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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Alternativa para a Sustentabilidade
Por: Mercês Aparecida Pedroso
Orientador
Prof. Celso Sanches
Joinville
2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Alternativa para a Sustentabilidade
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre – Universidade
Candido Mendes, como requisito parcial para obtenção do grau de especialista
em Educação Ambiental.
Por: Mercês Aparecida Pedroso
AGRADECIMENTOS
Ao Instituto A Vez do Mestre, pela
oportunidade, ao professor Luiz
Roberto, ao orientador Celso Sanches,
à tutora Karina, à Jaqueline, do
Núcleo em Florianópolis, às minhas
filhas Priscila e Emily, pela
colaboração, e à minha mãe Iria, pelo
estímulo.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho de Monografia à
DEUS – Criador da natureza e do homem,
tendo tudo criado de forma perfeita.
RESUMO
O intuito deste trabalho é o de conhecer mais a biosfera terrestre, em
seu contexto físico, bem como, social, para entender o passado, o presente, e
enfatizar a preocupação com o futuro de nosso planeta, bem como, repassar
conhecimentos, embasados em fatos concretos.
Demonstra-se a influência dos seres vivos sobre o meio ambiente e vice-
versa. Considera - se as comunidades (rejeitadas desde a Revolução
Industrial), e o espírito de solidariedade que nelas se afiguram, instrumento
para buscar soluções para as crises que o homem provocou, inclusive a maior
que é a crise de valores.
Destacam-se projetos e atitudes individuais e coletivas, para a tão
sonhada Sustentabilidade, à qual precisa ser compreendida em suas três
formas completas: ecológica, social e econômica. Sendo que, o propósito da
Educação Ambiental, após conhecer a realidade das comunidades, é educar
para a vida, para uma compreensão mais objetiva das situações que requerem
ajustes ou correções, oferecendo orientações de forma a superar os
problemas.
Conclui-se que os problemas ambientais, que geram situações que
demandam ações de melhoria e transformação, somente serão solucionados
com a Educação Ambiental, principalmente nas comunidades, concebendo a
educação como um todo, compreendendo como o mundo é complexo, e ao
mesmo tempo, simples. E nesta perspectiva, devem ser elaborados programas
e definidas novas políticas pedagógicas, que possam trazer transformações,
para um planeta mais sustentável, para as futuras gerações.
METODOLOGIA
O trabalho proposto foi realizado primeiramente, através de uma
observação mais atenta à vida em geral, em nosso planeta. A vida como um
todo, inclui os animais, a natureza, os seres humanos, bem como, suas
relações e a interação sócio- ambiental.
Também através de pesquisas, que foram realizadas através de leitura
de jornais, livros, apostilas, periódicos, artigos da Internet, revistas, e manuais
de Responsabilidade Social de diversas empresas, inclusive da Celesc
(Centrais Elétricas de Santa Catarina), onde trabalho.
O trabalho não ficaria completo se não fossem alguns materiais, citados
acima, gentilmente cedidos pelas empresas ou entidades, tais como: Epagri
( Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina ),
Celesc, Univile (Universidade da Região de Joinville), Fundema (Fundação
Municipal do Meio Ambiente de Joinville), NEAM (Núcleo de Educação
Ambiental, em Joinville), e outros.
Também a visita à 1ª Mostra de Educação Ambiental em Joinville- SC,
de 06 a 08 de novembro de 2008, foi muito importante para entender o
estímulo dos diversos segmentos à preservação ambiental.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I RETROSPECTIVA AMBIENTAL – O HOMEM E O MEIO AMBIENTE 10 CAPÍTULO II RESULTADO DA INTERFERÊNCIA HUMANA: DESEQUILÍBRIO 18 AMBIENTAL CAPÍTULO III ALGUMAS AÇÕES E SITUAÇÕES ESPECÍFICAS QUE 31 CONTRIBUEM PARA O CAOS AMBIENTAL CAPÍTULO IV EDUCAÇÃO... REFLEXÃO... ATITUDES... SOLUÇÕES 44 BUSCANDO A SUSTENTABILIDADE CONCLUSÃO 64 ANEXOS 66 BIBLIOGRAFIA 69 INDICE 70
INTRODUÇÃO
A Terra é um sistema complexo, onde milhões de órgãos estão
funcionando em sincronia, para sustentar a cadeia alimentar e a teia da vida,
assim como o corpo humano, que também é um sistema composto de vários
órgãos ou sistemas menores, que em miniatura, poderíamos comparar ao da
Terra.
Quando um órgão ou sistema do corpo humano não está funcionando
bem, os outros sistemas também sofrem com maior ou menor intensidade com
esta disfunção. É por esta e outras razões que dizemos que somos filhos da
Terra. Existe no nosso planeta milhões de espécies de seres vivos, cada um
desempenhando uma função única em relação aos demais indivíduos.
Independente da vontade humana, a Terra nasceu com o destino de
abrigar as mais variadas espécies, vegetal e animal, o que inevitavelmente
levou à necessidade de alimentá-las. Bondosamente a natureza sempre
forneceu e continua fornecendo os recursos necessários para a manutenção da
vida em nosso planeta. Lembremos do ar, imprescindível para a vida, da água,
que é fonte de vida para qualquer organismo vivo e que sem ela podemos
morrer; do solo sobre o qual, em se plantando, frutifica e colhemos os
alimentos de que necessitamos, também utilizamos os recursos naturais para
abrigos e diversos fins. Contudo, desde os primórdios da civilização, quando o homem utiliza os recursos naturais não percebe a importância dos mesmos. Apenas utiliza displicentemente e desregradamente, sem, contudo, refletir o quanto valeria se tivéssemos que pagar para utilizar todos os produtos e serviços ambientais, que a natureza sempre nos ofertou, gratuitamente.
A nossa sociedade dita civilizada e também o dos demais animais, de
forma direta ou indireta, com maior ou menor intensidade, tem sido
“agraciado” com frequentes agressões, causadas pelos “racionais”. De
qualquer forma, cada um deverá receber parte da conta para pagar. O nosso
maior credor é a própria natureza, de onde estamos tomando recursos, além
de sua capacidade de suporte, bem como, também estamos poluindo a Terra,
de várias formas. Com o objetivo de criar mudanças positivas na mentalidade humana, a dimensão socioambiental, em sua complexidade frente aos grandes desafios sociais científicos contemporâneos, vê na Educação Ambiental, a partir das comunidades, grupos, empresas, associações, escolas, congregações, etc., uma importante ferramenta. Ferramenta esta que busca identificar problemas e propõe alternativas à ação humana, que provoca grave crise sócia- ecológica.
CAPÍTULO I
RETROSPECTIVA AMBIENTAL
O homem e o meio ambiente
A comunidade enquanto microcosmo pode servir de base para o macrocosmo (
sociedade em geral ).
Todos os organismos vivos sofrem e exercem influência sobre o
ambiente. Mas a espécie humana, porque usa certas formas de energia, influi
mais, a ponto de provocar rápidas e radicais transformações no habitat, na flora
e na fauna.
A partir do momento em que os humanos deixaram de ser nômades,
teve início o aumento populacional, pois a fixação dos grupos em um
determinado local facilitava a procriação, a constituição e ampliação dos grupos
familiares. Ao mesmo tempo, a domesticação dos animais se tornou uma
prática constante, e principalmente a busca por alimento, impulsionou a
degradação ambiental: criou- se desertos, florestas foram devastadas, solos
foram destruidos e extinguiram-se diversas espécies vegetais e animais. Mais
pessoas nascendo, mais bocas para alimentar, mais vestuários para usar, mais
recursos naturais a serem explorados para satisfazer estas novas e crescentes
necessidades.
À medida que se produzia mais e o consumo muitas vezes não
acompanhava tal escala, começava haver excedentes, o que levou à prática do
escambo ( troca ), e depois se tornou o hábito de comprar e vender, daí
apareceu o acúmulo de capital e, finalmente os humanos sentiram o gostinho
pelo dinheiro. Desde a época do fogo até a civilização industrial, o homem tem provocado catástrofes ecológicas:
• Os recursos naturais são extraídos em velocidade desenfreada.
• São lançadas enormes quantidades de resíduos ( no ar - solo - rios
e mares ).
• Coloca-se o lucro acima da vida, e como resultado há uma grave
constatação: o homem quebra os elaborados equilíbrios naturais:
interferindo nos ecossistemas.
Portanto, desde os primórdios da nossa civilização, em maior ou menor
escala, não importando se o objetivo era de perpetuação das espécies ou
meramente atividades de lazer, ou mesmo por lutas tribais.
Involuntária ou intencionalmente, estamos pagando alto preço pela crueldade imposta às árvores, aos animais e pela deterioração das condições de sobrevivência e da qualidade de vida de todos os seres que habitam a terra.
Só que nos últimos tempos os impactos têm sido maiores do que a capacidade de suporte da terra.
Considerações especiais sobre os recursos Não Renováveis e recursos Renováveis:
A maioria dos recursos extraídos do subsolo é qualificada de não – renovável porque foi criado muito lentamente na escala geológica, enquanto seu consumo é muito rápido na escala histórica. A extração contínua desses recursos esgota definitivamente as reservas. É o caso de fontes de energia e matéria- prima, exemplos ( carvão, petróleo e gás natural ).
Os recursos renováveis são aqueles que a natureza repõe. A maioria está disponível na atmosfera ( luz, calor ), na água, ou é cultivado pelo homem: vegetação.
1.1 - Comunidade - Considerações Históricas
O homem, refletindo sobre as marcas caóticas que deixou em sua passagem ao longo do tempo (guerras, depredação do meio ambiente, fome, misérias generalizadas), se volta agora em questionar a vida comunitária e o espírito de solidariedade que nela se afigura. Percebe assim, saídas para as crises por ele provocadas, inclusive a mais grave ( crise de valores ).
Quando foi detendo sua marcha nômade, o homem começou partilhar nova forma de
viver ( coletiva ), desenvolvendo métodos e habilidades para melhor adaptar-se ao
mundo, através de atividades cooperativas e organizadas.
Nos séculos VI e VII a C., os gregos já consideravam a pólis, como uma
comunidade ( Atenas lutava pela manutenção de uma vida comum e pacífica).
Já a urbs de Roma, se caracterizou pelo anonimato social e identidade
jurídica.
Por volta do século XI aproximadamente, começam a aparecer cidades medievais (
cercadas de muralhas ), que tiveram um grande impulso com o nascimento do comércio.
Durante séculos, não havia diferença entre cidade e campo. Só ocorreu a partir
da grande urbanização do Império Romano. E mais tarde se solidificou com o
surgimento da cidade industrial, gerando um novo tipo de população (citadina
capitalista e individualista ).
No antigo mundo ocidental, muitas cidades possuiam características
semelhantes às das cidades contemporâneas: uma grande população e
consequentemente, diversos problemas para serem resolvidos, como: o
abastecimento de água, o lixo produzido; e o saneamento dos esgotos e
dejetos.
1.2 - Iluminismo e Revolução Industrial
O Iluminismo ( idéias de liberdade política e econômica, defendidas pela burguesia), deu-se no século XVIII.
Rejeitavam a manutenção de grupos, comunidades e associações ( surgidas na Idade Média ), e a exploração feudal.
Desenvolveu-se um sentimento anticomunitário, e o sentido de
comunidade da pólis, passou a ser encarada como vilã do progresso.
O Iluminismo ganhou mais força com a Revolução Industrial, trazendo
profunda mudança política, determinada pela Revolução Francesa.
Desenvolveu-se cada vez mais: o Lucro e a Competição.
O desenvolvimento das forças produtivas presentes à Revolução Industrial cria
a dissolução dos antigos laços de autoridade e poder das comunidades.
Essas rápidas transformações ocasionaram variadas dificuldades:
• Problemas de ordem social ( físicos e psicológicos ), onde:
O desrespeito para com o semelhante e o meio ambiente se tornou uma
prática constante.
• A vida em comunidade foi sendo destruida pelo progresso, gerador do
caos.
NISBET, em “The Sociological Tradition”, 1973, afirmou que a nostalgia pela
lembrança da época das aconchegantes comunidades, marca sensivelmente o
pensamento social do séc. XIX e XX, verificado na religião, filosofia, política, e
outras esferas do pensar humano. Sendo que, o homem busca viver em
comunidade: no casamento, na religião, nas amizades, para aliviar seu
esgotamento nervoso.
Hoje, podemos dizer que as comunidades, são unidades que constituem a
sociedade.
Toda comunidade faz parte de um todo maior, sem perder suas peculiaridades
e diferenças.
Hoje, em torno de 2/3 da humanidade são membros de comunidades ( tribos,
famílias, clãs, comunas, vizinhanças, vilas ou aldeias ), e operam segundo
princípios internos: (congregações, clubes, empresas, agremiações,
instituições), ainda que inseridas numa economia mundial.
1.2.1 - Comunidade e Meio Ambiente
A Comunidade é parte integrante do meio ambiente.
Kurt Lewin, em “A Dinamic Theory of Personality“, 1935, escreveu que o
comportamento humano evolui em função da interação com o meio
ambiente.
Os grupos, as comunidades e a sociedade em geral são a materialização
da dinâmica: homem x meio. Podemos dizer que o meio ambiente é um
processo de interação sócio – cultural, gerado pelo homem e a natureza.
Existe uma vastidão de possibilidades para interação ambiental,
especialmente através de um trabalho de Educação Ambiental, mas que
são ignorados por aqueles que compõem as comunidades, especialmente
os de baixa renda, sendo que deveriam conhecer melhor as forças
naturais, por ex.:
- como tirar vantagem da aclimatação e solo local.
- como evitar deslizamentos de terra.
- como ajudar na sustentação financeira da comunidade, fazendo hortas
locais
- preservar a fauna e flora, bem como, os mananciais.
- Montagem de estrutura comercial, etc
Pois o Meio Ambiente proporciona à comunidade humana as condições
básicas para sua sobrevivência. O ecossistema formado pela fauna, flora,
clima, topografia, recursos naturais, e as diversas formas como a
comunidade interage e trabalha esse meio, possibilita o atendimento às
necessidades elementares.
Todos nós somos responsáveis. A Educação Ambiental se faz necessária
em todos os tipos de comunidades, empresas, escolas, famílias,
congregações, clubes, etc.
Comunidades que têm respeito e valorizam o Meio Ambiente são
chamadas de Comunidades Sustentáveis. Bem como, diversos
segmentos da sociedade podem ter ações para a sustentabilidade, como
por exemplo, empresas que adotam diretrizes de Responsabilidade
Social Empresarial.
1.3 - Educação Ambiental e Desenvolvimento Comunitário
As comunidades são encontradas especialmente, no meio rural e
no meio urbano. Este trabalho pretende mostrar que os processos
educativos se desenvolvem em comunidade, pois possibilita a seus
membros interpretarem de forma crítica os problemas que lhe são
inerentes, possibilitando a estes buscarem soluções que possam
responder melhor aos mesmos. A Educação Ambiental se insere neste
propósito, como uma educação para a vida, despertando a comunidade
para seus problemas especialmente os que se referem ao meio ambiente,
conduzindo-a a uma melhor leitura deste. Promovendo uma consciência
mais objetiva da situação e oferecendo-lhes elementos básicos para o
delineamento de respostas mais eficazes, a fim de superá-los.
Essa tomada de consciência, permite que seus membros se identifiquem
com um propósito de mudança e busquem, aprendendo com seus
próprios erros e tentativas, desenvolvendo suas capacidades de
organização e integração, para dobrar os obstáculos que se opõem a
seus processos de desenvolvimento.
1.3.1 - Considerações Sobre Comunidades a Caminho
Da Sustentabilidade.
A sustentabilidade vai além das considerações ecológicas, pois
encerra também dimensões econômicas e sociais. Essa
tridimensionalidade requer nova ética de desenvolvimento, que nos
conduza a construir sociedades mais humanas, justas e com igualdade.
Sociedades que entendam que os problemas ambientais não dizem
respeito apenas à Natureza em si, mas que a sua exploração isenta de
sensatez gera: pobreza – baixa produtividade – doenças – vulnerabilidade
- desastres naturais – poluição e inospitalidade.
Esses problemas precisam ser tratados com a seriedade que merecem.
A seguir, alguns exemplos de funcionamento comunitário em sociedades
sustentáveis:
- Não violação da carga de capacidade dos ecossistemas,
- Redução da poluição interna e lixo (opção pela reciclagem
),
- Igualdade de oportunidade de trabalho,
- Cultura e lazer para todos,
- Proteção de saúde ( medidas de prevenção e higiene ),
- Meios de transporte acessíveis,
- Valorização do trabalho doméstico,
- Redução do consumismo,
- Proteção da fauna, flora, mananciais,
- Hortas comunitárias,
- Trabalho comunitário e solidariedade,
- Participação da comunidade nos processos decisórios
locais,
- Convivência mais simples,
- Etc.
O pedagogo alemão Ernest Krieck, ( Apud Mantovani, 1952 ), afirmou
que a educação, é uma função essencial e permanente da vida em
comunidade. É força motriz do crescimento econômico e para elevação
dos níveis da qualidade de vida.
A Educação Ambiental, efetivada nas comunidades, nas famílias, nas
escolas, nas empresas, nas congregações, etc., serve para elevar a
qualidade de vida, no sentido de um desenvolvimento comunitário.
Comunidade é uma coexistência de indivíduos, não só para conviver,
mas principalmente para estabelecer relações de respeito, colaboração e
compreensão recíprocas. Considerando que existe o movimento de
indivíduos, de grupos ou posição social, em ‘Estudos da Ecologia
Humana´,1970, PARK afirmou que pode ser positivo, porque assim
circula valores e traços culturais, trazidas do grupo de origem, e
contribuindo para o novo convívio social. A aplicação da educação
ambiental somente se dará, após ver – ouvir e acolher a realidade
comunitária, para encaixar um programa, projeto ou estratégia, com a
participação da comunidade em todas as fases. Mesmo que os resultados
esperados sejam em nível de conscientização, permitindo que seus
membros tenham um propósito de mudança e busquem desenvolver suas
capacidades, ajudando-se para banir obstáculos ao seu processo de
desenvolvimento comunitário. Sendo que, através da reflexão, crítica e
consciência, sejam criadas idéias, projetos e soluções para transformar/
melhorar a realidade.
CAPÍTULO II
RESULTADO DA INTERFERÊNCIA HUMANA:
DESEQUILÍBRIO AMBIENTAL
Com a explosão demográfica e a crescente necessidade de recursos
buscados na natureza, visando a produção industrial de uma série de bens de
consumo, o homem, através da revolução tecno - industrial, realiza verdadeiras
devastações, cujos efeitos são cumulativos e muitas vezes, ambientalmente
irreversíveis, ao que chamamos: desequilíbrio ecológico.
2.1 - Ecossistemas Ecossistemas são os seres vivos e o meio onde vivem, com todas as
interações recíprocas entre o meio e o organismo. Baseado na
interdependência para o equilíbrio, e homeostase (auto-regulação).
Também podemos definir ecossistema como um conjunto de elementos
materiais ou ideais, que têm alguma relação ( coordenadas entre si, com
estrutura organizada ).
A idéia principal de ecossistema é a relação no todo, organizado, que é a
VIDA, e os elementos que lhe dão suporte.
Há relacionamento mútuo entre: flora, fauna, microorganismos, fungos, algas,
sendo necessários os fatores de equilíbrio: (atmosféricos – geológicos –
meteorológicos e biológicos).
Exemplos de grandes ecossistemas (mares, florestas) – e pequenos
ecossistemas (troncos de árvores repletos de fungos, bactérias, vermes,
outras plantas, etc.).
Mais exemplos de ecossistemas; ( praias – manguezais – cavernas – costões
rochosos – regiões abissais – rios – lagos – estuários – bosques – florestas –
desertos- recifes de coral – pântanos, etc )
Fonte energética: Sol.
Há ecossistemas dentro de ecossistemas, ex: - serrapilheiras( folhas, galhos,
sementes na terra que cobre as matas; - dossel ( insetos, pássaros nas
copas das árvores ).
2.1.1 - As Cidades – seriam ecossistemas?
Um ecossistema é constituído por diferentes espécies que
interagem, influenciando-se mutuamente.
A cidade pode ser imaginada como um ecossistema. Tal como um
lago ou uma floresta, o ecossistema urbano transforma energia (trabalho
humano, eletricidade, combustíveis fósseis), bem como, materiais (
madeira, aço, pedra, informação, etc.), em produtos, consumidos ou
exportados, e em subprodutos ( resíduos ).
Nos sistemas naturais, os resíduos são reciclados, por ex: o material
orgânico das folhas das árvores que caem no solo é digerido pelos
microorganismos e, em seguida absorvido pelas próprias plantas na
forma de sais de amônio.
O impacto da atividade humana sobre o meio ambiente pode ser
ressaltado mostrando-se a dinâmica desse sistema: o movimento de
materiais e pessoas, os locais onde a energia é armazenada ou gasta, as
taxas de geração e reciclagem do lixo.
Assim, é possível entender como a atividade humana cria e direciona
a poluição para os ecossistemas locais, regionais e globais. Ou ainda, é
possível ver como essas atividades podem ser reorganizadas e
reintegradas aos processos naturais a fim de reduzir a poluição e/ou aumentar a
eficiência no uso dos recursos naturais consumidos.
A cidade difere dos ecossistemas naturais, sobretudo quanto:
- à exigência de um suprimento maior de energia, hoje produzida pelos
combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, para mover os setores de
transporte, indústria e de serviços.
- ao consumo de materiais, como metais para uso comercial e industrial,
acima e além do necessário para a sustentação da vida;
- a uma saída maior de resíduos, muitos dos quais substâncias químicas
mais tóxicas do que seus precursores naturais.
Para haver um ecossistema, entre outras características, é necessário:
trocam de energia ( cadeia alimentar ), entrada e saída de elementos ( sol,
minérios, atmosfera, oxigênio, e outros ), e também baixa entropia:
desequilíbrio.
Uma análise dos locais de onde a energia e os recursos de uma
cidade industrial são importados e para onde seus dejetos são levados
mostra que eles provém não apenas de seu meio rural e das regiões
vizinhas, mas também de lugares longínquos. Nas cidades, as pessoas
permanecem distantes de seus dejetos e das fontes de recursos naturais.
Consequentemente, não sentem a degradação imposta àqueles
ecossistemas com os quais interagem – mas a degradação ocorre.
No ecossistema, não há sobras, como o lixo nas cidades. No
ecossistema, tudo retorna transformado, recomeçando o ciclo.
Portanto, constata-se que cidade não é um ecossistema, apenas faz
parte do ambiente. E também podemos dizer que foram as cidades que
trouxeram os desequilíbrios ecológicos.
As cidades, na verdade, são totalmente dependentes de
ecossistemas.
2.2 - Elementos de um Ecossistema
2.2.1 - Biodiversidade
Quanto maior a biodiversidade, maior o equilíbrio, quanto menor a
biodiversidade, o ecossistema tende ao desequilíbrio, e até à extinção.
Ao equilíbrio dinâmico, chamamos homeostase.
2.2.2 - Bioma
É o ambiente que abriga diferentes ecossistemas ( é o meio físico),
sem as interações, poderíamos dizer que é a paisagem ( conjunto de
ecossistemas que compõem uma paisagem semelhante ). Exemplos de
biomas: ( mata Atlântica no litoral brasileiro, caatinga, recifes de coral, etc. ).
A totalidade de biomas na terra corresponde à biosfera ( camada da Terra que
possui vida).
2.2.3 - Fotossíntese
Os vegetais transformam a energia do sol em energia química: o vegetal
libera oxigênio e consome dióxido de carbono. É o que transforma o mundo no
ambiente habitável que conhecemos. Pois fora a energia nuclear, todas as
outras formas de energia provêm do sol.
O que sustenta os ecossistemas: a energia solar, energia alimentar, e o fluxo
químico.
2.2.4 - Cadeia Alimentar
Trófica - É a transferência de matéria e energia de um indivíduo para
outro: Uma planta pode ser consumida por um gafanhoto, este por sua vez,
comido por um pássaro e este por um gato.
Há nesta cadeia, os produtores ( vegetais clorifilianos ), os consumidores
primários ( herbívoros e parasitas, estes últimos são os animais e vegetais das
plantas que exploram seu hospedeiro sem matá-lo ), os consumidores
secundários ( carnívoros ou ovíparos, que sobrevivem à custa de herbívoros. ),
os consumidores terciários ( carnívoros predadores que matam a presa antes
de devorá-la ), e os decompositores ( microorganismos que atacam os
cadáveres e os excrementos, e nessa decomposição há o retorno ao mundo
mineral da matéria orgânica).
Cada ser vivo que morre, entra em decomposição através da ação dos
microorganismos.
2.2.5 - Biomassa
São todos os organismos biológicos que podem ser aproveitados como
fonte de energia.
A vida vegetal armazena energia solar e substâncias químicas, sendo um
recurso renovável, chamado biomassa.
Exemplos:cana-de-açúcar, eucalipto, beterraba,etc.
2.2.6 - Biogás
Produzido pela biodegradação anaeróbica existente no lixo orgânico.
2.2.7 - Entropia
Significa caos no sistema, ou seja: desordem, pois esta é a tendência de
um sistema. E o meio de diminuir a entropia, é realimentar o sistema com
energia. A terra sofre desarranjos, que podem ser absorvidos pelo(s)
ecossistema(s). À essa constância, denominamos equilibrio ecológico.
2.3 - Principais Ações Antrópicas (provocadas pelo homem),
contra a natureza e a si próprio.
• Desflorestamentos
• Caça indiscriminada
• Nos Recifes de Coral ( lixo e poluição)
• Nos Manguezais ( lixo e poluição)
• Poluição Industrial
• Biocidas
• Poluição das Águas
• Poluição do Ar
2.3.1 - Desflorestamentos
Motivos pelos quais as florestas são importantes:
. Proteção para as bacias hidrográficas,
. Favorece chuvas ( precipitação )
. Inibe erosão do solo,
. Regulam a temperatura, e o regime de ventos e de chuvas.
A falta das florestas representa:
. Dessecação, que pode levar à desertificação,
. Deposição incontrolável, de sedimentos arrastados pelos rios,
. Perturbação no regime dos rios e também inundações.
Nota: As chuvas provêm da evaporação das águas por meio da
Transpiração das plantas. Ao reduzir- se as florestas reduzem-se as
chuvas.
Motivos que o homem apresenta para desflorestar a
natureza:
. Obter combustível,
. Preparar alimentos,
. Construções,
. Fabricar papéis,
. Áreas para agropecuária,
. Habitação, etc
No Brasil, alguns exemplos de desflorestamentos:
• Zona da Mata no Nordeste: pela expansão da exploração da cana
de açúcar nos séculos XVI e XVII.
• Floresta dos Pinheiros ( sul do Brasil ): devastados no Paraná 5
milhões de hectares, num período de 20 anos.
• Floresta Amazônica
A Floresta Amazônica está entre as maiores regiões naturais, em área
florestal do planeta, atrás apenas das imensas florestas boreais da Rússia,
Canadá e Alasca, que se estendem por dois continentes.
Na Floresta Amazônica há 2.500 espécies de árvores, tendo a maior reserva
de madeira tropical do mundo, porém, segundo dados da W.W.F. ( Fundo
Mundial para a Natureza ), sabemos que mais de 12% da mata original já
foram destruídas, e estima-se que até 2020 serão 25%. O mínimo está
efetivamente protegido de fato, nos parques, sendo que a exploração ilegal
atinge 80% da produção madereira.
Os megaprojetos desenvolvidos pelo governo na Amazônia aumentam a
degradação ambiental.
A atividade mineradora no norte do Brasil altera os solos e destrói os rios,
contamina as águas com mercúrio e envenena as cadeias alimentares.
A Floresta Amazônica vai deixando suas características originais, seus
ecossistemas perfeitos, principalmente pelas madeireiras e pela expansão das
fazendas, principalmente as de criação de gado.
A espécie vegetal mais ameaçada na Amazônia é o Mogno.
• Mata Atlântica
Conforme a Conservação Internacional, há indicadores que a riquíssima
Mata Atlântica possui cerca de 20 mil espécies vegetais. Se considerarmos a
quantidade absoluta de espécies, a floresta Amazônica é mais rica do que a
Atlântica. Entretanto, quando se considera por área, a mata Atlântica supera,
uma vez que neste critério, a Amazônia possui 2/3 do que a Mata Atlântica tem
em diversidade. Dados estes que resultam do estudo realizado em 1.993, por
técnicos do Jardim Botânico de Nova York. Alguns exemplos neste bioma: -
Reserva Biológica de UNA, no sul da Bahia, possui a maior diversidade de
árvores do mundo, num só hectare de floresta: 454 espécies diferentes. Outro
recorde fica na região serrana do estado do Espírito Santo: 476 espécies. As
vantagens da Mata Atlântica são: ventos úmidos, relevo diversificado, planície,
planalto, serras, proximidade do mar. Em termos de altitude a Mata Atlântica
varia de 0 a 1600 metros, já a Amazônia é uma grande planície.
O tamanho da Mata Atlântica original era de 1,3 milhões de km2, e
constata-se atualmente que mais de 90% foi desmatada, conforme dados
divulgados pela “ONG SOS Mata Atlântica”, que acompanha há cerca de 20
anos a degradação ambiental deste bioma. Os estudos foram feitos com
fotografias de satélites, fornecidos pelo INPE ( Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais ).
• Cerrado, Caatinga e Pantanal.
O Cerrado ( Planalto Central ) é um dos maiores ambientes naturais da
Terra, e dos 2.000.000 de vegetação no Brasil, restam somente 2% e
alterados, sendo que o motivo principal é a crescente expansão agropecuária.
A Caatinga ( nordeste brasileiro ) se estende por 7 estados, é o único Bioma
exclusivamente brasileiro, é o ambiente mais alterado do Brasil e também
possui a ave mais ameaçada do país ( Arara-Azul de Lear ), na Bahia.
O Pantanal Matogrossense é a maior planície inundada do planeta, abrange
Brasil, Bolívia e Paraguai, também é rico na fauna. Dos biomas brasileiros, é o
menos devastado, até agora, em torno de 18%, mas sofre ameaças pela
transformação de florestas em pastagens, exploração das matas, caça ( por
peões, que sem trabalho, vão à procura de couro ). A navegação estraga
matas ciliares, barrancos, meandros e leitos de rios, há também o turismo
desordenado e muito lixo nos rios.
2.3.2 – Caça Indiscriminada
Conforme registro no site www.greenpeace.com.br, nos últimos 300 anos,
mais de 200 espécies animais foram extintas no mundo, pela ação direta ou
indireta do homem.
A fauna ameaçada na Mata Atlântica é: onça pintada, arara azul, mico-leão-
dourado, tatu-canastra e a lontra. Sendo que na Amazônia é a Onça.
2.3.3- Recifes de Coral
Os recifes de Coral abrigam a maior diversidade de espécies dentre
todos os ecossistemas marinhos e costeiros do mundo. Eles sofrem com o lixo
e poluição lançados nos oceanos.
2.3.4 - Manguezais
Os Manguezais são região de transição entre os ambientes marinho e
terrestre, transformando nutrientes em matéria orgânica.
No Brasil, estende-se desde o Amapá até Laguna, em Santa Catarina. As
marés contribuem para a continuidade dos manguezais ( ecossistemas de
grande importância para o equilíbrio ecológico ).
Muitas vezes, vê-se o manguezal de forma preconceituosa, como local mal
cheiroso e insalubre, sendo muito comum as cidades utilizarem-no como
depósito para lixo, quando na verdade, além de todas as demais utilidades, é
um importante filtro das impurezas lançadas nas águas, através das raízes
submersas.
Os manguezais mantêm os recursos naturais da zona costeira
Nota-se que o equilíbrio do ecossistema fica comprometido sempre que o
homem interfere, visando as suas necessidades, sem se importar com as
consequências.
2.3.5. - Poluição Industrial
As indústrias são a principal fonte de poluição. Não existem processos
de fabricação totalmente limpos.
O grande desenvolvimento da química orgânica e o aumento do uso de
produtos petroquímicos para a produção de materiais sintéticos como plásticos,
tintas, fibras de vestuário, etc de um lado trouxe conforto ( criação de bens
materiais e emprego. Mas por outro trazem resíduos que poluem o mar, o solo,
o ar, lagos e rios.
2.3.6 - Biocidas
Biocidas são os inseticidas, raticidas, fungicidas, herbicidas,
carrapaticidas.
ex: em determinado lugar foi usado inseticida para matar insetos em água
doce, acabou matando camarões que são os mais importantes predadores dos
borrachudos.
Resultado: além da morte de muitos camarões, a aplicação do inseticida não
resolveu o problema das picadas dos borrachudos nas pessoas, pois as
fêmeas que estavam fora do alcance do veneno, logo povoaram novamente o
ambiente, uma vez que também diminuiu o número de predadores.
2.3.7. Poluição das águas
O maior problema da poluição das águas resulta da atividade humana,
a saber: despejo de biocidas – esgotos domésticos – hospitalares - industriais,
trazendo vestígios metálicos e muitos produtos químicos.
E isso tudo altera as características naturais ( físicas, químicas e biológicas )
da água. Quando a poluição ultrapassa certos limites, dificilmente se recicla
biologicamente pela autodepuração da luz solar ou pelas atividades das
bactérias em suspensão. Pode ocorrer então: morte de peixes, da flora local e
fica inaproveitável para outros fins.
Rio poluído significa menos oxigênio na água.
Pois, quanto mais poluentes se acumulam, mais bactérias se multiplicam e
mais consomem oxigênio.
E as bactérias que participam da transformação biológica de alguns poluentes
em produtos recicláveis, como: ( nitratos, fosfatos e carbonetos ) precisam de
grande quantidade de oxigênio. E a diminuição da taxa de oxigênio torna
insustentável a sobrevivência de formas aeróbias.
Os poluentes impedem a passagem de luz solar para a vegetação aquática
fotossintetizante. Após fechar toda a superfície do espelho d’ água, as próprias
algas, assim como outros vegetais e animais submersos, morrem por falta de
luz e de oxigênio.
A poluição dos rios ocorre quando os mananciais de água não são usados
apenas para uso domiciliar e industrial, mas também para: - produção de
energia elétrica e hidráulica, pastoril – irrigação agrícola- navegação –
piscicultura – recreação, etc.
Rios poluídos trazem sérios problemas ( econômicos, sanitários e estéticos )
afetando diretamente a qualidade de vida.
2.3.8. - Poluição do Ar.
A poluição do ar acontece pelos ciclos biogeoquímicos.
bio – ( matéria orgânica ) – no interior da terra, na forma de árvores e animais
apodrecidos e soterrados por milhares de anos, e geo - ( incluidos na forma
inorgânica, transformado em petróleo ).
O homem cria milhares de substâncias químicas que não fazem parte de
nenhum ciclo biogeoquímico ( como o petróleo ), e essas milhares de outras
substâncias sobram no ambiente e tornam-se poluição.
Um dos mais danosos poluentes é o dióxido de enxofre ( SO2 ), que
combinado com o O2 ( oxigênio ) do ar e com a água ( da umidade ), forma o
ácido sulfúrico: composto altamente corrosivo.
Isso acontece inclusive nas vias respiratórias dos animais, nas folhas dos
vegetais ( nas chuvas ) ou até na atmosfera, onde o ácido forma uma névoa
persistente. Só na grande São Paulo é emitido mais de 400.000 toneladas de
SO2 para o ar, por ano. O CO ( monóxido de carbono ) emitido por combustão
de carvão vegetal, produção de coque, e fumaça de motores, é altamente
venenoso.
2.3.8.1 - Destruição da Camada de Ozônio
O Ozônio está presente na troposfera ( camada da atmosfera em que
vivemos - entre 12 a 50 km de altitude ), tendo como função proteger o planeta
da incidência de grande parte dos raios ultravioleta. E a camada de ozônio tem
diminuído muito em vista da emissão de compostos químicos industriais na
atmosfera ( indústrias de geladeira, extintores de incêndio, mineração, e
também o gás metano, produzido na agropecuária ).
Sem a proteção do ozônio, seria impossível a vida na terra.
2.3.8.2 - Inversão Térmica
Ocorre quando uma camada de ar quente se situa entre 2 camadas de
ar frio. Isso provoca o aprisionamento do ar poluído próximo do solo. Por ser
mais denso, o ar frio penetra sobre a camada do quente, deslocando-o para
cima e causando a inversão térmica, então, próximo ao solo fica o ar frio, acima
o ar quente e acima deste: outro ar frio.
2.3.8.3 - Chuva Ácida
Os gases produzidos por fábricas e motores, emitem ao ar óxidos de
enxofre e nitrogênio, que reagem com o vapor de água ( umidade do ar ),
produzindo ácido sulfúrico e ácido nítrico, que dão origem às precipitações
ácidas.
2.3.8.4 - Efeito Estufa e Aquecimento do Planeta
O fenômeno possibilita a manutenção da temperatura na terra pela
queima de combustíveis fósseis e florestas, lançando-se gás carbônico na
atmosfera.
É a ação bloqueadora dos gases na atmosfera, isto é: quando impedidos pela
poluição, os raios solares não conseguem refletir para a atmosfera, e a
consequência é a elevação da temperatura normal.
As consequências e a intensidade do aquecimento global são maiores do que o
estimado. O alerta é do Painel Intergovernamental de mudanças climáticas da
Organização das Nações Unidas ( ONU ). Até o final do século, a temperatura
média da Terra deve subir até três graus Celsius. Este aumento é o dobro do
previsto no último relatório, em 2001.
Nem mesmo a Conferência ECO 92, realizada no Rio de Janeiro, foi capaz de
frear a poluição e a utilização, de forma predatória, de recursos naturais,
contribuindo para o aumento do efeito estufa e também a destruição de
florestas e de mananciais.
Podemos dizer que as Conferências ocorridas, ao longo do tempo nas últimas
décadas, apenas aumentaram um pouco a fiscalização, tendo havido algumas
vitórias e conquistas, e estimularam e fomentaram debates mais constantes
sobre o assunto.
No ECO 92 foram aprovados 5 Acordos Oficiais Internacionais:
• Carta da Terra
• Agenda 21
• Declaração das Florestas
• Quadro sobre Mudanças Climáticas
• Convenção sobre Biodiversidade.
Paralelo à ECO 92, mais de 1000 ONG’s elaborou o Tratado de Educação
Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global.
Outra questão que continua sem atitudes efetivamente concretas, é o
Protocolo de Kioto ( o desdobramento dos 5 Acordos do ECO 92 ), criado em
1997 por
160 países, no Japão, visando diminuir a emissão dos gases causadores do
efeito estufa, responsável pelo aquecimento da atmosfera terrestre.
CAPÍTULO III
ALGUMAS AÇÕES E SITUAÇÕES ESPECÍFICAS, LOCAIS,
REGIONAIS OU GLOBAIS, QUE CONTRIBUEM PARA O
DESEQUILÍBRIO, GERANDO MUITAS VEZES, O CAOS
AMBIENTAL.
Na paisagem estão as marcas do descaso, da satisfação própria, da exclusão,
bem como, do desenvolvimento, perseguido... A qualquer custo...
3.1 - O Aquecimento Global
No último século, a temperatura média do planeta aumentou 0,7%.
Nas últimas décadas, geleiras tidas como eternas, começaram a derreter,
enchentes, furacões e secas se tornaram mais violentas, e também ondas de
calor mataram milhares.
Parece ser só o começo. Nos próximos 100 anos, prevê-se que a temperatura
aumentará entre 1,4 a 5,8 º C.
Nota: Tem existido nos E.U.A., um verdadeiro exército ( ex- governo Busch e
as empresas petrolíferas ), dispostos a desfazer qualquer relação entre a ação
humana e os efeitos de destruição do aquecimento global, inseridos em seus
propósitos de lucro a qualquer custo.
Há indícios que as altas temperaturas da última década, não têm paralelo ao
menos nos últimos 1000 anos. O que o aquecimento global faz, é tornar o ano
todo parecido com o verão, conforme os meteorologistas do Centro de
Previsão do Tempo e Estudos Climáticos ( CPTEC ).
Se aquecermos a atmosfera, aumentamos a energia e toda a máquina do
clima trabalha mais rápido: muita chuva em um momento e muita evaporação
em outro, e aí começa o caos, afirma José Marengo, também do CPTEC.
O clima sempre foi imprevisível e sujeito a desgraças repentinas. Mas a lógica
diz que deve haver algo de errado quando tanta coisa estranha acontece ao
mesmo tempo; veja-se: década de 1990: ( 1995 ): situação de seca por mais de
seis meses no oeste catarinense provocou situação de emergência, e no sul as
enchentes deixaram mais de 10 mil desabrigados. Em 2004 o furacão
Catarina, assolou desde Laguna (SC) até Torres ( RGS), destruindo milhares
de casas. Mas nunca em toda a história houve registro de furacões naquela
região.
2008: chuvas intensas deixaram 135 mortos no estado, a maioria vítima de
deslizamentos. Em 08 de março de 2009 três cidades em SC ( Ponte Alta,
Bocaína do Sul e Turvo )registraram a passagem de tornados.
Previsões de ambientalistas ganham força com novos estudos: até 2080,
grande parte da floresta amazônica pode desaparecer em razão do
aquecimento global. Com o tempo, a floresta seria eliminada sem ser
desmatada. No lugar, haveria um tipo de savana, como o cerrado brasileiro.
Em todo o planeta, o verão está chegando mais cedo, e o inverno mais tarde.
As plantações e as espécies selvagens também são afetadas pelo problema.
O aumento da temperatura ocasiona queda na produção, e a fome no mundo
aumenta.
A mudança climática afeta a saúde: falta de alimentos leva à desnutrição,
enchentes levam à leptospirose e contaminam fontes de água, o que traz
diarréias. E veja-se que nesta história toda, apenas uma família de animais se
beneficia: os mosquitos, que se proliferam e também atingem áreas que antes
eram frias para seu estilo de vida. Junto com eles, doenças como malária,
dengue e febre amarela têm mais probabilidade de se propagar.
De onde vem o aquecimento global?
Do efeito estufa provocado pelo gás metano, ácido nitroso e o mais famoso:
dióxido de carbono.
Pesquisas feitas no decorrer dos últimos anos mostram evidências de que o aquecimento global não poderia acontecer apenas por causas naturais, isto é: há grandes probabilidades e evidências de que o homem é que interfere muito na estrutura natural e traz os problemas. Também podemos dizer que é uma combinação da ação natural e humana.
Infelizmente, sabe-se que já houve muito interesse de empresas de carvão e
petróleo, (principalmente nos E.U.A), para abafar as discussões sobre o
aquecimento global. Afinal, resolver o problema requereria cortes drásticos nos
seus principais produtos e diminuiria o lucro.
Mas, nesse caso, o que está em jogo é o futuro do planeta, sendo então um
crime contra a humanidade.
3.2 - Água - O futuro em nossas mãos.
De toda a água existente no planeta, 97% encontram-se nos oceanos
salgados, 2% pertence às geleiras e icebergs, e apenas 1% serve para o
consumo do homem na agricultura, na indústria e no uso doméstico.
A água é patrimônio da humanidade.
Todos nós vivemos em um complexo e delicado sistema de organismos vivos,
no qual a água assume papel insubstituível. Não tenhamos dúvida: sem água
não existe vida.
A água tornou-se também fonte indispensável para a produção e geração de
energia elétrica. Tal recurso é estratégico para o desenvolvimento econômico
de países como o Brasil, que dispõe de imensa oferta de recursos hídricos,
sendo que detém o maior reservatório aquífero do mundo, o que significa
11.6% de toda a reserva mundial. Mas nem por isso estamos adotando
políticas conscientes em relação à preservação deste patrimônio.
O assunto é muito sério. De acordo com relatórios da ONU, a procura por
água aumentou seis vezes no último século, contra uma população que
triplicou de tamanho. Estima-se que, em âmbito mundial, um bilhão de
pessoas, não têm acesso à água potável, dois e meio bilhões não têm acesso
a saneamento adequado, e mais de cindo milhões de pessoas morrem por ano,
devido à doenças provocadas pela ingestão de água contaminada.
Se não houver uma melhor gestão dos recursos hídricos e dos respectivos
ecossistemas, bem como, uma conscientização para evitar o desperdício da
água e dos respectivos ecossistemas, dois terços da humanidade irão sofrer
uma severa ou moderada falta de água até 2025. Os dados são alarmantes.
Apesar de ser um recurso muito escasso e frágil, a água ainda é muito
desperdiçada. De toda a água potável utilizada, 10% são para o consumo
humano, 20% fica com a indústria e o restante, 70% é utilizada na agricultura.
Empresas em países como o Canadá, que vendem água para regiões
sedentas do México e dos EUA faturam bilhões.
A situação colocou o Brasil em situação estratégica, pois quando o assunto é
água, o mundo volta os olhos para cá. Nas discussões sobre o uso dos
recursos hídricos, o Brasil é uma liderança natrural, pois desempenha um papel
importante no cenário mundial das águas. No Brasil, o potencial de recursos
hídricos, representa 53% da reserva da América do Sul e 12% de toda a
reserva mundial.
Mas como em outras áreas de vida brasileira, essa liderança deve-se mais ao
nosso potencial e às nobres intenções do que as boas práticas.
Pois quando se vê a situação dos rios que cortam as grandes cidades
brasileiras, percebe-se que nosso conhecimento não se traduz em qualidade
de água ou de vida.
Embora as leis ambientais sejam modernas, não funcionam sozinhas, e são
comuns os acidentes ambientais com mortandade de peixes e contaminação
das águas.
3.3 - Santa Catarina - ameaças às àguas
O 1º Plano Estadual de Recursos Hídricos indica que a poluição e o
desperdício são as duas principais ameaças à água.
Se persistirem as condições atuais, em duas décadas a população sofrerá os
efeitos da escassez, e os serviços de captação e tratamento da água ficarão
mais caros.
Em todas as 10 áreas hidrográficas em que se subdivide o sistema hídrico
catarinense, há registros de contaminação dos manancias, devido
principalmente às atividades econômicas sem preocupação com o meio
ambiente, veja-se: resíduos industriais – dejetos animais – mineração, e
também esgotos domésticos são apontados como os principais agentes de
poluição de reservas.
O Estado conta com apenas 11% de cobertura com saneamento de esgoto
sanitário, a segunda menor em todo o país.
Segundo o especialista em águas - Wilson Gerson Matias, a poluição das
águas em S.C. tem causas antigas. – No Oeste, a suinocultura é a principal
responsável pela contaminação dos manancias. No Sul, além da degradação
do carvão, os agrotóxicos no cultivo de arroz também prejudicam a qualidade
da água. No Norte do Estado, são os resíduos industriais.
3.4 - Joinville e os seus rios
Joinville, a cidade com maior população de Santa Catarina e grande
desenvolvimento industrial, sofre com falta de saneamento e poluição. Os
mananciais mais importantes da cidade da região Norte – Cubatão e Piraí – já
mostram sinais de esgotamento, enquanto cresce a demanda, tanto para
consumo humano quanto para as atividades industriais.
Mas o rio que causa muitas lamentações dos joinvilenses é o Rio Cachoeira,
pela sua poluição. É o rio por aonde chegaram os primeiros imigrantes,
atravessa o Centro da cidade e está presente no dia a dia dos joinvilenses. O
curso de água, que inicia no Bairro Costa e Silva até a Lagoa do Saguaçu, no
Bairro Boa Vista, foi durante décadas, o cordão umbilical da cidade com o
mundo, via Baía da Babitonga e Porto de São Francisco do Sul. Foi pelo rio
Cachoeira que as pessoas viram as novidades chegarem.
A sujeira começou com esgoto e lixo, e até restos de açougues. Depois as
tintas das fábricas têxteis, os metais das metalúrgicas e outros químicos.
Tingido de vermelho, azul ou preto, o rio foi ficando feio e cheirando mal. Com
a exploração da terra, assoreou.
Os primeiros relatos de poluição na bacia do Rio Cachoeira são de 1867, há
142 anos. A cidade bebia água do Rio Mathias, um dos afluentes do Rio
Cachoeira, e uma intoxicação intestinal adoeceram os moradores. A
Superintendência Municipal suspendeu o consumo, e na época, a imprensa
denunciava: cachorros e porcos mortos apareciam com frequência nos rios.
A preocupação foi avançando, assim como, as agressões. Em 1923, já se
questionava o lançamento de efluentes industriais, as valas a céu aberto e o
lixo acumulado.
A parte do mangue do Rio Cachoeira causa desânimo a quem o observa com
“olhos clínicos “.
Joinville era considerada a segunda cidade do Estado em população e a
primeira em riqueza, e embora tentassem contornar a situação de forma
poética, as condições de salubridade eram péssimas, lembra Ruy Pedro
Schneider, autor de uma dissertação sobre o Rio Cachoeira.
Oito décadas depois, Joinville gaba-se de ser a primeira cidade catarinense em
população (em torno dos 500 mil), e referência em economia. Porém a coleta
de esgotos em Joinville continua quase medieval: atende a apenas 14% do
município. E boa parte desse esgoto sem tratamento vai parar no Rio
Cachoeira, que está na área mais populosa e urbanizada da cidade.
Na análise mais recente, feita em outubro/2008 pela Fundação de Amparo à
Tecnologia e ao Meio Ambiente ( Fatma ), ficou constatado que os coliformes
fecais no Rio Cachoeira apresentam índices bem acima do recomendado em
todos os pontos.
A maioria dos imóveis em Joinville, não tem fossa séptica ou ligação de rede
de esgoto. Com relação às grandes indústrias, há mais cuidado, pois tem mais
vigilância e as multas são altas; o problema maior está nas metalúrgicas de
fundo de quintal, nas oficinas que despejam graxas e óleo diretamente nos rios.
Entulho de todo tipo vai parar nas águas dos rios. Nos últimos anos, está
havendo muitos alagamentos, pois sem vazão suficiente, o Rio Cachoeira
transborda e alaga o centro da cidade.
Por enquanto, o Rio Cachoeira é considerado um rio muito “doente”, não um rio
“morto”, como o Tietê, em São Paulo.
Nasceu, então, a preocupação de salvá-lo. Vieram os estudos, as tentativas e
promessas - a maioria politiqueira – que não deram em nada. O sonho de ver
as águas limpas, recebendo banhistas e remadores, como antigamente, ainda
atravessa gerações.
O presidente da Fundação Municipal do Meio Ambiente ( Fundema ) de
Joinville, diz que os órgãos estão com quadros defasados de fiscais e
identificar todas as infrações é impossível, pois atuam através de denúncias e
também, há pouco investimento em pesquisas sobre os problemas. Segundo
ele, “ – não é assim tão objetivo encontrar culpados, porque no fundo, somos
todos nós “
3.5 - Baia da Babitonga - SC
A região da Baía da Babitonga abrange os municípios de Itapoá,
Garuva, São Francisco do Sul, Araquari, Barra do Sul e Joinville. A gestão
ambiental desta região urbana é um grande desafio. Lembrando que,
lamentavelmente, nenhum destes municípios tem coleta e tratamento de
esgotos suficiente, nem mesmo Joinville, com toda sua pujança econômica,
alcança cobertura mínima satisfatória. Ao contrário, o Rio Cachoeira despeja
18 toneladas de esgotos por dia na Baía da Babitonga.
3.6 - Praias de Santa Catarina
Quase todo o ano é igual: antes do verão começar, diversos balneários
já estão poluídos. Veja-se que em 2008, na capital, dos 62 pontos analisados
pela FATMA, 18 apresentaram altos níveis de coliformes fecais. A poluição
chegou até os redutos paradisíacos como a GUARDA DO EMBAÚ, em
Palhoça, região da Grande Florianópolis, que encantava visitantes pela
combinação da areia branca e água límpida, e hoje é marcada por outra
imagem: a água poluída do Rio da Madre. Sem tratamento de esgoto no
balneário, veio a poluição.
Outro destaque é a Ilha do Arvoredo, localizada no norte da Ilha, é uma das
três reservas biológicas marinhas do país e considerada área de preservação
ambiental. Mas está rodeada de coliformes fecais, com bactérias presentes em
fezes humanas e de animais, prejudiciais à saúde.
Segundo o ( PNUD ) Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, a
poluição do litoral está ligada ao sitema precário de saneamento no Estado, é
um dos piores índices do Brasil ( apenas 14% da população tem coleta e
tratamento de esgoto ), inferior às taxas de países como o Paraguai e o
México.
A FATMA tem colocado placas de sinalização das condições da água no
litoral. Os banhistas precisam conferir se o ponto é propício ao banho de mar
ou não.
A Vigilância Sanitária de Florianópolis e o médico especialista em saúde
pública, Valdir José Ferreira alerta: - apenas um contato com águas poluídas é
suficiente para transmissão de doenças, como: hepatite, dermatoses,
infecções, entre outras.
3.7 - Mata Atlântica sendo exterminada
Santa Catarina e Paraná comandam a devastação da Mata Atlântica
no país. E sua exuberância está sumindo do mapa, segundo estudo feito pela
Fundação SOS Mata Atlãntica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
( INPE ).
Nos últimos cinco anos, foi destruída mais de 45 mil hectares em Santa
Catarina, a maior perda entre os oito estados pesquisados ( SC- Paraná-
Espírito Santo – Goiás- Mato Grosso do Sul - R.G.S. – Rio de janeiro e São
Paulo ). Juntos somaram 79.515,43 hectares, o que corresponde a 60% da
área total do bioma.
Em 2000, mapeamento revelou que a Mata Atlântica está reduzida a 7% de
sua área.
3.8 - Impactos Ambientais no Corredor do MERCOSUL
Principalmente no trecho entre Florianópolis e Osório ( RGS ), muito
animais vertebrados são encontrados mortos. Isso gera problemas para a
fauna da região. O requerimento de diversos ambientes na paisagem, leva à
realização de movimentos e deslocamentos sazonais das espécies para
determinados lugares, inclusive através de estradas.
3.9 - Nossos Pobres Parques
Estão muito mal conservados nossos Parques. E são pouco visitados.
As unidades de conservação são, geralmente, espaços formados por
áreas contínuas, estabelecidos com os objetivos gerais de preservar a fauna, a
flora, os recursos hídricos, as belezas naturais, enfim, o meio ambiente como
um todo.
Os Parques nacionais são áreas abertas à visitação pública, com fins
recreativos e educacionais, regulamentadas de acordo com as normas
estabelecidas pelo IBAMA. Já as florestas nacionais são áreas com cobertura
vegetal nativa ou plantada, estabelecidas para promover o manejo dos
recursos naturais.
O Brasil tem um potencial natural gigantesco. Uma boa amostra de toda
essa riqueza ambiental encontra-se nos parques nacionais, nas reservas
ecológicas e biológicas espalhadas por todo o país, que curiosamente, não
são protegidos, administrados e controlados como deveriam.
Os problemas são muitos, desde a falta de funcionários e de demarcação de
terras, até a invasão de parques ( caso do avanço urbano sobre a Floresta da
Tijuca, no R.J ).
No Brasil, somente uma média de 2 milhões de pessoas a cada ano,
visitam nossas unidades de conservação.
Comparando: O Sistema Nacional de Parques dos EUA recebe a cada ano
mais de 270 milhões de visitantes, gera 10 bilhões de dólares e dá emprego a
200.000 pessoas.
Até as selvas da pequena Costa Rica, na América do Sul, atraem mais
ecoturistas que o colosso amazônico. O mesmo acontece nas reservas da
África do Sul e do Quênia, por exemplo. A conclusão inevitável é que, enquanto
o mundo investe e fatura com a proteção ambiental ( o que pode reverter
também para a própria continuidade da conservação ), o Brasil desperdiça uma
valiosa fonte de recursos.
3.10 - Os Excluídos
“Conforme o Jornal “Diário Catarinense, -” Documento”, de 20 de
janeiro de 2008, a miséria não tem só uma cara em Santa Catarina. Ela é
branca, preta, mulata. E está presente em todos os cantos, das menores
cidades às metrópoles mais desenvolvidas.
Cerro Negro- comunidade de Benedito- SC
Nos fundos da casa de madeira carcomidos e chãos de barro, de Maria
Hermíndia Ribeiro, viúva, - 83 anos, os porcos dormem ao lado de um poço
de esgoto, que transborda nos dias de chuva.
Dos 7 filhos, 6 morreram. Trabalha na roça. Mora com os dois filhos de criação.
O rapaz faz “ bicos” para sobreviver, e a moça é deficiente mental.
Maria Hermindia não se queixa, ao rever o passado, assegura que a vida é
melhor hoje.
Lages- SC
O casal Alex Lemos e Adriana Silva, não tem emprego fixo e moram em
um casebre com os três filhos pequenos em uma área de invasão, no Bairro
Habitação. Vivem de biscates e não querem sair da área, considerada de risco
em razão das constantes enxurradas no local.
A família não tem água, luz, nem banheiro em casa. A precariedade é a
mesma em vários outros barracos do bairro. Adultos e crianças caminham pelo
terreno alagadiço para buscar água numa bica nas proximidades. A escuridão
da noite é minizada pela fraca luz das velas.
Alex diz que só sairão dali quando ganharem uma casa, em outro lugar. Conta
que estão cadastrados na assistência social há cinco anos.
Mafra- planalto norte catarinense.
O casal Valdecir ( 24 ) e Neiva ( 16 anos ) beira à miséria. Eles residem
em um barraco construído por eles próprios, perto dos trilhos do trem, na Vila
Ivete. Falta pouco para o nascimento do 1º filho. Do lado de fora, o bem mais
precioso da família: uma bicicleta, que Valdecir usa para sair em busca de
trabalhos eventuais.
Valdecir conta que morava na chácara de um conhecido, mas quando ele
vendeu a área, teve que sair de lá. Não conseguiu emprego porque não tem
estudo. Não chegou a conhecer seu pai, pois já era morto quando nasceu, e
sua mãe é muito pobre. Ele pegou a namorada e seguiu para a cidade,
sonhando com um futuro melhor. Mas, sem qualificação, o tão sonhado
trabalho fixo não apareceu.
Painel - serra catarinense
Sentada na frente da casa com o bebê de 7 meses no colo e cigarro de
palha na mão, Maria Paulina, viúva, diz que não há emprego em Painel. Ela
ganha pouco mais de um salário mínimo de pensão e sustenta toda a família.
Ela e o filho mais velho dizem estar esperando promessa de eleição.
Dos 5 filhos, só um tem profissão: é peão e está aprendendo a ser jóquei.
Joinville- Bairro Vigorelli
O dia foi bom para Joabenir de Borba ( 28 anos ). Tirou do mangue,
localizado atrás de sua casa, cinco sacos cheios de caranguejos. Em três dias
capturou 120 dúzias do crustáceo, que depois abasteceria os mercados do
bairro ou venderia aos turistas na beira da rodovia do Bairro Vigorelli.
Pescador desde menino sobrevive da profissão e com ela sustenta mulher e
filho. Mora na beira do mangue, em uma área invadida por aproximadamente
70 famílias. A prefeitura pretende levar as famílias para outro local, mas os
pescadores se recusam a sair de perto da Baía da Babitonga, de onde tiram
seu sustento. E enquanto a situação não se define, as famílias vivem em
situação de muita pobreza, pelo menos, a maioria delas.
O amigo Augusto Medeiros, de 48 anos e dois filhos, até agora não era
pescador. Trabalhava em uma empresa de ônibus da cidade, no setor de
limpeza. Saía de casa às 4h e 10m, pedalava durante uma hora e depois
pegava o coletivo ate o serviço. Chegava lá às 7 horas. A rotina foi a mesma
durante três anos, até que a empresa, há poucos meses, demitiu Augusto e
muitos colegas.
Só restou-lhe pescar, enquanto não aparece outro trabalho.
A população do Bairro Vigorelli reivindica a permanência na área,
delimitação do manguezal, fiscalização para evitar novas ocupações, energia
elétrica, água encanada e saneamento básico.
São José do Cerrito-SC
Anita Oliveira tem olhos incrivelmente azuis. Sua cidade é uma das mais
carentes do Estado, sempre oscilando nas últimas posições do IDH ( Índice de
Desenvolvimento Humano ).
Aos 70 anos, Anita mora no Morro do Querosene, e não é de falar muito.
Diz que só tem tristeza para contar. Entre elas, a morte de 8 de seus 17 filhos,
por doenças, em épocas distintas. Outra aflição é o filho que conseguiu
estudar,
Ganhando uma bolsa de estudos, formando-se em técnico agrícola,
mas até agora não conseguiu emprego. Diz que na cidade só há emprego
para serviço braçal.
Lebon Régis – SC
A maioria das casas do Bairro Núcleo Rio Doce, não têm banheiro.
Contam apenas com latrinas, no fundo do pátio.
Já fiz cadastro para ganhar uma casa da Prefeitura, mas tenho que esperar, diz
Manolina dos Santos, 65 anos, que recebe um salário mínimo mensal do INSS.
Com este dinheiro e mais R$ 36,00 da Bolsa Família, cria três netos, herança
deixada pela filha que morreu há alguns anos. Dos 7 filhos, apenas 5
trabalham, por empreitada, nas safras de cebola e de fumo.
Mas nem tudo é tristeza na vida de Manolina. Uma das filhas realizou o
sonho da família: comprou uma máquina de lavar roupas. E instalou o
equipamento, na frente da casa, ao lado do tanque. Uma festa para a família!
Florianópolis – contrastes na capital
O visual que se tem da janela da casa, a única peça da casa de Cleusa
Regina da Silva, de 34 anos, é magnífica. De lá, observa-se os arranha-céus
de Florianópolis, as pontes que ligam a ilha ao continente e o mar verde -
azulado. Tanta beleza, porém, contrasta com a pobreza da moradia, no alto da
Caieira, um dos morros da Capital catarinense, habitados pela população de
baixa renda.
A história de Cleusa e seu companheiro tornam-se igual à de muitos
retirantes, que vindos do interior, deixam a roça em busca de uma vida melhor
na cidade grande. Ele tem emprego fixo, mas ganha pouco. Compraram por R$
4mil o barraco, frágil, pendurado na encosta do morro íngreme
Outro bolsão de grande pobreza na capital é a Comunidade Frei Damião, em
Palhoça, aonde mora Mauro Roberto, que veio de São Paulo, há 20 anos.
Divide a casa de madeira na Rua 3 de maio, com a mulher e dois filhos, onde o
esgoto corre por todos os lados.
Os moradores da comunidade comentam que os ratos que andam pelas
ruas, principalmente, à noite, são tão grandes, que metem medo até nos
gatos.
3.11- Violências contra a mulher
O Jornal Linha Viva, Intersindical dos Eletricitários de SC, em
27.11.2008 trouxe uma reflexão sobre a influência da mídia no estímulo à
violência em geral, e em particular, contra a mulher, pois remete mais à
sedução do que à violência.
Assim, a violência explícita, que se reflete na programação, fica banalizada.
Gera idéias e modelos. Às vezes chega a ser erotizada, induzindo à aceitação
de relações sexuais forçadas e romantizadas.
Também em noticiários, como ocorreu com o caso recente do sequestro,
seguido de morte de Eloá, em Santo André ( São Paulo ), intensa e
extensivamente explorado em forma de espetáculo, e que parece ter
estimulado uma série de crimes contra as mulheres.
CAPÍTULO IV
EDUCAÇÃO... REFLEXÃO... ATITUDES... SOLUÇÕES...
BUSCANDO A SUSTENTABILIDADE
Para um mundo melhor, ninguém pode fazer tudo.
Mas todos precisam fazer a sua parte.
4.1 - O Efeito Estufa e o Aquecimento Global
A maior parte dos cientistas acredita que a única solução viável para o
efeito estufa é reduzir a quantidade de gases específicos que jogamos na
atmosfera. Esse projeto chegou perto de virar realidade em 1992 ( ECO 92 ),
quando representantes de quase todas as nações se juntaram para discutir o
problema, no Rio de Janeiro. Mas quase ninguém cumpriu as promessas e, 5
anos depois ( 1997 ), houve uma nova reunião, dessa vez no Japão. Daí o
famoso Protocolo de Kioto, com a proposta de redução de emissão de carbono
para a atmosfera, que sejam adotadas energias limpas. A idéia de Kioto, não é
durar até 2100, mas que se adote a nível mundial um novo modelo de
desenvolvimento, que seja menos baseado na queima de carbono.
O problema da camada de ozônio está sendo controlado, desde que os
países entraram em acordo, decidindo não mais emitir gases CFC e
encontraram substitutos para ele.
É um exemplo do que deve ser feito com os gases do efeito estufa, disse à
Revista Super Interessante de outubro/2005, Mário Molina, da Universidade da
Califórnia em San Diego, que ganhou o Prêmio Nobel de Química em 1995, por
ter descoberto as causas da destruição do ozônio.
• Biocombustível
A demanda mundial por alternativas para reduzir a emissão de gases que
agravam o efeito estufa, trouxe os biocombustíveis para o centro das
discussões sobre sustentabilidade. Dados de um estudo recente conduzido
pelo governo do Reino Unido mostram que biocombustíveis reduzem as
emissões de dióxido de carbono (CO2) em até 60%, quando comparados a
combustíveis fósseis, derivados do petróleo ( gasolina, querosene e diesel ) -
vilões no efeito estufa.
Biocombustíveis têm origem biológica (não fósseis), produzido com fontes
renováveis (que podem ser plantadas). Resulta da mistura de uma ou mais
plantas, como cana-de-açúcar, mamona, soja, cânhamo, canola e girassol.
Pode ser feito ainda com lixo orgânico.
O agricultor Clair Wiezbicki da região rural de Joinville, norte de Santa
Catarina, seguindo a proposta apresentada pela Fundação 25 de Julho e
Universidade da Região de Joinville, começou neste ano a preparar a terra
para o plantio de girassol, que deve virar biocombustível.
A primeira safra será vendida para usinas que produzem combustíveis. A
Fundação 25 de Julho está intermediando o negócio que ajudará a analisar se
a terra da região é boa para este tipo de cultivo.
O plantio de girassol poderá ser feito também nas lavouras de arroz na
entressafra quando a terra e maquinários estão ociosos, explica o técnico da
fundação. Além do girassol, também estão sendo feito estudos com resíduos
de banana. A partir da casca é possível produzir o bioálcool (ou bioetanol).
Além (do etanol (álcool nas bombas dos postos brasileiros, obtido da
fermentação de açúcares), os biocombustíveis representam qualquer tipo de
combustível derivado de seres vivos ou detritos que eles produzem. A extensa
lista apresenta como destaque o biogás (metano), proveniente de excrementos
de animais; o biodiesel, a partir de gorduras naturais como azeite de palma,
girassol ou palma.
4.2 – Mais Sustentabilidades em algumas empresas nacionais
As queimadas florestais são responsáveis por colocar o Brasil como 4º
maior emissor mundial de gás carbônico, isso já preocupa o governo federal
em relação à imagem do país, que poderia sofrer questionamentos
internacionais, e assim, perder competitividade nas exportações.
A realização do ECO 92, no Rio de Janeiro- RJ trouxe a discussão para mais
perto da população, além de repercutir com grande força no cenário
internacional.
O Protocolo de Kyoto decretou que os paises industrializados devem reduzir
entre 2008 a 2012, as emissões de gases que provocam o efeito estufa, em
pelo menos 5,2% abaixo dos níveis registrados em 1990. Para não frear o
crescimento industrial, o maior poluidor mundial ( EUA ), não aderiu.
O Brasil mostra preocupações com a sustentabilidade, mas vem perdendo
espaço para a China e India, que têm apresentado mais projetos enquadrados
nas regras de Kioto.
“No que se refere a questões de cunho social, a “Campanha “ Ação da
Cidadania contra a fome, a Miséria e pela Vida “, liderada pelo sociólogo
Herbert de Souza, o Betinho, também foi marcante no período e mobilizaram a
sociedade, inclusive líderes empresariais em todo o país. Em 1993, Betinho,
por meio do Instituto de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), cobrou das
empresas uma comunicação mais transparente a governos e grupos de
interesse sobre a maneira pela qual encaram sua responsabilidade pública.
Para criar uma cultura de responsabilidade socioambiental dentro das
empresas de menor porte, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae), e o Instituto ETHOS editaram a cartilha
“Responsabilidade Social Empresarial para Micro e Pequenas Empresas –
passo a passo“, disponível e gratuitamente no site www.ethos.org.br. A
cartilha destaca que a ética deve permear toda e qualquer ação da empresa.
O Instituto Ethos é uma O.N.G. criada com a missão de mobilizar, sensibilizar
e ajudar as empresas a gerirem seus negócios de forma socialmente
sustentável.
Empresas que possuem certificações ambientais podem dar impulso à
participação no comércio e no mercado financeiro internacionais.
Principalmente aquelas que seguem as normas da ISO série 14000, que valem
ouro no mercado externo.
Banco do Brasil
Apresentando Relatórios financeiros anuais por meios eletrônicos apenas, o
Banco do Brasil se tornou a primeira empresa do mundo a não utilizar papel
para confecção de documentos.
A estratégia de Desenvolvimento Regional Sustentável ( DRS ) é o exemplo
mais expressivo do BB focado na sustentabilidade. Fundamenta-se no apoio a
atividades produtivas economicamente viáveis, socialmente justas e
ambientalmente corretas. Visa fortalecer o associativismo, a agricultura familiar,
os mini e pequenos empresários formais ou informais e as cooperativas
familiares. O DRS apóia agronegócios e atividades em áreas rurais e urbanas
( comércio, serviço e indústria), respeitando a cultura e tradições locais.
Com a operação de Proger Exportação da CASA APIS, uma cooperativa
apícola piauiense, apoiada pela estratégia DRS, o BB evidencia o potencial do
negócio não apenas para o mercado interno, trouxe um novo significado para a
frase: “pense globalmente, aja localmente “, sendo catalisador de negócios
sustentáveis na economia local. O BB tem como meta buscar cada vez mais a
simbiose entre práticas de negócios e sustentabilidade.
De olho no futuro, a AGENDA 21 do BB coloca a sustentabilidade em pauta e
dá as diretrizes para uma nova maneira de pensar e fazer negócios na
empresa.
Petrobrás
A Petrobrás foi reconhecida, em pesquisa da organização inglesa M&E, como
a petroleira mais sustentável do planeta. É vista como referência mundial em
ética e sustentabilidade, considerando 367 indicadores internacionais, da OIT
e Pacto Global da ONU, entre eles: queda em emissão de poluentes e também
em vazamento de óleo.
Natura
Para se tornar carbono neutro, a Natura vem priorizando desde 2007, a
redução das emissões em todas as etapas do ciclo de produção. O potencial
da redução é de 33% em cinco anos. O que não for reduzido será compensado
com projetos que evitem a emissão de gases do efeito estufa, ou que sejam
capazes de diminuir o equivalente emitido na atmosfera. O foco recai sobre
projetos florestais e de energia alternativas.
Empresa Química Amparo
A empresa Química Amparo, fabricante dos produtos YPÊ, plantou 200 mil
mudas de oito espécies de árvores, que quando atingirem certo estágio de
desenvolvimento serão levadas às florestas pelo projeto SOS MATA
ATLÂNTICA. Atitudes como essa, colaboraram para que a empresa ganhasse
o prêmio TOP of Mind da Folha de São Paulo na categoria Preservação do
Meio Ambiente em 2007. Em seguida vem IBAMA, NATURA (segundo lugar
entre as empresas), e GREENPEACE ( ONG que atua de forma global e
independente para defender questões ambientais, que existe graças a doações
de cerca de 3 milhões de pessoas em mais de 40 países), na mesma linha está
a WWF ( Fundo mundial para a Natureza).
4.3 - Natureza: Patrimônio da Humanidade – Ações e
Evolução – Responsabilidade Coletiva e Individual
Não há dúvida: sem água, não existe vida. Se medidas firmes de
economia e gestão da água não forem tomadas, em 20 anos, o galão de água
poderá estar custando uma fortuna e o longo banho poderá virar apenas uma
rápida chuveirada.
Santa Catarina avança na gestão hídrica, mas ainda enfrenta desafios.
No dia 2 de abril de 2009, técnicos, cientistas, políticos, estudantes e ativistas
participaram, na Assembléia Legislativa de Santa Catarina, Dom Seminário: O
futuro da Água em Santa Catarina – Gestão integrada dos Recursos Hídricos.
De acordo com o presidente do Fórum Parlamentar Pró Rio Uruguai e Aquífero
Guarani, deputado estadual Renato Hinning, a abundância hídrica catarinense
acabou retardando os processos de preservação, pois sempre se acreditou
que havia água em quantidade suficiente, e hoje enfrentamos problemas de
escassez, devido às alterações do ciclo hídrico.
Segundo o professor Ricardo Hidrata, do Departamento de Geologia
Sedimentar e Ambiental, do Instituto de Geociência da Universidade de São
Paulo, Santa Catarina é um dos estados que possui menos conhecimento
sobre o Aquífero Guarani, que com certeza é uma das maiores reservas de
águas subterrâneas do mundo. Sendo que ainda não é possível avaliar a
qualidade da água no Aguífero.
O diretor de recursos hídricos de SC ( Flávio Victória ) apresentou alguns
avanços na gestão das águas, entre eles o financiamento de saneamento
ambiental.
Clubes da Água - Ecofiscais
Em Itajaí, SC, a educação ambiental está inserida nas atividades das escolas
da rede municipal, desde 1.999. As crianças recebem kits para fazer análise
da qualidade da água de rios e riachos próximos das escolas. Uma vez por
ano, durante a semana do meio ambiente, acontece um fórum e cada clube
tem a chance de mostrar os projetos que está realizando.
Segundo os professores, a educação ambiental é um trabalho demorado, mas
já começa a surtir efeitos. As crianças estão mais conscientes sobre a
importância da preservação. Acreditam que essa nova geração vai cuidar mais
do meio ambiente.
Outras escolas apostam no teatro para conscientizar.
Alguns alunos disseram que mudaram os hábitos em casa, a partir das
atividades desenvolvidas na escola.
Rio Cachoeira - Joinville
Uma das soluções será investir em coleta e tratamento de esgoto. O poder
público e órgãos ambientais de Joinville apostam no PDDU (Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano) da bacia do Rio Cachoeira. Até 2012 há a pretensão
de aumentar de 14% para 50,13 % a cobertura de coleta e tratamento de
esgotos de Joinville, afirma a coordenadora de projetos da Companhia Águas
de Joinville, responsável pelo saneamento, Carla Jaroszuk. Atualmente,
Joinville tem só uma estação de tratamento. Planeja-se instalar mais quatro.
O Instituto de Preservação e Recuperação da Biodiversidade de Joinville e
Região Viva o Cachoeira ( IVC), está se constituindo como Organização Social
Civil de Interesse Público (OSCIP). Criado em setembro de 2008, pelo
ambientalista e jornalista Altamir Andrade e mais cerca de 30 pessoas, entre
biólogos, engenheiros e artistas, que pretendem trabalhar na recuperação e
preservação do rio Cachoeira, não se esquecendo de outras bacias de
Joinville para promover o desenvolvimento sustentável.
Arte para conscientizar:
A artista plástica Márcia Camargo há 3 anos passou a usar lodo, água e lama
do Rio Cachoeira para compor suas obras. Exemplo: garrafas pet e até uma
colônia de vermes retirados do esgoto podem virar telas ou instalações. Diz
que em vez de apenas conscientizar, arte serve para chocar e provocar
atitudes.
A Cia Águas de Joinville promove Educação Ambiental
A Cia Águas de Joinville, através da engenheira ambiental Daniela Finder
Vilela, a Secretaria de Educação do Estado e Prêmio Embraco de Ecologia,
empreendem esforços neste ano de 2009, para auxiliar os professores na
disseminação de uma cultura voltada à educação ambiental.
O objetivo é levar conteúdos e estratégias, para o ensino da preservação
ambiental a professores do ensino fundamental. Informando as pessoas e
proporcionando momentos de reflexão e crítica.
Esperam que os conhecimentos adquiridos sejam repassados a outras
pessoas, numa corrente.
Por meio deste curso, através das Gerências de Educação, serão distribuídas
cartilhas Saneamento Básico para Crianças. Já o Prêmio Embraco
distribuirá o material da WWF: - Livro das Águas.
Além de conteúdos técnicos referente ao tema, serão apresentadas sugestões
de atividades e projetos existentes de educação ambiental. E os alunos
receberão informações sobre a necessidade de uma cultura voltada à
preservação da água.
Multas São convertidas em reparação ambiental
A lei de crimes ambientais, sancionada em 1999, estipulou multas de valores
que dependem do prejuízo ambiental. Após Instrução Normativa publicada no
Diário Oficial da União, ficou regulamentada a conversão de até90% da multa
por dano ambiental em ações de preservação e reparação.
Em, Joinville, SC, a maior fundição da América Latina: a TUPY S/A, que
provoca danos irreparáveis desde 1938, foi beneficiada com ajustamento de
conduta em R$ 800 mil. Os recursos foram destinados à criação do Parque
Municipal Caieiras, de preservação ambiental.
Proteção Mata Atlântica
Apesar das queimadas acidentais em áreas de vegetação, a FATMA afirma
que os desmatamentos são causados principalmente pela utilização do solo
para a agricultura e para a ocupação humana.
Estão ameaçadas de extinção: a Araucária, a Canela, o Xaxim e espécies de
bromélias e orquídeas.
A FATMA informou que tem um projeto de proteção da Mata Atlântica, gerido
com recursos do Banco alemão KSW. Foi planejado em 2005 e iniciado em
2006. Atua no fortalecimento, fiscalização, monitoramento e controle.
A Mata Atlântica protege e regula o fluxo de mananciais hídricos, que
abastecem as cidades e principais metrópoles e também controla o clima.
Polícia Ambiental treina Exército Mirim
O curso Protetor Ambiental Mirim foi criado em 1999, em Rio do Sul- SC, e
hoje é realizado em várias cidades do estado. Para poder participar, o
adolescente deve estar matriculado em uma escola e não ter problemas com
notas. A duração é de 4 a 6 meses.
Além de informações sobre tudo que envolve a educação ambiental, as
disciplinas incluem também noções sobre problemas com drogas e doenças
sexualmente transmitidas. Também aprendem sobre o funcionamento,
estrutura e atividades realizadas pela Polícia militar e ambiental. Nas aulas
práticas, os alunos participam de caminhadas ecológicas e conhecem áreas de
preservação.
Reciclagem – Projeto Institucional Reciclar da Univille em
Joinville
Estima-se que mais de 50% do que chamamos lixo, é composto de materiais
que podem ser reutilizados ou reciclados.
A reciclagem é um processo industrial que converte o lixo descartado
( matéria-prima secundária ) em produto semelhante ao inicial ou outro.
Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais, e trazer de volta ao
ciclo produtivo o que é jogado fora.
A palavra Reciclagem foi introduzida ao vocabulário internacional no final da
década de 80, quando foi constatado que as fontes de petróleo e outras
matérias - primas não renovável estavam se esgotando.
No campus da Universidade (Univille) o material reciclado é vendido para
cooperativa local, que repassa para as indústrias recicladoras. Os recursos
obtidos pelo projeto Reciclar são reinvestidos no próprio Programa.
Subsidiam, além de ações internas, diversas atividades externas gratuitas
oferecidas à população, como: oficinas de papel reciclado, palestras e
encontros de sensibilização com crianças, jovens e adultos.
Marcadores de página é o mais novo produto confeccionado com o papel
reciclado, obtido nas oficinas de reciclagem. Os itens vão ser distribuídos aos
professores da Univille.
O papel do cidadão é reduzir o desperdício e o consumo e reaproveitar.
Os 3 Erres (Reduzir – Reaproveitar e Reciclar) são os 3 princípios para
minimizar o resíduo produzido nos meios urbanos.
Reciclagem na Whirpool - Latina Americana em Joinville
A Whirpool criou em 2005 um programa de logística reversa para reciclar
eletrodomésticos. Desde a implantação do processo, já foram recicladas cerca
de 900 toneladas de materiais, colocando em prática as diretrizes da
companhia, traçadas pela Jornada de Sustentabilidade, que tem como foco a
gestão responsável de resíduos no ciclo de vida de seus produtos. Segundo a
empresa, a Central de Joinville recicla 90% dos materiais de refrigeradores e
freezers. Os 10% restantes são destinados para aterros industriais licenciados,
de acordo com a legislação ambiental brasileira.
Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina) – mais
Sustentável
A rede de distribuição da Celesc propicia energia elétrica confiável a mais de 2
milhões de consumidores, e seu parque gerador, que conta com a energia
limpa e renovável de 12 pequenas Centrais Elétricas, está em fase de
expansão com a participação de novos negócios no mercado de fontes de
energia alternativa:
(eólica e biomassa). Além disso, como empresa alinhada com os
compromissos do seu tempo, desenvolve inúmeras ações de responsabilidade
socioambiental e projetos de eficiência energética.
Baseia-se no estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o
desenvolvimento sustentável da sociedade, com a preservação dos recursos
ambientais e culturais para gerações futuras, o respeito à diversidade e a
redução de desigualdades.
Alguns destaques:
• Jovem Aprendiz
Projeto realizado com a parceria de instituições sem fins lucrativos e a
participação dos empregados da Celesc para formação profissional de jovens
com idade entre 14 a 16 anos. Promovendo oportunidade para jovens em
situação de vulnerabilidade social, contribuindo para a construção de
conhecimento e diminuição de desigualdades sociais, e tendo em vista o
aprendizado adquirido no período de experiência na empresa serem inseridos
no mercado de trabalho.
• Energia do Futuro
Trata de sistema de aquecimento solar confeccionado com embalagens
reutilizáveis ( garrafas PET e caixas de embalagens de leite ), em instituições
que trabalham com jovens sob situação de risco social, proporcionando
tecnologia a baixo custo. O projeto piloto foi iniciado na Casa Familiar do Mar,
em Laguna- SC e depois ampliado a nível estadual e foram realizadas em 2007
e 2008 várias oficinas de capacitação para formar multiplicadores nas
Regionais da Celesc em Santa Catarina.
• Programa Gestão Global de Resíduos
Estabelece diretrizes para o tratamento de destinação a todos os resíduos
gerados em unidades operacionais e administrativas da Empresa, como:
baterias de veículos e subestações, óleos isolantes e resíduos de filtragem,
sucatas de postes de concretos, lâmpadas, papel, material orgânico.
Em destaque, ações da Celesc para 2009:
• Substituição de lâmpadas incandescentes de 100 w por lâmpadas
fluorescentes de 25 w.
• Doação e instalação de sistema de aquecimento solar em substituição a
chuveiros elétricos.
• Sessões de teatro sobre uso seguro de eletricidade.
• Palestras com “os “vídeos “ Mudanças Climáticas do GREENPEACE e o
Esbanjão “.
• Realização da oficina eco-artesanal para aprendizagem da confecção de
aquecedores solares com materiais recicláveis, principalmente nas escolas..
• Criciúma- Sul de S.C. - Recolhimento de Material Reciclável
Moradores do bairro Cristo Redentor, uma das áreas mais carentes da cidade,
realizaram um mutirão de limpeza no bairro e arredores. Foram recolhidos dois
caminhões - baús cheios de materiais recicláveis. A iniciativa, que vai se repetir
regularmente partiu do Conselho Popular de Saúde do bairro, juntamente coam
a Escola Municipal Wilson Lalau. O apoio é da Secretaria do Meio Ambiente e
Agricultura.
Embraco- Ecologia - Ações em favor do Meio Ambiente
Lançado em 2001, em Itaiópolis - SC, o prêmio Embraco de Ecologia incentiva
a preservação ambiental, que faz parte da rotina dos alunos, professores, pais
e da comunidade em geral. Nas mais diferentes formas didáticas, temas como:
coleta seletiva, reciclagem, poluição, uso de agrotóxicos e desmatamento,
estão sendo trabalhados dentro e fora da sala de aula. Exemplos:
• Lixo no lugar certo – uma vez por semana, num mutirão, os alunos
coletam os resíduos jogados no pátio. E uma gincana premia aqueles que
coletam mais.
• Proteção às Aves – objetivo: conscientizar a comunidade em relação à
caça predatória e ao comércio ilegal de aves. O mais importante passo do
projeto é o micro centro de reabilitação e readaptação de aves silvestres,
desenvolvido em parceria com a Polícia Ambiental. Numa área cercada por
aves frutíferas, comedouros e uma fonte de água, lá ficam por cerca de 30
dias, até que estejam prontas para serem soltas novamente. E os alunos
estampam panfletos sobre o assunto e distribuem à população.
Univille (Universidade de Joinville) - Proteção Fauna e Flora na
BR 101
Preocupados em monitorar os efeitos que a construção da duplicação da BR –
101 podem causar, implicando a perda significativa de biodiversidade tanto
local como regional, a Univille, em parceria científica e institucional com o
Instituto Militar de Engenharia- IME, realiza o Programa de Proteção à Fauna e
à Flora e o Programa de monitoramento de Recursos Hídricos, através dos
estagiários e professores do Curso de Engenharia Ambiental e Ciências
Biológicas. Verificam a funcionalidade e utilização, pela fauna, de estruturas
pré- existentes de passagem (passa-bichos), construídas por baixo da estrada,
ao longo do trecho Florianópolis (SC) a –
Osório (RGS). Também na área do Rio Grande do Sul, o projeto para o
replantio de árvores nativas, que foram desapropriadas para alargamento da
estrada. Pois de acordo com o Código Florestal do R.G.S., a Lei 11.026 de
05.11.97, existe espécies nativas protegidas contra a derrubada, entre elas: a
figueira, a corticeira do banhado e a corticeira da serra, sendo as 2 primeiras
passíveis de transplante.
A finalidade do transporte dessas árvores e sua realocação é dar continuidade
ao crescimento, dentro de um ecossistema, que será parcialmente afetado
pelo empreendimento.
Epagri - (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural
de Santa Catarina)
A Epagri fornece folders para uma agricultura sem agrotóxicos, com o título: -
Horta – Plantar Para Colher Saúde. Nos folders, as devidas
explicações dos cuidados para a instalação da horta, preparo do solo,
compostagem (produção de adubo orgânico de qualidade); informa sobre as
plantas que devem ser cultivadas, como: (alho, girassol, alfavaca, cravo, losna,
couve chinesa e gerânio), que ajudam a repelir os insetos.
Também ensina a fazer inseticidas caseiros, como: (água de sabão, água de
cinza e água de fumo). Também fornece tabela para épocas corretas de
plantio.
São José - SC – De Olho no Futuro
São José conta com duas importantes escolas de educação ambiental: a do
Meio Ambiente e a do Mar. A superintendente da Fundação Municipal do Meio
Ambiente (FMMA), Sônia Provin, diz que a população não valorizou o presente
da natureza: a cidade banhada pelo mar. E onde a população degradou,
busca-se a cura, e o meio ambiente que permanece imune, a prevenção é o
melhor remédio.
Em uma iniciativa pioneira no estado, foi criada, em 2007 a Guarda Municipal
Ambiental, que faz patrulhamento preventivo, visitando estabelecimentos
comerciais, edificações construídas e em construção, empresas que exerçam
qualquer atividade poluidora, e fazem a verificação das licenças e autorizações
exigidas pela legislação.
• Escola do Mar: principal objetivo: esclarecer a comunidade sobre a
importância da água. O lema é: “ conhecer “para preservar”, explica Maria
Margarete Farias, diretora da escola.
• Escola do Meio Ambiente: funciona no Parque Ambiental dos Sabiás,
dentro da Mata Atlântica, no Bairro Potecas. Conta com uma equipe
multidisciplinar de 25 professores, como biólogos, químicos e geólogos.
Recebem alunos das escolas públicas e particulares e fazem todo um
trabalho de orientação para as crianças, que serão os futuros mantenedores
da vida natural. No parque, têm palestras, oficinas educativas e caminham
por uma trilha interpretativa de 2 km.
União Européia - Lâmpadas Incandescentes trocadas por
Fluorescentes
Num esforço para disseminar o uso de eletrodomésticos ecológicos, os países
da União Européia concordaram em proibir o uso de lâmpadas incandescentes
a partir de 2010.
4.4 - 1ª Mostra de Educação Ambiental de Joinville –
( Educando para a Sustentabilidade ) – Parque Zoobotânico do
Morro Boa Vista - 6 a 8 de novembro de 2008.
Abertura: palestra com o Sr. José da Silva Quintas – Consultor de Educação
Ambiental - Brasilia-DF.
Seguiram-se várias atividades e apresentações culturais: Mostra de cinema e
vídeo ambiental – teatro - oficinas ( mosaico com sucatas ) – contação de
histórias- grupos de dança – Coral ( Companhia das Águas de Joinville ) – trilha
dos sentidos pela Fundema ( Fundação Municipal do Meio Ambiente ) -
maquetes ( bacias hidrográficas de Joinville ) – exposição de projetos –
exposição fotográfica – mesa redonda: (gerenciamento costeiro ) – stands
para visitação com distribuição de folders explicativos, educando para a
sustentabilidade, conforme abaixo, destaca-se alguns projetos:
• Fundema – entrega de certificação ambiental para empresas, oferecendo
suporte técnico, promovendo a adequação das empresas às questões
ambientais, proporcionando-lhes conhecimento sobre gestão ambiental,
com a finalidade de aplicá-las na empresa.
Também a Fundema se destaca no Programa de Gestão Ambiental e
Fiscalização da Região dos Mananciais de Joinville- SOS Nascentes, em
parceria com a Polícia de Proteção Ambiental, – na APA ( criação de unidades
de conservação e Proteção ambiental ) – Projeto de Recuperação da Cobertura
Florestal – Projeto de Educação Ambiental aos alunos das escolas da Região –
• Prosar – Projeto de Saneamento Rural ( sistema de tratamento de esgoto
doméstico ).
• Colégio Adventista de Joinville – Projeto Educação + Verde -
( preservando o que DEUS criou )
A Escola destaca que o ano de 2008 foi eleito pela UNESCO como o ano
mundial do Meio Ambiente, e explica que os projetos pedagógicos
desenvolvidos em suas unidades escolares procuram demonstrar que é
possível viver sem agredir ao meio ambiente, contribuindo para um mundo
mais saudável e mais humano. Sendo uma educação consciente,
ultrapassando as demarcações geográficas do ambiente escolar, assim os
alunos juntamente com os professores assumem a responsabilidade de
cuidarem de praças, ambientes públicos e locais onde a natureza está
presente.
Um dos folders da escola destaca atitudes para salvar o planeta; - começar
cuidando da própria saúde: usando remédios naturais ( luz solar, ar puro,
alimentação saudável, exercícios físicos, repouso, equilíbrio e confiança em
Deus) – também: como economizar água, e uma minuciosa explicação sobre
reciclagem: quais materiais são recicláveis, quais não são recicláveis, tempo de
decomposição e quanto ao material reciclado: o que importa em preservação,
destacando alguns exemplos importantes, por ex:
• 1000 kg de papel reciclado evita o corte de 20 árvores, e
• 1000 kg de plástico reciclado evita a extração de milhares de litros de
petróleo. Sendo o tempo de decomposição do plástico: ( 200 a 450 anos ).
4.5 - Ações Sociais em Joinville
• Mutirão de Natal – Igreja Adventista de Joinville
Os jovens e adultos, participam todos os anos de um mutirão para amenizar as
necessidades vitais ( alimentos e roupas ) das pessoas mais carentes,
passando de casa em casa, arrecadando, para distribuição alguns dias antes
do Natal.
Em 2008, também foi feito este trabalho, para as vítimas das enchentes que
assolaram algumas cidades de Santa Catarina.
• Crianças Sem Fome – ( um compromisso do padre Facchini )
“Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância”, disse
JESUS CRISTO. E Facchini tomou a fala do mestre, como lema de vida,
criando a Fundação Paulo Pauli - Madi, em Joinville. Todos os dias, de
segunda a sexta - feira, crianças com idade entre 0 e 14 anos. Recebem
almoço gratuito em centros comunitários, sendo uma festa, para quem não
tem quase nada em casa. E a melhora na saúde das crianças, muitas delas
comprometidas anteriormente pela desnutrição, é facilmente percebida.
Desde a fundação ( 1995 ), até hoje, já foram servidas mais de 8 milhões de
refeições. Nas 34 cozinhas comunitárias ( 26 em Joinville e as demais em
municípios da região norte ), 540 mães voluntárias, se revezam para fazer o
almoço.
Para participar do programa, a família passa por uma triagem: são aceitas as
que têm renda familiar até R$ 100 per capita.
A Fundação conta com vários colaboradores físicos e jurídicos, e vem
avançando no combate à miséria e à fome. Entre os parceiros, destaca-se o
governo do Estado, que repassa uma quantia mensal para o programa.
• Consulado da Mulher – Geração de Trabalho e Renda
Investimento social da marca CONSUL, voltado ao desenvolvimento de
atividades que contribuam para a cidadania da mulher, especialmente as de
baixa renda e pouca escolaridade, oferecendo oportunidade para despertar seu
potencial, conquistando uma vida mais digna, promovendo apoio a geração de
trabalho e renda, voltados ao desenvolvimento de pequenos negócios ou
melhoria das condições de empregabilidade
• Projeto Pelotão Mirim
Uma parceria da Secretaria do Bem Estar Social e o 62º Batalhão de Infantaria
de Joinville desenvolvem desde 1998, o Programa Pelotão Mirim, que atende
adolescentes do sexo masculino, de 12 a 14 anos, provenientes de famílias de
baixa renda e com especiais necessidades, voltado para o bem estar social.
Possibilitando resgatar valores da auto-estima, reforçar os laços familiares,
favorecer melhoria de qualidade de vida, desenvolver potencialidades,
integração na comunidade.
O Programa funciona junto às dependências do 62º Batalhão de Infantaria, de
2ª a 5ª feira, onde são desenvolvidas atividades, tais como: oficina de
eletricidade e mecânica, hinos e canções, tarefas escolares, atividades
recreativas e esportivas, palestras de relacionamento, Aids, drogas, etc,
treinamento físico militar, higiene corporal e ambiental, visitas e passeios,
pesquisas, etc.
4.6 - Respeito à Mulher
Cabe colocar em pauta o papel da mídia na reprodução de valores
execráveis e da naturalização da violência contra a mulher.
As mulheres e a sociedade civil organizada têm promovido uma série de ações
contra alguns desses abusos, por ex:
• A Campanha pela Ética na TV obteve o direito de resposta, substituindo o
programa de João Kleber por um mês, em que alguns segmentos sociais
ridicularizados em seu programa ( mulheres e negros ), tiveram espaço
falar e se defender.
• No norte do país, houve a proibição da propaganda de uma oficina
publicada em revista em que, sobre o rosto de mulher, de olho roxo, se lia:
“está na cara que precisa de funilaria”.
• No sul, a ONG Themis conseguiu multa e a proibição da música: - Um
tapinha não dói.
Contra a banalização da violência, é mais que hora de se pensar em controle
social, exercido pela sociedade civil organizada, para que a mídia cumpra seu
papel de apenas entreter, informar e ajudar, com toda a responsabilidade
social.
4.7- Evoluções Do Pensamento Ambiental no Brasil
1934 – Criado o Código de Águas, que já dispunha de assuntos
considerados nos modelos de gestão de recursos hídricos nos modelos atuais.
– Também Conferência Brasileira de Proteção à Natureza, que possibilitou a
criação do 1º Parque Nacional Brasileiro, em Itatiaia no R.J., seguidos dos
Parques Nacionais da Floresta da Tijuca e de Foz do Iguaçú - PR.
1965 – Lei nº 4.771/65 instituiu o Código Florestal. Prevê proteção das
florestas nativas brasileiras e os corpos de água nas bacias hidrográficas.
1973 – Criações do SEMA (Secretaria Especial de Meio Ambiente,
influenciada pela Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente de
1972).
1981 – Criação do PNMA (Política Nacional do Meio Ambiente) e o SISNAMA
(Sistema Nacional do Maio Ambiente), quando inicia uma política ambiental
mais efetiva. Também é criado o CONAMA (Conselho Nacional do Meio
Ambiente), órgão consultivo e deliberativo, com a composição de diversos
ministérios, órgãos ambientais, federais, estaduais, municipais, etc.
1986/87 - Estudos de Impactos Ambientais e Licenciamento Ambiental.
1989 – Criado o IBAMA ( Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis )
1997 – Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema
Nacional de Gerenciamento de Rec. Hídricos, regulamentando o inciso XIX do
art. 21 da Constituição Federal de 1988.
1998 – Leis de Crimes Ambientais- Lei 9605/98
2000 - Leis – dispõem sobre a criação da ANA (Agência Nacional das Águas)
– entidade de coordenação do Sistema nacional de Recursos Hídricos e de
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos.
4.8 - Conquistas Ambientais No Plano Internacional
1964 - Criada a 1ª legislação nacional de gestão e combate à poluição dos
recursos hídricos na França.
1968 - Clube de Roma – Reuniões em Roma com cientistas dos países
desenvolvidos para se discutir o consumo e as reservas de recursos naturais
não renováveis e o crescimento da população mundial. Também foi discutido o
esgotamento de reservas minerais, aumento de poluição, demonstrando a
inviabilidade de continuação futura do atual modelo de crescimento ilimitado
urbano-industrial.
1971 - É fundada a ONG GREENPEACE, para protestar contra testes
nucleares no Alasca. Também aconteceu um painel de peritos em Meio
Ambiente, em Foneux, na França.
1972 - Em Estocolmo na Suécia, a Conferência das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente foi um marco histórico que oficializou o surgimento da
preocupação internacional com o meio ambiente e a emergência de políticas
públicas em muitos países, inclusive o Brasil. Na conferência criou-se o
PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e o Programa
de Observação da Terra. Surge também o conceito de Eco desenvolvimento ou
Desenvolvimento Sustentável.
1983 – Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, com o
objetivo de preparar uma agenda global.
1986 – Auditorias Ambientais nos EUA.
1987 – Apresentado pela ONU a publicação Nosso Futuro Comum, que
realizava um grande estudo ambiental em escala mundial.
1989 – Criação da Comissão latino-americana de Desenvolvimento e Meio
Ambiente e a publicação da nossa própria Agenda no ano seguinte.
1991– Estabelecimentos do Grupo de Ação Estratégica sobre o Meio
Ambiente, criando normas ambientais internacionais – SAGE – TC207.
1992 – 2ª Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente – ECO 92, no
Rio de Janeiro, denominada de Conferência de Cúpula da Terra, reuniu 103
chefes de estado em um total de 182 países. Este fórum global aprovou
documentos, tais como:
• Carta da Terra
• Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento
• Declaração sobre as Florestas
• Convenção sobre a diversidade biológica
• Convenção- quadro sobre as mudanças climáticas
• Agenda 21 – declaração de intenções, na forma de documento que
estabelece as ações a serem seguidas no século XXI, rumo ao
desenvolvimento sustentável
1996 – Normas ISO série 14000 (para qualidade ambiental)
1997 – 3ª Conferência sobre Alteração Climática dos Estados Membros das
Nações Unidas, em Kioto, no Japão.
E outras Conferências seguiram-se às citadas, todas mostrando a evolução e
os bons propósitos do pensamento ambiental.
Seguiram-se várias Conferências, em diversos países. Neste ano de
2009, a reportagem da Revista Veja, de 07 de Outubro, traz o título: “ Rumo “a
Copenhague “. É na capital da Dinamarca que 200 representantes da maioria
dos países do nosso planeta estarão reunidos. De 07 a 18 de dezembro/09
acontecerá a 15ª Conferência das partes da Convenção das Nações Unidas
sobre mudança de Clima, ou COP 15.
O objetivo do Encontro é alertar para maior conscientização sobre os
efeitos do aquecimento global, pois as emissões dos gases do Efeito Estufa
continuam aumentando.
CONCLUSÃO
Deste trabalho, em que foi propiciada uma visão geral e abrangente sobre
o tema, conclui-se que a Educação Ambiental, realmente é a única alternativa
para a Sustentabilidade, ou Desenvolvimento Sustentável, definido da seguinte
forma: “aquele que deve atender às necessidades do presente, sem
comprometer a possibilidade de as futuras gerações satisfazerem suas
próprias necessidades”.
O modelo capitalista contemporâneo, da sociedade urbana industrial, é
definido como não sustentável e não distributivo, pois não é possível uma
economia de crescimento ilimitado, num planeta de recursos e capacidades
limitados. Daí a importância da Educação Ambiental para a Sustentabilidade.
A nova proposta educacional chamada Educação
Ambiental é um processo que passa pelo pensar, e não um adestramento e
uma simples definição de cores nas latas de lixo. Hoje, não é possível pensar
a natureza sem a cultura humana. E o trabalho da Educação Ambiental é
melhor entendido nas comunidades em geral. Para haver uma percepção
individual e coletiva, deve ter o educador o propósito de formar cidadãos com
consciência local e planetária. A Educação Ambiental é ideológica, baseada em
valores para a transformação social. Os caminhos do educador para orientar
seus processos de educar, devem estar atados a um acervo teórico/ prático/
pedagógico, constituído por vias regidas pela busca e compreensão do saber (
ler o mundo ) e sonhar um lugar diferente. E a partir de então, agir para torná-
lo real.
Neste início de século, presenciamos a constante busca por tecnologias
limpas, biotecnologias, e todos os avanços que a ciência conseguiu na procura
por recursos naturais renováveis e substituição de produtos poluentes por
biodegradáveis.
No entanto, é impossível acreditar na solução dos problemas ambientais,
sem uma mudança de paradigmas culturais, que com certeza, passam pela
educação. E o educador deve proceder com metodologias, que atendam as
reais necessidades de seus educandos. É preciso construir novas proposições,
que passam pelas pessoas, que dia a dia vivenciam os problemas e buscam as
soluções, construindo uma educação mais igualitária e mais justa com todos os
elementos, traçando uma perspectiva sustentável para as futuras gerações e o
futuro do planeta como um todo.
Conclui-se que a Educação Ambiental não pode deixar de inserir o ser
humano no ambiente. Encarar o ser humano, unicamente como predador,
culpando-o pela degradação ambiental, não abre portas para uma mudança de
comportamento. É preciso alcançá-lo em sua plenitude, resgatando o homem
através da natureza, pois o homem é parte essencial da mesma.
Transformando o homem para que tenha uma consciência bem construída,
fará do mesmo: preservador, defensor e reconstrutor da natureza, assim ele
irá perceber as relações entre ecologia e cidadania.
O ensino que causa impacto é o que passa de um coração para outro. É
necessário formar cidadãos, que tenham ética com a vida. Isto engloba a
totalidade do ser: intelecto, emoção e vontade. Desta forma, é preciso atuar na
Educação Ambiental com praticidade, simplicidade, naturalidade e, sobretudo,
com amor.
ANEXO 1
Revistas especializadas
1. Revista “ Comércio Exterior “- edição 73 – ano 16 – Janeiro e fevereiro de 2008 –
Sustentabilidade- dimensões econômica, social e ambiental influenciam uma nova ordem mundial nos negócios. 2. Revista “Universo Univille “ - edição IV – Ano II – maio/junho de 2005
Impacto ambiental na BR 101- Corredor do Mercosul
3. Revista Super Interessante – Outubro de 2005 Efeito Estufa e Aquecimento Global 3. Revista “ VEJA “ – de 07 de Outubro/2009- páginas 96 e 97.
Conferência em Copenhage (Dinamarca)
ANEXO 2
Reportagens
1. Jornal A Notícia – 22/03/2009
O Rio Cachoeira, em Joinville - SC
2. Jornal Diário Catarinense – 19/03/2009
Meio Ambiente
3. Jornal Linha Viva – Intersindical dos Eletricitários de S.C.
Edição de 27.11.2008 – Violência contra a Mulher
4. Jornal Diário Catarinense –Documento – 20/01/2008
Os Excluídos
5. Jornal A Notícia – 21/10/2007
Ameaças à Água
6. Jornal A Notícia – 17/09/2007
O direito ambiental em debate
7. Jornal A Notícia – 16/08/2007
Biocombustível
8. Jornal Diário Catarinense – 19/11/ 2006
Mar poluído – paraíso ameaçado
9. Jornal A Notícia – 28/11/2003 – Consciência para as crianças
ANEXO 3
Internet
www.greenpeace.com.br Mais de 200 espécies animais já foram extintas por ação direta ou indireta do
homem, nos últimos 300 anos. As causas naturais, geralmente são a caça e a
modificação do habitat.
A baleia jubarte, o peixe-boi, o mico-leão dourado, os jacarés do pantanal, são
apenas algumas das espécies brasileiras, ameaçadas de extinção, em função
da caça predatória e indiscriminada.
BIBLIOGRAFIA
D ÀVILA, M.I. & Maciel, T.Pantanal: Um Ecodesenvolvimento Necessário. In: Maciel, T. ( org. ) & Ávila, M, I. O Ambiente Inteiro: A Contribuição Crítica da Universidade á Questão Ambiental. Rio de Janeiro: UFRJ, 1992.
DERISIO, JC – Introdução ao Contrôle de Poluição Ambiental – São Paulo- Cetesb – 1992.
GRIPPI, S – Lixo, Reciclagem e sua História. Rio de Janeiro, Iterciência –
2001
KRIECK, E. 1926, apud Mantovani, 1952.
LEWIN, K. A Dinamic Theory of Personality. New York: Mc Graw Hill, 1935.
NISBET, R.A. The Sociological Tradition. Londres: Heinemann, 1973.
ODUM, E.P. Ecologia. Rio de Janeiro: Interamericana, 1985
PARK, R. Ecologia Humana. In: Pierson, D. ( org ) Estudos de Ecologia Humana. Biblioteca de Ciências Sociais. Vol. VI. Tomo I. São Paulo: Martins, 1970.
RIBEIRO, L.M. Sobre a percepção: contribuições da História para a E.A. In: Anais do I Encontro de Percepção e Conservação Ambiental – A Interdisciplinaridade no Estudo da Paisagem. Rio Claro/SP, 2004.
SAMINI, L. – Degradação do Meio Ambiente
TRIGUEIRO, A. – Meio Ambiente no Século 21. Rio de Janeiro, Sextante.
2003
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I 10
Retrospectiva Ambiental- O Homem e o Meio Ambiente. 10
1.1 – Comunidade – considerações históricas 11
1.2 – Iluminismo e Revolução Industrial 12
1.2.1- Comunidade e Meio Ambiente 13
1.3 - Educação Ambiental e Desenvolvimento Comunitário 14
1.3.1- Considerações sobre Comunidades a caminho 15
da Sustentabilidade.
CAPÍTULO I I 18
Resultado da Interferência Humana: Desequilíbrio 18
Ambiental.
2.1 – Ecossistemas 18
2.1.1 – As cidades – seriam ecossistemas? 19
2.2 - Elementos de um ecossistema 20
2.2.1-Biodiversidade 20
2.2.2-Bioma 20
2.2.3-Fotossíntese 21
2.2.4- Cadeia Alimentar 21
2.2.5- Biomassa 21
2.2.6- Biogás 22
2.2.7- Entropia 22
2.3 - Principais ações Antrópicas ( provocadas pelo homem ), contra 22
a natureza e a si próprio.
2.3.1- Desflorestamentos 22
2.3.2- Caça indiscriminada 25
2.3.3- Recifes de Coral 25
2.3.4-Manguezais 25
2.3.5-Poluição Industrial 26
2.3.6-Biocidas 26
2.3.7-Poluição das Águas 27
2.3.8-Poluição do Ar 28
2.3.8.1- Destruição da Camada de Ozônio 28
2.3.8.2- Inversão Térmica 28
2.3.8.3- Chuva Ácida 29
2.3.8.4- Efeito Estufa e Aquecimento do Planeta 29
CAPÍTULO I I I 31
Algumas Ações E Situações Específicas, locais, Regionais ou Globais. 3.1. – Aquecimento Global 31 3.2. – Água- o futuro em nossas mãos 33
3.3. – Santa Catarina – ameaças às águas 34
3.4. – Joinville e os seus rios 35
3.5. – Baía da Babitonga- SC 37
3.6. – Praias de Santa Catarina 37
3.7. – Mata Atlântica sendo exterminada 38
3.8. – Impacto Ambiental no corredor do Mercosul 38
3.9. – Nossos Pobres Parques 39
3.10 - Os Excluídos 40
3.11 - Violências contra a Mulher 43
CAPÍTULO I V 44
Educação. . .Reflexão... Atitudes... Soluções... Buscando a Sustentabilidade. 4.1. – Efeito Estufa e o Aquecimento global 44
4.2. – Mais sustentabilidade em algumas empresas nacionais 45
4.3 . - Natureza – patrimônio da humanidade – ações e evolução – 48
Responsabilidade individual e coletiva.
4.4. - 1ª Mostra de Educação Ambiental em Joinville-SC 57
4.5. - Ações Sociais em Joinville 59
4.6 - Respeito à Mulher 61
4.7 – Evoluções do Pensamento Ambiental no Brasil 61
4.8 – Conquistas Ambientais no Plano Internacional 62
CONCLUSÃO 64
ANEXO I 66
ANEXO I I 67
ANEXO I I I 68
BIBLIOGRAFIA 69