DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A escolha deste tema surgiu da necessidade de...
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
A INSERÇÃO DAS TÉCNICAS DE EDUCAÇÃO
FÍSICA NO DESENVOLMENTO DO EDUCANDO
NA EDUCAÇÃO INFANTIL
VANDELMA SOARES DE OLIVEIRA KOSWOSKI
ORIENTADOR (A)
PROFª Maria Esther de Araújo Oliveira
POSSE/GO JANEIRO/2008
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
A INSERÇÃO DAS TÉCNICAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
NO DESENVOLMENTO DO EDUCANDO NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
VANDELMA SOARES DE OLIVEIRA KOSWOSKI
Trabalho monográfico apresentado
como requisito parcial para
obtenção do Grau de Especialista
em Psicopedagogia.
POSSE/GO JANEIRO/2008
3
“Ouve, meu filho, a instrução de
teu pai: não desprezes o
ensinamento de tua mãe. Isso será,
pois, um diadema de graça para
tua cabeça e um colar para teu
pescoço”.
(Provérbio)
4
Dedico este trabalho monográfico a
Deus que sempre me orientou e
me acompanhou nesta caminhada,
a minha filha e ao meu marido que
compreenderam a minha ausência
e a minha dedicação em procurar
melhorar a minha vida profissional
e conseqüentemente, a vida
pessoal.
5
RESUMO
Este trabalho aborda questões metodológicas sobre a prática de atividades físicas aliadas a um melhor desenvolvimento educacional dos alunos na educação infantil. Onde as atividades de Educação Física passam a ser elaboradas pelo professor como ferramenta de auxílio no processo de ensino aprendizagem, proporcionando uma educação inovadora, dando espaço para o aluno construir seus saberes. A temática busca auxiliar o professor no desenvolvimento motor na infância,como as habilidades de motricidade infantil, capacidades físico-motoras e capacidades percepto-cognitivas. A preocupação com a mudança de práticas pedagógicas é crescente e uma necessidade para construir profissionais preparados para o mercado de trabalho e para a formação de cidadãos críticos e preparados para a vida em sociedade e, com certeza, todo esse processo se inicia e deve ser bem trabalhado na educação infantil, pois este é o “alicerce” da vida de todo cidadão. Quando se fala em educação com certeza são lembrados muitos métodos utilizados em sala de aula, porém sabe-se que estes devem ser utilizados em conjunto de métodos eficazes e complementares entre si, onde a mente e corpo precisam estar em perfeita sintonia para poder haver um bom desempenho das atividades escolares e entre estas ferramentas, a educação física está presente como peça importante. Tendo isto em vista, o seguinte trabalho tem como objetivo ressaltar a importância da prática da educação física na educação infantil, baseada em práticas pedagógicas necessárias para um bom desenvolvimento dos alunos.
PALAVRAS CHAVE: Educação Infantil, Psicomotrocidade, Motricidade
infantil, Educação Física.
6
SUMÁRIO
RESUMO............................................................................................................ 5
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 7
1.1 Contextualização do Tema ................................................................................ 8
1.2. Problema .......................................................................................................... 8
1.3. Objetivos........................................................................................................... 9
1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................... 9
1.3.2. Objetivos Específicos ....................................................................... 9
1.4. Metodologia .................................................................................................... 10
2. CARACTERIZAÇÃO DA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA ................ 11
2.1. Contexto Histórico .......................................................................................... 11
3. A EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ........................................ 19
3.1. O Porquê da Educação Física na Educação Infantil ......................... 19
3.2.Caracterização da Educação Infantil .................................................. 20
3.3. A Educação Física como parte da Educação Infantil ........................ 22
3.4. Características da Educação Física na Educação Infantil ................. 24
4. DESENVOLVIMENTO MOTOR NA INFÂNCIA ................................................ 26
4.1. Motricidade Infantil ............................................................................ 26
4.2. Capacidades Físico-motoras ............................................................. 28
4.3.Capacidades Percepto-cognitivas ...................................................... 32
5. PRESENÇA DO MOVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ....................... 38
5.1. Orientações Gerais para o Professor ............................................................. 39
5.2. Organização do Tempo .................................................................................. 40
5.3. Observação, Registro e Avaliação Formativa................................................. 41
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 46
7
1. INTRODUÇÃO
Nos primeiros anos do Ensino Fundamental, o currículo da disciplina de
Educação Física, sugere ensinar a cooperação entre os colegas e a criação
de regras para brincadeiras entre equipes. De acordo com os Parâmetros
Curriculares Nacionais, a disciplina pode ajudar os pequenos a entender
também, entre outras questões, as diferenças culturais e individuais. Isso
inclui perceber, por exemplo, que meninos e meninas têm potenciais distintos,
mas que todos são capazes.
Para justificar o lugar da Educação Física no Ensino Fundamental,
devem-se considerar os modernos conceitos de inteligência. Howard Gardner
e Bob Samples enfatizam as inteligências múltiplas, salientando que, até o
momento, existe a tendência de se valorizar as modalidades verbal-lingüística
e lógico-matemática, em detrimento de outras, como a musical, espacial,
cinestésico-corporal e pessoal. A Educação Física possui características que
permitem buscar o equilíbrio entre essas diferentes modalidades de
inteligência, pois é disciplina rica em conteúdos que fazem um entrejogo do
movimento, da reflexão e da emoção.
Na hora de planejar as aulas é importante ficar atento à faixa etária dos
estudantes. Sendo que na Educação Infantil, o trabalho com brincadeiras
tradicionais é perfeito. O objetivo, neste caso, é valorizar a cultura popular e
dar autonomia aos pequenos na construção de regras.
Piaget (1976) diz que a atividade é o berço obrigatório das atividades
intelectuais da criança. Estas não são apenas uma forma de desafogo ou
8
entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e
enriquecem o desenvolvimento intelectual.
Este trabalho visa à abordagem das técnicas de Educação Física,
inserindo estas com as brincadeiras infantis, sendo este o fator fundamental
ao desenvolvimento das aptidões físicas e mentais das crianças, sendo um
agente facilitador para que esta estabeleça vínculos sociais com os seus
semelhantes, descubra sua personalidade, aprenda a viver em sociedade e
preparar-se para as funções que assumirá na idade adulta.
1.1 Contextualização do Tema
O presente estudo abordará o assunto Educação Física na Educação
Infantil, fator fundamental ao desenvolvimento das aptidões físicas e mentais
da criança, sendo um agente facilitador para que esta estabeleça vínculos
sociais com os seus semelhantes, descubra sua personalidade, aprenda a
viver em sociedade e preparar-se para as funções que assumirá na idade
adulta.
A escolha deste tema surgiu da necessidade de abordar o assunto
“Educação Física” não apenas como simples entretenimento, mas como
atividade que possibilite a aprendizagem de várias habilidades.
1.2. Problema
Observando a atividade esportiva na educação infantil e a maneira
como as crianças podem aprender e desenvolver novas habilidades
9
brincando, qual a importância da Educação Física na Educação Infantil?
Existe a possibilidade de trabalhar a Educação Física de forma
interdisciplinar? Em que aspectos a Educação Física é benéfica para os
educandos da Educação Infantil?
1.3. Objetivos
1.3.1 Objetivo Geral
O objetivo do trabalho é correlacionar o lúdico à brincadeira de infância,
com recursos capazes de contribuir para o desenvolvimento das funções
cognitivas da criança, bem como fazer associação da atividade nervosa a
cognição.
1.3.2. Objetivos Específicos
§ Levantar o contexto histórico da disciplina de Educação
Física no Brasil;
§ Levantar a importância da Educação Física, na Educação
Infantil;
§ Analisar a Educação Física no desenvolvimento do
educando, por uma ação interdisciplinar, expondo a
importância para o desenvolvimento neuropsicológico;
10
1.4. Metodologia
Para desenvolver o trabalho de Educação Física, na Educação Infantil,
serão usadas pesquisas bibliográficas que tratam da importância da disciplina
no desenvolvimento do educando.
Neste enfoque, serão apresentadas algumas reflexões e contribuições
da disciplina na perspectiva de desenvolver e complementar a ação educativa
de formação integral dos indivíduos.
11
2. CARACTERIZAÇÃO DA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
2.1. Contexto Histórico
Para que se compreenda o momento atual da Educação Física é
necessário considerar no contexto brasileiro, abordando as principais
influências que marcaram e caracterizaram esta disciplina e os novos rumos
que estão se delineando.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, volume 7,
Educação Física, (1997), que destaca como e porque a disciplina de
Educação Física foi introduzida nas escolas:
No século passado, a Educação física esteve estreitamente vinculada
às instituições militares e à classe médica. Esses vínculos foram
determinantes, tanto que diz respeito à concepção da disciplina e suas
finalidades quanto ao seu campo de atuação e a forma de ser ensinada.
Visando melhorar a condição de vida, muitos médicos assumiram uma
função higienista e buscaram modificar os hábitos de saúde e higiene da
população. A Educação Física, então, favorecia a educação do corpo, tendo
como meta a constituição de um físico saudável e equilibrado organicamente,
menos suscetível às doenças. Além disso, havia no pensamento político e
intelectual brasileiro da época uma forte preocupação com a eugenia1. Como
o contingente de escravos negros era muito grande, havia o temor de uma
“mistura” que “desqualificasse” a raça branca. Dessa forma, a educação
1 A Eugenia é uma ação que visa o melhoramento genético da raça humana, utilizando-se para tanto, de esterilização de deficientes, exames pré-nupciais e proibições de casamentos consangüíneos.
12
sexual associada à Educação Física deveria incutir nos homens e mulheres a
responsabilidade de manter a “pureza” e a “qualidade” da raça branca.
Embora a elite imperial tivesse de acordo com os pressupostos
higiênicos, eugênicos e físicos, havia uma forte resistência na realização de
atividades físicas por conta da associação entre o trabalho físico e o trabalho
escravo. Qualquer ocupação que implicasse esforço físico era vista com
maus olhos, considerada “menor”. Essa atividade dificultava que se tornasse
obrigatória a prática de atividade física nas escolas.
Dentro dessa conjuntura, as instituições militares sofreram influência da
filosofia positivista, o que favoreceu que tais instituições também pregassem a
educação do físico. Almejando a ordem e o progresso, era de fundamental
importância formar indivíduos fortes e saudáveis, que pudessem defender a
pátria e seus ideais.
No ano de 1851 foi feita a Reforma Couto Ferraz, a qual tornou
obrigatória a Educação Física nas escolas do município da Corte. De modo
geral houve grande contrariedade por parte dos pais em ver seus filhos
envolvidos em atividades que não tinham caráter intelectual. Em relação aos
meninos, a tolerância era um pouco maior, já que a idéia de ginástica
associava-se às instituições militares. Mas, em relação às meninas, houve
pais que proibiram a participação das filhas.
Em 1982, Rui Barbosa deu seu parecer sobre o projeto 224 – Reforma
Leôncio de Carvalho, Decreto nº 7.247, de 19 de abril de 1879, da instrução
pública, no qual defendeu a inclusão da ginástica nas escolas e a equiparação
13
dos professores de ginástica aos das outras disciplinas. Nesse Parecer, ele
destacou e explicou sua idéia sobre a importância de se ter um corpo
saudável para sustentar a atividade intelectual.
No início deste século, a Educação Física, ainda sob nome de
ginástica, foi incluída nos currículos dos Estados da Bahia, Ceará, Distrito
Federal, Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo. Nessa mesma época a
educação brasileira sofria uma forte influência do movimento escolanovista,
que evidenciou a importância da Educação Física no desenvolvimento integral
do ser humano. Essa conjuntura possibilitou que profissionais da educação na
III Conferência Nacional de Educação, em 1929, discutissem os métodos, as
práticas e os problemas relativos ao ensino da Educação Física.
A Educação Física que se ensinava nesse período era baseada nos
métodos europeus, como o sueco, o alemão, e posteriormente, o francês, que
se firmavam em princípios biológicos. Fazia parte de um movimento mais
amplo, de natureza cultural, política e científica conhecido como Movimento
Ginástico Europeu, e foi a primeira sistematização científica da Educação
Física no Ocidente.
Na década de 30, no Brasil, dentro de um contexto histórico e político
mundial, com a ascensão das ideologias nazistas e facistas, ganham força
novamente as idéias que associavam a eugenização da raça a Educação
Física. O exército passou a ser a principal instituição a comandar um
movimento em prol do “ideal” da Educação Física que se mesclava aos
objetivos patrióticos e de preparação pré-militar. O discurso eugênico logo
14
cedeu lugar aos objetivos higiênicos e de prevenção de doenças, este sim,
passíveis de serem trabalhados dentro de um contexto educacional.
A finalidade higiênica foi duradoura, pois instituições militares,
religiosas, educadores da “nova escola” e Estado compartilham de muitos de
seus pressupostos.
Mas a inclusão da Educação Física nos currículos não havia garantido
a sua implementação prática, principalmente nas escolas primárias. Embora a
legislação visasse tal inclusão, a falta de recursos humanos capacitados para
o trabalho com Educação Física escolar era muito grande.
Apenas em 1937, na elaboração da Constituição, é que se fez a
primeira referência explicita a Educação Física em textos constitucionais
federais, incluindo-a no currículo como prática educativa obrigatória (e não
como disciplina curricular), junto com o ensino cívico e os trabalhos manuais,
em todas as escolas brasileiras. Também havia um artigo naquela
constituição que citava o adestramento físico como maneira de preparar a
juventude para a defesa da nação e para o cumprimento dos deveres com a
economia.
Os anos 30 tiveram ainda por característica uma mudança conjuntural
bastante significativa nos país: o processo de industrialização e urbanização e
o estabelecimento do Estado Novo. Nesse contexto, a Educação Física
ganhou novas atribuições: fortalecer o trabalhador, melhorando sua
capacidade produtiva e desenvolver o espírito de cooperação em benefício da
coletividade.
15
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação- LDB de
1961, do final do Estado Novo até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases
da Educação, houve um amplo debate sobre o sistema de ensino brasileiro.
Nessa Lei ficou determinada a obrigatoriedade da Educação Física para o
ensino primário e médio. A partir daí, o esporte passou a ocupar cada vez
mais espaço nas aulas de Educação Física. O processo de esportivização da
Educação Física escolar iniciou com a introdução do Método Desportivo
Generalizado, que significou uma contraposição aos antigos métodos de
ginástica tradicional e uma tentativa de incorporar esporte, que já era uma
instituição bastante independente, adequando-o a objetivos e práticas
pedagógicas.
Após 1964, a Educação, de modo geral, sofreu as influências da
tendência tecnicista. O ensino era visto como uma maneira de se formar mão-
de-obra qualificada. Nesse quadro, em 1968, com a Lei nº 5.540, e em 1971,
com a Lei n° 5.692, a Educação Física teve seu caráter instrumental
reforçado. Era considerada uma atividade prática, voltada para o desempenho
técnico e físico do aluno.
Na década de 70, a Educação Física ganhou, mais uma vez, funções
importantes para a manutenção da ordem e do progresso. O governo militar
investiu na Educação Física em função de diretrizes pautadas no
nacionalismo, na integração nacional entre os estados e na segurança
nacional, tanto na formação de um exército composto por uma juventude forte
e saudável como na tentativa de desmobilização das forças políticas
oposicionistas. As atividades esportivas também foram consideradas como
16
fatores que poderiam colaborar na melhoria da força de trabalho para o
“milagre econômico brasileiro”. Nesse período estreitavam-se vínculos entre
esporte e nacionalismo. Um bom exemplo é o uso que se fez da campanha da
seleção brasileira de futebol, na copa do mundo de 1970.
Em relação ao âmbito escolar, a partir do Decreto nº 69.450, de 1971,
considerou-se a Educação Física como “atividade que, por seus meios,
processos e técnicas, desenvolve e aprimora forças físicas, morais e cívicas,
psíquicas e sociais do educando”. A falta de especificidade do decreto
manteve a ênfase na aptidão física, tanto na organização das atividades como
no seu controle e avaliação. A iniciação esportiva, a partir da quinta série,
tornou-se um dos eixos fundamentais de ensino; buscava-se a descoberta de
novos talentos que pudessem participar de competições internacionais,
representando a pátria. Nesse período, o chamado “modelo piramidal” norteou
as diretrizes políticas para a Educação Física: a Educação Física escolar, a
melhoria da aptidão da população urbana e o empreendimento da iniciativa
privada na organização desportiva para a comunidade comporiam o desporto
de elite, e com a seleção de indivíduos aptos para competir dentro e fora do
país.
Na década de 80 os efeitos desse modelo começaram a ser sentidos e
contestados: o Brasil não tornou-se uma nação olímpica e a competição
esportiva da elite não aumentou o número de praticantes de atividades físicas.
Iniciou-se então uma profunda crise de identidade nos pressupostos e no
próprio discurso da Educação Física, que originou uma mudança significativa
nas políticas educacionais: as Educações Físicas escolares, que estavam
17
voltadas principalmente para a escolaridade de quinta a oitava série do
primeiro grau, passou a priorizar o segmento de primeira a quarta e também a
pré-escola. O enfoque passou a ser o desenvolvimento psicomotor do aluno,
tirando da escola a função de promover os esportes de alto rendimento.
O campo de debates se fertilizou e as primeiras produções surgiram
apontando o rumo das novas tendências da Educação Física, o retorno de
professores doutorados fora do Brasil, as publicações de um número maior de
livros e revistas, bem como o aumento do número de congressos e outros
eventos dessa natureza foram fatores que também contribuíram para esse
debate.
As relações entre Educação Física e sociedade passaram a ser
discutida sob a influência das teorias críticas da educação: questionou-se seu
papel e sua dimensão política. Ocorreu então uma mudança de enfoque, tanto
no que dizia respeito à natureza da área quanto no que se referia aos seus
objetivos, conteúdos e pressupostos pedagógicos de ensino e aprendizagem.
No primeiro aspecto, se ampliou a visão de uma área biológica,
reavaliaram-se e enfatizaram-se as dimensões psicológicas, sociais,
cognitivas e afetivas, concebendo o aluno como um ser humano integral. No
segundo, se abarcaram objetivos educacionais mais amplos, não apenas
voltados para a formação de um físico que pudesse sustentar a atividade
intelectual, mas também conteúdos diversificados e não somente exercícios e
esportes e pressupostos pedagógicos mais humanos e não apenas
adestramento.
18
A Lei de Diretrizes e Bases-LDB, promulgada em 20 de dezembro de
1996, nº 9.394/96, busca transformar o caráter que a Educação Física
assumiu nos últimos anos ao explicitar no artigo 26, § 3º, que “a Educação
Física, integrada a proposta pedagógica da escola, é componente curricular
da Educação Básica, ajustando-se as faixas etárias e as condições da
população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos”. Dessa forma, a
Educação Física deve ser exercida em toda a escolaridade de primeira a
oitava séries, não somente de quinta a oitava séries, como era anteriormente.
A consideração à particularidade da população de cada escola e
a integração ao projeto pedagógico evidenciou a preocupação em tornar a
Educação Física uma área não-marginalizada.
19
3. A EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Neste capítulo serão abordados fatos, informações e dados referentes
a Educação Infantil e as habilidades que as crianças devem desenvolver
nesta etapa escolar. Sendo que ao ingressar na escola a criança deve ter
continuidade de sua infância, onde as brincadeiras devem ser associadas ao
ensino para possibilitar que o pequeno aluno desenvolva as habilidades
necessárias para a vida na infância e na fase adulta.
Entre as diversas técnicas pedagógicas trabalhadas na infância deve-
se possibilitar ao pequeno estudante desenvolver seus aspectos cognitivos,
socioafetivos e psicomotores.
3.1. O Porquê da Educação Física na Educação Infantil
Este estudo pretende abordar três tópicos: a caracterização da
Educação Infantil, a Educação Física como parte da Educação Infantil e suas
características.
No atual contexto escolar, é fundamental ressaltar a importância das
novas experiências que a criança vai vivenciar, pois elas desencadearão um
grande universo de descobertas e aquisições. Nesse sentido, a Educação
Física deve ser inserida no conjunto de ações pedagógicas que busquem
favorecer o desenvolvimento da criança.
20
No início da Educação Infantil, a criança ainda mantém vínculos
familiares intensos, principalmente com a mãe, de quem se sente dependente.
Esse momento representa uma importante transição, pois ao ingressar num
ambiente desconhecido, a criança se defronta com um mundo novo.
Sendo assim, nessa fase, a escola tem a missão de fazer a mediação
entre o novo contexto escolar e o familiar, com o qual ela está adaptada.
Em relação a esse novo contexto escolar, é fundamental ressaltar a
importância das novas experiências que a criança vai vivenciar, pois elas
desencadearão um grande universo de descobertas e aquisições. Nesse
sentido, a Educação Física deve ser inserida no conjunto de ações
pedagógicas que busquem favorecer o desenvolvimento infantil.
A Educação Física, nesse contexto pedagógico, deve ter enfoque
lúdico, sem, contudo assumir características de recreio. A ludicidade
evidenciada nas atividades de Educação Física possibilita que o professor
oportunize a criança um programa educativo de atividades motoras.
Segundo a LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394/96
e o Professor Ruy Jornada Krebs (1994) a educação deve priorizar todos os
campos de desenvolvimento do ser humano.
3.2.Caracterização da Educação Infantil De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB, A
educação dever ser considerada como um processo para o desenvolvimento
21
humano integral, instrumento gerador das transformações sociais. É a base
para a aquisição da autonomia, fonte de visão prospectiva, fator de progresso
econômico, político e social. É o elemento de integração e conquista do
sentimento e da consciência de cidadania.
A Educação Infantil corresponde à educação recebida desde o
nascimento até os seis anos, aproximadamente. Considerada como etapa
essencial, é ela que dá os fundamentos primordiais do desenvolvimento da
criança nos aspectos físicos, psíquicos, cognitivos e social. Quando a criança
começa a fazer parte deste novo microssistema que é a escola, passa por
uma transição ecológica (adaptação ao novo ambiente) e deverá construir
vínculos com outras pessoas e, neste particular momento de sua vida, é
fundamental que ela se sinta bem e segura para enfrentar todas as situações
novas que surgirão.
Nesta primeira etapa da escolaridade, as crianças buscam ativamente
o conhecimento; para elas a ação corporal predomina sobre a ação mental,
pois, na verdade, a sua maior especialidade é brincar. É pelo que chamamos
de brincadeira que ela aprende a conhecer a si própria, as pessoas que a
cercam, as relações entre as pessoas e os papéis que assumem. Durante o
aprendizado, há momentos de concentração e momentos de ação, mas o
fundamental é que todas as situações de ensino sejam interessantes para a
criança; por isso, essa fase deve priorizar vivências em que a criança amplie
seus conhecimentos por meio de investigação e da descoberta, de uma forma
livre e prazerosa, aprendendo a conhecer-se e a participar das atividades em
grupo com confiança e cooperação.
22
A proposta pedagógica da Educação Infantil deve levar em
consideração o desenvolvimento da criança, despertando a autonomia, a
criticidade e a responsabilidade. Sendo assim, o trabalho da Educação Infantil
deve ter como base a realidade sociocultural da criança, as áreas do
desenvolvimento (cognitiva, socioafetiva e psicomotora) e do conhecimento
(âmbito do Conhecimento de Mundo e âmbito de Formação Pessoal e Social).
Dentro do Conhecimento de Mundo serão trabalhados os seguintes eixos:
movimento, música, artes visuais, matemática, linguagens oral e escrita,
natureza e sociedade; e no âmbito Formação Pessoal e Social, o eixo da
identidade e autonomia. Todos deverão ser apresentados de forma conjunta
por meio de temas norteadores, buscando uma prática pedagógica
interdisciplinar.
3.3. A Educação Física como parte da Educação Infantil
Partindo de uma perspectiva teórica voltada para o que o professor Ruy
Jornada Krebs (1994) denomina Teoria da Especialidade Motora, a Educação
Física, integrada à Educação Infantil, deve ser ambivalente, respeitando as
necessidades que a criança tem em relação a sí mesma e as que ela tem em
relação aos outros e ao mundo. Essas duas questões vão refletir a sua
personalidade, pois representam a indissociabilidade do eu individuo e o eu
social.
Krebs apresenta esse paradigma indivíduo/ambiente, estabelecendo
que a individualidade depende da natureza biológica e das experiências
23
vivenciadas pela criança, enquanto que a sociabilidade relaciona-se com a
capacidade de ela lidar com diferentes contextos em que esteja inserida.
Afirma, ainda, o autor que um bom programa educacional deve atender às
necessidades infantis, buscando o equilíbrio entre o individual e o coletivo. Por
meio de estímulos internos, tal programa deve proporcionar uma relação da
criança consigo mesma e, por meio de estímulos externos, deve criar uma
relação da criança com as outras pessoas e com o mundo.
A criança da Educação Infantil é extremamente ativa e, por meio de
movimentos, experimenta suas possibilidades e seus limites motores. A
Educação Física é a única disciplina que se caracteriza por trabalhar a criança
em seus movimentos mais amplos, com os quais é estimulada a compreender
progressivamente seu corpo, podendo afirmar-se e obter a autoconfiança
necessária à sua autonomia.
O objetivo próprio da Educação Física deve ser a estruturação da
motricidade da criança, por meio de um programa educacional que
verdadeiramente atenda aos seus interesses, buscando o equilíbrio entre as
necessidades individuais e coletivas, por meio de atividades lúdicas,
desenvolvendo a consciência corporal e espácio-temporal, para que a criança
possa perceber-se a si mesma e perceber as relações com os outros e com o
mundo.
24
3.4. Características da Educação Física na Educação Infantil
Na Educação Infantil, a Educação Física baseia-se em atividades de
estimulação motora. Partindo das idéias apresentadas por Krebs (1994),
entendemos que a criança deve procurar desenvolver o maior número
possível de movimentos para que, ao final desta etapa, apresente-se
suficientemente madura em relação aos movimentos fundamentais:
manipulação, locomoção e estabilização.
As habilidades de manipulação são aquelas que possibilitam ao
individuo um relacionamento motor com um ou mais objetos (arremessar,
chutar, receber uma bola, por exemplo).
As habilidades de locomoção são aquelas que permitem ao indivíduo
deslocar-se na direção horizontal ou vertical, de um ponto para outro no
espaço (andar, correr, saltar, deslizar, por exemplo).
E, as habilidades de estabilização são aquelas que possibilitam ao
indivíduo recuperar e manter o equilíbrio, como, por exemplo, apoios e
rolamentos.
As atividades motoras devem ajudar a criança a conhecer seu corpo
eficientemente e dominar uma ampla variedade de habilidades fundamentais,
contribuindo positivamente para o desenvolvimento das capacidades físico-
motoras, percepto-cognitivas e socioafetivas.
25
A capacidade físico-motora envolve todo o aspecto fisiológico
relacionado à aptidão física e às habilidades motoras, como, por exemplo,
velocidade, força, coordenação, equilíbrio, etc.
A capacidade percepto-cognitiva prioriza, a percepção, o
desenvolvimento dos sentidos (tato, visão e audição) e, na cognição, a
capacidade de o aluno solucionar problemas, compreendendo a realidade em
que está inserido, refletindo sobre ela e nela interagindo.
A capacidade socioafetiva estimula as relações interpessoais, a
cooperação e o respeito, cultivando valores e regras morais do contexto
sociocultural do aluno.
Diante das características da criança na 1ª infância e da realidade
social em que vive atualmente, a Educação Física é uma disciplina que deve
ser valorizada na escola. Utilizando-se de um contexto significativo, o jogo e a
atividade física, como qualquer outro recurso pedagógico, têm conseqüências
importantes para o desenvolvimento da criança nesta fase.
26
4. DESENVOLVIMENTO MOTOR NA INFÂNCIA
Este capítulo abrange quatro tópicos: Motricidade infantil, Capacidades
físico-motoras, Capacidade percepto-cognitivas e Capacidades socioafetivas.
Para a apresentação da motricidade infantil será tomado como
referência o paradigma delineado por Krebs (1994) para o planejamento de
atividades motoras para crianças. Nesse paradigma o autor contempla dois
princípios da motricidade infantil: o eu individual e o eu social. Enquanto o
indivíduo (eu individual) a criança é um ser único, por natureza, vive em
sociedade (eu social).
No estudo das capacidades físico-motoras, será apoiado no modelo de
desenvolvimento proposto por Gallahue (1998), que caracteriza a seqüência
das fases do movimento motor que o ser humano vivencia em cada uma
delas.
As capacidades percepto-cognitivas são interpretadas com base na
teoria de Piaget. Por isso, enfatizamos os conceitos de esquema,
assimilação, acomodação, aptidão e equilíbrio.
Para compreensão das capacidades socioafetivas, tomamos como
base a teoria de Bronfenbrenner (1997), que explica a estrutura social com
ênfase na reciprocidade, no equilíbrio de poder e na afetividade.
4.1. Motricidade Infantil
O desenvolvimento infantil é, sem dúvida, um assunto apaixonante que
tem despertado a atenção de profissionais de diferentes áreas.
Especificamente no que se refere à Educação Física, as características
27
motoras da criança tornaram-se o principal foco de estudos e têm recebido
diferentes denominações por parte dos autores que escrevem sobre esse
assunto. A psicomotrocidade foi o termo que alcançou maior popularidade.
Sua utilização foi tão intensa nos anos 80 que passou a significar um sinônimo
para a Educação Física Infantil. Mas pelo fato de o termo ter sido usado para
denominar várias coisas (desde uma característica inerente ao ser humano
até uma determinada tendência de reeducação infantil), alguns autores
começaram a preferir outras denominações para se referir às características
motoras do ser humano. Entre essas outras denominações, desenvolvimento
motor e motricidade humana têm sido usadas com bastante freqüência na
literatura especifica da Educação Física.
Janet Teeple (Apud KREBS, 1994) no seu modelo de desenvolvimento
motor descreveu dois fenômenos de desenvolvimento que explicam as
diferenças e semelhanças entre as crianças: fenômeno mudança, relacionado
aos aspectos universais do desenvolvimento humano, e fenômeno status, que
descreve as características que uma pessoa possui em função de sua
hereditariedade e dos fatores ambientais que tenha vivenciado.
A Teoria dos Sistemas Ecológicos vê a criança como um ser ativo em
desenvolvimento, participando de vários contextos com ambientes dinâmicos
e em constantes transformações; ela é, ao mesmo tempo, um ser único e um
ser social, pois é um individuo que vive em sociedade. Essas características
têm de ser levadas em consideração em todo o momento durante o qual se
estiver trabalhando com a criança, buscando sempre atender às suas
necessidades individuais e coletivas.
28
Um exemplo disso é o trabalho desenvolvido pela Psicomotrocidade
Relacional, que se caracteriza por ser uma atividade lúdica baseada no jogo
espontâneo, em que as crianças são convidadas a brincar livremente com
diversos materiais em sessões (como são chamados períodos em que a
atividade ocorre), que podem ser semanais e com uma hora de duração.
Essas atividades devem ser desenvolvidas em um salão reservado, amplo e
sem interferências externas, para que o comportamento das crianças não seja
influenciado.
Aos poucos, a criança passa a entender que possui um espaço seguro
dentro das sessões para se expressar de maneira autêntica, livre de tensões,
sentindo-se cada vez mais aceita pelo grupo e pela figura do adulto que se
torna parceiro nesta relação de identidade e afirmação. Essa aceitação
interfere positivamente na qualidade de vida de criança e no seu rendimento
escolar. Dessa forma, a Psicomotrocidade Relacional se apresenta como uma
ferramenta de valor preventivo, auxiliando a criança na conquista de sua
identidade e de seu equilíbrio afetivo, desenvolvendo, assim, a criatividade e a
estruturação de sua personalidade.
4.2. Capacidades Físico-motoras
O desenvolvimento motor na 1ª infância é bastante acelerado. Por meio
de estímulos biológicos e do meio em que vive, a criança passa de uma
situação de dependência total, na realização de suas ações, a um estágio em
que consegue movimentar seu corpo por si só; a postura ereta e a locomoção
são aquisições fundamentais dessa fase da vida. Durante a idade escolar, o
29
crescimento físico é mais lento do que em fases anteriores, mas o
desenvolvimento motor é de natureza seqüencial; pode variar de acordo com
as diferenças individuais de cada criança, porém a ordem é constante para
todos os indivíduos.
Para entendermos melhor o desenvolvimento motor, baseamo-nos no
modelo apresentado por Gallahue (1998), para quem a aprendizagem de uma
destreza motora é independente da idade. A criança da 1ª infância caminha
de um estágio inicial para o estágio maduro na aquisição de habilidades
fundamentais por meio da estimulação motora.
MODELO DE DESENVOLVIMENTO MOTOR
(Gallahue, 1998)
Utilização Recrecional
ao Longo da Vida
Utilização Diária ao
Longo da Vida
Utilização Competitiva
ao Longo da Vida
IDADE ESTÁGIOS
14 anos acima
11 a 13 anos
7 a 10 anos
Fases dos Movimentos
Especializados
Utilização para a vida
Aplicação
Transição
6 a 7 anos
4 a 5 anos
2 a 3 anos
Fases dos Movimentos
Fundamentais
Maduro
Elementar
Inicial
1 a 2 anos
Nasc. a 1 ano
Fase dos movimentos
Rudimentares
Pré-controle
Inibição
4º mês a 1 ano
0 ao 4º mês
Fase dos Movimentos
Reflexos
Decodificação
Codificação de
informações
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A 1ª fase é a do movimento reflexivo e, como o próprio nome diz, é
caracterizada pelos movimentos reflexos e involuntários do bebê desde o seu
desenvolvimento no útero até os 4 meses de vida aproximadamente. Possui
dois estágios de nutrição e proteção, e o da Informação Codificada, que é
responsável por respostas involuntárias para suprir suas necessidades de
nutrição e proteção, e o da Informação Decodificada, que inicia o controle dos
movimentos trocando as atividades sensório-motoras pelo comportamento
perceptivo-motor.
A fase seguinte é a do movimento rudimentar, que se caracteriza pelos
primeiros movimentos voluntários. Eles são maturamente determinados e
possuem uma característica seqüencial altamente previsível no seu
aparecimento. Fatores biológicos e do meio ambiente determinam a variação
do desenvolvimento de criança para criança. Também possui dois estágios: o
de Inibição do Reflexo, que está interligado ao último estágio da fase anterior,
pois vai desde o nascimento até por volta de 1 ano de vida e se desenvolve à
medida que os movimentos vão ficando mais elaborados, embora ainda se
apresentem pobremente diferenciados e integrados. Já o próximo estágio, do
Pré-controle, aumenta o grau de precisão e controle dos movimentos de
manipulação, de locomoção e de estabilizadores. A criança está entre 1 e 2
anos de vida e já acontece desenvolvimento nos processos cognitivos.
A 3ª fase, a do movimento fundamental, é o tempo em que meninos e
meninas começam a desenvolver um crescimento das habilidades motoras
básicas. Nesta faixa etária de 2 a 7 anos, estão na época das descobertas, na
31
busca de como executar uma variedade de movimentos com maior lucidez e
controle. Divide-se em três estágios:
O inicial representa a primeira tentativa de meta orientada da criança.
Durante esse estágio, a orientação espacial e temporal do movimento é
pobre, marcado pelo uso restrito ou exagerado do corpo com pouca
coordenação e ritmo.
O estágio Elementar envolve um maior controle e coordenação rítmica
dos movimentos fundamentais e melhor orientação temporal e espacial.
O estágio Maduro é caracterizado pela eficiência mecânica,
coordenação e execuções controladas dos movimentos fundamentais.
A última fase é a do movimento especializado, em que os
movimentos, em vez de serem identificados como aprendizagem, passam a
ser uma ferramenta que pode ser aplicada a uma variedade de habilidades,
agora progressivamente refinada, combinadas e elaboradas. Inicia-se por
volta dos sete anos de idade e se aprimora pelo resto da vida.
Entendendo melhor o Modelo de Gallahue, passamos a compreender
que o desenvolvimento é um processo de toda a vida, e a linha de idade de
cada fase deve ser vista somente como uma fronteira geral.
Para Gallahue, as crianças se encontram em diferentes fases,
dependendo de seus antecedentes experimentais e caracterização genética.
32
4.3.Capacidades Percepto-cognitivas
Para entender o desenvolvimento percepto-cognitivo, foi necessário,
em primeiro lugar, buscar fundamentação sobre a percepção de depois a
cognição, por meio de estudos realizados por Jean Peaget, 1978.
A percepção é o ato, efeito ou faculdade de perceber e adquirir
conhecimentos por meio dos sentidos. O ser humano possui capacidade de
relacionar três níveis de percepção, de acordo com estímulos que recebe. O
primeiro é a exterocepção, em que os estímulos são recebidos pelos
receptores externos do indivíduo, ou seja, os órgãos dos sentidos. São
sensações em nível tátil, auditivo, gustativo, olfativo ou visual que vão
fornecer informações a serem codificadas pelo organismo. O seguinte é a
intercocepção, que vai responder aos estímulos em níveis viscerais, e o
organismo pode manifestar sensações de dor ou prazer de acordo com as
respostas mais internas que o corpo pode oferecer. O terceiro é a
propriocepção e diz respeito à percepção dos estímulos em nível de
músculos, ligamentos e tendões; é o mais importante para a Educação Física,
pois se refere à cinestesia em que o corpo vai desenvolver capacidades
diferenciadas e hábeis para propósitos expressivos, assim como para
objetivos intencionalmente determinados. Desenvolve a memória que
permite a automatização de movimentos.
O desenvolvimento cognitivo apresenta-se como um processo gradual
caracterizado por seqüências. A quantidade de informações deve
corresponder ao desenvolvimento da criança, pois a inteligência não é
33
exatamente a mesma nos diferentes momentos da vida. Quanto menor ela for,
maior será a sua dificuldade em processar estímulos variados ao mesmo
tempo. Precisa-se respeitar o processo de construção durante o qual as
capacidades intelectuais se desenvolvem.
A teoria cognitiva de Jean exerce hoje relevante papel em todas as
áreas da psicologia e nos campos aplicados à educação e à psicoterapia.
Abandonando a idéia de avaliar o nível de inteligência de um indivíduo por
meio de suas respostas a itens de determinados testes, Piaget adotou um
método clínico, através do qual procurou acompanhar o processo do
pensamento da criança, para então chegar ao conceito de inteligência como
capacidade geral de adaptação do organismo. A sua teoria descreve uma
interação entre fatores biológicos e sociais, enfatizando cinco conceitos
fundamentais: esquema, padrões originais de pensamentos que a pessoa usa
para lidar com situações específicas em seu ambiente – é a unidade estrutural
do desenvolvimento cognitivo; acomodação, processo pelo qual o indivíduo
ajusta seu pensamento às condições ou situações existentes; assimilação,
que é a aquisição de novas informações pelo uso das estruturas cognitivas já
existentes; adaptação, que é o ajuste a novas informações, criando novas
estruturas cognitivas; equilíbrio, que é a harmonia entre o esquema e a
adaptação. (Rice, Apud Krebs, 1994).
Baseado nesses conceitos, Krebs apresenta uma relação com as
atividades da Educação Física na qual podemos perceber que a escolha e a
seleção delas são tão importantes quanto o encorajamento e a
oportunidade de participação de todas as crianças:
34
CONCEITO ATIVIDADES
Começar com estruturas simples
(esquema) e, progressivamente,
caminhar a estruturas mais
complexas;
Criança andando livremente em um
espaço determinado pelo professor;
Permitir que cada criança vivencie
uma variedade de atividades motoras
(assimilação);
Andar de frente, de costas, de lado,
nas pontas dos pés, a passos largos,
etc;
Permitir que cada criança disponha
de tempo suficiente para se
familiarizar com o movimento e/ou
aparelhos (acomodação);
Andar sobre corda, sobre as linhas da
quadra, dentro de arcos, etc;
Permitir que a criança tome suas
próprias decisões em relação à
melhor forma de movimentar-se e
manter seu corpo sob controle
(adaptação);
O professor pode lançar um desafio
com tempo determinado; o aluno
escolhe um material e anda diversas
formas;
Certificar-se de que a duração e a
complexidade das atividades estejam
de acordo com o nível de
desenvolvimento das crianças
(equilíbrio).
O professor deve variar os estímulos
observando os alunos, para mantê-
los motivados.
Piaget considera ainda quatro períodos para o desenvolvimento
cognitivo: sensório-motor, caracterizado pelas atividades reflexas; pré-
operacional, em que a criança pode lidar simbolicamente com certos aspectos
35
da realidade, mas seu pensamento ainda se caracteriza pela irreversibilidade;
operações concretas, em que a criança adquire o esquema de conservação;
operações formais, período caracterizado pelo pensamento proposicional e
que representa o ideal da evolução cognitiva do ser humano. Para o autor, a
criança da 1ª infância se encontra no período pré-operacional, pois as
operações mentais nesta idade se limitam aos significados imediatos do
mundo infantil; passa pela primeira fase em que demonstra pensamento
egocêntrico para, na segunda fase, ampliar seu mundo cognitivo, construindo
o chamado pensamento intuitivo (MUSSEN et. Al. 1996).
4.4. Capacidades socioafetivas
O processo de sociabilização do indivíduo começa muito cedo e é por
meio dele que são adquiridas as características que distinguem o ser humano
de outros animais. Esse processo é extremamente complexo e desenvolve
padrões típicos de comportamento do individuo: a personalidade.
A 1ª infância é a fase da vida em que as estruturas básicas da
personalidade são lançadas, e o desenvolvimento dos pontos de vista físico,
cognitivo e emocional ocorre dentro do contexto psicossocial caracterizado
pelo surgimento dos seguintes aspectos: aquisição da linguagem articulada,
desenvolvimento emocional e aquisição do senso moral (VYGOTSKI, 1989). A
criança dessa fase possui um comportamento social considerando-se como o
centro de todas as coisas, e é fundamental que se trabalhe as relações com
outras pessoas para que, aos poucos, ela vá percebendo que ocupa um
36
espaço que não mais centro e pode interagir favorecendo o sendo favorecida
pelos vínculos que criar.
Para Bronfenbrenner (1996), a estrutura social do sistema ecológico
baseia-se em relações interpessoais formadas a partir de um sistema de duas
pessoas, e uma relação é obtida sempre que uma pessoa prestar atenção ao
comportamento de outra, ou participar com ela em alguma atividade. Três
características são fundamentais para que essa relação aconteça:
• Reciprocidade – está relacionada à maneira como os
participantes interagem entre si, e vai depender dessa
interação o resultado em grau de motivação que pode levar
ambos a se encorajarem e se motivarem a participar de
situações mais complexas;
• Equilíbrio de poder – sugere uma igualdade em termos de
influência na atividade em que estão envolvidos; o ideal é
que a dominância não permaneça sempre com o mesmo
individuo, pois para que a aprendizagem realmente contribua
para o desenvolvimento cognitivo e social, faz-se necessário
que o ser em desenvolvimento tenha oportunidade de
exercitar o controle sobre a situação em questão;
37
• Afetividade – sugere o desenvolvimento de sentimentos
mais pronunciados entre os indivíduos que se envolvem
numa mesma situação; esses sentimentos podem variar
quanto à qualidade, podendo ser de características positivas,
negativas, ambivalentes ou assimétricas.
A criança é um ser social, tem desejo de estar próximo às pessoas e é
apta para interagir e aprender com elas de forma que possa compreender e
influenciar seu ambiente. Para se desenvolver, portanto, precisa aprender
com os outros, por meio de relações de troca e afeto, ampliando suas
relações sociais, interações e formas de comunicação, pois, só assim, poderá
se sentir segura para expor suas dúvidas e curiosidades. Nesse processo,
todo conhecimento emerge de uma construção pessoal e social na qual a
criança tem um papel ativo compartilhado com o grupo.
38
5. PRESENÇA DO MOVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
As atividades motoras devem ajudar a criança a conhecer seu corpo
eficientemente e dominar uma ampla variedade de habilidades fundamentais,
contribuindo positivamente para o desenvolvimento das capacidades físico-
motoras, percepto-cognitivas e socioafetivas, como sugere Krebs (1994).
A capacidade físico-motora envolve todo o aspecto fisiológico
relacionado à aptidão física e às habilidades motoras, como por exemplo,
velocidade, força, coordenação, equilíbrio, etc.
A capacidade percepto-cognitiva prioriza, na percepção, o
desenvolvimento dos sentidos (tato, visão e audição) e, na cognição, a
capacidade de o aluno solucionar problemas, compreendendo a realidade em
que está inserido, refletindo sobre ela e nela interferindo.
A capacidade socioafetiva estimula as relações interpessoais, a
cooperação e o respeito, cultivando valores e regras morais do contexto
sociocultural do aluno.
Diante das características da criança na 1ª infância e da realidade
social em que vive atualmente, a Educação Física é disciplina que deve ser
valorizada na escola. Utilizando-se de um contexto significativo, o jogo e
atividade física, como qualquer outro recurso pedagógico, tem conseqüências
importantes para o desenvolvimento da criança nesta fase.
Nesta perspectiva, Bee, (1996) enfatiza que o professor, precisa estar
preparado para auxiliar o aluno a desenvolver as habilidades necessárias,
relacionando o objetivo a ser alcançado em cada aula, enfatizando as metas e
objetivos, registrando dados que se fizerem necessários sobre os alunos.
39
5.1. Orientações Gerais para o Professor
De acordo com o Referencial Curricular Nacional (PCN) – Educação
Infantil, é muito importante que o professor perceba os diversos significados
que pode ter a atividade motora para as crianças. Isso poderá contribuir para
que ele possa ajudá-la a ter uma percepção adequada dos seus recursos
corporais, de suas possibilidades e limitações sempre em transformação,
dando-lhes condições de se expressarem com liberdade e de aperfeiçoarem
suas competências motoras.
Para Lapierre, (2002), o professor deve refletir sobre as solicitações
corporais da criança e sua atitude diante das manifestações da motricidade
infantil, compreendendo o seu caráter lúdico e expressivo. Além de refletir
acerca das possibilidades posturais e motoras oferecidas no conjunto das
atividades, é interessante planejar situações de trabalho voltadas para
aspectos mais específicos do desenvolvimento corporal e motor. Nessa
perspectiva, o professor deverá avaliar constantemente o tempo de contenção
motora ou de manutenção de uma mesma postura de maneira a adequar as
atividades às possibilidades da criança de diferentes idades.
Outro ponto de reflexão diz respeito à lateralidade, ou seja, à
predominância para o uso de um lado do corpo. Durante o processo de
definição da lateralidade, as crianças podem usar, indiscriminadamente,
ambos os lados do corpo. Espontaneamente a criança irá manifestar
preferências pelo uso de uma das mãos, definindo-se como destra ou
canhota. Assim, cabe ao professor acolher suas preferências, sem impor-lhes,
por exemplo, o uso da mão direita.
40
A organização do ambiente, dos materiais e do tempo visam a auxiliar
que as manifestações motoras das crianças estejam integradas nas diversas
atividades da rotina. Para isso, os espaços externos e internos devem ser
amplos o suficiente para acolher as manifestações da motricidade infantil. Os
objetos, brinquedos e materiais devem auxiliar as atividades expressivas e
instrumentais do movimento.
5.2. Organização do Tempo
Na visão de Vieira, (2002), os conteúdos relacionados ao movimento
deverão ser trabalhados inseridos na rotina. As atividades que buscam
valorizar os movimentos nas suas dimensões expressivas, instrumentais e
culturais podem ser realizadas diariamente de maneira planejada ou não.
Também podem ser realizados projetos que integrem vários
conhecimentos ligados ao movimento. Apresentação de uma dança
tradicional, por exemplo, pode se constituir em um interessante projeto para
as crianças maiores, quando necessitam:
• Pesquisar diferentes danças tradicionais brasileiras para
selecionar aquela que mais interessar às crianças;
• Informar-se sobre a origem e história da dança selecionada;
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• Desenvolver recursos expressivos e aprender os passos para
a dança;
• Confeccionar as roupas necessárias para a apresentação;
• Planejar e apresentar, confeccionando cartazes, convites,
etc.
Da mesma forma, podem ser desenvolvidos projetos envolvendo jogos
e brincadeiras de roda, circuito motores, etc.
5.3. Observação, Registro e Avaliação Formativa
Para que se tenha condições reais de avaliar se uma criança está ou
não desenvolvendo uma motricidade saudável, faz-se necessário refletir sobre
o ambiente da instituição e o trabalho ali desenvolvido: Ele é suficientemente
desafiador? Será que as crianças não ficam muito tempo sentadas sem
oportunidades de exercitar outras posturas? As atividades oferecidas
propiciam situações de interação?
Neste contexto Bronfenbrenner, (1997), destaca que a avaliação do
movimento deve ser contínua, levando em consideração os processos
vivenciados pelas crianças, resultado de um trabalho intencional do professor.
Deverá constituir-se em instrumento para reorganização de objetivos,
conteúdos, procedimentos, atividades e como forma de acompanhar e
conhecer cada criança e grupo.
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A observação cuidadosa sobre cada criança e sobre o grupo fornece
elementos que podem auxiliar na construção de uma prática que considere o
corpo e o movimento das crianças.
Devem ser documentados os aspectos referentes a expressividade do
movimento e sua dimensão instrumental. É recomendável que o professor
atualize, sistematicamente, suas observações, documentando mudanças e
conquistas.
São consideradas como experiências prioritárias para a aprendizagem
do movimento realizada pelas crianças de zero a três anos: uso de gestos e
ritmos corporais diversos para expressar-se; deslocamentos no espaço sem
ajuda. Para que isso ocorra é necessário que sejam oferecidas condições
para que as crianças explorem suas capacidades expressivas, aceitando com
confiança desafios corporais.
A partir dos quatro e até os seis anos, uma vez que tenham tido muitas
oportunidades, na instituição de educação infantil, de vivenciar experiências
envolvendo o movimento, pode-se esperar que as crianças o reconheçam e o
utilizem como linguagem expressiva e participem de jogos e brincadeiras
envolvendo habilidades motoras diversas.
É importante informar sempre as crianças acerca de suas
competências. Desde pequenas, a valorização de seu esforço e comentários
a respeito de como estão construindo e se apropriando desse conhecimento
são atitudes que as encorajam e situam com relação à própria aprendizagem.
É sempre bom lembrar que seu empenho e suas conquistas devem ser
43
valorizados em função de seus progressos e do próprio esforço, evitando
colocá-las em situação de comparação.
44
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Se um dos objetivos da educação é ajudar as crianças a conviverem
em grupo de maneira produtiva, de modo cooperativo, é preciso proporcionar
situações em que aprender a dialogar, a ouvir o outro, ajudá-lo, pedir ajuda,
trocar idéias e experiências, aproveitar críticas e sugestões sejam atitudes
possíveis de serem exercitadas. Levando em conta o fato de que as
experiências e competências corporais são muito diversificadas, não se pode
querer que todo o grupo realize a mesma tarefa, ou que uma atividade resulte
numa mesma aprendizagem para todos.
Deve-se, portanto, favorecer a troca de repertórios e os procedimentos
de resolução de problemas de movimentos, fazendo uso de variadas formas
de organização das atividades.
Tendo ainda como referência a diversidade que as crianças
apresentam em relação às competências corporais, um outro aspecto a ser
considerado na organização das atividades deve ser o de contemplar essa
mesma diversidade valorizando as diferenças. Ao distribuir, ao longo do
planejamento, atividades com ênfase nas capacidades de equilíbrio, força,
velocidade, coordenação, agilidade e ritmo de forma eqüitativa, ou que exijam
que diferentes habilidades sejam colocadas em prática, o professor viabiliza
que as características individuais sejam valorizadas.
Sendo assim, a Disciplina de Educação Física, pode ajudar os
pequenos a entender também, entre outras questões, as diferenças culturais e
individuais. Dando autonomia para a construção de regras. Sendo
45
fundamental ressaltar a importância das novas experiências que a criança vai
vivenciar, pois elas desencadearão um grande universo de descobertas e
aquisições. Neste sentido a Educação Física deve ser inserida no conjunto de
ações pedagógicas que favoreçam o desenvolvimento da criança.
A Educação Física, no Ensino Fundamental, deve ter como
preocupação básica estimular a participação de todos os alunos,
estabelecendo relações equilibradas e construtivas, além de adotar atitudes
de respeito mútuo, dignidade e solidariedade, conscientizando-os de que o
fator primordial de saúde são os hábitos de higiene, alimentação e atividades
corporais.
A Educação Física, neste contexto pedagógico, deve ter enfoque
lúdico, sem contudo assumir características de recreio. A ludicidade
evidenciada nas atividades de Educação Física possibilita que o professor
oportunize à criança um programa educativo e atividades motoras.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Educação Física. 3.ed. São Paulo: Scipione, 1996
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perspective. In: KREBS, R.J. COPETTI, F; BELTRAME, T.S. discutindo o
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KREBS, Ruy Jornada. Desenvolvimento humano: teorias e estudos. Santa
Maria: Casa Editorial, 1995.
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Universitária, 1978.
Parâmetros Curriculares Nacionais – Educação Física. Brasília: Secretaria de
Educação Fundamental, 1997.
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília:
Conhecimento de Mundo: Secretaria de Educação Fundamental, 1998.
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1979.
BEE,Helen. A criança em desenvolvimento. 7. ed, Porto Alegre: Artes
Médicas, 1996.
DANTAS, Heloysa; OLIVEIRA, Marta Kohl; TAILLE, Yves de La. Piaget,
Vygostski, Wallon – Teorias psicogenéticas em discussão. 8. ed. São Paulo:
Summus, 1992.
VIEIRA, José Leopoldo. O aspecto social da psicomotrocidade relacional
na escola. Texto inédito. Curitiba: CIAR, 2002.