DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · despejo de efluentes não integralmente tratados...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
TRATAMENTO DE EFLUENTES – AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE
ESTAÇÕES DE TRATAMENTO COMPACTAS
Por: Monique Lourenço Lopes
Orientador
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2014
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
TRATAMENTO DE EFLUENTES – AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE
ESTAÇÕES DE TRATAMENTO COMPACTAS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada
como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Gestão de Sistemas Integrados de
QSMS/SGI.
Por: Monique Lourenço Lopes.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus pelo dom da vida, proteção, por me proporcionar conhecimento e me guiar à conclusão de mais uma importante etapa
da minha vida.
Ao meu orientador professor Jorge Tadeu pelo auxílio na realização deste trabalho.
Ao meu esposo pelo carinho e incentivo.
À minha família, pais e filho pela paciência e compreensão nos momentos de ausência, em especial aos momentos dedicados aos estudos para elaboração deste
trabalho.
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DEDICATÓRIA
A Deus, porque dele, por Ele e para Ele são
todas as coisas.
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RESUMO
Lidando com a geração de toneladas de resíduos em suas obras, por vezes
tem-se como secundária a questão que versa sobre tratamento de efluentes
sanitários. No entanto, é consenso doutrinário que os impactos causados pelo
despejo de efluentes não integralmente tratados são significativos e, em adição,
quase sempre extrapolando a esfera local. Assim sendo, imprescindível estudar o
desempenho atual da gestão de efluentes, bem como propor, em sendo pertinente,
melhorias operacionais e tecnológicas. Este trabalho tem por objetivo comparar a
eficácia dos sistemas de tratamento de efluentes sanitários utilizados em canteiros
de obra, fornecendo informações reais do desempenho de três processos de
tratamento, em termos de eficiência de remoção alcançada. Foram avaliados três
sistemas de tratamento de efluentes sanitários compactos implantados em uma
unidade industrial. As mesmas são constituídas de reator anaeróbico de fluxo
ascendente, tendo sido realizado levantamento conciso das Estações de
Tratamento implantadas, a constituição do esgoto à montante e à jusante das
mesmas, por meio das análises das amostras colhidas. Os resultados apresentam
adequada eficiência do processo em tratamento de Estações de Tratamento de
efluentes sanitários de baixo custo.
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METODOLOGIA
O presente trabalho tem cunho qualitativo, utiliza-se de dados primários
(laudos com resultados das análises de efluentes dos sistemas apresentados) e
secundários (fontes bibliográficas através da análise de livros e pesquisa
documental através de manuais das estações de tratamento buscando analisar
conceitos e Legislação aplicável).
O período de abrangência dos dados experimentais de monitoramento das
ETEs variou durante o período de Setembro de 2012 a Agosto de 2013. Foram
coletadas doze amostras de efluentes a montante e a jusante dos sistemas “A”
(EMPRESA A), “B” e “C”, todos fundados no clássico “fossa-filtro”, típico de
canteiros de obra, as quais foram levadas para análise em laboratórios
credenciados, onde foram realizadas as análises dos efluentes de acordo com a
legislação aplicável, considerando-se, com maior vigor, a remoção de DBO. Os
resultados foram analisados através de média aritmética de acordo com os valores
de eficiência de remoção obtidos.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - Tratamento de Efluentes – Levantamento bibliográfico 11
CAPÍTULO II - Tratamento de Efluentes – Apresentação dos sistemas 22
CAPÍTULO III – Tratamento de Efluentes – Levantamento dos resultados 34
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39
ÍNDICE 42
8
TERMINOLOGIAS
DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) – Quantidade de oxigênio utilizada na
oxidação bioquímica da matéria orgânica suscetível à decomposição por ação
microbiana, presente num efluente.
DQO (Demanda Química de Oxigênio) – Quantidade de oxigênio utilizada na
oxidação bioquímica da matéria orgânica pouco suscetível à decomposição por
ação microbiana, presente num efluente (não biodegradável).
EE – Estação elevatória.
EFLUENTES – Descartes líquidos gerados pelos processos e atividades inerentes
da Engenharia.
ETE – Estação de Tratamento de Efluentes.
FILTRO ANAERÓBIO – Unidade destinada ao tratamento de esgotos, mediante
afogamento do meio biológico filtrante.
MBAS - Substâncias reativas ao azul de metileno.
OD – Oxigênio dissolvido.
RAFA – Reator anaeróbio de fluxo ascendente. Unidade de sedimentação e
digestão, geralmente fechada, de fluxo ascendente e contínuo.
SST – Sólidos suspensos totais.
ZOOGLÉIAS – Colônias anaeróbias gelatinosas aderidas ao meio fixo.
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INTRODUÇÃO
Uma estação de tratamento de efluentes tem por objetivo reduzir a carga
contaminante ou poluente de esgotos, tendo-se sempre em vista a finalidade e a
qualidade da água do corpo receptor, visando, por consequência, a não degradação
e à ausência de riscos ao meio ambiente, em geral, e ao homem, em particular.
O impacto do lançamento de efluentes originados de estações de tratamento
de esgotos em corpos d'água é motivo de grande preocupação. Por este motivo
existe uma série de legislações ambientais, estabelecendo critérios que procuram
influir tanto na seleção dos locais de descarga quanto no nível de tratamento exigido
para garantir que os impactos ambientais provocados pela disposição destes
efluentes tratados sejam aceitáveis. É consenso doutrinário que os impactos
causados pelo despejo de efluentes não integralmente tratados são significativos e,
em adição, quase sempre extrapolando a esfera local.
Assim sendo, imprescindível estudar o desempenho atual da gestão de
efluentes, bem como propor, em sendo pertinente, melhorias operacionais e
tecnológicas.
A disposição adequada dos esgotos é também essencial à proteção da saúde
pública e do meio ambiente. São inúmeras as doenças que podem ser transmitidas
pela falta da disposição adequada de esgoto sanitário (NUVOLARI, 2003). Segundo
a FUNASA (2004), sob o aspecto sanitário, o destino adequado dos dejetos
humanos, visa, fundamentalmente, aos seguintes objetivos:
- Evitar a poluição do solo e dos mananciais de abastecimento de água;
- Evitar o contato de vetores com as fezes;
- Propiciar a promoção de novos hábitos higiênicos na população;
- Promover o conforto e atender ao senso estético.
Desta forma, a gestão de efluentes tem por finalidade: - Identificar os efluentes gerados;
- Coletar e transportar os efluentes para locais de tratamento adequados;
- Tratar os efluentes para enquadrá-los nos padrões legais;
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- Promover a destinação final do efluente tratado de forma legal e
ambientalmente segura.
Os lançamentos de efluentes líquidos em um curso d’água podem resultar em
variações de suas características, mensuradas por parâmetros tais quais o pH,
temperatura, entre outros. Os seres vivos que dependem direta ou indiretamente
deste curso d’água sofrerão, com maior ou menor intensidade, as consequências
destas variações.
O presente trabalho tem como finalidade comparar a eficácia de tratamento
de efluentes sanitários de três sistemas compactos existentes em uma unidade
industrial, a fim de verificar qual (ou quais) os mais eficazes em sua (s) tarefa(s).
Sendo necessário levantar os tipos de tratamento existentes nos canteiros de obra,
dados sobre a coleta e análise de efluentes, comparar os resultados das análises e
estudar comparativamente a eficácia de tratamento de efluentes sanitários dos
diversos sistemas compactos existentes no empreendimento.
Segundo a NT202, um efluente que não atenda às condições que lhe são
impostas deve ser tratado sendo necessária a implantação de um sistema de
tratamento adequado às características do mesmo.
O processo biológico, que ocorre na presença de oxigênio livre, denominados
aeróbios, é o mais utilizado e conhecido. A implantação de sistemas com processos
aeróbios oferecem poucos riscos de investimento, contudo são necessários
equipamentos como aeradores que demandam energia e, o lodo, sendo gerado
como subproduto, ainda é passível de decomposição por ação biológica.
(CHERNICHARO, 2000). Outro processo de decomposição biológica ocorre na
ausência de oxigênio livre e denomina-se processo anaeróbio. Segundo
Chernicharo (2000), ele pode apresentar como subproduto o gás metano que é
utilizado como fonte de energia.
No primeiro capítulo deste trabalho, foi realizado levantamento bibliográfico
contemplando o tratamento de efluentes, condições requeridas para a eficácia do
mesmo, legislação pertinente e os impactos causados pela falta de controle e
despejo dos esgotos não tratados. No segundo capítulo foi abordada a estrutura de
cada sistema de tratamento de efluentes e no terceiro capítulo realizado o
levantamento e avaliação dos resultados obtidos.
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CAPÍTULO I
TRATAMENTO DE EFLUENTES
LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
1.1 Tratamento de Efluentes
O objetivo de uma estação de tratamento de efluentes é tratar o
esgoto sanitário, removendo suas cargas poluidoras e permitindo o descarte
da água em outros corpos ou fluxos de água, de acordo com os padrões permitidos
pela legislação vigente, gerando da água de reuso.
Von Sperling (1996) cita que os aspectos importantes na seleção de sistemas de
tratamento de esgotos são: eficiência, confiabilidade, disposição do lodo, requisitos
de área, impactos ambientais, custos de operação, custos de implantação,
sustentabilidade e simplicidade. Cada sistema deve ser analisado individualmente,
adotando-se a melhor alternativa técnica e econômica.
A ETE biológica de lodos ativados trata efluentes de origem sanitária, onde ocorre à
depuração das cargas poluidoras Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e
Demanda Química de Oxigênio (DBO), através da micro fauna existente.
1.2 Condições requeridas por bactérias anaeróbias
Segundo Nuvolari (2003), as bactérias na sua grande maioria são
unicelulares procariontes se reproduzem por divisão celular, possuem tamanho de
0,5 a 1 たm, são filamentosas e sua absorção de nutrientes se da pela membrana
celular, os fungos sob certas condições aparecem, mas, são indesejáveis e a
maioria é filamentosa.
O processo de tratamento biológico pode se desenvolver de várias formas,
todas derivadas de processos que ocorrem naturalmente na natureza, os quais são
acelerados nos processos artificiais de tratamento devido ao controle da ação de
microorganismos sobre o substrato, as quais se subdividem da seguinte forma:
- Processos aeróbicos (disponibilidade de oxigênio livre);
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- Processos anaeróbicos (ausência total de oxigênio);
- Processos anóxicos (carência de oxigênio livre);
- Combinação entre os processos.
As bactérias, fungos, protozoários, vírus e algas são os microrganismos mais
importantes no esgoto sanitário (NUVOLARI, 2003).
1.2.1 Microorganismos
A biodegradação da matéria orgânica é intermediada por microorganismos
classificados como decompositores, que metabolizam carboidratos, proteínas,
gorduras, ácidos nucléicos e outros compostos orgânicos transformando-os em
meio aeróbico, gás carbônico e água, e em meio anaeróbio, também em metano.
1.2.3 Bactérias
Bactérias são organismos procarióticos unicelulares que se reproduzem por
fissão binária, suas dimensões variam de acordo com a forma.
O pH ótimo de crescimento de bactérias varia entre 6,5 e 7,5. Bactérias não
suportam pH acima de 9,5 ou abaixo de 4,0.
As bactérias encontradas com mais frequência no processo de lodos ativados
são principalmente as bactérias filamentosas, sendo as heterótrofas as mais
importantes em tratamento biológico.
1.2.4 “Bulking” Filamentoso
Os filamentos (Figura 1) se desenvolvem em excesso devido a falta de
nutrientes e/ou falta de OD, se alimentam basicamente de bactérias que se
encontram em suspensão no “liquor”, removendo assim, grande parte da turbidez do
efluente final. Contudo são muito sensíveis a alterações nas características do
afluente e na operação de sistemas de lodos ativados.
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Figura 1 – Bactérias filamentosas (extraída de LOMBARDI, 2010).
Segundo LOMBARDI (2010), o problema de bulking filamentoso em estações
de tratamento de efluentes tem como consequência, além da má decantabilidade
dos sólidos, a perda de eficiência de remoção de DQO, DBO que contribui
negativamente para a qualidade do efluente tratado e consequentemente em
prejuízos para o corpo receptor.
1.2.5 “Pin-Floc”
Os “Pin-Flocs” são pequenos e sem filamentosas. Nos decantadores
secundários decantam lentamente, não proporcionando o tempo necessário à
adsorção, gerando um efluente final turvo e de má qualidade, comuns em lodos com
idade elevada.
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Figura 2 – Pin Floc (Extraída de FAVARO, 2012).
Segundo SANTI (2013). O arraste de sólidos pode ser ocasionado por seis
problemas principais: bulking filamentoso, o problema mais comum (46%); pin floc
(23%), crescimento disperso (15%), escuma (8%), bulking viscoso (8%) e
desnitrificação. A Tabela 1 apresenta as causas e efeitos causados pelas bactérias.
Tabela 1 - Causas e efeitos causados pelas bactérias.
Tabela 1 – Causas e efeitos causados pelas bactérias (extraída de FÁVARO, 2012).
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2.1 Impactos causados pela poluição.
O despejo de dejetos como, por exemplo, o esgoto não tratado, efluentes
industriais entre outros, contribuem para o processo de eutrofização. Processo este
normalmente causado pelo homem, contudo é possível que seja causado por ordem
natural, tendo como princípio a concentração de matéria orgânica em ambientes
aquáticos.
Durante o processo de eutrofização, também conhecido como eutroficação, a
grande quantidade de fosfato e nitrato contribui para o aumento de algas que
habitam na superfície da água, formando uma densa camada que impede a
penetração da luminosidade ocasionando a eutrofização como demonstrado na
figura 3.
Figura 3 – Lagoa eutrofizada no Rio de Janeiro (extraída de Langanke)
Devido à falta de penetração da luminosidade, não é possível a realização da
fotossíntese pelos organismos presentes nas camadas mais profundas, o que
ocasiona a morte das algas, a proliferação de bactérias decompositoras e o
aumento do consumo de oxigênio por estes organismos. Esse fenômeno também é
prejudicial aos mamíferos aquáticos e peixes que não conseguem sobreviver devido
ao baixo suprimento de oxigênio.
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Em virtude da morte destes, aumenta ainda mais o teor de matéria orgânica
no meio e de agendes decompositores (bactérias anaeróbias), que atuam na
degradação da matéria morta liberando toxinas e agravando mais a situação dos
ambientes afetados (FONSECA, 2008). A eutrofização causa a destruição da fauna
e da flora dos ambientes aquáticos, compromete toda a cadeia alimentar, além de
alterar a qualidade da água, transformando-os em esgoto a céu aberto o que os
torna impróprio para o ser humano. A figura 4 apresenta o processo de eutrofização
e o esquema da consequência de eutrofização é apresentado na figura 5.
Figura 4 – Processo de eutrofização (extraído de REIMERS, 2013).
Figura 5 – Esquema da consequência de eutrofização (adaptada de QUADROS, 2011).
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Além disso, podemos considerar os problemas estéticos, diminuição do uso
da água para recreação, crescimento excessivo da vegetação e maus odores.
A figura 6 apresenta a evolução do processo de eutrofização de um lago ou
represa considerando as ocupações por matas e florestas, por agricultura ou por
ocupação humana.
Figura 6 - Evolução do processo de eutrofização de um lago ou represa (extraído de SPERLIN, 1996).
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3.1 Controle
Para controle da eutrofização podem ser usadas técnicas preventivas ou
corretivas. As preventivas baseiam-se em reduzir o fornecimento dos nutrientes para
o ambiente aquático controlando o esgoto urbano ou tratando os efluentes
industriais.
Para Quadros (2011) os métodos usados para combater a eutrofização das águas são:
- Arejamento artificial: Introdução de ar comprimido rico em oxigênio.
- Dragagens dos sedimentos: Remoção do fundo aquático, mas pode também
aumentar a eutrofização ou ainda aumentar a turvação da água.
- Remoção das plantas.
- Tratamentos químicos: À base de herbicidas e algicidas e estes podem
ser extremamente tóxicos para os outros seres vivos aquando usado
em concentrações elevadas.
Quanto às corretivas, podem ser utilizados reagentes para diminuir a
disponibilidade de fósforo e colheita das algas existentes na superfície. Cabe
ressaltar que materiais de limpeza utilizados em residências como detergentes, por
exemplo, atrapalham esse processo. O ideal é que seja dada preferência a produtos
de limpeza biodegradáveis.
Sperling (1996) recomenda que sempre que possível, deve-se dar grande
ênfase aos métodos preventivos, usualmente aos mais baratos e eficazes. Dentre
esses cita:
Controle dos esgotos através de tratamento dos mesmos a nível terciário com
remoção de nutrientes, tratamento convencional dos esgotos e lançamento à
jusante, exportação dos esgotos para outra bacia hidrográfica que não possua lagos
ou represas e infiltração dos esgotos no terreno.
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3.2 A falta de controle
Estabelecer controles é fundamental para que não haja o processo de
eutrofização nos meios aquáticos. Tendo em vista que nem sempre é possível ou
viável recuperar o meio, por envolver questões de engenharia, questões sociais e
questões políticas. Cito o caso da Lagoa Rodrigo de Freitas que antes do início do
século XIX, seu ecossistema natural apresentava boa qualidade do recurso hídrico e
com a chegada da Família Real para o Brasil e a urbanização que sofreu, obteve
consequências negativas devido à falta de controle e tratamento quando do despejo
de esgoto sem tratamento. As figuras 7 e 8 apresentam a Lagoa na década de 60 e
no ano de 2010 respectivamente.
Figura 7 – Lagoa Rodrigo de Freitas (extraída DELAMONICA,2011).
Figura 8 – Lagoa Rodrigo de Freitas e a morte de peixes (extraída de CARPES, 2013).
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4.1 Legislação Ambiental
A avaliação da legislação é importante, pois estabelece parâmetros no que
diz respeito às concentrações de carga orgânica lançados no corpo receptor. A
Resolução Conama nº 357 de 2005, alterada pela Resolução 410/2009 e pela
430/2011, estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes,
classificação dos corpos de água, diretrizes ambientais para o seu enquadramento e
dá outras providências.
Seu artigo 38 § 2º estabelece que nas bacias hidrográficas em que a
condição de qualidade dos corpos de água esteja em desacordo com os usos
preponderantes pretendidos, deverão ser estabelecidas metas obrigatórias,
intermediárias e finais, de melhoria da qualidade da água para efetivação dos
respectivos enquadramentos, excetuados nos parâmetros que excedam aos limites
devido às condições naturais.
4.1.1 Política Nacional de Meio Ambiente
Estabelecida pela Lei Federal nº 6.938, de 31.08.1981, a Política Nacional de
Meio Ambiente (PNMA) tem por objetivo, nos termos do art. 2º: a preservação,
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar,
no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.
A PNMA indica a definição para termos ambientais, tais como: meio ambiente,
poluição, poluidor, recursos ambientais e degradação da qualidade ambiental,
dentre outras. Cria, ainda, o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA).
De acordo com o Artigo 6º o SISNAMA é constituído especialmente de:
- Órgão Superior: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA);
- Órgão Central: a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA);
- Órgãos Setoriais (órgãos ou entidades integrantes da Administração Pública
Federal, direta ou indireta, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público,
cujas entidades estejam, total ou parcialmente, associadas às de preservação da
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qualidade ambiental ou de disciplinamento do uso de recursos ambientais) e Órgãos
Seccionais (órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de
programas e projetos e de controle e fiscalização das atividades suscetíveis de
degradarem a qualidade ambiental);
- Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo controle e
fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas áreas de jurisdição.
Quanto aos municípios, os §§ 2º e 3º do citado art. 6º determinam:
§ 2º - Os Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais,
também poderão elaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior.
§ 3º - Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais mencionados neste artigo
deverão fornecer os resultados das análises efetuadas e sua fundamentação,
quando solicitados por pessoa legitimamente interessada.
Segundo o INEA, os sistemas de coleta e tratamento de esgotos sanitários,
estão sujeitos ao licenciamento ambiental.
4.1.2 Licenciamento Ambiental
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) estabeleceu, em seu Art. 10,
que: a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e
atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou
potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar
degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento por órgão estadual
competente, integrante do SISNAMA, sem prejuízo de outras licenças exigíveis.
O licenciamento ambiental é o procedimento administrativo por meio do qual o órgão
ambiental autoriza a localização, instalação, ampliação e operação de
empreendimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental.
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CAPÍTULO II
TRATAMENTO DE EFLUENTES
APRESENTAÇÃO DOS SISTEMAS
1. Tratamento de Efluentes na Empresa A A unidade de tratamento da estação e seus componentes são apresentados
a seguir, assim como todo o percurso do efluente durante o tratamento, de acordo
com o manual de operação da estação (Manual ETECH 100 a 600 – TECNIPLAS
2011).
O objetivo principal do tratamento proposto é reduzir a concentração de
sólidos em suspensão, material orgânico biodegradável e os organismos
patogênicos. Remoção de nutrientes (em especial nitrogênio e fósforo) não é
contemplada no tratamento.
Com este objetivo, o tratamento principal dos esgotos é feito através de
Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente, seguido de Reator Aeróbio de Fluxo
Ascendente e Câmara de Sedimentação. O sistema propõe-se remover matéria
carbonácea e sólidos em suspensão, através de tratamento biológico, seguido por
desinfecção, para eliminação de patogênicos, antes da disposição final. O Sistema é
precedido de um pré tratamento através de gradeamento visando à retirada de
objetos grosseiros presentes no esgoto, seguida de desarenação para reter os
sólidos inorgânicos sedimentáveis, evitando que entrem nas unidades de tratamento
biológico e na Elevatória de Esgotos (EE).
A tecnologia anaeróbia se destaca pela sua eficiência na remoção de matéria
orgânica (DBO/DQO) e sólidos suspensos totais (SST). Dentre as variantes da
tecnologia, temos os reatores anaeróbios de fluxo ascendente através de leito de
lodo que apresentam grandes vantagens:
- Curto tempo de detenção ocasionando pequenos volumes e áreas;
- Produzem pouco lodo, e o gerado é estabilizado;
- Não consomem energia;
- Não necessitam de equipamentos eletromecânicos;
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- Requerem construção e operação simples;
- O controle de odores é mais facilmente controlado;
- Baixo custo de manutenção.
Parâmetros físico-químicos aceitáveis no efluente bruto para obtenção da
eficiência que atenda a Resolução CONAMA 397/2008 e CONAMA 430/2011.
- DBO, que deve atender não somente à eficiência de remoção exigida pela
deliberação CECA 4886/07, como também ao limite máximo de lançamento
imposto pelo mesmo instrumento jurídico e pela seção III da resolução
CONAMA 430/11;
- RNFT, atendendo-se ao limite de lançamento imposto pela deliberação CECA
4886/07;
- pH, atentando-se para os limites da NT 202 (1986) e Resolução CONAMA
430/11;
- Temperatura, cujo limite é comum às três normas que versam sobre referido
parâmetros físicos;
- Materiais Sedimentáveis, cujo lançamento é limitado pela NT 202 (1986), e
pela Resolução CONAMA 430/11;
- Materiais Flutuantes, cujo lançamento é limitado pelas mesmas normas que
impõem restrições a materiais sedimentáveis;
- Óleos Minerais, de limite para lançamento determinado pela NT 202 (1986);
- Óleos Vegetais e Gorduras Animais, com limite definido pela NT 202 (1986);
- DQO, por imposição deste documento, visando ao monitoramento da carga
orgânica biodegradável e recalcitrante;
- MBAS: cujo limite é estabelecido pela NT-202.
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A avaliação da eficácia dos sistemas apresentados levará em consideração o limite mínimo de remoção de acordo com a Tabela 2. Tabela 2 – Relação entre número de colaboradores e eficiência mínima de remoção exigida.
Carga
Orgânica Bruta (Kg DBO/dia)
Número de funcionários para
canteiros SEM cozinha
Número de funcionários para
canteiros COM cozinha
Eficiência mínima de remoção (%)
C≤5 Até 200 Até 100 30A 5< C ≤ 25 De 201 a 1000 De 101 a 500 65
25 < C ≤ 80 De 1001 a 3000 De 501 a 1500 80
C > 80 Acima de 3000 Acima de 1500 85 A: Neste caso, a DBO máxima permissível é de 120 mg/L. Obs.: Nos casos em que haja refeitório sem atividade de limpeza/lavagem deve-se atender à segunda coluna, e
não à primeira.
1.1 Descrição do Tratamento - EMPRESA A
A Figura 9 apresenta o funcionamento da ETE da empresa A.
Figura 9 - Diagrama de funcionamento da ETE (extraída do Manual ETECH TECNIPLAS, 2011, p.6).
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1.1.1 Pré-Tratamento - Gradeamento / Decantador de areia / Calha Parshall
O esgoto bruto proveniente da rede de coleta é enviado para uma Elevatória
ou diretamente para a entrada da estação, o qual irá ingressar no tratamento
passando antes por uma Grade para Retenção de Sólidos, onde são retidos os
sólidos grossos e médios, passando posteriormente por uma Caixa Decantadora de
Areia. De acordo com o modelo da ETE, o efluente passará ou não por um medidor
de vazão tipo Calha Parshall logo na entrada da ETE.
1.1.2 Canal de chegada (gradeamento / caixa decantadora de areia)
O esgoto bruto passa primeiramente pelo gradeamento onde serão retidos os
objetos e sólidos grosseiros e em seguida, o efluente passa pela caixa decantadora
(figura 2) onde os sólidos inertes decantam ao longo da mesma, evitando a entrada
deste resíduo nos reatores o que prejudicará o processo de digestão microbiológica
uma vez que este sólido ocupará o lugar do lodo e formará o chamado “falso lodo”.
Este lodo indicará a necessidade de descarte, porém o lodo biológico (rico em
microorganismos que realizam o tratamento do efluente) também é descartado,
podendo desta forma influenciar na eficiência da ETE.
Figura 10 - Calha Parshall e Escala de Vazão em m³/h
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A figura 4 apresenta o medidor da escala de vazão da ETE da Empresa A.
Figura 11 - Escala de Vazão em m³/h
1.1.3 Tanque Reator - Reator Anaeróbio de fluxo ascendente
Ao atingir o topo do reator, o efluente passa por uma caixa de distribuição de
vazão ou é conduzindo por uma única tubulação até o fundo do reator, garantindo
assim uma distribuição eqüitativa do esgoto a ser tratado. Esta distribuição
equilibrada no fundo propicia a ocorrência do processo anaeróbio em todo o tanque,
evitando-se assim, zonas mortas ou sobrecarga de uma determinada área do reator.
O próprio esgoto em movimento ascendente forma uma manta de lodo com elevada
concentração de microorganismos anaeróbios, os quais são responsáveis pela
digestão da matéria orgânica, estabilizando-a e mineralizando-a. O lodo formado
age como meio filtrante ao mesmo tempo em que provê o substrato para os
microorganismos anaeróbios responsáveis pelo processo.
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1.1.4 Tanque Reator - Reator Aeróbio
O efluente que chega ao Reator Aeróbio é conduzindo até o fundo do reator
fluindo no sentido ascendente até o topo do Reator. No Reator Aeróbio, o efluente é
então submetido á ação do oxigênio presente no ar difuso que é introduzido por
todo o reator. Neste reator ocorre o desenvolvimento das bactérias aeróbias, cuja
função é promover o “Polimento do Efluente” reduzindo a cor e odor do efluente. O
oxigênio que nesse caso participará diretamente do processo de tratabilidade é
fornecido por Soprador de Ar e inserido no reator através de difusores de ar do tipo
membrana de bolha fina instalada no fundo do reator. No reator aeróbio existe uma
válvula de coleta de lodo situada no encostado do reator para fins de monitoramento
das características do lodo gerado no processo.
1.1.5 Tanque Reator - Câmara de Sedimentação
O efluente que chega a Câmara de Sedimentação é conduzindo até o fundo
do reator fluindo no sentido ascendente até o topo do Reator propiciando a
sedimentação dos sólidos presentes. Na câmara de sedimentação existem duas
válvulas de coleta de amostra situada no encostado do reator para fins de
monitoramento das características do lodo acumulado no processo e facilitar a
coleta de amostras para análise de laboratório. O efluente tratado é coletado junto à
superfície da câmara através de canaleta especifica que conduz o efluente até o
bocal de saída da estação.
1.1.6 Controle de Odores
O controle de odores gerados no reator anaeróbio é feito pelo soprador de ar
que captura estes gases e o conduz juntamente com o oxigênio para o reator
aeróbio. A mistura gás-ar criada no soprador estimula a oxidação dos Sulfetos e
após reagir com o meio líquido do reator aeróbio, o excedente de gás é
encaminhado para fora do reator aeróbio, sendo liberado para a atmosfera sem a
presença de fortes odores. A figura 12 apresenta o sistema de captação de gases
da ETE da empresa A.
28
Figura 12 - Captação de gases e filtro de ar do soprador
1.1.7 Desinfecção final
A desinfecção tem por objetivo a redução de coliformes totais e fecais
(indicadores de contaminação por dejetos humanos) dos efluentes das estações de
tratamento, de modo a alcançar níveis que atendam os índices preconizados pela
legislação vigente, eliminando ou inativando microrganismos patogênicos em função
da classificação do corpo receptor.
O efluente tratado que sai da Câmara de Sedimentação sofre uma
desinfecção através cloro (Figura 13) havendo um tempo de contato para que a
reação de desinfecção ocorra. A concentração de cloro “livre” no efluente tratado
deverá ser diminuída ou aumentada dependendo dos resultados obtidos através de
análises laboratoriais objetivando um teor de cloro residual de 0,5 a 1ppm.
29
Figura 13 – Clorador tipo pastilha 1.1.8 Tratamento do Lodo
O volume de lodo gerado no processo Anaeróbio, Aeróbio e Câmara de
Sedimentação, serão enviados para um Tanque de Acúmulo de Lodo ou Leito de
Secagem (Figura 14) de onde é retirado periodicamente e dado o destino conforme
legislação vigente.
Figura 14 – Tanque de acúmulo de lodo
30
1.2 ETE – Empresa A Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente, seguido de Reator Aeróbio de Fluxo
ascendente e Câmara de Sedimentação.
Sistema destinado a tratamento de efluentes de população estimada de 120
funcionários (Figura 15).
Figura 15 – Estação de Tratamento de Efluentes da Empresa A.
31
2.1 Descrição do Sistema de Tratamento - Empresa B Sistema anaeróbico: Tanque séptico (Fossa séptica) e filtro anaeróbico. Destinado a
tratamento de efluentes de população estimada de 300 funcionários (Figura 16).
Figura 16 – Sistema Fossa Filtro empresa B.
Os tanques sépticos são unidades de tratamento de esgoto compostos
basicamente de duas atividades: sedimentação de sólidos suspensos e digestão da
matéria orgânica presente, suas características apresentam escoamento horizontal
e contínuo. A baixa velocidade e alto tempo de permanência dos esgotos nestes
tanques permitem a separação de boa parte da fração sólida do líquido, propiciando
a digestão da matéria orgânica e o acúmulo de sólidos, isso permite que o líquido,
mais clarificado, seja destinado a uma disposição final mais adequada.
O processo de funcionamento das fossas sépticas inicia com a retenção do
esgoto que fica detido na fossa durante um período 24horas, aproximadamente.
32
Simultaneamente, acontece uma sedimentação do material sólido presente no
esgoto. Os sólidos sedimentados parcialmente decompostos acumulam-se no fundo
destes tanques, sendo mineralizados por ação bacteriana em atividade anaeróbica,
formando um semilíquido, denominado lodo, enquanto a outra parte, constituída
basicamente por graxas, óleos e outros materiais fluidos, mantem-se emersa. Esse
composto é chamado escuma.
Esse tipo de fossa consiste em um tanque enterrado, que recebe os esgotos
(dejetos e água servidas), retém a parte sólida e inicia o processo biológico de
purificação da parte líquida (efluente).
A digestão anaeróbica, presente em todo o processo de decomposição se
desenvolve mais intensamente no lodo sedimentado, por ação de bactérias
anaeróbicas e/ou facultativas, que atuam na ausência de oxigênio livre, reduzindo
as substâncias orgânicas a formas pouco oxidadas, porém mais estáveis. Anulando
parcial ou totalmente a ação dos microorganismos patogênicos.
Com isso, ocorre grande redução de sólidos, líquidos e estabilização dos
gases, o que permite que seus efluentes líquidos sejam dispostos com maior
segurança para o meio ambiente.
33
3.1 Descrição do Sistema de Tratamento - Empresa C Reator anaeróbico de fluxo ascendente (UASB) e RAFA Leito fixo (Filtro).
Destinado a tratamento de efluentes de população estimada de 700 funcionários.
Figura 17 – Sistema de tratamento de efluentes sanitários empresa C.
O sistema de tratamento utiliza Tratamento Biológico por digestão anaeróbia
da matéria orgânica através do uso de Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente de
Manto de Lodo e Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente de Leito Fixo. Tem como
objetivo receber o esgoto bruto (afluente) e submetê-lo a um processo de
degradação tal, que o esgoto tratado (efluente) possa ser lançado no corpo receptor
dentro dos parâmetros estabelecidos na Legislação.
34
CAPÍTULO III
TRATAMENTO DE EFLUENTES
LEVANTAMENTO DOS RESULTADOS
Deve ser atendido o controle de redução de carga orgânica biodegradável em
efluentes líquidos de origem sanitária, abrangendo todas as instalações com
sistemas de tratamento independentes.
Tabela 3 – Resultado das análises de efluentes referente ao período de Setembro de 2012 a Agosto de 2013.
DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (DBO)
MÊS / ANO ENTRADA (mg/l) SAÍDA (mg/l) REMOÇÃO (%)
SET/12 1200 420 65
OUT/12 650 130 80
NOV/12 780 85 89
DEZ/12 640 590 0
JAN/13 146,9 52,4 64
FEV/13 1678,9 65,9 96
MAR/13 1400 63 95
ABR/13 340 150 56
MAI/13 3600 120 95
JUN/13 2500 340 86
JUL/13 2300 150 94
AGO/13 660 128 80
MÉDIA DE REMOÇÃO 75
35
Tabela 4 – Resultado das análises de efluentes referente ao período de Novembro de 2012 a Agosto de 2013.
DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (DBO)
MÊS / ANO ENTRADA (mg/l) SAÍDA (mg/l) REMOÇÃO (%)
SET/12 0 0 -
OUT/12 0 0 -
NOV/12 148 35 24
DEZ/12 50 15 70
JAN/13 105 60 43
FEV/13 420 50 88
MAR/13 490 25 95
ABR/13 145 70 52
MAI/13 130 50 65
JUN/13 180 75 58
JUL/13 750 100 86
AGO/13 730 94 85
MÉDIA DE REMOÇÃO 66,6
36
Tabela 5 – Resultado das análises de efluentes referente ao período de Setembro de 2012 a Agosto de 2013.
DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (DBO)
MÊS / ANO ENTRADA (mg/l) SAÍDA (mg/l) REMOÇÃO (%)
SET/12 550 10 98
OUT/12 730 120 98
NOV/12 1670 25 99
DEZ/12 690 140 80
JAN/13 1220 55 95
FEV/13 5200 96 98
MAR/13 800 85 89
ABR/13 410 80 80
MAI/13 890 80 91
JUN/13 890 50 94
JUL/13 580 85 85
AGO/13 510 96 81
MÉDIA DE REMOÇÃO 90,66
1. Avaliação dos resultados
O sistema de tratamento de efluentes da Empresa A (Reator Anaeróbio de Fluxo
Ascendente, seguido de Reator Aeróbio de Fluxo ascendente), apresentou média de
eficiência de remoção de 75%, o Sistema da Empresa B (Sistema Fossa Filtro),
apresentou 66,6% de eficiência de remoção e o Sistema C (Sistema Fossa Filtro),
apresentou média de eficiência de remoção de 90,66% com poucas oscilações em
seus resultados mensais.
37
Em relação ao ponto ótimo de funcionamento, a Empresa A, apresentou 95% no
mês de Maio, a Empresa B, 95% no mês de Março e a Empresa C, 99% no mês de
Novembro, devido a inserção continuada de alimentos no sistema ou utilização de
bomba reserva.
A Empresa A, utiliza método de coleta de efluentes composta para análise dos
mesmos, sendo essa realizada entre três e cinco coletas em um período de oito
horas; a Empresa B realiza somente amostras simples, coletadas em um único
determinado horário do dia e a Empresa C utiliza método de coleta composta da
mesma forma utilizada pela Empresa A, e para melhor funcionamento do Sistema,
criou um tanque de recebimento de efluentes provenientes de sanitários químicos
(para inserção continuada de alimentos no sistema), melhora no gradeamento para
evitar a entrada de sólidos indesejados e realizou treinamentos adicionais com o
objetivo de evitar excesso de produtos químicos durante as atividades de limpeza
dos canteiros.
As análises realizadas por amostras simples, restringem a análise a um único
momento aumentando sobremaneira a influência da carga orgânica presente no
afluente no momento da coleta. Qualquer oscilação ao acaso se fará sentir no
resultado. Ao contrário das análises realizadas por amostras compostas que
possuem maior confiabilidade e representatividade.
Embora todos os Sistemas apresentados atendam a eficiência mínima de
remoção exigida, o Sistema de Tratamento de Efluentes da Empresa C é o mais
eficaz para implantação nos canteiros de obra.
2. Avaliação dos custos
Para a manutenção deste sistema, seu custo médio é de R$ 68.000,00. Os
custos para manutenção do mesmo (limpeza de gradeamento, monitoramento,
reposição de cloro e análises) são em média R$ 4.000,00 mensais. Para
implantação, o prazo médio é de 4 (quatro) meses e a mão de obra utilizada para
implantação dos sistemas de tratamento de efluentes varia de acordo com a
população estimada de funcionários, sendo necessário no máximo 03
trabalhadores.
38
CONCLUSÃO
Conclui-se, portanto, que os Sistemas A, B e C, todos fundados no clássico
“fossa-filtro”, típico de canteiros de obra, têm capacidade, em regra, adequada, em
especial no que tange ao atendimento à legislação ambiental aplicável,
considerando-se, com maior vigor, a remoção de DBO.
Em adição, o custo e as facilidades de operação contribuem ainda mais para
a disseminação desta forma de tratamento que possui, como ponto frágil mais
latente, a possibilidade, quase sempre realizada, de que odores sejam exalados
durante a fase operacional.
Importante, por outro lado, que as concepções de projeto sejam respeitadas
durante a instalação do sistema, especialmente no que tange às partes
componentes e tubulações acessórias (já que, ordinariamente, utiliza-se de partes
pré-fabricadas), evitando refluxo ou sobrecargas, bem como visando a facilitar a
limpeza, a manutenção e a detecção de eventuais problemas.
39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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______. Princípios básicos do tratamento de esgotos - Princípios do tratamento
biológico de águas residuárias. Belo Horizonte, UFMG. v.2. 1996.
42
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
TERMINOLOGIAS 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I
(TRATAMENTO DE EFLUENTES – LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO) 11
1.1 – Tratamento de Efluentes 11
1.2 – Condições requeridas por bactérias anaeróbias 11
1.2.1 - Microorganismos 12
1.2.2 - Bactérias 12
1.2.3 – Bulking Filamentoso 12
1.2.4 – Pin Floc 13
2.1 – Impactos causados pela poluição 15
3.1 – Controle 18
3.2 – A Falta de controle 19
4.1 – Legislação Ambiental 20
4.1.1 – Política Nacional de Meio Ambiente 20
4.1.2 – Licenciamento Ambiental 21
CAPÍTULO II
(TRATAMENTO DE EFLUENTES – APRESENTAÇÃO DOS SISTEMAS) 22
1 – Tratamento de Efluentes na Empresa A 22
1.1 – Descrição do sistema de Tratamento - Empresa A 24
1.1.1 – Pré-tratamento 25
43
1.1.2 – Canal de chegada 25
1.1.3 – Tanque reator – Reator anaeróbio de fluxo ascendente 26
1.1.4 – Tanque reator – Reator aeróbio 27
1.1.5 – Tanque reator – Câmara de sedimentação 27
1.1.6 – Controle de odores 27
1.1.7 – Desinfecção final 28
1.1.8 – Tratamento de Lodo 29
1.2 – ETE Empresa A 30
2.1 – Descrição do sistema de tratamento Empresa B 31
3.1 – Descrição do sistema de tratamento Empresa C 33
CAPÍTULO III
(TRATAMENTO DE EFLUENTES – LEVANTAMENTO DOS RESULTADOS) 34
1 – Avaliação dos resultados 36
2 – Avaliação dos custos 38
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39
ÍNDICE 42