"Convencional ou alternativo, um bar em casa é diversão garantida"
DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL · A Formação continuada está legalmente...
Transcript of DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL · A Formação continuada está legalmente...
1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
NEUROCIÊNCIA E A FORMAÇÃO CONTINUADA DO
PROFESSOR DE MATEMÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL
II: PROCESSO INDISPENSÁVEL NA APRENDIZAGEM.
Silvia Garcia Moscoso
ORIENTADOR:
Prof. (Marta Relvas)
Rio de Janeiro
2017
DOCUMENTO P
ROTEGID
O PELA
LEID
E DIR
EITO A
UTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM como requisito
parcial para obtenção do grau de especialista em (Neurociência Pedagógica).
Por: Silvia Garcia Moscoso
NEUROCIÊNCIA E A FORMAÇÃO CONTINUADA DO
PROFESSOR DE MATEMÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL
II: PROCESSO INDISPENSÁVEL NA APRENDIZAGEM.
Rio de Janeiro
2017
3
AGRADECIMENTOS
“Aprendi que se depende sempre, de tanta, muita diferente gente. Toda pessoa sempre é marca das lições diárias de outras tantas pessoas. É tão bonito
quando a gente entende que a gente é tanta gente, onde quer que a gente vá. É tão bonito quando a gente sente que nunca está sozinho por muito mais que
pense estar...” (Gonzaguinha)
Muito Obrigada
À Professora Marta Relvas, minha orientadora, por ter acreditado na minha
proposta de pesquisa e pelas contribuições importantes para meu crescimento
como pesquisadora;
À minha querida mãe Maria de Fatima Garcia Moscoso, pelo amor, incentivo,
carinho e compreensão em todos os momentos; por ter acreditado na
educação como elemento essencial para a minha vida e sempre buscar a me
guiar neste caminho.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente, a mim, pela luta que tive, pelo
esforço, por acreditar em algo e lutar por ele, com o apoio imensurável da
minha mãe Fátima, pois confiou em mim e me deu esta oportunidade de
concretizar e encerrar mais uma caminhada da minha vida, com objetivo de
novas metas a serem alcançadas. Ao meu pai Silas, por todo amor envolvido,
madrugas acordado, para que eu não ficasse sozinha estudando, meu eterno
obrigada.
A minha sobrinha Gabriella, que em muitos finais de semana e durante a
semana me proporcionou seu carinho e seu sorriso tão lindo, e fazendo eu até
esquecer das minhas ansiedades e angústias, dedico a você este meu trabalho
e todo meu amor e carinho.
Ao meu namorado, noivo, amigo, meu futuro marido, parceiro Renato
Azevedo, por compreender a importância dessa conquista e aceitar a minha
ausência quando necessário. A minha filha de coração Ágatha Azevedo, que
embora não tivesse conhecimento disto (Monografia) iluminou de maneira
especial os meus pensamentos, a quem eu rogo todas as noites por fazerem
parte da minha vida.
Aos meus amigos, que me apoiaram e que sempre estiveram ao
meu lado durante esta longa caminhada, em especial a minha amiga Ana
Claudia (Amiga-irmã), que muitas vezes compartilhei momentos de tristezas,
alegrias, angústias e ansiedade, mas que sempre esteve ao meu lado me
apoiando e me ajudando.
A vocês meus amigos dedico este trabalho e todo meu carinho.
Muito Obrigada por tudo.
5
RESUMO
O cérebro se modifica em contato com o meio durante toda a vida. A formação
da memória é mais efetiva quando a nova informação é associada a um
conhecimento prévio. Para isso a neurociência veio auxiliar nesse processo
ensino aprendizagem, mostrando a necessidade da formação continuada
prazerosa para o educador, para que o mesmo perceba a necessidade de
aulas atraentes e motivadoras para que estimule a aprendizagem do aluno. Por
meio de aplicação de jogos de raciocínio lógico, as aulas são mais atraentes
estimulando a participação de todos.
A matemática tem se apresentado como uma das disciplinas mais temidas
pelos alunos, principalmente no ensino fundamental II. Essas dificuldades na
aprendizagem podem ocasionar a retenção continuada do aluno, sendo um
grande desafio para o educador em pleno século XXVI. A emoção interfere no
processo de retenção de informação. É preciso motivação para aprender. A
atenção é fundamental na aprendizagem.
O lúdico manifesta-se na matemática em maneiras muito intensas, ativando
áreas do cérebro importantíssimas para este aprendizado (lobo frontal, lobo
parietal, lobo occipital, lobo temporal) e é preciso que o professor tenha clareza
para perceber que nos jogos os educandos recriam e estabilizam o que sabem,
sobre as diversas esferas do conhecimento, em uma atividade espontânea e
imaginárias. Porém para que o educador possa ter essa clareza, os
coordenadores pedagógicos precisam auxiliá-los, mostrar novos caminhos, por
estarem fadigados por causa do cotidiano, não percebendo esses novos
métodos.
Palavras chaves: Neurociência, Formação Continuada, Professor de
Matemática.
6
METODOLOGIA
Primeiramente, a fundamentação da pesquisa, foi desenvolvida com
o referencial teórico. O método de pesquisa deste trabalho foi à pesquisa
qualitativa, que compreende a importância de que o estudo esteja em sintonia
com as demandas do grupo pesquisado a fim de contribuir com ele
(BRANDÃO, 1986). Desta forma, a investigação foi realizada durante o Curso
de Extensão “Neurociência Pedagógica”: construindo novas práticas
pedagógicas que tinha como objetivo contribuir com a formação dos docentes
que atuam nas escolas. A pesquisa contou com a participação de professores
e coordenadores de uma escola filantrópica XXXX que atende da creche ao
fundamental II. A Pesquisa contou com uma amostra de 23 professores do total
de 27 professores, e com os 3 coordenadores.
Como referencial teórico que fundamenta este trabalho, está o
interacionismo de Jean Piaget e Levy Vygotsky que considera que o
conhecimento não está no sujeito e nem no objeto, mas nas interações
ocorridas entre os mesmos. Dando continuidade neste referencial sigo com
fundamentações de Relvas “Hoje, conhecer o funcionamento do sistema
nervoso central, é trazer para o professor/educador uma base de estudos
científicos de como a neurociência, a aprendizagem e a educação tornam-se
interdisciplinares.”.
Dessa forma, este trabalho está dividido em três capítulos. O
primeiro apresenta indagações pertinentes ao professor de matemática da sua
formação ao cotidiano escolar nos dias atuais.
O segundo destaca a prática pedagógica do professor de matemática e
sua postura frente aos desafios de ensinar; discutem as diretrizes curriculares
para o ensino da matemática, as metodologias sugeridas e a importância dos
jogos no aprendizado dos conceitos lógico-matemático.
O terceiro capítulo ressalta o papel da neurociência frente aos desafios
da formação continuada na escola do século XXI.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
O professor de matemática: Da formação aos desafios do cotidiano escolar
11
CAPÍTULO II
A prática pedagógica do professor de matemática 20
CAPÍTULO III
A contribuição da neurociência frente aos desafios da formação
continuada na escola do século XXI
44
CONCLUSÃO 61
BIBLIOGRAFIA 63
ÍNDICE 66
8
INTRODUÇÃO
A Formação continuada está legalmente garantida na LDB (Lei 9.394 de
20 de dezembro de 1996). O Artigo 67 diz que: “os sistemas de ensino
promoverão a valorização da educação, assegurando-lhes nos termos do
estatuto e dos planos de carreira” e no Inciso IV, do mesmo artigo, lê-se:
“formação contínua visando ao aprofundamento e atualizações de sua
competência técnica”.
A palavra continuada significa não ter interrupção; seguido, continuado,
é dada como processo ininterrupto e permanente de desenvolvimento, não é,
portanto, algo eventual, nem apenas um instrumento destinado a suprir
deficiências de uma formação inicial malfeita ou de baixa qualidade.
Esta não é uma prática nova, ela existe desde longos tempos,
orientando a preparação dos professores e sua prática. É algo vivenciado pelos
homens como maneira de se reconstruírem, modificarem. É ato de formar-se.
Ultimamente, muito se tem discutido sobre a importância da formação
continuada do professor, e o papel importante da neurociência nesta
contribuição deste processo, dentre os autores que discutem este tema,
Shigunov Neto e Maciel (2002) ressaltam que para que as mudanças que
ocorrem na sociedade atual possam ser acompanhadas, é preciso um novo
profissional do ensino, ou seja, um profissional que valorize a investigação
como estratégia de ensino, que desenvolva a reflexão crítica da prática e que
esteja sempre preocupado com a formação continuada.
O universo da sala de aula exige do professor, alternativas diversas,
que não podem ficar restritas às normas pré-estabelecidas, mas a todo o
contexto de experiências e dinamicidade adquiridas ao longo de sua vivência e
prática de ensino.
Discute-se a combinação de alguns fatores, que juntos, poderiam
corroborar para que esta formação seja significativa ao professor e eficaz para
o processo de aprendizagem e de desenvolvimento profissional daqueles que a
ela se submetem.
A formação continuada passa, então, a ser um dos pré-requisitos
básicos para a transformação do professor, pois é através do estudo, da
9
pesquisa, da reflexão, do constante contato com novas concepções, dos novos
olhares, que é proporcionado o sistema de recompensa. Fica mais difícil de o
professor mudar seu modo de pensar o fazer pedagógico se ele não tiver a
oportunidade de vivenciar novas experiências, novas pesquisas, novas formas
de ver e pensar, mas para aqueles profissionais que estão atuando, há pouco
ou muito tempo, ela se faz relevante; uma vez que o avanço dos
conhecimentos, tecnologias e as novas exigências do meio social e político
impõem ao profissional, à escola e às instituições formadoras, a continuidade,
o aperfeiçoamento da formação profissional.
As reuniões de formação continuada não os atraem, pois são tão
teóricas quanto as suas aulas. O professor só fará propostas novas para seus
alunos, se o mesmo saber como fazê-las. Para que o professor faça atividades
dinâmicas, deverá ser mudada a estrutura desta formação.
Consequentemente, sua realidade do dia-a-dia em sala de aula, também,
permanece inalterada.
Esta sensação de ineficácia dos processos de formação continuada é o
sentimento que tem acompanhado muitos professores atualmente. Esta será
significativa ao professor quando houver maior articulação entre teoria e
prática, como já foi dito anteriormente, pois fazem parte da mesma moeda.
Além disso, poderá ser capaz de provocar mudanças na postura e no fazer
pedagógico dos professores quando, através dos programas, formarem-se
profissionais competentes, dotados de uma fundamentação teórica consistente
e com capacidade de análise e reflexão crítica acerca de todos os aspectos
que compõem e influenciam o contexto escolar.
Este trabalho tem por objetivos: demonstrar a operacionalização da
construção de jogos didáticos, analisar a importância de se trabalhar com jogos
para melhorar a capacidade de aprendizagem da Matemática no Ensino
Fundamental II, em que áreas do cérebro criam estes estímulos, assim mais
uma vez a neurociência sendo este elo fundamental; entender a possibilidade
de desenvolver jogos para o estímulo do raciocínio lógico-matemático;
apresentar a confecção de jogos matemáticos, observando seu uso como
recursos pedagógicos para ensinar matemática de maneira lúdica.
10
Dessa forma, pretende-se mostrar, com este trabalho, a importância da
neurociência na formação de professores, como um dos fatores fundamentais à
formação docente. É de fundamental importância que as autoridades
educacionais e os centros formadores de professores coloquem em seus
currículos de cursos educacionais a neurociência cognitiva como matéria a ser
trabalhada, a fim de garantir um melhor e mais completo entendimento do
processo do ensino-aprendizagem dos educandos.
11
CAPÍTULO I
O PROFESSOR DE MATEMÁTICA: DA FORMAÇÃO AOS
DESAFIOS DO COTIDIANO ESCOLAR
O que move os educadores, como um motor contínuo, na profissão
docente, mesmo sem condições de se reabastecer, estes conseguem energias
para se manter, dia após dia, na sala de aula, enfrentando sempre novos
desafios. Ser professor, profissão que fascina que mobiliza para continuar na
caminhada, mas que também adoece, diante da impotência de não dar mais
conta das funções, cada vez maiores, impostas pelos diferentes sistemas de
ensino. Os alunos não são mais os mesmos de outrora. Há uma dificuldade
crescente no acompanhar da evolução! Formação, cada vez mais deficitária.
Os docentes com tempo escasso para buscar o desenvolvimento profissional: a
carga de trabalho semanal pouco permite a participar de grupos de estudos,
sentar com colegas para o planejamento colaborativo, trocar experiências. A
sociedade, cada vez mais, culpabiliza o professor pelo baixo rendimento dos
alunos nas avaliações externas.
No caso particular do ensino de matemática, podem-se acrescentar
algumas evidências dessa crise, postas pelos governantes e veiculadas pela
mídia, tais como baixo rendimento dos alunos em matemática, professores
despreparados, material didático inadequado; e, como soluções, “treinamentos”
para professores, avaliações externas para mensurar “competências”, bônus
salariais de acordo com o rendimento dos alunos nas avaliações externas etc.
Partindo desse pressuposto o processo de ensino-aprendizagem da
matemática se faz no cotidiano, de caráter coletivo e com as potencialidades
do desenvolvimento do raciocínio lógico. Para Rolim (2010), quando o olhar é
direcionado para um conteúdo específico, como no caso da matemática,
observa-se tratar de experiência individual, porém socialmente construída por
linhas históricas e culturais.
“Os professores não buscam somente realizar objetivos; eles atuam também, sobre um objeto. Objeto do trabalho dos professores são seres humanos individualizados e socializados ao mesmo tempo. As relações que eles estabelecem com seu
12
objeto de trabalho são, portanto, relações humanas, relações
individuais e sociais ao mesmo tempo”. Tardif (2003, p. 128)
Outra mudança fundamental para a compreensão desse descompasso diz
respeito à própria mudança da sociedade. Passa-se de uma sociedade
capitalista, marcada pelo disciplinamento e para a qual a escola foi criada a
partir de lógicas disciplinares, para uma sociedade globalizada, regida pela
lógica do controle: todos controlam todos, durante todo tempo e em todo lugar.
Isso não quer dizer que as práticas disciplinares tenham sido substituídas, mas
as práticas de controle são mais importantes aos interesses econômicos e
políticos atuais.
Pouco foram as necessidades citadas, pois inúmeras são as
reformulações que seriam necessárias e urgentes para a evolução em tempo
real de trabalho e tempo não real de trabalho! Hoje, atender com qualidade às
"iguais e diferentes" comunidades para educação baseia-se em: projetos de
integração a vida real do aluno, estruturas multidisciplinares e interdisciplinares
que viabilize o trabalho em tempo real dos educadores e/ou professores.
“Minha presença de professor, que não pode passar
despercebida dos alunos na classe e na escola, é uma presença em si política. Enquanto presença não pode ser
omissão, mas um sujeito de opções. Devo revelar aos alunos a minha capacidade de analisar, de avaliar, de decidir, de optar, de romper”. Freire (1999, p.110).
No entanto, o professor convive com um grande desafio: deve manter-se
atualizado, mas por receber baixa remuneração precisa dar muitas aulas, e
assim, ele não tem tempo nem dinheiro para investir em seus estudos. Além
disso, muitas escolas desestimulam a formação continuada, não oferecem ao
professor qualquer tipo de retorno. Todos esses obstáculos não eximem o
professor da responsabilidade de ser competente e, considerando que o
processo de formação é individual e intransferível, cabe a cada um preencher
as lacunas herdadas de sua formação inicial, bem como providenciar a
continuada.
Entretanto, antes de começar a falar dos desafios atuais do século XXI,
traçar-se-á um paralelo entre ambos os século, XX e XXI, esse histórico aqui
representado é baseado no estudo de Fiorentini (1994).
13
O movimento “escolanovista” desencadeado a partir da década de 1920
no Brasil seria de grande consequência para o ensino da matemática.
Engajados nesse movimento educacional surgiram os primeiros “educadores
matemáticos”.
A fase que marcaria o nascimento da educação matemática no Brasil vai
do inicio da década de 1970 aos primeiros anos da década de 1980. Nesse
período, surgem os primeiros sinais existenciais de um novo campo
profissional. Alguns fatos foram fundamentais para isso. A valorização da
educação, pelo regime militar, com mão de obra mais qualificada.
Para escrever historicamente a pesquisa em educação matemática e
suas tendências atuais, este parágrafo baseou, em William Kilpatrick no livro
Educação para uma Civilização em Mudança, esse autor descreve as
tendências da investigação relativas a seis tendências considerada importantes
durante a década de 1990, essas tendências temáticas são: processo ensino
aprendizagem da matemática; mudanças curriculares; utilização de Tecnologia
de Informação e Comunicação no ensino e na aprendizagem da matemática;
prática docente, crenças, concepções e saberes práticos; conhecimento e
formação/ desenvolvimento profissional do professor; práticas de avaliação;
contexto sociocultural e político do ensino-aprendizagem da matemática.
Esse modo de conceber o desenvolvimento profissional ou a
socialização docente se contrapõe ao modelo da racionalidade técnica ainda
muito presente nos currículos atuais de formação de professores, o qual impõe:
“...pela própria natureza da produção do conhecimento, uma relação de subordinação dos níveis mais aplicados e próximos da prática aos níveis mais abstratos de produção do conhecimento (...) acontecendo a separação pessoal e institucional entre a investigação e a prática (PÉREZ GÓMEZ, 1995, p. 96).
Foi-se o tempo em que obtenção de diploma era garantia de emprego;
embora diploma nunca tivesse sido garantia de eficiência em sala de aula.
Além disso, a educação recebe fortes influências dos avanços produzidos nas
áreas de informática, tecnológica educacional, ciências sociais e pesquisa
educacional, as quais redundam em mudanças nas áreas de currículo, livro
didático, legislação e avaliação de desempenho dos alunos, entre outras.
14
“Se há uma verdade em pedagogia, não pode ser outra que esta: todos os seres humanos, sem exceção, não importa idade ou sexo, cor da pele ou situação socioeconômica, crença ou ideologia, todos são capazes de aprender”. Piletti (2013 p.09),
Diferentes podem ser os ritmos e a velocidade, os materiais e os
métodos, as condições pessoais e o contexto da aprendizagem; diversos
também serão as intenções e os objetivos, as motivações e os interesses, mas
desde que os fatores necessários estejam presentes, não resta dúvida de que
ocorrerá a aprendizagem.
Quando a gente compreende a educação como possibilidade, a gente descobre que a educação tem limites. É exatamente porque é limitável, ou limitada ideológica, econômica, social, política e culturalmente, que ela tem eficácia. Então, diria aos educadores que estão hoje com dezoito anos e que, portanto, vão entrar no outro século, no começo de sua vida criadora, que, mesmo reconhecendo que a educação do outro século não vai ser a chave da transformação do concreto para a recriação, a retomada da liberdade, mesmo que saibam que não é isso, estejam convencidos da eficácia da prática educativa como elemento fundamental no processo de resgate da liberdade (GADOTTI, 1988, p. 139).
A educação básica em matemática é o instrumento disseminador da
competência para o pensamento quantitativo nas sociedades modernas. Como
tal, é de importância estratégica tanto para a formação de uma cidadania
consciente quanto para a geração de capital humano qualificado, indispensável
para a competição no mundo contemporâneo.
“Os objetivos centrais do ensino básico de matemática são: formar uma população matematicamente letrada, com domínio dos instrumentos quantitativos necessários para o cotidiano e para o mercado de trabalho. Estes instrumentos abrangem: conhecimento do significado de números e de grandezas; domínio das operações básicas com os números e suas aplicações relevantes na vida cotidiana; desenvolvimento de raciocínios que conectem os conceitos abstratos da linguagem matemática, que incluem as formas geométricas e a álgebra básica; atividades mais complexas, tais como extração, interpretação e representação de dados quantitativos em gráficos e tabelas”. Lorenzato (2007)
Não se trata de oferecer receitas prontas ou fórmulas mágicas, mas de
estimular a reflexão, a discussão, o debate de teorias, de ideias, de pontos de
15
vistas, de práticas, para que, em confronto com as próprias experiências, cada
um possa chegar a conclusões pessoais que informem e orientem o seu
quefazer cotidiano.
Há muita sabedoria nos ditos populares. Como aquele que diz: “É fácil levar a égua até o meio do ribeirão. O difícil é convencer ela beber água...” De fato: se a égua não estiver com sede, ela não bebera água, pois mais que o dono surre...Mas, se estiver com sede, ela, por vontade própria, tomará a iniciativa de ir até o ribeirão. Aplicando para a educação: “É fácil obrigar o aluno a ir à escola”. O difícil é convencê-lo a aprender aquilo que ele não quer aprender (ALVES, 2011, P.13)
Todo esforço do professor será completamente inútil se o aluno não tiver
interessado em aprender. Por mais que um assunto interesse ao professor, não
vai interessar, necessariamente, aos estudantes e, muito menos, a todos eles.
O professor é essencial para a socialização comunitária, e tem
basicamente quatro funções: ser professor propriamente dito; ser coordenador
de grupo de alunos; ser membro do corpo docente; e empregado de uma
instituição. O aluno, por sua vez, é peça-chave para a disciplina e o sucesso do
aprendizado e, ultimamente, não tem motivação para estudar. Conforme Tiba
(1996, p.100), “Estudar para quê?” os pais pagam caro por isso, os filhos
estudam e são mimados, têm sempre que ganhar algo em troca. O mesmo
acontece em sala de aula; só fazem tarefas e trabalhos se valer nota. Tiba
(1996, p.101) critica o sistema educacional do ensino fundamental e médio, por
ser aprovativo; para ele, isso acaba por estimular o aluno em ter que receber
nota em troca da execução de atividades, que são necessárias para reforçar a
aprendizagem.
Sem motivação, dificilmente haverá aprendizagem, e, se eventualmente
esta ocorrer de maneira forçada, não será duradoura e logo será esquecida.
Portanto, motivar significa predispor o individuo para certo comportamento
desejável naquele momento. O aluno está motivado para aprender quando está
disposto a iniciar e continuar o processo de aprendizagem, quando está
interessado em aprender determinado assunto, em resolver um dado problema
etc. O motivar vai, além disso, pois seria o primeiro degrau de uma conquista
crucial para o ensino da matemática, pois não se pode deixar de considerar o
desgosto por matemática manifestado pela maioria absoluta dos alunos.
16
Trabalhar com a matemática é um desafio para todo professor, pois exige
uma conduta relevante para o estimulo do aluno. Segundo Freire transformar a
experiência educativa em puro treinamento técnico é amesquinhar o que há de
fundamentalmente humano no exercício educativo: O seu caráter formador.
(Freire, 1998).
“Hoje, estamos repletos de equipamentos e meios que
nos propiciam inovações, e na matemática não se acontece de forma diferente. Para essa ciência existem
inúmeros softwares que ajudam editoração de fórmulas, no desenho gráfico, geométrico e outros afins, pode-se apresentar dinâmicas ou traços do ramo geométrico que
fazem parte do dia-dia. Através de apresentações de filmes, entrevistas, documentários, se conseguem um
resultado bastante positivo em relação atenção dos alunos.” (Assis-2008).
Para diminuir com esta abominação nesta matéria, o professor deve
buscar objetivos de favoreçam essas transformações, o trabalho nas aulas de
matemática deve oferecer ao aluno oportunidades de operar sobre o material
didático para que, assim, possa reconstruir seus conceitos de modo mais
sistematizado e completo.
O professor que se propõe a trabalhar com matemática deve refletir
sobre a situação do ensino dessa disciplina tendo em vista a futura atuação
profissional de seus alunos. Cabe, então, ao professor propor-lhe situações
problematizadas: elas lhe permitirão vivenciar experiências que complementam
e tornam mais complexos o seu conhecimento anterior sobre os conceitos e
propriedades envolvidos nos temas abordados. Desse modo, a criança irá
estabelecer relações entre os diversos aspectos de uma mesma noção e
poderá adquirir, de maneira significativa, a linguagem matemática.
Por que uma porcentagem tão pequena de alunos de matemática
aprende? Por que a maior parte dos alunos afirma não entender matemática?
Como propor um trabalho de sala de aula que capacite os futuros professores a
atuar de tal modo que promovam o aprendizado da matemática? São questões
fundamentais na reflexão do ensino de matemática.
É importante incorporar as novas tecnologias ao processo educativo, porém a questão tecnológica vai além: Nenhuma das inovações tecnológicas substitui o trabalho clássico na disciplina, centrado na resolução de problemas. Estratégias
17
como cálculo mental, contas com algoritmos e criação de gráficos e de figuras geométricas com lápis, borracha, papel, régua, esquadro e compasso seguem sendo essências para o desenvolvimento do raciocínio matemático (NOVA ESCOLA, 2009).
O grande desafio da Educação Matemática é determinar como traduzir
essa visão da matemática para o ensino. Nossa sociedade em geral, e os
alunos em particular, não veem a Matemática como a disciplina dinâmica que
ela é com espaço para a criatividade e muita emoção. Será dentro dessa visão
de Matemática que a discussão que segue se enquadrará.
O objetivo do ensino da Matemática é que os alunos tenham legítimas
experiências matemáticas, ou seja, experiências semelhantes às dos
matemáticos. Essas experiências devem se caracterizar pela identificação de
problemas, solução desses problemas e negociação entre o grupo de alunos
sobre a legitimidade das soluções propostas. O ambiente necessário para a
construção de uma visão de Matemática conforme proposta pelos
construtivistas caracteriza-se por um ambiente em que os alunos propõem,
exploram e investigam problemas matemáticos. Esses problemas provêm tanto
de situações reais (modelagem) como de situações lúdicas (jogos e
curiosidades matemáticas) e de investigações e refutações dentro da própria
Matemática. Para atingir um ambiente de pesquisa matemática onde a
curiosidade e o desafio servem de motivação intrínseca aos alunos, é
necessário modificar a dinâmica da sala de aula. Grupos de trabalho tornam-se
necessários e simulam a comunidade de pesquisa matemática. O professor
deixa de ser a autoridade do saber e passa a ser um membro integrante dos
grupos de trabalho. Muito do que surge das investigações dos alunos será
novidade para o professor.
Dar aulas é diferente de ensinar. Ensinar é dar condições para que o aluno construa seu próprio conhecimento. Vale salientar a concepção de que há ensino somente quando, em decorrência dele, houver aprendizagem. Note que é, possível dar aula sem conhecer, entretanto não é possível ensinar sem conhecer, e ainda sabemos que ambos não são suficientes para uma aprendizagem significativa.” (LORENZATO, 2004, pág. 3).
A aprendizagem é um processo permanente que começa com o início
da vida e só acaba quando ela termina. O ser humano está em constante
18
aprendizado, em cada etapa, em cada situação ele está aprendendo. E é
através da aprendizagem que o ser humano transforma o meio em que vive.
Segundo o dicionário Aurélio da Língua Portuguesa aprender significa
tomar conhecimento de. Tornar-se capaz de (algo), graças a estudo,
observação, experiência etc. Mas o conceito de aprendizado é muito mais
amplo, do que apenas tomar conhecimento de algo, é preciso que esse
conhecimento seja capaz de provocar transformações.
Para Gagné (1980, p.60), “a aprendizagem é inferida quando ocorre
uma mudança ou modificação no comportamento, mudança esta que
permanece por períodos relativamente longos durante a vida do indivíduo”.
Sendo assim, ocorre aprendizagem quando há mudança, decorrente
de experiências. Aprender é uma atividade que ocorre dentro de um organismo
e que não pode ser diretamente observada; de forma não inteiramente
compreendida os sujeitos da aprendizagem são modificados: eles adquirem
novas associações, informações, insights, aptidões, hábitos e semelhantes.
O educando tem o direito de receber do professor um correto conteúdo,
tratado com clareza, e, para que isso possa acontecer, em fundamental que o
professor conheça matemática e sua didática.
Atrair a atenção do aluno para que esteja sendo estudado. Quanto mais
jovem o estudante, maior a necessidade de utilizar recursos variados e não
apenas “saliva e giz”. Convém estimular todos os sentidos, dar exemplos,
lembrar filmes sobre o assunto, aguçar a curiosidade de criança e jovens com
questões e problemas, incluir na discussão fato do dia a dia que aparecem na
mídia etc.
Conforme explica Leontiev (2004), a atividade de ler o livro somente para
passar no exame não é atividade, é uma ação, porque ler o livro por ler não é
um objetivo forte que estimula a ação. A atividade é a leitura do livro por si
mesmo, por causa do seu conteúdo, ou seja, quando o motivo da atividade
passa para o objeto da ação, a ação transforma-se numa atividade. É isso que
pode provocar mudanças na atividade principal.
Diante desta realidade, torna-se necessário conhecer como esses
profissionais estão atuando e de que modo influenciam a aprendizagem do
aluno. E é exatamente neste ponto que a formação continuada mostra-se
19
extremamente importante, uma vez que é compreendido este espaço para
discussões acerca das práticas docentes desempenhadas pelos professores, e
principalmente, momento de proposição de mudanças para que possam rever
suas atitudes em sala de aula. Na matemática, relacionar teoria e prática é
um dos caminhos para se obter ensino de qualidade, para que os alunos
consigam visualizar e entender na prática sua aplicabilidade. Para isso é
necessária uma formação adequada aos professores, conscientizando-os da
sua importância no processo ensino-aprendizagem e capacitando-os com o
intuito de formá-lo bons educadores, para que obtenham êxito trabalhando com
sabedoria no processo de educar.
O trabalho em que há a relação de teoria e prática é mencionado por
vários autores. Tornará realidade no momento que as entidades escolares
oferecerem capacitação adequada aos professores. Pois assim, os professores
terão conhecimento suficiente para melhorar o ensino, mostrando aos alunos
que várias situações cotidianas, podem ser trabalhados e expostos como
instrumento matemáticos, dando aos alunos a oportunidade de aplicar no seu
dia adia o que lhes foi apresentado em sala de aula e aperfeiçoando cada vez
mais seu conhecimento na área da matemática.
20
CAPÍTULO II
A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE
MATEMÁTICA.
O Brasil na última década do século XXI programou uma grande reforma
educativa sem precedentes na história educacional do país. Entretanto, apesar
das descobertas tecnológicas e metodológicas, essa reforma não proporcionou
uma mudança qualitativa na prática pedagógica docente. Em se tratando
especificamente da prática desenvolvida nos cursos de Matemática percebe-se
a dicotomia existente entre o saber teórico e o saber prático, o que tem
contribuído para a continuidade do mito de que o conteúdo da Matemática é
abstrato, complexo e pouco atrativo. Compreende-se que no cotidiano do
indivíduo ele se depara constantemente com os fenômenos matemáticos e é
condição primordial que ele saiba interpretá-los. É preciso, portanto,
desmistificar o ensino da Matemática e recolocá-lo no status de conhecimento
vivo e relevante.
“Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade” (Paulo Freire)
A Prática Pedagógica é entendida como uma prática social complexa
acontece em diferentes espaço/tempos da escola, no cotidiano de professores
e alunos nela envolvidos e, de modo especial, na sala de aula, mediada pela
interação professor-aluno-conhecimento. Nela estão imbricados,
simultaneamente, elementos particulares e gerais. Os aspectos particulares
dizem respeito: ao docente - sua experiência, sua corporeidade, sua formação,
condições de trabalho e escolhas profissionais; aos demais profissionais da
escola – suas experiências e formação e, também, suas ações segundo o
posto profissional que ocupam; ao discente - sua idade, corporeidade e sua
condição sociocultural; ao currículo; ao projeto político-pedagógico da escola;
21
ao espaço escolar – suas condições materiais e organização; à comunidade
em que a escola se insere e às condições locais.
Hoje, o desafio da profissão docente engloba ações de ensinar e
educar com qualidade, porém, há mais uma preocupação com um ensino de
qualidade do que com educação de qualidade. Moran enfatiza que ensino e
educação são conceitos diferentes. Segundo o autor,
No ensino organiza-se uma série de atividades didáticas para ajudar os alunos a compreender áreas específicas do conhecimento (ciências, história, matemática...). Na educação, o foco, além de ensinar, é ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e ação, a ter uma visão de totalidade (MORAN, 2000, p. 12).
Fala-se muito de ensino de qualidade, mas as ações docentes estão
muito distantes do conceito de qualidade. Para Moran, o ensino de qualidade
envolve muitas variáveis, tais como:
“Uma organização inovadora, aberta, dinâmica, com um projeto pedagógico coerente, aberto, participativo, com infraestrutura adequada, atualizada, confortável, tecnologias acessíveis, rápidas e renovadas; uma organização que congregue docentes bem preparados intelectual, emocional, comunicacional e eticamente, bem remunerados, motivados e com boas condições profissionais, e onde haja circunstâncias favoráveis a uma relação efetiva com os alunos que facilite conhecê-los, acompanhá-los, orientá-los; uma organização que tenha alunos motivados, preparados intelectual e emocionalmente, com capacidade de gerenciamento.” (MORAN, 2000, p. 14).
Em outras palavras, nessa nova realidade da educação é demandada
aos professores uma adaptação de suas práticas pedagógicas adequando-as
aos novos educandos e às novas metas das políticas públicas. Segundo
Oliveira (2004), parte da transformação do trabalho docente consiste na
ampliação de suas atribuições. O resultado desse processo é que passa a ser
exigido do professor muito além de sua formação; ele necessita flexibilizar e
repensar suas ações continuamente, o que, nas atuais condições das carreiras,
tem levado que o seu trabalho seja precarizado.
A constatação de que as mudanças mais recentes na organização escolar apontam para uma maior flexibilidade, sobre o conceito de prática pedagógica e professor de matemática, é que esses novos modelos de organização escolar expressam muito mais um discurso sobre a prática do
22
que a própria realidade, melhor dizendo, a distância entre o que é propugnado nos programas de reforma educacional e o que é de fato implementado nas escolas apresenta uma grande defasagem. Daí a importância de se chegar até o chão da escola para compreender as mudanças que de fato ocorrem no cotidiano docente (OLIVEIRA, 2004, p. 1.139).
O que se percebe1 na prática são os professores de Matemática insistir
em tratar os conteúdos de maneira autocrática, arbitrária e descontextualizada,
em que prevalece a teoria pura e simplesmente em detrimento do
entendimento, da interpretação e principalmente, da apropriação viva desses
conteúdos, ou seja, não há significação porque não há articulação.
O professor de Matemática, no contexto atual, é cobrado a fazer mais do
que repassar fórmulas e procedimentos para que seus educandos estejam
treinados para não cometerem erros nos testes avaliativos. Exige-se do
professor de Matemática contemporâneo que ensine aos estudantes a
“raciocinar logicamente, conhecer os instrumentos disponíveis para o cálculo e
o estabelecimento de relações necessárias, numa linguagem típica e própria da
Matemática” (ZAIDAN, 2012, p. 5).
Segundo Silva (2002, p. 93), “a tarefa do professor é despertar a mente
do aluno, é estimular ideias, através da discussão, do exemplo, da simpatia e
de todos os meios que puder utilizar, fornecendo-lhe lição objetiva para os
sentidos e fatos para a inteligência”.
Os desafios impostos ao professor no contexto atual são muito mais
complexos e exigem que, além de conhecimentos de conteúdos matemáticos e
de abordagens metodológicas variadas, o docente tenha, também, diversas
competências no âmbito das subjetividades. E, acima de tudo é necessário que
essa gama de conhecimentos e competências se articulem em uma
perspectiva de conceber uma intencionalidade pedagógica.
Para que a instrução matemática nas atuais escolas seja compatível com
a visão descrita anteriormente há uma grande necessidade de modificar os
programas de formação de professores. Dificilmente um professor de
Matemática formado em um programa tradicional estará preparado para
enfrentar os desafios das modernas propostas curriculares.
1 Observação da pesquisadora no contexto escolar, considerando que atua no Ensino Fundamental 2
23
Segundo as pesquisas de Bernard Charlot (2013) com o livro da relação
com o saber sobre a ação de professores mostram que em geral o professor
ensina da maneira como lhe foi ensinado. Predomina, portanto, um ensino em
que o professor expõe o conteúdo, mostra como resolver alguns exemplos e
pede que os alunos resolvam inúmeros problemas semelhantes. Nessa visão
de ensino, o aluno recebe instrução passivamente e imita os passos do
professor na resolução de problemas ligeiramente diferentes dos exemplos.
Predomina o sucesso por memória e repetição. Raramente esses alunos
geram problemas, resolvem aqueles que exijam criatividade ou que não seja
simplesmente a aplicação de passos predeterminados.
Raramente, também, vê alunos desenvolvendo modelos matemáticos
para interpretar situações reais. Ainda mais difícil é encontrarmos professores
dispostos a criar um ambiente de pesquisa em sala de aula, onde o trabalho se
baseia nas conjecturas dos alunos e subsequente tentativa de verificá-las e
demonstrá-las.
Para trabalhar a Matemática de maneira alternativa é necessário acreditar
que de fato o processo de aprendizagem da Matemática se baseia na ação do
aluno em resolução de problemas, em investigações e explorações dinâmicas
de situações que o intrigam.
O ensino de matemática constantemente vem sendo alvo de
discussões de autores como: Nelson Piletti, Kátia Stocco Smole, Maria Ignez
Diniz, no que se refere ao planejamento e procedimento de encaminhamentos
metodológicos que auxiliem a sistematização do ensino e aprendizagem, e que
promovam a construção de conhecimentos científicos que possam ser
utilizados pelos alunos como um instrumento de mudança de sua realidade.
Nessa perspectiva, a escola, frente às novas transformações, tem que buscar a
reestruturação de sua prática pedagógica, para contribuir significativamente na
formação de alunos capazes de refletir criticamente diante das situações
vivenciadas em sua realidade.
Dessa forma, o contexto social no qual a pessoa está inserida influi
fortemente em seu modo de pensar e de agir, em seus interesses e
necessidades e na hierarquização de seus valores. Bastaria lembrar-se de tal
24
influencia para compreender por quais razões distintos alunos interpretam
diferentemente um mesmo fato ou situação.
Se acreditamos que só o individuo consegue construir seu conhecimento e desejamos auxiliá-lo a transformar-se um cidadão, então é preciso permitir e incentivar que nossos alunos se pronunciem em nossas aulas, pois permitir que os alunos se pronunciem é, antes de tudo, um sinal de respeito a eles e de crença neles.” (LORENZATO, ANO 1999, p. 15).
Com relação ao ensino da matemática se percebe que ainda existe um
número significativo de professores que continuam priorizando a racionalidade
instrumental, chegam à sala de aula, explicam o conteúdo e mandam os alunos
resolverem exercícios mecanicamente e em grande quantidade. Exige-se
memorização de termos específicos, a repetição e a quantidade em detrimento
da qualidade.
Segundo Pontes (2002, p.250), “a matemática é ensinada de modo a
ser difícil. Tudo começa pelos currículos, que apontam para a abstração
precoce e privilegiam a quantidade dos assuntos em relação à qualidade da
aprendizagem”.
Dessa forma, a Matemática não pode ser dada de uma forma
mecânica, desarticulada do contexto político, social, econômico, cultural dos
educandos. A construção dos diferentes conceitos, dos conceitos matemáticos
no ensino-aprendizagem é importante, os alunos se sentem importantes e
conseguem estabelecer relações, dando atenção para os conteúdos,
compreendendo sua importância e a relação destes com o seu mundo vivido.
No entanto, as dificuldades em relação à aprendizagem podem resultar
da estrutura, da organização e do funcionamento da própria escola, muitas
vezes inadequada ao desenvolvimento da criança, buscando antes a
adaptação do aluno à escola do que desta àquele.
Pois detrás de uma guerra de papel podem estar problemas psíquicos ou familiares; ou um aviso de que o estudante não está integrado ao processo de ensino e aprendizagem. A estratégia é transformar a contestação em aliada, dando atenção ao jovem e ajudando-o a entender o que o incomoda (GENTILE, 2002, p.30).
A indisciplina está presente em todos os lugares, basta que os
educadores, saibam lidar com este problema de uma forma mais fácil e
25
adequada, podendo sempre buscar novos recursos, novos conhecimentos na
realidade social, na sala de aula, negociar as regras de convivência para que
haja uma boa organização, uma boa disciplina e um ambiente mais
cooperativo, onde possa haver mais interação e uma boa aprendizagem.
Certas qualidades do professor, como paciência, dedicação vontade de ajudar
e atitude democrática, facilitam a aprendizagem.
O convite à participação, o bom humor, o domínio da movimentação
cênica, os recursos audiovisuais são fortes aliados dos professores. Os alunos
aprendem muito mais com imagens do que com símbolos. O professor deve
usar do bom humor e movimentação para tornar a aula uma experiência de
vida e não uma simples transferência de conteúdos de uma pessoa para a
outra.
No entanto, para que o professor perceba os significados das
revelações dos alunos, não basta escutá-los ou observá-los, é preciso
auscultá-los; mais do que responder a eles, é preciso falar com eles; mais do
que corrigir as tarefas, sentir quem as fez e como elas foram feitas; mais do
que aceitar o silencio de alguns alunos, captar seus significados. Enfim,
auscultar significa analisar e interpretar os diferentes tipos de manifestações
dos alunos. O objetivo é saber quem são, como estão, o que querem e o que
podem eles.
Aprender com liberdade, no entanto liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela, contudo ao lado da motivação para aprender, a criação de um clima de liberdade na sala de aula é, também, de suma importância para a ocorrência de uma aprendizagem eficiente (PILETTI, 2001, p. 71).
Grande parte das dificuldades que surgem no processo de
aprendizagem- aluno distraído, bagunceiro ou rebeldes, desinteressados, que
não conseguem aprender, resulta da falta de liberdade. Ninguém se sente bem
quando é obrigado a ler um texto, ouvir uma aula que não lhe interessa, fazer
um trabalho que não tem nada a ver com a sua vida, ficar sentado horas
seguidas escrevendo e em silencio, isso não produz aprendizado. O trabalho
em liberdade gera alegria e satisfação para quem o faz, e resulta em realização
pessoal e atitudes positivas em relação aos outros.
26
O ensino, antes de ser padronizado e igual para todos, deve adaptar-se
às características individuais. Se Pedro prefere estudar individualmente, se
Luciana se dá melhor discutindo com os colegas, se Lorenzo aprende mais
trocando ideias com o professor, se Thomas gosta mais de pesquisar e se
Lucas prefere lidar com o computador, por que não respeitar as preferências e
aptidões de cada um, dentro das possibilidades da escola?
Para isso ser realizado, precisa-se distinguir o assunto a ser estudo da
pessoa que irá aprender. De modo semelhante, é isso que se deseja do
médico quando se faz a consulta: que ele trate da doença (com exames e
remédios) e, também, do doente (com informações e atenção).
Portanto, falar de ensino e aprendizagem implica a compreensão de
certas relações entre alguém que ensina, alguém que aprende e algo que é o
objeto de estudo – no caso, o saber matemático. Nessa tríade, professor-aluno-
saber, tem-se presente a subjetividade do professor e dos alunos, que em parte
é condicionadora do processo de ensino e aprendizagem.
Saber alguma coisa para si mesmo ou para se comunicar com um colega especialista não é a mesma coisa que sabê-la para explicar a um aluno. E diz, ainda, que a Pedagogia, como uma linguagem em si mesma, pode ou liberar ou aprisionar ideias e inspirar ou sufocar o pensamento construtivo (BASS, 1997, p. 20).
Continuando nesta linguagem, pode-se ir mais além quando Fiorentini
(1995) diz que o modo de ensinar matemática depende da concepção de
Matemática, de ensino, de aprendizagem e de Educação. Por extensão, está a
forma de perceber “a relação professor-aluno, dos valores e das finalidades
que o professor atribui ao ensino da matemática, da visão que tem de mundo,
de sociedade e de homem”.
No que se refere à especificidade do educador matemático, Moura
(1995, p.21) destaca dois aspectos a serem adquiridos no processo de sua
formação: “a certeza de que o conhecimento está em constante transformação
ou em criação”, e a consciência “de que sua formação é um conceito relativo,
pois deverá estar constantemente buscando novos conhecimentos para poder
empreender cada vez melhor a sua ação educativa”.
27
Sendo assim, o professor passou a ser visto como sujeito que aprende
continuamente e “toma parte do conjunto de fenômenos vivenciados por este e
as ações empreendidas, no sentido de entender estes fenômenos em busca de
transformá-lo em conteúdo de ensino” (MOURA, 1995, p.23).
Portanto, os professores convivem com inquietações que podem levá-
los a referenciais práticos ou teóricos para a produção de suas aulas ou
propostas que venham a contribuir para o que eles admitem como boa
aprendizagem ou qualidade de ensino da matemática. Dito de outra forma, a
consciência de suas competências e comprometimento é geradora de um
processo de formação conceitual com vistas à apropriação dos conceitos
matemáticos por parte de seus alunos.
Na verdade, ser professor de matemática é estar sempre aprendendo
com os alunos, colegas, pais, livros e meios de comunicação em geral, mas
cabe ao profissional selecionar conteúdos, conceitos, informações, pois é a
partir destes que o professor vai desenvolver seu trabalho tentando lhe dar
significado, pois a educação matemática deve ser trabalhada com uma
educação voltada para a formação de cidadãos capazes, críticos, autônomos,
buscando dessa forma efetivar uma educação holística que possibilite aos
alunos a encontrarem significado e aplicabilidade nos conteúdos aprendidos.
Pois se isso não ocorrer, continuará com uma estatística onde a cada
dez crianças que entram no ensino fundamental II, só cinco conseguem ir para
o ensino médio. Perdemos metade das crianças do país nesse trajeto. Isso é
muita ineficiência. A criança não desiste logo, os estudos mostram que a
criança fica insistindo na escola. Mas a educação é um investimento e, se a
criança não evoluir, ela deixa a escola. As famílias tiram as crianças da escola
não porque não gostam de ver seus filhos estudando, mas porque não veem
resultados. O sistema expulsa a criança.
O estudante não deve aprender pensamentos; deve aprender a pensar; não devemos transportá-lo e, sim guiá-lo, se quisermos que futuramente seja capaz de se conduzir por seus próprios meios. Então aprendizagem eficiente, em poucas palavras, significa aprender melhor em menos tempo e esquecer mais devagar, ou mesmo, nunca esquecer, pois teve significado. (KANT, 1992,pág.123)
28
Refletir sobre práticas pedagógicas exige colocar em questão a
Formação. Nesse sentido, Freire (1996) considera que na formação dos
professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática.
Para Freire formar é muito mais do que puramente treinar o educando no
desempenho de destrezas. Na perspectiva de Nóvoa (1992, 2000) não basta
mudar o profissional é preciso mudar também os contextos em que ele
intervém. Para Zeichner (1992, 1998) a reflexão sobre a prática não é um
conjunto de técnicas que possam ser empacotadas e ensinadas aos
professores, não consiste num conjunto de passos ou procedimentos
específicos, mas exige a reflexão do professor, o que se constitui em uma
maneira de ser professor. Para Schön (1992) o processo de formação exige
reflexão na ação e reflexão sobre a ação produzida pelo profissional ao se
defrontar com situações de incertezas e singularidades.
Desta forma, parece correto afirmar que a transformação da prática
pedagógica não ocorre isoladamente, nem tampouco em um curto intervalo de
tempo. Implica revisão de concepções de grupo, das ideias presentes no
contexto social e cultural, na reflexão pessoal e profissional, na valorização da
vivência e do caminho percorrido, no conhecimento e reconhecimento acerca
dos saberes profissionais construídos.
29
2.1. BRINCAR E APRENDER ALGO CONTINUO NA
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
A matemática está presente na vida da maioria das pessoas de maneira
direta ou indireta. Em quase todos os momentos do cotidiano, exercita-se os
conhecimentos matemáticos. Apesar de ser utilizada praticamente em todas as
áreas do conhecimento, nem sempre é fácil mostrar aos alunos, aplicações que
despertem seu interesse ou que possam motivá-los através de problemas
contextualizados. De acordo com as Diretrizes para o Ensino da Matemática
(MEC, 2006), um dos desafios do ensino da matemática é a abordagem de
conteúdos para resolução de problemas. Trata-se de uma metodologia pela
qual o estudante tem oportunidade de aplicar conhecimentos matemáticos
adquiridos em novas situações, de modo a resolver a questão proposta.
Atualmente os alunos vêm mais e mais demonstrando uma mudança de
perfil em relação há alguns anos, devido às novas tecnologias que se
encontram a disposição de todos, da grande quantidade de informações que
essas crianças recebem diariamente e também dos problemas sociais que a
crianças visualizam no seu dia-a-dia. As brincadeiras de hoje acontecem na
frente do computador ou do vídeo game, e as interações mais comuns entre os
adolescentes se dá através da internet. É voltado a esse novo perfil de aluno,
precocemente maduro quanto à realidade da vida, que precisa desenvolver
novos métodos de ensino, visando adequar a construção do conhecimento ao
contexto no qual os alunos estão inseridos. A realidade é que hoje se tende a
trabalhar com alunos que estão indiferentes aos conteúdos trabalhados,
desmotivados e desinteressados pelas atividades propostas pelos professores.
[...] é necessário que o professor tenha em mente os preceitos de conhecer a fundo a disciplina, seus métodos, ramificações e aplicações para poder escolher a maneira correta de ensinar e avaliar seus alunos; conhecer a história de vida de seus alunos para sintonizar o ensino com a sua experiência prévia; ter clareza sobre suas próprias concepções no campo do conhecimento matemático e da aprendizagem da Matemática, uma vez que a prática em sala de aula, as escolhas pedagógicas, a definição de objetivos e conteúdos de ensino e as formas de avaliação estão intimamente ligadas a essas concepções; (DCMT, 2008, p. 196-197).
30
Os tempos modernos, as psicologias de aprendizagem e as filosofias de
educação nos levaram ao binômio: ensino implica em aprendizagem, e nos
fizeram crer que ensinar implica em fazer alguém aprender. Porém, sem
compreensão e esforço próprio não há aprendizagem. A compreensão não
nasce da explicação do professor, assim como o esforço não pode ser por ele
dado ao aluno. A compreensão brota da maturidade, do mesmo modo que o
esforço surge do interesse.
Quando crianças ou jovens brincam, demonstram prazer e alegria em
aprender. Eles têm oportunidade de lidar com suas energias em busca da
satisfação de seus desejos. E a curiosidade que os move para participar da
brincadeira é, em certo sentido, a mesma que move os cientistas em suas
pesquisas. Dessa forma é desejável buscar conciliar a alegria da brincadeira
com a aprendizagem escolar.
Uma pedagogia articulada com os interesses populares valorizará, pois, a escola; não será indiferente ao que ocorre em seu interior; estará empenhada em que a escola funcione bem; portanto, serão métodos que estimularão a atividade e iniciativa dos alunos sem abrir mão, porém, da iniciativa do professor; favorecerão o dialogo dos alunos entre si e com o professor, mas sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente; levarão em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico, mas sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e gradação para efeitos do processo de transmissão-assimilação dos conteúdos cognitivos (MARSIGLIA, 2011, p. 22).
Marsiglia (2011, p. 31) relaciona três itens importantes que a pedagogia
histórico-crítica defende: uma educação que proporcione aos alunos a
ampliação de sua cultura, em oposição a uma educação que se baseia apenas
em seu cotidiano, resultando em alienação produzida pela cultura de massas;
uma educação que desenvolva nos alunos novas possibilidades e
necessidades de progresso, em oposição a uma educação que satisfaça as
necessidades básicas de seu cotidiano alienado; uma educação que transmita
os conhecimentos válidos universalmente, pois foram construídos por seres
humanos em momentos históricos específicos e por isso tornam-se mediadores
indispensáveis na compreensão da realidade social e natural, em oposição a
uma educação que se apoia em concepções do conhecimento humano como
31
algo fragmentado, particularizado, subjetivo, relativo e parcial negando o
acesso a um conhecimento objetivo.
As atividades transformadoras que serão desenvolvidas, básicas na
elaboração do conhecimento matemático, podem potencializar uma produção
de significado que só se legitima como conhecimento se for comprometido com
a constituição democrática. Os professores de matemática propiciam a
produção de significado a ser internalizado, para o aluno, na aprendizagem
ensino matemática, o desenvolvimento e a comunicação estão em
relacionamento intimo.
Inúmeras vezes o professor de matemática se depara com conteúdos
carregados de informações e, devido ao número reduzido de aulas na matriz
curricular, apropria-se de uma metodologia puramente expositiva, na qual o
aluno somente absorve informações, por meio da transmissão de
conhecimentos prontos. Ao diferenciar as aulas de matemática com a utilização
de jogos, o professor proporciona aos alunos um novo modo de se apropriar de
conhecimentos científicos, por meio do uso da criatividade e de desafios de
construção de conceitos.
[...] os jogos podem ser empregados em uma variedade de propósitos dentro do contexto de aprendizado. Um dos usos básicos e muito importantes é a possibilidade de construir-se a autoconfiança. Outro é o incremento da motivação. [...] um método eficaz que possibilita uma prática significativa daquilo que está sendo aprendido. Até mesmo o mais simplório dos jogos pode ser empregado para proporcionar informações factuais e praticar habilidades, conferindo destreza e competência (SILVEIRA, 1998, p.02).
A utilização de jogos na escola não é algo novo, assim como é
bastante conhecido o seu potencial para o ensino e a aprendizagem em muitas
áreas do conhecimento. Em se tratando de aulas de matemática, o uso de
jogos implica uma mudança significativa nos processos de ensino e
aprendizagem que permitem alterar modelo tradicional de ensino, que tem no
livro e em exercícios padronizados.
As habilidades desenvolvem-se porque, ao jogar, os alunos têm a
oportunidade de resolver problemas, investigar e descobrir a melhor jogada;
refletir e analisar as regras, estabelecendo relações entre os elementos do jogo
32
e o conceito matemático, o jogo possibilita uma situação de prazer e
aprendizagem significativa nas aulas de matemática.
Experiências agradáveis e prazerosas são geradas por meio da
utilização de jogos e brincadeiras, mostrando que o lúdico desempenha um
papel fundamental para o desenvolvimento do aluno. Além disso, esse tipo de
atividade oferece inúmeras informações sobre o jovem: a forma como se
relaciona com os colegas, seu desempenho físico e intelectual e suas
emoções. Nesta perspectiva, o ato de brincar é uma necessidade em todos os
aspectos, sejam eles pedagógicos, psicológicos, físicos e imaginários, pois
acabam despertando o lúdico e a criatividade do aluno, permitindo que ele vá
além do mundo real.
A exploração do aspecto lúdico, pode se tornar uma técnica facilitadora na elaboração de conceitos, no reforço de conteúdos, na sociabilidade entre os alunos, na criatividade e no espírito de competição e cooperação, tornando esse processo transparente, ao ponto que o domínio sobre os objetivos propostos na obra seja assegurado (FIALHO, 2007, p. 16).
É importante enfatizar que, pensando em diferenciar as aulas de
matemática com a utilização de jogos, o professor proporciona aos alunos um
novo modo de se apropriar de conhecimentos científicos, por meio do uso da
criatividade e desafios de construção de conceitos relacionados ao ensino de
matemática. Inúmeras vezes o professor de matemática, em sua prática
docente, se depara com conteúdos de grande quantidade de informações e,
devido ao número reduzido de aulas dessa disciplina na matriz curricular,
acaba se apoderando de uma metodologia puramente expositiva, na qual o
aluno somente absorve informações, por meio da transmissão de
conhecimentos prontos.
O uso de jogos na aprendizagem é muito defendido por inúmeros pesquisadores, entre eles Piaget (2002), que salienta a importância desta atividade lúdica no desenvolvimento da percepção, inteligência, tendências à experimentação e sentimentos sociais da criança. O jogo é uma ferramenta pedagógica que favorece a concentração e atenção, desenvolve o raciocínio, possibilita a criação de estratégias e regras, trabalha com a emoção, desenvolve a capacidade indutiva, espacial, auditiva e visual, tudo de forma lúdica e prazerosa.
33
Mediante isto, é necessário que o professor faça uso do jogo como
recurso pedagógico que possibilite ao aluno a apropriação do conhecimento,
mas fazer isso por meio da dialógica que permite a reflexão, a construção de
conceitos, além de promover uma maior socialização e defronta mento com
pontos de vistas divergentes daquele contexto.
Dentre os teóricos que contribuíram para o jogo se tornar uma proposta
metodológica - com base científica - para a educação matemática, destaca as
contribuições de Piaget e Vygostsky. Estes autores defendem a participação
ativa do aluno no processo de aprendizagem. A principal questão é a que
separa os enfoques cognitivos atuais entre o desenvolvimento e a concepção
de aprendizagem. Segundo Piaget, a atividade direta do aluno sobre os objetos
do conhecimento é o que ocasiona aprendizagem - ação do sujeito mediante o
equilíbrio das estruturas cognitivas, o que sustenta a aprendizagem é o
desenvolvimento cognitivo.
A aprendizagem está subordinada ao desenvolvimento. Nesta concepção de aprendizagem "... o jogo é elemento do ensino apenas como possibilitador de colocar o pensamento do sujeito como ação. O jogo é o elemento externo que irá atuar internamente no sujeito, possibilitando-o a chegar a uma nova estrutura de pensamento" (MOURA, 1994, p. 20).
Dependendo do papel que o jogo exerce na construção dos conceitos
matemáticos, seja como material de ensino, seja como o de conhecimento feito
ou se fazendo, tem as polêmicas teóricas entre os autores. Na concepção
Piagetiana, o jogo assume a característica de promotor da aprendizagem da
criança. Ao ser colocado diante de situações de brincadeira, a criança
compreende a estrutura lógica do jogo e, consequentemente, a estrutura
matemática.
Para os PCNs (1997), a matemática tem o intuito de formar cidadãos,
ou seja, preparar para o mundo do trabalho, ter uma relação com as outras
pessoas que vivem no seu meio social. A educação matemática deve atender
aos objetivos do ensino fundamental explicitados nos Parâmetros Curriculares
Nacionais: utilizar a linguagem matemática como meio para produzir, expressar
34
e comunicar suas ideias e saber utilizar diferentes recursos tecnológicos para
adquirir e construir conhecimentos.
No decorrer da vida, diferentes atividades têm a possibilidade de
potencializar a aprendizagem. O uso de jogos e curiosidades no ensino da
Matemática tem o objetivo de fazer com que os alunos gostem de aprender
essa disciplina, mudando a rotina da classe e despertando o interesse do aluno
envolvido. A aprendizagem através de jogos, como dominó, quebra-cabeça,
palavras cruzadas, desafios, xadrez, memória e outros permite que o aluno
faça da aprendizagem um processo interessante e divertido.
No entanto, é importante destacar alguns pontos, relacionados à perspectiva metodológica, sobre os quais é preciso refletir ao optar pelo uso desses materiais em sala de aula: qualquer recurso deve servir para que os alunos aprofundem e ampliem os significados e noções matemáticas; os jogos só são úteis se provocarem, em quem os utiliza, processos de reflexão sobre as noções matemáticas que se quer desenvolver a partir de seu uso; é importante que o jogo selecionado seja adequado aos objetivos que você traçou para seu trabalho com a Matemática; é fundamental que os alunos possam discutir as ideias que vão tendo e as descobertas que vão fazendo, enquanto jogam; ao planejar ações envolvendo jogos para a sua turma, pense com antecedência em questões a serem propostas enquanto os alunos jogam; é preciso prever um tempo para que, ao final do trabalho proposto, os alunos discutam e registrem suas conclusões, suas descobertas; um mesmo jogo deverá ser usado em momentos diferentes para desenvolver novas ideias, aprofundar aquelas já percebidas pelos alunos, ou mesmo para rever noções que não ficaram muito claras numa primeira exploração”. (RIBEIRO, 2008, p.15)
As crianças dispersam com facilidade e o trabalho somente com a lousa e
caderno cansa. Se já ficam cansadas de copiar a matéria imaginem ter que
raciocinar para resolver um problema? Já com os jogos as crianças pensam e
refletem sem cansar. Além disso, aprendem uns com os outros. Os jogos são
importantes para as relações sociais. Segundo Vigostski o desenvolvimento da
criança se dá a partir do contato com o brinquedo, o jogo e a brincadeira.
Deixar o aluno participar da confecção de alguns jogos (aqueles feitos de
matérias reciclados ou de outras matérias) também é um bom estímulo para
que a prática de jogos em sala de aula fiquem mais interessante e significativa
para eles.
35
Todo jogo por natureza desafia, encanta, traz movimento, barulho e uma alegria para o espaço no qual normalmente entram apenas o livro, o caderno e o lápis. Essa dimensão não pode ser perdida apenas porque os jogos envolvem conceitos de matemática. Ao contrário ela é determinante para que os alunos sintam se chamados a participar das atividades com interesse” (SMOLE, 2000, p. 10).
Por sua dimensão lúdica, o jogar pode ser visto como uma das bases
sobre a qual se desenvolve o espírito construtivo, a imaginação, a capacidade
de sistematizar e abstrair e a capacidade de interagir socialmente. Isso ocorre
porque a dimensão lúdica envolve desafio, surpresa, possibilidade de fazer de
novo, de querer superar obstáculos iniciais e o incomodo por não controlar
todos os resultados. Esse aspecto lúdico faz do jogo um contexto natural para
surgimento de situações problemas cuja superação exige do jogador alguma
aprendizagem e um esforço na busca por uma solução.
“Essa metodologia representa, em sua essência, uma mudança de postura em relação ao que é ensinar matemática, ou seja, ao adotá- la, o professor será um espectador do processo de construção do saber pelo seu aluno, e só irá interferir ao final do mesmo, quando isso se fizer necessário através de questionamentos, por exemplo, que levem os alunos a mudanças de hipóteses, apresentando situações que forcem a reflexão ou para a socialização das descobertas dos grupos, mas nunca para dar a resposta certa. Ao aluno, de acordo com essa visão, caberá o papel daquele que busca e constrói o seu saber através da análise das situações que se apresentam no decorrer do processo” (BORIN, 1998, p.10-11).
Para Borin (1998) para que se possa construir um ambiente onde haja
reflexão a partir da observação e da análise cuidadosa, é essencial a troca de
opiniões e a oportunidade de argumentar com o outro, de modo organizado.
Isto denota a importância fundamental do pré-requisito de tal metodologia de
trabalho: para se alcançar um bom resultado com jogos é necessário que os
alunos saibam trabalhar em grupo. Um aspecto importante observado ao se
trabalhar com jogos é a oportunidade de se trabalhar com os erros. Borin
(1998) relata que, ao resolverem problemas, os alunos não deveriam apagar as
soluções que julgassem erradas, pois estas serviriam para chegar à resposta
correta através da análise dos erros cometidos. Nesse caso, é importante que
o professor peça a seus alunos que façam o registro das jogadas para uma
36
posterior análise do jogo e também para evitar que se esqueçam dos lances
efetuados.
Em período mais avançado, as crianças aprendem a lidar com
situações mais complexas como jogos de regras, e passam a compreender que
as regras podem ser arbitrárias e que os jogadores percebem que só podem
jogar se estiver com outro companheiro. Sendo assim os jogos com regras têm
um aspecto importante, pois neles é preciso compreender e respeitar as
regras, e assim os colegas. A participação em jogos de grupo também
representa conquistas cognitivas, emocionais, morais e sociais para a criança e
um estímulo para o desenvolvimento do seu raciocínio lógico. Também
segundo os PCNs (MEC, 1997), para as crianças o jogo é muito prazeroso
instigante e genuíno, pois gera interesse e prazer.
Os jogos lúdicos permitem uma situação educativa cooperacional e interacional, ou seja, quando alguém está jogando está executando regras do jogo e ao mesmo tempo, desenvolvendo ações de cooperação e interação que estimulam a convivência em grupo. (FRIEDMANN, 1996, p.41).
Com o lúdico algumas habilidades são desenvolvidas como: a
observação, diferenciação de cores, figuras e formas, autonomia, aceitação do
erro e regras. A criança, ao analisar o que faz, cria o seu ponto crítico, levanta
hipóteses, descobre e compartilha ideias com seus colegas. Trabalha suas
reflexões, argumentação e nas atividades práticas melhora seu
condicionamento físico. Opinam no decorrer do jogo e tomam decisão.
Estimula a curiosidade, concretizando e ampliando seu conhecimento.
Desenvolve a organização nos alunos e aprimora-se o trabalho em equipe. Ao
brincar preparam-se para a vida quando adultos, passando por momentos, que
acaba servindo de treinamento para sua vida. O propósito de se trabalhar com
jogos está em superar as dificuldades encontradas e focar no ensino e
aprendizado do conteúdo. Nos jogos obtemos o aprendizado e seu uso nas
aulas de matemática cresce a cada dia mais. Rego coloca que:
Mesmo havendo uma significativa distância entre o comportamento na vida real e o comportamento no brinquedo, a atuação no mundo imaginário e o estabelecimento de regras a serem seguidas criam uma zona de desenvolvimento
37
proximal, na medida em que impulsionam conceitos e processos em desenvolvimento (REGO, 1994, p 83).
O jogo para ensinar matemática deve cumprir o papel de auxiliar no
ensino do conteúdo, propiciar a aquisição de habilidades, permitir o
desenvolvimento operatório do sujeito e, levar o aluno do conhecimento inicial
ao conhecimento mais elaborado. Com os jogos deve-se abranger todos os
tipos de situações e envolver todos os alunos, cuidando para não os
descriminalizar. Ao ser cauteloso na escolha dos jogos deve se levar em conta
que as turmas são heterogêneas. Cada aluno tem seu próprio limite e o seu
tempo para o aprendizado e isso deve ser levado em conta na escolha do jogo.
Antes de ser aplicado o jogo deve ser testado para que eventuais imprevistos
não ocorram e para que o ensino e aprendizado sejam concretizados.
Conforme a época, a cultura e o contexto. Um bom jogo deve ser
interessante e desafiador, deve permitir que a criança avalie seu desempenho,
o resultado deve ser claro para que ela consiga se avaliar e criar novas
tentativas, além de proporcionar a participação do grupo todo durante todo o
jogo. O jogo deve proporcionar um contexto estimulador da atividade mental da
criança com sua capacidade de cooperação, sendo esse jogado de acordo com
as regras pré-estabelecidas. Após selecionar o conteúdo a ser trabalhado o
jogo pode ser escolhido por permitir que os alunos comecem a pensar sobre
um novo assunto, ou para que eles tenham um tempo maior para desenvolver
a compreensão sobre um conceito, para que eles desenvolvam estratégias de
resolução de problemas ou para que conquistem determinadas habilidades que
naquele momento você vê como importantes para o processo de ensino e
aprendizagem. Atuando em vários seguimentos, da educação, ele reforça a
aprendizagem e transforma a sala de aula. As aulas passam de
desmotivadoras às prazerosas tanto para os professores quanto para os
alunos.
Acredito no jogo como uma atividade dinâmica, que se transforma de um contexto para o outro, de um grupo para outro: daí a sua riqueza. Essa qualidade de transformação dos contextos das brincadeiras não pode ser ignorada (FRIEDMAN, 1996, p.20).
38
Por isso, todo professor deveria ensinar de maneira criativa, para facilitar
a aprendizagem da criança. Os jogos e as brincadeiras provocam situações em
que a criança realiza, constrói e se apropria de conhecimentos das mais
diversas ordens. Eles possibilitam, igualmente, a construção de categorias e a
ampliação dos conceitos das várias áreas do conhecimento. Neste aspecto, o
brincar assume papel didático e pode ser explorado no processo educativo.
Significa que a aprendizagem é anterior ao desenvolvimento e que as habilidades das crianças surgem juntamente com o processo de conhecimento, e neste sentido a criança não precisa chegar a um determinado patamar de desenvolvimento para então Adquirir habilidades. Portanto, é de suma importância que o professor reconheça como seus alunos aprendem, como se sentem em relação aos seus conhecimentos, e como desenvolvem as atividades que são propostas. Lima (1992, p. 24)
O exercício mental e a capacidade de responder aos estímulos sociais
devem estar aguçados. A resolução de problemas, a capacidade de decisão, a
escolha da melhor alternativa, enfim, tudo o que a vida moderna exige.
Uma das alternativas de ajudar o aluno na abstração é utilizar jogos
matemáticos em sala de aula, isso estimula o raciocínio-lógico que tanto é
enfatizado que seja despertado nos alunos, não é correto afirmar que isso irá
resolver o problema como um todo que por muito tempo se encontra tão
presente em tal metodologia, mas é uma opção de um leque que já existe e é
importante destacá-la como ponto de reforçar sua importância no meio
educacional.
Através do brinquedo a criança aprende a agir numa esfera de conhecimento, sendo livre para determinar suas próprias ações. Segundo ela, o brinquedo estimula a curiosidade e a autoconfiança, proporcionando desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção. Mas principalmente levando em conta o conhecimento que a criança já traz consigo nunca construindo em cima do que ainda não foi internalizado no entanto, o educador não pode submeter sua metodologia de ensino a algum tipo de material apenas porque ele é atraente ou lúdico. Nenhum material é válido por si só (MOYSÉS, 2006, p. 47).
Portanto, cabe aos educadores, a missão de preparar o maior número
possível de cidadãos conscientes, hábeis e preparados para os desafios do
mundo, mais humano e menos individualista, uma vez em que os jogos em sua
39
essência, são instrumentos de integração e troca de valores. Sua busca deve
ser constante e regimentada pela realidade de cada grupo.
Embora não exista uma receita pronta e acabada a ser seguida para
enfrentar os desafios de ensinar Matemática, é necessário entender que antes
de optar por um material ou um jogo para trabalhar determinados conteúdos,
deve-se refletir sobre o paradigma do professor e sobre o papel de cada um, -;
além disso, deve-se questionar sobre o tipo de aluno que se pretende formar e
sobre qual matemática é importante para esse aluno.
É consensual a ideia de que não existe um caminho que possa ser identificado como único e melhor para o ensino de qualquer disciplina, em particular da matemática. No entanto, conhecer diversas possibilidades de trabalho em sala de aula é fundamental para que o professor construa a sua pratica. Dentre elas, destaca se a história da matemática, as tecnologias da comunicação e os jogos como recursos que podem fornecer os contextos dos problemas, como também os instrumentos para construção das estratégias de resolução (BRASIL, PCN: Matemática, 2001, p. 42).
Ensinar Matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o
pensamento autônomo, a criatividade e a capacidade de resolver problemas
dos alunos. Os educadores matemáticos devem procurar alternativas para
aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a
organização, a concentração, a atenção, o raciocínio lógico-dedutivo e o senso
cooperativo, deve ainda promover, a socialização e estimular as interações do
indivíduo.
Dessa forma pretende-se, nesse capítulo, relatar qual a importância do
uso de jogos nas aulas de matemática, como esses devem ser realizados e
qual a visão dos professores sobre esses. Mostrando que o jogo quando bem
orientado, auxilia o desenvolvimento de habilidades tais como: observação,
análise, levantamento de hipóteses, busca de suposição, reflexão, tomada de
decisão, organização e argumentação. Abaixo seguem alguns modelos de
jogos utilizados e testados com as turmas do 6° ao 9° do Ensino Fundamental
II, pela pesquisadora, numa escola particular, da cidade do Rio de Janeiro, em
que atua como professora de matemática.
40
Podendo citar com exemplo o jogo a corrida da porcentagem, onde o
objetivo é estimular o raciocínio lógico e a compreensão da importância da
porcentagem em nosso cotidiano.
Como jogar:
* O tabuleiro fica no centro da mesa;
* Cada jogador terá um pino ou tampinha;
* Decide-se quem iniciará o jogo;
* O primeiro jogador, joga os 2 dados, soma o resultado. Por exemplo saiu 5 e
6, somando o resultado será 11, andará 11 casas, vai colocar seu pino na
casa;
* Cada casa que passou vai somar de 10 em 10, tendo 110 pontos no total e
vai marcar em sua folha branca ou na tabela;
* Depois deve girar a roleta (no inicio comece somente pela fileira de fora (10%,
20%...);
* Por exemplo, caiu em 40%, o jogador vai multiplicar 110 pontos por 40 e
dividir 100, assim ele vai ter o resultado 44 pontos. O aluno somente vai pegar
30% dos 110 pontos;
* Em cada jogada, ele joga dois dados soma os resultados e gira novamente a
roleta, faz o cálculo na folha, o resultado marca numa tabela de pontos,
como modelo nas fotos.
O lúdico manifesta-se de maneira muito intensa e é preciso que o
professor tenha clareza para perceber que nos jogos o educando estabilizam
aquilo que sabem sobre as mais diversas esferas do conhecimento, em uma
atividade espontânea e imaginária.
41
Atividade de Porcentagem.
Geoplano, (estudando polígonos,
regulares, irregulares, área, perímetro)
Ângulo – (agudo, obtuso, congruente,
bissetriz)
42
43
Informativo matemático – Gibi da
turma do 6 e 7 ano
44
CAPÍTULO III
O PAPEL DA NEUROCIÊNCIA FRENTE AOS DESAFIOS DA
FORMAÇÃO CONTINUADA NA ESCOLA DO SÉCULO XXI
Reger a escola do século 21 não é uma tarefa para qualquer maestro.
Numa época em que se rediscutem espaço, tempo, modo, sujeito e conteúdo
da aprendizagem, a figura do coordenador pedagógico se destaca como
articuladora e representante dessa nova forma de pensar a educação. Dentro
das inúmeras mudanças que ocorrem na sociedade atual, de ordem
econômica, política,social, ideológica, a escola, como instituição de ensino e de
práticas pedagógicas, enfrenta muitos desafios que comprometem a sua ação
frente às exigências que surgem. Assim, os profissionais, que nela trabalham,
precisam estar conscientes de que os alunos devem ter uma formação cada
vez mais ampla, promovendo o desenvolvimento das capacidades desses
sujeitos.
Formar professores é trabalhar numa situação muito particular, na qual o conhecimento que se domina tem de ser constantemente redimensionado, reelaborado, devido às mudanças que ocorrem na sociedade em que se vive consequência, em grande parte, dos avanços da ciência e da tecnologia, tendo em vista que o processo de formação não cessa, envolvendo sempre novos contingentes de professores (CARVALHO, et al,1999, p.47).
A importância vital para um programa de formação continuada ser capaz
de qualificar professores é que se elaborem programas que partam das
necessidades do dia-a-dia do profissional da educação e propondo temas e
métodos de operacionalização que busquem auxiliar o docente a refletir e a
enfrentar as adversidades vivenciadas na prática.
Em síntese, a relação entre os saberes teóricos e os saberes práticos
necessária para um bom desempenho e uma boa qualificação é fundamental
que a formação continuada seja significativa e que ajude a promover mudanças
na postura do professor; competente na sua profissão, a partir dos recursos de
que ele dispõe dotado de uma fundamentação teórica consistente; e consciente
dos aspectos externos que influenciam a educação, visto que a educação não
45
se resume à sala de aula ou à escola, mas está presente num contexto cujas
características interferem no seu andamento.
“Aprendemos com a cognição, mas, sem dúvida alguma, aprendemos pela emoção, o desafio do professor é unir conteúdos coerentes e afetos para uma prazerosa aprendizagem” Relvas.
Uma característica crucial de um processo de Formação Continuada
efetivo é contemplar as três dimensões da formação docente: a dimensão
científica, a dimensão pedagógica e a dimensão pessoal2.
Não é de hoje que a Matemática aparece como vilã nas pesquisas
referentes à qualidade de ensino. Estas pesquisas mostram resultados
desanimadores em relação ao conhecimento que os alunos têm sobre esta
disciplina. Pesquisadores estudam as causas de tantos resultados negativos e
vários problemas podem ser apontados, desde a falta de professor até a
dificuldade que os mesmos têm em repassar os conteúdos de forma dinâmica
e desafiante de modo a expor seus alunos a uma boa aula.
De acordo com Parra (1996, p.48). O trabalho do professor consiste, então, em propor ao aluno uma situação de aprendizagem para que elabore seus conhecimentos como resposta pessoal a uma pergunta, e os faça funcionar ou os modifique como resposta às exigências do meio e não a um desejo do professor.
E isso pressupõe desafiar os estudantes o tempo todo, a fim de que eles
sejam estimulados com problemas em que o raciocínio lógico prevaleça sobre
a repetição de intermináveis fórmulas e a tão conhecida decoreba. Objetivando
romper com estes obstáculos e na tentativa de fazer com que o ensino possa
atender as necessidades de alunos e demais envolvidos no processo ensino e
aprendizagem, é urgente um trabalho efetivo na raiz desse problema.
“Células neurais funcionam como unidades processadoras de informações. Assim que aprendemos algo, não só nosso comportamento se modifica, mas também a anatomia do cérebro. Adquirir conhecimentos, portanto, significa renovar-se”. (KLEIN e KLEIN, 2011, p102)
Quando discutimos educação, aprendizagem e formação, colocamos
em questão os processos neurais, redes que se estabelecem neurônios que se
2 http://juliofurtado.com.br/a-importancia-da-formacao-continuada-dos-professores/)
46
ligam e como fazem novas sinapses, percepção, sentidos, formação e
consolidação de memória, emoção e sua relação com a aprendizagem.
Entende-se assim, que a Neurociência da aprendizagem, em termos gerais, é o
estudo de como o cérebro se organiza para aprender. É o entendimento de
como as redes neurais são estabelecidas no momento da aprendizagem, bem
como de que maneira os estímulos chegam ao cérebro, a forma como as
memórias se consolidam e de como tem o acesso a essas informações
armazenadas. Logo, coloca-se diante do profissional da educação um vasto
campo de preciosas informações relacionadas ao aluno e ao processo de
absorção da aprendizagem a ele proporcionada.
Segundo Leonor “Conhecer a organização do cérebro, suas funções,
períodos críticos, as habilidades cognitivas e emocionais, as potencialidades e
limitações do sistema nervoso pode tornar o trabalho do educador mais
significativo e eficiente, contribuindo para o seu entendimento sobre as
dificuldades de aprendizagem e para sua orientação em relação às
intervenções”.
Cosenza e Guerra (2011) afirmam que o cérebro é responsável pela
forma como se processa as informações, e se armazena o conhecimento.
Dessa forma, compreender o seu funcionamento e as estratégias que
favorecem o seu desenvolvimento é do interesse dos educadores, incluindo
professores, pais e todos os envolvidos no desenvolvimento de outras pessoas.
O aprendizado escolar é uma etapa essencial ao desenvolvimento intelectual da criança. O fracasso escolar nas civilizações industrializadas representa o fracasso social, devendo ser combatido por todos aqueles interessados na construção de uma juventude saudável. (MAIA, 2011, p.21).
Quando se fala de formação continuada de Professores de Matemática,
se fala da busca do conhecimento através da atividade. E esta atividade será
compreendida como momento em que se constituir na unidade entre a
atividade prática e atividade teórica na transformação da realidade escolar. Não
se pode negar que sua prática e posturas são fatores determinantes para a
aprendizagem dos alunos.
47
Apesar da euforia em relação às contribuições das neurociências para a educação, é importante compreender que essa área de estudo não vem propor uma nova pedagogia, mas “fundamenta a prática pedagógica que já se realiza”., demonstrando que estratégias pedagógicas que respeitam a forma como o cérebro funciona tendem a ser mais eficientes “(CONSENZA; GUERRA, 2010, p.142)”.
Sendo assim, a neurociência tem como objetivo estudar e compreender
o comportamento humano considerando o funcionamento das diversas
estruturas e áreas do sistema nervoso. Ela estuda as funções corticais
superiores, como a atenção, a memória, a linguagem, o raciocínio lógico-
matemático, a percepção visual, as funções executivas, entre outras funções
cognitivas. A neurociência considera a participação do cérebro nessas funções
mentais como um todo, no qual as áreas são interdependentes e inter-
relacionadas, funcionando comparativamente a uma orquestra, que depende
da integração de seus componentes para realizar um concerto.
A relevância é, portanto, a grande diferença entre o aprendizado de
fato e o que logo se esquece – ou algo que nunca se chega a aprender de
verdade. Isto porque, dentro do cérebro, tudo o que não é desenvolvido se
perde. Entender o processo de perda como algo natural e comum a todos
também ajuda a ensinar melhor.
“Dessa forma é oportuno enfatizar que o cérebro é o órgão da aprendizagem essencial no processo do aprender escolar. Apresentam regiões, polos, sulcos, reentrâncias e tem em sua função um trabalho em conjunto onde cada estrutura precisa interagir com a outra para ocorrer plena atividade de conectividade entre suas células neurais”.(RELVAS; PIRES, 2017, pág.65)
Do ponto de vista da aprendizagem, a aquisição de conteúdos teóricos
está relacionada com várias regiões do encéfalo, sobretudo com estruturas do
cérebro e sistema límbico, como o hipocampo, a amígdala. O córtex cerebral é
a camada mais externa do cérebro, responsável pelas funções mentais mais
complexas e desenvolvidas, como memória, atenção, consciência, linguagem,
percepção e pensamento; é o local do processamento neuronal. Existem vários
graus de organização do córtex cerebral como, por exemplo, lobos, giros e
camadas teciduais.
48
O Quadro 1: apresenta a relação entre as regiões do córtex cerebral e
suas principais funções.
Região do Córtex Cerebral Principais Funções
Lobo Frontal Responsável pelas funções cognitivas superiores e função
motora
Lobo Temporal Processa os estímulos auditivos e realiza associações de
informações
Lobo Parietal É constituído por duas subdivisões: a anterior, denominada
córtex somatossensorial, que é responsável pela recepção de
sensações como o tato, a dor e a temperatura do corpo, e a
área posterior dos lobos parietais, que é uma área secundária
responsável pela análise, interpretação e integração das
informações recebidas pela área anterior
Lobo Occipital (ou visual) Processa os estímulos visuais
O Quadro 2: Apresenta os lobos e sua relação com o aprendizado Matemático:
Região do Córtex Cerebral Principais Funções
Lobo Frontal Cálculos Mentais rápidos,
conceitualização abstrata; habilidades de
solução de problema.
Lobo Temporal Responsável pela percepção auditiva,
realizações matemáticas básicas.
Lobo Parietal Habilidade de sequenciação, noção de
espaço e volume.
Lobo Occipital (ou visual) Discriminação visual de símbolos
matemáticos
Fonte da Imagem: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Brain_diagram_it.svg Portanto, a compreensão destas funções se faz necessária na sala de aula, como explicam Guerra, Pereira e Lopes (2004, p. 1): “As estratégias pedagógicas utilizadas pelo educador no processo ensino e aprendizagem são estímulos que reorganizam o sistema nervoso em desenvolvimento, produzindo aquisição de comportamentos, objetivo da educação”.
Por isso é fundamental que os professores estimulem individualmente
a inteligência dos seus alunos, reconhecendo as diferentes potencialidades,
limitações e habilidades que cada indivíduo possui, utilizando diferentes
49
metodologias que possibilitem a cada um aprender da maneira mais efetiva.
Esses estímulos podem aumentar sua motivação para a aprendizagem, já que
cada indivíduo possui especificidades no processo de aprender.
Mesmo sem ter plena consciência disso, os professores operam
incontáveis transformações no cérebro de seus alunos. Ao dar uma aula e
estimular as crianças e jovens a aprender um novo conteúdo, ele ‘força’ novas
conexões entre os neurônios e ainda provoca mudanças no padrão de
liberação de neurotransmissores nas sinapses. Sem essas alterações, que
acontecem tanto na estrutura física do cérebro quanto em seu funcionamento
químico, não há aprendizagem, como explica a neurociência, campo do saber
que está se aproximando cada vez mais da área da educação e cujas
descobertas podem ser de grande auxílio para os docentes.
A formação do professor se fundamentará em estabelecer estratégias de pensamento, de percepção, de estímulos; estará centrada na tomada de decisões para processar, sistematizar e comunicar a informação. Desse modo, assume importância a reflexão sobre a prática em contexto determinado, estabelecendo um novo conceito de investigação, em que a pesquisa qualitativa se sobrepõe à quantitativa. Finalmente insiste-se no estudo da vida em sala de aula, no trabalho colaborativo como desenvolvimento da instituição educativa e na socialização do professor. (IMBERNÓN, 2001, p. 39)
Geralmente, os professores desconhecem o funcionamento cerebral e
a sua relação com o ensino e a aprendizagem. Isso porque os cursos de
licenciatura se preocupam em abordar, por exemplo, as mais diversas teorias,
métodos e metodologias de ensino e aprendizagem, não contemplando, assim,
o ensino de conhecimentos básicos das Neurociências e suas implicações na
Educação. Diante disso, trazer os conhecimentos das Neurociências para a
formação do professor significa inovar no ensino e aprendizagem, tornando
esse profissional da Educação capaz de refletir tanto sobre a sua prática de
ensino, como sobre o processo de aprendizagem e suas dificuldades.
Nesta perspectiva, como existem várias formas de pensar e de
aprender, também há várias formas de ensinar.
O cérebro é moldável pelos estímulos advindos do próprio organismo,
da programação genética e do ambiente externo. Torna-se necessário, na
formação do professor, a aquisição de conhecimentos que o habilitem a
50
ensinar, motivar e avaliar o aluno num formato mais eficiente para o seu
cérebro. Como comentado por Oliveira (2009, p.3).
Na Educação, este conhecimento tem provocado discussões e reavaliação pedagógica. Sabendo que o cérebro é uma estrutura moldável pelos estímulos ambientais e que nele ocorre o aprender e o lembrar do aluno, é essencial conhecer seu funcionamento para ajudar o aluno a aprender. Não é, pois, suficiente para quem educa conhecer como ocorre o input e o output do conhecimento no processo ensino/aprendizagem, mas também é necessário conhecer a “central de processamento” deste conhecimento, o cérebro. Não é satisfatório saber como ensinar, como avaliar o que foi ensinado; faz-se necessário apresentar o conhecimento num formato que o cérebro aprenda melhor.
Os estímulos não são exclusivamente externos, alerta Leonor. “Se
quando eu vejo uma pessoa sinto uma contração desagradável do meu
intestino, o cérebro vai processar isso e a visão daquela pessoa sempre vai me
trazer uma sensação desagradável”, exemplifica. O mesmo raciocínio vale para
o que se passa em sala de aula. Dessa forma, se um estudante tiver
experiências ruins com a matemática, como dificuldade para compreender a
matéria, toda vez que entrar em contato com a disciplina seu cérebro vai ativar
a lembrança do mal-estar. E, é claro, ele fará o máximo possível para ficar bem
longe daquilo que lhe causa incômodo. Sendo assim, para favorecer o
processo de ensino-aprendizagem, é importante proporcionar desde cedo às
crianças experiências agradáveis em sala de aula.
Segundo Louzada, em termos neurais, o cérebro evoluiu para
preservar conteúdos que tenham carga emocional. Quanto mais vezes a
amígdala (porção do cérebro associada às emoções) for ativada em uma
experiência, maiores são as chances de aquele evento ser memorizado. Neste
ponto, o professor deve estar igualmente a par do papel decisivo que as
emoções desempenham na aprendizagem, pois “as emoções atuam como um
sinalizador interno de que algo importante está ocorrendo”. O
desencadeamento das emoções colabora, ainda, para a formação de
memórias, uma vez que "aprendemos aquilo que nos emociona", isto é, "o
sistema límbico (...) avalia as informações, decidindo que estímulos devem ser
51
mantidos ou descartados, dependendo a retenção da informação no cérebro da
intensidade da impressão provocada nele".
Curiosamente, estudiosos como Piaget (1896-1980), Vygotsky (1896-
1934) e Wallon (1879-1962), muito antes das constatações empíricas das
Neurociências, já atribuíam à emoção um papel relevante no processo de
retenção da informação. Para Piaget, "certamente a afetividade ou sua
privação podem ser a causa da aceleração ou atraso no desenvolvimento
cognitivo". De acordo com Vygotsky, as emoções são importantes, pois elas
orientam e informam a cognição. Wallon, por sua vez, postula que o professor
deve estar atento a suas reações emocionais e a de seus alunos porque elas
podem servir com um incentivo ou não à aprendizagem.
Cosenza (2011, p.7) descreve sua experiência prática ministrando
cursos sobre os aspectos das neurociências relacionados aos processos de
aprendizagem e da educação:
Educadores- professores e pais- assim como psicólogos, neurologistas ou psiquiatras são, de certa maneira, aqueles que mais trabalham com o cérebro. Mais do que intervir quando ele não funciona bem, os educadores contribuem para a organização do sistema nervoso do aprendiz e, portanto, dos comportamentos que ele apresentará durante a vida. E essa é uma tarefa de grande responsabilidade! Portanto, é curioso não conhecerem o funcionamento cerebral.
Conhecer o funcionamento, potencialidades e limitações do sistema
nervoso possibilitam atender as demandas do educador frente às dificuldades
de aprendizagem, levando a uma contribuição positiva na prática pedagógica.
Por isso a importância de perceber os fundamentos sobre neurobiologia
cognitiva, necessários no processo ensino e aprendizagem. Já não é possível
ignorar a influência da neurociência no processo de ensino e aprendizagem. A
compreensão sobre o funcionamento do cérebro, nas dimensões cognitivas,
emocionais, afetivas e motoras, está associada às funções das áreas corticais
e também com as linguagens naturais da mente. Assim, as escolhas das
estratégias pedagógicas precisam ser pensadas a partir dessa compreensão.
É fundamental que educadores conheçam as interfaces da aprendizagem e que seja sempre um campo a ser explorado.
52
Para isso, os estudos da biologia cerebral vêm contribuindo para a práxis em sala de aula, na compreensão das dimensões cognitivas, motoras, afetivas e sociais no redimensionamento do sujeito aprendente e suas formas de interferir nos ambientes pelos quais perpassam. (RELVAS, 2011, p. 34).
Se o educador tem o conhecimento do funcionamento cerebral e
reconhece que cada aluno aprende de uma maneira diferente, estará
preparado para desenvolver suas aulas explorando os diferentes estilos de
aprendizagem dos alunos e utilizando variadas estratégias pedagógicas,
ressignificando sua prática docente (SOARES, 2003).
No entanto, pouco é ensinado ao professor sobre o conceito de
neuroplasticidade cerebral, permanente capacidade do cérebro de “fazer e
desfazer ligações entre os neurônios como consequência das interações com o
ambiente externo e interno do corpo”. Como a neuroplasticidade cerebral se faz
presente ao longo de toda uma vida, apesar de diminuída na fase adulta, pode-
se concluir que a capacidade de aprendizagem é preservada, ou seja, se um
indivíduo se dispuser a aprender, em qualquer momento de sua vida, uma
dança, um instrumento ou uma língua, "a plasticidade neural fará com que
novos caminhos sejam trilhados por meio de novas conexões entre neurônios
que permitirão a [sua] aprendizagem”. Em outras palavras, graças à
neuroplasticidade cerebral, aprendemos o que é ou o que se torna significativo
e necessário para viver, e esquecemos o que não tem mais relevância3.
Numa abordagem interdisciplinar, os processos de desenvolvimento da inteligência humana nos aspectos da aprendizagem cognitiva, emocional e social, se estabelecem no principal órgão que norteia a vida humana, o cérebro (RELVAS, 2012)
Diante do exposto, conclui-se que as Neurociências também informam
que as emoções são elementos fundamentais ao funcionamento cognitivo e à
aquisição de conhecimento visto que uma situação de aprendizagem que
estimule e motive tende a ser mais eficaz. Por isso, o professor não pode, de
maneira alguma, ignorar que "o intercâmbio de estímulos é essencial para a
aprendizagem", independentemente da idade de seus alunos.
______________________
3 http://www.revistaeducacao.com.br/o-cerebro-na-sala-de-aula/
53
Pesquisadores são unânimes em considerar que a neurociência estuda o sistema nervoso central, em seu pleno desenvolvimento “nos aspectos neuroquímicos, biológico celular, anatômico fisiológico, psicológico, emocional e social para a compreensão do comportamento humano” (RELVAS, 2012, p.16).
Dessa forma, só a neurociência em sala de aula oferece aos
professores o conhecimento básico para desenvolver e utilizar uma nova
pedagogia. A partir do conhecimento e aplicação das neurociências na
formação de professores esses conhecerão os meios neurocientificos e terão o
domínio dessas teorias em favor da educação. Enquanto as teorias
educacionais pensam como acontece o processo de ensino-aprendizagem, as
teorias neurocientíficas as executam através de representações visuais do
cérebro.
54
3.1 A PESQUISA
Na Educação é de fundamental importância que exista tal
desenvolvimento, uma vez que, assim o ensino deixa de ser centrado em
repetições de procedimentos predeterminados. Faz-se necessário rever como
ocorre a formação continuada dos professores e colocá-los no lugar de agentes
da própria formação, não por obrigação, mas por desejo, vontade e até, quem
sabe, por necessidade, uma vez que ninguém nasce professor, faz-se
professor. Aprende-se a ser professor. E o processo de aprender está
intimamente ligado ao desejo, pode parecer estranho ou até obvio quando se
pensa na fundamentação da natureza humana, mas os professores são
pessoas que sentem e querem.
A pesquisa contou com a participação de professores e coordenadores
de uma escola filantrópica situada na região norte do Rio de Janeiro, uma
Escola XXXX que atende da creche ao fundamental II. A pesquisa contou com
uma amostra de 23 professores do total de 27 professores, e com os 3
coordenadores, nesta etapa foi entrevistados todos os professores de todos os
segmentos. Os participantes se mostraram dispostos a colaborar com a
pesquisa, pois se colocaram a disposição para preencherem o questionário
além de ter permitindo a observação do pesquisador na reunião coletiva de
avaliação. O clima da escola estava favorável à pesquisa uma vez que a
mesma foi realizada no final do segundo trimestre do ano letivo. Os dados da
pesquisa apontaram pontos relevantes sobre o elo da neurociência e a
formação continuada e sua importância no ambiente escolar como mostra a
análise gráfica dos resultados nas figuras abaixo:
55
Os resultados obtidos a partir do questionário aplicado com os
professores e coordenadores foram:
Formação Acadêmica Ensino Superior
Completo
Formação Acadêmica Especialização
Quanto à formação: Você já leu algum
texto/reportagem sobre a neurociência?
Você já assistiu algum vídeo sobre a
neurociência?
Você já comprou/compra revistas/livros de
circulação nacional que abordam a…
Você já participou de alguma palestra ou
curso que tinha como tema o estudo da…
Em seu curso de ensino médio/graduação/pós – graduação você teve contato com algum …
Você estudou/estuda a neurociência nos
encontros de formação e/ou planejamento…
Para você a neurociência se dedica a:
compreender como o cérebro processa as…
Você acredita que a neurociência pode
contribuir no seu planejamento de…
O coordenador contribui na sua atuação em
sala de aula?
A relação coordenador/professor contribui
para o desempenho de projetos?
O coordenar é importante na motivação da
formação continuada de seus professores
14
15
5
8
8
12
5
4
10
3
9
5
3
0
0
0
0
0
0
12
2
0
12
11
12
12
3
3
6
10
5
4
3
15
7
3
1
3
3
6
5
12
5
10
7
3
2
6
5
2
3
5
Questionário - Neurociência e a Formação Continuada
Sim Não As Vezes Não Respondeu
56
No presente trabalho objetivou-se avaliar opiniões e conhecimentos de
professores em atuação e em formação sobre neurociência e sua inserção no
contexto escolar, assim como avaliar a atual inserção do tema em tal contexto.
Como principais fontes de informação sobre o papel do cérebro na educação,
destacam-se os jornais e revistas acadêmicos, assim como livros. A partir de
opiniões de professores, mostra-se pouquíssima inserção das neurociências no
contexto educacional atual, visto o alto número de participantes que afirmam
não haver tal utilização. Entretanto quando avaliado as opiniões sobre a tal
inserção, observa-se alto interesse e atribuição de importância em relação ao
tema pelos participantes.
A escolha dessa proposta de formação se deu em virtude da
constatação da ausência de estudo das bases neurocientíficas da
aprendizagem na formação inicial e continuada de professores da Educação.
Conhecer e entender o processo de aprendizagem e do comportamento
tornou-se um grande desafio para educadores.
Quando os dados das neurociências são interpolados e não
extrapolados é mais provável que deduzam implicações úteis à educação. Por
exemplo: só a neurociência pode identificar as áreas do cérebro responsáveis
pelo mapeamento dos sons das letras e se pode construir uma ponte entre a
pesquisa educacional e a dislexia. Na medida em que cresça nossa
compreensão das bases neurais de outras formas de cognição complexa, é
provável que essa compreensão faça contato com os temas educacionais de
uma maneira que tenha como resultado uma nova pedagogia.
É importante que os professores procurem refletir de forma equilibrada
os diferentes tipos de capacidades e dimensões dos conteúdos conceituais,
procedimentais e atitudinais influenciadas pela e na escola e em especial a
disciplina de matemática e que geram mudanças significativas, interferindo
assim em seu convívio e desenvolvimento físico, emocional e psicológico e
refletindo na afetividade, sexualidade e necessidade de liberdade. É obvio que
o gosto é despertado pela curiosidade. O professor curioso estimula seu aluno
a esse exercício e o exercício uma vez aderido provoca a emoção, a
inquietação que só se satisfaz depois do achado, analisado e resolvido.
57
Ao cumprir a função de orientar e supervisionar a elaboração e o
desenvolvimento de projetos e do planejamento docente nas fases de
elaboração, de execução e de implementação, o coordenador ganha mais
espaço no seu relacionamento com o grupo de professores.
No que tange a função formadora, a pesquisa apontou que 37% dos
professores foram incentivados pelo coordenador à formação continuada e a
importância da neurociência no ensino aprendizagem, em alguns casos o
coordenador incentivou divulgando os cursos oferecidos pela Escola de Ensino,
em outros casos o coordenador participou do curso juntamente com os
professores e até mesmo ministrou cursos aos professores. Os coordenadores
em suas falas acreditam que ao divulgar, ministrar e participar junto com os
professores dos cursos eles acabam sendo formadores e incentivadores.
Os coordenadores que participaram da pesquisa também acreditam
que o seu trabalho é importante e que uma de suas obrigações é a de motivar
o grupo de professores constantemente levando-os a reflexão de suas práticas
pedagógicas. A partir dessa análise foi possível verificar que o professor tem a
necessidade de realizar mais formações continuada.
Apropriar-se da prática pedagógica inovadora requer desafios, visto
que, a formação continuada de professores visa o contínuo desenvolvimento
profissional que move o trabalho docente em busca da melhoria da qualidade
do ensino e da aprendizagem. A formação continuada também tem o caráter
de apoiar-se em uma reflexão dos sujeitos sobre sua prática docente, de modo
a lhes permitir examinar suas teorias implícitas, seus esquemas de
funcionamento, suas atitudes, etc., realizando um processo constante de auto-
avaliação que oriente seu trabalho.
58
QUESTIONÁRIO PARA LEVANTAMENTO DE DADOS
Caro (a) Professor (a)! Este questionário corresponde a um dispositivo
de pesquisa intitulada: A neurociência na pesquisa da prática docente:
intervenções nas aprendizagens dos estudantes. As questões propostas
apontam para uma discussão sobre o estudo e as contribuições da
neurociência para a educação. A sua participação contribuirá para o avanço da
pesquisa acadêmica sobre a temática em estudo. Salientamos que será
preservada a identidade do respondente através de seu anonimato e que o
resultado deste questionário será utilizado para a construção de um inventário–
método de registro – a partir do qual será possível mapear o conhecimento que
o respondente tem sobre a área de estudo da neurociência. Sua participação é
muito importante! Cordialmente, Silvia Garcia Moscoso.
Espaço reservado para preenchimento pela pesquisadora:
Questionário nº _______Data de aplicação: ___/___/_______
Local: ____________________________ Cidade: ____________________
1. Identificação pessoal:
Sexo: [ ]Feminino [ ]Masculino Idade: _____________
2. Formação Acadêmica:
[ ] Médio Completo
[ ] Superior Incompleto
[ ] Superior completo
[ ] Especialização
3. Quanto à formação: Você já leu algum texto/reportagem sobre a
neurociência?
[ ] Sim
[ ] Não
59
4. Você já assistiu algum vídeo sobre a neurociência?
[ ] Nunca
[ ] Assisti, mas não lembro do conteúdo do vídeo
[ ] Assisti e lembro do conteúdo do vídeo
5. Você já comprou/compra revistas/livros de circulação nacional que
abordam a neurociência e a educação?
[ ] Nunca
[ ] Comprei, mas não sei qual foi a revista/livro
[ ] Comprei e lembro da revista/livro: _______________________________
6. Você já participou de alguma palestra ou curso que tinha como tema
o estudo da neurociência?
[ ] Sim
[ ] Não
7. Em seu curso de ensino médio/graduação/pós – graduação você teve
contato com algum estudo da neurociência?
[ ] Sim
[ ] Não
8. Você estudou/estuda a neurociência nos encontros de formação e/ou
planejamento na escola que atua?
[ ] Sim
[ ] Não
9. Para você a neurociência se dedica a: compreender como o cérebro
processa as informações, armazenamento dos conhecimentos e seleção
de comportamento?
[ ] Sim
[ ] Não
60
10. Você acredita que a neurociência pode contribuir no seu planejamento
de intervenção para as crianças multirrepetentes?
[ ] Sim
[ ] Não
[ ] As vezes
11. O coordenador contribui na sua atuação em sala de aula?
[ ] Sim
[ ] Não
[ ] As vezes
12. A relação coordenador/professor contribui para o desempenho de
projetos?
[ ] Sim
[ ] Não
[ ] As vezes
13. O coordenar é importante na motivação da formação continuada de seus
professores
[ ] Sim
[ ] Não
[ ] As vezes
61
CONCLUSÃO
Destaca-se que um jogo quando bem orientado, realmente auxilia o
desenvolvimento de habilidades tais como: observação, análise, levantamento
de hipóteses, busca de suposição, reflexão, tomada de decisão, organização e
argumentação, criação de estratégias e autonomia. No processo de
intervenção por meio de jogos, o sujeito tem oportunidades de constatar os
erros ou lacunas, favorecendo a tomada de consciência que é necessária para
a construção de novas estratégias. Observou-se também a possibilidade de
conseguir manipular os jogos e trabalhar praticamente, todos os assuntos
matemáticos presentes no ano letivo. A grande maneabilidade que se encontra
nos jogos, ajudando a incrementar na sua aula uma chance de completar as
lacunas deixadas pelo assunto teórico, obtendo com a motivação na
brincadeira, fazer o aluno persistir no aprendizado.
Ter conhecimento do funcionamento cerebral ajuda o professor de
planejar as aulas de forma mais eficientes e significativas para os seus alunos.
Ademais, as Neurociências o auxiliam a entender como se dá o processo de
aprendizagem, além de torná-lo apto para detectar e entender a dificuldade
e/ou transtorno de aprendizagem de um aluno, podendo encaminhá-lo para
profissionais que possam avaliá-lo e auxiliá-lo. Contudo, conhecer o
funcionamento do cérebro por si só não determinará se a aprendizagem será
bem ou mal sucedida, pois ela depende de diversos fatores, como a
metodologia utilizada, a adequação do currículo à idade do aluno, a
qualificação e o preparo do professor, o contexto familiar, entre tantos outros.
Como bem pontuado por Cosenza & Guerra, "saber como o cérebro aprende
não é suficiente para a realização da mágica do ensinar e aprender". Por isso,
os cursos de licenciatura e as formações continuadas dos educadores, no
Brasil, precisam inserir em sua grade curricular conhecimentos básicos das
Neurociências, para fundamentar a prática docente e combater os neuromitos
que circulam no ambiente escolar.
A Proposta de Formação Continuada intitulada: Neurociência e a
Formação Continuada do Professor de Matemática do Ensino Fundamental II:
Processo Indispensável na Aprendizagem, foi construída com o objetivo
principal de subsidiar o redimensionamento das práticas pedagógicas a partir
62
do entendimento sobre a biologia cerebral e suas interfaces no
desenvolvimento das aprendizagens cognitiva e emocional – desenvolvimento
neurocognitivo.
Investigar as bases da aprendizagem a partir da neurociência
poderá contribuir para a resposta de algumas questões e garantir o sucesso de
um currículo compatível com o funcionamento cerebral, como converter o
conhecimento obtido em pesquisa em métodos instrucionais efetivos em
cenários reais, o quanto tudo isso pode melhorar a instrução nas diversas
disciplinas e o impacto das novas tecnologias no desempenho escolar.
Os conceitos e o conhecimento que o professor tem sobre a
aprendizagem, seus os métodos e como aplicá-los de modo a facilitar para o
aprendiz fazem a diferença. São necessários momentos que possibilitem a
formação docente através de estudos científicos transportados para a prática
cotidiana do ensino.
O cérebro é o órgão da aprendizagem. O amadurecimento do
neurônio tem como consequência a formação de sinapses e diversos
fenômenos promovem uma reorganização constante. A aprendizagem interfere
diretamente neste processo. Conhecendo o neurodesenvolvimento, o educador
pode fazer maior uso das teorias e práticas educacionais levando em conta a
base biológica e os mecanismos neurofuncionais que lhe permitem otimizar as
capacidades do aluno.
Deste modo é possível que se conheça como acontece o processo
de aprendizagem e assim se realize um bom planejamento pedagógico com
resultado positivo para o aluno
63
REFERÊNCIAS
ALVES, Ruben. O desejo de ensinar e a arte de aprender. Rio de Janeiro:
Ed. Educar, 2011.
ASSIS,Jessé X.Silva. A inovação tecnológica na educação. Disponível em:
http://www.webartigos.com/articles/11124/1/A-Tecnologia-em-Favor-da
Educacao/pagina1.html.Acesso:06/10/2017 BORIN, J. Jogos e resolução de problemas: uma estratégia para as aulas de matemática. 3.ed. São Paulo: IME/USP, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais: ensino fundamental – Ciências da natureza, Matemática e suas tecnologias.
Brasília: MEC, 1998 BRASIL. PCN - Parâmetros curriculares nacionais: Matemática. Secretaria
de Educação Fundamental. Brasília: MEC/ SEF, 2001.
CHARLOT, Bernard. Da relação com saber. São Paulo: Ed. Cortez, 2013 FRIEDMANN, A. Brincar: crescer e aprender: o resgate do jogo infantil.
São Paulo. Moderna, 1996.
COSENZA, R; GUERRA, L. Neurociência e educação: como o cérebro
aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011.
D´AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação matemática: da teoria à prática. Ed.
Papirus, 9º edição. Campinas, 2002
ESCRIBANO, C. L. Contribuciones de la neurociencia al diagnóstico y tratamiento educativo de la dislexia del desarrollo. Revista de Neurología,
Barcelona, v. 44, n. 3, p. 173-180, 2007.
GADOTI Moacir. Convite a leitura de Paulo Freire. São Paulo: Ed. Scipione,
2004. GENTILE, Paola. A indisciplina como aliada. Revista Nova Escola. São
Paulo Editora abril S.A, jan/fev, 2002.
GUERRA, L. B. Como as neurociências contribuem para e educação escolar? FGR em revista, Belo Horizonte, ano 4, n. 5, p. 6-9, out. 2010.
Disponível em: Acesso em: 02 dez. 2012
64
IZQUIERDO, Ivan A. Memória, 1º Ed. Porto Alegre, 2002.
KANT, Immanuel. Antropología Práctica (Según el manuscrito inédito de C.C.
Mrongovius, fechado em 1785). Trad. Roberto Rodríguez Aramayo. Madrid: Tecnos, 1990. KILPATRICK, William Heard. Educação para uma civilização em mudança.
16. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1978.
LIBANEO, José Carlos. A didática e a aprendizagem de pensar. São Paulo
Ed. Universidade Católica de Goiás, 2004.
LORENZATO, Sergio. Investigação em educação matemática.São Paulo,
SP: Autores Associados,2007. MARSIGLIA, Ana Carolina Galvão. A prática pedagógica histórico‐crítica na
educação infantil e ensino fundamental – Campinas, SP : Autores
Associados, 2011. – (Coleção Educação contemporânea). MOYSÉS, L. Aplicações de Vigotsky à Educação Matemática. 7 ed. São
Paulo: Ed. Papirus, 2006. PILETTI, Cláudio. Didática geral. 23ª ed. São Paulo: Editora Ática, 2001. REGO, Cristina Tereza. VYGOTSKY. Petrópolis: Vozes, 1994 RIBEIRO, Flávia Dias. Jogos e modelagem na Educação Matemática.
Curitiba: IBPEX, 2008. v. 6.
RELVAS, M. P. Neurociência e transtornos de aprendizagem: as múltiplas
eficiências para uma educação inclusiva. 5. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2011.
RELVAS, M. P. Sob o Comando do Cérebro: entenda como a Neurociência
está no seu dia a dia. 4. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2014.
RELVAS, M. P. A Neurobiologia da Aprendizagem para uma escola humanizadora: Rio de Janeiro: Wak, 2017.
SCHÖN, Donald A. La formación de profisionales reflexivos. Barcelona,
Espanha: Paidós, 1992. _________. Educando o profissional reflexivo – um novo design para o
ensino e a aprendizagem. Porto Alegre:ARTMED, 2000 SMOLE, Kátia Stocco; DINIZ, Maria Ignez; CÂNDIDO, Patrícia. Cadernos do Mathema. Jogos Matemáticos – de 6°. a 9°. ano. Porto Alegre, RS: Artmed,
2000. SOUZA, João Valdir Alves de. Introdução à sociologia da educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. ZAIDAN, Samira. Inovações metodológicas,
65
tensões na prática e o conhecimento matemático. In: COLÓQUIO SOBRE
QUESTÕES CURRICULARES, 10., 2012, Belo Horizonte. Anais. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2012.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional.Petrópolis, RJ:
Vozes, 2007.
ZAIDAN, Samira. O (A) professor(a) de matemática no contexto da
inclusão escolar. Tese. 2001. 467 f. (Doutorado em Educação) – Faculdade
de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2001 (Mimeo)
OLIVEIRA, Gilberto Gonçalves de – neurologista. Especialista em Docência
Universitária e Educação a Distância, mestrando do Programa de Mestrado em Educação da Uniube.
66
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03
DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05
METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
O Professor de Matemática: Da Formação aos desafios do cotidiano Escolar 11
CAPÍTULO II
A prática pedagógica do professor de matemática. 20
2.1. Brincar e aprender algo continuo na Educação Matemática 29
CAPÍTULO III
O papel da Neurociência frente aos desafios da Formação Continuada na escola do século XXI 44
3.1. Pesquisa 54
CONCLUSÃO 61
BIBLIOGRAFIA 63