Doenças Inflamatórias Intestinais: Acompanhamento...

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Projeto Diretrizes

Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva

gestão 2008-2010

Presidente: Dr. Carlos A Cappellanes

Doenças Inflamatórias Intestinais:

Acompanhamento Endoscópico. Cristina Flores

Comissão de Diretrizes:

Presidente: Edivaldo Fraga Moreira

Membros:

Lix Alfredo de Oliveira

Paulo Roberto Alves de Pinho

Walton Albuquerque

Elaboração final: Dezembro de 2008

Participante da SOBED Regional do Rio Grande do Sul – Cristina Flores

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A busca de estudos científicos foi ampla e exaustiva nas bases de dados

utilizando-se de descritores bibliográficos escolhidos a partir de cada

questão clínica (PICO). As bases de dados primárias utilizadas foram:

1. Entrez-PUBMED usando MESH — National Libray of Medicine

(MEDLINE) http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi

2. Biblioteca Cochrane http://cochrane.bireme.br/

3. Revisão manual das citações dos artigos selecionados.

Após ampla revisão bibliográfica foi realizada a classificação dos

trabalhos selecionados segundo grau de recomendação e força de

evidência:

A- Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência

B - Estudos experimentais e observacionais de menor consistência

C- Relatos ou séries de casos

D- Publicações baseadas em consensos ou opiniões de especialistas

Objetivos: Estabelecer orientações e recomendações práticas quanto ao papel da

endoscopia nas Doenças Inflamatórias Intestinais:

1. Avaliação do diagnóstico diferencial entre Doença de Crohn (DC) e

Retocolite ulcerativa (RCUI);

2. Avaliação da gravidade da doença;

3. Avaliação da extensão da doença;

4. Vigilância de displasia e neoplasia;

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INTRODUÇÃO:

O exame endoscópico tem papel fundamental no diagnóstico e manejo dos

pacientes com Doença Inflamatória Intestinal (DII), pois permite avaliar as

características, a extensão e a gravidade das lesões, além da coleta de biópsias para

análise microscópica6 (A). O exame endoscópico inicial deve descrever minuciosamente

as características das lesões observadas e, obrigatoriamente, incluir a visualização do

íleo terminal66,67(B). Sempre lembrando que as colonoscopias realizadas na vigência de

algum tipo de tratamento podem obscurecer as características da doença para o

diagnóstico diferencial4,8 (B). A coleta de material para análise histopatológica de todos

os seguimentos é mandatória, incluindo os seguimentos macroscopicamente normais 1,2,3,4,7 (B). A aparência endoscópica da DII nem sempre é suficiente para diferenciar DC

e RCUI, porém existem algumas características que favorecem um ou outro

diagnóstico15 (B). Em um estudo prospectivo com 357 pacientes, a colonoscopia

demonstrou uma acurácia de 89% para distinguir RCUI de DC10 (A).

Características endoscópicas que favorecem o diagnóstico de RCU:

Inflamação limitada ao cólon com distribuição uniforme, circunferencial e

contínua que inicia no reto e estende-se proximalmente. A mucosa apresenta-se

edematosa, com perda do padrão vascular submucoso, enantema difuso,

granularidade, exsudação e friabilidade1,5,15 (B). Nos casos mais graves, podemos

observar ulcerações mais profundas. Quando a inflamação afeta todo o cólon, pode-se

encontrar alterações no íleo terminal por ileíte de refluxo (B). Um estudo retrospectivo

mostrou uma prevalência de 17% da ileíte de refluxo18 (B).

Existem relatos de processo inflamatório não contínuo restrito ao orifício

apendicular em alguns pacientes com RCU, o que não deve levantar dúvida ao

diagnóstico diferencial com DC12,13 (C). A observação de lesões descontínuas e com

menor atividade no reto na vigência de tratamento não devem ser levadas em

consideração para mudança do diagnóstico de RCUI para DC11,14,16 (A).

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Características que favorecem o diagnóstico de DC:

A inflamação pode acometer qualquer parte do tubo digestivo. Tipicamente, há

alternância entre mucosa inflamada e áreas de mucosa normal (lesões saltitadas).

Observam-se tipos variados de ulcerações: as puntiformes aftóides, e as extensas

longitudinais, estreladas e serpiginosas1,15. Presença de ulcerações no íleo terminal,

aspecto de pedra de calçamento devido à mucosa edematosa permeada por ulcerações

(cobblestoning) e presença de estenose reforçam o diagnóstico de DC 15,16 (B). Tabela

1. A região ileocecal é o local mais frequentemente acometido. O reto muitas vezes está

livre de inflamação.

Quando as anormalidades da inflamação colônia não são específicas para DC

nem para RCUI, o que ocorre em aproximadamente 10% dos casos, deve-se fazer o

diagnóstico de colite não classificada5, conforme recomendação do workshop de

Montreal20 (D).

Tabela 1. Características da Doença de Crohn e da Retocolite Ulcerativa15. GRAU B.

Doença de Crohn Retocolite ulcerativa

Reto frequentemente poupado Reto sempre envolvido

Lesões saltitadas Envolvimento uniformemente contínuo

Ulceras aftóides Perda do padrão vascular

Aspecto em pedra de calçamento Enantema difuso

Úlceras longitudinais e serpiginosas Aspecto granular da mucosa

Fístulas Não há fístulas

Ulceração no íleo terminal Aparência normal do íleo terminal

Presença de estenose Ausência de estenose

Avaliação da extensão da Doença Avaliar a extensão e distribuição da doença é importante para auxílio no

diagnóstico diferencial entre DC e RCUI, na escolha das opções terapêuticas e na

avaliação do risco de desenvolvimento de neoplasia15(A). A DC afeta mais

frequentemente o íleo terminal e o ceco, porém sabe-se que ela pode envolver qualquer

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segmento do tubo digestivo. A avaliação da extensão na DC envolve, muitas vezes,

endoscopia digestiva alta e baixa, além de exames que possam visualizar o intestino

delgado. Nos últimos anos, além do clássico raio X contrastado de trânsito de delgado,

novas tecnologias têm se desenvolvido para a visualização mais adequada da mucosa

de intestino delgado. Citam-se a cápsula endoscópica e a enteroscopia com duplo

balão. Recomenda-se o uso da classificação de Montreal para definir a extensão do

acometimento na Doença de Crohn20 (D) (Tabela 2).

Tabela 2. Classificação de extensão da Doença de Crohn – Montreal 200520.

Montreal, 2005

Localização Modificador TGI superior

L1 – íleo terminal L1 + L4

L2 – cólon L2 + L4

L3 – ileocolônica L3 + L4

L4 – TGI superior

A RCUI pode-se apresentar como uma doença confinada ao reto ou estender-se

proximalmente, envolvendo todo o cólon (Pancolite). Aproximadamente 45% dos

pacientes têm inflamação limitada à região retossigmóide, 35% têm inflamação

envolvendo todo o cólon esquerdo, e outros 20% apresentam acometimento além da

flexura esplênica. A extensão proximal da inflamação na RCUI tem sido relatada em

aproximadamente 30% dos pacientes conforme o tempo de doença34 (A). Pode ser

necessária reavaliação endoscópica periódica em pacientes com RCUI de longa data, já

que a estratificação do risco para o desenvolvimento de displasia e neoplasia colo-retal

varia com a extensão da doença 5,4,15(A).

A recomendação do Workshop de Montreal(D) é o uso de uma classificação simplificada (Tabela 3).

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Tabela 3. Extensão da RCUI (20)

CLASSIFICAÇÃO DEFINIÇÃO

E1 – proctite ulcerativa Envolvimento limitado ao reto

E2 – colite esquerda Envolvimento até ângulo esplênico

E3 – colite extensiva Envolvimento além do ângulo esplênico

Avaliação da Gravidade da Doença

Desde o desenvolvimento de aparelhos endoscópicos de fibra óptica tem-se

procurado caracterizar as lesões endoscópicas na busca de escores endoscópicos de

gravidade. No final dos anos 80, o Grupo Francês de estudos das Doenças

Inflamatórias Intestinais desenvolveu um escore de gravidade (CDEIS) das lesões

endoscópicas na DC19,70 (A). Este instrumento, que foi criado através de regressão

logística, divide o intestino em 5 segmentos (reto, sigmóide+descendente, transverso,

ascendente+ceco e íleo terminal), e as lesões são classificadas pelo tipo (ulcerações

rasas ou profundas, estenoses ulceradas e não ulceradas), além da estimativa da

superfície intestinal acometida. Este instrumento foi extensamente avaliado e validado,

sendo utilizado em estudos clínicos com corticóide. Esse estudo mostrou que o padrão

endoscópico de gravidade das lesões pouco se correlaciona com a atividade clínica da

DC (A). Além disso, o grau de melhora endoscópica nos pacientes com remissão clínica

induzida pelo corticóide não predisse o curso clínico subsequente nem a probabilidade

de reativação da doença. Desde então, a mentalidade estabelecida é de que o aspecto

e a avaliação endoscópicos seriam de pouca utilidade no segmento destes pacientes.

Nos últimos anos, tem-se observado uma mudança no arsenal terapêutico da DC, com

medicações que são capazes de induzir remissão clínica e endoscópica22,,23, criando

perspectivas de que a cicatrização endoscópica pode melhorar a evolução e o desfecho

clínico da DC27,32 (A). A avaliação de pacientes com DC e lesões graves (ulcerações

extensas e profundas) à colonoscopia demonstrou que estes pacientes têm um curso

mais agressivo com um número significativamente maior de complicações e

necessidade de cirurgia21 (B). Daperno e colaboradores realizaram um trabalho para a

criação e validação de um escore endoscópico simplificado (SES-CD) para avaliação da

DC56 (A). Para a construção deste escore foram levadas em consideração 4 variáveis:

úlceras, proporção da superfície coberta pelas úlceras, proporção de superfície coberta

por outras lesões e estenoses. Cada variável foi classificada em uma pontuação de 0 a

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3 em cada seguimento. As úlceras foram classificadas conforme o seu tamanho

(diâmetro de 0,1-0,5 cm, 0,5- 2,0cm, ou > 2,0cm). A proporção de superfície ulcerada

expressas em porcentagem (<10%, 10-30%, ou >30%) bem como a proporção da

extensão da superfície afetada (<50%, 50-75%, ou >75%). As estenoses foram

avaliadas pelo número e pela possibilidade de serem ou não ultrapassadas pelo

colonoscópio (Tabela 4). Este escore é mais simples e possui uma boa correlação com

o CDEIS, além de baixa variabilidade interobservador. A tendência atual é que haja

necessidade de uso cada vez maior de desfechos endoscópicos nos ensaios clínicos,

sendo também importante sua incorporação na prática clínica este escore simples e já

validado (A).

Tabela 4. Definições do Escore Endoscópico Simplificado para Doença de Crohn.

Valores do escore endoscópico simplificado para DC

Variável 0 1 2 3

Tamanho das

Úlceras

nenhuma

Úlceras aftóides

0,1-0,5cm

Úlceras grandes

0,5 – 2cm

Úlceras maiores

>2cm

Superfície

ulcerada

nenhuma

<10%

10-30%

>30%

Superfície

afetada

nenhuma

<50%

50-75%

>75%

Presença de

estenoses

nenhuma

Única, pode ser

ultrapassada

Múltiplas, podem

ser

ultrapassadas

Não podem ser

ultrapassadas

Na RCUI os achados endoscópicos são importantes para definir o grau de

atividade da doença. A endoscopia é o método mais objetivo para avaliar e quantificar o

dano à mucosa do cólon. Vários índices clínicos e endoscópicos de atividade para RCUI

foram desenvolvidos, porém a maioria não foi validada. Existem instrumentos de

mensuração de atividade da RCUI baseados em parâmetros clínicos, parâmetros

endoscópicos ou índices que utilizam a combinação destas informações24,25 (B). Existe

uma variação importante de definições e parâmetros endoscópicos considerados:

friabilidade (sangramento espontâneo ou ao toque do aparelho), edema, enantema,

perda do padrão vascular, granularidade da mucosa, presença de erosões e

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ulcerações. O mais utilizado atualmente em ensaios clínicos é o Escore de atividade da

Clínica Mayo 28 (tabela 4).

Tabela 5. ESCORE DA CLINICA MAYO.

** a avaliação médica global leva em consideração a queixa diária do paciente de desconforto abdominal, a sensação geral de bem-estar, achados do exame físico e o desempenho do paciente para atividades diárias. ESCORE GRAVIDADE ≤2 s/ nenhum Remissão clínica Subescore > 1 3 -5 Atividade Leve 6-10 Atividade Moderada 11-12 Atividade Grave

Apesar de vários estudos demonstrarem discordância entre remissão clínica e

endoscópica, a avaliação da cicatrização da mucosa durante a terapêutica da RCU é

relevante para a prática clínica, pois esta é considerada o padrão ouro para resposta

terapêutica completa29,30,31,33 (A). A gravidade das lesões endoscópicas também possui

valor prognóstico, já que a presença de ulcerações profundas determina uma menor

probabilidade de resposta à terapêutica medicamentosa e um aumento da probabilidade

de cirurgia5,26 (A). Os pacientes com lesões endoscópicas mais acentuadas também

1. Freqüência das Evacuações* 0 = Normal para o paciente 1 = 1 - 2 evacuações/dia >normal 2 = 3-4 evacuações/dia > normal 3 = ≥ 5 evacuações/dia > normal

2. Sangramento Retal 0 = s/ sangue 1 = raias de sangue < ½ do tempo. 2 = sangue vivo evidente na maioria das evacuações 3 = evacuações com sangue puro.

3. Achados Endoscópicos 0 = normal ou inativa 1 = doença leve (enantema, perda do padrão vascular, leve friabilidade). 2 = doença moderada (enantema evidente, perda do padrão vascular, friabilidade, erosões) 3 = doença grave (sangramento espontâneo, ulcerações).

4. Avaliação Médica Global ** 0 = normal 1 = doença leve. 2 = doença moderada 3 = doença grave.

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carregam maior risco de progressão da extensão da doença ao longo do tempo25 (A).

Nos casos de reavaliação endoscópica por reativação do quadro, é preferível a

utilização de retossigmoidoscopia flexível em vez de colonoscopia para minimizar os

riscos de perfuração e megacólon tóxico5 (C).

Vigilância Endoscópica da Displasia e Neoplasia

Pacientes com RCUI (A) e DC (A) de cólon de longa duração (em média 10

anos) possuem um risco aumentado de displasia e câncer colorretal (CCR), sendo a

vigilância colonoscópica mandatória45,46,47,50,51,57,69,71. A RCUI que se apresenta apenas

como proctite não possui risco aumentado de CCR 4,5,45 (A). Os pacientes com colite por

DC envolvendo mais de 1/3 da superfície colônica possuem um risco de CCR igual aos

pacientes com RCUI. Outros fatores que aumentam o risco de CCR são: história familiar

de CCR, presença de colangite esclerosante, início da doença em idade precoce e

pancolite com lesões graves 4,35,36,37,38,39,44,68. Os indivíduos com RCUI ou colite por DC

mais extensa devem ser submetidos a colonoscopias periódicas a cada 1 ou 2 anos.

Devem ser realizadas biópsias nos 4 quadrantes a cada 10 cm desde o ceco até o reto,

totalizando um mínimo de 33 biópsias 40,51,72 (B). Uma metanálise37 revisou 116 estudos

de CCR na RCUI e encontrou uma prevalência geral de 3,7% e de 5,4% nos casos de

pancolite. A evidência microscópica de colite é, provavelmente, o melhor indicador de

extensão da doença. Um estudo que avaliou espécimes de colectomia detectou

displasia em áreas de inflamação microscópica sem alterações macroscópicas,

reforçando a idéia de que o limite de extensão da doença deve ser considerado pelos

parâmetros histológicos40,43 (B). Estudos epidemiológicos têm mostrado que a DC que

afeta a maior parte do cólon proporciona um risco de CCR semelhante ao da RCU. Uma

metanálise recente encontrou um risco relativo de 2.59 (intervalo de confiança de 95% -

1.54-4.36) para o desenvolvimento de CCR comparado com controles saudáveis69(A). A

taxa de incidência de CCR nos pacientes com DC que foram submetidos à cirurgia foi

de 2.3% para displasia e 2.7% para adenocarcinoma 50,57,58.

Pacientes com colite extensa ou de cólon esquerdo devem iniciar a

vigilância com 8 a 10 anos do início dos sintomas. Os pacientes cuja primeira

colonoscopia de vigilância não apresenta displasia devem repetir o exame em 1 a 2

anos. Após 2 exames consecutivamente negativos, as colonoscopias podem ser

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realizadas em intervalos de 1 a 3 anos, até completarem 20 anos de doença, quando

então os intervalos devem ser novamente reduzidos para 1 a 2 anos44,52 (D). Pacientes

com colangite esclerosante devem ter sua vigilância iniciada no momento do

diagnóstico, e essa deve ser realizada anualmente40,68(A). Pacientes com

retossigmoidite em que a doença não se estende além dos 35 cm parecem apresentar

um risco de neoplasia semelhante ao da população em geral, podendo seguir as

mesmas recomendações para este grupo de indivíduos45,37(B). Importante enfatizar que

cada conjunto de 4 fragmentos (4 quadrantes a cada 10 cm) deve ser colocado em

frascos separados para a patologia. Amostras de lesões elevadas ou suspeitas devem

ser colocadas em frascos identificados separadamente com sua respectiva

localização40,44. Apesar destas informações, não existe nenhuma evidência indiscutível

de que esta prática aumente a sobrevida dos pacientes com doença inflamatória

intestinal 51.

Diagnóstico de Displasia e Tipos de Lesões

As lesões displásicas podem apresentar-se como lesões planas ou elevadas. As

lesões elevadas são denominadas DALM (displasia associada a lesões ou massas). As

DALM podem se apresentar como pólipos únicos ou múltiplos (lesões tipo adenoma),

protuberâncias, placas ou manchas aveludadas. A displasia associada a lesões ou

massas (DALM) pode ser dividida em: 1. lesões tipo adenoma (do inglês – ALD) e 2.

lesões não tipo adenoma (NALD).

Deve-se ter muito cuidado na avaliação dessas lesões, pois as mesmas podem

ficar camufladas por outras alterações de relevo e pseudopólipos, comuns a essas

doenças. A idéia de que as lesões planas só eram detectadas por biópsias aleatórias

em mucosa sem lesões evidentes tem sido questionada. Estudos recentes têm

mostrado que, com os equipamentos de melhor resolução atualmente disponíveis, a

maioria das lesões displásicas são visíveis à colonoscopia. Estes autores relatam que

23 a 38% das displasias foram detectadas em biópsias aleatórias sem lesões

visíveis38,75 (C). Atualmente compreende-se que as DALM são um grupo de lesões

heterogêneas. Estudos recentes têm demonstrado que as ALD possuem um baixo risco

para desenvolvimento de carcinoma, enquanto que as NALD carreiam um grande risco

de desenvolvimento de adenocarcinoma 38,53,54,55 (B). É importante tentar diferenciar

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pólipos adenomatosos esporádicos de DALMS tipo adenoma, visto que ambas as

lesões podem estar presentes em pacientes com doença inflamatória intestinal, esta

definição depende do fato da lesão estar localizada dentro ou fora da área de colite.

Nestes casos, a ressecção endoscópica de uma lesão polipóide sem displasia na

mucosa plana circunjacente pode ser considerada curativa 40,43,14,53,54(C). Deve-se

considerar a realização de marcação com tinta nankin no sítio de ressecção das lesões

(tatuagem). A colectomia total deve ser indicada nas seguintes situações: displasia de

alto grau, presença de DALM e lesões elevadas tipo adenomas com displasia na

mucosa plana circunjacente 40,47,50,52 (B). Se uma lesão elevada com displasia de baixo

grau em região de colite for passível de ressecção endoscópica, e as biópsias da

mucosa plana circunjacente não apresentarem displasia, pode-se realizar nova

colonoscopia em 6 meses. No caso de lesão polipóide tipo adenoma em região que não

apresenta colite macroscópica nem histológica, a ressecção endoscópica é

aconselhada, e o seguimento deve ser semelhante aquele realizado para pólipos

esporádicos52 (B). A conduta a ser tomada após um diagnóstico de displasia de baixo

grau em mucosa plana ainda é controversa. Existem estudos que demonstram que a

progressão da displasia de baixo grau para displasia de alto grau ou CCR é de

aproximadamente 55%, no entanto, outros autores demonstram dados com um índice

de progressão bem mais baixo46,47,48,49 (B). Por outro lado, um estudo demonstrou que

20% dos pacientes, cujas biópsias colonoscópicas detectaram apenas displasia de

baixo grau, já tinham CCR concomitante em outro local do cólon ao exame posterior da

peça cirúrgica47 (B). Pacientes com displasia de baixo grau multifocal em um único

exame ou unifocal em 2 exames consecutivos devem ser fortemente aconselhados a

realizar colectomia total. Diante da recusa de um procedimento cirúrgico, a vigilância

deve ser realizada em 3 a 6 meses 40,44,52 (B). Apresentamos um algoritmo de sugestão

de conduta nas diferentes situações (Figura 1).

Pacientes com RCUI que desenvolvem estenose estão sob grande risco de

presença de neoplasia nessa região. Nessa situação, a colectomia total é

recomendada, porém deve-se revisar o diagnóstico para afastar a possibilidade de DC.

Se a estenose pode ser ultrapassada com aparelho mais fino (colonoscopio pediátrico,

p.ex.), e as biópsias forem negativas para displasia, uma nova colonoscopia pode ser

repetida em 3 a 4 meses40 (B). No cenário da DC, a estenose pode fazer parte do

comportamento da doença. No entanto, se não for possível ultrapassá-la, deve-se

considerar a dilatação com balão (em estenoses curtas) ou uma colonografia por

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tomografia computadorizada para avaliar o cólon proximal. Nos pacientes com mais de

20 anos de doença cuja estenose não pode ser ultrapassada, deve ser considerada a

realização de colectomia, tendo em vista a possibilidade de CCR associado de 20%

nesse contexto32 (B).

Cromoendoscopia:

A abordagem atual para vigilância endoscópica de displasia na Doença

inflamatória intestinal é trabalhosa e consome muito tempo na realização de múltiplas

biópsias aleatórias (entre 30 e 40 fragmentos). No contexto das doenças inflamatórias

intestinais muitas lesões displásicas são planas e multifocais determinando uma maior

dificuldade na visualização e aumentando a chance dessas não serem detectadas. A

cromoendoscopia, com índigo carmim (corante de contraste) ou azul de metileno

(corante de absorção), pode servir para melhorar a detecção de modificações súbitas na

superfície mucosa aumentando a sensibilidade do exame endoscópico e,

posteriormente com a lesão já identificada, verificar detalhes da superfície da lesão

aumentando a especificidade do exame 41,42,62,63,73 (A). Os colonoscópios disponíveis

atualmente possuem uma definição excelente através da qual podemos observar o

padrão das criptas, após a cromoscopia, mesmo sem a magnificação. Pode-se refinar a

avaliação das características da lesão através do uso do colonoscópio com

magnificação de imagem classificando o aspecto morfológico das criptas segundo a

classificação de Kudo 59,60,61(A)(Tabela 5). Estudos prospectivos e randomizados

recentes têm demonstrado uma maior acurácia da cromoendoscopia na detecção de

lesões displásicas e neoplásica quando comparados com as biópsias aleatórias,

principalmente nas áreas de mucosa plana dos pacientes com RCUI 41,42,44,60,61,62,73 (A).

O resultado destes estudos são animadores, demonstrando um alto valor preditivo

negativo para neoplasia em mucosa plana dos pacientes com a cromoendoscopia. A

avaliação do padrão da morfologia das criptas à magnificação de imagem possui uma

acurácia elevada em predizer a histologia e um valor preditivo negativo de 98% 42,61,62,63

(A). A cromoendoscopia é um método barato, facilmente realizável e acrescenta

aproximadamente 10 minutos no tempo total do exame. Em suma, a cromoendoscopia

aumenta de 3 a 4,5 vezes o rendimento na detecção de neoplasias intra-epiteliais. Pelo

menos 4 estudos bem conduzidos 41,42,63,73 têm mostrado que a pancromoscopia com

biópsias nos locais suspeitos tem maior acurácia e leva um tempo semelhante para sua

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realização quando comparada com a prática convencional de colonoscopia com

biópsias aleatórias a cada 10 cm nos quatro quadrantes e com no mínimo 33

fragmentos (B).

Tabela 5. Classificação de Kudo.

FIGURA 1. VIGILÂNCIA DA DISPLASIA NA DII.

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SUMÁRIO DE RECOMENDAÇÕES:

DALM DISPLASIA EM

MUCOSA PLANA

SEM DISPLASIA

COLONOSCOPIA

DALM VERDADEIRA

ALTO GRAU

BAIXO GRAU

INDETERMINADA

REPETIR A CADA 1 OU 2

ANOS

TIPO ADENOMA

+ DISPLASIA EM MUCOSA PLANA OU + de 20 anos de doença

COLECTOMIA

MANTER VIGILÂNCIA

REPETIR EM 6 MESES

OU

NÃO SIM

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1. Todos os pacientes com suspeita de doença inflamatória intestinal devem ser

submetidos à ileocolonoscopia com biópsias (A).

2. Todos os seguimentos devem ser biopsiados, inclusive aqueles macroscopicamente normais (B).

3. A ileocolonoscopia deve ser descrita detalhadamente para avaliação do

diagnóstico diferencial, gravidade e extensão da doença (A).

4. Pacientes com RCUI cuja extensão é menor do que 35cm no retossigmóide e pacientes com DC cujas alterações não envolvem mais de 1/3 do cólon não necessitam vigilância para displasia (B).

5. Os pacientes com colite por Doença de Crohn cujas lesões comprometam mais

de 1/3 da superfície do cólon devem ser submetidos ao mesmo programa de vigilância dos pacientes com RCUI (B).

6. Pacientes com RCUI de cólon esquerdo podem iniciar sua vigilância após 15

anos do início dos sintomas (B).

7. Pacientes com RCUI mais extensa ou DC de cólon com comprometimento de mais de 1/3 da superfície do cólon devem iniciar a vigilância com 8 a 10 anos de doença (B).

8. A vigilância colonoscópica com pancromoscopia com biópsias direcionadas é

mais acurada do que o protocolo de biópsias aleatórias de 4 fragmentos a cada 10cm (B). Deve ser utilizada sempre que disponível.

9. A magnificação de imagem quando disponível deve ser utilizada para avaliação

das lesões suspeitas (B).

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