DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · constante circulo de assimilação e...
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AVM FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Brincadeiras e jogos na Educação Infantil:
O processo da aprendizagem através das brincadeiras e jogos na Educação Infantil.
AUTOR: MARIA APARECIDA FEITOSA DOS SANTOS
Prof. Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho
Boa Vista
2013
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AVM FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Brincadeiras e jogos na Educação Infantil:
O processo da aprendizagem através das brincadeiras e jogos na Educação Infantil.
MARIA APARECIDA FEITOSA DOS SANTOS
Monografia apresentada ao Instituto AVM Faculdade Integrada - como requisito parcial para a obtenção do título de especialista em Educação Infantil e Desenvolvimento.
Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho.
Boa Vista
2013
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por estar sempre iluminando meus
caminho e em especial meu marido pela paciência e estimulo para seguir em
frente.
RESUMO
O presente estudo tem como tema de pesquisa: Brincadeiras, jogos e
aprendizagem: O processo da aprendizagem através das brincadeiras e jogos
na Educação Infantil. Tendo como objetivo geral compreender jogos e
brincadeiras como estratégias e práticas pedagógicas inseridas na
aprendizagem e na construção do mesmo. E objetivos específicos
contextualizar aprendizagem e as razões do emprego de brincadeiras e jogos
como estratégias pedagógicas. E descrever as práticas pedagógicas
vinculadas ao lúdico que implicam na aprendizagem da criança.
Palavras chaves: Brincadeira, jogo e aprendizagem.
ABSTRACT
The present study is research topic: Jokes, games and learning: The
process of learning through play and games in kindergarten. Aiming to
understand the general fun and games as teaching practices and strategies
embedded in learning and building on it. And contextualize learning objectives
and the specific reasons for the use of play and games as teaching strategies.
And describe the pedagogical practices related to the playful involving child
learning.
Keywords: Game, play and learning.
“Brincando a criança desenvolve a imaginação, fundamenta afetos, explora habilidades e, na medida em que assume múltiplos papéis, fecunda competências cognitivas e interativas.”
(Celso Antunes).
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 00
Capítulo 1 APRENDIZAGEM, JOGOS E BRINCADEIRAS COMO
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
00
1.1 APRENDIZAGEM: ABORDAGENS 00
1.2 BRINCADEIRAS E JOGOS : CONSTRUÇÃO DA
APRENDIZAGEM
00
Capítulo 2 AS PRÁTICAS LÚDICAS NA CONSTRUÇÃO DA
APRENDIZAGEM
00
2.1 BRINCADEIRAS E JOGOS E O PROCESSO
PEDAGOGICO: ESTRATÉGIAS
00
Capítulo 3 JOGOS E BRINCADEIRAS
3.1 JOGOS E BRINCADEIRAS QUE AJUDAM NO
PROCESSO DA APRENDIZAGEM
REFERÊNCIAS 00
ANEXOS
INTRODUÇÃO
O tema deste estudo é Brincadeiras e jogos na Educação infantil. A
questão central deste trabalho é como se dá a aprendizagem das crianças de
Educação Infantil através das brincadeiras e dos jogos? O tema sugerido é de
fundamental importância, pois brincadeiras e jogos ajudam no desenvolvimento
de habilidades sociais, recreação, contribuição para o desenvolvimento físico e
mental da criança e destaca a fundamental importância dessas abordagens,
pois amplia os conhecimentos e a compreensão sobre o universo das crianças
e seu contexto de aprendizagem. Retratando ainda a importância das
brincadeiras e dos jogos como ferramentas pedagógicas no processo de
aprendizagem das crianças de Educação Infantil. Inserida na linha de pesquisa
da Pós-graduação, o atual tema foi inspirado a partir da minha curiosidade em
confirmar se as crianças realmente aprendem melhor quando vivenciam a
teoria através do lúdico. Uma vez que trabalhei em duas instituições que tem
como metodologia o construtivismo e atualmente trabalho em uma instituição
de educação Infantil que segue a linha do tradicionalismo. Por tal motivo
desenvolvi este trabalho buscando teorias para mostrar a melhor prática a ser
trabalhada com crianças de Educação Infantil.
A definição de brincadeiras, jogos e aprendizagem de acordo com o
dicionário online de português: Brincadeiras quer dizer “ação de brincar,
divertimento. Gracejo, zombaria. Festinha entre amigos ou parentes. Qualquer
coisa que se faz por imprudência ou leviandade e que custa mais do que se
esperava!”; Jogo significa “ação de jogar; folguedo, brinco, divertimento. O que
serve para jogar: comprar um jogo de damas. Exercício ou divertimento sujeito
a certas regras”; Aprendizagem quer dizer “Ação de aprender; aprendizado.
Tempo durante o qual se aprende. Psicologia, “método que consiste em
estabelecer conexões entre certos estímulos e determinadas respostas, cujo
resultado é aumentar a adaptação do ser vivo ao seu ambiente.”
Portanto, jogos, brincadeiras e aprendizagem são palavras que estão
entrelaçadas e caminham juntas.
O estudo parte da hipótese que as brincadeiras e os jogos servem de
ferramentas pedagógicas para o processo de aprendizagem das crianças de
Educação Infantil.
Escolhi o tema Brincadeiras e Jogos na Educação Infantil: O processo
da aprendizagem através das brincadeiras e jogos na Educação Infantil, porque
percebo a importância que tem para a criança descobrir o mundo através das
brincadeiras e jogos. Além de propiciar a criança a aprender com alegria e
descontração dentro do ambiente educacional em que esta inserida. Pois o
brincar na Educação Infantil vem ganhando espaço em âmbito educacional.
Como ferramentas pedagógicas o ensino aprendizagem se dá mediante a
utilização das brincadeiras, fazendo com que a criança entre no mundo do faz
de conta, desenvolvendo assim, suas emoções e aprendendo com os conflitos
as determinadas regras sociais. E os jogos didáticos ajudam no crescimento do
processo da aprendizagem, desta forma a criança aprenderá melhor os
conteúdos a serem ensinados.
O estudo tem como objetivo geral pesquisar sobre a aprendizagem das
crianças de Educação Infantil através das brincadeiras e jogos pedagógicos. E
especificamente Investigar através do campo teórico o processo da
aprendizagem através das brincadeiras e dos jogos, apresentar as práticas
pedagógicas vinculadas ao lúdico com implicação na aprendizagem das
crianças de Educação Infantil e pesquisar brincadeiras e jogos pedagógicos
que possam ser utilizados dentro e fora da sala de aula.
METODOLOGIA
A pesquisa é de caráter documental e bibliográfico e contempla o
processo da aprendizagem através das brincadeiras e jogos na Educação
Infantil. A proposta de investigação destaca a produção textual nacional sobre
o objeto de estudo definido anteriormente. A pesquisa define como fontes de
dados, livros, artigos em periódicos científicos e reportagens em revistas de
circulação regular, relacionados ao campo da Educação e da área temática de
Educação Infantil e Desenvolvimento, definidos na proposta do estudo,
oriundos e banco de dados de bibliotecas reais e em redes de internet.
1 - APRENDIZAGEM, JOGOS E BRINCADEIRAS COMO
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
O objetivo deste capítulo será apresentar a visão de alguns autores e a
visão dos mesmos sobre outros autores no que diz respeito à aprendizagem e
suas abordagens.
1.1 - APRENDIZAGEM: ABORDAGENS
Para Portilho (2009), Piaget realizou seu estudo com o objetivo de
conhecer a evolução do conhecimento na espécie humana. As pesquisas
realizadas ao longo do tempo por Piaget e seus colaboradores, juntamente
com seus sucessores, ajudaram a compreensão do desenvolvimento humano
e da aprendizagem, relativas à matemática e às suas relações com a
linguagem e a construção da moral. A autora destaca a afirmação de Piaget de
que o conhecimento se constrói, com interação ativa entre o sujeito e o mundo
externo, onde o sujeito atua dentro de um determinado contexto. Na visão de
Piaget, a vida é, em essência, autorregulação. A partir de então, a inteligência
se desenvolve para manter o equilíbrio dinâmico com o meio. Havendo
desequilíbrio, o indivíduo atuará sobre este para manter o equilíbrio inicial. Tais
fatos são denominados por Piaget como adaptação e organização.
Este processo ajuda a criança a desenvolver-se de modo a aprender por
exemplo: com o tombo, a dividir suas coisas a descobrir novas possibilidades.
Portilho (2009), afirma ainda que a visão de Piaget acerca da
aprendizagem é construtivista, com origem na tomada de consciência dos
fracassos ou desequilíbrios entre as representações e a realidade, o que
contrapunha a ideia de que não se podiam cometer erros para aprender. Ao
explicar a capacidade de adaptação dos seres vivos ao meio ambiente, Piaget
infere que a inteligência humana é uma construção endógena (fatores internos)
de dados exógenos (fatos externos). Por isso seus estudos consideram e
contemplam as variações não hereditárias. Daí que, para Piaget, a inteligência
e uma adaptação ao meio exterior. Tais estudos baseiam a ideia construtivista
Piagetiana, onde tanto os aspectos inatos quanto os ambientais são
importantes na hora da aprendizagem.
Isto acontece porque a criança esta em constante adaptação com o
meio e consigo mesma, para que sua aprendizagem se torne significativa.
Explica Portilho (2009), que essa adaptação é fruto da adaptação do
indivíduo com seu ambiente, onde os fatores fisiológicos da maturação, as
experiências com os objetos do mundo físico e com o meio social, coordenadas
por um mecanismo autorregulador (equilibração) são os elementos necessários
para o desenvolvimento. A adaptação se subdivide em assimilação e
acomodação. Piaget (1976) explica que assimilação como a incorporação de
novos elementos a estrutura existente. A acomodação seria a modificação dos
esquemas de assimilação por influências. Esse jogo entre assimilação e
acomodação permite o equilíbrio dinâmico dos organismos. Embora os dois
movimentos da aprendizagem possam ser definidos, não podem ser
observados separadamente. A organização articula estes processos com a
estrutura existente e organiza todo o conjunto de ações. Assim, o indivíduo
constrói e reconstrói continuamente as estruturas que o fazem mais apto a
equilibração.
Para que a criança possa organizar seus pensamentos, ela passa por
constante circulo de assimilação e acomodação. E assim sua aprendizagem
surge constantemente.
Portilho (2009), afirma que Piaget, ao dividir por idade as crianças
genebrinas de seus estudos, desenvolveu os chamados Estádios de
desenvolvimento, assim descriminados: Primeiro estádio: sensório-motor. O
bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente seu
meio ambiente, a partir de seus reflexos básicos neurológicos. Fase de
transformação dinâmica e não observável. Segundo estádio: operatório-
concreto: Subdividido em pré operatório, no qual se preparam as operações
concretas, quando a criança será capaz de representar mentalmente pessoas
e situações e atuar por simulações.A outra subdivisão é a operatória concreta,
onde tais ações já estão estabelecidas, onde a criança já é capaz de abstrair
dados da realidade. O último estádio é o operatório formal. Com abstração total
e pensamento em todas as relações possíveis e lógicas. Corresponde ao
pensamento adulto. Entretanto, o que é universal e predeterminado
biologicamente no ser humano depende da ordem de complexidade da
construção do indivíduo. Nem sempre o indivíduo chega a uma capacidade
cognitiva mais complexa. Vai depender de quatro fatores de aprendizagem
(maturação, experiência, transmissão social e equilibração) e da forma de
utilização destes fatores no processo de interação com o meio. A maturação
(maturação nervosa) é o que torna possível a constituição das estruturas
operatórias. O exercício da experiência adquirida na ação efetuada sobre os
objetos é fator essencial, necessário, mas complexo. Não explica tudo. A
experiência física e a lógico-matemática são diferentes. A primeira consiste em
operar sobre seus objetos para abstrair suas propriedades. A segunda
consiste, igualmente, em operar sobre os objetos para conhecer o resultado
das coordenações das ações. Em relação às transmissões sociais, sabemos
que a linguagem é fator de desenvolvimento. Porém, não é sua fonte. Para
assimilar a linguagem é necessário instrumento anterior. Geralmente, o
desenvolvimento operatório precede a expressão verbal. O meio social pode
desenvolver a verbalização, mas não permite que determinemos o nível da
estruturação lógica desenvolvido. A equilibração é um aspecto do
desenvolvimento mental necessário para explicar os anteriores, embora
comporte sua própria especificidade. As operações não são mais pré-
formadas, mas se constroem de maneira continua e refletidora quando temos
uma situação de problemas, de desequilíbrio, de conflitos. No domínio
intelectual, a noção de equilíbrio caracteriza-se pela compensação. O equilíbrio
é móvel e na presença de perturbações exteriores, o sujeito procurará reduzi-
las por compensações de sentido inverso. É o fator de desenvolvimento interno
mais importante.
Portanto, o equilibrio vem para equilibrar os pensamentos das crianças,
ou seja, tornar seu aprendizado sólido.
Segundo Ferreiro (1999) as mudanças importantes na compreensão dos
processos de aquisição da língua oral da criança começam a apontar a partir
de 1962. Até então, a maior parte dos estudos sobre a linguagem infantil era
voltada para o léxico, ou seja, a quantidade e a variedade de palavras
utilizadas pela criança. Entretanto, não é a quantidade de palavras que pode
constituir uma linguagem. A classificação das palavras, seu modo de estudo e
classificação dependem mais de regras claras e objetivas para serem aceitas
como verdadeira linguagem. O modelo tradicional é o associacionista da
aquisição da linguagem, e baseia-se na tendência à imitação pela criança que,
juntamente com seu meio social, vê-se forçada a emitir sons correspondentes
às palavras correspondentes do seu meio social. Assim, através dos adultos, a
criança acaba selecionando sons que correspondem ao da fala adulta. Numa
explicação simplificada, o adulto associa algum objeto a um determinado som,
repetidas vezes, até que aquele som, enfim, acaba criando para a criança um
significado real, que é a palavra. Porém, a nova visão deste processo de
aprendizagem muda, assimetricamente, quanto à passividade da criança em
ouvir sons. O que se destaca, agora, é a atividade da criança para
compreender a linguagem que se fala a sua volta. No lugar de simplesmente
receber palavras inteiramente fabricadas por outros, aparece uma criança que
reconstrói essa linguagem, não como cópia de um modelo adulto, mas sim
como uma criação original da percepção de seu meio.
Isso quer dizer que a criança cria uma linguagem própria. Para
comunicar-se ela cria palavras e frases que estão no seu entendimento.
Ferreiro (1999) relata ainda numa visão interacionista piagetiana, que a
linguagem é decorrência de aquisições do período sensório-motor, onde a
criança abstrai a presença da realidade imediata e perceptível por símbolos
mentais. Tais símbolos, segundo Piaget, são construídos a partir da imitação, a
grande responsável pelo processo de aquisição de linguagem. As ações
internalizadas pela criança sofrem um aperfeiçoamento com o passar do tempo
e vão de rudimentares até a imitação perfeita. São ações pessoais, pois
nascem da experiência da criança. Logo, é a imitação que intermedia uma
ação concreta, exterior das ações internas, implícitas, que constituem a
essência da linguagem e do pensamento. Assim, como nos símbolos mentais,
sons e palavras evoluem paralelamente, quando a imitação de um som,
repetidas vezes, pela criança, cria nela a percepção da palavra e de ações, e
consequentemente, da própria linguagem.
Conclui-se então que a criança cria seu repertório de palavras através
de imitações do mundo adulto e repetidas palavras que acabam lhe trazendo
novas palavras e assim seu próprio repertório de palavras.
1.2 – JOGOS E BRINCADEIRAS: CONSTRUÇÃO DA APRENDIZAGEM
Apresentar através de teóricos como se dá a construção da
aprendizagem através dos jogos e das brincadeiras.
De acordo com Garcia e Marques (1990) o brincar está vinculado a
todas as idades, não só se direciona apenas para a criança. O jogo abrange
todas as faixas etárias, mesmo sendo mais praticado pelas crianças. As
autoras descrevem que a idade das brincadeiras é representada pela infância e
por meio delas as crianças vêm satisfazer grande parte de seus desejos.
Garcia e Marques (1990, p. 11) afirmam que “O aprendizado da brincadeira,
pela criança, propicia a libertação de energias, a expansão da criatividade,
fortalece a sociabilidade e estimula a liberdade do desempenho”.
Durante a brincadeira a criança vai obsorvendo o aprendizado que a
mesma propicia a ela.
Para Garcia e Marques (1990) a satisfação que as crianças demonstram
quando estão participando das atividades, são refletidos sinais de risos e
alegria. Nela a criança entra no mundo da fantasia trazendo até para realidade
suas expressões transitando livremente pelo ambiente.
Com a brincadeira a criança pode transmitir seus sentimento, o que ela
esta vivenciando no âmbito familiar e escolar.
De acordo com os estudos de Kishimoto(1994) ao longo da história da
Educação e da Infância teorias e práticas representaram essa perspectiva
sobre a necessidade do lúdico na aprendizagem. O primeiro jardim de infância
(kindergarden) foi fundado em junho de 1840 por Froebel. Destinado a crianças
de 0 a 6 anos, cujo ambiente era constituído por um centro de jogos, onde as
crianças pudessem aprender livremente sobre si e o mundo. O material
pedagógico criado por Froebel (1782-1852), eram os “dons” e as “ocupações”,
com as regras para manuseá-los. Kishimoto (1994), fala que para Froebel
(1782-1852), as brincadeiras eram um momento de interação entre as crianças
e estas com o ambiente. Tendo dominado a educação infantil por
aproximadamente 50 anos, até a chegada do Progressivismo. E que Dewey
(1859-1952) aparece contrapondo Froebel (1782-1852), e coloca como
principais os elementos do ambiente e os interesses das crianças pelo mesmo.
Para ele, a aprendizagem acontece de forma espontânea de acordo com os
interesses sociais da criança. Dewey (1859-1952) descreve que o jogo é uma
atividade livre onde a criança aprende através dos problemas do cotidiano.
Para Kishimoto (1994), Montessori (1870-1952) vem a divulgar sobre a
importância dos materiais pedagógicos, cujo ambiente era propício ao
aprendizado da criança para que elas pudessem explorá-los livremente.
Vê-se então que desde muito antes já se pensavam em uma
aprendizagem de forma mais lúdica, algo que a criança aprendesse com
prazer.
Seber (1997) aborda a visão construtivista, que fala sobre a importância
dos jogos no desenvolvimento psicológico da criança.
Seber (1997), fala que antes mesmo do segundo ano de vida uma
criança já repete um ato que lembra o faz de conta, como por exemplo, fingir
estar dormindo. É nessa época também que a criança atribui aos objetos
significados diferentes da realidade. Assim, uma boneca pode ser usada para
ser alimentada num momento e, logo a seguir, ser utilizada para esfregar o
chão. Um pedaço de madeira pode ser um pente, mamadeira, carro, etc. Ações
como bater, puxar, jogar, esfregar combinam-se com ações do tipo faz de
conta e mantém-se por pouco tempo, pois a criança não se distrai com um
único tipo de ação, mesclando constantemente as brincadeiras. A criança em
desenvolvimento vive em busca de explorações e, para isso, tanto faz que ela
desmonte objetos ou tente construir algo. Muitas vezes, sem querer, a criança
até inutiliza os brinquedos. De fato, o modo como a criança irá entender o que
realiza com um brinquedo está diretamente ligado a conduta de como o
professor irá despertar nessa criança o interesse pelo manuseio, a motivação a
ser despertada pelos objetos. Para isso, o professor terá que se colocar no
lugar da criança, a fim de que a compreensão vença a irritação no caminho das
descobertas.
Entende-se que durante uma brincadeira de faz de conta entre as
crianças o professor deve observar atentamente esse brincar, pois é nessa
hora que a criança expõe seus sentimentos e se algo fugir do "normal" o
professor deverá intervir na brincadeira dos mesmos. Depois de uma
intervenção deixar que as crianças continuem brincando. Portanto o
construtivismo vem para esclarecer e informar com se dá a aprendizagem de
forma lúdica.
Segundo Seber (1997), na fase inicial dos jogos podemos observar
combinações entre ações de faz de conta e ações manipulativas, assim como
alguns brinquedos quebrados. Tanto as ações de faz de conta, como as de
manipulação são importantes para o progresso da aprendizagem. Por isso, é
essencial compreender a interpretação deste progresso para o professor, a fim
de que o mesmo possa estimular corretamente o desenvolvimento infantil.
Viver de modo lúdico as situações do cotidiano representa a compreensão das
próprias experiências e do progresso do pensamento. Utilizando a imaginação,
a criança reproduz recordações ligadas às ações do tipo tomar banho, se
alimentar, dormir, passear. Brincando, a criança pode refazer, de maneira
diferente, seu dia a dia, ampliando suas experiências e suas condições para o
progresso de seu pensamento. O ponto de vista explicativo das ações é bem
esclarecedor para se poder entender melhor o significado das brincadeiras.
Atividades de empilhar, esfregar, passar objetos, por exemplo, são essenciais,
pois favorecem o aprimoramento dos gestos, da coordenação motora e,
consequentemente, o domínio do próprio corpo.
Ainda com Seber (1997), o domínio dos movimentos está intimamente
ligado aos relacionamentos sociais, aos sentimentos. É a ação motora que
traduz o desejo expresso posteriormente por meio da linguagem. Assim é que,
uma criança vendo a outra empilhando peças de madeira, consegue se
aproximar afetivamente dela, imitando-a. A imitação do comportamento é uma
característica muito importante, presente nos jogos de faz de conta. É ela que
irá manifestar o aspecto social das condutas infantis, permeada de emoções e
sentimentos em relação ao outro. A criança imita quem ela gosta ou quem lhe
desperta atração. São os comportamentos que acabam servindo de modelo à
criança. A criança também pode reproduzir o modo como entende os objetos.
Pode engatinhar e miar como o gato. Pode sentar-se numa cadeira, imitando o
pai na direção de um automóvel. Pode pentear-se ou pentear a sua mãe, assim
como penteia uma boneca. Em suma, projeta suas ações em outros seres ou
imita o comportamento dos seres que observa.
Para Seber (1997), tudo isso é importante para a evolução dos afetos,
da socialização e do progresso do pensamento infantil. A criança se sente mais
próxima de nós à medida que nós estamos próximos dela e seu
comportamento corresponde àqueles que ela pode observar ao seu redor. O
conjunto dessas brincadeiras deve ser estimulado pelo professor, mediante
oferta de objetos e através de conversa sobre o que percebe a criança realizar.
O professor deve se colocar no lugar da criança para entender melhor o
processo, mas não pode brincar pela criança, nem exigir que se façam as
ações diferentes do cotidiano representado, delimitando ainda um tempo, não
longo, para ser reservado às brincadeiras.
Entende-se então que a criança aprende muito mais quando esta
brincando, seja de faz de conta, correr, pular, montar jogos entre outros. Isso
trás a ela um aprendizado do qual ela não se esquecerá, porque foi de uma
maneira prazerosa. O lúdico estimula a coordenação e o pensamento da
2 – AS PRÁTICAS LÚDICAS NA CONSTRUÇÃO DA APRENDIZAGEM
Este capítulo se estrutura a partir de estudos sobre ação pedagógica
com o lúdico visando a aprendizagem., ou seja, como se dá esta condição a
partir do emprego dos jogos e brincadeiras incluídas no cotidiano escolar.
2.1 – JOGOS E BRINCADEIRAS E O PROCESSO PEDAGOGICO:
ESTRATÉGIAS
Em entrevista à revista Pátio Educação Infantil de novembro/dezembro
de 2009, Janet Molylis relata sobre como o brinquedo é importante para o
desenvolvimento da criança. Dentro desse aspecto a revista faz algumas
perguntas para entrevistada que irei reproduzir a seguir.
Pátio - Como o brincar deve ser usado no currículo dos primeiros anos da educação infantil?
Janet Molylis - As crianças brincam instintivamente e isso deve ser aproveitado pelos adultos. A brincadeira faz a criança pensar de forma abstrata e independente. Faz com que a criança corra riscos e tente resolver problemas e aperfeiçoando sua compreensão sobre o meio em que vive. Logo, os programas de educação infantil devem ser baseados em atividades lúdicas, o que é muito difícil para as práticas prescritivas de conteúdo curricular. Para a criança, a compreensão só é alcançada pela experiência que faça sentido para ela. O brincar proporciona isso. Por tanto, também é importante que a criança valorize a brincadeira, o que só acontece quando as outras crianças que estão a sua volta também valorizam. Brincar mantém as crianças física e mentalmente ativas.
Pátio - O que é importante que os adultos saibam para melhor aproveitar o potencial educativo das brincadeiras?
Janet Molylis - É importante conhecer o máximo possível sobre a criança e suas experiências anteriores. Observar, saber ouvir e descobrir qual o real interesse da criança. O adulto deve fornecer recursos, criar contextos
para sustentar os interesses, ensinando através da brincadeira. Depois o educador precisa saber conversar com a criança, impor limites, quando a brincadeira precisa ser terminada. Outro fator importante é o planejamento para ampliar e desenvolver as oportunidades dos alunos nas brincadeiras espontâneas, a partir da análise e avaliação da experiência lúdica de cada dia.
Pátio - Existe uma Pedagogia própria para a infância?
Janet Molylis - Inicialmente é o brincar, formado pelos elementos do brincar espontâneo, do aprender brincando, do ensinar brincando. O brincar exerce controle sobre a criança, sendo aberto, criativo e imaginativo. Ao educador cabe disponibilizar recursos, ser observador interessado, interagir quando convier; compreender o brincar numa perspectiva desenvolvimentista. Ensinar brincando é utilizar a alegria natural, inata à criança ao brincar. Propor tarefas divertidas e criativas, com objetivos sérios. Para cada etapa do aprendizado há um planejamento, variável de educador para educador, mas todas as etapas, embora distintas, estão interligadas ao ensinar brincando.
Pátio - Os conhecimentos formais podem ser articulados com uma cultura lúdica?
Janet Molylis - Conhecimentos formais são entendidos como a capacidade de ler, escrever, aprender matemática, história, geografia, etc. Todos podem ser articulados com uma cultura lúdica. Vai depender dos recursos lúdicos oferecidos pela escola ou pelo ambiente pré-escolar.
Pátio - Que exemplos a senhora poderia dar em relação a isso?
Janet Molylis - Crianças que criam e desenvolvem uma agência de turismo na sala de aula terão que utilizar seus conhecimentos e também ampliá-los, sobre lugares, linguagem, matemática. Um ambiente ao ar livre montado como uma estufa de plantas pode proporcionar experiências "formais" de escavar, rastelar e plantar. É mais fácil proporcionar um programa de ensino amplo e equilibrado através desse tipo de atividade do que através de atividades praticadas na sala de aula ou em folhas de exercício.
Essa entrevista deixa claro para nos educadores como é importante as
brincadeiras e os jogos para o desenvolvimento e crescimento da criança. E
como elas aprendem com o universo lúdico.
Segundo a autora Friedmann (1996) o jogo torna-se importante quando
significa um meio para atingir determinados objetivos. Se a criança brinca por
puro divertimento com outras crianças ou adultos significa dizer que o jogo é
um brincar por brincar, com fim em si mesmo, podendo ocorrer em qualquer
lugar, inclusive na escola. Entretanto, o jogo se faz cada vez menos presente
no cotidiano escolar, questão central para os estudiosos da área, que querem
resgatar o verdadeiro sentido da atividade lúdica enquanto um meio
educacional, um instrumento útil para estimular o desenvolvimento integral da
criança, possibilitando o trabalho com conteúdos curriculares.
Ainda com Friedmann (1996) em certas vezes as crianças brincam
sozinhas, seja por condição natural da idade, seja por distúrbios emocionais.
Em qualquer dos casos são os próprios objetos que tomam vida e tornam-se
parceiros da criança. A criança pode ainda brincar com palavras, sons, seu
próprio corpo, e ainda com o todo o espaço a sua volta. Mas é no jogo
partilhado com outras crianças ou adultos que a criança se comunica de várias
formas, através de interações sociais fundamentais, pois é assim que surge a
oportunidade de assumir diversos papéis, experimentar, se colocar no lugar do
outro, realizar ações mais ou menos prazerosas e expressar-se.
Para Friedmann (1996) a criança usa a imaginação e a fantasia
extensamente. Transforma um lápis em gente, qualquer sucata em objetos
incríveis. Entretanto, nos dias atuais o apelo ao consumo fala mais alto.
Crianças viram alvo de fabricantes, que se preocupam cada vez mais em criar
brinquedos atrativos, coloridos, brinquedos que imitam objetos com muita
perfeição e, ainda, observando itens de segurança para que tais peças não
ofereçam riscos no manuseio e para a saúde da criança.
Segundo Friedmann (1996) a análise desses objetos deve ser feita à luz
do contexto em que estão inseridos: na família, na escola, do ponto de vista
dos fabricantes. Em cada um deles um mesmo brinquedo pode ser visto como
objeto potencial de solidão, consolação, autonomia ou heteronomia, realização,
cooperação e progresso; objeto-novidade de distração ou informação. Como
bem define Friedmann (1996),
O brinquedo é, portanto, muito mais do que um objeto do mundo infantil, um ‘eco’ dos padrões culturais de diferentes contextos sócio-econômicos. Além de ser veículo da inteligência e da atividade lúdica, ele tem também um impacto próprio.
Ainda com Friedmann (1996) o brinquedo pode estimular a criança a
brincar solitariamente, embora essa característica seja normal para bebês e até
necessária ao seu desenvolvimento. A frequência de brinquedos aumenta na
idade pré-escolar. Jogos propriamente ditos são utilizados como acessórios,
sobretudo dos cinco aos quatorze anos.
Para Friedmann (1996) a atividade lúdica realizada no tempo e espaço
determinados, as ações das crianças variam de acordo com suas idades. Um
bebê descobre o mundo através dos sentidos, das atividades sensório-
motoras. À medida que crescem, suas habilidades cognitivas, corporais,
emocionais e sociais vão constituindo uma ponte entre as ações puramente
concretas para as ações mais abstratas. É justamente a “ação” o fundamento
para que a brincadeira aconteça e, partindo deste raciocínio, toda atividade
lúdica infantil deve ser repensada na hora de planejar espaços para tais
atividades, planejando o currículo, visualizando o comportamento o
comportamento das crianças na análise de cada jogo ou brincadeira.
Segundo Friedmann (1996) a linguagem é fundamental para o processo
de desenvolvimento. Friedmann descreve que Piaget afirma que a linguagem
só aparece depois do pensamento, e que ele depende sobretudo da
coordenação de esquemas sensório-motores. Linguagem é comunicação.
Falar, ler e escrever são formas de acesso ao conhecimento construído. Ao
mesmo tempo, são desenvolvidas a memória, a criatividade, o pensamento do
concreto e do abstrato. Enfim, a linguagem é a base de toda comunicação. O
jogo é o canal pelo qual a criança se comunica mais fácil e naturalmente.
Para Friedmann (1996) a criança se desenvolve como um todo. Sua
personalidade é paulatinamente construída durante a escolha de seus
objetivos. Mas um ponto é constante: a afetividade. Amor, ódio, medo, alegria,
agressividade, passividade... São alguns dos afetos mais comuns que o
educador deverá lidar para acompanhar a criança no desenvolver do
conhecimento. Porém, a motivação, que é um fator de desenvolvimento, pode
ser positiva e levar a criança a realizar atividades cada vez mais complexas, ao
passo que também poderá ser a causa de bloqueio do desenvolvimento,
quando por exemplo a criança passa por problemas de perturbação afetiva. É
justamente aí que o jogo pode ser utilizado para a melhora no progresso da
criança. O jogo é a consolidação do “eu” na idade escolar, a auto-afirmação e a
confiança necessárias ao bom desempenho. O jogo é uma janela da vida
emocional das crianças. É a oportunidade que a criança tem para expressar
seus afetos num ambiente e espaço que devem ser facilitadores, onde o papel
do adulto é o de criar e manter esse espaço.
Friedmann (1996) destaca que Piaget entende a ação psicomotora como
a precursora do pensamento representativo e do desenvolvimento cognitivo, e
afirma que a interação da criança em ações motoras, visuais, táteis e auditivas
sobre os objetos do seu meio é essencial para o desenvolvimento integral. A
atividade sensório-motora é fundamental para o desenvolvimento de conceitos
espaciais e na habilidade de utilizar termos lingüísticos espaciais. Através do
jogo se desenvolve o aspecto físico-motor. O equipamento utilizado e o espaço
pensado para o jogo são importantes para a motivação de vários jogos
motores. Tais atividades merecem a maior atenção dos educadores atuais,
tendo em vista que são substituídos por atividades sedentárias, como por
exemplo os jogos de vídeo games, a televisão, os jogos de computadores, etc.
Por isso o jogo tem esse papel especial no desenvolvimento físico-motor e
deve integrar-se com as outras áreas de desenvolvimento infantil.
Para Friedmann (1996) o desenvolvimento da moral também faz parte
da construção que vem do interior do ser humano. Quando as regras do
exterior são voluntárias, as crianças as adotam e constroem naturalmente.
Destacando Kamii, Friedmann destaca que: “sacrificar certos benefícios
imediatos em proveito de uma relação recíproca de confiança com o adulto ou
com outras crianças” é a mais perfeita definição de quando a criança resolve
construir a própria regra moral. A confiança e o respeito servem de pano de
fundo para o desenvolvimento da autonomia.
Friedmann (1996) comenta que Piaget constata que a forma mais
interessante para promover a cooperação, fator essencial do progresso
intelectual, é o trabalho em grupo. Assim como o trabalho em grupo, os jogos
em grupo são especialmente interessantes, pois neles o papel de cada criança
é interdependente, onde um não pode existir sem o outro. Aqui podemos
destacar importantes funções dos jogos na educação: Há transmissão de
cultura, de regras morais e também a união da cooperação com a autonomia, a
consciência da regra aliada à necessidade da consciência da razão de ser das
leis para toda a vida.
Segundo Friedmann (1996) com objetivos lúdicos, o educador pode
propor regras ao invés de impor às crianças; dar oportunidade às crianças de
participar na elaboração de leis, o que lhes possibilitaria também o
questionamento dos valores morais, inclusive através de jogos coletivos;
possibilitar a troca de idéias para se chegar a acordos de regras, a fim de que
as crianças descentrem e coordenem pontos de vista, que é um processo
cognitivo que contribui para o desenvolvimento do pensamento lógico; dar
responsabilidade para cumprimento das regras, motivando o desenvolvimento
da iniciativa, da agilidade e confiança; permitir definir qual regra prevalecerá,
para o desenvolvimento da inteligência; desenvolver o aspecto da autonomia, o
aspecto emocional; possibilitar o desenvolvimento mental das crianças através
de ações físicas e motoras.
Para Friedmann (1996) o educador é um observador, que deve respeitar
a interpretação dada pelas crianças ao jogo espontâneo, a fim de conhecer a
realidade lúdica das mesmas. Sem intervir, mas mediando os possíveis
conflitos. Para jogos dirigidos, a postura do educador torna-se variável, mas
deve ser clara e objetiva para explicar as regras, podendo inclusive participar
dos jogos a título de explicação, até que as crianças possam continuar
sozinhas. Agora o educador é um orientador. Mas não só um orientador
comum: deve ser um desafiador, colocando dificuldades progressivas no jogo,
a fim de promover desenvolvimento e aprendizagem cada vez mais complexa.
Aqui a criatividade do professor deve falar mais alto.
Antunes (2010) afirma que durante algum tempo havia uma separação
do brincar e o aprender. E no decorrer das atividades não se brincava, pois
ambas eram separadas. Não era possível aprender enquanto brincava e aos
poucos essa idéia foi sendo substituída por brincadeiras lúdicas, cuja finalidade
não era só de se animar, distrair e se alegrar com as brincadeiras, mas sim de
aprender e se desenvolver durante a mesma.
Antunes (2010) fala sobre como funciona a mente de uma criança: das
expectativas às experiências, da nova hora da brincadeira e da aprendizagem
para uma nova concepção sobre o papel do brincar. Diz ainda que a criança no
decorrer da brincadeira desenvolve sua imaginação, afetos e memória. Pois é
brincando que a mesma expressa sua angústia, sofrimento e ansiedade. E
assim acaba desenvolvendo sua linguagem. O autor descreve que:
(...) a aprendizagem e a construção de significados pelo cérebro se manifestam quando este transforma sensações em percepções e estas em conhecimentos, mas este trânsito somente se completa de forma eficaz quando aciona os elementos essenciais do bom brincar que é, justamente, memória, emoção, linguagem, atenção, criatividade, motivação e, sobre tudo, a ação. (ANTUNES, 2010, p. 31).
Antunes (2010) refere-se ao fato da criança construir seu próprio mundo
brincando e que ao entrar no mundo do adulto isto a possibilitará compreender,
ressignificar e reelaborar seus esquemas. Não é a toa que a brincadeira faz
parte da proposta educativa da maioria das escolas de Educação Infantil. Pois
o brincar ajuda no desenvolvimento da autoestima e a interação da mesma
com o outro.
Segundo Garcia e Marques (1990) as atividades lúdicas podem ser
compreendidas pelas crianças através dos seguintes aspectos: na preparação
para atividade, na liberdade de ação, no prazer obtido, na possibilidade de
repetição das experiências e na realização simbólica dos desejos.
Considerando tais aspectos importantes, o lúdico infantil proporciona uma fonte
de estudos em direções diferentes: do ponto de vista sociológico e psicológico
e por meio de abordagem antropológica. Nas brincadeiras os aspectos
analisados na abordagem sociológica são: o processo de socialização infantil
se dá através da interação, participação de elementos, desempenho de papéis,
aceitação no meio lúdico pelo grupo, atitudes, preconceito e surgimento de
lideranças entre as crianças. Já a abordagem psicológica a analise das
brincadeiras se dá de acordo com os objetos, suas significações e ações dadas
por cada criança, nas expectativas e esforços realizados para que suas ações
sejam valorizadas pelo grupo, seus papéis desempenhados e de serem
desempenhados. E a abordagem antropológica procura acompanhar a
trajetória dos jogos infantis com relação às influencias étnicas, zona de
dispersão e variações ocorridas de acordo com os tempos e espaços.
Esses enfoques relacionam brincadeiras com os seguintes aspectos:
desenvolvimento de habilidades sociais, recreação, contribuição para o
desenvolvimento físico e mental da criança, psíquica. Portanto, todas as
abordagens são de fundamental importância, pois amplia conhecimentos e
compreensão das crianças e de seu contexto.
É com o jogo simbólico que a criança irá adquirir autonomia,
possibilitando entrar no universo de animação, exploração, experiência,
criatividade e a agir diante determinadas situações. Brincar e aprender são
ideias que não se separam, mas sim caminham juntas. Sendo assim é
brincando e jogando que a criança construirá condutas e usará da criatividade
para inventar e reinventar situações que estão a sua volta.
3 – JOGOS E BRINCADEIRAS
Nesta seção do estudo descreverei alguns jogos e brincadeiras como
ferramentas pedagógicas que ajudam no processo de ensino-aprendizagem.
3.1 - JOGOS E BRINCADEIRAS QUE AJUDAM NO PROCESSO DA
APRENDIZAGEM
Para Cunha (2007) as brincadeiras e os jogos servem de ferramentas
pedagógicas para o desenvolvimentos das crianças. Abaixo estão escritas
algumas brincadeira extraídas do livro de Cunha.
BOLICHE DE LATAS
Estimula: a motricidade; coordenação motora ampla; coordenação
visomotora; arremesso ao alvo e controle de força e direção.
Possibilidade de exploração:
-Empilhar as latas fazendo um castelo.
-Jogar como boliche: cada jogador arremessa três bolas, tentando
derrubar todas as latas.
-Contar os pontos de acordo com os números escritos nas latas
derrubadas.
-Vence o jogo quem tiver feito mais pontos. (Cunha, 2ª ed., 2007, p. 19)
SACO SURPRESA
Estimula: Atenção e concentração; pensamento lógico; vocabulário;
percepção tátil e discriminação de texturas, formas e tamanho.
Possibilidades de exploração:
-Retirar um objeto da sacola, examiná-lo e depois retirar outro igual.
-Introduzir as duas mãos pelas aberturas laterais da sacola e encontrar
dois objetos iguais.
-Encontrar um objeto grande com a mão direita e um pequeno com a
mão esquerda, ou vice-versa.
-Segurar um objeto dentro da sacola, examiná-lo pelo tato e, sem olhar,
dizer qual é; conferir em seguida.
-Fazer o mesmo com a outra mão.
-Atender comandos da professora para pegar objetos dentro da sacola.
(exemplo: "pegue uma borracha" ou "pegue um objeto de metal" , ou ainda,
"pegue um triângulo pequeno"). (Cunha, 2ª ed., 2007, p. 49)
ENCAIXE TODAS
Estimula: discriminação visual; comparação de tamanhos; pensamento
lógico e atenção.
Descrição: Caixa de papelão duro em cuja tampa foram desenhados os
contornos de oito tampas de plásticos de tamanhos diferentes. A caixa deve
ser bem baixa para que as tampas não afundem.
Possibilidades de exploração:
-Tirar todas as tampas e tornar a colocá-las em seus lugares, de forma
que não sobrem nenhuma.
-Tirar as tampas e organizar uma sequência por ordem de tamanho.
-Separar duas tampas, organizar uma sequência com as outras e pedir a
criança que introduza, no lugar certo, as tampas que ficarem de fora. (Cunha,
2ª ed., 2007, p. 58)
BONECO ARTICULADO
Estimula: Noção de esquema corporal; conscientização sobre as partes
do corpo e suas posições e habilidade manual.
Descrição: As partes do corpo recortadas em cartolina: cabeça, pescoço,
tronco, dois braços, dois antebraços, duas mãos, duas coxas, duas pernas,
dois pés. Para juntar as partes fazendo as articulações, podem ser feitos furos
com furador de papel e colocadas tachas, que se abrem depois, e perfurar o
papel. Outra alternativa é furar as articulações com uma agulha grossa e
barbante, e depois dar um nó de cada lado do barbante.
Possibilidades de exploração:
-Recortar e montar o boneco articulado.
-Pedir uma pessoa que sirva de modelo, assumindo diferentes posições
que os alunos procurarão reproduzir com seus bonecos.
-Fazer o exercício contrário, colocar o boneco em posições que as
pessoas poderão representar.
-Descobrir quais as posições que podem ser feitas com o boneco, mas
que são impossíveis de serem realizadas pelos seres humanos. (Cunha, 2ª ed.,
2007, p. 71)
CAIXA DE CLASSIFICAÇÃO
Estimula: Pensamento; classificação; discriminação visual; coordenação
viso motora; reconhecimento de objetos iguais e atenção e concentração.
Descrição: Uma caixa virada de cabeça para baixo, com seis orifícios do
tamanho correspondente aos dos potes de iogurtes. Seis tipos diferentes de
tampinhas ou materiais pequenos, como carretéis, botões, toquinhos de lápis,
etc. A caixa foi forrada com papel fantasia.
Possibilidades de exploração:
-Misturar todos os objetos e pedir que a criança os classifique,
colocando cada tipo em um lugar na caixa.
-Colocar uma peça em cada pote e pedir a criança que deixe todos os
potes com seis peças.
-Com os potes contendo seis peças, retirar objetos para que o primeiro
fique com uma, o segundo com duas, o terceiro com três, e assim por diante.
-Colocar alguns objetos nos potes e pedir às crianças que deixem todos
os potes com a mesma quantidade.
-Dar doze pequenos objetos (palitos, fósforos, tampas de garrafas
plásticas, etc.) e pedir que sejam distribuídos igualmente nos potes, sem deixar
nenhum de fora.
-Dar à criança trinta pecinhas e pedir que distribua igualmente entre os
potes. (Cunha, 2ª ed., 2007, p. 98)
BINGO DE LETRAS
Estimula: Alfabetização; interesse por letras; discriminação de letras;
nomeação de letras e reconhecimento de letras.
Descrição: 4 cartelas de cartolina de 16x16 cm com letras espalhadas
em quadrados de 4x4 cm. Um saco plástico contendo 24 cartõezinhos com
letras do alfabeto para serem sorteadas.
Possibilidades de exploração.
- Jogar como bingo. Sortear uma letra. A criança que a tiver em sua
cartela coloca uma tampinha em cima da letra sorteada.
- Vence o jogo quem preencher primeiro as quatro letras na horizontal,
vertical ou diagonal. (Cunha, 2ª ed., 2007, p. 135)
DOMINÓ DOS RELÓGIOS
Estimula: Estruturação tempo-espacial e noção de hora e meia hora.
Descrição: 28 dominós feitos de papel-cartão, nos quais forma
desenhados relógios marcando horas e do outro horas escritas em números.
Possibilidades de exploração
- Jogar como dominó, associando os mostradores dos relógios às horas
descritas.
- Considerando somente o lado dos dominós que apresentam
mostradores, fazer uma sequência horária ordenando os mostradores de
acordo com a sequência das horas.
- Fazer a mesma coisa, ordenando o lado dos dominós que aparecem as
horas escritas. (Cunha, 2ª ed., 2007, p. 88)
DOMINÓ DE SONS INICIAIS
Estimula: Atenção; pensamento e discriminação auditiva.
Descrição
56 dominós de cartolina com figurinhas recortadas de livros didáticos
descartáveis. As figuras representam palavras que começam com sons
semelhantes. Exemplo: boné - boneca, jarra - jacaré, bota - bola, uva - lua,
maçã - macaco, cachorro - cavalo, livro - linha, carro - caminhão, foca - fogão.
Possibilidades de exploração.
- Jogar como dominó, valendo como a próxima peça a figura cuja
palavra comece com o mesmo som. (Cunha, 2ª ed., 2007, p. 141)
DEU 10!
Estimula: Pensamento; calculo menta e memória.
Descrição
Número de calendário, ma seguinte quantidade: dez de cada número de
1 a 5, cinco de cada número de 6 a 9, colocados dentro de tampinhas de
garrafas de refrigerante.
Possibilidades de exploração.
- Colocar as tampinhas dentro do saco.
- No início do jogo, cada participante retira uma tampinha, olha e a
coloca voltada para baixo, escondendo assim o seu número.
- Nas outras rodadas, os números retirados ficarão expostos e o jogador
irá somando mentalmente para ver se consegue fazer 10 pontos. Se fizer,
ganha o jogo, "estoura" e sai do jogo, e se faltar números na próxima rodada,
poderá pedir mais.
- Se mais de um jogador fizer 10 pontos, jogam mais uma rodada para
desempatar. (Cunha, 2ª ed., 2007, p. 168)
GANHANDO LETRAS
Estimula: Alfabetização; Reconhecimento de letra; Formação de
palavras; Coordenação dos movimentos amplos e arremesso.
Descrição: Dez garrafas de plástico, em cujas tampas estão pregadas,
com durex, letras do alfabeto. As garrafas são cortadas a 10 cm da base e
colocadas dentro de uma caixa de papelão com aproximadamente 60 x 40 cm.
As argolas são feitas com a parte de baixo que sobrou das garrafas e cobertas
com tiras de papel. As tampas avulsas devem conter letras iguais às que estão
nas garrafas, basicamente três de cada.
Possibilidades de exploração:
- Jogar as argolas e, se conseguir encaixá-las, pegar uma letra igual a
cada letra acertada.
- Cada jogador tem direito a cinco jogadas na partida e a jogar cinco
argolas de cada vez.
- Ao final do jogo, ganha quem tiver feito maior número de palavras com
as letras que ganhou.
- É interessante fazer um traço no chão para delimitar a distância de
onde as argolas deverão ser atiradas. (Cunha, 2ª ed., 2007, p. 133)
BOBEOU, PERDEU O LUGAR
Material: giz.
Objetivos: estimular a atenção e pronta reação.
Formação: alunos espalhados pela sala. No chão, desenhados em giz,
círculos, triângulos, retângulos e quadrados.
Desenvolvimento: as figuras desenhadas no chão deverão ser em
número inferior ao número de alunos. Ao sinal convencionado pelo professor,
os alunos correm, livremente, por fora das figuras geométricas demarcadas no
chão. A um outro sinal do professor cada aluno procura ocupar uma das
figuras. O aluno que não conseguir ocupar nenhuma figura geométrica perde
pontos; a brincadeira continua, não sendo excluído nenhum aluno no decorrer
da mesma. Será vencedor aquele que tiver menos pontos perdidos. (Maluf, 7ª
ed., 2008, p. 22)
COMPLETE A FRASE
Material: nenhum.
Objetivo: trabalhar oralmente as palavras, despertando a atenção, a
criatividade e a iniciativa.
Formação: alunos dispostos em círculos.
Desenvolvimento: o professor deve dizer uma frase qualquer. O
participante seguinte deve dizer a última palavra que o participante anterior
falou e completar a frase. Ex.: Maria comeu manga: a manga é muito saborosa.
Saborosa também é a laranja. A brincadeira prossegue, aumentando as frases
até alguém errar, quando então se reinicia com nova frase. (Maluf, 7ª ed.,
2008, p. 43)
LOJA DE FITAS
Material: nenhum.
Objetivos: estimular a criatividade, adquirir conhecimentos de
matemática, sobre compra e venda, noções de cores, socialização e
descontração.
Formação: alunos sentados em suas cadeiras ou no chão, um ao lado
do outro.
Desenvolvimento: um dos alunos será o comprador, o outro será o
vendedor. Os demais alunos serão as fitas. Todos serão uma cor (laranja,
verde, amarelo, verde-escuro), de acordo com a escolha de cada um.
A brincadeira começa quando a compradora entra na loja e se desenrola
o seguinte diálogo:
- Tem fita?
A vendedora diz:
- Que cor?
A compradora diz:
- Amarela.
- Tem.
- Quanto custa?
- R$ 3,00 (três reais) o metro.
- Quero levar dois metros (ou três, ou quatro, conforme a preferência).
A vendedora vai até o aluno que representa a cor amarela;
imediatamente o aluno se levanta e o vendedor gira o aluno tantas vezes
quantos forem os metros que a compradora levará da fita. Neste caso a
vendedora irá girar o aluno apenas duas vezes. Caso não tenha a cor da fita na
loja, a vendedora diz que não tem, oferecendo outras cores. E a brincadeira
segue, com a substituição de alunos no papel de vendedor, comprador e fita.
Encerra-se a brincadeira quando os alunos tiverem passado por, pelo menos,
dois papéis. (Maluf, 7ª ed., 2008, p. 54)
FORMANDO GRUPOS
Material: nenhum.
Objetivos: estimular a atenção, concentração, destreza e reação rápida.
Formação: todos os alunos deverão ficar a vontade na sala de aula.
Desenvolvimento: ao sinal do professor e conforme suas ordens, os
participantes deverão formar grupos seguindo determinadas orientações. Ex.:
formar grupos de alunos que estão de tênis; grupos dos que estão de calça ou
bermuda jeans, de camiseta branca, que têm o cabelo preto, etc. Deve-se
estipular o número máximo de alunos de cada equipe. A brincadeira termina
quando não mais houver interesse dos participantes. (Maluf, 7ª ed., 2008, p.
59)
Tais jogos e brincadeiras são de fundamental importância para o
desenvolvimento da criança. Pois a faz pensar sobre aquilo que esta sendo
proposto, estimulando seu raciocínio sua desenvoltura e principalmente sua
aprendizagem.
Cabe ao professor saber direcionar as brincadeiras e jogos
administrando de forma descontraída para chamar a atenção dos alunos para
aquilo que está sendo proposto.
Os alunos com assimilam mais os objetivos do que esta sendo proposto
pelo professor através das brincadeiras e jogos.
CONCLUSÃO
Concluo que na brincadeira e no jogo há uma construção especifica
onde a criança se apropria do conteúdo disponível de forma mais descontraída.
Pois a variações de brincadeiras e jogos conforme as idades e se as
brincadeiras e jogos são coletivas ou individuais, também há uma variação.
Uma interação vem sempre acompanhada de uma interpretação entre a
criança e os objetos da interação. A criança da um significado aos objetos e
age adaptando a outros elementos da interação, reagindo e produzindo novas
significações. Assim há uma continuidade na experiência lúdica. Muitas vezes
elas trazem para suas brincadeiras o mundo adulto como referencia como por
exemplo: brincar de papai e mamãe, professor e alunos dentre outros.
As pesquisas e os estudos evidenciam as brincadeiras e jogos como
uma verdadeira ferramenta de suporte aos profissionais da educação,
oferecendo a oportunidade de construírem seus planos de trabalho e deixá-los
mais atrativos para as crianças.
Educar através das brincadeiras e jogos representa um grande
progresso em âmbito educacional. Tais recursos devem ser trazidos para
escola como instrumento curricular, como fonte de desenvolvimento e
aprendizagem. Esse processo requer mudanças que não acontecem do dia pra
noite requerendo assim uma vivencia pessoal para resgatar o espírito lúdico. É
um reaprender a brincar com o nosso próprio conhecimento, redescobrindo a
linguagem do lúdico. Trazendo para sala de aula algumas brincadeira e jogos
existentes e criando outros que possibilitam um aprendizado significativo para
os alunos.
REFERÊNCIAS
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RJ: Vozes, 2010.
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número 21 .Porto Alegre, RS – 2009.
CUNHA, Nylse Helena Silva. Criar para brincar: A sucata como recurso
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FERREIRO E TEBEROSKY, Emilia e Ana. Psicogênese da Língua Escrita.
Porto Alegre, RS - Artmed,1999.
FRIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender, o resgate do jogo
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GRANDES pensadores– 41 educadores que fizeram história, da Grécia
Antiga aos dias de hoje. Nova Escola Especial. São Paulo, SP – Abril, 2008.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O Jogo e a Educação infantil. São Paulo, SP
– Pioneira, 1994.
MALUF, Angela Cristina Munhoz. Brincadeiras para sala de aula. Petrópolis,
RJ - Vozes, 2008.
PORTILHO, Evelise. Como se aprende? Estratégias, Estilos e
Metacognição. Rio de Janeiro, RJ - Wak, 2009.
PORTUGUÊS, dicionário online; http://www.dicio.com.br/aprendizagem -
acessado em 24 de julho de 2013 as15hs.
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24 de julho de 2013 de 2010 as15hs e 05min.
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SABINI, Maria Aparecida Cória e Lucena, Regina Ferreira de. Jogos e
Brincadeiras na educação infantil. Campinas, SP – Papirus, 2004.
SEBER, Maria da Glória. Psicologia do Pré-Escolar: uma Visão
Construtivista. São Paulo: Scipione. 1997.
ANEXO 1 - EDUCAÇÃO INFANTIL: LEIS
Em vista do que a constituição de 1988 nos trouxe avanços para as
crianças de 0 a 7 anos. Na constituição o poder público oferecerá condições
para educação desde o nascimento.
A constituição de 1988 traz o seguinte artigo:
Art. 208 – O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de:
IV – Atendimento em creches e pré-escolas às crianças de 0 a 6 anos de
idade.
A nova LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, nº.
9394. de 20
de dezembro de 1996, contempla a educação infantil quando prevê o
direito da criança de 0 a 06 anos à educação.
Seção II – Da Educação Infantil
Art. 29 – A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem
como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade,
em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a
ação da família e da comunidade.
Art. 30 – A educação infantil será oferecida em:
I – Creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos
de idade;
II– Pré-escolas para as crianças de quatro a seis anos de idade.
Art. 31 – Na educação infantil a avaliação se fará mediante
acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de
promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.
As diretrizes gerais do MEC para Educação Infantil estão centradas nos
seguintes grandes eixos:
1. A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica
e destina-se à crianças de 0 a 6 anos de idade, não sendo
obrigatória, mas um direito a que o Estado tem a obrigação de
atender;
2. As Instituições que oferecem Educação Infantil, integrantes
dos Sistemas de Ensino, são as creches e pré-escolas, dividindo-se
a clientela entre elas pelo critério exclusivo da faixa etária (0 a 3 anos
na creche e 4 a 6 na pré-escola);
3. A Educação Infantil é oferecida para, em complementação
à ação da família, proporcionar condições adequadas de
desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social da criança e
promover a ampliação de suas experiências e conhecimentos,
estimulando seu interesse pelo processo de transformação da
natureza e pela convivência em sociedade:
4. As ações de educação, na creche e na pré-escola, devem
ser complementadas pelas de saúde e assistência, realizadas de
forma articulada com os setores competentes;
5. O currículo da Educação Infantil deve levar em conta, na
sua concepção e administração, o grau de desenvolvimento da
criança, a diversidade social e cultural das populações infantis e os
conhecimentos que se pretendam universalizar;
6. Os profissionais de Educação Infantil devem ser formados
em cursos de nível médio ou superior, que contemplem conteúdos
específicos relativos a essa etapa da educação;
7. As crianças com necessidades especiais devem, sempre
que possível, ser atendidas na rede regular de creches e pré-escolas.