Indicadores de Desempenho: para que servem e como utilizá-los
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO ENSINO SUPERIOR NO
BRASIL
Por: Rafaela Tavares Brum
Orientador
Prof. Marcelo Saldanha
Rio de Janeiro
2014
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO ENSINO SUPERIOR NO
BRASIL
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Docência do Ensino
Superior.
Por: Rafaela T.B.
3
AGRADECIMENTOS
...a Deus , ao estimado orientador
Marcelo Saldanha e ao meu querido
esposo, que me apoiou e me
incentivou durante toda a monografia
com muito carinho e atenção.
4
DEDICATÓRIA
. dedico aos meus amados Pedro e
Giovanna, meu marido Felipe, meus pais
Luiz e Marília e minha irmã Vanessa.
5
RESUMO
Através da análise do conteúdo histórico da educação a distância
no ensino superior no Brasil, pode-se verificar neste trabalho que as formas de
ensino não presencial, evoluíram junto com os meios tecnológicos de
comunicação, sendo que, as perspectivas de disseminação do ensino a
distância passam necessariamente pelos veículos de comunicação que são
utilizados como instrumento de aprendizagem, isto é, atualmente, os meios
telemáticos, onde, no Brasil, só em meados dos anos 90, é que a EaD
mereceu tratamento legislativo, sendo regulamentada apenas no início deste
século, portanto, trata-se de uma modalidade recente de ensino no país e que
está em constante evolução.
6
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
EaD: Educação a Distância
PNE: Plano Nacional de Educação
Prontel: Programa Nacional de Teleducação
SENAC: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SESC: Serviço Social do Comércio
MEB: Movimento de Educação de Base
UAB: Universidade Aberta do Brasil
ANDIFES: Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de
Ensino Superior
MEC: Ministério da Educação
SEED: Secretaria de Educação a Distância
CEDERJ: Centro de Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro CECIERJ: Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do
Rio de Janeiro
ABED: Associação Brasileira de Educação a Distância
UNIFESP: Universidade Federal de São Paulo
AVA: Ambiente Virtual de Aprendizagem
LMS: Learning Management System
IP: Internet Protocol
VoIP: Voice over Internet Protocol
7
METODOLOGIA
A metodologia usada foi apoiando-se nas leituras de alguns estudos
de casos de Educação a Distância em instituições públicas e privadas , troca
de informações , através de correio eletrônico com o Núcleo de Educação a
Distância da UNESP, pesquisas webgráficas e referências bibliográficas.
É muito importante lembrar que as informações cedidas pelo Núcleo
de Educação a Distância da UNESP foi de grande valia para o trabalho.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 9 CAPÍTULO I – DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA 12 1.1 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA NO BRASIL 16 CAPÍTULO II - AS PERSPECTIVAS ATUAIS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL 23 CAPÍTULO III– OS FORMATOS UTILIZADOS NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL USANDO A TECNOLOGIA 27 3.1 DEFINIÇÕES 29 3.2 AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM 30 3.3E-Learning 31
CAPÍTULO IV– A LEGISLAÇÃO QUE REGULAMENTA A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA NO BRASIL 33 CONCLUSÃO 39 BIBLIOGRAFIA 40 ÍNDICE 42
9
INTRODUÇÃO
O presente trabalho é fruto da observação e pesquisa exploratória da
evolução da educação a distância no ensino superior no Brasil, traçando seus
aspectos históricos, formas, perspectivas e sua regulamentação legal sobre a
matéria.
Para uma análise mais minuciosa do tema, foi necessário, antes de
tudo, evidenciar os seus principais pontos históricos, para entender que o
homem, no afã de absorver mais conhecimento, buscou, além de suas
fronteiras físicas, fontes não convencionais de acesso a informação rompendo
com o paradigma do ensino presencial.
Percebeu-se que, a evolução dos meios de comunicação influenciou
diretamente no ensino a distância, porquanto, foi um facilitador do acesso a
informação em termos de qualidade e eficiência, tendo em vista que, o
discente passou a usufruir de modalidades de ensino a distância de forma
cada vez mais rápida, até chegar a metodologias que proporcionam o acesso
simultâneo a informação desejada.
Atualmente, se notabilizou, que as perspectivas da educação a
distância estão voltadas para a democratização desse meio de aprendizagem,
já que, com o advento da internet, qualquer pessoa que tiver acesso a essa
fonte poderá utilizá-la para a sua educação.
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No que tange o aspecto legislativo, a Educação a Distância passou a
ser regulamentada no Brasil somente após o advento da Lei de Diretrizes e
Bases na Educação Nacional, n°9.394/96, que, quase uma década mais tarde,
com a edição do Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005, ganhou
contornos mais detalhados, uma vez que, disciplinou a matéria de forma
pormenorizada, o que beneficiou uma gama maior de interessados de
propagar e usufruir desse método de ensino.
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CAPÍTULO I
A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA NO MUNDO
“A ignorância é a maior multinacional do mundo” (Paulo Freire,
http://www.fraseseproverbios.com/frases-de-paulo-freire.php25.5.2011 22:10).
Ao contrário do que muitos pensam, a Educação a Distância (EaD)
não é uma modalidade de ensino recente.
Antes do século XIX, na Grécia Antiga e em Roma existia a troca de
informação por correspondência.
Com a chegada da Revolução Científica, nos séculos XVII e
XVIII, as cartas com comunicações científicas dão início a Era do Ensinar .
Um anúncio publicado na Gazeta de Boston, no dia 20 de março
de 1728, pelo professor de taquigrafia Cauleb Phillips, foi considerado um
primeiro marco da educação a distância: “ Toda pessoa da região, desejosa de
aprender esta arte, pode receber em sua casa várias lições semanalmente e
ser perfeitamente instruída. Como as pessoas que vivem em Boston”.
Isaac Pitman, em 1840, trocava com seus alunos através de cartões
postais os princípios da taquigrafia.
O ensino de língua por correspondência foi iniciado em 1856 por
Charles Toussaint e Gustav Langenscheidt em Berlim.
12
Já em 1891,Thomas J Foster iniciou um curso sobre medidas de
segurança no trabalho e mineração e a Universidade de Winconsin acabou
aceitando a proposta de seus professores implantando cursos de
correspondência nos serviços de extensão universitária no International
Correspondence Institute.
Após sucesso na formação de duas turmas por correspondência ,
Joseph W. Knipe iniciou os cursos Wolsey Hall em Oxford.
Já em 1898 , na Suécia, Hans Hermond, diretor de uma escola
que ministrava cursos de línguas e cursos comerciais , ofereceu o primeiro
curso por correspondência, dando início ao famoso Instituto Hermod.
Ao final da Primeira Guerra Mundial , devido ao aumento da
demanda por educação, surgiram novas iniciativas de ensino a distância,
confirmando , de certo modo, as palavras de William Harper “ Chegará o dia
em que o volume da instrução recebida por correspondência será maior do que
o transmitido nas aulas de nossas academias e escolas: em que o numero de
estudantes por correspondência ultrapassará o dos presenciais.”
O aperfeiçoamento dos serviços de correio, a agilização dos
meios de transporte e o desenvolvimento tecnológico junto com a comunicação
e a informação influenciaram nos destinos da educação a distância.
12
Em 1922, a União Soviética organizou um ensino por
correspondência em que dois anos passou a atender 350 mil usuários.
Foi criado pela França, em 1939, um sistema de ensino por via
postal favorecendo os estudantes deslocados pelo êxodo.
13
O rádio foi utilizado como um novo meio de comunicação , que
obteve sucesso nacional e internacional, sendo bastante explorado na América
Latina nos primeiros programas de educação a distância do Brasil , Colômbia,
México, Venezuela, entre outros.
Após as décadas de 1960 e 1970, a educação a distância era
possibilitada através do áudio, videocassete, rádio e televisão, o videotexto, o
computador e, mais recentemente a tecnologia de multimeios.
Atualmente a educação a distância mobiliza o meio pedagógico
de quase todo mundo tanto em nações industrializadas quanto em países em
desenvolvimento.
A EaD foi utilizada inicialmente como recurso para superação de
deficiência educacional, para qualificação profissional ou atualização de
conhecimentos. Hoje ela é vista pela grande maioria como uma forma de
complementar parte do ensino presencial do sistema regular onde temos
como exemplo a UNIVERSIDADE ABERTA que oferece comercialmente
cursos a distância, sejam eles regulares ou profissionalizantes.
Os experimentos forma de ensino tem o seu início no século XIX
e ganha impulso no fim desse século, sendo hoje um poderoso instrumento de
ensino as novas camadas de população que buscam educar-se e atualizar-se
profissionalmente devido as rápidas mudanças e transformações no campo do
saber. O ensino a distância durante muito tempo foi entendido como uma
forma do ensino não tradicional aonde o aluno tinha um certo grau de
autonomia para decidir o tempo e local de realização dos estudos, mas essa
realidade hoje é diferente.
14
Mediante breve histórico da EaD podemos considerar então que o
seu desenvolvimento pode ser escrito basicamente em três gerações,
conforme o avanço e recursos tecnológicos de cada época:
Primeira Geração: Ensino por correspodência ,caracterizou-se
pelo material impresso iniciado antes do século XIX . Nesta modalidade , o
pioneiro no Brasil é o Instituto Monitor. Em seguida, temos o Instituto Universal
Brasileiro atuando há mais de 60 anos nesta modalidade educativa no país.
Segunda Geração: Teleducação / Telecursos, com o recurso aos
programas radiofônicos e televisivos, aulas expositivas, fitas de vídeo e
material impresso.
Terceira Geração: Ambientes interativos, com a eliminação do
tempo fixo para o acesso à educação, a comunicação é assíncrona em tempos
diferentes sem perder a interatividade. Hoje os meios disponíveis que fazem
parte dessa fase são: teleconferência, Chat, fóruns de discussão, correio
eletrônico, blogues, espaços wiki, plataformas de ambientes virtuais que
possibilitam interação multidirecional entre alunos e tutores.
1.1. Surgimento Da Educação À Distância No Brasil
A evolução da Ead no Brasil e no mundo é marcada, sem dúvida,
com a disseminação dos meios de comunicação.
Surgiu para oportunizar aqueles, que por algum motivo não
podem freqüentar um estabelecimento presencial de ensino.
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Vivemos a etapa do ensino por correspondência; passamos pela
transmissão radiofônica e, depois, televisiva, a telemática e a multimídia.
Em 1904 escolas internacionais, que eram instituições
privadas, ofereciam cursos pagos por correspondência, mas considera-se
como marco inicial a criação por Roquete Pinto, entre 1922 e 1925, da Rádio
Sociedade do Rio de Janeiro e de um plano sistemático de utilização
educacional da radiodifusão como forma de ampliar o acesso à educação.
Algumas aulas foram ministradas pelo rádio.
No Brasil, o ensino a distância apareceu somente nos anos
sessenta, as aulas eram transmitidas por rádio. Foi criado, inclusive, na
estrutura do Ministério da Educação e Cultura, o Programa Nacional de
Teleducação (Prontel), a quem competia coordenar e apoiar a teleducação no
Brasil. Este órgão foi substituído, anos depois, pela Secretaria de Aplicação
Tecnológica (Seat), que foi extinta.
A Rádio Escola Municipal foi instalada no Rio de Janeiro por
Edgard Roquette Pinto em 1934, no projeto para a então Secretaria Municipal
de
Educação do Distrito Federal dirigida por Anísio Teixeira integrando o rádio
com o cinema educativo.
Já em 1939 surgiu em São Paulo o instituo Monitor, na época ainda
Instituo Rádio Técnico Monitor.
Dois anos mais tarde surge a primeira Universidade do Ar, que
durou até 1944 onde em 1947 surge a Nova Universidade do Ar, patrocinada
pelo SENAC, SESC e emissoras associadas.
16
Durante a década de 1960 , Igreja Católica e Governo Federal ,
com o Movimento de Educação de Base (MEB) utilizavam um sistema
rádioeducativo: educação, conscientização, politização, educação sindicalista
etc..
Em 1970 a Fundação Roberto Marinho tinha um programa de
educação a distância para o ensino fundamental e ensino médio. Entre 1970 e
1980 , as organizações não-governamentais e fundações privadas iniciaram a
oferta de cursos supletivos a distância com aulas via satélite .
Somente na década de 90 a maioria das Instituições Brasileiras
do Ensino Superior mobilizou-se para a EaD com o uso de novas tecnologias
da comunicação e da informação.
Em 1992, foi criada a Universidade Aberta de Brasília (Lei
403/92) A Universidade Aberta do Brasil (UAB) é um projeto construído pelo
Ministério da Educação e Associação dos Dirigentes das Instituições Federais
de Ensino (Andifes), no âmbito do Fórum das Estatais pela Educação, para
oferta de cursos e programas de educação superior a distância, em parceria
com as Universidades Públicas, por meio de consórcios com municípios e
estados da Federação. A UAB tinha como objetivo atingir três campos
distintos: a ampliação do conhecimento cultural com a organização de cursos
específicos de acesso a todos, a educação continuada, reciclagem
profissional às diversas categorias de trabalhadores e àqueles que já
passaram pela universidade ; e o ensino superior, englobando a graduação
como a pós-graduação. A oferta de cursos de educação a distância por meio
da UAB foi iniciado em março de 2006 em 20 estados, com o curso de
Administração em parceria especial com as empresas estatais, principalmente
o Banco do Brasil.
17
Identicamente, os êxitos do Programa Pró-Licenciatura, o qual
atende hoje quase 20 mil estudantes de licenciatura, prioritariamente
professores em exercício da rede pública da educação básica sem título
superior, contribuem para dominarmos as experiências em âmbito nacional e a
logística envolvida, além de propiciar formação de recursos humanos na
modalidade educação a distância, ingredientes fundamentais para o sucesso
em empreendimentos, de acordo com as necessidades do país. Assim, a UAB
representa um marco histórico para a educação brasileira, articulando
intenções e experiências das instituições de ensino superior, as quais,
isoladamente, não teriam como ganhar a desejável escala nacional em sua
atuação. Dessa forma, esta iniciativa ajuda a completar a agenda do governo
federal ao consolidar a educação a distância como modalidade extremamente
importante para a ampliação do acesso ao ensino superior e para a formação
de professores para a educação básica, de forma a buscar cumprir, com
racionalidade e eficiência, no gasto público, as metas do Plano Nacional de
Educação (PNE).
Em 1994, tivemos o início da expansão da Internet no ambiente
acadêmico. Dois anos depois, surgiu a primeira legislação específica para a
educação a distância no ensino superior. As bases legais para essa
modalidade foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases na Educação
Nacional nº 9.394, de 20 dezembro de 1996, regulamentada pelo decreto nº
5.622 de 20 de dezembro de 2005, que revogou os decretos nº 2.494 de
10/02/1998, e nº 2.561 de 27/04/1998.
Em 1995 foi criado o Centro Nacional de Educação a Distância e
também a MultiRio , criada pela Secretaria Municipal de Educação. Ainda no
mesmo ano criou-se o Programa TV Escola da Secretaria de Educação a
Distância do MEC.
18
Em 1996 o Ministério da Educação cria a Secrataria de Educação
a Distância (SEED), onde nesse mesma ano a Ead surge oficialmente no
Brasil, sendo as bases legais dessa modalidade de ensino , estabelecidas pela
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394, de 20 de Dezembro
de 1996, embora somente sendo regulamentada em 20 de Dezembro de 2005.
No ano de 2000 temos a formação da Rede de Educação
Superior a Distância, conhecida como UniRede, que reúne 70 instituições
públicas comprometidas com a democratização da Educação a Distância.
Nesse mesmo ano nasce o CEDERJ, Centro de Educação a
Distância do Estado do Rio de Janeiro, dando início a uma parceria do
Governo do Estado do Rio de Janeiro com as universidades públicas e as
prefeituras do Estado do Rio de Janeiro.
Em 2002 temos a incorporação do CEDERJ a Fundação Centro
de Ciências de Educação Superior a Distância do Rio de Janeiro (CECIERJ).
Em 2005 é criada a Universidade Aberta do Brasil, que é um
sistema integrado por universidades públicas, que oferece cursos de nível
superior para camadas da população que têm dificuldade de acesso à
formação universitária, por meio do uso da metodologia da educação a
distância.
Esse sistema foi instituído pelo Decreto 5.800, de 8 de junho de
2006, para "o desenvolvimento da modalidade de educação a distância, com a
finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de
educação superior no País".
19
Em 2007 entra em vigor o Decreto nº 6.303, de 12 de dezembro de
2007. Esse decreto altera dispositivos dos Decretos nos 5.622, de 19 de
dezembro de 2005.
No ano seguinte é criado uma lei que permite o ensino médio a
distância em São Paulo.
Entre em vigor , em 2009, a Portaria nº 10, de 02 julho de 2009, que
fixa critérios para a dispensa de avaliação in loco .
Em 2011 é extinta a Secretaria de Educação a Distância.
O MEC publicou em 2013 a Portaria Normativa nº 1, que
estabeleceu um calendário público para que instituições de Ead entrassem
com pedidos de credenciamento, reconhecimento de cursos e criação de
novos pólos de apoio presenciais.
Atualmente especialistas apostam em crescimento de cursos a
distância no cenário da educação superior no Brasil.
Para Luciano Sathler, Diretor da Associação Brasileira de
Educação a Distância (ABED) a Portaria Normativa nº 1 é o principal indício de
um aumento da oferta da modalidade ainda no primeiro semestre de 2014.
Sather também acredita que na medida que o número de pessoas
formadas aumentar e os profissionais demonstrarem competência em seu
ambiente de trabalho a modalidade de ensino vai ganhando mais força no
cenário do ensino superior a distância no Brasil.
20
Globalmente, é cada vez mais crescente oferta de cursos formais e
informais através da modalidade de Educação a Distância. As experiências
brasileiras nessa modalidade de educação, governamentais e privadas, foram
muitas e representaram, nas últimas décadas, a mobilização de grandes
contingentes de recursos. Porém, embora avanços importantes tenham
acontecido nos últimos anos, ainda há um caminho a percorrer para que a
Educação a Distância possa ocupar um espaço de destaque no meio
educacional, em todos os níveis, vencendo, inclusive, o preconceito de que os
cursos oferecidos na Educação a Distância não possuem controle de
aprendizado e não têm regulamentação adequada. O governo federal criou
leis e estabeleceu normas para a Educação a Distância no Brasil (UNIFESP,
2009) e até os cursos superiores da Educação a Distância apresentam
diplomas com equivalência aos dos cursos oferecidos pelas instituições de
ensino superior que utilizam a modalidade presencial. Isso mostra que a
modalidade de Educação a Distância está rompendo barreiras, criando um
espaço próprio e complementando a modalidade presencial.
21
CAPÍTULO II
AS PERSPECTIVAS ATUAIS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL
Com o crescente avanço da tecnologia, a popularização do
acesso a Internet e o preço mais acessível a população, uma nova realidade
começou a ser vivida por muitos estudantes e instituições de ensinos privadas
e públicas , foi se adaptando a metodologia de ensino conceituada de
Educação a Distância ou EaD em todas as regiões do Brasil
.
A Educação a Distância pode ou não ter aulas presenciais, mas
acontecendo fundamentalmente entre professor e aluno interligados por
recursos tecnológicos e separados fisicamente no espaço e/ou no tempo.
Sendo confirmada em 2011, pela ABED e ratificado legalmente pelo decreto
nº 5.622/2005 da nossa Presidência, onde é categorizada como:
“modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos
processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias
de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo
atividades educativas em lugares ou tempos diversos” (BRASIL, 2005).
O Ministério da Educação foca seus esforços e investimentos na
EaD através de dois programas: um para o ensino médio (E-Tec Brasil) e o
outro para o ensino superior, que é a Universidade Aberta do Brasil (UAB).
Sabemos que o número de vagas existentes nos cursos
superiores de instituições de ensino de qualidade ainda não acompanhou a
22
demanda do crescimento populacional , pois é necessário a expansão de
cursos superiores e de pós-graduação como cita Alencar et al (2011).
Desta maneira a Ead pode auxiliar nas vagas necessárias e
influenciar nos fatores necessários aos alunos, por exemplo: maior
flexibilidade de horário , preocupação com o deslocamento físico do aluno,
sendo assim a Educação a Distância está sendo considerada como meio de
proliferação de pólos de ensino, promovendo a descentralização sem a
necessidade dos investimentos necessários para a construção de um novo
campo físico.
A Ead tem uma tendência a ampliar-se cada vez mais
condicionada pelas raízes históricas e por surgir exatamente do modo de
produção cultural gerado pela carência de profissionais qualificados para
suprir as necessidades do modo de produção vigente e visando a redução de
custos, destinadas à educação presencial e que, se for consolidada, vai
desobrigando o governo da educação presencial.
Segundo a Politica da Teleducação pelo MEC, seu uso faz
necessário porque:
A modernização do país passa necessariamente pela educação
e esta precisa utilizar os outros recursos disponíveis para se fazer presente , como
particípe do processo de modernização e, sobretudo, promotora e indutoria da
sociedade do futuro. As necessidades presentes e os prognósticos referentes à
sociedade de um futuro próximo , como a internacionalização da economia, exigem a
rápida universalização dos conhecimentos científicos, sob pena de os países que não
acompanham o ritmo deste movimento ficarem esquecidos no tempo, ampliando a
distância e aumentando o atraso social (MEC, 1992. p.06).
23
Cabe uma reflexão sobre a fala acima, pois se lê claramente, que a
educação tem como objetivo atender às necessidades do sistema capitalista.
O MEC, no papel de coordenar a Política Nacional de Educação, possui
sempre mecanismos de apoio ao sistema público de educação para que este
continue a atender à modernização com inovações visando preparar mão-de-
obra qualificada para contribuir com o desenvolvimento do mercado, enquanto
o que a população carece é de meios para contribuir para a democratização do
conhecimento e não a sua mercantilização.
É importante que a política educacional no Brasil não permita que
a Educação a Distância vire um produto de mercado nas mãos do nosso
sistema capitalista sem a qualidade necessária e favorecendo a uma classe
dominante que possui melhores condições econômicas.
O Governo Federal criou leis e normas para a EaD, os cursos
superiores da modalidade de ensino a distância possuem diplomas com
equivalência aos de cursos de modalidade presencial, a EaD apresenta
possibilidade de inclusão educacional e uma forte tendência a ampliar-se cada
vez mais , mas existe ainda um caminho a ser percorrido , mas faz-se
necessário uma rigorosa avaliação para o processo de credenciamento de
instituições para a implementação de projetos de EaD, principalmente nos
cursos de graduação e pós-graduação, a forma de se avaliar( qual critério será
usado) o aluno nessa modalidade de ensino, pois torna-se menos confiável do
que uma avaliação presencial, a qualificação do professor para suprir as
necessidades do aluno que estará em outro espaço físico, o preparo do
material didático de qualidade que será entregue ao aluno usando a tecnologia
como principal recurso de comunicação.
24
Existirá também a interação aluno-aluno, aluno-instituição de ensino
como todo os demais elementos que compõem o universo do aluno (família,
amigos, trabalho enfim todo o histórico de vida do aprendiz).
Considera-se que nos últimos três anos a Educação a Distância
cresceu mais que educação presencial. Em um ano houve um aumento de
12,2% nas matrículas de EaD enquanto a educação presencial teve uma
aumento de 3,1%. Os dados são do Censo da Educação Superior de 2012.
O índice do ensino fora de sala de aula ainda é baixo, segundo o
ex-ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
O censo aponta que o ensino superior atingiu, em 2012 ,
7.037.688 de matrículas na graduação, o que representa crescimento de 4,4%
em relação a 2011. O número de calouros foi 2.747.089, um crescimento de
novas matrículas de 17,1% em relação a 2011. O número de concluintes teve
uma variação menor, 3,3%, passando de 1.016.713 em 2011 para 1.050.413
em 2012.
É importante ressaltar que o Censo de 2013 ainda não possui
estatísticas disponíveis para informação, pois as matrículas para a
participação do mesmo encerram-se em Março deste ano.
25
CAPÍTULO III
OS FORMATOS UTILIZADOS NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL
USANDO A TECNOLOGIA
As formas de ensinar a distância no Brasil, seguindo o pressuposto de
que educador e educando devem estar em lugar e/ou tempo diverso, foram e
são os mesmos utilizados pelo mundo, de acordo com sua respectiva época.
A história relatada que a primeira forma de educação a distância no
Brasil se deu por meio de correspondência1, no início do século XX; já na
década de 20 o mecanismo de radiodifusão começou a ser utilizado2,
tornando-se, os dois principais veículos de educação a distância até o final dos
anos 70.
Já na mencionada década, inaugurou-se a teleducação, que é a
modalidade de ensino a distância usando tecnologias audiovisuais, tendo
como um dos seus principais programas, o telecurso transmitido pela TV
Globo3, daí por diante, até o início da década de 90, os programas de
educação via satélite
1 ALVES, Lucineia. Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo. Disponível em: <http://www.abed.org.br/revistacientifica/Revista_PDF_Doc/2011/Artigo_07.pdf>. Acessado em 17.12.2013. 2 Idem nota 1. 3 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_a_dist%C3%A2ncia.>. Acessado em 05.12.2013.
26
ganharam incentivo, inclusive, com a criação da Universidade Aberta de
Brasília em 19924.
Também no início dos anos 90, com a disseminação da internet no
Brasil5, a educação a distância ganhou novos rumos, momento em que foi
promulgada a Lei de Diretrizes e Bases na Educação Nacional, n°9.394/96,
que pode ser considerada um marco para essa modalidade educacional.
Vale considerar, que desde o advento da primeira modalidade de ensino
a distância até os dias atuais, mesmo com o aperfeiçoamento e a facilitação
proporcionada pelos meios de comunicação mais modernos, as formas de
educação a distância desde as correspondências até os meios telemáticos,
são todos cumulativos e não excludentes entre si.
As Tecnologias da Informação e Comunicação na Ead (TICs) aprimoram
o modo estudar, pesquisar e elaborar e a escolha da TICs deve ser feita
levando em consideração a acessibilidade do aluno e a sua facilidade de uso.
As TIC’s como a Internet, blogs6, Skype7 proporcionam também
uma forma de comunicação entre aluno e professor.
4 Idem nota 3. 5 Idem nota 3. 6 é um site cuja estrutura permite a atualização rápida a partir de acréscimos dos chamados artigos, ou posts. 7 é um software que permite comunicação pela Internet através de conexões de voz sobre IP (VoIP).
27
Outras tecnologias também merecem ser citadas, pois também
são utilizadas no Ensino a Distância: videoconferência, tecnologia que permite
que grupos de pessoas distantes geograficamente se comuniquem. A
videoconferência pode ser feita em dois formatos: por desktop ou sala. Na
maior parte das vezes a videoconferência, é transmitida através de uma linha
telefônica digital dedicada de alta velocidade e permite um contato visual em
tempo real entre professor e aluno.
Outros equipamentos, como a televisão e câmeras, são
necessários para que a videoconferência tenha sucesso.
A Teleconferência que permite também o uso do som e imagem
para realizar a comunicação entre duas ou mais pessoas distantes usando a
Internet e telefonia.
3.1 Definições:
Em um ambiente de Educação a Distância é importante ser
considerado alguns aspectos importantes:
- AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) ou LMS (Learning
Management System), que é um software baseado na WEB para ser usado
entre o aluno e professor ou tutor;
- O professor como mediador no Ead;
- Qualificação e Reciclagem do Professor;
- Bom planejamento do curso;
- A forma e critérios utilizados na avaliação do aluno;
28
3.2 Ambientes Virtuais de Aprendizagem:
O ambiente virtual de aprendizagem8 é um local virtual onde são
disponibilizadas ferramentas para que permita o acesso ao curso que permite
a interação entre os alunos e professores (tutores) durante o processo de
ensino-aprendizagem.
É importante que se tenha a preocupação que na ausência do tutor ,
o AVM disponibilize ao aluno um tutor virtual.
O AVA rompe as barreiras de ambientes presenciais, pois o que
muda, não é a metodologia de ensino, mas a forma de comunicação, pois o
uso de uma tecnologia avançada não garante um ensino de qualidade.
Um exemplo de ferramenta utilizada como AVA é o Moodle, que é
um ambiente cada vez mais utilizado por empresas e escolas com atividades
de educação semipresencial ou a distância.
O Moodle é um sistema gratuito e de código aberto então
frequentemente passa por atualizações.
O Moodle conta com as principais funcionalidades de um ambiente
virtual de aprendizagem. Possui ferramentas de comunicação, de avaliação,
de disponibilização de conteúdos e de administração e organização. Elas são
acessadas pelo tutor de forma separada em dois tipos de entradas na página
do curso. De um lado adiciona-se o material e do outro as atividades.
8 Fonte: <http://www.nead.feituverava.com.br/index.php/faq/30-o-ambiente-virtual-de-aprendizagem >. Acesso em 23.02.2014
29
Alguns exemplos9 de AVA usados no Brasil: AulaNet, BlackBoard e
TelEduc.
3.3 E-Learning:
Confundir e-learning com a EaD é muito comum, mas vamos
abaixo definir o termo em questão:
E-learning : ensino não presencial transmitido através de meios
eletrônicos. O E-learning também chamado de blended learning10 ou B-
learning.
O E-learning foi desenvolvido a partir necessidade do meio
coorporativo em treinar seus funcionários.
Possui dois modos de ensino: síncrono e o assíncrono11.
No modo síncrono temos aluno e professor em aula ao mesmo
tempo. Recursos de e-learning síncrono: Vídeo Conferência, Chats12 , Web
Conferência , etc...
No modo assíncrono o professor e aluno não estão em aula ao
mesmo tempo. Recursos de e-learning assíncrono: E-mail e Fóruns.
9 Fonte:<http://ambientesvirtuaisdeaprendizagemposlin.blogspot.com.br/2008/05/moodle.html>. Acesso em 23.02.2014 10 Fonte:< http://eadelearning.tumblr.com/ >. Acesso em 23.02.2014 11 Fonte:< http://sandraroma.blogs.sapo.pt/3867.html>. Acesso em 23.02.2014 12 Chat: aplicação de conversação em tempo real.
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Em e-learning coorporativo existem projetos sem professor , onde o
aluno tem a opção de escolher quando começar e quando terminar o
treinamento.
O E-learning pode ser chamado de “aprendizado alternativo” ou
“fornecimento alternativo de informação”.
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CAPÍTULO IV
A LEGISLAÇÃO QUE REGULAMENTA A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA NO BRASIL
No Brasil, a educação é normatizada pela vigente Constituição da
República de 05 de outubro de 1988, norma de maior hierarquia no
ordenamento jurídico pátrio, que definiu alguns parâmetros básicos para o
funcionamento do sistema educacional, dispondo em seu art. 20513, que:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Todavia, somente em 20 de dezembro de 1996, foi que o
Congresso Nacional promulgou a Lei Ordinária n° 9.394, denominada de Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ou, simplesmente, Lei de
Diretrizes e Bases – LDB, onde a educação à distância foi tratada de forma
muito discreta, no Título VIII, que reza sobre as Disposições Gerais, no escopo
do seu art. 8014, da seguinte forma:
Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de
programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação
continuada. (Regulamento pelo Decreto n° 5.622 de 19/12/2005)
§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.
13 Fonte: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em 16.02.2014. 14 Fonte: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em 16.02.2014.
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§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma relativos a cursos de educação a distância. § 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a autorização para sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas. (Regulamento pelo Decreto n° 5.773 de 09/05/2006) § 4º A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá: I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens e em outros meios de comunicação que sejam explorados mediante autorização, concessão ou permissão do poder público; (Redação dada pela Lei nº 12.603, de 2012) II - concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas; III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de canais comerciais.
Desse modo, observa-se, que o legislador ordinário optou por atribuir à
União a obrigação de credenciar15 e regulamentar16 os cursos de ensino a
distância, que, por meio da Presidência da República, apenas em 19 de
dezembro de 2005, editou o Decreto nº 5.622, regulamentando o mencionado
art. 80 da LDB, estipulando em seu art. 1º que:
Art. 1o Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
15 Art. 80, § 1º da Lei 9.394/96. 16 Art. 80, § 2º da supracitada Lei.
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O citado Decreto possibilitou a oferta de ensino à distância em
vários níveis e modalidades educacionais, principalmente, de cursos
superiores, abrangendo programas sequenciais, de graduação, de
especialização, mestrado e doutorado17.
Ainda com base na norma em apreço, a oferta de cursos
superiores, na modalidade à distância, é uma prerrogativa vinculada às
instituições que detêm autonomia universitária e sejam credenciadas para
oferta de educação superior a distância que poderão criar, organizar e
extinguir cursos nessa modalidade18.
Por outro lado, as instituições que não detêm tal prerrogativa não
estão alijadas da possibilidade de ofertar cursos superiores nessa modalidade,
uma vez que, o Decreto em questão lhes outorga a faculdade de solicitar, junto
ao órgão competente (Ministério da Educação)19, autorização para abertura de
oferta de cursos e programas de educação superior à distância20.
Tem-se com isso, que o Decreto nº 5.622/05, não excluiu nenhuma
instituição de ensino superior de ofertar cursos e programas de educação à
distância, bastando, para tanto, que se credenciem junto ao órgão competente
e obtenham autorização para o oferecimento dessa modalidade de curso.
17 Art. 2º, inciso V, alíneas “a” a “e” do Decreto 5.622/05. 18 Art. 20 do Decreto 5.622/05: As instituições que detêm prerrogativa de autonomia universitária credenciadas para oferta de educação superior a distância poderão criar, organizar e extinguir cursos ou programas de educação superior nessa modalidade, conforme disposto no inciso I do art. 53 da Lei no 9.394, de 1996. 19 Art. 10 do Decreto 5.622/05: Compete ao Ministério da Educação promover os atos de credenciamento de instituições para oferta de cursos e programas a distância para educação superior. 20 Art. 21 do Decreto 5.622/05: Instituições credenciadas que não detêm prerrogativa de autonomia universitária deverão solicitar, junto ao órgão competente do respectivo sistema de ensino, autorização para abertura de oferta de cursos e programas de educação superior a distância.
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Os demais dispositivos normativos que tratam sobre a educação à
distância são mais voltados para a sua regulação e avaliação, a exemplo do
Decreto nº 5.773 de 09 de maio de 2006, que dispõe sobre o exercício das
funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação
superior e cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema federal de
ensino21.
Já o Decreto nº 6.303 de 12 de dezembro de 2007, com apenas 06
(seis) artigos, foi editado para promover alterações nos dois últimos citados,
quais sejam, os Decretos 5.622/05 e 5.773/06, todavia, não trouxe
modificações substanciais a ponto de alterar o escopo das referidas normas.
As outras espécies de atos que regulam a disciplina em voga22, de
fato, não são nem normativas, pois, a doutrina jurídica as classifica como atos
ordinatórios, que são aqueles que visam a disciplinar o funcionamento da
administração publica23, como, por exemplo, a Portaria nº 1 de 10 de janeiro de
2007, a Portaria nº 40 de 12 de dezembro de 2007 e a Portaria nº 10 de 02 de
julho de 2009, todas essas editadas pelo Ministério da Educação, que, de uma
forma geral, dispõem sobre a fiscalização e o gerenciamento de cursos na
modalidade à distância.
De fato, existem outras espécies normativas e atos ordinatórios que
também rezam sobre a educação a distância, porém, como fogem ao escopo
do presente trabalho, vale mencionar, a título exemplificativo, que os entes
21 Art. 1º do Decreto 5.773/06: Este Decreto dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e seqüenciais no sistema federal de ensino. 22 Informação extraída do site do Ministério da Educação os outros dispositivos regulamentares são as Portarias editadas pelo próprio órgão. Vide em: (http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=12778%3Alegislacao-de-educacao-a-distancia&Itemid=865). Acesso em 16.02.2014. 23 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, Malheiros, 21. ed. atualizada por Eurico de Andrade Azevedo, Délcio Balesteiro Aleixo e José Emmanuel Burle Filho, 1990.
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federativos estaduais, também disciplinam o assunto no limite de suas
respectivas competências24.
Existem, no entanto, projetos de lei em tramitação na Câmara dos
Deputados25 tratando sobre a educação a distancia, os quais, pela relevância
do tema, merecem ser citados, como, por exemplo, o Projeto de Lei – PL nº
7.159/2014, que visa instituir o dia 27 de novembro como o Dia Nacional de
Educação a Distância.
O Senador Cristovam Buarque é autor do PL 6350/2013, que busca
alterar o art. 25 da Lei 10.741/2003, mais conhecida como o Estatuto do Idoso,
objetivando que as instituições de ensino superior ofertem às pessoas idosas
cursos e programas de extensão também na modalidade a distância, o que irá
democratizar ainda mais essa maneira de aprendizagem, justificando o
Senador que:
(...) o número de brasileiros com mais de 60 anos de idade cresceu bastante e,
dessa população, pela primeira vez, quase metade é constituída de homens e mulheres com
escolaridade igual ou superior ao ensino fundamental26.
24 Fonte: <http://www.abed.org.br/site/pt/midiateca/legislacao_ead/368/2008/10/legislacao_em_ead>. Acesso em 16.02.14. 25 Vide em: <http://www.camara.leg.br/sileg/Prop_lista.asp?Pagina=2&formulario=formPesquisaPorAssunto&Ass1=educa%C3%A7%C3%A3o+e+distancia&co1=+AND+&Ass2=&co2=+AND+&Ass3=&Submit2=Pesquisar&sigla=&Numero=&Ano=&Autor=&Relator=&dtInicio=&dtFim=&Comissao=&Situacao=&pesqAssunto=1&OrgaoOrigem=todos.> Acesso em 16.02.14. 26 Vide em: <http://revista.penseempregos.com.br/noticia/2013/01/projeto-de-lei-estende-educacao-a-distancia-a-idosos-4015280.html>. Acesso em 12.02.14.
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Um importante fato também está na regulamentação da atividade de
tutoria em educação a distância, de que trata o PL 2435/11, de autoria do
Deputado Ricardo Izar, que prevê para os cursos de educação a distância que
tutores serão pessoas habilitadas, concluintes do ensino médio ou superior,
com certificado expedido por instituição idônea com formação técnica na área
correlata aos cursos em que pretende atuar, para o exercício desta atividade27.
Uma das últimas novidades sobre o assunto, que ainda não se
tornou projeto de lei, foi o anuncio feito pelo então, à época Ministro da
Educação, Aloizio Mercadante, que divulgou em junho de 2013, que enviaria
ao Congresso Nacional um projeto de lei para criação da primeira universidade
federal de educação à distância, com um dos o intuitos de aumentar a
capacidade de absorção da demanda por ensino superior no país28.
27 Vide em: <http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/207769-PROPOSTA-REGULAMENTA-TUTORIA-EM-EDUCACAO-A-DISTANCIA.html> Acesso em 10.01.14.
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CONCLUSÃO
“Ninguém educa ninguém , ninguém educa a si mesmo, o s homens se
educam entre si, mediatizados pelo mundo” (Paulo Freire).
Ensinar não é uma tarefa fácil ao docente e no processo de ensino-
aprendizagem há três componentes a ser considerados: aquele que ensina,
aquele a quem se ensina e aquilo que se ensina (o conteúdo).
A palavra DISTÂNCIA pode e deve ser uma maneira de utilizar a
tecnologia como forma de promover a educação.
Com o avanço tecnológico, o ensino a distância vem oferecendo nova
forma de aprendizado com resultados positivos amplamente comprovados a
cada dia que passa.
É preciso ainda investir no aluno de forma a convencer que a EaD não
é somente uma modalidade de estudar e ou reaprender escolhendo horário,
forma de pagamento e dia, mas sim uma maneira de levar o conhecimento aos
quatro cantos do nosso país.
28 Vide em: <http://www.ead.unb.br/index.php/canais/noticias/674> Acesso em 19.01.14.
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BIBLIOGRAFIA
MORAN, J.M. Desafios para ensinar e aprender em um mundo conectado.
Papirus Editora
ALVES, Lucineia. Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo. Disponível em: <http://www.abed.org.br/revistacientifica/Revista_PDF_Doc/2011/Artigo_07.pdf>. Acessado em 17.12.2013. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_a_dist%C3%A2ncia.>. Acessado em 05.12.2013. <http://www.nead.feituverava.com.br/index.php/faq/30-o-ambiente-virtual-de-aprendizagem >. Acesso em 23.02.2014
OLIVEIRA, Ramon. Informática Educativa. Papirus Editora
<http://ambientesvirtuaisdeaprendizagemposlin.blogspot.com.br/2008/05/moodle.html>. Acesso em 23.02.2014 < http://eadelearning.tumblr.com/ >. Acesso em 23.02.2014 < http://sandraroma.blogs.sapo.pt/3867.html>. Acesso em 23.02.2014 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em 16.02.2014.
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em 16.02.2014. (http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=12778%3Alegislacao-de-educacao-a-distancia&Itemid=865). Acesso em 16.02.2014.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, Malheiros, 21. ed. atualizada por Eurico de Andrade Azevedo, Délcio Balesteiro Aleixo e José Emmanuel Burle Filho, 1990. <http://www.abed.org.br/site/pt/midiateca/legislacao_ead/368/2008/10/legislacao_em_ead>. Acesso em 16.02.2014.
39
<http://www.camara.leg.br>. Acesso em 16.02.2014 <http://revista.penseempregos.com.br/noticia/2013/01/projeto-de-lei-estende-educacao-a-distancia-a-idosos-4015280.html>. Acesso em 12.02.2014. <http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/207769-PROPOSTA-REGULAMENTA-TUTORIA-EM-EDUCACAO-A-DISTANCIA.html> Acesso em 10.01.14. <http://www.ead.unb.br/index.php/canais/noticias/674> Acesso em 19.01.2014.
40
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 1
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 6
METODOLOGIA 7
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I 11
A História da Educação a Distância no Mundo
1.1 - Surgimento da Educação a Distância no Brasil 15
CAPÍTULO II
As perspectivas atuais da Educação no Brasil 21
CAPÍTULO III
Os formatos utilizados na Educação a Distância no Brasil
usando a tecnologia 25
CAPÍTULO IV
A legislação que regulamenta a Educação a Distância no Brasil 31
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA 38
ÍNDICE 40