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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PROVA UM INSTRUMENTO DE PESQUISA OU DE AVALIAÇÃO
Por: Adriana Alcântara Bastos
Orientadora Professora Diva Nereida Marques Machado Maranhão
RIO DE JANEIRO
2007
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PROVA UM INSTRUMENTO DE PESQUISA OU DE AVALIAÇÃO
Monografia apresentada à Universidade Cândido Mendes, como condição prévia para a conclusão do curso de pós graduação “Lato Sensu” em docência do ensino superior, do projeto “A vez do mestre”, sob orientação da professora Diva Nereida.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu filho Yuri, pois é o
motivo da minha jornada acadêmica e o meu
maior incentivador.
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AGRADECIMENTOS
A Professora, Diva por me orientar na confecção deste trabalho.
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RESUMO
Na perspectiva da universidade cidadã, teremos na sala de aula um
professor mediador entre o sujeito e o objeto do conhecimento, trabalhando de
forma que, a partir dos conteúdos, dos conhecimentos apropriados pelos
alunos, estes possam compreender a realidade, atuar na sociedade em que
vivem e transformá-la. Assim, o conhecimento para o professor deixa de ter um
caráter estático e passa a ter um caráter significativo para o aluno.
Por conta de uma serie de reformas e mudanças que ocorreram na
educação nos últimos anos, se faz necessário pensar sobre os professores,
pois, para superarmos os limites de uma universidade tradicional, que não
queremos mais, será necessário investir continuamente na formação desse
educador, retomando e repensando seu papel diante dessa universidade
cidadã.
Nela, não caberá mais um professor conteudista, tecnicista, preocupado
somente com provas e notas, mas, sim, um professor mais humano, ético,
estético, justo, solidário, que se preocupe com a aprendizagem e a formação
do educando, ou seja, um docente que seja também um eterno aprendiz.
Quando um professor es percebe como um individuo em continua
aprendizagem ele muda sua relação que tem com o saber. Mas não é só isso:
ele precisa voltar a ser aluno para aprender a ensinar outra perspectiva.
Quando o professor tem experiência de se inter-relacionar com as diversas
formas de linguagem ele muda seu jeito de ensinar. Isso serve para qualquer
disciplina e em qualquer lugar.
Ser um “jovem professor” não pressupõe possuir esta ou aquela idade,
mas, antes, aceitar-se como um eterno aprendiz, que leva para sala de aula
não a arrogância da transmissão de informações, mas a extrema dignidade de
saber tomá-las instrumentos da transformação de conceitos em conhecimento.
É apenas uma questão de querer.
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SUMÁRIO INTRODUÇÃO 7
CAPÍTULO I 9
Profissional da Educação
CAPÍTULO II 15
Elaboração de provas
CAPÍTULO III 28
Multipla escolha
CAPÍTULO IV 33
DISCURSIVA
CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA 36
ANEXOS 37
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INTRODUÇÃO
"A pedagogia do oprimido, como pedagogia
humanista e libertadora, terá dois momentos distintos. O primeiro, em que os
oprimidos vão desvelando o mundo da opressão e vão comprometendo-se,
na práxis, com a sua transformação; o segundo, em que, transformada a
realidade opressora, esta pedagogia deixa de ser do oprimido e passa a ser
a pedagogia dos homens em processo de permanente libertação" Paulo
Freire (1975, p. 44).
Muito se tem escrito a respeito da avaliação da aprendizagem. Sobre
prova escrita, este trabalho visa ajudar o professor na prática do dia-a-dia,
tendo por base o pensamento: Não é acabando com a prova oral ou escrita
que melhoraremos o processo de avaliação da aprendizagem, mas
ressignificando o instrumento e elaborando-o dentro de uma nova perspectiva
pedagógica.
Como operacionar uma aula com sucesso e como avaliar com eficácia e
eficiência. Nesta atividade, sentimos a ansiedade dos educadores por constatar
críticas de alguns acadêmicos contra as provas utilizadas como instrumento de
avaliação. A perplexidade dos professores é manifesta, tendo em vista que não
lhes é oferecida uma alternativa razoável e culturalmente contextualizada para
substituir as tradicionais provas no processo avaliativo. São, a esses
professores que dirigimos nosso trabalho.
Avaliar a aprendizagem está profundamente relacionado com o processo
do ensino e, portanto, deve ser conduzido como mais um momento em que o
aluno aprende. Pode se tornar um momento privilegiado, porque diante de tudo
o que a tradição vem associando à prova, o aluno coloca suas energias em
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busca de sucesso, normalmente associadas a uma boa nota. Se essa é a
cultura estabelecida, por que não aproveitá-la e transformar a avaliação em
mais um momento de construção de conhecimento? Nossa experiência mostra
que muitos professores transformam as provas na "hora do acerto de contas"
com seus alunos, reagindo desta forma ao desinteresse pelas aulas, à
indisciplina, à falta de estudo, à alienação escolar.
O caminho para a mudança nos parece outro. O primeiro passo para a
transformação é dar ao processo de avaliação um novo sentido, isto é,
transformá-lo em oportunidade para o aluno ler, refletir, relacionar, operar
mentalmente e demonstrar que tem recursos para abordar situações
complexas. Em síntese, o aluno deverá demonstrar ter adquirido competência
como estudante.
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CAPÍTULO I
Profissional da educação
1.1 O professor competente
A título de aplicação do conceito de competência neste trabalho
desenvolvido, analisemos as características de um professor competente, em
duas situações complexas: ao operacionalizar uma aula e ao avaliar seus
alunos.
1.2 O professor competente no ensinar
Conhecer o conteúdo da disciplina significa, em primeiro lugar, identificar
os assuntos relevantes, tendo em vista o contexto dos seus alunos. Assim, o
professor necessita contínuo estudo de sua disciplina, tanto do ponto de vista
de conteúdos conceituais como dos processos de ensino. Além disso, o
professor precisa estabelecer relações significativas entre sua disciplina e
outras da mesma área do saber.
1.3 Tem habilidade no ensinar
Ter habilidade é saber fazer. No caso do professor é saber administrar
uma aula, que chamamos de ensinar.
Vários fatores estão ligados ao saber ensinar, entre eles destacamos
escolher estratégias adequadas para os alunos, isto é, as características
psicossociais e cognitivas. Sobre tudo, saber dar uma aula com competência,
dentro da visão construtivista sociointeracionista é saber utilizar
constantemente o método dialético no processo de interação.
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1.4 Identifica valores culturais ligados ao ensinar
Esses valores (ou desvalores!?) constituem elementos de um paradigma
de escola que se estabeleceu ao longo dos tempos, num determinado contexto
cultural. Por exemplo, está bastante em voga a concepção de alguns pais: “Eu
pago a escola e ela que resolva o problema de meu filho”. Essa transferência
de componente familiar na educação dos filhos é prejudicial e o professor deve
administrar suas conseqüências em aula, como a indisciplina, uma certa
alienação dos alunos, uma carência tanto afetiva como de autoridade. Outro
elemento que o professor enfrenta é a concorrência dos meios de
comunicação. Muitas vezes o professor tem que ensinar o corpo humano
usando como recursos o quadro, o giz ou um pincel anatômico, e a linguagem,
enquanto a TV apresenta o mesmo estudo com recursos de computação
gráfica ou de imagens deslumbrantes. Pense em outros tantos valores e
desvalores que o professor tem de enfrentar ao ministrar uma aula. Identificar
esses elementos e saber como utilizá-los é um recurso que o professor
competente deve ter disponível para abordar a situação complexa de ensinar.
1.5 Utiliza linguagem pertinente
Conhecer e dominar a linguagem são recursos que caracterizam o
professor competente no ensinar. Uma linguagem adequada permite ao
professor facilitar a construção de relações significativas por parte do aluno. A
utilização de linguagem adequada favorece também a identificação dos
sentidos das palavras em diferentes contextos. Por exemplo, quando o
professor disser aos alunos: “Vamos todos para a área coberta”, ele deve saber
que este conceito de área é do senso comum e não o da matemática, segundo
o qual a área é medida de uma superfície. Assim, a frase do professor, para ser
correta deveria ser: “Vamos todos para a superfície coberta”.
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1.6 Administra as emoções
A sala de aula é um local onde afloram continuamente as emoções dos
alunos e dos professores. Sentimentos de empolgação, de rejeição, de medo,
de indiferença, de amor, de ira, de culpa, entre outros, se misturam
continuamente no processo interativo entre os atores sociais presentes no
contexto escolar. Ser capaz de administrar este mundo de emoções, sem
precisar apelar para a punição, à disciplina férrea ou para o autoritarismo é um
dos recursos que o professor precisa ter disponíveis para enfrentar essa
situação complexa do ensinar. Ser capaz de estabelecer limites para os alunos,
sem apelar para a imposição, é o diferencial entre o professor competente e os
“outros” professores.
Outra situação complexa na vida do professor é avaliar a aprendizagem.
Um professor é competente quando ele dispõe dos recursos necessários para
abordá-la.
1.7 O professor competente no avaliar a aprendizagem
Sabe que a prova é um momento privilegiado de estudo e não um acerto
de contas.
O conhecimento dos diferentes instrumentos para avaliação e da melhor
forma de utilizá-los é um dos recursos de que o professor competente deve
dispor. Este conhecimento está ligado à convicção de que a avaliação não
deve servir de instrumento de pressão para manter a disciplina em aula ou de
fazer o aluno estudar.
1.8 Elabora bem as questões das provas
A habilidade de elaborar bem as provas é outro recurso que o professor
competente precisa ter para enfrentar a situação. Elaborar bem é saber
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contextualizar de acordo com os objetivos estabelecidos, perguntar de forma
clara e precisa, questionar apenas conteúdos relevantes e não colocar “pegas”
para derrubar o aluno.
1.9 Administra valores culturais ligados à avaliação
Ao longo dos anos, diversos mitos foram sendo construídos em torno do
conceito de avaliação. “Quem não cola não sai da escola”, por exemplo, levou
muitos alunos a julgarem natural o colar nas provas. “Prova, a hora do acerto
de contas”, foi uma idéia que levou professores a utilizarem este instrumento
de avaliação como forma de controlar a disciplina e dominar os alunos “mais
rebeldes”. O professor para ser competente precisa dispor de mais este
recurso para abordar essa situação complexa, isto é, elaborar uma prova.
Outro valor cultural que o professor precisa administrar no momento da
avaliação é o conceito de prova desenvolvida pelos alunos ao longo dos anos,
conceito este sintetizado nas palavras de Paulo Ronca (Ronca, 1991):
“Só se estuda se tiver prova”.
Só se estuda para prova.
Só se estuda se cair na prova.
Só se estuda o que cair na prova.”
1.10 Utiliza linguagem clara e precisa para o comando das
questões
Possivelmente o recurso da linguagem é um dos fundamentos como indicador
de competência do professor no que se refere à situação complexa de avaliar a
aprendizagem. Assim, se um professor perguntar: ‘Quais as principais
características de seu professor?”, o aluno ficaria em dúvida na resposta, pois
não houve definição quanto às características (físicas, psicológicas, intelectuais
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ou emocionais). Além disso, quais é uma palavra imprecisa, pois se a questão
for: “Quais as principais características físicas de seu professor?”, fica a
imprecisão, deveriam ser citadas três, cinco, oito, ou mais? Qual seria o critério
do professor para a correção? O que poderia parecer uma característica
“principal” para um aluno (o professor tem uma pinta escura na orelha
esquerda) pode ser absolutamente secundária para outro aluno. Quem definiria
o “ser principal”?
1.11 Cria ambiente favorável ao controle das emoções
Todo professor sabe que o momento da avaliação é aquele em que as
emoções do aluno entram em ebulição. Nele se misturam sentimentos de
ansiedade, medo, angústia, alegria, tensão, estresse etc. Todos sabemos da
frase de muitos alunos: “Professor, eu sabia tudo, eu estudei tudo, mas na hora
da prova fiquei nervoso e deu branco”. A expressão parece significar apagou
tudo de minha memória, em virtude de meu estado emocional. Por esta razão,
o professor competente para enfrentar a situação complexa de avaliar a
aprendizagem de seus alunos é aquele que dispõe de recursos capazes de
criar condições para que o aluno se sinta tranqüilo e sem estresse no momento
da avaliação (não importa se escrita ou se oral).
À guisa de conclusão queremos ressaltar que os conceitos de
competência por nós propostos estão ligados às diversas situações complexas
que podemos identificar. São elas que determinam os recursos necessários
para a abordagem e a solução. Não cabe então, a nosso ver listar
competências e habilidades, que depois serão utilizadas em situações
complexas que se apresentem. Por isso chamamos atenção para duas
sentenças: “Ensino por competências” e “Ensino para competências”.
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1.12 Sabendo perguntar
Dominar a arte de perguntar é, talvez, uma das competências mais
importantes do professor: Uma razão nos parece fundamental: uma boa
pergunta possibilita uma boa resposta. Como saber o que o aluno pensa e
quais são suas concepções prévias é o primeiro passo para a apropriação do
conhecimento pelo aluno, a arte de perguntar com clareza e precisão precisa
ser desenvolvida pelo professor para chegar à estrutura conceitual dos alunos.
Neste ponto é preciso lembrar que a palavra não tem sentido em si
mesmo, mas o sentido é sempre dado pelo contexto em que são utilizadas.
Assim, quando um professor elabora uma pergunta ele o fará dentro do
contexto de seus conhecimentos, que provavelmente não será o mesmo do
contexto dos alunos que receberão a mensagem.
Normalmente o professor faz perguntas e pressupõe que o aluno
responderá dentro do contexto que ele está falando. Certo! Mas é preciso
lembrar que o período da escola é um período de desenvolvimento intelectual
do aluno em que ele precisa se preparar para entender linguagens em
contextos os mais diversos, por isso afirmamos que na escola é preciso que o
professor se esforce por fazer sempre perguntas que contenham palavras de
comando capazes de provocar respostas amplas, claras e precisas.
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CAPÍTULO II
Elaboração de prova
2.1 Diretrizes para elaboração:
A qualidade de informação a ser levantada por meio da avaliação no
ENC depende da qualidade das provas que, por sua vez, depende de se
considerar as orientações gerais para a elaboração das questões.
2.2 Concepção das provas
Para a elaboração das provas do ENC, nas perspectivas de um processo
educativo, devem-se considerar as concepções que norteiam as ações
desenvolvidas nessa avaliação.
A concepção das provas pressupõe especificidades quanto aos objetivos
e à modalidade da avaliação, além das diretrizes estabelecidas para esse
Exame.
2.3 Objetivo da avaliação
Como em qualquer processo de avaliação de desempenho, na avaliação
em larga escala, uma referência imediata a se considerar na construção do
instrumento trata dos objetivos que se pretende alcançar.
É imprescindível, ao elaborar as provas, ter como primeiro passo o
conhecimento do objetivo geral do ENC que é o de avaliar cursos de
graduação de IES, por meio da avaliação do desempenho dos seus
graduandos, tendo em vista promover a qualidade do ensino de graduação no
País.
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Ao lado do objetivo geral, é necessário atentar para os objetivos de cada
área, especificamente; ou seja, verificar aqueles que foram estabelecidos pelas
Comissões de Avaliação de Cursos, para a avaliação em cada área,
constantes de Portaria Ministerial publicada no início de cada ano.
Entende-se que a avaliação deve trazer conseqüências positivas sobre a
qualidade do sistema de ensino da graduação no País, sobre o ensino nas
instituições e para os alunos e a sociedade em geral.
Para tanto, e evidentemente, deve-se ter em conta o dado de realidade,
isto é, a prova deve ser elaborada considerando as reais condições das
escolas brasileiras de educação superior, sua história, seu desenvolvimento,
sua expansão, e, nesse contexto, suas características de ensino, corpo
docente e técnico-administrativo e de instalações e equipamentos.
2.4 Modalidade da avaliação
O ENC, em caráter nacional, abrange o universo dos alunos em
condições acadêmicas de conclusão do nível de graduação,
independentemente do regime de execução curricular que tenha sido dotado
nos diferentes cursos, da instituição a que o curso esteja vinculado (pública ou
privada); Universidade, Centro Universitário, Faculdade Integrada, (Faculdade
ou Instituto Superior), e de sua localização geográfica (município, unidade
federada ou região).
Como uma avaliação em larga escala, é fundamental a abordagem da
prova e questões em termos de universalidade. O entendimento do que é
proposto na prova para o examinando resolver não pode depender de
contextos particulares do processo de ensino-aprendizagem ou de experiências
de aprendizagem específicas desenvolvidas por este ou aquele professor,
nesta ou naquela instituição, com uma ou outra referência bibliográfica
desconhecida pela maioria.
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2.5 Diretrizes do ENC
As provas devem atender rigorosamente às diretrizes do exame do ENC
são: objetivos do exame, perfil do graduando, habilidades e conteúdos a serem
avaliados, formatos da prova, definidas em cada área pelas respectivas
Comissões de Avaliação de cursos e publicadas anualmente por portaria
ministerial.
Ao estruturar e construir as provas é preciso compreender o significado
dos tipos de questões, a ordem da disposição das partes (múltipla escolha e
discursiva) na prova e o peso de cada parte, que também são definidos pelas
comissões de Avaliação de Curso e constam de recomendações específicas
para a elaboração das provas.
Ao estruturar e construir as provas é preciso compreender o significado
dos tipos de questões, dos números de questões, dos pesos estabelecidos, em
razão da proposta pedagógica subjacente às diretrizes do Exame.
2.6 Construção das provas
No processo de construção das provas impõe-se considerar, além das
referências teóricometodológicas, objetivos e modalidades da avaliação e
diretrizes do ENC, as orientações e procedimentos básicos comuns a todas as
provas, apresentados a seguir.
2.7 Planejamento com base em tabela de especificação
No processo de planejamento das provas, é indispensável à construção
da Tabela de Especificação, para que as várias dimensões do rendimento
sejam proporcionalmente contempladas.
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Tabela de especificação é uma matriz de dupla entrada em que se
relacionam os conteúdos, nas linhas e as habilidades a serem aferidas, nas
colunas ou vice-versa, para um primeiro mapeamento da distribuição das
questões que deverão compor a prova. No cruzamento das linhas e colunas
registram-se, nas células, os números das questões, contemplando a relação
habilidade/conteúdo que melhor atende à concepção da prova.
A partir daí é que se elaboram as questões, que devem ser em número
maior do que o estipulado em cada célula. No processo de sucessivas revisões
das questões são definidas ou selecionadas aquelas que deverão compor a
versão final da prova. Neste processo, as questões que originalmente são
elaboradas por um membro da banca devem ser submetidas aos demais, para
serem questionadas e aprimoradas, de modo que a versão final de cada
questão seja produto de elaboração da banca e não de um de seus membros.
Além de se considerar na tabela de especificação as habilidades
definidas pelas Comissões, o desenho da tabela deve expressar uma
concepção de prova em que as questões verifiquem, sobretudo, habilidades
básicas como raciocínio lógico, análise crítica e utilização dos conhecimentos
adquiridos na interpretação e resolução de problemas e/ou situações e não
somente conteúdos.
2.8 Características das provas
As características relacionadas a seguir devem estar presentes em
todas as provas.
2.9 Exercícios significativo e agradável para o graduando
Para que as provas sejam significativas, dois pontos são fundamentais.
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O primeiro impacto do graduando ao ler as questões deve ser o de que
os assuntos abordados são de seu conhecimento, não necessariamente as
respostas; ou seja, o graduando deve reconhecer as questões propostas têm
relação com o que foi trabalhado em algum momento do seu curso.
Para compor uma prova significativa e agradável, os conteúdos
abordados devem ser familiares aos examinados, de modo que, à primeira
vista, eles percebam que a sua resolução é possível. Assim, as questões
devem ser referentes a situações compatíveis com a vivência do graduando.
Outro ponto é que as questões devem ser formuladas de tal maneira que
ele sinta interesse em respondê-las, que desperte a sua motivação para a
leitura e resolução da prova. A leitura da prova deve ser agradável. Não se
deve incluir questões longas e desnecessariamente complicadas na sua
propositura.
Particularmente, as primeiras questões devem provocar o ânimo para
dar início à resolução da prova: Mais fáceis e mais atraentes.
Em suma, a resolução da prova deve consistir em um exercício
significativo para o graduando.
2.10 Texto orgânico
A composição das questões – seleção e ordenação – devem visar à
constituição de um texto.
Uma prova não pode ser constituída de um aglomerado e justa posição
de questões isoladas, sem qualquer relação entre elas. As questões na prova
devem ser organizadas seqüencialmente e ordenadas segundo uma
instrumentação lógica, tendo como referência o conteúdo abordado nas
questões e considerando a sua forma.
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Um critério para a ordenação das questões, em provas em que utilizam
questões de complementação múltipla e asserção-razão, é agrupá-las sob a
mesma instrução e mesma chave de respostas. Esse procedimento
proporciona economia de tempo para a leitura das instruções, permitindo o
examinando concentrar-se na compreensão e resolução da questão e não nas
mudanças de instruções, além de reduzir a extensão da prova.
Para o graduando, o exercício da leitura e resolução das questões da
prova deve fluir, considerando as suas estruturas cognitivas, sem causar
rupturas na lógica do seu pensamento, na passagem de uma questão para a
seguinte, do início ao final da prova.
2.11 Exeqüibilidade no tempo disponível para resolução
As provas devem ser adequadas para resolução dentro do tempo
disponível para a realização, que é de quatro horas. Questões de múltipla
escolha com cinco alternativas. Deve-se considerar que as questões de
múltipla escolha, o tempo gasto é de um a três minutos por questão, em média
dependendo da sua extensão, da sua complexidade e da natureza do material:
Verbal ou quantitativo, que envolve cálculo.
Para estimular o tempo necessário para a resolução das questões
discursivas da prova, sugere-se o seguinte procedimento: (a) responder cada
uma de modo completo e adequado, registrando-se o tempo despendido; (b)
tomar como estimativa o valor encontrado multiplicado por quatro.
2.12 Características das questões
No processo de construção das questões, além de considerar as
referências teóricometodológicas, os objetivos e modalidade da avaliação, as
diretrizes do ENC, e as orientações e procedimentos básicos comuns a todas
as provas, as questões devem apresentar as características, a seguir.
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2.13 Relevância
As questões são relevantes quando são criteriosamente elaboradas e
selecionadas em relação às habilidades/conteúdos previstos, avaliando o que é
importante e não secundário. As questões devem abordar apenas os aspectos
fundamentais dos conteúdos e conceitos envolvidos. Abordar elementos
específicos, informações isoladas, conhecimentos pontuais e assuntos
irrelevantes nas questões que anulam a possibilidade de levantar a informação
pretendida na avaliação.
As boas questões de múltipla escolha são concebidas e bem elaboradas
para o examinando demonstrar criatividade, pensamento crítico ou outro
desempenho original, ao escolher a sua resposta entre as alternativas
apresentadas. Questões de múltipla escolha bem concebidas e bem
elaboradas.
As boas questões discursivas também são concebias e elaboradas para
o examinando demonstrar pensamento crítico e original no desenvolvimento da
resposta. Questões discursivas bem concebida e bem elaborada não podem
ser respondidas com base apenas na memorização.
O que uma questão avalia depende mais do que se propõe avaliar,
portanto de quem a elabora, do que do tipo da questão; depende mais do que
se propõe na questão do que do modo como o examinando responde.
2.14 Especificidade
As questões das provas devem ser concebidas de acorda com a
especificidade da área e nível de ensino avaliado, de modo que não
possam simplesmente ser respondida com base em conhecimentos gerais.
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As questões das provas devem exigir competência específica no campo
específico da área do Exame.
Uma questão discursiva tem especificidade se um bom leitor, inteligente,
atualizado e culto, que não domine o conteúdo do Exame, não consegue
delinear qualquer aproximação da resposta correta. Se se trata de uma
questão de múltipla escolha, não consegue resolvê-la; e numa prova composta
por esse tipo de questão, obtêm uma pontuação próxima do acerto ao acaso.
Explicando melhor: em questões discursivas que pretendem avaliar a
habilidade de argumentação ou raciocínio lógico, relativamente a um
determinado conhecimento, o examinando pode camuflar a resposta pelo
talento na expressão escrita, e o corretor pode falhar na aplicação do critério de
correção, cometendo-se, um equívoco na avaliação da especificidade inerente
a questão.
Na elaboração das questões, para assegurar a sua especificidade, deve-
se recorrer à literatura especifica e fortemente recomendada na área. A
propósito, em cada prova é necessário relacionar a bibliografia consultada na
sua elaboração, para eventual utilização dessas fontes ou solicitação do Inep,
conforme previsto no Documento Básico de Licitação para o ENC.
2.15 Objetividade
As questões das provas, para atenderem à característica de objetividade,
devem ser claras, com frases bem estruturadas e palavras de significados
preciso, apresentar todas as condições e qualificações necessárias para que
haja uma e apenas uma resposta correta; e as respostas devem ser bem
delimitadas.
A questão de múltipla escolha tem objetividade se especialistas da área
escolherem a mesma alternativa de resposta considerada correta – a do
23 gabarito. A questão discursiva tem objetividade se esses especialistas derem
essencialmente a mesma resposta, estabelecida na resposta-padrão da chave
de correção.
2.16 Propriedade do conteúdo
As questões das provas devem primar pela correção do conteúdo
abordado, tendo como parâmetro o rigor do conhecimento cientifico, em que
tenha fundamentação em bibliografia atual e considerada básica na área.
Em hipótese alguma se pode partir de premissas falsas ou de textos,
fórmulas, ou qualquer outro tipo de informação com erro conceitual no
enunciado, tanto nas questões de múltipla escolha, como nas discursivas.
Acrescente-se que, em hipótese alguma nas questões de múltipla escolha
pode ser tratado tema considerado controverso para especialistas da área, seja
em enunciados, seja nas alternativas.
As questões também não devem abordar temas tratados de maneira
diversa por diferentes correntes teóricas ou filosóficas, a menos que essa
diversidade esteja explicitada no enunciado da questão e considerada na
correção.
2.17 Originalidade
Ineditismo aqui se refere à concepção ou formulação da questão, ou
seja, a questão não deve ter sido publicada anteriormente e nem aplicada em
nenhuma situação de ensino ou de avaliação. Na categoria de questão inédita
não se pode aceitar as que resultam de modificações superficiais em questões
já publicadas.
2.18 Abordagem interdisciplinar
Para que uma questão tenha abordagem interdisciplinar, um bom cainho
é construí-la a partir de uma situação, caso, problema, etc. – com foco na
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habilidade e na relação de conhecimentos que podem ser requeridos para
respondê-la -, para verificar a capacidade de obtenção de soluções baseadas
em análises globais, considerando os múltiplos aspectos envolvidos na
identificação de alternativas mais favoráveis.
2.19 Contextualização
As questões devem ser contextualizadas, sempre que a sua abordagem
assim o exigir. A contextualização deve ser entendida como parte integrante da
questão. Contexto, nesse caso, significa informações ou dados – elementos
pertinentes e necessários – introduzidos para compor ou dar sentido ao
enunciado, com vistas à melhor compreensão do problema a ser resolvido, e,
em certos casos, para a sua resolução.
2.20 Abordagem do cotidiano
Questões que abordam situações alheias ao cotidiano do graduando
podem não ser interessantes ou atrativas, ou não ser adequadamente
respondidas, ainda que sejam tecnicamente bem elaboradas.
Questões que abordam problemas reais é concretos da prática
profissional, enfocando temas atuais, tornam-se significativas e vão ao
encontro das diretrizes de todas as áreas do ENC.
2.21 Abordagem universal
Dentre os procedimentos a serem adotados na construção de questões,
que atendam ao critério de universalidade, recomenda-se utilizar a bibliografia
básica comum aos diferentes cursos como fonte para a sua formulação,
empregar termos técnicos e conceitos científicos, ou recorrer a relatos de
situações e casos que sejam do cotidiano na área profissional em geral.
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2.22 Transigência quanto às relações étnico-culturais
Entende-se que a atitude de intransigência nas relações étnico-culturais
significa, de fato, ocultação de posicionamento sóciopolítico e não se pode
admiti-la no processo de ensino-aprendizagem e em materiais e avaliações
educacionais.
2.23 Redação clara e concisa
A atenção e o empenho do graduando para compreender e resolver uma
questão devem ser prioritariamente direcionados para a resolução para que é
proposto. Não podem ser desviadas em decorrência de imprecisões de
linguagem, redações de construção complicada, ou pela linguagem prolixa, que
resulta em extensão desproporcional, sem propósito na questão.
Questões sucintas propiciam ao examinando mais tempo para a leitura
crítica e resolução de cada questão e tornam-se menos cansativas.
2.24 Inclusão de tabelas, fórmulas, figuras, fotos, gráficos,
ilustrações, textos...
Esses elementos devem ser completos, os suficientes e necessários,
para resolver o problema proposto ou para a análise que pede a questão. Além
disso, devem ter correção técnica ou científica. Nesse caso, deve-se recorrer a
fontes fidedignas. O uso de fotos, figuras, tabelas, etc. Em questões, requer
também o cuidado quanto à nitidez e legibilidade de todos os detalhes e ao
mesmo tempo, com tamanho ou extensão, ou seja, proporcional idade do
espaço que ocupa na questão. As tabelas, figuras, mapas, fotos, textos,
segmentos de textos utilizados nas questões devem estar referenciados, de
acordo com as normas da ABNT.
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2.25 Consideração com o uso de material na aplicação da
prova
Resolver uma prova com ou sem consulta tem diferença; e na
elaboração das questões deve-se ter em conta esse fator. É preciso cuidado
para não propor questões cuja resposta pode ser encontrada diretamente em
material de consulta que comprometa a aferição da habilidade que se pretende
avaliar.
2.26 Poder de discriminação
Para se obter informação de qualidade por meio da avaliação, as
questões da prova devem ser discriminativas. Isto significa que os
examinandos que apresentam melhor desempenho na prova devem ser mais
bem–sucedidos, em cada questão, do que aqueles que apresentam
desempenho mais fraco.
O índice de discriminação de uma questão é calculado com os
resultados da aplicação da prova, mais as questões devem ser elaboradas
tendo em vista alcançar bons índices de discriminação. Questões com índice
médio de facilidade, em geral, apresentam bons índices de discriminação.
Alguns cuidados importantes devem ser tomados na construção das
questões para discriminem bem os diferentes níveis de desempenho dos
graduandos:
• Atender rigorosamente às recomendações técnicas para a elaboração
das questões comumente resulta em baixos índices de discriminação ou
em discriminação negativa.
• Não elaborar questões extremamente fáceis, nem extremamente difíceis
– questões que a maioria acerta ou a maioria erra, não discriminam;
27 • Escolher habilidades/tópicos/idéias, para desenvolver as questões, que
muito possa veemente resultarão em bons índices de discriminação;
• Redigir os enunciados e as alternativas, em questões de múltipla
escolha, de tal maneira que possibilitem verificar diferenças de
desempenho na prova, entre os bons examinados e os mais fracos.
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CAPÍTULO III
Múltipla escolha
3.1 Diretrizes de questões de múltipla escolha
A maioria das provas do ENC adota questões de múltipla escolha, que
são um tipo de questão objetiva.
Questão objetiva é aquela em que o examinado, basicamente,
reconhece e assinala a resposta correta entre as apresentadas. Os formatos
mais conhecidos são: múltipla escolha, falso verdadeiro, associação,
ordenação, resposta curta e lacuna, que variam entre si quanto ao mérito e
aplicabilidade em situações do processo de ensino-aprendizagem e níveis de
ensino.
As questões de múltipla escolha são consideradas como o tipo mais
amplamente utilizado, mais confiável e válido das questões objetivas. São
também as que podem alcançar maior poder de discriminação.
Em provas de questões de múltipla escolha, assim como de outros tipos
de questões objetivas, o número de questões é um fator importante a ser
considerado para se garantir a qualidade do instrumento. Quanto mais
abrangentes as habilidades e os conteúdos a serem avaliados, que é o caso do
ENC, maior deve ser o número de questões a compor a prova para garantir a
validade do instrumento. Numa prova bem elaborada quanto à qualidade
técnica e pedagógica das questões, quanto maior o número de questões, maior
será a confiabilidade dos seus resultados.
Recomenda-se o mínimo que 40 questões de múltipla escolha para as
provas do ENC.
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3.2 Formas de questões de múltipla escolha
Questões de múltipla escolha podem ser estruturadas de várias formas,
sendo que as mais comumente adotadas em avaliação de processo de ensino-
aprendizagem são: complementação simples, resposta única, interpretação,
resposta múltipla, asserção-razão.
Basicamente uma questão de múltipla escolha tem um enunciado
seguido de alternativas. No ENC, são cinco alternativas. O enunciado é
também chamado de raiz ou suporte da questão; e as alternativas são
chamadas também de opções de resposta, sendo que as incorretas
denominam-se distratores.
3.3 Complementação Simples e de Resposta Única
A múltipla escolha de complementação simples, também chamada de
afirmação incompleta, e a de resposta única consistem nas formas mais
comuns e têm quase a mesma estrutura: o enunciado deve ser redigido em
forma de frase incompleta ou de pergunta e as alternativas devem responder à
pergunta ou completar a frase proposta.
Não há preferência por uma forma ou outra; ambas são igualmente
válidas; e a opção é determinada pela facilidade, simplicidade e clareza na
redação.
A questão de complementação simples pode levar à incoerência das
alternativas com o enunciado, limitando a pausabilidade dos distratores, à
medida que vão sendo construídas. A questão de resposta única favorece a
construção de alternativas com homogeneidade.
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3.4 Interpretação
A questão de múltipla escolha de interpretação é formulada a partir de
uma situação estímulo que compõe o enunciado. A situação-estímulo faz parte
do problema e a partir dela o examinando organiza as idéias, dados ou
informações para resolvê-lo. Portanto, o examinando utiliza as informações
contidas na situação-estímulo: texto, caso, tabela, quadro, diagrama gráfico,
figura, mapa ou ilustração que devem ser extraídos de fonte fidedigna, com as
devidas referências.
A questão de interpretação pode estruturar-se como frase incompleta ou
pergunta. As alternativas devem responder à pergunta ou completar a frase
proposta no enunciado, de forma clara e precisa, cuidado da plausibilidade dos
distratores.
A situação-estímulo selecionada deve ser coerente com as
habilidades/conteúdos a serem avaliados na questão e a sua exploração deve
ser relevante, válida, pertinente e adequada, tomando-se cuidados especiais
com o tamanho, forma e composição desse material que deve ser legível para
não comprometer a qualidade da questão.
3.5 Resposta múltipla
A questão de múltipla escolha na forma de resposta múltipla é também
conhecida como complementação múltipla ou múltipla escolha complexa.
A composição desse tipo de questão consiste de três ou quatro
afirmações, relacionadas com o tema explicitando no enunciado e de uma
chave de resposta onde são representadas as alternativas de resposta,
propriamente ditas, sendo que em cada uma delas consta qual(is)
afirmação(ões) dentre as apresentadas é (são) verdadeira(s), em relação à
proposta da questão.
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O uso de questões de múltipla escolha de resposta múltipla deve ser
com parcimônia, porque seu formato é mais complexo e menos familiar para os
examinandos, em geral. No máximo 10% do total de questões da prova
poderão apresentar essa forma de construção, a menos que seja
explicitamente definido em contrário pela respectiva Comissão de Avaliação de
Curso.
a) As alternativas não devem ser mutuamente exclusivas.
b) Afirmações verdadeiras não devem ser tornadas falsas pela inserção
da palavra não, pelo uso do prefixo in no verbo, ou por outros artifícios
similares, porque tendem a revelar que são falsas, e evita-se o complicador
desnecessário da dupla negação, que confunde o examinando.
c) As palavras sempre, nunca, todo, nenhum, apenas, somente,
totalmente, completamente devem ser evitadas nas afirmações, porque tendem
a revelar que são falsas.
d) As expressões em geral, às vezes, usualmente, comumente devem
ser evitadas nas afirmações, porque tem significado relativo e tendem a revelar
que são verdadeiras.
3.6 Elaboração de questões de múltipla escolha
A formulação tecnicamente adequada desse tipo de questão requer
maior rigor em todos os detalhes referentes à elaboração, ao enunciado e as
alternativas.
O enunciado é uma parte importante da questão de múltipla escolha
porque é ele, fundamentalmente, que determina o nível de habilidade cognitiva
que será avaliado, desde a simples memorização até níveis mais complexos
como a capacidade de síntese do graduando. Desse modo, a sua formulação
adequada contribui para a validade da medida do desempenho.
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A construção das alternativas, principalmente os distratores, é uma
tarefa complexa, e exige mais domínio técnico na sua elaboração.
Os distratores devem ser redigidos com aparência de resposta correta,
mas sendo inquestionavelmente incorreta. Eles devem atender à característica
de plausibilidade, por exemplo, respostas incorretas, que guardam semelhança
em relação à situação ou outros elementos similares apresentados na
alternativa correta. Assim, eles devem exercer atração, como se fossem
respostas corretas, para os examinandos que não dominam as habilidades e
conhecimentos exigidos ou que têm conhecimento incompleto ou superficial
sobre a questão, e, portanto, não sabem identificar qual alternativa responde
corretamente o enunciado.
3.7 Cuidados a observar na elaboração da questão
• As questões devem ter uma única resposta correta.
• As questões devem ser independentes.
• As questões não devem incluir expressão de opiniões.
• As questões não devem favorecer o acerto por exclusão.
• As alternativas não devem ser longas demais e/ou repetitivas.
• As alternativas propostas não devem provocar controvérsias.
• As alternativas propostas não devem funcionar como ‘ciladas”.
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CAPÍTULO IV
Discursiva
4.1 Diretrizes de questões discursivas
As questões discursivas, de denominação usada no ENC, são
conhecidas também como dissertativas, tipo ensaio, resposta construída ou de
resposta livre.
Em algumas áreas do ENC, as provas são composta integralmente de
questões discursivas, em outra as questões discursivas correspondem a uma
parte da prova. Algumas dessas provas apresentam questões, aqui referidas
como discursivas, que são também conhecidas como do tipo problema
matemático, em especial as provas das áreas exatas. Outras provas propõem
estudos de caso, por recomendação das Comissões de Avaliação de Cursos,
com a de Administração. Qualquer que seja a estruturação proposta, valem as
mesmas recomendações técnicas para a elaboração das questões discursivas
aqui apresentadas.
Uma prova discursiva é composta de poucas questões, que exigem
respostas abrangentes e de extensão relativamente longa, ao contrário de uma
prova com questões de múltipla escolha que requer muitas questões de
respostas relativamente curtas.
A questão discursiva é recomendada para verificar resultados da
aprendizagem em que o examinando deve construir a resposta, com
originalidade, e não reconhecê-la entre as alternativas apresentadas, ou
reproduzir o que foi desenvolvido no curso.
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4.2 Elaboração de questões discursivas
A elaboração da questão discursiva é aparentemente de menor
complexidade, se comparada à de múltipla escolha. Sua construção também
exigem cuidados, para a validade dos resultados e, sobretudo, visando a uma
correção criteriosa.
4.3 Cuidados a observar na elaboração da questão
• Proponha explicações e soluções para problemas apresentados;
• Aplique o que aprendeu a situações novas;
• Faça comparações ou classificações de dados e informações;
• Estabeleça relações entre fatos e princípios;
• Estabeleça relações de causa e efeito;
• Analise a propriedade de afirmações;
• Analise o valor de procedimentos;
• Tome posição favorável ou contrária a alguma conduta, apresentado a
devida argumentação;
• Demonstre a capacidade de síntese, originalidade ou julgamento de
valor,
• Formule conclusões a partir de elementos fornecidos;
• Demonstre capacidade de organizar idéias trabalhadas, expressando-as
de maneira coerente e lógica.
• Demonstre sua capacidade de expressar-se na forma escrita.
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CONCLUSÃO
A definição clara e precisa dos objetivos de ensino prepara o processo
da avaliação da aprendizagem. Parece óbvio afirmar que o professor ensina
para que o aluno aprenda. Mas no momento da avaliação da aprendizagem,
esta “obviedade” não se traduz na prática. Tem-se a impressão de que alguns
professores acham que a avaliação é feita para “obrigar o aluno a estudar” e,
por isso mesmo, ele deve ficar na expectativa do que será perguntado, por isso
o professor “não abre o jogo”. Assim, ficou na cultura de muitas escolas a
pergunta: “Professor, o que vai cair na prova?”. As respostas dadas indicam
bem a visão de muitos professores: “Tudo o que foi dado em aula”, “da página
30 à página 45”, e outra nessa mesma linha.
Uma relação diferente deveria se estabelecer entre o professor e o
aluno, neste caso. Seria mesmo importante que o professor comunicasse aos
alunos com certa antecedência o número de questões de sua prova (se a
avaliação for feita por meio desse instrumento) e o objetivo de cada uma delas.
Isto não significa “dar” a questão, e sim orientar o estudo dos alunos,
lembrando que esta é uma questão primordial do professor no processo da
aprendizagem. Isso diminuiria o estresse de muitos alunos, diante da
insegurança que uma avaliação (Prova!) traz consigo, na cultura dos alunos.
Importa ressaltar dois pontos. Primeiro que nem tudo o que é proposto,
discutido e estudado em aula precisa ser avaliado. Há pontos que completam a
compreensão da aprendizagem e que não constituem pilares fundamentais na
estrutura conceitual. Mas há outros que sustentarão o “Edifício intelectual” do
aluno. Estes precisam ser avaliados para orientar o professor no processo de
ensino.
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BIBLIOGRAFIA
MORETTO, VASCO PEDRO, 1942. Prova – um momento privilegiado de estudo – não um acerto de contas / Vasco Pedro Moretto. – 6. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.
PELANDRÉ, NILCÉA LEMOS, 2005 – Ensinar e aprender com Paulo Freire: 40 horas
40 anos depois / Nilcéa Lemos Pelandré. – 2. ed. – São Paulo: Cortez, 2005. –
(Biblioteca freiriana; v. 2 ).
MANUAL PARA ELABORAÇÃO DE PROVAS – ENC.
Jussara Hoffmann
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ANEXOS