Como melhorar a gestão da sua farmácia. Dicas para atender ao shopper.
DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Estratégias e ferramentas que colaborem para...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPLEMENTAÇÃO DA GESTÃO POR CATEGORIA NO
VAREJO ALIMENTÍCIO VISANDO O AUMENTO DAS VENDAS
Por: Lilian Catia Vieira
Orientador
Prof. Jorge Vieira
Rio de Janeiro
2015
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPLEMENTAÇÃO DA GESTÃO POR CATEGORIA NO
VAREJO ALIMENTÍCIO VISANDO O AUMENTO DAS VENDAS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão de Varejo.
Por: Lilian Catia Vieira
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus que
me proporcionou saúde e sabedoria
para conclusão do curso e pesquisa, a
minha família amada: mãe, irmãs,
sobrinhos e em memória do meu pai.
4
DEDICATÓRIA
Dedico em especial a Deus e minha
amada mãe, motivo de continuar a busca
incessante pelo conhecimento.
5
RESUMO
O tema deste trabalho é Implementação da Gestão de Categoria no
varejo alimentício visando o aumento das vendas.
O varejo alimentício tornou-se bastante competitivo, devido a
concorrência cada vez mais acirrada de novos entrantes, lançamentos de
produtos, preços, promoções e etc. em decorrência a necessidade de se
diferenciar através de ferramentas e estratégias que atraiam a atenção dos
consumidores, desta forma surge a possibilidade de implementação da Gestão
de Categoria, criada por iniciativa de grandes empresas no varejo dos EUA no
inicio da década de 1990.
O gerenciamento de Categorias é uma ferramenta de gestão que vem
se expandindo e sendo considerada pelo varejo e fabricantes significativa e
responsável por mudanças em diversos pontos de vendas independente de
tamanho e formato permitindo as empresas crescerem e aumentar o volume
de negócios.
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METODOLOGIA
Desenvolver a pesquisa através do levantamento bibliográfico realizado em
livros Gerenciamento de Categorias, Comportamento de compras e varejo com
objetivo de fichamento para menção no corpo do trabalho.
Pesquisar na internet: sites, manuais, revistas eletrônicas, dissertações, teses
e artigos utilizando as palavras chaves: Gerenciamento por Categorias, ECR,
varejo, pontos de vendas, incremento de venda, com objetivo de acesso a
assuntos pertinentes, para tanto será feita separação sistematizada em arquivo
do computador, considerando o critério de publicação de 1996 a 2015, visando
consulta frequente e análise para possíveis citações no trabalho.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Varejo- Conceito 09
CAPÍTULO II - Comportamento de compra 15
CAPÍTULO III – Gerenciamento por Categoria 26
CONCLUSÂO 37
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38
LISTA DE FIGURAS 43
ÍNDICE 44
FOLHA DE AVALIAÇÃO
8
INTRODUÇÃO
Segundo Cristina Lopes (2015.p.25), o Gerenciamento por Categorias
“É um processo permanente entre indústria e o varejo que tem como objetivo
gerenciar uma categoria como uma unidade estratégica de negócio, para trazer
mais satisfação ao shopper, melhor atender às suas necessidades,
acompanhar a evolução do mercado e, como consequência, contribuir para o
crescimento”.
Estratégias e ferramentas que colaborem para atrair a atenção do
consumidor e shopper se tornou uma necessidade para o mercado varejista,
pois em meio a tanta concorrência é preciso se destacar em produtos e
serviços que despertem o desejo, conquiste a confiança e aumente a
frequência de compras, contribuindo desta forma para o desenvolvimento da
indústria e varejo. Para isto, porem é necessário que ambas estabeleçam uma
parceria colaborativa, visando redução dos custos operacionais, preservação e
aumento da margem de lucratividade.
Para atingir os objetivos citados acima é importante conhecer o
comportamento de compras do consumidor/ shopper, pois eles passaram a
ditar regras escolhendo produtos, serviços e marcas em lojas que atendam
suas necessidades momentâneas.
De acordo com exposto acima esta pesquisa visa entender as etapas do
Gerenciamento de Categorias e a influência no comportamento de compras
do consumidor/ shopper tendo como resultado o incremento das vendas.
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CAPÍTULO I
VAREJO
O CONCEITO
É comum o termo varejo nos remeter a pensar em um espaço físico onde são
comercializados diversos produtos de tamanho e formatos, porem é importante
destacar que as atividades de varejo não se limitam ao bem tangível e a
espaços físicos (empresas varejistas), por isso é importante conhecer a
definição de varejo na visão de alguns autores:
Parente (2000.p.22) afirma que “Varejo consiste em todas as atividades que
englobam o processo de venda de produtos ou serviços para atender uma
determinada necessidade pessoal do consumidor final”.
Cox (1996 apud OLIVEIRA e MACHADO, 2007.p.8) considera o varejo como:
“a venda de produtos e serviços ao consumidor final”.
Spohn (1977apud LAS CASAS, 2000.p.17) define que “varejo é a atividade
comercial responsável por providenciar mercadorias e serviços desejados
pelos consumidores.”.
Masson (1993 apud OLIVEIRA e MACHADO, 2007.p.8) diz que: “qualquer um
que venda um produto ou serviço para uso pessoal ou doméstico, está
realizando uma transação de varejo”.
O varejo no Brasil, tal qual se conhece hoje, começou a ser esboçado no final
do século XIX, com o início da industrialização e o surgimento dos meios e vias
de transporte. Os historiadores citam o Visconde de Mauá como um dos
10
primeiros e mais importantes varejistas, além de ser responsável por
fundações de bancos, construção de estradas de ferro, estaleiros indústrias e
investimentos importantes em companhias de iluminação a gás no Rio de
Janeiro. [Parente, 2000].
Segundo SPANHOL E BENITES (2004), os primeiros estabelecimentos
comerciais instalaram-se nos pais no final do século XIX, comercializando
artigos importados para aristocracia local, como a Casa Masson, estabelecida
no Rio de Janeiro em 1871 e as Casas Pernambucanas em 1906. Ambos os
estabelecimentos, e mais a Mesbla, no Rio de Janeiro em 1912 e o Mappin
Store em 1913 em São Paulo, inovaram o comercio nacional, introduzindo
novos métodos de vendas e exposição de mercadorias que muito se parecia
com o modelo de lojas americanas e europeias. Neste período, o varejo
brasileiro não provia de identidade própria recebendo total influência externa.
O setor de alimentos demorou um pouco mais para responder à demanda
dos novos tempos. O aparecimento do auto-serviço, denominado
supermercado, só ocorreu nos anos 50. Foi aí que a evolução e modernização
do varejo ganharam impulso, principalmente com a entrada do capital
estrangeiro, especialmente da França e da Holanda. Exemplo disso foi a
chegada de gigantes multinacionais como o Carrefour, o Makro e a C&A. Duas
décadas depois o Brasil presencia as primeiras instalações e expansão dos
primeiros shoppings centers, bem como a chegada dos hipermercados.
[Takaoka & Navajas, 1997]
Para os anos 80 estava reservada mais uma revolução no mercado, com o
desenvolvimento e expansão das redes de franquia por todo o país. O varejo
brasileiro não parou na década de 90 e uma outra tendência marcou presença:
as lojas de conveniência e os supermercados compactos. Neste início do
século XXI, o varejo assiste ao nascimento de mais uma revolução, o comércio
eletrônico, que promete uma grande mudança no sistema tradicional de
compra e de distribuição. O ritmo das mudanças continua acelerado e sem
limites. [Supervarejo, nov. 2000].
Tomando-se como base os recursos físicos empregados no contato com os
compradores finais, Walters [apud Toledo & Batista, 1996:124] formula uma
11
classificação das empresas de varejo, considerando duas modalidades: “varejo
com loja (store retailers) e varejo sem loja (nonstore retailers), sendo a primeira
mais comum e usualmente mais citada na literatura sobre o assunto”. As lojas
• especializadas, bem como as lojas de desconto e as lojas de
departamento, são os principais exemplos do store retailers. As
modalidades mais representativas de nonstore retailing são a venda
direta: via postal e eletrônica.
Na opinião de Kotler [2000:540], os varejistas com loja podem, ainda, se
posicionar para oferecer um dos quatro níveis de serviços:
1. Auto-serviço: a base das chamadas operações de desconto, que muitos
clientes se dispõem a procurar, comparar e selecionar produtos para
economizar gastos.
2. Seleção: o próprio consumidor identifica o produto que deseja comprar,
embora tenha algum vendedor para orientar. O cliente completa a transação
pagando ao vendedor pelo item escolhido.
3. Serviço limitado: existe uma exposição de um grande volume de
mercadorias à venda, onde os clientes necessitariam de maiores informações
e ajuda na escolha. A loja oferece, ainda, serviços como crédito e privilégios de
devolução, ou troca de mercadorias.
4. Serviço completo: os vendedores estão sempre de prontidão para auxiliar os
compradores em todas as fases do processo, tais como: procurar, comparar e
selecionar o que pretende comprar. As pessoas que preferem ser atendidas
procuram esse tipo de loja. No entanto, o alto custo de pessoal, juntamente
com maior estoque de produtos especializados e itens de menor
movimentação e com os muitos serviços, resulta em um varejo de alto custo.
No cenário competitivo, onde se confrontam as redes de varejo, o formato
das lojas se transformou em elemento estratégico. Tanto as grandes lojas,
como aquelas de menor porte, empreendem seus potenciais competitivos
baseados no formato que adotaram. O fato é que, independente do tamanho,
todos estão competindo entre si.
Os formatos mais conhecidos e destacados de lojas de varejo são as lojas
12
de departamento, os magazines e os supermercados. No entanto, existem
inúmeras outras categorias à disposição dos consumidores. Kotler [2000:541-
542] descreve as principais:
• Loja de especialidade: apresenta uma linha restrita de produtos com uma
grande variedade, como lojas de vestuário, artigos esportivos, móveis,
floriculturas e livrarias. Uma loja de calçados seria uma loja de linha única, uma
loja de calçados masculinos seria uma loja de linha limitada, e uma loja de
calçados masculinos esportivos seria uma loja superespecializada.
• Loja de departamentos: oferece várias linhas de produtos, tais como:
produtos para o lar, vestuário, utensílios domésticos, artigos de caça e
pesca, produtos de decoração, etc. Cada linha em seu departamento
separado.
• Supermercado: operações de auto-serviço relativamente grandes, de baixo
custo, baixa margem e alto volume. Projetado para atender a todas as
necessidades de alimentação, higiene e limpeza doméstica.
• Lojas de conveniência: estrutura de pequeno porte, localização próxima às
áreas residenciais, funcionando em horários prolongados, preços ligeiramente
mais altos. Apresenta uma variedade limitada de produtos.
• Lojas de descontos: mercadorias do tipo padrão, vendidas a preços mais
baixos, com margens menores e volume maior. As verdadeiras lojas de
desconto vendem normalmente mercadorias a preços mais baixos e
oferecem principalmente marcas nacionais. O varejo de descontos se
deslocou para o varejo de especialidade, como as lojas de artigos
esportivos, lojas de produtos eletrônicos e livrarias.
• ·Varejistas off-price: oferecem produtos, que foram comprados a preços
inferiores aos preços normais de atacado, a preços inferiores aos de varejo.
São frequentemente sobras de mercadorias, pontas de estoque e produtos
com pequenos defeitos ou avarias.
• Lojas de fábrica: são pontos-de-venda de propriedade dos fabricantes e
por eles administradas. Normalmente vendem sobras de estoque, itens
fora de linha ou produtos defeituosos.
• Lojas de descontos independentes: são empresas de propriedade de
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empreendedores ou divisões de grandes corporações de varejo e por eles
operadas.
• Clubes de atacadistas: atendem a pequenos negócios e membros de
grupos de órgãos governamentais, organizações sem fins lucrativos e
algumas grandes corporações. Operam em grandes instalações de baixo
custo operacional, semelhantes aos depósitos, e dispõem de poucos
artigos supérfluos. Oferecem preços menores que os praticados na média
do mercado.
• Showroom de vendas por catálogo: ampla seção de mercadorias de alto
preço, alta rotatividade e marcas vendidas com descontos. Os clientes
encomendam as mercadorias de um catálogo na loja e então retiram essas
mercadorias em uma área de entrega dentro da loja.
Ainda, segundo Kotler [2000:543], embora muitos varejistas sejam
independentes, um número crescente de lojas já faz parte de alguma forma de
varejo corporativo, assim como:
• Rede corporativa: composta por duas ou mais lojas de propriedade da
mesma empresa e sob seu controle, utilizando um sistema central de compras
e de exposição e vendendo linhas similares de mercadorias.
• Rede voluntária: formada por grupo de varejistas independentes sob o
patrocínio de um atacadista que compra grandes lotes de mercadorias.
• Cooperativa de varejo: esse sistema é composto por varejistas
independentes que estabelecem uma organização central de compras e
realizam esforços conjuntos de promoção.
• Cooperativa de consumo: grupo de consumidores que contribuem com
dinheiro para abrir a sua própria loja, votam em suas políticas, elegem quem
vai gerenciá-la e recebem dividendos com base em seus níveis de compra.
• Franquia: sistema formatado de negócio, uma espécie de associação
contratual entre o franqueador (fabricante, atacadista, organização de
serviços) e franqueados (empreendedores independentes que compram o
direito de possuir ou operar uma ou mais unidades com a bandeira - marca - e
produtos do franqueador).
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• Conglomerado de comercialização: corporação formada de maneira
livre, combinando várias linhas diversificadas de varejo, sob uma
propriedade central, com alguma integração da distribuição e da
administração.
Para Sandhusen [2000:360], uma discussão sobre varejo não poderia ser
considerada completa sem mencionar o que não são lojas. Por isso, ele
descreve a seguinte classificação:
• Comércio de serviços: para cinemas, bancos, empresas de taxis,
hospitais, onde o produto é um serviço.
• Máquinas de venda: pode ser consideradas a última palavra em
autoserviço.
• Marketing direto: vendas através de catálogos pelo reembolso,
propaganda de resposta direta, mala direta, telemarketing e compras
pela televisão e pelo computador.
• Venda direta: tipo de varejo que envolve contato pessoal do vendedor
com o cliente em sua residência ou escritório, também conhecida como
venda de porta em porta. A venda realizada através de uma reunião de
amigos e as chamadas redes de multinível, também pode ser
classificada como esse tipo de varejo.
Como visto, existe uma diversidade de tipos de varejo e haverá sempre
a possibilidade do surgimento de novas modalidades: segmentos dos
tipos existentes ou combinações dos mesmos. Os modelos surgem se
fortalecem no mercado ou posteriormente enfraquecem, e saem de
moda, e são logo substituídos. Todavia, é interessante perceber que
modelos antigos ainda sobrevivem, como o armazém da esquina,
barraca da feira, entre outros.
Segundo Kotler [2000:564-565], tal como os produtos, os formatos de
varejo cumprem fases de crescimento e declínio. À medida que as lojas
atuais vão agregando serviços para permanecerem competitivas, seus
preços sobem e os custos também crescem. Dessa forma, elas abrem
espaço para novos formatos, que oferecem um mix de mercadorias e
serviços a preços mais acessíveis.
15
CAPÍTULO Il
COMPORTAMENTO DE COMPRAS
Para iniciar esse capitulo faz-se necessário esclarecer o conceito de shopper e
consumidor.
Segundo Rafael D’Andrea (2011.p.1) consumidores são aqueles que
consomem: quem come, bebe ou usa determinado produto. A partir do
momento em que as pessoas decidem comprar algo, elas se tornam
“compradores” ou “shoppers” em inglês.
Ainda segundo Rafael D’Andrea a tradução de shopper para comprador cria
confusão com um conceito já utilizado amplamente para se referir ao
comprador profissional das empresas. Assim, para evitar qualquer confusão, é
chamado de shopper o consumidor que, circunstancialmente, virou sua chave
mental para o “modo de compra” ou shopping mode (em inglês).
Por conta disto, profissionais de Marketing não devem chamar a todos de
consumidores, já que a comunicação com o shopper requer ferramentas
distintas da comunicação com o consumidor.
Entender o comportamento do comprador e ‘conhecer os clientes’ não são
tarefas simples assim. A organização necessita empregar diversos recursos
como materiais financeiros e humanos para compreender este comportamento
camaleão. Os clientes normalmente dizem uma coisa e fazem outra. Eles
mesmos podem não ter consciência de suas motivações mais profundas
explica Schiffman & Kanuk (2000).
Não é de causar surpresa que um grande e extenso campo de pesquisa tenha
surgido focalizando o comportamento do consumidor, pois quanto mais um
estrategista conhece o consumidor mais ele possui subsídios para manipular
suas atitudes de compra.
Assim, podemos dizer que o comportamento do consumidor “são as atividades
diretamente” envolvidas em obter, consumir e dispor de produtos e serviços,
incluindo os processos decisórios que antecedem e sucedem estas ações”
(Engel, Blackwell & Miniard, 2000. p.4).
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Segundo Rafael D’Andrea (2011.p.4) O pressuposto básico para o
desenvolvimento e implementação de ações de Shopper Marketing é o
profundo entendimento do comportamento do consumidor e de como é
influenciada a experiência no PDV. Se considerarmos as abordagens
tradicionais de comportamento de compra (reconhecimento do problema,
busca de informações, avaliação de alternativas, decisão de compra e pós-
compra), existirão algumas lacunas para compreender o comportamento no
PDV. Assim, podemos pensar no processo de comportamento do shopper
considerando seu ciclo de comportamento e sua jornada de compras,
conforme ilustrado na Figura 1.
Figura 1: Comportamento de Compra do Shopper e a Experiência no Ponto de Venda
Fonte: RAFAEL D’ANDREIA 2011, P.4.
Regina Blessa (2011, p.61) explica o modelo de comportamento decisório para
consumo através da sequência comportamental e psicológica:
Reconhecimento do problema- é o resultado do processo de comparação. Se o
indivíduo percebe a necessidade de algum produto para restabelece o
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equilíbrio perturbado pelo desejo e tem condições de agir, teremos o inicio da
procura.
Processo decisório- o reconhecimento do problema é frequentemente apenas
o primeiro passo do complexo processo decisório, que inclui os seguintes
estágios: a procura de alternativas, a avaliação das alternativas e a compra.
Procura de alternativas- algumas vezes, o problema será reconhecido, e o
individuo tem pouco conhecimento das alternativas para ação. Procurará então
informações e formas de agir até que conheça o suficiente. Em outras
situações, no entanto, as alternativas são conhecidas e não haverá
necessidade de procura, passando-se imediatamente para ação.
Avaliação das alternativas- As informações conhecidas ou encontradas pelo
individuo serão pesadas e avaliadas e a ação é resultante desses julgamentos.
Compra- finalmente, os passos precedentes podem levar a decisão de
comprar. E ao ato da compra. Entretanto, a ação poderá parar aí também em
virtude das circunstâncias.
Resultado da compra- Caso o indivíduo tenha passado para ação da compra,
podem ocorrer dois aspectos adicionais:
1. dúvidas a respeito da aquisição podem desencadear uma procura de
informações para justificar a ação;
2. o resultado da compra pode mudar as circunstâncias de tal maneira que se
torne estímulo (positivo ou negativo) para futuro comportamento.
Segundo Rafael D’ Andrea (2011.p.5) Os shoppers são influenciados por
variáveis presentes em três ocasiões distintas—em suas próprias casas,
quando estão em trânsito, ou quando chegam ao PDV. Para se obter a
completa influência do shopper, é preciso se comunicar com este público em
todas as ocasiões, dando especial atenção aos estímulos sensoriais no PDV a
18
fim de criar uma experiência de compra satisfatória e estimular a preferência
do shopper por determinados produtos e marcas.
Enquanto os varejistas preocupam-se em girar os produtos oferecidos em suas
lojas, os fabricantes utilizam estratégias pull e push de comunicação com o
mercado (a primeira envolve ações de comunicação direta aos consumidores
finais, ao passo que a segunda promove produtos por meio do canal
distribuidor). Entretanto, em um ambiente extremamente competitivo é
necessário mais do que estimular os sentidos humanos no PDV, é preciso
integrar diversas técnicas, como: ensinar o cliente a perceber o valor da oferta;
inspirar os shoppers na loja; oferecer novas combinações de produtos (cross
shopping); permitir experimentação de produtos e serviços; e montar lojas
lúdicas.
Cristina Lopes (2015, p.38) explica que a crise antecipou a tendência da
compra pensada ou inteligente (smart shopping). Os consumidores pesquisam
mais, estão mais atentos e pensam mais antes de comprar, mesmo sobre suas
marcas preferidas.
O consumo é dominado pela pesquisa do maior benefício qualidade/ preço
(79%) e a compra é mais utilitária (77%), segundo o estudo de Totem Insight.
Os shoppers preferem as promoções, cortam as despesas, retardam as
compras de grande valor, tais como carro ou móveis, e são menos fiéis às
redes varejistas.
Em 2009, um shopper frequentou em média 06 (seis) redes varejistas
Segundo Jorge Roberto Martins (2000, p.152) todos os contatos efetuados por
uma empresa junto aos seus consumidores estabelecem os “ciclos de
contato.” Um ponto de contato ocorre sempre que há um “sinal” emitido pela
empresa: produtos e serviços oferecidos, comunicação e informação
fornecidas e relações pessoais mantidas. Esses “sinais”, ou pontos de
contatos, têm impacto relevante apenas quando percebidos e valorizados
pelos consumidores. O impacto pode ser consciente ou inconsciente, de ordem
racional ou emocional.
Entender o ciclo de contatos permite avaliar a empresa pela reação do
consumidor- seu ponto de vista-, e impede encarar os contatos como eventos
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isolados e não relacionados. Os recursos, procedimentos de marketing e
esforços técnicos ou industriais utilizados por uma empresa, durante o ciclo de
contatos, são altamente irrelevantes para os consumidores. Para eles o que
realmente importa é o modo como a empresa se apresenta para satisfazer
suas necessidades reais ou idealizadas. De um modo geral, o consumidor
sente as diferenças das marcas nas ocasiões de compra e da entrega de uma
ou mais promessas feitas pela marca na venda ou pré- venda (comunicação),
o que criará as associações de marca em maior ou menor grau.
Esta “percepção ocorre em um “todo” sistêmico, pelo” somatório” de todos os
pontos de contato, em especial os de maior impacto, aqui denominados
“momentos da verdade” que formam o ciclo de contatos, desde o primeiro até
o último contato registrado, numa determinada ação ou operação ( consulta,
orçamento, propaganda, mala direta, devolução, reserva, compra, uso,
retirada, reclamação, recebimento, instalação...). Portanto um ciclo de contato
de qualidade superior deve, necessariamente, contar com a coerência e a
convergência de todos os pontos de contatos, para obter uma totalidade coesa
que faça sentido e desperte a ideia de valor para o consumidor da marca.
Segundo Rafael D’Andréa e Leandro Angotti Guissoni durante a jornada de
compras, as estratégias de comunicação de marketing, como propaganda,
eventos e patrocínios, dentre outras possibilidades, estimulam os
consumidores quanto à compra de determinados produtos. Por sua vez, as
ações de comunicações que acontecem nas lojas varejistas e são
patrocinadas pela indústria, como merchandising, também têm um papel
fundamental no sentido de influenciar o consumidor ao longo de sua jornada
de compra.
As estratégias de comunicação de marketing que buscam alcançar o
consumidor fora das lojas, por exemplo, por meio de anúncios nas diversas
mídias, leva em consideração os fatores envolvidos antes da compra, ou pre-
shopping, objetivando criar condições para que os consumidores passem a
conhecer e considerar a possibilidade de comprar algumas marcas
anunciadas. Já as atividades de comunicações realizadas dentro das lojas
objetivam influenciar o consumidor no momento da compra.
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Em conjunto, essas atividades permitem influenciar o comportamento dos
consumidores quando estão nas lojas varejistas dos diversos canais a favor de
determinadas marcas e produtos, gerando um efeito nas vendas dessas
marcas.
Em resumo, artigos científicos concordam com as seguintes características
quanto ao conceito de shopper marketing:
• o foco em necessidades específicas do shopper por meio do seu
entendimento, assumindo que consumidores e shoppers nem sempre são os
mesmos e, mesmo quando o são, o shopper possui um diferente
comportamento enquanto faz suas compras versus enquanto consome os
produtos por ele já comprados;
• a efetiva colaboração entre varejistas e fabricantes é de fundamental
importância. Isso aumenta o escopo do conceito de shopper marketing,
incluindo atividades como gerenciamento de categorias, trade marketing,
merchandising, in-store marketing, programas de relacionamento indústria-
varejo e gerenciamento da força de vendas;
• as atividades de marketing nos pontos de vendas (varejistas) não devem ser
limitadas ao que acontece “dentro da loja”, mas, sim, devem incluir todas as
atividades que buscam influenciar o comportamento de shoppers durante sua
jornada de compras. Ou seja, inclui os estímulos “fora da loja”. Tal integração
das decisões e atividades de marketing que acontecem tanto “dentro” quanto
“fora” da loja deve ser consistente a fim de evitar problemas quanto à proposta
de valor percebida das marcas e produtos.
O novo consumidor é muito mais consciente, tem mais informação, é mais
exigente, tem mais opções com relação ao que e onde comprar. Ele toma
decisões melhores, mais rápida e facilmente. Ele quer se beneficiar com as
inovações e ser tratado de forma particular, como indivíduo único. Ele está
mais voltado para si, na busca do ser, do que para questões "do ter". É um
consumidor mais sofisticado do que há poucos anos e compra de forma
diferente. (Wah, 2000; Parente, 2000; Cobra, 2003)
Como resposta, as empresas precisam entender este novo consumidor e
adequar sua maneira de fazer negócio. Elas precisam identificar o que tem
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valor de troca para então redesenhar seus processos de forma a definir,
desenvolver e entregar uma solução, em forma de produto ou serviço, que o
consumidor perceba e valorize.
Um limitante neste novo paradigma é que o conhecimento atual é "sobre o
“cliente" e não "do cliente", como diz em entrevista Passikoff (in Wah, 2000).
No primeiro grupo a empresa é espectadora, apenas acompanha as ações do
consumidor, sabe, por exemplo, quantas vezes ele compra, quem é ele, se
comprou mais ou se deixou de comprar. No segundo grupo, as empresas que
têm conhecimento do cliente, sabem dos porquês das ações do consumidor e
com isso conseguem maximizar suas ações na criação de soluções de valor.
Segundo Regina Blessa (2011, p.30) Existe cinco princípios básicos que
formam o conjunto que precisamos imaginar para agradar ao consumidor:
Coloque-se no lugar dele e verifique:
• como o consumidor “vê” o ponto-de-venda (decoração/visibilidade);
• como se sente nele (conforto/facilidades)
• como é atendido (simpatia e disposição dos funcionários);
• como espera encontrar os produtos (localização/qualidade e preços);
• qual a impressão que vai levar, comprando ou não.
Ainda segundo Blessa (2011, p.30) Os consumidores avaliam o ponto-de-
venda e os produtos quase em conjunto e é muito importante que ele se sinta
bem dentro da loja, pois assim será fiel a ela.
Blessa (2011, p.30) explica também que o Merchandising no ponto-de-venda é
realizado por meio da criação de uma atmosfera que induza a compra por
impulso. Também lista itens básicos que influenciam na hora da compra,
considerando, é claro, cada negócio dentro de sua característica:
• fachadas, luminosos, vitrines, arquitetura;
• música ambiente, som;
• perfume ou aromas característicos;
• iluminação, movimento, cores;
• decoração; ambientação de cada seção;
• pilhas de promoções, ofertas;
• cartazes, sinalização;
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• exposições de mercadorias em balcões ou vitrines;
• espaços apropriados para andar sem bater em outros;
• ar condicionado, plantas;
• aspecto e uniformes dos funcionários;
• variedade de produtos;
• estacionamento fácil;
• banheiros, fraldários, áreas, de descanso;
• atendimento e “sorriso” dos funcionários;
• atendimento e “sorriso” do gerente ou do dono da loja.
O processo de escolha de loja depende de características do consumidor e de
características de loja. Segundo Engel, Blackwell & Miniard (2000), os
consumidores de cada segmento de mercado formam imagens de várias lojas
com base em suas percepções dos atributos que eles consideram importantes.
Desta forma, a escolha de uma loja ocorre em função de quatro variáveis:
critérios avaliatórios, características percebidas da loja, processo de
comparação e lojas aceitáveis e não aceitáveis. A figura 2 mostra
detalhadamente esse processo.
Figura 2: Processo de escolha de uma loja pelo consumidor
Fonte: ENGEL,BLACKWELL & MINIARD,2000, P.541.
23
Segundo Blessa (2011, p.63) quando avaliamos o potencial do mercado
brasileiro, verificamos que os hipermercados detêm a maior frequência de
compra mensal (45%) e os supermercados, a maior frequência semanal para
compras menores (43%), devido a maior proximidade dos domicílios. A compra
quinzenal fica com 20% da frequência.
Blessa (2011, p.64) explica que a consumidora brasileira mistura a
necessidade com o lazer na hora de comprar.
Para ir às compras, 42% dos consumidores vai a pé, o que demonstra a
fidelidade a lojas próximas.
Foi detectado que 74% das consumidoras passam por quase todos os
corredores do supermercado durante seu roteiro de compras. Há apenas uma
menor incidência de percurso nas áreas de bazar dos hipermercados, que são
grandes e nem sempre estão nos planos de compra.
Nossos consumidores levam em média uma hora e 30 minutos para fazer uma
compra mensal e uma hora para fazer compra semanal.
Para passar pelos caixas, levam mais 10 minutos (em média).
Ir as compras no supermercado ou na feira livre é sem sombra de dúvida o
maior “lazer” da consumidora brasileira, que nem sempre tem condição
financeira para ir aos shoppings e a outros eventos culturais.
Assim está correta a implantação de outras atividades de recreação nos
supermercados, para cativar esse consumidor.
Las casas (2006, p. 22): concorda com Blessa quando afirma que:
Para a criação de valor as empresas necessitam buscar interatividade com os
clientes para obter um conhecimento adequado, a fim de elaborar as suas
ofertas comerciais. Na entrega de valor há necessidade também de haver
interatividade com os clientes para que sejam feitas as devidas adaptações e
aperfeiçoamento. Desta forma, o processo completo apresenta-se interativo
e aumentam as chances de atender os quesitos de valores dos clientes.
Quando a empresa se volta para esse valor e consegue criar uma
interatividade com os clientes, ela acaba lhes oferecendo produtos dirigidos às
suas necessidades, alcançando a sua satisfação. Tal processo tem como
24
consequência a obtenção de melhores chances de maximizar a fidelização dos
clientes e conquistar um lugar de destaque no mercado.
Kotler (1998, p. 52) afirma que “a satisfação é o sentimento de prazer ou de
desapontamento resultante da comparação do desempenho esperado pelo
produto (ou resultado) em relação às expectativas da pessoa”.
Quando as organizações atendem da melhor maneira possível as expectativas
dos seus consumidores, eles ficam satisfeitos e fiéis a sua marca.
Pride e Ferrell (2000, p. 3), também concordam quando afirmam:
“as organizações têm que definir produtos não como aquilo que fazem
produzir, mas como aquilo que criam para satisfazer os clientes”.
Todas as atividades da empresa devem ser voltadas para produzir aquilo que
irá satisfazer as necessidades dos clientes, pois quando o mesmo fica
satisfeito com a empresa, continuará comprando seus produtos e também
recomendará a seus conhecidos.
Um fator extremamente importante para que ocorra a satisfação dos clientes é
a qualidade dos produtos e serviços oferecidos ao mercado. As organizações
que prezarem por isto irá obter um sucesso crescente.
Segundo Armstrong e Kotler (1999, p. 6), “a satisfação do cliente é
intimamente ligada à qualidade. A qualidade tem um impacto direto sobre o
desempenho do produto, portanto também afeta a satisfação do cliente”.
A qualidade é caracterizada pelo valor acrescentado ao produto ou serviço,
buscando atender aquilo que o consumidor deseja, ou seja, a empresa satisfaz
seus clientes quando atribui qualidade aos seus serviços.
A perfeição da empresa sob o aspecto da qualidade corresponde à total
sintonia em atender ao que o cliente necessita.
Falconi (1999, p. 2) diz que “um produto ou serviço de qualidade é aquele que
atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura
e no tempo certo às necessidades do cliente”.
Quando a empresa consegue oferecer qualidade total nos seus serviços, ela
passa a ser vista com bons olhos pelos clientes, consegue satisfazê-los e os
torna fiéis a sua marca. Uma empresa só se torna competitiva quando se apoia
em todas as ações sobre a qualidade dos seus produtos e serviços.
25
Todo processo que não agrega qualidade não desperta satisfação no cliente e
acaba sendo a causa principal do fracasso de um negócio. Se a empresa
conseguir aumentar a qualidade, aumenta à produtividade e
consequentemente a competitividade, ou seja, a capacidade de um produto ou
serviço se destacar daqueles oferecidos pela concorrência, quer pelo preço,
quer pelas características específicas desse produto ou serviço.
Segundo Kotler (1998, p. 65), “uma empresa que satisfaz a maioria das
necessidades de seus consumidores na maior parte do tempo é chamada
empresa de qualidade”.
A importância da qualidade pode ser trabalhada de muitas formas, isso
dependerá do objetivo estratégico de cada organização. O importante é a
empresa buscar sempre melhorar suas atividades e a qualidade dos seus
produtos e serviços.
É fundamental compreender que, ao atender o cliente com qualidade
acrescentam-se benefícios aos produtos e serviços, a fim de suprir suas
necessidades. Resta claro que a satisfação do cliente, e a melhoria contínua
desta relação, são os objetivos mais importantes de qualquer sistema de
gestão da qualidade.
A satisfação do cliente geralmente depende da percepção que ele terá sobre
os produtos e serviços que estão sendo disponibilizado no mercado. Por isso é
preciso ter o conhecimento das expectativas dos clientes para em seguida
saber quais as suas percepções em relação ao cumprimento dessas
expectativas.
Segundo Las Casas (2006, p. 200), percepção “é o processo pelo qual o
indivíduo seleciona, organiza e interpreta a informação que recebe do
ambiente”.
A empresa deve transmitir para o consumidor a mensagem correta dos seus produtos e serviços, pois as informações sobre a vantagem e a qualidade possuídas pelo produto e seu preço podem influenciar a opinião do cliente. Todo contato com o cliente retrata a imagem e reputação da empresa. As expectativas devem ser excedidas para que o cliente não fique desapontado, portanto a empresa não deve prometer mais do que oferece, e sim oferecer mais do que promete.
26
CAPÍTULO Ill
GERENCIAMENTO DE CATEGORIA
Segundo Cristina Lopes (2015, p. 17):
“Nas décadas de 70 e 80, a taxa de crescimento real dos supermercados nos
USA caiu por inúmeras razões.
A indústria e o varejo iniciaram então diversos debates com o objetivo de
encontrar oportunidades para viabilizar o aumento e rentabilidade de suas
atividades dentro de um mercado sem crescimento.
Ao final da década de 80 aparece uma nova fórmula (canal) de venda: os
clubes (Costco, Price, Sam “s Club) e o desenvolvimento do hard discount.
Nos anos 90 uma experiência realizada entre Procter & Gamble e Walmart
gerou bons resultados, em função de uma melhora na eficácia operacional.
A Consultoria TPG (The Partnering Group) é contratada para formalizar esta
metodologia. Nasce então, o Category Management (Gestão de Categoria)!
Os resultados positivos do Walmart e P&G conduziram outras empresas a se
unirem para estudar os resultados que foram possíveis de atingir com o
trabalho dessa metodologia”.
Ainda segundo Cristina Lopes (2015, p.18) A associação ECR (Efficient
Consumer Response) nasce nos Estados Unidos em 1992 com o seguinte
objetivo: “Integrar a indústria e o varejo, para responder às necessidades
do shopper de forma eficiente, mais rapidamente e com os custos mais
baixos possíveis”.
Na Europa, a Associação ECR nasce em 1995, e no Brasil em 1997. O valor
dos benefícios estimados por essa associação é 30 bilhões de dólares nos
Estados Unidos, com uma redução de estoque de 41%. Na Europa, o ganho
estimado foi de 28 bilhões de euros.
O ECR é definido por vários autores (Hoban, 1998; Kotzab, 1999) como uma
estratégia de gestão no setor varejista. De uma forma mais completa, tem-se
que é “uma estratégia em que o varejista, o distribuidor e o fornecedor
trabalham muito próximos para eliminar custos excedentes da cadeia de
abastecimento e melhor servir ao consumidor. Por meio do foco de integrar os
27
processos logísticos e comerciais ao longo de toda a cadeia de suprimento, em
vez da eficiência individual das partes, pode-se obter benefícios significativos
quanto à diminuição dos custos operacionais e administrativos, redução dos
níveis e dos custos de manutenção dos estoques, otimização da produção,
incremento em vendas e melhorias na relação indústria/varejo” (ECR Brasil,
1998a, p. 13).
Na visão do ECR, de acordo com Dib (1997) e Ghisi (2001), o consumidor dá
início ao processo de reposição, no momento em que são registradas suas
compras no ponto de venda (PDV). As informações são compartilhadas entre
os elos da cadeia em tempo real, que melhor conseguem se ajustar às reais
necessidades dos consumidores. O sistema que sustenta o ECR é um misto
entre o sistema “puxado” (pull) e o sincrônico, já que, quando o pedido do
cliente é feito, este é transmitido imediatamente para o fornecedor por meio do
uso de tecnologia de informação. Entretanto, uma crítica a esse modelo é que
os fornecedores têm que responder, em um tempo muito curto, às
necessidades dos clientes.
Segundo Kinsey e Ashman (2000), o ECR é formado, basicamente, por dois
componentes - tecnologia e relacionamento (parceria), sendo considerados
também como os maiores problemas na sua implementação. A tecnologia
pode ser representada pela adoção de EDI, recebimento eletrônico, análises
de movimentação de produtos, reposicionamento baseado em scanners, e o
uso de planogramas (representação gráfica dos espaços de gôndola e frentes
para itens individuais, que compõe uma categoria inteira ou seção de loja) para
alocação de espaço nas gôndolas. Já o outro componente (relacionamento)
reflete em decisões compartilhadas entre os parceiros no que tange a preço,
propaganda, alocações de espaço e promoções.
Desta forma, o verdadeiro objetivo do ECR é a criação de um sistema eficaz,
no qual distribuidores e fornecedores trabalhem em conjunto como aliados
comerciais, produzindo um fluxo contínuo de produtos adequado ao consumo,
tendo como base a tecnologia de informação, a fim de maximizar a satisfação
do consumidor e minimizar custos e inventário (King e Phumpiu, 1996; Kurnia e
Johnston, 2001). Para tanto, essa iniciativa está baseada na união de quatro
28
processos que fluem no canal de suprimento inteiro: sortimento eficiente de
loja, reposicionamento eficiente, promoção eficiente e introdução de novos
produtos. De acordo com Kurnia et al. (1998), estas estratégias são suportadas
por dois processos (Gerenciamento por Categorias e Programa de Reposição
Contínua) e habilitada por cinco tecnologias (Código de barras/Scanners, EDI,
ABC Custeio Baseado em Atividades, Pedido Ordenado por Computador e
Cross Docking).
Berry (1999, p. 58) quando analisa o futuro do varejo, diz que “os tempos da
concorrência simples, baseada no preço, estão ficando para trás. Daqui para
frente, os varejistas deverão se adequar ao modelo de criação de valor para os
seus clientes, o que implica em maximizar benefícios valiosos, minimizar os
custos, e adotar algum diferencial em relação aos concorrentes, diferencial
esse que esteja em mutação para não ser imitado”.
Dentre as decisões operacionais pertinentes à atividade varejista, como layout,
ambientação e exposição dos produtos de uma forma que agrade os clientes,
são fundamentais as relacionadas à disposição dos produtos nas gôndolas. De
acordo com alguns autores (Desmet e Renaudin, 1998; Cesarino
e Caixeta Filho, 2002), frente às limitações de espaço interno, o arranjo
encontrado para a distribuição dos produtos não somente vai influenciar
diretamente as vendas de cada loja, como também pode significar um
componente importante da estrutura de custos do supermercado. Por outro
lado, é crescente a necessidade de personalização dos serviços do varejo, ou
seja, o consumidor exige um sortimento adequado de produtos e um
atendimento cada vez mais direto. Dentro deste contexto, tem-se como um
exemplo a prática da ferramenta Gerenciamento por Categorias, que é
considerado elemento central da estratégia Sortimento Eficiente.
De acordo com ECR Brasil (2001), para se pôr em prática a implementação do
processo, é preciso seguir alguns passos fundamentais:
1. Preparação interna, em que tem de haver um alinhamento com a diretoria,
definição de uma equipe dedicada especificamente para o gerenciamento,
organização da informação e tecnologia;
29
2. Seleção do capitão da categoria, que é a indústria escolhida pelo varejista
para gerenciar a categoria completa, incluindo as marcas concorrentes, sendo
ele o corresponsável junto com o varejista pelo monitoramento dos resultados.
Nesse processo de parceria, a indústria capitão da categoria pode apontar
alguns problemas da categoria para o varejista, buscando convencê-lo das
necessidades de adaptações, melhorias e mudanças na forma com que este
utiliza as ferramentas do GC. De forma idealizada, Ghisi (2001) afirma que
essa indústria deve, acima de tudo, atuar de forma a maximizar o desempenho
da categoria e não defender o seu produto ou criticar os dos concorrentes
diretos que atuam em uma mesma categoria. Caso isso ocorra, de acordo com
o mesmo autor, pode haver um impacto negativo na própria relação de
negócio, colocando em jogo a credibilidade do trabalho em conjunto
desenvolvido;
3. Definição do contrato de confidencialidade, com a oficialização da parceria
entre indústria e varejo, valorizando a ética e a imparcialidade;
4. Reunião Inicial, onde há a definição, pelos parceiros, das diretrizes sobre a
escolha da categoria a ser trabalhada, a estratégia associada e o cronograma
de trabalho. É importante compartilhar as expectativas, visão estratégica sobre
a categoria e definir conjuntamente os objetivos do plano.
Segundo ECR Brasil (1998) e Rojo (2001), o GC está fundamentado em seis
componentes-chaves:
•Cartão de Metas: São ferramentas para definir, medir e monitorar o
desempenho da categoria em relação aos objetivos estabelecidos. Abrangem
medidas de desempenho internas e externas;
• Informática: O GC está baseado no uso intensivo de tecnologia da
informação visando o apoio às decisões, o planejamento, análise e controle de
desempenho da categoria;
• Capacidade da Organização: A capacidade organizacional é ponto chave
para a implementação desta ferramenta, pois define as funções dos gestores
das categorias e o entrelaçamento destes no organograma da empresa. Para
isso, é importante que haja o envolvimento da alta direção, a clara definição de
responsabilidades, o conhecimento da ferramenta pelos envolvidos no
30
processo, a estrutura organizacional com apoio para as análises de dados, a
orientação para resultados e o desenvolvimento e treinamento intensivo de
pessoal;
• Parceria: O GC está baseado em forte e efetiva parceria entre o varejista e
fornecedores. Alguns varejistas obtêm apoio de um fornecedor para ajudá-lo a
gerenciar uma categoria. Conhecido como capitão da categoria, esse
fornecedor compõe uma aliança com o varejista para ajudá-lo a obter
informações sobre o consumidor e o mercado, visando melhorar o
desempenho e o lucro potencial da categoria;
• Estratégia: Com pensamento estratégico, a empresa deve buscar uma
orientação de esforços para oferecer “valor” aos consumidores, o
comprometimento da alta direção, o gerenciamento das categorias como
unidades estratégicas de negócios e a definição de uma estratégia de
marketing, abastecimento e relacionamento com o fornecedor;
• Processo: O processo de negócios do GC é um conjunto estruturado de
atividades em etapas, projetado para o desenvolvimento e implementação de
um Plano de Negócios de uma categoria. A metodologia utilizada para
implantação do Plano está baseada em oito etapas, conforme mostra a figura
3. Ressalta-se que não é necessário o cumprimento desses oito passos para
realização de um processo de GC, até porque a realidade organizacional é
diferente para cada empresa envolvida, mas é importante avaliar o nível de
profundidade, investimento e tempo, que são as variáveis do processo. Além
disso, como a realização de processos de GC entre parceiros comerciais é
uma decisão estratégica, é necessário que mudanças nas atitudes de trabalho
aconteçam, começando com a comunicação entre os parceiros, preparação de
toda a equipe, disponibilidade de informações sobre dados de venda e
mercado, receptividade a sugestões e críticas, bem como a confiança no
processo e no parceiro (ECR Brasil, 2001). Desta forma, para garantir a
consolidação dessa ferramenta entre as organizações, há algumas premissas
importantes que devem ser expostas, como o forte comprometimento do
primeiro nível das empresas, relacionamento de confiança e transparência,
definição de uma liderança do processo, definição de uma equipe de trabalho
31
multifuncional com a participação de pessoas de todas as áreas envolvidas no
projeto, intensa troca de dados e informações entre as empresas, investimento
em pesquisa com o consumidor e tecnologia de informação, e, principalmente,
a adequação de um plano de gerenciamento conforme a realidade de cada loja
(ECR Brasil, 2001).
Com a implantação dessa ferramenta e o desenvolvimento de um
relacionamento mais cooperativo e estratégico entre as empresas, esperam-se
alguns benefícios tais como: o retorno nas ações promocionais por meio de um
calendário mais eficiente e adequado à realidade do supermercado e do
consumidor, aumento da satisfação do consumidor pela oferta do mix mais
adequado de produtos, preço e facilidade de compra através de um melhor
layout da loja e da gôndola, incremento nas vendas, bem como aumento de
rentabilidade da categoria (ECR Brasil, 2000).
Figura 3: Modelo Completo de GC (oito passos)
A etapa 1 chamada de Definição da Categoria é a formação e segmentação a
partir da perspectiva do consumidor. Já a etapa 2 definição do Papel da
Categoria, considera informações sobre o consumidor, mercado e varejista. A
etapa de papel da categoria se desdobra em outra definição importante que
são os papeis da categoria. A ECR Brasil (1998) define quatro papéis: Destino,
Rotina, Ocasional ou Sazonal e Conveniência. Os papéis de categoria devem
Fonte: Manual de Gerenciamento por Categorias ECR, (2007, P.16)
32
ser compreensíveis, a organização do varejista e seus fornecedores devem
estar aptos a entendê-los e vincular decisões a estes papéis.
Complementando o entendimento das quatro categorias o ECR Brasil (2007) e
o Supermercado Moderno (2009) dispõem que:
- Categoria Destino: são essenciais para o bom andamento da casa, aquelas
que exigem a ida ao supermercado. Arroz, por exemplo, ser categoria destino
é quando a loja é lembrada pelo consumidor como melhor local para adquirir
aquela categoria, lembrada pelo serviço, sortimento, ambientação e preço e
outros atributos que geram um valor percebido pelo consumidor alvo. Com
isso, a Categoria Destino são aquelas em que os consumidores entendem
como essenciais para o consumo e que uma loja que atende bem a estas
necessidades como um sortimento completo destes itens e um bom serviço
será sempre lembrada pelos seus consumidores alvo;
Categoria Rotina: são importantes para o consumo, mas não levam o
consumidor a sair de casa só para comprá-las. Elas são adquiridas quando o
consumidor vai à loja comprar as categorias destino. Exemplo: iogurte. As
categorias de rotina determinam ao varejista como loja preferida pelo
fornecimento de valor consistente e competitivo no atendimento das
necessidades de rotina /estocagem do consumidor;
Assim entende-se que as categorias de papel rotina para os consumidores são
aquelas que são de necessidade, mas não essencial ao ponto de levar estes
consumidores a saírem de casa para adquirir. São categorias que o varejista
fornece valor através do atendimento a estas necessidades no momento da
compra motivado por outras categorias de caráter destino.
- Categorias de conveniência: os produtos desta categoria não são essenciais
para o bom andamento do lar, mas são valorizadas pela associação com
ocasiões especiais (vinho para servir aos amigos); por atender a emergências
(prato congelado no dia em que a empregada falta); e por funcionar como uma
recompensa ao consumidor (chocolate). São as categorias de conveniência
que reforçam a imagem do varejista como loja completa pelo fornecimento de
valor adequado ao consumidor alvo no atendimento de suas necessidades de
33
reposição planejadas ou não planejadas (ECR BRASIL, 2007;
SUPERMERCADO MODERNO, 2009).
Em relação as categorias de conveniência, entende-se que mesmo não sendo
essenciais são aquelas que ficam na mente dos consumidores devido ao valor
que representam no momento de consumo seja em uma ocasião especial ou
recompensa própria. E diante desta valorização os varejistas atendem este tipo
de necessidade reforçam sua imagem de loja a ser lembrada por este público.
- Categorias Sazonal ou Ocasional: estas categorias são as que consumidores
adquirem em determinadas épocas do ano. Exemplos: panetone e ovo de
Páscoa. Categorias que reforçam a imagem do varejista como loja preferida
pelo fornecimento de valor competitivo e oportuno ao consumidor alvo para
compras sazonais, exemplo: Páscoa, Natal, verão, etc. (ECR BRASIL, 2007;
SUPERMERCADO MODERNO, 2009).
Portanto categorias de papel sazonal ou ocasional dependem da sazonalidade
de determinadas épocas em que são ofertadas. Mas os varejistas que
exploram bem estes períodos têm sua imagem reforçada diante dos
consumidores.
Neste contexto sobre as etapas do processo de gerenciamento por categorias
ilustrado na Figura 3, observa-se que as três primeiras etapas se destacam por
ter o consumidor como fonte comum de informação. Na etapa de definição
entende-se que para definir as categorias e segmenta-las é a partir das
perspectivas do consumidor. O papel de categorias se divide em quatro
modelos que atendem necessidades específicas do consumidor. Esta definição
de papéis de categoria por parte do varejo irá determinar o valor que cada
consumidor dará em relação ao estabelecimento ou ponto de venda.
Quanto à definição do processo e planejamento do gerenciamento por
categorias, a Revista Supermercado Moderno (2009) aponta algumas
características importantes conforme segue:
- Avaliar em quais categorias é mais urgente realizar o gerenciamento e traçar
um cronograma de implantação do programa;
- Definir com mais clareza qual o tamanho que cada categoria deve ocupar;
- Fazer uma análise da variedade de produtos e marcas de cada categoria;
34
- Definir onde expor cada uma delas;
- Determinar quais equipamentos serão usados (gôndola iluminada, balcão
refrigerado, etc.);
- Fazer um planograma (organização dos produtos nos equipamentos);
- Escolher materiais e técnicas de merchandising (ações para destacar os
produtos);
- Organizar a operação: como repor os produtos, com que frequência, quem
será responsável por isso, como integrar a operação com a área de compras
para evitar ruptura;
- Planejar a política de preços e promoções;
- Reforçar o atendimento: como a equipe deverá se comportar para atender
melhor o shopper.
Com estas características de boas práticas compreende-se ser importante
para desenvolvimento de um planejamento que possa ser eficiente no
processo de gerenciamento por categorias, pois são a base de
desenvolvimento e do controle das etapas presentes neste processo de
gestão. Marques e Alcântara (2004), afirmam que dentre as decisões
operacionais pertinentes à atividade varejista, como layout, ambientação e
exposição dos produtos de uma forma que agrade os clientes, são
fundamentais as relacionadas à disposição dos produtos nas gôndolas.
As etapas seguintes do processo serão definidas com base na árvore de
decisão de compra do consumidor. Tais etapas consistem no cartão de metas,
estratégias e táticas, definição do planograma e implementação do plano.
De acordo com o Guia de Categorias publicado pela Revista Supermercado
Moderno (2015), a árvore de decisão do consumidor é o conjunto de fatores
que descreve o processo mental de escolha de um produto, parte de um
problema que ele precisa solucionar. A seguir exemplo de árvore de decisão
na Figura 4.
35
Figura 4: Árvore de decisão atomatados
Na Figura 4 com informações através de pesquisa, divulgado pela Revista
Supermercado Moderno (2015) detalha a maneira como o consumidor
raciocina em relação aos atributos que valoriza por ordem de importância de
acordo com cada classe social. Como mostra na Figura 4, as classes A e B
para categoria Atomatados considerando o molho o primeiro atributo a ser
avaliado no momento da compra é a marca, o segundo atributo é sabor
seguido por outras avaliações. Enquanto para as classes C, D e E o primeiro
atributo a ser avaliado para iniciar a decisão de compra é o sabor seguido pelo
preço e outros.
Na Categoria de Atomatados no item extrato como mostra a Figura 4, as
classes A e B consideram como primeiro atributo a ser avaliados no momento
da compra a marca ( coincidindo com a avaliação do molho no momento da
compra) e o segundo atributo é a embalagem seguido do preço. Já as Classes
C, D, E, consideram também a marca como primeiro atributo, seguido do
preço, conforme pesquisa da Cargill divulgada pela Revista Supermercado
Moderno (2015 ).
A abordagem desta definição de árvore de decisão do consumidor
compreende que a partir desta informação sobre como o consumidor raciocina,
É possível ter uma base para o Gerenciamento por Categorias na definição do
Planograma de exposição, proporcionando a inter-relação dos produtos no
momento da compra da maneira que ele pensa.
Fonte: Revista Supermercado Moderno (2015)
36
Logo, compreende-se que conforme ECR Brasil (1998), o princípio da
definição de categoria que é o agrupamento distinto de grupos de produtos
inter-relacionados para atender e satisfazer necessidades são com base no
raciocínio da arvore de decisão do consumidor.
É evidente que a definição da categoria, ou seja, a definição de um grupo
de produtos que os consumidores percebem como inter-relacionados e/ou
substituíveis entre si na satisfação de suas necessidades, resulta no grupo de
produtos que deverão compor esse espaço de venda, baseando-se são claro
no gosto e na necessidade do cliente (ECR Brasil, 2008).
Gerenciar uma categoria consiste em um processo contínuo entre o fornecedor
e o varejo no gerenciamento de produtos como unidades estratégicas de
negócios (UENs), cujo objetivo principal consiste em melhorar a cada dia os
resultados obtidos, e entregar maior valor ao consumidor final (ECR Brasil,
2008).
De acordo com Amatti (2008, p. 128), “para que o processo de Gerenciamento
por Categorias saia do papel é necessário que o varejo e os fornecedores
passem a trabalhar as categorias, enxergando-as da mesma forma que o
consumidor”.
Segundo ( ECR Brasil, 2002) É evidente que o GC não é uma ferramenta
milagrosa, mas simplesmente um conjunto de técnicas de gestão eficientes,
aplicáveis em quaisquer empresas, independentemente de seu porte ou
localização. É um processo lógico que permite identificar oportunidades de
vendas e lucros, indo de encontro aos desejos dos clientes de modo mais
efetivo e priorizando o uso dos recursos nas oportunidades que tenham
maior potencial de resultados.
Em qualquer mercado ou situação, no entanto, o principal fator determinante
do sucesso sempre será a predisposição dos dirigentes de empresas a
entenderem novas propostas e ferramentas, dentre as quais o GC, como
oportunidades estratégicas para desenvolverem suas vantagens competitivas.
37
CONCLUSÃO
Atualmente existe um número muito grande de marcas de produtos, mas não
adianta colocar um sortimento muito grande de um mesmo produto sem deixar
claras as diferenças entre os diversos produtos, pois o consumidor/ shopper
acaba não distinguindo um produto do outro, fazendo com que o muitas vezes
a falta de informação tenha consequência a venda não realizada.
O cenário atual é bem dinâmico onde o tempo tornou-se bastante restrito,
devido a isto os consumidores/ shopper parecem preferir locais onde possam
encontrar um pouco de tudo.
Um misto de serviços, produtos diversificados, requinte, conforto e qualidade
têm conquistado os consumidores/ shoppers.
Diante da realidade, fica evidente que existem diversos pontos que devem
ser trabalhados para que o Gerenciamento por Categorias continue evoluindo
e consiga trazer resultados positivos de vendas
Contudo, é preciso promover a aproximação entre fornecedores e varejos para
que estabeleçam uma relação de parceria, com foco em resultados
quantitativos e qualitativos. Havendo cooperação e transparência entre as
partes fica mais fácil definir estratégias que sejam comuns a ambos.
Também, a carência de estrutura interna por parte dos varejistas é uma
realidade capaz de ser amenizada em curto prazo com o auxílio dos
fornecedores, que podem transmitir sua experiência e ajudar na formulação da
área e no treinamento das pessoas.
Por outro lado, o varejo acredita no Gerenciamento por Categorias( se bem
aplicado) como um diferencial competitivo.
De maneira geral, conclui-se que o Gerenciamento de Categoria contribui
efetivamente para o aumento das vendas nas empresas (independente do
tamanho), contudo o varejo precisa buscar a otimização dos processos
internos (estruturar-se internamente) para, posteriormente, investir nesta
metodologia, proporcionando a melhoria contínua e consequentemente, maior
vantagem competitiva.
38
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43
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Comportamento de Compra do Shopper e a Experiência no Ponto de Venda ............................................................................................................................. 16
Figura 2: Processo de escolha de uma loja pelo consumidor .............................. 22
Figura 3: Modelo Completo de GC ( oito passos) .................................................. 31
Figura 4: Árvore de decisão atomatados ................................................................. 35