DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO …Brasil e a sua crescente importância nos sistemas...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
TRABALHO DE TUTORIA: A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE
PARA A CONSTRUÇÃO DE UM SABER SIGNIFICATIVO
Por: Soraya de Oliveira Burgos
Orientador
Prof. José de Oliveira
Rio de Janeiro
2014
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
TRABALHO DE TUTORIA: A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE
PARA A CONSTRUÇÃO DE UM SABER SIGNIFICATIVO
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Docência em Ensino
Superior
Por: Soraya de Oliveira Burgos
3
AGRADECIMENTOS
A Selma Valle que esteve ao meu lado
me auxiliando na realização deste
trabalho, tornando mais fácil e
agradável esta trajetória.
4
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, João e Rosimar Burgos,
que sempre me incentivaram para a
realização dos meus ideais, encorajando-
me a enfrentar todos os momentos
difíceis da vida.
5
RESUMO
O trabalho buscou analisar a importância das relações afetivas entre
o tutor e o aluno em cursos de EAD.
A EAD vem democratizar o ensino, tanto em relação a permitir que
um número de pessoas tenha acesso a educação, quanto renovar as
metodologias de trabalho, a didática e as ferramentas e recursos que são
utilizados para o ensino-aprendizagem dos alunos. Dentro deste contexto, o
trabalho apresenta uma ferramenta potente para esse novo processo
educativo, que são os Ambientes Virtuais de Aprendizagem – AVA’s.
As interações entre tutor e alunos na modalidade a distância, tem
sua importância por promover uma aprendizagem significativa, então, por meio
deste trabalho, é possível observar que o tutor é o responsável por mediar a
aprendizagem no ambiente virtual e essa ação está para além do exercício das
suas atribuições metodológicas e didáticas. Ele deve propor relações que
permitam que o aluno encontre na figura do tutor, cumplicidade, amizade e
afetividade, para que se sinta confortável, acalentando em todas as suas
necessidades enquanto aluno, rompendo com o isolamento e gostando de
estar em um curso EAD.
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METODOLOGIA
Este estudo será desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica,
realizada a partir da análise de produções bibliográficas que contemplem a
temática da educação a distância e, mais especificamente da tutoria a
distância, tendo como base os estudos desenvolvidos por Moran, por Maggio e
Silva.
A partir das reflexões apresentadas, pretende-se contribuir para uma
nova visão do papel do tutor, considerando não apenas os aspectos
tecnológicos e acadêmicos, mas principalmente pautando a atuação deste
profissional nas relações humanas, estabelecendo um perfil básico para o tutor
de EAD, considerando as principais competências que a função requer e como
a atuação do tutor pode ser o diferencial para a qualificação do aluno e o
sucesso do curso.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Um breve histórico Sobre EAD no Brasil e a sua
crescente importância nos sistemas educacionais 11
CAPÍTULO II - A importância do AVA para o sucesso da EAD e as
dificuldades encontradas pelos tutores e alunos para lidar
com esse instrumento 17
CAPÍTULO III – A importância das relações humanas
nos sistemas de tutorias 29
CONCLUSÃO 34
BIBLIOGRAFIA 39
WEBGRAFIA 40
BIBLIOGRAFIA CITADA 40
ÍNDICE 41
8
INTRODUÇÃO
A Educação a distância é uma modalidade educacional que cada
vez mais se expande. Apesar de sua popularização recente, a EAD existe há
algumas décadas, porém a sua utilização se intensificou nas últimas décadas.
Fatores como o avanço dos meios de comunicação auxiliaram na expansão da
EAD uma vez que possibilitou o surgimento de recursos tecnológicos que
tornaram a EAD uma modalidade viável.
Atualmente proliferam-se cursos de EAD por várias instituições, mas
nem sempre esse crescimento quantitativo é acompanhado do qualitativo. A
flexibilidade da EAD redefine o acesso à educação e ao conhecimento numa
relação de tempo e espaço, possibilitando a aqueles que não tem tempo para
frequentar um curso presencial ou que tem dificuldade de acesso às
instituições de ensino por morarem longe dos centros urbanos continuarem
seus estudos.
É importante destacar que mesmo em cursos com uma boa
estruturação e proposta pedagógica, o aluno ainda sente muita dificuldade em
avançar no conhecimento e concluir todas as etapas do curso sem um suporte
sistemático da tutoria, fazendo com que os índices de evasão nesses cursos
sejam significativamente altos. Nesse caso, quais seriam as ações tomadas
para contornar esse problema? Como tornar a EAD uma prática educacional
significativa? Quais seriam os elementos necessários para que a evasão nos
cursos a distância não fosse tão alta? Para lidar com isso há de se repensar o
próprio conceito de EAD.
Na maioria das vezes a EAD é pensada numa perspectiva exclusivamente
tecnicista, na intenção de atrair mais alunos, foca-se apenas na inovação de
recursos tecnológicos. Com isso multiplicam-se recursos educativos que a
princípio tornariam a EAD mais interessante em busca da interatividade. O
problema é que mesmo com esses recursos didáticos modernos, a EAD sofre
9
com os mesmos problemas do modelo presencial: evasão, desinteresse e
insegurança do aluno entre outros.
Um dos caminhos para a superação desses problemas é reconhecer
que a contribuição da EAD para a educação não se restringe ao uso de
recursos tecnológicos, mas na possibilidade de se repensar as formas de
relacionamento entre professor-aluno, práticas que estimulem a autonomia dos
alunos e que sejam pautadas na construção dialógica do saber. Por isso, na
modalidade a distância, o tutor não tem a função exclusiva de “lecionar a
matéria”, mas mediar o processo educativo, ser um interlocutor entre o aluno
(sujeito da aprendizagem) e o conhecimento (objeto da aprendizagem).
O sistema de tutoria, tanto presencial quanto a distância não
defende uma postura passiva, de transmissão de conhecimento, cabendo ao
tutor (professor) a tarefa de orientar, tirar dúvidas e estimular a participação dos
alunos. Isso significa que terá a difícil tarefa de trazer o aluno para o processo
educativo, motivando-o e despertando a curiosidade de aprender, fazendo com
que construa sua autonomia e seu conhecimento passando a ser o autor de
sua própria história.
Colocamos, portanto a seguinte questão: Quais as competências
necessárias ao tutor para que a prática educativa seja significativa? Além do
domínio dos conteúdos, há de se destacar também a sensibilidade do tutor a
construção da afetividade entre tutor e aluno. Isto não coloca em segundo
plano a importância da competência técnica, mas traz à tona a necessidade da
relação de afetividade para o sucesso no processo de construção de uma
aprendizagem significativa.
Baseado nessa questão, esse trabalho abordará as possibilidades e
os limites da afetividade na tutoria a distância e estará organizado da seguinte
forma: no Capítulo 1 será apresentado um breve histórico sobre a EAD no
Brasil e a sua crescente importância nos sistemas educacionais. No Capítulo 2
será discutida a importância do AVA para o sucesso da EAD e as dificuldades
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encontradas pelos tutores e alunos para lidar com esse instrumento e no
Capítulo 3 será destacada a Importância das relações humanas nos sistemas
de tutorias, onde a atuação do tutor é potencializada, visto que é o responsável
direto pela interface entre o aluno e o curso. É o tutor quem vai mediar a
relação do aluno com o conteúdo, com a tecnologia disponível no AVA e
também entre os atores do curso. Portanto ele é a interface aluno x conteúdo,
aluno x AVA e aluno x aluno. É dele a responsabilidade de acompanhar a
aprendizagem de cada aluno, ajudando-o a desenvolver autonomia em seu
processo de formação.
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CAPÍTULO I
UM BREVE HISTÓRICO SOBRE EAD NO BRASIL E A
SUA CRESCENTE IMPORTÂNCIA NOS SISTEMAS
EDUCACIONAIS
As primeiras iniciativas em educação a distância no Brasil datam do
início do século XX e se deram por meio de cursos por correspondência, o
rádio e a televisão. Em meados dos anos 90, com a disseminação das
tecnologias de informação e de comunicação, começam a surgir programas
oficiais e formas de EAD, incentivados pelas secretarias de educação
municipais e estaduais, algumas iniciativas isoladas e outras em parceria com
as universidades.
Fica claro que o que diferencia a EAD praticada hoje daquela
praticada tempos atrás são os meios disponíveis e adequados em cada época,
ou seja, as tecnologias disponíveis em cada momento histórico influenciaram a
educação e, em especial, a educação a distância.
As expressões dessa nova modalidade de se ensinar, tanto
governamentais quanto privadas, foram muitas e representaram um grande
avanço na educação à distância no país.
1.1 – A EAD no Brasil
A história da EAD no Brasil pode ser contada a partir de alguns
eventos que marcam o início de uma nova forma de ensinar e aprender. Mas
somente nas décadas de 70 e 80, a expansão da EAD foi mais efetiva,
considerando a oferta de cursos supletivos à distância por instituições privadas
e não governamentais, como os telecursos.
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Como principais acontecimentos, destacam-se a criação do
Movimento Educação de Base em 1959, que tinha como objetivo democratizar
o acesso a educação, promovendo o letramento de jovens e adultos, sendo
seguido pelo Projeto Minerva, entre 1970 e 1980, ambos utilizando o rádio
como forma de difusão do conhecimento.
Já no ensino superior as iniciativas iniciam-se em 1979, através da
Universidade de Brasília, pioneira na oferta de cursos superiores à distância.
Em 1996 é criada a Secretaria Especial de Educação a Distância/MEC e a
partir de então o governo “oficializa” a EAD como uma forma legítima de
democratizar o acesso à educação.
Em 1996 também é promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, Lei n° 9.394 que, através de seu art. 80, veio expressar os
princípios gerais para desenvolver a modalidade de educação a distância no
Brasil. O caput do art. 80 da supracitada lei, o mais conhecido por quem
trabalha ou deseja trabalhar com Educação a Distância, ratifica os artigos
anteriores estabelecendo:
Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a
veiculação de programas de ensino a distância, em todos os
níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.
§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime
especiais, será oferecida por instituições especificamente
credenciadas pela União.
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de
exames e registro de diploma relativos a cursos de educação a
distância.
§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de
programas de educação a distância e a autorização para sua
implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino,
podendo haver cooperação e integração entre os diferentes
sistemas.
13
§ 4º A educação a distância gozará de tratamento diferenciado,
que incluirá:
I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de
radiodifusão sonora e de sons e imagens;
II - concessão de canais com finalidades exclusivamente
educativas;
III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público,
pelos concessionários de canais comerciais. (BRASIL, Lei nº
9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional. Brasília, 1996).
Assim, as iniciativas de EAD passam a ser articuladas pela SEED e
a ter um caráter estratégico no País com mais investimentos e utilização
crescente de tecnologia de ponta para alcançar um padrão de excelência que
possibilite ambientes ideais de ensino-aprendizagem.
Em 1999 com o objetivo de levar educação superior gratuita e de
qualidade a todo o Estado do Rio de Janeiro, é criado o Centro de Educação a
Distância do Estado do Rio de Janeiro – CEDERJ, que através de um
consórcio com as universidades públicas instaladas no Estado do Rio de
Janeiro (CEFET, UENF, UERJ, UFF, UFRJ, UFRRJ e UNIRIO) tem como
objetivo democratizar o acesso ao ensino superior público, gratuito e de
qualidade, utilizando a metodologia de educação a distância. Desta forma
permite o acesso ao sistema público de educação superior, na modalidade de
educação a distância contribuindo para a formação de profissionais sem
deslocá-los de seus municípios.
Em 2005 o Ministério da Educação, através do Decreto 5.800, de 8 de junho de
2006, cria o Sistema UAB – Universidade Aberta do Brasil, com foco nas
Políticas e a Gestão da Educação Superior com vistas à expansão da
educação superior, no âmbito do Plano de Desenvolvimento da Educação –
PDE, considerando o déficit educacional existente no sistema educacional
público, uma vez que as instituições de Ensino Superior públicas não
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acompanharam a demanda por serviços de educação e formação profissional
nos últimos anos.
A Universidade Aberta do Brasil é uma rede nacional voltada para
pesquisa e educação superior, compreendendo formação inicial e continuada,
formada por universidades públicas, em conjunto com pólos municipais de
apoio presencial, que oferece cursos de nível superior, por meio do uso da
metodologia da educação a distância, para camadas da população que têm
dificuldade de acesso à formação universitária.
Entre suas atribuições pode-se citar o fomento à modalidade de
educação a distância nas instituições públicas de ensino superior, o apoio às
pesquisas em metodologias inovadoras de ensino superior respaldadas em
tecnologias de informação e comunicação e o incentivo à colaboração entre a
União e os entes federativos.
Assim, o Sistema UAB propicia a articulação, a interação e a
efetivação de iniciativas que estimulam a parceria dos três níveis
governamentais (federal, estadual e municipal) com as universidades públicas
e demais organizações interessadas.
Em 2011 a SEED é extinta, mas seu papel foi de suma importância
para a expansão e o reconhecimento da educação a distância no Brasil, pois
agia como um agente de inovação tecnológica fomentando a incorporação de
tecnologias de informação e comunicação e de técnicas de EAD aos processos
de ensino-aprendizagem.
A partir da segunda metade do século XX, em decorrência da expansão e das
novas abordagens para a educação a distância, cresceu significativamente o
número de pesquisadores dedicados aos estudos da EAD, discutindo-se entre
outros aspectos, suas diferentes interfaces, modos de distribuição, metodologia
e a forma de interação com os alunos. Esse último, que será bem abordado
neste trabalho, veio a sofrer modificações, aprimorando e garantindo a melhor
participação, interação e motivação dos alunos.
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Desta forma podemos concluir que o crescimento da EAD em nosso
País reflete a busca de maior flexibilidade no acesso à educação, já
extrapolando todos os níveis governamentais (municipal, estadual e federal),
estando orientada por políticas mundiais.
1.2 – Distinções entre Educação a Distância e Ensino a
Distância
A Educação a Distância tem como um de seus maiores objetivos
gerar condições e possibilitar meio de acesso à educação para todos aqueles
que acabam não sendo atendidos pelas formas tradicionais de educação, ou
seja, ela vem a proporcionar uma forma eficiente de inclusão social, pois torna
o ensino acessível a grande maioria.
Porém quando se fala em EAD torna-se necessário conceituá-la e
para tal temos alguns autores que podem nos ajudar para um melhor
entendimento sobre essa modalidade educativa:
É um conjunto de técnicas, práticas, atitudes, modos de
pensamentos e valores que se desenvolvem juntamente como
crescimento do ciberespaço, isto é: do novo comunicacional
que surge com a interconexão mundial de computadores;
principal suporte de troca e de memória da humanidade a partir
do século XXI; novo espaço de comunicação, de sociabilidade,
de organização, de informação, de conhecimento e claro de
educação. (SILVA 2003, p.11)
Diante desses conceitos para a Educação a Distância e segundo
Landin (1997), torna-se necessário apontar uma situação interessante a
seguinte distinção entre Educação a Distância e Ensino a Distância. O primeiro
refere-se à prática educativa e o processo de ensino-aprendizagem que faz
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com que o aluno aprenda, crie, construa seu conhecimento, participando assim
de seu próprio crescimento, já o segundo está vinculado aos treinamentos,
fazendo com que o aluno possa estar livre a escolher as informações
necessárias para o trajeto que escolheu.
Neste capítulo apontamos que nas últimas décadas devido ao
avanço das tecnologias de informação, a sociedade vem passando por fortes
transformações em diversos campos. Assim, há um avanço dos meios de
comunicação, surgimento de redes sociais e com isso maior troca de
informações. O próprio conceito de educação passa a ser redefinido: se em
uma perspectiva tradicional a sala de aula era um local fixo e único para se
aprender, atualmente se discute o papel dos espaços de aprendizagem, nesse
caso a sala de aula, não como espaço delimitado, mas um ambiente que pode
ter várias formas, inclusive o virtual. Assim começa a ser definido um novo
conceito de ensino: a Educação a Distância - EAD.
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CAPÍTULO II
A IMPORTÂNCIA DO AVA PARA O SUCESSO DA EAD
E AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS
TUTORES E ALUNOS PARA LIDAR COM ESSE
INSTRUMENTO
A sociedade passou por importantes transformações nas últimas
décadas e parte dessas transformações se deve a 3ª revolução industrial,
definida pelo geógrafo Milton Santos como meio técnico científico
informacional. Esse conceito expressa um perfil de sociedade pautada,
sobretudo, na conjugação de três setores: ciência, tecnologia e informação, o
produto disso é uma sociedade cujas relações são marcadas pela velocidade,
instantaneidade e simultaneidade.
Com isso, propaga-se no mundo o conceito de flexibilidade, algo que
permeia os pensamentos políticos, as relações de trabalho, as convicções
ideológicas entre outras. O mundo sai de um universo síncrono e se abre para
assíncrono. Não que o segundo venha a substituir o primeiro, porém passa a
ser uma forma alternativa para atender à necessidade contemporânea de se
manter envolvido com tudo e a todo o momento.
Para que isso aconteça, há um desenvolvimento voraz dos meios de
comunicação, ou melhor, das telecomunicações que a cada dia lança um novo
aparato tecnológico que propagará a informação de forma mais veloz e
variada.
As transformações afetam também o campo educacional, pois o
modelo de educação tradicional, estruturado em uma relação centralizadora de
conhecimento no professor e institucionalizado na escola, passa a ser
repensado. A flexibilidade no acesso a informação leva a redefinição do
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conceito de educação, que passa a multiplicar as formas e os espaços de
aprendizagem.
É nessa amplitude que a EAD passa a ganhar novos contornos.
Embora seja associada a um modelo de educação que representa o século XXI
e apesar de o ensino a distância ter mais de um século de existência, sua
expansão e popularização se intensificam nas últimas três décadas em função
dos avanços tecnológicos. Tal fato pode ser ilustrado nos recursos que a EAD
possui hoje para difundir o conhecimento.
É nesse contexto que se destacam os ambientes virtuais de
aprendizagem (AVA’s). Os AVA’s segundo Pereira (2007, p. 4): “consistem em
mídias que utilizam o ciberespaço para veicular os conteúdos e permitir
interação entre os atores do processo educativo”.
É importante chamar a atenção para uma questão conceitual do
AVA, é comum a popularização do termo e o seu uso equivocado, pois muitas
vezes classifica-se como AVA toda prática educativa que utiliza a internet,
porém o que caracteriza o AVA não é puramente a tecnologia em si, mas a
intencionalidade de seu uso.
2.1 - Conversando sobre o Ambiente Virtual de Aprendizagem
(AVA)
Um Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA pode ser definido
como uma sala de aula virtual possibilitada pelo avanço da tecnologia para
tentar reduzir não só a distância física entre os participantes, mas também a
distância comunicacional. Daí a importância do AVA, pois quanto maior a
comunicação entre alunos e professor, menor a distância entre eles.
No universo dos AVA’s existem diferentes recursos de comunicação
e interação, é possível classificarmos em dois tipos: os síncronos que exigem
presença dos sujeitos em tempo real, como por exemplo, o chat, o telefone, e a
19
web – conferência; e os assíncronos que possuem maior flexibilidade, pois não
dependem de ações simultâneas dos alunos e tutores. Nesse caso atendem as
diferentes realidades e necessidades do tempo que cada um disponibiliza
como exemplo destes podemos citar: fóruns, correios eletrônicos e postagens
na Plataforma.
Apesar da contribuição dos recursos, há de se ressaltar as suas
limitações como qualquer recurso pedagógico possui, no caso dos síncronos, o
fator tempo é que compromete uma maior participação, pois nem todos os
alunos teriam condições de dedicar-se ao estudo em um exato momento pré-
definido pelo professor. Por outro lado, os assíncronos podem gerar uma
descontinuidade das ideias, que são geradas em maior intervalo de tempo,
dependendo da estratégia desenvolvida para o curso.
A importância do AVA se dá justamente pela redução da distância
entre alunos e professores que ele pode proporcionar. Portanto eles produzem
uma diferença significativa nos processos estabelecidos na EAD, sendo de
suma importância o desenho instrucional na sua implementação.
2.2 - O tutor mediando o processo de ensino-aprendizagem
utilizando as ferramentas do AVA
A expansão do ensino a distância coincide com a difusão dos meios
de comunicação e inovações de recursos educacionais tecnológicos. Esses
instrumentos contribuem para a consolidação de um modelo de EAD mais
dinâmico e interativo.
Nesse contexto, os ambientes virtuais de aprendizagem cumprem
um importante papel ao darem o suporte para as práticas de EAD. Porém,
muitas abordagens de cursos de EAD são de cunho tecnicista, baseando o
sucesso do ensino a distância apenas em recursos tecnológicos.
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Por mais que sejam importantes, os recursos por si mesmos não
garantem uma prática educativa, pois são apenas meios e não o produto em si.
Com isso, há de se destacar uma figura importante que dá sentido a EAD,
nesse caso o tutor. Porém, o tutor enfrenta desafios como: lidar com as
diferentes personalidades e dificuldades dos alunos e se fazer presente mesmo
estando à distância.
A EAD exige uma nova postura tanto dos alunos quanto dos
professores, mais do que uma forma de difusão do conhecimento, a EAD traz
uma nova concepção de educação na qual o professor/tutor não é o centro do
conhecimento mais um mediador do processo da aprendizagem, da mesma
forma que o aluno tem de ser mais ativo e também construtor do
conhecimento.
Outro aspecto que deve ser observado é o desenvolvimento de
materiais didáticos para uso em Ambientes Virtuais de Aprendizagem. A
produção deste material exige conhecimentos de diversos campos, como
informática, programação visual, psicologia da aprendizagem e o conteúdo
específico a ser ensinado, o que pressupõe a existência de uma equipe
transdisciplinar.
Esse novo formato de trabalho leva o professor/tutor a uma
reformulação de suas práticas e métodos de ensino, de forma a obter uma
mudança de qualidade significativa no processo ensino – aprendizagem. Com
isso, é possível refletirmos sobre a flexibilidade que o tutor necessita para lidar
com essas inovações. Ao mesmo tempo em que deve dominar o conteúdo de
sua disciplina também deve estar alinhado com as novas estratégias
pedagógicas e com as novas possibilidades tecnológicas.
De acordo com Belmont e Grossi (2010), a simples introdução da informática como recurso pedagógico não garante sua funcionalidade, ou seja,
não podemos chamar de AVA se não houver uma interatividade, um processo
de comunicação entre partes, a partir de interfaces digitais. Portanto, para o
AVA existir não há a dependência apenas de um recurso tecnológico, mas de
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protagonistas da produção e difusão do conhecimento. Nesse contexto se torna
indispensável a interação entre os atores que constituem esse espaço, nesse
caso o tutor e os alunos. Eles são protagonistas da trama de produção do
conhecimento.
2.3 - Quem é o tutor de EAD?
Os cursos ofertados na modalidade à distância, em um ambiente
virtual de aprendizagem, devem ter um caráter interativo, com interface de fácil
usabilidade por parte dos alunos, o que possibilitará maior autonomia e
aprendizagem.
Esta modalidade de ensino demanda um novo modelo de educador,
o tutor, que é responsável por fornecer suporte ao trabalho do professor–autor
e do coordenador de disciplina, mas tem como missão fundamental atuar como
um orientador de estudo junto aos alunos, ajudando-os a encontrar caminhos
para a solução dos problemas através da utilização de todos os recursos de
aprendizagem oferecidos.
Tem a responsabilidade ainda de aguçar a curiosidade, esclarecer
as dúvidas dos alunos e fornecer apoio e incentivo nos momentos de desânimo
e dificuldade. Mas sobre tudo, é preciso que se entenda que ele também é um
professor. Deve atuar como mediador das atividades, acompanhar o
desenvolvimento dos alunos, especialmente por meio dos recursos e
instrumentos oferecidos no Ambiente Virtual de Aprendizagem e também, em
determinados cursos, por outras formas de comunicação (e-mail, telefone,
etc.).
O tutor deve promover a interatividade entre os alunos por meio da
formação de grupos de estudo, de debates e da troca de ideias. Nesse sentido
é o responsável pela gestão de fóruns e chats propostos além de propiciar
espaços para interação informal entre os estudantes.
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Para que possa desenvolver suas atividades com excelência, deve
ser um especialista na área do conhecimento em que atuará, ter formação
pedagógica e possuir domínio no uso dos recursos computacionais e da
internet.
O tutor vem assumindo fundamental importância em cursos
ofertados a distância e por ser um professor virtual precisa ter uma formação
acadêmica para apropriar-se de forma coerente dos conhecimentos
pedagógicos, metodologias e da didática, fatores imprescindíveis para um bom
tutor, dominando assim as técnicas referentes ao ato de ensinar.
Ainda não há leis, por parte do Ministério da Educação, sobre a regulamentação do tutor enquanto profissional da educação, que defina a sua
formação para exercer a função, mas é indiscutível que este tenha formação
em educação. Ele precisa conhecer o curso no qual irá atuar, suas propostas
pedagógicas e metodologias, além de ter amplo domínio do currículo do curso
e mais profundamente deverá conhecer os assuntos referentes a disciplina que
irá ministrar.
O tutor deverá estar disponível para sanar as dúvidas dos alunos e
jamais poderá deixa-lo sem resposta direta sobre qualquer que seja a dúvida
referente a temas de sua disciplina. Então o tutor precisa ser bem preparado,
deve realizar cursos de formação e capacitação, além da formação acadêmica.
Como já foi mencionado, o tutor é responsável por fornecer suporte
ao trabalho do Coordenador da disciplina e dentre as muitas atribuições está a
de preparar os momentos de avaliação, devendo os mesmos ser bem
elaborados e conduzidos pelo tutor que deve deixar claro o que se espera
deles, quais instrumentos avaliativos serão utilizados e sob quais aspectos os
alunos serão avaliados.
Um texto da UNED (referenciado por Maggio 2001) fala sobre a
comunicação necessária do tutor com o aluno fornecendo suporte ao seu
aprendizado:
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Outro fato que diferencia substancialmente o ensino a
distância, é a existência de canais organizados de
comunicação professor – aluno, como é o caso da consulta
individualizada e a assessoria tutorial. A consulta, a orientação,
qualquer que seja o meio empregado, são de vital importância,
já que cumprem uma série de funções necessárias na
educação, que mesmo a distância continua sendo
insubstituíveis:
1. Informar o aluno sobre os conteúdos científicos e técnicos,
técnicas de trabalho intelectual, o andamento de seus estudos
e sua compreensão das matérias.
2. Motivar o aluno para continuar estudando, apesar das
dificuldades de todo o tipo que possam surgir.
3. Possibilitar o conhecimento do aluno por parte dos
professores, de forma direta pelos professores tutores e,
através de seus relatórios, permitindo assim uma avaliação
final mais correta e o necessário controle das dificuldades que
possam ser colocadas pelos materiais didáticos utilizados.
(UNED, 1988/1989, MAGGIO 2001, p. 95)
Analisando a citação acima, entende-se que o tutor deve ter a sua
ação voltada para mediar o processo de construção do conhecimento. A
comunicação pode ser apresentada em diferentes faces, por isso pensando
nas relações interpessoais no ambiente de aprendizagem, é preciso que o tutor
esteja atento ao processo de como se estabelecem os vínculos comunicativos
por parte de cada aluno, já que por meio da comunicação, é possível perceber
como cada aluno consolidou a aprendizagem.
Em um ambiente interativo o processo de cooperação, comunicação
e de troca de informação é indispensável, então cabe ao tutor fazer as
mediações possíveis e precisas para que haja uma comunicação real,
profunda, autêntica, que rompa com as barreiras da superficialidade, da
comunicação aparente e principalmente da comunicação autoritária em que só
um detém o poder da fala, impondo o seu conhecimento e o seu pensar.
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Tanto por parte do aluno, como do tutor, a comunicação deve ser
respeitosa, afetiva, enriquecedora, franca e autêntica, promovendo o
crescimento de todos os envolvidos nesse processo. Como vemos no texto
abaixo:
(...) Já na Educação a Distância, há um deslocamento dessas
referências em direção as próprias mediações, Isso não
acarreta necessariamente o empobrecimento do papel do
professor, mas sim um novo deslocamento em relação a ele.
Assim, quando a EAD utiliza a palavra “tutor” em lugar de
“professor”, não significa apenas uma troca de palavras. Ao
contrário revela uma mudança conceitual decorrente das
exigências de um novo paradigma. Nesse sentido, o termo
“tutor”, (recupera um conceito de educação baseada no
caminhar junto, no cuidado, na proteção à personalidade, na
orientação e na busca da auto - suficiência e maioridade do
estudante. Tutor, mentor, conselheiro, preceptor, facilitador são
termos que trazem o sentido de uma função docente centrada
na orientação do processo de aprendizagem. Para a autora, a
figura do autor adquire assim, uma grande relevância na
pessoa que estimula o estudo independente do aluno, e
permanentemente o assiste, orienta e aconselha, interpretando
por um lado os objetivos propostos pelo curso e por outro as
necessidades e interesses dos alunos. (SILVA, 2008, p.38)
Portanto, a missão fundamental do tutor é atuar como orientador de
estudo, ajudando-os a encontrar caminhos para a solução dos problemas
através da utilização de todos os recursos de aprendizagem oferecidos no AVA
bem como em outras fontes de consulta.
Para isto é necessário que esteja permanentemente aguçando a
curiosidade de seus alunos, esclarecendo suas dúvidas e fornecendo apoio e
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incentivo nos momentos em que percebe a ausência ou a desmotivação de um
aluno.
Como já foi dito, uma das funções do tutor é promover a interação
entre os alunos, favorecer o debate e a troca de ideias. Nesse sentido é o
responsável pela coordenação de fóruns e chats, podendo também propor a
criação de espaços para interação informal entre os participantes.
O tutor precisa ser muito organizado e disciplinado, é de suma
importância, assim como saber administrar o tempo por diversos fatores, um
desses a presença no ambiente de aprendizagem, propondo atividades,
planejando, interagindo com os alunos, pois um AVA mesmo que cheio de
recursos para nada serve se o tutor não souber usufruir de toda a sua
potencialidade e isso não significa massacrar o aluno com textos imensos, com
linguagem demasiadamente científica e desconexa.
Algumas características são indispensáveis ao bom tutor, ele deve
gostar de exercer a atividade para qual se propôs, precisa ter envolvimento
com o trabalho de tutoria, ser atencioso e gostar de interagir com os alunos. O
tutor que tem a vivência docente na educação presencial tem o conhecimento
do que chamamos currículo vivo, embasado nas experiências que permeiam o
processo educativo, a instituição escolar, o aluno e o próprio professor, são as
bagagens que cada indivíduo leva de experiência de vida, carregada de valores
culturais que foram o educador e o aluno real, com sentimento, emoção,
desejos, todas essas questões fazem parte do currículo, estão diretamente
inseridas no processo de ensino aprendizagem.
Como os ambientes virtuais de aprendizagem oferecem muitos
recursos, devem ser utilizados pelo tutor para ministrar a sua disciplina e
oferecer uma aprendizagem interativa e motivadora aos seus alunos. Segurar a
atenção do aluno virtualmente requer muito empenho por parte do tutor é uma
tarefa desafiadora, Maggio, 2001, diz:
26
À diferença do professor, que sabe que o aluno que hoje está
diante dele amanhã também será obrigado a estar no mesmo
lugar – graças a isso, reconhecemos a expressão “amanhã
continuamos” na boca de nossos velhos professores, o tutor da
modalidade não sabe se o aluno assistirá à próxima tutoria ou
se voltará a telefonar para consultá-lo. No pior dos casos, a
próxima notícia que o sistema pode chegar a ter desse aluno é
a sua reprovação na prova. Por esse motivo, aumentam os
compromissos e os riscos a tarefa do tutor. (MAGGIO, 2001,
p.97)
Alguns dos recursos oferecidos pelo AVA, se bem utilizados,
podem ajudar o tutor a cativar o aluno, rompendo a barreira da superficialidade
comunicacional, um perigo na educação a distância. As ferramentas síncronas
e assíncronas são recursos oferecidos pelos AVA´s, dentre estas estão os
fóruns, ferramentas nas quais o tutor poderá desenvolver atividades interativas
e cooperativas. É no fórum que o tutor comunica-se mais diretamente com os
alunos, digamos que este seja o momento “olho no olho”, é através desta
ferramenta que as relações de diálogo, respeito e amizade, afinidades e
tolerância devem acontecer, requisitos fundamentais para o sucesso do aluno
no curso.
Algumas ferramentas podem contribuir fortemente para favorecer o
processo de comunicação e interação entre alunos e tutores. Dentre essas
ferramentas o fórum é uma delas, e também serve de recurso em que o tutor
propõe discussões de pontos que levam a construção da autonomia dos
alunos, é um ambiente de acolhimento desses alunos em um meio de
aprendizagem novo para ele, é a partir do fórum que o aluno terá o primeiro
contato com esse modelo de aprendizagem e é o tutor o responsável por
mediar esse processo de apropriação do aluno desse novo saber. Os vínculos
afetivos que se estabelecem nesse ambiente são fundamentais para que o
aluno queira estar em um curso de EAD.
27
Dentre as muitas atribuições dos fóruns uma das principais é a de
que ele precisa ser um ambiente acolhedor que desafie e ao mesmo tempo
estimule o aluno a querer participar, trocar informações, pesquisar, questionar,
observar e formular suas próprias conclusões. Enfim, nesta dinâmica espera-se
que o aluno exercite sua autonomia do pensar e agir, construindo o seu
aprendizado.
O chat é outra ferramenta que pode ser utilizada pelo tutor, trata-se
de uma sala de bate papo virtual. Ela pode ser utilizada para aproximar os
alunos e o tutor, por ser um recurso em que todos estão interligados em tempo
real. Este momento é muito rico em detalhes de cada aluno e do próprio tutor,
que pode analisar as formas de cada um manifestar-se. Favorece a
comunicação, o processo de reciprocidade as opiniões dos outros, a autonomia
ao pedir a fala no discurso e a segurança para expor as suas argumentações.
Maggio (2001) pondera que o bom tutor deve orientar o aluno
valendo-se de agrupamentos que o levem a construir o conhecimento,
respondendo-o sempre que solicitado, fornecendo feedback, caminhando ao
lado, fazendo com que a sua presença seja sentida, não a ponto do aluno não
saber caminhar sozinho, mas de perceber que a qualquer momento o tutor
poderá lhe estender a mão amiga e confiante.
Neste capítulo frisamos que EAD não é uma modalidade recente, se
consolida e se expande como recurso educacional no final do século XX e o
avanço dos meios de comunicação possibilitaram a estruturação de uma EAD
mais dinâmica, com recursos que viabilizem a prática educativa. Nesse
contexto merece destaque as ferramentas atualmente utilizadas como
Ambientes Virtuais de Aprendizagem, os chamados AVA’s. Vale ressaltar que
AVA é um recurso para viabilizar a prática, um meio, e que o sucesso da
aprendizagem não depende exclusivamente da técnica, mas principalmente da
atuação dos atores envolvidos, nesse caso, os tutores e os alunos.
Vale ressaltar também que o Sistema de Tutoria de Curso a
Distância, visa o estudo sobre a importância da atuação do tutor como
28
mediador do processo ensino-aprendizagem, destacando as relações sócios-
afetivas no ambiente virtual de aprendizagem.
29
CAPÍTULO III
A IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES HUMANAS NOS
SISTEMAS DE TUTORIAS
Para iniciar esse capítulo, vale dizer que o tutor é “gente”. Já foi
descrito no capítulo anterior que o tutor é um professor, que a sua atuação
pode ser presencial ou a distância, que ele é um mediador, um facilitador da
aprendizagem. Mas pensemos mais do que isto. O tutor é um companheiro,
muitas vezes deve ser percebido como um amigo. Dentro deste contexto,
podemos dizer que o tutor deve estabelecer laços de afetividade para com o
seu aluno. Essa afetividade será determinante muitas vezes para que o aluno
rompa com o que chamamos de silêncio virtual. Esta é a primeira barreira que
o tutor precisa romper para estabelecer a comunicação afetiva e real. Moran
(2007) nos apresenta alguns tipos de comunicação, sendo falado
primeiramente sobre a comunicação aparente:
É um processo de “comunicação” onde as pessoas falam e
respondem, sem prestarem verdadeiramente a atenção ao
outro e ao que ele esta dizendo. Cada um precisa “desabafar”,
ter alguém com quem conversar.Se a necessidade é forte e de
ambas as partes, a “comunicação”, se transforma em um
diálogo animado, mas “de surdos”, porque cada um fala de si,
extravasa as suas ideias, sentimentos, necessidades. Ambos
falam sem comunicar-se verdadeiramente. É um tipo de
interação importante, porque ajuda a desanuviar a tensão
pessoas, a sentir-se vivo. É uma comunicação unidirecional, de
uma direção só: A fala B e B fala para A, mas o que dizem
realmente é pouco significativo para o outro, porque esta
também desabafa, esta expressando as suas necessidades.
(MORAN, 2007, p.43)
30
A modalidade de educação a distância possui características
peculiares, uma delas é que o tutor precisa cativar o seu aluno para que este
tenha interesse de participar ativamente do trabalho proposto, interagindo,
comunicando-se, sendo essa comunicação constante dentro de uma
aprendizagem virtual. Então o aluno precisa perceber que o tutor
verdadeiramente esta pronto a ouvir o que ele tem a dizer, analisando nas
entre linhas essa comunicação. Sentindo a sua ausência por vezes,
requisitando a sua presença, analisando se o diálogo proposto pelo aluno
demonstra o interesse por estabelecer uma conversa muitas vezes informal,
mas pessoal e humanizada, querendo falar de si e ouvir do outro o que este
tem a dizes de si mesmo. O tutor precisa propor ambientes que permitam essa
comunicação que ultrapasse a superficialidade.
A comunicação superficial é uma interação limitada, com trocas
previsíveis sobre temas socialmente definidos e com limites
pré-estabelecidos – culturalmente ou pelos grupos e indivíduos.
São trocas de mensagens sobre assuntos específicos e que
não expõe muito a intimidade de cada um, por exemplo, sobre
futebol ou fofocas de pessoas. Em reuniões pessoais, festas,
bate-papos, fala-se animadamente, mas sem interação
pessoal, sem revelar o eu profundo a não ser neste campo
específico. São processos úteis de manutenção dos vínculos
dentro de um grupo ou comunidade, mas que pouco revelam
dos indivíduos, porque eles se escondem, não querem se
expor ou o fazem somente em outros espaços mais restritos.
Na sociedade urbana, muitas pessoas passam a maior parte
do tempo em trocas limitadas – almoços de negócios, jantares
sociais, onde o importante é mostrar que continuam vinculados
a determinados grupos, em que não convém se expor
pessoalmente. Por isso essas interações são rituais,
previsíveis, pouco profundas, e a longo prazo frustrantes se
31
não vêm acompanhadas de outras formas de comunicação
mais profundas em outros momentos com outras pessoas.
(MORAN, 2007, p.45)
Além de adquirir o conhecimento, o tutor precisa estar
sensivelmente aberto a conhecer cada aluno. E isso uma vez que há aqueles
que gostam mais de falar, aqueles que são mais tímidos, os que desafiam o
tutor a fazê-lo repensar as suas certezas pedagógicas e metodológicas. Então
é parte do trabalho do tutor traçar o perfil de cada aluno, o que é um desafio na
educação a distância, mas perfeitamente possível.
Como já dito anteriormente, a modalidade EAD apresenta como
característica marcante a distância física entre o professor e o aluno,
separados espacial e/ ou temporalmente, sendo os processos de ensino e de
aprendizagem mediados pelas tecnologias, o que nos obriga a conceber
materiais didáticos e espaços para comunicação voltados ao diálogo, elemento
primordial para se estabelecer relações baseadas na confiança, credibilidade,
facilitando o estabelecimento de vínculos.
Os ambientes virtuais são ferramentas que promovem a interação,
cooperação, comunicação e motivação, permitindo, assim, a diversificação e
potencialização das relações inter e intrapessoais na modalidade de ensino a
distância.
E é nesse espaço que seres humanos e objetos técnicos interagem,
influenciando-se reciprocamente de forma cooperativa, possibilitando o
desenvolvimento da habilidade de “aprender a aprender”, de transformar os
conhecimentos, mobilizando-os, quando necessário, em situações práticas do
cotidiano.
O espaço de ensino-aprendizagem deve ser um espaço em que os
professores favoreçam o diálogo, em que se criem vínculos de amizade e
respeito mútuo pelo saber. Isso requer educadores empenhados em levar os
seus educandos à ação, à reflexão crítica, ao questionamento e à pesquisa. É
32
importante, ainda, que sejam capazes de despertar a curiosidade, de motivar a
interação entre os atores do processo ensino-aprendizagem.
Desta forma, é necessário buscar recursos que propiciem um alto
grau de interatividade, possibilitando aos alunos não só tomar decisões, mas
participar, experimentar, discutir com os colegas por meio dos fóruns, o que
está sendo trabalhado, as dúvidas surgidas e as hipóteses levantadas.
Acredita-se que nas relações entre pessoas, há sempre a presença
de emoção, empatia e afetividade, e, como o processo ensino-aprendizagem
envolve pessoas, não importando a modalidade, criam-se vínculos afetivos que
interferem na criação de significados das ideias, valores e crenças. Na EAD
não é diferente, podem existir laços afetivos entre tutor e aluno e estes laços
influenciam na aprendizagem e até mesmo na permanência do aluno no curso.
A figura do tutor é primordial para que o aluno estabeleça vínculo
com a instituição e com seu grupo. É de extrema importância para fazer com
que o aluno EAD se sinta pertencente à instituição, ao processo. Se o tutor é
mal-humorado, desorganizado e não comunica eficazmente, está será a
imagem institucional. Por outro lado, se o tutor assume seu papel na íntegra,
tem formação na área, preocupa-se em resolver os problemas dos alunos e
conhece a instituição ofertante, certamente os resultados serão positivamente
diferentes.
Nos AVA’s, segundo Oliveira (2009, p. 7), essa mediação se
concretiza nas interações propostas em diversas interfaces, nas quais a
comunicação se dá por meio da linguagem escrita, através da qual se
estabelecem os diálogos e a interatividade, especialmente nos fóruns de
discussão.
Faz parte da ação mediadora da tutoria, a produção de vínculos
afetivos através da escrita, sendo necessário para isso conhecer bem o aluno e
seu perfil. Esses vínculos podem ajudar no sucesso do aluno.
33
O tutor concebido de suas responsabilidades pode ser o principal
elemento responsável pelo sucesso ou fracasso de um curso. Fracasso, pois o
tutor pode, se suas competências não forem conhecidas e adquiridas, passar
de agente motivador a desmotivador. Entretanto, pode se tornar o principal
sujeito co-autor do sucesso do curso, por saber criar uma afetividade com o
estudante de forma que se torne um gerador de energia motivadora.
Fica evidente que o processo comunicacional dialógico no ensino e
aprendizagem na EAD precisa se balizar em atitudes afetivas equilibradas, que
valorizem o respeito às múltiplas possibilidades de construção do
conhecimento por movimentos de interação social, individuais e coletivos.
A partir das reflexões apresentadas neste capítulo, pretende-se
contribuir para uma nova visão do papel do tutor, considerando não apenas os
aspectos tecnológicos e acadêmicos, mas principalmente pautando a atuação
deste profissional nas relações humanas, estabelecendo um perfil básico para
o tutor de EAD considerando as principais competências que a função requer e
como a atuação do tutor pode ser o diferencial para a qualificação do aluno e o
sucesso do curso.
34
CONCLUSÃO
Analisar as interações afetivas em ambientes virtuais não é tarefa
fácil. Considerar as relações interpessoais através da mediação tecnológica
onde teoricamente os atores não tem “rostos” nos desafia a uma validação
muito mais das relações textuais do que atitudinais.
Sempre que as relações estabelecidas na EAD são abordadas,
suscita no senso comum a ideia de que não é possível tratarmos as relações,
estabelecermos laços de amizade comprometimento e efetivamente construir
conhecimento.
É preciso ainda que a sociedade e muitos colegas de profissão,
também acreditem que não há diferença entre aprender e ensinar
presencialmente e aprender e ensinar virtualmente, simplesmente porque em
ambas as modalidades o que precisamos para um resultado favorável são
alunos e professores compartilhando conhecimento.
Percebe-se que ainda persiste a ideia daquele profissional que se
limita à explorar apenas as atividades básicas oferecidas no Ambiente Virtual
de Aprendizagem, não interagindo nos fóruns, não proporcionando ao aluno
novas atividades ou conhecimentos que vão além dos ofertados através dos
materiais didáticos existentes nos cursos.
O foco do nosso estudo esta no desenvolvimento da afetividade em
ambientes virtuais de aprendizagem e como o tutor, que é o mediador da
aprendizagem, deve estar preparado para desempenhar as suas tarefas.
O que pode se perceber de acordo com o que foi pesquisado,
através da consulta bibliográfica, selecionada, é que a interação entre tutor e
alunos deve estar pautada na ética, no respeito, na confiança e na
cumplicidade. Sem estes valores básicos, a aprendizagem não prosperará.
O papel do tutor é primordial para a motivação, permanência e
construção da autonomia do aluno e consequentemente de seu sucesso no
curso. E com isso ganha também em experiência e em conhecimento.
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Como observa Moran, 2007: “Na interação real, os parceiros estão
abertos e querem trocar ideias, vivências, experiências, das quais ambos saem
enriquecidos.”
Como já citado na revisão bibliográfica deste trabalho, uma das
principais causas da evasão dos cursos a distância é a falta de motivação dos
alunos por sentirem a sensação de isolamento e de solidão. O abandono dos
estudos representa um dos mais preocupantes problemas da EAD enfrentados
na atualidade nas instituições que ofertam esta modalidade de ensino. As
consequências deste fenômeno afetam tanto a própria instituição docente
como aos seus alunos, pois, por um lado constituem um potente indicador de
ineficiência institucional e por outro, uma frustração de expectativas de pessoas
que buscam a modalidade da EAD e se frustram na aprendizagem recebida.
Estar estudando a distância não deve significar estudar isolado,
sozinho. É importante destacar que a principal característica da EAD é a
ausência física, mas não o abandono.
Potencializa-se aí a atuação do tutor que é responsável direto pela
interface entre o aluno e o que o curso disponibiliza. É ele quem vai mediar a
relação do aluno com o conteúdo, com a tecnologia disponível no AVA e
também entre outros alunos. É dele a responsabilidade de acompanhar a
aprendizagem de cada aluno, ajudando-o a desenvolver autonomia em seu
processo de formação.
As interações estabelecidas através das diversas ferramentas de
comunicação como fórum ou chat, por exemplo, são essenciais para a
permanência e para a construção da autonomia do aluno. Cabe ressaltar que é
importante o tutor saber motivar seus discentes e procurar diminuir a distância
entre ambos, contudo esse profissional necessita de um olhar crítico para
conhecer e respeitar os seus limites e também os limites dos alunos, não
invadido o espaço do estudante.
Ao longo deste trabalho verifica-se que a formação do tutor deve ser
considerada relevante para o desenvolvimento de cursos de qualidade. Neste
36
aspecto pode-se concluir que devemos considerar três perspectivas: 1) a
formação acadêmica – ser um especialista em sua área; 2) a formação para a
utilização das ferramentas disponíveis nos ambientes virtuais de
aprendizagem, bem como de outras ferramentas de comunicação que estejam
disponíveis e facilitem o processo pedagógico; e 3) a formação pedagógica,
que é o conjunto de conhecimentos que possibilitam a percepção e a
investigação das diversas maneiras pelas quais seus alunos aprendem, e
principalmente possibilita definir qual a melhor prática para mediar a relação
entre o sujeito e o objeto de estudo. A partir destes três aspectos, o tutor estará
melhor preparado para atuar como um mediador das relações humanas.
Visando a função pedagógica do tutor, para que desenvolva um
ambiente estimulador para um trabalho de qualidade numa tutoria EAD, pode-
se elencar como atribuições essenciais ao tutor:
- ser conhecedor do conteúdo que está dinamizando;
- articular o material didático com os saberes trazidos pelos cursistas;
- envolver os cursistas em atividades de pesquisa;
- oferecer rápido feedback ao aluno;
- problematizar novas perspectivas nos fóruns de discussão quando o
assunto em pauta já estiver próximo do esgotamento;
- estimular perspectivas diferenciadas no debate nos fóruns;
- desenvolver a cooperação entre os cursistas;
- despertar o aluno para sua corresponsabilidade com o curso e sua
aprendizagem;
- estimular o gosto pela pesquisa;
- estimular a aprendizagem colaborativa e projetos de trabalho em grupo;
37- gerir crises ou conflitos entre pessoas;
- cuidar da linguagem e postura na mediação;
- desenvolver capacidade de resiliência para oferecer segurança aos seus
cursistas;
- auxiliar os cursistas que tenham mais dificuldade no tocante à fluência
tecnológica;
- buscar refletir sobre sua prática e analisar as fragilidades encontradas e
possibilidades de superação;
- procurar formação contínua tanto na sua área de atuação (disciplina)
quanto sobre a modalidade, tecnologias atuais e metodologias eficazes
para o processo de ensino-aprendizagem;
- instigar a construção do conhecimento de forma coletiva;
- buscar estratégias que possam favorecer uma aprendizagem
significativa, levando em consideração os conhecimentos prévios dos
alunos.
- despertar o caráter autônomo dos alunos;
- participar das atividades como construtores e facilitadores;
- ter disponibilidade para esclarecer as dúvidas dos alunos e as atividades
do curso;
Na educação a distância uma tutoria pautada em bases
motivacionais poderá com certeza trazer uma interatividade altamente positiva
para os alunos, pois esses podem se sentir “protegidos” e seguros em seu
caminho de estudo e menos propícios a desistir do curso. Um maior
compromisso, dedicação e profissionalismo dos tutores são características
consideradas decisivas para o sucesso e permanência do aluno nos cursos.
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Neste trabalho verifica-se a necessidade de se discutir uma proposta
de formação do docente da EAD, que amplie a visão meramente tecnicista e
possibilite uma formação mais ampla de forma a atender ao aluno em suas
especificidades e a garantir uma formação acadêmica sólida e virtuosa que
possibilite o seu fazer profissional.
39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BARROS, Monaliza Alves. Ferramentas Interativas na educação a distância: benefícios alcançados a partir da sua utilização. In Anais: V EPEAL. BELMONTE, Vanessa & GROSSI Márcia Gorett Ribeiro. Ambientes virtuais de aprendizagem Um panorama da produção nacional. Relatório de pesquisa. CEFET – MG/maio 2010. DIAS, Rosilâna Aparecida; LEITE, Lígia Silva. Educação a distância: Da legislação ao pedagógico. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2010. MAGGIO, Mariana. O autor na educação a distância. Porto Alegre, Artmed editora, 2001. MELECKE, Querte Terezinha Conzi. & TAROUCO, Liane Margarida Rockenbach. Ambientes de Suporte para a Educação a Distância. In: Novas tecnologias na educação. V. 1 N° 1, Fevereiro, 2003. MORAN, José Manuel. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias audiovisuais e telemáticas. Campinas – São Paulo: Papirus, 2003. Coleção Papirus Educação. MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos Tarciso; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e medição pedagógica. 5ª Ed. Campinas – São Paulo: Papiros, 2000. Coleção Papirus Educação. MORAN, José Manuel. As muitas formas de comunicar-nos – Desafios na comunicação pessoal. 3ª. Ed. Paulinas, 2007. OLIVEIRA, Carmem Lúcia de Araújo Paiva. Afetividade, aprendizagem e tutoria online. Alagoas: Revista Edapeci, 2009 PEREIRA, Luiz. Ambientes Virtuais de Aprendizagem em Diferentes Contextos. Moderna, São Paulo, 2007. SILVA, Marinilson Barbosa da. O processo de construção de identidades individuais e coletivas do “ser-tutor” no contexto da educação a distância, hoje. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação, 2008.
40 WEBGRAFIA: MORAES, Marcus Luiz Santana. “O que se espera do professor – tutor em EAD – Ensino a Distância”. Disponível em: http://www.taniazambelli.com.br/artigos/ler.asp?cod=20. Acessado em 16/08/2014. Brasil. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm Acessado em 27/10/2014 Caderno de Orientação da Tutoria - Fundação Cecierj/Consócio CEDERJ, Julho, 2013. Disponível em: http://cederj.edu.br/fundacao Acessado em 13/10/2014.
BIBLIOGRAFIA CITADA
SILVA, Marco. Educação on line. São Paulo, Edições Loyola, 2ª edição, Junho, 2003. LANDIM, Cláudia Maria das Mercés Paes Ferreira. Educação a distância: algumas considerações. Rio de Janeiro, Ed. Nova Fronteira, 1997.
41
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
Um breve histórico sobre EAD no Brasil e a sua crescente
importância nos sistemas educacionais 11
1.1 – A EAD no Brasil 11
1.2 – Distinções entre Educação a Distância e Ensino a Distância 15
CAPÍTULO II
A importância do AVA para o sucesso da EAD e as dificuldades
encontradas pelos Tutores e Alunos para lidar com esse instrumento 17
2.1 – Conversando sobre o ambiente virtual de aprendizagem (AVA) 18
2.2 – O tutor mediando o processo de ensino-aprendizagem
utilizando as ferramentas do AVA 19
2.3 – Quem é o Tutor de EAD 21
CAPÍTULO III
A importância das relações humanas nos sistemas de tutorias 29
CONCLUSÃO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39
WEBGRAFIA 40
BIBLIOGRAFIA CITADA 40
ÍNDICE 41