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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A HISTÓRIA DO PROFISSIONAL DE PEDAGOGIA E SUA ATUAÇÃO NO AMBIENTE EMPRESARIAL Por: Luciana Carla Araujo Maciel Orientador Prof. Marcelo Saldanha Rio de Janeiro 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A HISTÓRIA DO PROFISSIONAL DE PEDAGOGIA E SUA

ATUAÇÃO NO AMBIENTE EMPRESARIAL

Por: Luciana Carla Araujo Maciel

Orientador

Prof. Marcelo Saldanha

Rio de Janeiro

2014

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A HISTÓRIA DO PROFISSIONAL DE PEDAGOGIA E SUA

ATUAÇÃO NO AMBIENTE EMPRESARIAL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Pedagogia Empresarial.

Por: . Luciana Carla Araujo Maciel

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AGRADECIMENTOS

Aos amigos da Cândido Mendes, por todo o apoio prestado durante minha

trajetória na pós-graduação.

Ao instituto A Vez do Mestre, seus funcionários, professores e colegas, que

agregaram conhecimento na área.

Ao professor Marcelo Saldanha, por dedicar seu tempo orientando este

trabalho.

Ao Rodrigo, por sua gentileza em revisar este trabalho e me dar preciosas

dicas, além da paciência e tempo dedicados a mim durante a confecção deste

trabalho.

Aos meus demais amigos e familiares por entenderem a minha ausência

enquanto eu realizava este trabalho.

4

DEDICATÓRIA

À minha mãe e minhas irmãs, por sempre

me apoiarem e incentivarem com os

estudos.

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RESUMO

A pedagogia é um conceito que existe desde tempos remotos. A

construção da sua identidade atual foi realizada com o passar dos séculos e

sofreu grandes mudanças ao longo de sua história.

O objetivo deste trabalho é abordar o emprego da pedagogia em

cenários empresariais. Explicar como o pedagogo empresarial está inserido em

um ambiente corporativo. Para tanto, este trabalho também aborda a história

da pedagogia, como ela foi influenciada por diferentes culturas em diferentes

épocas e o que levou à criação da ideia de pedagogia empresarial.

Palavras-chave: pedagogia, história, pedagogia empresarial.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi feito com base em leituras de livros, artigos

acadêmicos e sítios da Internet, bem como com consulta a leis e decretos.

Portanto, este trabalho é configurado como bibliográfico e webgráfico.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................. 08

CAPÍTULO I - ORIGEM DA PEDAGOGIA....................................................... 10

CAPÍTULO II - A EVOLUÇÃO DA PEDAGOGIA............................................. 18

CAPÍTULO III - PEDAGOGO EM ESPAÇO NÃO FORMAL DE ENSINO....... 23

CONCLUSÃO.................................................................................................. 31

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA...................................................................... 33

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INTRODUÇÃO

Com o crescimento da competitividade dos negócios ao redor do

mundo, muitas empresas, à medida que crescem, se veem em dificuldade para

gerenciar não apenas seus processos de negócio como também seus quadros

de pessoal. Muitas vezes os colaboradores não apresentam o desempenho

esperado, não pela falta de conhecimento, mas pela complexidade em se

inserirem nos processos de trabalho que regem a empresa. Diante dessa

situação, as empresas vêm investindo em pedagogia empresarial como forma

de maximizar a aderência dos seus colaboradores à realidade do ambiente de

trabalho.

Os profissionais de pedagogia empresarial são responsáveis pelo

processo de desenvolvimento da formação humana. Neste escopo, o

pedagogo empresarial atua no desenvolvimento dos demais colaboradores da

empresa a fim de facilitar a compreensão deles aos métodos e processos

utilizados. Através de assembleias, atividades em grupo e condução ou

orientação do comportamento humano, os pedagogos empresariais são peças-

chave na gestão interna, visando assim um maior desempenho e produtividade

por parte dos colaboradores.

O tema abordado neste trabalho visa mostrar ao leitor uma maior

compreensão acerca do desenvolvimento do curso de pedagogia, desde a

criação do termo que a define, passando pelas transformações que sofreu

durante a sua história e chegando à abrangência das áreas de atuação do

pedagogo nesses ambientes empresariais e em outros ambientes.

No Capítulo 1 é explicada a história da pedagogia no mundo,

detalhando como o passado modela o formato da pedagogia moderna e

destacando fatos históricos que foram de suma importância.

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No Capítulo 2 é abordada a evolução da pedagogia no Brasil, desde

suas raízes no período colonial e como ela se moldou na realidade brasileira,

passando também por leis e decretos que foram vitais para a formação da sua

identidade.

No Capítulo 3 são demonstradas as possibilidades de atuação do

pedagogo em ambientes formais, não formais e informais, bem como em

contextos escolares e não escolares, focando na atuação do mesmo em

ambientes empresariais.

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CAPÍTULO I

ORIGEM DA PEDAGOGIA

“Somos seres históricos, já que nossas ações e

pensamentos mudam no tempo, à medida que

enfrentamos os problemas não só da vida pessoal, como

também da experiência coletiva. É assim que produzimos

a nós mesmos e a cultura a que pertencemos” (ARANHA,

2006, pg. 19).

Para iniciar este trabalho, é essencial passar pela história da pedagogia

desde o seu berço, para que seja possível entender seu uso nos dias de hoje.

Este capítulo abordará o início da história da pedagogia.

1.1 – Origem da pedagogia

“Cada geração assimila a herança cultural dos

antepassados e estabelece projetos de mudança. Ou

seja, estamos inseridos no tempo: o presente não se

esgota na ação que realiza, mas adquire sentido pelo

passado e pelo futuro desejado. Pensar o passado,

porém não é um exercício de saudosismo, curiosidade ou

erudição: o passado não está morto, porque nele se

fundam as raízes do presente” (ARANHA, 2006, pg. 19).

A ciência da pedagogia passou por diversos processos importantes que

a levaram ao seu estágio atual. Mais ainda, ela está em constante

aprimoramento, com novas abordagens de ensino a cada geração.

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O pedagogo não está restrito a atuar apenas em ambientes escolares.

Para poder compreender como o pedagogo também pode atuar em outros

ambientes e não apenas no escolar, é necessário resgatar a história da

pedagogia e suas influências determinantes.

Existem registros históricos de muitos povos da antiguidade que

adotavam meios de transmitir suas culturas e valores de geração para

geração. De acordo com Aranha (2006), a influência greco-romana e a tradição

cristã foram decisivas na formação da pedagogia no Brasil como ela é hoje.

Logo, este capítulo trata dos fatos mais importantes desse processo de

formação, com o intuito de facilitar o entendimento das influências históricas

mencionadas.

1.1.1. A influência grega

A história da Grécia antiga pode ser dividida em 5 partes: Civilização

Micênica (séculos XX a XII a.C); Tempos Homéricos (séculos XII a VIII a.C);

Período Arcaico (séculos VIII a VI a.C); Período Clássico (séculos V e IV a.C);

Período Helenístico (séculos III e II a.C).

De uma maneira geral, a Grécia era bastante avançada em relação a

outras civilizações da mesma época. Muitos desses avanços em termos de

ciências influenciaram os moldes da sociedade brasileira, desde o início do

descobrimento até os dias de hoje. Algumas de suas características:

• Utilização da moeda (antes era baseada no escambo);

• Formação das cidades-estados (póleis);

• Introdução da escrita;

• Lei escrita por legisladores (antes o que era vontade dos Deuses,

hoje é a democracia, onde todos tem repartição do poder e a legislação pode

ser alterada, discutida pelos homens);

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• Aparecimento dos primeiros e importantes filósofos: Tales,

Pitágoras, Sócrates, Platão e Aristóteles.

Os filósofos tiveram um papel muito importante. O que até então o que

era visto da forma que era designado pelos Deuses, um elo inseparável,

passou a ser visto através da consciência de si mesmos como indivíduos, e

pela racionalidade.

Existia o conceito da Paidéia, que sem significado definitivo por ser

complexo, pode ser considerado uma “formação humana livre e nutrida de

experiências diversas, sociais, mas também culturais e antropológicas”

(CAMBI, apud ARANHA, 2006) e, posteriormente, ela se torna a Enciclopédia

com o significado de “educação geral e que consiste na ampla gama de

conhecimentos exigidos para a formação da pessoa culta” (ARANHA, 2006,

pg. 67). Com a consciência de si mesmos, eles visavam a formação integral do

indivíduo.

De acordo com Aranha (2006) “A contribuição dos filósofos clássicos

para a pedagogia encontra-se na concepção de natureza humana, cuja

essência é a racionalidade.” (pg. 77). Através das reflexões filosóficas,

utilizavam bastante a razão, inteligência crítica e a argumentação.

O termo pedagogo também é originário da Grécia, da palavra

paidagogos, que significa “aquele que conduz a criança”. Este termo era

designado para os escravos que conduziam a criança para seus afazeres

diários. “Com o tempo, o sentido do conceito ampliou-se para designar toda

teoria sobre a educação” (ARANHA, 2006, pg. 68).

1.1.2. A influência romana

A história da Roma antiga pode ser dividida em três partes: Realeza (de

753 a 509 a.C), República (de 509 a 27 a.C) e Império (de 27 a.C a 476 d.C).

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Dentro de toda a sua permanência histórica, Roma também tem

importantes características que influenciaram na pedagogia. Abaixo, uma

breve comparação dessas principais características com as originárias da

Grécia, respectivamente:

• Império X póleis: enquanto Roma era um império, a Grécia nunca

se constituiu em uma nação;

• Humanitas X Paidéia: Humanitas era algo semelhante a Paidéia,

porém se difere dela pois seu significado era “uma cultura

predominantemente humanística e sobretudo cosmopolita e

universal, buscando aquilo que caracteriza o ser humano, em

todos os tempos e lugares” (ARANHA, 2006, pg. 89);

• Preceptores X Paidagogos: Enquanto na Grécia eram os

escravos na função de paidagogos, conduzindo as crianças, em

Roma alguns escravos tinham função de preceptores, quando

instruídos;

• Moral e ética X filosofia: Enquanto na Grécia a filosofia

predominava, em Roma predominavam a moral e a ética, “isso

porque os romanos adotaram uma postura mais pragmática,

voltada para o cotidiano, para a ação política e não para a

contemplação e teorização do mundo.” (ARANHA, 2006, pg. 92).

Os romanos levavam em conta a vivência do dia-a-dia e a

imitação de modelos representados.

• Além disso, ouve também em Roma a intervenção do Estado em

assuntos educacionais.

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1.1.3. A influência greco-romana

Roma tinha por objetivo a expansão territorial e as conquistas

militares. Já a preocupação da Grécia era o intelecto e não a aptidão

física. Como resultado, Roma conquistou o território da Grécia, porém

ao invés de dissolvê-la, incorporou os costumes gregos à sua cultura.

“No caso específico da Grécia conquistada, em vez de

impor o latim, os romanos incorporam-lhe o idioma, bem

como vários de seus padrões culturais, que se tornaram

herança da humanidade.” (ARANHA, 2006, pg. 88).

De acordo com Aranha (2006), as principais características da união de

ambas as culturas que prevaleceram foram:

• Formação intelectual da elite dominante;

• Sociedade escrava;

• Desvalorização do trabalho manual;

• Tendência essencialista “o que o homem deve ter”.

A tendência greco-romana é o que nos influencia até os dias de hoje.

Segundo Marrou, apud Aranha, 2006, “o papel histórico de Roma não foi criar

uma nova civilização, mas implantar e radicar solidamente no mundo

mediterrâneo a civilização helenística, pela qual ela mesma fora conquistada”.

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1.1.4. A influência do cristianismo

Durante a expansão territorial de Roma, um dos territórios ocupados foi

a Palestina. Lá foi onde ocorreu o nascimento de Jesus Cristo, que levou à

criação do cristianismo. Esses fatos ocorreram no início do Império Romano.

Os pregadores do cristianismo tinham a missão de espalhar a doutrina

cristã para que indivíduos de outras culturas se convertessem. Porém,

inicialmente, Roma não aceitou bem o cristianismo, que, de acordo com

Aranha (2006), tinha as seguintes características:

• Não aceitava os deuses pagãos, pois em Roma o que propagava

no momento era o politeísmo, isto é, o culto a vários deuses

distintos, o que ia totalmente contra a crença cristã de um Deus

único (monoteísmo);

• Os cristãos não adoravam o imperador;

• Seus principais adeptos eram escravos e pobres.

Durante muito tempo, os defensores da doutrina cristã foram rejeitados

e até perseguidos. Porém, o imperador Constantino, que era adepto do

cristianismo, tornou a religião oficial no século IV. A partir daí, a religião foi se

expandindo pelo império romano. Muitas pessoas da elite foram aderindo ao

cristianismo, formando assim uma estrutura hierárquica, como no Império

Romano.

Durante a Idade Média, ocorreu a queda do Império Romano, que foi

repartido em vários reinos. A partir deste momento a Igreja Católica passou a

atuar como agente unificador, tendo uma forte influência sobre os diferentes

reinos derivados do Império Romano, onde pessoas que ocupavam cargos de

importância tornavam-se cristãos em troca de apoio da Igreja, configurando

assim inúmeras trocas políticas. Aproveitando-se da fragilidade dos reinos, a

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Igreja Católica viu uma oportunidade de expansão da sua influência e assim

passou a ditar os costumes das sociedades da Idade Média, permanecendo

nessa posição de grande ditadora social, moral e política por muitos séculos.

Os católicos eram os únicos que sabiam ler na época. Eles mantinham a

cultura da leitura e muitos até a usavam para ensinar a outras pessoas que

compartilhavam da sua crença. A Igreja aproveitou esse saber e se apropriou

dos intelectos gregos e, por isso, de acordo com Aranha (2006, pg. 106),

“Os mosteiros assumiram o monopólio da ciência,

tornando-se o principal reduto da cultura medieval.

Guardavam nas bibliotecas os tesouros da cultura greco-

latina, traduziam obras para o latim, adaptavam algumas

e reinterpretavam outras à luz do cristianismo. Monges

copistas, pacientemente, multiplicavam os textos

clássicos.”

A Igreja deteve esse conhecimento e o incorporou, usando-o para

persuadir os fiéis, atrair potenciais novos fiéis e até converter à força os

resistentes. Com a apropriação dos pensamentos gregos, a religião católica

estava indo contra os “verdadeiros donos” do intelecto grego, os pensadores e

filósofos. Eles não tinham uma religião e não defendiam um Deus, suas

crenças em geral eram diferentes das que a Igreja defendia.

Nessa época, com a sociedade se tornando mais urbana, começaram a

surgir grupos opostos à Igreja, que a questionavam e estimulavam o

pensamento crítico. A Igreja, por sua vez, instituiu a Santa Inquisição contra

esses grupos, denominados por ela hereges. A Santa Inquisição atuava

censurando e punindo aqueles que a contestavam ou iam contra as suas

ideias, o que levou, com o tempo, a algumas rupturas na Igreja.

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Para que os grupos que surgiram questionando a Igreja não

influenciassem os fiéis, a Igreja teve que se adequar, utilizando a razão e

argumentação para que pudesse fundamentar seus pensamentos para seus

fiéis e tentando conquistar os não cristãos. Por isso, os teólogos começaram a

estudar a filosofia, como um sistema de defesa. Assim sendo, foi criado o

método escolástico, baseado pela leitura, comentário, questões e discussões e

que possuíam visão teocêntrica. A partir disso, surge a filosofia cristã, onde os

religiosos não podiam descartar a razão, mas queriam manter a fé. Para tanto,

eles conciliavam ambas, mantendo, porém, a fé acima da razão.

De acordo com Piletti (2003) o Renascimento é o “nascer de novo”.

Iniciado na Itália, esse movimento visava resgatar os ideais da Antiguidade. No

Renascimento europeu surgiu o humanismo, cujo propósito era a busca do

saber humano e a busca da cultura grego-latina sem a interferência da Igreja.

Estavam à procura da razão sem ligação com a fé, do indivíduo liberto à

autoridade estipulada pela Igreja medieval.

Alguns movimentos vindos desde a Idade Média que eram opostos à

dominação da Igreja Católica influenciaram outros que apareceram com mais

força tempos mais tarde no Renascimento. Tão fortes, se expressavam através

da Reforma Protestante. A Igreja, por sua vez, rebateu com a Contra-Reforma

reafirmando seus princípios e demonstrando poder através da Santa

Inquisição. Contrariando em muitos aspectos o que a Igreja determinava, os

protestantes foram ganhando mais espaço e conquistando cada vez mais

adeptos. A reação da Igreja foi criar ordens religiosas, entre elas o Colégio dos

Jesuítas, onde mantinham a formação dos mestres e o ensino em si.

A maioria europeia aderiu aos protestantes, exceto Portugal e Espanha,

que continuaram com o tradicionalismo cristão. Com isso, compreende-se a

tradição católica brasileira e de toda a América do Sul, conquistadas pelos

portugueses e pelos espanhóis.

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CAPÍTULO II

A EVOLUÇÃO DA PEDAGOGIA

Para chegar ao objetivo deste trabalho e falar da pedagogia empresarial

como uma das possibilidades da pedagogia, é necessário passar pela história

da pedagogia no Brasil. De que forma ela surgiu e como gerou o sentido de

“pedagogo professor” para uma maior abrangência. Este capítulo abordará

brevemente a história da educação no Brasil focada na área de atuação do

pedagogo.

A partir do exposto no capítulo I, sabe-se que os países europeus

visavam a expansão territorial. Portugal descobriu o Brasil e fez dele sua

colônia. Nos primeiros dois séculos de descoberta, os índios que viviam no

Brasil foram subjugados pelos portugueses, que ignoraram completamente

qualquer tipo de cultura que eles possuíam para torná-los adeptos aos

costumes europeus. Dentre esses costumes, estava a conversão para a fé

cristã feita pelos jesuítas, que também desembarcaram nesta jornada.

Segundo Piletti (2003), os jesuítas ensinaram os índios a ler e a

escrever para aprenderem a sua língua, seus costumes e o catolicismo. Para

que os índios se submetessem à religião, além de massacrá-los, os jesuítas

tentavam convencê-los por meio do medo, fazendo-os acreditar que iriam para

o inferno caso não se convertessem. Os jesuítas criaram escolas oferecendo

cursos, tornando-se assim os “primeiros professores” oficialmente no Brasil,

em um sentido mais formal. Isso pois, antecedendo os jesuítas, já haviam os

pajés nas tribos, que eram responsáveis por transmitir os conhecimentos da

comunidade aos seus descendentes.

Já na época do Império, o que se destaca é o surgimento da escola

normal, para a formação de professor, e mesmo assim o professor não

precisava ter esse curso para exercer sua profissão. Muitas vezes conseguia

19

através de “concurso público” ou apenas cursos de capacitação. A única

exigência era ter 18 anos e boa índole, pois o governo não achava que era

necessário ter uma formação para ser professor, além de não valorizar tal

carreira. No início das escolas normais eram apenas rapazes e posteriormente

houve a introdução das mulheres. A entrada da mulher foi socialmente aceita

com o tempo, e sua predominância é devida a uma série de fatores: na época

a mulher era subalterna a outrem e existiam poucas atividades que aceitavam

a mulher. Essa era uma delas. Além disso, o professor tinha uma baixa

remuneração e a mulher tinha uma maior tendência a aceitar essa situação,

mesmo com resignação. Elas também poderiam conciliar seus horários com os

afazeres domésticos e, na época, acreditava-se que atividade de educar

estava ligada ao lado maternal da mulher. (ARANHA, 2006).

Durante a Primeira República não houve muitas novidades em relação à

época do Império na parte de formação de professores, tendo apenas um

significativo aumento de número de escolas normais, e a predominância das

mulheres. Com a Revolução de 1930, houve várias discussões e mudanças de

âmbito federal. Na esfera educacional, surgiu o Manifesto dos Pioneiros da

Educação Nova, que defendia várias ideias. Em relação à formação de

professores, a ideia defendida era a da formação universitária.

Em decorrência do Manifesto em 1930, a primeira estruturação do curso

de Pedagogia ocorreu em 1939, com o Decreto-Lei 1.190/39. O curso tinha a

duração de três anos e formava em “técnico em educação” os que se tornavam

bacharéis em pedagogia. Estes trabalhavam como técnicos administrativos no

Ministério da Educação. Para ministrar aulas nos cursos normais e

secundários, era necessário ter mais um ano de aula de didática e obter o

diploma de licenciado em pedagogia. Assim sendo, os cursos de bacharelado

e licenciatura eram abordados separadamente. Além disso, os que obtinham

licenciatura em pedagogia também podiam atuar ministrando aulas de algumas

disciplinas, como Geografia e Matemática, por exemplo.

20

Com o parecer do Conselho Federal de Educação (CFE) nº 251/62,

apareceram duas dicotomias bastante discutidas na época:

1) A formação do professor do ensino primário: o pedagogo licenciado

continuou ministrando aulas aos professores de cursos normais, que por

sua vez davam aulas ao ensino primário. Ou seja, não existia a

possibilidade do pedagogo ministrar aulas ao curso primário.

2) A fragmentação entre bacharelado e licenciatura.

Através da Lei nº 4.024 de 1961 aparece a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação (LDB), que reafirmava a formação do ensino normal para dar aulas

ao ensino primário e a formação do ensino normal para também “orientadores,

supervisores e administradores escolares destinados ao ensino primário, e o

desenvolvimento dos conhecimentos técnicos relativos à educação da infância”

(Lei nº 4.024 de 1961).

De acordo com Vieira (2008), o parecer do CFE nº 252/69, distinguiu a

fragmentação entre o curso de bacharelado e licenciatura. E o parecer do CFE

nº 253/69 reformou o currículo do curso de pedagogia. Continuou com

formação para magistério do ensino normal e ampliou para atividades de

especialistas, que seriam: supervisão, administração, orientação e inspeção

nas escolas e sistemas escolares, tendo habilitações específicas para cada

especialização e tendo diferentes opções de formação para o curso de

pedagogia. Com isso, o curso de pedagogia passou a ter uma base comum no

curso e outra linha com a modalidade específica.

A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394/96 teve muitos

apontamentos importantes advindos de vários encontros, conferências e

fóruns, que aconteceram para discussão de assuntos educacionais desde o

início dos anos 80. Finalmente a LDB de 1996 pôde habilitar o pedagogo para

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o magistério primário, sendo o curso normal a formação mínima para tal. Além

disso, ela também institui:

“A formação de profissionais de educação para

administração, planejamento, inspeção, supervisão e

orientação educacional para a educação básica, será feita

em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de

pós-graduação, a critério da instituição de ensino,

garantida, nesta formação, a base comum nacional”.

(LDB nº 9394 de 1996).

As discussões acerca do curso de pedagogia sempre estiveram

presentes e, mesmo com pareceres, diretrizes e leis, os estudos sobre ela

continuam a fim de visar melhorias. Em 2005 aparecem as Diretrizes

Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, estabelecendo alguns

critérios e normas a serem seguidos por instituições de ensino superior.

De acordo com o artigo 10º das Diretrizes Curriculares de 2005: “as

habilitações em cursos de Pedagogia atualmente existentes entrarão em

regime de extinção” (pg. 23). Até então existia o curso de pedagogia, com

algumas habilitações disponíveis. O estudante fazia as matérias básicas e

depois se qualificava em alguma especialização que desejava seguir. Com a

determinação das Diretrizes Curriculares, houve uma unificação do curso de

pedagogia. Ao invés de se especializar em uma das habilitações, o estudante

poderia obter todas as especializações com um diploma. E, para isso, haveria

pequenas alterações no currículo do curso.

Com esta unificação, a docência aparece como base do curso de

pedagogia, e, com a abrangência do currículo do curso, o diplomado torna-se

apto a atuar em outras áreas que o curso de pedagogia habilita. Além disso,

existe a possibilidade de alguns profissionais da educação terem um melhor

preparo através de pós-graduação, uma possibilidade de se obter um melhor

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aprofundamento e aperfeiçoar seus conhecimentos. Essa passagem fica clara

através do artigo 14º das Diretrizes Curriculares de 2005:

“A formação dos demais profissionais da educação, nos

termos do art. 64 da Lei nº 9.394/96, será realizada em

cursos de pós-graduação, especialmente estruturados

para este fim, abertos a todos os licenciados.” (pg. 24).

Historicamente, o curso de pedagogia passou por diversas

transformações que interferiram na identidade do pedagogo e continuam em

constantes discussões. A docência ainda é a base da pedagogia, mas esta

não obtém exclusividade sobre tal fato. O próximo capítulo abordará sobre as

possibilidades de atuação do pedagogo para além da docência.

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CAPÍTULO III

PEDAGOGO EM ESPAÇO NÃO FORMAL DE ENSINO

“Tudo o que é histórico é mutável. Conquistas históricas,

por mais aguerridas que tenham sido, não podem ser

cristalizadas. A redução do trabalho pedagógico à

docência não pode, portanto, constituir-se em algo

imutável. Nem mesmo chega a ser uma questão de

cunho epistemológico ou conceitual. As novas realidades

estão exigindo um entendimento ampliado das práticas

educativas e, por consequência, da pedagogia.”

(LIBÂNEO, 2008, pg. 12)

3.1 – Pedagogo em espaço formal e não formal

A pedagogia e seu objeto de estudo - a educação - não são colocadas

em prática apenas em ambientes escolares. Também podem ser vistas em

espaços extraescolares. Segundo Libâneo (2008), a educação pode ser

dividida em educação intencional e educação não intencional.

3.1.1. Educação intencional

• Formal: É onde ocorre o ensino que foi preparado intencionalmente,

com características didáticas pedagógicas. Pode ocorrer na escola

convencional ou fora dela, como por exemplo em cursos, de modo não

convencional, desde que tenha sido antecipadamente planejada e com

intenção educativa explicitada.

• Não formal: Dentro também da educação intencional, ela ocorre em

movimentos ou atividades com cunho pedagógico, porém não formalizada,

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como por exemplo: museu, teatro e centros culturais. Inclusive pode haver

práticas não formais dentro da escola, tais como, visita ao planetário ou ao

zoológico.

3.1.2. Educação não intencional

• O que impera nesta prática é sua informalidade, a relação do cidadão

com o meio em que se vive, colhendo experiências e cultura. Mesmo sendo

não intencional, há também nessa prática métodos educativos que influenciam

na formação do indivíduo.

“Num sentido mais amplo, a educação abrange o

conjunto das influências do meio natural e social que

afetam o desenvolvimento do homem na sua relação

ativa com o meio social. Os fatores naturais como o clima,

a paisagem, os fatos físicos e biológicos, sem dúvida

exercem uma ação educativa. Do mesmo modo, o

ambiente social, político e cultural implicam sempre mais

processos educativos, quanto mais a sociedade se

desenvolve. Os valores, os costumes, as ideias, a

religião, a organização social, as leis, o sistema de

governo, os movimentos sociais, as práticas de criação de

filhos, os meios de comunicação social são forças que

operam e condicionam a prática educativa. A despeito

desse grande poder dessas influências, boa parte delas

ocorrem de modo não-intencional, não sistemático, não-

planejado.” (LIBÂNEO, 2008, pg. 87)

Neste contexto, a educação como objeto de estudo da pedagogia não é

feita apenas em caráter formal. A educação como prática à parte já foi

pensada e hoje ela é vista andando em conjunto com a sociedade, o meio

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ambiente, a cultura e a política. E, por isso, toda a sua atuação fora da prática

escolar não pode ser desconsiderada.

3.2 – Pedagogia empresarial

Como já citado no presente trabalho, o curso de Pedagogia habilita os

profissionais do âmbito da educação a diversas áreas de atuação, em

contextos escolares e não escolares. De acordo com as Diretrizes Curriculares

Nacionais do curso de Pedagogia (2005):

“O curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se à

formação de professores para exercer funções de

magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do

Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na

modalidade Normal, de Educação Profissional na área de

serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais

sejam previstos conhecimentos pedagógicos” (pg. 20,

grifo meu).

A atuação do pedagogo se estende para além da sala de aula. Pode-se

apontar outras atuações de um profissional de pedagogia, como por exemplo:

pedagogia empresarial, supervisão educacional, administração e

gerenciamento escolar, pedagogia hospitalar, orientação educacional,

pedagogia social em ONG’s, movimentos sociais, bem como quaisquer outras

modalidades nas quais estejam previstas competências pedagógicas. “Sendo

assim, o campo de atuação do profissional formado em Pedagogia é tão vasto

quanto são as práticas educativas na sociedade” (LIBÂNEO, 2008, pg. 51).

A Pedagogia Empresarial será abordada com mais enfoque para que se

tenha um maior conhecimento sobre a atuação de um profissional com esta

qualificação.

26

O pedagogo empresarial é o profissional que geralmente é encontrado

na área de Recursos Humanos, trabalha com o desenvolvimento da formação

humana e de suas competências – conhecimentos (saber teórico), habilidades

(saber fazer) e atitudes (saber agir). Isso é importante para quem almeja

melhorias na produtividade (RIBEIRO, 2010).

Esse profissional é novo na área empresarial, pois a empresa hoje visa

a capacitação de seus colaboradores e contratam esses profissionais. Mas não

foi sempre assim. Até pouco tempo, a empresa tinha uma abordagem

tradicional, onde “o pensamento (tomada de decisão) é totalmente separado

da execução. As pessoas que trabalham na empresa devem trabalhar e não

pensar. Simplesmente, devem executar.” (CHIAVENATO, 1992, pg. 11).

“Todos os funcionários podem e devem se desenvolver.

Na abordagem tradicional, o desenvolvimento gerencial

era reservado apenas a uma pequena fatia do pessoal:

apenas os níveis mais elevados. Com a redução de níveis

hierárquicos e a formação de equipes de trabalho, os

empregados passaram a ter maior participação nos

objetivos de seus cargos e maior preocupação com a

qualidade e com os clientes. Hoje, as organizações estão

exigindo novas habilidades, conhecimentos e

capacidades de todas as pessoas. E o desenvolvimento

passou a envolver a totalidade dos funcionários.”

(CHIAVENATO, 1999, pg. 322 e 323).

De acordo com Chiavenato (1992), a empresa que tinha seu modelo

tradicional passou para o qual temos hoje, um modelo mais humanizado. Esse

processo foi devido a três grandes passos da teoria administrativa. No

presente trabalho cabe citar um deles: a “concepção mais humana a respeito

do comportamento das pessoas dentro das organizações” (pg. 11). Um fator

27

importante para essa concepção foi a percepção da empresa de não mais

trabalhar com funcionários-máquinas, mas sim com colaboradores.

Em vista da grande concorrência e competitividade da nossa sociedade

capitalista, as empresas tiveram que se adequar. Mudou-se do modelo

tradicional para um modelo mais preocupado com as pessoas. E, para que

isso ocorresse, foi necessário inovar, torna-se mais flexível e adaptável às

transformações do mundo que vivenciamos.

Com isso, as empresas foram se adequando, e, aos poucos, foram em

busca por melhorias. Observaram a importância do departamento de Recursos

Humanos, de suas capacidades e potencialidades. E, para obter a valorização

dos seus colaboradores, as empresas vêm cada vez mais investindo em

pedagogos empresariais.

As responsabilidades de um Pedagogo Empresarial na empresa são,

segundo Holtz (2006, pg. 15):

“1. Conhecer e encontrar as soluções práticas para as

questões que envolvem a otimização da produtividade

das pessoas humanas - o objetivo de toda Empresa.

2. Conhecer e trabalhar na direção dos objetivos

particulares e sociais da Empresa onde trabalha.

3. Conduzir com atividades práticas, as pessoas que

trabalham na Empresa - dirigentes e funcionários - na

direção dos objetivos humanos, bem como os definidos

pela Empresa.

4. Promover as condições e atividades práticas

necessárias - treinamentos, eventos, reuniões, festas,

feiras, exposições, excursões, etc..., ao desenvolvimento

integral das pessoas, influenciando-as positivamente

28

(processo educativo), com o objetivo de otimizar a

produtividade pessoal.

5. Aconselhar, de preferência por escrito, sobre as

condutas mais eficazes das chefias para com os

funcionários e destes para com as chefias, a fim de

favorecer o desenvolvimento da produtividade

empresarial.

6. Conduzir o relacionamento humano na Empresa,

através de ações pedagógicas, que garantam a

manutenção do ambiente positivo e agradável,

estimulador da produtividade.”

A partir das responsabilidades citadas por Holtz, compreende-se a

importância de um pedagogo empresarial em um ambiente corporativo. E, para

qualquer função e responsabilidade que este profissional possa exercer, é

fundamental que haja um bom relacionamento humano dentro da empresa.

Nessa hora entra o profissional de Pedagogia Empresarial com objetivo de

desenvolver as capacidades humanas, através das Relações Humanas dentro

de uma instituição para tornar o processo produtivo da empresa eficaz.

3.2.1. Relações Humanas dentro da empresa

A definição de Relações Humanas pode ser bem colocada através do

conceito de Holtz (2004) “Relações Humanas é a expressão que usamos em

Pedagogia Empresarial, para designar os resultados da comunicação e as

suas consequências” (pg. 09). Para um maior entendimento sobre as Relações

Humanas, é importante entender o conceito de comunicação, que, segundo

Chiavenato (1992),

“Comunicação é o processo de transmissão de uma

informação de uma pessoa para outra, sendo então

compartilhada por ambas. Para que haja comunicação, é

29

necessário que o destinatário da informação a receba e

compreenda.” (pg. 114)

Com o conceito acima, conclui-se que para ter comunicação é

necessário existir no mínimo duas pessoas e que a comunicação em si tenha

sido compreendida. De acordo com Holtz (2004), o processo de comunicação

é constituído por cinco etapas:

1- Emissor: é a pessoa que emite a mensagem.

2- Mensagem: é o conteúdo (opiniões, conhecimentos, sentimentos).

3- Canal: é o meio de emitir a mensagem.

4- Receptor: é a pessoa que recebe a mensagem.

5- Ruídos: é toda interferência que distorce o sentido da mensagem.

Com o processo citado, compreende-se que para que haja

comunicação, o que deve ser realizado por no mínimo duas pessoas, é

necessário que o emissor emita a mensagem ao receptor por meio de um

canal. O problema é quando ocorrem ruídos na mensagem, contorcendo-a.

Isso pode ocorrer devido a vários fatores, tais como informações ambíguas,

barulhos e interferências. Esse tipo de ocorrência pode trazer consequências

negativas para a empresa e o pedagogo empresarial pode intervir trabalhando

e visando melhorias através das relações humanas.

As relações humanas aparecem justamente para tornar o processo de

comunicação claro, sem nenhum ruído. As comunicações têm geralmente

algum grau de ruído e suas consequências podem ser minimizadas se

trabalhadas, tornando a mensagem clara.

Tornar as comunicações sem ruídos é um grande obstáculo, pois os

seres humanos são diferentes. Cada indivíduo é formado por um conjunto de

situações que o levaram a ser quem ele é naquele momento, influenciado por

experiências que vivenciou ao longo da vida. Toda essa trajetória traçada por

30

um indivíduo é diferente do que outro passou. Conclui-se que pode existir um

mesmo objeto que se olhado por uma pessoa ela vê de um jeito e outra

pessoa vê o mesmo objeto de outro jeito. Segundo Holtz (2008), “onde se

encontram dois indivíduos, há dificuldades de relações humanas” (pg. 05).

Cada pessoa tem uma experiência própria de vida e como as ideias podem ser

distintas pode não haver uma boa comunicação, em quaisquer espaços e

tempos, e a empresa não é uma exceção. “As pessoas nunca têm objetivos e

interesses idênticos. As diferenças de objetivos e interesses individuais sempre

produzem alguma espécie de conflito.” (CHIAVENATO, 1994, pg. 168).

Dependendo da gravidade do ruído, o conflito entre pessoas pode ter

um grau elevado e muitas vezes são inevitáveis. Porém, “a questão primordial

é como administrar o conflito de forma a aumentar os efeitos construtivos e a

minimizar os efeitos destrutivos” (CHIAVENATO, 1994, pg. 177). Portanto, para

que se obtenha um bom relacionamento na equipe, a fim de atingir objetivos

comuns na empresa, é necessário que haja qualidade na comunicação,

através da cooperação e confiança entre os membros. Solucionar os

problemas trará um maior rendimento para a empresa.

O pedagogo empresarial é um profissional visado para trabalhar em

instituições, pois, com a gama de conhecimentos adquiridos ao longo de sua

formação, ele é um profissional versátil. E as empresas em constantes

mudanças necessitam de profissionais multifuncionais. Além disso, é de suma

importância que ele conheça a empresa através de sua cultura e clima

organizacional, seus colaboradores, objetivos, metas, e enfim a empresa como

um todo. Sendo assim, ele está capacitado para conduzir e orientar o

comportamento das pessoas para atingir os objetivos da empresa com

qualidade. O pedagogo empresarial é uma peça fundamental para a empresa.

31

CONCLUSÃO

Este trabalho mostrou como o pedagogo empresarial é inserido no

ambiente corporativo. Mais ainda, explicou como o conceito por trás deste

profissional evoluiu ao longo do tempo, remontando a eras remotas.

Houve uma época em que pedagogos atuavam apenas em ambientes

de ensino de conhecimento. No decorrer dos tempos, o pedagogo foi

adquirindo uma maior abrangência para atuar em outros ambientes e, mesmo

que ainda seja largamente associado à educação formal, tradicional e escolar,

novos horizontes se abrem para estes profissionais em outros tipos de

ambientes.

Um dos ambientes de atuação do pedagogo é a empresa, onde atuará

como pedagogo empresarial. Esse profissional é novo no mercado, pois as

empresas não tinham interesses nas habilidades humanas. Porém, devido à

globalização, ocorreram transformações nas instituições.

Essa reestruturação que ocorreu nas empresas fizeram elas se

preocuparem com o desenvolvimento integral de seus colaboradores e contar

com os “Recursos Humanos como seu diferencial.” (COSTA, 2012, pg. 05).

Como vertente da pedagogia, o pedagogo empresarial é o profissional

que trabalhará com o desenvolvimento de pessoas. Com suas habilidades, é

capaz de fazer na empresa uma mudança construtiva a fim de tornar o

desempenho do trabalho mais produtivo. Mais ainda, o pedagogo empresarial

também atua como mediador de conflitos entre colaboradores ou equipes

inteiras. Portanto, é fundamental que esse profissional seja sobretudo

equilibrado e atento às necessidades do ambiente no qual está inserido.

O pedagogo empresarial hoje é muito visado pelas empresas também

devido à pluralidade dos seus conhecimentos adquiridos ao longo da sua

32

formação. A tendência é que a demanda por este profissional cresça, já que

ele é capaz de melhorar a produtividade dos demais colaboradores por meio

da condução, da orientação e do desenvolvimento comportamental. Afinal, em

um mundo onde as competições de negócios se acirram cada vez mais, as

empresas precisam manter suas políticas internas em equilíbrio para que

possam se concentrar nos fatores externos e maximizar seus objetivos.

33

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