Dos Faraos a Fisica Quantica (Ricardo Di Bernardi)

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  • Introduo

    Ao longo da Historia, civilizaes se destruram, inundaram-se

    cidades e campos, em verdadeiros rios de sangue e lgrimas, em nome de

    instituies religiosas que se antagonizaram Sob bandeiras das mais

    diversas cores e emblemas, que traduziam significados diversos, mas na

    realidade expressavam, acima de tudo, posies de egosmo e orgulho,

    exrcitos se trucidaram mutuamente arrastando consigo legies de civis

    que, incautos, foram envolvidos ou inocentemente manipulados em seus

    sentimentos e emoes religiosas.

    O homem tem procurado perceber sempre as diferenas entre

    povos e religies, observando apenas as diversidades e pouco

    aprendendo sobre o seu semelhante, supervalorizando suas diferenas

    at o ponto da incompatibilizao total com as demais filosofias

    religiosas O desejo de poder, aliado ao temor da perda de tem criado, ao

    longo da histria das civiliza s, os mais absurdos conflitos entre povos

    irmos.

    Estudando, rapidamente, os chamados livros sagrados, desde o

    alcoro com suas interessantes Suras, at a Bblia, passando por

    diversas obras do ocidente e oriente, surpreendemo-nos com a

    semelhana de determinados conceitos expressos em toda a literatura

    pesquisada. Conceitos esses que a cincia moderna, atravs da fsica

    quntica, os faz renascer com novo enfoque, mas mesma essncia.

    Procurando estabelecer um estudo comparativo sobre a

    concepo da Reencarnao, chegamos a concluso de que se no

    tivessem os homens, no decorrer dos sculos, criado a torre de Babel

    dos interesses pessoais, parece mesmo que a linguagem seria nica...

  • Sumrio

    Introduo

    1. Bramanismo e Reencarnao

    2. Jainismo

    3. Siquismo

    4. Budismo

    5. A Religio dos Egpcios Primitivos

    6. Zoroastrismo

    7. Maniquesmo

    8. Judasmo

    9. Islamismo

    10. Sufismo

    11. O Espiritismo

    12. A Ordem Rosa-Cruz

    13. Teosofia

    14. Projeciologia

    15. Seicho-No-I

    16. Psicanlise

    17. Parapsicologia

    18. Antroposofia

    19. Logosofia

    20. Cristianismo

    21. Fsica Quntica

    22. Fsica Quntica e Reencarnao

    23. Concluso

    24. Posfcio por Francisco Fialho

    25. Referncias Bibliogrficas

  • 1.BramanismoeReencarnao

    Considera-se o Bramanismo, ou como preferem alguns autores,

    Hindusmo, a religio mais antiga do planeta Terra. Citemos de forma

    condensada os aspectos bsicos desta religio. Brama a causa, o ser, a

    essncia do Universo e, segundo o Bramanismo, no possvel

    conceitu-lo nem explic-lo, apenas senti-lo. Os primeiros livros

    sagrados da religio brmane so os Vedas os quais so completados em

    seguida pelos Upanichades. O Bramanismo foi a primeira religio a

    conceber a idia da evoluo da mnada ou princpio espiritual incrusta

    do em todas as criaturas, no ser humano, j se refere ao Ego. Na viso

    brmane, fala-se em trs aspectos do componente espiritual. So eles:

    Sat, Ananda e Chit. No reino mineral que surge Sat, ou seja, a

    manifestao de Brama significando apenas existncia. Ananda e Chit

    s existem em estado latente. No reino vegetal Ananda, que a

    manifestao de Brama na fase da sensibilidade, principia o seu

    despertar e posteriormente, no transcorrer da evoluo, originar uma

    forma superior de manifestao nos animais. No mundo animal h o

    incio de Chit que a manifestao de Brama na fase do conhecimento.

    No reino humano, segundo as raas e os indivduos, Sat, Ananda e

    Chit se evidenciam com maior ou menor expresso. A finalidade da

    evoluo desses trs aspectos a identificao do homem com Brama ou

    a plenitude da sabedoria.

  • O ciclo das Reencarnaes que torna vivel a pretendida

    identificao com Brama. O Bramanismo se refere ao lento e incessante

    girar da roda dos nasci mentos e mortes, com a passagem pelos trs

    mundos: o fsico, o astral e o mental, at que chegue a libertao, O

    objetivo de todas as escolas do Bramanismo essa libertao da roda

    dos nascimentos e mortes, a qual denomina SANSARA, o que

    corresponde as Re encarnaes sucessivas.

    Uma palavra snscrita, Carma que significa ao, uma lei

    eterna e imutvel, e determina o ciclo das existncias. a lei de e efeito,

    demrito, de semeadura e colheita, no sentido de que a colheita depende

    obrigatoriamente da semeadura.

    A responsabilidade por suas atitudes cabe sempre ao homem,

    segundo a lei do carma. Os atos praticados so, efetivamente, a causa,

    produzindo efeito idntico. Essa lei explica o destino do homem como

    trama por ele prprio urdida, no fala propriamente em castigo ou

    recompensa, apenas relata a justa e inexorvel conseqncia de atos

    bons ou maus por ele praticados. a lei atuando dentro do mais rgido

    esprito de justia.

    O carma no prev o envio do indivduo faltoso s penas

    eternas (como o inferno por ex.), mas, atravs do ciclo das existncias,

    oportuniza-lhe a possibilidade de anular ou atenuar pela ao

    construtiva, o mau carma que criou para si prprio. Frente s

    adversidades da vida e das injustias aprende o homem a ser generoso e

    justo. Vida aps vida, o trabalho regenerador, o burilamento, por assim

    dizer, do esprito, vai-se efetuando paulatinamente e na dependncia

    nica e exclusiva do esforo da prpria pessoa. Segundo o bramanismo

    cabe ao homem encurtar ou prolongar seu perodo de evoluo.

  • Na concepo brmane, no h fatalismo no carma, porque ao

    homem conferido o livre arbtrio que lhe propicia tomar decises que

    permitam seja o carma reduzido e at esgotado precocemente. A

    Reencarnao , portanto, a oportunidade renovada de dirigir o ser

    humano para os elevados fins de sua criao, ou seja, a identificao

    com o Criador.

    As escrituras sagradas dos hindus, os Vedas, remontam a

    datas muito recuadas. O mais antigo, e o mais importante deles, o

    Rigveda, deve ter sido escrito 10.000 anos a.C.

    Os Upanishades, palavra snscrita que significa sentar-se ao

    lado, so considerados como concluso dos Vedas. Existe na literatura

    sagrada do Bramanismo referncia clara e minuciosa sobre as vidas

    sucessivas e progressivas. As escrituras hindus no fazem qualquer

    meno a regresso ou involuo, ficando esta crena para a mente

    crdula e supersticiosa do povo menos esclarecido que interpretou certas

    alegorias, como a possibilidade de homens reencarnar em animais.

    Referncias mal intencionadas tambm podem ser encontradas em

    literaturas que procuram denegrir a imagem do Hindusmo,

    correlacionando esta religio com as absurdas reencarnaes em

    espcies animais, de espritos humanos.

  • 2.Jainismo

    Logo aps o Bramanismo necessrio que se comente o

    Jainismo, por ter o mesmo surgido como um ramo derivado de uma

    diversificao dos brmanes. Embora no to antigos quanto os

    hindustas, os janas, que o nome atribudo aos partidrios do

    jainismo, comearam o seu movimento religioso aproximadamente 600

    anos a.C. Caracterizam-se por ser uma rica e influente derivao do

    hindusmo (= bramanismo), com o qual se identificam na aceitao da

    eternidade da matria e do esprito. Denominam de Draya a matria e

    Jiva ao esprito. Ambos possuam a caracterstica da eternidade, no

    sentido da inexistncia de princpio e fim para os mesmos.

    O fundador deste movimento religioso passou a histria como

    mestre Mahavira, e viveu a mesma poca de Buda. Mahavira se tornou

    vencedor sobre as misrias da vida, assumindo assim a denominao

    Jina. Desta denominao proveio a palavra Jaina, que representa o

    partidrio do Jainismo.

    No que se refere ao nosso estudo comparativo sobre as

    concepes da Reencarnao, conforme os jainas, Jiva (o esprito) tem

    sua evoluo atravs dos nascimentos sucessivos e igualmente pela lei

    do Carma. Talvez pela contemporaneidade com Buda, h muitos

    aspectos semelhantes entre a filosofia de vida dos jainas e budistas. Hoje

    os jainas contam a milhes de adeptos, localizados principalmente na

    ndia.

    Um dos aspectos notrios na filosofia jaina a questo da no

    violncia. Os ascetas jainas tem por norma respeitar a todo ser vivente, o

    que inclui at os insetos que no eliminam.

  • Os templos jainas so famosos pela beleza arquitetnica, sendo

    o do monte Abu, riqussimo e considerado como uma das maravilhas da

    ndia.

    Transcrevemos um trecho do livro Filosofia Jainista, do autor

    Dr. Mohan Lai Mehta:

    Nossa vida presente nada mais do que um elo da grande

    cadeia do circuito transmigratrio. A doutrina do carma perde a

    significao se estiver ausente uma doutrina de transmigrao

    amplamente desenvolvida. A alma, que passa atravs de vrios estgios

    de nascimento e morte, no deve ser tida como uma coleo de hbitos e

    atitudes. Ela existe sob a forma de entidade independente, qual todos

    esses hbitos e atitudes pertencem. entidade espiritual e imaterial,

    mostrando-se permanente e eterna em meio a todas as modificaes.

    3.Siquismo

    O Siquismo considerado como uma das sete grandes religies

    do planeta em termos de nmero de adeptos, sendo muito mais recente

    que o Bramanismo e o Jainismo, pois contradio ter sido o Siquismo

    fundado por Nanak, nascido em 1469 e falecido 72 anos mais tarde.

    Nanak, desde a infncia, apresentava-se como uma criatura

    voltada meditao e filosofia. Possua dons de captar telepaticamente

    os pensamentos dos presentes, tendo dado inmeras e espontneas com

    provaes no decorrer de sua vida.

  • A comunidade dos siquis, palavra que significa discpulo,

    desenvolveu-se inicialmente ao norte da ndia, na regio do Punjab. Sua

    cidade santa denominada Amritsar, onde o quinto sucessor de Nanak

    levantou um templo de ouro para o centro das reunies. Os religiosos

    siquis tiveram, no sexto sucessor de Nanak, um lder que se notabilizou

    pela luta contra as castas na ndia. As castas indianas correspondiam a

    camadas sociais hereditrias, cujos membros compunham uma mesma

    raa, etnia, profisso ou religio, e se casavam entre si, exclusivamente.

    A Inteno de Nanak era reunir, em uma s religio, os

    brmanes e muulmanos, aceitando dos primeiros, a doutrina da

    Reencarnao e dos segundos, a misso de Maom.

    Apesar dos esforos, ocorreram inmeras guerras e rixas com

    os muulmanos na ndia, no acontecendo a unio pretendida. Hoje so

    diversos milhes de seguidores, em sua maioria radicados no territrio

    indiano.

    O cdigo de moral dos siquis elevado, tornando seus adeptos

    compassivos, tolerantes e benevolentes. No que concerne ao nosso

    estudo comparativo, tambm admitem a Reencarnao e o Carma, alm

    da identidade do esprito humano com Deus. Para os seguidores do

    Siquismo, o ciclo das existncias se realiza pela prpria identificao do

    esprito com o meio ambiente, o que determina, aps a morte, um novo

    renascimento. Quando o ser humano estiver vivendo na Terra voltado

    para a beatitude da eternidade celestial, ficar livre do samsara ou

    roda das encarnaes.

  • 4.Budismo

    O Budismo teve seu bero na ndia, propagando- se

    celeremente pela China, Tibete, Ceilo, Birmnia e Japo, chegando a

    atingir 33% da populao mundial. Com relao a figura de seu

    fundador, Gautama, o Buda, e sobre o budismo, h muitas informaes

    contraditrias e, sobretudo, tendenciosas que parecem visar denegrir sua

    imagem. Uma destas verses atribui a morte de Buda a uma indigesto

    por carne de porco, quando Buda era vegetariano e abstmio.

    Sidharta Gautama nasceu no sculo VI a.C., filho de um rei

    que governava o reino Kapilavasta, nos Himalaias; foi, desde cedo,

    instrudo por um sbio chamado Vivamitra.

    Gautama demonstrou sempre um elevado potencial intuitivo e

    precocemente, apesar do austero controle do seu pai, procurou se

    informar sobre as reais condies de vida alm dos muros palacianos.

    Decidiu descobrir a causa da dor e da morte e partindo destas idias

    iniciais meditou profundamente. Foi quando recebeu a iluminao e

    passou a ser Buda, palavra que significa iluminado ou sbio.

    O Budismo no distingue castas, cinco so os seus

    mandamentos:

    No matar;

    No roubar;

    No mentir;

    No faltar a castidade;

    No embriagar-se.

  • Conforme a concepo budista, o ciclo das existncias que

    deve levar ao Nirvana, que no , de forma alguma, conforme muitos

    acreditam, a extino de tudo, embora a palavra nirvame que significa

    extinguir-se seja a raiz da qual derivou Nirvana. Nirvana ex prime

    identificao porque mostra claramente a identificao do esprito

    humano com Deus, o que requer a extino da personalidade.

    So pensamentos budistas:

    Quando o esprito humano se identifica com Deus, deixa de

    ser esprito individual, conserva a indestrutvel conscincia de si mesmo

    em unidade com todos os seres, no Deus Ab soluto, isto , o Nirvana.

    Tal identificao, segundo o budismo, e alcanada libertao

    do ciclo de existncias, da srie lenta e sucessiva de reencarnaes.

    Disse Buda: Considera-se um brmane, um homem que tem

    conhecimento da morte e dos renascimentos de todos os seres, o que

    conhece suas vidas pregressas, o cu e o inferno, aquele que chegou ao

    fim da corrente dos nascimentos, e dono da sabedoria, tendo realizado

    tudo quanto deve ser realizado

    Aps muitos anos de isolamento e profunda meditao, as

    concluses de Buda so resumidas em quatro verdades nobres e oito

    trilhas.

    As quatro verdades nobres so:

    1- Todo Viver Dor

    2- O Sofrimento vem da cobia e do desejo.

    3- A Libertao do sofrimento vem da cessao do desejo

    4- O Caminho para a supresso do desejo a Senda das oito

    trilhas..

    As Oito Trilhas so:

  • 1 - A Crena Reta.

    2 - A Resoluo Reta.

    3 -O Falar Reto.

    4 -A Conduta Reta.

    5 -A Ocupao Reta.

    6 -O Esforo Reto.

    7 - A Contemplao Reta.

    8 - A Concentrao Reta.

    As Escritas Sagradas do Budismo so denominadas de

    Tripitaka, o que significa Trs Cestos. Abordam elas as normas

    reservadas aos monges budistas, os sermes atribudos a Buda, as

    diversas passagens da biografia de Buda, e os provrbios e mximas que

    edificam os valores ticos do homem. Os menciona dos livros apresentam

    partes escritas em prosa e outras em verso, constituindo o mais

    volumoso acervo de escrituras religiosas que se tem notcia no mundo.

    O Budismo, em funo de sua Antigidade e expanso, sofreu

    algumas ramificaes, sendo a dicotomizao nas escolas de Hinayana e

    Mahayana a principal delas. O conceito da pluralidade das existncias,

    ou seja, da Reencarnao, apesar das ramificaes existentes,

    permaneceu aceito por todos os budistas.

  • 5AReligiodosEgpciosprimitivos

    Conforme nos informam os estudiosos das religies, no

    possvel se designar uma religio egpcia, mas um panteo de deuses

    maiores ou menores aos quais eram dedicados cultos especficos em

    diversas regies do Egito A crena nos renascimentos era comum nessa

    civilizao e, alem da Reencarnao, alguns grupos, ou mesmo a nvel

    popular, acreditavam na Metempsicose que, conforme sabemos

    corresponderia a noo invertida da Reencarnao, sem seu aspecto

    eminentemente evolutivo Segundo a Metempsicose seria possvel

    renascer em animais um esprito j evoludo a condio humana Um

    retrocesso, portanto Os Egpcios consideravam que o homem, alm do

    corpo fsico, tem um corpo espiritual que chamavam de Ka, e uma

    essncia espiritual ou esprito Os sacerdotes ou iniciados tinham a noo

    de que a salvao no estava no culto exterior, mas no prprio interior do

    homem, e diziam: O corao de um homem o seu prprio Deus

    Na histria do Egito se destaca a figura de Hermes Trimegisto

    que certos autores chamam de filsofo egpcio, O termo Trimegisto

    significa trs vezes grande, pela sua erudio nos diversos ramos da

    cultura humana. Seus aforismos, mximas ou sentenas de

    interpretao difcil, sempre com sentido esotrico, originaram a

    designao hermtico. Chama-se, ainda hoje, de hermtico a tudo que

    dificilmente interpretado ou de difcil abertura. Cincias Hermticas

    equivalem a cincias ocultas ou fechadas a um grupo.

    O Livro dos Mortos tem sido atribudo a Hermes Trimegisto. Ele

    descreve a viagem da alma aps a morte, atravs de localizaes que so

    chamadas de Amenti.

  • Consideram-no autor de inmeros tratados religiosos, dos

    quais existem Fragmentos, divulgados pelos gregos e romanos, com

    provveis alteraes. Nos Fragmentos Hermticos h referncias, no

    muito claras, Reencarnao entre as quais citaremos a conversa do

    Deus Horus com sua me Isis. Neste dilogo, a deusa diz a Horus para

    se livrar da impresso de que as almas se dispersam no esprito

    universal e infinito, sem manter sua identidade e sem VOLTAR PARA

    SUA MORADA ANTERIOR.

    6.Zoroastrismo

    Os antigos persas tiveram em Zaratustra ou Zoroastro, o

    iniciador desta religio, que conhecida como Zoroastrismo, ou ainda,

    como Mazdesmo, Magismo, ou Parsismo.

    O nome Zaratustra significa estrela dourada, ou esplendor do

    sol. importante salientar que os parsis ou zoroastrianos no eram

    adoradores do fogo, como foi divulgado pelos seus adversrios, mas

    faziam do fogo o smbolo do Esprito Imortal e Puro. Seus templos no

    tm imagens, exceto o fogo para o culto simblico. Possuem um deus

    menor chamado Mitra que protege os homens, o qual em torno de 226

    a.C., chegou a ser o deus principal, gerando o mitrasmo.

    A mais antiga coleo de livros sagrados da Prsia se chama

    Zend-Avesta, cujo termo significa comentrio da revelao. Segundo uma

    lenda sagrada, os anjos levaram Zoroastro a Ahura-Mazda, que quer

    dizer, Senhor, grande sbio, e este revelaram-lhe as leis. Os chamados

    sacerdotes do Avesta constituam uma casta hereditria. A funo

    sacerdotal j era determinada ao nascimento.

  • A lei religiosa controlava rigidamente os lucros advindos do

    culto. A luta da fora do bem contra a fora do mal sempre foi um

    conceito fundamental para os adeptos do Zoroastrismo. O bem era

    representado por Ahura-Mazda, como Ormuz, uma entidade de aspecto

    luminoso, distribuidor da luz que ilumina, do fogo que aquece, e da

    gua que alivia a sede e fecunda os campos gerando alimento para os

    seres humanos. Ormuz servido pelos gnios do ar, do fogo, da gua, do

    sol, da lua, e das estrelas. O oponente de Ormuz simbolizado por

    Ahrimn, o Senhor dos gnios malignos ou espritos que destroem. H,

    na concepo do Mazdesmo, uma constante e perptua batalha entre

    Ahrimn e Ormuz, juntamente com seus auxiliares.

    No que se refere ao nosso estudo comparativo acerca da idia

    das vidas sucessivas, consideramos que a Reencarnao no parte

    integrante do credo Zoroastriano ou do Mitrasmo; no entanto, os

    modernos parsis, de uma forma pessoal, costumam fazer referncias s

    vidas anteriores.

    7Maniquesmo

    Cr-se ter sido originado na Babilnia atravs do seu fundador

    Mani ou Maniqueu. Para os maniquestas, tal qual aos cristos, era

    ensinado que todos os homens, seja de qual fosse a raa ou condio,

    seria dada a salvao. Religio de carter universalista, portanto. Mani

    desejou rever alguns conceitos ou leis do Zoroastrismo. Sua a levou ao

    rei da Prsia, Sapor I, no ano 242 d.C., a repeli-lo. Em funo desta

    dificuldade, passou Maniqueu a fazer viagens de pregao. Ao retornar

    Prsia, tendo insistido em suas idias, foi perseguido e crucificado pelo

    clero aos 60 anos de idade.

  • A concepo da bipolarizao, o bem e o o mal constitui a

    tnica do maniquesmo. O homem tem uma alma luminosa e um corpo

    escuro e, no fogo, a chama e fumaa simbolizam o dualismo eterno. No

    h imagens nem sacrifcios. As preces podem ser dirigidas ao Sol ou a

    Lua como manifestaes da Luz Universal. Os maniqueus admiravam as

    parbolas de Jesus e eram pessoas pacficas e tolerantes, o que no

    impediu que fossem muito perseguidos pelas outras religies. Santo

    Agostinho manifestou muito interesse no estudo do maniquesmo.

    No que se refere a expanso desta religio, houve uma

    expressiva disseminao pelo Turquesto, ndia e China. No ocidente, em

    290 d. C o imperador Deocleciano proibiu suas manifestaes.

    Na regio sul da Frana originou-se do maniquesmo uma

    poderosa seita, a dos ctaros ou albingenses, palavra que significa

    puros. A partir dessa regio, disseminaram-se por diversos pases

    europeus. Os albingenses existiram do sculo X at o sculo XIV, quando

    foram barbaramente destrudos pela Inquisio Crist.

    Para os albingenses, o mundo era uma espcie de local de

    purificao, ou pena, onde os seres humanos deveriam retornar vrias

    vezes, renascendo a fim de obter a completa reconciliao com o Senhor

    dos mundos, haja vista que, acreditavam na Salvao final de toda a

    humanidade, atravs das mltiplas oportunidades concedidas pela

    Reencarnao.

  • 8Judasmo

    Sabemos que o Velho Testamento de grande importncia para

    os judeus. Em que pese esta importncia, este livro poderia ser tambm

    considerado uma crnica da existncia histrica do povo hebreu. Como

    todas as escrituras ditas sagradas, o Velho Testamento tem um sentido

    esotrico, que est na Cabala, palavra que significa receber.

    A origem da Cabala no est muito bem esclarecida. Certos

    europeus argumentam que as verdades cabalsticas foram ditadas

    diretamente por Deus aos Mestres da Grande Loja Branca. Essa Grande

    Loja Branca seria uma fraternidade de homens que estaria

    espiritualmente muito mais elevada que o comum da humanidade.

    Residem, os membros desta fraternidade-. , em vrios planos, inclusive

    na Terra. Os mestres da Grande Loja Branca teriam a tarefa de difundir,

    tanto quanto possvel, os sentimentos de compaixo e a sabedoria a toda

    a humanidade.

    Alguns autores consideram que a Cabala est recompilada e

    publicada pelo rabino Moiss de Leon, em 1280, no Zohar, cujo texto

    original atribudo a Simeo Ben Jochai.

    Do Zohar, podemos citar o seguinte trecho:

    As almas devem reentrar na substncia absoluta da

    qual emergiram. Para chegar a essa finalidade, entretanto,

    devem desenvolver todas as perfeies, cujo germe foi

    plantado nelas. Se no cumpriram essa condio durante uma

    vida, devem comear outra, e uma terceira, e as sim por

    diante, at que adquiram a condio que as torne preparadas

    para sua reunio com Deus.

  • O Talmude outro livro, cdigo civil e religioso dos judeus, que

    serve de texto nas sinagogas para ensinar a lei de Moiss, segundo a

    tradio oral.

    Da Miscelnea Talmdica, do autor Hershon, so as citaes

    seguintes:

    A maioria das almas estando, presente mente, em

    estado de transmigrao, Deus d a um homem aquilo que ele

    mereceu numa vida passada em outro corpo... Aquele que

    deixa de observar qualquer dos 613 preceitos que lhe so

    possveis observar, est fadado a sofrer transmigrao (uma

    vez ou mais de uma vez), at que realmente tenha observado

    tudo quanto deixou de observar num estgio anterior de ser

    (Kitzur Shlu).

    Do filsofo judeu Philo, cognominado primeiro telogo, e

    estimado o maior da Escola de Alexandria de filsofos, citamos:

    O espao est repleto de almas. As que mais prximo

    se encontram da Terra descem para se ligar a corpos mortais

    e retornam em outros corpos, desejando viver neles.

    O Rabino Manasses Ben Israel, nascido em Portugal e fundador

    da moderna comunidade judaica da Inglaterra, foi quem conseguiu em

    1650 a revogao do dito de Eduardo 1, o qual proibia a permanncia

    dos judeus na Inglaterra. Diz Manasses Ben Israel em um de seus livros:

  • A crena ou doutrina da Reencarnao, da transmigrao das

    almas, firme e infalvel dogma aceito por toda a assemblia da nossa

    igreja, unanimente, de forma que nada exista que ouse negar isso. Na

    verdade, h um grande nmero de sbios, em Israel, que adere a essa

    doutrina, fazendo dela um dogma, um ponto fundamental de nossa

    religio. Estamos por tanto, no dever estrito de obedecer e aceitar esse

    dogma com aclamao, pois a verdade dele foi demonstrada,

    incontestavelmente, pelo Zohar e por todos os cabalistas.

    Se nos detivssemos em uma pesquisa mais alongada,

    poderamos obter maior nmero de referncias alusivas a pluralidade

    das existncias, ou seja, da doutrina da Reencarnao, no Judasmo.

    So inumes os historiadores e filsofos judeus que tecem consideraes

    ou se manifestam claramente favorveis a idia das vidas sucessivas.

    No deixamos de citar, de forma destacada, o didtico trabalho de Nair

    Lacerda em sua obra A Reencarnao atravs dos Sculos. A autora

    mostra inmeros depoimentos, tanto na primeira quanto na segunda

    parte da obra citada.

    Para os estudiosos do judasmo, portanto, a Re encarnao

    pode ser perfeitamente aceita com base nas mais diversas fontes da

    tradio judaica.

    9Islamismo

  • O Islamismo, tambm denominado maometismo em funo do

    seu fundador o profeta Maom, uma das religies mais importantes do

    planeta no que concerne ao nmero de adeptos. Maom nasceu em

    Meca, na Arbia Central, pertencia tribo dos Caraichitas, guardadores

    do monlito sagrado, a Caaba. Conta-se que Maom era acometido de

    transes msticos freqentes, convencendo-se que falava com o anjo

    Gabriel, o qual t-lo-ia indicado como apstolo do Senhor.

    Al o nico Deus, e Maom o seu Profeta, repetem os

    maometanos. Os ensinos de Maom esto no livro sagrado, chamado

    Coro ou Alcoro. O Coro contm 114 Suras ou captulos, subdivididos

    em versculos. Apesar das guerras entre cristos e maometanos existe no

    Coro a Sura nmero 5, a qual fala sobre Jesus como um dos profetas

    de Al.

    Um famoso escritor, W. Y. Evans-Wentz, disse:

    Durante as Idades Negras da Europa, quando os

    mouros da Espanha, quase que sozinhos no mundo continental,

    mantiveram acesa a tocha do saber, a doutrina do

    renascimento estava sendo ensinada pelos grandes filsofos

    sarracenos Al Ghazal e Al Batagni, nas Escolas de Bagd, no

    Oriente e em Crdoba, na Espanha, no Ocidente Acrescenta

    ainda: Na Europa, os discpulos desses grandes mestres

    foram Paracelso e Giordano Bruno

    Assim como nos livros sagrados de outras regies, o Coro

    tambm faz referncias a Reencarnao. Vejamos como no trecho

    seguinte percebe-se a idia do renascimento:

    E estveis monos, e Ele vos trouxe de volta vida. E Ele far

    com que morrais, e vos trar de volta vida, e ao fim vos reunir Nele

    prprio. (SURA 2:28)

  • Tambm muito sugestivo o trecho: E Ele mandou as chuvas

    l de cima em quantidade apropriada, e traz de volta a vida para a terra

    morta, tal como tu sers renascido. (SURA 25: 5-10-6)

    10.Sufismo

    O Sufismo a religio que corresponde ao aspecto esotrico do

    islamismo. Os conceitos de Reencarnao e Evoluo esto muito bem

    esclarecidos pensadores sufistas. Kharishnar se refere a esta religio da

    seguinte maneira:

    A doutrina sufista ensina q cede de Deus, que nada

    h fora de universo o espelho em que Deus se reflete, que

    Deus a beleza absoluta, da qual as coisas terrenas so

    raios, que h um s amor de Deus, e que os demais amores

    unicamente como partes deste nico s Deus o verdadeiro

    Ser, e que constitui o No-Ser, que a natureza essencial

    mente divina do homem pode elevar-se, por iluminao, do

    no-ser ao ser, e regressa ao ponto de partida. , de certa

    maneira, o mesmo conceito exarado pelo apstolo Paulo: Em

    Deus vivemos, nos movemos e somos

    No livro persa, Mathnawi, autor Jalalul Din Rumi (1207-1273),

    encontramos a conceituao da evoluo da mnada espiritual, ou

    princpio espiritual, at sua integrao a Deus:

    Morri mineral e converti-me em planta.

    Morri planta e nasci animal.

    Morri animal e me converti em homem.

  • Por que, pois, hei de temer a algum?

    Acaso poderei ser menos ao morrer?

    Na prxima vez morrerei como homem

    para que me possam nascer asas de anjo,

    mas tambm da condio de anjo me elevarei,

    por que, como ensina o Coro,

    tudo perecer, menos a face do Senhor.

    Outra vez, tomarei o vo por cima dos anjos

    e me converterei no que a imaginao no pode

    conceber.

    Na verdade, voltaremos a Ele

    Muitos poetas persas que no Ocidente foram considerados

    notveis escreveram, sob formas lricas ou alegricas, os ensinamentos

    sutis. O mais conhecido deles talvez tenha sido Ornar Khayyam que,

    alm de poeta foi filsofo, astrnomo e matemtico.

    11.OEspiritismo

    O Espiritismo no se considera uma religio organizada dentro

    de uma estrutura clerical. Neste senti profundamente distinto das

    religies tradicionais possuem sacerdotes ou pessoas investidas de

    autoridade especial. No possue templos suntuosos.No adota

    cerimnias de qualquer espcie, tais como batismo, crisma,

    casamentos, etc.

  • Ao contrrio da Umbanda, no tem rituais, velas e vestes

    especiais. No utiliza qualquer forma de simbologia. No adota

    ornamentao para cultos, nem gestos de reverncia, nem sinais

    cabalsticos, nem benzimentos, nem talisms, nem defumadores ou

    cnticos cerimoniosos (ladainhas, danas ritualsticas).Tambm no

    adota bebidas ou oferendas de qualquer espcie.

    O culto esprita feito no prprio corao. o culto do

    sentimento puro, do amor ao semelhante e do trabalho constante em

    favor do prximo. A Doutrina Esprita concebe que somente a prtica das

    boas aes e do pensamento equilibrado nos liga a Deus.

    Deus a essncia transcendente que permeia todo o universo.

    a lei maior, a qual esto subordina das as leis menores da natureza.

    A Doutrina Esprita foi revelada pelos espritos superiores,

    atravs de mdiuns, e organizada (codificada) por um educador francs,

    conhecido por Allan Kardec, em 1857. Surgiu, pois, na Frana, h mais

    de um sculo. No deve ser confundida com seitas, religies ou at ritos

    afro-brasileiros, que so mais antigos e de origens completamente

    distintas.

    O Espiritismo no apenas uma religio, mas uma doutrina

    com aspecto cientfico e filosfico e de conseqncias religiosas ou tico-

    morais.

    O Espiritismo, como cincia, estuda e pesquisa, luz da razo

    e dentro de critrios cientficos, os fenmenos medinicos, isto ,

    fenmenos provocados pelos espritos e que so considerados fatos

    naturais. O Espiritismo no aceita o sobrenatural. Todos os fenmenos,

    at mesmo os mais estranhos, tm uma explicao cientfica, O

    Espiritismo no acredita em milagres. Os fatos existem e so explicveis

    pelo conheci mento das leis naturais do mundo fsico e do mundo

    extrafsico ou espiritual.

  • O Espiritismo, como filosofia, procura, a partir dos fenmenos

    medinicos, dar uma interpretao da vida, respondendo questes, como

    de onde viemos, quem somose para onde vamos. Os grandes

    porqus ou questes fundamentais da vida so objeto de estudo da

    Doutrina Esprita. Toda doutrina que fornece uma interpretao da vida,

    uma concepo prpria do mundo, considerada uma filosofia.

    O Espiritismo, como religio, prope a transformao moral do

    homem, retomando os ensinamentos de Jesus Cristo para que sejam

    aplicados na vida prtica de cada pessoa. Procura reviver o cristianismo,

    na mais pura e verdadeira expresso de amor e caridade.

    O Espiritismo, para os espritas, o consolador prometido por

    Jesus. Todo esprita cristo, portanto.

    No Evangelho de Joo, captulo XIV, versculos 15 17 e 26,

    lemos:

    Se vs me amais, guardai meus mandamentos; e eu pedirei ao

    meu Pai, e ele vos enviar um outro consolador, a fim de que permanea

    eternamente convosco. O Esprito da Verdade que o mundo no pode

    receber, por que no O v e no O conhece. Mas, quanto a vs, O

    conhecereis, porque permanecer convosco e estar em vs. Mas, o

    Consola dor, que o Santo Esprito, que meu Pai enviar, em meu nome,

    vos ensinar todas as coisas e vos far relembrar de tudo aquilo que eu

    vos tenha dito. (Jesus)

    A pliade de espritos que se comunicou, via mdiuns, poca

    de Kardec, identificou-se como ( Consolador Prometido, no em termos

    de sua individualidade, mas no sentido do contedo transmitido passou

    a constituir-se a base inicial da Doutrina Esprita, formou-se assim o

    alicerce sobre o qual se edificou todo o monumento de centenas de obras

    que trazem informaes cientficas, filosficas e religiosas que com pem

    esta Doutrina.

  • Apesar de muitas religies fazerem referncia aos anjos que se

    comunicam, fazem-se aparecer, orientam e protegem as criaturas,

    somente o espiritismo dedica um intenso intercmbio cultural com os

    espritos. Os espritos nada mais so que seres humanos desencarnados.

    Eles so de todos os nveis culturais, intelectuais ou morais. Agrupam-se

    por afinidade gostos e sentimentos, nos planos espirituais. Como c

    pensamento e o sentimento so energias que se pro pagam, possuem

    uma freqncia vibratria que determina a sintonia com outras energias

    do mesmo nvel, assim se constituem as comunidades espirituais. D

    mesma forma, como a telepatia o intercmbio entrei energias mentais,

    a mediunidade a propriedade que permite a captao destas energias

    de outra dimenso, atravs de diferentes tcnicas. Assim, por exemplo:

    psicofonia a mediunidade de fala; psicografia, a mediunidade de

    escrita; xenoglossia, a mediunidade onde a comunicao se faz em lngua

    estrangeira, etc. H uma enorme classificao de tipos de mediunidade e

    mais de 600 livros que abordam o assunto, com to dos os detalhes

    tcnicos, prticos, etc. Um dos exemplos clssicos de mdium esprita o

    caso de Francisco Cndido Xavier que, sem instruo superior,

    psicografou mais de 300 livros, sendo alguns de alta complexidade ou

    profundidade, no terreno da cincia esprita.

    A Doutrina Esprita alerta as pessoas muito crdulas contra as

    mistificaes e contra mdiuns, no espritas, que comercializam a

    mediunidade ou mesmo iludem o pblico com falsas informaes.

    importante se considerar que, para o espiritismo, o fato de uma pessoa

    ser mdium e intercambiar com os espritos no significa que seja

    esprita, o que requer uma postura tica especfica.

  • O fenmeno da mediunidade viceja em todos os todas as

    religies, embora a interpretao ou mesmo a aceitao do fenmeno seja

    diferente. A Doutrina Esprita promove e estimula a formao de estudo e

    educao da mediunidade, formando mdiuns aptos execuo de suas

    tarefas.

    O Espiritismo considera que a f sem raciocnio crena cega,

    crendice ou superstio. F Inabalvel aquela que pode encarar a

    razo, face face, em todas as pocas da humanidade. (Allan Kardec)

    A concepo de Reencarnao ensinada pela esprita concebe

    os seguintes aspectos:

    Os espritos so criados simples e ignorantes, e prprio destino

    conforme seu livre arbtrio.

    Passando pelos diversos remos da natureza vai experienciando

    at atingir a fase humana quando o princpio realmente se torna um

    esprito propriamente dito, isto , dotado de livre arbtrio, ou seja, da,

    capacidade de optar pelas diversas trilhas que, mais longas ou mais

    curtas, simples ou complexas, s acabam levando ao caminho da

    evoluo.

    Quando a evoluo de um esprito em um deter minado astro

    do universo tiver chegado ao pice, poder reencarnar em outro planeta

    ou mundo habitado, ampliando seus horizontes culturais e morais.

    So consideradas duas asas para se alar o grande vo

    evolutivo. A asa do conhecimento e a asa do amor, O progresso nas

    sucessivas encarnaes no somente intelectual, mas, sobretudo,

    moral.

  • No nos lembramos das encarnaes pretritas devido um

    processo natural de defesa psquica. A sabedoria das leis naturais

    estabelece um bloqueio s recordaes das vidas anteriores, facilitando a

    adaptao do indivduo as circunstncias da vida atual. Exemplificando:

    Pais e filhos na vida atual podem estar convivendo sob o mesmo teto com

    a finalidade principal de se reconciliarem de situaes mutuamente

    embaraosas ou dolorosas em vidas anteriores. Muitas vezes at inimigos

    do pretrito aportam em lares comuns para desenvolverem o perdo e o

    amor atravs da figura familiar que facilita a aproximao.

    Hoje estamos corrigindo equvocos do passado ou tendo

    oportunidade renovada de superar deficincias antigas.

    Conforme a interpretao esprita, Deus no castiga como no

    premia. Deus uma lei imutvel porque perfeita, portanto, no sujeita

    a atitudes emocionais.

    Existe apenas a conseqncia natural dos atos pratica mos ns

    mesmos os causadores dos prprios sofrimentos pela chamada lei da

    ao e reao.

    Conforme a conceituao esprita, no existe uma em funo

    de um rtulo religioso. No adiantara esta ou aquela religio. Tambm

    no leva a r conseqncia permanecer orando maquinal mente a misria,

    a ignorncia e o sofrimento sobre o semelhante. Como disse Tiago: A f

    sem obras morta. Aceitar Jesus, para os espritas,no proclamar

    esta aceitao, mas procurar seguir ensinamentos.

    Ao invs da frase Fora da Igreja no h salvao, os adeptos

    do espiritismo adotam: Fora da caridade no h salvao

  • 12.AOrdemRosaCruz

    Com referncia Ordem Rosa-Cruz, encontramos na

    Enciclopdia Britnica a conceituao de que seus ensinamentos

    parecem associar informaes do hermetismo egpcio, do gnosticismo

    cristo, do cabalismo judaico, da alquimia e de outras crenas

    aliceradas no ocultismo.

    O documento historicamente mais antigo que faz aluso a

    Ordem Rosa-Cruz aparece no princpio do sculo XVII. Esse documento,

    Fama Fraternitatis fala da viagem de Cristian Rosenkreuz, tido como

    iniciador da Ordem, Sria, Arbia, Egito e Marrocos, lugares onde teria

    adquirido conhecimentos ocultos. Rosenkreuz tendo retornado

    Alemanha decidiu fundar o movimento Rosa-Cruz. A sociedade

    permaneceu secreta por 100 anos.

    H uma corrente que prefere considerar o movi mento como o

    renascimento da Ordem existente h milnios atrs, no Egito.

    Em 1915, nos Estados Unidos, houve um incremento das

    atividades da Ancient Mystical Order Rose-Cross, (AMORC), equivalente

    a Antiga Ordem Mstica Rosa-Cruz.

    Existem diversos aspectos semelhantes entre a Maonaria e a

    Ordem Rosa-Cruz. Na Maonaria h, inclusive, um de seus graus que

    recebe a denominao de grau Rosa-Cruz.

    No livro, O Conceito Rosa-Cruz do Cosmos, deparamos com a

    frase: O propsito da vida no a felicidade e sim a experincia Para o

    autor desta obra, Max Heindel, a experincia o conhecimento das

    causas que produzem os atos

  • Para a filosofia Rosa-Cruz, o homem se encontra na vida como

    numa escola, a escola da experincia. Necessita vida retornar, por

    diversas vezes, antes que possa conhecer e dominar todo o mundo dos

    sentidos. No existe apenas uma vida terrestre, por mais enriquecedora

    tenha sido em aprendizado que possa proporcionar todo esse

    conhecimento, e, por isso, a natureza determina que o homem deve

    retomar Terra, depois de intervalos de descanso, para prosseguir em

    seu trabalho, do ponto em que o interrompeu, assim como uma criana

    segue em seu estudo a cada dia escolar, depois de uma noite de sono.

    Vemos, portanto, um conceito de Reencarnao bastante ntido

    e diretamente vinculado a Evoluo, na concepo da Ordem Rosa-Cruz.

    13Teosofia

    A Teosofia no se intitula uma religio, tampouco se considera

    como seita, denominao inapropriada s suas caractersticas. Isto

    porque no possui sacerdotes, hierarquia religiosa, ritos, cerimnias ou

    dogmas de qualquer espcie. No se considera tambm a nica

    possuidora da verdade.

    Segundo seus adeptos a Teosofia debate e estuda os

    ensinamentos dos Mahatmas, que seriam os mestres da compaixo e da

    sabedoria. Os seus aficcionados no a designam de escola filosfica,

    mas, sim, um reflexo da sabedoria de Deus; alis, este significado

    etimolgico da palavra teosofia, em grego.

  • Para os tesofos, o apstolo Paulo foi o pioneiro na utilizao

    no s da palavra, mas do conceito de teosofia no sentido de sabedoria

    de Deus. Assim, no captulo II, versculo 7, da primeira. Carta aos

    Corntios lemos: Ensinamos, porm, a sabedoria de Deus, envolta em

    mistrio, encoberta, que, antes dos sculos, foi destinada por Deus para

    nossa glria...

    Conforme Annie Besant, a Sociedade Teosfica tem como ideais

    a Fraternidade, a Tolerncia e o Conhecimento. Em seus postulados

    bsicos a Teosofia tambm incorpora a Reencarnao, O princpio da

    pluralidade das existncias faz parte do seu contexto doutrinrio desde

    sua fundao, no final do sculo XIX.

    Vejamos, pelo prisma teosfico, como se operam os

    renascimentos:

    Embora a palingnese ou reencarnao seja habitualmente

    compreendida ou estudada mais relacionada aos seres humanos, , na

    realidade, um fato inerente a todos os seres vivos. A vida de uma flor,

    como o gernio que morre, volta alma-grupo da espcie, depois

    reencarna sob a forma de outro gernio. Um canrio que falece por uma

    doena volta alma grupo deste gnero de ave, e, mais tarde, renasce

    em outro ninho novamente como um canrio.

    No caso do homem, no retorna a uma alma grupo em funo

    de j ter alcanado, pela evoluo, uma conscincia individual; quando

    reencarna, possui as faculdades adquiridas em vidas anteriores sem as

    ver reduzidas pela integrao com grupos de outros indivduos.

    A Teosofia igualmente ensina que um esprito uma vez tendo se

    individualizado e se tornado humano, no pode mais renascer em uma

    forma animal ou vegetal.

    Isto significa que no aceita a metempsicose.

  • Uma das mais expressivas personalidades da teosofia foi Annie

    Wood Besant (1847-1933), tendo deixado diversas contribuies

    literrias nesta rea as quais se disseminaram principalmente no meio

    cultural interessado em questes espiritualistas.

    O resumo filosfico da doutrina teosfica encontrado na obra

    O homem: de onde vem e para onde vai, escrita por Annie Besant em

    colaborao com Leadbeater.

    14Projeciologia

    A Projeciologia considera-se um ramo, ou sub campo, ou ainda

    uma subdisciplina da Parapsicologia. Apesar de no ser reconhecida

    como tal, pela maioria das correntes parapsiclogo da atualidade, esta

    a conceituao apresentada pelo Dr. Valdo Vieira, mdico brasileiro,

    criador do verbete que designou a nova cincia.

    O vocbulo Projeciologia provm da juno de projectio, que,

    em latim, significa projeo, e logos, palavra grega que equivale a tratado

    ou estudo.

    A projetabilidade, ou capacidade de projetar-se uma

    faculdade anmica (espiritual), ou condio consciencial, pela qual a

    conscincia (esprito) se projeta para fora do corpo humano atravs do

    corpo astral (psicossoma ou corpo espiritual) ou, em nvel mais

    aprofundado, no s para fora do corpo humano mas, tambm, para fora

    do corpo astral atravs do corpo mental como no caso dos seres

    desencarnados (espritos) que j no possuem corpo fsico.

  • A capacidade de o indivduo projetar-se para fora do corpo

    fsico, segundo o Dr. Valdo Vieira, no constitui dom hereditrio nem

    privilgio exclusivo de algum em particular, porque inerente ao ser

    humano, seja homem, mulher ou criana ou, at mesmo, um esprito

    desencarnado. Todos os seres humanos possuem latentes os rudimentos

    da projetabilidade; por isso, essa condio no apresenta nenhuma

    conotao patolgica sendo essencialmente fisiolgica ou, mais

    propriamente parafisiolgica.

    Conforme os projecilogos, os limites das pesquisas

    parapsquicas da Projeciologia no so determinados e o seu campo

    apresenta forosamente amplo envolvimento com outras disciplinas. Na

    verdade, todas as cincias se cruzam com a Projeciologia. Consideram,

    tambm, que os cientistas de qualquer campo podem se beneficiar

    atravs das vises oferecidas pelas projees conscientes porque estas

    lhes facultariam uma percepo extrafsica, ampliando os horizontes

    dimensionais da realidade objetiva captada pela conscincia aprisionada

    no corpo fsico.

    Os Expoentes da Projeciologia fazem questo de enfatizar que

    esta cincia nada tem a ver com crena, religio, religiosidade, filosofia,

    atesmo, materialismo ou espiritismo. Admitem, no entanto, que o

    engajamento maior na projeo consciente acaba tendo contedo social,

    poltico e inevitveis conseqncias fisiolgicas.

    A chamada Moral Csmica ou Cosmo-tica merece freqentes

    abordagens, por parte do Dr. Valdo Vieira, em seu volumoso tratado de

    quase 1000 pginas, Projeciologia, publicado em primeira edio em

    1986 com distribuio inteiramente gratuita pelo autor.

    No que se refere aos conhecimentos sobre Reencarnao, todos

    os livros de Projeciologia navegam, com naturalidade, pelos oceanos

    desta realidade uni versal. Vejamos algumas referncias.

  • No captulo 31 da obra Projeciologia, o autor comenta sobre

    Dejasmo Projetivo, termo oriundo da expresso francesa Dj-vu que

    significa j visto. O autor tambm salienta que, alm do j visto h

    tambm o j amado, j ouvido, j experimentado, j lido e j

    sentido. Explica estas sensaes como, muitas vezes, decorrentes de

    lembranas ou impresses colhi das pela conscincia projetada. Neste

    mesmo captulo, faz referncia, alm do Dejasmo projetivo, a outro tipo

    de Dj-vu: O Dejasmo reencarnatrio, que seriam fenmenos onde a

    conscincia encarnada, no estado de viglia fsico habitual, apresenta

    lembranas autnticas, retrocognitivas, de outra encarnao,

    previamente vivi da pela conscincia. So estados de expanso

    consciencial em que os arqutipos, ou arquivos de vi das anteriores, vem

    a superfcie da mente atual. O Dejasmo reencarnatrio pode ser

    desencadeado por um fato da vida atual (viso, leitura, emoo,

    sensao, etc), que faz ressonncia com uma situao semelhante aos

    registros conscincias do passado do indivduo,exemplificando, uma

    determinada pessoa, em viagem pelo exterior, ao se deparar com uma

    construo antiga tem um choque emocional ao considerar j ter vis to

    o local e desfilam em sua mente detalhes de uma vida anterior

    relacionados com a dita construo.

    No captulo 436 de Projeciologia encontramos sob o ttulo,

    Projeo Consciente e Reencarnao, as seguintes citaes:

    Definio. Reencarnao: forma de sobrevivncia na qual o ego,

    ou conscincia, retorna vida humana envergando um corpo de carne e

    ossos, depois de ter experimentado a morte biolgica de outro corpo

    fsico e passa do um perodo de existncia no plano extrafsico ou

    intermisso.

  • Sinonmia: ancoragem espao tempo; conscincia em srie;

    conscincia seriada; ECM (extra cerebral memory); memria

    extracerebral; metensarcose; metensomatose; palingenesia; pluralidade

    das existncias; pluralidade das vidas corpreas; renascimento da

    personalidade; transmigrao da alma; vidas sucessivas.

    15SeichoNoI

    A Seicho-No-I pode tambm ser considerada uma filosofia de

    vida. O significado do termo, traduzido da lngua japonesa, equivale a

    casa da plenitude.

    As enciclopdias definem Seicho-No-I como uma religio

    japonesa, fundada por Masaharu Tanigushi, que se caracteriza

    principalmente por ser um movimento filosfico-cultural. Seja como for,

    passou a adquirir personalidade jurdica como religio em 1945. H na

    essncia doutrinria da Seicho-no-i elementos do budismo,

    cristianismo, e da psicologia moderna. Sua dou trina ressalta a

    supremacia do esprito sobre a matria; pelo esprito deve o homem viver,

    contemplar e trans formar o mundo. Para os estudiosos desta filosofia h

    um Deus pai, comunicvel, amoroso e poderoso. A cura das doenas

    outro ponto doutrinrio, j que as mesmas so consideradas

    conseqncias dos erros do pensamento humano. A cura pode ser obtida

    pela meditao, instruo e reformulao do pensamento.

    O culto aos ancestrais tambm assume significativa

    importncia no contexto da religio.

  • Apesar de s existir oficialmente h aproximadamente meio

    sculo, , no Japo, a religio que mais tem atrado intelectuais. J em

    1978, eram dois milhes de freqentadores em terras nipnicas, e, no

    Brasil, no se restringe apenas aos descendentes japoneses, contando

    com expressiva receptividade em diversas camadas sociais e at na elite

    cultural.

    Define-se, tambm, como Movimento de Libertao da

    Humanidade da Seicho-no-i, ou filosofia de vida e movimento de

    conciliao universal.

    O Doutor Tanigushi autor de numerosos livros e tem efetuado

    viagens atravs do mundo para expor os princpios de sua filosofia; sua

    obra mais difundida a Sutra Sagrada (Kanro No Hoou), estando a

    mesma acrescida de cnticos e palavras de meditao para recuperar

    sade.

    Assim se define um dos princpios bsicos da Seicho-No-I:

    A morte do corpo no pode significar a morte do homem. Ele apenas muda de nvel, perdendo sua condio carnal, e passa a viver numa dimenso espiritual.

    Depois de determinado perodo nesse plano espiritual retorna

    ao mundo terreno, para realizar, numa segunda condio corporal, o que

    deixou de realizar na primeira, e essas passagens sucessivas pelo

    universo terreno vo permitindo atingir um estado de perfeio que

    dispensar, o regresso a um corpo material, por que, ento, j estar

    plenamente realizado na esfera puramente espiritual.

  • Fica, pois, nitidamente caracterizada a posio espiritualista-

    evolucionista da filosofia Seicho-No-I bem como o enfoque

    reencarnacionista como um dos pontos basilares desta moderna religio,

    de origem japonesa, que vem conquistando, pelas suas mensagens, cada

    vez mais adeptos entre a classe mais intelectualizada, tanto ocidental

    como oriental.

    (1)-Tem seu culto, sua bblia (Seirnei no Jisso) e sua

    mensagem doutrinria.

    Razes.

    O conhecimento, ou melhor, a aceitao da teoria da

    reencarnao, hoje atinge metade da populao terrestre, alm de trazer

    implicaes profundas para as criaturas, altera-lhes a filosofia geral,

    elimina todo o preconceito racial, os pruridos nacionalistas, e o

    chovinismo sexual. s vezes, torna-se uma necessidade vital o

    conhecimento ntimo de reencarnaes pessoais anteriores porque nestas

    esto as origens de problemas crmicos e a raiz de muitas doenas que

    afligem certas pessoas na atualidade, da tendo nascido a terapia de

    vidas passadas, ou teraputica reencarnacionista.

    Pesquisa. Alm da emergncia espontnea de memrias

    reencarnatrias intimamente ligadas a evoluo interna do ser, de

    pesadelos recorrentes, da regresso pr-natal hipntica, da meditao

    profunda, das tcnicas especiais de massagens, e outros processos, A

    projeo consciente constitui mtodo de pesquisa eficaz para o acesso

    individual da conscincia encarnada s suas existncias transatas ou

    prvias.

  • Sobrevivncia.

    A reencarnao evidencia a sobrevivncia do ego aps a morte

    do corpo humano, o futuro do ser, atravs de rememoraes de

    experincias passadas. A projeo consciente evidencia a mesma

    sobrevivncia, atravs de rememoraes interplanos de experincias

    atuais. Em ambos os casos ocorrem implicao do fator tempo e a

    atuao dos mecanismos de memria.

    * Nota do autor: Conforme o ponto de vista expresso pelo autor

    mencionado no texto. Ressalvamos que a Terapia de Vidas Passadas tem

    suas indicaes e contra-indicaes precisas.

    Processos. As reencarnaes pessoais podem ser pesquisadas

    pela conscincia projetada atravs da rememorao extrafsica, s vezes

    induzidas por amparador, ou executada psicometricamente no plano

    extrafsico crosta-a-crosta. Contudo, h encarnado ansioso para

    conhecer a sua vida anterior quando foi uma personalidade realizadora,

    porque hoje no est realizando o que deveria, numa reao de

    compensao parapsicolgica...

    No proposio bsica da projeciologia o estudo ou a

    pesquisa de vidas anteriores, e apesar disto, fica bastante evidente a

    aceitao da Reencarnao por parte dos projecilogos. O captulo

    mencionado se estende por diversas pginas detalhando vrios aspectos,

    inclusive estudos sobre impresses digitais, etc.

  • O mrito da edificao desta cincia deve-se, sem dvida, ao

    ilustre Dr. Valdo Vieira e, a Projeciologia est pronta, e capaz de

    oferecer equivalentes cientficos para muitos conceitos religiosos

    tradicionais, especialmente no que tange ao modo de comunicao

    consciencial: a prece e a evocao, por exemplo, que dependem da

    telepatia, podem ter seus resultados confirmados pela conscincia

    projetada do corpo humano. A vidncia pode ser vivenciada e sentida

    fora do corpo fsico e as colnias espirituais visitadas pela conscincia

    projetada. Consideram os adeptos da projeciologia que no s a f cega,

    mas at a f raciocinada poder ser substituda pelo conhecimento

    pessoal direto, e definitivo, da conscincia projetada extrafisicamente.

    Apesar dos indiscutveis mritos da projeciologia, convm

    salientar que os mesmos fenmenos j foram estudados por autores do

    sculo XIX. A bilocao fsica ou bicorporiedade, termos utilizados pela

    cincia esprita, traduzem exatamente o mesmo fato. Os estudos

    efetuados na Frana por Allan Kardec (1804-1869) com a designao de

    emancipao da alma, embora com terminologia diversa, apresentam o

    mesmo contedo fenomnico da Projeciologia.

  • 16.Psicanlise

    A psicanlise um mtodo de investigao psicolgica do

    procedimento humano individual e uma orientao teraputica-

    psicoterpica que se prope a corrigir os desajustes emocionais

    causadores das neuroses e psicoses.

    Sigmund Freud, mdico austraco, natural de Viena, foi quem

    desenvolveu tanto o mtodo de investigao como os pilares que

    sustentam a orientao teraputica da psicanlise. Psiquiatra e

    neurologista, professor de neurologia na Universidade de Viena, iniciou

    seus trabalhos utilizando hipnotismo mas abandonou esta tcnica para

    tentar a sugesto. Foi a partir deste ponto que, celeremente, aprofundou-

    se em suas teorias, que culminaram nos mtodos conhecidos como

    psicanlise. Seus conceitos, principalmente no tocante Ricardo Di

    Bernardi interpretao dos sonhos ou a atribuio de quase to dos os

    casos de neurose s represses de desejos sexuais, provocaram grande

    impacto e controvrsia no meio cientfico da poca.

    Freud, nascido em 1856, desde a ltima dcada do sculo XIX

    utilizou o mtodo clnco para o estudo da personalidade humana.

    Embora Sigmund Freud fosse quem tivesse desenvolvido o que hoje

    consideramos psicanlise, a idia original no foi sua. Essa surgiu na

    histria, na mente de um mdico, tambm vienense, Josef Breuer. Foi o

    Dr. Breuer que comunicou ao ainda jovem Freud as suas idias sobre o

    fenmeno histrico da converso, em que um episdio vivido

    conflitivamente pela paciente havia desaparecido de sua memria

    consciente e se transformado em memria ou registro corporal.

  • A idia de trazer memria consciente o episdio, e o efeito

    teraputico deste fato, acabaram na descoberta de uma estrutura

    psquica que passou a ser denominada de inconsciente. Foras mentais,

    que representam preconceitos morais, impedem o apareci mento

    consciente de memrias e assim surgem conflitos e ansiedades. Segundo

    Freud, o procedimento humano tem intensa relao com os instintos

    sexuais e a sua no aceitao pela moral de nossa sociedade (re presso).

    Esse fato seria o conflito fundamental, motivador das neuroses.

    Embora no possamos considerar o pai da psicanlise como

    adepto do renascimento, o tema tambm mereceu algumas

    consideraes por parte do eminente mdico.

    Na obra Pensamentos para Tempos de Guerra e Morte,

    podemos extrair o seguinte trecho:

    Essas existncias subseqentes no foram, de

    princpio, mais que apndices existncia que a morte

    levara a um fim; eram existncias ensombradas, vazias de

    contedo e pouco valendo. S mais tarde as religies

    conseguiram representar esse aps-vida como o mais

    desejvel, como o realmente vlido. Depois disso o estender

    da vida para trs, para o passado, formar a noo de

    EXISTNCIAS ANTERIORES, DA TRANS MIGRAAO DAS ALMAS E DA

    REENCARNAAO FOI APENAS COISA CONSEQUENTE, tudo com o

    propsito de despojar a morte do seu significado como

    trmino da vida. (os destaques so nossos).

    No estamos, com a referncia anterior, ingnua mente

    acreditando que Freud esteja admitindo a reencarnao mas torna-se

    clara a admisso lgica da mesma dentro do contexto da aceitao do

    aps-vida.

  • Muitos foram os colaboradores e seguidores de Freud mas CarI

    Gustav Jung (1875-1961) destacou-se sobremaneira.

    Jung, psiclogo suo, aps se identificar com as bases do

    pensamento freudiano passou a estudar o in consciente e, com o passar

    do tempo, divergir de algumas opinies de Freud levando-o a separar-se

    do mdico vienense. Jung valorizava muito o exerccio constante das

    virtudes humanas e chegava a afirmar que a nica forma de

    conservarmos a civilizao, ameaada pela desumanidade e pelas foras

    do barbarismo se ria pelo desenvolvimento e uso eficaz das virtudes

    humanas.

    Se Freud apenas tangenciou a questo da Reencarnao e at

    relacionou esta teoria com a necessidade humana de encontrar uma

    sada lgica ou mecanismo psicolgico de no admitir o trmino da vida,

    a posio de Jung parece-nos bem mais explicitada em seus trabalhos.

    Jung proferiu uma conferncia intitulada A Respeito do

    Renascimento na qual encontramos as seguintes citaes:1

    Este livro foi digitalizado e distribudo GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source com a inteno de facilitar o acesso aoconhecimentoaquemnopodepagaretambmproporcionaraosDeficientesVisuaisaoportunidadedeconheceremnovasobras.Se quiser outros ttulos nos procure http://groups.google.com/group/Viciados_em_Livros, ser um prazer receblo em nossogrupo.

  • Metempsicose: o primeiro dos cinco aspectos de renascimento

    com os quais desejo atrair a ateno a metempsicose, ou transmigrao

    das almas. De acordo com este ponto de vista nossa vida prolongada no

    tempo, passando atravs de diferentes existncias corpreas, ou, de um

    outro ponto de vista, uma vida em seqncia, interrompida por

    diferentes reencarnaes. No h certeza de ser ou no garantida a

    continuidade da personalidade. Pode haver, apenas, uma Reencarnao:

    esse conceito de renascimento implica, necessariamente, a continuidade

    da personalidade. Aqui, a humana personalidade vista como contnua e

    acessvel memria, de forma que, quando algum encarnado, ou

    nasce, pode, pelo menos potencialmente, recordar aquele que viveu

    atravs de existncias anteriores, sendo essas vidas as dele prprio, isto

    , vidas que tinham a mesma forma-EU da vida presente. Via de regra, a

    reencarnao quer dizer renascimento num corpo humano.

    O renascimento no um processo que possamos, seja como

    for, observar. No podemos medir, nem a continuidade do Carma, nem

    pesar, nem fotografar tal coisa. Isso fica inteiramente para alm do senso

    de percepo.

    Temos de nos ver, aqui, como uma realidade puramente

    psquica, que nos transmitida indiretamente atravs de declaraes

    pessoais. Um fala sobre renascimento. Isso aceitamos como

    suficientemente real. Sou de opinio que a psique o fato mais tremendo

    da vida humana. O simples fato de pessoas falarem sobre renascimento,

    e de haver um tal conceito, significa que um cabedal de experincias

    psquicas, designadas com aquele termo, DEVE REALMENTE EXITIR. (O

    destaque nosso).

  • O renascimento uma afirmao que deve ser contada entre as

    afirmaes primordiais da humanidade. Essas afirmaes primordiais

    so baseadas naquilo que ns chamamos de arqutipos. Deve haver

    acontecimentos psquicos subjacentes nessas afirmaes, assunto que

    psicologia cabe discutir, sem entrar em todas as suposies metafsicas e

    filosficas em relao sua importncia.

    Jung teve sua autobiografia publicada pstuma mente tendo

    recebida a titulao Memria, Sonhos e Reflexes. Desta obra podemos

    destacar alguns trechos onde a referncia a reencarnao tambm

    nitidamente favorvel.

    Minha vida, tal como vivi, muitas vezes pareceu-me

    uma histria sem princpio nem fim. Tinha a impresso de ser

    um fragmento histrico, um excerto do qual o texto

    PRECEDENTE E SUBSEQUENTE ESTAVAM FALTANDO. (Destaque

    nosso). Podia bem imaginar que tinha vivido em sculos

    anteriores e ali deparado com questes que ainda no era

    capaz de resolver. E QUE RENASCERA POR NO TER CUMPRIDO A

    TAREFA QUE ME FORA DADA. Quando eu morrer, minhas aes iro

    comigo, isso o que eu imagino. Levarei comigo o que fiz.

    No entretempo, importante garantir que no chegue ao fim

    com as mos vazias.

  • A significao da minha existncia tem uma pergunta

    que me endereada. Ou, ao contrrio, eu prprio sou uma

    pergunta dirigida ao mundo, e devo comunicar a minha

    resposta, por que, de outra maneira, fico dependente da

    resposta do mundo. Esta uma tarefa de vida superpessoal,

    que cumpro somente com esforo e dificuldade. Minha forma de

    fazer a pergunta bem como a minha resposta podem ser

    insatisfatrias. Sendo assim, algum que tem o meu carma -

    ou eu prprio - tinha de renascer, a fim de dar uma resposta

    mais completa.

    Pode acontecer que eu no torne a nascer, se o mundo

    no precisar dessa resposta, e que no sejam outorgadas

    vrias centenas de anos de paz, at que algum se interesse

    por esses assuntos e possa, proveitosamente, realizar a

    tarefa, seja necessrio, nova mente. Imagino que por algum

    tempo um perodo de repouso deva seguir-se, at que o

    quinho por mim realizado em minha existncia precise ser

    novamente as sumido.

    Parece-me provvel que aps a morte existam certas

    limitaes, mas que as almas dos mortos iro aos poucos

    descobrindo onde fica os limites do seu estado de liberao.

    Algures, por ali, deve haver um determinante, uma

    necessidade condicionando o mundo, necessidade que procura

    colocar um fim no estado do aps morte. ESSE DETERMINANTE

    CRIATIVO, ASSIM PENSO, DEVE DECIDIR QUAIS SAO AS AL MAS QUE

    DEVEM MERGULHAR NOVAMENTE NO NASCIMENTO. (Destaque nosso).

  • Cari Gustav Jung tornou-se famoso pela criao do conceito do

    inconsciente coletivo segundo o qual o ser humano um ser coletivo isto

    , um representante de sua espcie num determinado momento de

    desenvolvimento, desde os tempos ancestrais. Chamou ateno para os

    arqutipos que so imagens primitivas (arquiprimitivas) gravadas na

    mente desde a fecundao. Pertencem ao patrimnio comum da

    humanidade, encontram-se em todas as mitologias e so expresso do

    inconsciente coletivo.

    Os enfoques nitidamente espiritualistas bem como as reflexes

    acerca das vidas sucessivas, que Jung deixou para seus psteros,

    lamentavelmente so pouco conhecidas e difundidas at,

    surpreendentemente, ao dialogarmos com psicanalistas alguns deles

    desconhecerem ou negarem ser Gari Gustav Jung tambm um

    reencarnacionista.

    17.Parapsicologia

    Assim como o universo fsico vem sendo substitudo pelo

    conceito de universo energtico a psicologia moderna vem abrindo

    espaos para uma viso cada vez mais aberta ao elemento extrafsico e

    transcendente aos sentidos comuns do ser humano.

    Na realidade, como a Psicologia est sujeita aos postulados

    fsicos das demais disciplinas cientficas, persistem, em maioria, as

    posies tradicionalmente rgidas que observam com descrdito, ou

    reserva, o surgimento de novas correntes que investigam os fenmenos

    paranormais ou mesmo admitem ser a mente um elemento extrafsico

    capaz de sobreviver morte biolgica.

  • A Parapsicologia o processo cientfico de investigao dos

    fenmenos inabituais, que podem ser de ordem psquica ou

    psicofisiolgica. No propriamente uma cincia, conforme ponderaram

    os seus pioneiros, pois, se considera uma ramificao ou derivao da

    Psicologia. Pretende conquistar para a Psicologia uma rea de fenmenos

    ainda desconhecidos pela cincia.

    Os mencionados fenmenos inabituais foram designados pela

    Parapsicologia como fenmenos paranormais ou ainda fenmenos psi.

    Mas vejamos o que so os tais fenmenos de uma forma simplificada:

    Se algum, de olhos fechados e vendados, consegue, sob rgido

    controle laboratorial, ler uma pgina de uma obra escolhida por um

    grupo de cientistas, no um fato comum, ou normal, portanto, trata-se

    de um fenmeno paranormal. Assim, a telepatia, a clarividncia, a

    premonio, a psicocinesia ou movimentao de objetos pela ao da

    mente, so do interesse da Parapsicologia.

    A Parapsicologia se fundamenta na pesquisa cientfica de

    laboratrio, arduamente realizada, com to dos os rigores necessrios do

    controle cientfico, ob tendo resultados que so submetidos a tratamento

    ma temtico a fim de que possam ser corretamente aferi dos.

    Diversamente disto, o que existe simples empirismo, charlatanismo ou

    ingenuidade. As pessoas que se interessam pela Parapsicologia precisam

    saber, antes de tudo, que uma disciplina cientfica no admite exibies

    do tipo teatral.

    O parapsiclogo srio, ou, simplesmente, o autntico estudante

    da parapsicologia, jamais dar espetculos em programa de televiso ou,

    muito menos, em sales pblicos, shows de ilusionismo ou efetuar qual

    quer tipo de demonstrao pelo mtodo de esquina de rua.

  • Como toda nova cincia, ou disciplina cientfica, a

    Parapsicologia tem sido vtima de muitos aventureiros que o leigo no

    logra distinguir dos investigadores ou estudiosos honestos.

    Observa-se, tambm, que interesses pessoais ou de grupos so

    freqentemente infiltrados no meio cientfico, isto porque fenmenos

    tidos como milagres ou mistrios passam a ser objeto da cincia.

    Os parapsiclogos da linha do Prof. Joseph Banks Rhine, que

    iniciou seus estudos na Duke University, Carolina do Norte nos Estados

    Unidos, encaram os fenmenos como de natureza psicolgica,

    consideram a natureza extrafsica da mente, a possibilidade de sua

    sobrevivncia aps a morte e inclusive a comunicao, ou transmisso

    teleptica aps a morte fsica.

    O Prof. Whately Carington, da Universidade de Cambridge,

    chegou a formular uma teoria parapsicolgica da existncia post-

    mortem.

    O Prof. Harry Price, da Universidade de Oxford, sustenta a tese

    que a mente humana sobrevive mor te e tem o mesmo poder da mente

    do homem vivo de influenciar outras mentes do mundo material.

    O Prof. Soal, da Universidade de Londres, realizou com xito

    experincias de voz direta, ou pneumatofonia, onde a voz de um

    comunicante espiritual ouvida no espao sem a presena de um

    mdium.

    Louise Rhine realizou inmeras experincias na Duke

    University, as quais sugerem a participao de inteligncias

    extracorpreas, conforme comentrios do livro O Novo Mundo da Mente

    de J. B. Rhine, seu esposo.

  • Ao contrrio dos pesquisadores citados, existem alguns que

    seguem a linha de Robert Amadou, que na Frana, refora a posio

    catlica segundo a qual os fenmenos so de ordem inferior, relacionados

    ao psiquismo primitivo ou animal, portanto, no podem pro var nada a

    respeito da alma ou de sua sobrevivncia. Muitos ministros religiosos

    talvez preocupados com esta sbita incurso da cincia em terreno

    alheio divulgam com veemncia os conceitos desta linha

    parapsicolgica.

    Na Rssia, Leonid Vassliev considera serem to dos os

    fenmenos paranormais como meramente fisiolgicos, exemplificando: Se

    uma sensitiva russa colocando as mos sobre um texto consegue l-lo,

    com os olhos vendados, deve possuir nas terminaes nervosas dos

    dedos estruturas visuais desconhecidas O professor J. Herculano Pires,

    do Instituto Paulista de Parapsicologia, publicou atravs da editora

    Edicel Ltda um excelente livro, Parapsicologia Hoje e Amanh, no qual

    coloca didaticamente todo o histrico, e as perspectivas futuras desta

    nova cincia apresentando inclusive as diversas vises das melhores

    escolas de Parapsicologia. Como existem muitos livros de autores

    comprometidos com outros interesses e de qualidade duvidosa pedimos

    escusas, mas, fazemos aqui, sua indicao.

    No que diz respeito a questo das vidas sucessivas, a

    Parapsicologia muito tem contribudo, ao contrrio do que afirmam

    alguns religiosos, para a comprovao da teoria da Reencarnao.

    Pesquisadores russos, dentre os quais destaca mos o Prof.

    Vladimir Raikov, efetuaram experincias por sugesto hipntica que

    denominaram reencarnaes sugestivas Nestes casos os sensitivos se

    descreviam, em detalhes, vivendo em outra poca, outra cidade, com

    outra personalidade, mas a mesma individualidade.

  • As investigaes sobre Reencarnao, no meio universitrio,

    tiveram, ao que parece, no Prof. Dr. Hamendras Nat Banerjee, da

    Universidade de Jaipur, provncia de Rajastan, na ndia, o pioneiro que

    abriu novos caminhos s pesquisas subseqentes. A partir de 1954,

    estabeleceu, o eminente indiano, uma sistemtica rigorosa para a

    documentao dos casos registrados. Vrios livros, nos quais apresenta o

    resultado de seus trabalhos, foram editados em ingls pela prpria

    universidade, alcanando repercusso internacional. O nmero de casos

    que compunha o fichrio de suas pesquisas j ultrapassava a 1000, em

    1974.

    Uma das dificuldades naturais para a aquisio da

    respeitabilidade internacional ao seu trabalho esteve sempre ligada ao

    fato do mesmo ser dirigido por um indiano. Como a ndia composta por

    uma populao de carter iminentemente reencarnacionista e seu povo

    considerado mstico, no sentido pejorativo do termo, ocorre,

    automaticamente, um preconceito cientfico por parte de outros grupos

    pertencentes a diferentes etnias.

    Considerando esta adversidade, Banerjee passou a tomar

    extrema cautela, por vezes excessiva, com relao as suas concluses,

    quando havia oportunidade de definir a Reencarnao como um

    fenmeno com provado cientificamente.

    Em funo da tendncia preconceituosa, com relao a ndia e

    aos indianos, sustentou sempre um posio rigorosamente cientfica

    embora chegasse a admitir ser a reencarnao a hiptese mais lgica

    para explicar os fenmenos pesquisados.

  • De autoria do Prof. Dr. Ian Stevenson, o livro Twenty Cases

    Sugestive of Reincarnation, que foi traduzido para o portugus com o

    ttulo correspondente (20 Casos Sugestivos de Reencarnao), apresenta

    uma investigao detalhada de duas dezenas de casos escolhidos do seu

    arquivo universitrio que, na poca, j continha 600 casos.

    Posteriormente, ampliou-se para mais de 2000 casos devidamente

    documentados.

    Stevenson, tal qual Banerjee, no segue o mtodo do seu colega

    russo Raikov, que optou pela regres so de memria utilizando tcnicas

    hipnticas. Tanto o investigador norte-americano como o indiano, ao

    contrrio de Raikov, preferem o exame dos relatos espontneos de

    lembranas de vidas anteriores revela das por crianas. Conforme estes

    cientistas, os casos espontneos tm a vantagem da naturalidade,

    enquanto alguns sacerdotes tem se especializado em rejeitar qualquer

    fenmeno que ateste a existncia dos espritos. Lamentavelmente,

    existem sacerdotes que vm usando de truques mgicos para falar e

    procurar demonstrar fenmenos paranormais. O ncleo dos mgicos

    profissionais de Niteri, atravs da sua revista Mirade Mgica nos

    nmeros 9 e 10 de abril e maio de 1965, chega a criticar este fato.

    Determinadas atitudes, como a anteriormente mencionada,

    tornam cada vez mais difcil a aceitao, por parte da comunidade

    cientfica, as provas da Reencarnao obtidas por parapsiclogos. No

    entanto, as mesmas esto se avolumando.

    18.Antroposofia

    O termo Antroposofia significa sabedoria do homem. Conforme

    o Novo Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa, o termo correto seria

    antroposofia embora adote-se comumente a grafia com apenas um s.

  • A Antroposofia teve origem no movimento teosfico que se

    ramificou em funo de divergncias conceituais entre alguns de seus

    pensadores, com Helena Petrovna Blavatsky. A Sociedade Teosfica,

    fundada em 1875, apresentou como expresso maior aquela que

    literariamente passaria a histria como Madame Blavatsky, teosofista

    russa que obteve iniciao no budismo esotrico durante viagens de

    estudo que fez ndia, frica e Amrica.

    O fundador da Antroposofia, quando este movimento separou-

    se da Sociedade Teosfica, foi o austraco Rudolf Steiner, nascido em

    1861 e desencarnado em 1925. Steiner foi estudioso em matemtica e

    cincias naturais. Suas teorias sobre educao, usando a arte como

    teraputica para deficientes mentais, tiveram resultados significativos.

    Realizou vrios trabalhos em diversos setores do conhecimento sendo a

    medicina antroposfica e a educao, talvez, os que encontraram maior

    receptividade entre os profissionais das reas em questo.

    Rudolf Steiner deixou inmeras referncias a re encarnao em

    suas obras. Observemos em Reencarnao e Carma: Sua Significao

    na Cultura Moderna, o trecho transcrito abaixo.

  • Que significaria a reencarnao para o todo da

    conscincia do homem, para o todo de sua vida de sentimento

    e de pensamento? As pessoas que pertenceram s pocas

    iniciais da civilizao ocidental e a grande maioria das que

    vivem no tempo presente agarram-se ainda crena de que a

    vida espiritual do homem, aps a morte, inteiramente

    separada da sua existncia terrena. O conhecimento da

    reencarnao e do carma transforma inteiramente esta idia.

    O que est na alma de um homem que passou atravs das portas

    da morte tem significao no s para a esfera alm da

    terra, mas o prprio futuro da terra depende do que foi a

    vida dele, entre o nascimento e a morte. Toda a configurao

    futura do planeta, bem como a vida social do homem no

    futuro, depende de COMO OS HOMENS VIVERAM EM SUAS

    REENCARNAES ANTERIORES. (Desta que nosso). Um homem que

    assimilou essas idias sabe: de acordo com o que fui na vida

    terei um efeito sobre tudo quanto tem lugar no futuro,

    sobre toda civilizao do futuro! O sentimento de

    responsabilidade ser intensificado at um ponto que

    anteriormente seria impossvel e outras intuies morais

    iro seguir-se.

    Segundo analista de questes religiosas e filosficas, as teorias

    antroposficas teriam alguns fundamentos cristos combinados com

    misticismo alemo e forte tempero esotrico. As almas humanas

    procederiam de Deus tal qual os raios solares procedem do Sol, tendo

    sido aprisionadas pela matria em conseqncia do pecado. A libertao

    da alma pode ser favorecida pela prtica de determinados exerccios

    espirituais e fsicos. Cristo teria tido outras encarnaes anteriores

    dentre as quais como Mitra e Dioniso.

  • A sede do movimento antroposfico se instalou em Basilia e foi

    denominada Goetheanum, Devido a ao de populares fanticos, e

    adversrios, sua sede foi incendiada em 1922 tendo sido reconstruda

    posteriormente.

    Para percebermos ainda melhor a viso reencarnacionista de

    Rudolf Steiner transcrevemos mais um trecho de uma de suas obras:

    PERGUNTA: possvel compreender, de acorda com a lei da

    Reencarnao e do Carma, como uma alma altamente desenvolvida pode

    renascer numa criana indefesa, no desenvolvida? Para muitas pessoas

    o pensamento de que temos de comear vrias vezes, desde a infncia,

    intolervel e ilgico.

    RESPOSTA: Tal como o pianista deve esperar que o

    construtor de pianos faa um em que possa expressar suas

    idias musicais, a alma deve esperar com as faculdades que

    adquiriu numa vida anterior, que as foras do mundo fsico

    tenham construdo os rgos corporais at o ponto em que

    possam expressar essas faculdades.

    Se a alma simplesmente entrasse no mundo em seu estgio anterior, seria um estrangeiro nele. O perodo de infncia vivido a fim de trazer harmonia entre a velha e a nova condio. Como poderia um dos mais talentosos romanos antigos aparecer em nosso mundo presente, se tivesse simples mente nascido em nosso mundo com os poderes que adquiriu? Um poder s pode ser empregado quando em harmonia com o mundo derredor. O pensamento de que temos de nascer como crianas no , portanto, nem ilgico nem intolervel, pelo contrrio, seria intolervel o nascermos como um homem completamente desenvolvido num mundo em que seramos estrangeiros.

  • 19.Logosofia

    Carlos Bernardo Pecotche, pensador argentino, foi o fundador

    da primeira Escola de Logosofia, em 1930, na cidade de Crdoba,

    Argentina. Pecotche, nascido em 1901 e falecido em 1963, naquela

    cidade, l desenvolveu seus estudos que posteriormente se disse

    minaram pela Argentina, Uruguai e Brasil. Atualmente se encontram

    grupos logosficos no s nas Amricas, mas, tambm, em outros

    continentes.

    A Logosofia uma doutrina tico-filosfica que tem por objetivo

    ensinar o ser humano a autotransformao por meio de um processo de

    evoluo consciente, libertando assim o pensamento das influncias

    sugestivas. Considera que os pensamentos so autnomos e

    independentes da vontade individual e que nascem e cumprem suas

    funes sob influncia de estados psquicos e morais.

    O primeiro Congresso Internacional de Logosofia foi realizado

    em Montevidu, em 1960. No Brasil, o primeiro evento internacional

    efetivou-se em 1965 atravs da primeira Jornada Juvenil Logosfica

    Internacional.

  • Os logsofos, denominao atribuda a pessoas que se dedicam

    ao estudo da Logosofia, no se consideram religiosos. Apesar de no

    observarmos referncias claras a reencarnao nesta doutrina, h nas

    obras de Pecotche, uma expresso que lembra o seu contedo filosfico.

    Em diversas obras logosficas detectamos ensinamentos sobre

    conhecimentos que o indivduo j trs consigo ao nascer. A herana de

    si mesmo, terminologia utilizada pelos autores logosficos, apresenta

    caractersticas diferentes dos conceitos reencamacionistas clssicos, pois

    no relaciona esta herana com as vidas passadas; no entanto, as

    modernas filosofias espiritualistas, que contm a reencarnao como

    base de seus raciocnios, consideram que o indivduo embora se

    apresente como uma nova persona, a cada nova encarnao, , na

    essncia, a mesma individualidade e herda de si mesmo o seu

    aprendizado do passado que ficou estratificado a nvel inconsciente.

    As principais obras de Pecotche foram:

    -Axiomas y Princpios de Logosofia, -Penas Bblicas, -Nueva

    Concepcin Politica, -EI Mecanismo de La Vida Consciente, e, -El

    Espiritu (Raumsol)

    20.Cristianismo

    A expresso maior do ensinamento de Jesus Cristo parece ter

    sido simbolizada pelas circunstncias do seu nascimento, que, conforme

    diz a tradio, teria ocorrido em uma manjedoura. A essncia da

    doutrina crist, segundo a exemplificao do seu modelo, deveria se

    caracterizar pela simplicidade e humildade.

  • A mensagem do cristianismo, conforme a vivncia de Jesus, foi

    um cdigo de fraternidade e de amor a todos os coraes. Segundo

    diziam os profetas do Velho Testamento, Jesus revelaria a humanidade a

    mensagem de Deus. Assim, aos homens de boa vontade de todo o

    planeta trouxe a Boa Nova, que o que significa, o Evangelho.

    A palavra do mestre Jesus, mansa e generosa, reunia todos os

    sofredores e pecadores indistintamente. Sempre escolheu os ambientes

    mais pobres para demonstrar e viver suas lies sublimes, mostrando

    aos homens que a verdade dispensava o cenrio suntuoso dos templos,

    para fazer-se ouvir em sua misteriosa beleza.

    Suas pregaes, nas praas pblicas, visavam atingir a todos,

    mas, em especial, aos mais desprotegidos.

    Combateu pacificamente todas as violncias oficiais do

    judasmo, renovando a lei antiga do olho por olho, dente por dente com

    a lio de perdoar os inimigos.

    Espalhou o conceito da vida imortal, demonstrando existir algo

    alm das ptrias, bandeiras e leis humanas.

    Disse Jesus sobre a vida aps a morte fsica: H muitas

    moradas na casa de meu pai.

    Falou de tudo, mas usava de parbolas que continham ou

    encobriam um sentido mais profundo nos seus ensinamentos.

    Com referncia a Reencarnao, encontramos nos evangelhos

    diversas aluses das quais destacamos as seguintes:

    Joo, captulo I versculos de 1 a 20, Mateus, captulo XVI,

    versculos 13 a 27, Mateus, captulo XVII, versculos 10 a 13, Marcos,

    captulo VI, versculos 14 a 16, Marcos, captulo IX, versculos 11 a

    13, Lucas, captulo IX, versculos 7 a 9.

  • Comentaremos alguns destes textos; antes, porm,

    observaremos uma curiosidade nos evangelhos de Marcos, captulo VIII,

    versculos 27 e 28, e Mateus, captulo XVI, versculos 13 e 14. Saiu

    Jesus para as aldeias de Cesrea de Felipe e no caminho interrogou os

    discpulos dizendo: Quem diz os homens que eu sou? E eles

    responderam: Joo Batista, outros Elias, e outros Jeremias ou um dos

    profetas.

    Torna-se muito evidente neste trecho, repetido por dois

    evangelistas, como os judeus tinham clara a idia do retorno pela

    Reencarnao, De maneira nenhuma poderiam estar confundindo a

    pessoa fsica de Jesus com Jeremias, Elias, ou qualquer dos profetas que

    ha viam vivido muitos sculos atrs. Os judeus estavam supondo que

    Jesus pudesse ser a reencarnao de algum dos profetas. E verdade que

    se torna claro nos versculos seguintes que o Mestre no era, de fato

    algum destes profetas renascidos, mas, tambm, in contestvel a idia

    da Reencarnao presente na resposta dos apstolos, como um conceito

    bastante conhecido dos mesmos.

    No entanto, onde Cristo daria o seu aval a esta crena? Teria

    Ele igualmente se manifestado de forma favorvel a idia do

    renascimento? Nas passagens acima mencionadas apenas se pode

    concluir que o conceito palngensico foi citado de forma muito natural

    pelos judeus, pois inclusive eram diversas as verses de quem Cristo era

    a Reencarnao (Elias, Jeremias, etc...)

    Apesar da suavidade dos ensinamentos evanglicos do

    cristianismo, o mesmo foi convertido em bandeira de separatividade e

    destruio. Com exceo dos cristos primitivos que assimilaram

    corretamente sob o smbolo do peixe, toda a beleza e profundidade dos

    ensinamentos de Jesus, o inverso sucedeu com os continuadores

    humanos da doutrina crist.

  • Em nome de Cristo incendiaram e trucidaram, massacrando

    esperanas em muitos coraes. Os conceitos de humanidade e pobreza

    foram dando lugar, gradativamente, a uma luxuosa hierarquia cujo pice

    era personificada pelo Papa, o chefe da Igreja.

    Observemos, no cristianismo, as alteraes tanto de forma

    como de contedo na seqncia cronolgica abaixo.

    At o ano de 70 d.C., Jerusalm centralizava a liderana,

    passando posteriormente para Roma at o fim do sculo 1.

    Do ano 270 at 370 d foram criados os altares nas igrejas, cada

    vez mais suntuosos e com recursos extrados dos fiis.

    No ano de 400 d.C., foi institudo o sinal da cruz ao invs do

    peixe, alterando um smbolo por outro que expressava mais a morte

    fsica e o sofrimento material do que a essncia dos seus ensinamentos.

    Em 500 d.C., criou-se o purgatrio.

    Em 553 d.C., 02 Conclio de Constantinopla condenou as

    opinies de Orgenes, reencarnacionista e grande telogo cristo, e

    tambm dos gnsticos, trazendo, esta atitude da igreja, o descrdito ao

    princpio da reencarnao.

    Apesar de algumas reaes posteriores, como do Cardeal

    Nicolau de Cusa que sustentou, em pleno Vaticano, a pluralidade das

    vidas e dos mundos habitados, com a concordncia do Papa Eugnio IV

    (1431-1447), havia o interesse em se sepultar esse conhecimento. Ento,

    ao invs de uma concepo simples e clara do destino, compreensvel

    para todos, conciliando a justia divina com a desigualdade das

    condies e sofrimentos humanos, comeou a se edificar todo um

    conjunto de dogmas que lanam a obscuridade sobre os problemas da

    vida, revoltam a razo e acabam afastando o homem de Deus.

  • Em funo da necessidade do domnio e exerccio da

    autoridade sobre os fiis, houve uma crescente valorizao do sofrimento

    fsico do Cristo, na Cruz, em detrimento do estudo da filosofia crist.

    0 2 Conclio de Constantinopla condenou a dou trina da

    Reencarnao considerando-a como heresia; passou-se, ento, a

    perseguir seus adeptos com uma ferocidade inigualvel. Curiosamente

    no havia Papa presente a este Conclio. Alis, aproveitamos a

    oportunidade para lembrar que sempre haver a justificativa da ausncia