DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAo meu pai Celino Guimarães e a minha mãe (im...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A MÚSICA COMO RECURSO FACILITADOR DO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM
Por: Zélia Guimarães Pereira
Orientador
Profª. Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
2014
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A MÚSICA COMO RECURSO FACILITADOR DO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Psicopedagogia Institucional
Por: Zélia Guimarães Pereira
3
AGRADECIMENTOS
O meu agradecimento principal é para aquele que nos permitiu a vida,
Deus, ele sempre esteve ao meu lado nos momentos difíceis mesmo quando a
minha fé e a esperança estavam abaladas, dando força para superar as
diversidades da vida.
Ao meu pai Celino Guimarães e a minha mãe (im memorian) Esmeralda
Pacheco Guimarães, que em vida sempre nos incentivou, a mim e as minhas
irmãs nos estudos, as minhas irmãs Gislene e Gizelda que sempre estiveram
presentes em minha formação.
Ao meu esposo, José Celso, e aos meus filhos, Rodolfo e Lorena, que
souberam entender e compreender os momentos de ausência familiar durante
o curso.
A todos os professores da pós em psicopedagogia que contribuíram
para aprimorar os meus conhecimentos na minha formação e a orientadora
Fabiane Muniz, por acreditar em meu tema e na minha capacidade,
orientando-me da melhor forma possível.
Agradeço as todas às colegas do curso que caminharam comigo ao
longo desse período, em especial as minhas colegas Barbara Lins, Simone
Brandão, a minha sobrinha e afilhada Josilene e minha irmã Gislene, pela
dedicação, amizade e apoio nos momentos que precisei.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu esposo Jose
Celso e aos meus filhos, Rodolfo e
Lorena que foram compreensivos comigo
nos períodos de ausência e me apoiaram,
em especial às minhas amigas, Simone
Rodrigues Brandão e Barbara Lins que
ao longo do curso, nunca mediu esforço
para me ajudar.
5
RESUMO
Esta pesquisa tem por objetivo apresentar a importância da música no
ambiente escolar, como recurso facilitador no processo de ensino-
aprendizagem no Ensino Fundamental. Procurou-se investigar a forma como o
professor vê e utiliza a música e a musicalização como elementos contribuintes
para o desenvolvimento da inteligência e a integração do ser.
Em um passado não tão distante, onde os aspectos psicomotor e afetivo
eram ignorados, as instituições de ensino só contemplavam o aspecto
cognitivo do educando. Hoje em dia, em uma visão psicopedagógica, do seu
ponto de partida tornou-se subjetivo. Tendo um olhar peculiar justifica-se o
desenvolvimento em pesquisas bibliográficas, reportagem com relatos de
educador e educando com base em propostas de projeto psicopedagógico
especificando-se ao uso da Arte, em especial a Música, como instrumento que
possibilitará ao educando transpor as dificuldades de aprendizagem, podendo
também contribuir para a harmonia pessoal, facilitando a integração e a
inclusão social.
Palavras-chaves: Música, musicalização, escola, ensino/aprendizagem.
6
METODOLOGIA
Este trabalho tem como metodologia uma pesquisa bibliográfica que
viabiliza o assunto que se esta sendo investigado.
Foram utilizados como fontes de consultas relatos de experiências da
internet e revistas educacionais com profissionais da educação,
Psicopedagogos e livros de leitura corrente.
Após esta exposição, tentar buscar soluções através da musicalidade
como recurso imprescindível no desenvolvimento da aprendizagem e também,
fazer parte no contexto disciplinar.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO 09
CAPÍTULO II - A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA APRENDIZAGEM 18
CAPÍTULO III – A MÚSICA COMO INSTRUMENTO DE INTERVENÇÃO
PSICOPEDAGÓGICA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 31
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40
ÍNDICE 43
8
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem por finalidade mostrar que a música pode ser
um recurso facilitador no processo ensino aprendizagem, não só na Educação
Infantil, como também no Ensino Fundamental Regular e se o corpo docente
está preparado para utilizar a música no desenvolvimento cognitivo do aluno e
de que forma vai desenvolver a aula ao lançar mãos desse recurso. Essa é
uma preocupação em relação à formação do aluno, não somente com o ensino
dos conhecimentos metódicos, mas também com o ensino de expressões
movimentos e percepção.
A música se faz presente em todos ou lugares e em diversas culturas e
ela pode ser um fator importante no desenvolvimento, motor, linguístico e
afetivo de todo o indivíduo.
A pesquisa abrange um breve relato da música na humanidade, os
seus significados e como ela pode interagir no desenvolvimento da
aprendizagem dos alunos; reportagem apresentada no programa de televisão,
não só como estudo das condições e dos efeitos da criação artística, mas
também como facilitadora do processo de aprendizagem e como instrumento
que pode tornar a escola um lugar mais aconchegante, prazeroso e receptivo,
ampliando o conhecimento musical do discente, afinal a música é um bem
cultural riquíssimo e seu conhecimento não deve ser privilégio de poucos.
A escola como uma Instituição Educadora e com objetivo de preparar
cidadãos de bem para vida e inseri-los na sociedade, deve oportunizar da
convivência de diferentes gêneros musicais, com novos estilos, oferecendo
uma análise reflexiva do que lhe é apresentado, permitindo que o aluno se
torne mais critico.
9
CAPÍTULO I
A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO
”A música oferece à alma uma verdadeira
Cultura íntima e deve fazer parte da Edu-
cação do povo”
Guizot, François
Neste capitulo será abordado um rápido relato da origem da música
desde os tempos da pré-história, passando pela Grécia antiga e o período em
que a música ficou sub o domínio da igreja, por um longo tempo que perdurou
a Idade Média, até que com os acontecimentos históricos a música se torna a
cara da humanidade.
Para fundamentar a origem da música foram citados autores que
relatam a influência da música na vida do ser humano e sua contribuição na
aprendizagem.
1.1 – Breve relato da origem da música
Falar de como a música é importante na aprendizagem da criança,
desde a vida intrauterina, nos leva a conhecer um pouco de sua origem, sendo
ela algo muito complexo que tendo um denominador emocional, poderá
influenciar as atitudes e comportamento de um indivíduo.
BENENZON (1988) relata que:
“A partir do momento em que nascemos o nosso repertório
sonoro, adquirido ainda no período intrauterina, vai se
complementando por vivencias sonoras vibratórias e de
movimentos que constituem os principais meios de estímulos e
comunicação, caracterizando o nosso processo de maturação;
porém, logo após o nascimento, perdem forças por aparecer
10
em cena outras circunstâncias, como social e o cultura, que
passam a estimular através de outros ângulos”. (p.98).
Já desde a pré-história, o homem já era sensível à produção do som
natural, produzido pela manifestação do vento, do balanço das árvores, dos
ruídos das águas, dos murmúrios dos animais e até mesmo dos humanos em
suas primeiras conversas.
De acordo com SCHAFER (1997):
“Antes da era da escrita, na época dos profetas e épicos, o
sentido da audição era mais vital que o da visão. A palavra de
Deus, a história das tribos e todas as outras informações eram
ouvidas, e não vistas. Em algumas partes do mundo, o sentido
da audição ainda tende a predominar” (p.28).
Na Grécia antiga a música ocupava uma posição de destaque na
formação educacional do individuo, considerando o amplo significado que a
música teve na educação ao longo da história.
A música teve uma forte influência dos mitos em sua criação, mitos que
influenciaram o desenvolvimento da cultura na Grécia antiga, sendo que cada
um desses imprimiram características particulares na música que se preserva
até hoje.
Na Grécia antiga surgiu o conceito de música ou mousiké, inserida não
só nas atividades culturais, mas também na educação e ao conhecimento que
estar relacionada a “artes das musas”, que segundo a mitologia Grega, elas
eram as deusas da música, da poesia, da dança, e, era comum os artistas,
filósofos, poetas e outros intelectuais adorá-las, sendo elas a fonte de
inspiração, era muito forte a influência das musas sobre o pensamento grego,
que os levavam a filosofar, impregnado pelo poder inspiratório do individuo,
que atuava diretamente no seu estado de espírito.
Conforme TOMÁS, (2004)
11
Associa-se música com as musas, as deusas protetoras da
educação, é por extensão, aos termos poesia e cultura geral
[...] a palavra mousa, de onde provém mousické, pode ser
associada ao verbo manthanein, “aprender”, que por
coincidência é também o verbo do qual se origina a palavra
“matemática” (p. 13).
As qualidades educativas através da música possuía em sua essência,
autoridade de garantir a preservação de toda cultura grega sustentando um
novo saber por meio do seu poder inspiratório.
A história da música na Idade média perdurou em torno de mil anos,
ou seja, desde o século V até o final do século XIV. Foi uma época em que a
religião comandou a vida de todos.
Com o domínio da Igreja, a música foi mudando de direção e perdendo
sua identidade, e ganhando um novo sentido, a de aproximar o homem a
Deus, uma vez que a educação e todo conhecimento ficou submetido a essa
instituição.
Naquela época, podia-se dizer que, a música era considerada uma
disciplina científica, mas conforme santo Agostinho, “não serve a propósitos
educacionais e morais, como desejava o pensamento platônico e de outros
filósofos gregos”.
FONTERRADA (2005) diz que:
[...] A agilidade mental obtida pelo estudo das artes deveria
mostrar a via de salvação àqueles que tomam o caminho
errado. Esse caminho, porém, não deveria vir da razão, mas do
“fogo o amor divino” (p. 24).
Fonterrada (2005) fala que devido à música alcançar um status
importante na religião, a igreja passou a oferecer o curso de canto,
12
desenvolvendo uma produção musical voltada exclusivamente para as liturgias
das igrejas.
Em meados do século XII, surge o método revolucionário de Guido
D’Arezzo com o objetivo de proporcionar uma aprendizagem de menor duração
àquele que estava submetido ao ensino da música. D’Arezzo começou a
escrever os cantos a partir de notação escrita e esse método teórico prático,
transformou-se num facilitador, permitindo que cada abadia, a partir de então,
criasse o seu próprio coro, e, pela primeira vez na história, fosse capaz de
cantar não só o repertório tradicional, mas também cantos desconhecidos.
A música que tinha algo de científico foi dessa forma, gradativamente,
se compondo em uma arte direcionada especificamente para o canto, ou seja,
a música foi se estruturando a partir de si mesma: as linhas melódicas, o
campo harmonioso, o sistema de acordes e outros caracteres próprios. Nas
palavras de Cardoso (2010), através dos relatos que traz de suas pesquisas
sobre a história da música, que estão registrados em sua obra “História Breve
da Música Ocidental”.
CARDOSO, (2010) afirma que:
A música utilizada nos diversos ritos da missa e da liturgia das
Horas na Igreja durante o primeiro milênio era o cantochão nas
suas várias tradições, [...]. O canto gregoriano, imposto a todo o
Ocidente, mesmo à Ibéria desde o século XI, com alguma
exceção do moçárabe, converteu-se na música litúrgica oficial
da igreja de Roma até quase aos nossos dias (p. 19).
Na idade média, o homem se coloca como o centro do universo, e
assim contextualizando, surge um indivíduo epistêmico, político religioso.
Contudo um sujeito mais ativo e com participações mais globais. Os
fenômenos não mais se constituíam como curso dos deuses; mas passaram a
ser explicados partindo da lógica humana.
ALVAREZ (2008), afirma que:
13
“Muitos filósofos dedicaram especial atenção à música em
seus estudos e a consideraram desde sempre uma parte
importante da educação. Platão afirmava que “o ritmo e a
harmonia chegam a todas as áreas d’alma e toma posse delas,
outorgando graça ao corpo e mente que apenas se encontram
em quem tenha sido educado de forma correta.” Aristóteles
também promoveu a educação musical integral, pois estava
convencido de que “alcançamos uma certa qualidade de
personalidade graças a ela”. Confúcio considerava que a
música exercia influência tanto pessoal como política: “O
homem superior pretende promover a música como meio de
aperfeiçoamento da cultura humana. Quando a música
prevalecer e conduzir as pessoas para seus ideais e
aspirações, contemplaremos o panorama de uma grande
nação.” Na Idade Média e no Renascimento, a música era
considerada um dos quatro grandes pilares da aprendizagem,
junto com a Geometria, a Astronomia e a Aritmética (p. 67)”.
Ao longo do período que perdurou a Idade Média, a música constituiu-
se como elo entre Deus e os homens, e que pouco a pouco ia perdendo esse
caráter rígido de estar ligado somente ao sagrado e, neste contexto histórico, o
homem se apropria dela para falar de seus medos, suas paixões, suas virtudes
e fantasias. Uma música voltada para explicar o contraste humano e não mais
objeto exclusivo de devoção do divino.
No decorrer dos acontecimentos históricos, cada período musical
ajusta-se às guerras, aos fatos políticos, as ansiedades do povo e a música
torna-se patrimônio de todos, incontestavelmente, sem que seja possível mais
colocar-lhe regras ou limitá-la de qualquer forma que se queria.
A música utilizada para todas as situações passa ocupar espaço de
destaque entre os jovens que através dela expressam seus sentimentos mais
obscuros, suas intenções perante a sociedade, suas posições politicas e
religiosas, partidárias ou neutras. Expressa a cultura, o entendimento, a
educação. A música torna-se a cara da humanidade.
14
CARDOSO, (2005), afirma que:
Toda música não é senão de homens e para homens... A
verdade é que o homem, que se descobriu em si mesmo e se
definiu desde o espelho da Antiguidade Clássica, é o mesmo
que vive de afetos, ou paixões da alma, e que organiza o seu
pensamento enquanto persegue a luz total. E em todos estes
momentos da história humana, a música, na senda de Orfeu,
foi presença constante e criadora (p. 35).
Seguindo o mesmo pensar de Cardoso, Queiroz (1997), também dar
ênfase a esta maneira peculiar da música moderna, centrada na subjetividade
do homem. Cada um compõe música da melhor forma que lhe aprazível, não
há regras e nem limites; o individuo se redescobrindo afetivamente através dos
sons.
Conforme QUEIROZ, (1997),
“Nossa música caminhou de retratar a subjetividade da
psicologia humana. Este é o material que nós, ocidentais, temos
em mãos como patrimônio da arte musical... Hoje não há
padrões que orientam a audição musical no Ocidente, ou que
lhe confiram um padrão de unidade (em meio à diversidade).
Ouve quem que, o que quer... Cada um pretende escolher por si
aquilo com que sente afinidade e lhe faz bem...” (P. 11).
Diversos autores defendem a aplicabilidade do conteúdo teórico
musical, porém não podemos deixar de pensar na musicalidade enquanto meio
interdisciplinar de aprendizagem.
O prazer pela música compreende sua importância tornando-a
disciplina fundamental para o crescimento e desenvolvimento humano.
15
1.2 – Música x Musicalidade x musicalização
A música é uma linguagem universal que ultrapassam as barreiras do
tempo e do espaço , sendo uma arte que manifesta os mais diferentes afetos a
nossa alma através dos sons, expressando, emoções, lembranças de
momentos vividos e sentimentos multiformes, exteriorizando as alegrias, as
tristezas. “A música é um elemento de fundamental importância, pois
movimenta, mobiliza e por isso contribui para a transformação e o
desenvolvimento”. (GAINZA, 1988).
Existem diversas definições para música. Mas, de um modo geral, ela é
considerada ciência e arte, na medida em que as relações entre os elementos
musicais são relações matemáticas e físicas; a arte manifesta-se pela escolha
dos arranjos e combinações.
A música é composta basicamente, segundo Weigel (1988, p. 10) por:
Som - são as vibrações audíveis e regulares de corpos elásticos, que se
repetem com a mesma velocidade, como as do pêndulo do relógio. As
vibrações irregulares são denominadas ruídos;
Ritmo – é o efeito que se origina da duração de diferentes sons, longos ou
curtos;
Melodia – é a sucessão rítmica e bem ordenada dos sons;
Harmonia – é a combinação simultânea, melódica e harmoniosa dos sons.
Vale ressalta que há uma simples diferença entre a música e a
musicalidade , que nem sempre é percebida, pois a música é racional e
musicalidade é emocional
A musicalidade é a tendência ou inclinação para a música. Quanto
maior a musicalidade, mais rápido será seu desenvolvimento. Costuma revelar-
se na infância independe de formação acadêmica.
16
A musicalização é o processo cognitivo e sensorial que envolve o
contato com o mundo sonoro e percepção rítmica, melódica e harmônica. Ela
pode ocorrer intuitivamente ou por intermédio da orientação de um profissional
e está envolvida com as atividades lúdicas que funciona Como elemento
motivador e de estimulo para o desenvolvimento da expressão musical onde a
imitação, a percepção e a criação são os principais elementos deste processo.
GRANJA (2010) afirma que:
Apesar de todas as transformações que vêm ocorrendo no
mundo do conhecimento e da educação, a música é pouco
valorizada pela escola. Ainda que os parâmetros curriculares
recomendem sua inserção na grade disciplinar, na prática,
poucas escolas abrem espaço em seu currículo para um
programa consistente e continuo de aprendizagem musical. Há
escolas que desenvolvem projetos musicais durantes algumas
etapas da formação, principalmente na educação infantil, mas
são casos isolados. Quando se chega ao ensino médio,
dificilmente encontramos a música no currículo das escolas
brasileiras. (P. 13 e 14).
Não se pode imaginar o mundo sem som e, se analisarmos quase todos
os sons que ouvimos dia a dia, são como instrumento musicais tocando
alguma melodia; e isso vai desde um pingo de uma torneira, os trovões, a
chuva, as cigarras cantando lá fora, o arrastar de um chinelo ao andar, as
ondas do mar explodindo na praia e tanto outros. Musica é arte de coordenar
fenômenos acústicos para produzir efeitos estéticos. Em seus aspectos mais
simples e primitivo, a música é manifestação folclórica, comum a quase todas
as culturas.
Segundo PÓLO (2009):
“Esta técnica facilita a expressão de estados emocionais,
proporciona relaxamento, descarga de tensão, interação,
17
socialização, regras, normas e propicia acolhimento. Parace
que tudo tem relação com poder da música,pois dentre todas
as manifestações culturais do homem, é a arte que mais atinge
diretamente o ser humano, ou seja, é difícil quem não contato
ou não é tocado pela música e sons”. (p.66)
Quando o professor descobre que em um aluno existe uma determinada
vocação deve observa-lo atentamente, orientando-o com sabedoria para que
ele possa optar pela atividade aprimorando suas habilidades. A música é um
instrumento importantíssimo e necessário para a concretização dos objetivos a
serem alcançados.
A linguagem musical vem sendo apontada, por um número cada vez
maior de especialistas em todo mundo, como uma das áreas do conhecimento
mais importante a serem estudadas no desenvolvimento da criança, pois a
aprendizagem musical favorece o desenvolvimento cognitivo, psicomotor,
emocional e afetivo.
A Neurociência vem contribuindo para uma melhor compreensão do
funcionamento do cérebro, tem motivado grandes pesquisas e é comum
acorde entre os pesquisadores a verificação do poder estimulador que a
música exerce sobre as atividades cerebrais em consonância com o corpo, a
alma e o espírito.
18
CAPÍTULO II
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA APRENDIZAGEM
Será abordado neste capítulo, a importância de se trabalhar a música
nos contextos multidisciplinar, utilizando-a como meio de interação e
aproximação, por está presente em todas as culturas. Pois, percebe-se que
a música contribui para aquisição dos saberes necessários ao
desenvolvimento no processo de crescimento do ser humano.
A música hoje em dia tem sido reconhecida como ferramenta no
desenvolvimento de inúmeras capacidades humanas, entre elas, o
autoconhecimento e a auto-expressão, assim como foi importantíssima na
história da civilização.
As atividades musicais realizadas na escola não visam à formação de
músicos, e sim, a compreensão da linguagem musical. Tais atividades
propiciam a abertura de canais sensoriais, facilitando a expressão de
emoções, ampliando a cultura geral e contribuindo para a formação integral do
ser humano.
Conforme CHIARELLI & BARRETO, (2005):
“As atividades musicais propiciam um maior desenvolvimento
psicomotor nas crianças. Este desenvolvimento acontece pelo
fato de, ao excercer a atividade musical, as crianças aprendem
a ter controle dos músculos e de sua desenvoltura. Sabe-se,
que para a execução de uma música, necessita-se de um
conhecimento sobre ritmo, uma sequencia coordenada de
movimento, conhecimento este que proporciona um equilíbrio
no sistema nervoso, favorecendo uma descarga emocional no
músico, sua reação motora e o alívio de tensões”. (p.90).
19
A música pode, sim, ser um fator fundamental para o aprendizado de
um bebê até a sua vida adulta.
Não só as músicas infantis como outros estilos de música trazem para
as crianças e os adultos conhecimentos da história de um país, estados,
cidades e costumes de uma sociedade.
NOGUEIRA, (2004) diz que:
“A música proporciona um forte desenvolvimento social desde
cedo, por exemplo, os estudante estão expostos a brincadeiras
que envolve músicas, como cantiga de roda. Nessas cantigas,
ele interage com outras crianças e excerce o seu papel
socializador, importantíssimo para o seu desenvolvimento.”
(p.42)
A escola poderá trabalhar com variados tipos de música aplicando-a na
aula e despertando o interesse do educando. Quando bem adaptada ao
planejamento escolar, a música levará o aluno a descobrir o gosto pela mesma
e principalmente a ter interesse por aquela aula e ou disciplina que menos o
atrai.
Na Educação Infantil as crianças assimilam partes do corpo humano
através da música que o descreve. Desse modo o seu conhecimento cognitivo
vai sendo desenvolvido.
Segundo GRANJA, (2010)
Musicalizar a escola é mais do que simplesmente introduzir a
música como disciplina curricular. É pensar numa real
integração entre as diversas áreas do conhecimento, de modo
a harmonizar os diferentes saberes do ser humano. (p. 106 e
107).
20
A música nos mostra como ela pode ser percebida de forma diversas nos
diferentes grupos sociais, sendo uma diferente forma de comunicação e expressão
cultural.
2.1 – Aprendendo com a música
Não só no ambiente escolar, mas também fora dele, é importante
explorar as possibilidades do ensino de música não apenas como incentivo ao
desenvolvimento de habilidades cognitivas do aluno, mas também, necessárias
no seu desempenho acadêmico e no processo de aprender a aprender, que
consiste a capacidade do indivíduo de constituir-se como autor de sua
aprendizagem.
Um dos desafios enfrentados por professores e alunos para manterem
o interesse, se dá ao desenvolver trabalhos escolares nos quais alguns deixam
de procurar soluções, passando a valer o “faz de conta” que ensina e que
aprende.
Ao interagir de maneira diferenciada com o ambiente, a aprendizagem
poderá ser estruturada, através de um processo individual. A proposta de
trazer a música e desenvolver atividades escolares com ritmo, se faz
compreender como a metodologia por meio da expressão musical pode
influenciar no ensino-aprendizagem, pelo que diz Károlyi (1990, p. 25) “A
observação da natureza fornece-nos a primeira prova evidente da presença de
ritmo no universo”.
Acrescenta BRÉSCIA, (2003):
Conhecemos a música desde o inicio de nossas vidas. Com
um pulsar de célula dividindo dentro do corpo de nossa mãe, já
somos apresentados ao aspecto mais fundamental e universal
da música: o ritmo (p. 67).
A música que se ouve ou canta na escola não é a mesma daquela que
se ouve e canta em casa, são aspectos sociais diversos. A criança em casa
21
ouve a música de acordo com seu gosto, na verdade sem função social de
educar. Já na escola a música poderá ser utilizada em toda e qualquer
atividade determinada pelo educador. Dependendo de qual atividade a ser
dada, a escolha da música certa trará prazer e estimulo aos educandos.
Sendo a escola o único espaço onde as crianças têm oportunidades de
conviver com vários grupos sociais, com isso passam a conhecer e analisar
certos tipos de canções que fará um diferencial em sua vida.
A Rede Globo, no dia 13 de outubro de 2013, exibiu através do
programa “Fantástico” uma reportagem falando de como a música influenciou
no interesse pela aula de história, bem como no aprendizado dos alunos de
uma escola da rede pública do ensino fundamental no Rio de Janeiro.
Relatos dos alunos que passaram a interagir com a aula de história da
professora Vânia:
Disse Igor Barreto, de 17 anos:
“Eu não gosto muito de assistir aula não. Eu fico lá no pátio. Mas como é
aula da professora Vânia, eu até venho, assisto”.
Destaca o estudante Rafael de Jesus, de 17 anos:
“Que era engraçada, que ela não era uma professora normal, que dava
aula normal”.
A professora Vânia Correia Pinto diz:
“A prova é aquela ditadura dos conteúdos rígidos e engessados”, ela
destaca: “O pensamento crítico, espontâneo, não passa por essa memória”... “Eu
me torno um livro falante”, afirma a professora.
A professora ao utilizar a música como conteúdo escolar, fez com que a
aula de história, despertasse nos alunos o interesse não só pela aula como
também pela disciplina, adaptando a música certa ao contexto escolar.
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Ao usar a canção do cantor Caetano Veloso, os alunos puderam perceber
o quanto a letra da musica de ‘Purificar o Subaé’, favoreceu no aprendizado, como
explica:
Gabriel Guintanilha, de 17 anos:
- “A gente vai falar sobre os rios que tão poluídos e tão trazendo muita doença
pras pessoas”
Explica a professora:
“Se o rio do Caetano é poluído, a casa deles, ao lado da escola, nós temos
um rio poluído também. Então eu achei interessante eles perceberem isso, que a
gente falou do rio de lá, mas também pode falar do rio de cá”.
A Professora Vânia com base no DVD “Brasileirinho” da Cantora Maria
Betânia, um dos renomados nomes da nossa música brasileira, criou um
projeto pedagógico que melhorou o desempenho escolar dos alunos e também
as notas do Enem.
Destaca a professora,
“Eu olhei assim e falei: ‘gente, isso é uma ópera da história do Brasil’. O
homem branco chegando aqui no descobrimento. Depois ela fala dos escravos
africanos vindos pra cá. Depois ela passa pelos índios, pelo sertão do Guimarães
Rosa”.
O trabalho da professora mexeu tanto com os alunos que eles ao
descobrirem o endereço eletrônico da Cantora enviaram-lhe muitos e-mails a
ponto dela entrar contato para saber o que estava acontecendo e assim foi o
começo de um trabalho em conjunto, onde a cantora Maria Betânia, enviou
sugestões para as aulas que fez renovar a fé, a esperança e estimular a
professora a enfrentar a fragilidade do ensino público e a valorizar ainda mais
a educação.
A professora conta:
23
“Eu estava, assim, cansada daquela história do samba de uma nota só,
que a escola tá ruim, eu não vou fazer um bom trabalho porque eu não tenho
estrutura, porque eu não tenho isso, não tenho aquilo”.
Afirma a professora:
“Eu vejo esse valor. Esse valor acontece dia a dia, na sala de aula, eu e
meus alunos. Agora, eu acho que do ponto de vista da sociedade tá faltando muito
ainda”.
Professores que amam o que fazem buscam recursos através da
musica para inovar o conhecimento e despertar no educando o prazer de ir à
escola, desenvolvendo o conhecimento cognitivo e produzindo a riqueza que a
música nos traz.
A nossa Diva da música, tomou conhecimento desse projeto
desenvolvido pela professora Vânia e veio conferir o efeito que a música faz
nos alunos.
A cantora, Maria Betânia, que sempre estudou em escola pública diz:
“Escola publica brasileira, é por isso que eu sempre falo, é possível sim
uma boa e plena educação nas escolas públicas brasileiras”.
É possível a implantação de uma proposta pedagógica afim de
relacionar a teoria com a prática, ou seja, trazer para dentro da sala de aula, a
vivência de várias culturas através da música , onde aprende novos ritmos
com diferentes instrumentos musicais, já que cada música possui sua história
e significado.
Os elementos artísticos inseridos na escola são importantes, pois, eles
contribuem para doar sentido à vida, como estamos falando da música vale
destacar que ela é um componente essencial para esse sentido porque esta
abre espaço para que se possa abrir um leque de opção de informações e
sentimentos.
Conforme SANTOS, (2010):
24
O trabalho com a linguagem da música revela-se importante,
pois ele nos possibilita interpretar, improvisar, bem como ajuda
a reconhecer e apreciar música por meio de reflexões próprias,
emoções e conhecimento. Desse modo faz com que
compreendamos a música como produto cultural histórico [...].
(p. 37).
Portanto ao trabalhar com a expressão musical, o professor estará
também propiciando aos alunos a vivencia com a representação de sua
realidade, possivelmente com característica diferente levando o aluno a
observar o que está escrito na letra da música ou na melodia, criando e
recriando canções, percebendo que elas são um produto cultural e que faz
parte da historia e que, no entanto ao fazer parte da escola não deixam de
serem membros de determinada cultura. Contribuindo assim para que se
conheçam e reconheçam nas informações musicais dos outros e também em
variados estilos culturais apresentados pela comunidade escolar.
2.2 – Benefícios atribuídos a música na aula
A escola ao introduzir a música no seu contexto escolar promoverá
inúmeros benefícios no desenvolvimento cognitivo do educando,
proporcionando melhoria para o desenvolvimento do exercício diário da sala de
aula, pois promove melhoras da atenção, imaginação, do raciocínio logico,
memoria e ainda trabalha a emoção.
Autores como WEIGEL (1988), BARRETO (2000). CHIARELLI (2005),
citam que a música desenvolveu um importante papel na educação
contribuindo como reforço no desenvolvimento cognitivo/linguístico, psicomotor
e sócio afetivo do aluno:
• Desenvolvimento cognitivo-linguístico:
A fonte de conhecimento da criança são as situações que ela tem
oportunidade de experimentar no seu dia a dia. Dessa forma, quanto maior a
25
riqueza de estímulos que ela receber melhor será seu desenvolvimento
intelectual. Nesse sentido, as experiências rítmico musicais que permitem uma
participação ativa (vendo, ouvindo, tocando) favorecem o desenvolvimento dos
sentidos das crianças. Ao trabalhar com os sons ela desenvolve sua acuidade
auditiva; ao acompanhar gestos ou dançar ela está trabalhando a coordenação
motora e a atenção; ao cantar ou imitar sons ela está descobrindo suas
capacidades e estabelecendo relações com o ambiente em que vive.
• Desenvolvimento psicomotor:
As atividades musicais oferecem inúmeras oportunidades para que a
criança aprimore sua habilidade motora, aprenda a controlar seus músculos e
mover-se com desenvoltura. O ritmo tem um papel importante na formação e
equilíbrio do sistema nervoso. Isto porque toda expressão musical ativa age
sobre a mente, favorecendo a descarga emocional, a reação motora e
aliviando as tensões. Qualquer movimento adaptado a um ritmo é resultado de
um conjunto completo (e complexo) de atividades coordenadas. Por isso
atividades como cantar fazendo gestos, dançar, bater palmas, pés, sõa
experiências importantes para a criança, pois elas permitem que se desenvolva
o senso rítmico, a coordenação motora, fatores importantes também para o
processo de aquisição da leitura e da escrita.
• Desenvolvimento sócio-afetivo:
A criança aos poucos vai formando sua identidade, percebendo-se
diferente dos outros e ao mesmo tempo buscando integrar-se com os
outros. Nesse processo a auto-estima e a auto-realização
desempenham um papel muito importante. Através do desenvolvimento
da auto-estima ela aprende a se aceitar como é, com suas capacidades
e limitações. As atividades musicais coletivas favorecem o
desenvolvimento da socialização, estimulando a compreensão, a
participação e a cooperação. Dessa forma a criança vai desenvolvendo
o conceito de grupo. Além disso, ao expressar-se musicalmente em
atividades que lhe deem prazer, ela demonstra seus sentimento, libera
26
sua emoções, desenvolvendo um sentimento de segurança e auto-
realização.
Segundo GAINZA (1988):
[...] o ritmo musical induz ao movimento corporal, a melodia
estimula a afetividade; a ordem ou a estrutura musical (na
harmonia ou na forma musical) contribui ativamente para a
afirmação ou para a restauração da ordem mental do homem.
Essa qualidade – o poder mobilizador da música – constitui a
base da terapia musical ou musicoterapia. É por isso que se
pode afirmar que, entre os benefícios que a música traz para
as emoções, se tem nas funções cognitivas e no
comportamento a melhora do humor, do sono, da motivação,
da autoconfiança, diminuição da ansiedade, auxílio no combate
à tensão, ajuda na eliminação do stress, porque ela é capaz de
ativar no cérebro os mesmos centros de recompensa que uma
comida saborosa, droga ou sexo, e reduz as concentrações
dos hormônios do stress, (p. 37).
A música inserida na educação pode somar a aprendizagem e ao
desenvolvimento das crianças em fase de crescimento, o quanto ela é benéfica
para nós em todas as áreas de nossa vida, porque ativa nossos neurônios e
também proporciona um conforto interno que eleva a autoestima e promove
consideráveis mudanças de comportamento, favorecendo assim a assimilação
de coisas novas, a inter-relação com os fatos que acontecem no cotidiano.
Campbell; Campbell; Dickinson (2000, p, 147) ao explanarem sobre a
inteligência musical, resume os motivos pelos quais ela deve ser valorizada na
escola:
- Conhecer música é importante,
- A música transmite nossa herança cultural;
27
- A música é uma aptidão inerente a todas as pessoas e merece ser
desenvolvida,
- A música é criativa e auto-expressiva, permitindo a expressão de nossos
pensamentos e sentimentos mais nobre’,
- A música ensina os alunos sobre seus relacionamentos com os outros, tanto
em sua própria cultura quanto em culturas estrangeiras,
- A música oferece aos alunos trajetória de sucesso que eles podem não
encontrar em parte alguma do currículo,
- A música melhora a aprendizagem de todas as matérias,
- A música ajuda os alunos a aprenderem que nem tudo na vida é quantidade
e qualidade,
- A música exalta o espírito humano.
Conforme CHIARELLI; BARRETO, (2005):
A presença da música na educação auxilia a percepção,
estimula a memória e a inteligência, relacionando-se ainda com
habilidades linguísticas e lógico-matemáticas ao desenvolver
procedimentos que ajudam o educando a se reconhecer e a se
orientar melhor no mundo. Além disse, a música também vem
sendo utilizada como fator de bem estar no trabalho e em
diversas atividades terapêuticas, como elementos auxiliar na
manutenção e recuperação da saúde. (Revista Recre@rte. n.3)
Ao entender diferentes aspectos do desenvolvimento humano: físico,
mental, social, emocional e espiritual, a música pode ser considerada um
agente facilitador no processo educacional. Nesse sentido faz-se necessária a
sensibilidade dos educadores para despertar a conscientização quanto às
possibilidades da música para favorecer o bem-estar e o crescimento das
potencialidades dos alunos, pois ela fala diretamente ao corpo, à mente e às
emoções.
28
“NO SOM DA MÚSICA... O TOM DA APRENDIZAGEM...”
Erica Gomes Pontes (Psicóloga Institucional e Educacional, especialista em psicologia da educação pela
PUC/MG. Psicomotricista, Contadora de Histórias, Musicoterapeuta)
O fazer musical ressignificando a educação
“Cantar... Antes mesmo de pronunciar as primeiras palavras, marcas inscritas
num corpo que anseia ser mais do que um turbilhão de ossos e carne houve um
tempo em que balbuciávamos pequenas canções. Melodias indecifráveis, impossíveis
de receberem qualquer nome. Apenas signos, apenas música. Sons perdidos no
tempo. Esquecidos. Adormecidos.
E de que modo indissociável este fazer musical tatuou-se em nossas
entranhas humanas. Somos seres essencialmente musicais, pois carregamos um
corpo que mais do que palavras, expressa uma sinfonia de gestos e desejos. Diz o
indizível. Traduz o enigma. Labirinto oculto no qual a própria psicologia se debruça na
tentativa em clarificar. Afinal não é este o anseio da ciência psicológica, dar voz, som
e cor ao mistério humano?
O Mistério. A existência do desconhecido sempre denotou a necessidade do
olhar. Somos movidos em direção ao que foge a nossa compreensão. Buscamos
métodos, deciframos códigos, reinventamos teorias. Todas, tentativas de se
desmembrar o mistério. E quando a verdade se presentifica à nossa frente,
deparamo-nos com a certeza do incerto, e com a presença eterna de uma ausência
latente.
Somos andarilhos de uma estrada que declaradamente se faz infinita por
natureza. E se o caminho a percorrer é longo, porque não o fazermos munidos de
cantigas e canções que despertem vida neste corpo já calejado pela andança?
Não é gratuito, portanto, ao vasculharmos a história das civilizações, encontrarmos,
em todos os povos antigos, independentemente de traços culturais, a priorização da
música enquanto instrumento de expressão de sentimentos e ensinamentos. Já
haviam descoberto o mágico poder contido nas estrofes de uma canção.
Canta-se para velar os mortos, e canta-se para celebrar uma nova vida. Canta-
se em rituais de agradecimento e canta-se para invocar a proteção dos deuses.
Canta-se para se preparar para a guerra e canta-se para glorificar o amor. O som
29
musical desde tempos imemoriais, tem-se mostrado privilegiado recurso simbólico, e
fonte inesgotável de prazer.
Prazer que há muito foi usurpado de nossas instituições educacionais. Não é
raro encontrarmos discursos provindos de diversas esferas sociais, onde deparamo-
nos com “escolares” que ainda não descobriram o prazer no ato de aprender.
Gerações inteiras que ainda não puderam significar a aprendizagem como construção
enriquecedora não só no que concerne aos conhecimentos formais, transmitidos pelas
unidades de ensino, mas sim e principalmente, naquilo em que deveria promover a
edificação de sujeitos conscientes, comprometidos com o universo social no qual
estão inseridos e, consequentemente, seres mais felizes.
A alegria de ensinar e aprender deu lugar à voracidade do rigor dos currículos.
Fôrmas de aço que aprisionam a alegria e a impedem de voar em direção a outros
horizontes. E assim, a escola tem se transformado numa indústria promissora de
marionetes de madeira. Assim como o Pinóquio, personagem inesquecível do mundo
infantil, temos nosso corpo talhado, violentado por mãos alheias que nos pedem, o
inestimável esforço, de domar a alegria e convertê-la em confortáveis boas notas no
boletim ao final do semestre.
É exatamente por compreender que o espaço escolar deve ir além das
avaliações de conteúdos, promoções, recuperações ou repetências anuais, que
delego ao fazer musical a possibilidade de reinventar vida dando sentido e forma, num
solo tão castigado e infrutífero.
Se naturalmente, a civilização humana utilizou-se da música enquanto
instrumento de aprendizagem, porque devemos negar este processo à nossas
crianças? É certo que a música tem adentrado, timidamente, as instituições escolares
nos últimos tempos. Contudo é considerada como atividade recreativa, própria a ser
ministrada na sexta-feira à tarde, quando todos estão muito cansados para aprender
de verdade. Não é esta a proposta que vos faço.
Postulo que a vivência musical, experenciada não somente na educação
infantil, como é de praxe, mas em todos os segmentos escolares, constitui-se como
facilitador de aprendizagem.
Muitos são os questionamentos acerca dos rumos que serão tomados pela educação
brasileira para os próximos 10 ou 20 anos. Pergunta-se como se ensina; pergunta-se
como se aprende. Discute-se sobre o que, quando e como ensinar. E a cada novo
método, a cada nova perspectiva teórica, vemo-nos diante de um cenário desolador.
Docentes adoecidos, insatisfeitos em sua vocação de ensinantes e crianças
30
esvaziadas da fome de saber. Fato plausível de observação. Basta investigarmos o
aumento considerável no universo psi, de encaminhamentos infantis decorrentes de
conflitos experenciados na relação ensino/aprendizagem.
E o verbo, saber que deveria converter-se em carne, em liberdade, termina por
corromper e encarcerar a alma.
A escola transformou-se em sintoma, em dor, pois se afastou do prazer e da alegria,
indispensáveis ao aprender.
É preciso resgatar a cor, o movimento e o lúdico, se desejamos romper com este
cenário tempestuoso no qual se encontra a Educação. Preencher a escola de
pensamentos novos, idéias libertadoras de alegria e corpos que dancem a luz do
conhecimento, é o desejo que trago guardado em meu coração. Mas o desejo é
sujeito faceiro, nos prega peças para deturpar a si mesmo, manter a obscuridade.
Como se houvesse algo em nós que devesse permanecer anonimamente protegido,
resguardado. Mas de repente, o silêncio rompe o corpo em forma de canção, e o
escondido transcende os muros de pedra da razão imposta, e naquilo que não sei,
emerge o que sou. Sou menino descalço, sou pipa no vento. Sou falta do colo e medo
do escuro. Sou verso e refrão de melodia a ser composta. Só preciso que me deixem
cantar”.
(http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=780,
acessado em 22/02/2014 )
A Psicóloga, Erica Gomes Pontes, expressa o seu pensar, de quanto
a música é importante na formação do ser humano, ainda dentro ventre
materno até a sua condição de adulto. E também a relevância da música na
aprendizagem do aluno. Sendo uma fonte de onde o docente encontrará
informações riquíssimas para inserir no seu planejamento escolar.
31
CAPÍTULO III
A MÚSICA COMO INSTRUMENTO DE INTERVENÇÃO
PSICOPEDAGÓGICA NO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM
Ao aumentar a compreensão da música pode-se entender que enquanto
tipo privilegiado de linguagem no processo ensino-aprendizagem beneficiará o
exercício da docência, bem como auxiliará na atuação psicopedagógica
levando para uma melhora cognitiva do aluno, pois ao mexer com a emoção,
torna a aprendizagem mais prazerosa e eficiente.
3.1 – A origem da Psicopedagogia
A Psicopedagogia originou-se da necessidade de atender as crianças
com dificuldades de aprendizagem como uma forma de reeducação escolar.
É um campo de conhecimento que se propõe a integrar de modo
coerente, conhecimentos e princípios de diferentes ciências humanas com a
meta de adquirir uma ampla compreensão sobre os variados processos de
aprender inerentes ao saber humano.
Conforme Bossa (2000),
“a psicopedagogia estuda o ato de aprender e ensinar, levando
sempre em conta as realidades interna e externa da
aprendizagem, tomadas em conjunto. E, mais, procurando
colocar em pé de igualdade os aspectos cognitivos, afetivos e
sociais que lhe estão implícitos”. (p. 19).
Entende-se como Psicopedagogia uma área de estudo voltada à
aprendizagem escolar, no que diz em respeito ao seu desenvolvimento normal,
32
quanto às dificuldades que venham se manifestar no percurso. Podendo
assim, estar ou não relacionada aos problemas de origem neurológica,
auxiliando na identificação das dificuldades de aprendizagem e possibilitando
opções de intervenção, objetivando diminuir ou solucionar estes problemas, e
tentar impedir consequências indesejadas, bem como o fracasso escolar, a
repetição do ano de escolaridade em curso e a evasão.
A psicopedagogia surgiu como uma prática com duas direções: a
pedagogia e a psicologia. Teve o seu desenvolvimento em base em autores
como Claparède (Psicólogo) no século XVII quando se fazia referência à
chamada psicologia-pedagógica ou pedagogia–terapêutica. Pelo meado do
século XX, nos Estados Unidos e na Europa aumenta a quantidades de
escolas particulares e de ensino individualizado, principalmente para crianças
que tinham uma aprendizagem considerada lenta.
Os primeiros Centros Psicopedagógicos, foram fundados em 1946 na
França. Esses Centros procuravam agregar conhecimentos da psicologia e da
pedagogia para ajudar as crianças que manifestavam dificuldades de
comportamento no ambiente escolar e familiar. Eles objetivavam, sempre que
possível, a readaptação da criança com dificuldade de aprendizagem por meio
de um acompanhamento psicopedagógico, desse modo, buscando melhorar a
convivência da criança em seu convívio familiar e escolar.
Segundo Bossa (2000)
Os primeiros Centros Psicopedagógicos foram fundados na
Europa, em 1946, por J Boutonier e George Mauco, com
direção médica e pedagógica. Estes Centros uniam
conhecimentos da área de Psicologia, Psicanálise e
Pedagogia, onde tentavam readaptar crianças com
comportamentos socialmente inadequados na escola ou no lar
e atender crianças com dificuldades de aprendizagem apesar
de serem inteligentes (p. 39).
33
A criação dos Centros Psicopedagógicos foi de suma importância no
desenvolvimento cognitivo da criança. Os psicopedagogos que se juntaram
com profissionais de outras áreas, como psicólogo, fonoaudiólogo entre outros,
agregaram mais conhecimentos para favorecer o atendimento as crianças com
transtornos e com dificuldade de aprendizagem.
3.2 – A intervenção e a atuação da Psicopedagogia
As intervenções psicopedagógicas têm uma característca
multidisciplinar e sua proposta é integralizar, de modo coerente,
conhecimentos e princípios de distintas ciências humanas, onde, visa adquirir
um amplo entendimento sobre os variados processos inerentes ao aprender. Á
complexidade e diversidade dos problemas encontrados no processo de
aprendizagem, faz com que se busque conhecimento em diversas outras áreas
de conhecimento, principalmente, na psicologia e na pedagogia.
Segundo Beuclair (2004):
“Para que os objetivos da intervenção psicopedagógica sejam
cumpridos, é preciso que todos os envolvidos com o processo
de ensino-aprendizagem reflitam sobre a situação-problema. E
refletir sobre os problemas de aprendizagem consiste em
procurar compreender a forma como o aluno está utilizando os
elementos do seu sistema cognitivo e emocional para
aprender. Significa também pensar as relações que se
estabelecem entre o aluno e o conhecimento, as quais são
apresentadas pelo professor e pela escola”. (p.27)
O procedimento de intervenção psicopedagógica inicia-se com uma
profunda investigação, entrevistas seguindo um roteiro pré-determinado e
devidamente adaptado a cada caso, começando com os pais com o aluno e
por fim deve-se ouvir a escola e a equipe de docentes que está inserida no
contexto do investigado.
34
Um grande beneficio desta intervenção é que “vai sustentar a
relação do individuo com o conhecimento para aumentar sua
consciência sobre o seu processo de conhecer, em relação as
suas estruturas cognitivas”, de acordo com CAMPOS (1999,
p.207).
A atuação da Psicopedagogia é bem ampla e envolve, além de abranger
o ambiente escolar, oferece também um atendimento individual ou grupal, os
campos das empresas, hospitais e pode estar presente em quaisquer
instituições onde haja grupos de pessoas reunidas que precisam superar as
dificuldades de relacionamento, pois segundo Beuclair (2010), a função de um
psicopedagogo institucional é:
“[...] fomentar e avaliar ações quanto à aprendizagem do
indivíduo no contexto grupal, facilitando a construção e o
compartilhamento do conhecimento coletivo, incentivando
novas formas de relacionamentos, criando harmonia entre
gestores e colaboradores, podendo atuar junto ao profissional
de RH, assumindo um papel importante, avaliando e
controlando a aprendizagem, favorecendo a qualidade nos
processos de recrutamento, seleção e organização de pessoal,
bem como, levantando o diagnóstico organizacional, dando
subsídios significativos e perfis específicos, estabelecendo
princípios didáticos aos treinamentos. É utilizar possibilidades
criativas e eficazes através da reflexão grupal e assim,
conseguir, uma real transformação do indivíduo, e isso é
aprendizagem”. (p.58)
A atuação da Psicopedagogia é bem ampla, pois, o foque deste trabalho será
voltado exclusivamente para a área da aprendizagem escolar.
35
3.3 – A Música e sua importância
Ao contemplar um novo horizonte de uma grande Pátria, a música
poderá influenciar o individuo a promover meios de aperfeiçoamento da cultura
humana, levando o mesmo a construir os seus objetivos. Porém a
aprendizagem musical contribui para o desenvolvimento cognitivo, psicomotor,
emocional e afetivo e, principalmente, para a construção de valores pessoais e
sociais de crianças, jovens e adultos, melhorando a agilidade cognitiva, a
capacidade de administrar informações em conflito.
Segundo Gainza (1988):
[...] o ritmo musical induz ao movimento corporal, a melodia
estimula a afetividade; a ordem ou a estrutura musical (na
harmonia ou na forma musical) contribui ativamente para a
afirmação ou para a restauração da ordem mental do homem.
Essa qualidade – o poder mobilizador da música – constitui a
base da terapia musical ou musicoterapia. É por isso que se
pode afirmar que, entre os benefícios que a música traz para
as emoções, se tem nas funções cognitivas e no
comportamento a melhora do humor, do sono, da motivação,
da autoconfiança, diminuição da ansiedade, auxílio no combate
à tensão, ajuda na eliminação do stress, porque ela é capaz de
ativar no cérebro os mesmos centros de recompensa que uma
comida saborosa, droga ou sexo, e reduz as concentrações
dos hormônios do stress. (p. 37).
A música quando sentida, ela provoca sensações, emoções, ficando
marcada na memória, momentos e situações vividas de variados sentimentos.
Ela é muito valorizada e relevante na utilização para a auto expressão,
podendo despertar no indivíduo as mais variadas emoções.
GAINZA (1988) afirma:
36
“A música e o som, enquanto energias estimulam o
movimento interno e externo do homem, impulsionam-no
à ação e promovem nele uma multiplicidade de condutas
de diferentes qualidade e grau”.
A música tem uma linguagem que vem sendo aprimorada e estudada
por especialista de modo geral e o mais importante é uma das áreas do
conhecimento que ajudará no desenvolvimento cognitivo, psicomotor,
emocional e afetivo, construindo valores pessoais e sociais dos alunos,
melhorando a concentração, a coordenação e a expressão emocional, o
educando será preparado para várias funções cognitivas.
Segundo Perret (2009),
A percepção da música, dos sons musicais e dos diversos
timbres que existem, é assimilada de forma bem
individualizada, varia de pessoa para pessoa, pois cada um
traz suas próprias memórias e vivências, conforme afirma
Gainza (1988, p.25).
O processo ensino aprendizagem, sendo compreendido pela música,
ajudará na ação psicopedagógica, levando um desenvolvimento cognitivo do
educando.
A música tem a capacidade de estimular o cérebro nos lados esquerdo
e direito, simultaneamente aumenta o aprendizado e assimilação das
atividades.
3.3– A música como intervenção psicopedagógica
As emoções sentida e percebida através da música, que é uma
linguagem da arte, se torna eficiente mesmo sem que seja necessariamente
37
um estudo profundo. É possível ocorrer uma parceria entre a linguagem da
arte e a psicopedagogia, tendo como objetivo melhorar o aprendizado cognitivo
em alunos que precisam de uma intervenção psicopedagógica.
Observar atentamente na intervenção psicopedagógica, com a
utilização do estudo de um instrumento musical, tendo cuidado com as
cobranças exageradas em relação ao instrumento musical e assim evitar
sofrimento e o prazer que a música deverá proporcionar ao educando.
GAINZA (1988) admite:
“O objetivo específico da educação musical é musicalizar, ou
seja, tornar um indivíduo sensível e receptivo ao fenômeno
sonoro, promovendo nele, ao mesmo tempo, resposta de
índole musical”.
A música é uma linguagem onde devemos nos envolver
emocionalmente e não mecanicamente, devendo estimular a sensibilidade e a
percepção dos alunos.
.
38
CONCLUSÃO
Com base no conhecimento adquirido através de leituras e pesquisas
realizadas, a música é um recurso que propicia, promove e mantém o
desenvolvimento individual de cada aluno sendo utilizada diretamente no
processo ensino-aprendizagem.
Fazer com que as crianças. Adolescente e os jovens despertem para o
seu grandioso, que não se esmoreça diante das dificuldades e passem a
manifestar a força infinita latente existente dentro de cada um deles, nisso
consiste a psicopedagogia em estimular e manifestar a natureza que existe em
todo ser humano, exteriorizando a capacidade de saber ouvir e sentir a música
em todo sentido do corpo e da mente.
Todas as crianças têm facilidades de aprender um instrumento
musical, pois o seu dia a dia são cercados por sons, ritmos, ouvindo musicas
desde o ventre da mãe, os bebês estão ligados ao mundo exterior e já ouvem.
Para educar bem a criança, é o fato de que cada ser humano é
diferente um do outro, as pessoas diferem uma das outras quanto aos dons
naturais e quanto aos carmas que trazem acumulados dentro de si. Cada ser
humano veio a esse mundo trazendo consigo um passado diferente do outro,
por essa razão os gêmeos que tenham sidos criados por uma mesma pessoa,
no mesmo ambiente e com os mesmos métodos educacionais, podem ter
personalidade completamente diferentes entre si. A psicopedagogia deve
reconhecer e valorizar a personalidade de cada indivíduo.
A música contribui para harmonizar o individuo levando-o a padrões
mais satisfatórios e saudáveis de sentimentos e ações. Contudo a música
como ferramenta é importantíssima na intervenção psicopedagógica, que
poderá ser utilizada como recurso aos alunos com dificuldades de
aprendizagem, especialmente as relacionadas à cognição, como as de
concentração e memorização.
39
O professor que compreende a música como linguagem e a utiliza de
maneira adequada, tem nela um importante aliado para o desenvolvimento do
aluno.
Poucos professores trabalham a questão da exploração dos sons: do
corpo, dos objetos, não referenciam as propriedades da música e não
consegue enxergar esses aspectos como um trabalho essencial essencial da
linguagem musical.
O educador deve se ver como um pesquisador e se permitir vivenciar
experiências diversas que com certeza contribuirão para a sua prática
estendidas aos educandos.
40
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dinâmicas de grupo fáceis e rápidas para o ensino superior. Papirus, 2ª Edição,
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.
43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO 9
1.1 – Breve relato da origem da música 9
1.2 – Música x Musicalidade x Musicalização 15
CAPÍTULO II
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA APRENDIZAGEM 18
2.1 – Aprendendo com a música 20
2.2 – Benefícios atribuídos a música na aula 24
CAPÍTULO III
A MÚSICA COMO INSTRUMENTO DE INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 31
3.1 – A origem da Psicopedagogia 31
3.2 – A intervenção e atuação do Psicopedagogo 33
3.3 – A música e sua importância 35
3.3 – A música como intervenção Psicopedagógica 36
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40
ÍNDICE 43