DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me...

40
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA EDUCAÇÃO INFANTIL Por: Maria da Glória Cavalcante Serra Borges Orientador Prof. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

Transcript of DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me...

Page 1: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Por: Maria da Glória Cavalcante Serra Borges

Orientador

Prof. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

Page 2: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Educação especial inclusiva.

Por: Maria da Glória Cavalcante Serra Borges

Page 3: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

3

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, o centro e o fundamento de tudo em minha vida, por renovar a cada momento a minha força e disposição e pelo discernimento concedido ao longo dessa jornada. Agradeço meu esposo José Carlos Borges e minha filha, Bárbara Cavalcante Serra Borges , que nоs momentos dе minha ausência dedicados ао estudo da pós-graduação, sеmprе fizeram entender qυе о futuro é feito а partir dа constante dedicação nо presente! À minha orientadora, Mary Sue, que acreditou em mim; que ouviu pacientemente as minhas considerações partilhando comigo as suas idéias, conhecimento e experiências e que sempre me motivou. Quero expressar o meu reconhecimento. Aos docentes do curso de Educação Especial e Inclusiva, pela convivência harmoniosa, pelas trocas de conhecimento e experiências que foram tão importantes na minha vida acadêmica/pessoal. E contribuíram para o meu novo olhar profissional. A todos os meus colegas do curso de Educação Especial e Inclusiva, que de alguma maneira tornam minha vida acadêmica cada dia mais desafiante.

Page 4: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

4

DEDICATÓRIA

Dedico essa pesquisa ao Grande Yeshua, que durante todas as horas esteve iluminando a minha mente para escrever com clareza e relevância. Pois sem ele eu não teria forças par completar essa árdua jornada.

Ao meu esposo amado José Carlos Borges que pacientemente ficou ao meu lado.

A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito.

A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida acadêmica е no desenvolvimento dessa pesquisa. E maneira especial a minha orientadora Mary Sue pelo convívio, apoio, a compreensão е amizade.

Aos amigos е colegas, pelo incentivo е pelo apoio constante. A minha amiga amada Vani Santos de oliveira, que enxugou minhas lágrimas, me fez sorrir e não duvidou de mim um só minuto.E de forma especial e carinhosa me deu força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades, certamente não foram poucos. A direção e coordenação pedagógica do Centro Educacional Novo Mundo que nas comemorações festivas que estive ausente, sempre apostou no meu esforço e talento para realizar esse curso de pós-graduação.

A todos aqueles que de alguma forma estiveram е estão próximos a mim, fazendo vida valer cada а pena.

Page 5: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

5

RESUMO

As atividades psicomotoras auxiliam a inclusão e desenvolvimento de alunos especiais. Por isso é de vital importância que os profissionais envolvidos na educação e orientação destes educandos possam conhecer as vantagens de estimulá-los através da psicomotricidade. Por tal motivo é preciso compreender a inserção das práticas psicomotoras na educação e saber o quanto podem articular aos valores, hábitos e comportamentos que permeiam a sociedade. Desta feita propiciando uma vida saudável e produtiva, criando uma integração segura e adequada ao desenvolvimento de corpo, mente e espírito. Ao falar de inclusão a psicomotricidade mostra-se como aliada essencial dos professores, contribuindo para um crescimento harmonioso, equilibrado e prazeroso, levando em conta aspectos afetivos, biológicos, intelectuais e sociais do indivíduo. Devendo ressaltar que para escola ser inclusiva deve possibilitar a criança vencer suas dificuldades, tornando-a autônoma para aprender e para viver. Portanto, a psicomotricidade deve ter espaço garantido no cotidiano escolar devido a seus inúmeros benefícios no processo ensino-aprendizado. Este estudo se propõe a desenvolver o pensamento crítico e reflexivo quanto à importância da psicomotricidade no contexto escolar da educação especial com o objetivo de integrá-la a outras áreas do conhecimento entendendo a educação como processo integral, pleno, abrangendo o desenvolvimento, não apenas do intelecto, mas também do corpo, da emotividade e da sensibilidade.

Page 6: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

6

METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado por intermédio de pesquisa bibliográfica. Segundo Carvalho (1989, p. 100), “a pesquisa bibliográfica é a atividade de localização e consulta de fontes diversas de informação escrita, para coletar dados gerais ou específicos a respeito de determinado item”. Este tipo de pesquisa possibilita a atualização do pesquisador provocando o domínio do tema desenvolvido e buscando conhecer sob o olhar de autores conhecidos, contribuir para o trabalho dos profissionais de educação, e assim atender os objetivos propostos. A elaboração dessa pesquisa teve como alicerce, material já publicado sobre o tema; livros e artigos científicos.

Page 7: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I -Conceituando a Psicomotricidade 10

CAPÍTULO II -As contribuições da Psicomotricidades na aprendizagem de crianças especiais 18 CAPÍTULO III –Atuação do professor na prática

corporal 26

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 38

ÍNDICE 40

Page 8: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

8

INTRODUÇÃO

As atividades psicomotoras facilitam o acompanhamento e desenvolvimento de crianças especiais. Por isso é tão importante que os profissionais da educação e destes educandos possam conhecer as vantagens de estimulá-los propiciando uma vida saudável e produtiva. O corpo é o primeiro texto que a criança ler. Partindo desse pressuposto as experiências significativas e concretas é que dão sentido a esse corpo. Para dar conta da questão é necessário buscar auxílio da psicomotricidade, uma ciência psicopedagógica que procura estudar o homem, o seu corpo em movimento e, através disto, entender a relação que ele faz consigo mesmo e com o mundo ao seu redor. A psicomotricidade é fundamental para que haja consciência dos movimentos corporais integrados com sua emoção manisfestada com suas interações e na conformação das identidades pessoais, sociais, culturais e as ações com o mundo. Numa perspectiva interdisciplinar podemos articular estratégias psicomotoras na educação especial, a partir de um lugar para a corporeidade e suas expressões, que promova a conexão de cada sujeito com sua potência, na autovalorização e na compreensão da necessidade da solidariedade com o outro e com o grupo. E um dos canais possíveis dessa expressão pela ação psicomotora é o brincar em seu potencial interativo. Não apenas o brincar sem objetivo. Por isso se faz necessário um planejamento elaborado, em equipe, integrando a todas as áreas do conhecimento e assim assegurando uma ação educativa eficaz. Infelizmente, percebe-se muitos equívocos em algumas instituições educacionais no trabalho da psicomotricidade. Há muitos profissionais que trabalham a psicomotricidade através de exercícios de coordenação motora , escritos ou em hora pré-determinada ou por um especialista no assunto. Se corpo é compreendido como um organismo integrado que interage com o meio físico a mediação educadora não pode e nem deve ser separada em áreas estanques. Ela deve ser global, significativa e presente no dia-a-dia da criança especial. Portanto é indispensável que toda a escola propicie ao aluno especial vencer suas dificuldades, tornando-o livre para aprender e para viver. Dessa feita o caminho indicado e sobre maneira muito bom é a psicomotricidade. Na perspectiva que a psicomotricidade é a relação do homem com seu próprio corpo abordarei no primeiro capítulo os conceitos de autores diversos, numa visão ampla, evidenciando a importância da atividade pedagógica entre o sujeito e o meio. O segundo capítulo, apresentarei as contribuições da psicomotricidade na aprendizagem de crianças especiais. As suas possibilidades de perceber, atuar, agir com os outros , consigo mesmo, tendo a possibilidade de se socializar, de elevar sua autoestima e consegue também realizar progressos em sua aprendizagem.

Page 9: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

9

No terceiro capítulo, dedicarei a atuação do professor na prática corporal, bem como conhecer sua função e o seu desempenho no processo ensino-aprendizado. Pois como facilitador, ele deverá permitir que a criança vivincie situações e estímulos cada vez mais variados, com experiências concretas e vividas com o corpo inteiro, trazendo a psicomotricidade sob um olhar pedagógico e preventivo. Este estudo se propõe a desenvolver o pensamento crítico e reflexivo quanto à importância da psicomotricidade no contexto escolar da educação especial com o objetivo de integrá-la a outras áreas do conhecimento entendendo a educação como proceso integral, pleno, abrangendo o desenvolvimento, não apenas do intelecto, mas também do corpo, da emotividade e da sensibilidade.

CAPÍTULO I

Page 10: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

10

CONCEITUANDO A PSCICOMOTRICIDADE A psicomotricidade é uma ciência que estuda o ser humano por meio do movimento do seu corpo e suas relações essenciais e extrínsecas. Ela encontra-se intimamente ligada o processo de maturação biológica. Tendo como sustentáculo o movimento, o intelecto e o afeto. O termo psicomotricidade é usado num entendimento de movimento organizado e integrado. Andar, correr, subir em árvores, marchar, dançar, saltitar são ações, movimentos dinâmicos vitais de uma atividade motriz. Essas funções vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. A psicomotricidade é uma prática pedagógica que vem contribuir para o desenvolvimento integral da criança no processo de ensino-aprendizagem. Portanto, ela vem auxiliar o professor a compreender, lidar e perceber as necessidades de seus alunos. E dessa maneira buscar formas de melhorar o aprendizado em direção a uma prática pedagógica que inclua todos os alunos independente de suas necessidades. A psicomotricidade é conhecida como a “ciência que tem como objeto de estudo o homem através de seu corpo em movimento”. Toda ação está pertinente a um movimento e todo ato motor tem uma ação e um significado. Mesmo em seus estágios mais primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados independentes da nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento (nos aspectos cognitivos e sócios- afetivos) é necessário que um estímulo gere essa ação e só por essa condição coloque o ser humano sempre em relação a algo, qualquer que seja o estímulo. 1.1. Histórico da Psicomotricidade A origem da psicomotricidade nos remota à Antiguidade e nesses termos refere-se à ideia de Aristóteles (384-322 a.C) sobre o dualismo corpo e alma "Uma certa quantidade de matéria ( seu corpo ) moldada numa forma ( sua alma ) ". Podemos, assim perceber que ele já fazia referência à inter-relação entre o corpo e a alma. sobre. O termo “psicomotricidade” aparece, pela primeira vez, no discurso médico, mais especificamente, no campo da Neurologia, quando, no século XIX houve uma preocupação em identificar e nomear as áreas específicas do córtex cerebral segundo as funções desempenhadas por cada uma delas. Podemos observar que nessa abordagem, as atividades corporais não mantinham nenhum vínculo com as atividades psicológicas ou intelectuais. No século XIX, o corpo passou a ser estudado por neurologistas com o objetivo de compreender as estruturas cerebrais, e, posteriormente, por psiquiatras para conhecer as patologias mentais. E foi no século XX que ela passou a desenvolver-se como uma prática independente e, aos poucos, transformar-se em ciência. E como prática independente surgem perguntas relativas à contribuição das emoções e dos inúmeros tipos de sensações no desenvolvimento corporal começam a suscitar interrogações sobre a forma de se pensar a psicomotricidade.

Page 11: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

11

O desenvolvimento da consciência corporal, da reflexão e da criatividade, além do pleno desenvolvimento afetivo, cognitivo e motor constituem alguns dos objetivos da psicomotricidade que, se alcançados, possibilitarão adultos sadios e felizes. Portanto, o trabalho psicomotor irá ajudar na estruturação da personalidade da criança, já que ela pode expressar melhor seus desejos, elaborar suas fantasias, desenvolver suas necessidades e trabalhar suas dificuldades. A figura de Enerst Dupré,neuropsiquiatra,1909, deu partida à psicomotricidade. Por meio de seus estudos clínicos na observação de pacientes definiu a síndrome da debilidade motora caracterizada pela presença de sincinesias, paratonias e inabilidades, rompendo a correlação entre a perturbação motora e a síndrome. Dess maneira, este médico francês evidenciou o paralelismo psicomotor, ou seja, uma estreita relação entre o desenvolvimento da motricidade, da inteligência e da afetividade. Tal paralelismo psicomotor definiu-se como uma tentativa de superação ao dualismo cartesiano – corpo e mente (SOUZA, p. 18, 2004). Outros estudiosos contribuíram para a visão atual da psicomotricidade. Sua importância na construção histórica dos conceitos de psicomotricidade é indiscutível. Os trabalhos de Wallon, Gesell, Queirós, Lapierrre, Pierre Vayer, Jacques Chazaud, Dalita Constalil, Delaubert, Caran, Piaget e Ajuriaguerra entre outoros são utilizados com bastante frequência por pessoas que se interessam ou trabalham com educação psicomotora. O médico Henri Wallon, em 1925 trouxe suas contribuições para a psicomotricidade, através da sua análise sobre os estágios e os transtornos do desenvolvimento mental e motor da criança. Segundo Wallon (1995), o movimento é a única forma de expressão e o primeiro instrumento do psiquismo (FONSECA, p. 10, 1995). Edouard Guilmain, neurologista, médico neurologista, em 1935 desenvolve um exame psicomotor para fins de diagnóstico, de indicação da terapêutica e de prognóstico. Em 1947 Julian de Ajuriaguerra e R. Datkine, na França apud Fonseca (1988) provocaram uma mudança na história da psicomotricidade, com as primeiras técnicas reeducativas vinculadas aos distúrbios psicomotores. Nessa época, Ajuriaguerra atualiza o conceito de psicomotricidade, associando-o ao movimento. Em seu manual de Psiquiatria Infantil, Ajuriaguerra delimita com clareza os transtornos psicomotores, “que oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico”. Próximo aos anos 70, autores como Le Bouch, Lapierre, Acouturrier, Defrontaine, entre outros defendiam a idéia de que a educação psicomotora era vista como uma forma de ajudar a criança com dificuldade de adaptação a participar do âmbito escolar, desenvolvendo suas potencialidades. A psicomotricidade, neste momento, era vista como motricidade de relação, passando a existir uma diferença entre postura reeducativa e terapêutica, dando-se, progressivamente, maior importância à relação, à afetividade e ao emocional (VALENTIM, p.29, 2004). Com isso, a partir de 1974, surge dentro da psicomotricidade conceitos psicanalíticos e autores como Sigmund Freud, Melanie Klein, Donald Winnicott, passam a ser mencionados pelos psicomotricistas. Conforme o psicomotricista argentino Esteban Levin (2004), é através da contribuição da Psicanálise que

Page 12: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

12

são introduzidos na prática psicomotora conceitos como inconsciente, transferência, imagem corporal, entre outros. 1.2. Conceitos de Psicomotricidade O desenvolvimento psicomotor é importante no processo de construção do conhecimento. Inicialmente, faz-se necessário uma reflexão sobre defonições sobre a psicomotricidade eleencadas por lguns autores significativos que servirão de suporte teórico para o estudo. Segundo Dalita Constallat, "Psicomotricidade é a ciência de síntese, que com a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os problemas, que afetam as interrelações harmônicas, que constituem a unidade do ser humano e sua convivência com os demais" (COSTALLAT apud ISPE-GAE, 2007). Para Ajuriaguerra,“A Psicomotricidade se conceitua como ciência da Saúde e da Educação, pois indiferente das diversas escolas, psicológicas, condutistas, evolutistas, genéticas, etc. ela visa a representação e a expressão motora, através da utilização psíquica e mental do indivíduo." (AJURIAGUERRA apud ISPE-GAE, 2007). Jacques Chazaud, “a psicomotricidade consiste na unidade dinâmica das atividades, dos gestos, das atitudes e posturas, enquanto sistema expressivo, realizador e representativo do “ser-em-ação” e da “coexistência” com outrem” (CHAZAUD apud ALVES, 2003, p. 15). As palavras de Le Boulch (1988, p. 47) falam: “a Psicocinética é uma educação psicomotora de base que tem sequência no plano das aquisições instrumentais e das atividades de expressão, visando desenvolver e manter a disponibilidade corporal e mental”. Pierre Vayer menciona (1986), "a educação psicomotora é uma ação pedagógica e psicológica que utiliza os meios da educação física com o fim de normalizar ou melhorar o comportamento da criança." Vayer ainda afirma: “Todas as experiências da criança (o prazer e a dor, o sucesso ou fracasso) são sempre vividas corporalmente. Se acrescentarmos valores, sociais que o meio dá ao corpo e a certas de suas partes, este corpo termina por ser investido de significações, de sentimentos e de valores muito particulares e absolutamente pessoais”(VAYER, 1984). "A Psicomotricidade atua proporcionando ambientes que estimulem as vivências corporais, ou seja, buscando desafiar os alunos, atingindo suas zonas de desenvolvimentos", como defende Vygotsky. Embora alguns desses teóricos encarem a psicomotricidade como ciência da educação e desenvolvam as funções da inteligência, estabelecendo, a ação, envolvendo a emoção e o trabalhem o momento, ainda existem correntes que bordem a psicomotricidade como terapia de correção a crianças com deficiências. Não se pode descurar de que o ser humano é um todo integral e que seus sucessos na área esportiva é o ápice na formação fundamental pelo movimento. O seu desenvolvimento deve produzir-se de forma harmônica, numa interrelação que deve passar por todas as áreas do conhecimento e não apenas motivadas por uma orientação esportiva que tem como objetivo performances vencedoras de medalhas.

Page 13: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

13

A motricidade deve ser entendida como faculdade que permite a realização de movimentos. Esse conceito simples e direto revela a própria origem do termo da palavra latina motus que significa movimento e gesticulação. Do ponto de vista fisiológico a motricidade e compreendida como a capacidade que tem terminados neurônios de provocar, quando exitados a contração muscular causando, deste modo , a ação motora. O centro nervoso psicomotor é uma região do córtex cerebral que entra em ação quando recebe uma exitação cerebral psíquica. Pode-se também afirmar que, ao considerar o movimento devem ser englobados reflexos e atos motores, conscientes ou não normais ou patológicos, significantes ou desprovidos de significados. As possibilidades motrizes dependem em grande parte, do desenvolvimento neurológico. Para alguns teóricos o estudo do movimento se relaciona com o quadro geral do desenvolvimento físico que, em sua complexidade, engloba quatro aspectos básicos. O desenvolvimento da ossatura, dos músculos do sistema nervoso e as mudanças hormanais. Desta maneira, mais uma vez, se caracteriza psicomotricidade como reeducação física especialidade na correção de déficits posturais e não como uma ciência que se apresenta nas ações motoras psíquicas, pedagógicas, sociais e humanas. A Psicomotricidade se conceitua como Ciência da Saúde e da Educação, pois indiferente das diversas escalas, psicológicas, condutistas, evolutistas, genéticas. Ela visa a representação e a expressão motora, através da utilização psíquica e mental do indivíduo (AJURIAGUERRA apud ISPE-GAE, 2007). Olhando de outra forma “a educação pelo movimento não estava mais exclusivamente centrada na produção motora, mas tinha um lugar fundamental na educação perceptiva e no conhecimento do próprio corpo” (LE BOULCH, 2008, p. 86). Este mesmo autor explica que as escolas se limitam ao desenvolvimento intelectual e que isso pode acarretar grandes dificuldades nas crianças. O aluno passivo, caracterizado como o bom aluno, é claramente mais valorizado do que aquele que é criativo e intuitivo. No trabalho com a educação psicomotora, precisamos dar atenção a três tipos de conhecimento que a criança deve construir: o Esquema Corporal, que é o conhecimento de si, a Estruturação Espacial, que é o conhecimento do meio e a Orientação Temporal, que é o conhecimento das relações que se estabelece com o meio (MATTOS e NEIRA, 2006). A proposta de alguns autores é envolver as crianças nas atividades para que elas consigam intencionalmente planejar seus movimentos estando motivadas por algo. Assim, se tem uma proposta muito mais significativa para as crianças e se pode evitar a proposta de repetição de movimentos para aprendê-los. O pensar em movimentos intencionais para superar desafios faz com que a criança aprimore mais e mais sua motricidade. Quando falamos de corpo, indica-se que ele não seria apenas um instrumento utilizado para a construção e para a ação, além disso, é a forma como se comunica com o meio, com o social. Ajuriaguerra afirma que a criança é seu corpo, como já dito, ela se desenvolve tendo a consciência sobre ele. É por meio de seu corpo que a criança expressa seus sentimentos, suas

Page 14: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

14

necessidades e suas emoções. De acordo com Ajuriaguerra,o conhecimento é construído por cada sujeito na interação com seu ambiente. Ele procurou identificar como o homem constrói seu conhecimento, como ele o procura, organiza e assimila a seu estado anterior de conhecimento, ou seja, a gênese do conhecimento, defendendo então que as pessoas passariam por estágios de desenvolvimento. Isso aconteceria por meio da equilibração que se configura entre a assimilação e a acomodação, resultando em uma adaptação ao mundo exterior. Para Ajuriaguerra: “Se queremos ultrapassar as contradições entre o que é de ordem biológica e o que depende do psicológico, ou ainda entre o psicológico e o sociológico, precisamos estudar o homem desde o começo, não somente ao nível da filogênese mas também da ontogênese; precisamos conhecer o que a natureza lhe oferece e o que o homem constrói no seu meio ambiente.“ Segundo Piaget, a inteligência seria o resultado dessa adaptação, nesse sentido seria por meio da experiência como ação que as pessoas passariam a transformar o mundo e a incorporá-lo, portanto pode-se afirmar que por meio da motricidade o indivíduo integra-se ao mundo exterior e o modifica, assim como a si próprio (FONSECA, 2008). Já Fonseca fala que a psicomotricidade é um meio inesgotável de afinamento perceptivo-motor, que põe em jogo a complexidade dos processos mentais para a polivalência preventiva e terapêutica das dificuldades de aprendizagem (FONSECA, 1988). A educação psicomotora, preconizada por Jean Piaget, aparece com a intenção de estimular as crianças de forma adequada, em cada fase do seu desenvolvimento. As práticas em psicomotricidade se estabelecem não somente como uma reeducação psicomotora, mas também como uma educação psicomotora. Wallon valorizou a influência do meio na mudança do meio da conduta infantil. Segundo ele a adaptação da criança com o mei se dá por crises, sendo as variações do psiquismo infantil radical, a tal ponto que cada fase é um todo único, indissolúvel. Segundo Wallon "A criança responde às impressões que as coisas lhe causam com gestos dirigidos a elas" O autor questionou também os métodos de estudo do desenvolvimento cognitivo que não levaram em consideração a criança como ser social. Deste modo, valorizou a interação com o ambiente, como capaz de afetar a todos os aspectos do desenvolvimento da criança. Em relação `psicomotricidade ressaltou a sua importância na ação pedagógica, pois, sendo ação como expressão constitui-se com ligação entre o sujeito e o meio ambiente. Para o teórico, a psicomotricidade é um meio de contato como o exterior, importante não a lateralidade, do gesto em si, mas sim a que ele pertence e representa com a sua manifestação. Considerando a psicomotricidade uma das origens da vida intelectual, Wallon destacou a importância da sensibilidade afetiva, da motivação e da exploração ao lado da motricidade, tônus e do psiquismo. As emoções, para Wallon, têm papel preponderante no desenvolvimento da pessoa. É por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas

Page 15: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

15

vontades. Em geral são manifestações que expressam um universo importante e perceptível, mas pouco estimulado pelos modelos tradicionais de ensino. A perspectiva psicogenética, a teoria de desenvolvimento de Wallon assume que o desenvolvimento da pessoa se faz a partir da interação do potencial genético, típico da espécie, e uma grande variedade de fatores ambientais. O foco da teoria é essa interação da criança com o meio, uma relação complementar entre os fatores orgânicos e socioculturais. Diz Wallon: Estas revoluções de idade para idade não são improvisadas por cada indivíduo. São a própria razão da infância, que tende para a edificação do adulto como exemplar da espécie. Estão inscritas, no momento oportuno, no desenvolvimento que conduz a esse objetivo. As incitações do meio são sem dúvida indispensáveis para que elas se manifestem e quanto mais se eleva o nível da função, mais ela sofre as determinações dele: quantas e quantas atividades técnicas ou intelectuais são à imagem da linguagem, que para cada um é a do meio!... (Wallon, 1995). Baseada numa visão holística do ser humano, a psicomotricidade encara de forma integrada as funções cognitivas, sócio-emocionais, simbólicas, psicolinguísticas e motoras, promovendo a capacidade de ser e agir num contexto psicossocial. A psicomotricidade possui as linhas de atuação educativa, reeducativa, terapêutica, relacional, aquática e ramain. A psicomotricidade atualmente encontra-se aplicada a interdisciplinaridade, e, por isso, linhas de análise diferenciadas se entrelaçam nas práticas existentes. Práticas fundamentadas nas concepções psicomotoras existentes tendem a considerar que os determinantes biológicos e culturais da criança contribuem dialeticamente na construção do motor (corpo), da mente (emoção) e da inteligência. Em resumo, a Psicomotricidade consiste em educar de forma sistemática os diferentes comportamentos motores e psicomotores, facilitando a ação das diversas técnicas educativas, permitindo assim uma melhor integração escolar e social. Favorecer as aprendizagens escolares e preparar a educação das capacidades solicitadas durante o processo ensino-apredizado. Ao trabalhar com educandos considerando rítimo próprio de cada um em seu processo de crescimento e desenvolvimento humano. 1.3. Esquema Corporal Esquema Corporal, de acordo com o pesquisador Wallon, "é o um elemento básico indispensável à formação da personalidade da criança. É a representação global, científica e diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo". A criança ver-se, olhando as coisas ao seu redor em função do seu eu. Sua personalidade se desenvolverá progressivamente tomando consciência do seu corpo, do seu ser , suas possibilidades de agir, suas habilidades de construir e transformar o mundo. A festa do corpo é o movimento. Por isso é necessário que a criança faça uso do seu próprio corpo para comunicar-se com o mundo., fazendo dele sempre motivo de alegria , harmonia,festividade. necessário Dessa feita é preciso um desenvolvimento adequado do esquema corporal

Page 16: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

16

que corresponda a uma maturação da motricidade, das percepções espaciais e temporais e da afetividade, que vão favorecer um bom desenvolvimento cognitivo de uma forma global. Por isso a criança tem a necessidade de atividades psicomotoras que auxiliem na aquisão do conhecimento corporal, espaço-temporal, lateralidade, percepção, equilíbrio, rítimo expressão, coordenação motora ampla e fina. Por isso o ambiente escolar deve favorecer jogos, brincadeiras, envolvendo atividades psicomotoras e dessa maneira haverá bons resultados e surpreendentes, pois estarão a cada dia oferecendo novos desafios que certamente serão vencidos pelas crianças sejam ditas "normais" ou "especiais". surpreendentes. E a melhor maneira da criança ter esta experiência motora é pelo ato de brincar. Quando brinca, a criança expressa sentimentos, necessidades e constrói o seu mundo, a sua aprendizagem com referências vividas. Portanto, se há uma falha no desenvolvimento do esquema corporal vai haver falha no processo de interação do indivíduo consigo mesmo, uma vez que afeta a formação da personalidade. Para cada ação motora há uma correspondência psicológica. Esse desenvolvimento que pode ocorrer de forma natural pode também ser estimulado. Da estrutura corporal o indivíduo forma uma imagem corporal constituída dos conceitos que criou do seu próprio corpo, suas partes e funções. Imagem corporal é a figuração do próprio corpo formada e estruturada na mente do mesmo indivíduo, ou seja, a maneira pela qual o corpo se apresenta para si próprio. É o conjunto de sensações sinestésicas construídas pelos sentidos (audição, visão, tato, paladar), oriundos de experiências vivenciadas pelo individuo, onde o referido cria um referencial do seu corpo, para o seu corpo e para o outro, sobre o objeto elaborado. A imagem corporal é continua e representativa do esquema postural e acompanha o indivíduo desde o seu nascimento até o ultimo suspiro, sofrendo adaptações e transformações globais de acordo com o momento vivido. "O esquema corporal é uma aquisição lenta e paulatina. Desenvolve-se desde antes do nascimento, se incrementa em forma notável desde este até o terceiro ano de vida e, logo, continua em permanente evolução adaptativa pelo resto da existência do individuo. Se estrutura sobre a base dos componentes neurológicos em desenvolvimento e maturação onde se liga fundamentalmente, as percepções exteroceptivas, proprioceptivas e interoceptivas que permitem estabelecer, em um momento inicial a consciência sobre localização espacial total, a capacidade e o funcionamento de uma determinada parte do corpo, a consciência inicial sobre a magnitude do esforço necessário para realizar uma determinada ação, e a consciência sobre a posição do corpo e suas partes no espaço durante esta ação" (BARRETO, 2002). Estas noções que se desenvolvem prioritariamente durante os primeiros meses de vida extra-uterina, mas que se inicia durante a vida intrauterina, como já se abordou, vão ocorrendo cada vez mas fáceis e inconscientes pela repetição continua e eficaz de cada ato em questão, até chegar a automatização da resposta frente ao estímulo específico. Por todas as razões a educação psicomotora é indispensável nos aprendizados escolares, devendo lembra, que o movimento acontece antes mesmo do nascimento do indivíduo, ventre da mãe e irá acompanha-lo em toda

Page 17: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

17

sua vida. Até porque o esquema corporal não está unicamente relacionadas à atividade motora, ele encontra-se ligado,também, aos aspectos emocionais e as necessidades biológicas. É por meio da educação motora que a criança tem a possibilidade de ser e viver seus movimentos corporais, vivências, habilidades motoras básicas, dividir o espaço físico e social com o colega, estabelecer relações e sem esquecer das práticas sociais que estão associadas a esse mundo. A criança é todo movimento por isso se expressa através do seu próprio corpo. Ela percebe seu corpo por meio de todos os sentidos. Seu corpo ocupa em espaço no ambiente em função do tempo. capta imagens, recebe sons, sente cheiros e sabores, dor, alegria, calor e frio, movimenta-se.A entidade corpo é o centro, o referencial e como ponto de partida. Para Jean LeBouch (1986),"o esquema corporal é a organização das sensações relativas ao seu próprio corpo em relação com os dados do mundo exterior" Na verdade a psicomotricidade ocupa um lugar de extrema importância na educação, uma vez que contribui para a formação e estruturação do esquema corporal, para além de incentivar a prática de movimento em todas as fases de uma criança. Com efeito a condição corporal é um elo muito forte para o crescimento integral da criança. Sabendo um bom desenvolvimento psicomotor proporciona ao aluno algumas capacidades básicas para um desempenho escolar favorável. Wallon afirma (1949/2009), "o progresso da experiência do corpo próprio faz parte de um desenvolvimento global que também diz respeito à experiência que a criança possui de outrem"

CAPÍTULO II

AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE NA APREDIZAGEM DE CRIANÇAS ESPECIAIS

A educação psicomotora passa por todos os momentos da vida, por meio de percepções vivenciadas, como uma intervenção direta nos aspectos cognitivo, motor e emocional, estruturando o sujeito. Diante disso não se pode negar suas contribuições para o desenvolvimento global da criança,

Page 18: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

18

considerando como formação de base e favorecer à criança a consciência de si e do meio no qual está incluída. Por isso é necessário que toda criança passe por todas as etapas em seu desenvolvimento. A estrutura da educação psicomotora é a base fundamental para o processo de crescimento e aprendizagem da criança. Na verdade as contribuições da psicomotricidade na educação especial é ampliar as possibilidades de entendimento no processo do "aprender" contribuindo para a prevenção do fracasso escolar na medida em que olha para o indivíduo de maneira aprofundada na tentativa de compreendê-lo, sendo o corpo um instrumento. A psicomotricidade investiga as relações que partem da ideia de que são as condutas motoras que irão dar suporte para o desenvolvimento cognitivo estrutura-se, sendo o corpo um fator que limita ou possibilita a aprendizagem. E muitas vezes as dificuldades mostradas pelas crianças poderiam ser sanadas facilmente na escola, se o professor estivesse mais atento, preparado e consciente de sua responsabilidade e das necessidades dos alunos. Por isso, a psicomotricidade é considerada a base da educação. E como tal, deve ser utilizada com crianças deficientes. Assim, auxiliará no conhecimento do seu corpo, estruturação, habilidades motoras e por certo, o desenvolvimento na aprendizagem terá um bom resultado. 2.1. A Psicomotricidade na vida das crianças especiais

A estrutura da educação psicomotora é a base fundamental para o

processo intelectual e de aprendizagem da criança, e, quando uma criança apresenta dificuldades em construir o seu conhecimento, o fundo do problema, em grande parte, está no nível das bases do desenvolvimento psicomotor.

Quando a criança começa a ampliar o conceito sobre o do esquema corporal, lateralidade, estruturação espacial, orientação temporal e pré-escrita são essenciais na aprendizagem; um problema em um destes coponentes, certamente , irá prejudicar uma boa aquisição de experiências, reside aí então, a importância do professor ser conhecedor das contribuições da psicomotricidade, e, em se falando de educação especial, mais ainda, pois ela além de desenvolver inúmeras habilidades na criança, muitas vezes permite a livre expressão, ações independentes e a socialização.

De acordo com Fonseca (1988, p.12), “a psicomotricidade constitui uma abordagem multidisciplinar do corpo e da motricidade humana”. Seu objetivo é o humano total em suas relações com o corpo, sejam elas integradoras, emocionais, simbólicas ou cognitivas, propondo-se desenvolver faculdades expressivas do sujeito.

A criança especial precisa de atividades significativas, concretas, que intervenham de maneira considerável em seu rendimento. Sendo a psicomotricidade uma possibilidade para que ela aprenda, realize novas e diferentes vivências, experimente, arrisque. Causa-se nesta criança a possibilidade de alcançar, construir e de lém dos seus próprios limites.

A rotina, os saberes diários são permeadas movimentos psicomotoras, por isso, sua relevância na ação educativa, pois propicia o desenvolvimento humano nos mais diferentes aspectos. Ao encontrar-se alegre, feliz, a criança com o seu

Page 19: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

19

corpo demonstra ao cantar, sorrir, dançar, saltitar, correr e assim por diante. O seu corpo interage com o meio, sendo dessa forma uma linguagem com o meio físico, cultural, familiar, social e escolar.

Segundo Almeida (2006) psicomotricidade é a ciência que estuda o homem através do seu corpo em movimento em relação com o mundo externo e interno, é a interação que o indivíduo tem de perceber, atuar e agir com o outro e com os objetos.

Ao imaginarmos a construção do conhecimento como um processo contínuo, não linear, podemos mudar esse mesmo modelo para a construção do conhecimento sobre o próprio corpo.

As atividades psicomotoras as crianças revelam as mais diferentes emoções, tendo a oportunidade de criar, expressar se por meio das brincadeiras, conhecer a si mesma e as diferentes funções que o corpo realiza, conhecer o outro, e o espaço em que se encontra inserido.

O corpo é o veículo para movimento,para ação, para o conhecimento e para socialização. As experiências corporais mudam o intelecto, a vida afetiva e os movimentos motores do ser. O corpo deve ser visto como um todo, pois nele estão todas as tensões e emoções que caracterizam a evolução psicoafetiva de um sujeito. Toda a educação psicomotora deve ser realizada levando-se em conta as conviniências reais da criança, partindo do simples para o complexo. Sem dúvida uma criança que não conhece a si mesmo e suas potencialidades não conseguirá também relacionar com si mesmo e com os outros, vivendo em mundo isolado e distante, assim cabe a escola e a família estimular o movimento através de brincadeiras e jogos, proporcionado assim uma vivencia corporal ampla capaz de desenvolver capacidades física, afetivas e motoras.

A sensorío-motricidade da criança induz a uma intervenção ativa no mundo exterior ao mesmo tempo em que se dá sua percepção como "ser", com as trocas e as interações que ela fará a posteriori. Através dos jogos simbólicos a criança interioriza ações e conteúdos, usando objetos reais.

A sensório-motricidade da criança induz a uma intervenção ativa no mundo exterior ao mesmo tempo em que se dá sua percepção como "ser", com as trocas e as interações que ela fará a posteriori. Através dos jogos simbólicos a criança interioriza ações e conteúdos usando objetos reais. Falando ainda do desenvolvimento sensório-motor Piaget (1987) postula que a criança representa e conquista através da percepção e dos movimentos, todo o universo prático que a cerca. Ele criou condições próprias para uma compreensão mais precisa e real do corpo e suas funções. A criança interage com o mundo por meio dos seus movimentos, ou seja, é o corpo vivenciado e em movimento no tempo e no espaço. E a criança especial precisa de atividades que o movimento seja o norte, significativas, concretas que interfiram de maneira considerável em seu rendimento. A psicomotricidade proporcionará para que ela aprenda, realiza novas e diferentes vivências, experimente, arrisque, avance e construa seus conhecimentos.

Luria(1992) trabalhou na teoria vigotskiana o "instrumental", "histórico" e "cultural" , ele envolve um estudo da psicologia cultural os meios estruturados, pelos quais a sociedade organiza os tipos que a criança em desenvolvimento, enfrenta e os tipos físicos e mentais de que ela dispõe para dominar as tarefas. Vygostsky deu ênfase especial a linguaguem, que é um instrutumento usado pelo homem na organização do processo de pensamento.

Page 20: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

20

Portanto, nesse caso pode-se aformar que não há pensamento sem corpo, atitude ou movimento que não implique um certo domínio mental.A criança é todo movimento, sua pripreira linguagem é corporal. Mediante a essa tão clara verdade a criança especial se beneficiará dessa linguagem para se expressar e que poderá se comunicar por meio dela. Ela observará que o seu corpo fala, ocupa espaço no ambiente, escuta sons, emite barulhos e zunidos, sente cheiros agradáveis ou não, seus olhos, também, podem enviam mensagens, suas mãos fazem diversos tipos de movimentos, suas pernas brincam fazendo piruetas ou apenas caminhar. Então, a criança especial irá compreender que o seu corpo é veículo de comunicação e integração com o meio que está. E que dele poderar sugar tudo conto quiser.

Nas palavras de Vayer e Toulouse (1995), "sendo o corpo, ao mesmo tempo, modo e meio de integração do indivíduo na realidade do mundo, ele é necessariamente carregado de significado sócio-cultural". Encontra-se explicitado o corpo como referência com o mundo e sua relação integradora com o sentimento, a palavra e a emoção. A criança atua no mundo por meio de seus movimentos e para isto dispõe de suas capacidades afetivas, intelectuais e motoras, estabelecendo esta relação conforme sua tonicidade que é construída diariamente de acordo com as limitações e estimulações que lhe são colocadas pelo meio na qual está inserida e pelas pessoas que a cercam, inclusive o seu professor. Nesse contexto o movimento vai se tornando coordenado e complexo resultando em uma rica fonte de aprendizagem, propiciando a obtenção de novas vivências que levará a criança a desenvolver os aspectos de planejamento, organização, reflexão e saberes se transformando complexidade em finalidades e objetivos e estabelecendo um roteiro educativo de maturação por inteiro. E falando em educação especial não pode e nem deve ser diferente. As crianças especiais necessitam dessa ferramenta, certamente contribuirá para um desenvolvimento harmonioso e aliada a ludicidade os resultados serão bem mais evidentes.

2.2. A psicomotricidade como recurso na educação especial

A cada dia se percebe a necessidade de ter a psicomotricidade como recurso metodológico na educação especial. Os problemas relacionados a aprendizagem na escola vem crescendo a cada dia. E elas aparecem cedo e se prologam no decorrer da vida do indivíduo. Portanto o desenvolvimento das capacidades psicomotoras podem ajudar no combate às dificuldades relacionadas à aprendizagem, principalmente estabelecendo uma conexão direta entre conceitos motores e a aprendizagem cognitiva. A ligação entre psicomotricidade e a educação especial pode ser muito importante para auxiliar o desenvolvimento de crianças com necessidades especiais durante sua vida escolar.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 afirma que a oferta de educação especial é dever do Estado e deve ter início na faixa etária

Page 21: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

21

de zero a seis anos, durante a educação infantil. A psicomotricidade é um quesito socializador muito importante e pode ser aliada no processo de aprendizagem. Uma vez que a psicomotricidade permite a criança a se expressar de forma espontânea e criativa, ajudando a desenvolver a sua capacidade de socialização.

O desenvolvimento no aspecto psicomotor da criança estar ligado diretamente a um melhor crescimento cognitivo e seu estudo pode ajudar e garantir um melhor progresso escolar por parte da criança.

Para Rochael 2009: "A estrutura da Educação Psicomotora é uma base fundamental para o processo intelectivo e de aprendezagem da criança. O desenvolvimento evolui do geral para o específico; quando uma criança apresenta dificuldade de aprendizagem, o fundo do problema, em grande parte, está no nível das bases do dessenvolvimento psicomotor."

Porquanto, não há sombra de dúvida que a criança com mais eficiência quando suas funções psicomotoras são bem estimuladas, o que é mais comum nos dias de hoje, mas ainda em amadurecimento, devido à resistência de pais e profissionais que infelizmente não aderiram ou muiras vezes acham ser bobagens.

Com relação aos movimentos do corpo como recurso metodológico para a aprendizagem das crianças especiais no sentido de incluí-las no espaço que as rodeia, as mesmas passavam a interagir devido ao lúdico em trabalho coletivo, e competições entre elas que podem ser feitas na própria sala de aula, com todos os colegas da turma. Portanto, as atividades de esquema corporal devem ser exploradas juntamente com as de coordenação visomotora, orientação espacial e temporal como, por exemplo, realizar atividades com material concreto que envolvam o cotidiano, nas quais as crianças possam identificar e mostrar em que parte do corpo são usados determinados objetos, como: boné, brinco, óculos, batom, pulseira, anel, luvas, meias,meias, sapatos, chinelos,abrir o ziper da blusa e fechar, etc.

Por isso os educadores devem devem estar cientes que usar integração das funções motoras e mentais sofre o efeito na educação e no desenvolvimento como recurso; apesar de muito debatida. Entretanto, a ligação entre psicomotricidade e educação especial pode ser muito importante para auxiliar o desenvolvimento de crianças com deficiências durante a educação infantil. Pois os progressos não somente apareceram , mas fará a criança especial vencer os limites e chegar onde nem mesmo os seus pais um dia pensaram que poderia atingir.

É óbvio a importância dos movimentos corporais e o seu aprendizado de um modo geral; pois se integra à coordenação, lateralidade, socialização e também com relação às emoções, como a afetividade, carinho, respeito e entre outros. Sem esquecer, também, do caráter pedagógico da motricidade, tanto no tocante a qualidade do gesto e do movimento quanto a sua representação, recorrendo aos estudos de Wallon, que dizem que para ocorrer uma manifestação das emoções é necessário que haja uma organização dos espaços físicos. Segundo sua teoria, uma criança para ler um livro, por exemplo, não precisa necessariamente encontrar-se sentada e imóvel em um banco escolar, ela pode estar deitada, em pé, correndo, e mesmo assim conseguir

Page 22: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

22

assimilar o conteúdo da sua leitura. Criança é movimento. Quando mencionamos a imagem de uma criança ela vem associado a um ato alegre, como: correr, pular, dançar... mexer com o corpo explorando suas muitas capacidades e grandezas.

Por isso os educadores devem estar cientes que usar integração das funções motoras e mentais sofre o efeito na educação e no desenvolvimento como recurso; apesar de muito debatida. Entretanto, a ligação entre psicomotricidade e educação especial pode ser muito importante para auxiliar o desenvolvimento de crianças com deficiências durante a educação infantil. Pois os progressos não somente aparecerão , mas fará a criança especial vencer os limites e chegar onde nem mesmo os seus pais um dia pensaram que poderia atingir.

A psicomotricidade deve fazer parte em todas as aulas, ou seja diariamente, pois a criança trabalhada fisicamente terão uma vida mais saudável e produtiva, com um crescimento integrado entre corpo, mente e espírito. Certamente é um material valioso para as crianças com deficiência, já que torna a ação mais significativa para elas.

Por acreditar que a psicomotricidade auxilia e capacita o aluno para uma melhor assimilação das aprendizagens escolares, se fez necessário aproveitar deste recurso. Considerando que um bom desenvolvimento psicomotor proporciona ao aluno algumas das capacidades básicas para obter bom desempenho escolar, a psicomotricidade se utiliza o movimento para atingir outras aquisições mais elaboradas, como intelectuais (Oliveira, 1997).

2.3. Educação inclusiva e a psicomotricidade

A educação inclusiva deve dá qualidade à todos. Aquela que considere as possibilidades dos alunos e que oportunize o desenvolvimento de suas potencialidades, respeitando suas condições cognitiva, afetiva, psíquica- emocional, social, contribuindo para o desenvolvimento de suas competências e habilidades. A criança especial tem a necessidade de se socializar, de ter sua autoestima elevada e conseguir realizar progressos em sua aprendizagem.

A Educação Inclusiva, segundo Batista e Mantoan (2006), entende-se o processo de qualquer aluno independente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras, serem recebidos em todas as escolas. A escola deve incluir a todos, reconhecer a diversidade, não ter preconceitos contra as diferenças, deve atender as necessidades de cada um.

Ao falarmos em inclusão lembramos logo do acesso de pessoas com deficiência à educação regular e dos demais espaços sociais. Contudo, inclusão vai muito além disso. Incluir é garantir o que a Constituição Brasileira já prevê desde 1988. Educação é direito de todos. Todos são cidadãos de todas as classes, raças, gênero. A educação inclusiva deve permear transversalmente todos os níveis e modalidades de ensino, oferecendo a todos oportunidades iguais na sociedade. Sabedor disso o professor deverar ter em mente que a educação socializa e permite conhecer cada etapa do mundo com finalidade de reunir conhecimento e potenciais de cada um de nós para se tornar um ser. Isso é inclusão.

Page 23: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

23

A psicomotricidade é uma grande aliada no processo de inclusão educacional, pois desenvolve no professor a capacidade de observar seu aluno, seus avanços, suas limitações, sabendo como ajuda-lo a superar algumas delas ou quem sabe todas elas. Quando a escola prioriza a linguagem corporal a psicomotricidade esabelece relações que contraem um lugar predominante na educação inclusiva ao favorecer à criança um espaço de legitimação de direitos para que possa expressar, com liberdade, seus sentimentos e, a seu modo, desenvolver-se respeitando seu ritmo, ampliando limites, conquistando espaço e construindo relações. A criança sendo vista com nessa possibilidade será recebido não somente com suas dificuldades, mas, principalmente com suas potencialidades e sua capacidade de comunicar-se com o outro. E é na escola que a criança tem a oportunidade de se socializar e permitir conhecer cada etapa do mundo com finalidade de reunir conhecimento, as habilidades e talentos de cada um de nós para se tornar um ser; um ser único.

E é a atividade lúdica que tem o objetivo de produzir prazer e de divertir ao mesmo tempo, no entanto, desenvolve na criança habilidades cognitivas, motoras, a atenção, o movimento ritmado, conhecimento quanto à posição do corpo, direção a seguir e outros. Participando do desenvolvimento em seus aspectos biopsicológicos e sociais e sem esquecer desenvolve livremente a expressão corporal que favorece a criatividade. A psicomotricidade é a relação entre o pensamento e a ação, envolvendo a emoção, ou seja, é considerada a ciência que estuda o homem por meio de seu corpo em movimento, em relação ao seu mundo interno e externo funcionando como eixo de sustentação da vida sócio-psico-afetiva do sujeito. Ela é por tudo isso, a psicomotricidade, uma aliada fortíssima na luta contra a exclusão.

Pois se o brincar e o jogar criam um espaço para pensar, a criança avança no raciocínio, desenvolve o pensamento e estabelece contatos sociais. Ela entenderá o meio satisfando os seus desejos, e certamente o conhecimento e seu espaço pois virão naturalmente.

A psicomotricidade na escola respeita a evolução filogenética da criança, além de promover o seu desenvolvimento, maturidade em seus aspectos motor, afetivo, relacional e social. Essa proposta facilita um espaço de expressão de objetividade que a criança, em sua condição ímpar, precisa encontrar.

Referindo-se ao corpo como objeto, Vieira, Batista e Lapierre (2005, p. 68), afirmam:

O corpo do outro apresenta-se também como objeto, porque brincar com o próprio corpo e o corpo do outro é uma relação muito primitiva que pode lembrar o comportamento dos jovens animais pela aproximação, simulação, evitamento, entrosamento, ambivalência de agressão e de acordo, resultando numa brincadeira corporal denominada regressão filogenética.

O corpo que brinca, caí, levanta, gira, rodopia, troca, socializa, coopera, constrói, compete, emociona-se, grita, fica ansioso, aliviado, sente e ressente o prazer de se expressar por intermédio do jogo livre e simbólico; passa a comunicar-se com autenticidade e liberdade. Para Almeida, “reconhecer o próprio corpo é a melhor maneira de encontrar o outro.” (ALMEIDA, 2006).

As crianças especiais precisam ser inseridas na escola, elas buscam

Page 24: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

24

constantemente as relações de parceria e serem aceitas como são, seja pelos adultos ou entre seus colegas de turma. Na falta destas relações, surgem muitas dificuldades comportamentais pela necessidade de atenção e afirmação, já que estão em pleno processo de aquisição da autonomia e identidade.

Emando do fundamento que uma criança especial é, antes de tudo, uma criança com dificuldades e limitações, mas igualmente com potencial de aprendizagem. Essa criança, como todas as outras, carece estar em grupo, sentir-se incluída, pertencer e interagir numa relação ampla complexa e íntima consigo, com os outros, o tempo, espaço e com os objetos e com a vida.

Schmidt e Wrisberg (2001) acrescentam que a maneira como as pessoas aprendem impõe um conjunto rico de aspectos inclusive o físico e o orgânico, além do psicomotor e cognitivo trabalhando juntos. Consequentemente, a psicomotricidade está presente nos menores gestos e em todas as atividades que desenvolvem a criança.

No caso da inclusão o investimento na psicomotricidade é uma uma ferramenta de extrema eficácia. Porquanto, o caminho do jogo simbólico e da comunicação corporal, facilita e concretizar as perspectiva de uma educação para todos. Não há dúvida que as atividades lúdicas, as vivências e os resultados que propocionam se relacionam as descobertas que as crianças fazem com seu próprio corpo, do corpo dos outros e do meio que se encontram, a capacidade de realizar o movimento, a construção de novos conceitos prevenindo assim dificuldades de aprendizagem e preparando-os para as etapas seguinte.

Somente uma escola inclusiva em total concordância, que deve haver entre perspectiva cognitiva e psicomotora alcançará o sucesso no desenvolvimento da criança especial. E com um trabalho bem planejado e interdisciplinar os resultados diminuirão as dificuldades em aquisições para sua inserção no âmbito escolar. Por isso a comunidade escolar precisa estar ciente que a psicomotricidade é um instrumento valioso no trabalho de consciência corporal favorecendo o ajuste efetivo e emocional, o espontâneo, a socialização a organização perceptiva, o respeito às regras, limites, conseguindo assim o alicerce no desenvolvimento integral da criança.

Henri Wallon em sua teoria de desenvolvimento percebe o sujeito como concreto, situado cultural e historicamente. Uma teoria que se fundamenta na integração entre o organismo e o meio; entre o biológico e o social; entre aspectos cognitivo, afetivo e motor que constitui a pessoa, através também de uma relação entre movimento e emoção inseridos no processo de aprendizagem e nas relações diversas. Diante disso percebemos, a psicomotricidade como a busca da entendimento particular manifesta nos corpos em movimento, em suas interações e na conformação das identidades pessoais, sociais, culturais, através de comportamentos e ações no mundo.

Acreditando que, numa perspectiva interdisciplinar, se possa articular estratégias psicomotoras e suas expressões, que promova aa conexões de cada sujeito com sua potência, na autovalorização e na compreensão da necessidade da solidariedade com o outro e com o grupo. Trazendo a criança especial para o espaço escolar de maneira natural.

Colocando a corporeidade em foco, podemos facilitar os processos de tomada de consciência dos obstáculos pessoais, teóricos e práticos para alcançar um ambiente solidário o suficiente, que consiga promover uma

Page 25: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

25

Educação de fato Inclusiva. Se o corpo se organizou com uma gestualidade excludente e fracionada, é preciso desconstruir o automático que torou-se crônico.

O desenvolvimento psicomotor bem estimulado poderá contribuir para evitar problemas de aprendizagem. Estes podem ter várias causas como: neurologias, sensoriais, emocionais, sociais, intelectuais ou problemas físicos.

A psicomotricidde pode favorecer o desenvolvimento das capacidades existentes e a motivação é um fator fundamental para a aprendizagem.

'Se eu tivesse que reduzir toda a psicologia educacional a um único princípio, diria isto: O fator isolado mais importante que influencia a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já conhece. Descubra o que ele sabe e baseie nisso seus ensinamentos” (AUSUBEL, NOVAK, HANESIAN, 1980)

Ressaltando a importância do trabalho integrado entre os profissionais da educação, família e educandos a contribuição na superação das dificuldades apresentadas, adiquirimos informações e benefícios importantes prontos a favorecer crescimento das crianças e ampliação de seus conhecimentos em diferentes áreas do conhecimento.

Wallon afirma em seu estudo da criança exige o estudo do meio ou dos meios em que ela se desenvolve. Ele esclarece ele:

O meio é um complemento indispensável ao ser vivo. Ele deverá corresponder a suas necessidades e as suas aptidões sensório-motoras e, depois, psicomotoras... Não é menos verdadeiro que a sociedade coloca o homem em presença de novos meios, novas necessidades e novos recursos que aumentam possibilidades de evolução e diferenciação individual. A constituição biológica da criança, ao nascer, não será a única lei de seu destino posterior. Seus efeitos podem ser amplamente transformados pelas circunstâncias de sua existência, da qual não se exclui sua possibilidade de escolha pessoal... Os meios em que vive a criança e aqueles com que ela sonha constituem a "forma" que amolda sua pessoa. Não se trata de uma marca aceita passivamente. (Wallon, 1975, pp. 164, 165, 167)

Page 26: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

26

CAPÍTULO III

ATUAÇÃO DO PROFESSOR NA PRÁTICA CORPORAL

A atuação do professor e a prática corporal, bem como conhecer sua função e desempenho no papel no processo ensino-aprendizagem, tendo como ponto de partida significativas mudanças na vida da criança com deficiência. Contudo, ela abarca grande responsabilidade, a sua prática pedagógica deverá ser coerente com os objetivos da escola, que giram em torno da aprendizagem relevante dos alunos nos seus mais variados campos de saberes do conhecimento. O professor deverá aliar a prática corporal a todas as áreas do conhecimento, assim dessa maneira a aprendizagem se desenvolverá de forma mais eficaz e significativa. Pois a função do professor na prática corporal destaca-se devido sua atuação em diferentes contextos culturais e expressivos do movimento humano, que a cada dia mais busca fundamentar esta atuação, sempre contextualizando. O educador deve sempre se aliar a novas práticas e dessa maneira conquistar o seu objetivo, ou seja dar sentido aos conteúdos que trabalhará com seus alunos. Por isso e desenvolver práticas lúdicas envolventes e eficazes para conseguir o efeito necessário para a aprendizagem dos seus alunos; sejam os ditos ”normais” ou os especiais. Isso inclui um maior comprometimento do profissional da educação com o seu fazer, no sentido de buscar entender cada vez mais os alunos como sujeitos únicos que diferem entre si, ao mesmo tempo em que trazem consigo valores, significados e sua própria história. 3.1. Prática Pedagógica Contextualizada No corpo o termo Psicomotricidade, se destaca no correr, pular, atividades corporais amplas e finas como recortar, escrever e outras produções motoras, a psicomotricidade se ocupa do corpo em movimento. No processo de ensino-aprendizagem, a psicomotricidade está articulada com o processo de desenvolvimento, propiciando uma evolução harmônica, um funcionamento psicomotor entre a criança e o meio. A ideia da contextualização requer a intervenção do estudante em todo o processo de aprendizagem, fazendo as ligações entre os conhecimentos. O aluno será mais do que um espectador, como costumava ser no ensino tradicional, mas ele passará a ter um papel central, será o protagonista; como um agente que pode resolver problemas e mudar a si mesmo e o mundo ao seu redor. O cotidiano e as relações estabelecidas com o meio físico e social permitem dar significação a qualquer conteúdo curricular, fazendo a ponte entre o que se aprende na escola o que se faz. Para tal é necessário que o educador deverá criar situações comuns ao dia a dia do aluno e o faça interagir ativamente de modo intelectual e afetivo, trazendo o cotidiano para a sala de aula e aproximando o dia a dia das crianças do

Page 27: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

27

conhecimento científico. Isso é sempre possível, pois inúmeros e praticamente inesgotáveis são os campos e contextos de experiências vivenciadas pelas crianças e pela escola, que podem ser utilizados para dar vida e significado ao conhecimento. Deve-se chamar atenção para a relação equilibrada entre teoria e prática, isto é, entre as dimensões conceitual, procedimental e atitudinal do conhecimento. E é necessário um exercício de reflexão sobre a prática pedagógica do professor para que o seu olhar não extrapole a mera reprodução do conteúdo, e que favoreça a prática pedagógica na busca de uma aprendizagem significativa O papel do professor na prática corporal é desenvolver uma prática educativa contextulizada cumprindo vários objetivos pedagógicos, como por exemplo, trabalhar o movimento e a coordenação motora e ensinar os alunos a perceber as diferentes formas de brincar como manifestações da aprendizagem. Por isso é tão importante o professor reconhecer as possibilidades de associação do conteúdo com contextos locais para que haja significado imediato daquilo que ele vê em sala de aula. Ao selecionar os conteúdos da série em que irá trabalhar, o professor precisa analisar os textos, verificar como são abordados os assuntos para enriquecê-los com sua própria contribuição e a dos alunos, comparando o que se afirma com fatos, problemas, realidades da vivência real dos alunos (...)(Libâneo, 1990) A contextualização tem muito a ver com a motivação do aluno, por dar sentido aquilo que ele aprende, fazendo com que relacione o que está sendo ensinado com sua experiência vida. Ensinar é uma prática social, uma ação cultural, pois se concretiza na interação entre professores e alunos, refletindo a cultura e os contextos sociais a que pertence(Freire, 1974). Por meio do processo ensino-aprendizagem o educador deverá planejar, coordenar, programar, dinamizar atividades pedagógicas nas áreas de atividades físicas, atividades rítmicas e expressivas e outras inseridas no contexto de desenvolvimento da cultura do corpo. Segundo Fonseca (1993), psicomotricidade é a evolução das relações recíprocas, incessantes e permanentes dos fatores neurofisiológicos, psicológicos e sociais que intervêm na interação, elaboração e realização do movimento humano. Daí a importância do profissional de educação em trabalhar o desenvolvimento psicomotor, buscando tecer algumas questões que norteiam a prática pedagógica no processo de ensino-aprendizagem, com a intenção de conhecer de forma minuciosa o caminho percorrido pelas crianças na construção de sua própria aprendizagem. Na realidade não é preciso muito esforço para observar o que acontece no dia a dia das escolas, em geral, uma contradição agravante entre as propostas do sistema de ensino oficial e o desenvolvimento das crianças como "seres humanos". O que a escola e alguns professores parecem esquecer é que na natureza os processos não se desenvolvem dissociados, mas principalmente integrados, sendo um a contrapartida de outro na busca da auto-organização do organismo. Assim imobilizar as crianças no momento em que seus organismos encontram-se sedentos da vitalidade que o movimento possui é uma afronta ao esforço que a natureza faz para construir este sujeito dotado de tamanha potencialidade

Page 28: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

28

global. Equivoca-se a escola ao retirar das crianças este direito natural e do qual elas fazem questão de lembrar quando, nos horário de entrada, recreio e saída, correm de maneira incompreennsível para os educadores. Imobilizar as crianças é andar na contramão. Proporcionar experiências do movimento, em qualquer momento das aulas, possibilitará aos organismos das crianças elementos concretos para iniciar um processo. A criança fará uma reorganização de suas leituras de mundo às exigências que o meio está lhe fazendo, uma vez que se encontram numa etapa de desenvolvimento em que o movimento é parte vital de sua auto-organização. Por privilegiar apenas o cognitivo e deixar de lado o "corpo" o progresso psicomotor propocionará tentativas que propiciará ao organismo da criança elementos concretos que iniciarão o crescimento integral e com isso a criança será incluída no processo ensino-aprendizado. Para Merleau-Ponty (1971, p. 208): "O corpo não é um objeto. Pela mesma razão a consciência que tenho não é um pensamento, quer dizer que não posso decompô-lo e recompô-lo para formar dele uma idéia clara. Sua unidade é sempre implícita e confusa. Ele é sempre outra coisa além do que é, sempre sexualidade, ao mesmo tempo que liberdade, enraizado na natureza no momento mesmo em que se transforma pela cultura nunca fechado sobre si mesmo, e nunca ultrapassado. Sou pois o meu corpo, ao mesmo tempo em toda medida em que tenho uma aquisição e reciprocamente o meu corpo é um sujeito natural, como um esboço provisório de meu ser total." Os pseudos-educadores negligenciam o movimento do corpo em nome de conteúdos descontextualizados e abtratos e ignoram o fato verdadeiro de que para "aprender" e incluír crianças especiais é necessário mergulhar no universo mágico e real do movimento. Assim como gira o planeta Terra, movimenta-se o mundo, os ponteiros do relógio giram e a cad momento as leis da ciência mudam, uma nova moda surge e por aí segue a viada cheia de idas, voltas, retornos, começos e recomeços. Os verdadeiros professores precisam e tem dever de colocar a criança seja ela especial ou não nesse mundo "movimentado". O educador que valoriza o movimento se conecta ao mundo. E por certo os conteúdos serão significativos. O papel do professor é muito importante pois ele faz, planeja, organiza, orienta e propõe diferentes atividades de ensino. E sua prática pedagógica deve ser intencional, deve saber para que e quando intervir, já que uma das funções do professor é ajudar seus alunos a avançar o que em determinados momentos, para criança, é inatingível. Então vale a pena citar Matos (1994), nas fases iniciais do desenvolvimento infantil, o movimento introduz a linguagem e ao longo do desenvolvimento a acompanha, enriquecendo-a sempre que a linguagem verbal do indivíduo não representa a forma mais adequada para exprimir a riqueza das experiências vividas. A expressão não verbal se apóia a linguagem verbal. “Pela linguagem do corpo, você diz muitas coisas aos outros e o corpo antes de tudo é um centro de informações, sendo essa uma linguagem que não se mente, comunicação não verbal” (WEIL, 1986).

Page 29: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

29

3.2. Prática corporal inclusiva Numa breve percurso histórico, percebemos que a pessoa com deficiencia tem sido sistematicamente excluída do sistema escolar regular. No Brasil, as primeiras possibilidades de educação formal foram oferecidas através de um sistema educacional segregativo. A inclusão vale para todos sejam crianças ou jovens em idade escolar tenha o direito de freqüentar a escola regular que deverá estar organizada para atender às necessidades educativas de todos esses alunos seja qual for a sua condição social, econômica, física ou psíquica. Desta forma, falar de educação inclusiva significa falar da garantia de que também os alunos com deficiência tenham acesso à escola regular. A presença do deficiente na escola se imagina uma mudança radical no interior dessa que escola que há pouco era excludente, seja nos procedimentos de ensino, na avaliação, no currículo, enfim, em todas as áreas do sistema escolar. A escola com o princípio da inclusão deve ter como eixo fundamental a criança e, sendo assim, deve desenvolver as competências de todas elas e dar condições para que tenham acesso aos conteúdos que propõe, com participação plena, adotando para tanto estratégias adequadas, evitando a exclusão. Dessa maneira a cultura do corpo e do movimeto irá ampliar o pleno exercício da cidadania apontando para um processo de ensino e aprendizagem centrado no desenvolvimento de capacidades e habilidades que objetiva e privilegia o desempenho físico, mental, socio-emocional e cognitivo o qual tornará a criança especial incluída. A instutuição escola deve romper com o tratamento tradicional dos conteúdos que proporcionam os alunos que já têm habilidades visíveis, adotando como base uma ação pedagógica que tenha o princípio da inclusão, apontando para uma perspectiva metodológica de ensino e aprendizagem que busca o desenvolvimento da autonomia, da cooperação, da participação social e da afirmação de valores e princípios democráticos. Agindo assim, deve buscar garantir e agragar a todos a possibilidade de gozar de jogos, brincadeiras, esportes, danças, lutas e natação em benefício do exercício da cidadania.

"As escolas deveriam entender mais de seres humanos e de amor do que deconteúdos e técnicas educativas. Elas têm contribuído em demasia para a construção de neuróticos por não entenderem de amor, de sonhos, de fantasias, de símbolos e de dores." (SALTINI, 2007).

O educador pode explorar a agitação natural da criança. Os seus movimentos e suas correrias. Tudo isso a ajudará a aprender as disciplinas trabalhadas em sala de aula. O movimento significa vida. E isso tem haver com o cérebro, ele desenvolve suas sinapses através das interações com o meio, e estas acontecem mediadas pelas estruturas corporais e orgânicas, possibilitando através dessas interações, a construção de novas abstrações. Então, a dinâmica do movimento é relevante no processo de inclusão. Dentre as inúmeras razões apresentadas pela falta de avanço no processo de inclusão e aprendizagem, uma é de de responsabilidade da escola e do

Page 30: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

30

professor. Sua conviniência ao padrão de imobilidade que os alunos são submetidos na organização escolar. Sabe-se que as escolas brasileiras têm no esquecimento a prática corporal em nome dos conteúdos programáticos, alegando serem mais importantes. Eles esquecem que para facilitar a inclusão o corpo é e sempre será o seu maior aliado. Porquanto, o corpo deve ser a leitura principal numa linguagem gestual cheia de pensamentos, ideias, emoções e afetividade. A escola deve favorecer um ambiente rico, cheio de atividades que explorem o desenvolvimento físico, afetivo e intelectual da criança especial. O professor deve acompanhar essa criança na sua trajetória motora, pois as dificuldades existentes, ele proporcionará uma mediação na qual a criança vença suas limitações. Por isso é importante que o professor sempre tenha em mãos uma entrevista sobre seu aluno (tipo de deficiência, idade, funções e estruturas que estão sendo prejudicadas, etc.), uma vez que, ao conhecer o educando, ele adequará a metodologia e estratégias a serem utilizadas. Outro aspecto que se deve levar em conta é a escola favorecer o envolvimento das famílias das crianças nos projetos de inclusão. É fundamental que a implantação dessas propostas envolva a participação da família. Portanto, é imprescindível, que haja uma diálogo entre os profissionais da escola e o projeto pedagógico da instituição com a família. Toda equipe escolarde tem que acreditar na inclusão, acreditar que é peça básica no processo e ser o defensor dessa proposta. Por enquanto, isso parece caminhar a passos bem lentos em grande parte do nosso país. O camimho é longo, porém possível. Com isso, a psicomotricidade estabeleci-se como uma prática educativa de valor preventivo e determinante para um bom desenvolvimento social e educacional da criança com deficiência. Simultaneamente aliada a outras áreas do conhecimento é vital na área da inclusão escolar, sabendo da sua eficácia e importância a psicomotricidade precisa ser investida na prática escolar. Pois seus resultados são satisfatórios. Admitindo no desenvolvimento e no potencial das crianças especiais é o primeiro passo realizar planejamentos envolvendo a prática corporal e dessa maneira, diminuir as desigualdades, facilitando a todos alcançarem um futuro promissor, tornando-os cidadãos, para desfrutarem de uma vida plena de realizações e dignidade. 3.3. O papel do professor na prática corporal

"O corpo é apropriado pela cultura. vai sendo cada vez mais suporte de signos sociais. como dizem é necessária a preparação do (do corpo) para o convívio em sociedade. é preciso aprender as regras sociais. começa a divisão. começa a educação." (Medina, 1990) .

Page 31: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

31

O professor necessita ter esse olhar, investigador, buscando novas perspectivas para sua prática, assim surgirão novas descobertas. A prática corporal sendo abordada por meio de uma práxis haverá harmonia entre corpo e mente. O educador tem papel indispensável,nesse processo, pois ao encontar novos caminhos para clarear sua rotina escolar, ele enriquecerá suas atividades favorecendo o movimento. Infelizmente a maioria dos professores exigem que seus alunos sejam submissos e conformados, evitando, dessa maneira, o movimento e a autonomia. As crianças devem ser criadas numa atmosfera sócio-moral na qual o respeito pelos outros seja contínuo,incluindo as relações com educador e os outros adultos. Onde o seu corpo possa aer expressão livre, bonita e clara. É necessário saber que a escola e o professor influenciem no crescimento moral da criança. Por isso não podem evitar a comunicação corporal e não podem assumir posições sobre regras e comporamento sobre o que é bom ou ruím, certo ou errado. O grande desafio é envolcer as crianças em projetos e ações nos quais elasconstruam suas relações com seu próprio corpo e com os dos seus colegas e conquiste progressivamente sua autonomia. Cabe ao professor investigador montar um planejamento elaborado em equipe, interdisciplinar assegurando uma ação educativa e efetiva. A psicomotricidade, como ciência da educação, procura educar o movimento ao mesmo tempo em que desenvolve as funções cognitivas considerando todos os aspectos emocionais. Para Assunção & Coelho (1997, p 108) “a psicomotricidade integra várias técnicas com as quais se pode trabalhar o corpo (todas as suas partes), relacionando-o com a afetividade, o pensamento e o nível de inteligência. Ela enfoca a unidade da educação dos movimentos, ao mesmo tempo que põe em jogo as funções intelectuais. As primeiras evidências de um desenvolvimento mental normal são manifestações puramente motoras.” (1997, p 108) O professor deve planejar diariamente suas atividades educacionais voltadas movimento corporal, pois eles estão profundamentes ligados à afetividade e expressão da criança, e devem ser usados para a inclusão das crianças entre si, com ambiente educacional e com a sociedade em se encontram inseridos. Os educadores devemos estar prontos à largar modelos de aprendizagens estabelecidos como norteador e ideais, na procura de uma educação que cogite a diversidade entre as pessoas como um aspecto, potencializador e enriquecedor um verdadeiro duelo no processo de ensinar e aprender. Como pesquisador, o professor deve ter aliados no seu importante papel na prática corporal. E por certo que a atividade lúdica é uma delas. A atividade lúdica é espontânea, pertence à dimensão do sonho, da fantasia e sensibilidade do mundo infantil consiste-se na atualidade e privilegia a criatividade, casualidade à criança anda em novas veredas, até então, poe elas desconhecidos. A criança tem a necessidade de sonhar, criar e como viver nesse mundo sem sonhos? Então, destacamos a urgência do professor assuma posição profissional educativa que valorize o lúdico, o brincar, o desejo do que entendemos pelo fazer pedagógico.

Page 32: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

32

A ludicidade devem estar presente em suas aulas, buscando resgatar os jogos e as brincadeiras da cultura infantil. A criança deve ser reconhecida com sujeito histórico. E como eu compreendo.'" tal sofre influências do meio sócio-cultural em que vive. Por esse motivo, o professor, de uma maneira lúdica deve ser o mediador entre as vivências corparais conhecidas dos alunos, e as novas possibilidades de linguagem corporal. Agir como componente facilitador de novas relações, ele estará auxiliando a criança a si ver como indivíduo inteiro inserido na sociedade. O professor não deve esquecer que os conteúdos precisam ter vida e para isso deve utilizar a ludicidade, jogos e brincadeiras para dar significação e utilidade na vida da criança. Pode-se citar um provérbio chinês que diz: " Se escuto eu esuqueço,se vejo eu lembro, se faço eu compreendo." Paulo Freire diz: Conteúdos que são retalhos da realidade desconectados da totalidade em que se engendram e em cuja visão ganhariam significação. A palavra, nestas dissertações, se esvazia da dimensão concreta que devia ter ou se transforma em palavra oca, em verbosidade alienada e alienante. Daí que seja mais som que significação e, assim, melhor seria não dizê-la(1987). Por tal motivo o educador, principalmente,deve vivenciar cada vez mais experiencias lúdicas e concretas e assim o conhecimento fluirá, serão asssimilados e finalmente internalizados. O papel do professor e muita inportância no âmbito educacional, ele irá explorar seus alunos, os grupos que estão formados ou se formando, suas expressões pelo movimento, criando suas próprias regrasnas brincadeiras e jogos, entendendo suas inspirações e pensando nas alternativas necessárias para vivenviá-las na escola. Um lado vital nesse processo de vivências e experiências é destacar as relações interpessoais que estabelecem na ação educativa, ou seja, da relação aluno e profesor e da relação aluno com os outros colegas. É relevante refletir que essas relações se concretizam com a aproximação de corpos, nessas situações, a comunicação é rica e diversificada. Ao falar da função do professor, seu perfil e desempenho devemos chamar atenção que ele deverá proporcionar atividades e atitudes de respeito mútuo, dignidade e despertar do trabalho corporal em seus alunos. O professor é o comunicador, msdiador facilitador, espelho, onde o referencial pe provocar aprendizagens com significaods incluída num contexto de qualidade de vida para a criança em proceso de apredizado. Porquanto ao falar de educação e da busca pelo conhecimento, o que se deve ter primeiro em mente é o corpo e suas possibilidades de movimento. Mas levando em conta, também, outros elementos como: a cultura corporal. O professor deve ser sempre o mediador ativo e presente no processo na construção do conhecimento. Desafiando seus alunos e assim superar os desafios propostos por ele. No contexto da Educação Física, os Parâmetros Curriculares Nacionais declara que: O processo de ensino e aprendizagem [...] não se restringe ao

simples exercício de certas habilidades e destrezas, mas sim de capacitar o indivíduo a refletir sobre suas possibilidades corporais e,com autonomia, exercê-las de

Page 33: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

33

maneira social e culturalmente significativa e adequada. Trata-se de compreender como o indivíduo utiliza suas habilidades e estilos pessoais dentro de linguagens e contextos sociais, pois um mesmo gesto adquire significados diferentes conforme a intenção de quem o realiza e a situação em que isso ocorre. [...] É necessário que o indivíduo conheça a natureza e as características de cada situação de ação corporal, como são socialmente construídas e valorizadas,para que possa organizar e utilizar sua motricidade na expressão de sentimentos e emoções de forma adequada e significativa(1997)

O educador precisa estimular a criança a sua criatividade e expressão, permitindo assim que ela se manifeste podendo então estabelecer o seu eu. É importante considerar que a criança começa a produzir o seu conhecimento por meio do seu corpo. Por isso o professor deverá ter habilidades e conhecimentos teóricos para perceber e intervir em situações que envolvam conflitos, promovendo intervenções que possam ser administradas de forma significativa e, possivelmente, benéfica para a turma. Esse professor é o facilitador do saber. E como tal deverá se conscientizar e assim deixar que seus educandos desenvolvam espontaneamente seus movimentos. Assim, ele estará promovendo o diálogo, deixando de ser o centro do processo ensino-aprendizagem, o detentor do saber e um mero repassador de conteúdos, transformando sua práxis numa relação interativa e dialética.

O desafio do educador é contribuir ativamente na mediação do conhecimento. A atuação do professor abarca grande responsabilidade, pois sua prática deverá ser coerente com os objetivos da escola, que giram em torno da aprendizagem relevante aos seus alunos, permiando as diversas áreas dos saberes. Dessa feita, é relevante destacar que o professor ao se comprometer com o seu papel na perspectiva de promover o movimento corporal dos seus alunos, também está contribuindo com a sua formação. Destacando, como grande aliado nesse exercício corporal o prazer e a ludicidade. Eles devem estar presentes em suas aulas, buscando resgatar os jogos e as brincadeiras da cultura infantil. Reconhecendo a criança como um sujeito ser historicamente construído e influenciado pelo seu meio sócio-cultural. Portanto a ludicidade deve ser o facilitador entre as experiências corporais já vividas pela criança, e as novas possibilidades da linguagem corporal. Ela deverá atuar como elemento facilitador para o estabelecimento de novas relações e a desconstruir o conceito de fragmentação do indivíduo, vendo-o como um ser integral inserido no seu contexto sócio-cultural.

Logo a minha pespectiva de análise devo citar Dhome:

"O desenvolvimento pessoal funda-se em um processo de auto descoberta,

Page 34: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

34

onde cada qual tende a tomar consciência do que sabe fazer e do que tem dificuldade, como pode potencializar aquilo que faz bem e conviver, ou diminuir, com afeitos daquilo que tem menos habilidades. O processo de comparação pode ser doloroso, porém é eficaz e, às vezes, inevitável. Porém, atividade lúdica pode compor este processo de comparação de forma agradável, divertida e em um clima de camaradagem. Quando a criança joga, ela percebe suas possibilidades e a dos companheiros." (DHOME, 2003).

Portanto, é vital que o educador não somente os conteúdos, mas também nas relações afetivas e usando atividades lúdicas envolvendo o corpo. A interação entre ambos é ainda importante para a adaptação do aluno no desenvolvimento escolar. Devendo ressaltar que o bom relacionamento do professor e aluno cresce na busca pelo desejo que a criança terá de si mesmo, de encontrar uma definição par sua vida. É a mola que atira para frente o desenvolvimento cognitivo. Querer saber, ter desejo de aprender, são condições para que a criança possa de fato adquirir conhecimento. Então, fica evidente a relevância que o educador tem para o conhecimento do corpo, por meio das emoções, sentimentos e da força motora do movimento e da transferência para o melhor desenvolvimento da criança.

Segundo Paulo Freire: “O bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento do pensamento. Sua aula é assim, um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas do seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas” (FREIRE, 1996) Logo a relação entre o professor e o aluno e o seu papel no desenvolvimento corporal é de grande importância. O educador faz a ponte entre o conhecimento que tem e o que deseja que seu aluno construa a partir de suas vivências. A criança nasce com potencial inclinada a aprender, precisando de motivação para aprender. Entra em cena o professor, motivador, o mediador do conhecimento. O seu papel é claro, motivar o conhecimento, o desejo por querer aprender. Sem esquecer que em muitas situações será necessário buscar o desenvolvimento de competências e mudando o seu comportamento. E integrado a um processo que provoca uma transformação qualitativa na estrutura mental daquele que aprende. É óbvio que o educador precisa estar atento se sua proposta de trabalho está sendo claramente compreendida por seus alunos, isso ajudará na organização e nas realizações das atividades diárias. É importante, também, esclarecer os recursos que serão usados pelo educador e assim deverá servir como base no desenvolvimento do aluno e no seu contexto social e corporal. Para Sonia Kramer, em seus estudos define que, o planejamento, por sua vez, contém as estratégias, situações e as atividades que serão feitas no dia a dia. Os recursos didáticos( jogos, livros de histórias, materiais de sucata, técnicas de artes, papéis, giz, quadro etc); são essenciais no ensino/aprendizagem, sabendo usá-los adequadamente(Kramer,1991.

Page 35: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

35

É importante observar que esses recursos servem apenas como guia, devendo ser introduzidas todas as motivações que se façam necessárias a fim de atender as necessidades da aprendizagem e às sucessivas descobertas da criança. Concluímos, nesse sentido, a união da equipe pedagógica diretor, supervisor, orientador e coordenador juntamente com a equipe docente é requisito básico para um ótimo trabalho. Essa integração pode ser viabilizada por: reuniões, com os professores e pais e responsáveis, reuniões mensais com toda a equipe escolar para a realização e levantamento do trabalho desenvolvido e discutir eventuais atividades pedagógicas extracurricular.

Sonia Kramer, em seus estudos define que,

o planejamento, por sua vez, contém as estratégias, situações e as atividades que serão feitas no dia a dia. Os recursos didáticos( jogos, livros de histórias, materiais de sucata, técnicas de artes, papéis, giz, quadro etc); são essenciais no ensino/aprendizagem, sabendo usá-los adequadamente(Kramer,1991.

É importante observar que esses recursos servem apenas como guia, devendo ser introduzidas todas as motivações que se façam necessárias a fim de atender as necessidades da aprendizagem e às sucessivas descobertas da criança.

Concluímos, nesse sentido, a união da equipe pedagógica diretor, supervisor, orientador e coordenador juntamente com a equipe docente é requisito básico para um ótimo trabalho. Essa integração pode ser viabilizada por: reuniões, com os professores e pais e responsáveis, reuniões mensais com toda a equipe escolar para a realização e levantamento do trabalho desenvolvido e discutir eventuais atividades pedagógicas extracurricular.

Page 36: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

36

CONCLUSÃO

Movimento é criamça, criança é movimento vinte quatro horas por dia, em tudo que fala, sente, pensa e faz. Como deixar uma ferrramenta o corpo de lado quando se trata especialmente de inclusão? Em outras palavras, a crianças especial é sujeito que necessita ser enxergado como um todo, nas sua possibilidades e não na deficiência que é portadora. Ela é um ser integral, com sua carga genética, sua história pessoal, instrumentos biológicos, sua próprias experiências, suas habilidades,s eus atributos e os fatores que compõem o meio em que vive, desde os elementos materiasis até os valores morais, numa iserção que valoriza também a existência do outro. O planeta Terra gira, a bola rola e a vida movimenta. Partindo dessa ideia, cabe às escolas e profissionais da educação favorecer o desabrochar da criança especial deixando-a à vontade oara conhecer o seu corpo e o que pode fazer com ele. Não se trata de técnicas e nem de fórmulas para superestimular a criança na aquisição motora e sim contribuir diariamente oferecendo meios para sua inclusão e o encontro para sua autonomia. Trata-se de compreender que as atividades motoras estão ligadas ao desenvolvimento celebral. Por isso, faz-se necessário adaptar o rítimo e a personalidade da criança a um mundo estimulador onde ela possa crescer feliz.. Conforme o referencial da educação infantil "O movimento é uma importante dimessão do desenvolvimento e da cultura". Tal afirmação nos faz refletir que a dimensão se movimenta desde a tenra idade,dentro do útero materno. Por isso é preciso haver mais interação entre o corpo e o mundo, pois o corpo fala através de gestos, posturas, expressões, sentimentos e emoções. O brincar, jogar, correr, saltar, imitar, criar rítimos e movimentos são maneiras de se relacionar com o meio físico, social e adquirir cultura. Daí a importância das escolas e educadores proporcionar um ambiente onde a criança com deficiência possa vencer seus limites com segurança, por meio de atividades lúdicas, estimulando a criatividade e acreditando no seu próprio potencial corporal. É certo qu e cabe ao professor intermediar o clima harmônico entre práticas educativas e o crescimento da motricidade da criança não esquecendo de oportunizar o contato com a cultura local em que se encontra. O ambiente escolar deve ter jogos com regras, brinquedos e brincadeiras que valorize as conquistas corporais, competições e relações com a turma e criança especial. Essa organização de ambiente propicia a inclusão, a descoberta e a exploração do movimento ajustado a uma prática que leva em conta as necessidades da crianç especial. A escola e o professor devem favorecer espaço rico cheio de atividades que explorem o desenvolvimento físico, afetivo, social e intelectual da criança. o professor deveacompanhar a criança na sua trajetória motora, pois havendo as possíveis dificuldades ele deve proporcionar mediação mediante um planejamento no qual a criança vença seus próprios reverses. Obviamente que não são exercícios de cobrir pontos exaustivos, repetitivos e descontextulizados que devem fazer parte do trabalho pedagógico do educador e sim situações educativas com a finalidade de promover o

Page 37: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

37

desenvolvimento amplo e integral da criança. A educação deve ter como base a psicomotricidade pois nela há todos os aprendizados,conteúdos, pré-escolares e escolares. Ela deve conscientizar a criança de que o seu corpo é a mola mestra para aprendizagem e a maneira de se comunicar com o mundo. Partindo desse prisma os resultados serão importantes no sucesso do rendimento escolar. Equivoca-se o professor que busca trabalhar com conceitos sem utilizar a capacidade que o movimento orgânico oferece na potencialização de exploração do mundo e consciência de si póprio pelas vivências que acontecem através do próprio corpo. Engana-se mais ainda quando o educador privilegia apenas o movimento como conteúdo de suas aulas, deixando de lado o registro das sensasões e impressões de qualquer vivência que tenham acontecido com a criança, estimulando as suas abstrações, uma vez que fazer é fundamental, mas fazer refletie é a capacidade humana vital. Falar, cantar, ler, escrever e movimentar-se ajudam as pessoas a organizarem como sentem as suas subjetividade. Negar a importância de uma dessas dimensões é mutilar o ser humano, uma vez que a dimensão de fazer é diferente da dimensão de falar, que é diferente da dimensão de dançar, que é diferente da dimensão de ler e que é diferente da dimensão de escrever. A qualidade de vida de cada indivíduo está ligada às condições de interação com o meio através de seu organismo. O movimento é, portanto, este indicador de outras posssibilidades de uma manutenção saudável de suas condições orgânicas, mas principalmente da consciência de suas sensações, sentimentos, sua revisão de passado e construção de suas contigências futuras. Certamente que não se pode parar no mero,movimento pelo movimento.Contido, por certo, movimentar-se em interação com o meio através de ferramentas educacionais é uma condição, um caminho, um tanto árduo, embora essencial no trabalho de inclusão de crianças com deficiência.

Page 38: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

38

BIBLIOGRAFIA

AJURIAGUERRA, J. Manual da Psiquiatria Infantil. Rio de Janeiro: Masson do Brasil, 1980.

ALMEIDA, Geraldo Peçanha. Teoria e prática em Psicomotricidade: jogos, atividades lúdicas, expressão corporal e brincadeiras infantis. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2006.

ARISTÓTELES, (384-322 a.C)

ASSUNÇÃO & Coelho (1997, p 108)

AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J. D.; HANESIAN, H. Psicologia educacional. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980.

BARRETO, 2002.

BATISTA, C. A. M., MANTOAN, T. E. M. A escola comum: seu compromisso educacional. In: Educação inclusiva: atendimento educacional especializado para deficiente mental. Brasília. MEC, SEESP; 2006.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Brasília: MEC/SEF, 1997. 130p.

COSTALLAT apud ISPE-GAE( 2007).

ESTEBAN, Levin (2004),

FREIRE, 1974.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17ª edição. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1987.

FONSECA, Vítor da. Psicomotricidade: psicologia e pedagogia. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

JACQUES, Chazand. Introdução à Psicomotricidade: síntese dos enfoques e dos métodos. Editora Manole,1984.

LAPIERRE, Anne. O adulto diante da criança. Palestra proferida no Centro Internacional de Análise Relacional – Ciar. Curitiba: 2005.

LE, Boulch. O desenvolvimento Psicomotor, do nascimento até 6 anos. Porto Alegre: Editora Artes Médicas,1982.

LEVITT, S. Habilidades básicas: guia para desenvolvimento de crianças com

Page 39: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

39

deficiência. Campinas: Papirus, 1997.

LIBANÊO, 1990

MATOS,1994.

MEDINA, 1990 .

MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. 2a ed. São Paulo: Martins Fontes, 1971

OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: Educação e reeducação um enfoque psicopedagógico. 3ªed. Rio de Janeiro: Vozes, 1999.

PIERRE, Vayer. O diálogo corporal. São Paulo, Editora Manole, 1994.

SALTINI, Cláudio. Afetividade Inteligência. Rio de Janeiro. RJ. Editora DPA, 2007.

SCHMIDT, R. A.; WRISBERG, C. A. Aprendizagem e performance motora. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.

SOUZA, p. 18, 2004.

VALENTIM, (p.29, 2004).

VAYER, P. A criança diante do mundo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.

VYGOTSKY,L,S. A Formação Social da Mente. São Paulo:Martins Fontes, 1988.

WALLON, Henri. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70, 1995.

WEIL, 1986.. DHOME,2013 FREIRE, 1974. KRAMER,1991. LIBANÊO, 1990 MATOS,1994. WEIL, 1986.

Page 40: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A minha filha querida Bárbara Borges que me incentivou muito. A todos os professores do curso, que foram importantes na minha vida

40

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

CONCEITUANDO A PSICOMOTRICIDADE 10

1.1 - Histórico da Psicomotricidade 10

1.2 – Conceitos de Psicomotricidade 12

1.3 - Esquema Corporal 16 CAPÍTULO II AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE NA APREDIZAGEM DE

CRIANÇAS ESPECIAIS 18

2.1. A Psicomotricidade na vida das crianças especiais 18 2.2. A psicomotricidade como recurso na educação especial20 2.3. Educação inclusiva e a psicomotricidade 22 CAPÍTULO III ATUAÇÃO DO PROFESSOR NA PRÁTICA CORPORAL 26 3.1. Prática Pedagógica Contextualizada 26 3.2. Prática corporal inclusiva 29 3.3. O papel do professor na prática corporal 31 CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 38

ÍNDICE 40