implementação de unidades demonstrativas para disseminar alternativas ao uso do fogo e de
promoção de protocolos comunitários de prevenção de incêndios florestais; (ii) treinamento em
alternativas viáveis ao uso do fogo e atividades econômicas sustentáveis; (iii) condução de
treinamento se cursos de educação ambiental sobre as causas e consequências das queimadas no
Cerrado, com a elaboração de material didático específico; e (iv) apoio às ações de fiscalização
de prevenção e repressão.
Componente 3: Gestão Financeira e Administrativa do Projeto (Estimativa de custo:
US$ 0,44 milhão)
19. Este componente contempla o estabelecimento de procedimentos administrativos e de
ferramentas financeiras. Tem como propósito criar diretrizes e procedimentos em conformidade
com as normas do Banco Mundial, para apoiar a implementação integral das atividades do
Projeto. Tais ferramentas e procedimentos compreendem a preparação de documentos formais
para a aquisição de bens e serviços, e de mecanismos que facilitem o processo de auditoria
externa e prestação de contas.
20. As principais atividades deste subcomponente são: (i) o plano de gestão para a
implementação do Projeto, estabelecido pelas partes (Fundação Agente e SEMAR); (ii)
desenvolvimento e divulgação das diretrizes e procedimentos de execução financeira; e (iii)
reuniões regulares entre as partes com a finalidade de revisar e ajustar o sistema de gestão do
Projeto.
21. O Projeto proposto trabalhará diretamente com a SEMAR e os municípios selecionados.
Todos os proprietários serão beneficiados, direta ou indiretamente, pelas ações de regularização
ambiental e prevenção e controle de incêndios florestais promovidas pelo Projeto.
Financiamento do Projeto
22. O Projeto será financiado no Estado do Piauí, por meio de doação do Fundo Fiduciário de
25
Mitigação das Mudanças Climáticas no Cerrado Brasileiro (FFMMCCB), no valor de
US$ 4,4 milhões. A entidade beneficiária será uma instituição não-governamental, que assinará
um contrato de doação com o Banco Mundial. A execução técnica será coordenada diretamente
pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí, que firmará um
Acordo de Cooperação Técnica com o Beneficiário. O Ministério do Meio Ambiente (MMA)
será responsável pela coordenação da cooperação entre as partes envolvidas e pela supervisão e
monitoramento do andamento dos trabalhos e do alcance dos resultados.
Sustentabilidade
23. A responsabilidade legal assumida pelo Estado e municípios assegurará a sustentabilidade
institucional do projeto em termos da implementação do CAR e do estabelecimento de
procedimentos para prevenir e combater os incêndios florestais, conforme previsto no Código
Florestal Brasileiro (Lei nº 12.651/2012).
24. No que se refere à continuidade e à replicabilidade, o projeto contribui diretamente para dois
propósitos: (i) promoção de uma necessária conscientização entre os proprietários de terras em
relação a apoiar o sistema CAR, e (ii) geração de informações para inclusão no processo de
inscrição no sistema estadual (SICAR-Piauí). As informações geradas pelo Projeto apoiarão a
gestão ambiental no Estado, oferecendo oportunidades para análise, melhorias, aperfeiçoamentos
e internalização das lições aprendidas, com vistas à replicação de ferramentas e tecnologias em
outros municípios e um maior controle ambiental pelo Estado.
Lições aprendidas e aplicadas na elaboração do Projeto
25. O Projeto proposto foi concebido com base na experiência e lições aprendidas com o Piloto
do Projeto de Assistência Técnica para o Cadastro Ambiental Rural (P126343), financiado pelo
Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7).
26. Dentre as lições aprendidas, citamos: (i) as estratégias de comunicação, o desenvolvimento
de parcerias, a interação com instituições de administração fundiária e o estabelecimento de
outras parcerias estratégicas devem ser planejados levando em consideração as características
locais; (ii) a disposição dos proprietários para se inscrever no CAR está diretamente relacionada
à credibilidade e à imagem do Projeto; (iii) parcerias baseadas em cenários locais e buscando o
envolvimento das instituições mais influentes são fundamentais para o sucesso na
implementação do CAR em todos os níveis de governo; (iv) para um melhor planejamento
estratégico do Projeto, é importante identificar o tamanho da maioria das propriedades e estimar
o número de proprietários no grupo-alvo; e (v) os serviços públicos, tais como telefonia celular,
Internet e energia elétrica, bem como a disponibilidade de técnicos treinados, são insumos
necessários para as atividades do projeto.
26
ANEXO 3: ARRANJOS DE IMPLEMENTAÇÃO
Mitigação das Mudanças Climáticas no Cerrado Brasileiro:
Projeto de Cadastro Ambiental Rural e de Prevenção a Incêndios Florestais
no Estado do Piauí
Arranjos institucionais e de execução do Projeto
1. A Fundação Agente administrará o projeto em estreita colaboração com o parceiro principal,
a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do Piauí (SEMAR). A SEMAR
assinou um acordo de cooperação técnica com a Fundação Agente, para atingir os objetivos do
Projeto. O acordo entre a Fundação Agente e a SEMAR obriga as partes a implementar, em
coordenação, ações e mecanismos de controle em conjunto, conforme as responsabilidades
atribuídas a cada uma no Acordo de Cooperação. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) será
responsável por coordenar a cooperação entre as partes envolvidas e supervisionar e monitorar o
andamento dos trabalhos e o alcance dos resultados. Com o intuito de supervisionar a execução
da Doação, será constituído um grupo interinstitucional, que assegurará a completa
implementação do projeto. Cada uma das instituições envolvidas (MMA, SEMAR e Fundação
Agente) designará um ponto focal, que será responsável pelo acompanhamento da execução do
projeto.
2. A SEMAR contará com a seguinte equipe dedicada ao Projeto: três funcionários para
coordenar a execução técnica do Projeto; dez profissionais para inserir e analisar os dados do
CAR (o edital para contratação de 50 servidores será publicado em breve); e dois profissionais
(administrativo e financeiro) para monitorar e supervisionar o Projeto como um todo.
3. Da parte da Fundação Agente, a equipe dedicada ao Projeto será composta por três
integrantes: Diretor Financeiro; Especialista em Compras, com experiência em execução de
projetos financiados pelo Banco; e assistente administrativo.
4. A Fundação Agente e a SEMAR reunir-se-ão para planejamento, monitoramento operacional
e ajuste de ações.
5. Para a aquisição de todos os bens e a contratação de serviços de consultoria e não-
consultoria, a SEMAR elaborará, e submeterá à Fundação Agente, os Termos de Referência
(TOR) e as especificações técnicas dos bens necessários para o Projeto.
6. A SEMAR implementará o projeto de acordo com suas políticas, procedimentos e
abordagens de implementação, bem como monitorará e avaliará o projeto (inclusive seus
indicadores). A SEMAR também implementará a estrutura organizacional necessária à execução
do projeto e desenvolverá uma estratégia de comunicação visando, ainda, identificar eventuais
problemas ambientais e sociais decorrentes da execução do projeto, que incluirá as respectivas
medidas de prevenção e mitigação e os acordos de cooperação necessários com municípios,
universidades e sindicatos. A SEMAR também será responsável pela supervisão da Fundação
27
Agente no que diz respeito a todos os aspectos de aquisição.
Gerenciamento Financeiro, Desembolsos e Aquisições
Gestão financeira (FM)
7. A Avaliação da Gestão Financeira (FMA) do Projeto Mitigação das Mudanças Climáticas no
Cerrado Brasileiro: o Cadastro Ambiental Rural e o Projeto de Combate aos Incêndios Florestais
no Estado do Piauí, foi realizada de acordo com: (i) OP/BP 10.02, Manual de Práticas de Gestão
Financeira para operações financiados pelo Banco Mundial (1º de março de 2010); (ii) a política
de auditoria do Banco Mundial; e (iii) as diretrizes regionais de controle de qualidade e gestão de
riscos para a América Latina e o Caribe (LCR). A doação será implementada e executada pela
Fundação Agente. A avaliação tem como objetivo avaliar a adequação das disposições de gestão
financeira do Projeto. A avaliação foi realizada no dia 25 de março de 2013, no escritório do
Banco Mundial em Brasília. A Fundação Agente dispõe de mecanismos de gestão financeira
satisfatórios para atender aos requisitos mínimos do Banco. De acordo com a Matriz de
Avaliação de Riscos, que apresenta os potenciais riscos ao Projeto relacionados à gestão
financeira (FM), o nível de risco global residual relacionado à FM do Projeto é moderado. Os
fluxos de recursos e as disposições relativas a desembolsos, monitoramento, auditoria e
supervisão foram concebidos de forma a atender à implementação do Projeto. A supervisão da
FM será realizada pelo menos uma vez por ano. Essa supervisão envolverá uma avaliação da
continuidade da adequação dos arranjos de FM, bem como: (i) a revisão de relatórios financeiros
intercalares (IFRS); (ii) a revisão dos relatórios dos auditores e o acompanhamento das questões
suscitadas na carta de gestão; (iii) o acompanhamento de todas as questões relativas a relatórios
financeiros e de desembolso; (iv) responder às perguntas da equipe do projeto; e (iv) atualizar a
classificação da gestão financeira no Relatório da Situação e dos Resultados da Implementação
(ISR).
8. A doação terá como beneficiário a Fundação Agente para o Desenvolvimento do
Agronegócio e Meio Ambiente (Fundação Agente), que será responsável pela execução técnica e
implementação do Projeto. A Fundação Agente conta com uma ampla estrutura, que cobre as
diferentes atividades operacionais de Projetos, do planejamento e execução à supervisão.
9. A Fundação Agente manterá os procedimentos que emprega em suas operações
regulares/diárias. Assim, serão mantidas separadas as funções de controle de pagamentos,
contratação e gerenciamento de projeto. (Vide Anexo 1: Organograma).
10. Os desembolsos da doação serão efetuados por operação; as despesas serão documentadas
por meio de Sumários (Summary Sheets) e de Extratos de Despesas (Statements of Expenditure -
SOEs), que deverão ser apresentados ao Banco. O método de pagamento via desembolso direto
não será utilizado. O principal método que será utilizado é o de desembolso por adiantamento. O
Banco transferirá os recursos da doação para uma Conta Designada separada, em reais (R$), em
agência do Banco do Brasil (agência 3.178-X, conta corrente 44.340-9) na cidade de Teresina,
Piauí, em nome da Fundação Agente. Os pagamentos de bens e serviços adquiridos no âmbito do
Projeto serão efetuados diretamente a partir dessa conta. A Conta Designada terá um limite fixo
de US$ 440.000,00. A frequência da prestação de contas sobre despesas admissíveis pagas a
partir da Conta Designada será trimestral. O valor mínimo das solicitações será o equivalente a
28
US$ 5.000. O Fundo Fiduciário também gozará de um período de carência de 4 meses após a
data de encerramento, durante a qual o Banco aceitará solicitações de saque referentes a
operações do Projeto realizadas antes da data de encerramento. Os pagamentos referentes às
atividades da doação serão lançados nos Sumários e nos Extratos de Despesas e encaminhados
ao escritório de Brasília do Banco Mundial.
11. É permitido o financiamento retroativo pelo equivalente a até US$ 440,000, para pagamentos
efetuados durante os doze meses imediatamente anteriores à data do Acordo de Doação, de
Despesas Elegíveis nas categorias 1 e 2 da tabela de desembolsos. Todas as despesas elegíveis
apresentadas para financiamento retroativo deverão ser efetuadas de acordo com métodos e
procedimentos aceitáveis pelo Banco.
12. Para efeitos de monitoramento, a Fundação Agente irá preparar Relatórios Financeiros
Intercalares Trimestrais (IFRS) e submetê-los ao Banco, no prazo de até 45 dias a contar do fim
cada trimestre.
13. A fim de que sejam mantidos os procedimentos de auditoria aplicados a operações anteriores
do Banco Mundial, uma firma de auditoria externa auditará as demonstrações financeiras anuais
do projeto (IFRs) de acordo com TORs aceitáveis pelo Banco e com a política de auditoria do
Banco para contratos plurianuais. Os relatórios de auditoria deverão ser entregues em seis meses,
no máximo, contados a partir do encerramento do exercício fiscal. O relatório de auditoria
conterá um único parecer sobre as demonstrações financeiras do Projeto e da Conta Designada,
assim como uma carta de gestão (relatório sobre os controles internos). A Fundação Agente
também deverá enviar um relatório financeiro anual ao Ministério Público do Estado do Piauí e a
fundações e entidades de interesse social. A primeira auditoria cobrirá o período do
financiamento retroativo e o primeiro ano de implementação após a assinatura.
14. Ambos relatórios de auditoria estarão sujeitos à política do Banco Mundial sobre Acesso à
Informação.
15. Resumo das medidas de FM a serem tomadas antes de o Acordo entrar em vigor:
Fluxo de caixa do ciclo do Projeto.
Apresentação do IFR ao Banco, para fins de obtenção da não-objeção.
Elaboração das minutas dos TOR, para auditoria e apresentação ao Banco para
obtenção da não-objeção.
Categorias Financeiras
16. A seguinte tabela lista as categorias de despesas elegíveis aos recursos da doação que podem
ser financiadas com recursos do Projeto e o percentual das despesas elegíveis coberto, por
categoria:
Categoria Valor da doação alocado
(em US$)
Porcentagem coberta das
despesas
29
17. Para os fins deste Projeto, o termo
“Custos Operacionais” refere-se aos custos operacionais decorrentes da implementação
do projeto, quais sejam: (A) operação e manutenção de veículos, consertos, combustível e
peças de reposição; (B) manutenção de equipamentos e computadores; (C) despesas com
envio (desde que não inclusas no custo dos bens); (D) material de escritório; (E) aluguel
de escritório; água, eletricidade, etc.; (G) viagens e diárias para o pessoal técnico
desempenhando atividades de supervisão e controle de qualidade; (H) despesas com
comunicação, inclusive publicação de anúncios para fins de compras; e (I) salários do
pessoal operacional do Beneficiário.
“Seminários e Workshops” refere-se aos custos associados à organização e realização de
seminários e workshops, incluídos viagens, hospedagem e ajudas de custo para os
participantes, aluguel do local e equipamentos, custos de comunicação associados e
elaboração e reprodução de material para o evento, bem como outros custos diretamente
relacionados com sua organização e realização.
Aquisições
18. O projeto será implementado pela SEMAR, cabendo à Fundação Agente a responsabilidade
pela aquisição de bens, obras e serviços, bem como pela seleção de consultores, de acordo com
as políticas de contratação e aquisição do Banco. A Fundação Agente também será responsável
pela correta gestão do contrato. A SEMAR fornecerá os insumos técnicos necessários (TOR,
especificações técnicas, etc.) que permitam à Fundação Agente conduzir o processo de aquisição
com a devida diligência.
19. Uma avaliação da capacidade de aquisição da Fundação Agente foi realizada em 2012. Essa
avaliação constatou que a Fundação Agente dispõe de pessoal administrativo com experiência
razoável em aquisição de bens e serviços à luz da legislação nacional, mas sem nenhuma
experiência com as diretrizes do Banco Mundial. Tendo em vista a falta de experiência com as
políticas e procedimentos de compras do Banco Mundial, o risco global relativo a aquisições foi
considerado SUBSTANCIAL. As medidas de mitigação propostas incluem a contratação de um
especialista em compras para reforçar a capacidade da Fundação Agente. O Banco oferecerá à
fundação treinamento em procedimentos de contratação pública e para a correta elaboração de
termos de referência.
20. As Aquisições previstas no Projeto serão realizadas de acordo com as “Diretrizes para
Aquisições com Empréstimos do BIRD e Créditos da AID“ e com as “Diretrizes para a Seleção
e Contratação de Consultores por parte de Mutuários do Banco Mundial“, ambas de janeiro de
2011, e com as disposições estipuladas no Acordo Legal.
(1) Bens, serviços outros que não
de consultoria e serviços de
consultores, seminários e
workshops
3.960.000 100%
(2) Custos operacionais 440.000 100%
VALOR TOTAL 4.400.000
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21. Contratação de Obras. O Projeto prevê a execução de pequenas obras, que incluem a
construção, reabilitação e manutenção dos Centros de Referência em Recuperação de Áreas
Degradadas (CRADs). A contratação de pequenas obras deve realizar-se pelo método
“shopping” (três cotações de preços), como indicado no item 3.5 (Seção III) das Diretrizes para
Aquisições no Âmbito de Empréstimos do BIRD e Créditos da AID, de janeiro de 2011. A
contratação direta também pode ser empregada quando satisfeitas as condições do item 3.7
dessas diretrizes. Toda contratação direta e todos os contratos sob o método shopping com custo
estimado superior a US$ 150.000 e todos os contratos sob o método Licitação Pública Nacional
orçados em mais de US$ 250.000, bem como o primeiro processo, independentemente do valor,
estarão sujeitos a uma revisão prévia pelo Banco.
22. Aquisição de Bens. Os bens adquiridos no âmbito deste projeto incluem a aquisição e
implantação de equipamentos de Combate a Incêndios Florestais e destinados à Base
Operacional Regional, bem como a aquisição de equipamentos de informática, móveis, veículos
e artigos de papelaria. As aquisições serão regidas por Documento de Licitação Padrão (SBD) do
Banco Mundial, quando se tratar de licitações internacionais (ICB), e por Edital Padrão (SBD)
acordado com o Banco ou por ele considerado satisfatório, quando se tratar de licitações
nacionais (NCB). Os contratos de valores pequenos inferiores a US$ 100.000 deverão seguir o
procedimento shopping. O Pregão Eletrônico, definido pela Lei nº10.520/2002, será usado como
uma alternativa ao shopping. A contratação direta também pode ser empregada quando
satisfeitas as condições do item 3.7 dessas diretrizes. Os contratos para bens orçados em menos
de US$ 1.000.000 deverão seguir os procedimentos de Licitação Nacional Pública. Todos os
contratos que sigam esse método e cuja estimativa de custo seja superior ao equivalente a
US$ 250.000 por contrato, bem como os três primeiros processos executados pelo método
shopping, independentemente do valor envolvido, estarão sujeitos à revisão prévia do Banco
Mundial.
23. Cláusula especial para as Licitações Públicas Nacionais: Somente poderão ser utilizados
os métodos de licitação previstos na Lei nº 8.666/1993 e suas alterações, bem como o de Pregão
Eletrônico, conforme definido na Lei nº 10.520/2002. Métodos diversos não serão aceitos. As
disposições estabelecidas nas diretrizes do Banco devem aplicar-se a todos os outros aspectos
das aquisições realizadas pelo procedimento de Licitação Nacional Pública. Unicamente devem
ser utilizados Editais de Licitação Padrão previamente aceitos pelo Banco, quando se tratar dos
métodos de aquisição previstos na Lei nº 8.666/1993 e do Pregão Eletrônico. Os editais devem
conter cláusulas anticorrupção e com previsão de auditoria para serem considerados aceitáveis
pelo Banco; nesse sentido, o contrato deverá conter cláusula condicionando os editais das
licitações públicas nacionais à concordância do Banco.
24. Contratação de serviços outros que não de consultoria. A contratação de serviços outros
que não de consultoria não compreende serviços de impressão, produção de vídeo, logística de
eventos, reuniões e workshops, geoprocessamento ou serviços de georreferenciamento. Em todas
as Licitações Públicas Internacionais e Nacionais deverá ser empregada para a contratação o
Edital Padrão de Licitação acordado com o Banco ou por ele considerado satisfatório. Os
contratos de valores pequenos inferiores a US$ 100.000 deverão seguir o procedimento
shopping. A contratação direta também pode ser empregada quando satisfeitas as condições do
item 3.7 dessas diretrizes. Os contratos para serviços outros que não de consultoria com custo
estimado em menos de US$ 1.000.000 deverão seguir os procedimentos de Licitação Nacional
31
Pública. Somente poderão ser utilizados os métodos de licitação previstos na Lei nº 8.666/1993 e
suas alterações, bem como o de Pregão Eletrônico, conforme definido na Lei nº 10.520/2002.
Métodos diversos não serão aceitos. As disposições estabelecidas nas diretrizes do Banco devem
aplicar-se a todos os outros aspectos das aquisições realizadas pelo procedimento de Licitação
Nacional Pública. Unicamente devem ser utilizados Editais de Licitação Padrão previamente
aceitos pelo Banco, quando se tratar dos métodos de aquisição previstos na Lei nº 8.666/1993 e
do Pregão Eletrônico. Tais editais devem conter cláusulas anticorrupção e com previsão de
auditoria para serem considerados aceitáveis pelo Banco. Todos os contratos cuja estimativa de
custo seja superior ao equivalente a US$ 250.000 por contrato, bem como os três primeiros
processos executados pelo método shopping, independentemente do valor envolvido, estarão
sujeitos à revisão prévia do Banco Mundial.
25. Seleção de Consultores. Os serviços de consultoria prestados por empresas e pessoas físicas
requeridos pelo Projeto incluem uma ampla gama de tipos de assistência técnica e de serviços de
consultoria, tais como o desenvolvimento de sistemas eletrônicos, cartografia, capacitação e
diagnósticos econômicos. A lista de consultores pré-selecionados para serviços cuja custo
estimado seja inferior ao equivalente a US$ 500.000 por contrato poderá ser composta
inteiramente de consultores nacionais, em conformidade com o disposto nas diretrizes para
serviços de consultoria. Todos os contratos cuja custo estimado seja superior ao equivalente a
US$ 100.000 por contrato, bem como o primeiro processo de cada método de seleção e qualquer
fonte individual de serviços de consultoria estarão sujeitos à revisão prévia do Banco. A Seleção
Baseada em Qualidade e Custo (SBQC) será o método padrão para selecionar empresas, porém a
Seleção Baseada na Qualidade (SBQ), a Seleção Baseada no Menor Custo (SBMC), a Seleção
com Orçamento Fixo (SOF), a Seleção Baseada nas Qualificações do Consultor (SQC) e a
Seleção de Consultores Individuais (CD) também poderão ser empregadas caso os requisitos
previstos nas diretrizes sejam satisfeitos. Consultores individuais deverão ser selecionados de
acordo com os procedimentos da Seção V das Diretrizes do Banco.
26. Custos operacionais. Os custos operacionais incluem material de escritório, artigos diversos,
despesas eventuais, operação e manutenção de veículos, consertos, combustível e peças de
reposição; manutenção de equipamentos e computadores; despesas com envio (desde que não
inclusas no custo dos bens); material de escritório; aluguel de escritório; água, eletricidade, etc.;
viagens e diárias para o pessoal técnico desempenhando atividades de supervisão e controle de
qualidade; telecomunicações e despesas com comunicação, inclusive publicação de anúncios
para fins de compras; e salários do pessoal operacional do Beneficiário; serviços de Internet,
inclusive os custos relativos ao desenvolvimento do website do projeto e outras despesas
relacionadas com a implementação do projeto que seriam financiados pelo Projeto e adquiridos
por meio do método shopping ou Pregão Eletrônico, ou por meio dos procedimentos
administrativos de qualquer agência de implementação aceitáveis pelo Banco.
27. Plano de Aquisições. O plano de aquisições para a implementação do Projeto proposto será
acordado entre o Beneficiário e o Banco, devendo ser apresentado por meio do Sistema SEPA na
fase de avaliação. Durante a execução do Projeto, o plano deverá ser atualizado anualmente, ou
sempre que necessário, de maneira a refletir as necessidades reais em termos de execução do
projeto e de melhorias na capacidade institucional das partes envolvidas. Os valores máximos
recomendados em relação aos métodos de aquisição especificados no Acordo de Doação são
listados na tabela a seguir.
32
Tabela: Valores máximos para os métodos de aquisição e revisão ex-ante
Categoria da
despesa
Valor máximo do
contrato
(US$ x 1.000 )
Método de
aquisição Processos sujeitos a revisão ex-ante
Obras > 1.000 ICB Todos os processos
> 200 NCB O primeiro processo e todos os contratos com
custo estimado superior a US$ 250.000
< 200 Shopping O primeiro processo e todos os contratos com
custo estimado superior a US$ 150.000
Bens ≥ 1.000 ICB Todos os processos
< 1,000 NCB Todos os processos acima de US$ 250.000
<100 Shopping Três primeiros processos
Serviços outros
que não de
consultoria
≥ 1.000 ICB Todos os processos
< 1,000 NCB Todos os processos com custo estimado
superior a US$ 250.000
< 100 Shopping Três primeiros processos
Serviços de
consultoria
(empresas)
≥ 200 SBQC/SBQ O primeiro processo de cada método e todos
os processos acima de US$ 250.000
< 200 ≥ 100 SBMC/FOF O primeiro processo de cada método e todos
os processos acima de US$ 150.000
< 100 SQC Dois primeiros processos
Consultores
individuais Seção V das Diretrizes
Contratação
direta Qualquer valor Qualquer
valor
Todos os casos, independentemente de
valores
Nota: ICB = Licitação Pública Internacional
NCB = Licitação Pública Nacional
SBQC = Seleção Baseada em Qualidade e Custo
SBQ = Seleção Baseada na Qualidade
SOF = Seleção com Orçamento Fixo
SBMC = Seleção Baseada no Menor Custo
SQC = Seleção Baseada nas Qualificações do Consultor
28. Periodicidade das missões de supervisão de aquisições: A supervisão das aquisições será
realizada por meio de uma revisão ex-ante e complementada por missões de supervisão com uma
revisão ex-post, pelo menos anualmente. A fim de avaliar e verificar os processos realizados no
âmbito deste projeto por meio de amostragem, serão necessárias uma auditoria externa anual de
aquisições considerada satisfatória pelo Banco ou uma Revisão Independente de Aquisições
(IPR) anual. Com as revisões ex-post, IPR ou auditoria externa, o Banco estará apto para
identificar os casos de não observância e aplicar os recursos previstos no Acordo de Doação.
29. Casos excepcionais de análise prévia podem ser indicados no plano de aquisições, situação
em que o Beneficiário deverá ser instruído a enviar as qualificações e experiência de todos os
candidatos avaliados, os termos de referência (TDRs) e as condições do serviço a ser realizado
pelo consultor individual. Quanto à revisão prévia apenas do TDR, o entendimento geral é que a
elaboração de TDRs não constitui uma ação de aquisição, mas sim o primeiro passo estritamente
técnico do processo de seleção do consultor. Portanto, a revisão por si só dos TDRs está afeta ao
gerenciamento do projeto, de maneira que qualquer requisito referente às análises ex-ante do
TDR se encaixa mais adequadamente nos arranjos de implementação do Projeto.
Socioambiental (incluindo salvaguardas)
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30. O Projeto focará na regularização ambiental rural. A prevenção e o combate aos incêndios
florestais não deveriam gerar nenhum impacto ambiental negativo. O Projeto dará apoio ao
governo estadual na condução de seus esforços para fortalecer as ferramentas de gestão
ambiental voltadas para o uso sustentável dos recursos naturais e a redução do desmatamento
ilegal.
31. O Projeto irá trabalhar diretamente com os proprietários de terras, associações de
proprietários e governos estadual e municipais. Todos os proprietários serão beneficiados, direta
ou indiretamente, pela regularização ambiental promovida pelo Projeto. Os principais
interessados ligados ao Projeto participaram da sua preparação.
32. O Governo do Estado do Piauí preparou uma Avaliação Socioambiental e uma Estrutura
Programática de Gestão Social e Ambiental (ESMF) que servirão de guia para abordar as
questões que surjam da implementação do Projeto. Nessa avaliação de impacto social, será dada
especial atenção à identificação da presença de grupos étnicos minoritários (como comunidades
quilombolas) e proprietários rurais carentes, bem como de seus interesses e dos potenciais
impactos das intervenções do Projeto nesses grupos. A previsão é que os impactos ambientais ou
sociais potencialmente adversos sejam baixos, uma vez que serão evitados ou minimizados por
meio de medidas preventivas e de mitigação apropriadas.
Monitoramento e Avaliação (M&A)
33. O sistema de monitoramento e avaliação (M&A) será dirigido pela SEMAR. O M&A será
conduzido de acordo com: (i) o plano de monitoramento e avaliação do FFMMCCB, a ser
elaborado; e (ii) com as regras e procedimentos do FFMMCCB. A SEMAR será a principal
responsável pelo acompanhamento do progresso técnico no que se refere aos produtos e
resultados do Projeto. Semestralmente serão elaborados e apresentados ao Banco e ao MMA
relatórios de progresso do projeto.