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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
O Cérebro e a Aprendizagem de um Novo Idioma
Por: Evandro Ricardo Guida Junior
Orientadora
Marta Relvas
Rio de Janeiro
2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
O Cérebro e a Aprendizagem de um Novo Idioma
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Neurociência Pedagógica.
Por: . Evandro Ricardo Guida Junior
RESUMO
A pesquisa tem como objetivo mostrar que aprender outro idioma não é
tão complicado como se muitas vezes se pensa, mas é algo que se adquire
fácil se souber os fatores envolvidos na aquisição de outra língua. Às vezes a
repetição é um dos meios mais utilizados na aprendizagem, pois através desse
procedimento criam-se novas sinapses e com isso mais fácil será de invocar
uma palavra que se aprende depois de um tempo quer recentemente ou por
décadas. A repetição pode ser comparada ao um músculo, que quanto mais
trabalhar este músculo mais desenvolvido estará e é o mesmo processo que
ocorre com o nosso cérebro. Mas muitas vezes esquecem-se coisas que se ver
recentemente, porém isso é um processo natural do cérebro. Se diminuir na
invocação da memória, mas fácil será a sua extinção nas nossas mentes. O
desejo por querer aprender outra língua é um forte aliado na hora dos estudos,
porque tudo que incentiva mais se empenha por algo que deseja e facilita ainda
mais nos estudos. As crianças têm a capacidade de aprender muitas coisas
com muita facilidade e muitas vezes em curto período de tempo, mas sabe-se
que pessoas na fase adulta também têm esta capacidade. Aprender um novo
idioma na atualidade é de grande importância, pois uma era de globalização
onde muitos recursos na qual onde irá se utilizar ou realizar um desejo de
conhecer outro país ou para qualquer outro fim, é por meio de uma novo
idioma. A pesquisa foi realizada por meios de livros e artigos científicos da
atualidade.
Palavras-chaves: cérebro, idioma, repetição, aprender.
METODOLOGIA
A metodologia do trabalho está sendo realizado através de consultas
bibliográficas por meio de livros e artigos científicos recentes postados on-line,
para que possa ter uma compreensão do que ocorre no nosso cérebro na
aprendizagem de outro idioma. Pesquisa qualitativa com revisão de conteúdos.
Pascoal Cantos Gómes,A Motivação no Processo Ensino/Aprendizagem
de Idiomas:Um Enfoque Desvinculada dos Postulados de Gardner e
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Webgrafia
www.Wikihow.com.br
www.veja.abril.com.br
www.educationplanner.org
SUMÁRIO
Introdução 10
Motivação e as Diferentes Memórias na Aprendizagem 12
Léxico Mental e o Bilinguismo a Fase de Aquisição 22
Estilos de Aprendizagem 37
Conclusão 47
Bibliografia 48
Índice 50
Introdução
Atualmente o mundo está cada vez mais globalizado e isso que faz com
que os países se tornam cada vez mais próximos e realizando diferentes meios
de negociação e alterando tanto a nossa economia como a o dos outros países
envolvidos. Com esse processo acelerado é de grande importância saber outro
idioma talvez não só um, mas talvez até mais de dois. Mas em grande parte
muitas pessoas não fazem cursos de idiomas devido a vários fatores, entre
estes estão seja a falta de tempo, problemas financeiros ou acredita que, para
que possa aprender um novo idioma tem que ser mais novo ou até mesmo ser
uma criança para um aprendizado rápido e eficiente. Uma criança tem
capacidade de aprender de maneira rápida, mas sabe que até pessoas de mais
idade podem e tem capacidade de aprender novos idiomas. Para esse feito
talvez tenha que criar atividades que estimulem o cérebro relacionado com o
idioma que deseja aprender, uma alimentação adequada que ajuda e preserva
o cérebro pode ser também um ótimo aliado na aquisição do novo idioma.
Sabe que qualquer pessoa pode aprender diferentes idiomas, o que diferencia
de uma pessoa para outra é o fator tempo. Pessoas são diferentes não
somente em questão física, cultural, entretanto os que estão mais ligados na
questão de aprendizagem são os fatores genéticos e fatores externos, mesmo
assim o fator chave é o tempo.
Existem vários tipos de memórias no processo de aprendizagem e cada
pessoa apresenta um estilo de aprendizagem, então se deve descobrir qual é o
mais indicado para cada indivíduo, e após a verificação do estilo de
aprendizagem, escolher exercícios e tarefas adequadas para cada pessoa,
para que tenha êxito de modo mais rápido e melhor no idioma que esteja se
estuda.
Uma vez que as novas informações estão guardadas na mente, a
pessoa deve buscar fazer repetições em determinados intervalos de tempo
para que fiquem cada vez mais arraigadas na memória. Quanto mais
memorizado tiver as palavras adquiridas, os intervalos de estudo podem
aumentar como mudando de um dia para três dias e assim sucessivamente,
isso é para que possa ser gravado na memória de longa duração.Estudar antes
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e dormir é uma maneira de armazenar informações, pois o conteúdo aprendido
passará da memória curta para a de longa duração, cochilos após cada sessão
de estudo permite que o cérebro retenha informações importantes.
Uma maneira de rápida compreensão do cérebro é quando se aprende o
conteúdo e não o idioma em si. Um exemplo disso é quando tem que saber o
nome dos alimentos do outro idioma, em vez de ensinar como se chamam
alimentos em um determinado idioma, seria mais produtivo aprender sobre
culinária francesa em uma aula inteiramente na língua seria uma forma mais
natural de compreensão para nossos cérebros. E, com isso, estudantes
também passam a se acostumar com a conversação no outro idioma.
Além disso, o cérebro precisa de tempo para adquirir novas informações
já aprendidas e melhorar a compreensão do novo idioma, portanto a pessoa
deve aprender novas informações e revisar o conteúdo aprendido tudo ao
mesmo tempo. O adequado é fazer isso com textos em diferentes tempos
verbais, e/ou com palavras que desconhece. Fazendo deste jeito irá dar a
pessoa uma noção melhor de empregar as palavras adequadamente. Persistir
em decorar o vocabulário por si só, sem diferenças de mudança temporal é
tentar reter na memória, a gramática de um dicionário.
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Capítulo I
MOTIVAÇÃO E AS DIFERENTES MEMÓRIAS NA
APRENDIZAGEM
A motivação é também um dos grandes fatores para se explicar a
respeito do sucesso ou alguns fracassos que há nas atividades humanas. A
importância desse fator aumenta no contexto educacional, pois se uma pessoa
deseja aprender alguma determinada coisa, o indivíduo irá aprender apesar do
professor, dos livros didáticos utilizados e o contexto em que se
apresenta.Então se conclui que se um aluno estiver altamente estimulado a
aprender algo, as ajudas que ele pode vim a ter no contexto educacional tais
como professor, livros, aparelhos eletrônicos e entre outros meios viram ser
peças secundárias na aprendizagem.
Acredita que o papel da motivação na aprendizagem de um novo idioma
situa em diferentes níveis com características restritivas. A motivação é
associada a atitudes com relação à comunidade de falantes da língua que
deseja aprender, um interesse de interação com pessoas falantes do idioma e
certo grau de auto-identificação com a comunidade com a língua que se deseja
aprender.
Muitas pesquisas realizadas por diferentes autores como Gardner,
Lambert, Smythe, entre outros mostram que aprendizagem está ligada
diretamente com motivação, ou seja, o ato de aprender algo está ligado ao ato
de querer algo. Há também um objeto no meio externo que tende a aumentar
ou diminuir o grau motivacional, que manifesta reações relacionadas ao
objeto.Verifica-se que pessoas tendem a ter reações diferentes ao mesmo
objeto em grau de apreensão, gostos, rejeições gerando alterações de atitude
tanto positiva, onde há aumento da motivação relação a um mesmo objeto ou
estímulo externo, como reações negativas tendo assim a rejeição, causando
diminuição no grau motivacional do sujeito em relação a tal objeto.
A motivação integrativa caracteriza pelas atitudes positivas em relação
ao grupo de falantes do idioma meta, com a vontade e desejo de integrar nesse
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grupo, ou no mínimo, pelo interesse em conhecer membros do referido grupo e
conversar com eles. A motivação instrumental caracteriza-se por um desejo de
obter, devido ao conhecimento de uma língua estrangeira, um reconhecimento
social ou vantagens econômicas. Nesse caso a pessoa dispõe a aprender um
novo idioma para obter aproveito de característica não interpessoal. Esta é
uma concepção de Skinner a respeito do conceito "instrumental". Gardner e
Lamber acreditavam que um aluno com uma orientação instrumental com
respeito à aprendizagem de um idioma pode estar tão motivado quanto um
aluno com uma orientação integrativa. Outro autor, Spolsky, concluiu que para
aprender um segundo idioma é a chave que possibilita fazer parte de outra
sociedade, o desejo de querer se incorporar a tal grupo é um fator
determinante para aprendizagem. Gardner foi o maior responsável por essa
linha de pesquisa criada por ele mesmo, com suas próprias ideias sobre a
motivação de querer aprender um novo idioma envolvendo seus trabalhos,
críticas e revisões levando a elaborar uma bateria de testes para medir a
atitude e a motivação (AMTB, Attitude/Motivation Test Battery; Gardner, 1985;
Gardner et al., 1979).Testes que possibilitam que revisa-se vários estudos
empíricos, incluindo o que ele mesmo postou, permitindo o surgimento do
modelo sócio-educacional.O modelo sócio educacional de Gardner enfatiza a
ideia de que os idiomas, diferente de outras disciplinas educacionais, é que
engloba a aprendizagem de aspectos do comportamento típicos de outra
sociedade linguística.Portanto, as atitudes do aluno em relação a essa
comunidade linguística irá determinar em parte o sucesso da aprendizagem de
um outro idioma.Seguindo esse modelo, Gardner distingue entre: crenças
culturais surgidas a partir do contexto social, motivação, fruto das diferenças
individuais no momento de aprender uma língua, contextos formais e formais
na aprendizagem, e resultados linguisticos e não linguisticos.
Mas além de estar motivado, para que ocorra a aprendizagem e a
retenção dos conteúdos, deve-se lembrar em conta os diferentes tipos e
memória. A memória, segundo Izquierdo, seria a “aquisição, formação,
conservação e evocação de informações” (2011, p. 11). Pois é através da
memória que se aprende, se armazena e se evoca saberes e fatos que foi ou
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serão de grande importância, portanto precisa da memória para manter o
nosso conhecimento do mundo ao nosso redor e de conhecer à nós mesmos.
As memórias podem ser divididas em dois grupos quanto ao conteúdo que são:
as declarativas (eventos, fatos, conhecimentos).A memória declarativa está
relacionada ao armazenamento e à evocação de informações que são
aprendidas e processadas de forma mais consciente. Para Squire, a memória
declarativa é divida em duas: semântica e episódica. A memória semântica
relaciona-se com o conhecimento dos fatos sobre mundo, incluindo o
linguístico e a memória episódica refere-se à capacidade de experimentar ou
evocar fatos relacionados a seus contextos originais, como diz Tulving.A
memória declarativa semântica está relacionado com o conhecimento que nós
temos sobre os fatos do mundo, incluindo a parte linguistica onde pode se pode
fazer compartilhamentos coletivos desse conhecimento, enquanto a episódica
são as vivências, ou seja, memórias individuais.
E as de procedimento ou hábitos, adquiridos e evocados de maneira
quase automática, como andar de bicicleta. A memória procedimental tem
relação com a aquisição e o conhecimento inconsciente de hábitos e
habilidades motoras. Essa distinção, de acordo com Izquierdo (1989), se
baseia no "saber que" (declarativa) e no "saber como" (procedimental). Na
memória declarativa participa o hipocampo, enquanto nas memórias de
procedimentos ou hábitos, o hipocampo parece estar envolvido apenas nos
primeiros momentos após o aprendizado, sendo eles dependes de
basicamente de circuitos subcorticais que inclue o núcleo caudato e circuitos
cerebelares.
Por volta do fim do século XIX, Santiago Ramón Y Cajal, fundador da
neurociência tinha postulado que as memórias obedecem as modificações da
estrutura e função das sinapses. Nas últimas décadas pode se demonstrar que
isso é verdade, as alterações moleculares sinápticas que realiza a formação,
persistência e evocação das memórias em várias regiões encefálicas.
Denominam-se sinapses as junções entre neurônios, geralmente entre
as terminações de seus prolongamentos. Os prolongamentos se chamam
axônios que se dirigem a outros neurônios, e dendritos aqueles que sobre os
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quais terminam os axônios.Na maioria das sinapses funciona através da
liberação de substâncias denominadas neurotransmissores, os quais se liga
proteínas específicas denominadas receptores, e a ativação desencadeia
sequências complexas de processos moleculares.Os neurotransmissores
podem estimular ou inibir o próximo neurônio.O neurotransmissor excitatório
mais comum é o glutamato, e o inibitório mais comum é o ácido gama-amino-
butírico.Outros neurotransmissores como dopamina, noradrenalina, serotonina
e acetilcolina desempenha em geral funções moduladoras, relacionadas com
as emoções, o alerta e o estado de ânimo.
Todas as memórias são associativas, são adquiridas através de ligação
entre um grupo de estímulos, um livro como exemplo, e outro grupo de
estímulos como: material lido, aquilo que se aprende e algo que causa
prazer.O do segundo grupo, que é de consequências biológicas maiores, é
denominado de estímulo condicionado ou reforço.Há algumas formas de
aprendizado sem que haja qualquer estímulos.A forma mais simples dessas
formas de "aprendizado negativo", associa-se um estímulo repetido com a falta
de qualquer consequência, denominando-se habituação.
Porém, no ponto de vista de funções, há um tipo de memória que é
extremamente importante da aquisição como no momento da evocação de toda
e qualquer outra memória, declarativa ou não que é: a memória de trabalho.
Operacionalmente assemelha-se a memória RAM do computador, onde
mantém "viva" a informação durante segundos ou poucos minutos, enquanto
está sendo percebida ou processada. Essa forma de memória é sustentada
pela atividade elétrica de neurônios do córtex pré-frontal, em rede via córtex
entorrinal com o hipocampo e a amígdala, durante a percepção, a aquisição ou
a evocação. A memória de trabalho dura apenas alguns segundos e não deixa
traços. Quando se ler um texto a segunda ou terceira palavra do texto da frase
anterior, durou 2 ou 3 segundos, para dar sentido à frase e conectá-la com a
seguinte, porém já desapareceu da memória para sempre.
As memórias que mantém além de segundos denomina-se memória de
curta e memória de longa duração. A memória de curta duração dura 0,5-6
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horas e utiliza processos bioquímicos breves no hipocampo e córtex entorrinal.
A memória de longa duração dura muitas horas, dias ou anos. Quando dura-se
anos, chama-se remota, como lembranças de sua infância.Sua formação
requer uma sequencia de passos moleculares que dura de 3 a 6 horas, no
hipocampo, aos núcleos amigdalinos e em outras áreas, durante as quais é
suscetível a numerosas influências.A memória de curta duração mantém a
cognição funcionado as horas que a memória de longa duração leva até
adquirir sua forma definitiva. A construção da memória de longa duração
envolve o hipocampo que é a estrutura central da formação de memórias
declarativas, integrando um circuito que inclui o córtex temporal vizinho (córtex
entorrinal), o núcleo da amígdala e áreas corticais distantes. O hipocampo, a
amígdala e o córtex recebem também terminações de vias nervosas vinculadas
com o afeto, os estados de consciência e o maior ou menor grau de alerta,
ansiedade ou estresse. Essas vias são: a dopaminérgica, a noradrenérgica, a
serotoninérgica e as colinérgicas, que registram e reagem às emoções e
estados de ânimo. A dopamina e a noradrenalina são os neurotransmissores
da vigília e do alerta. A serotonina regula o estado de ânimo, e falha na
depressão. As vias colinérgicas, que usam o neurotransmissor acetilcolina,
regulam uma variedade grande de percepções emocionais. Em todos os casos,
essas vias agem através de receptores específicos para cada
neurotransmissor, localizados no hipocampo, na amígdala e no córtex.
Sequência é parecida com a da potenciação de longa duração nessa estrutura,
como era de esperar, dado o fato de que ambas consistem em alterações
perduráveis da função sináptica “plasticidade” na mesma estrutura. A
potenciação de longa duração é o aumento de tamanho da resposta de um
grupo de neurônios desencadeada pela sua estimulação repetitiva durante
alguns segundos, e ocorre no hipocampo durante a consolidação de memórias.
Dependendo dos parâmetros de estimulação e/ou do estado prévio de cada
sinapse, pode ocorrer, em vez de uma potenciação, uma depressão de longa
duração (LTD) da resposta dessa sinapse. Sistematicamente, a potencialização
de longa duração e a depressão de longa duração são parecidas, pois ambas
envolvem em uma ativação inicial de certo tipo de receptores ao ácido
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glutâmico, o principal neurotransmissor excitatório; a entrada na célula pós-
sináptica de cálcio, seguida da ativação de várias enzimas dependentes desse
íon, que permitem a transferência de íons fosfato de umas proteínas a outras e
a subsequente ativação da transcrição do DNA, leva à síntese proteica nos
ribossomos do citoplasma do neurônio ativado. A sequência dos processos
moleculares subjacentes à formação de memórias no hipocampo envolve a
ativação de numerosas enzimas que regulam a atividade de proteínas
preexistentes, e a produção por elas de ativação gênica e síntese proteica.
Muitas das proteínas sintetizadas no hipocampo na formação de memórias se
incorporam às sinapses das células hipocampais com as de outras regiões e
altera sua função, outras regulam esses processos. Uma das principais
proteínas reguladoras das sinapses é o fator neurotrófico derivado do cérebro
(BDNF), que atua tanto durante a formação de memórias, como também várias
horas mais tarde, que quando liberado no hipocampo por estímulos
dopaminérgicos, determina se as memórias que foram consolidadas antes
persistiram durante poucos dias ou durante semanas. Ao mesmo tempo, atuam
também sobre o hipocampo vias noradrenérgicas mediadas por receptores
beta, e terminações colinérgicas nicotínicas. A persistência das memórias
procedurais é muito grande, dura décadas, a das memórias declarativas é
muito menor e declina depois dos 40 anos de idade é devido a isso que explica
o motivo que a partir da idade dos 40 tendemos a recordar menos as coisas
mais recentes. O mecanismo não tem relação com o sono, mas a falta de sono
diminui a persistência das memórias declarativas. Um dos muitos mecanismos
propostos para a persistência envolve a reiteração cíclica da ativação da
enzima cálcio-calmodulina quinase II, e da elevação simultânea dos níveis de
cAMP (sigla do inglês: cyclic adenosine monophosphate) no hipocampo, após a
consolidação. Portanto, a ativação dessa enzima no hipocampo é necessária
para a manutenção das memórias. O processo de formação das memórias de
longa duração é demorada e frágil e que consiste de muitas etapas que podem
falhar. Várias dessas etapas estão sujeitas a poderosos mecanismos de
modulação, através de dois grandes conjuntos de fibras nervosas: onde vias
procedentes da amígdala e do núcleo medial do septuo que, através de
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axônios colinérgicos e glutamatérgicos, modulam intensamente a formação de
memórias no hipocampo. Essas vias estão vinculadas com o conteúdo
emocional das experiências que deixam memórias, ou seja, quanto maior a
emoção, maior sua ativação. Vias nervosas vinculadas com o afeto, as
emoções e os estados de ânimo, procedentes de estruturas subcorticais e
estimuladas pela aquisição de uma experiência nova ou a recordação de uma
experiência antiga. Essas vias regulam enzimas que afetam o metabolismo da
célula nervosa e prejudicam sua capacidade de ativar genes e sintetizar
proteínas e, portanto, gravar memórias. Essas vias agem quase ao mesmo
tempo sobre o hipocampo, o córtex entorrinal e o córtex parietal. Sua excitação
ou inibição é importante para determinar se cada memória de longa duração
será efetivamente formada ou não. Uma estimulação intensa da via
serotoninérgica ou uma inibição das vias dopaminérgica ou noradrenérgica, por
exemplo, podem efetivamente cancelar a formação definitiva de uma memória
horas depois de ter sido adquirida.
A memória de curta duração de acordo com Izquierdo(2011), esse tipo
de memória dura em cerca de 1 a 6 horas, tempo suficiente para que ela se
torne de longa duração.Baddeley(2011) a classifica como a retenção
temporária de pequenas quantidades de material sobre breves períodos de
tempo.
"As memórias são adquiridas sob a influência de um determinado 'tônus'
cerebral dopaminérgico, noradrenérgico, serotonérgico ou beta-endorfínico, e
de um 'tônus' hormonal paralelo. Esses moduladores e hormônios geralmente
facilitam a formação de memórias agindo sobre mecanismos específicos nas
áreas do cérebro que as fazem e, de certa maneira, incorporam informação a
ela"(Izquierdo, 2010).
As principais áreas envolvidas na evocação de memórias declarativas e
de procedimentos são basicamente as mesmas utilizadas para sua formação,
no caso das memórias declarativas, com o passar do tempo, o hipocampo e a
amígdala passam a ter um papel menos importante na evocação e várias
outras regiões do córtex predominam. Na evocação, essas estruturas
participam de maneira harmoniosa. A evocação é fortemente modulada em
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todas elas pela dopamina, noradrenalina e acetilcolina, e inibida pela
serotonina. É inibida também por corticoides procedentes da suprarrenal, que
são liberados em situações de estresse. Os corticoides explicam os famosos
“brancos” na hora da evocação, típicos em exames ou numa apresentação. A
evocação das memórias declarativas e dos hábitos é tão sensível à modulação
por fatores emocionais, ansiedade, ou estresse como sua formação.
A extinção de memória ocorre, pois a repetição de uma memória sem o
“reforço” leva a sua extinção. "Jonh Eccles (1903- 1997) demonstrou que o
desuso das sinapses ocasiona sua atrofia e a consequente perda de suas
funções” (Izquierdo, 2010). Esta constitui um novo processo de aprendizagem,
em que uma nova memória, estímulos sem consequência, substitui
gradativamente a original, os estímulos com consequência. Essa nova memória
requer também expressão gênica e síntese proteica no hipocampo e na
amígdala. Os mecanismos da extinção são semelhantes aos da formação de
memórias, mas, em vez de resultar num aumento das respostas aprendidas,
resultam numa diminuição da probabilidade de sua expressão. Na extinção, o
que se extingue não é a memória em si, senão a probabilidade de sua
evocação. A extinção é simplesmente mais uma forma de aprendizado, ou
seja, de fazer memórias. Muitos pensam que se deve à depressão de longa
duração mais que à potencialização de longa duração de sinapses
hipocampais. A interpolação de uma experiência nova, que desencadeia uma
potenciação de longa duração no hipocampo durante a extinção de uma
memória, também se acompanha de uma potencialização de longa duração
(LTP) ou depressão de longa duração (LTD) no hipocampo. A modificação de
um aprendizado resultante de uma potencialização de longa duração ou
depressão de longa duração hipocampal por outro aprendizado resultante de
outra LTP ou LTD também hipocampal é a consequência da produção de
novas proteínas perto da sinapse que primeiro foi estimulada, outras proteínas
sintetizadas perto de outra sinapse na mesma célula hipocampal, migram à
sinapse anterior e “capturam” as proteínas sintetizadas nela. Esse processo
denomina-se “marcação sináptica” (synaptic tagging), descoberta feita por Frey
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e Morris no ano de 1997, e explica as interações entre memórias próximas no
tempo, uma mais forte que a outra e ambas dependentes de LTP ou LTD.
Então quanto mais se usa a sinapse melhor será a sua função, quanto
menos usar pior será. Isto pode ser comparado a um atleta que quanto mais
trabalha seu corpo, ou seja, os músculos, melhor será seu desempenho, de
forma semelhante acontece com as funções cerebrais, que afinal são todas
medidas por sinapse. Pavlov há mais de um século disse que a repetição de
uma determinada combinação de estímulos que produz uma leva a uma
melhoria dessa memória, portanto tudo que foi aprendido fica melhor
"armazenado" se há repetição, ao menos que seja uma experiência
inesquecível, tudo que não for recordado será esquecido.
Entretanto, muitas memórias se perdem não somente por desuso de
sinapses, mas pela perda dos prolongamentos sinápticos correspondentes,
axônios ou dendritos.A morte celular e a perda das redes conexões sinápticas
ocorrem ao longo da vida das pessoas.Os neurônios em raras exceções não se
reproduzem,então há perdas que significam a efetiva desaparição das
informações que essas células e prolongamentos carregavam.A perda de
grande intensidade neuronal ocorre por volta dos 9 aos 13 meses de idade,
quando se aprende a caminhar.A partir deste período, o indivíduo vai perdendo
neurônios gradativamente, até o fim de sua vida.
Cada sistema do cérebro precisa de um mínimo de neurônios e
conexões para funcionar corretamente. Pela constante morte celular, esse
número cai abaixo do seu limiar, então o sistema passa a funcionar de maneira
deficitariamente. Declínio da agilidade e a lentidão crescente de nossos
reflexos da adolescência à idade avançada se devem pelo motivo de que cada
vez são menores as células nervosas que o nosso cérebro conserva. Um
indivíduo idoso anda mais devagar do que um adulto, e esse adulto anda mais
devagar do que um jovem, isso dá pela perda gradativa. Apesar de ser mais
sábio uma pessoa de mais idade, no sentido de ter memórias acumuladas em
forma crescente ao longo da vida, porém neurologicamente e fisicamente
menos eficiente.Menos capaz de evocar rapidamente suas memórias, e de agir
conforme seu conteúdo.Por outro lado, como vai perdendo pela falta de uso
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muitas sinapses que continham memórias, as pessoas são cada vez menos
capazes de reagir conforme elas mandam.Com a idade, apresenta-se cada vez
mais memórias novas, porém também há cada vez mais memórias antigas
fragmentárias ou ausentes.
A perda neuronal que leva a maior lentidão de memória, tanto na hora
da aquisição como na hora da evocação, é considerado fisiologicamente,
desde que estejam dentro de certos limites considerado relativamente
indefinido, diferentes de um indivíduo para outro. Esses limites dependem do
uso prévio de sua capacidade de memória ao longo da vida. Quanto mais usar
a memória mais eficiente será, ao menos que seja algo muito marcante, a
memória vai se perdendo se não recordar.
Quando esquece alguma informação, ou seja, quando o cérebro não
consegue evocar o que foi aprendido, além do processo de deterionamento do
cérebro ao decorrer dos anos, desuso da sinapse responsável pela aquela
informação ou por idade avançada, o ato de esquecer também é um ato de
aprendizagem, pois se manter tudo que foi lido, estudado, aprendido ao
decorrer da vida, os humanos não poderia prosseguir na vida, pois não teria o
que conversar de se entender e aprender já que não teria a possibilidade de o
cérebro armazenar tudo. Mas, a aprendizagem é algo constante está sempre
atualizado com o meio que está o indivíduo e difere de uma pessoa para outra.
21
Capítulo II
LÉXICO MENTAL E O BILINGUISMO NA FASE DE
AQUISIÇÃO
Quando se pensa em neurociência e na observação da aquisição da
linguagem, muitos neurocientistas associam o neurologista francês Paul Broca
(1824-1880) onde na reunião da Societé d’Anthropologie anunciava que tinha
um caso para apresentar, que era de um paciente incapacitado de falar, e que
tinha acabado de falecer. No dia seguinte, voltou com o cérebro do paciente,
onde apresentava uma lesão no córtex frontal esquerdo. Ao longo dos meses
seguintes, Broca apresentava alguns casos semelhantes e, em 1863,
desafiado por casos aparentemente contraditórios, apresentados pelo grande
neurologista Jean-Martin Charcot (1825-1893), descrevia oito casos de afasia,
onde todos tinha portações de lesões no lobo frontal esquerdo. A lateralidade
das lesões chamava atenção de Broca, e levantava a possibilidade de uma
especialização do hemisfério esquerdo para a linguagem. Broca talvez
desconhecesse que alguns poucos dias antes, havia sido depositado na
Académie de Médecine um manuscrito datado de 1836 que constatava uma
associação entre lesões do hemisfério esquerdo e afasia. O manuscrito era de
um médico do sul de França chamado MarcDax (1770-1837), onde esse
manuscrito tinha sido trazido pelo seu filho Gustave Dax (1815-1874), que
também era médico. Baseava em mais de 40 casos clínicos, e foi revisto pelo
Bouillaud, entre outros, mas somente no final de 1864 foi lido na Académie. No
entanto, Broca tinha mantido conservador quanto às suas conclusões,
acreditava que talvez fosse difícil convencer a sociedade científica anti-Gall da
localização da fala, principalmente restringindo a somente um hemisfério.
Porém no ano de 1865, provavelmente ciente das observações de MarcDax,
Broca publicava um trabalho em que tratava diretamente, detalhado, a questão
da lateralidade da fala. Enquanto a capacidade de conceber as conexões entre
ideias e palavras pertencia ambos os hemisférios, Broca argumentava que a
22
capacidade de as exprimir com movimentos articulados na fala era
exclusividade do hemisfério esquerdo.
Desde então aumentava as pesquisas com relação a estudos do
cérebro. Porém, atualmente tem aumentado a popularidade dos estudos sobre
linguagem e cérebro, sendo bem evidente no número de trabalhos publicados
nos pouco mais de uma década, devido ao recurso de novas tecnologias de
imagem, desde a ressonância magnética funcional (fMRI), à magneto-
encefalografia (MEG), à tomografia por emissão de positrões (Pet Scan), a
Espectroscopia por infravermelhos (NIRS), entre outras, que rastream o modo
como o nosso cérebro trabalha, em áreas de estudo, que vão desde à fonética,
passando pela leitura até ao processamento do discurso. Um conjunto destas
técnicas é o chamado hemodinâmico, ou seja, a base das medidas e das
imagens colhidas é a relação entre a atividade neuronal do cérebro e o sangue
o fluxo sanguíneo, volume de sangue ou oxigenação do sangue. O método
mais utilizado neste conjunto de técnicas é a ressonância magnética funcional
(fMRI) que gera imagens com uma enorme resolução espacial, na ordem de
1mm. E a mais recente, a Espectroscopia por infravermelhos (NIRS) que
fornece uma capacidade que permite saber sobre o funcionamento e a
organização espacial do cérebro.
As conclusões destas pesquisas são de grande importância para
repensar, como importante é aquisição da linguagem nos seus diferentes
ângulos, os métodos de alfabetização e o ensino-aprendizagem da leitura e da
escrita, além de esclarecer sobre as dificuldades que os alunos possam
apresentar, decorrentes de distúrbios de atenção ou da dislexia. As três áreas
que mais desenvolveram neste contexto da importância da neurociência no
processamento da linguagem: primeiro foi a perceção da fala e o
reconhecimento da linguagem falada, o segundo foi a representação e o
processamento das palavras e o terceiro o processamento do discurso. A
percepção da fala parece ser o básico para o sistema da linguagem.
Verificação, análises e compreensão deste contínuo sinal variável é o maior
23
desafio dos sistemas perceptivo e cognitivos. Mapear as vibrações no ouvido
(os sons) até as abstrações das palavras são bastante complexos, envolve
estádios do percurso auditivo que vão desde a cóclea ao córtex. Vários estudos
foram realizados nesta área que tenta demonstrar o quanto complexo é o
estudo da fala, sugerindo que usa uma variedade de sentidos para a percepção
da fala, sugerindo que o cérebro usa a fala como algo que se ouve, ver e o
sentir. O objetivo principal da percepção da fala é o de identificar as palavras
no contexto da linguagem falada, que percebe de que modo as palavras e os
seus morfemas são acedidos durante a percepção, produzidos e representados
no cérebro humano, as palavras têm uma ligação entre o sentido e o som. Em
diferentes línguas, uma determinada palavra tem a mesma representação
léxico-semântica, mas uma enorme variedade fonológica. A capacidade para
aprender, ler e escrever está na plasticidade dos neurônios para que se recicle
novas aprendizagens, a dominância e a especialização das várias áreas
secundárias e terciárias do hemisfério esquerdo para a linguagem verbal, a
interconexão entre as várias, inclusive as que processam a significação com as
que processam a linguagem verbal simultaneamente, o processamento das
variantes recebidas nas áreas primárias, através do emparelhamento com
formas invariantes mais abstratas que os neurônios permite reconhecer, a
arquitetura neuronal capaz de processar formas sucessivamente mais
abstratas e complexas, como a função semiótica. Os neurônios desta região
estão ligados a todas as regiões que processam a linguagem verbal, bem como
a região que processa o significado. Demonstram capacidade de reconhecer
uma letra como sendo a mesma, independentemente da sua forma e da
posição que ocupa na palavra, pois elas estão associadas à região que
processa o significado. Segundo Scliar-Cabral, o tratamento da escrita começa
na fóvea, parte central localizada na retina, rica em células fotorreceptoras, a
chamada de cones e com elevada resolução para que reconheça o detalhe das
letras. Perante um texto escrito, a cadeia de letras é desmembrada pelos
neurônios da fóvea e deve ser reconstruída antes de ser reconhecida. A
palavra é colocada em milhares de fragmentos, estando perante um sistema de
24
dupla rota: a fonológica e a lexical. A primeira que é a fonológica converte a
cadeia de letras em fonemas, a outra permite o acesso ao dicionário mental
onde o sentido das palavras está armazenado. O campo visual limitado da
fóvea (15°) é a principal razão pela qual os olhos movem incessantemente
durante a leitura. Os olhos humanos não abarcam uma linha inteira, percorre a
linha em movimentos de sacadas (quando não se vê nada) e param num ponto
(ocorrendo a fixação), quando a fóvea é capaz de abranger 3 ou 4 letras à
esquerda e 7 ou 8 à direita do olhar, em sistemas em que a leitura ocorre da
esquerda para a direita.
Segundo Machado e Sacks, o processo de aquisição de uma língua está
ligado a ambos os hemisférios cerebrais, embora a língua materna seja
armazenada, na maioria das pessoas, no hemisfério esquerdo. Oliveira
acrescenta que em relação à língua estrangeira ou um segundo idioma que,
dependendo da idade e da proficiência com que seja aprendida, pode ser
armazenada tanto no hemisfério esquerdo como no hemisfério direito. Contudo,
no momento da fala, ambos os hemisférios são ativados em intensidades e
com funções específicas. O hemisfério esquerdo é comumente responsável
pela fala, escrita e leitura, enquanto o hemisfério direito tem a função de
compreender a prosódia no momento da fala. Os neurônios da região occípito-
temporal ventral esquerda, depois de serem reciclados, mostra a capacidade
de reconhecer uma letra como a mesma, apesar das suas múltiplas variantes.
Não importando se a fonte for maiúscula, minúscula, negrito, itálico, sublinhada
ou manual. A explicação para essa capacidade provém do conceito de fonema,
que é a parte fundamental da linguística da atualidade. O mesmo acontece
com as letras: uma ou mais letras formam os grafemas vinculados aos seus
valores sonoros (os fonemas), ambos com a função de distinguir o significado.
Evidências obtidas por Polk e Farah favorecem a hipótese de uma área para a
forma abstrata da palavra e não perceptual, com essa hipótese pode
compreender que a região específica que processa material escrito é
denominada de região occípito-temporal ventral esquerda, significando que os
grafemas e os fonemas devem estar obrigatoriamente vinculados nesse
processo. Há várias projeções para todas as regiões onde a linguagem verbal é
25
processada, incluindo a região do processamento do significado. A hipótese de
Polk e Farah foi confirmada por Dehaene, Le Clech, Poline, Le Bihan e Cohen
em uma experiência em que apresentaram subliminarmente a primeira palavra
(29 milissegundos), observando o efeito sobre o processamento da segunda
palavra. Não importava se a palavra estivesse escrita na mesma fonte ou não,
o efeito era o mesmo, uma vez que ocorria a redução da atividade na região
occípito-temporal ventral esquerda. Verificaram que o efeito não é observável
na região primária da visão, uma vez que essa é sensível às mudanças de
fonte. Somente a região occípito-temporal ventral esquerda operando com as
invariâncias das fontes, isto é, com construtos mais abstratos, importantes para
a atribuição dos mesmos valores às letras que, em diferentes fontes, não
compartilham nenhum traço. Se o método global fosse correto, a palavra
escrita seria reconhecida pela sua configuração, exatamente o que o
hemisfério direito faz: reconhece REGRA e regra como diferentes pesquisas
realizadas por Dehaene, Jobert, Naccache, Ciuciu, Poline, LeBihan e Cohen no
ano de 2004. O mesmo se dá com as crianças que não aprendem os princípios
do sistema alfabético e somente reconhecem logotipos, e apenas a região do
hemisfério direito é iluminada durante as experiências e não a região occípito-
temporal ventral esquerda. Outra evidência trazida à neurociência é a de que a
região occípito-temporal ventral esquerda prefere as cadeias de letras bem
formadas às cadeias que desobedecem às regras grafotáticas de uma dada
língua, também não prefere números. Mostra que o conhecimento não é algo
inato, ou seja, os neurônios precisam ser reciclados para aprender um dado
sistema de cada língua, também prova que a região é especializada para o
reconhecimento da palavra escrita. Experiências recentes puseram fim na ideia
de que o mandarim era uma língua escrita processada pelo hemisfério direito,
fatores experimentais mostraram que a leitura do mandarim ativa a mesma
região occípito-temporal ventral esquerda, com praticamente todas as mesmas
propriedades observadas, quando os sujeitos lêem sistemas alfabéticos. Os
psicolinguistas consideram que existe um dicionário interno, o léxico mental,
onde estão arquivados os vários elementos da linguagem que é um sistema
mnemônico, onde o indivíduo ao falar consulta o léxico em busca de
26
informações semânticas, sintáticas e fonológicas necessárias à expressão
verbal dos seus pensamentos. Há pesquisas que atualmente apresentam
diferentes léxicos, de acordo com o tipo de informação que armazena como as
informações semânticas (significado) que seria armazenada num conjunto de
regiões cerebrais, as sintáticas (organização da estrutura frasal) em outras
regiões e as fonológicas (pronúncia/compreensão auditiva) em outro conjunto
do cérebro. Os mecanismos de consulta a esse dicionário mental são
extremamente eficientes, pois permite o reconhecimento e a produção de cerca
de três palavras por segundo, isso significa que é aproximadamente quase 200
palavras por minuto, onde acredita que um falante culto terá um dicionário
mental de10. 000 a 100.000 entradas de pares arbitrários de som/sentido. Por
outro lado o modo como as palavras são armazenadas no cérebro permite ao
falante/ouvinte extrair rapidamente da informação armazenada, numa
economia de meios com informação similar, com objetivo de recuperar a
informação necessária à compreensão de outras palavras. O dispositivo que
armazena toda a informação lexical do falante é sensível a diferenças e níveis
do som, mas categóricas em nível do significado. A maneira de estar
organizado esse léxico mental no cérebro provavelmente não seria por ordem
alfabética, pois essa ordem é arbitrária, de natureza cultural, outro ponto é que
seria mais difícil encontrar e emitir palavras iniciadas por letras do meio do
alfabeto o que não seria verdadeiro, em outro ponto é porque é mais fácil
compreender e emitir as palavras que usamos frequentemente. Aquelas que
não usamos podem ser esquecidas do dicionário, o que significa que o
conteúdo do léxico é flexível e dinâmico dependendo do uso. Então a hipótese
mais aceita no campo científico propõe que o léxico mental seja organizado por
redes semânticas, isto é, por redes de significados. Todas as associações que
fazemos de uma informação nova a algo já conhecido passa a fazer parte de
nossa rede semântica. Alguns pacientes portadores de lesões cerebrais
localizadas que apresentavam distúrbios da linguagem, cometem erros de
compreensão e de expressão frequentemente relacionados com o significado
das palavras ou conceitos que querem emitir ou compreender. As redes
27
semânticas provavelmente reuniriam por categorias específicas como: animais,
instrumentos, pessoas, cores, plantas, entre outras coisas.
Com base nessas informações, possibilita identificar regiões cerebrais
específicas para cada categoria. O estudo dos fonemas de várias línguas levou
à elaboração de alfabetos fonéticos que são utilizados em alguns dicionários
bilingues para facilitar a identificação da pronúncia das palavras. Essa
uniformidade sonora de vários fonemas através de diferentes línguas é
considerada uma evidência dos universais fonêmicos, propostos por Chomsky.
Apenas uma parte dos fonemas de cada língua é universal. A outra parte é
específica de grupos de idiomas, ou mesmo de um único idioma. Considera
que os universais fonêmicos constituem o acervo inato de movimentos do
aparelho fonador, comandados e compreendidos de modo único na natureza
pelo sistema nervoso humano. A localização do léxico fonológico tem sido
identificada usando métodos de imagem funcional. Observa que o
processamento fonológico se mostrou lateralizado à esquerda nos homens,
mas bilateral, nas mulheres. As estratégias de busca do léxico fonológico
empregadas pelas mulheres são diferentes do que dos homens. A consulta ao
léxico fonológico permite reconhecer os sons característicos de cada idioma,
identificando os fonemas que compõem as palavras. O léxico sendo um
sistema mnemônico é provável que ele contenha arquivos ecóicos de fonemas,
palavras, e, até mesmo, expressões idiomáticas ou modos de pronunciar
sequências de palavras. O léxico fonológico deve guardar os fonemas tais
como pronunciados nas expressões de cada língua ou dialeto regional e esses
arquivos são diferentes daqueles que representa as versões escritas das
palavras. Alguns psicolinguistas consideram que a identificação das palavras
ocorre passo a passo.
Patricia Kuhl afirmava que um "cérebro bilíngue reflete as capacidades
dos seres humanos para o pensamento flexível". “As crianças bilingues
aprendem que os objetos e os eventos no mundo têm dois nomes.” Nas suas
pesquisas mostraram que entre o oitavo e o décimo mês de idade, os bebés
monolingues são cada vez mais capazes de distinguir os sons da fala da sua
língua materna, enquanto a sua capacidade para distinguir sons de uma língua
28
estrangeira diminui. Um exemplo citado é que: entre os oito e dez meses de
idade, bebês expostos ao inglês detectam melhor a diferença entre os sons "r"
e "l" do que bebês japoneses, que não estão tão expostos a estes sons. O
cérebro infantil sintoniza com os sons da língua durante este período sensível
do desenvolvimento. Quando o cérebro está exposto a dois idiomas, e não só a
um, responde adaptando e permanecendo aberto por mais tempo até mostrar o
estreitamento da percepção que as crianças monolingues costumam mostrar
no final do primeiro ano de vida. Então acredita que bebês criados em famílias
que se fala em mais de um idioma têm maior capacidade de prolongar as suas
capacidades de aprendizagem linguística em comparação com as demais
crianças. Kuhl foi a primeira a relacionar atividades cerebrais com exposição a
idiomas e fala, na infância. Os resultados podem ajudar a impulsionar pessoas
a aprender línguas estrangeiras.
Atualmente tem se aumentado a tendência de aprender um novo idioma,
isso é para que possa ter uma condição melhor no Mercado de Trabalho,
oportunidade de estudos no país que fala a língua que escolheu para estudar,
que possa viver nesse país ou outros fatores. Então muitas pessoas levam em
conta que quanto mais jovem se aprende uma língua estrangeira melhor será o
desempenho do aprendiz. Isso porque a idade em que se inicia esse
aprendizado, a idade de aquisição tem sido considerada um fator determinante
para o sucesso da aprendizagem fazendo que o aprendiz da língua estrangeira
possa atingir níveis de proficiência similares aos de um falante nativo.
DeKeyser e Larson-Hall, no ano de 2005, chama este fator de “younger is
better phenomenon” onde se criou várias pesquisas e debates sobre o assunto.
A origem para esse fenômeno se dar por explicações biológicas e inatas
expandidas por Lenneberg, de 1967, que propôs a existência de um período
durante a vida humana propício para a aprendizagem de uma língua. Segundo
o autor, após este período, que compreende entre os três anos de idade e o
início da puberdade, a aprendizagem até pode ocorrer, mas os resultados
obtidos não serão similares as de um aprendiz precoce. O autor baseava em
bases biológicas para argumentar em favor dessa hipótese, após concluir que
crianças afásicas com lesão cerebral unilateral recuperavam a fala de forma
29
mais bem-sucedida do que adultos com o mesmo dano. Então esse período
que tem sido denominado como período crítico onde a concepção é que
aprender um idioma não é impossível, porém o desempenho do indivíduo que
aprende mais tarde não se aproximará ao de um falante nativo. Então o autor
afirma que entre as idades de três anos e a puberdade a possibilidade para a
aquisição da linguagem é boa, onde parece que o indivíduo é mais sensitivo
aos estímulos e preserva uma flexibilidade para organização do cérebro com
uma complexa integração de processos para elaboração de conversação e
linguagem. Porém depois da puberdade, Lennemberg afirma que essa
habilidade de aquisição vai declinando ao decorrer da vida.
Para Pinker no ano de 1994, afirmava que a aquisição da linguagem
normal ocorre até os seis anos de idade. Depois desse período, um pouco
antes da puberdade, esta fica comprometida, sendo rara posteriormente. Isso
ocorre a mudanças maturacionais no cérebro, como o declínio do metabolismo,
o número de neurônios e a diminuição do número de sinapses cerebrais. Há
um caso de Genie, uma menina que foi privada do contato social até a
puberdade, onde tem sido utilizada para exemplificar a hipótese do período
crítico. A menina aprendeu a falar, porém de forma rudimentar. Segundo
Newport e Johnson, esse exemplo comprova a hipótese do período crítico, uma
vez que Genie não desenvolveu a linguagem de forma equivalente a indivíduos
que adquire a fala quando crianças. Dörnyei também menciona que a privação
social, a falta de alimentação e estímulos pode ter influenciado no
desenvolvimento da competência linguística da criança. Mayberry e Kazmi têm
citado que os indivíduos desenvolvem a linguagem, mas o desempenho não
equivale ao daqueles que aprendem precocemente. Assim como se tem
discutido sobre a hipótese do período crítico na aquisição de uma língua
materna, o mesmo ocorre no aprendizado de uma linguagem estrangeira.
Estudos empíricos têm sido realizados desde então para enfatizar e
exemplificar a relação entre a idade de aquisição e o aprendizado de uma
língua estrangeira, focando em diversos aspectos da língua, como pronúncia,
sintaxe e semântica. Esses estudos demonstraram que o desempenho
linguístico de um aprendiz é afetado pela idade em que este começa a
30
aprender uma segunda língua, sendo sempre enfatizado que quanto mais
precoce se começa o aprendizado de um novo idioma, melhor será o
desempenho do indivíduo. Johnson e Newport em 1989 realizavam uma
pesquisa com um grupo de imigrantes chineses e coreanos que começava a
aprender uma língua estrangeira com diferentes idades. Os indivíduos eram
todos estudantes universitários nos EUA e que já moravam no país há mais de
três anos. A tarefa realizada consistia no julgamento de frases apresentadas.
Os imigrantes deveriam dizer se as sentenças estavam gramaticalmente
corretas. Então através da coleta de dados, concluíram que aqueles indivíduos
que começaram a aprender o inglês entre os três e quinze anos de idade
obtiveram melhores resultados no julgamento gramatical de sentenças em
relação àqueles que começaram após os dezesseis, confirmando assim a
hipótese do período crítico. DeKeyser reaplicou a pesquisa semelhante a citada
antes, porém com imigrantes húngaros nos EUA. O estudo mostrou uma forte
relação entre a idade de chegada ao país americano e o nível de conhecimento
da língua inglesa. O autor concluiu que apenas aqueles que começaram a
aprender a língua estrangeira quando crianças atingiram melhores resultados
no aspecto sintático. Comprovando assim que a idade de aquisição interfere no
desenvolvimento da aprendizagem, independente do tempo de permanência
nos EUA e o grau de formação dos indivíduos. Dörnyei afirma que o
aprendizado de uma língua após a puberdade envolve uma combinação de
fatores sociais, psicológicos e não apenas cognitivos e maturacionais. Esses
fatores apresentam interação entre si de acordo com as características
individuais de cada um. Então pode afirmar que diversas variáveis irão
influenciar na aprendizagem de uma língua estrangeira, tais como, quantidade
e qualidade de estímulo recebida, a necessidade, uso, motivação, semelhança
entre a língua materna e a língua aprendida e estilo de aprendizagem. Essas
variáveis podem ocorrer simultaneamente, variando entre diferentes indivíduos.
Em algumas situações, uma pode ser mais dominante do que a outra, podendo
se diferenciar também em grau de dependência.
Devido a esses fatores de aquisição de aprendizagem, Sakai e
colaboradores em 2004 aplicavam um estudo com gêmeos japoneses,
31
quatorze indivíduos ao total, com treze anos de idade e estudantes de ensino
médio. Os participantes que não possuía experiências anteriores com a língua
inglesa foram treinados por dois meses para a pesquisa, em uma escola
regular, juntamente com seus colegas de turma. Nesse período, os alunos
receberam instruções sobre o passado dos verbos em inglês sendo sessenta
quatro regulares e sessenta quatro irregulares. Os pesquisadores queriam
verificar se haveria alteração na ativação cerebral antes e após o treinamento,
ou seja, se um novo aprendizado modificaria isso. Os alunos foram submetidos
à técnica experimental de neuroimagem no período inicial e ao término. A
tarefa executada foi dividida em quatro blocos: os dois primeiros envolvendo a
língua inglesa e os outros, a língua japonesa. Durante a execução da
avaliação, os participantes deveriam identificar e relacionar o verbo no infinitivo
ao verbo no passado. Em cada bloco foram apresentados oito verbos. Na
primeira etapa, sete regulares e, na segunda, apenas um verbo regular. O
estudo chegou a conclusão de que houve aumento de ativação cerebral na
área do giro frontal inferior esquerdo, a área de Broca, após o treino de dois
meses. Sugerindo que o processamento sintático tanto de uma língua japonesa
como de uma língua inglesa envolve a mesma região do cérebro, a diferença
apresentada consiste no volume de ativação dessa área. Entretanto, ao
término do período estipulado de instrução de verbos em inglês, os indivíduos
obtiveram um nível de proficiência elevado sobre o assunto independente de
sua idade. Esse resultado também indica que a influência do ambiente, como
também o tipo de instrução recebida pelos participantes pode interferir. Pode
destacar também fatores genéticos, uma vez que a ativação cerebral aumentou
consideravelmente em cada par à medida que o desempenho individual de
cada um melhorou. Porém houve uma pesquisa realizada por Dowens e outros
pesquisadores no ano de 2011, que realizavam uma análise do desempenho
linguístico de vinte e seis chineses, entre vinte e vinte e quatro anos de idade,
que iniciaram os estudos de espanhol após os dezoitos anos. Esses indivíduos
possuíam um elevado nível de proficiência e utilizavam o idioma diariamente.
Para o estudo foi aplicada a técnica de ERP-Event Lated Potentials. Os
participantes deveriam ler frases apresentadas em uma tela e confirmar se
32
estas estavam certas ou erradas. As frases continham erros gramaticais
referentes à concordância de gênero e número entre substantivo e adjetivo e
substantivo e artigo tanto no início quanto no meio da frase, além da
concordância entre sujeito e verbo. O objetivo da pesquisa era examinar se os
processamentos neuronais desses indivíduos eram similares no
processamento da língua materna e da língua estrangeira, considerando a
influência de diversos fatores no desempenho dos participantes. Nesse estudo,
os pesquisadores queriam comprovar se a idade de aquisição e a proficiência
dos indivíduos interferiam e em que grau, uma vez que ainda não estava
evidente como se dava essa interferência. A partir dos dados coletados através
da ERP, observa que os participantes atingiam P600, reforçando que a idade
de aquisição não é o único fator que afeta o processamento sintático, uma vez
que esse resultado tem se aproxima ao processamento sintático de uma língua
materna. Dessa forma, pode se afirmar que a proficiência dos participantes é
um fator de relevância e que justifica o bom desempenho dos indivíduos.
Nessa pesquisa, foi objeto de estudo também a relação entre a língua materna
e a língua estrangeira, se haveria transferência de conhecimentos da língua
materna para a língua estrangeira. Entretanto os pesquisadores constavam,
que os aspectos sintáticos avaliados na tarefa em espanhol não existem na
língua chinesa. Devido a isso, verifica que no caso dos chineses por não haver
estruturas similares entre língua chinesa e a língua espanhola, não existe a
interferência das estruturas, da organização da língua materna, o que
comprova assim que o resultado obtido, onde os participantes apresentavam
um elevado grau de proficiência. Uma das primeiras preocupações que os
pesquisadores abordam foi a ideia de que o bilingüismo poderia confundir as
crianças. A questão do impacto potencial do bilinguismo sobre o
desenvolvimento infantil sempre foi importante, mas manifesta cada vez mais
como uma preocupação crítica nas sociedades modernas, informações sobre o
desenvolvimento linguístico, cognitivo e educacional de crianças com
backgrounds linguísticos diversificados são essenciais para a interpretação do
desempenho dessas crianças na escola e para a avaliação de seu
desenvolvimento. Com base nisso, pesquisas podem citar um estudo de Peal e
33
Lambert, que constituiu um ápice na área e demonstrava superioridade geral
de bilíngues em comparação com monolíngues em uma grande variedade de
testes de inteligência e de aspectos de desempenho escolar, e outras
pesquisas recentes identifica áreas nas quais crianças bilíngues são superiores
e outras áreas nas quais o bilinguismo não tem efeitos sobre o
desenvolvimento. Além disso, pesquisas mostram o que o bilinguismo não
provoca confusão, não tem impacto negativo inerente sobre o
desenvolvimento, e sim vantagens sociocognitivas significativas. O
desenvolvimento sociocognitivo refere à forma pela qual as crianças mudam
com a idade em termos de capacidade de pensar sobre questões sociais e de
comunicação. O desenvolvimento socioemocional refere como as crianças
mudam com a idade em termos do processamento de emoções em um
determinado contexto social e comunicativo.
Exemplos mostram que crianças com proficiência limitada no idioma
utilizado na escola certamente terão mais dificuldades acadêmicas e sociais, e
é importante identificar essas dificuldades para que possa compreender quais
intervenções ou abordagens remediadoras são necessárias. Em primeiro lugar,
é necessário estabelecer se a aquisição de linguagem ocorre no mesmo ritmo
e da mesma forma em crianças que aprendem simultaneamente dois idiomas
ou que estão aprendendo um segundo idioma depois de terem dominado um
primeiro. Haverá consequências sobre o desenvolvimento cognitivo normal em
termos da capacidade da criança de adquirir novos conceitos ou de
desempenhar diversos cálculos. Assim essas pesquisas produziram resultados
principais. Em termos de proficiência geral em linguagem, crianças bilíngues
tendem a ter um vocabulário menor em cada um dos idiomas do que crianças
monolíngues em seu próprio idioma. Entretanto, sua compreensão da estrutura
linguística, denominada consciência metalinguística, é pelo menos tão boa e
frequentemente melhor do que a de pares monolíngues. Os estudos mostraram
também que crianças bilíngues têm vantagens em termos de compreensão das
necessidades de comunicação de seus parceiros de conversa. Mais cedo do
que crianças monolíngues, crianças pequenas bilíngues mostram sensíveis ao
fato de que não conseguem entender alguém que fala outro idioma. Além
34
disso, crianças bilíngues evidenciam uma compreensão de que outras pessoas
podem ter crenças falsas. Outros estudos mostraram também que crianças
bilíngues obtêm pontuações mais altas do que as monolíngues em diversos
testes de habilidades cognitivas, tais como flexibilidade mental, tarefas não
verbais de resolução de problemas, compreensão da origem convencional de
designações, diferenciação entre semelhança semântica e semelhança
fonética, e capacidade de avaliar a qualidade gramatical de frases.
Para essas crianças, a aquisição de habilidades de leitura e escrita
depende da relação entre os dois idiomas e do nível de proficiência no segundo
idioma. Para haver benefício da aprendizagem de leitura em dois idiomas é
necessário que as crianças sejam bilíngues, e não aprendizes de um segundo
idioma, quando a competência em um deles é limitada. Em comparação com
pares monolíngues, crianças bilíngues entre quatro e oito anos de idade
evidenciam vantagens significativas na resolução de problemas que requerem
controle da atenção a aspectos específicos da formulação e, ao mesmo tempo,
inibição da atenção a aspectos enganadores, que são apresentados com
destaque, porém estão associados a uma resposta incorreta na visualização de
imagens alternativas em figuras ambíguas, e compreensão de diferenças entre
a aparência e a realidade de um objeto enganoso. Uma possível razão da
vantagem do bilinguismo é que as crianças bilíngues precisam aprender a
reduzir as interferências entre seus dois idiomas para falar um deles. Outra
possibilidade é que o bilinguismo treine as crianças em focalizar a atenção nas
variáveis relevantes do contexto, particularmente em informações ambíguas ou
contraditórias. Melhor capacidade cognitiva pode ajudar as crianças a
desenvolver as capacidades de representação que estejam envolvidas na
comunicação eficaz. Por exemplo, conhecer duas palavras que nomeiam o
mesmo conceito pode ajudar a criança a desenvolver a compreensão de que
um objeto ou evento pode ser representado de mais de uma forma, o que pode
promover sua compreensão sobre as perspectivas de outras pessoas. Nos
primeiros estágios da aquisição de um segundo idioma, crianças que ouvem
dois idiomas podem apresentar algum atraso de desenvolvimento em
comparação com crianças monolíngues. Se há atrasos, normalmente são
35
pequenos e pouco duradouros. O contexto no qual um idioma é aprendido
tenha impacto sobre a capacidade de crianças bilíngues de se expressar, e da
precisão com que o fazem. Na medida em que seja encorajado o bilinguismo e
não a perda do idioma nativo/herdado, as crianças têm maior probabilidade de
manter laços fortes com sua cultura e desenvolver laços fortes com a cultura
que deseja aprender, ou seja, o bilinguismo é uma força positiva, que promove
o desenvolvimento linguístico e cognitivo das crianças, melhorando o acesso à
leitura e escrita.
Os estudos apresentados comprovam com a hipótese de que diversos
fatores podem incidir sobre o desempenho dos aprendizes de uma língua
estrangeira, sendo assim difícil determinar qual fator é mais relevante, isso
porque pode variar de indivíduo para outro de acordo com suas características
individuais, de seu ambiente e de suas habilidades e a quantidade de
estímulos. Porém pode observar que há vantagens na aprendizagem em outra
língua quando se começa mais cedo, principalmente no período de aquisição
onde o processo será mais rápido e eficiente. Além disso, há um aumento na
ativação cerebral que ajuda na resolução de problemas, controle de atenção e
vários aspectos que serão válidos tanto na vida na fase da aquisição como em
toda a vida.
36
Capítulo III
ESTILOS DE APRENDIZAGEM
Foi citado como o cérebro aprende um novo idioma desde seus
processos neurais, a idade ideal para aprender outro idioma e outros fatores
que influenciam na aprendizagem de outra língua. Porém antes de começar a
estudar um novo idioma é interessante saber qual é o estilo de aprendizagem
que cada indivíduo apresenta. São três estilos de aprendizagem que são: o
auditivo, o visual e o sinestésico.
A pessoa que aprende de maneira auditiva, essa pessoa escuta alguma
coisa e poderá relembrar as coisas que foram ditas algum tempo depois. Tem a
capacidade armazenar informações por meio de sons e tem facilidade de
entender instruções faladas do que escritas. Pessoas com esse estilo de
aprendizagem tende a aprender por ler algo em voz alta, para que escute a si
mesmo e compreender o que está sendo falado. Indivíduo que tende essa
capacidade provavelmente começa a cantarolar zunir, ou conversar consigo
mesmo quando está entediado. Para que tem essa capacidade existem fatores
que podem fazer com que aprenda melhor, tais com: sentar em lugares onde
pode escutar checar de vez em quando o que se ouve, usar flashcards e lendo
em voz alta para aprender novas palavras, ler histórias, designação de tarefas,
ou orientações em voz alta, escrever a sua própria ortografia e então lendo em
voz alta para que possa recordar o que escreve realizar testes lendo as
questões em voz alta, e estudando novos materiais por lendo em voz alta.
Portanto esse tipo de estilo irá aprender não só lendo, mas por escutar coisas
que se ler.
O indivíduo que aprende de maneira visual aprende por lendo ou vendo
fotos, desenhos, pinturas e outras coisas. Entende e relembra de coisas só
observando. Uma maneira eficiente de aprendizagem nesse estilo é por pintar
ou desenhar aquilo que se aprende onde irá usar métodos de visão primária. O
sujeito com essa capacidade gosta de ver o que está aprendendo. Pessoas
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com essa tendência com frequência tende a fechar os olhos e visualizar o que
aprendeu para que possa recordar, quando está entediado costuma procurar
algumas coisas para ver. Costuma ter dificuldade em falar em direções e pode
ser facilmente distraído por sons. Costuma ser atraído por cores e falar línguas,
principalmente histórias, pois utiliza imaginações. Existem também fatores para
que possa tem um aprimoramento na capacidade visual, que são: sentar
próximo ou na frente na sala de aula, usar a visão focando nas coisas que
estão sendo aprendidas e usar flashcards para aprender novas palavras e
tentar visualizar coisas que escuta ou ler. Pessoas com esse estilo devem dar
a preferência em lembrar aquilo que viu durante a aprendizagem.
E existe também a pessoa que aprende de maneira sinestésica, onde
esse indivíduo irá aprender por tocar e fazer. O indivíduo com esse estilo tende
de entender e lembrar coisas através de movimentos físicos. Costuma a
preferir coisas que possa tocar mover, construir ou desenhar o que se aprende
e tende a aprender melhor, por algum tipo de atividade está envolvido.
Costuma ser uma pessoa ativa, com frequência expressa com as mãos e
gestos, pode ter dificuldades de sentar em algum lugar e ficar parado.
Sujeitos com esse tipo de estilo costumam fazer coisas em partes ou
fazer coisas em conjunto. Procura razões para consertar alguma coisa ou ficar
movendo de lado em lado quando está entediado. Apresenta boas
coordenações e tem boas habilidades atléticas. Pode lembrar facilmente de
coisas que fez, porém tem dificuldades em lembrar coisas que ver ou escuta.
Essas pessoas com frequência comunicam por tocar e apreciar formas de
expressões físicas. Assim como os outros estilos de aprendizagem, a pessoa
que tem o estilo de aprendizagem por sinestesia também pode aprimorar suas
habilidades por fazer tais coisas que são: participar de atividades que envolva
no tocar, construir, movimentar ou desenhar, pode também fazer projetos de
artes, participar de peças teatrais, andar quando se aprende algo ou quando
relembra, usar flashcards e arranjar grupos de amigos para expor ideias, traçar
palavras com a ponta do dedo para que possa aprender a ortografia, realizar
alguns intervalos curtos durante o estudo ou na leitura, bater com lápis, mexer
os pés ou segurar alguma coisa quando estuda, usar o computador reforçando
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a aprendizagem por tocar na teclas aquilo que se aprende ou que está se lendo
para que possa aprender de maneira mais eficiente. Nesse estilo a pessoa
deve lembrar que ela aprende melhor, por fazer o que se aprende do que
simplesmente ler, ver ou ouvir.
Muitas pessoas ao redor do Mundo aprendem dois, três ou mais
idiomas, em diferentes épocas de sua vida, mas cada língua que se aprendia a
grande parte das poliglotas utilizavam meios semelhantes. Após verificar o seu
estilo de aprendizagem, os indivíduos podem começar a estudar o básico de
cada idioma. O básico envolvia pronunciações do idioma e entender a
gramática básica. Além das palavras terem pronúncias diferentes, vale
ressaltar que há idiomas que tem entonações diferentes, talvez quatro, sete ou
mais. A professora sugere que após aprender o tom certo, talvez seja
necessário criar um ritmo ou melodias. Apesar de o alfabeto de outro idioma
ser semelhante ao alfabeto a língua materna, não quer dizer que tenha a
pronúncia parecida. Um exemplo que possa citar é alfabeto da língua inglesa
com o alfabeto da língua portuguesa. Tem as mesmas letras, porém o modo
como se diz uma simples vogal é diferente, o "i" na língua inglesa se diz "ai”.
Praticar o alfabeto, principalmente se o idioma que se aprende utiliza um
sistema simbólico alfabético diferente da língua materna. Dependendo da
língua talvez seja necessário memorizar o número de traços de determinada
palavra para que possa tentar passar uma ideia correta na frase correta,
exemplos de idiomas com o sistema de ideogramas com a quantidade de
traços para que possa uma ideia certa é a língua japonesa, língua chinesa e
outras. Talvez se associar imagens de cada letra e som, o cérebro terá um
meio de associar uma letra ao seu respectivo som. Algumas vezes as
associações podem aparecer um pouco engraçada, porém se é um meio de
aprender e de o cérebro associar mais facilmente, é um caminho a ser
utilizado. Também deve se adaptar o modo como se ler a língua que se
aprende, talvez deva aprender a ler de cima para baixo, da direita para
esquerda como a língua japonesa e chinesa ou ler da direita para esquerda a
língua árabe. O ideal é começar com textos simples principalmente se for
textos infantis e em seguida passando por textos mais complexos com palavras
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desconhecidas e a seguir começar a ler revistas e jornais. Os livros infantis são
de ótima referência para quem está começando na aprendizagem do idioma
estrangeiro, porque esses livros foram criados para crianças a lerem e a
entender o idioma. Desafiar a si mesmo por tentar o compreender o conteúdo
lido por não utilizar o dicionário. Ler livros e revistas que leu na língua materna
e tentar buscar no segundo idioma que se aprende. Como a pessoa já fez a
leitura na sua língua materna, ficará mais fácil fazer as conexões das palavras
de ambos os idiomas e prenderá a atenção do indivíduo se for uma leitura
gratificante. Ler jornais e revistas também é de grande ajuda, pois nos jornais e
revistas englobam vários assuntos e os textos são bem mais curtos se
comparar com um livro. Pode também comprar um dicionário de alta qualidade
ou acessar um dicionário online. Caso encontre uma palavra nova, marca essa
palavra no dicionário e buscar seus significados e como pode ser aplicado em
pelo menos uma frase. Pode também escrever essa nova palavra em um
caderno e estudar por esse caderno para que possa ficar pensando no idioma
escolhido. O ideal é comprar um dicionário ilustrado porque ajuda a aprender
as palavras mais comuns, como substantivos. Há idiomas que uma palavra
pode ter mais de dois ou mais significados, e observar as figuras facilita em
como aplicar em determinado contexto. Entender a gramática básica é por
aprender as vogais, consoantes e tons que é um momento para aprender o
modo como constrói uma frase, mas não limitar somente há um tempo verbal,
mas aprender passado, presente e futuro. Pense em substantivos mais
comuns, verbos em diferentes tempos e adjetivos mais expressivos. Alguns
sugerem que comece com sujeitos da frase (eu, tu, ele, nós, vós, e eles),
depois desse processo deve ir para verbos do tipo: ser, poder, estar, fazer.
Mais além de aprender a formação gramatical e o vocabulário, é de
grande importância dar atenção as regras da gramática. O exemplo é por citar
que "fulano vai feira" ou por falar que "fulano ir a feira", ambos passam certa
ideia, porém ambas as frase não estão escrita corretamente na formação
gramatical na língua portuguesa.Se não der a devida atenção a língua materna,
provavelmente irá acabar realizando o mesmo erro no idioma que se
aprende.Estruturar o idioma e como os sujeitos da frase, tais como masculino,
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feminino, oculto, indeterminado, objetos que são inseridos de modo correto na
frase.Dominar a estrutura do idioma permite que possa realizar o maior número
possível de combinações com as palavras que são aprendidas.Saber realizar
perguntas, além de frases afirmativas e negativas nos tempos verbais de
passado, presente e futuro, onde possa usar os aproximados vinte verbos mais
utilizados na língua estrangeira que se aprende.Memorizar trinta ou mais
palavras por dia e frases continuamente, em noventa dias o indivíduo terá
aproximadamente um número de alta expressão em requisitos de palavras no
idioma que se aprende, a quem diga que nesse período de estudo a pessoa
possa ter oitenta por cento do idioma que estuda, porém isso talvez de uma
língua para outra.Apesar de ter diferentes estilos de aprendizagem, é
interessante escrever cada palavra por pelo menos doze vezes, pois irá fixar
cada vez mais na memória e que acaba de passar de uma memória de curta
duração para uma memória de longa duração e se acostumar como se
escreve, principalmente se for um alfabeto que apresenta letras diferentes do
alfabeto da língua materna.Experimentar essas palavras que estão mais
memorizadas em diferentes frases, isto acaba por ajudar a praticar cada vez
mais e lembrar destas palavras quando se precisar.Deve ser praticada
constantemente, pois se não usar irá por fim acabar esquecendo tanto como se
escreve como de que modo se emprega nas frases.E estudar adjetivos que
sejam bem expressivos e mais usados no cotidiano como: grande, pequeno,
gordo, magro, difícil, fácil, entre outros.Ouvir o idioma que se aprende é de
suma importância através de filmes, programas de televisão e áudio- aula de
cursos de idioma ou músicas para que possa memorizar as palavras que
deseja aprender.Porém só escutar as palavras não é o suficiente, o adequado
é repetir as palavras em voz alta.Há um método chamado de "shadowing", que
é um método eficaz e utilizado por muitas pessoas que sabem mais de um
idioma.O método é por colocar os fones de ouvido,andar de forma rápida e ao
mesmo tempo escutar o áudio do idioma, deve prosseguir caminhando e
escutando, e repetindo em voz alta e de maneira clara para que possa
memorizar, há uma grande possibilidade de associar o movimento com o
idioma e não vai estar somente focado na memorização.Usar áudio- livros ou
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áudio - aulas de curso de idiomas, o indivíduo pode escuta o áudio em
qualquer momento da rotina diária, talvez em uma caminhada matinal ou por
escutar quando está indo ao trabalho, isso vai permitir que possa incrementar a
capacidade de compreensão daquilo se escuta e consequentemente a
pronúncia.Escutar segmentos de curtos com durações de aproximadamente de
trinta segundos à um minuto por várias vezes, até conseguir compreender
claramente o que escuta.E mesmo assim, às vezes é necessário escutar a
lição completa mais de duas vezes para aprender tudo que foi aprendido.Ver
filmes, telejornais, seriados e entre outros gêneros sem legenda, também é um
caminho para colocar em prática o que se aprende, por isso é essencial tem
um bom treinamento na parte auditiva.Escutar músicas no idioma estrangeiro
que se aprende é interessante e divertido pois prende a atenção da pessoa e
principalmente se for o ritmo de música que agrada a pessoa e tentar observar
o modo correto que se pronúncia as palavras.
Realizar esses procedimentos é bastante eficiente na aprendizagem,
mas o ideal é praticar com nativos da língua que se aprende. Só aprender o
idioma não é suficiente, mas deve colocar em prática o que se adquire no
período de estudos, porque por outro lado vai acabar esquecendo. Existem
meios para conversar com pessoas nativas do idioma aprendido, e um deles é
por procurar esses indivíduos na cidade que reside, mas caso não seja
possível o ideal é por fazer um curso de idiomas. Ao contatar um nativo,
aprender termos e ditados populares. Quando estiver em um nível mais
avançado, usar algumas expressões idiomáticas, apesar de não utilizar e de
não querer, pelo menos vai reconhecer e entender quando ler ou ouvir.
Através da conversa, o aprendiz do idioma vai ficar cada vez mais aperfeiçoado
no modo de se expressar e novas palavras vão sendo incluídos no léxico
mental. E também deve se lembrar o que foi citado anteriormente, que quando
deixa de evocar certa informação, essa informação vai se deteriorando e vai
ficar todos os mais difíceis de relembrar. A pessoa não deve ficar com
vergonha de falar o idioma, mesmo que ainda não fale fluentemente, pois
requer tempo para que possa ser aperfeiçoar. É bem difícil a pessoa ser fluente
sem conversar com um nativo, incentivar um amigo a aprender o idioma
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também é de grande ajuda. Não deve hesitar em falar o idioma com nativos e
em público, pois isto irá permite que o aprendiz do idioma possa dominar mais
facilmente e de maneira eficiente. Pode pedir que o nativo corrija caso
pronúncia algo que não esteja de acordo gramaticalmente, tentar usar o idioma
em eventos sociais. Esforçar em sempre estar pensando no idioma que está
aprendendo.
Talvez algumas pessoas possa a vim a pensar que será um processo
difícil na aprendizagem de um novo idioma e que não tem o Q.I suficiente para
aprender outro idioma. Esse tipo de raciocínio é uma ideia infundada, pois o
cérebro dos humanos são semelhantes, desde uma extremidade da Terra para
outra extremidade. O que pode diferenciar talvez sejam os estímulos de uma
pessoa para outra. Porém atualmente há pesquisas que afirma que indivíduos
podem aprimorar o seu Q.I, que apresenta diferentes maneiras de incrementar.
Um dos primeiros métodos é fazer o seu poder do cérebro aumentar
fazendo atividades que o desafiam e ao mesmo tempo seja divertido. Jogos de
tabuleiros podem ser de grande ajuda tais como: xadrez e dama. Fazer caça-
palavras, sudoku, palavras-cruzadas entre outros jogos é um dos métodos
recomendados. E mesmo de após acabar uma determinada atividade e
finalizar, é interessante continuar e aumentar o nível de dificuldade que vai
melhorando o processo de raciocínio lógico.
A segunda maneira é por jogar jogos lógicos e/ou RPG Games. Ambos
os jogos devem usar um raciocínio lógico e contínuo para resolver diferentes
quebra-cabeças. A maioria dos aparelhos eletrônicos pode instalar diferentes
jogos com essa classificação e há vários títulos ficando a critério de cada
pessoa.
A terceira maneira é por jogar vídeo game. Games podem ser de grande
ajuda em estimular o cérebro, especialmente que deve resolver problemas de
maneira eficiente o que acelera o raciocínio. Estudos científicos apresentam
que quem joga o famoso jogo Tetris, a eficiência na atividade cerebral
aumentou. Jogos que tendem a ser realistas e detalhados, o jogo geram uma
atmosfera de realismo para o jogador, e promove estímulos no cérebro, e usará
cada vez mais ações reflexas.
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Atividades físicas são de ajuda, pois se apresenta uma vida saudável
com o corpo o cérebro irá se beneficiar. A mesma rotina sendo realizada vez
por vez, todo dia o mesmo processo de sentar no mesmo lugar, ir pelo caminho
é algo ruim para o cérebro. O cérebro gosta de novidades, então estudar
arquitetura ou alguma atividade que possa representar visualmente é muito
importante para o cérebro. Com novidades, o cérebro libera o neurotransmissor
dopamina, o que incrementa a capacidade dos neurônios e a sensação de
satisfação. Quanto mais estuda, mais sabedoria haverá e consequentemente o
resultado será o crescimento da inteligência.
Escrever textos em folhas ou no próprio computador usando a mão
oposta do que a dominante. Ou seja, o indivíduo que escreve com a mão
direita, tentar escrever com a mão esquerda. Isso é um dos meios de estimular
o outro lado do cérebro, que não é dominante. Todos têm um lado mais
enraizado do que o outro no fator lateralidade. Quando trabalha ambos os
hemisférios do cérebro, a capacidade do cérebro é incrementada dando
percepções e compreensão do corpo de uma forma geral.
Há evidências de que quanto mais empenhado a pessoa em adquirir
notas boas, melhor será a incrementação da inteligência. Cientistas
apresentam que indivíduos que com notas boas e profissionais que trabalha
constantemente com planejamentos, o cérebro desses indivíduos é
anatomicamente um pouco mais largo. Portanto, aprendizagem em escala
intensa e constantemente desafiando o cérebro é outro meio de aumentar a
capacidade cognitiva do cérebro.
O indivíduo ser ativo na comunidade em que vive e com o mundo ao
redor é importante. Pois interagir com outras pessoas, terá outras opiniões e
outras ideias, e irá aprender mais. Não precisa concorda com tudo que se
escuta, mas acaba fortalecendo suas próprias ideias, adaptando a novas
informações e crescendo em aspecto de conhecimento não só de do ambiente
em que se apresenta, mas sim do mundo.
Leitura constante é importante para habilidade de compreensão do
cérebro e encorajando a concepção crítica. Ler um livro que nunca foi lido
antes, permite que se abram outros horizontes e incrementa o Q.I.Leitura de
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diferentes gêneros é mais produtivo, como ler jornais, e revistas de diferentes
períodos e manuais técnicos.Fazer leitura de algo que é tão comum e de fácil
compreensão, talvez não seja tão eficiente como ler algo de nível alto.Ler
histórias, contos que requer atenção e que tenha palavras que não conhece, é
um outro método de incrementar o conhecimento.
Uma boa alimentação é também importante para um bom
funcionamento do cérebro. Evitar comer todo dia comer comida gordurosa,
para que os vasos sanguíneos não venham ter nenhum tipo de problema
cardiovascular como entupimento das artérias e possa fluir o sangue para o
cérebro. Comer peixe é uma boa alimentação para o nosso cérebro, porque
apresenta ômega 3.
Um grupo de pesquisadores suecos realizaram pesquisas e descobriram
que algumas determinadas partes do nosso cérebro crescem quando nos
empenhamos em aprender uma língua estrangeira em um curto espaço de
tempo.Os pesquisadores da Universidade de Lund selecionaram 14 estudantes
da Academia de Intérpretes das Forças Armadas da Suécia. Esses jovens são
submetidos a uma rotina superintensiva para aprender em apenas 13 meses, a
falar fluentemente russo, árabe egípcio ou dari (dialeto persa usado no
Afeganistão). Nenhum deles tinha qualquer conhecimento prévio da língua
estudada e, para que conseguissem a atingir ao objetivo, entraram em uma
rotina que envolve aulas diárias de oito horas da manhã ao final da tarde, que à
hora de ir dormir. Os autores escreveram que os intérpretes da academia
estudaram numa intensidade sem nenhuma comparação a qualquer outro
curso do sistema educacional sueco. O curso requeria a aprendizagem de
trezentas a quinhentas novas palavras por semana. Das centenas de
candidatos inscritos para o serviço de intérprete somente trinta candidatos
entraram, e ambos já sabiam dois ou três idiomas, além do língua sueca
quando começam as aulas.
Para que pudesse realizar um futuro parâmetro de comparação, a
equipe de Mårtensson selecionou dezessete alunos de medicina e de ciências
da cognição da universidade sueca de Umeå. Eles também convivem com uma
rotina universitária pesada, mas sem foco em aprender idiomas estrangeiros.
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Os dois grupos realizaram exames de ressonância magnética, um
mapeamento do cérebro, antes do início das aulas e após três meses dos seus
respectivos cursos. O resultado é que algumas das regiões do cérebro dos
intérpretes cresceram enquanto que entre os universitários de Umeå, não foi
registrada a mesma alteração.
As áreas que sofreram alterações foram o hipocampo e três partes do
córtex cerebral. Em média, o hipocampo dos intérpretes registra um aumento
de 75 milímetros cúbicos em seu volume enquanto que a espessura das três
partes do córtex, entre o mesmo grupo, aumentou 0,06 milímetros, em média.
De acordo com o pesquisador, o estudo conseguiu medir os efeitos que o
aprendizado de uma nova língua em um nível intensivo causa no cérebro, algo
que não havia sido feito antes, como diz o pesquisador. Segundo o
pesquisador, aprender línguas é uma boa forma de deixar o cérebro em forma.
Aprender um ou mais idioma, requer o mesmo processo sendo que
independente da língua estrangeira que se escolha para aprender,
praticamente todas as línguas tem as mesmas estruturais gramaticais. Em
grande parte dos idiomas, ambas apresentam as frases contendo o sujeito, os
substantivos, as qualidades apresentadas (adjetivos), advérbios, a ação que
está sendo realizada com os verbos mais usados e o local que ocorre a ação,
os idiomas também apresentam cumprimentos e apresentações, pedidos de
desculpas, frases afirmativas, frases negativas, frases de condicionais, entre
outras estruturas apresentadas. Independente do idioma estrangeiro que o
indivíduo deseja aprender, todos os idiomas requerem atenção e empenho. Se
realizar os procedimentos que foram citados anteriormente, poderá ajudar o
processo dos estudos de qualquer idioma. Pode também devolver seus
próprios meios de aprendizagem.
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Conclusão
Para aprender qualquer na coisa na vida, o indivíduo deve fazer aquilo
que deseja, ou seja, a motivação. A motivação é a base para que o processo
de aprendizagem seja mais rápido e eficiente. Com um novo idioma, a pessoa
tem a chave para acesso há uma nova cultura, um caminho que permite entrar
em outra sociedade, que pode aumentar o conhecimento da pessoa e
aumentar o horizonte de como enxergar as coisas de outro jeito. Mas ter só
motivação ainda não será o suficiente, porque se não existir reforços, o
conteúdo que se adquire irá se perder. Há vários métodos para aprender um
novo idioma, então deve descobrir qual é o recomendado para cada pessoa e
após isso seguir em frente com os estudos. No entanto muitas pessoas não
aprendem um novo idioma com certo receio de não conseguir aprender, ou,
não saber por qual recurso utilizar para começar os estudos. Portanto, este
trabalho foi desenvolvido com o objetivo de ajudar as pessoas a querer
aprender um novo idioma e fazer com que o indivíduo descubra o estilo de
aprendizagem e as vantagens que existem em ter outro idioma. Após descobrir
o estilo de aprendizagem, pode utilizar recursos que permite aprender o idioma
desejado e depois é só começar os estudos. Porém, deve lembrar que para ter
êxito e eficiência não requer somente o desejo da pessoa para aprender outro
idioma, mas deve dedicar ao idioma e criar uma rotina de estudo. No princípio
pode parecer difícil os estudos do novo idioma, mas com o tempo o próprio
aprendiz do idioma irá observar que o esforço não será uma recompensa por
um curto período de tempo, mas sim por toda a vida.
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Webgrafia:
www.educationplanner.org
www.veja.abril.com.br
www.wikihow.com.br
49
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 9
INTRODUÇÃO 10
CAPÍTULO I
MOTIVAÇÃO E AS DIFERENTES MEMÓRIAS NA
APRENDIZAGEM 12
CAPÍTULO II
LÉXICO MENTAL E O BILINGUISMO NA FASE DE AQUISIÇÃO 22
CAPÍTULO III
ESTILOS DE APRENDIZAGEM 37
CONCLUSÃO 47
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 48
ÍNDICE 50
50