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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
BEBÊS BEM DESENVOLVIDOS: RESULTADO DA
HARMONIOSA RELAÇÃO ENTRE CORPO E COGNIÇÃO
Gabrielle de Castro Carvalho
ORIENTADOR: Prof. Solange Monteiro
Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicopedagogia Institucional Por: Gabrielle de Castro Carvalho
BEBÊS BEM DESENVOLVIDOS: RESULTADO DA
HARMONIOSA RELAÇÃO ENTRE CORPO E COGNIÇÃO
Rio de Janeiro 2016
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, que aqui me permitiu chegar. Aos meus pais e familiares pela força e incentivo de sempre. Aos meus amigos que cederam o ombro amigo em momentos difíceis. Ao meu namorado por me encorajar a continuar. E a todos os colegas de turma pelas construtivas trocas de conhecimento e experiências.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a meu pai, Jorge, por
sempre me incentivar e embarcar nos meus
sonhos.
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RESUMO
O presente estudo acadêmico apresenta como temática a percepção
da relação entre o corpo e a inteligência de bebês com idade entre 0 e 2 anos,
haja vista que os mesmos, ainda que diante de inúmeros estudos, são vistos
apenas como bebês, e não como pequenos seres extremamente capazes de
aprende. Pretendeu-se analisar inicialmente como surgiram os estudos
psicomotores, os conceitos básicos desses estudos, a fim de se estabelecer
conhecimentos específicos. De acordo com isso, pretendeu-se também
levantar estudos e fazer uma revisão bibliográfica sobre como os bebês dessa
faixa etária se desenvolvem e quais as especificidades desse desenvolvimento.
Por último são trazidas algumas sugestões de atividades que visam estimular
esse desenvolvimento de forma a estreitar cada vez mais a relação entre corpo
e inteligência.
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste trabalho foi a revisão bibliográfica.
Este método busca fazer levantamentos atuais de literaturas acadêmicas e
científicas validadas a fim de trazer respostas ao problema a ser estudado.
Para tanto, fez-se uso de livros e artigos acadêmicos publicados nas
duas últimas décadas. Utilizou-se de autores tanto do campo psicológico, como
do campo educacional, a saber: Jean Piaget, Lev Vygotsky, Henri Wallon,
Fátima Alves, Helen Bee e Vitor da Fonseca.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
PSICOMOTRICIDADE: HISTÓRICO E CONCEITOS 10
CAPÍTULO II
OS BEBÊS E SEU PECULIAR DESENVOLVIMENTO 16
CAPÍTULO III
ATIVIDADES PSICOMOTORAS X INTELIGÊNCIA: UMA RELAÇÃO
DIALÉTICA 30
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA 40
ÍNDICE 41
ÍNDICE DE TABELAS 42
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INTRODUÇÃO
Após longos anos de estudos comprovou-se que as crianças
pequenas são capazes de aprender desde o momento que nascem, e até
mesmo antes dele, pois desenvolvem habilidades iniciais ainda enquanto feto.
Portanto, se faz inegável a relação que o corpo exerce na estrutura cognitiva
de um bebê, visto que as primeiras aquisições que o mesmo estabelece com o
mundo se dão através do seu próprio corpo e os estímulos que recebe para tal.
Uma boa gestação e um bom parto, estabilidade do corpo,
endurecimento do tônus muscular, controle do próprio pescoço e cabeça,
equilíbrio ao sentar-se, organização do corpo para engatinhar, rolar e levantar-
se, e domínio bípede do corpo para dar “os primeiros passos”, são desafios
que, em geral, todo bebê percorre durante os primeiros anos de vida.
Diante de tais premissas, o presente trabalho visa responder a
seguinte pergunta: “O desenvolvimento precoce de habilidades psicomotoras
exerce uma relação positiva no desenvolvimento cognitivo dos bebês?”.
Tanto o corpo quanto o cérebro de um bebê nascem com instintos
primitivos que evoluem diariamente com estímulos, e estes se dão
principalmente através do toque, do relacionamento com o meio em que é
inserido ao nascer. O contato com diferentes objetos, movimentos e gestos são
capazes de estabelecer essa relação harmoniosa entre corpo x psique a qual
estamos nos detendo.
A principal finalidade deste trabalho é relacionar a importância da
psicomotricidade com o desenvolvimento cognitivo de bebês de 0 a 2 anos,
tecer considerações sobre atividades psicomotoras, entender melhor o
funcionamento do sistema motor e cognitivo de bebês e tecer práticas
pedagógicas que visem essa relação corpo x cérebro.
O contato com práticas pedagógicas intencionais está presente cada
vez mais cedo na vida dos sujeitos. A criação das creches e espaços escolares
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que atendem bebês teve um aumento significativo e de algumas décadas pra
cá os estudos acerca da aprendizagem desse público também se ampliaram.
Descobrimos que os bebês também aprendem e que a plasticidade cerebral,
ou seja, a flexibilidade em aprender, é de alta potência nesta fase. Portanto, o
conhecimento prévio do desenvolvimento de um bebê e as condutas que lhe
são pertinentes se faz necessário para que tanto o corpo quanto a mente de
um bebê tenham, equilibradamente, um crescimento saudável e um bom
preparo para as fases posteriores.
Metodologicamente, este trabalho utilizou de revisões bibliográficas
tendo como base principal os autores Helen Bee, Piaget, Wallon, René Spitz e
Vitor da Fonseca, bem como leituras de artigos científicos atuais.
Sua estrutura dar-se-á em três capítulos, organizados inicialmente
pelo histórico dos estudos da psicomotricidade e a contribuição que a mesma
atingiu nos momentos atuais, seguido pelas características principais presentes
no desenvolvimento natural de bebês de faixa entre 0 a 2 anos, e, finalmente, a
junção positiva e uma proposta de atividades que visam a relação satisfatória
entre corpo x psique desse público.
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CAPÍTULO I
PSICOMOTRICIDADE: HISTÓRICO E CONCEITOS
A palavra psicomotricidade, em uma visão etimológica, é a junção da
palavra grega psykhé, que significa alma, mente, espírito, mais a palavra latina
motor, que significa aquele que se desloca, que se move. Portanto, um estudo
da alma e do corpo em sincronia e movimento.
A valorização do corpo humano é vista desde a antiguidade, onde os
corpos com músculos bem desenvolvidos eram cultuados como sinal de
masculinidade. Essa cultura do corpo surgiu mais precisamente nas grandes
cidades gregas, onde, de acordo com Falcão e Barreto (2009), o homem grego
sabia dar ao corpo um lugar de eleição, nos estádios ou nos lugares de culto,
no mármore ou nas cores.
Inicialmente, esse estudo do corpo e da alma baseava-se na total
separação dos mesmos, sendo o corpo apenas a matéria que se movimenta e
alma a estrutura pensante, sem nenhum tipo de ligação. Com o passar dos
anos e o crescimento dos estudos médicos, começou-se a perceber que o
modo como o corpo se locomove influencia no desenvolvimento da estrutura
pensante.
Surgida no início do século XIX, o estudo inicial da Psicomotricidade,
até então de domínio médico, sentiu então a necessidade de um estudo
médico/neurológico mais específico, que permitisse constatar que existem
diferentes disfunções graves em que o cérebro pode estar claramente
lesionado ou não.
Com o desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia, começa a constatar-se que há diferentes disfunções graves sem que o cérebro esteja lesionado ou sem que a lesão esteja claramente localizada. São descobertos distúrbios da atividade
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gestual, da atividade práxica. Portanto, o “esquema anátomo-clínico” que determinava para cada sintoma sua correspondente lesão focal já não podia explicar alguns fenômenos patológicos. (LUSSAC, 2008, p.3)
Diante disso, muitos autores voltaram seus olhares para esta
fragilidade entre diagnóstico/fenômeno/lesão, ampliando cada vez mais a
existência da ligação entre corpo e alma, mostrando que os dois caminham
juntos e se um falha, o outro também tende a falhar.
Pioneiro da Psicomotricidade, surge,
Em 1925, Henry Wallon, médico psicólogo, ocupa-se do movimento humano dando-lhe uma categoria fundante como instrumento na construção do psiquismo. Esta diferença permite a Wallon relacionar o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo, e discursar sobre o tônus e o relaxamento. (LUSSAC, 2008, p.3)
Seguindo os estudos de Wallon, Edouard Guilmain, desenvolveu
em 1935, um exame psicomotor que teve fins de diagnósticos, de indicação, de
terapia e de prognóstico, e que auxiliou bastante no atendimento a pessoas
lesionadas em suas estruturas psicomotoras. Posteriormente em 1947, o
psiquiatra Julian de Ajuriaguerra, redefine a debilidade motora como uma
síndrome de particularidades subjetivas. Segundo Lussac (2008), é ele quem
delimita com clareza os transtornos psicomotores que oscilam entre o
neurológico e o psiquiátrico.
Paralelamente ao surgimento da Psicomotricidade, cresciam
também estudos a cerca dos comportamentos humanos voltados para a
aprendizagem dos fatores que levam os indivíduos a desenvolverem a sua
aprendizagem e as causas de suas dificuldades individuais no processo de
aprender. Chamada de Psicopedagogia, seu principal objeto de estudo focava-
se no indivíduo que não conseguia aprender devido ao mau desenvolvimento
e/ou lesão da sua estrutura biológica.
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Posteriormente, essas dificuldades de aprendizagem foram sendo
vistas sob outro enfoque, onde “não aprender” não se opõe ao aprender,
levando em conta muito mais as particularidades do indivíduo, sua própria
construção de vida e sua base sociocultural.
Caracterizadas pela não obrigatoriedade do mau desenvolvimento
humano estar ligado somente aos fatores orgânicos, a Psicopedagogia e a
Psicomotricidade formaram um elo multifuncional no qual os estudos das
influências psicológicas e sociais do indivíduo interferem nas aprendizagens
motoras, e vice-versa.
1.1. Aspectos do desenvolvimento motor
Nossa estrutura psicomotora, segundo os psicomotricistas, possuem
funções e desenvolvimentos específicos, a começar pelo esquema corporal,
que necessita ser inicialmente descoberto pelo bebê, para que posteriormente,
o mesmo tenha consciência de sua capacidade. Nesta fase, isso ocorre
principalmente através de estímulos sensoriais que permitem perceber o
próprio corpo, seu equilíbrio, sua lateralidade, a independência dos seus
membros em relação ao tronco e o controle muscular e respiratório.
Segundo Alves,
Todas as experiências da criança (o prazer, a dor, o sucesso ou o fracasso) são sempre vividas corporalmente. Se acrescentarmos valores sociais que o meio dá ao corpo e a certas partes, este corpo termina por ser investido de significações, de sentimentos e de valores muito particulares e absolutamente pessoais. (VAYER apud ALVES, 2012, p. 55)
Em outras palavras, o corpo é o objeto, em movimento ou estático,
que nos permite conhecer o mundo, experimentar sensações e adquirir
conhecimento. Alves (2012) nos mostra isso quando diz que:
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É por meio do corpo que a criança vai descobrir o mundo, experimentar sensações e situações, expressar-se, perceber-se e perceber as coisas que a cercam. À medida que a criança se desenvolve quanto mais o meio permitir, ela vai ampliando suas percepções e controlando seu corpo por meio da interiorização das sensações. Com isso, ela vai conhecendo seu corpo e ampliando suas possibilidades de ação. O corpo é, portanto, “o ponto de referência que o ser humano possui para conhecer e interagir com o mundo”. Ele servirá de base para o desenvolvimento cognitivo, para a aquisição de conceitos referentes ao espaço e ao tempo, para um maior domínio de seus gestos e harmonia de movimentos. (ALVES, 2012, p.59)
Compreendemos então o corpo não somente biológico/orgânico,
mas também um campo preenchido de emoções e significados singulares, cujo
denominamos de imagem corporal. Este aspecto está intrinsecamente ligado
às emoções e sensações que o corpo estabelece com o meio e suas
interações. Além disso, as noções de bilateralidade, lateralidade, dinâmica e
equilíbrio corporal começam a se fortalecer através da imagem corporal que o
indivíduo interioriza de si mesmo. Segundo Alves (2012),
A evolução do eu corporal na criança é a evolução do conhecimento corporal, é sinônimo de caminho para uma autoconsciência, caminho expresso por uma maturação integral do indivíduo. Desde o nascimento, o corpo, como estrutura dinâmica e concreta (atuante), se insere em um quadro de automatismo que evolui dos movimentos reflexos para os movimentos conscientes (praxias). A sua imagem corporal tem de passar por várias fases ou períodos de maturação para que a criança possa vir a construir-se como um ser que atua sozinha. (ALVES, 2012, p. 62)
Já consciente de sua imagem corporal e fortalecidas as noções de
bilateralidade e lateralidade, surge então a coordenação geral e facial, que, ao
serem desenvolvidas em relação com o meio em que vive, serão controladoras
de seus músculos e movimentos, permitindo-lhes serem mais
amplos/reflexos/estáticos e/ou mais segmentados/coordenados/dinâmicos.
Mais do que desenvolver essa coordenação corporal, é necessário
manter-se o equilíbrio entre elas. Este pode ser estático, quando o movimento
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é realizado em seu próprio eixo, ou dinâmico, quando o movimento utiliza-se de
tempos e espaços variados.
Todos os movimentos se apoiam em um estado de tensão que, no fundo, é o meio pelo qual se torna possível o equilíbrio mecânico indispensável para que possa acontecer a coordenação entre os movimentos dos vários segmentos corporais, entre si e no seu todo. Assim, como não pode haver movimento sem atitude, também não pode haver coordenação de movimento sem um bom equilíbrio, permitindo o ajustamento do homem ao meio. É um dos sentidos mais nobres do mundo. À medida que ele cresce e evolui, o equilíbrio torna-se cada vez mais fundamental, e a sua base de sustentação (a seu tamanho e a sua forma) é imprescindível para a sua manutenção. (ALVES, 2012, p. 69)
Concomitantemente a estruturação da coordenação e equilíbrio
motores, está presente a lateralidade. Esta nos permite descobrir, através de
estímulos motores, qual o lado que temos maior dominância. Em outras
palavras, é neste momento que percebemos qual o lado que teremos maior
eficácia em nossos movimentos, o lado direto e/ou o esquerdo. Vale ressaltar
ainda que a predominância de um dos lados do corpo não interfere no
desenvolvimento cognitivo do indivíduo, uma vez que o cérebro possui partes
particulares para o mesmo.
Sabe-se também que a metade esquerda do corpo é controlada pelo hemisfério direito, ao passo que a outra metade é controlada pelo hemisfério esquerdo. Quando há dominância do hemisfério esquerdo, temos o indivíduo destro; e quando ocorre a dominância do hemisfério direito, temos o indivíduo canhoto. É legítimo, porém, admitir que haja colaboração dos dois hemisférios na elaboração da inteligência. (ALVES, 2012, p. 71)
As crianças necessitam fazer experiências com a utilização de ambos os lados do corpo, agindo, desta forma, estaremos favorecendo um desenvolvimento máximo na eficácia dos movimentos. A partir dos sete anos, a criança será capaz de perceber que direita e esquerda não dependem somente uma da outra, mas também da posição de outras pessoas em relação a ela e de seus deslocamentos, acontecendo, então, uma descentralização de seus pontos de referência. Também, a partir desta idade, as crianças que não apresentarem uma
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lateralidade definida, certamente encontrarão dificuldades na aprendizagem escolar. (ALVES, 2012, p.74)
Percebemos então que todos esses componentes presentes em
nossa estrutura psicomotora se desenvolvem gradualmente e para que seja um
desenvolvimento saudável, é imprescindível que o cérebro não esteja
lesionado e, sobretudo, sejam oferecidos estímulos intencionais para que o
mesmo aconteça.
No próximo capítulo serão apontados alguns aspectos comuns à
crianças “saudáveis” durante a faixa etária de zero a dois anos de idade, visto
que este é o período em que o indivíduo sofre as maiores e mais significativas
mudanças motoras, emocionais e cognitivas de seu desenvolvimento.
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CAPÍTULO II
OS BEBÊS E SEU PECULIAR DESENVOLVIMENTO
Os bebês de 0 a 2 anos se desenvolvem gradual e constantemente
tanto em seu aspecto físico, como emocional, cognitivo e social. Tal
desenvolvimento é de extrema importância para os avanços futuros, que
perdurarão até a fase adulta do sujeito. Em outras palavras, é neste período
que as crianças pequenas aprendem, por exemplo, a andar e se locomover,
aprendizagem esta que perdura e é necessária por todas as outras etapas da
vida. Neste capítulo, serão abordadas algumas especificidades dos aspectos
inerentes às crianças desta faixa etária, considerando estes aspectos
fundamentais para um bom atendimento aos bebês.
Falar de bebê é se remeter constantemente a novas descobertas e
novas habilidades a serem adquiridas, e isto não somente após o nascimento,
mas também durante seu crescimento fetal.
O desenvolvimento humano é um processo que ocorre durante toda vida e resulta de uma inter-relação complexa de fatores biológicos, psicológicos, culturais e ambientais. É definido como “mudanças que acontecem na vida de um indivíduo desde a concepção até a morte” (SHORT, 1988, p.8 apud CARVALHO, 2011, p. 13) Desde a concepção no útero materno até ao momento em que morre, o ser humano vive num processo caracterizado por constantes mudanças. Este processo de mudança, que resulta da interação entre as características biológicas de cada indivíduo e os fatores contextuais onde o indivíduo se encontra inserido (sociedade e cultura), é denominado por desenvolvimento humano. (DIAS; CORREIA; MARCELINO, 1982, p.10)
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Segundo Helen Bee (2011, p. 58) “a cada semana de gestação o
bebê apresenta uma nova formação corporal e um novo desenvolvimento,
como nos mostra a tabela abaixo”.
Tabela 1- Marcos do estágio fetal Período O que se desenvolve
Semanas 9-12
Impressões digitais; reflexo de preensão; expressões faciais; deglutição e “respiração” rítmica de líquido amniótico; micção; genitália aparente; períodos alternados de atividade física e repouso.
Semanas 13-16
Folículos pilosos; respostas à voz da mãe e a ruídos altos; tamanho de 20 a 25 cm; pesa 170g.
Semanas 17-20
Movimentos fetais sentidos pela mãe; batimento cardíaco detectável com estetoscópio; lanugem (pelos) cobre o corpo; os olhos respondem à luz introduzida no útero; pálpebras; unhas; 30cm de comprimento.
Semanas 21-24
Vérnix (substância oleosa) protege a pele; os pulmões produzem surfactante (vital a função respiratória); a viabilidade torna-se possível, embora a maioria nascida neste período não sobreviva.
Semanas 25-28
Reconhecimento da voz da mãe; períodos regulares de repouso e atividade; 35 a 38cm de comprimento; pesa 900g; boa chance de sobrevivência.
Semanas 29-32
Crescimento muito rápido; anticorpos adquiridos da mãe; gordura depositada sob a pele; 40 a 43cm de comprimento; pesa 1,8kg; excelente chance de sobrevivência.
Semanas 33-36
Movimento para posição de cabeça para baixo para o nascimento; os pulmões amadurecem; 45cm de comprimento; pesa 2,3-2,7kg, virtualmente 100% de chance de sobrevivência.
Semanas 37+ Condição a termo; 48-50cm de comprimento; pesa 2,7-4kg. Fonte: BEE (2011, p.63)
Após o seu nascimento, o bebê é imerso em um ambiente cheio de
novas aquisições e habilidades a serem desenvolvidas, a começar pela
capacidade motora, sensorial e perceptual. Segundo Helen Bee (2011), o bebê
com um mês já consegue erguer o pescoço enquanto está deitado, com dois
meses ele passa a sustentar a cabeça e estender a mão para pegar objetos, e
o controle do próprio corpo vai gradualmente se concretizando através de
estímulos e instintos. Esses movimentos corporais são tão interessantes para
nós como para os próprios bebês, que depois da descoberta os realizam
repetidamente.
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Eles chutam, giram, acenam, pulam, batem, esfregam, arranham ou balançam repetida e ritmicamente. (...) Esses movimentos não parecem ser totalmente voluntários ou coordenados, mas eles também não parecem ser aleatórios. (BEE, 2011, pág 97). Segundo Tavares et al. (2007) o crescimento do bebê nos dois primeiros anos de vida é extremamente acentuado em comparação com outros períodos da vida de um ser humano. Para Matta (2001) e Papalia et al. (2001), o processo de desenvolvimento é gradual. Quando a criança nasce, tem pouco controle sob o seu corpo e os seus movimentos são descoordenados. Progressivamente vai-se desenvolvendo, controlando inicialmente o corpo nos membros superiores (lei céfalo-caudal) e no sentido do centro do corpo para fora (lei próximo-distal). (DIAS; CORREIA; MARCELINO, 1982, p.10)
Segundo Shepherd (2002 apud CARVALHO, 2011, p. 14) “o
crescimento e o desenvolvimento não dependem apenas dos processos de
maturação determinados pelo código genético.” São oriundos também, da
experiência da criança e das suas oportunidades de interação com o meio
ambiente, ficando evidente que uma das características do desenvolvimento
motor normal é a sua grande variabilidade.
O desenvolvimento motor é muito, se não o mais perceptível nos
bebês de zero a três anos, que inclui desde movimentos bruscos aos
movimentos manuais mais minuciosos. Segundo Helen Bee (2011), esses
movimentos mais grosseiros se desenvolvem antes dos movimentos mais
minuciosos, isso porque a criança vai adquirindo o equilíbrio e o controle do
próprio corpo gradativamente, e de certa forma esses movimentos
permanecem durante todas as demais idades.
O desenvolvimento motor inclui tanto habilidades de movimento – frequentemente denominadas habilidades motoras grosseiras, tais como engatinhar, caminhar, correr e andar de bicicleta – quanto habilidades manipulativas, frequentemente denominadas habilidades motoras finas, tais como agarrar ou pegar objetos, segurar um lápis ou enfiar linha em uma agulha. (BEE, 2011, pág 120).
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É durante este período de desenvolvimento do corpo que os bebês
adquirem habilidades motoras que influenciarão diretamente o seu
desenvolvimento cognitivo.
Essas conquistas de novas habilidades que levam a autonomia motora são reconhecidas como “marcos’ motores, e são desenvolvidas ao longo dos dois primeiros anos de vida, em uma sequência previsível, porém com velocidades diferenciadas de desenvolvimento. Portanto, o desenvolvimento motor caracteriza-se por uma série definida de “marcos” que são as realizações que a criança conquista antes de partir para outras mais difíceis. (PAPALIA, 2000, apud SHORBERT, 2008, p.22)
Além desta, as habilidades sensoriais e perceptuais do bebê
também estão diretamente ligadas à aprendizagem do mesmo. Todo bebê
saudável nasce com todos os conhecidos cinco sentidos: a visão, a audição, o
olfato, o paladar e o tato. Há alguns anos atrás, afirmava-se que os bebês
nasciam cegos e iam adquirindo a visão conforme os meses iam passando, no
entanto, após o desenvolvimento da medicina, sabemos que os bebês
enxergam com certa deficiência em relação a crianças mais velhas. Segundo
Helen Bee (2011, p.123), “os bebês demoram mais para enxergar coisas e
pessoas a certa distância do seu campo visual, no entanto, eles enxergam
muito bem de perto”. Sendo assim, o contato visual com um bebê deve ser o
mais próximo possível, a fim de ampliar a interação, passar confiança para ele
e desenvolver a distinção de pessoas e objetos na construção gradual de sua
capacidade visual.
Em contrapartida a essa deficiência visual inicial, o bebê já tem
capacidade auditiva antes mesmo de nascer. Segundo Helen Bee (2011),
enquanto ainda é um feto, o bebê escuta os sons externos através de
vibrações que passam pela barriga de sua mãe, e mais do que isso, ele
consegue distinguir também a diferença dessas vibrações, por isso é
importante tanto a mãe quanto o pai estabelecerem uma comunicação com o
bebê antes mesmo de seu nascimento. Dias, Correia e Marcelino (1982, p. 12)
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também descrevem que “desde o nascimento há uma reação aos ruídos, uma
vez que para além do bebê detectar, ele orienta o olhar e a cabeça em direção
à fonte que produziu o mesmo”. Para, além disso, “é capaz de discriminar
características rítmicas e melódicas em diferentes tipos de sequências sonoras,
revelando alterações nas suas respostas” (MATTA, 2001, p. 125 apud DIAS;
CORREIA; MARCELINO, 1982, p.12)
Quanto ao paladar e ao olfato do bebê, assim como nos adultos,
ambos estão diretamente ligados. Segundo Helen Bee (2011, p.127), “quando
o olfato é impedido por algum motivo, como, por exemplo, o resfriado, o
paladar também sofre alterações”. Por isso, quando um bebê apresenta
alguma alteração em seu quadro de saúde que esteja relacionado à sua
respiração, o seu paladar também é modificado, ficando o mesmo enjoado para
comer e até mesmo rejeitando o leite materno. Outro fator importante é que o
bebê também consegue associar os cheiros à sua vontade de comer, sendo o
cheiro do leite materno o primeiro e mais marcante. É comum ver bebês
procurando o seio de sua mãe assim que a mesma o tem no colo, uma vez que
ele sente e distingue o cheiro do leite.
O tato do neném, como aponta Helen Bee (2011), é talvez um dos
sentidos mais desenvolvidos, uma vez que os bebês enquanto ainda estão no
ventre já fazem uso de suas perninhas para chutar e cruzar, suas mãozinhas
para fechar, abrir e pegar outras partes do seu próprio corpo.
Como os bebês, quando saudáveis, já nascem com suas habilidades
sensoriais desenvolvidas, após estímulos eles começam a desenvolver suas
habilidades perceptuais.
Em estudos de habilidades perceptuais, os desenvolvimentistas perguntam o que o indivíduo faz com a informação sensorial – como ela é interpretada ou combinada. Os pesquisadores verificam que bebês muito pequenos são capazes de fazer discriminações notavelmente precisas entre sons, visões e sensações físicas, e que eles prestam atenção e respondem a
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padrões, não apenas a eventos individuais. (BEE, 2011, pág 152)
Sabendo disso, Helen Bee (2011) aponta também que a visão do
bebê deixa de ser somente visão e passa a ser um olhar, a audição passa a
ser um escutar e todos os outros sentidos começam a se combinar em perfeita
simetria. O bebê já percebe a permanência e saída de pessoas e objetos, se
agita ao reconhecer sons familiares como a voz de seu cuidador, pega
voluntariamente objetos para levá-los à boca, etc. E são essas combinações de
suas habilidades sensoriais e perceptuais que impulsionam e iniciam o
desenvolvimento cognitivo do bebê.
Helen Bee (2011) utiliza dois grandes autores que falam sobre
desenvolvimento cognitivo do indivíduo, Piaget, que foi o primeiro a se
interessar e esquematizar como o indivíduo se desenvolve de acordo com cada
fase de sua vida e Vygotsky, que vincula o desenvolvimento da linguagem ao
cognitivo do sujeito.
A teoria de Piaget supõe que o bebê assimila informação dentro da série limitada de esquemas sensoriais e motores com os quais ele nasceu – tais como olhar, escutar, sugar e agarrar – e acomoda aqueles esquemas com base em suas experiências. Este é o ponto de partida para todo o processo de desenvolvimento cognitivo. (BEE, 2011, pág 171)
Em sua teoria, Piaget divide as etapas de aprendizagem do
indivíduo em quatro períodos, sendo o sensório-motor o período ao qual nos
detemos neste trabalho. É no período sensório-motor (0 a 2 anos) que Piaget
descreve o modo que o bebê reage ao sentir e mexer em movimentos reflexos
e intencionais. Considerando que o bebê se desenvolve largamente neste
período de 24 meses, Helen Bee (2011) organiza as características de um
bebê em subestágios, como nos mostra a tabela abaixo.
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Tabela 2- Subestágios do estágio sensório-motor de Piaget
Substágio Idade Rótulo de Piaget
Características
1 Nascimento-1 mês
Reflexos
Uso de esquemas ou reflexos inatos, tais como sugar ou olhar; sem imitação; sem capacidade de integrar informação de diversos sentidos.
2 1-4 meses Reações circulares primárias
Acomodação de esquemas básicos (agarrar, olhar, sugar), enquanto o bebê os pratica infinitamente. Início da coordenação de esquemas de diferentes sentidos, tais como olhar na direção de um som; o bebê ainda não associa ações corporais a algum resultado fora do corpo.
3 4-8 meses Reações circulares secundárias
O bebê se torna muito mais consciente de eventos fora do seu próprio corpo e os faz acontecer novamente, em um tipo de aprendizagem de tentativa-e-erro. Imitação pode ocorrer, mas apenas de esquemas já existentes no repertório do bebê. Início do entendimento do “conceito de objeto”.
4 8-12 meses Coordenadas de esquemas secundários
Comportamento de meios e fins intencional claro. O bebê não apenas vai atrás do que quer, mas pode combinar dois esquemas para fazê-lo, tal como atirar um travesseiro para alcançar um brinquedo. Imitação de novos comportamentos ocorre, bem como transferência de informação de um sentido para o outro (transferência modal cruzada).
5 12-18 meses Reações circulares terciárias
Começa a “experimentação”, na qual o bebê testa novas formas de brincar com ou manipular objetos. Exploração de tentativa-e-erro muito ativa, muito intencional.
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6 18-24 meses Início do pensamento representativo
Desenvolvimento do uso de símbolos para representar objetos ou eventos. A criança entende que o símbolo é separado do objeto. Imitação adiada ocorre primeiro neste estágio.
Fonte: BEE (2011, p.173)
Essas características são comuns a todos os bebês, porém o que
não quer dizer que todos eles apresentem todas elas, e sim que algumas delas
podem não se apresentar explicitamente e/ou variar de tempo de aparição. O
que nos vale ressaltar é que o papel de um educador de creche é provocar
estímulos de acordo com as características que o bebê apresenta a fim de
fazê-lo alcançar novas descobertas e transitar por outros subestágios acima
descritos.
Já em Vygotsky, segundo Helen Bee (2011), dois estágios são
observados. O primeiro é o estágio primitivo, onde,
o bebê possui processos mentais semelhantes aos de animais inferiores. Ele aprende principalmente através de condicionamento até a linguagem começar a se desenvolver no segundo ano. (BEE, 2011, pág 181)
Após a aparição e desenvolvimento da linguagem, o bebê entra no
estágio de psicologia ingênua,
no qual aprende a usar a linguagem para se comunicar, mas ainda não entende seu caráter simbólico. Por exemplo, ele não percebe que qualquer coleção de sons poderia substituir o objeto “cadeira”, desde que todos concordem em relação aos sons. (BEE, 2011, pág 181)
Com isso, o estímulo à linguagem do bebê, a nomeação de coisas, a
comunicação direta verbal e não verbal é de extrema importância neste
período. É através do outro que o bebê vai se apropriando da linguagem usada
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pelos seus, outro ponto importantíssimo no trabalho dos educadores de creche,
que devem estabelecer diálogos durantes todos os momentos de atividades
com os bebês.
Poderemos pensar, como exemplo, o momento em que a criança começa a ser capaz de usar a linguagem oral para se expressar. Esta nova competência cognitiva permitir-lhe-á novas possibilidades de interação com o mundo, novas possibilidades de interação com os outros, influenciando, também, o seu desenvolvimento social. Esta e outras situações fazem com que tenhamos de assumir que o desenvolvimento do ser humano é um processo holístico e que todos os processos ocorridos se influenciam e se provocam mutuamente. (DIAS; CORREIA; MARCELINO, 1982, p.11)
Durante todo o processo do desenvolvimento da linguagem de um
bebê também é possível observar alguns estágios, cujos Helen Bee (2011,
p.202) “denomina de: fase pré-linguística, arrulho e balbucio.” A fase pré-
linguística podemos descrever como a fase onde as crianças iniciam seu
contato com a linguagem, ou seja, até mesmo antes de seu nascimento, já que
vimos que os bebês percebem os sons dentro da barriga de sua mãe. Após o
nascimento, a primeira forma de linguagem de um bebê é o choro e por volta
de 1 ou 2 meses, o choro é acrescido do arrulho, que consiste em
fazer sons repetitivos de vogal, como uuuuuu. Sons como esse são geralmente sinais de prazer e podem apresentar bastante variação, incluindo aumentos e diminuições no volume ou na intensidade. (BEE, 2011, pág 229)
Após a repetição de apenas vogais, há a entrada da combinação de
consoantes e vogais, o qual Helen Bee (2011) denomina de balbucio.
Sons de consoante aparecem apenas em torno dos 6 ou 7 meses, quando pela primeira vez o bebê tem o controle muscular necessário para combinar o som de uma consoante com o som de uma vogal. (BEE, 2011, pág 229)
25
É comum ver os cuidadores de um bebê imitando os sons de
balbucio que o mesmo provoca, o que pode ser instintivo ou intencional.
Segundo Helen Bee (2011, p.229), “essa imitação é de extrema importância
para o bebê aprender a língua do meio em que vive”.
O balbucio é uma parte importante da preparação para a linguagem falada também de outras formas. (...) Uma segunda coisa importante sobre o balbucio é que quando os bebês começam a balbuciar pela primeira vez, normalmente experimentam todos os tipos de sons, incluindo alguns que não fazem parte da língua que estão ouvindo. Então, a partir dos 9 ou 10 meses, o repertório de sons dos bebês gradualmente começa a mudar para um conjunto de sons aos quais eles estão escutando, com o desaparecimento dos sons não ouvidos. (BEE, 2011, pág 229)
Segundo a autora, o aparecimento de palavras específicas se inicia
entre os 12 e 18 meses, onde as crianças podem aprender por volta de trinta
palavras, aumentando significativamente durante os próximos meses.
A par destas transformações começam a surgir as primeiras palavras e, posteriormente, as primeiras frases. Esta crescente capacidade linguística traz inúmeras implicações ao nível da comunicação com os outros. A criança começa a conversar, a questionar, a querer saber sempre mais, numa tentativa de compreender o mundo que a rodeia. Na verdade, com um ano de idade a criança já pronuncia algumas palavras perceptíveis, iniciando a articulação das primeiras palavras com significado (PAPALIA, 2001 apud DIAS; CORREIA; MARCELINO, 1982, p.12)
Ainda neste período de idade escolar de creche, há também o
desenvolvimento da personalidade que perpassa por todos os outros
momentos antes aqui mencionados. Para tanto, Helen Bee (2011) faz uso da
teoria psicossexual de Freud e da teoria psicossocial de Erikson. A primeira
teoria se refere à ligação direta do desenvolvimento de partes do corpo com o
prazer na formação da personalidade, e a segunda se refere à ligação da
personalidade com a vivência social do indivíduo. São teorias semelhantes,
que apesar de ter contradições, pois,
26
(...) Erikson colocava menos ênfase na centralidade do instinto sexual e, em vez disso, focava-se em um surgimento gradual de um senso de identidade. Segundo, embora concordasse com Freud que os primeiros anos são altamente importantes, Erikson afirmava que a identidade não está totalmente formada no final da adolescência, mas continua a se formar durante outros estágios do desenvolvimento na idade adulta. (BEE, 2011, pág 270)
Ainda assim, de certa forma, se complementam ao mostrar que tanto
o desenvolvimento do corpo como as vivências sociais e a forma como estas
são tratadas influenciam na formação da personalidade do indivíduo. Helen
Bee (2011) esquematiza esses estágios em tabelas as quais nos facilita
observar essa relação.
Tabela 3- Estágios de desenvolvimento psicossexual de Freud
Estágio Idade (anos)
Zonas sensíveis
Principal tarefa do desenvolvimento (fonte potencial de conflito)
Traços de personalidade de adultos “fixados” nesse estágio
Oral 0-1 Boca, lábios, língua Desmame
Comportamento oral, tal como fumar e comer em excesso; passividade e credulidade.
Anal 1-3 Ânus Treinamento do toalete
Apego á ordem, avareza, obstinação ou os opostos.
Fálico 3-5 Órgãos genitais
Conflito edípico; identificação com pai do mesmo sexo
Vaidade, negligência ou os opostos.
Latência 5-12 Sem área específica; a energia sexual é latente
Desenvolvimento de mecanismos de defesa do ego
Nenhum; fixação normalmente não ocorre.
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Fonte: BEE (2011, p.269)
Tabela 4- Os oito estágios psicossociais do desenvolvimento de Erikson
Idade aproximada (em anos)
Qualidade do ego a ser desenvolvida
Algumas tarefas e atividades do estágio
0-1 Confiança básica versus desconfiança básica
Desenvolver a confiança na mãe ou cuidador central e na própria capacidade de fazer as coisas acontecerem, um elemento chave em um apego seguro precoce.
2-3 Autonomia versus vergonha, dúvida
Desenvolver habilidades de andar, agarrar e outras habilidades físicas que levam a livre escolha; completar o treinamento da toalete; a criança aprende controle, mas pode desenvolver vergonha se não manejado adequadamente.
4-5 Iniciativa versus culpa Aprender a organizar atividades em torno de algum objetivo; tornar-se mais assertivo e agressivo.
6-12 Diligência versus inferioridade
Absorver todas as habilidades e normas culturais básicas; incluindo habilidades escolares e uso de ferramentas.
13-18 Identidade versus confusão de papel
Adaptar o senso de self a mudanças físicas da puberdade, fazer escolha ocupacional, alcançar identidade sexual do tipo adulto e buscar novos valores.
19-25 Intimidade versus isolamento
Formar um ou mais relacionamentos íntimos que vão além do amor adolescente; casar e formar grupos familiares.
26-40 Generatividade versus estagnação
Ter e criar filhos, focar-se na realização ou na criatividade ocupacional, e treinar a próxima geração.
Genital 12-18 e idade adulta
Órgãos genitais Intimidade sexual madura
Nenhum; adultos que integraram com sucesso estágios mais primitivos devem desenvolver interesse sincero nos outros e sexualidade madura.
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41+ Integridade do ego versus desespero
Integrar estágios anteriores e alcançar uma identidade básica; aceitar-se.
Fonte: BEE (2011, p.271)
A teoria psicossocial de Erickson (1976 apud CARVALHO, 2011, p.
15) “refere-se a experiências corporais que fornecem a base para um estado
psicológico de “confiança versus falta de confiança”. O bebê aprende a confiar
na “mãe”, em si mesmo e no ambiente, pela percepção materna de suas
necessidades e exigências. A confiança mútua e o desejo de enfrentar as
situações juntos, ficam estabelecidos entre a mãe e a criança.
Já segundo Piaget (1975 apud CARVALHO, 2011, p. 15), anterior a
Erickson, “o desenvolvimento cognitivo ocorre pelo processo em que o
indivíduo se ajusta às condições ambientais”. Para ele a acomodação é a
adaptação que a criança deve fazer ao meio ambiente quanto às informações
novas e assimilação é a interpretação de novas informações. Se essas
informações não puderem ser incorporadas, ocorrerá acomodação. O
desenvolvimento da capacidade cognitiva se dá numa sequência fixa de
estágios qualitativamente diferentes e inclui, também, o conceito de equilíbrio.
O mecanismo de formação para o conhecimento se divide em assimilação e
acomodação. Quando o desequilíbrio é produzido pela experiência nova, um
novo equilíbrio é alcançado em nível mais alto de organização cognitiva. Nessa
condição, o desequilíbrio é necessário para o desenvolvimento. Assim as
novidades atraem as crianças, mas, se a dissonância cognitiva for grande se
sentirão frustradas e não alcançarão novo equilíbrio.
Diante dos expostos é possível observar que um bebê de 0 a 3 anos
apresenta um desenvolvimento bastante alargado, que vai desde o físico ao
mental e social. Como apresentados neste capítulo, os bebês precisam
desenvolver habilidades motoras, emocionais, perceptuais, linguísticas e
cognitivas, e estas ao serem bem desenvolvidas farão com que a criança tenha
um bom desempenho em fase escolar. Em outras palavras, uma criança com
seu esquema corporal e cognitivo bem desenvolvido enquanto bebê tem maior
probabilidade de sucesso nas fases escolares posteriores.
29
A noção de que os relacionamentos são essenciais para regular nossos comportamentos, nossos humores e nossos sentimentos, bem como para o desenvolvimento intelectual, necessita de maior ênfase, à medida que pensamos sobre os tipos de ambientes e prioridades que desejamos para nossas crianças. (BRAZELTON; GRESPAN, 2002, p. 29 apud SHORBERT, 2008, p.36)
30
CAPÍTULO III
ATIVIDADES PSICOMOTORAS X INTELIGÊNCIA: UMA
RELAÇÃO DIALÉTICA
O ato de movimentar-se influencia a maturação do sistema nervoso
da criança. Sabendo que a psicomotricidade está presente nos menores gestos
e em toda atividade de movimento que a criança executa, podemos verificar
então que são os movimentos que vão organizar o cérebro para receber
informações novas e constantes.
Por isso, dizemos que a mesma é um fator essencial e indispensável ao desenvolvimento global e uniforme da criança. A estrutura da Educação Psicomotora é a base fundamental para o processo intelectivo e de aprendizagem da criança. O desenvolvimento evolui do geral para o específico; quando uma criança apresenta dificuldades de aprendizagem, o fundo do problema, em geral, está no nível das bases de desenvolvimento psicomotor. (ALVES, 2012, p. 144)
Wallon defende que o desenvolvimento do indivíduo abrange os
aspectos da afetividade, motricidade e inteligência. A criança nasce com
competência orgânica que lhe favorece determinados recursos, mas é o meio
que lhe permite desenvolver potencialidades. Segundo Galvão,
É só no final do primeiro ano, com o desenvolvimento das praxias, gestos como o de pegar, empurrar, abrir ou fechar, que se intensificam as possibilidades do movimento como instrumento da exploração do mundo físico, voltando a ação da criança para a adaptação à realidade externa objetiva. O desenvolvimento das primeiras praxias define o início da dimensão cognitiva do movimento. (GALVÃO, 2013, p.70)
Todas as crianças se desenvolvem de forma comum, no entanto, a
cultura, o meio em que está inserida vai dimensionar a personalidade, o modo
como a criança se apropria de novas habilidades, por isso, crianças com a
mesma idade podem apresentar desenvolvimentos diferentes.
31
O movimento e vida mental são inseparáveis dentro de uma concepção psicopedagógica e são resultantes de experiências adquiridas por meio de uma evolução progressiva da inteligência conseguida por uma motricidade organizada e consciente. (FONSECA, 1988, p.235)
3.1. Sugestões de atividades psicomotoras para bebês de faixa
etária entre zero e dois anos
Este capítulo tem como finalidade propor sugestões de atividades a
serem trabalhadas com bebês para que os mesmos tenham suas habilidades
básicas bem desenvolvidas. Para tanto, tal proposta foi dividida de acordo com
as habilidades mencionadas no capítulo anterior, a saber: habilidades
motoras/físicas, habilidades cognitivas/linguísticas e habilidades emocionais,
organizadas por características de determinadas faixas etárias e as atividades
relacionadas, sendo estas, fonte do trabalho com crianças em uma creche
municipal do Rio de Janeiro.
O que pretendo aqui propor não são temas e/ou práticas fixas, e sim
algumas ideias de atividades que estimulam os bebês e os ajudam a se
desenvolverem. Seguem abaixo atividades organizadas por períodos de
desenvolvimento de um bebê.
• De zero a seis meses
Geralmente no período de três meses os bebês já fixam o olhar em
objetos e pessoas e respondem essa interação com sorrisos. Apertam
involuntariamente qualquer coisa que coloquem em sua mão. Erguem a cabeça
enquanto está de bruços, porém ainda sem precisão. Balbuciam sozinhos ou
em resposta a algum estímulo que recebeu. Começam a apresentar interesse
por objetos coloridos, sonoros e grandes.
32
Dos três aos seis meses os bebês começam a ficar sentados por
alguns instantes ou apoiados em almofadas. Estendem a mão
involuntariamente para pegar algum objeto que lhe chamou atenção. Levam
objetos à boca. Já apoiam com precisão os antebraços no chão para sustentar
a cabeça e o pescoço. Começam a explorar o espaço em que estão através do
rolamento do próprio corpo. Brincam com os próprios pés levando-os à boca.
Sorriem intencionalmente e iniciam o processo da gargalhada em resposta a
brincadeiras que lhe agradam. Iniciam a repetição de movimentos do corpo,
como esticar e dobrar as pernas e braços, fechar e abrir as mãos. Começam a
reconhecer as faces e as vozes humanas que eles tem maior contato,
geralmente os pais e/ou o educador. Gradativamente vão diminuindo o número
de horas por dia, se mantendo atentos à rotina que lhe cerca.
Neste período os bebês costumam reagir bem a atividades de:
- Massagem corporal com cantigas e nomeação de partes do corpo,
estimulando a dobra das pernas e dos braços, movimento de rotação do
pescoço, etc.;
- Manipulação de objetos macios, coloridos e sonoros, como cubo de espumas,
chocalhos, bichinhos com guizo, etc., estimulando a apertar, balançar e jogar;
- Brincadeiras de produção de som com o próprio corpo como bater palmas, a
fim de perceber reações diferentes ao movimento;
- Estimulação para ficar sentado entre almofadas, estimulando o fortalecimento
da cervical;
- Estimulação para pegar o próprio pé, propiciando os primeiros movimentos de
elasticidade do corpo;
- Estimulação para rolar em colchonetes, estruturando o equilíbrio;
33
- Incentivo ao engatinhar colocando objetos a certa distância do bebê para que
ele pegue;
- Incentivo a segurar bordas de objetos como mesas e berço para que ela inicie
a ereção da coluna ao ficar de pé;
- Promoção do movimento de passada dos pés segurando os bebês pela axila,
estimulando o movimento do andar;
- Contação de pequenas histórias com bastante musicalidade, propiciando a
ampliação de balbucios e linguagem oral;
- Esconde-esconde de brinquedos embaixo de um pano e dentro de fora de
uma caixa, estimulando a percepção de sumiço e permanência do objeto;
- Amarrar brinquedos em uma corda para o bebê puxar e levantar, fortalecendo
os movimentos de pinça e puxada;
- Anunciação da chegada de diferentes pessoas e diferentes momentos da
rotina, estimulando a adaptação do bebê ao meio que está inserido;
• De seis a doze meses
É um período de desenvolvimento extremamente perceptível nas
habilidades motoras e linguísticas. Os bebês já engatinham em direção a
objetos e pessoas. Fica de pé e sustenta o corpo quando está apoiada. Troca
involuntariamente os objetos de mãe e joga-os no chão propositalmente para
que o outro pegue. Já reconhecem com precisão rostos que lhe são familiares.
Associa sons e gestos, como por exemplo, bater palmas. Já tem
intencionalidade a movimentar o próprio corpo. Repete movimentos e começa
a demonstrar seus interesses por certas brincadeiras, músicas e atividades.
Balbuciam repetidamente e/ou já pronunciam alguma palavra que lhe foi
estimulada, geralmente “mama” de mamãe.
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Algumas brincadeiras que lhe costumam agradar são:
- Brincar com objetos de encaixar, empilhar, derrubar, enfileirar, montar e
desmontar, etc.;
- Explorar obstáculos (subir, descer, desviar, passar por baixo, etc.) criados
com almofadas, rolos de espuma, túneis de caixa de papelão, etc.;
- Explorar móbiles pendurados pelo ambiente em diferentes alturas
estimulando que o bebê tente os alcançar;
- Explorar os sentidos através do toque de diferentes materiais como lixa,
algodão, lã, papel liso, papel corrugado, papel camurça, plástico bolha, etc.;
- Utilizar panos de diferentes tamanhos para rolar, puxar e esconder o bebê;
- Utilizar o próprio corpo para fazer barulho (bater palma, bufar, gargalhar, etc.);
- Utilizar objetos para fazer barulho como latas e panelas;
- Brincar de jogar objetos em caixas a longa distância;
- Brincar de bola, estimulando-a a chutar, quicar, rolar, etc..;
- Cantarolar e nomear objetos, pessoas e momentos;
- Contar histórias utilizando diferentes recursos atrativos, como: fantoches e
fantasias;
• De doze a dezoito meses
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Geralmente, neste período, os bebês já andam e iniciam o processo
de exploração autônoma do ambiente. Pronunciam de 5 a 10 palavras, que
podem ser nomeação de objetos comuns ou palavras criadas pelos próprios
bebês. Escolhe objetos e pessoas. Já compreende comandos de permissão e
proibição (introdução da palavra “não”). Já reconhece o próprio corpo, sendo
capaz de nomear partes do mesmo. Imita gestos e atitudes dos adultos. Já
possui grande equilíbrio e domínio de suas habilidades motoras.
Neste período necessitam de todas as atividades do tópico anterior,
somando-se a:
- Estimulação de transposição de obstáculos mais elaborados, como escalar,
pular pra frente e pra trás, etc.;
- Conversas cotidianas sobre assuntos que envolvem os bebês, mantendo o
contato olho no olho;
- Disponibilização de brinquedos diversificados para que o bebê faça sua
escolha;
- Brincar de dar passos curtos e passos largos, estimulando a noção de
espaço;
- Brincar em frente ao espelho, solicitando que o bebê mostre algumas partes
do corpo;
- Brincar de entrar e sair de roscas de espuma, caixas de papelão, casinhas de
brinquedo, etc.;
- Oferecer objetos que permitam abrir e fechar tampas, botões, zíperes,
velcros, imãs, etc.;
- Oferecer materiais de diferentes pesos como espumas, penas, bola de areia,
garrafa de água cheia, etc.;
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- Enfileirar bolas de diferentes tamanhos e estimular, com auxílio, os bebês a
pisarem em cima delas;
- Brincar de imitar animais que corram, pulam, rastejam, andam pra trás,
andam em quatro apoios, etc.;
- Brincar de equilibrar objetos em cima da cabeça e com apenas uma das
mãos;
- Pintar utilizando diferentes técnicas como pincéis, espumas, dedos, sopro de
canudo, borrifador de água, etc.;
- Rasgar, amassar e recortar diferentes tipos de papéis;
- Brincar de massinha de modelar, estimulando fazer bolinhas, “minhocas”, etc.;
- Brincar de formar filas e passar a bola para o amigo por debaixo das pernas e
por cima da cabeça;
- Incentivar os bebês a expressarem através de gestos e/ou falas o que querem
fazer ou o objeto que querem manipular;
• De dezoito a vinte e quatro meses
Neste período as características citadas anteriormente vão se
ampliando e se unindo ao cognitivo mais explicitamente. Os bebês imitam,
contam fatos, se movimentam, brincam e etc. sabendo que provocarão alguma
reação individual ou coletivamente. Suas ações são intencionais tanto por si só,
como por orientações do educador, ou seja, o bebê responde a comandos
direcionados, percebendo ordens e limites. Percebem também a importância
de cada objeto a sua volta, como por exemplo, começam a comer sozinhos
fazendo uso da colher, iniciam o processo de desmame da mamadeira
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(daqueles que fazem uso da mesma) trocando para o uso do copo, etc.
Conseguem fixar-se em uma atividade com um pouco mais de atenção do que
antes. Constroem seus próprios instrumentos, dando vida imaginária a
diferentes objetos.
A imaginação é extremamente presente neste período e
juntamente a linguagem oral, a linguagem matemática vai se ampliando,
necessitando de atividades como:
- Contação de histórias um pouco mais longas, com começo, meio e fim,
estimulando que os bebês recontem a história na ajuda do educador, fazendo
perguntas e incentivando-os a responder;
- Construção de pequenos conjuntos, sejam eles de brinquedos, pessoas,
objetos, etc.;
- Rasgar folhas de revistas e tentar unir os pedaços novamente;
- Brincar de faz de conta;
- Brincar de comparar tamanhos de objetos e pessoas;
- Imitar ações cotidianas dos adultos (dirigir um carro, fazer comida, varrer a
casa, etc.);
- Perceber cores e formas dos objetos do ambiente que o cerca;
- Inserção ao mundo letrado, disponibilizando livros e revistas para folheação,
estimulando a leitura de figuras e percepção geral de letras;
- Iniciação da manipulação de lápis de cor e canetinhas para desenho livre;
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- Incentivo ao desenvolvimento do grafismo, solicitando desenho de pessoas,
bonecos e demais objetos;
- Estimular a dança com passos combinados entre mãos, pés e o restante do
corpo;
- Estimular a subida e descida de escadas e rampas;
- Iniciação das brincadeiras com regras e proibições;
- Brincadeiras cantadas em roda;
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CONCLUSÃO
Estudos atuais nos permite constatar que os bebês, apesar de
frágeis e, inicialmente, estáticos, são extremamente capazes de fazer graduais
aquisições cerebrais. Sua aprendizagem acontece desde o momento em que
deixa a barriga de sua mãe. Assim que nasce, o bebê é imerso em um mundo
cheio de informações as quais ainda não foram acomodadas, e, a partir daí, é
necessário que o mesmo consiga sobreviver ao mundo a que foi exposto. Com
isso, o pegar, o olhar, o tocar, o sentar, o engatinhar, e todas as outras
aprendizagens motoras vão ganhando espaço no corpo do bebê,
concomitantemente as habilidades afetivas, biológicas, etc.
Dessa forma, este trabalho procurou mostrar como os bebês são
capazes de aprender e, mais do que isso, mostrar que essas aprendizagens
iniciais são levadas por todo o restante do processo de escolarização.
A participação do corpo no processo de apropriação do conhecimento dá-se pela ação nos dois primeiros anos e logo, também, pela representação e por outorgar a configuração ao conhecimento. (FERNÁNDEZ, 1991, p.60)
Muitos educadores se queixam de como os alunos, em séries
fundamentais, chegam à sala de aula. Muitos não conseguem nem segurar o
lápis, não possui noção de direção de escrita, tem dificuldades em manusear
tesouras e afins, coisas, a princípio, simples, mas que tem suas bases
fortificadas no trabalho motor em crianças na fase da educação infantil,
principalmente em turmas de berçário.
Portanto, os educadores aos quais se destinam a educação infantil
devem se atentar para este trabalho psicomotor, pois podemos observar no
presente estudo que é nesta fase que as bases cognitivas são estabelecidas.
E, caso haja algum tipo de lesão motora ou não na criança, sendo detectado o
quanto antes, sua reabilitação tende a ser muito mais eficaz.
40
BIBLIOGRAFIA
ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. Rio de Janeiro:
Wak Editora, 2012. 184p.
BEE, Helen.; BOYD, Denise. A criança em desenvolvimento. Tradução de
Cristina Monteiro; revisão técnica de Antônio Carlos Amador Pereira. Porto
Alegre: Artmed. 2011. 568 p.
CARVALHO, Mônica Vieira. O desenvolvimento motor normal da criança de
0 à 1 ano: orientações para pais e cuidadores. 2011. 72 p. Dissertação -
Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda. 2011
FALCÃO, Hilda; BARRETO, Maria. Breve histórico da psicomotricidade.
Revista eletrônica de mestrado profissional em ensino de ciências, da saúde e
do ambiente, Volta Redonda, v.2, n. 2, p. 84-96, 2009.
FERNÁNDEZ, Alicia. Lugar do corpo no aprender. In: FERNÁNDEZ, Alicia. A
inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua
família. Porto Alegre: Artmed, 1991. 261p.
FONSECA, Vitor da. Da filogênese à ontogênese da motricidade. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1988.
GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do
desenvolvimento infantil. 22.ed. – Petrópolis - Rio de Janeiro: Vozes, 2013.
134p.
SCHORBERT, Lucila. O desenvolvimento motor de bebês em creche: um
olhar sobre diferentes contextos. 2008. p. 157. Dissertação – Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.
41
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
Psicomotricidade: histórico e conceitos 10
1.1. Aspectos do desenvolvimento motor 12
CAPÍTULO II
Os bebês e seu peculiar desenvolvimento 16
CAPÍTULO III
Atividades psicomotoras x inteligência: uma relação dialética 30
3.1. Sugestões de atividades psicomotoras para bebês de faixa etária entre
zero e dois anos 31
CONCLUSÃO 39 BIBLIOGRAFIA 40 ÍNDICE 41 ÍNDICE DE TABELAS 42