Dosagem de Concreto

64
Dosagem de Concreto 1 Aula 13

Transcript of Dosagem de Concreto

Page 1: Dosagem de Concreto

Dosagem de Concreto

1

Aula 13

Page 2: Dosagem de Concreto

O Que é Dosagem de Concreto

É um proporcionamento adequado dos materiais constituintes

do concreto:

-cimento;

-agregado miúdo;

-agregado graúdo;

-água;

Podendo conter ainda:

-aditivo químico (atualmente bastante usual);

-adição mineral 2

Page 3: Dosagem de Concreto

Objetivo da Dosagem

Obter a mistura mais econômica possível atendendo às condições

de serviço:

Estado fresco: possuir trabalhabilidade adequada para as

condições de execução: transporte, lançamento, adensamento e

acabamento, apresentando baixa segregação e baixa exsudação

(principais fatores de heterogeneidade dos concretos)

Estado endurecido: possuir as características estabele-cidas

no projeto estrutural, compatíveis com as condições e destinação

da obra, referentes à:

- resistência - durabilidade - estabilidade dimensional

3

Page 4: Dosagem de Concreto

Dosagem Empírica

É o traço de concreto estabelecido empiricamente com consumo

mínimo de cimento igual a 300 kg/m3. É válido apenas para

concreto da classe C10.

4

Page 5: Dosagem de Concreto

Dosagem Racional do concreto

A composição de cada concreto de classe C15 ou superior, a ser

utilizado na obra, deve ser definida fazendo-se uma dosagem

experimental, com a devida antecedência, em relação ao início da

obra;

O estudo de dosagem deve ser feito com os mesmos materiais e

em condições semelhantes àquelas da obra, atendendo as

prescrições de projeto e as condições de execução;

5

Page 6: Dosagem de Concreto

Métodos de Dosagem Racional do

concreto

Existem vários métodos de dosagem para determinação de um

proporcionamento adequado de materiais (ABCP, ITERS, Módulo

de Finura, prof. Giamusso, INT, etc;

Será estudado o método de dosagem descrito no livro “Manual

de dosagem e controle do concreto”, dos autores Paulo Helene e

Paulo Terzian, Ed. Pini, 1992.

6

Page 7: Dosagem de Concreto

Características a serem conhecidas antes da

elaboração do estudo de dosagem

O estudo de dosagem parte do pressuposto de que o concreto

deve ter capacidade de ser lançado, adensado e acabado

adequadamente no interior do elemento estrutural. Para alcançar este

objetivo, deve-se realizar um levantamento prévio da situação em

que o concreto será submetido.

Não esquecer o custo, pois o concreto é tanto mais econômico

quanto menor o abatimento do tronco de cone (consistência mais

seca) e maior a dimensão máxima característica do agregado graúdo

(Dmáx).

7

Page 8: Dosagem de Concreto

Consultar o projeto, o tipo de elemento

estrutural onde o concreto será aplicado, o tipo de

equipamento de mistura e de lançamento, o

espaçamento entre as armaduras (regiões críticas)

para :

1) Definir o abatimento do concreto e

2) Definir o Dmáx do agregado graúdo.

Características a serem conhecidas antes da

elaboração do estudo de dosagem

8

Page 9: Dosagem de Concreto

É medida pelo abatimento do tronco de cone em função

do elemento estrutural e processo de lançamento do

concreto.

Valores de abatimento usuais para obras correntes

Escolha do abatimento

Tipo de concreto Abatimento (mm)

1. Fundação 2. Estrutural (lançamento manual ou

guindaste) 3. Bombeável 4. Concreto aparente 5. Viga muito delgada com alta

densidade de ferro

50 + 10 60 + 10

10 + 10 80 + 10

140 + 20

9

Page 10: Dosagem de Concreto

0,8 x distância entre as barras num plano horizontal

1,2 x distância entre barras num plano vertical

0,25 x menor distância entre faces opostas de formas

0,33 x espessura das lajes

0,25 x diâmetro da tubulação (concreto bombeado)

Escolha do Dmáx:

O Dmáx deve ser menor que:

10

Page 11: Dosagem de Concreto

A proporção ótima é obtida experimentalmente no

laboratório. Elaboram-se várias proporções dos

agregados, determinando-se a massa unitária, no estado

compactado seco, para cada composição. Traça-se um

gráfico (proporção x massa unitária) e adota-se a

composição que conferir a maior massa unitária, que

corresponde ao menor índice de vazios.

No caso de uso de mais de um tamanho de

agregado graúdo

11

Page 12: Dosagem de Concreto

3) Definir os materiais constituintes do

concreto. Após uma seleção criteriosa dos materiais

disponíveis no mercado (ou especificado pelo

solicitante do traço) e realização de ensaios de

caracterização, para saber eles se atendem às

exigências de Norma Brasileira.

4) Quando o elemento estrutural vier a ficar em

contato com um meio agressivo é necessário definir a

relação a/c (para atender durabilidade). Adota-se

para este parâmetro as recomendações de norma

para cada situação de agressividade do meio.

12

Page 13: Dosagem de Concreto

O método a ser estudado - objetivo Traçar um diagrama de dosagem correlacionado os

seguintes parâmetros de dosagem:

fcj – resistência do concreto, em MPa, obtida pela ruptura

de corpos de prova rompidos à compressão a j dias de

idade (3, 7, 28, 63)

a/c – relação água/cimento

m – relação agregados secos/cimento, do traço unitário,

em massa seca: 1 : a : p : a/c. No método, os valores de

“m” estão definidos iguais a 3,5 , 5 e 6,5

1

pam

C – Consumo de cimento, em kg, para 1 m3 de concreto (Lei

de Molinari), dado pela equação:

...Eq. 1

13

Page 14: Dosagem de Concreto

Onde:

Ar – volume de ar aprisionado ao concreto (em %), durante

o processo de mistura, mais o ar incorporado (quando for

usado aditivo químico incorporador), determinado

experimentalmente com equipamento apropriado.

cim, a, p – massas específicas do cimento, do agregado

miúdo e do agregado graúdo, respectivamente, em kg/dm3

ou g/cm3

a/c – relação água/cimento do traço (agregados na

condição SSS)

ca

pa

armkgC

pacim

1

1000)/(

3...Eq. 2

14

Page 15: Dosagem de Concreto

15

Page 16: Dosagem de Concreto

16

Page 17: Dosagem de Concreto

Quantos concretos fabricar para

traçar o diagrama de dosagem

Para traçar um diagrama de dosagem (gráfico), são

necessários no mínimo três pontos, para poder se

definir uma curva.

Cada ponto no gráfico, corresponde a um traço de

concreto 1: a: p: a/c,

Onde:

1

pam

17

Page 18: Dosagem de Concreto

Os três pontos precisam estar adequadamente

espaçados para definir uma extensão considerável.

O 1º concreto fabricado é um ponto médio na curva,

chamado de Traço Piloto.

O 2ª e o 3º concretos fabricados são os pontos extremos

da curva. O ponto extremo superior é o Traço Rico e o

extremo inferior é o traço Pobre.

Fazendo-se mais pontos, a curva fica melhor definida.

18

Page 19: Dosagem de Concreto

1o Ponto: Traço Piloto (1:5)

Por definição, m = 5, no traço Piloto, ou seja, o traço

1:a+p é 1:5

É necessário definir o parâmetro de mistura: teor de

argamassa seca (Aseca), dado pela expressão abaixo

isolando o valor de “a” da equação 3 e sabendo-se que

m = a+p, tem-se:

1001

1

secx

pa

aA

a

amp

mA

aa

1)1(100

sec

...Eq. 3

Eq. 4 ......

19

Page 20: Dosagem de Concreto

O objetivo do traço piloto é obter o teor de argamassa

“ideal”. Este teor deve ser nem muito baixo (que resultaria

num concreto empedrado) e nem muito elevado (que

resultaria num concreto com custo elevado e mais

suscetível a fissurar por retração térmica).

O teor de argamassa seca (Aseca) é obtido no

laboratório, experimentalmente, após algumas

tentativas.

Nota: o teor de As pode variar de um engenheiro para

outro, mas a variação é pequena.

20

Page 21: Dosagem de Concreto

Para a 1ª tentativa, adota-se um teor de argamassa seca

bem baixo (por exemplo, igual a 48%). Em seguida,

determina-se os valores de a e de p pelas equações 3 e 4,

definidas anteriormente.

Tem-se portanto, um traço unitário , em massa, 1: a: p

Pesam-se os materiais constituintes: cimento, areia e

pedra

Colocam-se estes materiais na cuba da betoneira.

Adiciona-se água, aos poucos, até atingir o abatimento

especificado, determinado pelo abatimento pelo tronco de

cone. 22

Page 22: Dosagem de Concreto

Na 1ª tentativa, embora o concreto possa estar no

abatimento desejado, presentará uma aparência bem

empedrada, com pouca coesão e elevada segregação.

Portanto, precisa ser melhorado.

Concreto com baixo teor de argamassa seca. 23

Page 23: Dosagem de Concreto

Parte-se para a 2ª tentativa, aumentando-se a

quantidade de areia e de cimento e,

conseqüentemente, o teor de argamassa seca,

respeitando a relação m = 5. É adicionado mais água

até o abatimento especificado.

Concreto ainda não apresenta teor de argamassa seca ideal. 24

Page 24: Dosagem de Concreto

Após algumas tentativas e, mediante alguns ensaios

táteis visuais, obtém-se o teor de argamassa seca ideal.

Anota-se a quantidade de água necessária para

atingir o abatimento especificado, com o teor de

argamassa „ideal‟.

Concreto com teor de argamassa seca ideal. 25

Page 25: Dosagem de Concreto

Se os agregados estiverem seco em estufa, é

necessário corrigir a água usada no traço. Neste caso, é

necessário determinar experimentalmente a absorção dos

agregados.

A água do traço é igual à lançada na betoneira, menos

a água consumida pelos agregados devido à absorção.

Lebrando que, “a água contida nos poros do agregado

não toma parte nas reações de hidratação do cimento e,

portanto, pode ser considerada como parte do agregado”

(Neville, 1997).

26

Page 26: Dosagem de Concreto

Se os agregados estiverem com umidade

superficial, é necessário corrigir a água usada no traço.

Neste caso, é necessário determinar experimentalmente a

umidade superficial dos agregados (h%), usando o franco

de Chapman.

Normalmente a correção devido à h% é feita apenas

para a areia, pois o agregado graúdo só carreia umidade

superficial se estiver muito molhado, após exposição a

chuva por exemplo, o que não ocorre no laboratório.

A água do traço é igual à lançada na betoneira, mais a

água contida no agregado miúdo (umidade superficial).

27

Page 27: Dosagem de Concreto

Corrigido-se a água da mistura, Calcula-se a relação a/c do

traço piloto;

Calcula-se o consumo de cimento (C) do traço piloto, em

kg/m3;

ca

pa

armkgC

pacim

1

1000)/(

3

Caso o volume de ar aprisionado não seja determinado

experimentalmente, adotar entre 1 a 2%, ou seja, 10 a 20 litros

por m3.

.....Eq. 2

28

Page 28: Dosagem de Concreto

Calcula-se a quantidade de água/materiais secos (H%), do

traço piloto, com a água corrigida do traço.

Moldam-se corpos de prova para as idades desejadas,

normalmente 7 e 28 dias;

1001

/% x

m

caH .....Eq. 5

29

Page 29: Dosagem de Concreto

Os corpos-de-prova são desformados com 24h e

seguem para câmara úmida onde permanecem até a

idade de ruptura.

Antes de serem rompidos, os topos são capeados com

uma mistura a base de enxofre líquido ou são polidos as

faces ou ainda podem ser rompidos com borracha de

neoprene.

Os corpos-de-prova são rompidos úmidos.

30

Page 30: Dosagem de Concreto

2o Ponto: Traço Rico (1:3,5)

m é igual a 3,5, ou seja, o traço 1:a+p é 1:3,5

Usa-se o mesmo teor de argamassa seca (Aseca),

determinado no traço piloto e calcula-se “a” e “p”.

Obtém-se o traço 1: a: p

A quantidade de água do traço rico pode ser obtida, com

certa precisão, usando a lei de Lyse.

Lei de Lyse: a quantidade de água (em relação aos

materiais secos) para uma determinada trabalhabilidade é

praticamente a mesma e independe do traço, para

mesmos materiais e para proporções usuais dentro de

certos limites. 31

Page 31: Dosagem de Concreto

Fabrica-se o traço Rico com os quantitativos definidos.

(Pode ser necessário acrescentar mais água ou não se usar

toda a água calculada, para se obter o abatimento

especificado)

Obtido o abatimento desejado, anota-se a quantidade de

água e calcula-se a relação a/c do traço Rico; Corrige-se a

água do traço

Calcula-se o consumo de cimento (C) do traço Rico;

Moldam-se corpos de prova para as mesmas idades

estabelecidas para o traço piloto.

Os corpos-de-prova são desformados com 24h e seguem

para câmara úmida onde permanecem até a idade de

ruptura. 32

Page 32: Dosagem de Concreto

m é igual a 6,5, ou seja, o traço 1:a+p é 1:65

Usa-se o mesmo teor de argamassa seca (Aseca),

determinado no traço piloto e calcula-se “a” e “p”.

Obtém-se o traço 1: a: p;

A quantidade de água do traço Pobre (da mesma forma

que se fez para o traço Rico) pode ser obtida, com certa

precisão, usando a lei de Lyse.

Lei de Lyse: a quantidade de água (em relação aos

materiais secos) para uma determinada trabalhabilidade é

praticamente a mesma e independe do traço, para

mesmos materiais e para proporções usuais dentro de

certos limites.

3o Ponto: Traço Pobre (1:6,5)

33

Page 33: Dosagem de Concreto

3o Ponto: Traço Pobre (1:6,5) Fabrica-se o traço Pobre com os quantitativos definidos.

(Pode ser necessário acrescentar mais água ou não se

usar toda a água calculada, para se obter o abatimento

especificado);

Obtido o abatimento desejado, anota-se a quantidade

de água e calcula-se a relação a/c do traço pobre;

Corrige-se a água do traço

Calcula-se o consumo de cimento (C) do traço Pobre;

Moldam-se corpos-de-prova para as mesmas idades

estabelecidas para o traço piloto.

Os corpos-de-prova são desformados com 24h e

seguem para câmara úmida onde permanecem até a

idade de ruptura. 34

Page 34: Dosagem de Concreto

Como Montar o Diagrama de Dosagem

Com os dados obtidos experimentalmente, elabora-se uma

Tabela e marcam-se os pontos no diagrama de dosagem, nos

três quadrantes.

Tabela 1 – Dados para traçar o diagrama de dosagem

Tra-

ço

Abatimen-to

(cm)

Aseca

(%)

a/c

m

=

a+p

C (kg/m3)

H

(%)

fc,7 (MPa)

fc,28 (MPa)

Pobre

Igual

ao do

piloto

6

Seme-

lhante

ao do

piloto

Piloto

5

Rico

Igual

ao do

piloto

3,5

Seme-

lhante

ao do

piloto

35

Page 35: Dosagem de Concreto

Como Montar o Diagrama de Dosagem

Unem-se os pontos do 10 quadrante, correlacionando-se

fcj e a/c, obtendo uma curva exponencial. A equação desta

curva é a Lei de Abrams (Eq. 6), obtida por regressão

matemática. Pode-se determiná-la usando-se o software

excel que utiliza o método dos mínimos quadrados).

cacj

K

Kf

/

2

1 .....Eq. 6

36

Page 36: Dosagem de Concreto

Como Montar o Diagrama de Dosagem

Unem-se os pontos do 40 quadrante, correlacionando-se

m e a/c, obtendo uma reta. (A equação desta reta também

pode ser obtida por regressão matemática).

Unem-se os pontos do 30 quadrante, correlacionando-se

m e C obtendo uma curva exponencial. (A equação desta

curva, que é a lei de Molinari, também pode ser obtida por

regressão matemática).

37

Page 37: Dosagem de Concreto

38

Page 38: Dosagem de Concreto

Validade do Diagrama de Dosagem Obtido

Cada diagrama de dosagem pode ser usado para se obter

os traços de concreto desejados, desde que:

• Utilizem-se os mesmos materiais constituintes

• Adote-se o mesmo abatimento estabelecido durante a

fabricação dos traços Piloto, Rico e Pobre

• Empregue-se o mesmo teor de argamassa seca (Aseca)

• A resistência à compressão, a relação a/c e o consumo de

cimento estejam dentro do intervalo da curva.

• Qualquer modificação nos parâmetros adotados, implica

na necessidade de outro estudo de dosagem

39

Page 39: Dosagem de Concreto

Validade do Diagrama de Dosagem Obtido

NÃO se recomenda extrapolar as curvas obtidas

experimentalmente. Se desejar uma resistência mais

elevada, uma relação a/c menor ou um consumo de

cimento maior, deve-se fabricar novos traços no

laboratório, diminuindo o valor de “m”. Recomenda-se

para cada diminuição de 0,5 no “m”, reduzir o teor de

argamassa seca em 2%.

40

Page 40: Dosagem de Concreto

Obtenção do Proporcionamento Desejado

(Traço Definitivo) O traço almejado é obtido do diagrama de dosagem, a

partir de algum dos parâmetros de mistura apresentados

a seguir, estabelecido pelo profissional responsável pelo

projeto estrutural.

fck – resistência característica do concreto à

compressão (mais usual); ou

Relação a/c máxima (quando o meio é agressivo); ou

Consumo mínimo de cimento para 1 m3 de concreto.

41

Page 41: Dosagem de Concreto

fck – resistência característica do concreto à

compressão;

É um parâmetro estatístico, constante em todos os

projetos e memórias técnicas. O fck representa a

probabilidade daquele valor ser atingido nos corpos

de prova rompidos à compressão, dentro de um

intervalo de confiança. Para concretos simples,

armado e protendido, o intervalo de confiança é 95%.

Isso quer dizer que, pelo menos 95% dos resultados dos

corpos de prova rompidos à compressão (fcj), na idade

estabelecida (normalmente aos 28 dias), devem ser

iguais ou superiores ao fck. (fck ≠ fcj) GRAVEM ISSO!

42

Page 42: Dosagem de Concreto

Exemplo Prático

Obter um proporcionamento de materiais para um

concreto destinado a lajes (h=12 cm) e vigas (b=15 cm),

lançado por bomba, em um prédio com 16 pavimentos,

em ambiente marinho, fck = 35 MPa. Materiais medidos

em massa, com determinação da umidade dos

agregados.

43

Page 43: Dosagem de Concreto

1a Parte: no laboratório para obter o

diagrama de dosagem

Exemplo Prático

2a Parte: : com o diagrama, obter

o(s) traço(s) desejado(s)

44

Page 44: Dosagem de Concreto

1a Parte: no laboratório para obter o diagrama de

dosagem

• Definir o abatimento

• Definir Dmáx

•Escolher e Ensaiar materiais constituintes

• Fabricar traço piloto (obter experimentalmente o teor de

argamassa seca (Aseca). Calcular a relação a/c e calcular

a relação água/materiais secos (H%)

• Fabricar traços auxiliares rico e pobre com a mesma

“Aseca” e mesmo abatimento do traço piloto

45

Page 45: Dosagem de Concreto

•Traçar o diagrama de dosagem. Obter a equação de

Abrams

• Num exemplo já realizado:

-abatimento=11 1 cm, Aseca= 57%, H = 9,06%)

-materiais constituintes (todos aprovados nos ensaios de

caracterização, segundo normas brasileiras): cimento CP

II F-32, areia lavada de rio (granulometria contínua,

encaixada na zona utilizável, MF=2,8), agregado graúdo

de rocha granítica, zona granulométrica 9,5/25 mm

(Dmáx= 19 mm), água da rede de abastecimento público,

aditivo platificante/retardador de pega).

46

Page 46: Dosagem de Concreto

2a Parte: obter o traço desejado

Passo 1: Obtenção da resistência de dosagem (fcj)

fcj = resistência média do concreto à compressão, prevista

para a idade de j dias, em MPa

fck = resistência característica do concreto à compressão, em

MPa

1,65 = constante que estabelece o nível de confiança de 95%

(apenas 5% dos valores de fcj abaixo do fck)

Sd = desvio-padrão de dosagem, em MPa. Depende das

condições de preparo do concreto, de acordo com a NBR

12655/2005 Concreto – Preparo, controle e recebimento -

Procedimento.

dckcjSff .65,1 .....Eq. 7

47

Page 47: Dosagem de Concreto

Opções de Sd

Sd = 4,0 MPa Condição A

•O cimento e os agregados são medidos em massa.

•A água de amassamento, medida em massa ou volume,

com dispositivo dosador, é corrigida em função da

determinação da umidade dos agregados. (Aplicável às

classes C10 até C80).

48

Page 48: Dosagem de Concreto

Sd = 5,5 MPa Condição B

O cimento é medido em massa, os agregados medidos em

volume e a água é medida em volume, mediante

dispositivo dosador. A umidade do agregado miúdo é

determinada por ensaio e o volume do agregado miúdo é

corrigido usando-se a curva de inchamento. (plicável

somente para concretos de classe C10 até C20)

Obs: Pode-se fabricar concreto C25 com este desvio

padrão, desde que haja na obra balanças com capacidade

e precisão aferidas, que permitam a conversão rápida e

prática de massa para volume de agregados.

Opções de Sd

49

Page 49: Dosagem de Concreto

Sd = 7,0 MPa Condição C

O cimento é medido em massa, os agregados são medidos

em volume. A água de amassamento é medida em volume

e sua quantidade é corrigida em função da estimativa da

umidade dos agregados e da determinação da consistência

do concreto. (Aplicável apenas aos concretos de classe

C10 e C15)

Opções de Sd

50

Page 50: Dosagem de Concreto

Passo 2: Obtenção da relação a/c - parâmetro mais

importante do concreto estrutural.

Deve atender aos requisitos de Resistência e de

Durabilidade, adotando-se sempre o MENOR dos dois

valores obtidos.

Passo 2.a) a/c para atender resistência:

Lei de Abrams (Eq. 6) e fcj conhecido:

cacj

K

Kf

/

2

1

51

Page 51: Dosagem de Concreto

•Passo 2.b) a/c para atender durabilidade:

As normas apresentam valores máximos para relação

a/c e valores mínimos para fck e também para o

cobrimento das armaduras, em função das condições

de exposição da estrutura à agressividade do meio,

durante a fase construtiva e durante sua vida útil.

Obs: Com a enorme costa marinha, as condições de

exposição das estruturas no Brasil não são menos

severas do que as dos europeus e dos norte

americanos.

52

Page 52: Dosagem de Concreto

Diretrizes para a Durabilidade das estruturas de concreto

• Exigências de durabilidade: as estruturas de concreto devem ser projetadas e construídas de modo que, sob as condições ambientais previstas na época do projeto e quando utilizadas conforme preconizado em projeto, conservem sua segurança, estabilidade e aptidão em serviço durante um período mínimo de 50 anos

• Vida útil: período de tempo durante o qual se mantêm as características da estrutura de concreto sem exigir medidas extras de manutenção e reparo, isto é, após este período é que começa a efetiva deterioração da estrutura, com aparecimento de sinais visíveis (corrosão da armadura, desagregação do concreto, fissuras)

53

Page 53: Dosagem de Concreto

Diretrizes e Critérios de projeto visando a Durabilidade

Qualidade do concreto e do Cobrimento:

• A norma especifica a relação a/c máxima em função da classe de agressividade e qualidade do concreto

• A norma especifica o Cobrimento mínimo das armaduras em função da classe de agressividade e qualidade do concreto

54

Page 54: Dosagem de Concreto

Tabelas NBR 6118/2000 • Classes de agressividade ambiental (I, II, III e IV)

• Classes de agressividade ambiental em função das condições de exposição (fraca, média, forte e e muito forte)

• Classe de agressividade e qualidade do concreto (Definição de a/c máximo e fck mínimo)

• Classe de agressividade e Cobrimento nominal (Definição de cobrimento mínimo)

55

Page 55: Dosagem de Concreto

Durabilidade

C la s s e d e a g re s s iv id a d e A g re s s iv id a d eR is c o d e d e te r io ra ç ã o

d a e s t ru tu ra

I f r a c a in s ig n i f ic a n te

I I m é d ia p e q u e n o

I I I fo r te g r a n d e

I V m u ito fo r te e le v a d o

56

Page 56: Dosagem de Concreto

Classe de agressividade ambiental

Macro-clima

Micro-clima

ambientes internos ambientes externos e obras em

geral

Seco

UR <

55%

Úmidos ou

ciclos de

molhagem e

secagem

Seco

UR < 55%

Úmidos ou ciclos

de molhagem e

secagem

rural I I I II

urbana I II I II

marinha II III ---- III

industrial II III II III

especial II III ou IV III III ou IV

respingos de

maré ---- ---- ---- IV

submersa >3 m ---- ---- ---- I

solo ---- ---- não

agressivo I

úmido e agressivo

II, III ou IV

57

Page 57: Dosagem de Concreto

Concreto Tipo Classe de agressividade

I II III IV

Relação água/ cimento em massa

CA 0,65 0,60 0,55 0,45

CP 0,60 0,55 0,50 0,45

Classe de concreto (NBR 8953)

CA C20 C25 C30 C40

CP C25 C30 C35 C40

NOTAS: CA Componentes e elementos estruturais de concreto armado CP Componentes e elementos estruturais de concreto protendido

58

Page 58: Dosagem de Concreto

Tabela 3 – Requisitos para concreto, em condições

especiais de exposição

Condição de

exposição a/c <

fck >

Pressão de água

0,50

35

Gelo

0,45

40

Maré

0,40

45

NBR 12655/2005

60

Page 59: Dosagem de Concreto

Tipo de estrutura

Componente ou elemento

Classe de agressividade ambiental (tabela 1)

I II III IV(3)

Cobrimento nominal (mm)

Concreto armado

Laje (2) 20 25 35 45

Viga/Pilar 25 30 40 50

Concreto protendido(1)

Todos 30 35 45 55

Cobrimento mínimo

61

Page 60: Dosagem de Concreto

Passo 3: Obtenção de “m”

Lei de Lyse (Eq. 5) obtido experimentalmente e a/c

conhecido:

Passo 4: Obtenção de “a” e “p”

Com “Aseca” obtido experimentalmente do traço piloto, Eq.

4, e “m” conhecido

1001

/% x

m

caH

amp

mA

aa

1)1(100

sec

63

Page 61: Dosagem de Concreto

Passo 5: Obtenção do consumo de cimento, em kg, para

1m3 de concreto

(Lei de Molinari)

ca

pa

armkgC

pacim

1

1000)/(

3

64

Page 62: Dosagem de Concreto

Passo 6: Resumo: proporcionamento de materiais,

em kg, para 1m3 de concreto

· Cimento = C (em kg/m3)

· Areia = “a” x C (em kg/m3)

· Pedra = “p” x C (em kg/m3)

· Água = a/c x C (em kg/m3)

65

Page 63: Dosagem de Concreto

Aditivos adicionados ao concreto

Plastificante (Tipo R, N ou A): o tipo R (retardadores de pega são

muito empregados nos concretos produzidos por empresa de serviço

de concretagem. A dosagem é dada pelo fabricante e varia de cerca

de 0,22% a 0,30% da massa de cimento, usualmente.

Plastificantes multidosagem ou Polifuncionais (Tipo R ou A). A

dosagem dada pelo fabricante é de 0,2 a 0,8% da massa de cimento.

66

Page 64: Dosagem de Concreto

Superplastificantes (Tipo R, N ou A). A dosagem depende do

produto, mas normalmente é em torno de 0,8 a 2,5% da massa de

cimento

Incorporador de ar. A dosagem é dada pelo fabricante e varia em

torno de 0,01 a 0,04 da massa de cimento

Redutor de retração (1 a 2% da massa de cimento)

Expansor

67