DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · As editoras têm aprendido a criar produtos para...

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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU Comportamento do mercado editorial brasileiro Momento de crise e novos autores Juliana da Silva Ferreira ORIENTADOR: Prof. Jorge Vieira Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Comportamento do mercado editorial brasileiro

Momento de crise e novos autores

Juliana da Silva Ferreira

ORIENTADOR: Prof. Jorge Vieira

Rio de Janeiro 2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em MBA de Gestão de Varejo. Por: Juliana da Silva Ferreira

Comportamento do mercado editorial brasileiro Momento de crise e novos autores

Rio de Janeiro 2016

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AGRADECIMENTOS

A todos qにñ direta Üに indiretamente fizeram parte dí minha formação, Ü mñに muito obrigado.

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DEDICATÓRIA

Dedico a monografia a minha mãe, que sempre me deu força para continuar os meus estudos e nunca desistir dos meus sonhos.

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RESUMO

O trabalho será focado no mercado editorial nos últimos anos. A

crise chegou para todos os setores, e não poderia ser diferente no editorial, ele

sofreu bastante, justamente porque no Brasil os livros mais vendidos são os

gringos, e com a alta do dólar pouco se comprou e pouco se vendeu. Com isso,

tivemos a entrada de novos nichos ou a valorização de antigos nichos.

As bancas sempre venderam livros eróticos, mas com a descoberta

de novos autores, a prateleira ficou cheia de eróticos, e logo veio à onda no

anti estresse dos livros de colorir. Livros de blogueiros e de padres, de novos

selos, de novas editoras, de novas escolhas e negociações. As livrarias tinham

varias mesas com vários livros de trade, aquele que é focado em venda,

prioridade das editoras em época de crise.

E nas livrarias, para ter uma boa exposição, o principal facilitador

são as negociações, os descontos não bastam ter livros da moda, precisa ter

um ótimo relacionamento. Em 2015, vimos mais e-books, mais leituras nos

smartphones, mas ainda não é sinal que o livro físico sairá das prateleiras.

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METODOLOGIA

Os métodos utilizados na minha pesquisa foi exclusivamente a

internet, boa parte da minha pesquisa foi retirada de sites que pontuam o

mercado editorial.

Minha monografia será focada no mercado editorial mediante a

crise, as editoras apostaram em lançamentos nacionais, com a alta do dólar

lançar livros de fora não está compensando, sendo assim os famosos da

internet foram para as prateleiras e e-books das grandes livrarias e novos selos

surgiram para atender o público leitor.

Principais editoras do país lançaram blogueiros bombados e tiveram

bons resultados, não só livros de blogueiros fizeram fama no ano de 2015, mas

os que mais ajudaram a passar pela crise foram os livros eróticos e de colorir.

São livros que muitas editoras apostaram e conseguiram equilibrar o negócio

no ano de 2015.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Visão geral do mercado editorial 10

CAPÍTULO II

Métodos para combater a crise 17

CAPÍTULO III

Canais de venda 23

CONCLUSÃO 29

BIBLIOGRAFIA 30

ÍNDICE 32

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INTRODUÇÃO

Comportamento do mercado editorial brasileiro no meio da crise

econômica e domínio da internet.

As editoras estão se adaptando e crescendo no momento em que

muitos dizem que o papel vai acabar e que a internet através dos Smartphones

nunca esteve tão dominante.

As editoras estão aproveitando os famosos da internet e com isso,

aproveitam para não sofrer com as consequências da crise. E com essas

publicações, as ações, comunicação e proximidade com leitores é certeira,

além disso, transformar grandes sucessos da internet como alguns youtubers

como a Kéfera em sucessos também no papel - assim trazendo uma nova

geração de leitores – a youtuber do canal 5incominutos, levou uma multidão

para a Bienal do Livro, no Rio de Janeiro. Não só citando blogueiros, mas toda

mudança editorial começou com as publicações de livros eróticos, que foram

seguidos por livros de colorir e em seguida, os blogueiros.

Mesmo sendo os jovens os maiores usuários da internet, são eles

também os grandes consumidores de livros atualmente. Aquela pesquisa que

os jovens não leem, não é verdadeira. A história está mudando e com o

crescimento da classe C, o consumo por livros aumentou, os jovens são os

principais consumidores de livros.

As editoras têm aprendido a criar produtos para este segmento,

criando inclusive selos específicos como a Intrínseca (uma das principais

editoras jovens, com os principais autores, lançamentos e a melhor colocada

na lista dos mais vendidos), Rocco, Agir, Record e Companhia das Letras,

entres outras – são consideradas as principais editoras do país.

A Rocco é tem conquistado os jovens fãs há bastante tempo

lançando livros de grande sucesso no cinema como Harry Porter, Jogos

Vorazes e Divergente. A famosa autora Thalita Rebouças, uma das primeiras

autoras do publico jovem.

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A adaptação das editoras passa também por novos canais de venda

como livros sendo vendidos em supermercados, empresas de catalogo como

Avon, lojas de departamento como as Lojas Americanas e grandes sites como

a Saraiva - prova desse futuro cenário positivo é a chegada da Amazon no

Brasil.

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CAPÍTULO I

Visão geral do mercado editorial

Podemos dizer que a crise econômica no Brasil está afetando todos

os setores e com isso os setores de cultura sofrem bastante com ela, já que

não são considerados como itens de primeira necessidade.

Embora quase sempre acompanhado de certa lamentação acerca

do pouco hábito de leitura da população, os depoimentos de editores e livreiros

indicam otimismo em relação ao futuro. Na história recente do livro no Brasil,

entram em cena o ciclo de crescimento econômico do país entre 2006 e 2010,

a mobilidade social, bem como as políticas de inclusão educacional e a

ampliação do acesso ao ensino superior.

“Hoje é legal andar com livro debaixo do braço, é sinal de ascensão

social”, comenta o Publisher da Editora Leya Brasil, Pascoal Soto. A editora é

parte do grupo português de mesmo nome e uma das maiores do mundo em

língua portuguesa. Chegou ao Brasil em 2008 e vem adquirindo participação

em editoras brasileiras, como a Casa da Palavra. É a sexta no ranking de

editoras do site especializado Publishnews, com 24 títulos entre os mais

vendidos do ano. Soto é taxativo ao falar que esta entrada da classe C no

consumo de livros modifica o comportamento das editoras. “Se você acha que

vai sobreviver apenas com literatura sofisticada, não vai. É difícil para um editor

assumir que tem que editar para o mercado, mas isso acontece”.

Atuando em um nicho bastante diverso dos best-sellers, Cristina

Warth, da Editora Pallas, avalia este movimento dos consumidores como uma

qualificação do mercado. A editora foca o seu catálogo em livros populares

relacionados às religiões afro-brasileiras e também em publicações de caráter

literário e acadêmico, voltadas para a cultura afro e indígena.

“Pelo termômetro dos leitores da Pallas, posso dizer que há um

grupo que estava fora desse mercado consumidor e que começa a participar

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dele”, diz ela. “No caso dos temas afro-brasileiros, vejo que há mais espaço

para eles nas estantes e mais procura pelo público, ou seja, parece que o

interesse do leitor está mais abrangente”.

Uma abertura no leque de interesse do público é um bom sinal para

um mercado que se caracteriza pela diversidade: são centenas de editoras

produzindo cerca de vinte a trinta mil novos títulos por ano. O funcionamento se

dá em uma lógica de faturamento pulverizado. “No negócio, o conjunto financia

o conjunto, não há um livro que financia o catálogo de uma editora”, explica

Haroldo Ceravolo Sereza. Articula-se dessa forma em todo o mundo, o que

explica que as tiragens dos livros sejam semelhantes em países diversos.

Obras universitárias, por exemplo, tiram entre 500 e mil exemplares tanto na

França como no Brasil. “As tiragens de best-sellers é que são, de fato, muito

menores no Brasil”, comenta o presidente da Libre.

As vendas de livros apresentaram seu primeiro resultado negativo

em 2015, apesar de uma tendência de crescimento registrada desde janeiro.

Entre os dias 13 de julho e 9 de agosto, o setor registrou queda de 5,5% em

número de vendas e de 3,1% no faturamento em comparação ao mesmo

período de 2014. Foram vendidos cerca de 2,87 milhões de livros, que somam

quase R$ 100,5 milhões.

Entre os gêneros mais vendidos no ano o destaque fica para o que o

relatório chama de "não ficção trade", responsáveis por 29,17% do

faturamento. Segundo a pesquisa, o resultado pode ser explicado pelo

"sucesso dos livros de colorir em 2015". O gênero é seguido por "não ficção

especialista" (25,41%), "infantil, juvenil e educacional" (23,28%) e "ficção"

(22,15%).

Para Ismael Borges, responsável pelo Bookscan, ferramenta da

Nielsen que monitora o mercado de livros no País, os números mostram que o

mercado editorial não ficou imune à crise, no entanto, num exercício de

otimismo, aponta que o foram vendidos um milhão de livros a mais do que em

2015. “Os três últimos períodos do ano foram particularmente pesados, mas

não neutralizaram integralmente os ganhos anteriores. A performance em

faturamento merece análise mais aprofundada, já que são muitas as variáveis

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envolvidas além da própria inflação do período. Os números indicam que os

varejistas enfrentaram a crise cedendo menos descontos. As editoras sentiram

mais a crise, já que o preço médio se manteve praticamente paralisado”,

analisa o executivo. Em 2014, os varejistas deram, em média, desconto de

21,20%. Em 2015, o desconto médio aplicado ao preço do livro foi de 18,75%.

O relatório faz inferência sobre o faturamento das editoras. Essa

projeção aponta aumento no faturamento das casas em 0,31%, ou seja, uma

queda real, descontando a inflação, de 9,36%. “Esperávamos uma recuperação

das vendas no 4º trimestre de 2015, após o excelente resultado da Bienal do

Rio de Janeiro, mas infelizmente ela não veio. Temos que nos preparar para

enfrentar 2016, com a previsão da manutenção do quadro recessivo”, comenta

Marcos da Veiga Pereira, presidente do SNEL.

1.1. Comportamento do setor editorial brasileiro

Realizada anualmente pelo Sindicato Nacional dos Editores de

Livros (SNEL) e pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), fornece um panorama

completo do mercado editorial no país.

O crescimento do setor editorial, em 2014, foi de 0,92% esse

percentual significa um crescimento real negativo de 5,16% considerava a

variação de 6,41% do IPCA no ano passado. Contudo, desconsideradas as

vendas feitas ao governo, o crescimento foi de 7,33% isso significa que, em

termos reais, as vendas ao mercado apresentaram um leve crescimento, de

0,86% acompanhando, assim, o que se passou com a economia como um todo

em 2014. O numero de exemplares vendidos ao mercado apresentou um

ligeiro decréscimo, de 0,81%, considerando, porém, as vendas totais, ou seja,

incluindo-se as vendas ao governo, o decréscimo é bem maior, de 9,23%.

Como resultado, temos que, consideradas apenas vendas ao mercado, o preço

médio corrente do livro cresceu 8,22% em 2014, significando uma elevação

real de 1,7%. Mas, mesmo com esse aumento, esse preço médio ainda é, em

termos constantes, 43% menor que em 2004.

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Faturamento (R$) Total 5.359.426.184,63 5.408.506.141,17 0,92 Mercado 3.885.004.146,69 4.169.658.915,19 7,33 Governo 1.474.422.037,95 1.238.847.225,98 -15,98 Exemplares vendidos Total 479.970.310 435.690.157 -9,23 Mercado 279.662.399 277.387.290 -0,81 Governo 200.307.911 158,302,867 -20,97

Outra pesquisa importante apresentada em 2015, a Produção e

Vendas do Setor Editorial Brasileiro – essa já velha conhecida do mercado

editorial – demonstrou a pior queda no faturamento das editoras desde 2002. O

faturamento dos editores em 2014 alcançou R$ 5,409 bilhões, o que representa

um crescimento nominal de apenas 0,92% em relação aos R$ 5,359 bilhões de

2013.

No começo deste ano, a HarperCollins, uma das gigantes do

mercado editorial mundial, também entrou no segmento de livros do gênero no

Brasil ao comprar a maior parte da editora Thomas Nelson.

A aposta nesse nicho deverá fomentar ainda mais um setor que já

movimenta, segundo pesquisa Fipe de 2013, feita em parceria com a Câmera

Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel),

R$ 500 milhões por ano no país, com a venda de mais de 70 milhões de

exemplares –números que, sem dúvida, devem ser muito maiores, pois os

próprios organizadores do levantamento admitem que muitas editoras do setor

permanecem desconhecidas ou preferem não revelar suas vendagens.

1.2. Mercado editorial brasileiro no Exterior

Esta é a primeira vez na história da concorrida feira parisiense que

um país volta a receber a honraria. O Brasil havia sido o país homenageado

também em 1998.

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Além de representar uma "grande oportunidade" para divulgar a

literatura brasileira no exterior, o salão também "possibilita um aumento nas

vendas de títulos e de direitos autorais na França, aquecendo o mercado

nacional", afirma Karine Pansa, diretora da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e

membro do comitê que organizou a participação do Brasil no evento.

As exportações brasileiras de livros impressos (geralmente títulos

em português) ainda são baixas, mas vêm crescendo nos últimos anos. Desde

2010, o aumento é de quase 64%, segundo dados da CBL.

Fato inédito até recentemente, o Brasil também passou a exportar

direitos autorais. "Antes éramos apenas compradores. Agora já podemos dizer

que vendemos também direitos autorais", disse Pansa à BBC Brasil.

A França já é o terceiro maior comprador de livros do Brasil e

também possui um dos maiores mercados literários do mundo.

"Estamos colocando uma semente em um mercado alvo", disse a

diretora da CBL à BBC Brasil.

Pouca leitura

O mercado editorial brasileiro faturou R$ 5,3 bilhões em 2013, cifra

bem inferior ao mercado francês. Apesar de a população francesa ser apenas

um terço da brasileira, o país faturou 3,9 bilhões de euros (cerca de R$ 13,8

bilhões) com a venda de livros impressos em 2014.

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Por conta da deterioração da situação econômica no Brasil e da

redução de gastos governamentais, as previsões em relação ao mercado

editorial "não são nada boas", afirma Luís Antonio Torelli, o novo presidente da

Câmara Brasileira do Livro.

Daí também a aposta na participação de feiras, como a de Bolonha,

na Itália, a de Frankfurt, na Alemanha, ou ainda a Bienal do Livro no Rio, que

ocorre em setembro.

"O mercado está assustado", ressalta Karine Pansa. Municípios e

governos estaduais já informaram que irão diminuir as compras de livros neste

ano, diz ela.

Não são apenas as compras de livros didáticos que estão sendo

reduzidas. As aquisições do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE)

também vêm caindo, de acordo com a CBL.

"Algumas editoras têm praticamente toda a sua produção vendida

apenas para o governo", diz a diretora.

Há temores de que cortes no Ministério da Cultura possam afetar

também o programa de divulgação da literatura brasileira no exterior.

Para reforçar as possibilidades de vendas em outros países,

participam deste salão parisiense apenas autores com livros já traduzidos na

França ou que estão prestes a ser lançados no mercado francês.

Segundo dados da Fundação Biblioteca Nacional, desde 2009, 95

títulos brasileiros foram traduzidos para o francês por meio da bolsa de apoio à

tradução. Em 2014, foram 21 títulos. Muitas das cerca de 30 traduções

publicadas por ocasião do salão receberam o apoio desse programa.

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CAPÍTULO II

Métodos para combater a crise

As grandes editoras apostaram em novos selos e novas tendências

para o mercado brasileiro.

Algumas investiram em selos para direcionar para um publico ou

temática especifica, outras apostaram em autores nacionais e com escritas

“populares”. Os famosos blogueiros e youtubers saíram das telinhas e foram

parar nas paginas dos livros, alguns com romance, outros com crônicas e até

mesmo dando continuidade a proposta da pagina.

2.1. Ranking de editoras

Em 2015, vários sucessos da internet viraram livro, mas apenas dois

ficaram entre os 20 mais vendidos na lista geral: Muito mais que 5inco

minutos (Paralela/Companhia das Letras), de Kéfera Buchmann, ficou em

quinto lugar com 197.461 exemplares, e Eu fico loko (Novas Páginas/Novo

Conceito), de Christian Figueiredo, com 137.219, em nono.

Ansiedade: como enfrentar o mal do século (Saraiva), de Augusto

Cury, manteve-se bem colocado na lista geral de 2015, vendeu 184.874

exemplares e ficou em sexto lugar. Em 2014 emplacou o terceiro lugar. Outros

que repetiram o sucesso em 2015 e mantiveram-se na lista geral foram: O

pequeno príncipe (Agir), Não se apega não (Intrínseca), Se eu ficar (Novo

Conceito) e Cidades de papel (Intrínseca). Isabella Freitas, autora de Não se

apega, não, ainda emplacou outro livro na lista geral anual, Não se iluda, não.

O ranking geral dos livros mais vendidos de 2015 somou 3.911.596

exemplares, contra 3.933.913 em 2014, queda de pouco mais de 0,5%.

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No ranking das editoras, a Sextante manteve o primeiro lugar,

posição que só perdeu em 2013, desde 2010, ano em que a lista dos mais

vendidos começou a ser feita. Em 2015, a Sextante colocou na lista, 92 títulos,

25 títulos a mais do que em 2014.

O segundo lugar no ranking ficou com o Grupo Companhia das

Letras, com 75 títulos. No ano anterior ficou em terceiro, com 46 títulos. Parte

desse sucesso deu-se pela chegada da Objetiva ao Grupo Companhia das

Letras. Em terceiro, ficou o Grupo Editorial Record, com 58 títulos, quatro a

menos que em 2014.

O grande destaque no ranking das editoras foi a Editora Nobel, que

assumiu o quarto lugar, com 44 títulos. Com isso, a Intrínseca ficou em quinto

lugar, com 39 títulos.

Já a Ediouro saltou de oitavo para sexto, com 32 títulos. Só o novo

selo Petra, colocou 11 títulos na lista de mais vendidos em 2015, e a

HarperCollins Brasil, que faz parte do grupo editorial, três.

A Saraiva, que em 2016 deixa de existir como grupo editorial e

passa a ter seus selos debaixo dos guarda-chuvas da Somos Educação,

também conseguiu subir, e bastante, no ranking: de 13º para 7º, de 14 títulos,

para 30. O selo Benvirá fez grande diferença, emplacando 15 títulos, contra

apenas quatro em 2014.

A Aleph também merece os parabéns, já que em 2014 colocou

apenas um título, e, em 2015, colocou oito títulos. Já a DarkSide, que não

apareceu na lista de 2014, colocou três títulos em 2015.

Em outubro, a lista Nielsen PublishNews, que apura os autores

nacionais mais vendidos em livrarias e supermercados brasileiros, mostrou,

mais uma vez, a força dos jovens leitores. Dos 20 livros da lista de ficção, 12

são voltados para esse público. Saem na frente Isabela Freitas, que emplacou

o primeiro e o segundo lugar com Não se iluda não e Não se apega

não (ambos da Intrínseca) respectivamente. Completando o pódio, outro

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quarteto vendedor: Paula Pimenta, Babi Dewet, Bruna Vieira e Thalita

Rebouças colocaram Um ano inesquecível (Gutenberg/Autêntica) no terceiro

lugar. Paula Pimenta, aliás, emplacou sete títulos na lista.

Velhos figurões da literatura nacional permanecem firmes e fortes na

lista de ficção: A hora da estrela (Rocco), de Clarice Lispector, e Vidas

secas (Record), de Graciliano Ramos, quase sempre presentes na lista Nielsen

PublishNews, aparecem respectivamente em 17º e 18º lugares.

Na lista de não ficção, o poderio dos jovens consumidores de livros

também mostra a sua cara. O best-seller juvenil Christian Figueiredo emplacou

os dois livros da série Eu fico loko (Novas Páginas/Novos Conceito). O Eu fico

loko 2 ficou em segundo lugar e o primeiro livro da série apareceu em sexto.

Mas quem encabeça a lista de não ficção é padre Marcelo Rossi,

com Philia (Principium/Globo) e, completando o pódio, em terceiro lugar,

Augusto Cury, com Ansiedade: como enfrentar o mal do século (Saraiva).

Andressa Urach, com o apoio dos fieis da Igreja Universal do Reino de Deus,

ficou em quarto lugar com o seu livro Morri para viver (Planeta).

A lista de não ficção traz alguns estreantes na lista Nielsen

PublishNews: a biografia de Carlos Wizard, escrita por Ignácio de Loyola

Brandão e Negócios digitais, de Alan Pakes, ambos lançados pela Gente,

aparecem na sétima e na 12ª posição.

No ranking das editoras, a Autêntica, puxada pela Paula Pimenta,

encabeça com oito livros na lista Nielsen PublishNews. No segundo lugar, a

Sextante, com quatro títulos. A terceira posição é dividida entre quatro editoras:

Gente, Grupo Companhia das Letras, Grupo Editorial Record e Intrínseca, com

três títulos cada. Globo, Novo Conceito, Planeta, Rocco e Vida e Consciência

emplacaram dois títulos cada e Ediouro, Hedra, L&PM, LeYa, Saraiva e Senac

São Paulo emplacaram um título cada.

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As 20 principais editoras do Brasil.

2.2. Novos selos e novos autores

De uns poucos anos para cá, temos visto editoras e selos

aparecerem com uma regularidade mais do que bem-vinda. Muitas delas,

inclusive, com apostas muito ousadas, como é o caso da carioca Darkside, que

vem se especializando em lançar obras em luxuosas edições que deixam

qualquer um com água na boca, trazendo até a salutar política de lançar a

mesma obra em duas versões: a luxuosa e uma mais baratinha.

É o caso de A Menina Submersa, de Caitlín Kiernan. A diferença

entre as duas edições é significativa e a mais cara, de capa dura, justifica o

investimento. Sem falar nas edições deTubarão, de Peter Benchley e de O

Exterminador do Futuro, de James Cameron. E a editora já anunciou edições

imperdíveis de Hellraiser, de Clive Barker e The Warriors – Os Selvagens da

Noite, de Sol Yurick, para breve.

Uma que apostou num selo diferente foi a Rocco, com a Fábrica

231. Começou muito bem com o livro A Menina Que Tinha Dons, de M R

Carey. Uma história apocalíptica bem diferente e que, se pode dizer sem medo

Editoras ColocaçãoSextante 1Grupo Companhia das Letras 2Grupo Editorial Record 3Intrínseca 4Globo 5Saraiva 6Ediouro 8LeYa 10Aleph 11Autêntica 14Novo Conceito/ Planeta/ DarkSide/ Valentina 20

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de errar, acaba sendo dois livros num só, com duas partes distintas da história

se completando num final bem diferente. São da Fábrica 231, também, o

lançamento do livro baseado no videogame Halo. Halo: Broken Circle, de John

Shirley e Minha Sexlist, de Joanna Bolouri, dois que prometem fazer sucesso

entre leitores bem diversificados.

No começo deste ano, a HarperCollins, uma das gigantes do

mercado editorial mundial, também entrou no segmento de livros do gênero no

Brasil ao comprar a maior parte da editora Thomas Nelson.

A editora Grua Livros é um sangue novo no mercado que chegou

sem alarde, mas já mostrou a que veio quando relançou as obras de um dos

mais importantes escritores do século XX, o grego Nikos Kazantzákis, com

traduções feitas diretamente da língua grega. A edição de A Última Tentação é

primorosa e muito bem adaptada. É também da Grua o título Barbudos, Sujos e

Fatigados, deCésar Campiani Maximiano, interessante livro reportagem feito a

partir de depoimentos com sobreviventes brasileiros que estiveram nos fronts

da Segunda Grande Guerra. Uma editora para se acompanhar de perto.

A editora Globo foi outra que atacou com um novo selo. A Biblioteca

Azul trouxe a obra do africano Ngugi Wa Thiong’o para o mercado brasileiro

com Sonhos em Tempo de Guerra: Memórias de Infância. O autor só tinha um

título pela Alfaguara, Um Grão de Trigo. Também por este selo saíram a

fabulosa caixa com quatro volumes do Livro das Mil e Uma Noites, traduzido

diretamente do árabe pela primeira vez, e a importante obra de Sylvia Plath.

Um selo que já está em atividade há algum tempo, mas parece

ainda não ter achado seu espaço, apesar da qualidade indiscutível de seus

títulos é o Três Estrelas, do Grupo Folha. Por ele saíram livros fantásticos

como O Fantasma de Da Vinci, de Toby Lester; Os Crimes de Paris,

de Dorothy e Thomas Hoobler e Devoradores de Sombras, de Richard Lloyd

Parry, todos imperdíveis.

Até a vetusta editora Record trouxe sangue novo para as estantes

com o selo Galera Record. São muitos títulos com temáticas bem variadas. As

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séries Gone e Coven, por exemplo, são sucesso garantido entre os mais

jovens. Ou seja, na hora de escolher um novo título para ler, que tal dar uma

chance a quem, apesar da tão propalada crise, continua acreditando num país

de gente que lê? Pensem nisso e boas leituras, sempre.

Além disso, do filão religioso surgem best-sellers que extrapolam

esse tipo de público, sendo vistos como de autoajuda, com autores como os

padres Marcelo Rossi (que já vendeu mais de 10 milhões de exemplares de

seu "Ágape") e Fábio de Melo ou a sacerdote budista monja Coen. Também

entram no balaio nomes e títulos que historicamente são campeões de vendas,

como o espírita Chico Xavier e a Bíblia.

O conteúdo dos livros religiosos pode ser tão vasto quanto uma

pesquisa sobre o ateísmo na obra de C. S. Lewis, autor de "As Crônicas de

Nárnia", estudos acadêmicos sobre as religiões afrodescendentes ou uma

simples parábola que remete a passagens bíblicas.

Entrando no meio das publicações destinadas ao público evangélico,

as obras costumam ter perfis diferentes de acordo com as igrejas às quais

estão ligadas. No Brasil, o meio é hoje dividido em três grandes ramificações:

as Igrejas Históricas, as Pentecostais e as Neopentecostais (veja mais

informações no box). É do último grupo citado que costumam surgir líderes

polêmicos, que pregam intolerância contra outros grupos religiosos. Por isso,

muitos imaginam que o conteúdo dos livros ligados ao segmento

neopentecostal tenham esse tipo de conteúdo.

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CAPÍTULO III

Canais de venda

O começo do ano é sempre oportunidade para pensar perspectivas

e tendências em cada ramo de atividades, e o mercado editorial não escapa

disso. Foram vários artigos e posts publicados em janeiro tentando dar conta

do que anda acontecendo no mercado editorial e livreiro.

Como quase tudo, o foco principal se situa ao redor do mercado

editorial dos EUA. É o maior mercado do mundo e o que acontece por lá, em

maior ou menor medida, acaba se refletindo por aqui também. Como meu

estoque de pensamentos originais anda baixo, procurei refletir a partir de

alguns dos que li.

Outro capítulo sobre o futuro do mercado editorial no Brasil inclui as

aquisições, fusões e investimentos estrangeiros. “Num momento de expansão

da economia brasileira, de fortalecimento das empresas nacionais, de

expansão destas empresas pelo mundo, no mercado editorial você tem o

fenômeno oposto – de desnacionalização do mercado, de entrada de editoras

de países em crise. Empresas de Portugal, Espanha, Estados Unidos buscam

no mercado brasileiro um espaço de investimento”, comenta Haroldo Sereza,

presidente da Libre.

3.1. E-books no mercado brasileiro

Essas e outras perguntas em aberto ganham novo significado com a

entrada em cena de um dos personagens principais para a história futura do

mercado editorial: o livro digital. A chegada das gigantes mundiais na

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comercialização dos aparelhos leitores e de e-books no mercado brasileiro

acelerou-se.

No início de dezembro, a Livraria Cultura, segunda maior rede do país, iniciou a

venda dos leitores digitais da canadense Kobo. Com isso, a Amazon – maior

empresa de varejo de livros pela internet do mundo e também pioneira e líder

na venda de livros digitais – antecipou o início das vendas do seu leitor, o

Kindle.

A chegada dos e-books tende a baratear o preço do livro, mas pode

reforçar a tendência à concentração do mercado.

Como tudo que diz respeito ao livro digital, não se sabe qual será o

impacto destas novidades para o mercado editorial e livreiro. Hoje, os e-

books correspondem a 9% dos lançamentos de títulos no Brasil e movimentam

algo em torno de R$ 870 mil ao ano. Mas a tendência é de que esta realidade

mude em pouco tempo. “A popularização do livro eletrônico vai depender da

aquisição do hardware. Isso pode acontecer rapidamente, tomando por base a

venda dos dispositivos móveis, como os smartphones e tablets”, comenta

Cláudio Passos.·.

Para Pedro Herz, executivo-chefe da Livraria Cultura, há uma

tendência muito positiva para a entrada dos e-books no país, considerando que

a utilização dos livros eletrônicos depende também de uma boa infraestrutura

de telecomunicações e que esses investimentos “terão de ser feitos no Brasil”.

E como isso impactará o mercado? “Haverá mudanças significativas no varejo.

As livrarias deixarão de precisar de espaços imensos, de estoques grandes e

poderão funcionar como um show-room. Mas lojas menores não significam

redes menores”, aponta.

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3.2. Grandes redes

Para driblar a crise econômica e ainda oferecer uma melhor

experiência de compra, as redes de livrarias têm investido na sinergia entre as

lojas físicas e on-line. A ação ganha fôlego em um momento importante, pois o

setor registrou o primeiro resultado negativo de vendas no ano.

De janeiro a junho houve aumento nas vendas de livros de 8,6%.

Entretanto, entre 13 de julho e 9 de agosto, o mercado viu queda de 5,5% ante

a igual período de 2014, de acordo com o Sindicato Nacional dos Editores de

Livros (Snel).

Conforme a entidade, os livros da categoria “não ficção trade”,

mantêm destaque em relação aos outros gêneros, (graças ao resultado das

publicações de colorir para adultos, que viraram febre no País este ano). Estes

tiveram resultado positivo: alta de 16,3% no faturamento.

A respeito das estratégias de negócios que têm sido adotadas pelas

empresas do setor para manter um bom ritmo nas lojas, segundo a consultoria

de e-commerce eNext a busca por uma versão de site para acesso via mobile

acelerou nos últimos dois anos.

Para o gerente comercial da empresa, Juliano Brandão Folino,

muitas redes têm investido em localizadores de lojas, que podem ser usados

pelo usuário por qualquer canal on-line. “Temos registros de empresas que

aumentaram em até 20% o valor do tíquete médio com a ocorrência de retira

em loja”, comentou Folino.

Atentas a este potencial, grandes do segmento como a Livraria

Cultura e a Saraiva têm fortalecido a presença multicanal por meio da

integração das lojas físicas com as operações on-line.

Com o triplo de acessos via mobile na comparação de agosto deste

ano com o mesmo período do ano passado, a Livraria Cultura lançou na última

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semana a versão mobile para o canal de e-commerce da empresa. “Já havia

uma preparação para esta etapa, mas a demanda acelerou a implantação da

nova versão do canal on-line”, afirmou o gerente de e-commerce da Livraria

Cultura, Douglas de Santi.

Para afirmar o compromisso com o cliente adepto às compras on-

line e nas lojas físicas (o omni shopper), a livraria, que detêm 19 pontos de

venda em oito estados, conta com 17 aptas a trocar produtos adquiridos pela

internet. Com um centro de distribuição (CD) em Guarulhos (SP), a rede diz

que algumas lojas também funcionam como pontos estratégicos de entrega do

e-commerce.

Diferencial

Para a sócia diretora da consultoria Officina Sophia Retail, Valéria

Rodrigues, as companhias devem proporcionar experiências diversificadas nos

canais de atendimento. “Geralmente o vendedor tem menos informação que o

site. Isso faz com que o varejo físico fique em desvantagem”, crê. Para ela,

hoje o cliente geralmente chega com mais informado ao ponto de venda. Neste

sentido, a Cultura diz oferecer informações complementares. “O funcionário

tem os mesmos dados que o site a respeito de produtos. Mas é lógico que o

vendedor tem bagagem e atendimento diferenciado”.

Para melhorar o índice das vendas, a Cultura conta com vídeos de

vendedores comentando obras literárias e diz estar investindo em ferramentas

de indicação de livros e produtos. A empresa observou que outras companhias

já trilharam esse caminho, o que tem ajudado o cliente a encontrar mais

opções – e vender mais.

Outra que aposta na rapidez de informação sobre o conteúdo

oferecido e personalização na hora da venda é a Saraiva. Conforme o vice-

presidente de varejo da rede, Marcelo Ubriaco, o site da companhia foi

desenvolvido para permitir a customização dos ambientes, com ênfase nos

conteúdos buscados. “Isso gera maior interação com o consumidor”, afirmou.

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Segundo Ubriaco, no espaço virtual também é possível ler o primeiro

capítulo de um livro, além de assistir a traillers de filmes, ouvir faixas de

músicas e descobrir informações de um item sob a forma de “degustação”. A

Saraiva conta com 114 lojas em 17 estados brasileiros e no Distrito Federal.

Investir no conceito multicanal para integrar o e-commerce é uma

estratégia adotada, que tem permitido ao cliente fazer a compra no site e retirar

na loja sem custo de frete. Há, também, a troca de produtos sem cobrança

adicional. Caso o cliente na loja tenha interesse em um produto que não tenha

em estoque, a venda é realizada via site e ele pode retirá-lo posteriormente, ou

recebê-lo em casa. Este último recurso também é disponibilizado pela Livraria

Cultura.

A Cultura, aliás, conta com de cerca de nove milhões de títulos; 600

mil CDs e DVDs de música, filmes, games e revistas; 1,9 milhão de títulos de

ebooks em inglês; e 33 mil ebooks em português. Enquanto isso, a concorrente

Saraiva dispõe de mais de 2 milhões de itens e estima ter 15 milhões de

visitantes ao mês no site.

A previsão de Herz aponta para a formação de grandes redes em

detrimento das pequenas lojas – e com um temor – o de que a digitalização

apenas acentue os traços negativos do mercado, como a tendência à

concentração.

De acordo com o Diagnóstico do Setor Livreiro 2012, realizado pela Associação

Nacional de Livrarias (ANL), a participação das grandes redes no total de

livrarias funcionando no país passou de 6% em 2009 para 15% em 2012. Por

outro lado, mais de 60% dos estabelecimentos permanecem como livrarias

independentes, com uma ou duas lojas.

A concentração soma-se a outros problemas de uma cadeia mal

organizada, com especiais problemas na distribuição. Mesmo as grandes

editoras sofrem com isso. “Montar uma rede de distribuição é muito difícil”, diz

Pascoal Soto, da Leya Brasil. “Quando se tem um mercado livreiro

concentrado, o jogo de forças é desfavorável.”.

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Para as centenas de editoras menores, há um duplo problema. A

formação de grandes redes e o crescimento das vendas pela internet – com a

possibilidade concreta destas superarem a comercialização em lojas físicas,

como já aconteceu nos Estados Unidos – coloca as negociações no patamar

das dezenas de milhares de exemplares e, de quebra, atrapalha a própria

divulgação dos títulos.

“Há poucos espaços de venda de livros e muita coisa sendo produzida no

país”, diz Cristina Warth. Uma tentativa de desenlace para este problema da

falta de contato dos leitores com os milhares de títulos que entram no mercado

todos os anos são as feiras de livros. No calendário nacional da Fundação

Nacional do Livro, estão cadastrados cerca de 180 eventos deste tipo.

Há quem aposte que a digitalização poderá reduzir os problemas de

distribuição. Pedro Herz, da Livraria Cultura, acredita que ela poderá incentivar

a formação de plataformas regionais de distribuição de conteúdo digital. No

entanto, esta não parece ser uma tendência, visto que o mercado livreiro é ultra

concentrado regionalmente. Quase dois terços das livrarias estão na região

Sudeste, segundo a ANL.

Outro elo da cadeia do livro, as bibliotecas, também são poucas. Apenas há

poucos anos o Brasil conseguiu instalar uma biblioteca por município. Parece

que o mercado consumidor de livros não é bem desenvolvido. O problema não

estaria nos baixos índices de leitura. Aparentemente, o brasileiro lê pouco

porque não consegue ter acesso ao livro.

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CONCLUSÃO

Depois de analisar todo o cenário do mercado editorial tive a

percepção que todas as editoras seguem o mercado gringo quando o dólar

está em baixa, tirando isso, devemos seguir com os livros de trade, afinal, eles

que elevam o faturamento das editoras. No ano de 2015, observamos uma

mudança nas prateleiras, tivemos livros eróticos em alta, varias autoras sendo

descobertas no Wattpad, logo depois tivemos os livros de colorir, que elevaram

a venda dos lápis de cores, e logo em seguida, os livros de blogueiros e/ou

youtubers e os livros dos padres, conhecemos muitos padres no ano que

passou. Acredito que o ano de 2016 siga da mesma forma, seguiremos com

livros de jogos, dicas, antiestresse, autoajuda, viagens e outros. O interessante

é que, em todos os casos, o foco passa a ser uma autonomia muito maior do

leitor na escolha do que deseja ler/comprar, com mecanismos de busca que

ultrapassam de longe o que se podia escolher nas grandes lojas. A disputa se

concentra em tornar os livros “acháveis” – não adianta simplesmente lotar as

vitrines das lojas – e levar o cliente a fidelizar as compras, mesmo que use

mecanismos de busca externos, como o Google ou o Bing.

A queda das editoras brasileiras no ranking e no faturamento está

diretamente relacionada à desvalorização cambial do Real. Não que elas

tenham decaído exatamente, mas foram puxadas para baixo pela fraqueza da

sua moeda. Na medida do possível, o ranking se baseou em composição de

receita que deriva das várias formas de publicação, incluindo livros, material

digital e informação profissional.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I Visão geral do mercado editorial 10 1.1. Comportamento do setor editorial brasileiro 12 1.2. Mercado editorial brasileiro no Exterior 13 CAPÍTULO II Métodos para combater a crise 17 2.1. Ranking das editoras 17 2.2. Novos selos e novos autores 20 CAPÍTULO III Canais de venda 23 3.1. E-books no mercado brasileiro 23 3.2. Grandes redes 25 CONCLUSÃO 29 BIBLIOGRAFIA 30 ÍNDICE 32