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AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” A EDUCAÇÃO FINANCEIRA E PREVIDENCIÁRIA CONTRIBUINDO PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DO INDIVÍDUO Por : Aline Teira Laboissière Orientador Prof. AleksandraSliwowska Rio de Janeiro 2016 AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” A EDUCAÇÃO FINANCEIRA E PREVIDENCIÁRIA CONTRIBUINDO PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DO INDIVÍDUO Apresentação de monografia como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Finanças e Gestão Corporativa. Por: Aline Teira Laboissière DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

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AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

A EDUCAÇÃO FINANCEIRA E PREVIDENCIÁRIA CONTRIBUINDO PARA A

MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DO INDIVÍDUO

Por : Aline Teira Laboissière

Orientador Prof. AleksandraSliwowska

Rio de Janeiro 2016

AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

A EDUCAÇÃO FINANCEIRA E PREVIDENCIÁRIA CONTRIBUINDO PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DO INDIVÍDUO

Apresentação de monografia como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Finanças e Gestão Corporativa. Por: Aline Teira Laboissière

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AGRADECIMENTOS

....aos meus filhos e meus familiares pelo apoio recebido , e aos meus professores que contribuíram para minha formação e aprendizado.

DEDICATÓRIA

.....dedico aos meus filhos Felipe e Arthur.

RESUMO

Atualmente, os produtos e serviços financeiros fazem parte da vida de

todas as pessoas. Faz-se necessário um conhecimento prévio desses produtos

e serviços para que se possa realizar boas escolhas na hora da compra e que

estas atendam às expectativas do indivíduo enquanto consumidor desses

produtos.

Ciente da falta de informações sobre educação financeira e

previdênciária no dia-a-dia dos brasileiros, este estudo propõe uma

apresentação dos principais conceitos de economia e finanças e dos principais

produtos financeiros encontrados nos bancos. Essa apresentação será uma

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pequena amostra de informações que o leitor pode adquirir , recorrendo a

fontes confiáveis.

METODOLOGIA Como metodologia de pesquisa foi utilizada : consulta a livros, teses e sites

de entidades públicas e privadas , como Banco Central, Comissão de Valores

Imobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), Bolsa de

Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo – BM&FBOVESPA, Federação

Brasileira de Bancos (FEBRABAN) entre outros que compõem o cenário de

economia e finanças.

SUMÁRIO INTRODUÇÃO 6 CAPÍTULO I - Educação Financeira e Previdenciária: Sua importância 7 atualmente

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CAPÍTULO II - Economia e Finanças: Conceitos básicos 11 CAPÍTULO III – Produtos Financeiros: Pontos relevantes que precisamos25 saber CAPÍTULO IV - Previdência Complementar: Planejamento financeiro 37 visando o futuro CONCLUSÃO 42 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43

INTRODUÇÃO

Esta pesquisa surgiu da minha preocupação com a pequena ( ou a

ausência) de educação financeira e previdenciária na nossa sociedade. Essa

carência de conhecimentos dos produtos e serviços financeiros pode vir a

atrapalhar a vida cotidiana de um cidadão comum.

No período de treze anos fui atendente de um grande banco na cidade

do Rio de Janeiro. Tive contato com clientes de diferentes classes sociais .

Independente da escolaridade e experiência de cada um, a grande maioria dos

clientes carece de informações básicas sobre os produtos comercializados

pelos bancos. Alguns por falta de conhecimento, outros por falta de interesse e

tempo, e outros ainda, por não terem percebido o quanto a escolha do produto

correto pode interferir decisivamente na melhoria de suas vidas.

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Além dos serviços básicos, que alcançam à todos com uma vida

minimamente organizada , existem outros produtos e serviços bancários como:

empréstimos e financiamentos, fundos de investimentos , seguros, poupança,

cheque especial, cartões de crédito, entre outros. Esses produtos, quando

utilizados corretamente, são de suma importância na vida de cada um, do

mesmo modo que, se utilizados de maneira indevida, poderão causar danos na

vida financeira do indivíduo, prejudicando a vida pessoal e social.

Com a enorme variedade de produtos e serviços, como o indivíduo

poderá escolher o mais adequado às suas necessidades, sem que tenha uma

mínima educação financeira?

Nesse sentido, esse trabalho pretende abordar as características

relevantes dos principais produtos financeiros, comparando as vantagens e

desvantagens de cada produto. Com isso pretendo facilitar a escolha

consciente de cada produto em cada etapa de sua vida, distinguindo em que

situação se encontra e onde pretende chegar no aspecto financeiro.

Cabe ressaltar que não há produto certo ou produto errado. Há aquele

que, para uma dada situação, é o mais adequado.

Dentre os produtos financeiros mais relevantes, será dada ênfase aos

produtos de previdência privada, através dos quais o cidadão tem a opção de

escolher a forma como deseja complementar sua previdência oficial e garantir

a manutenção de seu padrão de vida após a aposentadoria. Analisando os

dias atuais é possivel observar um cenário de aumento da longevidade e

queda da taxa de natalidade, o que poderá comprometer o resultado futuro da

previdência oficial, uma vez que esta depende das contribuições pagas pelos

trabalhadores atuais para pagar as aposentadorias dos trabalhadores já

aposentados.

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Finalizando o estudo, o último capítulo discorrerá sobre as

estratégias já lançadas no Brasil por várias entidades públicas e privadas, a fim

de auxiliar o indivíduo na aquisição de conhecimentos sobre educação

financeira e previdenciária.

CAPÍTULO I EDUCAÇÃO FINANCEIRA E PREVIDENCIÁRIA: SUA IMPORTANCIA

ATUALMENTE

Logo no início de seu livro Terapia Financeira, Reinaldo Domingos cita

as dúvidas mais comuns das pessoas:

“ Será que preciso mesmo educar-me financeiramente?; Será

que adianta ler sobre o assunto?; Afinal, educação financeira

também se aprende ou é aquele tipo de coisa que alguns sabem,

outros não, e ponto final? ” (DOMINGOS, 2008, p.21).

A educação financeira e previdenciária tornou-se muito importante

devido à falta de informações recebidas na educação formal sobre esse

assunto. Essa carência de informações pode comprometer a vida financeira de

um indivíduo, refletindo também na sua vida pessoal. É comum dar-se ênfase

ao comportamento social ( que aprendemos com nossa família) e ao

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profissional ( que aprendemos nas escolas e faculdades), mas em relação à

educação financeira e previdenciária não existe nenhuma formação, nem

mesmo para informações básicas. O indivíduo cresce e aprende no dia a dia

como se relacionar com o dinheiro. Percebe-se que a grande maioria da

população não consegue obter informações suficientes que resultem nas

melhores escolhas ao lidar com valores financeiros. As poucas informações

que chegam ao indivíduo, vem através dos meios de comunicação na forma

de reportagens ou programas que tratam o assunto quase sempre de forma

superficial. suficiente para o cidadão compor um aprendizado.

É importante citarmos que esse aprendizado é vital para que o

indivíduo possa gerir sua vida financeira e iniciar o planejamento de sua

aposentadoria. Precisamos perceber a realidade atual de nossa sociedade.

Estamos com uma expectativa de vida cada vez maior e a previdência oficial

vem reformulando suas normas ,constantemente. Essa reformulação visa

diminuir o impacto da nova realidade em suas reservas. A partir disso foi

criado o fator previdenciário e, mais recentemente, a revisão do cálculo para

aposentadoria . Tais ajustes têm sido feitos em intervalos cada vez menores,

gerando uma sensação de insegurança para aqueles que ainda têm alguns

anos até a sua aposentadoria. Nesse cenário surge a previdência privada

como melhor resposta a essa insegurança, auxiliando o indivíduo na formação

de uma poupança para a aposentadoria, através da qual o próprio contribuinte

define suas condições, decidindo quanto quer contribuir, por qual prazo e onde

quer investir sua reserva.

Agora vamos voltar às duas primeiras perguntas no início desse

capítulo: “Eu preciso educar-me financeiramente? Será que adianta ler sobre o

assunto?” A resposta é sim! No mundo capitalista saber lidar com o dinheiro é

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essencial. Para isto precisamos ler e estudar sobre o tema . Ter uma noção de

finanças é importante no dia a dia de qualquer indivíduo, permitindo-lhe

adquirir bens e direitos para uma vida mais segura, com acesso à moradia,

alimentação, educação , saúde e lazer. Quanto a última indagação, a saber:

“Afinal, educação financeira também se aprende ou é aquele tipo de coisa que

alguns sabem, outros não, e ponto final?” Podemos garantir que a educação

financeira é algo que se aprende sim! Algumas pessoas têm mais facilidade e

aprendem de maneira mais rápida que outras mas, de uma forma geral todos,

com vontade e dedicação, podem aprender e aproveitar os benefícios que a

educação financeira pode trazer para suas vidas.

Uma das partes mais importantes da educação financeira é saber

como gastar o dinheiro, melhor dizendo como gastar melhor o dinheiro? A

resposta é relativamente simples : fazendo ele render mais! Como? Fazendo

boas aplicações , tanto no lado de aplicações financeiras como no lado das

compras, optando por melhores condições de pagamento e bons preços.

Sendo assim, aproveitando as melhores oportunidades, tanto no momento de

aplicar como no momento de comprar, fazemos com que o dinheiro renda

mais. Nesse ponto exato que entra em jogo a educação financeira. Quando

conhecemos melhor os produtos financeiros, analisando as taxas de juros,

entendendo os sistemas de pagamento e tantas outras questões , é possível

tomar decisões mais conscientes e eficientes.

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1.1 – Educação Financeira no Brasil e no mundo Podemos perceber que existe uma grande preocupação no Brasil e no

mundo inteiro com a educação financeira. Na realidade trata-se de uma

preocupação muito maior com o bem estar financeiro e pessoal de alguns

indivíduos . Os governantes perceberam que, com a economia globalizada e a

ampliação do acesso ao crédito, torna-se cada vez maior o número de pessoas

participando ativamente da economia de seus países e que, quando muitas

dessas pessoas tomam uma decisão financeira não muito boa para suas vidas,

entram em crise financeira pessoal. Observa-se que quando isso ocorre no

mesmo período e no mesmo segmento financeiro, pode até mesmo prejudicar

a economia de um país. Tal fato pode ser ilustrado pela crise imobiliária

americana de 2008, quando a inadimplência dos compradores americanos de

hipoteca contribuiu para o estouro da bolha imobiliária, desencadeando a crise

financeira internacional.

Então, mais do que uma ação para melhorar a vida financeira de um

indivíduo, a educação financeira ajuda a manter saudável a vida econômica de

um país.

Como dito anteriormente, o papel da educação financeira é fornecer

informações suficientes ao indivíduo que auxiliem na tomada de decisão

consciente quanto ao consumo e investimento, ajudando na sua inclusão na

economia formal, tornando-o um indivíduo , com mais direitos, mais

possibilidades e um futuro mais promissor.

1.2 – A importância de aprender a gastar melhor Nós consumidores precisamos entender o que nos leva a comprar hoje,

em vez de esperar um momento mais propício financeiramente no futuro.

Precisamos aprender a utilizar os produtos financeiros a favor de nosso

orçamento e, principalmente, saber a importância de uma boa pesquisa de

preços e negociação com o comerciante. De posse dessas informações,

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podemos comprar melhor, de forma mais consciente, entendendo que tão

importante quanto saber ganhar dinheiro é saber como gastar esse dinheiro.

Pensando na melhor maneira de gastarmos bem o dinheiro, é

necessário adquirirmos alguns conhecimentos básicos sobre: o funcionamento

da economia e do mercado financeiro, as características dos produtos

financeiros e os nossos direitos como consumidor. Nesse ponto mais

precisamente é que entra a educação financeira, nos auxiliando com alguns

cursos objetivos e precisos no seu conteúdo, com dicas e planilhas que ajudem

o indivíduo na administração de suas finanças pessoais.

Observamos que isso não é suficiente para mudar a relação do

consumidor com o dinheiro. Além das informações técnicas será essencial a

determinação pessoal para se fazer as mudanças necessárias na maneira de

pensar e agir do consumidor , para que realmente possa usufruir dos

melhores resultados que o dinheiro pode trazer no curto, médio e longo prazos.

1.3 – Perseverança para mudar Trata-se de um longo caminho a busca de conhecimentos para uma boa

educação financeira. Apesar disso poderá nos render bons frutos no final. Para

muitos será o primeiro contato com esse assunto e com os termos específicos

dessa matéria. Ocorre que são termos quase familiares que, são ouvidos no

dia a dia das pessoas, em jornais e revistas que falam sobre economia e

finanças , taxas de juros, índices de preço, valor da moeda, aumento do

crédito, movimento na Bolsa de Valores, entre outros. E compreender o quanto

cada uma dessas notícias interfere na vida de cada um, será, um importante

passo no sentido de controlar suas finanças o que, consequentemente,

contribuirá para o bem estar pessoal e familiar.

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No próximo capítulo traremos alguns conceitos de economia e

características dos principais produtos financeiros. A maioria desses produtos

são mal compreendidos pela grande maioria da população e vistos como

grandes vilões, produtos a serem evitados, pois causam prejuízo para quem os

utiliza. Entenderemos para quais situações foram feitos e como devemos

utilizá-los para que possam ser utilizados da melhor maneira possível em

determinados problemas financeiros.

CAPÍTULO II ECONOMIA E FINANÇAS:

CONCEITOS BÁSICOS

Para termos um noção um pouco maior de educação financeira

dependemos do entendimento de alguns conceitos básicos de economia e

finanças. Na verdade não nos aprofundaremos muito nesses conceitos,

veremos apenas o suficiente para entendê-los dentro do contexto das notícias

e reportagens difundidas através meios de comunicação. Através dessas

notícias o consumidor poderá manter-se atualizado com o que ocorre na

economia, percebendo como isso poderá influenciar sua vida, ajudando a

tomar as melhores decisões financeiras.

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2.1 – Conceitos de Economia e Finanças

As áreas de economia e finanças possuem alguns pequenos temas

bastante ligados ao dia a dia de um cidadão comum e que, por isso, ele

precisa conhecer. Na verdade não é necessário que o indivíduo faça um

extenso curso sobre esses temas. Porém, é necessário entender alguns

conceitos e de que maneira interferem na sua vida financeira pessoal . Só

assim, o indivíduo perceberá o momento certo de comprar ou de poupar.

Quando o governo retira ou abaixa o IPI de alguns produtos, os preços

ficam mais baixos, e esse pode ser o momento para trocar itens como fogão

ou máquina de lavar que estavam no planejamento. Se o dólar aumenta, por

exemplo, devemos pensar em adiar uma viagem ao exterior pois poderemos

ter gastos mais altos .

É muito importante ficar atento as tendências do mercado para aproveitar

as oportunidades, para que se possa comprar o necessário e com melhores

preços. Para termos condições de entender como funciona o mercado

precisamos de alguns conceitos básicos de economia e finanças que daremos

ênfase a seguir:

a) Economia

Economia (Ciência Econômica) é uma ciência que consiste na análise

da produção, distribuição e consumo de bens e serviços. É também a ciência

social que estuda a atividade econômica, através da aplicação da teoria

econômica, tendo, na gestão, a sua aplicabilidade prática. Os modelos e

técnicas atualmente usados em economia evoluíram da economia politica do

final do século XIX, derivado da vontade de usar métodos mais empíricos à

semelhança das ciências naturais. Pode representar, em sentido lato, a

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situação económica de um país ou região; isto é, a sua situação

conjuntural (relativamente aos ciclos da economia) ou estrutural. A economia

é,geralmente, dividida em dois grandes ramos: a microeconomia, que estuda

os comportamentos individuais, e a macroeconomia, que estuda o resultado

agregado dos vários comportamentos individuais.

b) Finanças

Finanças é a ciência e a profissão da gestão do dinheiro. Seu campo de

estudo vai desde instituições financeiras e mercados financeiros até o

funcionamento dos sistemas financeiros, seja dentro de uma nação, seja no

mercado internacional. No nível microeconômico, as finanças são o estudo

do planejamento financeiro,da gestão de ativos e da captação de

fundos por empresas e instituições financeiras. O termo "finanças" pode,

assim, incorporar o estudo do dinheiro e outros ativos; o gerenciamento e

controle desses ativos ou recursos; e a análise e gerenciamento de riscos de

projetos.

c) Moeda

Peça de metal, geralmente circular, cunhada por instituição

governamental para ser usada como meio de pagamento e que tem aceitação

geral. Ela possui três funções:

- moeda como meio de troca, intermediário entre as mercadorias;

- moeda como unidade de conta, sendo o referencial das trocas e o

instrumento pelo qual as mercadorias são cotadas;

- moeda como reserva de valor, poder de compra que se mantém no tempo, ou

seja, forma de se medir a riqueza

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d) Inflação

A taxa de inflação é a média do crescimento dos preços de um conjunto

de bens e serviços em determinado período. Sabe-se que se ela passar de

10% ao ano, existirá a perda de valor da moeda e os preços aumentam. Se ela

for negativa ou muito próxima de zero, prejudica a produção e desaquece a

economia. A inflação pode ser contrastada com a reflação, que é ou um

aumento de preços de um estado deflacionado, ou alternativamente, uma

redução na taxa de deflação (ou seja, situações em que o nível geral de

preços está caindo numa taxa decrescente). Um termo relacionado

é desinflação, que é uma redução na taxa de inflação, mas não o suficiente

para causar deflação. A medição da inflação é feita através de uma cesta de

consumo média da população. Geralmente é realizada uma Pesquisa de

Orçamento Familiar (POF) para determinar a cesta de consumo média dessas

famílias. Ou seja, é realizada uma média ponderada das cestas de produtos

consumidas por estas famílias.

e) Juros

É o preço do aluguel do dinheiro. Ou seja, o valor que se recebe (credor)

ou se paga (devedor) pelo tempo que o dinheiro ficar emprestado. Os mais

utilizados são:

- juros simples - a taxa de juros incidirá apenas sobre o valor do principal (valor

inicial emprestado ou investido). Sobre os juros gerados não incidirão novos

juros;

- juros compostos: os juros gerados sobre um período se somará ao valor do

principal para gerar novos juros do período seguinte e assim sucessivamente.

- juros efetivos: é o valor calculado levando-se em conta a incidência dos juros

compostos. A cada mês os juros serão calculados somando-se ao principal os

juros dos meses anteriores. Exemplo: juros de 2% ao mês, pelo regime de

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juros compostos, terá uma taxa efetiva de 26,82% ao ano, porque incidirão

juros sobre juros a cada mês, durante os 12 meses.

f) Bolsa de Valores

É o lugar onde são negociados títulos de renda fixa, títulos públicos

federais, ações, commodities e outros tipos de derivativos financeiros. A Bolsa

de Valores de São Paulo - Bovespa era a bolsa oficial do Brasil, até iniciar um

processo de fusão com a BM&F que culminou na criação de uma nova

instituição, denominada BM&FBovespa no dia 8 de maio de 2008. Seu

principal índice econômico é o IBOVESPA.

Características:

• Os movimentos dos preços no mercado ou em uma seção do

mercado são capturados através de índices chamados Indice de

Bolsa de Valores.

• Os preços das ações servem também para indicar o valor de

mercado das empresas cotadas em bolsa. Dessa forma, diversos

negócios podem ser realizados entre elas e com outros

investidores.

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• A principal função da bolsa de valores é manter transparente e adequado o local para as negociações de compras e vendas de ações.

g) Títulos Públicos

É uma das formas utilizadas para a captação de recursos para financiar

atividades do governo federal, tais como educação, saúde e infra-estrutura. Os

títulos públicos são opções de investimento para a sociedade e representam a

dívida mobiliária da União.

h) Tesouro Direto

Uma plataforma online que possibilita a qualquer cidadão comprar títulos

públicos de maneira muito fácil. Para o pequeno investidor, o Tesouro Direto é

considerado uma opção de investimento de baixo custo e segura, já que os

títulos públicos são considerados os ativos com menor risco em uma

economia. Existem três tipos mais comuns:

Tesouro Prefixado (LTN) – Título com rentabilidade definida (prefixada)

no momento da compra

Este tipo de título possui taxa predefinida no momento da compra. Isso

quer dizer que, ao adquirir um Tesouro Prefixado, o investidor já sabe, na hora,

qual será a taxa de juros paga no final do período de aplicação.

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Assim, este título é indicado principalmente quando a taxa de juros está

alta, mas existe a tendência de que ela recue. Desta forma, o investidor “trava”

a sua rentabilidade com a Selic elevada, e, depois, mesmo que ela caia, vai

receber aquela rentabilidade maior ao final do prazo do investimento.

Tesouro Selic (LFT) – Título com rentabilidade diária vinculada à taxa

Selic

Ao investir em um título Tesouro Selic, o investidor não sabe

exatamente qual será a sua rentabilidade no final do período. Isto porque ela

vai depender da variação da taxa básica de juros. Se a Selic subir, a tendência

é que a remuneração seja maior, e vice-versa. Por isso, este título é mais

indicado em caso de expectativa de que a taxa de juros suba ou permaneça

em um patamar elevado – assim, a remuneração também será mais atrativa.

Para investidores que não acompanham o mercado e podem precisar resgatar

o dinheiro a qualquer momento, esse também é o título mais indicado.

Tesouro IPCA + (NTN-B) – Títulos com rentabilidade vinculada à

variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a

inflação “oficial” do país), acrescida de juros

Assim como no caso do Tesouro Selic, o investidor que compra um título

Tesouro IPCA + não sabe exatamente qual será a sua remuneração no final do

período de validade do título, já que a rentabilidade é baseada no IPCA, um

índice de inflação que flutua todos os meses. Este título é indicado para

quando existe a expectativa de que a inflação aumente, assim o investidor não

só protege seu patrimônio como ainda pode ganhar poder aquisitivo.

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i) Política Econômica

É um conjunto de iniciativas realizadas por um governo com o intuito de

alcançar objetivos relacionados à situação econômica de uma nação, de uma

determinada região ou, ainda, de vários países. É composta por: política

monetária (conjunto de medidas intrínsecas à moeda de um país); política

fiscal (conjunto de ações e decisões atreladas a despesas e receitas dos

governos municipal, estadual e federal); e política cambial (relativa às relações

entre nações sob o plano de suas moedas).

j) Política Monetária

É a política que controla a quantidade de dinheiro em circulação no país,

bem como, as taxas de juros e o volume de crédito, entre outros. Em uma

situação de crise financeira, fazer um bom controle do dinheiro em circulação é

primordial para que a economia seja aquecida (estimulada) ou desaquecida

(desestimulada) de acordo com as necessidades do cenário nacional e

internacional. Quando a economia está aquecida, em cenário de inflação alta,

o governo precisa retirar dinheiro do mercado e quando a economia está

desaquecida é necessário injetar mais dinheiro em circulação, aumentando a

oferta de crédito. E, para esse controle, o governo conta com três ferramentas

para gerenciar a política monetária:

- redesconto – o Banco Central concede “empréstimos” aos bancos comerciais

a taxas acima das praticadas no mercado. Tais empréstimos, são utilizados

pelos bancos comerciais somente quando existe uma insuficiência de caixa

(fluxo de caixa), ou seja, quando a demanda de recursos depositados não

cobrem suas necessidades. Quando o governo precisa inserir dinheiro no

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mercado, ele diminui essa taxa, estimulando os bancos a pegarem mais

dinheiro, ofertando assim, mais crédito ao consumidor;

- open 19market (mercado aberto) – é a compra/venda de títulos públicos

como modo de colocar/retirar dinheiro de circulação no mercado. Quando o

governo precisa ter mais dinheiro em circulação, ele compra títulos públicos no

mercado e, quando precisa retirar dinheiro de circulação, ele vende títulos

públicos no mercado;

- depósito compulsório – trata-se de um depósito obrigatório feito pelos bancos

comerciais junto ao Banco Central. É uma reserva de garantia que os bancos

precisam manter junto ao Banco Central. Com esse instrumento, o governo

aumenta o percentual para depósito, quando precisa retirar dinheiro do

mercado ou, diminui o percentual de depósito, quando deseja que sobre mais

dinheiro nos bancos para que estes ofertem mais crédito no mercado.

k) Taxa Selic (Taxa básica de juros)

“A taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) é um

índice pelo qual as taxas de juros cobradas pelos bancos no Brasil se balizam.

A taxa é uma ferramenta de política monetária utilizada pelo Banco Central do

Brasil para atingir a meta das taxas de juros estabelecida pelo Comitê de

Política Monetária (Copom) e (BOPE). A taxa overnight do (SELIC), é a taxa

média ponderada pelo volume das operações de financiamento por um dia,

lastreadas em títulos públicos federais e realizadas no SELIC, na forma de

operações compromissadas. A taxa é expressa na forma anual (anualizada)”.

(https://pt.wikipedia.org/wiki/Taxa_SELIC em setembro 2016).

Como funciona? Começa com uma necessidade do governo em ter

dinheiro para pagar suas próprias dívidas e fazer investimentos.

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Ou seja, para construir estradas, hospitais, escolas, investir na

segurança e na saúde da população, o governo irá precisar de impostos.

Porém, apesar do principal meio de arrecadação ser os impostos, existe

outra maneira de arrecadar dinheiro, que é através do Tesouro Nacional.

A secretaria do tesouro emite títulos públicos com essa mesma função:

conseguir recursos para o governo. Além disso, captar dinheiro permite que o

governo antecipe a receita de impostos.

A grande maioria desses títulos públicos é comprada por grandes

bancos, e por lei todo banco é obrigado a depositar uma percentagem de seus

depósitos em uma conta no Banco Central.

Esta medida é necessária para controlar o excesso de dinheiro em

circulação na economia e evitar um aumento descontrolado da inflação.

Devido as milhões de operações bancárias realizadas diariamente, é

comum os bancos chegarem ao final do dia com a percentagem maior ou

menor do que deveriam ter na conta do Banco Central.

Como os bancos são obrigados a respeitar a percentagem estabelecida,

eles se vêem obrigados a pegar empréstimos com outros bancos para

cumprirem a lei.

Esses empréstimos geralmente são de curto prazo, durando em torno de 24

horas, e da mesma forma que você oferece a sua casa como garantia em um

financiamento habitacional por exemplo, os bancos dão como garantia os

títulos públicos adquiridos do Banco Central.

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l) Copom (Comitê de Política Monetária)

“O Comitê de Política Monetária (Copom) é um órgão constituído no

ambito do Banco Central do Brasil em 20 de junho de 1996, por meio da

circular n° 2.698,[1] (revogada a partir de 2 de janeiro de 1998, pela Circular nº

2.780, de 12 de novembro de 1997[2]) com as finalidades de estabelecer as

diretrizes da política monetária e definir a taxa básica de juros. Tem, ainda, a

competência específica de regular a liquidez da economia, por meio dos

instrumentos de política monetária."

(https://pt.wikipedia.org/wiki/Comit%C3%AA_de_Pol%C3%ADtica_Monet%C3

%A1ria em setembro 2016).

Formalmente, os objetivos do Copom são: "implementar a política

monetária, definir a meta da Taxa Selic e seu eventual viés, e analisar o

Relatório de Inflação". A taxa de juros fixada na reunião do Copom é a meta

para a Taxa Selic (taxa média dos financiamentos diários, com lastro em títulos

federais, apurados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia), a qual

vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do Comitê. Se for o caso, o

Copom também pode definir o viés, que é a prerrogativa dada ao presidente do

Banco Central para alterar, na direção do viés, a meta para a Taxa Selic a

qualquer momento entre as reuniões ordinárias.

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m) Liquidez

É um conceito financeiro que expressa a facilidade com que um ativo

pode ser transformado em unidade monetária (ou seja, em dinheiro). Um ativo

de alta liquidez, portanto, é aquele que pode ser vendido rapidamente sem

perda significativa de valor. Um ativo ilíquido é aquele que não pode ser

convertido em caixa rapidamente, sem que haja redução substancial do preço.

Normalmente, os ativos são apresentados no balanço em ordem

crescente de liquidez, significando que os mais líquidos vêm em primeiro lugar.

Os índices de liquidez avaliam a capacidade de pagamento da empresa frente

a suas obrigações. Sendo de grande importância para a administração da

continuidade da empresa, as variações destes índices devem ser motivos de

estudos para os gestores.

n) Orçamento

Atualmente, o conceito está intimamente ligado à previsão das Receitas

e à fixação das Despesas públicas. O orçamento contém estimativa das

receitas e autorização para realização de despesas da administração pública

direta e indireta em um determinado exercício que, no Brasil, coincide com o

ano civil. O orçamento da União estabelece as prioridades de gastos do

governo e as formas como os recursos necessários para custear essas

prioridades serão arrecadados por meio de tributos. Por conta disso, o tema

interessa a toda a sociedade e todos têm o direito de acompanhar e fiscalizar a

correta aplicação dos recursos públicos. O Sistema de Planejamento

Integrado, conhecido como Processo de Planejamento-Orçamento, baseia-se

no Plano Plurianual (PPA), na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e na Lei

Orçamentária Anual (LOA).

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Plano Plurianual (PPA) - É um plano de médio prazo (quatro anos), por

meio do qual se procura ordenar as ações do governo que levem a atingir

objetivos estratégicos e metas quantitativas fixadas para o período de quatro

anos, tanto no governo federal como nos governos estaduais e municipais.

Nenhum investimento, cuja execução ultrapasse um exercício financeiro,

poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, sob pena de crime

de responsabilidade.

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) - Norteia a elaboração do

orçamento anual de forma a adequá-lo às diretrizes e objetivos estabelecidos

no Plano Plurianual, restrito ao ano a que se refere. Define as metas em

termos de programas..

o) IR (Imposto de Renda)

É um imposto federal ( somente a União tem o poder de instituí-lo) em

que cada contribuinte, seja ele pessoa física ou pessoa jurídica, é obrigado a

deduzir uma certa porcentagem de sua renda média anual para o governo

federal. A dedução é realizada com base nas informações financeiras de cada

contribuinte, obedecendo a tabela divulgada pela Receita Federal. O fato

gerador do IR é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda

ou de proventos de qualquer natureza. Considera-se renda o produto do

capital, do trabalho ou da combinação de ambos, que caracterizem acréscimos

patrimoniais não incluídos no conceito de renda. A base de cálculo ( também

chamada de renda tributável) para pessoas jurídicas é o lucro real, presumido

ou arbitrado correspondente ao período de apuração e, para pessoas físicas,

são os rendimentos e ganhos de capital. Algumas despesas são possíveis de

serem abatidas como: gastos com saúde, gastos necessários à atividade

registrado no livro caixa, etc. As despesas com educação e com dependentes

são passíveis de dedução, porém há limites estabelecidos na legislação.

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Tabelas progressivas anuais

A partir do exercício 2016, ano-calendário de 2015:

Base de cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IRPF (R$)

Até 22.499,13 - -

De 22.499,14 até 33.477,72 7,5 1.687,43

De 33.477,73 até 44.476,74 15 4.198,26

De 44.476,75 até 55.373,55 22,5 7.534,02

Acima de 55.373,55 27,5 10.302,70

Tabelas de incidência mensal

A partir do mês de abril do ano-calendário de 2015:

Base de cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IRPF (R$)

Até 1.903,98 - -

De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80

De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80

De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13

Acima de 4.664,68 27,5 869,36

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A alíquota para as pessoas jurídicas é de 15%, aplicada sobre o lucro real,

lucro presumido ou lucro arbitrado. Há um adicional de 10% sobre o montante

que ultrapasse R$ 20.000,00 ao mês - o que resulta em um máximo de 25%.

Alguns investimentos possuem IR, cada um com suas próprias regras.

p) IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)

O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incide sobre operações

de crédito, de câmbio e seguro ou relativas a títulos financeiros. Foi criado para

ser um instrumento regulatório da economia. Através da arrecadação desse

imposto, o Governo tem como saber como está a demanda ea a oferta de

crédito no País. Os impostos regulatórios, como o IOF, podem ser alterados a

qualquer momento, sem a necessidade de passar por aprovação no

Congresso Nacional. Isso facilita a ação do Governo para o controle do crédito.

Como um tributo para arrecadação, ele é muito útil para a economia mas, em

se tratando de um instrumento regulatório, alguns especialistas acreditam que

ele não tem o efeito esperado. Isso ocorre porque, quando o consumidor quer

comprar, ele apenas avalia o número de parcelas e leva o produto ou serviço.

A alta ou não da alíquota, que é a forma como o Governo controla o crédito,

não atinge grande parte dos consumidores. Além disso, uma boa fatia da

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população tem outras opções de crédito que não são atingidas pelo IOF, como

cartões de lojas e parcelamentos sem juros.

q) Taxa de Administração

A taxa de administração é um percentual com base anual cobrado

mensalmente sobre o patrimônio médio do fundo de investimento. Esta é a

taxa mais frequentemente cobrada pelos fundos. É quanto o fundo ( ou melhor,

os cotistas) deve pagar pela prestação de serviço do gestor (administrador) e

das demais instituições presentes na operacionalização do dia a dia. O valor

da taxa é calculado anualmente, mas descontado diariamente. Ela independe

da rentabilidade obtida pelos acionistas, podendo variar de acordo com a

instituição e produto. Para o investidor torna-se um diferencial verificar o que

está incluído no valor cobrado. Cabe ressaltar que o administrador, ao divulgar

a rentabilidade do fundo, ela já é líquida ( descontada a taxa de

administração). O valor da taxa pode ser consultado no regulamento do fundo.

Para saber se uma taxa de administração está na média do mercado pode-se

acessar o Relatório de Taxas de Administração da ANBIMA. Assim torna-se

mais fácil para o investidor decidir onde aplicar seus recursos.

No próximo capítulo, veremos os produtos financeiros com as suas

características mais relevantes. Apesar de não serem tangíveis ( do tipo que se

compra e leva para casa), precisam de alguns cuidados no momento de sua

aquisição. É importante identificar se é o adequado para a situação do

consumidor, se atingirá os objetivos necessários, se o preço está compatível

com o mercado e com o que o consumidor pode pagar e quais os potenciais

riscos (se poderão causar algum tipo de prejuízo financeiro). Para isso, é

necessário estudar um pouco as característica dos principais produtos, como

veremos a seguir.

2.2) O papel das propagandas

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Depois de expor alguns conceitos básicos de economia e finanças, que

estão presentes no dia a dia de cada um e que chegam até o cidadão pelos

meios de comunicação, vale ressaltar outra nuance dos meios de

comunicação, que é a propaganda. Através ela, são oferecidos produtos e

serviços, mas também são criadas algumas “verdades”, explicando alguns

slogans, que de tanto serem repetidos, marcam a memória dos consumidores

e aos poucos, inconscientemente, podem influenciar suas opiniões e decisões.

Lembrando de alguns:

Danoninho: Vale por um bifinho

Doril: Tomou Doril a dor sumiu

Pepsi: Pode ser bom. Pode ser muito bom. Pode ser Pepsi?

Omo: Lava mais branco

Rexona: Sempre cabe mais um quando se usa Rexona

Quem nunca foi influenciado por um desses anúncios?

Consciente ou inconscientemente, todos são levados a acreditar em um

slogan que, quando bem feito e repetido à exaustão, acaba quase virando

uma “verdade” na mente das pessoas. É claro que, em um primeiro momento,

todos resistem à sedução que os anúncios trazem, mas, algumas vezes, é

inevitável não lembrar de alguns. E essa lembrança pode ajudar a decidir entre

um produto e outro no momento da compra, se as diferenças entre eles forem

pequenas o suficiente para não serem muito importantes.

E esse é um dos objetivos da propaganda, seduzir o consumidor,

persuadindo-o a adquirir o produto anunciado. Como diz o site da Universidade

de Chapecó sobre o curso de Publicidade e Propaganda:

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“Estabelecer uma relação persuasiva entre marcas e

consumidores é a principal função do publicitário. Para

isso, cria identidade visual, desenvolve peças, planeja

campanhas de promoção de produtos, de comunicação de

conceitos e valores das marcas.”

(retirado do site em julho de 2015)

Então, para não ser persuadido pelos publicitários, é importante que o

consumidor tenha sempre em mente que qualquer compra precisa de

planejamento e preparação. E que a compra por impulso precisa ser evitada,

porque ao fazê-la, o consumidor deixa de avaliar alguns itens importantes

como: ver se o produto é realmente necessário, se o preço está condizente

com o mercado, se é a melhor época para comprá-lo, de que forma será pago,

se as condições favorecem o pagamento e etc. Esses são apenas alguns dos

questionamentos que ajudam a fazer uma compra consciente, que não irá

atrapalhar o planejamento financeiro do consumidor e que trará benefícios

para ele e sua família.

No próximo capítulo, os produtos financeiros serão vistos com as suas

características mais relevantes. Apesar de não serem produtos tangíveis,

daqueles que se compram e se leva para casa, os produtos financeiros

também precisam de alguns cuidados no momento de sua aquisição, bem

parecidos com os que são necessários na compra de um produto em uma loja.

É relevante saber se é adequado para a situação do consumidor, se atingirá os

objetivos necessários, se o preço está compatível com o mercado e quais os

potenciais riscos que poderão causar algum tipo de prejuízo financeiro. E, para

realizar nessa tarefa, é necessário estudar um pouco as característica dos

principais produtos, como a seguir.

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CAPÍTULO III

PRODUTOS FINANCEIROS: PONTOS RELEVANTES

QUE PRECISAMOS SABER

Atualmente, os produtos financeiros são apresentados para o

consumidor como um produto comercial. São expostos em jornais, televisão,

mala direta, internet, entre outros. Na maior parte das vezes, esses produtos

têm sua imagem associada à cenas de felicidade, divertimento, sucesso, e

tranquilidade, induzindo o consumidor a comprá-lo para obter o resultado dele

na sua própria vida. Além das imagens, outro fator que influencia a compra de

um produto financeiro é a persistência dos vendedores, sempre influenciados

pelas metas abusivas dos bancos. Eles tentam persuadir o consumidor pela

compra, na maior parte das vezes sem explicar completamente as

características do produto. Dessa forma, o consumidor pode é levado à

compra de um produto mesmo sem saber se é o adequado às suas

necessidades e seus potenciais riscos.

Através desse capítulo, serão apresentados os produtos financeiros

mais comercializados e mais comuns, com suas principais características e

também ilustrando seus principais pontos de preocupação, que podem causar

algum tipo de prejuízo ao consumidor.

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3.1 - Produtos Financeiros

a) Cartão de Crédito

Permite que se faça compras sem dinheiro em mãos de forma rápida e

fácil. Também permite, em alguns casos, o parcelamento das compras com

pagamento para até 30 dias. Apesar de serem facilidades que ajudam no dia

dia do consumidor, também podem atrapalhar o seu planejamento financeiro.

Observa-se que é muito fácil comprar mais do que se pode pagar. Em muitos

casos o limite do cartão de crédito é maior do que a disponibilidade financeira

do consumidor, o que só será percebido no momento que este recebe a sua

fatura. E o maior risco surge quando o consumidor, não tendo dinheiro para

pagamento do total da fatura, paga um valor parcial ou o valor mínimo. Aquele

valor que não for pago, será financiado pelo cartão com o segundo pior juros

do mercado, perdendo apenas para o cheque especial. O ideal é que a compra

no cartão seja programada e incluída no orçamento do consumidor, para que

esse valor não extrapole sua previsão mensal.

b) Cheque Especial

O cheque especial é uma espécie de crédito ao consumidor,

oferecido pelos bancos e sempre vinculado à conta corrente. Consiste em uma

linha de crédito pré- aprovada ficando à disposição do correntista. Possui um

valor determinado pela análise de crédito feita para cada cliente. Pode se

tornar útil para cobrir um gasto inesperado, mas sua taxa de juros é uma das

mais altas do mercado, e por isso só deve ser utilizado em casos realmente

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emergenciais não sendo aconselhado para cobertura de gastos que não

podem ser saldados em alguns dias.

c) Poupança

Poupança é o investimento mais popular no Brasil. Possui risco baixo ,

mas também baixo rendimento. Podemos dizer que sua maior atratividade é a

não dedução de imposto de renda, IOF (Imposto sobre operações financeiras)

e a inexistência de taxa de administração. A outra vantagem é que tem liquidez

diária, se necessário, podendo-se sacar o valor total ou parcial a qualquer

momento. Porém, deve ser observado que o rendimento da poupança só é

auferido se o poupador permanecer 30 dias com o valor aplicado. Caso

contrário, não recebe o rendimento daquele período.

d) Crédito Direto ao Consumidor (CDC)

O CDC é uma linha de crédito, pré aprovada e posta à disposição do

consumidor pelo banco, ou aprovada pelo lojista no momento da compra . O

principal benefício é permitir que o consumidor adquira o bem no ato da

compra, sem precisar pagar seu valor total. Por esse benefício paga-se juros,

que são divididos pelas prestações do CDC.

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Um ponto forte do CDC é o fato de ser um empréstimo que o

consumidor contrata sem especificar o destino do dinheiro, o que não ocorre

com o financiamento de bens ( que geralmente ficam alienados como

garantia).

Os empréstimos e financiamentos possuem três sistemas de

amortização: Sistema Price, Sistema SAC e Sistema Americano. Os mais

utilizados são o Sistema Price (prestações fixas) e o Sistema SAC

(amortização constante). Neles a prestação é composta de uma parte de

amortização e uma parte de juros. A diferença é que, no Sistema Americano,

somente os juros são pagos durante o prazo do empréstimo. O capital é

amortizado em uma única parcela no final.

No Sistema SAC, a amortização é constante. Cada prestação é

amortizada pelo mesmo valor, que corresponde ao capital dividido pelo prazo,

enquanto os juros são calculados sobre o saldo devedor, mês a mês. A soma

de juros e capital forma as prestações.

Vale destacar o momento da propaganda do produto. Normalmente o

valor das parcelas é exposto em letras grandes, enquanto o valor total do

produto é apresentado em letras pequenas. Desta forma mal são percebidas

pelo consumidor. O consumidor tem a impressão que está adquirindo um

produto barato e não percebe que aquela pequena parcela será paga em 24,

36 ou 48 vezes, acrescido dos juros desse período, se tornando muito mais

caro do que se fosse pago à vista. O consumidor deve ser orientado a fazer os

cálculos, verificar a taxa de juros praticada e o quanto de juros será adicionado

no valor do produto, para realizar uma compra consciente.

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e) Título de Capitalização

É um produto em que , parte dos pagamentos realizados é usada para

formar um capital, e a outra parte é destinada a custear os sorteios e as

despesas administrativas, segundo cláusulas e regras aprovadas e

mencionadas no próprio título (Condições Gerais do Título). O valor acumulado

será pago em moeda corrente num prazo máximo estabelecido.

Para aquelas pessoas que não conseguem juntar dinheiro é visto como

uma poupança forçada, mas como o índice que remunera o saldo é muito

baixo, menor que o da poupança, ele tem como compensação sorteios

periódicos e programados. Os sorteios vão desde pequenos valores até

valores milionários, sendo uma opção para aqueles que gostam de apostar e

ainda tem a vantagem de receber o dinheiro de volta, depois do prazo da

capitalização, com algum reajuste.

Os títulos de capitalização, na maioria das vezes, são vendidos de modo

errado. Isso se reflete na péssima fama que possuem. São apresentados ao

consumidor como um produto de investimento ( o que não é verdade, pois

possuem uma rentabilidade muito baixa) causando alto índice de insatisfação.

f) Consórcio

O consórcio é uma operação de captação de recursos em um grupo

fechado de pessoas, jurídicas ou físicas, com a finalidade de aquisição de

bens ou serviços específicos, por meio de autofinanciamento. Os participantes

efetuam uma contribuição mensal ajustada, durante um prazo certo visando à

compra de um bem ou serviço de forma isonômica. A adesão de um

consorciado a um grupo de consórcio se dá mediante a assinatura de um

contrato de participação em grupo de consórcio.

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Nesse contrato devem estar previstas, de forma clara e explícita, os

direitos e os deveres das partes contratantes, tais como a descrição do bem a

que o contrato está referenciado e seu respectivo preço (que será adotado

como referência para o valor do crédito e para o cálculo das parcelas mensais

do consorciado) e as condições para concorrer à contemplação por sorteio,

bem como as regras da contemplação por lance.

Trata-se de um ótimo produto para quem não tem o valor total para a

compra de um bem ou contratação de um serviço e não tem muita pressa para

adquiri-lo. No consórcio, o consumidor concorre a sorteios, mensalmente nas

assembleias, e se sua cota for contemplada, ele poderá adquirir

antecipadamente seu bem. Outra hipótese é, também nessas assembleias,

dar um lance. O lance consiste em um adiantamento de parte ou do todo de

seu saldo devedor.

g) CDB e RDB

CDBs (Certificado de Depósito Bancário) e RDBs (Recibos de Depósitos

Bancários) são títulos de renda fixa que servem como captação de recursos

dos bancos. Em outras palavras, são empréstimos que o cliente faz para o

banco em que é correntista. A rentabilidade vem dos juros pagos pela

instituição ao cliente pelo empréstimo do dinheiro ao fim do término do

contrato. A aplicação inicial varia conforme o banco.

A diferença entre CDB e RDB é que o primeiro permite a negociação do

título antes do vencimento (e com isso perda de remuneração) enquanto o

segundo é inegociável e intransferível. O resgate pode ser feito a qualquer

momento, desde que já se tenha passado o prazo mínimo da aplicação, que

varia de 1 dia a 12 meses, dependendo do tipo de rentabilidade escolhida. Se

isso acontecer antes, não haverá rendimentos.

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Os CDBs e os RDBs podem ser pré-fixados (é possível calcular quanto

irá ganhar na data de vencimento do título) ou pós-fixados (nesse caso, o

rendimento do título é indexado a algum índice, como o CDI, a TR e ou o IGP.

Por isso não se pode determinar o retorno no início do investimento).

Nos CDBs pré-fixados, só há garantia de rentabilidade quando o

investidor resgata seu dinheiro na data de vencimento do título. Antes disso, o

dinheiro pode ser resgatado, mas o rendimento dependerá de como está o

mercado naquele momento. No caso de falência do banco, o Fundo Garantidor

de Crédito garante ao investidor o valor de até R$ 250 mil.

Possuem dedução de imposto de renda e IOF (se resgatado antes de

30 dias), mas não possuem cobrança de taxa de administração.

h) Títulos Públicos

Os títulos públicos são ativos de renda fixa, de baixo risco. Os títulos

públicos federais são vendidos pelo Tesouro Nacional no mercado primário

para as instituições detentoras de reserva bancária, bem como para aquelas

autorizadas pelo Selic a participar dos leilões por meio de subcontas de

reserva bancária das instituições financeiras. Tais bancos atuam na maioria

das vezes como intermediários para os clientes finais. No mercado secundário,

as principais instituições que distribuem os títulos públicos são responsáveis

por disponibilizar os preços e as cotações e intermediar as operações.

Os mais comuns são:

- LFT (Letras Financeiras do Tesouro) - Títulos pós-fixados que são

remunerados pela taxa Selic;

- LTN (Letras do Tesouro Nacional) - Títulos pré-fixados, ou seja, tem um valor

fixo pelo qual serão resgatados na data do vencimento;

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- NTN-F (Notas do Tesouro Nacional, Série F) - Títulos pré-fixados como as

LTN, porém com pagamentos de juros semestrais (cupons);

- NTN-B – (Notas do Tesouro Nacional, série B) Títulos indexados à inflação,

corrigidos pelo IPCA e acrescidos de uma remuneração pré-fixada. Assim

como a NTN-F, tem pagamentos semestrais de juros.

i) Fundos de Investimentos

Os fundos de investimentos são divididos em 7 tipos, conforme site da

revista Exame (http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/noticias/) retirado em 18/09/2016,

conforme segue abaixo:

1. Curto Prazo

Os fundos de curto prazo são considerados investimentos

conservadores e de baixíssimo risco. Buscam acompanhar as variações das

taxas de juros, investindo exclusivamente em títulos públicos federais

prefixados ou privados de baixo risco de crédito. Em geral, a rentabilidade

destes fundos está atrelada à Selic ou à taxa média de empréstimos feitos

entre os bancos, conhecida como CDI (Certificado de Depósito Interbancário).

Indicação: De fácil conversão em dinheiro, quem opta por esta

aplicação quer mesclar a garantia de resgate a curto prazo com a certeza de

não se expor aos riscos e oscilações do mercado. Ainda que a margem de

rentabilidade seja pequena, o produto é interessante para quem tem planos

que devem se concretizar em menos de 12 meses, como o pagamento das

últimas parcelas de um carro ou de um apartamento. É importante lembrar que

investimentos de prazo mais curto pagam mais impostos. Quem deixar dinheiro

aplicado em um fundo por menos de um mês terá de pagar IOF (Imposto sobre

Operações Financeiras) - a alíquota varia de acordo com o número de dias.

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Além disso, o Imposto de Renda sobre aplicações em fundos alcança

22,5% do ganho obtido para aplicações de até 180 dias e 20% para

investimentos de 181 a 360 dias.

2. Referenciados

Apontam em seu nome o indicador de desempenhos que a carteira

acompanha. Em outras palavras, no mínimo 95% dos ativos devem seguir a

variação de um parâmetro específico, o chamado benchmark. Fundos

referenciados são considerados seguros por terem um piso de 80% dos

investimentos em títulos públicos federais ou em títulos de renda fixa privados

na categoria de baixo risco de crédito. É nesta categoria que se enquadram os

famosos referenciados DI, que recebem o nome por acompanharem as

mudanças das taxas de juros do CDI. Por aplicarem recursos em títulos pós-

fixados, isto é, com preço sujeito à flutuação do mercado, os fundos DI

registram valorização em momentos de alta nas taxas de juros domésticos.

Indicação: A alta liquidez de um fundo DI vale a pena para todos os

perfis de investidor por ter a função de proteger o capital. Assim, os agressivos

podem reservar uma fatia mais gorda dos seus recursos em aplicações de

renda variável, mas ainda assim destinar 50% do capital em DI. Para os

conservadores, a porcentagem investida em fundos referenciados pode chegar

a 90%. Os moderados podem optar pelo meio do caminho, destinando entre

60 e 70% do seu patrimônio à aplicação. Vale ressaltar que eventuais

aumentos na taxa de juros forjam um cenário propício para ganhos financeiros

com os fundos DI.

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2. Renda Fixa

Investem no mínimo 80% dos seus recursos em ativos de renda fixa

prefixados (que rendem uma taxa de juros previamente acordada), ou pós-

fixados. Como não precisam acompanhar o desempenho das taxas de juros,

estes fundos buscam retornos adicionais em cenários de recuo nas taxas de

juros. Isso acontece porque existe a possibilidade de investimento de parte ou

mesmo da totalidade do patrimônio em títulos prefixados, ou seja, que irão

render determinada taxa independente das oscilações do mercado.

Indicação: Para quem procura a manutenção do poder de compra em

reais, os fundos de renda fixa podem ser uma boa alternativa, já que procuram

superar a inflação a longo prazo. Dividem a preferência dos investidores

brasileiros com os referenciados DI, e assim como estes, podem constituir boa

parte do portfólio de investimentos de quem aplica. A porcentagem de recursos

investida neste tipo de fundo varia em conformidade com o perfil do cliente.

Conservadores podem aplicar a maior parte do patrimônio nos fundos de renda

fixa, moderados entre 60 e 70%, e agressivos de 40 a 50%. A diferença é que,

ao contrário dos fundos DI, estes fundos tendem a apresentar valorização em

situações de diminuição da taxa de juros.

4. Multimercados

Alocam seus recursos em diversas formas de ativos, combinando

investimentos em renda fixa, câmbio, ações e derivativos (operações em que o

valor das transações deriva do comportamento futuro de outros mercados,

como o de ações ou de juros). O risco neste tipo de investimento varia de

médio a alto: depende da natureza dos papéis que compõem a carteira e da

estratégia escolhida pelos gestores para a administração do patrimônio.

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A procura pelas melhores oportunidades para diversificar os ativos do

fundo se assenta sobre o talento e experiência desses profissionais, que

devem combinar a aplicação do percentual ideal dos recursos em cada um dos

mercados e investir o dinheiro no momento mais propício.

Indicação: Para o investidor com horizonte de resgate de médio a longo

prazo, o fundo multimercado é uma alternativa interessante e pode funcionar

como um bom instrumento de poupança, independente do perfil. Se por um

lado as políticas destes fundos pressupõem exposição ao risco, por outro as

possibilidades de aumentar significativamente a renda são maiores. Isso

porque um multimercado congrega a possibilidade de ganhar mais dinheiro

com ações, por exemplo, à segurança de não ficar exclusivamente à mercê do

mercado (devido à presença de títulos que pagam juros na carteira). O

conservador pode destinar 5% do seu patrimônio à aplicação, o moderado de

10 a 20%, e o agressivo, cerca de 30%.

5. Ações

Com no mínimo 67% da sua carteira alocada em ações negociadas em

Bolsa de Valores, estes fundos estão sujeitos às mudanças de preços dos

ativos e contam com o potencial de valorização dos papéis na busca por

rentabilidade. O risco para o investidor é alto, apoiado na volatilidade e

inconstância do mercado acionário. Alguns fundos desta classe buscam seguir

a oscilação na composição de um índice do mercado acionário, como o

Ibovespa ou IBrX. São os chamados fundos passivos. Já os fundos ativos são

aqueles em que o gestor toma decisões de investimento a partir de suas

análises para a macroeconomia e para determinados setores e empresas.

Indicação: De uma forma geral, atraem investidores agressivos que

querem aumentar a margem de lucro sem a urgência de um retorno imediato.

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Investir em fundos de ações significa aceitar riscos em troca da chance

de aumentar o capital em um prazo maior. Não são indicados para quem

precisará do dinheiro no curto prazo nem para investidores avessos ao risco.

6. Cambiais

Mantém no mínimo 80% do seu patrimônio em ativos atrelados, direta

ou indiretamente, à variação de preços de uma moeda estrangeira ou à

mudanças na taxa de juros (cupom cambial). Esses fundos não refletem

apenas a cotação da moeda, pois taxa de administração e imposto de renda

são tributos abatidos do patrimônio.

Indicação: São uma alternativa para investidores que buscam preservar

o poder de compra do seu patrimônio na moeda estrangeira a longuíssimo

prazo. Para viagens ao exterior, pode valer a pena simplesmente comprar

dólares ao invés de investir em fundos cambiais. Isso porque as taxas de

administração e IR ameaçam minar a rentabilidade do fundo. Com o dólar a 2

reais, por exemplo, o investidor precisaria de 6.000 reais para comprar 3.000

dólares. Caso optasse por aplicar o montante no fundo, o capital ficaria sujeito

às variações cambiais. Se o dólar chegasse a 3 reais (aumento de 50%) e a

carteira acompanhasse 100% da valorização, o investidor passaria a ter 9.000

reais. Contudo, sobre o retorno de 3.000 reais incidiria uma taxação de 15% de

IR, o equivalente a 450 reais. A alíquota corresponde a um resgate feito após

dois anos. Na prática, o sujeito teria agora 8.550 reais e seus 3.000 dólares

iniciais teriam se transformado em 2.850 dólares.

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7. Dívida Externa

Investem no mínimo 80% do seu patrimônio em títulos representativos

da dívida externa de responsabilidade da União. O restante pode ser aplicado

em outros títulos de crédito transacionados no exterior. A rentabilidade dos

fundos de dívida externa é determinada por uma combinação entre a taxa de

juros paga pelos ativos, o desempenho dos papéis no mercado internacional e

a taxa de câmbio entre o dólar e o real.

Indicação: Caso o cliente queira ter títulos negociados fora da país

em sua carteira, fundos de dívida externa podem render lucros a longo prazo.

De qualquer forma, o investidor assume o risco de ver a rentabilidade afetada

pelas variações do real frente ao dólar. Alguns bancos só oferecem esse tipo

de fundos a pessoas jurídicas.

Os Fundos de Investimentos possuem dedução de imposto de renda

sobre seus rendimentos, cobrança de IOF, se houver resgate antes de 30 dias,

e cobrança de taxa de administração.

i) LCA (Letra de Crédito do Agronegócios)

A LCA é um título emitido por uma instituição financeira. É utilizado para

captar recursos para participantes da cadeia do agronegócio. Criados pela Lei

nº 11.076, esses papéis tem como um de seus atrativos o fato de que os

investidores pessoas físicas têm seus rendimentos isentos de Imposto de

Renda. Outro diferencial é o fato de as LCAs emitidas a partir de 23 de maio

de 2013 terem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite

estabelecido pelo Fundo para recursos numa mesma instituição. O prazo

mínimo varia de acordo com o indexador que possui. Para a Taxa DI-Cetip é

de 90 dias.

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k) LCI (Letra de Crédito Imobiliária)

A LCI é um dos instrumentos de Renda Fixa mais procurados pelo

investidor pessoa física e que mais cresceram nos últimos anos, por conta de

sua isenção de Imposto de Renda para esse público. Representa uma fonte de

recursos para o setor imobiliário, pois possui como lastro créditos imobiliários.

Depois da carência de 90 dias após a data da aplicação, passa a ter liquidez

diária, permitindo, inclusive, a realização de resgates parciais, desde que

observado o saldo mínimo de R$ 1 mil.

l) Seguros

São a maneira de controlarmos os riscos a que estamos sujeito durante

a sua vida. Podem ser em relação a sua vida, a sua casa, ao seu automóvel e

a outros bens que estão presentes em nossas vidas e que são muito

importantes. São celebrados por meio de contrato, onde a seguradora, se

obriga a indenizar o segurado, no caso de algum sinistro (evento em que o

bem segurado sofre algum acidente ou prejuízo). A compensação se dá em

dinheiro, desde que o segurado cumpra com a sua parte, realizando

pagamentos mensais e consecutivos (prêmio) para a seguradora durante o

período de vigência do contrato. Os principais tipos de seguros são: vida,

automóvel, residencial e acidentes pessoais.

3.2 – As dicas dos números

Os preços dos produtos e suas condições de pagamento serão as

melhores dicas que o consumidor terá para decidir sobre algumas compras.

Afinal, se o consumidor respondeu às perguntas anteriores e decidiu que o

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produto é necessário, é o momento para comprá-lo e o preço está condizente

com o mercado, resta saber como pagá-lo e em que condições.

Lembrando que sempre a melhor opção é por não pagar juros, mas

se for inevitável, que seja feita uma pesquisa séria para encontrar os menores

juros para o parcelamento, seja na loja direto com o lojista ou pelos

empréstimos disponibilizados nos bancos. Mas, nunca compre sem pesquisar

ou realizar alguns cálculos simples para verificar a taxa de juros e entender o

quanto de juros estarão embutidos em suas prestações.

Os bancos apresentam inúmeros produtos e serviços que estão à

disposição do consumidor, contudo, cada produto possui uma finalidade

específica e um momento certo para utilizá-lo. Para ajudar o consumidor nessa

decisão, os bancos possuem profissionais treinados para esse serviço,

atendentes e gerentes de relacionamento. Caberá ao cliente fazer a escolha

do produto que trará maiores benefícios para sua vida.

O próximo capítulo trará a previdência complementar como foco, pois é

um produto muito complexo e precisa de especial atenção do consumidor no

momento da contratação. Os benefícios trazidos pela contratação desse

produto, bem como a contratação mal conduzida, só serão conhecidos no

futuro, onde nem todo erro poderá ser remediado.

CAPÍTULO IV

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR:

PLANEJAMENTO FINANCEIRO VISANDO O FUTURO

“A sociedade precisa discutir meios para garantir a

sustentabilidade de instituições como a Previdência Social”

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(Ministro Carlos Eduardo Gabas, da Previdência Social, na

abertura da 2ª Semana Nacional de Educação Financeira –

março de 2015)

Hoje, no Brasil, existe uma grande preocupação com o futuro da

Previdência Social. Ao longo dos anos, devido à melhoria do acesso da

população à higiene, ao saneamento básico e à saúde, aumentou a

expectativa de vida dos brasileiros. Segundo dados publicados em dezembro

de 2014, no site do Portal Brasil (http://www.brasil.gov.br), a partir de dados

apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a

expectativa de vida dos brasileiros passou para 74,9 anos, um crescimento de

12,4 anos entre 1980 e 2013. Em 1980, a expectativa de vida no Brasil era de

62,5 anos.

Vem sendo observado que, enquanto a expectativa de vida vem

aumentando, a taxa de fecundidade vem caindo. A tendência é de queda do

número de pessoas em idade produtiva e aumento do número de

aposentados. Como o Brasil utiliza o regime de repartição simples, ou seja, os

trabalhadores em atividade contribuem para a previdência, que faz caixa para

pagamento dos aposentados, com o passar do tempo não existirá caixa

suficiente para manter o pagamento dos benefícios para os aposentados.

Por esse motivo, o governo vem alterando o cálculo da aposentadoria,

utilizando o fator previdenciário. Através da aplicação desse fator, o

trabalhador tenderá a trabalhar mais e se aposentar mais tarde. Sendo assim,

aumentando o tempo de contribuição para a Previdência Social e diminuindo o

tempo que o trabalhador receberá a aposentadoria, o governo tenta

reequilibrar as contas da previdência.

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Nesse panorama de revisão da Previdência Social, a previdência

complementar tem sido a resposta para a insegurança dos indivíduos que já

pensam em garantir uma aposentadoria tranquila com manutenção de seu

padrão de vida.

4.1 – Educação Previdenciária

A educação previdenciária é uma vertente da educação financeira.

Através dela, o cidadão aprende a poupar com o objetivo de garantir uma

aposentadoria segura e estável em termos financeiros.

A educação financeira é o primeiro contato do cidadão comum com

matéria sobre economia e finanças, aprendendo sobre consumo e finanças

pessoais.

Ao compreender a importância de um bom controle de seu orçamento

pessoal no presente, o consumidor tenderá a pensar sobre seu orçamento a

longo prazo. E quando se fala de investimento a longo prazo, se pensa em

previdência complementar. Apesar disso, observamos que esse é um produto

do mercado financeiro de muita complexidade e que requer muita

responsabilidade na escolha, porque as decisões tomadas no presente

afetarão o futuro do indivíduo. Em alguns casos, algumas falhas do

investimento no presente só serão descobertas no futuro, podendo inviabilizar

o retorno do modo esperado.

Por isso, é muito importante que o consumidor, antes de adquirir um

produto de previdência complementar, entenda as suas características mais

relevantes. Com uma visão completa e detalhada dos pontos principais da

previdência complementar, o cidadão poderá fazer escolhas conscientes, que

irão lhe trazer benefícios no futuro.

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4.2 – Previdência Complementar

No Brasil a previdência complementar pode ser fechada ou aberta. A

previdência fechada, também conhecida como fundo de pensão, é uma

entidade sem fins lucrativos que mantém planos de previdência coletivos, onde

os participantes fazem parte de uma mesma empresa, que recebe o nome de

patrocinadora. Os patrocinadores também podem ser órgãos da administração

direta ou indireta, federal, estadual ou municipal.

Em 2003, as entidades representativas, como sindicatos e cooperativas,

passaram a ter direito à instituir previdência complementar fechada. Uma

modalidade denominada de previdência associativa.

A previdência complementar aberta é a previdência comercializada

pelos bancos e seguradoras, com fins lucrativos. Pode se associar a ela

qualquer pessoa, sem necessidade de algum tipo de vínculo. Não é necessário

nem que o consumidor seja cliente do banco que está comercializando o

produto.

A previdência complementar aberta possui dois tipos de planos: Plano

Gerador de Benefício Livre (PGBL) e Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).

São planos onde, após o período de acumulação de recursos (período de

diferimento), proporcionam ao participante uma renda mensal por período

indeterminado (vitalício), por período determinado, ou ainda a reserva do

participante poderá ser resgatada integralmente em uma única parcela.

A principal diferença entre eles é o tratamento tributário. Embora ambos

tenham imposto de renda, que será deduzido no momento do resgate parcial

ou integral, no VGBL esse imposto incide apenas sobre os rendimentos do

valor resgatado e no PGBL, sobre o valor total do resgate (capital investido

mais juros acumulados).

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Um ponto a acrescentar é que, o valor investido pelo participante no

PGBL, poderá ser deduzido no momento da declaração anual de ajuste do

imposto de renda pessoa física, em até 12% da renda anual bruta do

participante. Desta forma, o PGBL é indicado para quem declara o imposto de

renda pelo formulário completo, enquanto o VGBL é mais indicado para quem

opta pelo formulário simplificado, onde não há o que deduzir.

Em ambos os planos de previdência, o consumidor pode escolher entre

dois tipos de tributação: a progressiva e a regressiva.

A tributação progressiva baseia-se na tabela do imposto de renda que

incide sobre os salários e o que determina a alíquota é o valor resgatado ou

recebido como renda.

Essa tributação atende àqueles que pretendem ficar pouco tempo no

plano ou àqueles que pretendem receber uma renda dentro da faixa de

isenção, ou bem próximo a essa.

A tabela regressiva é indicada para aqueles que pretendem investir no

longo prazo, pois a tabela tem alíquotas regressivas de acordo com o tempo

em que estiver aplicado o valor a ser resgatado ou transformado em renda.

Na previdência privada, além do imposto de renda, são cobradas as

taxas de carregamento e administração. A taxa de carregamento é uma taxa

cobrada para atender às despesas administrativas do plano de previdência. Ela

pode ser cobrada na data do pagamento das contribuições sobre o valor pago

e/ou no resgate ou portabilidade sobre o valor resgatado ou valor portado. A

taxa de administração é a taxa cobrada pela administração dos fundos de

investimentos, onde o valor investido é aplicado.

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De acordo com as normas da Superintendência de Seguros Privados

(SUSEP), órgão que regulamenta os planos de previdência privada abertos, o

prazo de carência para resgate total é de mínimo de seis meses e máximo de

24 meses a partir da contratação. No caso de resgate parcial a carência está

entre 60 dias e seis meses. E para a portabilidade, o prazo é de 60 dias a

partir da contratação.

No momento da contratação de um plano de previdência, desde que

previsto no regulamento do plano, pode-se optar pelo recebimento das

seguintes modalidades de renda: renda mensal vitalicia, renda mensal vitalícia

com prazo mínimo garantido, renda mensal temporária, renda vitalícia

reversível ao beneficiário indicado, renda mensal vitalícia reversível ao conjuge

com continuidade aos menores, renda mensal por prazo certo.

Vale ressaltar que a escolha pela renda mensal vitalícia, no caso do

óbito do segurado, após o início da percepção ao benefício de renda, não dá

direito aos seus beneficiários de recebimento de qualquer valor, a menos que

este tenha contratado uma modalidade que vise garantir aos seus

dependentes uma renda após seu falecimento.

Sendo assim podemos observar que são muitas as informações que o

consumidor precisará ter para contratar um plano de previdência privada que

realmente traga benefícios para seu futuro. É de suma importância que ele

converse a respeito com pessoas da área, que entendam as características de

seu plano antes da contratação e que saiba antecipadamente o que esperar de

seu plano de previdência no futuro.

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Para ajudar na tarefa de entender melhor sobre educação

previdenciária, destaco que muitos sites estão publicando cartilhas que ajudam

o cidadão na busca de novos conhecimentos.

Essas cartilhas podem ajudá-lo a tirar suas dúvidas e criar um

conhecimento sobre previdência oficial e previdência privada. Afinal, é preciso

entender bem desse assunto para aproveitar o que cada uma oferece de

melhor e garantir um futuro tranquilo.

Essa preocupação com a previdência social e com a previdência

complementar já é considerada uma tendência mundial. Muitos países, já

perceberam o quanto sua população tem pouco ou nenhum conhecimento de

noções básicas sobre economia e finanças. E muitos deles estão começando

com estratégias para educação financeira e previdenciária para suas

populações, visando suprir essa carência de informações e formar cidadãos

mais preparados para tomar decisões conscientes para suas vidas e para o

bom desenvolvimento da economia de seus países.

4.3 – Uma visão para o futuro

No Brasil, a educação financeira não é parte do universo educacional

familiar, nem escolar, deixando uma lacuna na formação dos brasileiros

quando o assunto é educação financeira. É urgente que eduquemos futuros

cidadãos que compreendam a importância de se obter um conhecimento em

educação financeira, visando o uso de um planejamento financeiro para que

esse cidadão possa assumir certos riscos calculados, evitando assim o

endividamento e futuros problemas financeiros tendo consciência que o

crescimento econômico do país, não depende exclusivamente do governo.

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Hoje em dia temos diversos cursos on-line e presenciais que facilitam

nossa vida quando o assunto é administrar o nosso dinheiro. A Escola de

Educação Financeira (EEF) do governo do estado do Rio de Janeiro é uma

dessas opções. Basta acessar o site da EEF do Rioprevidência e fazer a

inscrição em algum curso ou palestra. Há também outras opções que

apresentam o tema de forma clara e abrangente como a BM&FBOVESPA, a

DSOP Educação Financeira, a Estratégia Nacional de Educação Financeira

CONCLUSÃO

O objetivo desse estudo foi criar o interesse do leitor em relação à

educação financeira e previdenciária. Desse modo, fazê-lo perceber o quanto

esse tema está intrinsecamente ligado à sua vida e à possível melhoria dela.

O estudo identificou que já existe uma preocupação de muitos países,

inclusive do Brasil, acerca da educação financeira. A ideia é que cidadãos

realizando escolhas financeiras mais conscientes podem contribuir para

redução da inadimplência, ajudando assim, o funcionamento do sistema

financeiro do país.

Outro ponto importante foi destacar alguns dos produtos mais

conhecidos com suas principais características e seus pontos de atenção para

não serem utilizados de maneira que possam causar algum tipo de prejuízo ao

consumidor.

O Brasil já possui centenas de iniciativas sobre Educação Financeira. É

importante perceber o quanto o tema vem sendo discutido e promovido por

instituições públicas e privadas.

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Demonstrando o quanto o assunto é atual e vital para a sociedade, em

tempos de aumento de oferta de produtos financeiros, de ampliação do crédito

às classes de baixa renda e de globalização da economia, é imprescindível

entender um pouco sobre os conceitos básicos da economia e finanças: como

juros, inflação, crédito e investimentos, produtos e serviços financeiros,

economia pessoal, planejamento de despesas e orçamento doméstico.

Muito embora esse estudo tenha encontrado várias iniciativas de

educação financeira, ainda existem questões a serem respondidas que

mereceriam um novo estudo, como por exemplo, o tipo de abordagem a ser

utilizada para chamar a atenção de crianças e jovens que ficam o dia inteiro

conectados à internet e de adultos tão atarefados e tão cansados pelos

compromissos do dia a dia que sobra pouco tempo para se dedicarem a novos

temas. E mais relevante, como estabelecer uma relação de continuidade no

aprendizado desse tema.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

DOMINGOS, Reinaldo. Terapia Financeira: A educação financeira como

método para realizar. São Paulo: Editora Gente, 2008.

SOUZA, Jobson Monteiro de. Economia Brasileira. São Paulo: Pearson

Education do Brasil, 2009.

BLANCHARD, Olivier. Tradução: Luciana do Amaral Teixeira. Macroeconomia,

5ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.

PINHEIRO, Ricardo Pena. Artigo Educação financeira e previdenciária, a nova

fronteira dos fundos de pensão, 2008. (artigo publicado no Livro “Fundos de

Pensão e Mercado de Capitais” lançado pelo Instituto San Tiago Dantas de

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Direito e Economia e Editora Peixoto Neto, em set/2008 na cidade de São

Paulo-SP)

SOUZA, Marcos Aguerri Pimenta de, e ARAUJO, Fabio de Almeida Lopes.

Monografia Educação Financeira para um Brasil Sustentável, 2010.

LIMA, Sergio Almeida de Souza. Monografia Educação Financeira: fator de

cidadania e inclusão social, 2010.

http://www.vidaedinheiro.gov.br

http://almanaque.folha.uol.com.br

http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/noticias

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