DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus...

29
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO A VEZ DO MESTRE LEITURA – UM DESAFIO SEMPRE ATUAL NÉLIA VICENTINA SANTOS BENVIDES PÓVOA ORIENTADOR: PROFESSOR: VILSON SERGIO DE CARVALHO POSSE - GOIÁS DEZEMBRO/2008 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

Transcript of DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus...

Page 1: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

LEITURA – UM DESAFIO SEMPRE ATUAL

NÉLIA VICENTINA SANTOS BENVIDES PÓVOA

ORIENTADOR:

PROFESSOR: VILSON SERGIO DE CARVALHO

POSSE - GOIÁS DEZEMBRO/2008

DOCU

MENTO

PRO

TEGID

O PEL

A LE

I DE D

IREIT

O AUTO

RAL

Page 2: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

LEITURA – UM DESAFIO SEMPRE ATUAL

NÉLIA VICENTINA SANTOS BENVIDES PÓVOA

Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista em Docência do Ensino Superior.

POSSE - GOIÁS DEZEMBRO/2008

Page 3: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiro a Deus, por todo o meu percurso de vida com a graça Dele,

esta etapa está sendo vencida.

Aos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito

apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido ao longo da

minha vida.

Às colegas: Natália Resende e Rosangela da Glória, com quem tive todo

o prazer em trocar experiências e saberes, pela amizade solidificada, que

sempre me incentivou ao longo deste trabalho.

Page 4: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

4

DEDICATÓRIA

Dedico este estudo aos meus filhos

Fernando, Júnior e Matheus

Pela compreensão em todos os momentos desta e de outras

caminhadas.

“porque quem ama nunca sabe o que ama.”

(poema de Fernando Pessoa)

RESUMO

Page 5: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

5

A pouca leitura dos estudantes tem sido preocupação constante de

professores de todos os níveis de ensino e muitos esforços têm sido feito para

modificar esta triste realidade, mas, apesar disto, muitos jovens ainda ingressam

na universidade sem terem o hábito da leitura, o que acaba por interferir na

aprendizagem destes alunos, pois, a leitura é determinante na construção do

conhecimento do acadêmico. Diante disso a universidade precisa repensar sua

prática quanto ao trabalho com a leitura, pois, o aluno que chegou ao ensino

superior lendo pouco, pode ter sua ultima oportunidade de se tornar leitor nesta

modalidade de ensino. Diante desta problemática surge a presente pesquisa.

METODOLOGIA

Page 6: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

6

Considerando a importância da leitura em qualquer fase do ensino, e

especialmente no ensino superior surge a presente pesquisa com o objetivo de

realizar uma investigação em torno do assunto. A metodologia a ser utilizada no

trabalho será uma pesquisa bibliográfica, envolvendo livros que tratam do

assunto, sites da internet, artigos eletrônicos, revistas e artigos de jornais..

Dentre as obras utilizadas na pesquisa estão:

* Lendo e Formando Leitores;

* Parâmetros Curriculares e Literatura;

* Parâmetros Curriculares Nacionais V. 2 Língua Portuguesa;

* De olhos abertos: reflexões sobre o desenvolvimento da leitura no

Brasil;

* Oficina de leitura: teoria e prática;

* Avaliação da Educação a Distância;

Os autores das obras acima norteiam o presente trabalho além de outros

consultados ao longo da construção do mesmo.

SUMÁRIO

Page 7: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

7

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULOI 10

O ESSENCIAL PAPEL DA LEITURA NO ENSINO SUPERIOR 10

1.1 A Pouca Prática de Leitura por Parte dos Jovens Brasileiros 10

1.2 O Trabalho com a Leitura nas Universidades 11

1.3 A Pouca Importância dada aos Livros em nossa Sociedade 13

1.4 A Importância da leitura na Universidade 14

CAPÍTULO II 15

O TRABALHO COM A LEITURA NO ENSINO SUPERIOR 15

2.1 Alunos com Baixo nível de Desempenho em leitura nas Universidades 15

2.2 O Papel do Professor Universitário na construção do aluno leitor 16

2.3 A influência da Leitura na Produção Científica do aluno Universitário 17

CAPÍTULO III 20

RESGATE DA LEITURA NO ENSINO SUPERIOR 20

3.1 Incluindo a Leitura no Cotidiano da Universidade 20

3.2 A Leitura Mapeando os Caminhos do Conhecimento 21

3.3 Descobrindo o encanto da Leitura 22

3.4 Ressignificando a Leitura No Ensino Superior 24

CONCLUSÃO 26

BIBLIOGRAFIA 28

INTRODUÇÃO

Page 8: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

8

A leitura tem sido centro de discussão, nos últimos tempos, trazendo uma

polêmica sobre a prática de leitura entre os brasileiros. Nesse sentido, a leitura

na Universidade não poderia ser diferente.

Referindo-se a problemática da leitura com a qual se vem passando nas

Instituições de ensino superior, Thomas e Moorman, afirmam: “o estudante que

pode ler, mas opta por não ler, é provavelmente o problema mais crucial com

que se defrontam hoje nossas instituições de ensino”. Não é o analfabetismo

que estamos combatendo, mas a ”aliteratura”. (K. Thomas e G. Moorman apud

Cramer, Eugene, 2001, p. 21.).

Assim, nos faz ampliar a discussão e pensar sobre a qualidade de

formação destes que aprenderam a ler e não lêem. Levando a crer, que a

prática de leitura, na Universidade é ministrada de forma inadequada, sendo que

os alunos não têm consciência da importância dessa prática em sua formação,

fazendo com que se reflita no seu crescimento pessoal e profissional.

Diante do acima exposto surgiu um questionamento. Apesar do acesso

mais fácil aos materiais impressos que a Universidade atual tem possibilitado,

por que os alunos ainda possuem uma freqüência de leitura

superficial/mecânica, dedicando pouco tempo a essa prática? Qual é a visão

apresentada pela Comunidade Universitária no que se refere à prática e

inserção de leitura no contexto Educacional do Ensino Superior?

No entanto, a leitura é a matéria do processo de aquisição de

conhecimento, reflexão e construção de novos saberes. O estudante

universitário está definitivamente exposto a ela e dependente do processo leitor

para avançar em sua formação. Se de uma maneira geral o alunado chega à

universidade sem que tal competência esteja desenvolvida, cabe, então, propor

uma pedagogia e uma política da leitura no âmbito dos cursos universitários

(CARVALHO, 2002).

Sendo assim, surgiu à necessidade de conhecer mais sobre o assunto

com intuito de analisar e compreender como as universidades têm reagido

Page 9: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

9

mediante a falta de leitura, como tem se apropriado dessas práticas para uma

educação mais eficaz, voltada para o desenvolvimento pleno do universitário.

Dessa forma, apresenta-se como objetivo dessa pesquisa sistematizar

conhecimentos, embasados em referenciais teóricos, sobre a metodologia

adotada pelos profissionais que atuam na docência em Instituições do Ensino

Superior. No primeiro capítulo a discussão gira em torno da importância da

leitura nas praticas educativas do Ensino Superior.

No segundo capítulo, aborda-se o papel da leitura na metodologia

aplicada pela Universidade.

O terceiro e último capítulo traz como tema as novas possibilidades de

aprendizagens envolvendo a leitura, para o sucesso dos alunos e para a

melhoria da qualidade do trabalho docente.

O estudo conclui que a leitura é essencial para o pleno desenvolvimento

do aluno que cursa o ensino superior, sendo assim as instituições de ensino

superior precisam repensar suas práticas de leitura, visando ajudar o educando

a tornar-se um leitor competente a fim de lhe dar condições entre coisas de

realizar bem as atividades de produção científica, colaborando assim para uma

formação de qualidade dos alunos que passam pelas universidades.

Page 10: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

10

1 O ESSENCIAL PAPEL DA LEITURA NO ENSINO

SUPERIOR

1.1 A Pouca Prática de Leitura por Parte dos Jovens Brasileiros

Um dos maiores desafios da educação brasileira, hoje, como promotora

de competências indispensáveis a transmissão de cultura de valores, é efetivar a

prática da leitura, já que essas aptidões são indispensáveis para o sucesso

acadêmico em todas as disciplinas. Porém, pesquisas indicam que a falta de

leitura não se concentra apenas no Ensino Fundamental, mas prossegue no

Ensino Médio e, por efeito dessa constatação, alcança o Ensino Superior.

No ultimo exame do Pisa (exame que mede a quantidade de livros lidos

em um ano), os alunos brasileiros obtiveram resultado notoriamente

insatisfatório. O Brasil ficou em 52° lugar no ranking de 57 países, o Pisa avaliou

as competências de mais de 400 mil estudantes de 15 anos de idade em 57

países, por meio de um teste abrangente com o foco sobre a Leitura e

Matemática, há muito tempo que as autoridades de ensino têm tentado reverter

essa situação através do incentivo à leitura.

Sendo assim, a problemática da leitura esta em todos os níveis da

educação. Essa dificuldade, no contexto Universitário, se deve, principalmente, á

ausência das práticas de leitura que conduzam à formação de um leitor

proficiente, Certamente o trabalho de incentivar, motivar e levar o aluno ao

hábito da leitura deve necessariamente acontecer no início de sua vida escolar,

no entanto, na Universidade este trabalho deve continuar ou ter início se for o

caso.

A leitura tem papel determinante na vida de uma pessoa, pois lhe dar uma

visão mais ampliada do mundo, tornando-a mais crítica, capaz de perceber com

mais clareza o que para a maioria passa despercebido, sendo assim ela é capaz

de descortinar a sociedade, diante dos olhos do leitor.

Page 11: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

11

“Nas sociedades autoritárias e conservadoras (e aqui incluímos a

brasileira), onde a ideologia de uma classe dominante impera e é

reproduzida ao longo da história, os mecanismos de esquecimento e

de acobertamento dos fatos são acionados a bel-prazer, fazendo com

que o povo praticamente não aprenda o significado de dados

históricos relevantes. Podemos até afirmar que a classe dominante

brasileira é perita na prática desses mecanismos, impedindo uma

leitura crítica de nossa realidade social, na ótica da história concreta.”.

(SILVA, 1991, p.75,76).

É bastante cômodo que parte da população, e essa parte geralmente é a

maioria, seja facilmente manipulada, por uma minoria elitizada e neste contexto

a falta ou a pouca leitura contribui sob maneira para isso, pois não é possível

dominar pessoas dotadas de conhecimentos específicos que em sua maioria

são adquiridos por meio de muita leitura.

1.2 O trabalho com a Leitura nas Universidades

O papel da universidade relativo à prática da leitura é crucial, pois nossos

universitários só terão essa amplitude de conhecimento e visão por meio da

leitura constante de obras e autores diversos, e se esta prática por lapso não foi

construída na educação básica, então este trabalho é essencial e urgente.

Estudos realizados por Witter (1997, p. 11) nos alerta para a importância

da leitura na Universidade. Segundo ela a leitura é um comportamento essencial

para o ensino-aprendizagem no ensino superior. É a última oportunidade para

tornar o cidadão um leitor competente, crítico, freqüente, criativo, que

compreende e usa de forma adequada ás informações obtidas via texto, mas,

infelizmente ainda é comum vermos pessoas concluírem o estudo superior e não

ser necessariamente um leitor o que deixa claro que não houve um trabalho

eficaz com a leitura em todas as etapas de ensino pelas quais ele passou.

Nessa concepção, afirmamos que a leitura é essencial para a formação

do aluno, pois ajuda a desenvolver a capacidade de interpretação, de

Page 12: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

12

compreensão, relacionar idéias e fatos, facilita para o aluno se inteirar do que é

relevante, compreendendo os textos para além das linhas, identificando seu

sentido, expondo opiniões e raciocínio próprio sobre o conteúdo lido e,

conseqüentemente implicando na sua formação acadêmica e no seu

desempenho como futuro profissional.

Daí faz-se necessário trabalhar de forma vinculada á leitura, ou seja, fazer

da leitura, não apenas a decodificação de códigos e sim interpretando o que se

lê para novas descobertas do mundo que o rodeia.

Dentre tantos problemas que afetam o trabalho com leitura em todas as

etapas da educação, um tem grande destaque, o fato de muitos educadores

também não serem leitores, e isso, infelizmente não é raro de se ver.

“Os meus alunos não gostam de ler é. Sem dúvida, a queixa mais

comumente ouvida entre os professores. É um dos primeiros

comentários a serem feitos quando, ao terminar uma palestra sobre a

leitura, abre-se a sessão para perguntas ou esclarecimentos. Por que

essa realidade? Referimo-nos, por exemplo, ao lugar cada vez menor

que a leitura tem no cotidiano brasileiro, à pobreza no seu ambiente

de letramento (o material escrito com o qual ele entra em contato,

tanto dentro como fora da escola), ou ainda, própria formação precária

de grande número de profissionais de escrita que não são leitores,

tendo, no entanto, que ensinar a ler e a gostar de ler” (KLEIMAN,

1995, p.15).

Ler é extremamente importante, no contexto atual, onde as informações

são muitas e a velocidade com que chegam e são substituídas é espantosa,

sendo assim, nunca foi tão importante ser um leitor, diante disso, é

imprescindível que as universidades formem profissionais leitores, seja de que

área for, pois o sucesso desse profissional estará atrelado a sua capacidade de

compreensão, que é adquirida por meio da leitura.

Visando um trabalho mais efetivo com relação à leitura é preciso que as

universidades oportunizem aos universitários o contato com textos literários,

com doutrinas clássicas, com oras de relevo, aguçando o pensamento crítico, de

forma a estimular a leitura e a reflexão sobre o que foi lido. O papel da

Page 13: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

13

universidade na consolidação de leitores é fundamental, pois é quase impossível

formar pesquisadores, o que deve ser intuito desta instituição de ensino, sem

muita leitura.

1.3 A Pouca Importância dada aos Livros em Nossa Sociedade

Infelizmente as pesquisas apontam o Brasil um dos países em que o

consumo anual de livros é muito baixo, nós brasileiros não temos o costume de

comprar livros e muito menos de ler e esta desvalorização dos livros acaba por

afetar nosso desempenho de leitor. A maior alegação para este fato é de que os

livros são muito caros, mas, se pensarmos bem, este não é o verdadeiro e único

problema.

Livros são caros, dizem muitas pessoas, e por isso não os compram.

Mas celulares são caros, brinquedos mais ainda, revistas são caras e

superficiais (além de questionáveis em seus conteúdos), TVs, DVDs,

equipamentos de som são caros. E as famílias brasileiras “de todas as

camadas sociais” disponibilizam a seus filhos tais objetos. Só não

disponibilizam livros. .(Revista Direcional Educador – Edição 33 p.21- out.2007).

A mídia prega um consumismo devastador em quase todas as áreas,

passando por produtos alimentícios, de beleza, eletrodomésticos e tantos outros,

que a partir da propaganda parecem extremamente necessários a ponto de

passarem aos consumidores a idéia de que adquirir tal objeto trará felicidade, no

entanto, há pouca propaganda em torno dos livros e cabe aos pais e professores

o papel fundamental de fazer a propaganda dos livros, “vende-los” como

essenciais aos jovens.

É pouco comum ver pessoas lendo em nosso país, nas praças, nos

aeroportos, nas rodoviárias e outros locais, até mesmo nas salas de espera, o

muito que se vê é pessoas folheando revistas velhas, sem muito interesse, é

difícil ver alguém carregar um livro para ler enquanto espera, parece melhor

Page 14: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

14

aguardar nas filas reclamando da demora do atendimento e de outras coisas, do

que lendo. Que pena, poderiam viajar nas páginas fabulosas de um livro

enquanto aguardam a vez.

1.4 A importância da Leitura na Universidade

Segundo Marine (1986), no ensino superior o estudo é algo que exige

uma porção significativa de leitura, sendo assim, seria necessário que o aluno

universitário já trouxesse consigo o hábito de ler, no entanto, nem sempre isto

ocorre, o que dificulta na aprendizagem deste, além de tornar o trabalho docente

mais difícil.

Podemos entender a leitura como um processo que se inicia a partir da

alfabetização e se desenvolve ao longo da vida, sendo uma cultura aprendida

predominantemente na escola, portanto deve ser praticada em todos dos níveis

de ensino, e dada a sua importância consolidar-se no Ensino Superior.

Segundo oliveira (1983), o aluno já deveria apresentar comportamento de

leitor assíduo, ao entrar na universidade considerando que a leitura se constitui

um dos elementos fundamentais na metodologia de estudo ao longo do ensino

superior.

A leitura é um dos meios mais importantes de aquisição de conhecimento,

sendo assim, o aluno agrega ao seu saber anterior o conhecimento adquirido

por meio da leitura recém feita, conforme afirma Freire (1982), “Uma

compreensão crítica do ato de ler não se esgota na decodificação pura da

palavra escrita ou da linguagem escrita, mas se antecipa e se alonga na

inteligência do mundo. A leitura da palavra (...)”.

Page 15: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

15

CAPÍTULO II

2 O TRABALHO COM A LEITURA NO ENSINO

SUPERIOR

2.1 Alunos com Baixo Nível de Desempenho em Leitura nas

Universidades

Em todas as modalidades de ensino, desde a educação infantil, passando

pelo ensino fundamental e médio, até o ensino superior, os docentes têm grande

preocupação em tornar os alunos leitores e comumente realizam atividades

voltadas para a formação do hábito da leitura.

Apesar de todos os esforços emanados, percebe-se que nem sempre o

objetivo é alcançado em especial quando este êxito não é obtido na infância,

pois é bastante comum que jovens não gostem muito de ler.

O trabalho mais consistente com a leitura geralmente faz parte da prática

docente dos professores que atuam nas séries iniciais do Ensino Fundamental,

já nas séries finais desta modalidade de ensino e no Ensino médio, as atividades

pertinentes à leitura são relegadas apenas ao professor de língua portuguesa,

que sozinho, na tarefa de tornar o aluno leitor, nem sempre, alcança sucesso e

na seqüência muitos alunos chegam às universidades sem gostarem de ler, e,

portanto sem o hábito da leitura.

“Esse distanciamento é mais facilmente percebido quando o aluno

adentra na universidade. Sabe-se, mais ou menos objetivamente, que

existe uma insatisfação generalizada dos professores universitários

quanto ao nível de desempenho de leitura dos alunos” (SILVA, 1984,

p.47,48).

Como se vê, apesar de toda seleção que há até se chegar à universidade,

seja por falta de vagas, no caso das públicas, ou de poder aquisitivo, no caso

Page 16: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

16

das privadas, nossos universitários muitas vezes também não são leitores, o que

certamente comprometerá a sua formação e atuação profissional. As

dificuldades contemporâneas, para ingresso no ensino superior, que conduz a

uma seleção muitas vezes cruel, não é suficiente para abrir as portas desta

modalidade de ensino apenas a alunos leitores. Este fato requer uma postura

mais aberta das universidades quanto ao trabalho com a leitura com objetivo de

despertar nos educandos o gosto pela leitura.

Diante disso o trabalho com a leitura no interior das faculdades é

essencial, pois se esta não recebe um aluno leitor terá que trabalhar o suficiente

para torná-lo leitor.

2.2 O Papel do Professor Universitário na Construção do

Aluno Leitor

Diante de todos os problemas que ocorrem com relação à leitura, em

todos os níveis de ensino, no ensino superior, o professor ao perceber que o

aluno universitário apresenta deficiências na área de leitura precisa propor a

este educando leituras de um nível mais baixo, menos intelectualizado, sugerir

leituras complementares, visando melhorar sua compreensão, deixando claro

para ele que pouca leitura vai levá-lo a ter dificuldade de compreender, pois à

medida que lemos nos tornamos mais capazes de compreender os textos, pois

ampliamos nosso conhecimento e vocabulário.

Às vezes será preciso partir de leituras que não são pertinentes ao curso,

que o aluno esta fazendo, mas, será importante para que o aluno vá se

acostumando com a leitura, para depois, ir introduzindo textos e livros voltados

para o curso.

Outro ponto importante a ser observado é que mesmo a leitura inerente à

área cursada pelo aluno, deve partir de uma leitura mais simples para uma mais

complexa, pois o aluno tem um tempo durante o período de estudo de se

familiarizar e identificar com termos próprios da profissão em que atuará.

Page 17: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

17

Chegar ao ensino superior ainda é privilégio de uma minoria, e mesmo

estas minorias às vezes não têm uma formação sólida e eficaz, pois, muitos

durante o curso lêem muito pouco e seguem assim depois de concluírem, o que

é lastimável, considerando que após terem tido uma oportunidade relegada a

poucos, não fez o devido proveito. Diante disso é preciso fazer valer a

passagem deste aluno pelos bancos universitários. Neste sentido é essencial

que ele ao concluir seu curso superior, entre as muitas habilidades que precisa

ter adquirido, deve sobre tudo ser um leitor. Isso de certa forma garantirá a ele

novas descobertas e uma atualização constante, mesmo depois de sua

formação.

2.3 A influência da Leitura na Produção Científica do Aluno

Universitário

A leitura é a forma mais eficaz de se adquirir conhecimentos, ler pouco

significa aprender menos, quando se pode aprender muito mais. Muitas são as

causas e as circunstâncias que contribuíram para a chegada de jovens que lêem

pouquíssimo, a universidade, mas, certamente um dos mais fortes é o fato de

que historicamente, nós brasileiros somos um povo que pouco lê.

“Por outro lado, parece certo dizer que não existe tradição de leitura

no Brasil. Dada às condições do desenvolvimento histórico e cultural

do país, a leitura, enquanto atividade de lazer e atualização, sempre

se restringiu a uma minoria de indivíduos que teve acesso à educação

e, portanto, ao livro. A grande massa da população, sem condições

para estudar, sempre aderiu aos meios diretos de comunicação, que

não exigem educação formal para sua recepção”. (SILVA, 1984, p. 37)

Porem é sabido que os universitários em sua maioria não fazem parte da

grande massa da população que, por diversas circunstâncias, não lêem mais

que o essencial, no entanto, muitos alunos do ensino superior não são leitores e

este fato acaba por afetar sua formação.

Page 18: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

18

Considerando ainda que a construção de trabalhos científicos é algo

pertinente ao ensino superior, e para tanto, é há a exigência de um vocabulário

adequado e o aluno que não tem costume de ler, tem uma restrição neste

sentido, o que dificulta uma boa dissertação, já que não se apropriou de uma

linguagem mais vasta e abrangente, ou seja, não sabe utilizar a norma culta

adequadamente.

Vivemos na era da tecnologia e hoje mais do que em qualquer outra

época os alunos têm acesso a um número maior de informações e numa

velocidade bem maior, se outrora os alunos só tinham acesso a textos por meio

de livros nem sempre acessíveis, hoje por meio da internet é possível ter acesso

a uma gama muito maior, no entanto, é perceptível que os jovens preferem

jogos eletrônicos, filmes e programas em que são meros ouvintes platéia muda,

tudo isso é muito fácil e a leitura exige interpretação, participação, para

compreensão, mas, os resultados são bem maiores e melhores.

Muitas vezes o professor universitário ignorando a deficiência de leitura

de seus alunos parte de uma leitura mais específica do curso o que dificulta a

interpretação do aluno e o seu gosto pelo texto. Neste caso seria mais viável o

docente atacar a capacidade de compreensão por meio de textos curtos de mais

fácil compreensão até chegar aos escritos mais longos e finalizar com leitura

completa de obras ligadas ao universo da formação do educando.

“A leitura amplia e integra os conhecimentos (...). Abrindo cada vez

mais os horizontes do saber (...). Quem lê constrói sua própria ciência;

quem lê constrói sua própria ciência; que não lê memoriza elementos

de um todo que não se atingiu”. (RUIZ, 1998, p.17).

Mesmo diante da importância da leitura, constata-se que, que grande

parte dos estudantes do ensino superior lê por obrigação e não por prazer e

tendo o ato da leitura como obrigação, ocorre uma leitura desinteressada, que

leva a resultados que permeiam mais por decorar do que de aprender de fato.

O professor universitário precisa refletir sobre a importância da leitura no

ensino superior, para a partir disto buscar trabalhar, voltado seus esforços para

que seu aluno seja um leitor assíduo, isso, que a princípio parece tomar o tempo

Page 19: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

19

de trabalhar conteúdos pertinentes ao currículo, pode ter um efeito muito positivo

a medida que capacitar o aluno para contribuir efetivamente na construção do

seu próprio conhecimento por meio da leitura constante.

Page 20: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

20

CAPÍTULO III

3 RESGATE DA LEITURA NA UNIVERSIDADE

3.1 Incluindo a Leitura no cotidiano da Universidade

Despertar nos alunos o gosto pela leitura é uma prática que precisa

acontecer bem cedo, no início da vida escolar, mas, por inúmeros problemas

nem sempre isso ocorre e, por conseguinte chegam alunos a universidade que

lêem muito pouco e o resultado disso é uma formação deficiente deste

educando que esta ali se profissionalizando e logo estará no mercado de

trabalho, atuando com as conseqüências da falta de leitura.

A leitura está extremamente ligada ao sucesso acadêmico de quem se

propõe a aprender, e por estar contribuindo para a aprendizagem, evita a

evasão que é uma realidade curiosa no ensino superior, considerando as

dificuldades para o ingresso nesta modalidade de ensino.

Diante do exposto, é papel das universidades trabalharem essa

deficiência na área da leitura, visando tornar seu aluno mais competente e

capaz, certamente esta não é uma tarefa fácil, no entanto é prioritária.

A tarefa de formar leitores não é fácil e para executa-la o professor

precisa ser critico e refletir muito sobre sua prática pedagógica e se preciso for,

transformá-las, isso requer novos embasamentos, a fim de se orientar no

exercício de sua profissão.

Para tornar os alunos bons leitores – para desenvolver, muito mais do

que a capacidade de ler, o gosto e o compromisso com a leitura -, a

escola terá que mobilizá-los internamente, pois aprender a ler (e

também ler para aprender) requer reforço. Precisará fazê-los achar

que a leitura é algo interessante e desafiador, algo que, conquistado

plenamente, dará autonomia e independência. Precisa torná-los

confiantes, condição para poderem se desafiar a “aprender fazendo”.

Page 21: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

21

Uma prática de leitura que não desperte e cultive o desejo de ler não é

uma prática pedagógica eficiente. (BRASIL, 2001, p.58).

Infelizmente, no nosso país não há uma cultura de leitura, pelo contrário

as pessoas lêem muito pouco, e nem sempre a escola tem conseguido reverter

esse quadro, o que acaba fazendo com que alguns jovens cheguem às

universidades pouco praticantes de leitura. Agrava essa situação o fato dos

professores universitários às vezes agirem como se todos dos alunos fossem

leitores em potencial, e não realiza um trabalho adequado com relação à leitura.

Às vezes a preocupação excessiva do docente com a qualidade do texto,

o faz buscar materiais de leitura, às vezes, de difícil compreensão do aluno e ao

invés de conseguir com isto que o nível de aprendizagem e conhecimento do

aluno aumente o que geralmente é o objetivo do professor, faz com que o aluno

se afaste da leitura, o que é altamente negativo.

“Não se trata saber qual o tipo de texto é mais adequado para o

trabalho a ser feito em sala de aula. Trata-se de saber qual o melhor

trabalho a ser feito em sala de aula para que os alunos (...) sejam

cidadãos leitores numa sociedade que tem expulsado, historicamente,

os trabalhadores, qualificados ou não, das bibliotecas, das livrarias,

dos cinemas, dos teatros etc.” (GERALDI, 1996, p.124).

É essencial que o aluno universitário seja um freqüentador assíduo da

biblioteca da faculdade, que tenha acesso a livros variados e deles faça uso

constante, que conheça muitos autores que se prestam a escrever sobre a área

de formação deste aluno, tudo isso faz parte de uma formação sólida e

competente.

3.2 A Leitura Mapeando os Caminhos do conhecimento

A leitura como já dito, tem um papel essencial na vida do estudante de

qualquer modalidade de ensino, mas esta só terá êxito, na medida em que o

leitor for capaz de compreender o que lê que aprenda a ler o que não esta

Page 22: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

22

escrita, percebendo elementos implícitos, que o permita fazer a ligação entre o

deste que lê e outros já lidos.

O hábito da leitura dá ao leitor, uma capacidade maior de argumentação,

o que é extremante importante em todas as áreas profissionais, sendo assim,

não dá para ignorar a importância de continuar um trabalho de leitura no ensino

superior, pois é lendo que os alunos irão adquirir a competência necessária para

realizar bem a profissão para a qual se prepara na universidade.

Pensando no trabalho mais consistente com a leitura no ensino superior,

é preciso às universidades incluam em suas propostas curriculares atividades

que estimulem os alunos a se interessarem pela leitura.

A universidade pode iniciar este trabalho, por meio de um diagnóstico das

dificuldades dos alunos com relação à leitura e a partir disto promover algum tipo

de intervenção que favoreça as capacidades lingüísticas por ela esperada nos

alunos ingressantes no ensino superior.

Todo este trabalho em torno da leitura é fundamental na universidade à

medida que a pouca leitura vai implicar em universitários que não escrevem bem

e em virtude disso terão uma formação comprometida e assim sendo suas

chances de ascensão profissional são mínimas.

3.3 Descobrindo o Encanto da Leitura

Em todas as etapas da educação o professor tem um papel determinante

na formação do habito da leitura nos discentes, no entanto, muitos têm grande

dificuldade de realizar um bom trabalho, porque também eles não são leitores e

fica difícil convencer o outro de algo que não cremos. É muito fácil para um

professor apaixonado por livros convencer seus alunos de qualquer modalidade

de ensino a ler.

Quando se é um leitor, a leitura tem o poder de encantar. Por meio dos

livros podemos viajar, conhecer lugares que jamais fomos ou iremos, através

dos textos e descrições dos autores penetramos nos mais variados mundos e é

essa magia e esse encanto que precisamos passar para os nossos alunos. A

leitura que nos permite ter acesso a informações diversas e assim ao

Page 23: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

23

conhecimento, pode e deve ser agradável sendo também ocasião de lazer e

diversão.

“E sabemos também que a maioria dos professores no início de suas

vidas, enquanto alunos, não vivenciaram as situações que hoje são

apontadas como fundamentais para a formação do leitor. Como

resultado, encontramos uma grande quantidade de professores que,

embora conscientes da necessidade de ler, e da sua responsabilidade

na formação de alunos leitores, sentem muita dificuldade em sua

atuação e reconhecem, inclusive, que não são leitores”. (ANTUNES,

2005, p.19).

É uma atividade muito importante, na faculdade a produção de texto, por

meio de pesquisas científicas e essa produção requer dos alunos um bom

domínio da língua portuguesa e vocabulário apropriado, tudo isto esta presente

no texto de um escritor competente. Construir este escritor passa pela

construção anterior de um leitor, pois, adquiri se a competência de escrever bem

por meio de uma leitura constante.

“O trabalho com a leitura tem como finalidade a formação de

leitores competentes e, conseqüentemente, a formação de escritores,

pois a possibilidade de produzir textos eficazes tem sua origem na

prática de leitura, espaço de construção da intertextualidade e fonte de

referências modeladoras”. (PCN Vol. 2, 2001, p. 53)

O fato dos professores universitários esperarem que os alunos

provenientes da educação básica cheguem à faculdade preparados com relação

à leitura, faz com que o trabalho com livros seja pouco agradável e afaste um

pouco mais os alunos da leitura o que é extremamente prejudicial nesta

modalidade de ensino.

A imposição de certos livros e textos que são de difícil compreensão para

o aluno, costuma ser um erro grave, pois, ao tentar continuar lendo um livro que

não esta compreendendo a leitura se torna extremamente desagradável e vai

desencadeando um desencanto por ler.

Page 24: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

24

‘Impor a literatura erudita porque é a literatura de prestígio a alunos

despreparados, com outras raízes culturais, é transformá-la em

dogma, o que lhe tira a possibilidade de discuti-la, de avaliar autor e

literariedade e, sobretudo uma leitura prazerosa” (FARIA, 1999, p.92).

Às vezes é preciso dar passos mais lentos em relação à leitura, começar

por textos mais acessíveis, deixando claro para o universitário a importância

dele se tornar um leitor, pois, esta condição essencial para sua formação e

sucesso profissional.

A leitura na universidade tem a finalidade de ajudar o aluno a aprender,

pois é o caminho mais viável para adquirir conhecimentos.

“É através da leitura que o estudante constrói, ele mesmo, o próprio

curso universitário. Na leitura crítica e constante, ele assume

pessoalmente o processo de sua aprendizagem. Aprende a discernir,

discriminar, organizar, coordenar, compreender, explicitar,

caracterizar, formular, confrontar e interpretar, incorporar e assimilar

os conteúdos apresentados”. (MOROBIN, 1983, p.102).

3.4 Ressignificando a Leitura no Ensino Superior

É indiscutível que o aluno deve ser despertado para a leitura o mais cedo

possível, sendo assim seria viável que isto ocorresse nas séries iniciais do

Ensino Fundamental, tão logo este aluno se alfabetizasse, no entanto,

infelizmente, parte os alunos passam por esta etapa do ensino e às vezes até

pelo Ensino Médio, sem habituar-se a leitura, tão essencial no processo ensino

aprendizagem.

Segundo Witter (1997), no ensino superior esta a ultima oportunidade

para tornar o cidadão um leitor competente, crítico, freqüente, criativo que

compreende e usa de maneira adequada as informações obtidas por meio dos

textos.

Page 25: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

25

A leitura e apresentada ao aluno ao longo de sua jornada escolar sempre

em forma de cobrança, quem não se lembra de ter lido um livro sem se envolver

de fato com ele por estar demasiadamente preocupado com as questões que

teria que responder na ficha literária e desta forma sempre havia uma atividade

pós leitura, que tirava um pouco da graça do texto. Segundo Kleiman (1993), as

ações pedagógicas voltadas para a leitura, com o objetivo de mostrar ao aluno a

importância de ler, não precisa estar atrelada a uma cobrança, desde que haja

um programa de leitura que permita ao aluno entrar em contato com um

universo textual amplo e diversificado.

Estimular os alunos a lerem é tarefa de todo e qualquer docente, e não é

diferente no ensino superior, para tanto, o docente deve, segundo Geraldi

(1996), neste processo ter um papel ativo, perguntando, levando o aluno a

refletir sobre o texto lido e especialmente compreender que a leitura é um

diálogo entre autor e leitor.

Por fim se depois de passar pela educação básica o aluno entrou no

ensino superior, lendo menos que o necessário para sua formação plena, a

universidade terá que tornar este aluno leitor, pois, esta pode ser a ultima

oportunidade deste cidadão ser um leitor competente, o que certamente fará a

diferença na sua formação final e atuação profissional.

Page 26: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

26

CONCLUSÃO

Ao longo da história, o pouco habito de leitura dos estudantes, tem sido

uma das maiores preocupações de educadores de todos os níveis de ensino,

dada a sua importância para uma formação integral do educando. Mesmo no

ensino superior é comum encontrarmos alunos que não gostam de ler e o fazem

muito pouco o que acaba interferindo em seu rendimento acadêmico fato este

que motivou a presente pesquisa que buscou ao longo de sua construção

compreender as causas da pouca apreciação da leitura por parte de alguns

educandos e ainda a forma como as universidades concebem este problema.

No capítulo I, a presente pesquisa abordou a pouca prática leitora dos

jovens brasileiros, o que é bastante pernicioso, considerando que a leitura é um

dos principais meios para se adquirir conhecimentos. Este fato que afeta a

grande maioria das pessoas ocorre também no meio universitário e tem graves

conseqüências, pois é extremamente necessário que o acadêmico seja um

leitor, para que sua formação tenha a excelência esperada de um profissional de

nível superior, sendo assim, se a universidade recebeu um aluno que não lê o

suficiente, que não adquiriu o hábito de ler nas modalidades de ensino cursadas

anteriormente, é papel da universidade torna-lo leitor.

O presente trabalho que investigou os problemas relativos a leitura no

Ensino Superior, trouxe a tona no segundo capítulo o papel na universidade na

formação do hábito da leitura, fato ignorado por parte de muitos professores

universitários, que consideram que esta tarefa deve ser relegada aos docentes

da educação básica. De fato o ideal é que os alunos chegassem a faculdade

leitores, mas, nem sempre isso ocorre e esta pode ser a ultima oportunidade de

uma instituição de ensino fazer esta tão necessária intervenção.

O trabalho com a leitura é essencial em qualquer fase de ensino, mas, no

superior é determinante, pois o aluno dependerá e muito da sua habilidade de

ler para ter uma aprendizagem devida, portanto, os docentes precisam trabalhar

com a leitura, às vezes partindo de textos mais simples até chegarem aos mais

complexos voltados para textos próprios da área de formação destes alunos.

Page 27: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

27

A leitura é que dar subsídios para a escrita, toda pessoas que tem

facilidade de se expressar é antes de tudo um leitor. Na universidade a maioria

dos cursos requer uma produção científica que exige do aluno trabalhos que

requerem vocabulário próprio e adequado, portanto, a leitura nesta fase da vida

educacional é essencial. No capítulo 3 deste trabalho a abordagem é em torno

da importância do resgate da leitura no ensino superior, trabalho que é

indiscutivelmente necessário que precisa ser pensado pelos docentes, pois, se o

foco é uma formação adequada e de qualidade, não podemos deixar um aluno

entrar e sair da universidade sem se tornar um leitor, pois é a leitura que lhe

garantirá novos aprendizados e uma formação contínua que o tornará um

profissional de excelência.

Em suma a leitura é determinante em todos os níveis de ensino e

essencial no ensino superior, portanto, o papel da universidade é intensificar o

hábito da leitura, e para tanto deve lançar mãos de vários meios para isso, pois

uma formação só é completa quando da ao formando a condição de continuar

aprendendo sempre.

BIBLIOGRAFIA

Page 28: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

28

ANTUNES, Walda de Andrade. Lendo e Formando Leitores. 2ª ed. São Paulo: Global, 2005.

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais V. 2 Língua Portuguesa, 3. ed. Brasília: MEC/SEF, 2001.

CRAMER, Eugene H. Incentivando o amor pela leitura. Porto alegre: Artmed,

2001.

CARVALHO, M. Silva, M. Como ensinar a ler quem já sabe ler. Ciência Hoje,

v.20 n.abr.1986.

FARIA, Maria Alice Parâmetros Curriculares e Literatura, São Paulo:

Contexto,1999.

GERALDI, J.W. Linguagem e ensino, Campinas, SP: Mercado de letras, 1996.

KLEIMAN, Ângela. Oficina de leitura: teoria e prática.3 ed. Campinas, SP.:

Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1995.

--------------------------------. Texto e Leitor: aspectos Cognitivos da Leitura. 2. ed.

Pontes. SP, 1989.

MARINI, A. Compreensão de Leitura no Ensino Superior: teste de um programa

para treino de habilidades. São Paulo: USP, 1986 (Tese de doutorado)

MEC, Parâmetros Curriculares Nacionais V. 2 Língua Portuguesa, 3. ed.

Brasília: MEC/SEF, 2001.

MAROBIN, Luiz. Biblioteca Central de usiminas: história, acervo e uso. São

Leopoldo: UVS, 1993.p. 101 – 113.

Page 29: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORALAos meus filhos, Fernando, Reinaldo Junior e Matheus que me dão muito apoio emocional para enfrentar os desafios que me têm surgido

29

OLIVEIRA, M.H.M.A A Leitura do Universitário: estudo comparativo entre os

cursos de Engenharia e Fonoaudiologia da PUCCAMP. Campinas, PUCCAMP,

1993. (Dissertação de Mestrado).

ROCHA, Jose Carlos (org). Políticas editoriais e hábitos de leitura. São Paulo:

Com-Arte, 1987.

RUIZ, J. A metodologia Científica. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1988.

SILVA, Ezequiel Theodoro da. De olhos abertos: reflexões sobre o

desenvolvimento da leitura no Brasil. São Paulo: Ática, 1991.

WITTER, G.P. (org). Psicologia Leitura & Universidade. Campinas: Átomo &

Alínea. 1997.

ZILBERMAN & Silva. Leitura – perspectivas interdisciplinares. 5 ed. São Paulo:

Ática, 1999.