Dogmas Da Igreja

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www.iparoquia.com/nsaparecida 1 Dogmas da Igreja Católica Por: Dercio Antonio Paganini; Dogmas da Igreja Católica Este texto foi preparado para você católico que tem vontade e a sede de conhecer mais sobre a nossa Igreja, as verdades que defendemos e vivemos. É essencial para nós Cristãos, nos mantermos informados e por dentro de toda doutrina de nossa Igreja Católica, por isso, neste artigo trazemos para você os Dogmas de nossa Igreja Católica Apostólica Romana. Um dogma é uma verdade absoluta, definitiva, imutável, infalível, inquestionável e absolutamente segura sobre a qual não pode pairar nenhuma dúvida. Uma vez proclamado solenemente, nenhum dogma pode ser revogado ou negado, nem mesmo pelo Papa ou por decisão conciliar. Por isso, os dogmas constituem a base inalterável de toda a Doutrina católica e qualquer católico é obrigado a aderir, aceitar e acreditar nos dogmas de uma maneira irrevogável. Alexandrius de Moraes COORDENADOR PASCOM DE TARABAI

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Dogmas da Igreja

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    1 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    Dogmas da Igreja Catlica

    Este texto foi preparado para voc catlico que tem vontade e a sede

    de conhecer mais sobre a nossa Igreja, as verdades que defendemos e

    vivemos.

    essencial para ns Cristos, nos mantermos informados e por dentro

    de toda doutrina de nossa Igreja Catlica, por isso, neste artigo trazemos para

    voc os Dogmas de nossa Igreja Catlica Apostlica Romana.

    Um dogma uma verdade absoluta, definitiva, imutvel, infalvel,

    inquestionvel e absolutamente segura sobre a qual no pode pairar nenhuma

    dvida. Uma vez proclamado solenemente, nenhum dogma pode ser revogado

    ou negado, nem mesmo pelo Papa ou por deciso conciliar. Por isso, os

    dogmas constituem a base inaltervel de toda a Doutrina catlica e qualquer

    catlico obrigado a aderir, aceitar e acreditar nos dogmas de uma maneira

    irrevogvel.

    Alexandrius de Moraes COORDENADOR

    PASCOM DE TARABAI

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    2 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    ndice

    I. Dogmas sobre Deus ........................................................... 4

    1. A existncia de Deus; ......................................................................... 4

    2. A existncia de Deus como objeto de f; ........................................... 5

    3. A unicidade de Deus; ......................................................................... 5

    4. Deus eterno; .................................................................................... 6

    5. Santssima trindade; .................................................................. 7

    II. Dogmas sobre Jesus Cristo ............................................... 9

    6. Jesus Cristo verdadeiro Deus e filho de Deus por essncia; ......... 9

    7. Jesus possui duas naturezas que no se transformam nem se

    misturam; ............................................................................................ 9

    8. Cada uma das duas naturezas em Cristo possui uma prpria

    vontade fsica e uma prpria operao fsica; ................................... 10

    9. Jesus Cristo, ainda que homem, filho natural de Deus;

    10. Cristo imolou-se a si mesmo na cruz como verdadeiro e

    prprio sacrifcio; ................................................................................ 11

    11. Cristo nos resgatou e reconciliou com Deus por meio do

    sacrifcio de sua morte na Cruz; ......................................................... 12

    12. Ao terceiro dia depois de sua morte, Cristo ressuscitou

    glorioso dentre os mortos; .................................................................. 13

    13. Cristo subiu em corpo e alma aos cus e esta sentado

    direita de Deus Pai; ................................................................... 14

    III. Dogmas sobre a Criao do Mundo .................................. 15

    14. Tudo o que existe foi criado por Deus a partir do nada; .................... 15

    15. Carter temporal do mundo; .............................................................. 15

    16. Conservao do mundo; ........................................................... 16

    IV. Dogmas sobre o Ser Humano ............................................ 17

    17. O homem formado por corpo material e alma espiritual; ................ 17

    18. O pecado de Ado se propaga a todos seus descendentes por

    gerao, no por imitao; ................................................................. 18

    19. O home cado no pode redimir-se a si prprio; ................................ 18

    V. Dogmas Marianos ............................................................... 20

    20. A imaculada conceio de Maria; ...................................................... 20

    21. Maria me de Deus; ........................................................................... 20

    22. A assuno de Maria; ......................................................................... 21

    23. A virgem; ............................................................................................ 22

    VI. Dogmas sobre o Papa e a Igreja ........................................ 24

    24. A igreja foi fundada por Deus e pelo homem Jesus Cristo; ............... 24

    25. Cristo constituiu o Apstolo So Pedro como primeiro entre os

    Apstolos e como cabea visvel de toda a igreja, conferindo-lhe

    imediata e pessoalmente o primado de jurisdio; ............................ 24

    26. O Papa possui o pleno e o supremo poder de jurisdio sobre

    toda a igreja, no somente em coisas de F e costumes, mas

    tambm na disciplina e governo da igreja; ......................................... 25

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    3 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    27. O Papa infalvel sempre que se pronuncia ex catedra; .................. 26

    28. A igreja infalvel quando se faz definio em matria de f e

    costumes; ........................................................................................... 27

    VII. Dogmas sobre os Sacramentos ........................................ 29

    29. O batismo verdadeiro Sacramento institudo por Jesus Cristo; ...... 29

    30. A confirmao verdadeiro e prprio Sacramento;........................... 29

    31. A igreja recebeu de Cristo o poder de perdoar os pecados

    cometidos aps o batismo; ................................................................. 30

    32. A confisso Sacramental dos pecados esta prescrita por direito

    divino e necessria para a salvao; .............................................. 31

    33. Eucarstica verdadeiro Sacramento institudo por Cristo; ............... 31

    34. Cristo esta presente no Sacramento do Altar pela

    transubstanciao de toda substncia do po em seu corpo e

    toda substncia do vinho em seu sangue; ......................................... 32

    35. A uno dos enfermos verdadeiro e prprio Sacramento

    institudo por Cristo; ........................................................................... 33

    36. A ordem verdadeiro e prprio Sacramento institudo por

    Cristo; ................................................................................................. 33

    37. O Matrimnio verdadeiro e prprio Sacramento; ............................ 34

    VIII. Dogmas sobre as ltimas coisas ...................................... 36

    38. A morte e sua origem; ........................................................................ 36

    39. O cu (paraso);.................................................................................. 36

    40. O inferno; ............................................................................................ 37

    41. O purgatrio; ....................................................................................... 38

    42. O fim do mundo e a segunda vinda de Cristo; ................................... 39

    43. A ressurreio dos mortos no ltimo dia; ........................................... 40

    44. O juzo universal ................................................................................. 41

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    4 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    I. Dogmas sobre Deus

    1. A existncia de Deus;

    Possibilidade de reconhecer a Deus como a nica luz da razo natural

    - O concilio Vaticano I (1869-1870), sob Pio IX (1846-1870), declarou:

    "Se algum disser que Deus vivo e verdadeiro, criador e Senhor nosso,

    no pode ser reconhecido com certeza pela luz natural da razo humana por

    meio das coisas que foram feitas, seja excomungado." (Dz. 1806). "A mesma

    Santa Me Igreja sustenta e ensina que Deus, princpio e fim de todas as

    coisas, pode ser reconhecido com certeza pela luz natural da razo humana

    partindo das coisas criadas." (cf. Dz. 1785).

    O Concilio apresenta os seguintes elementos:

    a. O objeto de nosso conhecimento Deus uno e verdadeiro, Criador

    e Senhor nosso; portanto um Deus distinto do mundo e pessoal.

    b. O princpio subjetivo do reconhecimento a razo natural em

    estado de natureza cada.

    c. Os meios do reconhecimento so as coisas criadas.

    d. Esse reconhecimento de per si um reconhecimento certo.

    e. E possvel, ainda que no constitua o nico caminho para chegar

    a conhecer a Deus.

    Provas da Escritura:

    "Pela grandeza e formosura das criaturas, por racionalidade se

    chega a conhecer ao Criador delas" (Sab.13,1-9.15).

    "Porque desde a criao do mundo, a invisibilidade de Deus, Seu

    eterno poder e Sua divindade so conhecidos atravs das criaturas, de modo

    que so inescusveis" (Rm 1,20).

    A idia de Deus no inata em ns, mas temos a capacidade para

    conhece-Lo com facilidade, e de certo modo espontaneamente por meio de

    Sua obra.

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    5 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    2. A existncia de Deus como objeto de f;

    A existncia de Deus no apenas objeto do conhecimento da razo

    natural, mas tambm objeto da f sobrenatural - Segundo o Conclio Vaticano

    I (1869-1870), sob Pio IX (1846-1878), declarou em 24 de abril de 1870:

    "A Santa Igreja Catlica Apostlica e Romana, cr e confessa que

    existe um nico Deus Verdadeiro" (Dz. 1782).

    Este mesmo Conclio condenou como hertica a negao da existncia

    de Deus:

    "Se algum negar que apenas Deus o Verdadeiro Criador e

    Senhor das coisas visveis e invisveis, seja excomungado" (Dz. 1801).

    Provas da Escritura:

    A f na Escritura de Deus condio indispensvel para a salvao:

    "Sem a f impossvel agradar a Deus, pois preciso que quem se

    acerque de Deus creia que Ele existe e que remunerador dos que O

    buscam" (Hb 11,6)

    A revelao sobrenatural da existncia de Deus confirma o

    conhecimento natural de Deus, faz com que todos possam conhecer a

    existncia de Deus com facilidade. No existe contradio no sentido de que

    uma pessoa possa temer ao mesmo tempo a cincia e a f da existncia de

    Deus, j que, em ambos os casos, o objeto formal diverso:

    Evidncia Natural X Revelao Divina

    Ao primeiro chegamos pela razo natural e, ao segundo, pela razo

    ilimitada da f.

    3. A unicidade de Deus;

    No existe mais que um nico Deus - O conclio de Latro (1215), sob

    Inocncio III (1198-1216) declarou:

    "Firmemente cremos e simplesmente confessamos que Deus

    apenas Um" (Dz. 428). "A santa Igreja Catlica Apostlica romana cr e

    confessa que existe um nico Deus Verdadeiro e Vivo" (Dz. 1782).

    Provas das Escrituras:

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    6 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    "Ouve Israel, Iaveh nosso Deus, apenas Iaveh" (Dt 6,4).

    "Sabemos que o dolo no nada no mundo e que no existe mais

    que um nico Deus." (1 Cor. 8,4).

    v. tb. At 14,14; 17,23; Rm 3,39; Ef 4,6; 1Tim 1,17; 2,5.

    Os Santos Padres provam a unicidade de Deus por Sua perfeio

    absoluta e pela unidade da ordem do mundo. Diz Tertuliano:

    "O Ser Supremo e Excelentssimo precisa ser nico, e no pode

    haver igual a Ele, porque se no for assim, Ele no seria o Ser Supremo, e

    como Deus o Ser Supremo, com razo diz nossa verdade Crist: Se Deus

    no o nico, no h nenhum Deus"

    So Toms [de Aquino] deduz especulativamente a unicidade de Deus

    devido Sua simplicidade, da infinidade de Suas perdies e da unidade do

    universo (S.Th. I,11,3).

    A histria comparada das religies nos ensina que a evoluo religiosa

    da humanidade no passou do politesmo ao monotesmo, mas sim, ao

    contrrio, ou seja, do monotesmo ao politesmo (cf. Rm 1,18). Se ope a este

    dogma bsico do Cristianismo o politesmo dos pagos e o dualismo agnstico-

    maniqueista que supunha a existncia de dois princpios no criados e eternos.

    4. Deus eterno;

    Deus no tem princpio nem fim - O Conclio IV de Latro e o Conclio

    Vaticano atribuem a Deus a eternidade:

    "Firmemente cremos e simplesmente confessamos que apenas um

    o Verdadeiro Deus eterno..." (Dz. 428). "A Santa Igreja Catlica, Apostlica

    Romana cr e confessa que existe um nico Deus Verdadeiro, Vivo, Eterno,

    Imenso, Incompreensvel, Infinito em Seu entendimento e vontade e em toda

    perfeio" (Dz. 1782).

    O Dogma diz que Deus possui o Ser Divino sem princpio nem fim, sem

    sucesso alguma, em um agora permanente e indivisvel.

    Provas das Escrituras:

    "Antes que os montes, a terra e o universo tivessem sido criados,

    Tu existeis desde a eternidade at a eternidade" (Sl 89,2).

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    7 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    "Antes que Abrao nascesse, eras Tu" (Sl 2,7; Jo 8,58).

    Especulativamente, a eternidade de Deus se demonstra por sua

    absoluta imutabilidade; a razo ltima da eternidade de Deus a plenitude

    absoluta de um ser que exclui toda potencialidade e, portanto, toda sucesso

    (S.Th. I,10,2-3).

    5. Santssima trindade;

    Em Deus h trs pessoas: Pai, Filho e Esprito Santo; e cada uma

    delas possui a essncia divina que numericamente a mesma - O Conclio de

    Latro (1215), sob Inocncio III (1198-1216) diz:

    "Firmemente cremos e simplesmente confessamos que apenas um

    o Deus Eterno, Verdadeiro, Imenso, Imutvel, Incompreensvel, Onipotente e

    Inefvel; Pai, Filho e Esprito Santo; trs pessoas certamente, mas uma s

    essncia, substncia ou natureza absolutamente simples. O Pai no vem de

    ningum, O Filho apenas do Pai, e o Esprito Santo de Um e de Outro, sem

    comeo, sempre, e sem fim" (Dz.428).

    O dogma da Trindade declarado por este Conclio, mas o Conclio de

    Florena (1438-1445), sob Eugnio IV (1431-1447), apresentou um compndio

    desta doutrina que pode ser considerada como a meta final da evoluo do

    dogma:

    "Por razo desta unidade, o Pai est todo no Filho todo no Esprito

    Santo; o Filho est todo no Pai e todo no Esprito Santo; o Esprito Santo est

    todo no Pai e todo no Filho. Nenhum precede ao outro em eternidade, ou o

    excede em grandeza, ou o sobrepuja em poder..." (Dz. 704).

    Provas das Sagradas Escrituras:

    No Antigo Testamento fica subentendida a aluso ao mistrio da

    Trindade:

    "Faamos ao homem..." (Gn 1,26).

    "Disse-me Iaveh: Tu s Meu Filho hoje Te gerei" (Sl 2,7).

    No Novo Testamento:

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    8 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    "O Espirito Santo vir sobre ti, e a virtude do Altssimo te cobrir

    com Sua sombra, e por isto, o Filho criado ser Santo, ser chamado Filho de

    Deus" (Lc 1,35) - Esprito Santo, Altssimo e Filho do Altssimo.

    "Viu o Esprito Santo de Deus descer como pomba e vir sobre Ele,

    enquanto uma voz do cu dizia: 'este Meu Filho Amado, em Quem tenho

    Minha complacncia'" (Mt 3,16ss).

    "Ide, pois, e ensinai a todas as gentes, batizando-as em nome do

    Pai e do Filho e do Esprito Santo" (Mt 28,19).

    Onde revelado claramente o mistrio da Trindade em Mt 28,19.

    Assim como o homem pode por sua nica razo descobrir a um Deus Uno, ao

    conhecimento de um Deus Trino no poder chegar seno atravs da Divina

    Revelao.

    Em Deus, a ao de entender, o mesmo que a de amar, se identificam

    com sua prpria essncia divina, pois seu entender e seu querer constituem

    um mesmo Ser. Por isso, nos dois procedimentos divinos, ou seja, que d

    origem ao Filho por via de gerao, e a que d origem ao Esprito Santo por via

    de amor procedente do Pai e do Filho, no se d sucesso alguma, nem por

    prioridade nem por posteridade... so eternas com a mesma eternidade de

    Deus.

    O Pai, com efeito, vendo refletido em sua prpria essncia a Seu Verbo

    Divino, que a Imagem perfeitssima de Si mesmo, O ama com um amor sem

    limites. E o Verbo, que a Luz do Pai, Seu Pensamento eterno, Sua Glria,

    Sua Formosura, o Esplendor de todas Suas perfeies infinitas, devolve a Seu

    Pai um amor semelhante, igualmente eterno e infinito. E ao encontrarem-se as

    correntes do amor que brota do Pai com aquela que vem do Filho, salta, por

    assim dizer, uma torrente de chamas que o Esprito Santo, amor nico, ainda

    que mtuo, vivente e subsistente, abrao inefvel, vnculo que completa ao

    Pai e ao Filho, na unidade do Esprito Santo (v. "Perfeio Crist", de Roeo

    Marin, p. 53).

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    9 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    II. Dogmas sobre Jesus Cristo

    6. Jesus Cristo verdadeiro Deus e filho de Deus por essncia;

    Declara o Smbolo "Quicumque" do Conclio de Toledo (400-447):

    " necessrio para a eterna salvao crer fielmente na encarnao

    de nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, que Deus e homem. Deus

    engendrado na substncia do Pai antes dos sculos..."(Dz. 40).

    O dogma diz que Jesus Cristo possui a infinita natureza divina com

    todas suas infinitas perfeies, por haver sido engendrado eternamente por

    Deus.

    Provas das Sagradas Escrituras:

    Ttulos que aludem dignidade Divina do Messias:

    Emanuel, Deus conosco (Is 7,14; 8,8).

    Conselheiro admirvel, Varo Forte, Pai do sculo futuro, Prncipe

    da Paz (Is 9,6).

    "Tu s Meu Filho amado, em Ti deposito minha

    complacncia..." (Batismo no rio Jordo - Mt 23,17).

    "Este Meu Filho muito amado, escutai-O ..." (Monte Tabor - Mt

    17,5).

    "...No sabias que Eu devo ocupar-me nas coisas que dizem

    respeito ao servio de Meu Pai..." (Lc 2,49).

    "Todas as coisas foram o Pai quem as colocou em Minhas mos e

    ningum conhece ao Filho seno o Pai, e ningum conhece ao Pai seno o

    Filho, e aquele a quem o Filho quiser revel-lo..." (Mt 11,27).

    Jesus equipara seu conhecimento ao conhecimento divino do Pai,

    porque possui em comum com o Pai a substncia Divina. Os milagres so

    outra prova da divindade de Cristo:

    "As obras que fao em nome de Meu Pai do testemunho de

    Mim..." (Jo 10,25).

    7. Jesus possui duas naturezas que no se transformam nem se

    misturam;

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    10 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    Afirma So Leo I Magno (440-461) em sua epstola dogmtica de 13

    de Junho de 449:

    "Ficando ento a salvo a propriedade de uma e outra natureza...

    natureza ntegra e perfeita de verdadeiro homem, nasceu Deus Verdadeiro,

    inteiro no seu, inteiro no nosso" (Dz. 143 ss.)

    Tambm diz o Conclio de Calcednia (451, IV Ecumnico):

    "...Nosso Senhor Jesus Cristo, Ele mesmo perfeito na divindade e

    Ele mesmo perfeito na humanidade... que se h de reconhecer em duas

    naturezas: sem confuso, sem mudanas, sem diviso, sem separao e de

    modo algum apagada a diferena de natureza por causa da unio,

    conservando cada natureza sua propriedade e concorrendo em uma s

    pessoa" (Dz. 148).

    Tudo isto indica que Cristo possuidor de uma ntegra natureza divina

    e de uma ntegra natureza humana: a prova est nos milagres e no

    padecimento.

    Sagradas Escrituras:

    "E o Verbo se fez carne..." (Jo 1,14).

    "O qual, sendo de condio divina, no reteve avidamente o fato de

    ser igual a Deus, mas se despojou de si mesmo, tomando a condio de servo,

    fazendo-se semelhante aos homens e aparecendo em seu porte como

    homem..." (Fil 2,6-7).

    8. Cada uma das duas naturezas em Cristo possui uma prpria

    vontade fsica e uma prpria operao fsica;

    Declara o III Conclio de Constantinopla (680-681), sob Santo Agato

    (678-681):

    "Proclamamos igualmente, conforme os ensinamentos dos Santos

    Padres, que no existem tambm duas vontades fsicas e duas operaes

    fsicas de modo indivisvel, de modo que no seja conversvel, de modo

    inseparvel e de modo no confuso. E estas duas vontades fsicas no se ope

    uma a outra como afirmam os mpios hereges..." (Dz. 291 e Dz. 263-288).

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    11 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    Sagradas Escrituras:

    "No seja como Eu quero, mas sim como Tu queres..." (Mt 26,39).

    "No seja feita Minha vontade, mas sim a Tua..." (Lc 22,42).

    "Desci do cu para fazer no a Minha vontade, mas sim a vontade

    de Quem Me enviou..." (Jn. 6,38).

    "Ningum Me tira, Eu a doei voluntariamente, tenho o poder para

    conced-la e o poder de recobr-la novamente..." (Jo 10,18).

    Apesar da dualidade fsica das duas vontades, existiu e existe a

    unidade moral porque a vontade humana de Cristo se conforma com a livre

    subordinao, de maneira perfeitssima vontade Divina.

    9. Jesus Cristo, ainda que homem filho natural de Deus;

    Diz o Conclio de Trento (1545-1563), na sesso IV de 13 de Janeiro

    de 1547 (sob Paulo III; 1534-1549):

    "...O Pai celestial... quando chegou a plenitude, enviou aos homens

    seu Filho, Jesus Cristo..." (Dz. 794, 299, 309).

    Sagradas Escrituras:

    "Deus no perdoou Seu prprio Filho, mas sim O entregou por

    todos ns..." (Rm 8,32).

    "Deus tanto amou o mundo que lhe deu Seu Filho Unignito..." (Jo

    3,16).

    "E uma voz que saia dos cus dizia: 'este Meu Filho amado, em

    quem me alegro..." (Mt 3,17).

    "E o Verbo se fez carne e habitou entre ns, e pudemos contemplar

    Sua glria, glria que recebe do Pai como Filho nico, cheio de graa e

    verdade..." (Jo 1,14).

    Os Santos Padres sempre rechaaram a doutrina da dupla filiao de

    Cristo. O sentido do dogma : a pessoa que subsiste na natureza humana (de

    Cristo) o filho natural de Deus. A filiao propriedade da pessoa, no da

    natureza. Em Cristo no existe mais que uma pessoa que procede do Pai por

    gerao eterna; pelo mesmo motivo, em Cristo no pode haver mais que uma

    filiao de Deus: a natural.

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    12 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    10. Cristo imolou-se a si mesmo na cruz como verdadeiro e

    prprio sacrifcio;

    Afirma o Conclio de Trento (1545-1563), sob Pio IV (1559-1565), a 17

    de Setembro de 1562:

    "O Sacrossanto Conclio... ensina, declara, ordena, que na Missa

    est contido e de modo no cruel se imola aquele mesmo Cristo, que apenas

    uma vez se ofereceu Ele mesmo cruelmente no altar da cruz..." (Dz. 940-122-

    951).

    Sagradas Escrituras:

    "Eis aqui o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo" (Jo

    1,29).

    "Cristo nos amou e se entregou por ns todos em sacrifcio e

    oblao a Deus..." (Ef. 5,2).

    "Porque nosso Cordeiro Pascal, Cristo j foi imolado..." (Rm 3,25).

    "Cristo se ofereceu uma vez como sacrifcio para tirar os pecados

    do mundo..." (Hb 9,28).

    O adversrio deste dogma o racionalismo (Dz. 2038). Cristo quando

    instituiu a Sagrada Eucaristia recordou o sacrifcio de Sua morte:

    "Este Meu corpo que ser entregue por vs..." (Lc 22,19).

    Cristo, por sua natureza humana, era ao mesmo tempo sacerdote e

    oferenda, mas por sua natureza Divina, juntamente com o Pai e o Esprito

    Santo, era o que recebia o sacrifcio.

    11. Cristo nos resgatou e reconciliou com Deus por meio do

    sacrifcio de sua morte na Cruz;

    Declara o Conclio de Trento (1545-1563), sob Pio IV (1559-1565):

    "O concilio... por inspirao do Esprito Santo, ensina, declara e

    manda... Este Deus e Senhor Nosso, Jesus Cristo quis oferecer-se a si mesmo

    a Deus Pai, como sacrifcio apresentado sobre a ara da cruz em sua morte,

    para conseguir para eles o eterno perdo..." (Dz. 938). "... que nos reconciliou

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    13 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    com Deus por meio de Seu Sangue fazendo-Se por ns a Justia, a Santidade

    e a Redeno..." (Dz 790).

    Sagradas Escrituras:

    "Preo do resgate por muitos..." (Mt 20,28).

    "O qual se deu a Si mesmo em preo do resgate..." (1Tm 2,6).

    "So justificados por Sua graa..." (Rm 3,24).

    "...Ele se deu a Si mesmo por ns para redimir-nos de toda

    iniquidade..." (1Tm 2,14).

    "...este Meu Sangue da Aliana que se derrama sobre muitos

    para a remisso dos pecados..." (Mt 26,28).

    So Paulo atribui morte de Cristo a reconciliao dos pecados com

    Deus, ou seja, a restaurao da antiga relao de filhos e amigos com Deus

    (cf. Rm 5,10).

    12. Ao terceiro dia depois de sua morte, Cristo ressuscitou

    glorioso dentre os mortos;

    Expe o XI Conclio de Toledo (675), sob Adeodato (672-676):

    "...ao terceiro dia, ressuscitado por sua prpria virtude, se levantou

    do sepulcro." (Dz. 286)

    Sua razo foi a unio hiposttica. A causa principal da ressurreio foi

    o lugar comum com o Pai e o Esprito Santo. Foi causa instrumental a parte

    humana de Cristo, unida hipostaticamente com a divindade, ou seja, o corpo e

    a Alma. negada a ressurreio de Cristo em todas as formas de racionalismo

    antigo e moderno. Tal negao foi condenada por Pio X (Dz. 2036).

    Sagradas Escrituras:

    No deixars Tu minha alma no inferno, no deixars que Teu justo

    experimente a corrupo..." (Sl 15,10).

    "[Cristo predisse:] pois da mesma forma que Jonas esteve no

    ventre da baleia trs dias e trs noites, assim tambm o Filho do homem estar

    no seio da terra trs dias e trs noites..." (Mt. 12,40).

    "Os Apstolos davam testemunho, com grande poder, da

    ressurreio do Senhor Jesus..." (At 4,33).

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    14 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    Do ponto de vista apologtico: a ressurreio o argumento mais

    decisivo sobre a verdade dos ensinamentos de nosso Senhor:

    "... e se Cristo no ressuscitou, nossa pregao vazia e tambm a

    vossa f..." (1Cor 15,14).

    13. Cristo subiu em corpo e alma aos cus e esta sentado

    direita de Deus Pai;

    Sob Inocncio III (1198-1216), declarou o IV Concilio de Latro (1215):

    "...fielmente cremos e simplesmente confessamos: ressuscitou

    dentre os mortos e subiu ao cu em Corpo e Alma..." (Dz. 429).

    Todos os smbolos da f confessam, de acordo com o smbolo

    apostlico:

    "...subiu aos cus e est sentado direita de Deus Pai...".

    Cristo subiu aos cus por sua prpria virtude. O racionalismo

    contrrio a este dogma. O testemunho claro desta verdade da poca

    apostlica, no deixa tempo suficiente para formao de lendas.

    Sagradas Escrituras:

    Cristo havia predito: "O esprito aquele que d a vida; a carne de

    nada serve. As palavras que lhes disse so espirito e so vida..." (Jo 6,63;

    14,2; 16,28).

    A realizou diante de testemunhas: "...com isto, o Senhor Jesus,

    depois de falar-lhes, foi elevado ao cu e se sentou direita de Deus..." (Mc

    16,19; Lc 24,51).

    Importncia: No aspecto cristolgico a elevao definitiva da natureza

    de Cristo. No aspecto sotereolgico, a coroao final de toda a obra

    redentora.

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    15 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    III. Dogmas sobre a Criao do Mundo

    14. Tudo o que existe foi criado por Deus a partir do nada;

    Afirma o Conclio Vaticano I (1869-1870), sob Pio IX (1846-1877):

    "Proclamamos e declaramos desta ctedra de Pedro... que

    unicamente este Verdadeiro Deus... criou do nada uma e outra criatura, a

    espiritual e a corporal, isto , a anglica e a mundana, e logo a humana, como

    comum, constituda de esprito e corpo" (Dz. 1783).

    Tambm o Conclio de Latro, em 1215:

    "...Criador de todas as coisas visveis e invisveis, espirituais e

    corporais, que por Sua onipotente virtude, existente desde o princpio dos

    tempos, criou do nada a uma e outra criatura..." (Dz. 428).

    Provas da Sagrada Escritura:

    "No princpio Deus criou o cu e a terra..." (Gn. 1,1).

    "Te suplico meu filho, que olhes o cu e a terra, e vejas o quanto

    existem neles, e entendas que do nada Deus fez tudo isso" (2Mc 7,28).

    "Pela f conhecemos que os mundos foram dispostos pela palavra

    de Deus de modo que do invisvel teve origem o visvel" (Hb 11,3).

    A criao do mundo do nada, no apenas uma verdade fundamental

    da revelao crist, mas tambm que ao mesmo tempo chega a alcan-la a

    razo com apenas suas foras naturais, baseando-se nos argumentos

    cosmolgicos e sobretudo na argumento da contingncia.

    15. Carter temporal do mundo;

    O mundo teve princpio no tempo - O Conclio Vaticano I (1869-1870),

    sob Pio IX (1846-1878), afirma:

    "Determinamos declarar desta ctedra de So Pedro... desde o

    princpio do tempo, criou do nada..." (Dz. 1783). "...Criador de todas as

    coisas..." (Dz. 428).

    Provas das Escrituras:

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    16 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    "Agora, Tu, Pai, glorifica-me prximo a Ti mesmo, com a glria que

    tive perto de Ti antes que o mundo existisse..." (Jo 17,5).

    "Nos escolheu antes da constituio do mundo..." (Ef 1,4).

    "Desde o princpio fundaste Tu a terra..." (Sl 101,26).

    A doutrina da eternidade do mundo foi condenada (cf. Dz. 501-503).

    Contra a filosofia pag e o materialismo moderno que suponha a eternidade do

    mundo, ou melhor dizendo, da matria csmica, a Igreja ensina que o mundo

    no existe desde toda a eternidade, mas teve um princpio no tempo. O

    progresso da fsica atmica permite inferir, pelo processo de desintegrao dos

    elementos radiativos, qual seja a idade da terra e do universo, provando

    positivamente o princpio do mundo no tempo (Discurso de Pio XII, 22

    Novembro 1951: Sobre a demonstrao da existncia de Deus luz das

    modernas cincias naturais).

    16. Conservao do mundo;

    Deus conserva na existncia a todas as coisas criadas - Diz o Conclio

    Vaticano I (1869-1870), sob Pio IX (1846-1877), a 24 de Abril de 1870:

    "A Igreja Catlica declara a partir desta ctedra... Tudo o que Deus

    criou, com sua providncia o conserva e governa..." (Dz. 1784).

    Provas da Sagrada Escritura:

    "E como poderia subsistir nada se Tu no quiseras ou como poderia

    conservar-se sem Ti?" (Sb 11,26).

    "Meu Pai segue trabalhando ainda e eu tambm trabalho" (Jo 5,17).

    "E tudo Nele subsiste" (Col 1,17).

    A ao conservadora de Deus um constante influxo causal pelo que

    mantm as coisas na existncia. So Tomas de Aquino define a conservao

    do mundo como continuao da ao criadora de Deus. condizente

    sabedoria e bondade de Deus conservar na existncia as criaturas que so

    vestgio das perfeies divinas e servem, portanto, para dar glria a Deus

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    17 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    IV. Dogmas sobre o Ser Humano

    17. O homem formado por corpo material e alma espiritual;

    Afirma o IV Conclio de Latro (1215), sob Inocncio III (1198-1216):

    "... a humana, composta de espirito e corpo..." (Dz. 428).

    e o Conclio Vaticano I (1869-70), sob Pio IX (1846-78):

    "...a humana como comum constituda de corpo e alma..." (Dz.

    1783).

    Segundo a doutrina da Igreja, o corpo parte essencialmente

    constituinte da natureza humana, e no carga e estorvo como disseram alguns

    (Plato e outros Originalistas). Igualmente, para defender o dogma catlico

    contra os que dizem que consta de trs partes essenciais: o corpo, a alma

    animal e a alma espiritual, o Conclio de Constantinopla declarou:

    "... que o homem tem apenas uma alma racional e

    intelectual..." (Dz. 338).

    A alma espiritual o princpio da vida espiritual e ao mesmo tempo o

    da vida animal (vegetativa e sensitiva) (Dz. 1655).

    Sagradas Escrituras:

    "O Senhor Deus formou o homem do p da terra e soprou em seu

    rosto o alento da vida..." (Gn 2,7).

    "...antes que o p volte terra de onde saiu, e o esprito retorne a

    Deus..." (Ecl 12,7).

    "No tenhais medo dos que matam o corpo, e alma no podem

    matar; temeis muito mais quele que pode destruir o corpo e a alma na

    geena..." (Mt 10,28).

    Se prova especulativamente a unicidade da alma no homem por

    testemunho da prpria conscincia, pela qual somos conscientes de que o

    mesmo Eu, que o princpio da atividade espiritual, o mesmo que gere a

    sensibilidade e a vida vegetativa.

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    18 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    18. O pecado de Ado se propaga a todos seus descendentes

    por gerao, no por imitao;

    O Conclio de Trento (1545-63), sob Paulo III (1534-49) publicou o

    "Decreto sobre o pecado original", a 17 Junho 1546:

    "Se algum disser que a prevaricao de Ado o prejudicou

    somente a ele e no sua descendncia... Se algum disser que este pecado

    de Ado, que por sua origem apenas um, e transmitido a todos por

    propagao, no por imitao, prprio de cada um..." (Dz. 789-90).

    O Conclio de Trento condena a doutrina de que Ado perdeu para si

    apenas, e no tambm para ns todos, a justia e Santidade que havia

    recebido de Deus. Positivamente ensina que o Pecado, que morte da alma,

    se propaga de Ado a todos seus descendentes por gerao e no por

    imitao, e que inerente a cada indivduo.

    "Tal pecado se apaga pelos mritos da Redeno de Cristo, os

    quais se aplicam ordinariamente tanto aos adultos como s crianas por meio

    do Sacramento do Batismo. Por isso, at as crianas recm-nascidas recebem

    o Batismo para remisso dos pecados." (Dz. 791).

    Sagrada Escritura:

    "Eis que aqui nasci; em culpa e em pecado me concebeu minha

    me..." (Sl 50,7).

    "Assim ento, por um homem entrou o pecado no mundo... e assim

    a morte passou a todos os homens... pela obedincia de um, muitos sero

    justiados..." (Rm 5,12-21).

    O efeito do Batismo, segundo a doutrina do Conclio de Trento,

    apagar realmente em ns o pecado e no apenas que no nos impute uma

    culpa estranha (Dz. 792).

    19. O home cado no pode redimir-se a si prprio;

    Assim ensina o Conclio de Trento (1545-1563), sob Paulo III (1534-1549):

    "[Que os homens cados] eram de tal forma escravos do pecado que se

    achavam sob a servido do demnio e da morte, que nem os gentios poderiam

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    19 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    livrar-se nem levantar-se com a fora da natureza, nem os judeus poderiam

    faze-lo com a fora da lei mosaica..." (Dz. 793).

    O Conclio Vaticano II no decreto "Ad Gentes" n 8 declara:

    "Somente um ato livre por parte do amor divino poderia restaurar a

    ordem sobrenatural, destruda pelo pecado. Se ope doutrina catlica o

    pelagianismo, segundo o qual, o homem tem em sua livre vontade o poder de

    redimir-se a si mesmo, e contrrio tambm ao dogma catlico o moderno

    racionalismo com suas diversas teorias de 'auto-redeno'".

    Sagradas Escrituras:

    Cf. Rm 3,23, como "todos pecaram, todos esto privados da glria

    de Deus" (graa e justificao), e agora so justificados gratuitamente por sua

    graa, pela Redeno de Jesus Cristo. O pecado, enquanto ao da criatura

    finito, mas, enquanto ofensa a Deus infinito, portanto exige uma satisfao de

    valor infinito.

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    20 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    V. Dogmas Marianos

    20. A imaculada conceio de Maria;

    O Papa Pio IX, na Bula "Ineffabilis Deus", de 8 de Dezembro de l854

    definiu solenemente o dogma da Imaculada Conceio de Maria:

    "Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta

    que a Santssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceio, foi por

    singular graa e privilgio de Deus onipotente em previso dos mritos de

    Cristo Jesus, Salvador do gnero humano, preservada imune de toda mancha

    de culpa original, foi revelada por Deus, portanto, deve ser firme e

    constantemente acreditada por todos os fiis" (Dz. 1641).

    a. Maria desde o primeiro instante que constituda como pessoa no

    seio de sua me, o sem mancha alguma de pecado (=pecado original).

    b. Como foi concebida sem pecado:

    1. Ausncia de toda mancha de pecado.

    2. Lema da graa Santificante.

    3. Ausncia da inclinao o mal.

    c. Este privilgio e dom gratuito foi concedido apenas Virgem e a

    ningum mais, em ateno quela que havia sido predestinada para ser a Me

    de Deus.

    d. Em previso dos mritos de Cristo porque a Maria a Redeno foi

    aplicada antes da morte do Senhor.

    Provas das Escrituras:

    "Estabeleo hostilidade..." (Gn 3,15).

    "Deus te salve, cheia de graa." (Lc 1,28).

    "Bendita tu entre as mulheres..." (Lc 1,42).

    21. Maria me de Deus;

    O Concilio de feso (431), sob o Papa So Clementino I (422-432),

    definiu solenemente que:

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    21 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    "Se algum afirmar que o Emanuel (Cristo) no verdadeiramente

    Deus, e que portanto, a Santssima Virgem no Me de Deus, porque deu

    luz segundo a carne ao Verbo de Deus feito carne, seja excomungado." (Dz.

    113).

    Muitos Conclios repetiram e confirmaram esta doutrina:

    Conclio de Calcednia (Dz. 148).

    Conclio de Constantinopla II (Dz. 218, 256).

    Conclio de Constantinopla III (Dz. 290).

    Maria gerara a Cristo segundo a natureza humana, mas quem dela

    nasce, ou seja, o sujeito nascido, no tem uma natureza humana, mas sim o

    suposto divino que a sustenta, ou seja, o Verbo. Da que o Filho de Maria

    propriamente o Verbo que subsiste na natureza humana; ento Maria

    verdadeira Me de Deus, posto que o Verbo Deus. Cristo: Verdadeiro Deus e

    Verdadeiro Homem.

    Provas das Escrituras:

    "Eis que uma Virgem conceber..." (Is 7,14).

    "Eis que concebers..." (Lc 1,31).

    "O que nascer de Ti ser..." (Lc 1,35).

    "Enviou Deus a seu Filho nascido..." (Gl 4,4).

    "Cristo, que Deus..." (Rm 9, 5).

    22. A assuno de Maria;

    O Papa Pio XII, na Bula "Munificentissimus Deus", de 1 de Novembro

    de 1950, proclamou solenemente o dogma da assuno de Maria ao cu:

    "Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente

    revelado que a Imaculada Me de Deus, sempre Virgem Maria, cumprindo o

    curso de sua vida terrena, foi assumpta em corpo e alma gloria celeste" (Dz.

    2333).

    A Virgem Maria foi assumpta ao cu imediatamente depois que acabou

    sua vida terrena; seu Corpo no sofreu nenhuma corrupo como suceder

    com todos os homens que ressuscitaro at o final dos tempos, passando pela

    descomposio.

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    22 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    O essencial do dogma que a Virgem foi levada ao cu em corpo e

    alma, com todas as qualidades e dotes prprios da alma dos bem-aventurados

    e igualmente com todas as qualidades prprias dos corpos gloriosos.

    Se entende melhor tudo ao recordar:

    1. Maria foi isenta de pecado original e atual.

    2. Teve a plenitude da graa.

    Fundamentos deste dogma:

    Desde os primeiros sculos foi um sentir unnime da f do povo do

    Deus, dos cristos. Os Santos Padres e Doutores manifestaram sua f nesta

    verdade:

    So Joo Damascemo (sc. VII): "Convinha que aquela que no

    parto havia conservado a ntegra de sua virgindade, conservasse sem

    nenhuma corrupo seu Corpo, depois da morte."

    So Germano de Constantinopla (sc. VII): "Assim como um filho

    busca estar com a prpria Me, e a Me anseia viver com o filho, assim foi

    justo tambm que Tu, que amavas com um corao materno a Teu Filho,

    Deus, voltasses a Ele."

    Portanto, o fundamento deste dogma se depreende e conseqncia

    dos anteriores.

    23. A virgem;

    Em sentido prprio a integridade fsica dos rgos reprodutivos.

    Muitas vezes a virgindade de Maria foi atacada pelos hereges. verdade da f

    catlica que Nossa Senhora ficou perfeitamente sempre virgem, antes do parto,

    no parto e depois do parto.

    No Smbolo apostlico se diz: "Nascido de Maria Virgem"; nas antigas

    liturgias freqente o titulo de Maria sempre virgem. No Conclio Romano do

    ano 649 se defini Maria Imaculada, sempre virgem, que concebeu sem

    concurso de homem e ficou tambm intacta depois do parto.

    Na Sagrada Escritura temos a famoso trecho de Isaas 7, 14: "Eis que

    uma virgem conceber e dar a luz a um filho e o chamar Deus conosco". O

    texto certamente messinico e portanto a Virgem Maria. No Evangelho cita-

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    23 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    se esta profecia (Mt. 1, 18-23) e se conta com exatas palavras o nascimento

    virginal de Jesus, por obra do Espirito Santo. Os Padres da Igreja, no trecho de

    Ez. 44,2 veja a virgindade de Maria depois do parto: "este prtico ficar

    fechado. No se abrir e ningum entrara por ele, porque por ele entrara

    Iahweh, o Deus de Israel, pelo que permanecera fechado".

    Toda a Tradio e concorde em defender a virgindade perpetua de

    Maria: Santo Agostinho afirma: "A Virgem concebeu, a Virgem ficou gravida, a

    Virgem deu a luz, a Virgem virgem perpetua". A razo teolgica deste dogma

    clara e to simples, ela esta na divindade do Verbo e na maternidade de

    Maria, ao qual repugnou toda a corrupo.

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    24 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    VI. Dogmas sobre o Papa e a Igreja

    24. A igreja foi fundada por Deus e pelo homem Jesus Cristo;

    A Constituio Dogmtica sobre a Igreja, aprovada pelo Conclio do

    Vaticano I (1869-1870), sob o papa Pio IX (1846-1878), declara:

    "Determinamos proclamar e declarar desta ctedra de Pedro... O

    Pastor eterno e guardio de nossas almas para converter em perene a obra

    salutar da Redeno decretou edificar a Santa Igreja, na qual, como casa do

    Deus Vivo, todos os fiis estejam unidos pelo vnculo da f e caridade...".

    Pio X, contra os erros modernistas declarou:

    "A Igreja foi fundada de modo rpido e pessoal por Cristo

    Verdadeiro e Histrico durante o tempo de sua vida sobre a terra..." (Dz. 2145).

    Isto quer dizer que Cristo fundou a Igreja, que Ele estabeleceu os

    fundamentos substanciais da mesma, no tocante a doutrina, culto e

    constituio. Os reformadores ensinaram que Cristo havia fundado uma Igreja

    invisvel. A Organizao jurdica era pura instruo humana.

    Sagradas Escrituras:

    Mt. 4,18: Escolhe a doze para "que Lhe acompanhem e envi-los a

    pregar...", "...com poder de expulsar demnios..." (Lc 16,13).

    Ele os chamou de Apstolos: enviados, legados; lhes ensinou a

    pregar (Mc 4,34; Mt 13,52).

    Lhes deu o poder de ligar e desligar (Mt 18,7).

    De celebrar a Eucaristia (Lc 22,19).

    De batizar (Mt 28,19).

    25. Cristo constituiu o Apstolo So Pedro como primeiro entre

    os Apstolos e como cabea visvel de toda a igreja, conferindo-lhe

    imediata e pessoalmente o primado de jurisdio;

    Diz o Conclio de Florena (1438-1445), sob Eugnio IV (1431-1447),

    pela bula "Etentur coeli", de 6 de Julho de 1439:

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    25 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    "Definimos que todos os cristos devem crer e receber esta

    verdade de f... que a S Apostlica e o Pontfice Romano o sucessor do

    bem-aventurado Pedro e tem o primado sobre todo rebanho..."(Dz. 694).

    Afirma tambm o Conclio Vaticano I (1869-1870), na Constituio

    dogmtica sobre a Igreja de Cristo:

    "Se algum disser que o bem-aventurado Pedro Apstolo, no foi

    constitudo por Jesus Cristo nosso Senhor, como prncipe de todos os

    Apstolos e cabea visvel de toda a Igreja, seja excomungado." (Dz. 1823).

    Sagradas Escrituras:

    Mt 16, 17-19: "Bem-aventurado s tu Simo...e Eu te digo, que tu

    s Pedro, e sobre esta pedra edificarei Minha Igreja e as portas do inferno no

    prevalecero contra ela; Eu te darei as chaves do reino dos cus, e tudo

    quanto ligares na terra...".

    Jo 21,15-17: "Apascenta Meus cordeiros...".

    Depois da Ascenso, Pedro exerceu seu primado, dispondo a eleio

    de Matias (cf. At 1,15: "Naqueles dias, Pedro se ps em p no meio dos

    irmos...").

    Primado significa preeminncia e primado de jurisdio; consiste na

    posse da plena e suprema autoridade legislativa, judicial e punitiva. A Cabea

    invisvel da Igreja Cristo, mas o sucessor de Pedro faz as vezes de Cristo no

    governo exterior da Igreja militante, e portanto, vigrio de Cristo na terra.

    26. O Papa possui o pleno e o supremo poder de jurisdio sobre

    toda a igreja, no somente em coisas de F e costumes, mas tambm na

    disciplina e governo da igreja;

    Ensina o Conclio Vaticano I (1869-1870), sob Pio IX (1846-1878):

    "Se algum disser que o Pontfice Romano tem apenas o dever de

    inspeo e direo, mas no pleno e supremo poder de jurisdio sobre a

    Igreja universal, no s nas matrias que pertencem f e aos costumes, mas

    tambm naquelas de regime e disciplina da Igreja...seja excomungado" (Dz.

    1831 cf. Dz. 1827).

    Conforme esta declarao, o poder do Papa :

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    26 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    1. De Jurisdio: verdadeiro poder de governo que potestade:

    legislativa, jurdica (litigiosa) e coercitiva.

    2. Universal: se estende a todos os pastores e fiis da Igreja em

    matria de ensinamento e governo.

    3. Supremo: nenhum outro sujeito possui o poder igual ou maior. Por

    isto, a coletividade de todos os Bispos no est acima do Papa.

    4. Pleno: o Papa pode resolver por si mesmo qualquer assunto que

    caia dentro da jurisdio eclesistica sem nada requerer dos Bispos nem de

    toda a Igreja.

    5. Ordinrio: ligado com seu ofcio em virtude de uma ordenao

    divina e no foi delegado por nenhum superior em jurisdio.

    6. Episcopal: o Papa ao mesmo tempo bispo universal de toda a

    Igreja e da diocese de Roma.

    7. Imediato: pode exercer sem instncia prvia sobre os Bispos e

    fiis. Por este poder do Papa de tratar livremente com todos os bispos e fiis

    da Igreja, se condena toda a ordenao do poder civil que subordinam a

    comunicao oficial com a Santa S a um controle civil e fazem depender a

    obrigatoriedade das disposies pontifcias a uma boa viso das autoridades

    civis. (Dz. 1829).

    27. O Papa infalvel sempre que se pronuncia ex catedra;

    Ensina o Conclio Vaticano I (1869-1870), sob Pio IX (1846-1878), na

    Sesso IV de 18 Julho 1870:

    "...ensinamos e definimos ser dogma divinamente revelado que o

    Pontfice Romano, quando fala ex catedra, isto , quando cumprindo seu cargo

    de pastor e doutor de todos os cristos, define por sua suprema autoridade

    apostlica que uma doutrina sobre a f e costumes deve ser sustentada pela

    Igreja universal, pela assistncia divina que lhe foi prometida na pessoa de

    Pedro, goza daquela infalibilidade que o Redentor divino quis que estivera

    provisionada sua Igreja na definio sobre a matria da f e costumes, e

    portanto, as definies do Bispo de Roma so irreformveis por si mesmas e

    no por razo do consentimento da Igreja." (Dz. 1839; Dz. 466-694).

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    27 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    Para compreender este dogma, convm ter na lembrana:

    1. Sujeito da infalibilidade todo o Papa legtimo, em sua qualidade

    de sucessor de Pedro e no outras pessoas ou organismos (ex.: congregaes

    pontificais) a quem o Papa confere parte de sua autoridade magistral.

    2. Objeto da infalibilidade so as verdades de f e costumes,

    reveladas ou em ntima conexo com a revelao divina.

    3. Condio da infalibilidade que o Papa fale ex catedra:

    a. Que fale como pastor e mestre de todos os fiis fazendo uso de

    sua suprema autoridade.

    b. Que tenha a inteno de definir alguma doutrina de f ou costume

    para que seja acreditada por todos os fiis. As encclicas pontificais no so

    definies ex catedra.

    4. Razo da infalibilidade a assistncia sobrenatural do Esprito

    Santo, que preserva o supremo mestre da Igreja de todo erro.

    5. Conseqncia da infalibilidade que a definio ex catedra dos

    Papas sejam por si mesmas irreformveis, sem a interveno ulterior de

    qualquer autoridade.

    Sagradas Escrituras:

    "a ti darei as chaves do Reino..." (Mt 16,18).

    "apascenta Minhas ovelhas" (Jo 21,15-17).

    "Eu roguei por ti, para que tua f no desfalea ... confirma a teus

    irmos" (Lc 22,31).

    Para poder cumprir com a funo de ordenar eficazmente, necessrio

    que os Papas gozem de infalibilidade em matria de f e costumes.

    28. A igreja infalvel quando se faz definio em matria de f e

    costumes;

    Declara o Conclio Vaticano I (1869-1870), sob Pio IX (1846-1878):

    "O pontfice Romano quando fala ex catedra... possui aquela

    infalibilidade que o Divino Salvador quis que estivesse dotada sua Igreja

    quando definisse algo em matria de f e costumes" (Dz. 1839).

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    28 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    O Conclio Vaticano I, na definio da infalibilidade do Papa, pressupe

    a infalibilidade da Igreja. So contrrios a este dogma os que, ao rechaar a

    hierarquia (Papa), rechaam tambm o Magistrio da autoridade da Igreja.

    Sagradas Escrituras:

    A razo intrnseca da infalibilidade da Igreja se apoia na assistncia

    do Esprito Santo, que Cristo prometeu a Seus Apstolos para desempenho de

    sua misso de ensinar em Jo 14,16: "Eu rezarei ao Pai e os darei outro

    Advogado que estar convosco para sempre. O Esprito da Verdade."

    Cristo exige a obedincia absoluta f e faz depender disto a

    salvao eterna em Mc 16,16: "Aquele que crer se salvar...e aquele que no

    crer se condenar." e em Lc 10,16: "Aquele que a vs ouve a Mim ouve;

    Aquele que a vs deprecia, a Mim deprecia".

    Os Apstolos e seus sucessores (a Igreja) se acham livres do perigo de

    errar ao pregar a f (Dz. 1793-1798).

    Esto sujeitos infalibilidade:

    1. O Papa, quando fala ex catedra.

    2. O episcopado pleno, com o Papa cabea do episcopado, infalvel

    quando reunido em conclio universal ou disperso pelo rebanho da terra, ensina

    e promove uma verdade de f ou de costumes para que todos os fiis a

    sustentem.

    Obs: cada Bispo em particular no infalvel ao anunciar a verdade

    revelada (ex.: Nestrio caiu em erro e heresia). Mas cada bispo em sua

    diocese, por razo de seu cargo, mestre autorizado da verdade revelada

    enquanto esteja em comunho com a S Apostlica e professe a doutrina

    universal da Igreja.

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    29 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    VII. Dogmas sobre os sacramentos

    29. O batismo verdadeiro Sacramento institudo por Jesus

    Cristo;

    O Conclio de Trento (1545-1563), sob Paulo III (1534-1549), afirma:

    "Se algum disser que os Sacramentos da Nova Lei no foram

    institudos por Jesus Cristo, a saber: Batismo, Confirmao... e que algum

    destes no verdadeira e propriamente Sacramento, seja excomungado."

    Sagradas Escrituras:

    Cristo explica a Nicodemos a essncia e necessidade do Batismo,

    em Jo 3,5: "Aquele que no nascer pela gua e pelo Esprito no entrar no

    Reino de Deus".

    Antes de subir aos cus, ordenou a Seus Apstolos que batizassem

    a todas as pessoas, cf. Mt 28,19: "Me foi dado todo poder no cu e na terra; ide

    ento e ensinai todas as pessoas, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do

    Esprito Santo".

    Escreve So Boaventura:

    "O Batismo foi institudo, quanto a sua matria, quando Cristo se

    fez batizar, e quanto sua forma quando o Senhor ressuscitou e nos deu essa

    forma (cf. Mt. 28,19); quanto a seu efeito: quando Jesus padeceu, pela paixo,

    o Batismo recebe toda sua virtude, e a seu fim, quando predisse sua

    necessidade e suas vantagens: 'Respondeu Jesus: -Em verdade, em verdade

    vos digo, aquele que no nascer da gua e do Esprito no entrar no Reino de

    Deus' (cf. Jo 3,5)."

    O Batismo pela gua pode ser substitudo, em caso legtimo, pelo

    Batismo de Sangue.

    30. A confirmao verdadeiro e prprio Sacramento;

    O Conclio de Trento (1545-1563), sob Paulo III (1534-1549), diz:

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    30 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    "Se algum disser que a Confirmao dos batizados cerimnia

    ociosa, e no um verdadeiro e prprio Sacramento..., seja excomungado." (Dz.

    871).

    Diz So Toms de Aquino:

    "Este Sacramento concede aos batizados a fortaleza do Esprito

    Santo para que se consolidem interiormente em sua vida sobrenatural e

    confessem exteriormente com valentia sua f em Jesus Cristo.

    Sagradas Escrituras:

    Jesus promete enviar o Esprito e se cumpre no dia de

    Pentecostes: "Ficaram todos cheios do Esprito Santo" (At 2,4).

    "Pedro e Joo so enviados Samaria, para que recebam ao

    Esprito Santo, pois ainda no havia vindo sobre nenhum deles" (At 8,14).

    "E impondo-lhes Paulo suas mos, desceu sobre eles o Esprito

    Santo" (At 19,6).

    Os Apstolos eram conscientes que efetuavam um rito sacramental,

    consistente na imposio das mos e a orao que tinha como efeito a

    comunicao do Esprito Santo.

    31. A igreja recebeu de Cristo o poder de perdoar os pecados

    cometidos aps o batismo;

    Define o Conclio de Trento (1545-1563), sob Jlio III (1550-1565):

    "...foi comunicada aos Apstolos e a seus legtimos sucessores o

    poder de perdoar e de reter os pecados para reconciliar aos fiis cados depois

    do Batismo." (Com. 3; Dz. 894.).

    Sagradas Escrituras:

    Mt 16,19: "Eu te darei as chaves do reino de os cus." - O

    possuidor das chaves do Reino dos cus tem a plena potestade para admitir ou

    excluir qualquer pessoa deste Reino.

    Jo 20,21: "... a quem perdoares os pecados, lhes sero perdoados,

    a quem no perdoares, lhes sero retidos...".

    Assim como Jesus tinha perdoado os pecados durante sua vida terrena

    (cf. Mt 9,2; Mc 2,5; Lc 5,20), assim tambm agora participa a seus Apstolos

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    31 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    esse poder de perdoar. As palavras de Jesus Cristo se referem ao perdo real

    dos pecados pelo Sacramento da Penitncia (Dz. 913).

    O poder de perdoar no foi concedido aos Apstolos como carisma

    pessoal, mas sim Igreja como instituio permanente para pass-lo aos

    sucessores dos Apstolos.

    32. A confisso Sacramental dos pecados esta prescrita por

    direito divino e necessria para a salvao;

    Diz o Conclio de Trento (1545-1563), sob Jlio III (1550-1555):

    "Se algum disser que a Confisso Sacramental no foi instituda

    ou no necessria para a salvao, por direito divino, ou disser que o modo

    de confessar secretamente apenas com o sacerdote, como a Igreja Catlica

    sempre observou desde o princpio e segue observando, alheio instituio e

    mandato de Cristo e uma interveno humana, seja excomungado." (Dz.

    916).

    Os reformadores, negaram que a Confisso particular dos pecados

    fosse de instituio Divina e necessria para a salvao.

    Sagradas Escrituras:

    No se expressa diretamente a instituio Divina da Confisso

    particular mas se deduz: o poder para reter ou perdoar no se pode exercer

    devidamente se aquele que possui tal poder no conhece a culpa da

    disposio do penitente. Para ele necessrio que o penitente se acuse.

    O Papa Leo Magno, contra os abusos da confisso pblica

    declarou: "basta indicar a culpa da conscincia apenas aos sacerdotes

    mediante confisso secreta." (Dz. 145).

    33. Eucarstica verdadeiro Sacramento institudo por Cristo;

    O Conclio de Trento (1545-1563), sob Paulo III (1534-1549), expressa:

    "Se algum disser que os Sacramentos da nova Lei no foram

    institudos todos por Jesus Cristo, e que so sete: Batismo, Eucaristia... e que

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    32 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    algum destes no verdadeiro e propriamente Sacramento, seja

    excomungado."

    Sagradas Escrituras:

    O feito de que Cristo instituiu a Eucaristia se v em suas

    palavras: "Fazei isto em memria de Mim..." (Lc 22,19). Nelas se cumprem

    todas as notas essenciais da definio do Sacramento:

    A matria: o po e vinho.

    A forma: as palavras da consagrao.

    A graa interna: indicada e produzida pelo signo a unio com

    Cristo e a vida eterna:

    1. "Quem come Minha Carne e bebe Meu Sangue permanece em Mim

    e Eu nele" (Jo 6,56).

    2. "Aquele que come Minha Carne e bebe Meu Sangue tem a vida

    eterna." (Jo 6,54).

    34. Cristo esta presente no Sacramento do Altar pela

    transubstanciao de toda substncia do po em seu corpo e toda

    substncia do vinho em seu sangue;

    O Conclio de Trento (1545-1563), sob Jlio III (1550-1555), declara:

    "Se algum disser que no sacrossanto Sacramento da Eucaristia

    permanece as substncias do po e do vinho, juntamente com o Corpo e o

    Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, e negar aquela maravilhosa e singular

    converso de toda a substncia do po e do vinho em Corpo e Sangue,

    permanecendo apenas as espcies de po e vinho, converso essa que a

    Igreja muito corretamente chama 'Transubstanciao', seja

    excomungado." (Dz. 884-877).

    "Transubstanciao" uma converso no sentido passivo; o trnsito

    de uma coisa a outra. Cessam as substncias de Po e Vinho, pois sucedem

    em seus lugares o Corpo e o Sangue de Cristo. A Transubstanciao uma

    converso milagrosa e singular diferente das converses naturais, porque no

    apenas a matria como tambm a forma do po e do vinho so convertidas;

    apenas os acidentes permanecem sem mudar: continuamos vendo o po e o

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    33 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    vinho, mas substancialmente j no o so, porque neles est realmente o

    Corpo, o Sangue, Alma e Divindade de Cristo.

    Sagradas Escrituras:

    Mc 14,22: "Tomai, este Meu Corpo...".

    Lc 22,19: "Tomou o po, e dando graas o deu a seus discpulos

    dizendo: Este Meu Corpo...".

    35. A uno dos enfermos verdadeiro e prprio Sacramento

    institudo por Cristo;

    O Conclio de Trento (1545-1563), sob Jlio III (1550-1555), declara:

    "Se algum disser que a Extrema Uno no verdadeira e

    propriamente um Sacramento institudo por Cristo, nosso Senhor, e

    promulgado pelo bem-aventurado So Tiago Apstolo, mas apenas um rito

    aceito pelos Padres ou uma inveno humana, seja excomungado." (Dz. 926).

    Pio X condenou a sentena modernista que pretende que o Apstolo

    So Tiago tenha, em sua carta, apenas recomendado uma prtica piedosa (Dz.

    2048).

    Sagradas Escrituras.

    Mc 6,13: "Expulsavam muitos demnios e ungiam com azeite a

    muitos enfermos e os curavam".

    Tg 5,14: "Existe algum enfermo entre ns? Faamos a uno do

    mesmo em nome do Senhor..."

    Esta ltima passagem expressa as notas essenciais do Sacramento:

    1. Sinal exterior da graa: leo.

    2. Matria e forma: orao dos presbteros.

    3. Efeito interior da graa expresso no perdo dos pecados.

    4. A instituio por Cristo: "no nome do Senhor", "por encargo e

    autoridade do Senhor." cf. Tg 5,10.

    36. A ordem verdadeiro e prprio Sacramento institudo por

    Cristo;

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    34 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    O Conclio de Trento 1545-1563, sob Pio IV (1559-1565), afirma:

    "Se algum disser que no Novo Testamento no existe um

    sacerdcio visvel e externo, ou que no se d poder algum de consagrar e

    oferecer o verdadeiro Corpo e Sangue do Senhor e de perdoar os pecados,

    mas sim, apenas o dever e mero ministrio de pregar o Evangelho...seja

    excomungado." (Dz. 961).

    Como se v, existe na Igreja um sacerdcio visvel e externo: "Se

    algum disser que na Igreja catlica no existe uma hierarquia instituda por

    ordenao Divina, que consta de Bispos, Presbteros e Ministros, seja

    excomungado." (Dz. 966). E uma hierarquia instituda por ordenao divina.

    Sagradas Escrituras:

    At 6,6: "Os quais (7 vares) foram apresentados aos Apstolos, os

    quais, orando, lhes impuseram as mos" - Instituio dos diconos.

    At 14,22: "Os constituram presbteros pela imposio das mos".

    37. O Matrimnio verdadeiro e prprio Sacramento;

    O Conclio de Trento (1545-1563), sob Pio IV (1559-1565), declara:

    "Se algum disser que o matrimnio no verdadeiro e

    propriamente um dos sete Sacramentos da Lei do Evangelho, e institudo por

    Cristo Senhor, mas sim inventado pelos homens da Igreja, e que no confere a

    graa, seja excomungado" (Dz. 971).

    Sagradas Escrituras:

    Mt 19,6: "Assim, pois, j no so dois, mas apenas uma s carne".

    Gn 2,23: "Pelo qual, abandonar o homem a seu pai e a sua me, e

    se juntar a sua mulher, e sero dois em uma s carne".

    Mc 10,9: "O que Deus uniu o homem no o separe".

    Ef 5,32: "Este Sacramento grande mas em Cristo e na Igreja".

    O Matrimnio, como instituio natural, de origem divina. Deus criou

    os seres humanos varo e fmea (cf. Gn. 1,27) e depositou na mesma

    natureza humana o instinto de procriao. Deus abenoou o primeiro casal e

    lhes ordenou que se multiplicassem: "crescei e multiplicai, e povoai a terra" (Gn

    1,28).

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    35 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    Cristo restaurou o matrimnio institudo e bendito por Deus, fazendo

    que recobrasse seu primitivo ideal da unidade e indissolubilidade e elevando-o

    a dignidade de Sacramento.

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    36 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    VIII. Dogmas sobre as ltimas coisas

    38. A morte e sua origem;

    A morte, na atual ordem de salvao, conseqncia primitiva do

    pecado. O Conclio de Trento (1545-1563), sob Paulo III (1534-1549), ensina:

    "Se algum no confessa que o primeiro homem, Ado, ao

    transgredir o mandamento de Deus no paraso, perdeu imediatamente a

    Santidade e Justia em que havia sido constitudo e incorreu por ofensa... na

    morte com que Deus antes havia amenizado... que toda pessoa de Ado foi

    mudada para pior, seja excomungado."

    Ainda que o homem seja mortal por natureza, j que seu ser

    composto de partes distintas, por revelao sabemos que Deus dotou o

    homem, no paraso, do Dom pr-natural da imortalidade do corpo. Mas por

    castigo, ao quebrar a ordem Divina, ficou condenado a morrer.

    Sagradas Escrituras:

    Gn 2,17: "Ado havia sido ameaado: 'O dia que comeres daquele

    fruto, morrers...'".

    Rm 5,12: "Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo

    pecado a morte..."

    39. O cu (paraso);

    As almas dos justos que no instante da morte se acham livres de toda

    culpa e pena de pecado entram no cu. Benedito XII (1334-1342), pela

    Constituio "Benedictus Deus", de 29 de Janeiro de 1336, proclama:

    "Por esta constituio que h de valer para sempre e por

    autoridade apostlica definimos... que segundo a ordenao de Deus, as almas

    completamente purificadas entram no cu e contemplam imediatamente a

    essncia divina, vendo-a face a face, pois a referida Divina essncia lhes

    manifestada imediata e abertamente, de maneira clara e sem vus, e as almas

    em virtude dessa viso e esse gozo, so verdadeiramente ditosas e tero vida

    eterna e eterno descanso" (Dz. 530).

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    37 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    Tambm o Smbolo apostlico declara: "Creio na vida eterna" (Dz. 6 e

    9).

    Sagradas Escrituras:

    Jesus representa a felicidade do cu sob a imagem de um

    banquete de bodas: "...enquanto iam compr-lo, chegou o noivo, e as que

    estavam preparadas entraram com o noivo ao banquete de boda, e a porta foi

    fechada" (Mt. 25,10).

    A condio para alcanar a vida eterna conhecer a Deus e a

    Cristo: "Esta a vida eterna, que te conheam a Ti, nico Deus verdadeiro e a

    Teu enviado Jesus Cristo." (Jo 17,3).

    "Bem-aventurados os limpos de corao porque eles vero a

    Deus." (Mt 5,8).

    "Nem o olho viu e nem o ouvido ouviu segundo a inteligncia

    humana, o que Deus preparou para os que Lhe amam." (1Cor 2,9).

    A vida eterna consiste na viso de Deus: "Seremos semelhantes a

    Ele porque O veremos tal qual ..." (Jo 5,13).

    Os atos que integram a felicidade celestial so de entendimento, e este

    por um Dom sobrenatural "lumen gloriae" capacitado para o ato da viso de

    Deus (Sl 35,10; Ap 22,5) de amor e gozo.

    40. O inferno;

    As almas dos que morrem em estado de pecado mortal vo ao inferno.

    Benedito XII (1334-1342), na Constituio "Benedictus Deus", de 29.01.1336,

    declara:

    "Segundo a comum ordenao de Deus, as almas dos que morrem

    em pecado mortal, imediatamente depois da morte, baixam ao inferno, onde

    so atormentadas com suplcios infernais." (Dz. 531).

    O inferno um lugar de eterno sofrimento onde se acham as almas dos

    rprobos. Negam a existncia do inferno aqueles que no acreditam na

    imortalidade pessoal (materialismo).

    Sagradas Escrituras:

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    38 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    Jesus ameaa com o castigo do inferno: "Se teu olho direito

    causa de pecado, retira-o e afasta-o de ti; muito mais te convm que percas um

    de teus membros do que tenhas todo o corpo jogado na geena..." (Mt 5,29).

    "E no temais aos que matam o corpo e no podem atingir a alma;

    temais bem mais quele que pode levar a alma e o corpo perdio,

    destinando-os geena..." (Mt 10,28).

    "Ai de vs, escribas e fariseus hipcritas, que percorreis mar e terra

    para fazer um proslito, e quando chegais a faz-lo, o fazeis filho da

    condenao ao dobro de vs mesmos!" (Mt 23,15).

    Trata-se de fogo eterno: "Ento dir tambm aos de sua esquerda:

    'Afastai-vos de mim, malditos, ao fogo eterno preparado para o diabo e seus

    anjos...'" (Mt 25,41).

    E de suplicio eterno: "E iro estes a um castigo eterno, e os justos a

    uma vida eterna." (Mt 25,46).

    So Paulo, em 2Ts 1,9, afirma: "Sero castigados eterna runa,

    longe da face do Senhor e da glria de Seu poder..."

    So Justino, funda o castigo do inferno na idia da Justia Divina, a qual

    no pode deixar impune aos transgressores da Lei.

    41. O purgatrio;

    As almas dos justos que no instante da morte esto agravadas por

    pecados veniais ou por penas temporais devidas pelo pecado vo ao

    purgatrio. O purgatrio estado de purificao. O II Conclio de Leo (1274),

    sob Gregrio X (1271-1276), afirma:

    "As almas que partiram deste mundo em caridade com Deus, com

    verdadeiro arrependimento de seus pecados, antes de ter satisfeito com

    verdadeiros frutos de penitncia por seus pecados de atos e omisso, so

    purificadas depois da morte com as penas do purgatrio..." (Dz. 464).

    Sagradas Escrituras:

    Ensinam indiretamente a existncia do purgatrio concedendo a

    possibilidade da purificao na vida futura.

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    39 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    Os judeus oraram pelos cados, aos quais se haviam encontrado

    objetos consagrados aos dolos, afim de que o Senhor perdoasse seus

    pecados: "Por isso mandou fazer este sacrifcio expiatrio em favor dos mortos

    para que ficassem liberados do pecado..." (2Mc 12,46).

    "Quem falar contra o Espirito Santo no ser perdoado nem neste

    tempo nem no vindouro...".

    Para So Gregrio Magno, esta ltima frase indica que as culpas

    podem ser perdoadas neste mundo e tambm no futuro. A existncia do

    Purgatrio se prova especulativamente pela Santidade e Justia de Deus. Esta

    exige que apenas as almas completamente purificada sejam exibidas no cu;

    Sua Justia reclama que sejam pagos os restos de penas pendentes, e por

    outro lado, probe que as almas unidas em caridade com Deus, sejam atiradas

    ao inferno. Por isso se admite um estado intermedirio que purifique e de

    durao limitada.

    42. O fim do mundo e a segunda vinda de Cristo;

    No fim do mundo, Cristo, rodeado de majestade, vir de novo para

    julgar os homens. O Smbolo Niceno-Constantinopolitano, aprovado pelo I

    Conclio de Constantinopla (381), sob So Dmaso (366-384), declara:

    "...e outra vez dever vir com glria para julgar aos vivos e aos

    mortos... " (Dz. 86).

    Sagradas Escrituras:

    Jesus predisse muitas vezes sua segunda vinda: "porque o Filho do

    homem h de vir na glria de Seu Pai, com seus anjos, e ento cada um

    pagar segundo sua conduta..." (Mt 16,27).

    "Porque quem se envergonhar de Mim e de Minhas palavras nesta

    gerao adltera e pecadora, tambm o Filho do Homem dele se envergonhar

    quando vier na glria de Seu Pai com os Santos Anjos..." (Mc 8,38; Lc. 9,26).

    "O Filho do homem h de vir na glria de Seu Pai com Seus anjos,

    e ento julgar a cada um segundo suas obras..." (Mt 24,30; cf. Dn 7,13).

    "A finalidade da Segunda vinda ser ressuscitar os mortos e dar a

    cada um o que merece..." (2Ts 1,8).

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    40 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    "Por isso devemos ser encontrados 'irrepreensveis'..." (1Cor 1,8;

    1Ts 3,13).

    Sinais precursores da segunda vinda:

    1. Pregao do Evangelho por todo o mundo: "Esta Boa Nova do

    Reino dever ser proclamada no mundo inteiro, para dar testemunho a todas

    as naes. E ento, vir o fim..." (Mt 21,14). "E preciso que antes seja

    proclamada a Boa Nova a todas as naes..." (Mc 13,10).

    2. A converso dos judeus: "Ento no quero que ignoreis, irmos,

    este mistrio, que no ocorra que vos presumais de sbios, o amadurecimento

    parcial que sobreveio a Israel, perdurar at entre a totalidade dos gentios, e

    assim todo Israel ser salvo, como diz a Escritura: Vir de Sion o Libertador,

    afastar de Jac as impiedades. E esta ser Minha Aliana com eles quando

    tenham apagado seus pecados... " (Rm 11,25-27; totalidade moral).

    3. A apostasia da f: "Jesus lhes respondeu: Olhai para que ningum

    vos engane, porque viro muitos usurpando Meu nome e dizendo 'Eu sou o

    Cristo', e enganaro a muitos..." (Mt 24,4; falsos profetas)."Que ningum os

    engane de nenhuma maneira. Primeiro dever vir a apostasia e manifestar-se o

    homem mpio, o filho de perdio, o adversrio que se eleva sobre tudo o que

    leva o nome de Deus, ou objeto de culto, at o extremo de sentar-se ele

    mesmo no Santurio de Deus e proclamar que ele mesmo Deus..." (2Ts 2,3;

    apostasia da f Crist).

    4. Antes da apostasia, manifestar-se- o Anticristo: "Antes da

    apostasia, se manifestar o homem com iniquidade..." (2Ts 2,3; pessoa

    determinada a ser o instrumento de Sat).

    5. Grandes calamidades: enchentes, calamidades ou catstrofes

    naturais sero o preldio da vinda do Senhor: "Imediatamente depois da

    tribulao daqueles dias, o sol se escurecer, a lua no dar seu resplendor,

    as estrelas cairo do cu e as foras dos cus sero sacudidas..." (Mt 24,29, cf.

    Is 13,10: "Quando as estrelas do cu e a constelao de Orion j no

    iluminarem, e o sol estiver obscurecido, e no brilhe a luz da lua...").

    43. A ressurreio dos mortos no ltimo dia;

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    41 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    declarado pelo Smbolo "Quicumque" (chamado tambm

    "Atanasiano"). De fato, este smbolo alcanou tanta autoridade na Igreja,

    ocidental como oriental, que entrou no uso litrgico e deve ser tida por

    verdadeira a definio de f:

    "... pois, a f certa que cremos e confessamos que ... e Sua

    vinda, todos os homens devero ressuscitar com seus corpos..." (Dz. 40).

    Tambm o Smbolo Apostlico confessa: "creio ... na ressurreio da

    carne..."

    Sagradas Escrituras:

    Jesus contesta aos saduceus: "na ressurreio nem se casaro

    nem se daro em casamento, pois sero como anjos..." (Mt 22,29).

    "E sairo, os que tiveram bons trabalhos, para a ressurreio da

    vida, e os que trabalharam mal, para a ressurreio do juzo..." (Mt 22,29).

    "Aos que crem em Jesus e comem de Seu corpo e bebem de Seu

    sangue, Ele lhes promete a ressurreio..." (Jo 6,39).

    "Eu sou a ressurreio e a vida..." (Jo 11,25).

    A razo iluminada pela f prova a convenincia da ressurreio:

    1. Pela perfeio da Redeno obrada por Cristo.

    2. Pela semelhana que tem com Cristo os membros de seu Corpo

    mstico.

    3. O Corpo humano Santificado pela Graa, especialmente pela

    Eucaristia.

    44. O juzo universal;

    Cristo, depois de seu retorno, julgar a todos os homens. o que

    expressa o Smbolo "Quicumque":

    , pois a f certa que cremos e confessamos que ... dali haver de

    vir a julgar os vivos e os mortos..."

    Sagradas Escrituras:

    Jesus toma a mido como motivo de sua pregao o dia do

    juzo: "por isso vos digo que no dia do Juzo haver menos rigor para Tiro e

    Sidon que para vs..." (Mt 11, 22).

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    42 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;

    "O Filho do homem h de vir em toda glria de seu Pai, com seus

    anjos, e ento julgar a cada uno segundo sus obras." (Mt 16,27).

    "Jesus Cristo foi institudo por Deus como juiz dos vivos e dos

    mortos." (At 10,42).

    Este texto foi retirado do site: http://www.duc-in-altum.com.br/.

    Editado por: Alexandrius de Moraes

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    43 Dogmas da Igreja Catlica

    Por: Dercio Antonio Paganini;