DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · trabalho pelo tipo de tarefa que este...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Por: Camila de Oliveira Peixoto
Orientador
Prof. Marcelo Saldanha
Rio de Janeiro
2013
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Pedagogia Empresarial.
Por: Camila de Oliveira Peixoto
AGRADECIMENTOS
Agradeço a contribuição significativa
das amigas de faculdade Viviane e
Tatiane pela força na elaboração
deste trabalho.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à todas às pessoas
que se encontram desmotivadas. Que
este trabalho possa servir como base
para uma reflexão e que assim, cada
sujeito mude seu interior e busque o
melhor de si.
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RESUMO
O tema motivação no campo organizacional vem sendo rotineiramente objeto
de estudos nos últimos anos, onde tem sido observada uma crescente
diminuição nos índices de satisfação e produtividade dentro das empresas.
Ao colocar pessoas com diferentes objetivos, pensamentos e
características executando uma mesma tarefa ou função, pode-se perceber
claramente que umas pessoas se destacam pela forma como exercem o
trabalho, de forma mais comprometida, eficiente, direcionada e já outras
pessoas se mostram menos engajadas, menos compenetradas e distantes do
seu fazer laboral.
Desta forma, apresentamos aqui algumas situações cotidianas no
ambiente organizacional, mostrando algumas práticas desenvolvidas pelas
empresas que influenciam diretamente na vida laboral do funcionário.
Buscamos apresentar aqui também, duas das mais utilizadas teorias
motivacionais, de forma a nos permitir verificar melhor os erros e acertos no
trato com os funcionários e traçar um paralelo entre essas teorias, a motivação
e produtividade no ambiente organizacional.
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METODOLOGIA
Para a consecução deste trabalho, procurei fazer uma explanação geral
sobre o tema proposto, ou seja, motivação, através de pesquisa bibliográfica
por meio de livros especializados que versam sobre o tema, artigos da internet,
revistas, e tem por embasamento as ideias de: Chiavenato, Bergamini, Maslow
e Herzberg.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 10
CAPÍTULO I - O que é motivação? 13
CAPÍTULO II - As teorias motivacionais 18
CAPÍTULO III – A motivação no campo organizacional 27
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40
10
INTRODUÇÃO
A compreensão da influência da motivação humana no campo organizacional
se mostra como um fato bastante novo. Com o surgimento das máquinas nas
fábricas e indústrias, a mão de obra humana foi desvalorizada, de modo que
antes desse advento, conhecido como Revolução Industrial, era de praxe o
uso inadvertido de punições de ordens psicológicas, restrições financeiras e
até mesmo prejuízos físicos aos trabalhadores, de forma que essas punições
gerava medo aos trabalhadores e acreditava-se então que esta era uma boa
forma de “motivar” esses trabalhadores a fazer cada vez mais em prol da
acumulação do capital e maximização dos lucros.
Com o passar do tempo, foi verificado que esta forma de “motivar” não
vinha mostrando bons resultados, sendo assim, substitui-se o fator
motivacional sob forma de punição e passa a ser adotada a remuneração
pecuniária, assim, pensava-se que os trabalhadores considerariam na hora de
escolher seus trabalhos, o salário mais vantajoso ao invés de escolher seu
trabalho pelo tipo de tarefa que este realizaria. Muitos estudiosos do tema
sugeriam uma alternância entre punição e recompensa, onde acreditava-se
que dessa forma, o trabalhador seguiria sem questionar todo o tipo de ordem
que lhe tenha sido imposta.
Dentro dessa lógica de incentivo à máxima produção, os trabalhadores
se viram arriscando sua segurança no trabalho e também sua integridade
física, de forma que poderiam receber maiores salários, mas isso teria uma
contrapartida, ou seja, maiores salários, em troca de menor número de
funcionários, para atingir a mesma produtividade. Esse movimento mostrou à
esses trabalhadores que eles poderiam restringir o nível de produtividade,
fazendo assim a manutenção por mais tempo seus empregos.
Passado este primeiro momento, uma segunda proposta é apresentada
para uma nova maneira de administrar, de forma que foi verificada a
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importância de entender e considerar o indivíduo em sua totalidade. As
empresas viram a necessidade de fazer com que os trabalhadores
percebessem a sua importância pessoal e profissional para a organização e
sua utilidade no desenvolvimento de suas tarefas laborais, promovendo então
o reconhecimento do valor pessoal do trabalhador, além de desenvolver
formas satisfazer as necessidades sociais deste indivíduo dentro da
organização e fazer com que estes se sentissem parte integrante de um grupo
social, tendo o devido reconhecimento individual, embora fizesse parte um
todo, representado pelo grupo dentro da organização. Tais necessidades
foram vistas como prioritárias e mostravam um índice de relevância no que se
referia à motivação bastante superior a forma de motivação utilizada através
do dinheiro e recompensas financeiras. Os líderes teriam a incumbência de
fazer com que esses trabalhadores percebessem que a organização se
preocupava com os problemas desejos e necessidades de seus funcionários,
fossem essas questões de ordem profissional ou pessoal.
Outro fator que foi considerado bastante importante na questão da
motivação foi a comunicação entre a organização e seus funcionários. Sob
essa ótica, os funcionários deveriam ter acesso à todas as informações sobre
a empresa e embasados por esse conhecimento, os trabalhadores teriam
abertura e oportunidade de dizer o que pensavam e dar sugestões de
estratégias para melhorias tanto nas ações de produção da empresa, quanto
nas diretrizes administrativas adotadas pela empresa. Assim, os sistemas de
recompensa deixaram de ser direcionadas ao indivíduo, ou seja, deixaram de
ser individuais e passaram a assumir a forma grupal de incentivo, assumindo
assim uma nova característica.
A ideia de que a motivação está relacionada a um único fator, seja ele,
recompensa financeira, reconhecimento e relacionamento interpessoal ou
ainda a possibilidade de participação nas decisões organizacionais, mas logo
mostra sua fragilidade, de forma que os sistemas motivacionais do ser humano
se mostram bem mais complexos do que se tinha ideia.
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A noção que se tinha do trabalhador é que este poderia ser comparado
a outro recurso organizacional qualquer, tais como recursos tecnológicos,
financeiros, entre outros. Alguns modelos de administração, compreendem os
trabalhadores como indivíduos que se mostram motivados por um complexo
conjunto de fatores que precisam demonstrar correlação entre si, para que
tenha assim, significado para este sujeito.
É imperativo aceitar que as pessoas, sendo seres individuais, busquem
também, de forma individual, diferentes objetivos motivacionais ao se inserirem
em determinado tipo de trabalho, ou seja, cada sujeito possui diferentes e
diversos talentos e habilidades, que são o diferencial de cada pessoa, por
estes serem únicos. Cada pessoa contribui de formas diferenciadas na
tentativa de alcançar os objetivos definidos pela organização, cabendo às
lideranças e a administração da empresa buscar e implementar estratégias
capazes liberar a saída dos recursos necessários para que então se
transformem em ações eficazes.
Hoje, já se tem a noção de que cada pessoa trás dentro de si, suas
próprias motivações, desejos e necessidades, de forma que o que mais
deveria interessar à empresa no atual cenário é encontrar recursos dentro da
organização que sejam capazes de incentivar o desabrochar das forças
motivacionais inerentes aos seres humanos.
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CAPÍTULO I
O QUE É MOTIVAÇÃO?
Muito se fala atualmente sobre motivação. Treinamentos, workshops,
oficinas, palestras vendem a promessa de conseguir motivar este ou aquele
indivíduo, especialmente no que se refere à colaboradores inseridos em seu
campo de trabalho. O senso comum sobre o tema motivação se tornou tão
expressivo, que o conhecimento científico foi deixado de lado e hoje, até
mesmo pessoas sem muito domínio sobre o assunto opinam em sites, blogs e
outros meios de comunicação sobre como motivar alguém.
Mas, o que vem a ser motivação? A palavra motivação vem do latim
motivus, movere, que significa deslocar-se, mover-se. Vejamos abaixo algumas
definições de motivação:
De acordo com o dicionário Michaelis, motivação é:
“1 Ato de motivar. 2 Exposição de motivos. 3 Psicol Espécie de
energia psicológica ou tensão que põe em movimento o organismo
humano, determinando um dado comportamento. 4 Sociol Processo
de iniciação de uma ação consciente e voluntária”.
Para GONÇALVEZ (2003), motivação é:
"conjunto de fatores psicológicos (conscientes ou
inconscientes de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva,
os quais agem entre si e determinam a conduta de um
individuo).” (Gonçalvez, 2003, p. 1)
Assim como para CHRISTY (2006):
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“Motivação é motivo para sua ação. É porquê, a razão pela
qual você faz o que faz. A motivação é gerada por um
desejo, quanto mais forte for este desejo, mais forte será a
motivação.” (Christy, 2006, p. 12)
O que se pode claramente ver é que a motivação relaciona-se com
tempo futuro e com o estado interior de um individuo, de forma que este
percebendo uma determinada necessidade desenvolverá ações para que esta
possa ser satisfeita.
No entanto, algumas frases nos soam bastante familiar quando se trata
de motivação, como: “Se você fizer o que gosta, se sentirá motivado.” Veremos
um pouco mais a frente, que a motivação relaciona-se a objetivos futuros, é
como uma mola propulsora que nos impulsiona ao que se busca, ou ao que se
deseja, isso significa dizer que a pessoa motivada fará inclusive o que não
gosta em prol de um objetivo maior. As pessoas bem-sucedidas, não se
prendem ao que é bom ou prazeroso no presente, pois é movido pela ânsia de
conquistar seus objetivos, independente se a tarefa presente é agradável ou
não.
Também muito se ouve dizer que podemos motivar outras pessoas.
Este é um conceito bastante difundido nas organizações, no entanto, muitos
profissionais de RH, gestores, administradores, acabam por desperdiçar tempo
e dinheiro tentando motivar seus funcionários com palestras ou cursos
ministrados por “profissionais da área” ou por “gurus da motivação”. Embora
até se verifique algum tipo de êxito na aplicação dessas técnicas, o efeito, em
geral é passageiro em curto prazo, logo o funcionário volta ao estado inicial de
desmotivação.
Outro conceito bastante explorado é de que, o colaborador trabalhando
em um ambiente que gere conforto e satisfação, um ambiente de trabalho
agradável, estes se sintam mais motivados a realizarem suas tarefas. Um
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ambiente organizacional desconfortável, pode sim desmotivar o funcionário,
mas ao contrário do que se pensa, não motiva e ainda pode gerar um efeito
reverso, que é o comodismo. O funcionário pode se sentir tão bem, tão feliz na
empresa que trabalha, que acaba por se acomodar, mas isto reflete apensa a
satisfação dela, e não a motivação. Importante ressaltar que quando uma
pessoa alcança um determinado ponto onde não consegue mais vislumbrar um
novo horizonte a ser desbravado, conquistado, e se realizado com o que
conquistou, pode ser iniciado um processo de desmotivação.
Há quem garanta ainda que o dinheiro é um fator de peso que gera a
motivação, de modo que, de acordo com essa “teoria”, se a empresa oferece
incentivos financeiros ou recompensas em dinheiro, manterá o funcionário
motivado (importante ressaltar que a noção de que o salário ou recompensas
financeiras motiva o funcionário, foi iniciada na década 50 com Frederick
Taylor, e foi considerada bastante simplista por seus contemporâneos). De
fato, o funcionário poderá sentir-se motivado por um período, em geral um
período breve, no entanto essa motivação é passageira. O funcionário
trabalhará sim, com mais empenho para alcançar a recompensa prometida,
isto não significa dizer que o mesmo estará entusiasmado com suas tarefas ou
com seu trabalho, que seria o verdadeiro motivo para que esse funcionário
estivesse motivado.
As “teorias motivacionais” apresentadas anteriormente fazem com que a
pessoa tome consciência de um senso de entusiasmo, mas é momentânea,
pois elas não podem criar ou dar ao indivíduo a vontade, o desejo de que se
precisa para então se sentir motivado de verdade.
Como apontado no início deste capítulo, a motivação relaciona-se
também com o futuro, de modo que pessoas com alto grau de motivação são
constantemente impulsionadas pela grande vontade que possuem de
conquistar algo que almejam, tem visão de futuro, não vagam pela vida a
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espera de qualquer oportunidade que lhe apareça e alcançam seus objetivos
independente dos estímulos externos.
Ainda de acordo com CHRISTY (2006):
É como se a pessoa verdadeiramente auto-motivada
vivesse numa realidade paralela. Ela segue seu rumo
independente do que ocorre em volta dela. Recompensas
não a motivam, erros e críticas não a desmotivam. Ela
segue sua bússola interna, tornando-se 'insensível' para
condições ambientais de trabalho, dificuldades na vida
pessoal ou financeiras. Não é que as outras coisas são
'menos importantes' do que a concretização da meta. É
uma questão de auto-confiança. A pessoa intrinsecamente
motivada confia em si mesma e em sua capacidade para
conquistar o que deseja. A força de seu desejo é forte o
suficiente para que ela não se deixe abalar por
dificuldades, sejam elas de qualquer natureza. (Christy,
2006, p. 13)
Ou seja, o que vemos acima é que apenas o próprio indivíduo pode
motivar-se, e desmotivar-se também. Para a filosofia e para a psicologia,
motivação é tudo aquilo que impulsiona um indivíduo a realizar determinadas
ações para chegar a um objetivo por este traçado. É necessário que esse
sujeito perceba uma determinada necessidade ou carência, e assim, busque
dentro de si, a força motriz pra alcançar esse objetivo ou suprir essa carência.
Quando isso não acontece, o sujeito pode entrar num processo de
desmotivação, que é o lado oposto da motivação. Neste caso, por diversos
fatores, a pessoa percebe-se incapaz de alcançar o objetivo traçado e os
sentimentos de desesperança, angustia, falta de confiança a levam a um
estado de perda de entusiasmo, fadiga, estagnação, etc. Sendo assim, a
pessoa entra num processo de dúvida quanto à sua capacidade de alcançar
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um determinado objetivo ou caso a mesma perca o interesse naquilo que
desejava alcançar.
Sendo assim, a única forma para se alcançar a verdadeira motivação, ou
melhor, automotivação, seja ela no ambiente corporativo ou na vida pessoal, é
encontrar aquilo que se quer mais que tudo, não havendo assim a necessidade
de paliativos para se motivar a conquistar aquilo que mais se deseja.
Isso também se aplica ao contexto organizacional. Cada funcionário tem
seus próprios objetivos, metas, motivos que os move, tendo em vista isso, é
preciso orientar os objetivos individuais de cada funcionários para os objetivos
corporativos, de modo que aqueles percebam que as tarefas por eles
realizadas tem importância para o contexto organizacional e que seus objetivos
pessoais podem unir-se aos objetivos corporativos.
Verifica-se que a cada dia mais a motivação está se tornando uma
grande e forte necessidade e grande aliada do ser humano, que quando se
percebe desmotivado realiza suas ações laborais sem eficácia e
comprometimento. Aplicando essa análise ao ambiente organizacional, pode-
se perceber importância que as organizações estão dando cada vez mais a
motivação de seus colaboradores, vendo essa motivação como aliada nos
processos. Em contrapartida a falta de conhecimento sobre esse assunto ou
sua má administração pode ocasionar diversos prejuízos, tais como: a
diminuição da motivação reduzindo a produção em quantidade e qualidade, um
funcionário destratar um cliente, gerando transtornos não só para a equipe,
como também para a organização como um todo.
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CAPÍTULO II
AS TEORIAS MOTIVACIONAIS
A Pirâmide das Necessidades de Maslow
Abraham Maslow nasceu no Brooklin (NY), em 1908 e foi um psicólogo
comportamental (provavelmente o mais conhecido psicólogo motivacional). Em
meados da década de quarenta, este psicólogo norte-americano desenvolveu
uma teoria da motivação focada na ideia de auto-realização. Veremos a seguir
essa teoria.
De acordo com Maslow, muitas das ações humanas podem ser
explicadas segundo as necessidades e desejos de cada sujeito. Se uma
determinada necessidade ou desejo se torna ativa, pode-se considerá-la um
estímulo para a ação e uma força motriz das atividades desse indivíduo. Ou
seja, de acordo com a teoria de Maslow, essas necessidades são fontes de
motivação e determinam o que é importante para o sujeito. Bergamini (2008)
mostra que o arquétipo de Maslow sugere a noção de necessidades como
fonte de força das motivações existentes no cerne das pessoas. De acordo
com Maslow (1962), em resumo, necessidade é ausência ou privação de
determinadas privações.
MOTIVAÇÃO
(Comportamento motivado dos indivíduos)
NECESSIDADE OU DESEJO
(Estado de Tensão)
OBJETIVO OU OBJETO
(Tensão Aliviada)
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Utilizando-se de uma analogia, para compreendermos melhor a teoria
de Maslow no ambiente organizacional, podemos dizer que ao adquirir um
produto ou serviço o cliente é motivado por uma tensão, ou seja, a
necessidade de suprir uma carência. Após suprida essa carência ou
necessidade essa tensão é aliviada, abrindo a possibilidade de surgirem novas
necessidades.
O comportamento humano é exposto por Maslow por meio de cinco
níveis hierárquicos de necessidades, podendo ser primárias (ou seja, derivam
do instinto e estão relacionadas a existência física do sujeito, muito
comumente encontradas no animais) ou secundárias (peculiares dos ser
humanos e em função de seu processo evolutivo, como as necessidades de
estima.) e estão dispostas em forma de pirâmide, como apresentado a seguir:
NECESSIDADES DE SEGURANÇA
NECESSIDADES DE ASSOCIAÇÃO
NECESSIDADES DE ESTIMA
NECESSIDADES DE AUTO-REALIZAÇÃO
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A dinâmica da teoria das necessidades de Maslow se dá através da
satisfação de determinadas necessidades, onde uma necessidade de nível
superior, só surge após a necessidade de nível inferior ter sido minimamente
satisfeita ou atendida. Segundo Maslow, na base da pirâmide encontram-se as
necessidades primárias e primordiais de um individuo de conseguir em
quantidade suficiente meios de sobrevivência e de manutenção da espécie, ou
seja, suprir suas necessidades fisiológicas. Este grupo de necessidades é
considerado principal em comparação com os demais, de modo que se falta
tudo na vida de um individuo, é provável que sua maior motivação será buscar
suprir suas necessidades fisiológicas. Se nenhuma necessidade do sujeito
está satisfeita, o organismo será dominado pelas necessidades fisiológicas e
as demais serão colocadas em segundo plano e todas as ações desse sujeito
serão uma busca para suprir tais carências. Dentre elas podemos apontar as
seguintes necessidades:
• Sono
• Água
• Comida
• Sexo
• Excreção
Após as necessidades fisiológicas terem sido supridas, elas deixarão de
ser determinantes para o comportamento do sujeito e passarão a ser
necessidades potenciais, ou seja, poderão ter que ser satisfeitas novamente
caso surja essa necessidade, sendo assim, a motivação para continuar
buscando alimento, água, ar, etc.; cessam e começa então a necessidade de
suprir outro tipo de necessidade. No segundo nível, temos então as
necessidades de segurança. Esta surge quando a necessidade fisiológica foi
NECESSIDADES FISIOLÓGICAS
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satisfeita por completo ou parcialmente. De forma geral, a necessidade de
segurança torna-se a motivação do comportamento em situações de perigo.
Estas se relacionam com a necessidade de sentir-se seguro e livre de
ameaças, podendo-se listar:
• Segurança do corpo
• Segurança do emprego
• Segurança financeira
• Segurança da propriedade
• Segurança da família
No momento em que o individuo percebe estar seguro, fora de qualquer
tipo de ameaça de ataque ou perigo, cessa também a busca por satisfazer tais
necessidades e sua motivação volta-se para as necessidades de terceiro nível,
que são as necessidades de associação ou sociais, que se relacionam com o
sentimento de pertença. A pessoa humana precisa manter relações de afeto e
se sentir pertencente a um grupo, alcançar uma posição social no grupo em
questão. Cabe dizer que, muitas das causas de psicopatologia frequentemente
encontradas na sociedade, devem-se ao fato da pessoa não suprir essa
necessidade. Abaixo vemos as necessidades do sujeito em termos sociais,
dentre elas:
• Amizade
• Família
• Círculos de convivência social
• Participação em organizações
No quarto nível vemos as necessidades de estima. Após suprir as
necessidades fisiológicas, de segurança e de associação, o sujeito inicia sua
busca pela estima. Em linhas gerais, essa necessidade está relacionada com a
forma como o individuo se vê no meio em que está inserido, o desejo de
prestígio, sua importância, independência, autonomia, apreço. Quando essas
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necessidades são satisfeitas geram o sentimento de valor, força, autoconfiança
e a capacidade de ser útil à sociedade. Aqui podem ser listadas:
• Auto-estima
• Confiança
• Conquista
• Respeito dos outros
• Respeito aos outros
Importante ressaltar que não sendo suprida essa necessidade sujeito
pode desencadear um processo de inferiorização, fraqueza, baixa autoestima,
impotência e que em consequência disso, levam a pessoa ao desânimo, etc.
No quinto, último e mais alto nível hierárquico, vemos as necessidades
de autorrealização. De acordo com Maslow, para que o indivíduo tenha esta
motivação é necessário que todas as outras de nível inferior tenham sido
satisfeitas antes. Esta necessidade está racionada à motivação que o individuo
precisa ter para alcançar seu nível máximo, ou seja, tornar-se aquilo que se
espera ser em seu íntimo, explorar o máximo de sua capacidade, maximizar
talentos e aptidões, ser o máximo que se pode ser. Tais necessidades
aparecem de forma diferente em cada pessoa e se revelam por meio de
desejos diversos, onde uma pessoa pode, por exemplo, sonhar em ser uma
mãe exemplar e outra pessoa pode sonhar em ser um profissional
internacionalmente reconhecido.
Importante dizer que, se porventura, uma necessidade de nível inferior
deixa de repente de ser atendida ou satisfeita, o individuo irá direcionar
novamente sua motivação para suprir essa carência. Por exemplo, uma
pessoa conversando com um amigo está suprindo suas necessidades sociais.
Mas se por acaso esta pessoa for ameaçada por um bandido portando uma
faca, as necessidades de segurança dessa pessoa deixará de estar satisfeita e
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este, por sua vez fugirá, na busca de satisfazer essa carência de nível mais
baixo (a segurança) do que a carência de nível mais alto (a social).
Outro ponto importante a ser considerado é que embora a teoria aponte
uma sucessão de necessidades do nível mais baixo para o mais alto da
pirâmide, existem casos em que pode existir a inversão dessa hierarquia.
Como por exemplo, um sujeito que sentir a necessidade de estima, antes da
necessidade de segurança. Há que se considerar também a cultura de cada
sociedade no que se refere a classificação dessas necessidades. Embora
existam sociedades absolutamente distintas, em experiências de alguns
antropólogos, foi contatado que mesmo nessas sociedades, as pessoas são
muito parecidas no tocante as suas necessidades.
Por fim, as necessidades aqui referenciadas não podem ser
caracterizadas como fatores exclusivos na determinação do comportamento
humano, sendo este motivado por diversos outros fatores, e inclusive o fator
motivacional do comportamento do sujeito pode ser motivado por varias
necessidades ao mesmo tempo.
A Teoria dos Dois Fatores de Herzberg
Frederick Irvin Herzberg, nascido em Lynn, Massachussetts, em 1923,
foi um psicólogo norte-americano, conhecido como um os nomes mais
importantes no campo da gestão empresarial. Ficou famoso por desenvolver a
teoria dos dois fatores, teoria esta que abordaremos agora.
A sua teoria foi experimentada no final da década de 50, onde foi
aplicado um questionário à 203 engenheiros e contadores de Pittsburg no que
se referia a satisfação e insatisfação no trabalho com perguntas abertas do
tipo: “O que você sente quando está excepcionalmente bem no trabalho?”. Seu
objetivo ao aplicar essas perguntas era compreender os fatores que causariam
insatisfação e os quais causariam satisfação no trabalho.
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Em sua teoria, Herzberg sugere que existam dois grupos de igual
importância no tocante aos fatores relevantes à motivação de uma
determinada equipe, sendo estes os fatores higiênicos e os fatores
motivacionais. Os fatores higiênicos estão relacionados às necessidades
instintivas das pessoas, já os fatores motivacionais estão relacionadas as
necessidades do homem de forma individual.
Fatores Higiênicos – Herzberg os chamou de fatores de manutenção,
porque quando já existe a satisfação, esses fatores apenas a mantém e
quando não existem geram insatisfação, porém esses fatores não geram
nenhum aumento de satisfação no sujeito. Esses fatores também estão
relacionados a aspectos extrínsecos ao trabalho, onde, de acordo com
CHIAVENATO (2002):
Situam-se no ambiente externo que circunda o indivíduo.
Tradicionalmente apenas os fatores higiênicos eram
utilizados na motivação dos empregados: o trabalho era
considerado uma atividade desagradável e, para fazer com
que as pessoas trabalhassem mais, tornava-se necessário
o apelo para incentivos situados externamente ao indivíduo
em troca do seu trabalho (CHIAVENATO, 2002, p.118)
Ou seja, aspectos estes que compõem o ambiente de trabalho como um
todo, podendo-se citar as tipos de chefia e supervisão, salário, benefícios,
condições físicas e ambientais do trabalho, política da empresa, regulamentos
internos, as pessoas que trabalham na empresa, entre outros.
Com isto vemos que os fatores higiênicos estão relacionados ao meio
externo em que o individuo está inserido em seu campo de trabalho. Assim, os
fatores apresentados não causam a satisfação em si, mas impedem que surja
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uma insatisfação, logo, estes precisam estar presentes no ambiente de
trabalho, caso contrário, não existirá a motivação.
Fatores Motivacionais – A estes Herzberg chamou de fatores que
causam satisfação ou fatores motivadores. São estes fatores que de fato
motiva o sujeito quando estão presentes, mas quando não estão presentes
geram grande insatisfação.
Envolve sentimentos de crescimento individual,
reconhecimento profissional e auto-realização, e
dependem das tarefas que o indivíduo realiza no seu
trabalho (CHIAVENATO, 2002, p.118)
São estes fatores intrínsecos, pois, estão ligados às necessidades
individualizadas de cada pessoa e ao conteúdo do cargo e a natureza das
tarefas executadas pelo indivíduo, podendo aqui ser citados o reconhecimento
profissional, o sentimento de crescimento individual, inclusive o próprio
trabalho realizado. Desta forma, os fatores motivacionais estão relacionados
com aquilo que o individuo faz e executa e estão sob seu controle.
FATORES HIGIÊNICOS (Afetam a insatisfação com o trabalho)
- Qualidade da supervisão - Remuneração - Políticas da organização - Condições físicas do trabalho - Relacionamento com os colegas - Segurança no emprego
FATORES MOTIVACIONAIS (Afetam a satisfação com o trabalho)
- Oportunidades de promoção - Oportunidade de crescimento pessoal - Reconhecimento -Responsabilidade - Realização
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Alta Insatisfação com o trabalho 0 Satisfação com o trabalho Alta
Os estudos de Herzberg concluíram que os fatores que influenciam na
geração de satisfação e motivação profissional eram diferentes dos fatores que
geravam insatisfação e desmotivação profissional. De modo que, como
exposto acima, os fatores que geram a motivação e satisfação estão ligados a
própria tarefa e por outro lado, os fatores eu geraram insatisfação e
desmotivação no trabalho estão relacionados aos fatores ambientais, ou seja,
os fatores externos, como o ambiente de trabalho.
O Ciclo Motivacional
O ciclo motivacional se dá através de alternâncias e repetições. O ser
humano tem uma tendência a um estado de equilíbrio. Quando há a ruptura
desse equilíbrio, surge então a necessidade ou carência, logo, surge o estado
de tensão, que existirá nesse indivíduo enquanto a necessidade ou carência
não for suficientemente suprida.
De acordo com Bergamini (1997), o estado de equilíbrio do sujeito está
proporcionalmente ligado à satisfação de suas necessidades, de forma que,
quando este processo não ocorre, o conflito pode ser sanado de três formas
diferentes, a saber:
• Satisfação da Necessidade – Este processo acontece quando o ciclo se
encerra plenamente, ou seja, o indivíduo retorna ao estado de equilíbrio
que havia perdido em função de alguma carência, necessidade ou
desejo percebidos, ainda que para isso demande algum tempo.
• Frustração da Necessidade – Este processo ocorre quando o indivíduo,
por algum motivo, seja ele externo ou interno, não consegue suprir a
necessidade percebida, mantendo assim um estado de tensão
permanente, ocasionando a frustração.
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• Compensação da Necessidade – Quando o ciclo motivacional é
interrompido, impedindo que uma determinada necessidade seja
suprida, esta é compensada por um desvio, ou seja, é temporariamente
compensada pela realização de algum outro desejo que não o inicial.
CAPÍTULO III
A MOTIVAÇÃO NO CAMPO ORGANIZACIONAL
Uma breve contextualização
As teorias motivacionais utilizadas no início da Revolução Industrial,
tinha o enfoque na remuneração, gratificações e bonificações em espécie, no
entanto, com o passar dos anos e com novos conhecimentos, o trabalhador
começou a buscar novas preocupações e motivações com seu emprego além
da questão financeira, ou seja, sua remuneração propriamente dita.
Atualmente, vê-se que muitas empresas conseguem manter uma boa
relação com seus funcionários, propiciando a estes um bom ambiente de
trabalho e constante crescimento destes e da própria empresa. De acordo com
Chiavenato (2005), funcionário feliz, ajuda na missão de gerar maiores lucros.
Estudar o tema motivação, é estudar também os diversos modos de
como se dá o comportamento humano, já que a motivação pertence ao interior
de cada indivíduo, determinando seu comportamento, sendo assim, as tantas
teorias motivacionais, buscam identificar nos indivíduos as necessidades
comuns entre elas, para que tanto a área gerencial, quanto seus funcionários
sejam beneficiados.
A administração da motivação se torna algo complexo de gerenciar pois,
cada pessoa possui interesses, necessidades e fatores que geram a motivação
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diferenciados. Num primeiro momento, os trabalhadores reagem a um
incentivo, que pode ser a remuneração ou mesmo o valor do seu trabalho.
Muitas organizações tem percebido a necessidade de promover a motivação
de seus funcionários na busca de obter bons resultados na organização e tem
se utilizado treinamentos, palestras motivacionais, dinâmicas para isso, mas
como exposto no capítulo 1, esse tipo de artifício apenas imprime nas pessoas,
e neste caso, nos funcionários, um sentimento de entusiasmo, mas que, a
longo prazo são esquecidos pelos funcionários.
Segundo Chiavenato (2005), quando uma pessoa entra em uma
determinada empresa e nela permanecem, acabam por desenvolver
determinadas expectativas e necessidades que precisam ser atendidas para
que vejam que seus esforços individuais têm significados e assim se sintam
motivados. De uma forma geral, as pessoas buscam serem reconhecidas por
seu trabalho, obter premiações por conseguir alcançar uma meta ou um
resultado pedido, receber elogio dos seus superiores e, sobretudo, ter
informação precisa para que possam tomar decisões acerca do seu trabalho.
Tendo em vista isso, cada pessoa age da forma que acredita que conseguirá
alcançar o objetivo desejado, considerando que a motivação é variável, ou
seja, à medida que uma necessidade é suprida, o indivíduo logo busca outros
objetivos, sejam eles pessoais ou profissionais.
De acordo com Vroom (1997), alcançar o sucesso dentro de uma
organização depende tanto da tecnologia utilizada por esta, como da qualidade
e desempenho das pessoas que trabalham em prol de um mesmo objetivo.
Importante dizer que no ambiente interno e externo da organização, a
motivação representa uma importante arma impulsionadora no que se refere a
inovação, contribuindo significativamente no aumento da competitividade da
organização.
Independente do método utilizado pela organização para motivar seus
funcionários, é de suma importância que a empresa valorize a experiência
29
profissional e o conhecimento de cada individuo, que crie um ambiente
prazeroso e propício ao desenvolvimento das tarefas laborais de modo que
este funcionário possa expressar sua potencialidade criativa e capacidades
técnicas e pessoais favorecendo então não somente o aperfeiçoamento e
crescimento de si próprio, como também da organização em que está inserido,
no entanto o que muito se vê é que:
Infelizmente, em muitas organizações é muito comum
encontrar um grande contingente de pessoas que não
nutrem a menor motivação por aquilo que fazem, esses
trabalhadores não experimentam, portanto, nenhuma
satisfação ou realização pessoal gerada por aquilo que
fazem em seu trabalho ( BERGAMINI, 2006, p.35).
Como visto anteriormente, as teorias que tratam sobre motivação, sejam
elas históricas ou contemporâneas, se referem a necessidades ou carências
que precisam ser supridas, para que o indivíduo volte ao seu estado de
equilíbrio. Vale considerar que esse impulso, ou seja, a motivação, vem de
dentro e tem suas fontes dentro de cada pessoa, ou seja, não há a
possibilidade de motivar alguém, sem que este sujeito tenha a vontade de
fazer o que se pede, referindo-se aqui, ao campo organizacional.
Todo comportamento motivacional só existe em função de
um estado interior de carência, portanto quanto maior for
este estado, maior será a motivação vigente, fazendo
assim com que a necessidade seja sinônimo de
motivação. Quanto maior a necessidade, maior a
motivação (BERGAMINI, 2006, p.89).
Dessa forma, a motivação se baseia nas necessidades de crescimento
de cada individuo e seus benefícios surgem a longo prazo já que, o prêmio
final da motivação é o desenvolvimento pessoal e profissional de cada sujeito.
30
Se no começo deste século, o desafio era saber quais ações poderiam
se feitas para motivar as pessoas, atualmente muda-se essa percepção, de
forma que hoje, já se sabe que cada pessoa carrega dentro de si suas próprias
motivações. É importante buscar recursos e praticar ações organizacionais que
não sufoquem as forças motivacionais dentro de cada pessoa e que a
organização aja de tal forma que os indivíduos não percam esse sentimento de
cooperação. Nenhuma pessoa se sujeita a desempenhar passivamente uma
determinada atividade sem que esta veja nessa ação algum significado para si,
dessa forma, o que se vê, é o fracasso de muitas organizações, mais por falta
de conhecimento em lidar com pessoas, do que por falta de conhecimento
técnico.
Quando se fala em motivação humana, parece inapropriado que
uma simples regra geral seja considerada como recurso
suficiente do qual se lança mão quando o objetivo é a busca de
uma explicação ao mesmo tempo mais abrangente e mais
precisa sobre as possíveis razões que levam as pessoas a agir.
Existem muitas razões que explicam uma simples ação
(BERGAMINI, 2006, P.26).
Em última análise, o estudo da motivação abarca os esforços para
conhecer como o comportamento começa, prossegue e finaliza. Dessa forma,
há que se conhecer os diversos tipos de escolhas que são feitas, de modo que
essas escolhas seguem a orientação individual de cada pessoa.
Fator Motivacional x Produtividade
Como já visto, a motivação no trabalho se origina no individuo, na
organização em que este está inserido em seu ambiente externo. Certamente
o desejo de todas as pessoas, no que se refere ao campo organizacional, é a
que exista a possibilidade de estar inserido em um ambiente de trabalho no
qual cada sujeito trabalhe bem, em um ambiente agradável, que possibilite a
31
satisfação dos desejos e necessidades tanto do trabalhador, quanto de seus
empregadores. Propiciar tal ambiente parece bem complicado pois, entende-se
que haja a necessidade de um entendimento comum entre indivíduos
completamente diferentes um do outro. No entanto, embora as pessoas sejam
tão diferentes entre si, o que elas tem em comum já é um bom inicio.
De acordo com Maximiano (2000), influenciam no comportamento e no
desempenho das pessoas, dois grupos motivacionais, a saber:
• Motivos internos – são os motivos que emergem do próprio sujeito, tais
como: valores, interesses, aptidões. São as forças internas individuais,
de ordem fisiológica e psicológica.
Segundo Bergamini (2006), motivação intrínseca é a força que nasce
dentro de cada individuo e que pode estar ligado a um necessidade ou
desejo. Quanto maior for essa necessidade, desejo ou carência, maior será
a motivação, ou seja, pode-se dizer que necessidade, desejo ou carência,
são sinônimos de motivação.
As pessoas entram em ação por varias razões. Há, no
entanto, grande diferença entre o movimento que se
origina das reações aos agentes condicionantes
extrínsecos ao indivíduo e a motivação que nasce das
necessidades internas e que tiram a sua fonte de energia
dessas necessidades e emoções (BERGAMINI, 2006,
p.84)
Desta forma, compreende-se que a motivação é um tipo de impulso
interno, onde não se pode motivar um individuo sem eu este esteja disposto a
isso. Esses impulsos representam determinadas formas de ação e
comportamento onde o indivíduo busca restabelecer seu equilíbrio, no entanto,
esse equilíbrio ou a total e plena satisfação de determinada carência ou
32
necessidade nunca são alcançadas, pois é este movimento cíclico que faz com
que o homem não pare e esteja sempre buscando novas necessidades e
percebendo novas carências, ou seja, é percebendo seu desequilíbrio
orgânico, que o homem age de forma a buscar novamente esse equilíbrio.
Considerando este movimento, fazer qualquer tipo de generalização no que se
refere aos tipos de objetivos motivacionais parece inapropriada e infantil. Cada
indivíduo tem possui estados de carência diferenciados, sendo assim, não
cabe imaginar que oferecer o mesmo objetivo motivacional para pessoas
diferentes, gerará resultados.
• Motivos externos – são motivos que nascem dentro do ambiente ou
situação em que o individuo se encontra. São os incentivos ou estímulos
que o ambiente oferece e despertam o interesse ou se mostram como
uma recompensa a ser alcançada.
Quanto mais contente a pessoa estiver com seu salário,
menor será sua disposição para reclamar desse aspecto
de sua relação com a empresa. Consequentemente, maior
a satisfação do trabalhador com o ambiente de trabalho
(MAXIMIANO, 2006, p.268).
Alguns especialistas no que se refere ao tema motivação defendem a
teoria de que qualquer tipo de comportamento pode ser condicionado por meio
de técnicas, e que a motivação seria sinônimo de condicionamento.
Tais pesquisadores pressupõem que o comportamento
humano possa ser planejado, modelado ou mudado por
meio da utilização adequada dos vários tipos de
recompensas ou punições disponíveis no meio ambiente.
É a isso que se chama de reforçadores de comportamento
(BERGAMINI, 2006, p.39).
33
Ainda de acordo com Bergamini, um dos grandes motivos que causam
confusão no que se refere à motivação é o uso inapropriado os termos
motivação e condicionamento. É importante dizer que ambos os termos
definitivamente não são a mesma coisa, de forma que e a utilização dessas
palavras como sinônimas tem representado a origem de um dos maiores
problemas quanto a compreensão daquilo que se mostra como a maior fonte
de energia do ser humano, ou seja, a motivação.
O que gera o crescimento tanto profissional, quanto pessoal do
individuo, são as atitudes motivadas. A motivação é responsável por trazer
resultados, atingir objetivos, cumprir metas, fazer com que a produção desse
trabalhador seja maior. Atualmente, o que se vê é que, a palavra produtividade
tem sido empregada por milhares de pessoas referindo-se à melhora em seus
ganhos financeiros, mas a noção de “produtividade no trabalho” está mais
voltada para o aumento da qualidade e quantidade do trabalho realizado pelo
trabalhador, e esse ganho depende exclusivamente da motivação intrínseca
desse sujeito.
Cherques (1991) diz que a motivação é o principal fator a influenciar na
obtenção de bons resultados na produtividade. Ou seja, os gestores que ainda
não perceberam que o sucesso de sua equipe e organização estão
intimamente ligadas a motivação, estão vivendo e empregando teorias
ultrapassadas.
Chiavenato (2005) expõe que atualmente as organizações têm
apresentado grande dificuldade em alcançar e manter resultados positivos, e
que isso independe da área de atuação da organização. É preciso que as
empresas contem com o comprometimento e desempenho de suas equipes
valorizando a expectativa que cada pessoa trás consigo de que o esforço
empregado em suas tarefas trarão resultados, as recompensas, ou seja, algum
tipo de beneficio ou gratificação pelo alcance dos objetivos pessoais e
empresariais. É também responsabilidade do gestor identificar se a equipe
34
apresenta algum problema ou anseio, de modo que identificando essas
carências, possa desenvolver ações que contribuam para a melhora do
desempenho das tarefas realizadas pelos colaboradores, de forma que, se a
intenção é melhorar o desempenho, a qualidade e a fidelização da equipe,
pode-se dizer que o ato de motivar, reconhecer e recompensar esse
trabalhador resultará no desenvolvimento do fator mais importante para a
empresa: o capital humano.
São os fatores motivacionais que fazem com que o trabalhador chegue
até os níveis mais altos de suas necessidades. São esses fatores também que
trazem satisfação e o aumento da produtividade, a ponto de chegar a
excelência. Cabe aqui, ressaltarmos alguns destes fatores:
• Dinheiro – Quando se fala em algum tipo de incentivo ou beneficio nas
organizações o dinheiro, ou um bom salário é o mais usado como forma
de motivação. Heller (1999) diz que é importante analisar não somente o
valor remuneração, mas todos os benefícios oferecidos pela
organização, tais como participação nos lucros. É por meio deste
incentivo que o indivíduo atende suas necessidades básicas e de
segurança, mas este incentivo não consegue fazer com que o sujeito
chegue a satisfazer suas necessidades sociais e de auto-realização.
• Segurança – Aqui podemos citar como incentivo clássico a assistência
médico-hospitalar ou ainda a utilização de práticas administrativas que
proporcionem a estabilidade que cada funcionário almeja. Há que se
ressaltar que se os insumos financeiros não forem o suficiente para
suprir as carências fisiológicas desse sujeito, essa estabilidade não
alcançará os objetivos desejados.
• Participação – Esse tipo de incentivo tem um efeito bastante positivo
para a instituição, de forma que ao permitir que o funcionário participe
das tomadas de decisão e resolução de problemas no cotidiano da
organização, este se sente mais integrado à equipe e a organização em
35
si, propiciando o aumento de sua segurança e autoconfiança, não
somente no campo organizacional, como também em sua vida pessoal.
• Aperfeiçoamento profissional – Este incentivo é bastante importante na
vida do trabalhador no sentido de sua formação profissional. Estar
constantemente se atualizando por meio de cursos, oficinas, favorece
ao trabalhador no sentido de que este não se sinta desatualizado e
conheça novas técnicas e preceitos administrativos.
• Avaliação de esforços – Neste tipo de incentivo vemos a valorização do
profissional no sentido de que por mais simples que seja a tarefa
realizada por este trabalhador, o resultado que ele propicia a
organização é de suma importância. Ser reconhecido por seus
superiores, sociedade e até mesmo seus colegas de trabalho, saber que
o seu trabalho tem grande significado para a empresa em que trabalha
tem se mostrado como um dos fatores mais fortes que fazem uma
pessoa permanecer em uma determinada empresa.
• Incentivo a criatividade – É responsabilidade do administrador propiciar
e facilitar formas de estimular a criatividade do funcionário, de forma que
este, podendo criar e dar novas possibilidades ao desenvolvimento de
suas tarefas terá mais interesses pelo seu trabalho.
De acordo com Chiavenato (2003), de todos os incentivos apresentados
anteriormente o que tem apresentado o menor poder de motivação é o
dinheiro, pois as empresas tem feito a aplicação desse incentivo de forma
incorreta. O dinheiro pode sim, ser um bom motivador, no entanto, o
trabalhador precisa perceber a relação direta ou indireta entre o seu
desempenho e sua remuneração de forma que as pessoas buscarão cada vez
mais melhorar seu desempenho nas realizações de suas tarefas diárias para
alcançar o resultado financeiro que almeja.
Importante ressaltar também a importância que o gestor exerce sobre
seus funcionários, de forma que aqueles devem exercer um papel
intermediador entre a organização e os funcionários executores das tarefas
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diárias. O gestor deve ter preparo e competências necessárias para ser um
bom líder e criar condições onde os trabalhadores tenham prazer, vontade e
entusiasmo na realização de seu trabalho.
Desentendimentos no ambiente de trabalho e problemas pessoais são
uma das mais significativas causas de insatisfação e desmotivação no
trabalho, fazendo com que a qualidade de vida no ambiente organizacional
fique num clima desfavorável para a realização das tarefas desse trabalhador,
levando-o a frustrações com o trabalho e com a própria empresa. Tendo em
vista esse panorama, é de suma importância medir os níveis de motivação dos
funcionários, para que surjam então oportunidades de ação. Ao menor sinal de
descontentamento, desinteresse, falta de entusiasmo com a empresa e com
suas tarefas ou até mesmo falta de ambições no que se refere à sua própria
carreira profissional é preciso que o gestor interfira neste processo e defina
ações motivacionais que possam reverter este quadro e que possa reinflamar a
motivação neste funcionário, antes que este funcionário dissemine a
desmotivação e insatisfação por toda a organização.
Chiavenato (2002) explicita que propiciar o desenvolvimento do
trabalhador através de treinamentos são imprescindíveis para o sucesso da
organização. De fato, o sujeito desenvolve melhor seu trabalho quando este é
especializado em seu cargo e atualmente, na era do conhecimento, da
informação, o valor intelectual do individuo se tornou morda de troca entre
empresa e funcionário. Treinamento no campo organizacional está relacionado
à uma das muitas maneiras de adquirir aptidões, conhecimentos, habilidades e
competências sob a forma de seminários, cursos, palestras entre outras
formas pra que este indivíduo tenha uma boa formação profissional e
vislumbre assim um crescimento em sua carreira profissional.
Tendo em vista esse crescimento profissional, o que se vê hoje em
muitas organizações é que os trabalhadores buscam melhores cargos, tendo
como motivação melhores salários. Segundo Maximiano (2006), quanto maior
37
for a satisfação do trabalhador com seu salário, menor será a disposição desse
mesmo trabalhador reclamar dessa questão na organização em que está
inserido.
O trabalhador que consegue vislumbrar na organização na qual trabalha
os pontos abordados acima como os fatores motivacionais, as possibilidades e
formas de motivação dentro da empresa, começa então sua busca pela auto-
realização, último nível da pirâmide de Maslow, citada no capítulo 2. Para que
este indivíduo sinta-se então realizado dentro da empresa, há que se
considerar os fatores que geram a motivação no trabalho tais como
reconhecimento de seus superiores e colegas, crescimento profissional, as
condições externas do trabalho, os benefícios oferecidos pela empresa, cita-se
aqui inclusive o salário e o trabalho em si.
De acordo com Chiavenato (2002), os indivíduos que apresentam alto
grau de motivação, tendem a desempenhar tarefas que estimem ser de
dificuldade mediana com a mesmo e acreditam ter a mesma probabilidade de
fracasso ou sucesso relativamente iguais. Tendo em vista essa colocação, diz-
se que as necessidades de auto-realização são qualificadas como
provocantes, variadas, e exigem criatividade.
Por fim, Maximiano (2006) diz que é de responsabilidade da motivação
o processo de magnitude, direção e perseverança que a pessoa precisa ter
para chegar a uma meta, seja ela pessoal ou organizacional. Para que isto
ocorra, é responsabilidade da empresa proporcionar condições necessárias
para que este funcionário tenha prazer ao realizar suas tarefas laborais,
entusiasmo em suas atividades, e que os lideres se coloquem e representem
para os seus subordinados sobre tudo como exemplos, pessoas que inspirem
à outros a fim de que a adesão desses funcionários seja espontânea e total,
sendo revertida em beneficio não somente para si próprio, como para toda a
organização.
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CONCLUSÃO
Pensar padrões de estímulos com o intuito de motivar esta ou aquela
pessoa de forma igual, é acreditar que estas mesmas pessoas tem a mesma
forma de agir, pensar e perceber o mundo, no entanto, sabe-se que cada
sujeito é único em sua individualidade, sendo assim, não há uma teoria que
assegure que o funcionário será motivado por ela, justamente porque cada
indivíduo é único em sua forma de viver e se relacionar com o meio em que
está inserido. Cada pessoa reage de maneira diversa a estímulos
semelhantes, de forma que as necessidades, desejos e aspirações variam de
acordo com os objetivos individuais de cada pessoa. Esse é o grande desafio
no contexto organizacional, saber lidar com essas diferenças.
As necessidades variam de pessoa para pessoa, e elas também podem
variar para um mesmo funcionário no decorrer do tempo, de forma que, o que
motiva hoje, pode não motivar amanhã, ou ainda desmotivar, ou seja, cada
pessoa tem uma escala pessoal de valores e é essa escala que determina o
39
comportamento motivacional de cada funcionário. Cada pessoa busca
satisfazer suas necessidades de acordo com sua personalidade, e cada
indivíduo tem uma forma única de perceber, sentir e interagir com a
organização, sendo assim, é notório que tais fatores são de suma importância
para que desenvolva a motivação intrínseca de cada funcionário. É de
responsabilidade dos gestores perceber o que motiva seus funcionários, a fim
de buscar formas de manter esse funcionário motivado, tentando diminuir o
conflito entre desejos e necessidades individuais deste e as exigências
organizacionais.
A teoria dos dois fatores de Herzberg pode ser um bom indicativo das
condições necessárias para que a motivação intrínseca desse funcionário seja
mantida, de forma que, para que o funcionário esteja motivado ele precisa de
boas condições de trabalho, um modelo de gestão coerente, uma relação
amigável com seus superiores, entre outros. Fazer com que esse funcionário
se sinta parte da equipe, e reconhecido por seus pares e gestores, é um bom
caminho para que esse colaborador trabalhe motivado, de forma que
certamente essa equipe será bastante produtiva.
No entanto, apesar dos indicativos acima, as organizações
precisam compreender o caráter individual do processo motivacional onde,
muito dificilmente, os funcionários de uma empresa estarão todos plenamente
satisfeitos, pois o ciclo motivacional indica que sempre existirá uma
necessidade ou desejo não atendido, fazendo com que surjam diversas outras
necessidades, direcionando novas condutas motivacionais. É importante que a
empresa consiga fazer com que esse funcionário perceba sua importância no
todo do processo, sua missão e onde ele se encaixa dentro da visão macro da
organização, para que assim se perceba fazendo parte de algo maior do que a
simples realização de sua tarefa laboral diária. Assim, caberá somente ao
próprio funcionário estar ou não motivado, mudando suas atitudes sempre que
necessário e se comprometendo cada vez mais com os resultados
organizacionais.
40
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