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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA LATO SENSU A PRODUÇÃO DA ENERGIA EÓLICA NA MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA Danielle Gomes de Andrade ORIENTADOR: Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

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1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

LATO SENSU

A PRODUÇÃO DA ENERGIA EÓLICA NA MATRIZ

ENERGÉTICA BRASILEIRA

Danielle Gomes de Andrade

ORIENTADOR: Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2016

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ROTEGID

O PELA

LEID

E DIR

EITO A

UTORAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em MBA EM GESTÃO DE SISTEMAS

A PRODUÇÃO DA ENERGIA EÓLICA NA MATRIZ

ENERGÉTICA BRASILEIRA

Rio de Janeiro

2016

3

AGRADECIMENTOS

Primeiramente а Deus qυе me permitiu chegar até aqui com saúde e sabedoria

e por ser o meu mestre maior em todos os momentos da minha vida.

Ao meu esposo Rodrigo, pelo amor, encorajamento е apoio incondicional.

Agradeço а minha mãe Janette, heroína qυе mе dеυ todo apoio e incentivo nаs

horas mais difíceis.

Ao mеυ pai Paulo qυе, apesar da distância, sempre foi muito presente me

dando todo o apoio e incentivo necessário.

A todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte da minha formação, о mеυ

muito obrigado.

4

DEDICATÓRIA

Dedico a todos os meus familiares, amigos e professores pelo apoio e incentivo

durante toda a confecção deste trabalho.

5

RESUMO

Este trabalho apresenta um panorama da energia eólica no Brasil e no mundo.

As realidades e perspectivas brasileiras deste setor, analisando a produção da

energia eólica e os impactos da geração desta energia na matriz energética

brasileira e seu potencial eólico. Entre as diversas fontes renováveis, a energia

eólica se destaca no mundo e avança em ritmo acelerado, em função de seu

desenvolvimento tecnológico de eficiência e incentivos governamentais (O

PROINFA e os Leiloes), sendo assim dos estudos realizados concluiu-se que a

tecnologia eólica é apropriada como fonte complementar e uma forte opção

para diversificar a geração da eletricidade e apresenta-se como importante

ferramenta para combater os efeitos das alterações climáticas no Brasil e

principalmente no Nordeste brasileiro, onde esta localizada o maior potencial

de geração eólica.

6

METODOLOGIA

Esta pesquisa refere-se a um estudo de cunho bibliográfico e documental,

baseado em bibliografias, pesquisas via WEB (sites: MMA, GWEC, EPE,

WWEA, ABEEÓLICA), artigos, documentos oficiais (Atlas do Potencial Eólico

Brasileiro, 2001), trabalhos acadêmicos (DUTRA, 2001), livros (Fundamentos

de Energia Eólica), dentre outras literaturas. Informações e dados estatísticos

foram usados de empresas que controlam a distribuição da energia, tais como

(ANNEL) e (CEPEL).

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

Breve historico da Energia Eólica............................................................................. 12

1.1 - Equipamentos utilizados na produção da Energia Eólica .............................. 15

1.1.1 - Desenvolvimento dos equipamentos para a geração da Energia Eólica....16

1.2 - Parâmetros para o planejamento de um sistema eólio.................................... 21

1.2.1 – Medição do vento .................................................................................... 21

1.2.2 – Rugosidade do Terreno ......................................................................... 22

1.2.3 – Orografia ................................................................................................. 22

1.2.4 – Obstáculos ............................................................................................... 23

1.2.5 – Camada Limite ........................................................................................ 25

1.3 - Vantagens e desvantagens do uso dessa energia.......................................... 27

1.4 - Energia Eólica no Mundo ................................................................................ 29

CAPÍTULO II

Energia Eólica no Brasil............................................................................................. 32

2.1 – Potencial Eólico Brasileiro........................................................................... 34

CAPÍTULO III

Aspectos Ambientais: Incentivos para a diversificação da Energia Eólica .................. 37

8

3.1 - Incentivos governamentais a Energia Eólica ...................................................... 40

3.1.1 - O PROINFA............................................................................................................... 40

CAPÍTULO IV

Prognóstico da energia eólica no Brasil........................................................................ 41

4.1 - Tendências no setor Eólico – Offshore ............................................................... 44

CAPÍTULO IV

Legislações vigentes para a produção e distribuição da energia eólica: Licenciamento

Ambiental...................................................................................................................... 46

CONCLUSÃO 50

BIBLIOGRAFIA 51

ÍNDICE 57

ÍNDICE DE FIGURAS 58

9

INTRODUÇÃO

A primeira usina hidrelétrica do Brasil entrou em operação no rio

Ribeirão do Inferno, afluente do rio Jequitinhonha, em Minas no ano de 1883

Gerais. A usina, do tipo fio d’agua, foi instalada em uma queda bruta de 5

metros e possuindo apenas dois dínamos Gramme, com 4 e 8 HP, que

geravam energia capaz de movimentar bombas d’água para desmonte das

formações nas minas de diamante. Até a década de 60, “a história do setor foi

marcada por conflitos entre capitais públicos e estrangeiros” (ARAÚJO, 2005,

p.35).

Em meados da década de 70 uma política governamental de incentivo

estimulou a utilização da hidroeletricidade, sendo fortemente ampliada como a

principal fonte de geração de energia elétrica, em função de o país apresentar

condições hidrológicas favoráveis em seu território.

A produção de energia elétrica no Brasil alcançou no final do séc. XX,

uma ótima posição com uma matriz baseada na hidroeletricidade. No entanto,

as construções de novas usinas hidroelétricas tornaram-se cada vez mais

inviáveis devido aos fortes impactos negativos a fauna e a flora e da

necessidade de ter um grande reservatório de agua para sua construção e

funcionamento.

A taxa de crescimento acelerado da população e por consequencia, o

consumo aumentado de bens e serviços, causou uma expressiva demanda

energética. Durante este período, as constantes intervenções governamentais

no setor elétrico sofreram com a falta de planejamento e investimentos, cujas

conseqüências foram desequilíbrios rotineiros no fornecimento de energia

elétrica que resultaram nos “apagões” do início dos anos 2000.

Estes acontecimentos reforçaram a necessidade de diversificação da

matriz energética. Além disso, o aumento da preocupação com as mudanças

climáticas decorrentes da produção de gases do efeito estufa fortaleceu a

utilização de fontes alternativas.

10

Em resposta a crise do setor elétrico e, com a finalidade de atender as

demandas deste setor foram criados novos incentivos governamentais para

diversificação da matriz energética brasileira, levando a criação de programas

como o PROINFA - Programa de Incentivo a Fontes Alternativas de Energia.

Desde então, a utilização de energias renováveis começou a se

consolidar no Brasil, com a realização dos leilões de energia voltados

exclusivamente para fontes alternativas, como as Pequenas Centrais

Hidrelétricas, a biomassa e centrais eólicas, regulamentado por meio do

Decreto nº 6.048 , de 27 de fevereiro de 2007. Desde a criação do Proinfa e os

sucessivos leilões de compra e venda deste tipo de energia, o setor de

produção de energia eólica vem aumentando sua participação no contexto

energético brasileiro nos últimos anos.

Segundo Alves (2009) a importância do potencial eólico no Brasil, já é

algo comprovado e tem despertado o interesse de vários fabricantes e

representantes dos principais países envolvidos com energia eólica, a criarem

estratégias que possam potencializar seu uso e aplicação. A excelente

qualidade nos níveis de radiação solar e ventos fortes principalmente na costa

nordestina fazem com que o Brasil seja um ponto estratégico para a entrada de

novas tecnologias na America Latina. A presença da empresa Wobben Wind

Power no Brasil - primeira fabricante de aerogeradores (turbinas eólicas) de

grande porte da América do Sul mostra o grande interesse no mercado eólico

da America do Sul, dentro das perspectivas de expansão desse mercado.

O grande potencial eólico no mundo, associado com a possibilidade de

gerar energia em larga escala torna esta fonte a grande alternativa para

diversificar a matriz energética do planeta e reduzir a dependência ao petróleo.

Com a tendência de redução nos custos de produção de energia eólica, e com

o aumento da escala de produção, a eólica se tornara uma das fontes de

energia mais barata.

11

Desta forma, o presente estudo se dividirá em 4 capítulos, onde no 1°

será abordado um breve histórico da energia eólica, de como , quando e onde

surgiram os primeirso equipamentos eólicos, sua evolução e o avanço

tecnológico alcançados com passar dos anos. Parametros para um bom

planejamento de um sistema eólico devem ser condiderados, Medição do

vento, rugosidade do terreno, Orografia, Presença de obstáculos nas

redondezas e a Camada Limite, assim como as vantagens e desvantagens

dessa energia. Embora seja apresentado algumas desvantagens ela não se

sobrepõe ás vantagens, uma vez que a energia eólica é limpa e possui um

impacto ambiental insignificante. Ainda nesse capítulo abordaremos sobre a

Energia eólica no mundo, onde será possível analisar o desenvolvimento e a

produção desta fonte de energia nos principais Países.

No capitulo 2, o tema refere-se energia eólica no Brasil e o seu grande

potencial, por ser um pais considerado um dos mais ricos em recursos naturais,

o que faz dele um grande potencial para instalação de novas fontes de energia

renovável. Os destaques vão para região Nordeste e Sul, regiões que

apresentam ventos propício para o aproveitamento da energia eólica. O

capítulo 3 fomenta sobre os Incentivos para a diversificação dessa energia,

pois atualmente essa a eólica tem sido utilizada em grande escala em todo

mundo, o motivo está relacionado com o custo-benefício e sua tecnologia

avançada. No Brasil, a geração eólica teve seu impulso através de incentivos

fiscais e leilões voltados à sua comercialização.

O quarto capítulo aborda a estimativa da energia eólica no Brasil que, a

cada ano vem crescendo em larga escala, com novas instalações de usinas

eólicas, somando a Matriz energética brasileira fazendo com que Brasil seja um

mercado mais promissor da américa latina e consequentemente reduzindo a

poluição do ar graças à energia eólica que se intensificará nos próximos anos,

visto que o país está investindo pesadamente neste segmento. Por fim o último

capítulo trata das legislações vigentes para a produção desta energia.

12

CAPÍTULO I

Breve Histórico da Energia Eólica

As primeiras formas de utilizações da força eólica pelo ser humano não

tem datação precisa, mas sabe-se que ocorreram a milhares de anos no

Oriente. Provavelmente eram equipamentos que utilizavam a força

aerodinâmica sobre placas ou velas para a produção de trabalho (AMARANTE

et al., 2001).

No século XI surgiram os moinhos de ventos, a partir do século XIV

houve uma diversificação no uso destes moinhos, as máquinas já

apresentavam grande evolução técnica e eram largamente utilizadas como

fonte de energia para moagem de grãos, serrarias e bombeamento de água.

Nos séculos seguintes o uso das máquinas eólicas teve grande expansão na

Europa, destacando-se a utilização na Holanda. A Figura 1 representa um

moinho holandês.

Figura 1: Tradicional moinho holandês (Extraído de EWEA 2004, p.8).

13

No século XIX, nos Estados Unidos da América (EUA), ocorreu uma

intensificação na produção e utilização de energia eólica em larga escala de

máquinas eólicas. Em 1863, de acordo com a figura 2, após a abolição da

escravatura nos EUA, iniciou-se a utilização do cata-vento múltipla para

bombeamento d’água, sendo produzida em escala industrial em centenas de

milhares de unidades/ano com preços acessíveis a população. O cata-vento

múltiplo, produzido pelos EUA, se expandiu por diversos continentes e inclusive

pelo Brasil, que na década 1880, possuía uma dezena de fabricantes em todo

o país. (ANTÔNIO; MICHAEL; ODILON; 2001 p. 13).

Figura 2: Principal marco do desenvolvimento da energia eólica no período do século

XI ao século XIX (Extraído de DUTRA, 2001).

Com as evoluções técnicas nas pás e nos eixos dos moinhos, países

como Inglaterra, Holanda e Bélgica obtiveram melhores desempenhos em

números de equipamentos eólicos, enfatizando a grande influência deste

produto. Porém a Revolução Industrial no século XIX determinou certo

desinteresse pelo uso dos cata-ventos, já que com a descoberta da máquina a

vapor no cenário europeu, e posteriormente as grandes reservas petrolíferas

que alimentavam os motores de combustão interna, fizeram com que os

moinhos de vento perdessem a posição de destaque (FRATE, 2006).

A primeira turbina eólica de pequeno porte para geração de energia

elétrica foi desenvolvida em 1888 pelo americano Charles Brush (1849-1929),

para carregar um sistema de baterias (figura 3). A turbina era composta por um

gerador de 12 KW, e o diâmetro do rotor tinha 17 metros. Esse sistema

14

contribuiu muito para o progresso da tecnologia eólica, favorecendo assim o

acesso de habitantes do meio rural a energia elétrica. Dezenas de milhares

aerogeradores foram produzidos e instalados nos EUA, sendo exportados para

diversos países.

Figura 3: Primeira Turbina eólica (Extraído de INETI, 2003).

Entre as décadas de 1940 e 1950 nos EUA e na Dinamarca,

verificavam-se os primeiros aproveitamentos da energia eólica para produção

de energia elétrica. (AMARANTE at al., 2001).

Entre os anos de 1970 e 1980 devido a grande primeira crise do

petróleo, muitos países inclusive o Brasil investiram na pesquisa para a

conversão da energia eólica em elétrica. Nesta mesma época foi datada a

turbina DEBRA de 100 KW, na qual foi construída entre o consórcio Brasil e a

Alemanha (DEBRA = Deutsche Brasileira) (AMARANTE at al., 2001).

Dutra (2001) também afirma que diante de consecutivos choques no

preço do petróleo que causou o aumento do combustível, acarretou na

retomada de pesquisas e investimentos no setor eólico de grande porte. Países

como Estados Unidos, Alemanha e Suécia começaram novos investimentos

15

para a fabricação de modelos inovadores. A partir dos anos 80 Alemanha

demonstrou bastante interesse e empenho em investir no setor eólico com

aerogeradores de grande porte, como mostra a figura 4. (FRATE, 2006).

Figura 4: Principal marcos do desenvolvimento da Energia Eólica no Século XX

(Extraído de DUTRA, 2001).

Com a instabilidade do preço do petróleo pelas crises, mencionadas

anteriormente, os conflitos entre os países produtores e sucessivos cortes na

oferta do produto, inúmeras nações passaram a optar por energias alternativas,

renováveis e limpas. De acordo com (EWEA, 2003), “Um total de 180.000 MW

serão instalados até o ano de 2020, dos quais 70.000 MW devem ser em locais

onde possuem uma superfície aquática como oceanos, mares e lagos -

offshore”.

1.1. Equipamentos utilizados na produção da Energia Eólica

A energia cinética é convertida em energia mecânica rotacional pela

turbina eólica. Essa energia mecânica é transmitida pelo eixo através de uma

caixa de engrenagens ou diretamente ao gerador, que realiza a conversão

eletro-mecânica, produzindo energia elétrica. (CRESB-CEPEL).

16

Um aerogerador consiste num gerador elétrico movido por uma hélice,

que por sua vez é movida pela força do vento. A hélice pode ser vista como um

motor a vento. Os materiais mais utilizados na fabricação das pás são plásticos

reforçados (poliéster ou epóxi) e fibra de vidro. Fibra de carbono, aço, alumínio,

madeira e madeira-epóxi são outros materiais usados em menor escala. O

ideal é que as pás sejam leves e resistentes para girarem facilmente.

1.1.1. Desenvolvimento dos equipamentos para a geração da Energia

Eólica

Para a geração de energia elétrica, as primeiras tentativas feitas com o

uso da energia eólica datam no final do século XIX. A primeira turbina eólica

para geração de eletricidade foi construída em 1988 por Charles Brush, tinha

capacidade de 12 KW e visava alimentar de energia elétrica sua mansão

(FAVRE, 1998).

No início da utilização da energia eólica, surgiram turbinas de vários

tipos – eixo horizontal, eixo vertical, multipás, com apenas uma pá, com duas e

três pás, etc.

As turbinas podem ser classificadas em eixo horizontal ou vertical, sendo

esta última de reduzida utilização. As horizontais podem ter rotor de uma, duas,

três, ou mais pás. Os rotores de três pás são os mais comumente utilizados. A

seguir, os principais modelos relativos aos tipos de classificação mencionados:

Eixo Vertical: Esse tipo de rotor, não necessita de mecanismo de

direcionamento, e isso é a sua principal vantagem. Como desvantagens,

apresentam o fato de suas pás, devido ao movimento de rotação, terem

constantemente alterados os ângulos de ataque e de deslocamento em relação

à direção dos ventos, gerando forças resultantes alternadas, o que além de

causar vibrações acentuadas em toda a sua estrutura, limita o seu rendimento.

17

Figura 5: Eixo vertical (Extraído de CRESESB, 2008)

Eixo Horizontal: Os rotores de eixo horizontal são os mais comuns, e grande

parte da experiência mundial está voltada para a sua utilização, principalmente

nos padrões de rotores utilizados nos aerogeradores moderno, isso se deve a

grande relação de potência extraída por área de varredura do rotor, muito

superior ao rotor multipás, pois além do seu rendimento máximo ser o melhor

entre todos os tipos, situa-se em velocidades mais altas.

Figura 6: Eixo Horizontal (Extraído de CRESESB, 2008)

18

Segundo Barbosa (2008) os aerogeradores são classificados quanto ao porte:

Pequeno porte – potência nominal menor ou igual a 10 KW e sendo ideais

para residências e fazendas conforme figura 7.

Figura 7: Pequeno Porte (Extraído de CRESESB, 2008)

Médio porte – com potência nominal entre 10 até 250 KW, sendo eficientes

para pequenas comunidades, sistemas híbridos e na geração distribuída (figura

08).

Figura 08: Médio Porte (Extraído de CRESESB, 2008)

19

Grande porte – potência nominal acima de 250 KW, sendo empregadas em

larga escala em parques eólicos e na geração distribuída (figura 09).

Figura 09: Grande Porte (Extraído de CRESESB, 2008).

As primeiras turbinas eólicas comerciais instaladas na Europa e nos

EUA no início da década de 1980 tinham potências nominais situadas na faixa

de 50 a 100 KW e diâmetros de 10 a 20m.

O comércio de aerogeradores no mundo se desenvolveu rapidamente

em tecnologia e tamanhos durante os últimos 15 anos. A figura 10 mostra o

impressionante desenvolvimento do tamanho e do potência de aerogeradores

desde 1985.

20

Figura 10: Evolução dos aerogeradores desde 1985 até 2010 (Extraído de Atlas eólica

do Estado de São Paulo, 2012).

O avanço tecnológico dos aerogeradores é um dos principais

responsáveis pelo aumento de competitividade e introdução crescente da

energia eólica na matriz energética mundial. O franco desenvolvimento da

tecnologia dos geradores colabora para que centrais eólicas operem com alta

disponibilidade (>97%) e pouco impacto ambiental. Vários fatores incentivaram

esse crescimento, tais como relação mais favorável de custo por energia

gerada de uma turbina eólica, melhor utilização do terreno de um sítio, menor

custo de manutenção por potência instalada, entre outros. Nos últimos anos,

embora ainda exista interesse em aerogeradores gigantes para o mercado

offshore, houve um nivelamento do tamanho das máquinas eólicas em função

do principal mercado, que são as instalações em terra com potência nominal

entre 1,5 MW a 3 MW.

Um aerogerador moderno de grande porte é constituído, basicamente,

por um rotor de três pás esbeltas conectadas por um eixo a um sistema de

geração alojado em uma nacele - carcaça que abriga grande parte do

mecanismo de funcionamento de um aerogerador (CAMARGO, et al.,2013).

21

1.2 Parâmetros para o planejamento de um sistema eólico

Haja vista que a velocidade do vento pode variar significativamente em

curtas distâncias (algumas centenas de metros), segundo DUTRA, 2008 os

métodos para avaliar o local, onde se pretende instalar turbinas eólicas, devem

levar em consideração todos os parâmetros regionais que influenciam nas

condições do vento. Entre os principais fatores que podemos destacar e que

influenciam diretamente no regime dos ventos são:

• Medição do vento, a variação da velocidade com a altura;

• A rugosidade do terreno, que é caracterizada pela vegetação, utilização da

terra e construções;

• Orografia;

• Presença de obstáculos nas redondezas;

• Camada Limite, região atmosférica que é diretamente afetada pelas

propriedades da superfície terrestre (fricção, aquecimento e resfriamento).

1.2.1 Medição do vento.

Tendo em vista que o vento é o mais importante para o projeto, o

mesmo é medido e acompanhado por anemômetros e sensores de direção no

local em questão. Os dados coletados durante as medições serão processados

em um computador no WAsP com a finalidade de fazer o tratamento estatístico

do ventos.

Os equipamentos devem ser selecionados cuidadosamente, pois as

medições não podem ter possíveis obstáculos ao redor, que venham a interferir

nos resultados interpretando conclusões deturpadas.

22

Todos os dados do vento que foram coletados pelos anemômetros e os

sensores de direção são armazenados em um datalogger que memorizam

informações a respeito do ar onde na maioria das vezes fazem medições a

cada 10 minutos. (CALDAS, 2010).

1.2.2 Rugosidade do Terreno

A rugosidade então pode ser definida como qualquer imperfeição e

irregularidade de um terreno, que venha a alterar tanto o fluxo do vento, quanto

a velocidade em diferentes alturas.

Nem sempre todas as áreas mantém uma regularidade do terreno em

que não haverá variações no relevo. Normalmente esses locais possuem

algum tipo de vegetação ou algum tipo de superfície menos ou mais rugosa

que irá diferenciar o regime do vento, podendo causar algum tipo de

perturbação alterando assim seu escoamento.

Segundo Pinto (2013), as superfícies com brandas e calmas como um

mar sem ondulações oferecem pouca resistência, onde a mudança da

velocidade com a altura é considerada moderada. Por sua vez, uma região de

floresta ou em uma cidade os ventos de superfície são de baixa intensidade

devido as irregularidades.

1.2.3 Orografia

A orografia, que é o estudo de relevos, vai apontar quais serão as áreas

que terão uma grande disponibilidade de ventos configurando em um aspecto

relevante na escolha do local para a instalação de turbinas eólicas,

influenciando no escoamento atmosférico de um dado local.

As áreas montanhosas, as depressões e vales, podem alterar as

características do escoamento dos ventos como pode ser visto na figura

abaixo:

23

Figura 11: Influência da Orografia na Velocidade do Vento (Extraído de CALDAS,

2010).

Na figura supracitada evidencia-se que o escoamento do vento é

diferenciado na subida do monte, onde é forçado a atingir uma inclinação que

comprometerá a execução das turbinas eólicas caso elas sejam instaladas

nestes ambientes, pois as mesmas são construídas e programadas apenas

para receberem um escoamento na horizontal.

Já a projeção destas turbinas em locais onde se tem uma declividade,

cria-se uma zona de turbulência ocorrendo uma brusca mudança na velocidade

vento, bem como na dispersão do mesmo devido a montanha, conferindo

assim em um local inapropriado para a instalação de equipamentos eólicos

devido a diminuição da potência disponível. (JERVELL, 2008).

1.2.4 Obstáculos

Tendo feito as análises de orografia e rugosidade de um terreno, há de

se verificar ainda a presença de obstáculos no local objeto de estudo. Um

obstáculo pode ser conceituado como qualquer construção que irá causar

24

variações significativas no território e estejam próximas da área de interesse.

(CALDAS 2010).

Caldas ainda afirma que os obstáculos por serem barreiras concretas no

meio ambiente, influenciam diretamente nos regimes de vento reduzindo

expressivamente a sua velocidade, bem como gerando zonas de fluxo de ar

turbulento. Logo abaixo é demonstrado como se comporta um fluxo de vento

na presença de obstáculos nas proximidades da área em questão.

Figura 12: Fluxo do Vento na Presença de Obstáculos (Extraído de

JERVEL, 2008).

Com base na figura ,anterior conforme Moreira (2010) nota-se que o

vento se divide ao ir de encontro com a superfície do obstáculo onde parte do

vento não ultrapassa formando uma esteira à montante. Já a parte do vento

que consegue transpôr a barreira também forma uma esteira à jusante da

edificação.

Vale ressaltar que existe uma combinação de outros fatores que

influenciam no comportamento eólico como o molde dos obstáculos, a distância

entre eles, seu grau de porosidade e quão alto o mesmo pode ser. Sendo

assim a escolha de um ambiente urbano para a instalação de uma turbina

eólica torna-se mais complexa, devido à grande quantidade de obstáculos

necessitando uma análise mais aprofundada (MOREIRA, 2010).

25

1.2.5 Camada Limite

Além da influência da orografia e rugosidade de um solo, existe um outro

fator chamado camada limite (CL) que basicamente encontra-se na troposfera

e que sofre influências diretamente da superfície do planeta (MOREIRA, 2007).

Segundo Freire (2012) pode ser definida como uma região atmosférica que é

diretamente afetada pelas propriedades da superfície terrestre (fricção,

aquecimento e resfriamento), que geram turbulência e podem assim manter

este local misturado até uma determinada altura onde há uma inversão térmica

restringindo a troca de ar.

Conforme Pinto (2013) a camada limite atmosférica (CLA) pode ser

dividida em 3 faixas distintas:

• Camada limite sublaminar, que consiste em uma extensão de alguns

centímetros e com velocidades de vento nulas ou quase nulas;

• Camada limite superficial, que se encontra na faixa de 50 até 150 m de

altitude;

• Camada limite planetária, que se encontra na faixa de 1000 até 2000 m de

altitude.

Complementando ainda a camada limite é modificada dependendo do

horário e das condições climáticas e atmosféricas, onde a faixa na qual a

velocidade do vento não sofre nenhum tipo de modificação está compreendida

entre 600 e 2000 m. A seguir como uma forma de exemplificação é mostrado

um esquema entre a velocidade do vento variando com a altura:

26

Figura 13: Camada Limite Compreendida Dentro da Área Atmosférica (Extraído de

MARTINS, 2008).

Conforme visto na última figura e de raciocínios mencionados

anteriormente, as zonas mais próximas a superfície do solo possuem alta

turbulência devido a rugosidade que vai decrescendo a medida com que a

altitude aumenta. Já para regiões que estão em altitudes superiores a 600 m de

altitude, a superfície do solo não oferece nenhum tipo de influência e o fluxo de

ar move-se ao longo de linhas isóbaras. Essa movimentação de massas de ar

é denominada de vento geostrófico (PINTO, 2013).

As informações necessárias para o levantamento das condições

regionais podem ser obtidas a partir de mapas topográficos e de uma visita ao

local de interesse para avaliar e modelar a rugosidade e os obstáculos. O uso

de imagens aéreas e dados de satélite também contribui para uma análise

mais acurada.

Para que a energia eólica seja considerada tecnicamente aproveitável,

é necessário que sua densidade seja maior ou igual a 500 W/m2, a uma altura

de 50 m, no que requer uma velocidade mínima de 7 a 8 m/s

(GRUBB;MEYER,1993).

27

Todos estes dados são tratados e manipulados em um programa

chamado Wind Atlas Analysis and Aplication Program (WAsP), desenvolvido por

Niels G. Motensen, Lars Landberg e todos integrantes do RISØ National

Laboratory for Sustainable Energy na Dinamarca. O WindPRO é outro software

que pode atuar em conjunto com o WAsP na qual pode ser utilizado na

digitalização de dados de mapas, estimar e otimizar a eficiência e a produção

de parque eólicos como também mapeia os recursos eólicos (PINTO, 2013).

1.3 Vantagens e Desvantagens do Uso da Energia Eólica

Toda a forma de aproveitamento de recursos naturais com fins

energéticos causa, em maior ou menor escala, alterações no meio, porém um

dos motivos do crescimento da utilização da energia eólica na produção de

energia elétrica é seu impacto ambiental mínimo. Com isso esta opção possui

vantagens que Barbosa (2008) comenta:

• Sustentável: A energia eólica consome em sua produção um recurso

que é natural e renovável, o vento, e esta é uma fonte inesgotável

proveniente da natureza;

• Preserva a fauna e a flora: No ambiente em que estão instalados os

aerogeradores não existe a necessidade de retirada dos animais,

nem de retirada da vegetação. Estes podem coexistir sem prejuízo a

nenhuma das partes. Para as aves, deve ser feito um estudo e um

planejamento, com o objetivo de propiciar a livre passagem das aves;

• Não polui: Em todo seu processo não existe nenhum tipo de

liberação de poluentes ao meio que estão instalados os geradores de

energia. A geração de energia através do vento é um processo limpo,

isento de contaminações, de emissões de poluentes ou de resíduos

radioativos. É uma fonte de energia ambientalmente correta;

• Outras atividades: Apesar de não ser possível construir prédios entre

as turbinas, a área do parque pode ser aproveitada para a produção

28

agrícola, visto que não existe uma liberação de poluição no solo, nem

no ar pelos aerogeradores, mantendo assim, as atividades produtivas

ao redor das instalações e diversificando a economia local;

• Grande Potencial: O Brasil, como já exposto, é um país com uma

grande capacidade de instalação de estruturas de geração de

energia eólica. Sua implantação pode desempenhar um papel

decisivo na redução de dependência energética por combustíveis

fósseis e poluentes. Além disso, o Brasil pode passar a exportar

energia limpa para outros países, trazendo um diferencial competitivo

ao país e um maior crescimento econômico nacional;

• Evitam emissão de CO2: Os Parques Eólicos da cidade de Osório,

RS, produzem uma energia limpa que evitam a emissão estimada de

148.325t CO2e/ano (toneladas métricas de dióxido de carbono

equivalente por um ano) na atmosfera, um dos principais causadores

do efeito estufa. Evitam o consumo de 36.550 toneladas de petróleo

e 41.252.889 m3 (volume) de gás natural. Evitam a emissão

estimada de 28.325 toneladas de contaminantes de SOx, NOx,

poeiras e cinzas (VENTOS DO SUL ENERGIA, 2007).

Apesar de inúmeros pontos positivos e vantagens a respeito da opção

eólica e seus artefatos como fonte de energia, Muniz (2010) e Dutra (2001)

mencionam que a implantação e o funcionamento destes equipamentos e seus

processos apresentam alguns pontos negativos como:

• O vento é sazonal e inconstante sendo portanto muito difícil ter o

mesmo desempenho de uma turbina eólica diariamente e

anualmente;

• Em comparação com as hidroelétricas independentes de grandes

temporadas de seca a água fica estocada em grandes reservatórios

podendo ser conservadas durante longo período de tempo. Já os

ventos não podem ser “guardados”, portanto não há reservas;

29

• Poluição sonora: os aerogeradores conforme funcionamento e

movimentação, emitem ruídos que são mais perceptíveis à poucos

metros de distância podendo gerar pequenas perturbações e

aborrecimentos a possíveis povoados que se alocam ao redor dos

parques eólicos;

• Poluição visual: depois de instalado os aerogeradores, podem causar

certos impactos visuais principalmente as comunidades vizinhas

devido a grande imponência dos equipamentos e a área do parque

eólico;

• Impacto sobre a fauna: principalmente as aves que em seus vôos

nas suas rotas migratórias colidem diretamente com as torres

geradores de energia, das quais aumenta a taxa de mortalidade

gerando riscos a estas espécies.

Nota-se que as vantagens são consideráveis em comparação às

desvantagens. O ponto principal é que a energia eólica é limpa e o impacto

ambiental negativo gerado é pouco significante no local onde é instalado.

1.4 Energia Eólica no Mundo

O incentivo as fontes renováveis em geral, visa atender objetivos

estratégicos regionais ou nacionais relacionados à segurança energética, à

redução de gases de efeito estufa e à geração de emprego e renda. Na Europa

em especial, a perspectiva do desabastecimento em razão do esgotamento dos

recursos energéticos mais tradicionais e as metas acordadas de redução de

emissão de gases de efeito estufa justificam a busca por fontes renováveis

(EPE, 2009a, p. 3).

De acordo com o relatório GWEC-Global-Wind-2015, a energia eólica

teve ainda outro ano recorde. Depois de passando a marca de 50 GW pela

primeira vez numa única ano em 2014, chegamos a mais um marco em 2015

30

como as instalações anuais superou 63 GW , um aumento de 22 %. Até o final

do ano passado, havia cerca de 433 GW depoder fiação vento ao redor do

globo, um acumulado aumento de 17 % ; e eólica forneceu mais novo poder

geração do que qualquer outra tecnologia em 2015 , de acordo a AIE .

China liderou o caminho, como de costume, com um recorde de 30,8

GW de nova capacidade instalada, quebrando o recorde anterior que tinha

definido.

(Em 2014) para instalações em um único ano. China tem agora mais de

145 GW de energia eólica instalada, mais de em toda a União Europeia ; e no

ano passado foi o primeiro país a investir mais de USD 100 bilhões em

energias renováveis em um único ano .

Pela primeira vez na história, e mais de 63 GW de nova capacidade de

energia eólica foi trazido na linha. O último registro foi criado em 2014, quando

mais de 51,7 GW de nova capacidade foi instalado globalmente.

Em 2015 o total de investimentos no setor de energia limpa atingiu um

recorde de US $ 329 bilhões (296,6 mil milhões de euros).

O novo total global de energia eólica no final de 2015 foi 432,9 GW, o

que representa crescimento de mercado acumulada de mais de 17%. Esse

crescimento foi alimentado por uma surpreendente. Novas instalações figuram

de 30.753 MW na China; a indústria de energia eólica instalados 63.467 MW

em 2015, representando um crescimento anual de mercado de 22%.

Até o final do ano passado, o número de países com maisde 1.000 MW

de capacidade instalada foi de 26: incluindo 17 em Europa; 4 na Ásia-Pacífico

(China, Índia, Japão e Austrália); 3 na América do Norte (Canadá, México,

EUA), 1 em América Latina (Brasil) e 1 na África (África do Sul). Até o final do

ano passado oito países tinham mais de 10.000 MW de capacidade instalada,

incluindo China (145.362 MW), os EUA (74.471 MW), Alemanha (44.947 MW),

a Índia (25.088 MW), Espanha (23.025 MW), Reino Unido (13.603 MW),

Canadá (11.205 MW), e França (10.358 MW). China ultrapassou a marca de

100.000 MW em 2014, somando mais um capítulo de sua história já

excepcional de desenvolvimento de energias renováveis desde 2005. Em 2015,

31

fez história novamente e reforçou a sua posição no leaderboard. Olhando para

o futuro, vemos um período de crescimento constante.

Figura 14: Capacidade de produção acumulada em dezembro de 2015 e novas capacidades

instaladas de jan/dez de 2015 (Extraído de GWE - Global Wind 2015 report).

32

CAPÍTULO II

Energia Eólica no Brasil

O Brasil, assim como os demais países, também aproveitava o recurso

dos ventos na movimentação dos moinhos de ventos e cata-ventos que

bombeiam a água. Com o decorrer do tempo houve o crescimento do uso

desta fonte de energia para populações que não tinham acesso a rede elétrica.

Porém, a partir da década de 90, o aproveitamento econômico da energia

eólica apresentou um grande avanço. Em 1992 foi instalado o primeiro

aerogerador no Brasil, resultado de uma parceria entre a CBEE – Centro

Brasileiro de Energia Eólica e a CELPE – Companhia Energética de

Pernambuco, através de financiamento do instituto de pesquisas dinamarquês

Folkecenter. Esse aerogerador, de 225 KW, foi o primeiro a entrar em operação

comercial na América do Sul, localizada no arquipélago de Fernando de

Noronha (Pernambuco).

De acordo com o a produção de energia elétrica no Brasil alcançou no

final do séc XX, uma posição invejável na matriz baseada na hidroeletricidade.

Porém com o passar do tempo a construção de novas usinas hidroelétricas,

tornaram-se cada vez mais inviáveis devido a necessidade de ter um grande

reservatório de água para sua construção e funcionamento, e também por

causar fortes impactos negativos a fauna e flora. No início da década de 2000,

uma grande seca no Brasil diminuiu o nível de água nas barragens hidrelétricas

do país, causando uma grave escassez de energia. A crise, que devastou a

economia do país e levou ao racionamento de energia elétrica. Todos estes

acontecimentos reforçaram a necessidade urgente do país em diversificar suas

fontes de energia.

Durante a crise energética de 2001, devido ao crescimento acelerado da

população e por consequência, o consumo aumentado de bens e serviços,

houve a tentativa de fomentar a contratação de empreendimentos de geração

33

de energia eólica no país, a partir desse fato foi criado o PROINFA (Programa

de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica), que além de incentivar

o desenvolvimento das fontes renováveis na matriz energética, abriu caminho

para a fixação da indústria de componentes e turbinas eólicas no país, e estes

fatos alcançaram o avanço da energia eólica no Brasil.

A produção de eletricidade a partir da fonte eólica alcançou 12.210 GWh

em 2014, equivalente a um aumento de 85,6% em rela- ção ao ano anterior,

quando se atingiu 6.578 GWh. Em 2014, a potência instalada para geração

eólica no país expandiu 122,0%. Segundo o Banco de Informações da Geração

(BIG), da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o parque eólico

nacional cresceu 2.686 MW, alcançando 4.888 MW ao final de 2014 (EPE

2015).

A produção de eletricidade a partir da fonte eólica atingiu 21,6 TWh -

crescimento de 77,1% - ultrapassando assim a geração nuclear em 2015. A

potência eólica atingiu 7.633 MW, expansão de 56,2%.

O gráfico abaixo (figura 15) apresenta a estrutura da oferta interna de

eletricidade no Brasil em 2015:

Figura 15: Oferta Interna de Energia Elétrica (Extraído de EPE, 2015)

34

O Brasil dispõe de uma matriz elétrica de origem predominantemente

renovável, com destaque para a geração hidráulica que responde por 65,2% da

oferta interna. As fontes renováveis representam 74,6% da oferta interna de

eletricidade no Brasil, que é a resultante da soma dos montantes referentes à

produção nacional mais as importações, que são essencialmente de origem

renovável.

2.1. Potencial Eólico Brasileiro

O Brasil ainda possui um vasto potencial eólico ainda não utilizado e é

considerado um dos países mais ricos em recursos naturais e com uma

capacidade muito elevada de instalação de novas fontes de energia

renováveis.

As informações necessárias para o levantamento das condições

regionais podem ser obtidas a partir de mapas topográficos e de uma visita ao

local de interesse para avaliar e modelar a rugosidade e os obstáculos. O uso

de imagens aéreas e dados de satélite também contribuem para uma análise

mais acurada.

Para que a energia eólica seja considerada tecnicamente aproveitável, é

necessário que sua densidade seja maior ou igual a 500 W/m2, a uma altura de

50 m, no que requer uma velocidade mínima de 7 a 8 m/s (GRUBB; MEYER,

1993).

Na figura 16 que representa o mapa temático da velocidade média anual

dos ventos a 50 metros de altura em m/s, pode-se notar claramente que a as

regiões Nordeste, Sudeste e Sul são as privilegiadas em relação aos ventos.

35

Figura 16: Mapa potencial eólico (Extraído de Atlas do Potencial Eólico Brasileiro -

CEPEL, 2001).

No último estudo, realizado em 2001 pela CEPEL, o potencial eólico-

elétrico Brasileiro foi estimado em 143,47 GW, para velocidades iguais ou

superiores a 7 m/s.

Grande parte do litoral brasileiro, em particular o da região Nordeste,

apresenta velocidades de vento propícias ao aproveitamento da energia eólica

em larga escala. O litoral do Estado do Rio Grande do Sul é também

considerado bastante favorável, assim como o litoral Norte do Estado do Rio de

Janeiro. No interior do país, em áreas montanhosas também se encontram

diversos sítios propícios. As regiões Centro-Oeste e Norte são a menos

favorecida em relação à energia eólica (MME, 2001). A seguir a distribuição

geográfica do potencial regional brasileiro de energia eólica em GW, em

TWh/ano e em níveis percentuais:

36

Figura 17: Mapa da distribuição geográfica do potencial brasileiro (Extraído de

CEPEL, 2001).

Apesar de o Brasil possuir grande potencial hídrico, grande parte de seus

afluentes ficam na região Norte do país, na região da floresta amazônica, que

por quesitos ambientais, não pode ser construídos reservatórios com grande

capacidade de agua. Como alternativa são formadas nessas regiões usinas

hidrelétricas a fio d’água, tornando o sistema cada vez mais sazonal e em

período de seca, sua geração fica muito abaixo do seu potencial, que somente

será alcançado nos períodos úmidos.

Em virtude desses problemas, que devem aumentar com os anos pela

expansão da geração hídrica na Amazônia, considera-se a necessidade da

geração complementar de energia elétrica, em que a geração eólica se encaixa

perfeitamente, pois geralmente a sazonalidade dos ventos é inversa à

37

sazonalidade do regime de chuvas. Essa sazonalidade inversa dessas duas

fontes de energia ocorre de forma destacável no nordeste brasileiro, onde a

capacidade eólica é a maior do país.

Vale aqui mencionar a complementaridade existente entre a geração de

energia das usinas hidrelétricas com as usinas eólicas, pois o maior potencial

eólico na Região Nordeste é encontrado especialmente a partir do segundo

semestre, onde exatamente coincide com o período de menor disponibilidade

aquática conforme é visto na Figura 18.

Figura 18: Complementaridade da Energia Eólica (Extraído de ANEEL, 2003).

CAPÍTULO III

Aspectos Ambientais: Incentivos para a diversificação

da Energia Eólica.

A geração de energia elétrica é ponto crucial para a promoção do

desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida, porém, da forma como vem

sendo planejada e implementada, apresenta sérios riscos relativos à

sustentabilidade, conforme alerta de UNDP et al. (2000, p. iii)

38

A energia é ponto central para alcançar os objetivos econômicos, sociais

e ambientais do desenvolvimento humano sustentável. Porém, se nós

quisermos alcançar este importante objetivo, as formas como produzimos e

consumimos energia terão que mudar. Caso contrário, a degradação ambiental

acelerará, a desigualdade social aumentará e o crescimento econômico global

estará em perigo.

Por intermédio do aumento da implantação de usinas que utilizassem

combustíveis fosseis, a diversificação da matriz energética brasileira poderia ter

sido atingida, porém , a crescente preocupação com as mudanças climáticas

ajudaram a viabilização das fontes de energia alternativa como es-tratégia

para redução da produção de gases que podem colaborar para o agravamento

do chamado efeito estufa.

A começar do Protocolo de Quioto o mercado alcançou mais importância

no processo de re-dução das emissões de gases do efeito estufa, que tinha

como meta e objetivo a redução em 5% das emissões dos gases de efeito

estufa (GEEs) dos países desenvolvidos a partir de 2005 até o período de

2012.

O MDL - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ganhou destaque por

sua proposta em fundamentar-se em que cada tonelada de CO2 deixada de

ser emitida ou retirada da atmosfera por um país em desenvolvimento poderá

ser negociada no mercado mundial, criando atrativo econômico para a redução

das emissões globais (SOUZA, 2010).

Entregue à sociedade em 2002 e criada a partir das diretrizes da Agenda

21 Global, a Agenda 21 Brasileira é um instrumento de planejamento

participativo para o desenvolvimento sustentável do País. Sua produção foi

coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente – MMA e tem como base os

seguintes temas: agricultura sustentável; cidades sustentáveis; infraestrutura e

integração regional; gestão dos recursos naturais; redução das desigualdades

sociais e ciência e tecnologia para o desen-volvimento. Dentre 21 ações

prioritárias estabelecidas na Agenda, a energia renovável ganhou desta-que

em uma delas em especial – Objetivo 4: Energia renovável e a biomassa.

39

O texto abaixo se transcreve um trecho da Agenda:

A energia é o fator essencial de promoção do desenvolvimento. É pela

capacidade de gerar e consumir energia que se mede o nível de progresso técnico de

uma civilização. Nos últimos duzentos anos, o desenvolvimento industrial teve como

fonte de energia básica o carvão e o petróleo, altamente poluentes e não renováveis e

que são hoje os grandes responsáveis pelo efeito estufa.

Não resta dúvida de que precisamos construir urgentemente alternativas

ao uso do petróleo. Caminhamos para um modelo energético diversificado, mais limpo

e renovável (CPDS, 2002, p. 38.).

As melhores possibilidades para promover a redução de CO2 desejada

são três: Melhoria da eficiência, mudança da utilização dos combustíveis

fósseis para o gás natural e a energia eólica. A energia eólica terá um papel

de destaque para atender a esta demanda, sendo que sua contribuição para a

redução das emissões de GEE no período até 2020 poderá ser de mais de oito

bilhões de tone-ladas de CO2 (IPCC, 2008).

Com base nos fatos supracitados, atualmente a energia eólica tem sido

utilizada em grande escala em todo mundo, o motivo esta relacionado com o

custo-benefício e sua tecnologia avançada, sendo que a sua expansão é

explicada, em parte, pela necessidade global de diversificação da matriz de

energia elétrica a fim de torná-la mais limpa, diminuindo os problemas

ambientais e mais segura.

No Brasil, a geração eólica teve seu impulso através de incentivos fiscais

e leilões voltados à sua comercialização. A tecnologia eólica é empregada há

pouco tempo no país, mas sua participação já atinge valores significativos na

matriz de energia elétrica nacional e seu crescimento é acentuado nos últimos

anos (RAMPINELLI, 2012).

A partir da figura 19 a seguir, representada por um gráfico que ilustra a

evolução da geração eólica no Brasil, nota-se o expressivo crescimento desta

fonte de energia ate o final de 2018, o crescimento foi de 44,8% em relação ao

ano anterior.

40

Figura 19: Evolução da capacidade instalada de geração eólica no Brasil (Extraído de

ANEEL, 2013).

3.1 - Incentivos governamentais a Energia Eólica.

3.1.1 - O PROINFA

Com o lançamento do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de

Energia Elétrica (Proinfa), criado no âmbito do Ministério de Minas e Energias

(MME), pela Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002, e revisado pela Lei nº

10762, de 11 de novembro de 2003, os primeiros projetos comerciais de

parques eólicos com investimentos significativos foram realizados no País. Até

a sua criação, havia somente aerogeradores para pesquisas acadêmicas ou

em pontos onde não existiam linhas de transmissão e distribuição de energia.

Dentre os principais objetivos do PROINFA estão:

• O Desenvolvimento sustentável;

• Diversificar a matriz energética brasileira com caráter complementar com

as demais fontes tradicionais;

• Expansão de atendimento a menor custo;

• Valorizar as características e potencialidades regionais e locais;

41

• Reduzir as emissões de gases de efeito estufa;

• Implementar o uso de novas tecnologias.

De acordo com os objetivos citados à cima, a nível tecnológico e

econômico o governo buscou o desenvolvimento da indústria nacional e

investimentos de vários bilhões em equipamentos e materiais. Dessa forma

que o PROINFA visou buscar alternativas para assegurar o abastecimento de

energia elétrica de forma sustentável a partir da diversificação da Matriz

Energética Brasileira.

Com a entrada do Leilão de Energia Reserva para Fonte Eólica no final

de 2009 juntamente com o interesse do mercado por esse setor, favoreceu a

recuperação dos investidores dos projetos na geração de energia eólica e a

buscar as medidas imprescindíveis para torna-lo realidade em virtude da

demanda por parte dos investidores, o governo amenizou as condições de

entrada ao mercado eólico, diminuindo as exigências do índice de

nacionalização e devido aos incentivos governamentais através do programa,

esses preços foram reduzidos consideravelmente, medidas tais que se

fortaleceram com maior intensidade com os leilões de agosto de 2010, o que

atendeu com resposta positiva a expectativa dos investidores. Este fato foi

responsável pela continuidade e inversão da história do setor eólico no Brasil

(LIBANO, 2012).

CAPÍTULO IV

PROGNÓSTICO DA ENERGIA EÓLICA NO BRASIL

Assim como os grandes potenciais hidrelétricos estão se tornando cada

vez mais escassos e a necessidade de aumentar a oferta de energia para

atender o mercado brasileiro esta cada vez maior em termos de consumo de

energia, o Brasil vem diversificando fortemente sua matriz elétrica, inserindo

fortemente em outras fontes renováveis. É neste contexto que a indústria de

energia eólica brasileira, vem ocupando mais espaço no país.

42

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica, em 2015,

foram instaladas 111 novas usinas eólicas, configurando um novo recorde de

alta relevância para o Brasil. Pela primeira vez, mais de cem usinas eólicas

ficaram prontas no período de um ano, somando à Matriz Elétrica Brasileira, ao

todo, 2.753,79 MW de potência. Os estados contemplados com os novos

empreendimentos foram Rio Grande do Norte (687,56 MW), Bahia (687,50

MW), Piauí (617,10 MW), Rio Grande do Sul (438,89 MW), Pernambuco

(272,65 MW), Ceará (48,00 MW) e Santa Catarina (2,10 MW). Destacam-se,

assim como em 2014, os estados de Pernambuco e Piauí, que mantiveram o

incremento de nova capacidade eólica, elevando cerca de dez vezes essa

adição para o Piauí e quatro para o Pernambuco. Com 349 usinas no total, o

ano de 2015 terminou com 8.725,88 MW de potência eólica instalada, o que

representou um crescimento de 46% de potência em relação a dezembro de

2014, quando a capacidade instalada era de 5.972,09 MW1. Considerando

todas as fontes de geração de energia elétrica, em 2015, foram instalados 7,00

GW de potência, cujo crescimento foi liderado principalmente pelas fontes

eólica e hidrelétrica, que representaram 39,3% e 33,7%, respectivamente.

Acrescida de 2,75 GW de nova capacidade instalada, o total eólico permitiu

para a fonte uma participação de 6,2% da matriz elétrica brasileira, conforme

ilustrado no figura 20, que apresenta a participação de todas as fontes de

geração na matriz elétrica brasileira no fim de 2015.

Figura 20: Matriz Elétrica Brasileira (Extraído de ABEEÓLICA/ANEEL, 2015).

43

Segundo Tolmasquim (2011), podemos afirmar que o Brasil tem feito o

seu “dever de casa” na área enegética tanto que é citado como referência

internacional na produção em águas profundas, na produção de etanol, no seu

parque hidrelétrico, no exponencial aproveitamento da energia eólica e

especialmente na renovabilidade energética.

O Brasil tem alguns dos melhores ventos do mundo, três vezes

superior à necessidade de eletricidade do País. Em 2015, o recorde de geração

eólica do Brasil foi quebrado por produzir 10% da demanda nacional de energia

no dia 2 de novembro, mostrando o excelente desempenho operacional da

energia eólica no Brasil. O sólido crescimento da indústria eólica brasileira

deverá continuar: o governo brasileiro, em conjunto com a indústria eólica,

estabeleceu uma meta de alcançar 24 GW de energia eólica de em 2024,

cobrindo 11% da geração do Brasil. A energia eólica já contratada para 2019

deve trazer capacidade instalada total de 18,67 GW, aponta o relatório do

GWEC, que também afirma que o Brasil segue como o mercado mais

promissor na América Latina. Na análise mundial, o GWEC afirma que 2015 foi

um ano sem precedente para a indústria eólica, já que as instalações do ano

passaram a marca de 60 GW pela primeira vez na história e ultrapassando 63

GW de nova capacidade eólica. A estimativa do setor é que, a redução da

poluição do ar graças à energia eólica se intensifique nos próximos anos

porque o país está investindo pesadamente neste segmento. Em média, são

R$ 15 bilhões anualmente na construção de parques eólicos, expandindo de

forma significativa a geração desse tipo de energia e contribuindo para reduzir

a emissão de gases poluentes na atmosfera, as regiões brasileiras com

melhores condições para receber parques eólicos são o Nordeste e o Sul.

44

4.1 - Tendências no setor Eólico – Offshore

Sistemas Off-Shore (Energia eólica no mar) representam as novas

fronteiras da utilização da energia eólica. Embora representem instalações de

maior custo de transporte, instalação e manutenção, as instalações off-shore

têm crescido a cada ano, principalmente com o esgotamento de áreas de

grande potencial eólico em terra, (RODRIGUES, 2011).

No momento atual vários países europeus com destaque para a China

e o Japão, detém esta tecnologia e possuem parques eólicos offshore. O Brasil

e os Estados Unidos ainda não há parques instalados, porém já existem

projetos para a instalação de parques em três áreas: Costa do Atlântico, Golfo

do México e nos Grande Lagos. (PINTO, 2013).

Já existe uma forte tendência para que novos projetos comecem a

consolidar de diversos modos dependendo do país e fatores determinantes,

tais como:

• o esgotamento de locais on-shore para instalar as turbinas eólicas;

• o potencial eólico é superior em alto-mar comparado com o potencial em

terra;

• uma maior eficiência energética dos modernos aerogeradores, como

consequência do amadurecimento da tecnologia e de cada unidade produzir

mais energia;

• possui um menor impacto ambiental;

• dificuldade na logística de transporte dos enormes equipamentos eólicos em

terra devido às limitações no transporte terrestre.

A seguir a Figura 21, mostra um exemplo de parque eólico offshore

desenvolvido no mar do norte:

45

Figura 21: Parque Eólico Offshore instalado no mar do norte (Extraído de BRITSC,

2005).

Mediante esses fatos, a figura 24, destaca os dados sobre a evolução dos

parques eólicos offshore desde seu início na primeira e segunda década

passada com previsões seguintes até o ano de 2030:

Figura 24: Evolução da Energia Eólica Offshore e Tendências para o Futuro (Extraído

de ZIMMERMANN, 2009).

46

CAPÍTULO V

LEGISLAÇÕES VIGENTES PARA A PRODUÇÃO E

DISTRIBUIÇÃO DA ENERGIA EÓLICA:

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

1. Marcos Legais

Em todas as suas etapas preliminares dos empreendimentos eólicos até

o final, são passíveis de licenciamento ambiental por parte do órgão

responsável, com a finalidade de conceder a planta eólica e seu pleno

funcionamento, levando em conta desde o projeto de levantamentos de

recursos, modalidade de energia gerada e influência direta nos comprimentos

de prazos e cronogramas dos empreendimentos (GWEC, 2011).

O licenciamento ambiental objetiva a obtenção da licença emitida pelo

órgão ambiental responsável, atestando a localização, instalação, ampliação e

operação de empreendimentos e atividades potencialmente poluidoras. A

licença ambiental é a permissão dada pelo Estado, para que determinada

atividade seja desenvolvida por pessoas físicas ou jurídicas (empreendedores),

de forma controlada, visando evitar danos irreparáveis ao meio ambiente, ou

ainda, que permita a ação de mitigação ou compensação do dano, tendo como

foco, a preservação do mesmo para os presentes e futuras gerações (MMA,

2013).

47

A lei Federal nº 6.938/1981, que institui a Política Nacional do Meio

Ambiente, regulamenta a Constituição Federal sobre competência em termos

de matéria ambiental, e dispõe que o licenciamento ambiental deverá ser

coordenado pelo órgão ambiental competente (Federal, Estadual, Municipal).

Apesar de inúmeras discursões que envolvem o potencial poluidor dos

projetos eólicos, que em maior consenso pode-se dizer que são níveis baixos

de poluição, e por apresentarem ganhos ambientais em relação a outras fontes

energéticas como as que emitem CO2 na atmosfera, os procedimentos de

concessão das licenças ambientais são burocráticos, complexos, caros e sem

contar que são demorados.

Processo de obtenção do licenciamento ambiental por parte das usinas

eólicas se dão com a apresentação ao órgão licenciador estudos baseados nos

aspectos ambientais da área de influência direta e indireta do empreendimento

e as inter-relações existes, assim como também devem atender as Resoluções

Nº 01/86 e Nº 237/97, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, e

as demais diretrizes e especificações estabelecidas no termo de referência

emitido pelo respectivo órgão no momento da solicitação da licença prévia, pois

são normas indispensáveis e aplicáveis ao licenciamento ambiental, pois

norteiam o órgão ambiental competente, no que tange ao procedimento

administrativo aplicável a ser seguido.

Segundo a RESOLUÇÃO CONAMA Nº 01/86,...

...para Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia

primária, acima de 10MW, deverá ser elaborado Estudo de Impacto Ambiental -

EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA.

Por outro lado a resolução Nº 237/97, do Conselho Nacional do Meio Ambiente

– CONAMA, estabelece para Usinas Eólicas com pequeno potencial de

impacto ambiental a elaboração do Estudo Ambiental Simplificado - EAS e

apresentação do Relatório Ambiental Simplificado – RAS.

48

As restrições de ordem legal, por si só podem inviabilizar a implantação

de parques eólicos em todo o Brasil, como a existência de áreas de

preservação permanente, unidades de conservação, sítios arqueológicos,

áreas de quilombolas e restrições de ordem técnica como a zona de proteção

de aeródromos.

1- Áreas de preservação permanente

Lei nº 4.771, de 1965, Código Florestal na alínea f do artigo 2º considera

de preservação permanente, as florestas e demais formas de vegetação

natural situadas nas restingas, como fixadora de dunas ou estabilizadoras de

mangue e considera também no Artigo 3º como de preservação permanente,

quando assim declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais

formas de vegetação natural destinadas: a) a atenuar a erosão das terras, b) a

fixar as dunas, e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico

ou histórico, f) a asilar exemplares da fauna e da flora ameaçados por extinção

h) a assegurar condições de bem estar público.

Essas áreas de preservação permanente são as principais restrições

para a implantação de parques eólicos na faixa litorânea e de acordo com a

hierarquia das leis brasileiras.

1. Resolução CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002.

Regulamenta a Lei 4771/1965 e define área de preservação

permanente: nas restingas: a) em faixa mínima de 300m, medidos a parir da

preamar máxima, b) em áreas recobertas por vegetação fixadora de dunas, em

dunas, nos locais de refúgio ou reprodução de aves migratórias e de

exemplares da fauna ameaçados de extinção que constem em lista Federal,

Estadual e Municipal nas praias e em locais de nidificação e reprodução da

fauna silvestre.

O Banco Mundial em relatório recente aponta o licenciamento ambiental

como um dos principais responsáveis pelo retardamento da expansão do setor

de energia elétrica, sendo a falta de planejamento adequado dos órgãos

governamentais, atrasos na emissão dos termos de referência (TDRs) para o

estudo de impacto ambiental (EIA) e má qualidade dos EIAs por parte dos

empreendedores, as principais dificuldades. (MILENA, 2009).

49

CONCLUSÃO

Levando em consideração as informações pesquisadas neste trabalho,

verificou-se que os setores de energias renováveis especialmente o eólico,

eram bastante discretos ao final do século passado no Brasil. Este cenário

começou a mudar de realidade quando as questões energéticas/ambientais

ficaram mais evidentes, necessitando repensar o modo de produção de

energia.

Com isso podemos afirmar que os dados aqui apresentados, tornaram claros

os caminhos que levaram à necessidade de diversificar a matriz energética

brasileira e a preocupação com o efeito estufa e o aquecimento global.

Apesar desta modalidade energética evidenciar algumas pequenas

impropriedade na operação dos aerogeradores, ela proporciona inúmeras

vantagens e pontos positivos que rapidamente serão atenuados a curto prazo.

Conclui-se que o Brasil é um mercado com muita capacidade de expansão e

com grande folga em sua matriz energética, permitindo esse avanço. As

regiões Sul e especialmente o Nordeste possuem as melhores perspectivas

possíveis para esse crescimento, onde no período de estiagem é verificada

uma maior oferta de vento, a complementaridade das usinas eólicas nas

hidrelétricas confere uma grande oportunidade, evidenciados através dos

dados supracitados.

Desta forma tendo o domínio tecnológico do setor em mãos e condições

econômicas favoráveis, cabe a partir deste momento os governos regionais,

em conjunto com empreendedores da área, se empenharem e se motivarem

para fazer um bom manejo desta fonte, rumo a um desenvolvimento

sustentável de longo prazo

50

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56

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 1

AGRADECIMENTOS 2

DEDICATÓRIA 3

RESUMO 4

METODOLOGIA 5

SUMÁRIO 6

INTRODUÇÃO 9

57

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Tradicional moinho holandês 12

Figura 2 – Principal marco do desenvolvimento da energia eólica no período do

século XI ao século XIX 13

Figura 3 – Primeira Turbina eólica 14

Figura 4 – Principal marcos do desenvolvimento da Energia Eólica no Século

XX 15

Figura 5 – Eixo vertical 17

Figura 6 – Eixo Horizontal 17

Figura 7 – Pequeno Porte 18

Figura 8 – Médio Porte 18

Figura 9 – Grande Porte 19

Figura 10 – Evolução dos aerogeradores desde 1985 até 2010 20

Figura 11– Influência da Orografia na Velocidade do Vento 23

Figura 12 – Fluxo do Vento na Presença de Obstáculos 24

Figura 13– Camada Limite Compreendida Dentro da Área Atmosférica 26

Figura 14 – Capacidade de produção acumulada em dezembro de 2015 e

novas capacidades instaladas de jan/dez de 2015 31

Figura 15 – Oferta Interna de Energia Elétrica 33

Figura 16 – Mapa potencial eólico 35

Figura 17 – Mapa da distribuição geográfica do potencial brasileiro 36

Figura 18 – Complementaridade da Energia Eólica 37

58

Figura 19 –Evolução da capacidade instalada de geração eólica no Brasil 40

Figura 20 – Matriz Elétrica Brasileira 42

Figura 21 – Parque Eólico Offshore instalado no mar do norte 45

Figura 22 – Evolução da Energia Eólica Offshore e Tendências para o Futuro

45