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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA EXPECTATIVAS DE MELHORES PARCERIAS DE EMPRESAS E UNIVERSIDADES NA INCLUSÃO LABORAL DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Por: Ailton Bandeira de Andrade Orientadora Professora Maria Esther de Araújo Co-orientadora: Professora Giselle Böger Brand. Rio de Janeiro 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

EXPECTATIVAS DE MELHORES PARCERIAS DE EMPRESAS E

UNIVERSIDADES NA INCLUSÃO LABORAL DE ALUNOS COM

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Por: Ailton Bandeira de Andrade

Orientadora

Professora Maria Esther de Araújo

Co-orientadora: Professora Giselle Böger Brand.

Rio de Janeiro

2013

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

EXPECTATIVAS DE MELHORES PARCERIAS DE EMPRESAS E

UNIVERSIDADES NA INCLUSÃO LABORAL DE ALUNOS COM

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Educação Especial e

inclusiva

Por: Ailton Bandeira de Andrade

Rio de Janeiro

2013

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar á Deus, por renovar

minhas energias...

A minha esposa por me acompanhar por várias

noites, pela compreensão, pele apoio, por acreditar

em mim, na participação de minhas reflexões sobre o

assunto, aos amigos e companheiros de trabalho, a

minha amiga parceira Ana Paula Pacheco por mostrar

caminhos reais sobre a inclusão laboral, a todos que

diretamente ou indiretamente contribuíram com

algumas sugestões ou falas a respeito deste trabalho

de pesquisa, a todas as famílias e alunos

entrevistados, a todos responsáveis pelos setores de

trabalho da FAETEC e UERJ, e não posso deixar de

citar como orientadora Professora Maria Esther e co-

orientadora Professora Giselle Böger Brand por

mostrar passo a passo que ficou mais clara essa

caminhada.

Aqueles que por acaso deixei de citar, não foi por

esquecimento, o espaço é delimitado para a

digitação, mas você está presente...

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho acadêmico a toda

comunidade escolar da Escola Especial Favo de

Mel por oportunizar-me e direcionar este

trabalho de pesquisa, a todos que participaram

seja diretamente ou indiretamente.

À minha esposa que me apoiou

incessantemente durante a trajetória dos

estudos, com paciência e dedicação.

Aos autores que busquei para minhas consultas

na qual compartilhei de várias reflexões. A todos

os alunos que participaram da inclusão laboral e

deixaram as conclusões de que são capazes de

terem uma vida como qualquer cidadão. Dedico

também às empresas, as mães responsáveis

pelos alunos na inclusão laboral e que estiveram

sempre prontas para as entrevistas.

A vida é composta de altos e baixos,

momentos de alegria e tristeza, um pouco de

incentivo a vida pode ser a dose que faltava

para darmos um novo passo, iniciarmos uma

nova etapa.

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RESUMO

Historicamente as pessoas com deficiência foram isoladas e excluídas do mercado de trabalho. A inclusão das pessoas com deficiências no contexto de trabalho é recente e alcança progressivo destaque no contexto brasileiro após a criação da Lei de nº 8213/1991. Porém, os tipos de deficiências são diversos, assim como as consequências que essas acarretam para o indivíduo. Na perspectiva organizacional, a inclusão de pessoas com deficiência no contexto laboral apresenta algumas dificuldades, e percebe-se o agravamento da percepção de dificuldade quando se trata de pessoas com deficiência intelectual, cujas pessoas são consideradas incapazes para o trabalho e excluídas nos processos de contratação. Este estudo teve como objetivo conhecer o processo de inclusão de pessoas com deficiência intelectual na inclusão laboral para o mercado de trabalho e identifica como vem funcionando as relações entre instituição profissionalizante e empresas contratantes, os aspectos que facilitam ou dificultam o processo de inclusão laboral, a visão e satisfação das famílias das pessoas com deficiência intelectual incluídas no processo de inclusão laboral. Utilizou-se da abordagem qualitativa, de natureza exploratória e coleta de dados. Dentre as conclusões da pesquisa, destaca-se que é possível realizar um processo de inclusão laboral de pessoas com deficiência intelectual, com resultados satisfatórios em termos de adaptação e desempenho.

Palavras-chave

Deficiência intelectual - Inclusão laboral - Mercado de trabalho - Parcerias.

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METODOLOGIA

Este estudo pretende desenvolver um trabalho de pesquisa aonde a

inclusão laboral de alunos com deficiência intelectual vem acontecendo na

Escola Especial Favo de Mel/Centro de Apoio Especializado à Educação

Profissional (CAEP), que é subordinado a Fundação de Apoio às Escolas

Técnicas do Estado do Rio de Janeiro (FAETEC).

Com o propósito de mostrar o mundo das pessoas com deficiência

intelectual no mercado de trabalho, desvendando assim, as formas que as

pessoas com necessidades especiais focando na deficiência intelectual, de

como são incluídas no mercado de trabalho, identificando as

dificuldades/facilidades que encontram na cidadania, e de que forma que a

exercem.

Optou-se fazer um estudo da legislação pertinente, realizando uma

pesquisa qualitativa, bibliográfica, exploratória, documental e de campo, com

entrevistas estruturadas não disfarçadas, onde o respondente sabe qual é o

objetivo da pesquisa, o questionário é padronizado, usando principalmente

questões fechadas.

De acordo com o tema proposto, a ação imediata será de convidar para

participação de uma entrevista, através de questionário aberto com no máximo

cinco questões com a gestora da Escola Especial Favo de Mel.

Será levantado o modelo de formação continuada de professores dos

cursos profissionalizantes da Escola Especial Favo de Mel, as formas de

desenvolvimento no cotidiano escolar e na vida desses profissionais, bem

como discutir as implicações e contribuições que determinadas práticas trazem

para o atual contexto educacional na formação e profissionalização de

qualidade do aluno com deficiência intelectual.

Caminhando para ação seguinte, serão realizadas entrevistas da

mesma forma, através de questionários com no máximo cinco questões

relativas à satisfação, comentários ou sugestões.

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Seguindo assim o quantitativo de participantes da coleta de dados para

a pesquisa de campo temos: sete professores (as) envolvidos (as) na

formação e capacitação de alunos com deficiência intelectual que frequentam

os cursos profissionalizantes, com a responsabilidade de realizar o

acompanhamento do aluno através de tutoria, sete coordenadores de setores

de trabalho da Fundação de Apoio as Escolas Técnicas (FAETEC), que são

responsáveis pela supervisão e avaliação na inclusão laboral de alunos com

deficiência intelectual. Participando também das entrevistas, oito pais

responsáveis de alunos com deficiência intelectual que participam da inclusão

laboral, e de 13 alunos com deficiência intelectual que frequentam o projeto de

inclusão laboral, de uma supervisora responsável pelo acompanhamento de

alunos com deficiência intelectual na inclusão laboral nos setores de trabalho

da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

O estudo deverá ser efetivado no período de julho a dezembro de 2013,

tendo sua fundamentação nas teorias dos principais autores como Rosana

Glat (1995,2007), Romeu Kazumi Sassaki (1996,1997), Marta Gil (2000).

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................ 10

CAPÍTULO I – UM BREVE HISTÓRICO DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

ATÉ OS TEMPOS ATUAIS.............................................................................

13

1.1. Conceito das pessoas com deficiência intelectual ............................

1.2. Um Centro de Referência - Entrevistando a gestora da Escola

Especial Favo de Mel ......................................................................

17

18

1.3. Formação continuada de professores e instrutores dos cursossr

profissionalizantes da Escola Especial Favo de Mel.............................

21

CAPITULO II - PARCERIAS DE EMPRESA E UNIVERSIDADE NA

INCLUSÃO LABORAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

23

2.1. Parceiras na inclusão laboral............................................................. 24

CAPÍTULO III - Legislação – Marcos Legais................................................... 26

3.1. Do Acesso ao Trabalho...................................................................... 26

3.2. Síntese da Lei de Cotas ................................................................... 27

CAPÍTULO IV - PESQUISA DE CAMPO........................................................ 29

4.1. Critérios, métodos e participantes da pesquisa................................. 34

4.2. Sugestões, opiniões dos participantes e conclusão da pesquisa de campo.................................................................................................

4.2.1. Entrevista com os professores responsáveis pela formação

profissional dos treinandos .....................................................

4.2.2. Entrevista com responsáveis pelos setores de trabalho e

pelos alunos treinandos ..........................................................

4.2.3. Entrevista com pais responsáveis de alunos treinando...........

4.2.4. Entrevista com alunos com deficiência intelectual atuando

na inclusão laboral ..................................................................

CONCLUSÃO..................................................................................................

35

35

37

39

41

43

ANEXOS ........................................................................................................ 47

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................. 51

WEBGRAFIA ................................................................................................. 53

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ÍNDICE............................................................................................................ 54

FOLHA DE AVALIAÇÃO.................................................................................

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INTRODUÇÃO

Este trabalho de pesquisa busca um melhor entendimento sobre

expectativas de melhores parcerias entre escola especial com empresas,

universidades que atualmente participam na inclusão laboral de alunos com

deficiência intelectual oriundos da Escola Especial Favo de Mel, subordinada a

Fundação de Apoio as Escolas Técnicas do Estado do Rio de Janeiro

(FAETEC).

Devido à demanda de mão de obra especializada e competitiva que o

mundo do trabalho vem exigindo, e com o crescimento das oportunidades de

vagas relativas à Lei de cotas, o aluno deve ser bem qualificado para poder

estar incluído na sociedade, e poder ter uma continuidade em sua formação

profissional como é de direito.

Com isso, se questiona e procura-se uma resposta sobre o que é

necessário para que haja relacionamentos com resultados positivos de

inclusão laboral nas ações de parcerias entre empresas contratantes e escolas

especiais que formam e profissionalizam alunos com deficiência intelectual

para o mundo do trabalho.

Será que, se os profissionais de empresas parceiras recebessem

orientação, conhecimento e capacitação sobre a pessoa com deficiência

intelectual, seria uma melhor forma para a soma de sucesso na inclusão

laboral de alunos com deficiência intelectual?

O objetivo geral desse trabalho de pesquisa é de analisar e identificar

quais seriam os melhores caminhos para as parcerias entre as escolas

especiais profissionalizantes e empresas na inclusão laboral de alunos com

deficiência intelectual. Com a intenção de contribuir e deixar exemplos para

futuros processos de novas contratações e de expectativas de sucessos nas

ações de inclusão laboral.

Procura-se destacar nessa pesquisa, como os alunos com deficiência

intelectual se sentem após serem incluídos no trabalho, e também fazer uma

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análise das opiniões de profissionais envolvidos na formação profissional de

seus alunos com deficiência intelectual, referentes ao desenvolvimento após a

inclusão laboral, e verificar sugestões e opiniões de empresas que contratam,

e também de pais de alunos com deficiência intelectual.

Justificando-se que a boa relação nas parcerias entre empresas e

escolas especiais profissionalizantes, pode influenciar na inserção com

qualidade e a permanência da pessoa com deficiência intelectual no mundo do

trabalho, acreditando que com a fala positiva ou negativa de profissionais

envolvidos na formação de alunos com deficiência intelectual quanto ao ganho

de autonomia e maturidade para o trabalho, as escolas especiais e suas

parceiras poderão avaliar e procurar melhores métodos de ações para um

melhor processo de inclusão laboral no mundo do trabalho.

No entanto, o primeiro capítulo apresenta-se um breve histórico da

deficiência intelectual até os tempos atuais nas conquistas para o mundo do

trabalho.

Decorrendo para um subcapítulo, desenvolve-se uma entrevista com

atual gestora da escola especial Favo de Mel através de questionário com

questões relacionadas a um ligeiro memorável da instituição e propostas

quanto à profissionalização e inclusão laboral de seu alunado durante sua

gestão.

No segundo capítulo é apresentados setores de trabalho, universidades,

que são instrumentos da coleta de dados para pesquisa de campo, e que

atuam ou já atuaram como parceiras com a escola especial Favo de Mel na

inclusão laboral de alunos com necessidades especiais, focando na deficiência

intelectual.

Seguindo para o terceiro capítulo, temos uma síntese da legislação e

dos marcos legais, sinalizando sobre a lei que se inclui em nosso tema, e foca

o acesso ao trabalho para as pessoas com necessidades especiais, a lei

8.213, de 24 de julho de 1991 – Lei de Cotas.

No quarto e último capítulo de nosso trabalho, teremos resultados da

coleta de dados da pesquisa de campo de alunos com deficiência intelectual

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que já atuam na inclusão laboral, de como se sentem após serem incluídos no

trabalho, de professores (as), coordenadores responsáveis pelos setores de

trabalho que contratam, e pais responsáveis de alunos, pois todos que

colaboram na pesquisa estão envolvidos no processo de inclusão laboral, seja

de forma direta ou indireta. A fala, sugestões e opiniões de todos os

participantes, são de grande importância na contribuição para reflexões sobre

nosso tema.

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CAPÍTULO I – UM BREVE HISTÓRICO DA

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ATÉ

OS TEMPOS ATUAIS

Na história da humanidade, a pessoa com deficiência foi vitima de

segregação e exclusão. Até o século XV crianças com má formação no

desenvolvimento e que apresentavam esse perfil, eram jogadas nos esgotos

da Roma Antiga.

Na Idade Média, eles encontravam abrigo nas igrejas, como cita o livro

“Quasímodo” de Victor Hugo, relatando a vida isolada do personagem

Corcunda de Notre Dame, na Torre da Catedral de Paris. Na mesma época as

pessoas com deficiências ganham uma função: “Bobos da Corte ‘com o intuito

de promover momentos de alegrias e diversão para todos”. Já, no século XVI a

XIX, viviam isolados do resto da sociedade, em asilos, conventos e albergues.

Até o século XVIII, a ciência não diferenciava deficiência intelectual de

doença mental e procurava uma cura para esta condição. Já a partir do século

XIX, surgem as abordagens educacionais, que passaram a levar em conta as

possibilidades e potencialidades desses indivíduos. Aos poucos, educadores,

psicólogos e pedagogos tiveram uma compreensão e envolvimento bem mais

profundo sobre essa questão.

Na visão psicossocial da deficiência mesmo assim, vários “mitos” e

conceitos equivocados persistiam, assim como: toda pessoa com deficiência

intelectual é “doente ou morre cedo devido a problema de saúde”; “precisa

usar remédios controlados”; “é agressiva e perigosa”; “geralmente é

incompetente”; só está “bem” com seus “iguais”, etc. Estas visões faziam parte

da representação social da época.

Ao longo da história da educação brasileira, mais especificamente, a

partir da década de 1950, começa a ser abordado o termo: educação especial.

Este período nos reporta a um importante movimento que se destacou em

1954: a fundação da APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais.

A primeira APAE do Brasil deu origem a uma instituição que se ampliou.

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Atualmente existem mais de duas mil APAES distribuídas pelo Brasil.

Em 1960 foi criada a “Campanha Nacional de Educação e Reabilitação

de Deficientes Mentais” (CADEME).

A CADEME tinha por finalidade promover em todo território Nacional, a

educação, treinamento, reabilitação e assistência educacional das crianças

retardadas e outros “deficientes mentais” de qualquer “idade” ou “sexo”

(MAZZOTTA, 1996, p. 52).

Nesse período, junto com as discussões mais amplas sobre reforma

universitária e educação popular, o Estado aumenta o número de classes

especiais, principalmente para esta clientela nas escolas públicas. Sobre isso,

Ferreira (1989) e Jannuzzi (1992), esclarecem que na educação especial para

indivíduos que apresentam deficiência intelectual, há uma relação diretamente

proporcional entre o aumento de oportunidades de escolarização para as

classes mais populares e a implantação de classes especiais nas escolas

públicas.

Ao longo da década de 60, ocorreu a maior expansão no número de

escolas de ensino especial já vista no país. Em 1969, havia mais de 800

estabelecimentos de ensino especial para a deficiência intelectual, cerca de

quatro vezes mais do que a quantidade existente no ano de 1960.

Enquanto que, na década de 70, observamos nos países desenvolvidos,

amplas discussões e questionamentos sobre a integração das pessoas com

deficiência na sociedade. No Brasil acontece neste momento a

institucionalização da Educação Especial em termos de planejamento de

políticas públicas com a criação do Centro Nacional de Educação Especial

(CENESP), em 1973.

Com a contribuição de vários acontecimentos e com o aprofundamento

dos estudos de vários teóricos, pôde-se observar que na linha histórica houve

mudanças em paradígmas relacionados a este assunto. A pessoa com

deficiência intelectual vem conquistando o seu reconhecimento perante a

sociedade, direito a educação, ao exercício da cidadania, ao trabalho e

participação na vida política e econômica.

Entre os anos de 1957-1958 e o biênio 1980-1981 o conceito de

deficiência intelectual vem se transformando na direção que apontamos

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estudos científicos sobre o tema no Brasil. Nesta mesma época foram

formados no país núcleos promissores de pesquisa e estudo, na urgente tarefa

de desenvolver métodos e formação de docentes especializados. Podemos

citar a criação do curso de especialização em Educação Especial, no ano de

1977 para professores do ensino especial da cidade de São Carlos e região

promovido pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR).

Em 24 de julho de 1991, a lei nº 8.213 que trata da contratação de

pessoas com necessidades especiais nas Empresas é sancionada, abordando

sobre as cotas e dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência

fornecendo outras providências a contratação de pessoas com necessidades

especiais. Esta lei é de suma importância para as propostas educacionais que

surgirão a partir desta data.

Precisamos destacar o acontecimento histórico, demarcando uma

diretriz mundial, ocorrido de 7 a 10 de junho de 1994, onde os delegados da

Conferência Mundial de Educação Especial, representando 88 governos e 25

organizações internacionais em Salamanca, Espanha declaram sobre

Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas

Especiais reafirmando o compromisso da Educação para Todos. Neste mesmo

ano se implanta no País a Política Nacional de Educação Especial.

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases, n.º 9394, se ajusta à legislação

federal e aponta que a educação das pessoas com necessidades especiais

deve dar-se preferencialmente na rede regular de ensino.

No ano de 1998, o MEC lança documento contendo as adaptações que

devem ser feitas nos Parâmetros Curriculares Nacionais a fim de colocar em

prática estratégias para a educação de alunos com necessidades educacionais

especiais. Em 2001 é publicado as Diretrizes Nacionais para a Educação

Especial na Educação Básica.

Com objetivo de organizar a modalidade de educação especial e

aproximá-la cada vez mais dos pressupostos e da prática pedagógica social da

educação inclusiva, em 20 de dezembro de 1999 o decreto nº. 3.298

regulamenta a lei nº. 7.853 , dispõe sobre a Política Nacional para a Integração

da Pessoa com Deficiência.

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Através do Censo Escolar podemos observar o crescimento de 640%

das matrículas do ensino especial em escolas regulares/classes comuns de

1998 a 2006 resultados claros da política inclusiva no Brasil.

Em janeiro de 2008, a SEESP apresentou a “Política Nacional de

Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva”, agora prevendo o

atendimento especializado em salas de recursos e centros especializados de

referência (BRASIL, 2008).

Ainda nessa mesma direção, cabe mencionar o Decreto nº. 6571 de 17

de setembro de 2008, que dispõe sobre o apoio técnico e financeiro aos

sistemas públicos de ensino dos estados, do Distrito Federal e dos municípios

que prestarem atendimento educacional especializado aos alunos com

deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou

superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular. Cabe dizer que

por meio desse decreto é considerado atendimento educacional especializado

“o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos

organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou

suplementar à formação dos alunos no ensino regular” (art. 1º, § 1º), conforme

previsto no documento Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva

da Educação Inclusiva.

Voltando a abordar sobre a questão conceitual, citamos a redação dada

pelo decreto n.º 7.617 de 2011 afirma que a pessoa com deficiência é aquela que

tem impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual ou sensorial, os

quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena

e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

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1.1. Conceito das pessoas com deficiência intelectual

Nos dias atuais, o conceito sobre deficiência intelectual é o preconizado

pela Associação Americana de Retardo Mental (AAMR, 2002), que foi adotado

pelos órgãos oficiais brasileiros relacionados à educação. O mesmo afirma

que: o termo deficiência intelectual se refere a: limitações substanciais no

funcionamento atual do indivíduo, caracterizado por um funcionamento

intelectual significativamente abaixo da média, existindo concomitantemente

com relativa limitação associada a duas ou mais áreas de conduta adaptativa

a seguir: comunicação, cuidados pessoais, vida no lar, habilidades sociais,

desempenho na comunidade, independência na locomoção, saúde e

segurança, habilidades acadêmicas funcionais, lazer e trabalho.

Enfim após um resumo da análise histórica da legislação brasileira

podemos concluir que todas garantem o direito de qualquer aluno à educação

regular e a criação de centros de referência para a discussão, atualização de

pesquisas / formação continuada a profissionais em Educação.

É percebível que nesse breve histórico até os dias atuais, a pessoa com

deficiência intelectual vem alcançando o seu reconhecimento sendo preciso

que a Escola continue sendo trabalhada na sua essência.

1.2. Um Centro de Referência - Entrevistando a gestora da

Escola Especial Favo de Mel

É na convivência, por meio da interação, da participação dos alunos,

professores e da comunidade que o gestor educacional exercita uma gestão

democrática, onde todos possam sentir-se seguros em opinar e sugerir.

Portanto, uma escola com gestão democrática é aquela em que o gestor

dialoga com o coletivo da escola e cujas práticas pedagógicas têm como meta

a formação do aluno autônomo para viver numa sociedade democrática,

respeitando valores nela existentes e, dessa forma contribuir,

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...para a construção de um mundo qualitativamente melhor para todos, o que poderia ser sintetizado em educação para a democracia, compreendida como mediação para a construção e exercício da liberdade individual e social. (BEDENDI 2003, p.61)

Diante desta vivência, a Escola Especial Favo de Mel tem como atual

gestora, Sônia Mendes Lopes1 que auxilia para esse trabalho de pesquisa

através das questões pertinentes ao nosso tema e relacionadas em anexos de

nosso trabalho, assim como seguem:

O CAEP Favo de Mel, especializado no atendimento de alunos com

necessidades educacionais especiais na área da deficiência intelectual, é uma

instituição pública, pertencente à rede de ensino FAETEC - órgão subordinado

à Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro - localizado

na rua Clarimundo de Melo, 847, bairro de Quintino Bocaiúva, na cidade do Rio

de Janeiro. Atualmente, o CAEP Favo de Mel encontra-se vinculado à Divisão

de Diversidade e Inclusão Educacional (DIVIN) e subordinado a Diretoria de

Desenvolvimento da Educação Básica/Técnica (DDE) e a Vice Presidência

Educacional da FAETEC (VPE).

O processo de transformação da Escola Especial Favo de Mel em

Centro de Atendimento Especializado à Educação Profissional Favo de Mel –

CAEP representa o amadurecimento dos processos e dinâmicas do movimento

de inclusão na rede FAETEC, regulamentados pelo parágrafo único do art. 60

da lei no 9394/1996, na Resolução CNE/CEB n° 4, de 02/10/2009 e que

institui diretrizes operacionais para atendimento educacional especializado na

Educação Básica, modalidade Educação Especial.

A Escola Especial Favo de Mel é condecorada por seu trabalho de

qualidade, desde 1996, é uma unidade que atende cerca de 210 alunos com

deficiência intelectual, pertence à rede Fundação de Apoio a Escola Técnica

(FAETEC/RJ), subordinada a Vice-Presidência Educacional da FAETEC.

1 Pós-graduada em Educação Especial - Psicomotricidade - Licenciatura e Bacharelado em

Psicologia pela FAHUPE - Diretora do CAEP/Escola Especial Favo de Mel - FAETEC - Psicóloga Clínica na abordagem Psicodramática.

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A missão da Escola Especial Favo de Mel, é oferecer atendimento

pedagógico especializado e orientação para o trabalho de alunos com

necessidades educacionais especiais, focado na deficiência intelectual,

promovendo a autonomia, inclusão e o exercício da cidadania,

A Escola Especial Favo de Mel conquistou diversos prêmios ao longo

dos anos, inclusive internacionais. Em 1998, a escola foi certificada pela

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) com o Selo de Qualidade

ISO 9002 e premiada pelo Programa Qualidade Rio/Gestão Rumo a

Excelência. Em 2000, recebeu o Prêmio Qualidade Rio, Categoria Bronze,

chegando posteriormente à Categoria Prata. Em 2001, o Certificado de

Reconhecimento em Qualidade no Serviço Público, pelo Programa da

Qualidade no Serviço Público do Governo Federal.

Em setembro de 2002, conquistou o primeiro lugar no Prêmio Gestão

Escolar, promovido pela Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro,

Foi certificada em Sistema de Gestão de Qualidade da ABNT NBR ISO 9001

em 2011. Também certificações pela União Nacional dos Dirigentes Municipais

(Udime), Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a

Cultura (Unesco) e Fundação Roberto Marinho, com apoio do Fundo das

Nações Unidas para Infância (Unicef), Fundação Ford, Embaixada Americana

e Conselho Britânico. Recentemente conquistamos a manutenção da ISO

9001:2008 em (2013) e também uma Moção de Reconhecimento pela Câmara

dos Vereadores pelos serviços prestados a Sociedade na área da Inclusão de

pessoas com deficiência intelectual (abril/2013).

É reconhecida por seu trabalho de qualidade, com atendimento

especializado e diferenciado na área da deficiência intelectual. O aluno com

deficiência intelectual necessita de um trabalho específico, voltado para seu

desenvolvimento pessoal, afetivo, emocional, cognitivo e social. Necessita de

uma escola que respeite as diferenças e que perceba nestas, fonte de

crescimento e de relacionamento interpessoal, assim concordando que:

Alunos com deficiência intelectual apresentam um padrão diferenciado no desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor; possuem uma diferença nos processos evolutivos de personalidade; tem dificuldades na capacidade de aprender, na

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constituição na sua autonomia e nos processos de relação com o mundo, pois sua forma de organização apresenta-se de maneira qualitativamente diferente de seus pares da mesma idade, o que lhe faz peculiar em sua forma de perceber o estar no mundo”. (MAGALHÃES apud GLAT, 2007, p. 15)

Em 2009 através da aprovação do Projeto FAPERJ (Fundação Carlos

Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro), no plano

de estar combinada com a legislação vigente e com as políticas públicas em

consenso com a missão da FAETEC/RJ, a Escola Especial Favo de Mel foi

reestruturada, objetivando a profissionalização do aluno com necessidade

educacional especial, visando sua inserção no mundo do trabalho.

Segundo Glat (2007) são poucos os estudos no Brasil sobre métodos

usados pelos professores de ensino regular com esse alunado. Portanto, cada

escola precisa encontrar seu caminho.

Por não encontrarmos modelos semelhantes no país, toda a construção

foi feita com base na avaliação inicial dos professores e da equipe pedagógica

da época. Até o primeiro COC (conselho de classe), foi avaliada pela equipe a

inadequação do aluno ao curso, durante este processo, inúmeras variáveis

foram observadas: interesse do aluno falta de conhecimento da atuação de

cada curso, interesse do aluno x interesse dos pais responsáveis, demanda de

mercado, etc.

Em 2008, o Projeto Pedagógico da Escola foi reformulado objetivando

atender a um novo paradigma: uma educação integral, em uma abordagem

holística que busca transcender a visão fragmentada de homem, que ainda

vigora em nossas escolas e sociedade. A educação oferecida abrange tantos

conteúdos escolares e atividades laborais como também experiências variadas

em relação às atividades lúdicas e culturais: música, filmes, teatros visitas

culturais. Nesta expectativa, foram inseridos os seguintes cursos

profissionalizantes e nos dias de hoje, já atualizados.

Auxiliar de cozinha, auxiliar de contínuo/reprografia, auxiliar de

jardinagem, cumim, auxiliar de serviços gerais. Além desses cursos, foi

estruturado um laboratório de informática, considerando a importância dos

recursos audiovisuais, Tic’s (Tecnologia da informação e comunicação) para os

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alunos com necessidades educacionais especiais. Acreditamos que isso os

torna pessoas melhores e mais sensíveis. A escola ainda desenvolve há cerca

de oito anos um projeto educacional voltado para um desenvolvimento

sustentável por meio da coleta seletiva e sensibilização da comunidade escolar

acerca do tema. Entendemos que a escola é mediadora de conhecimentos, de

construção de consciência crítica e promotora de ações de cidadania. Por isso,

pensamos que devemos estar envolvidos e comprometidos na preservação do

meio ambiente.

A Escola tem feito o seu papel por ser um Centro de Pesquisas,

construindo um novo modelo de formação a este público, mas as expectativas

são positivas pelo êxito já apresentado por aqueles que estão no Mundo do

Trabalho atuando e nos surpreendendo positivamente. Sabemos do desafio

que é o BPC (Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social), e

acreditamos que através de ações dos grupos e de novas políticas públicas

este empecilho em breve será sanado.

1.3. Formação continuada de professores e instrutores dos

cursos profissionalizantes da Escola Especial Favo de Mel

Os professores e instrutores são auxiliados e coordenados pela equipe

pedagógica da escola, com a oportunidade de capacitação já inserida em

carga horária de trabalho. Através de grupos de estudos se encontram uma

vez por semana em seus horários disponíveis de planejamento e uma vez ao

mês em centro de estudo com a participação de todo corpo docente e

funcionários em geral para atualizações de estudos e informações importantes

relacionados aos objetivos gerais da instituição.

A LDB distingue a importância desta característica como pré-requisito

para a inclusão, ao estabelecer, em seu artigo 59, que:

Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: [...]

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III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;

Diante desse quadro, torna-se interessante que os professores sejam

capacitados e com formação específica, a fim de prover às peculiaridades

apresentadas pelos alunos. Aqui, tendo-se em vista a capacitação docente, a

participação das universidades e dos centros formadores parece ser

considerável.

Através de trocas mútuas de experiências do dia a dia com seus alunos

em atividades, são realizados seminários internos na escola e realizações de

eventos extras com a participação de professores na demonstração e

exposição de trabalhos pertinentes ao foco de pesquisa, a deficiência

intelectual.

Para tanto, a Escola possui uma estrutura administrativa e pedagógica

reconhecida por sua excelência nos serviços prestados. A equipe

administrativa é de profissionais qualificados, em sua maioria, com formação

de nível superior.

Além disso, a Escola Especial Favo de Mel, tem servido de campo de

estágio de universidades, contribuindo com a formação de profissionais na

área da Educação Especial/Inclusiva. Desde 2004, tem se oferecido

anualmente, um curso de capacitação em Educação Especial para

profissionais da rede da Fundação de Apoio as Escolas Técnicas do Estado do

Rio de Janeiro (FAETEC), estudantes e profissionais de diversas áreas e

desde 2000, organizam-se seminários da Educação Especial.

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CAPITULO II - PARCERIAS DE SETORES DE TRABALHO E UNIVERSIDADES PARA INCLUSÃO

LABORAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

2.1 Parceiras na inclusão laboral

Ressaltando a parceria Escola/Universidade com a contribuição de

universidades. O fruto desse trabalho, vem sinalizando que o aluno é capaz e

pode aprender competências e habilidades para uma vida com qualidade.

O Centro de Apoio Especializado à Educação Profissional – Escola

Especial Favo de Mel, vem passando por um processo de ressignificação e

tem contado com o apoio da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

(UERJ), por meio de seu Programa de Pós-Graduação em Educação

(ProPEd), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), do

Instituto de Educação do Estado do Rio de Janeiro (ISERJ) e com o trabalho

de Pesquisa da Academia Brasileira de Ciências (ABC), por meio do Projeto

Integrando.

Contamos também com setores de trabalho da Fundação de Apoio as

Escolas Técnicas do Estado do Rio de Janeiro (FAETEC), que participam da

inclusão laboral de alunos da Escola Especial Favo de Mel, assim como a

Divisão de Diversidade e Inclusão Educacional (DIVIN), Divisão de Estágio

(DIVEST), Escola de Teatro, Serviço de Refeição (SEREF), Divisão de

Recursos Humanos (DIVRH), Divisão de Registro Escolar (DRE) e Escola de

Hotelaria.

No que se refere aos setores de trabalho citados acima, são

considerados pela nossa pesquisa como empresas, por terem um perfil

padronizado e organizado para atender e suprir o desenvolvimento da empresa

FAETEC, e por terem capacidades de oferecer atividades de inclusão laboral

para o alunado da Escola Especial Favo de Mel.

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Como na pesquisa se levantou alguns cargos que teriam vagas no

mercado de trabalho para as pessoas com deficiência, a Escola Especial Favo

de Mel, na implantação do projeto Treinando, determina alguns cursos

específicos para que entre as vagas oferecidas na Fundação de Apoio as

Escolas Técnicas do Estado do Rio de Janeiro (FAETEC), os alunos da

instituição tivessem a oportunidade de ocupá-las, como por exemplo, as vagas

de auxiliar de contínuo/reprografia, em que os alunos apenas ajudariam na

ação de entrega de documentos internos, tiragem de cópias, trabalho este que

não exige dos alunos com deficiência intelectual o raciocínio esperado pelas

empresas, apenas atividades rotineiras e mecânicas. Outros exemplos seriam

as vagas de auxiliar de serviços gerais; no primeiro, tanto moças quanto

rapazes podem assumir, pois também é um serviço mecânico e sem

exigências de raciocínio, no segundo, as pessoas com deficiências poderão

aprender outras novas atividades a que não praticaram na escola.

Sabe-se que para ocupar estas vagas, o trabalho a ser desenvolvido é

amplo, pois os alunos devem ser preparados para as exigências do dia-a-dia

do mundo do mercado de trabalho, como: horários, higiene pessoal, cuidados

com a aparência, uso de uniformes entre outros. E é claro, o aprendizado

específico que cada cargo exige.

Podemos classificar uma empresa como inclusiva, quando ela não

exclui alguns de seus funcionários ou pretendente a emprego em razão de

qualquer atributo particular, seja gênero, raça, cor, sexo, deficiência.

Numa empresa inclusiva, os empregados com ou sem atributos

individuais trabalham juntos. A contratação de pessoas com deficiência não é

vista como uma obrigação legal, mas um acordo de toda a empresa e um dos

itens de sua política de responsabilidade social (SASSAKI, 2000).

Muitas empresas já entenderam que a inclusão de pessoas com

deficiência é um grande aprendizado para o crescimento de políticas de

progresso e respeito à diversidade no ambiente de trabalho.

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Os programas de reconhecimento da diversidade estão sendo cada vez

mais introduzidos nas organizações como elementos positivos de inclusão

social.

Portanto, as empresas devem incluir em seus quadros as demandas e

necessidades de todas as frações sociais, pois estimular a diversidade é

propulsar a igualdade de classes, para que todos possam desenvolver suas

potencialidades.

A inclusão de pessoas com deficiência intelectual no mercado de

trabalho deixou de ser discutida apenas pelas entidades assistenciais. O

assunto vem se tornado frequente e, aos poucos, fazendo parte de discussões

de programas de políticas públicas do governo, empresas e entidades de

qualificação profissional.

Na qualificação profissional já está oferecendo oportunidades para

pessoas com deficiência intelectual. Exemplo disso é o Programa 1º Emprego

do governo que dá preferência, em seus cursos de qualificação profissional

para o mercado de trabalho, às pessoas com deficiências.

Já existem algumas iniciativas, mas ainda é preciso fazer todo um

trabalho de conscientização porque como ainda há uma visão de que pessoas

com deficiência intelectual são incapazes, acabamos desvalorizando e

deixando de conhecer os saberes delas e, com isso, não há desenvolvimento.

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), é um dos

exemplos, oferece programas de qualificação profissional para pessoas com

deficiência inclusive a intelectual, faz parcerias com empresas e entidades de

formação profissional que recebem esses jovens. Também trabalha num

projeto de educação corporativa em empresas para formação de gestores de

recursos humanos. O objetivo é aproximar das empresas, discutir qualificação

profissional e inclusão de tecnologias apropriadas para essas pessoas

trabalharem.

Além disso, é realizada uma sensibilização, pois se tem a perspectiva de

que a empresa não tenha um olhar assistencialista ao contratá-los.

Realiza um programa em parceria com empresas em que estas

fornecem demandas de trabalho para que o público alvo aprenda na prática.

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É feito isso porque as pessoas com deficiência intelectual precisam de

coisas mais concretas para aprender. Existe uma grande dificuldade de elas

transporem seus conhecimentos teóricos para a prática.

O programa da entidade aceita apenas trabalhos que possam agregar

conhecimentos a essas pessoas. O material de trabalho deve ser instrumento

de capacitação por isso a tarefa deve trazer benefícios a eles. As pessoas com

deficiência intelectual ainda são os excluídos dos excluídos, portanto

atividades que consigam proporcionar aprendizado ajudam a provar que as

pessoas com deficiência intelectual pode sim trabalhar e serem incluídas.

O Brasil soma 24 milhões de pessoas com deficiência, segundo o

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essas pessoas, porém,

não circulam nas ruas, nas escolas comuns, nos locais de lazer e cultura e

muito menos têm alcance ao trabalho. É hora, portanto, de se retroceder esse

quadro. Os problemas que daí procede e refletem-se na baixa escolaridade

desse grupo, grande esforço de inserção social, de constituição de vínculos

familiares para além dos lares paternos e maternos. Esse muro institucional

pode e deve ser vencido por meio da obrigação de todos.

As empresas devem, assim, efetivar a lei em questão, esforçando-se

para implantar programas de formação profissional, flexibilizando as exigências

globais para a composição de seus quadros, de modo a, objetivamente, abrir

suas portas a esse grupo social em evidente estado de fragilidade. Nesse

sentido, é possível, então, o trabalho conjunto com organizações não

governamentais e/ou o Sistema S (SENAI2, SENAR3, SENAC4, SENAT5 e

SENACOP6). Essas organizações detêm uma sabedoria acumulada há

décadas acerca das potencialidades das pessoas com deficiência e dos

métodos para sua profissionalização. Recente alteração legal (Lei nº

11.180/05) possibilita a formalização de contratos de aprendizagem para

pessoas com deficiência, sem limite máximo de idade, sendo possível a

combinação de esforços entre as empresas e as instituições mencionadas (Lei

2 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 3 Serviço Nacional de Aprendizagem Rural 4 Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial 5 Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte 6 Secretaria Nacional de Cooperativismo

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nº 10.097/00).

A Convenção nº 159/83, da Organização Internacional do Trabalho

(OIT), foi ratificada pelo Brasil por meio do Decreto Legislativo nº 51, de 28 de

agosto de 1989, o que lhe concedeu força de lei. Assumiu, por isso,

importância principal. Representando a posição mais atual da OIT, seu

princípio fundamental consiste-se na garantia de um emprego adequado e na

possibilidade de integração ou reintegração das pessoas com deficiência na

sociedade. Em razão das condições práticas e das possibilidades nacionais,

todo Estado que ratificar esta Convenção deve formular e aplicar uma política

nacional a respeito da readaptação profissional e emprego de pessoas com

deficiência e garantir que as medidas, efetivamente, beneficiem todos que se

encontrem nessa condição. Essa política deve basear-se no princípio da

igualdade de oportunidades entre os trabalhadores com deficiência, de um ou

de outro sexo, e os demais trabalhadores (sem excluir a possibilidade de que

se tomem medidas positivas especiais em favor daqueles). As pessoas com

deficiência devem dispor de serviços de orientação, de formação, de

colocação, de emprego ou de outras finalidades, bem adaptados as suas

necessidades. Tais serviços devem ser promovidos igualmente nas zonas

rurais e nas comunidades independentes. O convênio prevê, além disso,

medidas em favor do desenvolvimento da formação e da disponibilidade de

assessores especializados.

Regulamentando a Convenção acima, a OIT editou, durante a 69ª

Conferência em Genebra, em 1º de junho de 1983, a Recomendação nº 168,

que trata da reabilitação profissional e do emprego de pessoas com

deficiência.

A empresa que contrata um profissional com deficiência deve ter

compromisso com a equivalência salarial e oferecer as mesmas oportunidades

de formação, qualificação, promoção, de ocupar postos mais estratégicos e ter

as mesmas premiações e reconhecimento que qualquer outro profissional.

Regulamentos internos que assegurem a igualdade de direitos entre todos os

funcionários fornecendo-lhes condições adequadas quanto à saúde, segurança

e Qualidade de Vida no Trabalho são fatores que refletem no desempenho,

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produtividade, qualidade do trabalho e implicam nos resultados e na

competitividade da empresa (CARVALHO FREITAS, M., 2009).

O impacto do trabalho na vida das pessoas pode estabelecer resultados

positivos ou negativos na qualidade de vida; os esforços para elevar a melhoria

nas condições do ambiente e a Qualidade de Vida no Trabalho resultam em

satisfação do profissional, aumento da motivação, melhora do desempenho

individual, do trabalho em equipe e o envolvimento coletivo propicia plenas

condições de desenvolvimento humano na sua realização por sentirem que o

trabalho por eles desempenhado possui relevância para a empresa

(CARVALHO FREITAS, M., 2009).

A análise feita pela Professora Dra. Maria Nivalda de Carvalho Freitas

em sua pesquisa sobre a “Inserção e Gestão do Trabalho de Pessoas com

Deficiência” (2009) é concernente a percepção obtida entre as empresas

participantes da pesquisa, quanto mais os gestores estão preparados para o

processo de inserção do profissional com deficiência, maior é a adequação da

empresa e mais humanizada é a ação dos funcionários.

“O caminho para a minimização deste problema está no

reconhecimento de que a diferença, por mais acentuada que seja,

representa apenas um dado a mais no universo plural em que

vivemos, sem que isto signifique a perda do essencial da existência

humana, a sua humanidade.” (MANTOAN, M.,1997, p. 19).

Promover ações que fortaleçam ainda mais o compromisso social da

empresa, reduzir o preconceito, respeitar a diversidade, promovendo sempre a

inclusão de pessoas com deficiência não apenas no mercado de trabalho, mas

na sociedade, é uma luta diária, porém incansável (TANAKA, E. D. O., 2006).

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CAPÍTULO III - Legislação – Marcos Legais

3.1 Do Acesso ao Trabalho

Quando se trata de deficiência intelectual, os impedimentos se

multiplicam, resultante do baixo índice de escolaridade, da ausência de uma

formação profissional adequada e, sobretudo, do preconceito, que ainda

impera na sociedade, de que essas pessoas não manifestam capacidade

laboral e nem de aprendizagem.

Assim, um dos grandes desafios para a educação das pessoas com

deficiência intelectual, tem sido a expansão de propostas de formação

profissional, pois embora a sociedade esteja sensível em relação à inclusão de

cidadãos com deficiência, ainda não está abastadamente esclarecida para

incluí-los profissionalmente e muito menos para filiar adequações necessárias

nas empresas, objetivando abranger a diversidade humana que compõe nossa

sociedade.

Desde a adesão da Recomendação sobre a habilitação e reabilitação

profissional de pessoas com necessidades especiais, em 1955, foi registrado

um significativo progresso na compreensão das necessidades da reabilitação

pelo Ministério Público do Trabalho. Em 9 de dezembro de 1975 a ONU

aprovou a “Declaração dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência”,

defendendo como direito inerente dessas pessoas o respeito por sua dignidade

e o de ter suas necessidades levadas em consideração em todos os estágios

do planejamento socioeconômico (GIL et al. 2002).

Capacitar pessoas com deficiência intelectual para o mercado de

trabalho formal (MTF), além de conceder o desenvolvimento de capacidades,

de habilidades e de potencialidades dessas pessoas, reduz o preconceito,

amplia a segurança, a autoestima, o relacionamento social e as oportunidades

de contratação, tendo em vista que o maior contratempo alegado pelas

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empresas, para o cumprimento da Lei de Cotas, é a falta de qualificação

profissional.

É de responsabilidade dos órgãos governamentais, concederem a

capacitação para todas as pessoas com deficiência, e das empresas,

disponibilizarem espaço e condições para que todos tenham acesso ao

trabalho (Lei 7.853, de 24 de outubro de 1989).

No que se refere às pessoas com deficiência devemos garantir o direito

de acesso aos bens da sociedade. Possibilitar as condições de interação

dessas pessoas com os demais funcionários da empresa é uma das formas de

incluí-las no ambiente de trabalho.

Entre as várias vantagens que a inclusão propicia a uma empresa,

podemos citar alguns: traz prestígio; benefícios comerciais e melhoria da

imagem institucional; incentiva a inclusão entre empresas, clientes,

fornecedores, consumidores e acionistas; reforça o espírito de equipe de seus

funcionários; ganhos de produtividade; torna o ambiente de trabalho mais

humanizado; diminui a concorrência selvagem e; estimula a competência

profissional.

3.2 Síntese da Lei de Cotas para pessoas com necessidades

especiais

Segundo a Organização Nacional das Nações Unidas, 10% da

população mundial tem alguma deficiência. A Lei 8.213/91 chamada de Lei de

Cotas para pessoas com necessidades especiais, aprovada em 24 de julho de

1991, designa uma cota mínima para pessoas com alguma deficiência em

empresas com mais de 100 empregados. Isso trouxe vantagens para muitas

pessoas com necessidades especiais que foram incluídos no mercado de

trabalho.

De acordo com o artigo 93 da Lei mencionada acima, as empresas que

possuírem de 100 a 200 empregados deverá compor 2% de pessoas com

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necessidades especiais no quadro de funcionários, de 201 a 500, com 3%; de

501 a 1000, com 4% e acima de 1001, com 5%. de empregados reabilitados

ou pessoas com deficiência, variando esse percentual de acordo com o

número de empregados em cada estabelecimento, portanto, é o número total

de empregados da empresa que deve ser avaliado como base de cálculo para

o preenchimento de cota legal. As empresas que não cumprem a solicitação

da demanda estão sujeitas à multas. Para a Lei, a deficiência é classificada

quando ocorre a perda ou anormalidade da estrutura ou de sua função

psicológica ou fisiológica.

A fiscalização das cotas só teve início em 2001. Há muitas vagas

oferecidas pelas empresas para as pessoas com necessidades especiais;

entretanto, a falta de capacitação de grande parte dos candidatos é uma das

maiores dificuldades enfrentadas pelas empresas. Outra dificuldade

encontrada é o fato de que a empresa só pode dispensar um empregado caso

tenha outro para substituí-lo. Além da contratação, a empresa deve adaptar

seu espaço físico para receber a pessoa com deficiência e também deve ser

feita a conscientização dos funcionários da importância da inclusão e

a responsabilidade social da empresa.

Quanto à inclusão no mercado de trabalho, é necessário assegurar

condições de interação das pessoas com deficiência com os demais

funcionários da empresa e com todos os parceiros e clientes com os quais lhes

caiba manter relacionamento.

Não se trata, portanto, somente de contratar pessoas com deficiência, mas também de oferecer as possibilidades para que possam desenvolver seus talentos e permanecer na empresa, atendendo aos critérios de desempenho previamente estabelecidos. (GIL, 2002, p. 11)

Por outro lado, é necessário desenvolver um trabalho voltado à

conscientização e sensibilização dos empresários locais, para que estes

entendam a necessidade da inclusão, visto que a inclusão social “faz parte do

compromisso ético de promover a diversidade, respeitar as diferenças e reduzir

as desigualdades sociais”, de acordo com o Instituto Ethos do livro “O que as

empresas podem fazer pela inclusão das pessoas com deficiência”.

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Nesse contexto, Sassaki (1997, p. 43) faz a distinção entre integração e

inclusão como:

[...] integração significando inserção da pessoa deficiente preparada para conviver na sociedade, e a inclusão significando modificação da sociedade como pré-requisito para a pessoa com necessidades especiais buscar seu desenvolvimento e exercer sua cidadania (SASSAKI, 1997, p. 43)

Focalizando a questão laboral, Sassaki (1997) mostra que a empresa

que segue o modelo integrativo é aquela onde o empregador contrata uma

pessoa com deficiência, sem que a empresa faça nenhum tipo de adaptação

para recebê-la.

Assim, a pessoa com deficiência tem que conviver com todos os tipos

de barreiras (caso existam). Já no almejado modelo inclusivo, a empresa reduz

ou elimina essas barreiras, no intuito de facilitar a adaptação do novo

empregado.

A Lei de Cotas dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência e

dá outras providencias quanto a contratação de pessoas com necessidades

especiais, com isso, as empresas que não adotarem esse sistema, estarão

sujeitas a pagar uma multa de R$ 1.617,12 a R$ 161.710,08 caso venham a

desrespeitar a Lei de Cotas e negar oportunidade de trabalho às pessoas com

necessidades especiais.

A denominação utilizada para se referir às pessoas com alguma

limitação assume várias formas ao longo dos anos. Até que a Constituição de

1988, por influência do Movimento Internacional de Pessoas com Deficiência,

incorporou a expressão “pessoa portadora de deficiência”. Adota-se, hoje a

expressão “pessoas com necessidades especiais” um gênero que contém as

pessoas com deficiência, mas também acolhe os idosos, as gestantes, enfim,

qualquer situação que implique tratamento diferenciado. Todas elas

demonstram uma transformação de tratamento que vai da invalidez e

incapacidade à tentativa de nominar a característica peculiar da pessoa, sem

estigmatizá-la.

De acordo com o Decreto nº 5.296/04, para fins de reserva legal de cargos,

conceitua-se deficiência como uma limitação física, mental, sensorial ou

múltipla, que incapacite a pessoa para o exercício de atividades normais da

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vida e que, em razão dessa incapacitação, a pessoa tenha dificuldades de

inserção social.

A condição de pessoa com deficiência pode ser comprovada por meio

de laudo médico, atestando enquadramento legal do empregado para integrar

a cota, de acordo com as definições estabelecidas na Convenção nº 159 da

OIT, Parte I, art. 1; e pelo art. 70 do Decreto nº 5.296/04. O laudo deverá

especificar o tipo de deficiência e ter autorização expressa do empregado para

utilização do mesmo pela empresa, tornando pública a sua condição e o

Certificado de Reabilitação Profissional emitido pelo INSS.

De acordo com a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do

Estado de São Paulo, as 306 mil carteiras de Trabalho assinadas de pessoas

com necessidades especiais, representam apenas 0,7% do total de empregos

formais do país, onde há 46 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência,

das quais 29 milhões em idade economicamente ativa.

Com a contratação das pessoas com necessidades especiais, a

vantagem é mútua. As empresas crescem em inclusão social e ocorre a

diminuição do desemprego por parte das pessoas com necessidades

especiais. Além disso, as empresas ganham em credibilidade social. As

pessoas pensam que contratar pessoas com necessidades especiais implica

em realizar grandes adaptações na empresa, mas nem toda deficiência exige

essas alterações. As áreas que mais contratam pessoas com necessidades

especiais são as que atendem a área de administração das corporações.

Em outros países o estímulo dado para pessoas com necessidades

especiais envolve diversos fatores como incentivos fiscais e formação

profissional com contribuições dos empresários. Uma forma de qualificar as

pessoas com necessidades especiais é procurar associações para pessoas

com necessidades especiais. Eles oferecem apoio e qualificação, além de

indicações para o mercado de trabalho. Outra alternativa é procurar incentivos

do Estado para que ensinem um ofício para pessoas com necessidades

especiais.

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CAPÍTULO IV - PESQUISA DE CAMPO

4.1. Critérios, métodos e participantes da pesquisa

Nesta perspectiva, abordam-se na pesquisa de campo as entrevistas

que foram realizadas através de questionários como estratégias de coleta de

dados em campo e, por último, buscando explicitar a fala, opiniões ou

sugestões dos sujeitos participantes.

Podemos dizer que vivenciamos nossa pesquisa de campo, porque

“vivência é o processo de viver; é coisa que se experimentou vivendo,

vivenciando; é o conhecimento adquirido no processo de viver ou vivenciar

uma situação ou de realizar alguma coisa; é experiência, prática; é aquilo

que se viveu” (HOUAISS, 2009).

Dos participantes desta pesquisa para a coleta de dados temos: sete

professores (as) envolvidos (as) na formação e capacitação de alunos com

deficiência intelectual que frequentam os cursos profissionalizantes, sete

coordenadores de setores de trabalho da Fundação de Apoio as Escolas

Técnicas (FAETEC), oito pais responsáveis de alunos com deficiência

intelectual que participam da inclusão laboral, e de treze alunos com

deficiência intelectual que frequentam o projeto de inclusão laboral, de uma

supervisora responsável pelo acompanhamento de alunos com deficiência

intelectual na inclusão laboral nos setores de trabalho da Universidade do

Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

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4.2. Sugestões, opiniões dos participantes e conclusão da

pesquisa de campo

4.2.1. Entrevista com os professores responsáveis pela

formação profissional dos treinandos

Começando com as informações colhidas dos (as) professores (as)

que são responsáveis pela formação profissional dos alunos.

Foi perguntado se foi percebido alguma mudança no aluno (treinando)

a respeito de ganhos na autonomia, se teve mais postura, mais iniciativa e

com atitudes positivas nos relacionamentos interpessoais em sala de aula,

após ter iniciado o processo de inclusão laboral.

A professora do curso de auxiliar de cozinha respondeu que observou

as mudanças que se deram de maneira gradativa, mais muito positiva, sem

contar com o amadurecimento e responsabilidade que adquiriram.

Dos seis professores (as) restantes, só tiveram respostas positivas

quanto ao crescimento da autonomia, criatividade, elevação da autoestima,

mais atenção, ficaram mais organizados, demonstraram mais interesse pelo

curso profissionalizante.

De acordo com a observação dos (as) professores (as), o trabalho

não se beneficia apenas como sobrevivência, mas também como

autorrealização.

É através do trabalho que eles conseguem sentir-se fazendo parte de

um todo, sentem-se inseridos em um contexto, mesmo que essa inserção

seja apenas funcional (GLAT, 1995).

Quanto à equipe de trabalho quando recebe alunos com deficiência

intelectual, deve ser preparada e orientada através de informações e

referências sobre as pessoas com deficiências. Seu aluno (treinando) já

comentou sobre os colegas de trabalho a respeito de terem um tratamento

digno de igualdade e de solidariedade, ou foi comentado totalmente o

oposto?

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O professor do curso de contínuo respondeu que seu aluno comentou

que o tratavam como amigo e convidavam para sair e participar das festas

organizadas dentro e fora do ambiente de trabalho.

Tal postura impactou e marcou de forma positiva os alunos, trazendo

em seus corações o desejo de ingressarem no mundo do trabalho, e se

tornarem adaptáveis a todo e qualquer ambiente. Dos restantes dos

entrevistados, todos responderam positivamente, mas apenas um professor

do curso de jardinagem, afirmou que houve caso de discriminação no setor

de trabalho, e que na qual o aluno (treinando) sentiu-se mal, apresentando

desinteresse e baixo estima e sem a vontade de retornar ao trabalho, foi

preciso mudá-lo de setor para que sua inclusão laboral obtivesse mais êxito.

Quanto ao acompanhamento e apoio da escola especial e do

professor especialista na inclusão laboral do treinando com deficiência

intelectual na empresa, a fala de quase todos os professores respondentes

foi em sintonia de que deveria haver mais palestras nos locais de inclusão,

inclusive com todos que fazem parte do setor e principalmente com os

diretores e chefes, e a escola deveria ter um grupo especializado para

acompanhar mais de perto estes alunos, que seria o intermediário entre o

Instrutor e a empresa ou mesmo o responsável pelo setor onde o treinando

está.

Na questão em que o professor especialista possui ou procura

informações sobre os direitos ou leis referentes à pessoa com deficiência

intelectual, dos sete professores entrevistados, apenas um afirmou não

possuir os conhecimentos sobre as leis e os restantes dos professores

respondentes citaram a suma importância de se manterem informados para

que possam passar para seus alunos seus direitos e deveres, pois isso é

necessário para o desenvolvimento profissional.

Na última questão respondida pelos professores, somente obtivemos

respostas positivas quanto aos alunos em que após terem iniciado na

inclusão laboral, foram observados vários acréscimos no desenvolvimento

das aulas práticas em relação em tomar iniciativas e terem autonomia para

fazer as atividades, estão mais assíduos, organizados e responsáveis. O

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desenvolvimento tanto na oficina nas aulas práticas quanto em atividades

em casa são os comentários que os pais fazem. Vejo que está sendo muito

rico este momento com os nossos alunos e principalmente em novas

perspectivas de vida, como cidadãos, (resposta da professora de auxiliar de

cozinha).

4.2.2. Entrevista com responsáveis pelos setores de

trabalho e pelos alunos treinandos

A primeira questão realizada com os coordenadores responsável

pelos alunos treinando sobre as equipes de trabalho de setores que tem

treinando com deficiência intelectual, a importância da sensibilização e de

informações para os funcionários é essencial para o bom entendimento e

nas relações interpessoais, para que haja um ambiente harmonioso e

saudável e de igualdade para todos.

A resposta de um dos coordenadores foi da seguinte forma: Na

verdade em todas as equipes, é importante o trabalho de sensibilização

quanto às características dos membros que a compõe. No caso de ter um

treinando que possua uma deficiência intelectual, o referido trabalho se torna

imprescindível, visto que por uma questão histórica e social, ele é percebido

como alguém “fora do normal”, isto é, “anormal”. Sendo assim a informação

o que é a deficiência intelectual é de grande importância para a coesão de

uma equipe de trabalho que tenha integrantes com este tipo de deficiência.

De forma geral, todos os seis coordenadores restantes responderam

essa questão nas mesmas conformidades.

Na segunda questão sobre quando a equipe de trabalho quando

recebe alunos com deficiência intelectual que deve ser preparada e

orientada através de informações e referências sobre as pessoas com

deficiências. Seus funcionários tiveram a oportunidade ou foram preparados

antes do processo de inclusão laboral acontecer?

Não diretamente, pois nossa Escola já teve contato com alunos com

deficiência intelectual em anos anteriores, quando realizamos um projeto de

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Inclusão com a Escola Especial Favo de Mel, em que atendíamos os alunos

nas diversas turmas. Quando fomos solicitados para receber o nosso

treinando, foi um prazer recebê-lo, pois sempre aprendemos com um

integrante em nossa equipe. Assim também solicitamos a uma funcionária

de nossa Unidade que já trabalhou na Escola Especial Favo de Mel, que

fizesse essa integração do treinando a toda a equipe, o que ocorreu de

maneira tranquila, pois o treinando foi muito bem aceito por todos. Logo, o

processo de inclusão laboral vem acontecendo juntamente com o processo

de integração à equipe da Escola.

Os outros seis coordenadores restantes responderam na mesma

proporção de entendimento.

Na terceira questão quanto ao coordenador de uma equipe de

trabalho, se possui alguma informação ou sabe sobre os direitos ou de

alguma lei referentes à pessoa com deficiência intelectual?

Dos seis coordenadores, apenas dois responderam que tem

conhecimentos superficiais, os restantes afirmaram possuir algumas

informações sobre os direitos referentes à pessoa com deficiência

intelectual, mas percebendo terem consciência de que são poucas acerca do

que realmente todos que recebem um treinando com uma deficiência

deveriam saber.

Na quarta questão respondida quanto ao acompanhamento e apoio

da escola e do professor especialista na inclusão laboral do treinando com

deficiência intelectual na empresa, é de grande importância para que o

processo possa ter resultados satisfatórios. Este acompanhamento é

imprescindível, pois o funcionamento da pessoa com deficiência intelectual é

diretamente influenciado de acordo com os apoios que ela recebe.

Todos os coordenadores responderam na mesma fala com o seguinte

exemplo: Concordo coma afirmativa , pois é necessário acompanhar como

o treinando está realizando as tarefas, como é o ambiente em que ele se

encontra, como ele sente-se nesse ambiente e como sente-se com as

pessoas que relacionam-se com ele nesse local, para que a escola e o

especialista possam intervir, quando necessário, para que o processo de

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inclusão laboral transcorra de forma progressiva na formação do treinando

na área do trabalho.

Na última questão sobre após ter a inclusão de alunos treinando com

deficiência intelectual no setor de trabalho, notou alguma diferença no

relacionamento interpessoal de seus funcionários? Em relação à

sensibilidade, foram mais solidários em equipe, com isso o processo de

trabalho apresentou pontos positivos ou foi totalmente o oposto?

Todos os coordenadores responderam na mesma equivalência,

citando o exemplo seguinte: Na verdade, tenho a alegria de registrar que em

nossa Unidade o bom relacionamento interpessoal na equipe, sempre foi

cultivado por todos os funcionários e pelas coordenações anteriores ao

longo dos quinze anos de existência. Entretanto, quero destacar que ter um

treinando com deficiência intelectual, vem provocar em nós funcionários, a

evocação interna de sentimentos mais intensos de atenção, cordialidade,

paciência para lidar com todas as pessoas ao nosso redor.

4.2.3. Entrevista com pais responsáveis de alunos

treinando

Na primeira questão se pergunta se foi percebida alguma mudança no

filho treinando a respeito de ganhos na autonomia, mais postura, atitudes

positivas nos relacionamentos interpessoais em casa, após ter iniciado o

processo de inclusão laboral? Todas as mães responderam elogiando muito

seus filhos, após iniciarem no trabalho, estão com mais responsabilidades,

centrados, mais felizes, empolgados (as), mais independentes, mais

capazes, com mais autonomia, se relacionando melhor com as pessoas, já

está até preparando pratos que aprendeu, interage mais com a família, está

crescendo junto com o processo, está mais calma e vencendo a ansiedade.

A segunda pergunta sobre a equipe de trabalho quando recebe

alunos com deficiência intelectual, deve ser preparada e orientada através

de informações e referências sobre as pessoas com deficiências. Seu o filho

(treinando) já comentou sobre os colegas de trabalho a respeito de terem um

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tratamento digno de igualdade e de solidariedade, ou foi comentado

totalmente o oposto.

Sete mães responderam que seus filhos treinandos foram bem

tratados e respeitados por todos das equipes de trabalho, apenas uma mãe

comentou que seu filho se sentiu mal porque foi destratado com

discriminação por um funcionário do setor, mas o restante do pessoal da

equipe o apoiou e o trato muito bem, com isso na opinião da mãe

recompensou-se o mau trato.

Caminhando para a terceira pergunta quanto a autonomia para ida e

volta para o trabalho que é uma das dificuldades que encontramos para a

inclusão laboral nos dias de hoje, visto que muitas pessoas com deficiência

intelectual somente caminham com seus responsáveis. Com isso, perdem

oportunidades de se desenvolverem na vida social e econômica, sendo

necessário o treinando ter que pegar ônibus, metrô, trem para chegar ao

local de trabalho e a volta para casa. Você concorda que deveria ter um

treinamento específico para formar essas competências e habilidades de

locomoção para que a inclusão laboral possa oportunizar a igualdade de

trabalho para todos?

Seis mães de alunos treinando responderam ser perigoso e não

concordam, sentem-se mais seguras estando sempre ao lado de seus filhos,

apenas duas mães são a favor de incentivar seus filhos poderem caminhar

sozinhos para o trabalho.

Na quarta questão é perguntado como é utilizado e administrado o

salário que o filho (treinando) recebe do trabalho, a importância em aprender

a lidar com o prêmio que vai incentivá-lo a permanecer em suas atividades.

Você dá a ele, ou ajuda de alguma forma a ter autonomia sobre seus

ganhos?

Todas as oito mães responderam na mesma sintonia, pois ajudam

administrar os vencimentos de seus filhos, aos poucos terão mais

conhecimentos de valores e de como saberem utilizar, ajudam também a

poupar para comprar o necessário, dão uma parte do pagamento e orientam

como gastar.

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Na quinta e ultima questão, se a mãe teve algum receio ou dúvidas de

deixar ou não o filho (treinando) participar do projeto de inclusão laboral. E

como se sente após o processo de inclusão laboral de seu filho?

Seis mães de treinando responderam que não tiveram receio ou

dúvidas sobre a participação de seus filhos na inclusão laboral, estão se

sentindo muito satisfeitas, e duas mães responderam que receio sempre

terão e aceitaram mais porque os setores de trabalho ficam dentro e nas

proximidades da sua escola, pois sentem-se mais seguras e também

satisfeitas.

4.2.4. Entrevista com alunos com deficiência intelectual

atuando na inclusão laboral

Foram entrevistados treze alunos sendo: dois do curso de auxiliar de

jardinagem, três de auxiliar de serviços gerais, seis de auxiliar de contínuo,

dois de auxiliar de cozinha.

Na primeira pergunta sobre o que se faz com o salário que recebe,

doze dos alunos responderam na mesma condição que a mãe retira o

dinheiro, ajuda a comprar o que é necessário e deixa um pouco de dinheiro

no banco para qualquer eventualidade, outro respondeu que sua mãe dá

todo dinheiro em suas mãos e compra guarda roupa, cama, roupas e vai

para o cinema com a namorada.

Na segunda questão é perguntado aos alunos se gosta do trabalho

que faz e o que mais gosta.

Todos os alunos responderam que gostam muito de seu trabalho e

das tarefas que fazem, só não gostam de ficar paradas sem fazer alguma

atividade.

Na terceira pergunta sobre o que desejam fazer no futuro, um aluno

respondeu o desejo de trabalhar na FAETEC porque não anda de ônibus

sozinho, outro aluno respondeu que quer casar e ter dois filhos, outro aluno

respondeu querer aprender outro curso, outro respondeu querer ser

fazendeiro, outro respondeu querer trabalhar mais, e outros sete alunos

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restantes responderam ter o desejo de comprar uma casa e ter filhos.

Na quarta pergunta em relação se querem continuar na escola ou

seguir a vida no trabalho,

Seis alunos responderam não quererem sair da escola, sete alunos

responderam quererem aprender mais cursos, estudar mais e tem a

consciência que um dia terem que sair da escola para seguirem suas vidas.

Na quinta pergunta a respeito do apoio da família por estarem

incluídos no trabalho, todos responderam que a família apoia totalmente,

sendo que um dos irmãos de um aluno não concorda com o seu trabalho.

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CONCLUSÃO

As denominadas pessoas com deficiência intelectual trazem consigo

limitações que muitas vezes não as tornam incapazes, ou provocam

desvantagens para determinadas atividades, porém permitem o surgimento

de inferioridades individuais e coletivas. Essas deficiências se manifestam

como desvantagens cruciais, uma vez que estereótipos e discriminações não

permitem que a pessoa com necessidades especiais possa viver

normalmente em sociedade.

Não obstante seja inegável a evolução do ordenamento jurídico

voltado para as pessoas com deficiência intelectual, abrindo novos caminhos

para o campo de trabalho, o dispositivo legal, por si só, não tem sido um

mecanismo suficiente para a promoção de mudanças culturais, e sobretudo,

atitudinais tanto em quem emprega, como em outras pessoas que fazem

parte do ambiente empresarial, em relação à pessoa com deficiência

intelectual e as suas possibilidades.

Nessa perspectiva, acredita-se ser premente uma mudança na

concepção que a sociedade tem em relação à deficiência, e sua extensão ao

mundo do trabalho. A falta de sensibilidade em relação a esta questão,

apenas, alimenta a frágil cultura empresarial de empregar por imposição

legal, ou até mesmo por atitudes meramente caridosas e não por acreditar

na capacidade e competência.

Dessa forma, visando preencher esse espaço nas pesquisas no

problema de investigação deste estudo ficou assim formulado: O que é

necessário para que haja relacionamentos com resultados positivos de

inclusão laboral nas ações de parcerias entre empresas contratantes e

escolas especiais que formam e profissionalizam alunos com deficiência

intelectual?

Para tal, durante o período de junho/2013 a setembro/2013, foram

realizados a pesquisa de campo com os seguintes resultados: Foi contatado

com um total de trinta e cinco no total de participantes distribuídos em quatro

grupos, definidos como atores diretamente envolvidos com o problema-

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questão. O primeiro grupo foi composto por sete profissionais da educação

que atuam diretamente com as ações voltadas para a qualificação e

encaminhamento profissional da pessoa com deficiência intelectual e que

pertencem a uma instituição especial. Obteve-se resultado satisfatório

quanto à inclusão laboral dos alunos, o que pode ser melhorado, é a questão

das informações e mais capacitação sobre a deficiência intelectual para

todos envolvidos nos setores de trabalho. Para isso é preciso mais recursos

humanos como professores especialistas para atuarem somente com essa

finalidade.

O segundo grupo foi composto por sete participantes pertencentes a

setores de trabalho na empresa FAETEC e um da UERJ com ramos de

atuação diversificados. Como resultados, percebeu-se na pesquisa que as

pessoas estão cada vez mais se sensibilizando e percebendo a necessidade

de que todos têm os mesmos direitos ao trabalho, mas evidenciou que é

preciso que haja capacitação e informações sempre que for necessário para

as pessoas que compartilham do mesmo espaço de trabalho com alunos

com deficiência intelectual incluídos no trabalho laboral.

De acordo com o observado ao longo da pesquisa, sobretudo nas

empresas participantes, ficou evidente a influência de ambas as posturas,

em diversos momentos, nos fragmentos de discursos, oriundo das

entrevistas fica óbvio a postura sensibilizada da maioria dos setores

participantes preocupados com a questão do desempenho e da eficiência,

causada pela influência de modelos sociais instituídos que levam ao

preconceito e a estigmatização, conforme Goffman (1988).

No que tange às empresas, ratifica-se a necessidade de uma melhor

compreensão por parte dos seus dirigentes, proporcionando orientações

práticas sobre a gestão de questões relativas a pessoas com necessidades

especiais, principalmente a pessoa com deficiência intelectual, e o mundo do

trabalho. Esta atitude asseguraria a estas pessoas o gozo de igualdades de

oportunidades, melhores perspectivas de emprego, facilitando-lhes a

contratação, a recolocação profissional, a permanência no emprego e o

aproveitamento de oportunidades de promoção.

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O terceiro grupo foi composto por oito pais de alunos com

deficiência intelectual inseridos na inclusão laboral. Houve mais

reconhecimento nas competências apresentadas, e os pais responsáveis se

tornaram a favor da inclusão de seu filho com deficiência intelectual no

mercado de trabalho. Um empecilho para que alguns de seus filhos

treinando possam ser incluídos no mundo do trabalho é a questão de não

terem a plena autonomia de caminharem sozinhos para o local de trabalho e

casa, devido à situação de violência que encontramos nas ruas nos dias de

hoje.

E o último grupo que são atores principais de nosso tema, treze

alunos com deficiência intelectual, todos mostraram um grande

enriquecimento na autoestima, autonomia e satisfação por estarem

trabalhando e sendo reconhecidos como cidadãos.

Os benefícios da inclusão laboral no desenvolvimento da pessoa com

deficiência intelectual na continuidade de sua formação profissional e na

vida social e econômica, onde obtivemos resultados satisfatórios de que

houve um grande avanço em relação à inclusão no trabalho das pessoas

com deficiência intelectual nos tempos atuais. E por última vertente

observou-se uma satisfação e um novo olhar quanto à acreditação nas

capacidades para o trabalho na visão das famílias quanto às pessoas com

deficiência intelectual. Temos também como resultados no término do

contrato dos alunos após participarem do processo treinando, a efetivação e

contrato definitivo de um aluno para o cargo de serviços gerais pela

empresa ATRIO Rio Service prestadora de serviços para FAETEC.

As empresas estão percebendo as habilidades e competências e

perfis de responsabilidades contidas nos alunos treinando e deixando de

lado o olhar das características da deficiência intelectual, é por esse

caminho que toda a sociedade deve seguir, e através desse trabalho de

pesquisa, fica em aberto para a soma e contribuições para novas pesquisas

sobre a inclusão laboral no mundo do trabalho para pessoas que são

merecedoras de oportunidades de igualdades para o trabalho e poderem ser

mais felizes.

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A respeito das políticas públicas e ações institucionais voltadas para a

qualificação e o encaminhamento profissional da pessoa com deficiência

intelectual, válido seria um investimento investigativo, a fim de que fosse

inquirida a efetividade das práticas adotadas ao longo dos anos para esta

parcela diferenciada de pessoas com necessidades especiais. Ao governo

cabe o papel essencial quando da criação de uma base legislativa e da

formulação de políticas sociais apropriadas, principalmente no momento de

oferecer incentivos para promover oportunidades de emprego para a pessoa

com deficiência intelectual.

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ANEXO I

Formulário de entrevista para professores responsáveis pela formação

profissional dos alunos

Pós-Graduando: Ailton Bandeira de Andrade

Curso: Educação Especial e Inclusiva

Caro (a) entrevistado (a) ficarei muito grato por você participar desta pesquisa de campo que fará parte de minha monografia, sendo assim peço que responda com clareza e com objetividade, não sendo obrigatória a sua identificação. Qualquer dúvida quanto às perguntas, entre em contato com: [email protected] Nome do (a) entrevistado(a): ............................................................................... Formação Acadêmica: ............................ Idade: ................Sexo: M ( ) F ( ) 1 – Você percebeu alguma mudança em seu aluno (treinando) a respeito de ganhos na autonomia, mais postura, mais iniciativa e com atitudes positivas nos relacionamentos interpessoais em sala de aula, após ter iniciado o processo de inclusão laboral? Comente sobre: 2 - A equipe de trabalho quando recebe alunos com deficiência intelectual, deve ser preparada e orientada através de informações e referências sobre as pessoas com deficiências. Seu aluno (treinando) já comentou sobre os colegas de trabalho “ditos normais” a respeito de terem um tratamento digno de igualdade e de solidariedade, ou foi comentado totalmente o oposto? Comente: 3 – O acompanhamento e apoio da escola especial e do professor especialista na inclusão laboral do treinando com deficiência intelectual na empresa, é de grande importância, o que você sugere que deveríamos fazer para que o processo possa ter resultados satisfatórios? 4 – Você professor especialista possui ou procura informações sobre os direitos ou leis referentes à pessoa com deficiência intelectual? Sim ( ) Não ( ) Comente: 5 – Após seu aluno ter iniciado na inclusão laboral, você observou algum acréscimo em seu desenvolvimento das aulas práticas em relação em tomar iniciativas e autonomia para fazer as atividades? Está mais assíduo, organizado e responsável? Comente:

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ANEXO II

Formulário de entrevista para responsáveis pelos setores de trabalho e pelos alunos treinandos

Pós-Graduando: Ailton Bandeira de Andrade

Curso: Educação Especial e Inclusiva

Caro (a) entrevistado (a) ficarei muito grato por você participar desta pesquisa de campo que fará parte de minha monografia, sendo assim peço que responda com clareza e com objetividade, não sendo obrigatória a sua identificação. Qualquer dúvida quanto às perguntas, entre em contato com: [email protected] Nome do(a) entrevistado(a): ................................................................................ Formação Acadêmica: ............................ Idade: ................Sexo: M ( ) F ( ) Setor de trabalho:......................................................Função ............................... 1 - Nas equipes de trabalho de setores que tem treinando com deficiência intelectual, a importância da sensibilização e de informações para os funcionários é essencial para o bom entendimento e nas relações interpessoais, para que haja um ambiente harmonioso e saudável e de igualdade para todos. Comente: 2 - A equipe de trabalho quando recebe alunos com deficiência intelectual, deve ser preparada e orientada através de informações e referências sobre as pessoas com deficiências. Seus funcionários tiveram a oportunidade ou foram preparados antes do processo de inclusão laboral acontecer? Comente: 3 - Você que coordena uma equipe de trabalho, possui alguma informação ou sabe sobre os direitos ou de alguma lei referentes à pessoa com deficiência intelectual? Sim ( ) Não ( ) Comente: 4 – O acompanhamento e apoio da escola e do professor especialista na inclusão laboral do treinando com deficiência intelectual na empresa, é de grande importância para que o processo possa ter resultados satisfatórios. Comente sobre o assunto: 5 - Após ter a inclusão de alunos treinando com deficiência intelectual em seu setor de trabalho, você notou alguma diferença no relacionamento interpessoal de seus funcionários? Em relação à sensibilidade, foram mais solidários em equipe, com isso o processo de trabalho apresentou pontos positivos ou foi totalmente o oposto? Comente:

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ANEXO III Formulário de entrevista para pais responsáveis de alunos treinandos

Pós-Graduando: Ailton Bandeira de Andrade

Curso: Educação Especial e Inclusiva

Caro (a) entrevistado (a) ficarei muito grato por você participar desta pesquisa de campo que fará parte de minha monografia, sendo assim peço que responda com clareza e com objetividade, não sendo obrigatória a sua identificação. Qualquer dúvida quanto às perguntas, entre em contato com: [email protected] Nome do(a) entrevistado(a): ................................................................................ Formação Acadêmica: ............................ Idade: ................Sexo: M ( ) F ( ) Profissão:.............................................Vínculo Familiar....................................... Aluno treinando: ................................................................................................... Curso do Aluno: ................................................. idade do aluno: ........................ Setor onde o aluno está treinando: ...................................................................... 1 – Você percebeu alguma mudança em seu filho (treinando) a respeito de ganhos na autonomia, mais postura, atitudes positivas nos relacionamentos interpessoais em casa, após ter iniciado o processo de inclusão laboral? Comente sobre: 2 - A equipe de trabalho quando recebe alunos com deficiência intelectual, deve ser preparada e orientada através de informações e referências sobre as pessoas com deficiências. Seu filho (treinando) já comentou sobre os colegas de trabalho a respeito de terem um tratamento digno de igualdade e de solidariedade, ou foi comentado totalmente o oposto? Comente: 3 – A autonomia para ida e volta para o trabalho é uma das dificuldades que encontramos para a inclusão laboral nos dias de hoje, visto que muitas pessoas com deficiência intelectual somente caminham com seus responsáveis. Com isso, perdem oportunidades de se desenvolverem na vida social e econômica, sendo necessário o treinando ter que pegar ônibus, metrô, trem para chegar ao local de trabalho e a volta para casa. Você concorda que deveria ter um treinamento específico para formar essas competências e habilidades de locomoção para que a inclusão laboral possa oportunizar a igualdade de trabalho para todos? Comente: 4 – Como é usado e como é administrado o salário que seu filho(treinando) recebe do trabalho, é importante que aprenda a lidar com o prêmio que vai incentivá-lo a permanecer em suas atividades. Você dá a ele, ou ajuda de alguma forma a ter autonomia sobre seus ganhos? Comente: 5 - Você teve algum receio ou dúvidas de deixar ou não seu filho(treinando) participar do projeto de inclusão laboral? Como você se sente após o processo de inclusão laboral de seu filho? Comente:

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ANEXO IV

Formulário de entrevista para alunos treinandos

Nome do aluno entrevistado: ...............................................................................

Função: ................................................................................................................

Setor de trabalho: .................................................................................................

1 - O que você faz com o salário que recebe? ...................................................

2 - Você gosta de seu trabalho? .........................................................................

3 - O que deseja fazer no futuro? .......................................................................

4 - Deseja continuar na instituição de atendimento especializado?.....................

5 - Quanto ao apoio recebido da família por estar trabalhando: .........................

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BIBLIOGRAFIA

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Dissertação de Mestrado. Campinas: Unicamp, 2003.

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4 - BRASIL. Decreto nº 3298, de 20 de Dezembro de 1999, Regulamenta a Lei

n.º 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para

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10 - GLAT, R. Educação Inclusiva. Cultura e Cotidiano Escolar. Rio de Janeiro:

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11 - GLAT, R. A integração social dos portadores de deficiências: uma

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I - UM BREVE HISTÓRICO DA DEFICIÊNCIA

INTELECTUAL ATÉ OS TEMPOS ATUAIS 13

1.1 - Conceito das pessoas com deficiência intelectual 17

1.2 - Um Centro de Referência – Entrevistando a gestora

da Escola Especial Favo de Mel 17

1.3 - Formação continuada de professores e instrutores

dos cursos profissionalizantes da Escola Especial

Favo de Mel

21

CAPITULO II - PARCERIAS DE SETORES DE TRABALHO E UNIVERSIDADES PARA INCLUSÃO LABORAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

23

2.1 Parceiras na inclusão laboral 24

CAPÍTULO III - Legislação – Marcos Legais 29

3.1 Do Acesso ao Trabalho 29

3.2 - Sínteses da Lei de Cotas para pessoas com

necessidades especiais

30

CAPÍTULO IV - PESQUISA DE CAMPO 34

4.1. Critérios, métodos e participantes da pesquisa 34

4.2. Sugestões, opiniões dos participantes e conclusão

da pesquisa de campo 35

4.2.1. Entrevista com os professores responsáveis pela formação profissional dos treinando

35

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4.2.2. Entrevista com responsáveis pelos setores de trabalho e pelos alunos treinando

37

4.2.3. Entrevista com pais responsáveis de alunos treinando

39

4.2.4. Entrevista com alunos com deficiência intelectual atuando na inclusão laboral

41

CONCLUSÃO 43

ANEXOS 50

BIBLIOGRAFIA 51

WEBGRAFIA 53

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