Domótica

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Artigo sobre domótica - autoria Eng. Miguel Ferreira e Eng. Eduardo Lopes

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  • 77

    ResumoEste artigo tem como principal objectivo constituir-se

    como um manual que permita ao cliente final conhecer as

    potencialidades de um sistema domtico, para assim es-

    colher o sistema que melhor se adeqe aos requisitos que

    pretende ver satisfeitos. Para isto, foram descritos as fun-

    cionalidades dos sistemas domticos bem como os princi-

    pais sistemas existentes no mercado.

    PalavRas-chaveDomtica, funcionalidades, sistemas.

    sistemas domticos

    Miguel Jorge Monteiro de Magalhes FerreiraEngenheiro civil, mestre em construo de edifcios e formador de peritos qualificados RCCTE mestre assistente, faculdade de cincia e tecnologia, Universidade Fernando [email protected]

    Eduardo Jos Freitas Castro LopesLicenciado em Engenharia Civil pela Universidade Fernando [email protected]

    abstRactThis article is to achieve constitute itself as a manual that

    allows the user to know the potential of a domotic system,

    so choose the system that best suits the requirements that

    it wants to see satisfied. For this, are described the features

    of the domotic systems and the main systems existing in

    the market.

    KeywoRdsDomotics, features, systems.

  • 781. IntRoduo

    No estado actual em que se encontra a construo, a Dom-

    tica est a ser encarada como um dos maiores e melhores

    meios de valor acrescentado para os promotores imobili-

    rios. As solues apresentadas pelos projectistas podem ir

    dos sistemas domticos mais simples at aos sistemas mais

    elaborados, consoante o cliente final que se pretende atingir.

    Tendo em conta que a Domtica se pode aplicar em mo-

    radias j construdas ou em moradias em fase de projecto,

    e que existem diversas tecnologias no mercado, torna-se

    fundamental definir quais os sistemas domticos que so

    mais indicados para habitaes j construdas e os mais in-

    dicados para habitaes em fase de projecto. Para tal vo

    ser analisados os trs sistemas Domticos mais implemen-

    tados no mercado mundial, a Echelon Lonworks, a EIB-

    European Installation Bus e o X10.

    A integrao de servios desempenha um papel primordial na

    constituio de um bom sistema domtico. Deste modo, este

    artigo, apresenta a importncia da integrao de servios num

    sistema domtico, bem como as suas vantagens e inconve-

    nientes.

    2. conteXtualIzao hIstRIca e conceItos fundamentaIs

    2.1. contextualizao histricaFoi no incio da dcada de 70 que surgiram os primeiros sis-

    temas controlados electronicamente, sendo estes os siste-

    mas de Aquecimento, Ventilao e Ar Condicionado (AVAC).

    Os sistemas AVAC eram controlados atravs da utilizao de

    sensores colocados em localizaes especficas para pode-

    rem reagir s alteraes climatricas que se observassem.

    Contudo, estes sistemas eram desprovidos de qualquer in-

    tegrao, sendo no entanto o ponto de partida para o desen-

    volvimento dos sistemas actuais de edifcios inteligentes.

    No ano de 1971 deu-se o aparecimento do primeiro micropro-

    cessador, sendo este o ponto de partida para que tudo o que

    era electrnico fosse constitudo por estas pequenas pastilhas

    de inteligncia solidificada, como por exemplo balanas, m-

    quinas de costura, automveis, entre outros (Chamusca, 2006).

    Aps o sucesso dos sistemas AVAC durante toda a dcada

    de 70, foi-se gradualmente sentido a necessidade de rea-

    gir face insegurana que se observava nos edifcios dessa

    poca. Para combater a insegurana que se registava na

    altura, apareceram em meados da dcada de 80 os primei-

    ros sistemas de automao de segurana, intruso e ilu-

    minao, evidenciando estes sistemas j alguma integrao

    entre os mesmos.

    No incio dos anos 90 detectou-se a necessidade de desen-

    volver produtos baseados num standard comum (standard

    proprietrio), uma vez que at aqui os fabricantes produziam

    componentes que se baseavam num standard prprio, o que

    levava a que os produtos dos vrios fabricantes no fossem

    compatveis uns com os outros, despoletando uma inrcia no

    mercado e desconfiana nos potenciais investidores.

    Actualmente, subsistem muitos produtos correspondentes

    a standards do tipo proprietrio, os quais ou satisfazem

    exigncias especiais do mercado ou ento correspondem

    a sistemas j devidamente amadurecidos. Mas, o facto

    que o conceito de estandardizao est a impor-se, fruto

    de uma tecnologia evoluda e de um nmero crescente de

    instalaes realizadas (Revista Arte&Construo, 1997).

    2.2. conceitos fundamentaisExiste hoje em dia alguma confuso no cidado comum

    sobre a definio e o respectivo campo de aplicao da

    Domtica e da Inmtica. fundamental para uma melhor

    compreenso do objectivo deste trabalho o conhecimento

    da diferena entre estes dois conceitos.

    2.2.1. Domtica

    A palavra Domtica resulta da juno da palavra Domus,

    que do Latim significa casa, com a palavra Robtica, que

    significa controlo automatizado de algo, podendo definir-se

    como uma tecnologia ou uma combinao de tecnologias

    que permitem a gesto automtica de todos os recursos

    habitacionais de uma forma inteligente. Pode-se, assim,

    entender como inteligncia, a faculdade de aprender, con-

    trolando automaticamente os sistemas de iluminao, con-

    trolo de acessos, som ambiente, entre outros, em funo

    dos requisitos de cada utilizador.

  • 792.2.2. inmtica

    A grande diferena entre Domtica e Inmtica centra-se

    essencialmente na escala e grau de sofisticao, sendo a

    Domtica aplicada no ambiente domstico e a Inmtica

    aplicada a edifcios de servios. Numa moradia tm de se

    controlar algumas dezenas de pontos, num edifcio pode-

    mos ter centenas. Ao nvel do grau de sofisticao, numa

    habitao pretende-se que o sistema seja o mais simples

    e intuitivo possvel, para evitar a necessidade de fornecer

    formao ao utilizador final, j nos edifcios de servios o

    grau de sofisticao exige a prestao de formao aos

    tcnicos que iro trabalhar com a gesto tcnica do edifcio

    (Chamusca, 2006).

    3. Gesto tcnIca dos edIfcIos

    A Gesto Tcnica dos Edifcios provm da necessidade de

    gerir a informao dos sistemas que integram o edifcio e

    tem como objectivo principal a monitorizao e controlo dos

    sistemas e equipamentos associados. Um edifcio domtico

    dever ter a capacidade de se auto-gerir e paralelamente

    permitir o controlo descentralizado dos aspectos relaciona-

    dos com a administrao do prprio edifcio e dos aspectos

    relacionados com os seus constituintes (escritrios, lojas,

    entre outros) nele existentes (Alves e Mota, 2003).

    3.1. objectivos da Gesto tcnica dos edifciosA Gesto Tcnica dos Edifcios tem como objectivos:

    - O controlo dos diferentes sistemas (AVAC, Iluminao,

    Instalaes Elctricas, Segurana, Elevadores e Escadas

    Rolantes, Controlo de Acessos, Sistema de Distribuio de

    Som, entre outros);

    - Optimizao dos sistemas/subsistemas (Controlo de

    Pontas, Rapidez de reparao de anomalias, Reduo dos

    tempos de paragem, entre outros);

    - Reduo dos custos energticos sem prejuzo do conforto

    e de outras funcionalidades e exigncias do edifcio;

    - Controlo dos custos de manuteno.

    3.2. Integrao de serviosA integrao de servios tem como objectivo central a ob-

    teno de novas potencialidades atravs da integrao dos

    vrios servios.

    Exemplificando para o caso de intruso numa habitao, caso

    haja a integrao dos diversos servios, ser possvel o siste-

    ma de segurana comunicar com o sistema de iluminao, fi-

    cando as reas onde se encontra o intruso iluminadas, poder

    tambm comunicar com o sistema de controlo de acessos, fe-

    chando todas as portas que do acesso a outras zonas da casa,

    ficando o intruso com acesso restrito ao local onde se encon-

    tra, a imagem do intruso passa para os televisores caso exista

    na habitao um circuito fechado de televiso em comunicao

    com o sistema de segurana, simulada a chegada da policia e

    de ces atravs do sistema udio bem como comunicado aos

    proprietrios atravs de uma mensagem escrita no telemvel

    o sucedido atravs do sistema de comunicao interior/exte-

    rior. Atravs deste pequeno exemplo, pode-se depreender que

    atravs da integrao dos diversos servios instalados numa

    moradia, possvel optimizar a resposta do sistema domtico

    a qualquer tipo de situao, o que em sistemas domticos sem

    integrao seria completamente impossvel.

    4. funcIonalIdades da domtIca

    4.1. seguranaAo integrar os diversos sistemas em torno de um nico sis-

    tema, a Domtica permite aumentar os padres de segu-

    rana, atravs da utilizao de todas as potencialidades dos

    sistemas disponveis, segundo critrios de utilidade objec-

    tiva (Alves e Mota, 2003).

    4.1.1. Alarmes

    O sistema de alarme o sistema conhecido do pblico em ge-

    ral, tendo este atingido um avano tecnolgico considervel.

    Hoje possvel realizar a sua activao/desactivao por te-

    lefone, rdio ou sensor de proximidade. A ocorrncia pode ser

    assinalada atravs do despoletar de uma sirene exterior, do

    enviar de uma mensagem de voz pr-programada para um

    ou mais nmeros de telefone e/ou uma mensagem de dados

    para uma central receptora de alarmes (Chamusca, 2006).

    O utilizador para interagir com o alarme, tem um teclado

    ou um dispositivo tctil, onde poder executar as normais

    operaes de utilizao do sistema. Detectada a ocorrncia,

    o sistema de domtica informado pelo sistema de alarme.

  • 804.1.2. intruso

    Para reduzir ao mximo o risco de intruso, os sistemas de

    intruso devero ser dimensionados de acordo com o nvel

    de risco associado instalao a proteger (Chamusca, 2006).

    Atendendo a isto, o mercado da Domtica disponibiliza v-

    rias solues, que vo desde a utilizao de estores de segu-

    rana, vidros prova de bala e portas blindadas, colocao

    de barreiras e detectores de movimento/intruso, detecto-

    res de quebra de vidros, detectores de abertura de janelas,

    portas, tudo para combater ao mximo a possibilidade de

    intruso num edifcio (Alves e Mota, 2003).

    Um sistema domtico permite articular as funcionalidades

    da habitao de forma a reduzir ao mximo o risco de in-

    truso. Segundo Alves e Mota (2006, p.50/51) as principais

    funcionalidades so:

    - Abertura e fecho automtico e criterioso de portas e es-

    tores, facilitando a sada do intruso mas limitando a possi-

    bilidade de movimento no interior;

    - Simulao de presena por actuao concertada e apa-

    rentemente aleatria de iluminao e estores;

    - Intimidao por iluminao automtica das reas invadias

    e fecho automtico de estores, e pela colocao nas tele-

    vises da imagem do intruso (caso exista um sistema de

    circuito fechado de TV).

    4.1.3. Fuga de Gs

    A primeira barreira a uma possvel fuga de gs est na

    qualidade do projecto e da entidade executante do mesmo,

    a segunda est no sistema domtico, atravs do corte au-

    tomtico do abastecimento em caso de deteco de fuga

    de gs.

    Neste caso, necessrio instalar sensores adequados ao

    tipo de gs utilizado, como por exemplo o butano, propa-

    no ou natural. Ao ser detectada a fuga de gs o sistema

    domtico corta o abastecimento de gs, atravs de uma

    electrovlvula de corte de fornecimento de gs, e avisa o

    proprietrio e os bombeiros atravs de uma mensagem de

    voz ou de dados para um telemvel ou uma central recep-

    tora (JGDOMTICA. [Em linha]. Disponvel em http://www.

    jgdomotica.com). Em caso de longos perodos em que a

    habitao se encontre desabitada, o edifcio deve permitir

    o corte do abastecimento de gs, sendo o abastecimento

    restabelecido perto da chegada dos habitantes.

    4.1.4. inundao

    A deteco de inundaes imperativo nos edifcios quer

    de servios quer residenciais, uma vez que trazem a si as-

    sociados elevados prejuzos econmicos, como a destruio

    de pavimentos, tectos, maquinas, entre outros.

    O sistema de deteco de inundaes consiste na instalao

    de sensores de gua em pontos estratgicos da habitao

    (casas de banho, cozinhas, casa das maquinas das piscinas,

    lavandarias, etc.). quando ocorre uma inundao o sistema

    gera um alarme sonoro, comunicando aos servios exter-

    nos e ao proprietrio atravs do envio de uma mensagem

    de voz pr-programada para o telemvel. Em simultneo

    cortado o abastecimento de gua atravs da utilizao de

    uma electrovlvula, sendo o abastecimento reposto quando

    a anomalia resolvida.

    4.1.5. incndio

    O fogo uma reaco qumica exotrmica, que resulta da

    combinao de trs substncias em simultneo, combus-

    tvel, comburente (oxignio) e energia de activao (ca-

    lor). Logo, basta uma fonte de calor em contacto com um

    combustvel, na presena de ar, para que ocorra um fogo

    (Chamusca, 2006).

    quando se verificam quantidades de fumo alarmantes,

    chamas ou aumento brusco da temperatura, o sistema far

    soar um alarme sonoro, cortar, atravs de electrovlvula,

    o abastecimento de gs e comunicar s entidades compe-

    tentes e aos proprietrios a ocorrncia via telemvel (Figura

    5). O sistema domtico poder actuar sobre os equipamen-

    tos elctricos, desligando todos os equipamentos que no

    so indispensveis, podendo tambm abrir os estores para

    facilitar a sada, e fechar portas confinando o fogo rea

    em que se situa (Alves e Mota, 2003).

    4.2. conforto

    4.2.1. Controlo e Regulao da iluminao

    A iluminao uma das reas mais conhecidas da dom-

    tica. Nas zonas de passagem (corredores e halls) a ilumi-

  • 81nao deve ser accionada por detectores de movimento,

    sendo programada para um nvel de luminosidade reduzido

    mas suficiente para a circulao (Alves e Mota, 2003, p. 63).

    Nas salas, cozinhas, piscinas, entre outros, a iluminao

    pode ser activada pela presena, atravs de programas de

    iluminao pr-estabelecidos, sendo mais diversos os ce-

    nrios pr-estabelecidos por exemplo para ver televiso,

    para dar uma festa, para as refeies, entre outros) (Alves

    e Mota, 2003).

    4.2.2. Controlo e Regulao de Aquecimento

    O controlo da temperatura efectuado atravs de senso-

    res trmicos, que registam a temperatura de cada diviso

    e comunicam a mesma unidade central, que por sua vez

    ir definir a actuao para cada uma das divises, a fim de

    manter uma temperatura constante (JG DOMTICA Home

    Page. [Em linha]. Disponvel em http://www.jgdomotica.

    com). A temperatura pode ser programada para um fun-

    cionamento global, onde todos os compartimentos ficam

    programados para terem a mesma temperatura, ou para

    um funcionamento por diviso (Figura 6), onde a tempe-

    ratura definida para cada uma das divises do edifcio. O

    utilizador pode controlar tudo isto atravs de termstatos,

    teclas, telemveis ou consolas com software de superviso,

    tendo estes softwares de superviso um papel muito im-

    portante na regulao dos sistemas de climatizao, uma

    vez que registam e apresentam em grfico a evoluo da

    temperatura em cada compartimento (Alves e Mota, 2003).

    4.2.3. Controlo de Cortinas, Toldos e Estores

    Atravs deste servio os estores, cortinas e toldos correm,

    descem e sobem automaticamente, sendo fundamental a

    respectiva interligao com todo o restante sistema.

    O controlo da abertura e fecho de estores pode ser regulado

    segundo factores diversos como referido por Alves e Mota

    (2003, p. 67/68):

    - Ciclo dirio/semanal;

    - Intruso;

    - quebra de vidros;

    - Luminosidade;

    - Comandos gerais, locais ou distncia;

    - Simulao de presena, etc.

    4.2.4. Controlo, Regulao e Automatizao da Rega

    Este sistema pode e deve estar associado aos outros siste-

    mas domticos. Assim, o sistema pode entrar em funcio-

    namento conforme a temperatura e humidade do ar, vento,

    luminosidade ou at quando ocorre uma intruso. O sistema

    pode ser desligado automaticamente caso se verifique uma

    falha no abastecimento de gua, caso seja detectada pre-

    sena, ou caso uma determinada zona do jardim esteja em

    manuteno (Alves e Mota, 2003).

    4.2.5. Piscinas

    Este sistema permite regular a qualidade da gua e proceder

    ao seu tratamento caso no se verifiquem as condies de

    qualidade, em funo do tipo e intensidade de utilizao. Per-

    mite, tambm, regular a temperatura da gua, registando os

    valores para anlise do comportamento do sistema de aque-

    cimento, regula e regista os valores de pH e de cloro, para no

    caso de estes valores estarem fora dos limites admissveis se

    proceder ao tratamento da gua (Alves e Mota, 2003).

    4.2.6. Software de Superviso

    Este software permite controlar todos os parmetros de

    segurana e conforto da habitao, funcionando normal-

    mente como interfaces, consolas tcteis, pc fixo ou porttil,

    PDA, entre outros. Os softwares de superviso tm como

    principal funo a optimizao da utilizao da Domtica,

    permitindo assim tirar o mximo proveito de todas as tec-

    nologias. Para isto, um dos requisitos essenciais que no

    tenha requisitos, ou seja, que o software seja o mais in-

    tuitivo possvel e sem necessidade de formao especifica

    (Alves e Mota, 2003).

    4.3. Gesto de energiaA utilizao correcta da energia no implica a ausncia de

    consumo, mas sim a racionalizao do mesmo (Alves e Mota,

    2003). Isto possvel de vrias formas, atravs da domtica:

    Gesto de electrodomsticos a dessincronizao de ar-

    ranque dos equipamentos elctricos, evitando o factor pico

    permite reduzir bastante a factura energtica ao diminuir a

    potncia contratada. Tambm se os electrodomsticos fo-

    rem programados para arrancarem nos perodos horrios

    em que as tarifas so mais reduzidas, o consumo energ-

    tico ser inferior;

  • 82Controlo de iluminao a integrao do sistema de ilu-

    minao com o sistema de controlo de estores permite que

    seja regulada a necessidade de iluminao artificial, ou seja,

    durante o dia a necessidade de iluminao artificial ser

    muito reduzida se houver um correcto aproveitamento da

    iluminao natural. A programao do sistema para des-

    ligar toda a iluminao em caso de desocupao, outro

    factor que permite reduzir os gastos energticos;

    Controlo do Aquecimento tambm aqui a integrao do sis-

    tema de aquecimento com o sistema de estores pode permitir

    reduzir os gastos de energia, uma vez que se uma janela se

    abrir, o aquecimento ir desligar-se nesse compartimento,

    permitindo evitar o desperdcio de energia. A utilizao de

    uma central meteorolgica reduz o consumo de energia atra-

    vs da comparao da temperatura exterior com a interior.

    Tambm o controlo do aquecimento por zonas e horrios re-

    duz o consumo, pois uma casa de banho no tem a mesma

    necessidade de aquecimento ao longo de um dia que uma sala;

    Controlo da Ventilao a adaptao da ventilao do edi-

    fcio ocupao/desocupao do mesmo, permite reduzir

    os gastos (exemplo: centro comercial). A ventilao natural

    face ventilao mecnica tem a vantagem de no exigir

    equipamentos que consomem energia, podendo ser inte-

    grada nos edifcios sem ocupar demasiado espao. No en-

    tanto, nem sempre a ventilao natural propcia um caudal

    de renovao de ar suficiente durante todo o ano. Para re-

    solver o problema pode-se implementar a ventilao hbri-

    da (Heiselberg et al., 2002), que tira partido das vantagens

    dos dois sistemas de ventilao referidos, permitindo a ga-

    rantia do caudal de renovao mnimo exigido e ao mesmo

    tempo racionaliza a energia dispendida (Ferreira, 2004).

    4.4. comunicao Interior e exterior

    4.4.1. Comandos Locais

    vulgar considerar-se que com um sistema domtico so

    abolidos os tradicionais comandos que tm como funo li-

    gar/desligar. No entanto, estes continuam a existir, sendo

    que a diferena para os tradicionais interruptores que so

    incorporadas outras funes (Alves e Mota, 2003).

    4.4.2. Comandos Distncia (no local)

    So utilizados para controlar TV, DVD, HIFI, iluminao, es-

    tores e climatizao, podendo ser todas estas funes en-

    globadas num comando universal (Alves e Mota, 2003).

    4.4.3. Comandos Remotos

    Estes comandos permitem ao proprietrio comunicar com

    a sua casa a partir de qualquer ponto, podendo requerer in-

    formao do estado da mesma e dar ordens a qualquer dis-

    positivo que esteja ligado ao sistema domtico. A habitao

    tambm comunica com o proprietrio caso se verifique al-

    guma situao de alarme (A Casa Inteligente. [Em linha]. Dis-

    ponvel em http://www.acasainteligente.com/index.asp).

    4.4.4. Rede informtica/internet

    Nos dias de hoje impensvel no ter acesso Internet

    numa habitao. Pode-se optar por uma rede cablada LAN

    ou por uma rede sem fios, sendo as redes sem fios as mais

    recomendveis pois permite o acesso a partir de qualquer

    ponto da habitao.

    4.4.5. Central Telefnica

    Atravs da aplicao de telefones em vrios pontos da casa,

    possvel efectuar vrias comunicaes em simultneo

    para o exterior ou mesmo telefonar entre diferentes pontos

    da casa sem quaisquer custos. Caso no esteja ningum na

    habitao e algum tentar telefonar, possvel atravs da

    central telefnica digital reencaminhar as chamadas para

    um telemvel (Alves e Mota, 2003).

    4.4.6. Radiofrequncia e infravermelhos

    A principal vantagem da utilizao de sistemas de radiofre-

    quncia o facto de serem desnecessrias cablagens espe-

    ciais, tendo como desvantagens os rudos de interferncia e

    o recurso a pilhas nos emissores que implicam a interven-

    o regular do utilizador. Os principais equipamentos que

    utilizam a radiofrequncia para comunicar so, os telefones

    sem fios, alguns sistemas de segurana, transmissores u-

    dio/vdeo e controladores.

    As principais vantagens da utilizao dos infravermelhos

    so, o facto das transmisses utilizarem altas frequncias

    sem praticamente nenhuma distoro e rudo. A grande

    desvantagem reside no facto de o emissor ter obrigatoria-

    mente de estar em linha de vista com o receptor. Os prin-

    cipais equipamentos que utilizam os infravermelhos para

  • 83comunicar so a maior parte dos telecomandos e os detec-

    tores de presena.

    5. cRItRIos de escolha

    A Domtica um servio sobre o qual no existe grande co-

    nhecimento da populao em geral, o que leva um potencial

    comprador do servio a se debater com bastantes dvidas

    sobre a soluo que mais se adequa s suas necessidades.

    Tendo isto por base, Alves e Mota (2003, p.105) definiu como

    principais factores do ponto de vista do consumidor final:

    - O sistema deve garantir total fiabilidade;

    - O sistema deve ter a capacidade de superar os requisitos

    actuais e principalmente os futuros;

    - Deve ter uma manuteno garantida de pelo menos 20

    anos.

    5.1. sistemas Proprietrios fechadosOs sistemas proprietrios fechados so sistemas desenvol-

    vidos por uma empresa, que os utiliza em regime de exclu-

    sividade. So sistemas em que a venda de equipamentos,

    servios e a sustentabilidade e desenvolvimento dos mes-

    mos apenas dependem de uma nica entidade, o que os

    torna extremamente desaconselhveis (Alves e Mota, 2003).

    5.2. sistemas Proprietrios abertosOs sistemas proprietrios abertos so desenvolvidos por

    uma entidade que posteriormente vende a sua utilizao a

    empresas que o pretendam adoptar. Embora sejam siste-

    mas que dependam da capacidade da empresa detentora

    dos seus direitos, so sistemas que apresentam garantias

    de fiabilidade visto que, as empresas que os revendem o

    exigem. Estes sistemas podem constituir uma boa opo,

    contudo no no caso europeu, pois no existe uma oferta de

    mercado que possibilite a escolha de um sistema que ofe-

    rea garantias de manuteno presente e futura.

    5.3. sistemas abertosOs sistemas abertos so sistemas desenvolvidos por vrias

    entidades, tendo assim inmeros fabricantes e fornecedo-

    res. Isto leva a uma elevada facilidade de disperso da tec-

    nologia, permitindo que o protocolo se desenvolva atravs

    das melhorias introduzidas por cada fabricante, traduzin-

    do-se isto numa qualidade crescente do sistema. Assim, a

    satisfao dos clientes finais assegurada, pois em caso de

    problema com o sistema, encontrar soluo no seu forne-

    cedor, ou noutro qualquer que tambm use o mesmo pro-

    tocolo. O EIB e o X10 so exemplos deste tipo de sistemas.

    5.4. Principais tecnologias existentesOs trs sistemas domticos mais implementados no mer-

    cado mundial da Domtica so o sistema X10, o sistema

    EIB e o sistema LonWorks. Os sistemas EIB e LonWorks

    apesar de possurem muitas diferenas entre si, diferem

    muito mais do sistema X10 do que entre eles.

    Sendo sistemas abertos, o X10 e o EIB apresentam uma

    enorme variedade de produtos, fabricantes e fornecedores.

    Sendo estes dois sistemas de fcil disperso tecnolgica,

    permitem a entrada de novos fabricantes e fornecedores, o

    que leva a um aumento constante da qualidade dos proto-

    colos, oferendo assim garantias aos clientes finais de qua-

    lidade e manuteno.

    O sistema LonWorks, sendo um sistema proprietrio

    aberto, tambm oferece garantias de qualidade dos seus

    produtos e pode se constituir como uma opo vlida

    tecnicamente. Contudo um sistema com uma quota de

    mercado muito reduzida na Europa, traduzindo-se isto em

    enormes limitaes na escolha de fornecedores, o que leva

    a que a sua expanso e manuteno futura seja muito difcil

    de assegurar. Tendo isto em considerao, este sistema

    desaconselhvel no mercado Europeu.

    5.5. Principais diferenas entre os sistemas X10, eIb e lonworks

    Quanto ao modo de transmisso de dados, as diferenas

    entre os trs sistemas resumem-se ao seguinte:

    X10 visto que utiliza a rede elctrica como meio de trans-

    misso, reduz os custos de instalao. Contudo, torna mais

    difcil a sua implementao em edifcios de grande porte

    (edifcios de servios), visto que a partir de 185 metros e

    extenso comeam a surgir dificuldades de comunicao;

    EiB possui uma grande fiabilidade de comunicao, atra-

    vs do uso de um Bus prprio (o primeiro a ser instalado

  • 84paralelamente com a rede elctrica) como meio de trans-

    misso, contudo tem custos de instalao mais avultados.

    Permite instalaes de grande envergadura (100 metros

    comprimento mximo entre dispositivos e 700 metros en-

    tre dispositivos que comuniquem entre si);

    LonWorks possibilita a utilizao de diversos meios de

    transmisso num sistema (par entrelaado, rede elctrica,

    rdio frequncia, infra-vermelhos, cabo coaxial e fibra p-

    tica). Pode ser utilizado em edifcios de grande dimenso

    (devido grande diversidade de endereos), podendo atin-

    gir 2200 metros de comprimento de barramento.

    No que diz respeito ao protocolo, as diferenas entre os

    trs sistemas resumem-se ao seguinte:

    X10 transmite os dados pela rede elctrica. Envia as men-

    sagens para todos os dispositivos, contudo, s os dispositi-

    vos que tem o endereo da mensagem que a recebem. No

    requer dispositivos adicionais para distribuir as mensagens

    (excepto os interruptores contidos neles mesmos). um

    protocolo de comunicao extremamente simples;

    EiB envia as mensagens para um dispositivo, para um

    grupo de dispositivos ou para todos os dispositivos. O sis-

    tema envia mensagens atravs de acopladores de linha e de

    rea. O envio de mensagens bastante mais complexo que

    no X10, sendo no entanto muito mais fivel;

    LonWorks o LonWorks tambm envia as mensagens

    para um dispositivo, para um grupo de dispositivos ou para

    todos os dispositivos, utilizando routers ou pontes para di-

    reccionar as mensagens. A transmisso de dados tambm

    mais complexa que no X10, sendo tambm mais fivel. Usa

    o protocolo de comunicao CSMA/CA.

    Relativamente s velocidade de transmisso da informao:

    X10 no passa dos 50 bps (devido a usar a rede elctrica);

    EiB velocidade de transmisso mdia de 9,6 Kbps;

    LonWorks atinge um mximo de 1,25 Mbps e um mnimo

    de 2 kbps.

    Relativamente ao nmero mximo de dispositivos que se

    podem ligar ao sistema:

    X10 256 dispositivos;

    EiB 57.600 dispositivos;

    LonWorks 32.000 dispositivos.

    No que diz respeito alimentao dos diferentes dispo-

    sitivos, as caractersticas dos trs sistemas resumem-se

    ao seguinte:

    X10 os dispositivos so alimentados pela rede elctrica,

    sendo os dados enviados pela mesma rede elctrica;

    EiB os dispositivos so alimentados a partir do prprio

    meio de comunicao (o mais usado o par entrelaado).

    Contudo o meio usado para o envio de dados no o mesmo

    que alimenta os dispositivos;

    LonWorks os dispositivos so alimentados por fontes de

    alimentao prprias, existentes em cada n. O meio por

    onde so enviados os dados no o mesmo que os alimenta.

    Relativamente Arquitectura de cada um dos sistemas:

    X10 normalmente descentralizada;

    EiB normalmente descentralizada, pois permite maior inte-

    raco entre dispositivos, evitando uma organizao hierr-

    quica. Pode-se tambm optar por uma soluo centralizada;

    LonWorks foi criado com o objectivo da gesto centra-

    lizada a nvel industrial. Contudo, visto que era bastante

    complexo, houve a necessidade de tornar o sistema aberto,

    tornando-se o mais distribudo possvel.

    No que diz respeito disperso geogrfica:

    X10 tem uma excelente quota de mercado quer na Euro-

    pa, quer nos EUA;

    EiB tem grande divulgao na Europa (especialmente na

    Unio Europeia), nos EUA tem uma quota de mercado redu-

    zida ou nula;

    LonWorks um dos sistemas mais implementados nos

    EUA, tendo na Europa pouqussima expresso.

    6. concluso

    Um sistema Domtico bem projectado deve resultar do tra-

    balho de arquitectura, recebendo desse trabalho os con-

    ceitos, objectivos e compromissos em que se baseia todo o

    edifcio. Assim, torna-se fundamental um trabalho conjun-

    to entre o arquitecto e o tcnico domtico, para que dessa

    colaborao resulte um projecto que v de encontro s as-

    piraes do cliente final.

  • 85A integrao de servios desempenha um papel determi-

    nante num sistema domtico, sendo a comunicao en-

    tre os diversos subsistemas fundamental. Conclui-se que,

    atravs da integrao dos diversos subsistemas, o sistema

    domtico pode reagir a qualquer tipo de situao, o que se-

    ria impossvel num sistema domtico sem integrao.

    Um sistema domtico pode ter diversas funcionalidades,

    dependendo daquilo que o cliente final pretende. Podendo

    o cliente optar por um sistema domtico com as funcio-

    nalidades mais bsicas, normalmente relacionadas com a

    segurana, ou escolher um sistema com todas as potencia-

    lidades que a domtica lhe pode oferecer.

    quando se decide adquirir um sistema de domtica, fun-

    damental conhecer as diferenas entre os vrios sistemas

    que nos so propostos, com o objectivo de escolher o mais

    adequado para o caso em questo. No mercado europeu

    existem dois sistemas bem implementados, que apresen-

    tam uma variada oferta de produtos, fabricantes e fornece-

    dores, sendo eles o sistema X10 e o sistema EIB. O sistema

    X10 mais recomendado para habitaes de pequeno porte,

    enquanto que o sistema EIB pode ser aplicado em qualquer

    tipo de edifcio. O sistema LonWorks, embora seja um sis-

    tema interessante, no recomendado, visto no ter uma

    quota de mercado suficiente na Europa.

    A escolha de um sistema Domtico uma deciso impor-

    tante, que acompanhar a vida do edifcio bem como dos

    seus habitantes. Logo, o sistema Domtico ideal aquele

    que permite satisfazer todos os desejos do utilizador, de

    uma forma integrada, estando a inteligncia distribuda

    pelos diversos dispositivos, assegurando a sua manuteno

    e expanso futuramente.

    bIblIoGRafIa

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