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1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ – REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O LIXO NA COMUNIDADE DE FLECHEIRAS LIXO: UMA RESPONSABILIDADE COLETIVA OU PESSOAL? MÁRCIO ALVES DE SOUSA ORIENTADOR: PROF. CELSO SANCHEZ TRAIRI - CEARÁ JUNHO/2007 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ – REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O LIXO NA COMUNIDADE DE FLECHEIRAS LIXO: UMA RESPONSABILIDADE COLETIVA OU

PESSOAL?

MÁRCIO ALVES DE SOUSA

ORIENTADOR: PROF. CELSO SANCHEZ

TRAIRI - CEARÁ

JUNHO/2007

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ – REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O LIXO NA COMUNIDADE DE FLECHEIRAS LIXO: UMA RESPONSABILIDADE COLETIVA OU

PESSOAL?

MÁRCIO ALVES DE SOUSA

Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista em Educação Ambiental.

TRAIRI - CEARÁ JUNHO/2007

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Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista em Educação Ambiental.

___________________________________________________ Márcio Alves de Sousa

Monografia aprovada em: _____/_____/_____

___________________________________________ Prof. MS. Celso Sanchez

Orientador

1o Examinador (a): _____________________________ 2o Examinador (a): _____________________________ 3o Examinador (a): _____________________________

_____________________________________________ Prof ................................................................................

Coordenador do Curso

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Aos meus pais Mário Nereu de Sousa e Maria Alves de

Sousa por estarem sempre presentes me apoiando e por

acreditarem na minha capacidade; a todos os meus irmãos

(as), em especial Mauriete e Marliete pelo incentivo e

motivação; a minha esposa Geíza Maria Santos do Rosário

por entender a minha ausência nos momentos de estudo; e

com carinho ao meu filho Pedro Lucas,

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por me iluminar e me dar coragem para superar os desafios na realização deste trabalho monográfico; Ao Núcleo Gestor e todos os professores da Escola de Ensino Fundamental Mestre Sabino, em especial a coordenadora pedagógica Sâmia Ferreira de Souza, Geíza Maria Santos do Rosário e Maria VanderléaNunes; Ao Núcleo Gestor e os professores da Escola de Ensino Fundamental e Médio Fortunato Severiano da Costa, em especial, a diretora Elizângela Gadelha de Freitas, a Coordenadora pedagógica Mirian Araújo, Maria Erilene Rodrigues de Sousa, Renata de Oliveira Costa e Lucíola Alves Ribeiro; A todos os alunos do Ensino Fundamental e Médio que me permitiram fotografar e colaboraram com as entrevistas, respondendo-as com carinho.

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Precisamos estar bem conscientes de que o lixo não é

gerado sozinho, mas de que somos nós que o produzimos. Ele é

conseqüência do próprio ato de viver, que exige o consumo de

certas coisas e rejeito de outras.

Neide S. de Mattos e Suzana F. Granato

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RESUMO

Este trabalho monográfico tem como objetivo principal reconhecer a importância da reutilização do lixo, proporcionando ao meio ambiente um equilíbrio sustentável e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida para toda a comunidade. Para garantirmos o alcance deste objetivo realizamos um estudo sobre o lixo desde seu surgimento no planeta até suas conseqüências sobre o meio ambiente e formamos, inicialmente, uma base teórica a partir do estudo sobre diversos autores que tratam deste tema, como: Almeida (2000), Andrade (2004), Leff (2001), Luft (2001), Valdith (2004), Maltos (2005) e Granato (2005). Em seguida, realizamos uma pesquisa de campo junto aos professores, estudantes e moradores da comunidade de Flecheiras – Trairi – Ce a fim de saber quais seus conhecimentos sobre o lixo, que cuidados devem ter com o mesmo e de que forma se preocupam em combatê - lo no ambiente em que vivem, relacionando sempre suas idéias com as opiniões dos diversos autores em estudos. Concluímos que os moradores da comunidade de Flecheiras – Trairi - Ce demonstram ainda uma grande insatisfação em relação à questão do lixo, pois nem todas as pessoas têm a consciência de que devemos cuidar do meio em que vivemos e quando nos omitimos podemos sofrer sérias conseqüências, podendo comprometer nossas próprias vidas. Em se tratando dos órgãos competentes, vimos que os nossos governantes estão fazendo somente o básico, não havendo aquela preocupação de orientar a população promovendo palestras, campanhas ou algo que sensibilize os moradores e visitantes sobre as questões ambientais. Quanto à escola, esta vem desenvolvendo projetos interessantes junto aos estudantes e envolvendo toda a comunidade, trabalhando a temática do lixo, através de campanhas, palestras, visitas as residências e distribuição de panfletos, com o objetivo de chamar a atenção de todos para o compromisso que devemos ter com o Meio Ambiente. Esperamos com esse trabalho poder contribuir para o enriquecimento dos debates e discussões sobre o tema em estudo, principalmente na comunidade de Flecheiras – Trairi – Ce. Que todos possam apreciar essa pesquisa como um subsídio a mais de orientação nos trabalhos escolares e comunitários.

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A METODOLOGIA DA PESQUISA

Neste capítulo detalharemos um pouco da metodologia utilizada para realizar

esse trabalho monográfico. A pesquisa será dividida em dois momentos importantes:

fundamentação teórica e pesquisa de campo. Sua estrutura se dará da seguinte maneira:

Modelo de estudo, seleção do sujeito, coleta de dados e apresentação de dados.

Modelo de Estudo:

Com o objetivo de fundamentar teoricamente esta pesquisa e poder transmitir de

forma eficaz este trabalho recorremos à opinião de vários autores que abordam essa

temática. Entre eles estão: Almeida (2000), Andrade (2004), Leff (2001), Luft (2001),

Valdith (2004), Maltos (2005) e Granato (2005).

Sabendo que este trabalho caracteriza-se como teórico - prático, realizamos uma

pesquisa com os moradores da comunidade de Flecheiras – Trairi - Ce, com os alunos

da Escola de Ensino Fundamental e Médio Fortunato Severiano da Costa e demais

professores e, por fim, com os professores da Escola de Ensino Fundamental Mestre

Sabino, pertencente a rede municipal de ensino.

Portanto, este trabalho tem o objetivo de mostrar a importância de se trabalhar à

questão ambiental, tendo como foco principal o lixo, contribuindo de forma precisa para

a utilização de atitudes corretas que venham favorecer a nós e as futuras gerações, pois

estas se constroem principalmente pelo reflexo positivo ou negativo das gerações

anteriores. Pretende ressaltar também, através da análise teórica, a necessidade de:

- Conhecer melhor o lixo, aprendendo a manuseá-lo de maneira sustentável;

- Compreender que se o lixo for manuseado de forma inadequado ele representa

um perigo para a saúde humana e para o meio ambiente;

- Buscar soluções de âmbito pessoal e comunitário a fim de contribuir para um

consumo sustentável e um manejo adequado dos resíduos.

Seleção do Sujeito:

Essa amostra é formada por moradores locais, alunos e professores das Escolas

Fortunato Severiano da Costa e Mestre Sabino que pertencem à rede Estadual e

Municipal, obedecendo à respectiva ordem. Dentre esses vários segmentos serão

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absorvidas informações sobre o tema desta pesquisa que é o lixo na Comunidade de

Flecheiras.

Coleta de Dados:

O sistema de coleta de dados foi realizado através de visitas feitas nas

residências dos moradores e nas Escolas Fortunato Severiano da Costa e Escola de

Ensino Fundamental Mestre Sabino, localizadas em Flecheiras – Trairi – Ce. Esses

dados serviram de base para a análise dos resultados da pesquisa, onde foram

produzidos roteiros de entrevistas específicas para cada tipo de informação solicitada.

Conversas informais com presidentes de associações comunitárias também contribuíram

bastante para enriquecer esse trabalho.

Apresentação de Dados:

Realizada a coleta de dados, apresentaremos os resultados da pesquisa através de

textos que descreverão um pouco da realidade da comunidade pesquisada e, em seguida,

faremos demonstrações das análises por meios de tabelas, o que veremos no Capítulo

III.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...............................................................................................................11

CAPÍTULO I...................................................................................................................16

1.1 Pequeno histórico sobre o lixo...................................................................................16 1.2 O lixo e o meio ambiente.......................................................................................... 19

1.2.1 Quanto tempo a natureza leva para absorver os detritos....................................... 21

1.2.2 O processo de reciclagem: uma alternativa positiva?............................................ 22

1.3 Conhecendo os tipos de lixo..................................................................................... 24

CAPÍTULO II................................................................................................................ 26 2.1 Lixo: Desperdício ou reutilização?............................................................................26

2.2 Lixo e consciência ambiental: Uma parceria inteligente ........................................ 28 2.3 A fórmula dos REs....................................................................................................30

CAPÍTULO III................................................................................................................32

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS.....................................................................32

3.1. Flecheiras: um pouco de histórias............................................................................32

3.1.2 Para onde vai o lixo na comunidade de Flecheiras – Trairi – Ce?.........................34

3.2 A participação da comunidade através de projetos ..................................................35

3.3. O que os estudantes pensam sobre o lixo?...............................................................36

3.4 Análise das falas dos professores.............................................................................37

CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................40

ANEXOS........................................................................................................................42

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INTRODUÇÃO

Nos últimos anos tem - se debatido muito sobre os fatores ambientais que vem

agredindo o meio ambiente: Aquecimento global, redução da água no planeta,

maremotos, ciclones, enfim, uma série de problemas que vem atingindo de forma

implacável todas as espécies e colocando em risco a vida da humanidade.

Pesquisadores do mundo inteiro têm dedicado seus estudos a essas

problemáticas e, aliados aos meios de comunicação, tentam juntos encontrar soluções e

despertar na sociedade a consciência ecológica.

Todos nós sabemos que existem diversas maneiras de agredir o meio ambiente.

Dentre essas várias agressões queremos enfatizar a questão do lixo como foco central

deste trabalho.

Levando em consideração essa problemática, podemos perceber que a

disposição inadequada de resíduos sólidos tem se tornado uma grande preocupação por

parte do poder público e da sociedade em geral, devido à falta de controle do acúmulo

de lixo gerado no meio urbano. Contudo, percebemos que atualmente o Brasil tem se

mostrado muito passivo diante dessas questões ambientais, pois falta a consolidação de

políticas nacionais voltadas para este setor.

Uma das causas que tem contribuído para o aumento acelerado da quantidade e

variedade dos resíduos no meio em que vivemos se dá pela produção e consumismo

desenfreado. Essa tendência aconteceu por não se priorizar os graves problemas

ambientais que acontecem nas grandes cidades. As soluções apresentadas até então, tais

como: coleta seletiva, reciclagem, compostagem e disposição final em lixões ou aterros

sanitários, não têm se mostrado suficiente por não resolverem de forma ideal os

problemas relacionados com a geração de lixo e com a degradação ambiental, resultante

da falta de destino adequado para os dejetos.

De acordo com Almeida (2000, p. 369), “estima-se que as quantidades de

resíduos gerados pela população mundial nos últimos trinta anos foram responsáveis

pelo despejo de trinta milhões de toneladas de lixo no planeta anualmente”. Lembramos

que tais quantidades poderão ser quadruplicadas ou quintuplicadas até o ano 2025, caso

não se defina uma forma de gerenciar esses resíduos.

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Nos últimos anos, estamos vivendo problemas de degradação sócio-econômicos e ambientais. Isto passa pela contaminação e poluição das águas, dos alimentos, do solo, do ar, a destruição das florestas e fundamentalmente a degradação do ser humano, onde as populações do Terceiro Mundo vem perdendo sua identidade cultural, ideologia e organização. (DAVI, 1992, p. 12).

Desde os tempos mais remotos, a humanidade vem acumulando inúmeros

resíduos, originados da própria natureza. Ao praticarem suas atividades básicas, os

primeiros grupos humanos jogavam os restos de alimentos no solo e estes muitas vezes

serviam de adubo para a terra, surgindo assim o lixo orgânico.

Com o passar do tempo, as indústrias de fabricação começaram a produzir

embalagens feitas de diferentes materiais e isso provocou um aumento no consumo

desses produtos. A partir daí entramos na era dos descartáveis e, como conseqüência

disso, a humanidade passou a produzir mais lixo, resultando numa grande preocupação

com o acúmulo de detritos no planeta.

Na Idade Média, o número de pessoas em regiões urbanizadas aumentou consideravelmente. Com isso, as cidades ficaram estagnadas, não havia esgoto, o lixo se acumulava em ruas estreitas. Isso era um ambiente propício para a proliferação de ratos e a manifestação de doenças e epidemias. A mais grave foi a Peste Negra, que entre 1347 e 1351 causou 25 milhões de mortes, cerca de um terço da população européia. (PROJETO TAMAR, 2006).

Atualmente não tem sido diferente. Muitas doenças que põe em risco a saúde da

população são conseqüências da grande quantidade de lixo acumulado. Como nem toda

cidade dispõe de saneamento básico, inúmeros esgotos ficam a ‘céu aberto’,

contribuindo assim para a propagação de males para a população.

Para Leff (2000, p. 9) “A degradação ambiental, o risco de colapso ecológico, e o

avanço da desigualdade e da pobreza, são sinais eloqüentes da crise do mundo

globalizado”.

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Em nosso país, a desigualdade social é um fator que contribui bastante para o

caos no panorama ambiental nos centros urbanos. Aconteceu uma mudança significativa

no padrão espacial de distribuição de renda nas últimas décadas. Com isso a pobreza e o

meio ambiente travam uma luta sem fim, onde áreas mais fragilizadas, como ribeirões,

várzeas, margens de córregos e outras representam este cenário, comprometendo assim

a vida dos rios, a saúde da população, o abastecimento e o futuro dos lençóis freáticos.

Nos centros urbanos, o lixo passou a ser um grande problema. As cidades médias e grandes produzem centenas de toneladas de lixo a cada dia. Em algumas cidades, o serviço de coleta e destinação do lixo é realizado com eficiência. Em outras, o lixo é um pesadelo para a população: fonte de doenças, viveiro de ratos e outros problemas mais. (FONSECA, 1991, p. 2).

Todos os dias são levados grandes quantidades de resíduos para as cidades,

provenientes dos mais diversos lugares do planeta, que são industrializados e

consumidos. E sabemos que são vários os problemas causados pelo lixo sem tratamento:

o mau cheiro, presença de animais roedores e insetos que podem trazer prejuízos para a

nossa saúde.

Uma prática que tem demonstrado resultados satisfatórios é a coleta seletiva do

lixo. Algumas associações comunitárias adotaram esse sistema e já conseguiram reduzir

em grande quantidade os detritos acumulados no meio ambiente.

Diante de toda essa problemática, nos preocupamos em debater de forma mais

eficaz e chamar a atenção das autoridades competentes sobre os problemas que agridem

o meio ambiente, em especial sobre o lixo em nossa comunidade. Por isso resolvemos

desenvolver este projeto de pesquisa, cujo tema é: O lixo na comunidade de Flecheiras –

lixo: uma responsabilidade coletiva ou pessoal? Pois sabemos que o acúmulo de lixo é

um dos fatores que contribuem de forma desastrosa para a degradação ambiental e nos

últimos anos tem gerado graves conseqüências.

A seguir detalharemos com maior clareza o que se trata nesta pesquisa.

1. Definição do problema:

O trabalho enfocará a temática do lixo no meio ambiente, pois temos observado

que nos últimos anos o planeta vem correndo sérios riscos devido a várias degradações

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ambientais e isso nos põe em alerta para que possamos discutir sobre esse problema de

forma mais séria, seja na escola, em casa e, principalmente, dentro da nossa própria

comunidade. Por isso resolvemos pesquisar sobre o seguinte problema: Como a

comunidade de Flecheiras – Trairi – Ce pode despertar para a importância de atitudes de

preservação do Meio Ambiente no que se refere à problemática do lixo, bem como a

prática da reutilização?

2. A delimitação do assunto:

O objeto de estudo desta pesquisa será o lixo, pois a natureza vem sofrendo a

cada dia várias formas de agressões e esse fator tem contribuído bastante para a

destruição ambiental. Sentimos então a necessidade de explorar sobre esse tema dentro

da nossa comunidade.

Esse estudo será realizado na comunidade de Flecheiras – Trairi - Ce, aonde essa

temática já vem sendo abordada e trabalhada através de projetos desenvolvidos nas

escolas e associações comunitárias.

3. A justificativa:

O lixo na época das cavernas era visto de uma outra forma, pois sua quantidade

não era tanta, por isso não prejudicava os ciclos naturais. Com o surgimento dos

grandes centros urbanos o lixo virou um grande problema devido a sua imensa

quantidade. Portanto, a natureza não suporta tal situação, passando a dar respostas que

afeta de maneira muitas vezes fatal os indivíduos que dela dependem.

Diante disso se faz necessário trabalhar essa temática por ser um problema que

se agrava a cada dia. Não podemos mais encarar todo lixo como resto inútil, e sim como

algo que pode ser transformado em uma nova matéria prima para retornar ao ciclo

produtivo.

4. Objetivos

• Objetivo geral:

Reconhecer a importância da reutilização do lixo, proporcionando ao meio ambiente

um equilíbrio sustentável e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida para toda

a comunidade.

• Objetivos específicos:

ü Melhorar a imagem do ambiente, na casa, na escola e na comunidade;

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ü Alertar sobre os perigos e conseqüências causadas pelo lixo;

ü Esclarecer sobre a coleta seletiva e a sua importância.

Hoje, no Brasil, cerca de 8 em cada 10 habitantes vivem em áreas urbanas, produzindo 90.000 toneladas de lixo por dia, o que corresponde a uma fila de 90 quilômetros com 12.000 caminhões cheios de lixo. Apenas metade desse lixo é coletado, seja por falta de recursos ou simplesmente pelo descaso de determinadas autoridades. E só 3% do lixo coletado vão para um lugar adequado – todo o restante é jogado em cursos d’água ou em grandes terrenos, geralmente afastados do centro da cidade, chamados de “lixões”. O lixo é jogado para longe das pessoas, mas continua trazendo problemas porque não recebe qualquer tratamento. É uma falsa solução, do tipo esconder a sujeira debaixo do tapete. (PROJETO SANEAR, 1993, p.10).

A comunidade pode desde já despertar em si atitudes de preservação ao Meio

Ambiente e tentar contribuir mesmo de forma simples para um equilíbrio ecológico.

É nosso dever como cidadão consciente reconhecer a importância do manuseio

correto do lixo e de sua reutilização como prática sustentável de desenvolvimento,

proporcionando ao Meio Ambiente um equilíbrio sustentável e uma melhor qualidade

de vida para toda a comunidade. Podemos conseguir isso através de atitudes coerentes,

tais como: reduzindo a quantidade de lixo produzido na comunidade, desenvolvendo

habilidades para o manuseio cotidiano, alertando para os perigos e conseqüências

causadas pelo lixo e, esclarecendo sobre a coleta seletiva e sua importância.

A comunidade pode ainda valorizar o meio ambiente, implantando programas de

reutilização do lixo, através de projetos trabalhados pelas associações de moradores,

escolas, enfim por todos os grupos que tem interesse em colaborar.

Agindo assim, com certeza teremos resultados significativos que trarão respostas

positivas e de grande valor para as futuras gerações.

Com esse trabalho esperamos contribuir de forma significativa para a melhoria

do meio ambiente, a fim de nos proporcionar uma vida mais saudável e um espaço

digno de se viver.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

CAPÍTULO I

1.1 Pequeno histórico sobre o lixo O lixo é gerado há muito tempo. Em grande quantidade e sempre.

Incomodadas com o lixo que geravam, muitas comunidades pré – históricas

migravam para outras regiões. Quando as civilizações deixaram de ser nômades e se

fixaram em um local, o lixo foi aumentando e elas começaram a enterrá-los.

Na índia, o lixo chegou a incomodar tanto que as pessoas sentiram a necessidade

de construir novas residências para fugir dele.

Todo lixo que era produzido no Egito acabava no Rio Nilo.

Mas, foi em Atenas que os primeiros lixões surgiram. Apesar de existirem leis

que proibiam jogá-los nas ruas, as pessoas não se sentiam inibidas e a cidade cheirava

mal, contribuindo para a proliferação de ratos, baratas, moscas e etc., que na época

poderiam ser controlados pela técnica conhecida atualmente como aterro controlado.

A reutilização e a reciclagem são práticas bastante antigas, pois na antiguidade

os “sucateiros” reaproveitavam o lixo para confeccionar novas armas ou produtos.

Restos de alimentos eram aproveitados pelos animais e como adubo para plantações.

Os serviços públicos de coleta de lixo não existiam nas grandes cidades. Em

casa, o lixo gerado era composto de restos de alimentos, cascas de frutas e objetos que

dificilmente eram descartados. Em São Paulo, até o fim do século passado, os restos de

alimentos das casas e do centro das cidades eram recolhidos pelos chacareiros que

residiam na zona rural, para alimentação dos porcos ou adubação das verduras.

Somente no ano de 1869 que a Câmara Municipal (na época não tinha prefeito)

decidiu contratar um carroceiro para juntar o lixo das casas, uma vez que os chacareiros

começaram a colocar dificuldades, pois queriam coletar somente o lixo dos

estabelecimentos, como restaurantes, hotéis e bares.

Até pouco tempo o lixo se constituía basicamente de restos de alimentos. Fazer a

limpeza urbana significava coletar lixo. As autoridades sanitárias tinham o dever de

impedir que o lixo orgânico se acumulasse nas ruas, terrenos baldios e jardins públicos,

onde pudessem proliferar animais transmissores de doenças. Dessa forma, a limpeza das

ruas era realizada pelos serviços de higiene e saúde pública das Prefeituras. A partir do

desenvolvimento da ciência sanitária no século XIX, descobriram que os dejetos

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humanos quando não são tratados e não tem um destino adequado tornar – se iam fonte

de doenças capazes de se tornar epidemias. Este foi o principal motivo para se buscar a

limpeza das ruas.

Em diversas cidades do mundo o ensino de princípios de higiene e saúde pública

nas escolas também ajudou a formar opiniões sobre o valor da higiene.

Ficou bem claro que a cidade significava na época um palco ideal para o uso

impróprio do material bruto da natureza, pois se consumia muito mais do que se

necessitava. Concluímos então que a maioria do lixo produzido vem da cidade.

Sabemos que o Império Romano se destacou por ser uma civilização guerreira e

além de tudo esbanjadora de riquezas, e por esse motivo era bastante consumista,

contribuindo muito para a degradação ambiental, sendo responsável por uma grande

produção de lixo que eram lançados nos rios e no mar, que serviam de “banheiro”, para

os antigos. Nessa época a população do mundo era tão grande, por isso o mar conseguiu

se desfazer do lixo que recebia.

Com o fim do Império Romano, o comércio e as atividades urbanas se

intensificaram e as cidades se estagnaram. Não tinham esgotos e o lixo começou a ficar

acumulado, favorecendo a proliferação de ratos e o surgimento de doenças e epidemias.

A mais conhecida e mais grave de todas foi a Peste Negra, que aconteceu na Europa e

dizimou milhares de pessoas.

Nessa mesma época, em outro continente viviam os Astecas, os Incas e os Maias

que viviam em cidades bem estruturadas e limpas, ao contrário dos europeus. Com a

conquista da América pela Europa no século XVI, tudo isso começou a mudar. Muitas

pessoas começaram morrer inclusive os índios, e o meio ambiente começou também a

sofrer as conseqüências, sendo explorado de maneira desordenada.

A Europa mesmo explorando outros territórios, não deixou ainda de sofrer com a

agressão ambiental, pois isso se intensificou muito com a chegada da Revolução

Industrial.

Diminuir a quantidade de lixo gerada e encontrar soluções adequadas para eliminar o que não tem mais jeito é uma preocupação global. Em países industrializados, como os da Europa e Estados Unidos – onde o acúmulo de sujeira acompanha o ritmo acelerado de produção e consumo -, o problema chegou no limite.(...) (MATTOS e GRANATO, 2005, p.21)

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Todas as coisas que consumimos, foi certamente produzido em algum lugar;

depois de consumido o correto seria que esses resíduos voltassem para os ciclos

naturais, mas diariamente estamos inventando certos costumes que dificultam a natureza

de reaproveitá-los, caracterizando assim o modo de vida do homem. Ao contrário dos

outros animais, o homem não se conforma em somente saciar a fome; além do fator

biológico existe o fator cultural que o leva a descobrir novos paladares, e assim acaba

por satisfazer os gostos dos diferentes povos.

Segundo Mattos e Granato (2005, p. 19) “em 1960, o crítico social Vance Packard

já chamava nossa época de “Era do Descartável”. Dados atuais mostram que, enquanto

a população mundial cresceu 18% entre 1970 e 1990, a produção de lixo aumentou

25%”. Isso nos coloca diante de uma situação assustadora que precisa ser contornada

enquanto ainda há tempo.

Há vários anos os ambientalistas insistem em afirmar que os materiais plásticos

que são lançados no mar representam sérias ameaças ao meio ambiente. Muitas pessoas

desacreditaram nessas idéias, mas os ecologistas sempre tiveram razão, pois 90% do

lixo que flutua nos oceanos são compostos por materiais plásticos e, de acordo com o

Programa ambiental das Nações Unidas calcula-se que 46000 objetos feitos de plásticos

flutuam em cada 2,5 quilômetros quadrados dos oceanos. Desse total, quatro quintos são

levados até o mar pela ação dos ventos ou das águas das chuvas, através dos esgotos e

rios. Um quinto são lançados pelos navios em alto mar.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), “a

população brasileira (cerca de 160 milhões de habitantes) produz algo como 90 milhões

de toneladas de lixo por ano, sendo esta quantidade apenas de lixo domiciliar, ou seja, a

geração de cada um nas suas residências ou trabalho. Ainda faltaria contabilizar o lixo

hospitalar, entulhos, podas de árvores e varrição, entre outros”.

Evitar o acúmulo de lixo no nosso dia-a-dia pode ser uma tarefa fácil, pois

depende da boa vontade e bom senso de cada um de nós.

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1.2 O lixo e o meio ambiente

Diariamente falamos sobre o lixo e suas conseqüências no meio ambiente, mas

você saberia conceituar o lixo? Você já parou para pensar sobre ele?

Lixo é o conjunto de materiais de tipos diferentes provenientes das atividades

humanas. O lixo só se torna lixo, quando descartado e abandonado em lugares

inadequados e sem tratamento específico.

Em conversas com estudantes, perguntamos qual o conceito de lixo e o que eles

entendem sobre essa questão. Vejamos o que eles responderam:

- É tudo que não se pode jogar na rua, tem que ser jogado no local certo.

- Sujeira, poluição.

- São restos de produtos que não utilizamos no nosso dia-a-dia

- são objetos, restos de alimentos e outras coisas que jogamos fora diariamente.

Para Luft (2001, p. 427) lixo “é tudo que se varre para deixar limpa uma casa, rua,

jardim, etc. Restos ou coisas inaproveitáveis. Imundície, sujeira, cisco”.

Sabemos que milhões de pessoas vivem no planeta terra interagindo

constantemente com a natureza e de maneira cada vez mais desordenada. Isso

transforma o meio ambiente, chegando a dificultar ou até mesmo impedir o

reaproveitamento de materiais que dispensamos porque não tem utilidade para nós.

Como afirma Lavoisier (1743-1794), apud (Projeto SANEAR, 1993, p.6) “na

natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”. Mas, infelizmente nem todo

mundo tem consciência disso e acaba abusando do meio ambiente como se ele tivesse

disposto a nos servir pela vida inteira.

A natureza trabalha em sistemas de ciclos. Por meio da ação de decompositores,

como bactérias e fungos ela transforma restos de materiais orgânicos e inorgânicos,

excrementos e folhas, em nutrientes que servirão para alimentar outras formas de vida.

Com a modernização, a sociedade rompeu esses ciclos naturais, passando a extrair

grandes quantidades de matérias primas e, por outro lado, fazendo crescer montanhas de

lixos. Com tais atitudes surgiram várias doenças, tornando-se uma perigosa fonte de

contaminação para o meio ambiente.

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É bicho que está sumindo É rio que está secando É rio que está ficando sujo É mata que estão matando É morro que está desmoronando É a gente que está se degradando O planeta está correndo perigo A gente está correndo perigo A gente está correndo. (PROJETO SANEAR, 2003, p. 5)

O Meio Ambiente está pedindo ajuda. Todos nós estamos correndo sérios riscos

e nossa vida está ficando frágil demais. São inúmeras as transformações ocorridas no

planeta ao longo dos últimos anos: o superaquecimento global, maremotos e ciclones,

tudo isso são resultados da ação do homem que destrói o meio ambiente ao seu favor,

para satisfazer seus desejos pessoais.

À medida que discutimos essa problemática, estamos também nos

conscientizando do nosso papel enquanto cidadãos. Através de pequenas ações e

mudanças de atitudes passamos a preservar o meio ambiente, proporcionando esperança

de melhorias para as gerações que hão de vir e, assim nos ajudaremos de maneira

construtiva de modo que todos possam ser beneficiados.

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para os presentes e futuras gerações. (CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA, Capít. VI, Art. 225)

Os governos municipais são os principais responsáveis para manter as áreas

públicas limpas e saudáveis (praças, ruas, avenidas), porém a população deve se sentir

também compromissada e contribuir para a limpeza urbana. O lixo produzido nas

escolas, hospitais e casas devem ser coletados pelo menos duas vezes por semana e

levado para lugares afastados das grandes cidades. Ter um serviço de limpeza garantido

é um direito nosso. Manter o lixo armazenado em sacos plásticos bem fechados e

colocá-lo na porta de casa somente antes da coleta é uma forma de contribuirmos para

manter o ambiente ecologicamente equilibrado.

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Quando é que podemos dizer que o nível de vida em nosso ambiente é de qualidade? Quando a população parar de jogar lixo nas ruas, nos rios, nas matas, ou no chão de qualquer lugar; quando rios e mares deixarem de ser depósitos de lixo e local de despejo de esgotos não tratados, passando a ser respeitados como habitat de muitas e variadas formas de vida. (ANDRADE e JERÔNIMO, 2004, p. 21)

Enquanto não tivermos consciência de que as mudanças deverão partir de nós

mesmos o nosso planeta estará correndo o risco de desaparecer em meio a tanta

poluição. É preciso que aconteçam transformações radicais na mente de cada ser

humano.

É importante que se conheçam algumas formas de manejar, isto é, lidar de modo cuidadoso e adequado com os recursos naturais renováveis, visando a conservação de sua qualidade e quantidade; que se detectem formas inadequadas que porventura estejam ocorrendo na região, desenvolvendo o senso crítico e oferecendo oportunidade para a discussão de medidas que podem ser tomadas pelos alunos, pela escola e pela comunidade para a reversão de quadros indesejados. (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 2001, p. 61).

1.2.1 Quanto tempo a natureza leva para absorver os detritos

Sabemos que alguns materiais ao serem jogados no meio ambiente levam certo

tempo para se decompor. Alguns se destroem em poucas semanas e outros levam

milhões de anos para desaparecerem, causando assim sérios prejuízos aos seres vivos

em geral.

De acordo com Pinto e Lima (Volume 8, p. 86), a tabela com a amostragem da

decomposição dos materiais no meio ambiente pode ser representado da seguinte forma:

Materiais Tempo que leva para se decompor na

natureza

Jornais 2 a 6 semanas

Embalagens de papel 1 a 4 meses

Cascas de frutas e guardanapos de papel 3 meses

Pontas de cigarros e fósforos 2 anos

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Chicletes 5 anos

Nylon 30 anos

Latas de alumínio e garrafas de plásticos 100 anos

Garrafas e frascos de vidro 1 milhão de anos

Ao observar a tabela acima, percebemos o quanto a gente contribui para o

desequilíbrio ambiental sempre que agimos sobre ele sem usar a nossa consciência.

Portanto, precisamos ficar mais atento, seja em casa, na escola ou em qualquer outro

ambiente, pois às vezes uma simples ação, como jogar um chiclete no chão, pode causar

danos à natureza por muitos anos.

1.2.2 O processo de reciclagem: uma alternativa positiva?

Reciclar o lixo é uma atividade bastante valiosa e que tem trazido resultados

bem positivos. Além de diminuir os poluentes da natureza, tornou-se uma alternativa de

geração de emprego e renda para a população, uma vez que se tem uma coleta seletiva

bem estruturada. Em cidades com São Paulo e Belo Horizonte foi criada a Coleta

Seletiva Solidária, resultado da parceria mantida entre as cooperativas e associações

locais e o governo local.

Como é entendida atualmente, a reciclagem consiste na devolução do material usado para o ciclo da produção, reduzindo assim, a extração de mais recursos naturais. A indústria reutiliza esse material para produzir novos objetos. Os custos do reaproveitamento ou reprocessamento de materiais manufaturados geralmente são menores que os dos processos que partem da matéria-prima natural. (MATTOS e GRANATO, 2005, p.35).

Essa questão é relevante e vale a pena ficar atento para a questão da redução dos

custos. Se tomarmos como exemplo as latinhas de alumínio, veremos que elas permitem

uma economia grandiosa, uma vez que as indústrias utilizam apenas 5% da energia

necessária para produzi-las a partir da bauxita, minério do qual é retirado o alumínio.

Para ficar mais claro, é importante sabermos que cada latinha de alumínio

reciclada economiza energia suficiente para manter uma geladeira funcionando por três

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horas. Portanto, a reciclagem das latinhas significa menores custos e maiores lucros para

as indústrias que as produzem.

Em geral, os materiais destinados ao processo de reciclagem, são: o vidro

(garrafas, potes e frascos), o plástico (baldes, garrafas, sacolas, canos, copos), papéis e

papelão de todos os tipos, metais (latas de refrigerantes e de alimentos). Alguns

materiais ainda não são reciclados pelas cooperativas, pelo fato de terem pouca

aceitação no mercado.

Infelizmente a participação da população na reciclagem do lixo ainda é muito pequena. Embora 85% das latinhas de alumínio e 40% do papel já sejam reciclados, são poucos os domicílios que fazem a separação do material reciclável. Mas se as comunidades de bairro, escolas e condomínios se unirem, os resultados começarão a aparecer. (MATTOS e GRANATO, 2005, p.36).

Existe ainda muito preconceito por parte de algumas pessoas em não querer

adquirir produtos reciclados, daí a importância de investir bastante nesse trabalho para

que seja reduzida a quantidade de materiais jogados nas ruas, praias e outros ambientes,

a fim de mantê-los propícios para o nosso lazer.

No Brasil, durante o ano de 1999, cerca de 135 municípios adotaram a coleta

seletiva. Os estados que mais se destacaram foram os pertencentes às regiões Sudeste e

Sul e isso preocupou bastante os ambientalistas. Vejamos agora que estados são

considerados os maiores recicladores (em mil toneladas):

* São Paulo - 1.054,9 * Minas Gerais - 319,7 * Paraná - 318,3 * Santa Catarina - 301,7 * Rio de janeiro - 172,9 * Rio Grande do Sul 94,5

No Estado do Rio grande do Sul, apenas 4,7% do lixo produzido em 1999 foi reaproveitado: * Lixo reciclado => 94,5 toneladas

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* Lixo produzido => 2,1 milhões de toneladas

Diante dessa realidade, vimos que é necessário fortalecer a prática da reciclagem do

lixo, pois ela contribui para amenizar os problemas ambientais. Para isso é necessário

que haja a união de várias forças interessadas na reciclagem do lixo, como: o governo, o

segmento privado e a sociedade em geral, no intuito de desenvolver políticas voltadas

para essa idéia.

1.3 Conhecendo os tipos de lixo

As pessoas em geral consideram lixo tudo o que não usam mais, portanto temos

que observar e verificar com bastante atenção que podemos separar esses resíduos e até

classificarmos percebendo que alguns têm que ter um manejo diferenciado.

O lixo pode ser classificado em seco e molhado. Os lixos secos são os que

podem ser reciclados, como: plásticos, vidros, papelão, latas e o lixo molhado é o

composto orgânico constituído de resto de comidas, cascas de frutas e etc. Essa

classificação é bastante conhecida pela população, por isso muito usada pela coleta

seletiva.

De acordo com os riscos potenciais, o lixo pode ser classificado em classe I, que

são os mais perigos e classe II que são aqueles que não oferecem riscos. Estes ainda são

subdivididos em resíduos classe IA, conhecidos como não inertes (lixos que apresentam

características de biodegradabilidade, solubilidade ou ainda combustibilidade, como os

papéis e alimentos) e classe IIB, que são os inertes (que não se decompõem facilmente,

como o plástico e a borracha).

De acordo com a origem dos resíduos sólidos, o lixo classifica-se também em:

• Domiciliar - são lixos vindos das residências que costumam ser bastante

diversificados. Geralmente são restos alimentares, papéis, jornais e embalagens

de todos os tipos.

• Comercial – são lixos cujas origens vêm de supermercados, bancos, lojas e

restaurantes.

• Público – são aqueles provenientes dos serviços de limpeza urbana, limpeza de

praias e feiras livres.

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• De serviços de saúde – resíduos gerados em hospitais, clínicas farmácias e

laboratórios. São perigosos demais, pois costumam conter materiais

contaminados.

• Industrial – variam de acordo com a atividade praticada por cada indústria.

Costumam também ser tóxicos e oferecem perigos.

• Agrícola – é constituído por diversas embalagens de produtos agrícolas, adubos

e restos de colheita. Vem das atividades agrícolas e da pecuária.

• Entulho – lixos vindos das construções civis, reformas, demolições e outros.

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CAPÍTULO II

2.1 Lixo: desperdício ou reutilização?

Para diminuir o nosso próprio lixo é preciso ficar atento aos hábitos de consumo

que temos e ao desperdício de coisas que utilizamos ou ingerimos no dia-a-dia.

Cerca de 40% de coisas que compramos vai para o lixo. Você já havia pensado

nisso? Atualmente a maioria dos produtos que adquirimos vem dentro de

embalagens enormes, seja de papelão, de plástico ou outros enfeites. Uma forma de

contribuir para a redução do lixo é procurando adquirir produtos, cujas embalagens

são mais simples.

Todos nós geramos lixo! Cada brasileiro produz em média 1,0Kg de resíduos por dia. A população do Brasil é aproximadamente 160 milhões de habitantes, produzindo portanto, 160 mil toneladas de lixo por dia, desse total apenas 30% são coletados e apenas 7% têm um destino adequado. São toneladas de lixo por ano na forma de garrafas, caixas, latas, tecidos, plásticos, papel, pneus, embalagens, móveis, utensílios domésticos e eletrônicos e muito, muito mais. (Cartilha elaborada pelo SENAI (Departamento Regional do Ceará), SEMACE (Superintendência Estadual do Meio Ambiente) e PRORENDA (Urbano/ GTZ)

Outro hábito que deveríamos adquirir seria o de comprar somente o

indispensável para suprir nossas carências, seja alimentícia, de vestuário ou de

qualquer outro artigo.

De acordo com Mattos e Granato (2005, p.34) “reutilizar significa usar por mais

tempo os objetos, aumentando sua vida útil ou atribuindo novos usos àquilo que

iríamos descartar”.

Mas, como evitar o desperdício? Para refletir sobre essa questão, vamos tentar

responder algumas indagações:

- Será que somos capazes de produzir lixo em menor quantidade?

- Podemos usar mais vezes os objetos ou coisas que jogamos no lixo?

- Há possibilidade de reutilizar tudo o que vai para o lixo?

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Se a gente consegue dizer sim para essas perguntas, já estamos conseguindo

evitar o desperdício e como conseqüência, estaremos reutilizando tudo o que

destinamos ao lixo.

Vejamos algumas dicas para evitar problemas com o lixo:

ü Evite comprar produtos que não sejam, realmente, necessários;

ü Reduza ao máximo o total de embalagens quando fizer compras;

ü Escolha sempre produtos com embalagens que possam ser recicladas;

ü Tente recuperar, sempre que possível, produtos considerados duráveis, como

eletrodoméstico, ao invés de comprar novos;

ü Reutilize sacolas de plásticos;

ü Nunca jogue o lixo em local que não seja destinado para ele, como em terrenos

baldios, por exemplo;

ü Evite utilizar materiais descartáveis;

ü Reforme roupas usadas e conserte sapatos e bolsas ao invés de jogá-los fora;

ü Nunca jogue o lixo pela janela do carro;

ü Mude seus hábitos alimentares – escolha lanche que não termine no lixo, ou

seja, compre produtos em embalagens maiores, do tipo “família”, e coloque

num recipiente somente a quantidade que você pretende consumir;

ü Leve com você alguns reutilizáveis – utilize, por exemplo, canetas que possam

ser reabastecidas, lapiseiras, uma mochila que possa ser usada por mais tempo;

ü Use uma menor quantidade de papel – por mais que seja reciclada a maioria

dos papéis que utilizamos diariamente, ele ainda é uma parte bem significativa

do que jogamos no lixo.

É muito importante utilizarmos tudo o que consumimos sem desperdiçar. Devemos aproveitar o máximo os alimentos, da melhor maneira possível. Na maioria das vezes, jogamos fora restos de alimentos que possuem um elevado valor nutritivo, muitas vezes por não sabermos. Aproveitando bem os legumes, as verduras e as frutas, economizaremos muito o nosso dinheiro e teremos uma alimentação mais saudável. (PINTO e LIMA, Volume 8.)

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Andrade e Jerônimo (2004, p.35) ressaltam que: “O que é lixo para uma pessoa, pode

não ser para outra, significa que objetos podem ser reutilizados. Devemos pensar nisso

antes de jogarmos alguma coisa fora”.

Muitas vezes temos um brinquedo danificado que pode ser consertado e

utilizado por outras crianças; garrafas de refrigerantes podem ser usadas para guardar

água na geladeira; podemos servir suco em copos de requeijão ou de extratos de

tomates; enfim estes são somente alguns exemplos de coisas que atiramos no meio

ambiente que podem ser reutilizadas por nós mesmos. Agindo assim estaremos

garantindo uma mudança de comportamento que poderá amenizar a degradação

ambiental no meio ao qual estamos inseridos.

2.2 Lixo e consciência ambiental... Uma parceria inteligente

Precisamos estar bem conscientes de que o lixo não é gerado sozinho, mas de que somos nós que o produzimos. Ele é conseqüência do próprio ato de viver, que exige o consumo de certas coisas e rejeito de outras. Neide S. de Mattos e Suzana F. Granato

O lixo é constituído por tudo aquilo que consideramos inútil, velho e sujo, ou

melhor, aquele material ou objeto que por razões próprias jogamos fora ou o

descartamos. Esse lixo é produzido por cada um de nós durante nossas atividades

diárias. A cada instante estamos nos desfazendo de coisas que não desejamos mais, e ao

longo dos anos tudo isso vai se acumulando, formando os grandes lixões na sociedade.

Consumimos e também produzimos, portanto a responsabilidade é

principalmente nossa. Como afirma Melo (2006, p. 22), em seu poema sobre o lixo que

reforça a questão de que todos têm uma parcela de contribuição sobre o acúmulo de

detritos no planeta e que a gente nega a nossa participação no momento que é preciso

responder por ele. Vejamos alguns trechos desse poema interessante:

O lixo do lixo

Não adianta tirar o lixo E do rio, o detrito,

Se o ser humano não for distinto. Isto é o que sinto.

Consciência é o que pressinto. (...)

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O que será que faz o rio poluir E o céu se dividir

Entre pureza e beleza? Às vezes os gases

O escondem em fases De limpeza e brancura.

(...) Todos nós estamos de passagem.

A próxima parada, todos sabem o lugar E se negam a se responsabilizar.

(MELO, 2006, p. 22)

Ao refletir sobre esse poema percebemos que tudo é uma questão de

consciência, pois o lixo não vai poluir o meio ambiente sozinho, e sim porque alguém o

colocou em lugares impróprios. O que devemos fazer é assumir nossos atos e procurar

soluções corretas que favoreçam e tornem a natureza mais saudável.

Existem empresas que exploram a natureza de maneira desordenada, deixando o

meio desequilibrado, causando poluição e provocando assim prejuízos na fauna e flora

local. Outras, entretanto são mais conscientes e exploram menos e até colaboram com a

natureza, proporcionando um clima harmonioso e mais equilibrado.

Ter atitudes coerentes para com a natureza nos torna mais responsáveis por ela.

Vários países europeus como Alemanha, Holanda, Áustria, Espanha e Suécia, entre outros introduziram nos últimos anos leis para reduzir a geração de resíduos, como vasilhames e embalagens. Na Suécia, por exemplo, as empresas são responsáveis pelo recolhimento de seus vasilhames de alumínio, papel, papelão, papel corrugado, plásticos, aço e vidro. O mesmo ocorre com jornais, folhetos publicitários, revistas e catálogos, além de pneus. Para racionalizar esse processo e tornar mais econômico o manejo da coleta e reciclagem, os produtores uniram esforços e se organizaram. (MANUAL DE EDUCAÇÃO PARA O CONSUMO SUSTENTÁVEL, 2005, p. 126).

Em alguns lugares do Brasil acontece também o sistema de coleta de lixo, porém

ainda não existe uma lei que torne obrigatória a redução de resíduos. As pessoas que

trabalham no sistema de coleta, como em cooperativas ou ONG’S, fazem esse trabalho

de forma autônoma porque acreditam que essa atividade seja importante para o Meio

Ambiente.

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Tais ações têm demonstrado bons resultados, pois podemos observar que através

da reciclagem do lixo vem diminuindo os índices de poluição no planeta. A partir desses

resultados as escolas e outras instituições têm incentivando as pessoas a se tornarem

mais conscientes, alertando sobre a problemática do lixo, através de projetos

desenvolvidos com a participação de crianças, jovens e adultos.

Esta coleta deve sensibilizar alunos, professores, técnicos, demais funcionários e os pais; enfim, toda a comunidade escolar, para uma mudança de atitude em relação à geração, acondicionamento, descarte e destino final e adequado do lixo. Além disso, a partir da escola, é possível a realização de campanhas educativas de educação ambiental, conscientizando a comunidade escolar de que todos são responsáveis pelo lixo: os que geram e separam, os que coletam, os que compram recicláveis como matéria - prima, os que reciclam e os que consomem os novos produtos. (ANDRADE e JERÔNIMO, 2004, p. 47).

Cabe à escola dá o primeiro passo para discutir sobre a problemática do lixo,

introduzindo projetos e atividades no seu currículo anual que facilitem a compreensão e

desperte o interesse da comunidade em participar ativamente.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (2001, p. 50), “O convívio

escolar será um fator determinante para a aprendizagem de valores e atitudes.

Considerando a escola como um dos ambientes mais imediatos dos alunos, a

compreensão das questões ambientais e as atitudes em relação a elas se darão a partir do

próprio cotidiano da vida escolar do aluno”.

Precisamos trabalhar a ética e os valores ambientais na escola desde o início da

vida escolar dos educandos, pois dessa forma, nós educadores estaremos formando

cidadãos mais responsáveis no futuro e conscientes do seu papel como seres humanos

dentro da sociedade.

2.3 A fórmula dos REs

Uma das alternativas indicadas para que os resíduos sejam gerenciados de

maneira correta é colocar em prática a fórmula dos 4 REs. Vejamos o que isso significa:

1. REduzir a geração do lixo – este deve ser o primeiro passo e a medida mais

cabível, que traduz a profundeza da luta contra o desperdício. Sempre que for possível,

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é importante reduzir o consumo de materiais, energia e água, com o objetivo de produzir

o mínimo de resíduos e economizar energia.

2. REutilizar os bens de consumo – significa dar vida mais longa aos objetos,

aumentando a sua durabilidade ou dando-lhes novo uso. Essa prática é muito comum

com as embalagens retornáveis, rascunhos, roupas, e nas oficinas de arte com sucatas.

Após utilizarmos qualquer um desses materiais devemos recorrer a todos os meios para

reutilizá-los.

3. REciclar – É devolver o material utilizado ao ciclo da produção,

economizando todo o percurso dos insumos puros, com enormes benefícios econômicos

e ambientais. Um exemplo disso é a agricultura e a indústria que absorvem grandes

quantidades de resíduos, diminuindo o acúmulo nas latas de lixo das cidades. A prática

da reciclagem deve ser aplicada somente para materiais não utilizáveis. Embora esse

método colabore para a preservação dos recursos naturais, existem custos econômicos e

ambientais ligados à coleta de resíduos e ao processo de reciclagem.

4. REpensar os nossos hábitos de consumo e de descarte, pois para muitas

pessoas esses atos são compulsivos e, em alguns casos, poluentes. Evitar o costume de

jogar fora também pode ser uma atitude positiva, pois na verdade o “fora” não existe; o

lixo não deixa de existir depois da coleta e acaba sendo depositado em aterros,

incineradores ou usinas próximas às nossas residências. A educação ambiental é

essencial para que os esforços a favor dos 4 REs sejam vistos com seriedade pela

população.

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CAPÍTULO III

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Neste capítulo pretendemos fazer uma análise dos dados coletados durante a

pesquisa de campo. Para isso, daremos ênfase as falas mais importantes dos atores

sociais em consonância com o pensamento dos autores em estudos. As idéias serão

apresentadas em forma de textos e, em alguns momentos, através de tabelas.

3.1. Flecheiras: um pouco de histórias

A praia de Flecheiras está situada

no Município de Trairi – Ce e pertence ao

litoral Oeste do estado, ficando a 130 Km

da capital.

O nome “Flecheiras” originou-se de

flecha, uma vez que seus primeiros

habitantes foram os índios. A palavra

significa “mulheres guerreiras” ou

“mulheres atiradoras de flecha”. Ainda hoje encontramos moradores descendentes de

grupos índios que passaram por aqui.

Flecheiras é uma praia habitada por pescadores que sobrevivem exclusivamente

da pesca artesanal, porém a comunidade de Flecheiras sobrevive também de outras

atividades econômicas, como: o cultivo de algas, comércio, artesanato e turismo.

O turismo tem se destacado bastante nos últimos anos e aos poucos vem

modificando os costumes das pessoas. Além

de gerar empregos para muitas famílias, a

influência de outras culturas tem contribuído

para o aumento do consumo de drogas,

sexo, gravidez na adolescência e

desestrutura familiar, aumentando assim a

preocupação de todos os segmentos da

comunidade, principalmente das unidades

escolares.

Na comunidade de Flecheiras existem duas escolas: uma a nível estadual e outra

a nível municipal, as quais podemos citar: E.E.F.M. Furtunato Severiano da Costa e

Foto 1 – Praia de Flecheiras – Trairi - ce

Foto 2 –Amostra do artesanato de Flecheiras – Trairi

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E.E.F. Mestre Sabino. Ambas trabalham em parceria com a comunidade, na busca de

uma educação de qualidade para todos. Elaboram e executam projetos interessantes

junto a os seus colegiados. Atendem alunos de diferentes camadas sociais: filhos de

comerciantes, pequenos empresários, artesãos, porém o público alvo são os filhos de

pescadores.

Em termos culturais, Flecheiras destaca - se por

realizar diversos festejos importantes durante o ano: No

mês de junho temos as festas juninas, onde quadrilhas

animadas se apresentam para a apreciação da

comunidade. À noite são colocadas barraquinhas com

comidas típicas da região, organizadas pelos grupos de

jovens e também pelas Associações comunitárias.

O padroeiro da Igreja é São Pedro e durante sua

festa, que também acontece no mês de junho, fazemos

leilões, muito forró e realizamos Regatas Ambientais,

onde são trabalhados temas voltados para a preservação ambiental e resgata-se a

valorização da cultura do pescador.

As escolas trabalham o tema da Regata e todos os alunos participam do concurso

de desenho, onde os melhores são pintados na vela dos paquetes, ganhando um destaque

especial e com direito a premiação.

Em 2006 a E. E. F. M. Furtunato Severiano da Costa realizou o Projeto: Lixo –

Um problema nosso! Onde foram

discutidas várias idéias e traçadas

metas que visavam amenizar o

problema em questão, na tentativa de

conscientizar a população para as

práticas mais construtivas. Devido os

bons resultados do projeto, este será o

tema da VII Regata Ambiental de

Flecheiras do ano de 2007 para que possamos dar continuidade a esse processo.

Em se tratando de religião, a maior parte da comunidade pratica a religião

Católica. Há grupos que são evangélicos e outros seguem a religião não-cristã, mais

comumente conhecida como Ubanda.

Foto 4 – Alunos engajados no Projeto sobre o Lixo.

Foto 3 – Padroeiro São Pedro

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3.1.2 Para onde vai o lixo na comunidade de Flecheiras – Trairi – Ce?

Todos nós sabemos que o órgão responsável pela coleta e destino do lixo é a

Prefeitura e os destinos mais comuns são: os lixões, os aterros sanitários e controlados,

a compostagem, a incineração e, atualmente, a reciclagem.

Para decidir o que fazer com o lixo é preciso que a administração leve em

consideração as características de cada cidade, bem como as vantagens e desvantagens

de cada processo.

Em Flecheiras, realizamos uma pesquisa para saber que tratamento se dá ao lixo

em nossa comunidade, onde 66% das pessoas entrevistadas responderam que o lixo é

depositado em lixões, 17 % afirmaram que o lixo é incinerado e 17 % das pessoas

disseram que o lixo é depositado em aterros controlados ou aterros sanitários, o que

podemos conferir na Tabela 1.

Tabela 1

Tratamento que se dá ao lixo na comunidade de

Flecheiras – Trairi - Ce

f %

É depositado em lixões 4 66

É incinerado 1 17

É depositado em aterros controlados ou aterros sanitários 1 17

Total 6 100

Fonte: Pesquisa direta – Flecheiras, 2007.

Em nossa comunidade o lixo é coletado três vezes por semana, nos seguintes

dias: segunda – feira, quarta - feira e sexta - feira, sempre no horário da manhã e o

mesmo é transportado num caminhão da Prefeitura Municipal de Trairi.

Com esse trabalho de coleta, as pessoas passaram a se organizar mais e aos

poucos adquiriram o hábito de colocar o lixo doméstico num saco plástico, pois antes a

maioria da população jogava o lixo nas calçadas, na praia ou no meio da rua.

O lixo que produzimos vem sendo, na maioria das vezes, depositado em locais impróprios como nos cursos d’água, em terrenos baldios ou a céu aberto em áreas conhecidas como lixões. Dessa forma, contamina o meio ambiente e oferece condições adequadas para a

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proliferação de insetos e ratos que trazem sérios prejuízos à saúde pública. (CARTILHA – O LIXO COMO HERANÇA).

3.2 A participação da comunidade através de projetos

No ano de 2006 a Escola de

Ensino Fundamental e Médio

Furtunato Severiano da Costa,

situada na comunidade de Flecheiras

– Trairi – Ce, realizou um projeto

ambiental cujo tema era: Lixo, um

problema nosso!

O objetivo principal era

desenvolver em cada cidadão uma consciência crítica da nossa realidade com relação ao

lixo e a preservação do Meio Ambiente. A escola, por meio do projeto, pretendia

também:

- Reduzir a quantidade de lixo produzido na comunidade;

- Incentivar a prática da reutilização e da reciclagem;

- Desenvolver habilidades para o manuseio cotidiano;

- Melhorar a imagem do ambiente, na casa, na escola e na comunidade;

- Utilizar o programa 5S para fortalecer as ações do projeto;

- Alertar sobre os perigos e conseqüências causando pelo lixo;

- Esclarecer sobre a coleta seletiva e a sua importância;

- Qualificar as condições de vida e saúde na comunidade;

- Formar um grupo de fiscais

ambientais.

Para a concretização deste

trabalho foram realizadas gincanas

ambientais, entrevistas com moradores

da comunidade, oficinas de

brinquedos, elaboração de folder’s,

visitas às ruas, produção de cordéis,

Foto 5 – Divulgação do projeto “Lixo, um problema nosso!”

Foto 6 – Distribuição de cartilhas sobre o Lixo produzidas pelos alunos

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paródias, poesias, cruzadinha, palestras, produções de desenhos, distribuição de

tambores nas ruas com o nome do projeto exposto e leitura de textos informativos.

Na culminância do projeto foi realizada uma caminhada nas ruas, com

concentração na praça, para a apresentação das produções.

Avaliando o projeto na comunidade percebemos que os resultados foram

bastante positivos, pois hoje a questão do lixo é discutida em todos os lares e tornou-se

uma preocupação das crianças, adolescentes, moradores em geral e alguns visitantes.

3.3. O que os estudantes pensam sobre o lixo?

Conversando com os estudantes sobre a questão do lixo na comunidade de

Flecheiras – Trairi – Ce, percebemos que os mesmos também apresentam uma enorme

preocupação. Vejamos algumas falas importantes sobre os problemas que eles observam

em relação ao lixo:

“As ruas ficam com mau cheiro. Quando chove, o lixo é arrastado para o meio das ruas,

dificultando o bem - estar da população”.

Edilene Rodrigues dos Santos

“A falta de consciência das pessoas”

Maria de Fátima Barbosa

“Aqui em Flecheiras às vezes eu fico observando certos locais onde tem latas de lixo.

As pessoas vêem a lata e mesmo assim jogam o lixo no chão”.

Rosiane Alves da Silva

Perguntamos ainda se a vizinhança está satisfeita com o atual manejo do lixo, ao

passo que eles responderam:

- Algumas pessoas sim e outras ainda acham precário

- Ainda não ouvi nenhuma reclamação

- Sim. Porém, é necessário mais depósitos de lixos, pois na minha rua não há nenhum.

Procuramos saber o que eles conheciam sobre a reciclagem do lixo, ao passo que

eles responderam:

- É quando você reutiliza algo que iria para o lixo;

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- É refazer um novo ciclo de materiais extraídos da natureza em geral, só que desta vez

já usado;

- A reciclagem é o reaproveitamento de algum material, como: garrafas, caixas, latinhas

e outras coisas.

Ao analisar a fala dos estudantes, vimos que a maioria deles já tem essa

consciência formada de que precisam ser responsáveis por aquilo que eles também

produzem: o lixo. Uma atitude interessante é que eles, por iniciativa própria estão

colaborando no sentido de tentar conscientizar os demais.

3.4 Análise das falas dos professores

Conversando sobre a problemática do lixo na comunidade de Flecheiras – Trairi

– Ce, perguntamos aos professores como eles vêem essa questão atualmente. Vejamos o

que eles pensam sobre isso:

“No momento está sob controle, pois cada rua tem um dia específico para o caminhão

passar”.

Professora Celma Andréa Silva Oliveira

“É preciso que a Prefeitura Municipal disponibilize mais tambores para o recolhimento

do lixo”.

Depoimento da professora Maria Luceli R. de Sena

“É um assunto muito importante, pois está ligado diretamente à nossa saúde. Mas a

prefeitura pouco dá importância a essa questão. Como cidadãos, deveríamos exigir junto

ao poder público”.

Entrevista com a professora Lucíola Alves Ribeiro

“Um problema para a saúde e para o Meio Ambiente”.

Depoimento do professor José Abnoam da Silva

Perguntamos ainda como a escola encara a problemática do lixo e o que ela tem

feito até agora, ao passo que os educadores responderam:

• É um assunto importante, porém a escola não tem feito nada;

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• A escola tem promovido palestras, realizado projetos ambientais e coleta nas

ruas;

• Tem procurado conscientizar por meio de encontros e palestras sobre a

problemática do lixo;

• A escola tem feito mutirões;

• Educa seus alunos, visto que é pela educação que se consegue uma cidade limpa

e organizada.

Em se tratando do compromisso das autoridades, procuramos saber o que elas

têm planejado para diminuir a quantidade de lixo. Vejamos a seguir o depoimento

dos professores:

• Mandam recolher somente os produtos inorgânicos e reaproveitar os produtos

orgânicos;

• Autorizam a coleta do lixo através de caminhão;

• As autoridades têm feito o mínimo possível, arcando somente com a coleta.

Podemos perceber que as opiniões dos professores se divergem, porém o mais

importante é que cada um está também fazendo a sua parte, debatendo na sala de aula

sobre a temática do lixo e tentando orientar seus alunos e comunidade em geral durante

os encontros de pais e mestres e em outras ocasiões, reforçando sempre que a escola

vem desenvolvendo projetos sobre o lixo, a fim de amenizá - lo em nossa comunidade, e

afirmam que para o resultado dos trabalhos ser satisfatório é preciso contar com o apoio

e colaboração de todos os moradores.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao finalizar os nossos estudos sobre o lixo chegamos as seguintes conclusões:

analisando as falas dos professores, estudantes e moradores de Flecheiras percebemos

que os mesmos demonstram ainda uma grande insatisfação em relação à questão do

lixo, pois nem todas as pessoas tem a consciência de que devemos cuidar do meio em

que vivemos e quando nos omitimos podemos sofrer sérias conseqüências, podendo

comprometer nossas próprias vidas.

Em se tratando dos órgãos competentes, vimos que os nossos governantes estão

fazendo somente o básico, não havendo aquela preocupação de orientar a população

promovendo palestras, campanhas ou algo que sensibilize os moradores e visitantes

sobre as questões ambientais.

Quanto à escola, esta vem desenvolvendo projetos interessantes junto aos

estudantes e envolvendo toda a comunidade, trabalhando a temática do lixo, através de

campanhas, palestras, visitas as residências e distribuição de panfletos, com o objetivo

de chamar a atenção de todos para o compromisso que devemos ter com o Meio

Ambiente.

Apesar das inúmeras dificuldades, a comunidade está se mobilizando e tomando

iniciativas próprias, como: espalhando tambores em vários pontos da cidade, colocando

placas na praça central e orientando os turistas e visitantes onde devem depositar o lixo

que acumulam diariamente.

Esperamos com esse trabalho poder contribuir para o enriquecimento dos

debates e discussões sobre o tema lixo, principalmente na comunidade de Flecheiras –

Trairi – Ce. Que todos possam apreciar essa pesquisa como um subsídio a mais de

orientação nos trabalhos comunitários e escolares.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADCF (Associação de Desenvolvimento Comunitário de Flecheiras – Trairi-Ce);

ANDRADE, Tânia; JERÔNIMO, Valdith. Meio Ambiente: Lixo e Educação

Ambiental. João Pessoa: Editora: Grafset, 2004.

Brasil. Constituição (1988). Constituição: República Federativa do Brasil. – Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1988. Cartilha elaborada pelo SENAI (Departamento Regional do Ceará), SEMACE (Superintendência Estadual do Meio Ambiente) e PRORENDA (Urbano/ GTZ). O Lixo como herança. D’ ALMEIDA, Maria Luíza Otero., et al (Coordenação). Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), e Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE), 2000. DAVID, Lino de. Eco – 92: Falar do verde para esconder a poluição social. In: Revista Mundo Jovem, Ano XXX, Nº 234, Junho de 1992. FONSECA, Edi Xavier. O lixo pode não ser apenas um problema. In: Revista Mundo Jovem, Ano: XXIX, Nº 222, Porto Alegre, RS, Março de 1991. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Problemas que os resíduos podem gerar. Disponível em: www.canalkids.com.br LEFF, Enrique. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Rio de Janeiro: Vozes, 2001. LUFT, Celso Pedro, 1921-1994. Minidicionário Luft/ colaboradores Francisco de Assis Barbosa, Manoel da Cunha Pereira; organização e supervisão Lia Luft. – 20. ed. – São Paulo: Ática, 2001. MATOS, Neide Simões de; GRANATO, Suzana Facchine. Lixo – Problema nosso de

cada dia – São Paulo: Saraiva, 2005.

Manual de educação para o consumo sustentável. Ministério do Meio Ambiente, Ministério da educação, Instituto brasileiro de defesa do consumidor. Brasília, 2005. MELO, Márcio Alessandro de. O lixo do lixo. In: Revista Mundo Jovem, Ano: XLIV, Nº 367, Porto Alegre, RS, Junho/ 2006. Parâmetros Curriculares Nacionais – Meio ambiente e Saúde. 3ª Ed. Brasília: 2001.

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PINTO, Gerusa Rodrigues; LIMA, Regina Célia Villaça. O dia-a-dia do professor. Volumes 6 e 8 / 3ª e 4ª séries , 9ª edição. Fapi LTDA. Projeto de educação ambiental. Projeto sanear: Lixo pode ser um tesouro. Um monte de novidades sobre um monte de lixo. Governo do Estado do Ceará e Secretaria do desenvolvimento urbano e Meio Ambiente, 1993. Projeto TAMAR. Novembro de 2006

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ANEXOS

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ROTEIRO DE ENTREVISTA COM ESTUDANTES

1. Que problemas você observou em relação ao lixo em Flecheiras? 2. Existem latas de lixos nas ruas? 3. Há depósitos de lixo em lotes vagos ou áreas verdes? 4. As ruas estão limpas? 5. Há coleta de lixo? 6. Caso não se use o sistema de coleta, onde as pessoas depositam o lixo? 7. A sua vizinhança está satisfeita com o atual manejo do lixo? 8. Você sabe o que é reciclagem? Explique. 9. Que vantagens a reciclagem representa para o Meio Ambiente? 10. Que sugestões ou propostas você indica para amenizar o problema do lixo?

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ROTEIRO DE ENTREVISTA COM PROFESSORES

1. Existe coleta de lixo na comunidade de Flecheiras-Trairi-Ce? 2. Que tratamento se dá ao lixo na sua comunidade? ( ) É depositado em lixões ( ) É depositado em aterros controlados ou aterros sanitários ( ) É encinerado 3. Caso a disposição seja um lixão, relacione os problemas: 4. O que você sabe sobre a qualidade da água nas proximidades do lixão? 5. Há coleta seletiva do lixo? 6. Faz-se algum tipo de reciclagem e/ou produção de compostos com os resíduos domésticos? 7. Que soluções as autoridades têm planejado para diminuir a quantidade de lixo? 8. A comunidade está satisfeita com o manejo atual do lixo? 9. Você educador/a como vê a situação do lixo atualmente? Que soluções você apontaria diante dessa questão? 10. Como a escola encara a problemática do lixo? O que foi feito até agora para amenizar a situação?

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ROTEIRO DE ENTREVISTA COM MORADORES 1. Você como morador de Flecheiras, está satisfeito com o manejo atual do lixo? 2. Que tratamento se dá ao lixo na sua comunidade? ( ) É depositado em lixões ( ) É depositado em aterros controlados ou aterros sanitários ( ) É encinerado 3. Você acha importante a coleta seletiva e reciclagem do lixo? 4. Você acompanha os projetos que tratam da temática do lixo, desenvolvidos pelas escolas e associações? 5. Em sua opinião, como os órgãos públicos têm tratado essa questão?

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