Doping

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CBC – Tópicos - habilidades O que é o doping? O doping não é mais que um termo inglês que designa o uso de drogas ou substâncias que aumentam as capacidades físicas de atletas desportivos. O doping pode também ser considerado o uso de certas técnicas ou métodos que alteram o estado físico do desportista para aumentar o seu rendimento desportivo (não devemos, no entanto, confundir doping com treino físico rigoroso). Também é considerado doping o uso de substâncias que disfarçam outras substâncias dopantes, como é o caso dos diuréticos. Histórico Ao longo dos tempos, os atletas têm usado substâncias e métodos artificiais para aumentar o seu rendimento e possuírem vantagem desportiva. O primeiro caso relatado de doping passou-se em 1886, em que um ciclista inglês morreu de overdose por “trimetil” numa corrida em Bordéus, Paris. Curiosamente, em 1910 já havia controlo de substâncias dopantes nos cavalos de corrida, mas o controlo em atletas humanos surgiu apenas nos anos 60. Em 1965, Arnold Becker aplicou técnicas de cromatografia de gás para detectar substâncias dopantes e em 1966 já a FIFA controlava os atletas, sendo que em 1968, nos olímpicos de Inverno, já havia uma lista elaborada com substâncias ilícitas. Atualmente, existem cada vez mais substâncias dopantes, o que requer uma constante evolução dos métodos anti-doping. No entanto, apesar da existência de métodos muito bons, estes são muito dispendiosos, o que faz com que o controlo anti-doping não seja a 100% ou relativamente perto de eficácia. Existem, hoje em dia, inúmeras substâncias dopantes, que não são detectáveis nos exames anti-doping.

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CBC – Tópicos - habilidades

O que é o doping?

O doping não é mais que um termo inglês que designa o uso de drogas ou

substâncias que aumentam as capacidades físicas de atletas desportivos. O

doping pode também ser considerado o uso de certas técnicas ou métodos que

alteram o estado físico do desportista para aumentar o seu rendimento

desportivo (não devemos, no entanto, confundir doping com treino físico

rigoroso). Também é considerado doping o uso de substâncias que disfarçam

outras substâncias dopantes, como é o caso dos diuréticos.

Histórico

Ao longo dos tempos, os atletas têm usado substâncias e métodos artificiais para

aumentar o seu rendimento e possuírem vantagem desportiva.

O primeiro caso relatado de doping passou-se em 1886, em que um ciclista

inglês morreu de overdose por “trimetil” numa corrida em Bordéus, Paris.

Curiosamente, em 1910 já havia controlo de substâncias dopantes nos cavalos

de corrida, mas o controlo em atletas humanos surgiu apenas nos anos 60.

Em 1965, Arnold Becker aplicou técnicas de cromatografia de gás para detectar

substâncias dopantes e em 1966 já a FIFA controlava os atletas, sendo que em

1968, nos olímpicos de Inverno, já havia uma lista elaborada com substâncias

ilícitas.

Atualmente, existem cada vez mais substâncias dopantes, o que requer uma

constante evolução dos métodos anti-doping. No entanto, apesar da existência

de métodos muito bons, estes são muito dispendiosos, o que faz com que o

controlo anti-doping não seja a 100% ou relativamente perto de eficácia.

Existem, hoje em dia, inúmeras substâncias dopantes, que não são detectáveis

nos exames anti-doping.

Tipos de Doping

Esteróides anabolizantes

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Os esteróides anabolizantes são hormonas sintéticas que, quando comparados à

testosterona (hormonas masculinas naturais), têm maior actividade anabólica

(promovem crescimento). Ou seja, os atletas que ingerem este tipo de

substâncias pretendem aumentar a massa muscular e a força. Podem ser

ingeridos por via oral, ou através de injecções.

Os efeitos secundários dos esteróides anabolizantes são inúmeros; ambos os

sexos podem vir a sofrer de queda do cabelo, acne, infertilidade, diminuição do

crescimento corporal nos mais jovens, doenças cardiovasculares e hepáticas e

tumores. No entanto, o sexo feminino pode vir a deparar-se com o aparecimento

de barba, alteração da voz e com alterações do ciclo menstrual, à medida que o

sexo masculino pode vir a ter atrofia testicular e a encarar-se com o

desenvolvimento das glândulas mamárias.

Estimulantes

Os estimulantes agem directamente no sistema nervoso central, fazendo o atleta

ficar mais excitado, ou seja, aumentando a estimulação do sistema

cardiovascular. Estes têm como objectivo o melhoramento dos reflexos, da

capacidade de concentração e de tolerância ao esforço físico. Os efeitos

secundários deste tipo de substâncias são dores de cabeça, arritmias cardíacas,

náuseas, vómitos, o aumento da agressividade e da temperatura corporal.

Analgésicos

Os analgésicos narcóticos são utilizados em quase todas as modalidades, não

para melhorar o desempenho do atleta, mas sim para aliviar a dor. Esta dor pode

ser causada por um esforço físico excessivo ou por alguma lesão. Os atletas que

consomem os diversos tipos de analgésicos narcóticos estão sujeitos a sofrer as

consequências destes, tais como o agravamento das lesões, alterações no seu

equilíbrio e coordenação, depressão, diminuição da frequência cardíaca e do

ritmo respiratório e paragens respiratórias. Além destas consequências tende a

ficar dependente deste tipo de substâncias. 

Beta-bloqueantes

Os beta-bloqueantes são remédios que baixam a pressão sanguínea. Actuam no

sistema cardiovascular, diminuindo o número de batimentos do coração. Têm

inúmeras consequências para quem os ingere tais como insónias, baixa da

tensão arterial e do ritmo cardíaco, depressão e impotência sexual. Os beta-

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bloqueantes são usados normalmente em categorias que exijam precisão, como

o arco e flecha e o tiro.

Hormonas peptídicas

Estas substâncias são usadas para acelerar o crescimento corporal e a potência

muscular, diminuir a sensação de dor, favorecer recuperações mais rápidas após

o esforço, aumentar o número de glóbulos vermelhos e a capacidade de

transporte de oxigénio. No entanto, estas substâncias, apesar de realizarem os

objectivos pretendidos pelos atletas, causam imensos problemas como embolias,

enfraquecimento muscular, diabetes, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca,

leucemia, doenças articulares, insónias, perda da massa óssea, enfarte de

miocárdio e cerebral, anemia e morte súbita.

Diuréticos

Os diuréticos são usados pouco antes das provas, com o objectivo de aumentar a

produção de urina, de modo a eliminar rapidamente as substâncias dopantes.

Deste modo, o peso do atleta diminuirá. No entanto, além da perda de peso, o

consumista pode vir a sofrer de problemas renais, cãibras, desidratação,

tonturas, alterações do ritmo cardíaco e perda brusca de sais minerais. Este tipo

de substâncias pode levar mais facilmente à morte os atletas devido à

desidratação.

Beta-agonistas

Os beta-agonistas são drogas que se destinam a aumentar a massa muscular e

diminuir a massa gorda. Este grupo de drogas é conhecido pela sua capacidade

de controlar a distribuição de fibras musculares e de aumentar o ritmo cardíaco,

aumentando o fluxo de sangue para músculos e cérebro. Tem como efeitos

secundários o aparecimento de insónias, agressividade, tremores e náuseas,

falta de concentração, distúrbios psíquicos, aumento da pressão arterial e

problemas cardiovasculares.

Glucocorticoesteróides

Os glucocorticosteróides facilitam a recuperação do atleta após o esforço. Apesar

disso, essa substância pode vir a provocar ao desportista insónias, hipertensão

arterial, azia, lesões musculares e ósseas, dificuldade de cicatrização,

agressividade e problemas cardiovasculares.

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Canabinóides

Estas substâncias são ingeridas pelos atletas, de modo a diminuírem a

ansiedade antes da competição. Podemos, no entanto, referir a diminuição da

atenção, o aumento da frequência cardíaca, tumores, inflamações, perda de

memória e alucinações como sendo os efeitos secundários desta droga.

Teste anti-doping

Os testes de doping realizam-se através da urina. Isto deve-se ao facto da urina

transportar todas as impurezas do corpo, inclusive drogas que, por ventura,

tenham sido tomadas.

A principal função da urina é a eliminação da amónia, que surge quando as

células produzem proteínas. A amónia é tóxica e, por isso, deve ser eliminada

rapidamente. Então o nosso organismo transporta-a até o fígado, onde ela é

transformada em ureia. A ureia, por sua vez, é menos solúvel e menos tóxica.

Quando o sangue passa pelos rins, toda a ureia, restos de amónia, excessos de

sal, ácidos e outras impurezas são retiradas através de uma filtragem e

eliminados na forma de urina. Essa filtragem é muito importante, pois é ela que

mantém a composição do sangue.

Curiosidades

.

. Anderson Silva

. Em 2006 Lance Armstrong, após vencer um câncer foi vencedor sete vezes

consecutivas da volta à França, principal prova do ciclismo mundial admitiram

tomar EPO. Durante a pré-época, cerca de um litro de sangue enriquecido

com glóbulos vermelhos devido a EPO era recolhido, sendo meio litro

injectado antes do início da época e o outro meio litro a meio da volta,

quando o cansaço se começasse a notar. Depois disso houve várias

acusações a Armstrong, nomeadamente pelo facto de ele ter usado o

pretexto de cancro nos testículos para tomar ou encobrir drogas ilegais.

. Rebeca Gusmão - No fim de 2007 foi confirmado o doping da nadadora.

A federação suspendeu a atleta por dois anos, mas Rebeca recorreu

para tentar reverter a pena. No entanto, foi considerada culpada

novamente e acabou banida do esporte, já que a Agência Mundial

Antidoping permite que um atleta seja condenado no máximo uma

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vez. Longe da natação, em 2008, começou a jogar futebol. Em 2009,

Rebeca foi absolvida da acusação de falsidade ideológica por utilizar

urina de outra pessoa

. Maurren Maggi - Poucos dias antes do Pan de Santo Domingo, em

2003, a atleta foi suspensa da competição acusada de doping positivo.

Maurren alegou que não sabia da presença da substância clostebol na

composição de um creme cicatrizante, aplicado após uma sessão de

depilação definitiva. Suspensa por dois anos, Maurren ficou de fora de

Atenas 2004

Conclusão

Este trabalho foi realizado com empenho e cumpriu as expectativas propostas à

partida. Ao concretizá-lo, percebemos que o doping é um problema demasiado

preocupante na actualidade, e que muitos atletas quebram o fundamento da

prática de desporto, utilizando drogas para melhorar as suas prestações.

Pretendemos basicamente alertar os leitores quanto aos efeitos que as

substâncias dopantes têm no corpo humano, tentando influenciá-los à não-

prática de doping.

Posto isto, foi de tamanho interesse elaborar este trabalho, devido à pesquisa

feita e ao nível de conhecimento adquirido.

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Em busca do corpo ideal, cresce o uso de substâncias como anabolizantes, suplementos e termogênicosA promessa é de ganho de massa muscular e energia, além da queima de gordura. Nos consultórios médicos, no entanto, pacientes tentam sanar problemas no fígado, rins e nos músculos

A “ditadura do corpo perfeito”, pregada a ferro e fogo pela sociedade, tem se transformado em armadilha para aqueles que acreditam que a felicidade está em músculos grandes, em corpos magros e sem gordura. Em busca da beleza escultural, homens e mulheres ingerem e injetam substâncias capazes de fazer milagres. Por um lado, deixam o corpo bonito, forte e aparentemente saudável em pouco tempo. Em contrapartida, os produtos cobram um preço alto por isso: funcionam como um tsunami interno no organismo, causando doenças graves e, em alguns casos, até a morte. Preocupados com o cenário que já se tornou uma obsessão global, muitos especialistas dizem tentar convencer as pessoas sobre os riscos que correm, mas o esforço, segundo contam, tem sido em vão, principalmente entre os jovens que buscam essa fórmula da beleza a qualquer custo.

Recentemente, o Brasil se chocou com o relato da ex-BBB Maria Melilo sobre seu estado de saúde. No mês passado, ela precisou retirar quase 70% do fígado por causa de um câncer provavelmente provocado pelo uso de anabolizantes durante 10 anos. Outro famoso que faz parte desse drama é o cantor baiano Netinho, que, no início do ano, foi internado em estado grave com forte dor abdominal, em função de uma hemorragia no fígado. De acordo com médicos, tudo leva a crer que seu quadro também foi provocado pelo uso de anabolizantes. "As pessoas estão cada vez mais apostando que a felicidade está no físico e no culto ao corpo. Há uma

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necessidade muito grande de cuidar da casca e elas acabam se tornando dependentes de substâncias que podem se transformar em um verdadeiro veneno", alerta a especialista em nutrição clínica e alimentação detox Juliana Nakabayashi.

Recentemente, o Brasil se chocou com o relato da ex-BBB Maria Melilo. No mês passado, ela precisou retirar quase 70% do fígado por causa de um câncer provavelmente provocado pelo uso de anabolizantes

Segundo o cardiologista e médico do esporte do Minas Tênis Clube e do Clube Atlético Mineiro Haroldo Christo Aleixo, sempre há casos de internação grave devido ao uso dessas substâncias. Recentemente, vários jovens foram internados em Belo Horizonte, conforme destaca Haroldo. "Quando você vê essas pessoas, elas estão bonitas por fora, porém, perderam o limite e o medo. Usam estimulantes, anabolizantes e medicações perigosas", alerta o médico, já preocupado com a proporção que isso tem tomado. "Os usuários já sabem que sofrerão efeitos colaterais como calvície ou acne e, quando os efeitos demoram a aparecer, eles pensam que os anabolizantes não estão funcionando. Daí, aumentam a dose", lamenta.

Segundo explica Haroldo, o esteroide anabolizante, assim chamado, é usado com o objetivo de aumentar a massa muscular. "Mas há uma série de efeitos colaterais. Um deles, que temos observado com maior incidência em pacientes, é a hepatite. O fígado é o órgão que metaboliza essas substâncias, mas essas megadoses superam sua capacidade de trabalho, sobrecarregando o órgão e podendo levar à falência hepática ou até à morte do indivíduo”, alerta. Um dos perigos para quem toma os anabolizantes, segundo lembra o médico, é a falsa segurança de dizer que “faz exames regulares no corpo”. “Muitos argumentam que estão com acompanhamento médico e fazem exames de rotina, porém, não existe essa segurança. Quando o problema surge é tão rápido que ao se manifestar em exames é porque ele já está ocorrendo há um tempo”, diz.

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NADA DE INOCÊNCIA Mas nessa história os anabolizantes não são os únicos vilões. Os aparentemente inocentes suplementos também representam riscos, segundo os especialistas. “Eles têm a função de complementar a alimentação, muitas vezes com substâncias que vão auxiliar na queima de gordura. Há riscos de problemas renais, insônia e irritabilidade”, avisa a nutricionista Juliana Nakabayashi, lembrando que não é preciso fazer uso disso, uma vez que por meio de uma boa alimentação se conseguem os resultados. "O problema é que as pessoas querem alcançar seus objetivos muito rapidamente e acabam contaminadas pelo ambiente de academia", critica.

Segundo destaca o cardiologista Haroldo Aleixo, hoje em dia o uso dos suplementos está tão enraizado que as pessoas já não acreditam que possam ser saudáveis sem eles. "Tive um cliente atleta que afirmou ser impossível ser atleta hoje em dia sem usar suplementos. Disse a ele que Pelé e Garrincha nem sabiam o que era isso", comenta. O médico destaca que os suplementos normais têm riscos menores, mas não podem ser negligenciados.

Em junho deste ano, um professor de fisiculturismo foi preso em uma blitz no Anel Rodoviário de Belo Horizonte com uma carga de anabolizantes, seringas, frascos e agulhas. Mas os anabolizantes não são os únicos vilões

SOBRECARGA "Uma pessoa deve ingerir uma taxa de proteína de 1 a 2 gramas por quilo. Ou seja, se ela pesa 50 quilos, deve comer por dia 100 gramas. Mas, quando se ultrapassa essa quantidade, o excesso pode sobrecarregar ou lesar os rins a longo prazo", esclarece. Uma das febres entre os suplementos são os termogênicos, que oferecem energia e uma queima rápida de gordura aos usuários. "Esses estimulantes provocam arritmias cardíacas. Hoje em dia está difícil convencer esses usuários sobre esse problema", acrescenta Haroldo.

Outro alerta recai sobre os produtos naturais. "O grande problema deles é que eles entram para o mercado e para o modismo, assumindo funções antes de serem testados cientificamente", critica Haroldo, que acrescenta: "Temos que ficar atentos

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também para a indicação de produtos por profissionais que recebem alguns benefícios ao prescrever aquela fórmula". Para ele, ninguém precisa de suplementos. "A resposta para ter saúde e um corpo bacana está na alimentação adequada."

Muito exagero nas atividades físicas Além de todas as substâncias ingeridas por quem busca o corpo perfeito, há a dedicação extrema aos exercícios físicos. Aos 34 anos, a consultora de moda Tatiana Ferragini teve que largar a corrida, a academia e as aulas de muay thai. Ela desenvolveu hérnia de disco e, segundo muitos médicos, o problema pode ter sido causado pelo excesso de atividades físicas. Hoje, fazendo fisioterapia, ela reconhece que, muitas vezes, durante seus treinos, tentou ultrapassar os limites do corpo. "Você sente aquela dorzinha, mas quer mais", conta. Tatiana diz que já usou termogênicos para ter energia e queimar gorduras. "Uma nutricionista foi quem me passou. Mas não tomei muito. Sei que isso já virou febre nas academias."

De acordo com o fisioterapeuta e especialista em coluna vertebral da clínica FortaleSer/ITC Vertebral Rodrigo Moura, com o fim do ano há aumento de lesões causadas por exercícios físicos. "As pessoas tentam compensar em um período de dois e três meses um ano parado", comenta, lembrando que o excesso muitas vezes é motivado por outros fatores, como os medicamentos tomados para o corpo ideal. "Com os estimulantes, por exemplo, a pessoa se sente com mais energia e vai ultrapassando os limites corporais. É uma energia perigosa, pois os músculos e tendões podem não estar preparados para esse treinamento. O efeitos podem ser desde uma lombalgia mais simples até uma patologia grave, que deixa a pessoa incapacitada." O ideal, segundo ele, é fazer atividades físicas sem o consumo de substâncias e de forma gradual.

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Vigorexiapublicidade

A vigorexia, transtorno dismórfico muscular ou Síndrome de Adonis, é uma doença psicológica caracterizada por uma insatisfação constante com o corpo, que afeta principalmente os homens, levando-os à prática exaustiva de exercícios físicos.

Sintomas da vigorexia

O principal sintoma da vigorexia é o fato de o indivíduo estar em ótima forma física e continuar achando que seu corpo é inadequado, por ser muito fraco. Outros sintomas são:

Dor muscular persistente por todo o corpo

Cansaço ao extremo

Irritabilidade

Depressão

Anorexia/ Dieta muito restritiva

Insônia

Aumento da frequência cardíaca ao repouso

Menor desempenho durante o contato íntimo

Sentimento de inferioridade

Por norma, os vigoréticos adotam uma alimentação muito restritiva e passam a eliminar o consumo de gorduras, exagerando no consumo de alimentos ricos em proteínas, com vistas no aumento da massa muscular. É comum que eles também abusem dos anabolizantes.

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Eles ficam sempre insatisfeitos com os resultados, vendo-se como indivíduos muito magros, apesar de serem muito fortes e terem músculos muito bem desenvolvidos. Por isso, a vigorexia é considerada um tipo de Transtorno Obsessivo Compulsivo e necessita de tratamento.

Causas da vigorexia

As causas da vigorexia são psicológicas, mas acredita-se que possa haver alguma relação com os neurotransmissores do sistema nervoso central, pois alguns casos de vigorexia foram precedidos por doenças como meningite ou encefalite.

Consequências da vigorexia

Com o passar do tempo, a vigorexia pode gerar consequências danosas ao organismo, como insuficiência renal ou hepática, problemas de circulação sanguínea e depressão.

Se houver abuso do uso de anabolizantes, pode haver doenças cardiovasculares envolvidas, câncer de próstata e diminuição do tecido testicular.

Tratamento para vigorexia

O tratamento mais indicado em caso de vigorexia é a psicoterapia, cujos objetivos serão fazer o indivíduo aceitar-se como realmente é e aumentar a sua autoestima. Além disso, pode ser necessário tomar medicamentos à base de Serotonina e uma alimentação equilibrada, orientada por um nutricionista.

Links úteis: Ortorexia

Anorexia

Bulimia

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Sintomas de Tendinite

Alfuzosina

Drenagem linfática emagrece

Perfeição corporal

Com a evolução das mídias, a imagem passou a ser supervalorizada, tendo como carro-chefe o cinema que faz da estética como algo primordial. No entanto, os padrões estéticos corporais variam de acordo com as características culturais de cada povo, além de sofrerem modificações no decorrer das gerações. Na verdade, eles desejam realização pessoal, e des-locam este anseio para o culto ao corpo e a perfeição corporal. A importância que a sociedade demonstra em relação à aparência física é notória na atualidade. Isso pode ser demonstrado, em parte, pela grande presença das matérias relacionadas à saúde, alimentação e exercício físico em qualquer veículo de comunicação (ASSUNÇÃO, 2002).

Ao iniciar qualquer programa de treinamento o indivíduo deve se submeter a uma avaliação, essencial para o planejamento adequado do treino. Muitos têm a saúde como motivador principal, outros a prevenção ou reabilitação de lesões. Porém, a maioria expressa que seu maior objetivo é o estético.

Entre as respostas, invariavelmente aparecem expressões como: "melhora do tônus muscular", "perda da flacidez", "aumento da massa muscular", "perda de gordura corporal", "definição", entre outras. Estas respostas refletem o desejo de tornar o corpo mais atraente aos próprios olhos e às opiniões alheias, atingindo padrões estéticos apresentados pela mídia e por conseqüência, pela maioria das pessoas (TRINDADE, 2005).

Do ponto de vista psiquiátrico, observamos vários transtornos relacionados a esta obsessão por um corpo escultural. Pessoas muito deprimidas e obsessivas que, de forma rigorosa, cen-tralizam suas vidas em torno da questão da imagem e acabam tendo uma distorção da avaliação da imagem do seu próprio corpo. Algumas tentam controlar o peso com restrição

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alimentar e desenvolvem quadros de anorexia nervosa, outras, por não conseguirem suportar longos períodos de fome e jejum, cedem à compulsão alimentar e expulsam a culpa com vômitos – transtorno denominado bulimia.

Ao contrário das mulheres que procuram tornarem-se magras, indivíduos do sexo masculino preocupam-se em se tornarem cada vez mais fortes e musculosos. A dismorfia muscular, quadro associado à distorção de imagem corporal em homens, parece ser uma resposta equivalente àquela feminina em se adequar ao padrão corporal ideal, descrito e apreciado socialmente. Este sintoma está relacionado a padrões de alimentação específicos, geralmente compostos de dieta hiperprotéica além de inúmeros suplementos alimentares a base de aminoácidos ou substâncias para aumentar o rendimento físico. A atividade física pode ser realizada de forma excessiva, inclusive causando prejuízos nos funcionamentos social, ocupacional e recreativo do indivíduo, chegando a ocupar de 4 a 5 horas por dia. . Os possíveis ganhos musculares são checados exaustivamente chegando a 13 vezes ao dia (ASSUNÇÃO, 2002).

No mundo do esporte culturista, a definição corporal é representada por um corpo com muito pouca gordura aparente, fundamental para a visualização dos planos musculares (TRINDADE, 2005).

O aumento dos músculos e a sua manutenção tornam-se uma obsessão para os fisiculturistas, que competem entre si, comparando suas medidas de braços e pernas e passando a não poupar esforços para atingir um corpo ideal.

Um indivíduo com dismorfia muscular envolve uma preocupação de não ser suficientemente forte e musculoso em todas as partes do corpo (ASSUNÇÃO, 2002).

Em função dessa obsessão pela busca do corpo escultural, o indivíduo acaba buscando métodos, substâncias e/ou equipamentos que promovam ganhos além dos propiciados pelo treinamento. Algumas destas substâncias são conhecidas como hormônios esteróides e outros com propriedades anabolizantes.

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A BUSCA DO “CORPO PERFEITO”

Fabio Aires da Cunha

Busca do corpo perfeito, beleza a qualquer custo, culto a estética, termos em alta no meio das academias e dos praticantes de atividade física. Mas é aí que mora o perigo. O problema não é focar nesses objetivos e sim como alcançá-los. Quando se fala em saúde, os meios não justificam os fins.

Todos querem um corpo legal com saúde, e isso pode ser conseguido. Praticando exercícios com acompanhamento de um profissional qualificado e controlando a alimentação pode-se alcançar os efeitos desejados. Os grandes problemas são o excesso e a impaciência, ou seja, muitos querem chegar ao “corpo perfeito” muito rápido.

Cada pessoa tem um ritmo e uma velocidade para atingir o desenvolvimento físico do corpo. Existem limitações físicas, fisiológicas e genéticas. Não adianta pensar que o que serviu para A servirá para B e vice-versa. O treino deve ser individualizado.

A orientação e a condução dos treinamentos por um profissional capacitado é fundamental para o desenvolvimento harmonioso do corpo e sem risco à saúde. Muitos profissionais estão se especializando nessa área para oferecer o melhor serviço. O aluno tem o direito e o dever de exigir que o professor possua conhecimento teórico e prático, inclusive com o devido registro profissional no CREF (Conselho Regional de Educação Física).

Quando se fala em culto ao corpo perfeito, logo o que vem a cabeça são os anabolizantes. Essa é uma palavra que está muito associada a academia, a jovens buscando um corpo perfeito, a

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vaidade pessoal. Infelizmente muitas pessoas ainda utilizam esses artifícios para um ganho rápido de massa muscular e/ou perda de gordura corporal. Para alguns casos de problemas de saúde, pode ser recomendado o uso de esteroides anabolizantes, mas sempre com controle e prescrição médica.

O uso dos anabolizantes trará benefícios estéticos a curto prazo, mas poderá ocasionar problemas graves e irreversíveis à saúde ao longo do tempo. Só para citar alguns desses efeitos colaterais: aumento da pressão arterial; hipertrofia da próstata que pode ocasionar impotência; insônia; cefaleia (dor de cabeça); ginecomastia (excessivo aumento dos mamilos em homens); câncer; limitação do crescimento; aumento do colesterol; arritmia cardíaca; hepatoxidade (problemas ou lesões no fígado) e morte súbita. Alguns problemas são reversíveis e outros não, como a morte.

Mesmo com esses efeitos nocivos as pessoas se arriscam por uma vaidade pessoal. É o perfil do mundo globalizado do século XXI. A falta de tempo é uma desculpa muito usada pelos praticantes de atividade física. A verdade é que as pessoas não têm paciência para uma melhora gradual, por meio de um treinamento planificado e uma dieta balanceada.

Quando se pensa primeiro na saúde e depois na estética, você acaba atingindo os dois objetivos, tem uma vida mais confortável e equilibrada e, em consequência, terá um corpo bonito.

Não tende imitar ou se basear em atletas profissionais. O treinamento para o esporte de competição, para o esporte de resultado não é sinônimo de saúde. Nem sempre atletas profissionais tem saúde, pelo contrário, muitas modalidades podem abreviar a vida do indivíduo.

Portanto, o problema não é pensar na estética ou buscar um corpo bonito, o problema é como atingi-los e em quanto tempo. Lembre-se, quando se fala em saúde, a pressa e o exagero são inimigos da perfeição, aliás... Nem sei se existe perfeição.