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FEMA-FUNDO ESPECIAL DO MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 1 Projeto Água Doce Dossiê Coordenadores Hamilton Trajano e Ondalva Serrano

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FEMA-FUNDO ESPECIAL DO MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

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Projeto Água Doce

Dossiê

Coordenadores Hamilton Trajano e Ondalva Serrano

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Sumário Apresentação sumária do projeto ....................................................................................... 3

Relatório do mês de fevereiro de 2009 .............................................................................. 48

Relatório do mês de março de 2009 .................................................................................. 51

Relatório do mês de abril de 2009 ..................................................................................... 56

Relatório do mês de maio de 2009..................................................................................... 60

Relatório do mês de junho de 2009 ................................................................................... 63

Relatório do mês de julho de 2009 .................................................................................... 67

Relatório do mês de agosto de 2009 .................................................................................. 70

Relatório do mês de setembro de 2009 ............................................................................. 75

Relatório do mês de outubro de 2009 ............................................................................... 79

Relatório do mês de novembro de 2009 ............................................................................ 85

Relatório do mês de dezembro de 2009 ............................................................................ 90

Relatório do mês de janeiro de 2010 ................................................................................. 96

Relatório do mês fevereiro de 2010 ................................................................................. 100

Relatório do mês de março de 2010 ................................................................................ 106

Relatório do mês de abril de 2010 ................................................................................... 116

Relatório do mês de maio de 2010................................................................................... 124

Relatório do mês de junho de 2010 ................................................................................. 129

Relatório do mês de julho de 2010 .................................................................................. 133

Relatório Final - mês de agosto de 2010 ......................................................................... 139

Categorias de Atividades Desenvolvidas ........................................................................ 141

Atividades Previstas e Efetivamente Alcançadas .......................................................... 151

Recomendações ................................................................................................................. 174

Depoimentos ...................................................................................................................... 183

Lista de Agricultores Atendidos...................................................................................... 185

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Projeto Água Doce

Apresentação sumária do projeto I - Apresentação sumária do projeto:

Título: Projeto Água Doce – Extensão Rural Agroecológica na APA Capivari-Monos Instituição proponente: Associação de Agricultura Orgânica – AAO Linha temática: Desenvolvimento Rural Sustentável Localização geográfica: Ponte Alta - Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos Resumo: O Projeto Água Doce é um projeto de extensão rural agroecológica na APA Municipal do Capivari-Monos, tendo como principal ferramenta metodológica a instalação de uma propriedade demonstrativa no Sítio Dourado, bairro da Ponte Alta, onde serão realizadas e demonstradas práticas agrícolas orgânicas e agroecológicas, bem como oficinas, mini-cursos e dias de campo visando difundir práticas agrícolas menos agressivas ao meio ambiente e economicamente viáveis, sensibilizando e capacitando agricultores à conversão para agricultura orgânica. Considerando a importância ambiental da APA e sua condição de área de proteção a mananciais, o projeto Água Doce visa não somente melhorar a sustentabilidade ambiental e econômica das propriedades rurais mas também a proteção dos recursos hídricos, contribuindo para diminuir seu assoreamento e poluição por agrotóxicos. Prazo de duração: 18 meses Custo total: R$ 109.818,00 II - Apresentação da instituição proponente e de suas eventuais parceiras: Instituição proponente: Associação de Agricultura Orgânica

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Endereço: Av. Franscisco Matarazzo, 455 . Parque Dr. Fernando Costa (Água Branca) – Prédio do Fazendeiro, sala 24 /CEP 05001-3000 Telefone: 3875-2625 Fax: 3872-1246 Endereço eletrônico: [email protected]; www.aao.org.br Representante legal: Ondalva Serrano Endereço: Av. Franscisco Matarazzo, 455 . Parque Dr. Fernando Costa (Água Branca) – Prédio do Fazendeiro, sala 24 /CEP 05001-3000 Telefone: 3875-2625: Endereço eletrônico: [email protected] Responsável Técnico(1): Ondalva Serrano. Qualificação profissional: Engenheira Agrônoma Endereço: Av. Franscisco Matarazzo, 455 . Parque Dr. Fernando Costa (Água Branca) – Prédio do Fazendeiro, sala 24 /CEP 05001-3000 Telefone: (15) 6258-8292 Endereço eletrônico: [email protected] Instituição parceira: Instituto Pedro Matajs Endereço: Rua Amaro Josefa 405 Telefone: 5975-4392 Fax: 5975-4392 Representante legal: Leila Ramos Matajs Endereço eletrônico: [email protected] Instituição parceira: Sítio Dourado Endereço: Estrada do Vilhena 504 - CEP 04891-280 Telefone: 5978-6585 Representante legal: Daniel Helfstein Fidêncio Endereço eletrônico: Capacidade e experiência de trabalho da entidade proponente e de suas parceiras(2): Associação de Agricultura Orgânica: A Associação de Agricultura Orgânica (AAO) é uma organização não governamental sem fins lucrativos. Foi fundada em 1989, tendo por objetivos principais: defender e apoiar a produção de alimentos de alto valor nutritivo por processos naturais, não poluidores e

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socialmente justos, e defender o direito das pessoas a uma alimentação sadia e equilibrada. A AAO não visa lucros e tem atualmente mais de 2000 associados, entre produtores rurais, cientistas, técnicos ligados à produção agrícola, profissionais da saúde e de outras áreas entre outros, todos empenhados e apoiar e defender o direito à produção e ao consumo de alimentos saudáveis. A AAO atua em várias frentes: técnico-científica, comunicação, políticas públicas e produção e comercialização. O ANEXO 3 deste projeto detalha e comprova a capacidade e experiência da AAO. Instituto Pedro Matajs:

O Instituto Pedro Matajs, situado na região do Embira, distrito de Engenheiro Marsilac, nos limites da Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos, tem realizado vário projetos sócio-ambientais voltados a jovens e adultos da região, destacando-se:

a) Aprender é bom - orienta por meios de palestras e dinâmicas jovens entre15 há 20 anos, que buscam uma primeira oportunidade de trabalho.

b) Oficina 10 –oferece capacitação de vários ofícios relacionados ao setor de prestação de serviços para diferentes idades, por exemplo: manicure, artesanato, artes plásticas, tapeçaria, culinária.

c) Projeto Meio Ambiente I -: visa o reflorestamento da Mata Atlântica da região. Grupos de diferentes faixas etárias trabalham na preparação de mudas de plantas de árvores nativas, que são distribuídas aos sitiantes na região, para plantio visando a recomposição da floresta, sob orientação do Instituto.

d) Palestras sobre educação ambiental - são realizadas caminhadas ecológicas pela região da Mata Atlântica, com o acompanhamento de monitores ambientais, onde os participantes visitam várias áreas produtivas para reconhecer diferentes tipos de uso do solo, aprendendo a reconhecer suas potencialidades e impactos, bem como estratégias para minimizá-los visando uma convivência harmônica com o meio ambiente.

e) Projeto Shiitake - É o projeto piloto do cultivo do cogumelo shiitake em toras de eucalipto. São dois anos de aprimoramento, praticando as técnicas de todo o processo produtivo e também ministrando cursos e palestras sobre o cogumelo. (Ver ANEXO 2)

f) Projeto Arado da Natureza: Em parceria com a agricultora Angelina Fidêncio, foi desenvolvido o projeto piloto do canteiro para o processamento

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de adubo orgânico com a utilização de minhocas, gerando o húmus que é utilizado nas bandejas de mudas das verduras, plantas aromáticas, medicinais e uso parcial no solo da agricultura. (Ver ANEXO 2)

A experiência adquirida e os resultados positivos nos projetos Shiitake e Arado da Natureza motivou o Instituto Pedro Matajs a pleitear, como proponente, recursos do FEMA para ampliação e aprimoramento desses projetos, visando a capacitação de agricultores locais na produção de shiitake e húmus de minhoca, com vistas a propiciar uma alternativa sustentável de geração de renda. O Instituto Pedro Matajs tem participado das atividades desenvolvidas pelo Conselho Gestor da APA Capivari-Monos, em especial do Programa de Desenvolvimento Territorial (PDT- parceria Sebrae ) e das oficinas do planejamento. O crescente envolvimento com a APA, com a agroecologia e com os agricultores familiares da região levou o Instituto a ser parceiro no projeto, bem como a Sra. Leila Matajs a pleitear, com sucesso, uma cadeira no Conselho como representante dos produtores rurais.1.

O Instituto Pedro Matajs possui completa infra-estrutura para a realização de cursos, palestras e oficinas, bem como uma ampla e bem conservada área verde, com Mata Atlântica preservada e nascentes.

Sítio Dourado

O Sítio Dourado possui uma área de 15 hectares, localizada no bairro da Ponte Alta, na Bacia Hidrográfica do Guarapiranga, na APA Capivari-Monos. É vizinho ao Instituto Pedro Matajs. (Ver ANEXO 1- localização), e a ele interligado por trilhas.

É uma propriedade voltada à agricultura familiar, cuja renda é advinda da olericultura. O produto é comercializado nas feiras de Parelheiros. Dois hectares são dedicados ao cultivo, sendo o restante área de mata.

Pratica-se tradicionalmente a agricultura convencional, com o uso de adubos químicos e pesticidas. Tal forma de agricultura tem exaurido os solos e exigido o aporte cada vez maior de insumos químicos, sem resultados positivos e com risco á saúde e ao meio ambiente. Tal situação levou os responsáveis pela propriedade a buscar alternativas à agricultura tradicional, motivando a adesão ao projeto Água Doce.

1 Plenária de eleição realizada em 18 de agosto e posse prevista para 27 de outubro, conforme portaria 17/SVMA-G, de 28 de setembro de 2007.

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Descrição de como as instituições parceiras participarão na execução do projeto (3): Associação de Agricultura Orgânica A Associação de Agricultura Orgânica participará da execução do Projeto Água Doce através da responsável técnica, engenheira agrônoma Ondalva Serrano, a qual prestará assessoria técnica e supervisionará o trabalho do coordenador executivo, realizando visitas periódicas a campo. Assumirá também a responsabilidade pela parte contábil e administrativa, encarregando-se da organização da documentação e da prestação de contas. Sob responsabilidade da AAO está também a reprodução do material didático, utilizando infra-estrutura de informática e reprografia própria. Divulgará também processo e resultados do Projeto Água Doce na sua homepage, informativo impresso (Ver ANEXO 3) e eventos dos quais a participar. Instituto Pedro Matajs O Instituto Pedro Matajs participará da execução do projeto Água Doce cedendo suas instalações para reuniões, oficinas e demais atividades de capacitação, bem como auxiliando na divulgação, sensibilização e envolvimento dos participantes. Disponibilizará também, quando necessário, hospedagem para o coordenador do projeto. O fato de o Instituto ser localizado no Embura - um dos principais acessos à APA Capivari-Monos – o torna um ponto estratégico para as localidades do Ponte Alta, Embura do Alto, Gramado e estrada do Vargem Grande, onde estão localizadas (em especial nas duas últimas) as principais áreas agrícolas da APA Capivari-Monos. Além disso, a Sra.Leila Ramos Matajs, coordenadora do Instituto, é representante dos produtores rurais no Conselho Gestor da APA Capivari-Monos, o que propicia a desejável interação do projeto no Conselho.2

2 As diretrizes do planejamento estratégico do Conselho, construídas durante os anos de 2005 e 2006 com a participação dos conselheiros e lideranças locais, apontam para a criação de uma Câmara Técnica de Agricultura e Desenvolvimento Rural Sustentável, a ser criada pelo atual mandato (posse a ser realizada em outubro do corrente). Tal câmara técnica será integrada, provavelmente, pelo Instituto Pedro Matajs, pela Fundação Mokiti Okada, pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais da Grande São Paulo e pelo SESC Interlagos (entidades representadas no Conselho) e ainda pela Casa de Agricultura Ecológica José Umberto Macedo Siqueira.

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Sítio Dourado O Sítio Dourado sediará a propriedade demonstrativa, espinha dorsal do projeto Água Doce. Técnicas de cultivo tradicional serão substituídas por técnicas de agricultura orgânica, possibilitando a demonstração prática da técnica e o acompanhamento de sua implantação e resultados pelos participantes do projeto. O Sítio funcionará como um laboratório vivo de práticas em agroecologia, voltadas não só ao cultivo em si mas ao equilíbrio do sistema como um todo.. Cada prática será instalada de forma demonstrativa, com aulas práticas, oficinas e dias de campo que serão realizados no Sítio. No que tange aos aspectos econômicos, serão levantados todos os insumos utilizados e calculados os custos atuais de produção do Sítio Dourado, bem como a receita obtida, mensal e anualmente, com base no ano de 2006. Para cada prática implantada será também calculado o custo, de forma a possibilitar a comparação da rentabilidade da propriedade tradicional e da propriedade agroecológica, discutindo processo e resultados com os agricultores participantes. O Sítio Dourado fornecerá também mão de obra para o projeto, na pessoa de seu proprietário, Sr. Daniel, o qual coordenará a implantação prática das práticas agroecológicas a serem implantadas sob a supervisão do responsável técnico. O Sr. Daniel será o responsável direto pelas atividades do prestador de serviço (trabalhador braçal) a ser contratado. A conversão de uma propriedade tradicional em propriedade agroecológica leva tempo para ser completado, não podendo ser levado a termo no prazo estabelecido pelo FEMA. Mas boa parte do caminho para a completa conversão será implantado no decorrer do projeto. Ao final deste, pretende-se que o Sítio Dourado será uma referência em práticas agroecológicas para a APA Capivari-Monos e entorno. III - Apresentação da Equipe Técnica: Responsável técnico pelo projeto (1): Ondalva Serrano Qualificação profissional: Engenheira Agrônoma Responsável Técnico(1): Ondalva Serrano. Qualificação profissional: Engenheira Agrônoma Endereço: Av. Francisco Matarazzo, 455 . Parque Dr. Fernando Costa (Água Branca) – Prédio do Fazendeiro, sala 24 /CEP 05001-3000 Telefone: (15) 6258-8292 Endereço eletrônico: [email protected]

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Número de horas dedicadas ao projeto: 08 horas mensais Ao responsável técnico caberá a supervisão geral do trabalho, no que tange às orientações técnicas ao técnico agrícola coordenador, bem como quanto aos aspectos administrativos tais como organização da documentação e prestação de contas. Estão previstas visitas periódicas a campo, quando o responsável técnico participará diretamente o trabalho. Coordenador do projeto(1):Hamilton Trajano Cabral Qualificação profissional: Técnico Agrícola e Gestor Ambiental Endereço: Rua Princesa Isabel,52 – Parque das Rosas – Cotia SP CEP 06704-375 Telefone: (11) 4614-1351/ (11) 9478-6991 Endereço eletrônico: [email protected] Fonte pagadora: FEMA Ao coordenador caberá o planejamento e coordenação da implantação da propriedade demonstrativa, bem como as atividades de extensão rural tais como visitas às propriedades, organização das visitas técnicas, das oficinas e dias de campo. Sob sua responsabilidade estará também do dia-a-dia do projeto, aquisição de insumos e materiais e prestação de contas. Este profissional será contratado pela Associação de Agricultura Orgânica como autônomo, especificamente para o projeto Água Doce. Nome completo (1): Luiz Sertório Teixeira Qualificação profissional: Geógrafo, mestrando em Geografia Endereço: Praça General Gentil Falcão, 139 apto 54 - CEP 04571-150 São Paulo - SP Telefone: (11) 5505-1236/(11) 8937-5006 Endereço Eletrônico: [email protected] Função no projeto: Preparar e ministrar a oficina de mapeamento prevista na etapa 2.. Vinculação: Contratado. Número de horas a serem dedicadas ao projeto: 30 horas totais, na etapa 2. Fonte pagadora: FEMA Nome completo (1): Nádia Cozzi Qualificação: especialista em alimentação natural e aproveitamento integral de alimentos Função no projeto: preparar e ministrar oficina de agroindústria familiar e aproveitamento de alimentos, prevista na etapa 3. Vinculação: contratado Número de horas a serem dedicadas ao projeto: 20 no total, na etapa 3. Fonte pagadora: FEMA

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Membros da equipe técnica, vinculados à instituição proponente, às parceiras, ou voluntários: Nome completo (1): Daniel Helfstein Fidêncio Qualificação profissional: Agricultor Função no projeto: Responsável pela prática das técnicas agroecológicas a serem implantadas no decorrer do projeto Água Doce. Vinculação: Sítio Dourado Número de horas a serem dedicadas ao projeto: 08 horas semanais Cabe aqui justificar que o Sr. Daniel é o proprietário do Sítio Dourado, onde será implantada a propriedade demonstrativa, é o responsável por todo o trabalho executado no sítio, atualmente agricultura convencional. As 08 horas previstas referem-se à execução das novas práticas, a substituírem progressivamente,.sob a supervisão do coordenador do projeto, as atuais. Portanto, as horas previstas já integram sua rotina como agricultor, não constituindo remuneração adicional. Previsão do número de prestadores de serviço a serem contratados : Trabalhador braçal: 01 Qualificação profissional: trabalhador braçal, com experiência em agricultura, morador da região. Função no projeto: mão de obra braçal para a execução das práticas agroecológicas a serem implantadas na propriedade demonstrativa. Vinculação: contratado Número de horas a serem dedicadas ao projeto: 16 horas semanais (3 dias/semana) Cabe aqui justificar que a implantação da propriedade demonstrativa demanda, em especial no período de transição da agricultura convencional para orgânica, apoio de mão de obra adicional, até que estejam implantadas e incorporadas na rotina da propriedade. O preparo e realização das oficinas, demonstrações práticas e dias de campo demanda atividades além das usualmente necessárias para as atividades inerentes à produção. Fonte pagadora: FEMA IV - Apresentação da infra-estrutura física e administrativa disponibilizada pelo proponente e/ou parceiros para a execução do projeto: A Associação de Agricultura Orgânica funciona em prédio cedido pelo Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, no Parque da Água Branca. As instalações compreendem salas de administração, sala de reuniões, copa e uma pequena biblioteca.

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Conta com uma equipe fixa de dois funcionários, responsáveis pela parte administrativa, que darão suporte ao projeto Água Doce. A equipe técnica é formada por associados e membros da diretoria, como é o caso da responsável técnica. Atualmente a AAO conta com cinco computadores, três impressoras, linha telefônica, equipamento de projeção. Esses equipamentos permitem cumprir a contento as responsabilidades assumidas no projeto O Sítio Dourado disponibilizará dois hectares de área de cultivo para implantação direta de técnicas agroecológicas, bem como abrirá a propriedade para a realização de aulas práticas e dias de campo. O Instituto Pedro Matajs disponibilizará suas instalações para a realização de aulas, palestras e reuniões, bem como para a hospedagem do responsável técnico pelo projeto quando necessário. V - Caracterização do projeto: a) Diagnóstico da questão abordada: A atividade agrícola já foi mais importante economicamente na região da APA do Capivari-Monos. Observa-se atualmente que a atividade encontra-se, ao menos do ponto de vista econômico, em declínio. Isto contribui para a progressiva diminuição da renda familiar dos que ainda permanecem na atividade, bem como para um desestímulo à permanência do agricultor na terra, o que tem gerado grande quantidade de propriedades à venda e mesmo abandonadas, à mercê da especulação imobiliária, indesejável para os objetivos da APA. De acordo com Bellenzani (2001)3, terras produtivas não costumam ser objeto de invasões e loteamentos clandestinos, funcionando como uma barreira entre a frente de expansão urbana e as áreas de Mata Atlântica. Por outro lado, a expansão da agricultura convencional não é desejável para os objetivos da APA Capivari-Monos, nem para a proteção dos mananciais metropolitanos, pelo seu potencial impacto ao meio ambiente, em especial aos recursos hídricos, devido ao uso de agrotóxicos e adubos químicos. A produção da região está baseada em horticultura convencional e flores . Atualmente, encontramos na zona rural uma população pauperizada, pois o produto de seu trabalho é

3 Bellenzani, Maria Lucia Ramos . A APA do Capivari-Monos como estratégia de proteção aos mananciais na Região Metropolitana de São Paulo. Dissertação (Mestrado), PROCAM/USP, 2001.

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pouco valorizado, ao mesmo tempo em que os insumos necessários à produção sofrem aumentos constantes. Muitos agricultores ficam a mercê de atravessadores ou de estruturas de comercialização sobre as quais não têm controle. O tipo de agricultura que predomina na região é a convencional com sérias conseqüências sobre o meio ambiente, a saúde do agricultor e a qualidade de vida, por exemplo: • A degradação do solo, contaminação das nascentes, a destruição de florestas

e na seqüência a fauna existente. • O prejuízo maior causado especialmente para a saúde do agricultor que

manipula defensivos químicos , muitas vezes sem nenhum equipamento de segurança.

• Altos custos na produção, resultando em baixa rentabilidade; • O malefício causado para o alimento, pois mesmo depois de lavados, cozidos

ou descascados o resíduo do veneno permanece no alimento. • Desequilíbrios nos ecossistemas, gerando alta incidência de pragas e

doenças. Apesar de não encontrarmos dados específicos para a APA Capivari-Monos, pesquisa realizada4 pela Casa da Agricultura Ecológica José Umberto Macedo Siqueira com 107 agricultores das áreas rurais das Subprefeituras de Parelheiros e Capela do Socorro permite traçar um quadro que, embora não se refiram exclusivamente à APA, são certamente válidos: • Do total de entrevistados, 69 (sessenta e nove) por cento dedica-se à horticultura, 29 (vinte e nove) por cento à produção de ornamentais, e 2 (dois) por cento estão fora da atividade; • Tanto entre os horticultores quanto entre os produtores de ornamentais, apenas 8 (oito) por cento são orgânicos atualmente; • 74 (setenta e quatro) por cento tem intenção de adotar agricultura orgânica, e • 26 (vinte e seis) por cento pretende manter a agricultura convencional. Dentre as razões declaradas por aqueles que manifestaram interesse em fazer a conversão para orgânico, foram citadas, em ordem decrescente de importância: sistema de produção mais saudável, expectativa de melhor preço de mercado, expectativa de diminuição de custo de produção, melhoria do solo e melhor qualidade de vida. Dentre as razões declaradas por aqueles que não pretendem fazer a conversão, foi citado, principalmente, o costume de fazer agricultura convencional.

4 Diagnose e atualização do cadastro de agricultores da zona Sul. Casa da Agricultura Ecológica José Umberto Macedo Siqueira, 2006 ( apresentação realizada para o Conselho Gestor da APA Capivari-Monos).

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Embora exista considerável número de agricultores interessados, em tese, em fazer a conversão, a vivência prática do Instituto Pedro Matajs, bem como conversas informais realizadas em visitas na região por ocasião da elaboração do presente projeto, indicam que a maioria não a faz pois não tem recursos financeiros para pagar assistência técnica nem para participar de cursos pagos. Outras informações levantadas informalmente na região, apontam para a falta de orientação técnica para introdução de mudança gradual da agricultura convencional para a orgânica; para o desejo dos agricultores de ter algo de concreto já em andamento e com resultados que possam auxiliá-los de fato, para que possam ver; acreditar e iniciar este processo de conversão gradual. Ainda no contexto da situação da agricultura e dos agricultores, é importante ainda considerar:

• A falta de valorização do trabalho do agricultor familiar • A não existência de associação de agricultores na região; • A pequena renda familiar da propriedade rural, levando os filhos dos agricultores a

abandonar a agricultura e buscar emprego em outras áreas, num contexto regional de carência de oferta de emprego;

A progressiva conversão da agricultura convencional para orgânica é altamente desejável, para a geração de renda, dada a proximidade do mercado consumidor paulistano. Para a proteção do meio ambiente, sua importância é inquestionável, como demonstram dados da supracitada pesquisa realizada pela CAE José Umberto Macedo Siqueira. Das 107 propriedades pesquisadas:

• 94 têm mata nativa; • 74 têm nascentes no seu interior; • No que tange ao manejo do solo, 94 não fazem plantio em nível, 102 não fazem

terraceamento; 106 não utilizam cobertura morta e 96 não fazem rotação de culturas;

• 52 possuem fossa séptica e 55 possuem "fossa negra"; • Em relação à água para consumo, 99 utilizam poço (não informado se artesiano

ou freático) e 8 utilizam nascente • Em relação à água para irrigação, 4 utilizam poço, 39 nascente e 69 captam

diretamente dos cursos dágua • 45 queimam o lixo, 10 o enterram e o restante faz uso do sistema público de coleta

(não informado se coleta domiciliar ou caçamba); • 94 declararam conhecer a legislação ambiental e 13 declararam não conhecer.

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Os dados falam por si: mais do que a necessidade de conversão para agricultura orgânica, indicam a ausência histórica da extensão rural na região, lacuna grave que começa a ser preenchida com a criação da Casa da Agricultura Ecológica José Umberto Macedo Siqueira, em 2006.5, visando promover o desenvolvimento rural sustentável. O desenvolvimento rural sustentável é um processo resultante de ações articuladas, que visam a induzir mudanças socioeconômicas e ambientais no âmbito do espaço rural para a melhoria das práticas convencionais, a substituição de tecnologias agressivas ao meio ambiente, a valorização da saúde do trabalhador, a geração de renda e, consequentemente,o bem-estar das populações rurais e da sociedade como um todo. A Agroecologia, como instrumento do desenvolvimento rural sustentável, se funda nas experiências produtivas da agricultura orgânica.Incorpora o funcionamento ecológico necessário para uma agricultura sustentável, mas ao mesmo tempo introjeta princípios de eqüidade na produção, recuperam o sentido do valor de uso (ecológico) da terra e seus recursos, e o devolvem a seu verdadeiro ser, através de um diálogo de saberes e intercâmbio de experiências. Agricultura orgânica pode ser definida como um sistema de gerenciamento total da produção agrícola com vistas a promover e realçar a saúde do meio ambiente, preservar a biodiversidade, os ciclos e as atividades biológicas do solo. Nesse sentido, enfatiza o uso de práticas de manejo em oposição ao uso de elementos estranhos ao meio rural. Isso abrange, sempre que possível, a administração de conhecimentos agronômicos, biológicos e até mesmo mecânicos. Mas exclui a adoção de substâncias químicas ou outros materiais sintéticos que desempenhem no solo funções estranhas às desempenhadas pelo ecossistema. Adequa-se, por sua própria natureza, à pequena propriedade rural. Todas as correntes de agricultura (compreendendo orgânicos, naturais, biodinâmicos e outras) não agroquímica, de um modo geral, poderiam ser englobadas em uma categoria de agricultura com cultura, que terá de caminhar no sentido de obter uma produção física abundante, suficiente e econômica, porém respeitando os limites e funções adicionais de produzir simultaneamente conhecimentos sobre a própria produção, gerar empregos, contribuir para regenerar o meio ambiente local e regional e, em última instância, contribuir para a regeneração da vida de todos os seres que habitam o planeta Terra. No contexto da APA do Capivari-Monos, a progressiva conversão do sistema de produção agrícola tradicional e atualmente predominante, baseado em insumos químicos, para um 5 A Casa foi criada oficialmente, por Decreto Municipal, em 2006. Começou a funcionar informalmente em 2004, com descontinuidade até sua oficialização. Conta hoje com um engenheiro agrônomo e dois estagiários, contingente bastante aquém das necessidades.

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sistema orgânico, reveste-se de extrema importância, pois se constitui em alternativa real para a valorização e qualificação da agricultura familiar, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das familias agricultoras, para sua inserção em um mercado que demanda alimentos de melhor qualidade e para seu fortalecimentocomo agentes do processo de construção da sustentabilidade local. b) Justificativa da proposição: A APA Municipal do Capivari-Monos, onde se insere o presente projeto, tem como objetivos: promover o uso sustentado dos recursos naturais, proteger a biodiversidade; proteger os recursos hídricos e os remanescentes de Mata Atlântica, proteger o patrimônio arqueológico e cultural, promover a melhoria da qualidade de vida das populações, manter o caráter rural da região e evitar o avanço da ocupação urbana na área protegida.

O desafio de conciliar a proteção da biodiversidade e dos recursos hídricos com a melhoria de qualidade de vida da população, numa região que apresenta os mais baixos índices de desenvolvimento humano do município de São Paulo ,traduz-se na busca de alternativas econômicas compatíveis com a proteção ambiental e passiveis de serem exercidas em conformidade com a legislação vigente. Dentre essas alternativas destacam-se o turismo, em especial o ecoturismo e, a agricultura, atividade econômica tradicional no passado e ainda hoje bastante presente6 na região. O tipo de agricultura predominante, no entanto, faz uso de insumos químicos, o que tem se refletido em desequilíbrio ambiental e conseqüente aumento da incidência de pragas e doenças.

A lei de criação da APA (Lei Municipal 13.136/2001) reconhece a importância da atividade agrícola e aponta para a necessidade de promoção de sistemas de produção ambientalmente corretos e socialmente justos, ao propor , no seu artigo 27, programas de “promoção e difusão de tecnologias que visem a sustentabilidade das atividades agropecuárias e agroflorestais” e “pesquisa e incentivo às atividades agroflorestais de baixo impacto, capazes de coexistir com a Mata Atlântica e demais formas de vegetação, visando promover alternativas sustentáveis de geração de renda às populações residentes”.

O zoneamento ambiental da APA (Lei Municipal 13.706/2004) estabelece uma zona de uso agropecuário (ZUA), destinada a promover o desenvolvimento sustentável das comunidades habitantes da APA, a partir da utilização e do manejo do solo agrícola para atividades agrossilvopastoris e minerárias de maneira compatível à aptidão dos solos,

6 Cerca de 8% do território da APA Capivari-Monos era recoberto por áreas agrícolas no ano de 2000, de acordo com Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente ( Apresentação da APA realizada em Marsilac, em atividade do Programa de Desenvolvimento do Turismo Sustentável.

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adotando-se técnicas adequadas para evitar processos erosivos e a contaminação dos aqüíferos.

. Em visitas preliminares à região, visando a estruturação do presente projeto, constatou-se visível degradação do solo ,conseqüência da ausência de práticas de conservação do solo. (Ver anexo 3) Agricultores locais relatam uma situação difícil: doenças e pragas atacam a produção entre elas antracnose e nematóides, solos exauridos, perda de até 50% da produção por falta de padrão(manchas , pintas e ataques de insetos), custo de produção alto e baixo preço do produto final, de modo que o produtor quase “paga para trabalhar“. Foi também constatado que os produtores visitados não fazem custo de produção, dificultando o cálculo sobre margem de lucro. Não há praticamente venda direta ao consumidor.

Na prática, a conversão da agricultura tradicional para a agricultura orgânica na região dá seus primeiros passos. Através da Casa da Agricultura Ecológica e suas parcerias, alguns projetos encontram-se em andamento, destacando-se:

• Projeto Merenda Escolar Orgânica7, do qual a Associação de Agricultura Orgânica é parceira, que inicia um processo de capacitação para a agricultura orgânica, visando o fornecimento de alimentos de boa qualidade para a merenda escolar.

• Projeto de capacitação em agroindústria de base ecológica, fundamentado nos preceitos da agroecologia, parceria da Casa da Agricultura Ecológica com o Instituto Amora Carambola;

• Projeto Hortas Solidárias, em andamento na Associação Pequeno Príncipe, na vizinha APA do Bororé, realiza capacitação em horticultura orgânica.

O projeto Água Doce pretende atuar de forma complementar às iniciativas citadas, articulando-se com seus organizadores e participantes, e trazendo como diferencial metodológico a implantação de uma propriedade demonstrativa agroecológica, a qual se constituirá num espaço onde as técnicas serão aprendidas na prática, em uma propriedade real e produtiva. Todos os participantes dos projetos supracitados, bem como de outros em início de elaboração8, integram potencialmente o público alvo do Projeto Água Doce.

7 O Sr. Daniel Helfstein Fidêncio, um dos proprietários do Sítio Dourado, participa da capacitação, o que o motivou a sediar o Projeto Água Doce. 8 Projeto agricultura orgânica e projeto Shiitake, ambos pleiteando recursos ao FEMA na linha Desenvolvimento Rural Sustentável, tendo como proponentes, respectivamente, uma parceria entre o Instituto Cinco Elementos e o Centro Paulus, e o próprio Instituto Pedro Matajs.

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Uma das dificuldades para a conversão da agricultura tradicional para orgânica é a questão cultural – pois a agricultura tradicional é praticada na região há muito tempo, e as iniciativas de disseminação de práticas agroecológicas são extremamente recentes – aliada à desconfiança do agricultor em abrir mão dos insumos químicos. Nesse sentido a implantação de uma propriedade demonstrativa pretende possibilitar a constatação real, por parte dos agricultores tradicionais, de que as técnicas adotadas realmente funcionam e levam à produção de verduras e legumes de melhor qualidade.

A escolha do local também contribui, pois se trata de uma propriedade familiar real, de família tradicional de produtores rurais descendentes dos primeiros colonizadores, onde os preceitos da agroecologia serão aplicados na prática e disseminados entre outros agricultores tradicionais. Isso é muito importante pois possibilita aos agricultores “ ver para crer”, na propriedade de um deles, o que pode ajudar a vencer a resistência cultural. A parceria com o Instituto Pedro Matajs é também bastante oportuna, pois sua presidente é representante dos agricultores no Conselho Gestor da APA Municipal do Capivari-Monos.

A implantação da propriedade demonstrativa não é um fim em si mesmo, mas uma ferramenta metodológica para a extensão rural agroecológica. É uma etapa para a formação de um núcleo de produção agroecológica na APA Capivari-Monos, o qual, articulado em rede com as demais iniciativas e projetos afins existentes na região, funcionará como referência para a disseminação de tecnologias que visem a sustentabilidade das atividades agropecuárias e agroflorestais, como propõe a lei de criação da APA Capivari-Monos, e como é desejável para a proteção dos mananciais metropolitanos..

c) Objetivos

Geral

Contribuir para a diminuição do uso de agrotóxicos e adubos químicos na APA do Capivari-Monos e entorno, através da extensão rural agroecológica baseada na instalação de uma propriedade demonstrativa agroecológica onde será desenvolvida, através de vivências práticas, a capacitação para a conversão da agricultura tradicional para a agricultura orgânica, visando sensibilizar e mobilizar os agricultores da região para a adoção desta prática.

Específicos

• Sensibilizar os agricultores locais para a adoção de práticas agroecológicas em suas áreas de cultivo;

• Estimular o aproveitamento dos recursos naturais existentes nas propriedades para a agricultura, diminuindo a dependência de insumos externos;

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• Contribuir para a reflexão acerca das questões ambientais da região e do

planeta;

• Capacitar agricultores e interessados em práticas de agricultura orgânica e agroecologia, tais como adubação verde,rotação de cultura, controle naturais de insetos e doenças, aproveitamento dos recursos naturais,biofertilizantes e caldas ,comercio justo, cooperativismo e associativismo.

• Implantar uma propriedade agroecológica demonstrativa na APA Capivari-

Monos;

• Contribuir para a valorização cultural e resgate da auto estima dos agricultores familiares; • Estimular o consumo de alimentos organicamente produzidos através de cursos e palestras sobre alimentação natural para aumentar a conscientização sobre consumo e para diminuir a intoxicação pelo uso produtos com pesticidas causadores de doenças.

• Estimular a venda direta, através de feiras,vendas de cestas , para se ter uma margem de lucro maior e conseqüentemente aumentar a chance de prosperidade.

d) Público alvo e beneficiários:

Direto: Produtores rurais da região da APA Capivari-Monos, em especial dos bairros do Embura, Ponte Alta, Gramado e estrada da Vargem Grande; lideranças locais e interessados em implantar praticas agroecológicas em suas propriedades.

Indiretamente, serão beneficiados com o Projeto: A população do entorno, atingida por este Projeto, que contará com importante estímulo à mudança de postura em relação à proteção e preservação ambiental; Instituições que atuam na região, pois terão acesso a intercâmbio de informações e metodologias.

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e) Metas:

1. Sensibilizar o maior numero possível de produtores rurais da região, bem como sitiantes, caseiros, proprietários de chácaras de lazer e lideranças locais para a importância da conversão para Agricultura Orgânica;

2. Capacitar produtores rurais da região, bem como sitiantes, caseiros, proprietários

de chácaras de lazer e lideranças locais para atuarem na implantação de práticas de agricultura orgânica e agroecologia em suas propriedades, bem como para atuarem como agentes multiplicadores dessas práticas.

3. Implantar uma propriedade demonstrativa agroecológica modelo no Sítio Dourado, a qual ao término do projeto será referência em agroecologia na região.

4. Apoiar a articulação de produtores rurais da região para organizarem uma rede de

produtores orgânicos.

5. Elaborar material didático sobre agricultura orgânica e agroecologia, voltado especificamente às necessidades da região, simples e de fácil reprodução.

f) Metodologia:

A principal ferramenta metodológica do Projeto Água Doce é a propriedade demonstrativa. Esta metodologia está baseada no conceito do “aprender fazendo e ensinar aprendendo” onde a atividade prática no campo ajuda a construir uma identidade agroecológica, com foco na diminuição e a soluções dos problemas identificados, bem como a fomentar a cooperação mútua e a organização comunitária no meio rural. .

A partir da identificação dos problemas diagnosticados na etapa inicial do projeto – alguns deles, como a alta incidência de antracnose em solanáceas, já detectados nas visitas realizadas para a elaboração do presente projeto - propõe-se atividades práticas para a solução da situação- problema, a qual resulta da degradação do solo por seu esgotamento devido ao uso contínuo e indevido de pesticidas e adubos químicos, bem como da quase total ausência de boas práticas de conservação do solo. As alternativas de solução são baseadas nos preceitos e técnicas agroecológicos, onde a valorização do solo, da água,da vegetação nativa, do sistema natural como um todo,

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dinâmico e produtivo, e que condiciona a produção saudável – em outras palavras, é a saúde do agroecossistema e que condiciona sua produtividade. Como atividades práticas entende-se a realização das práticas agroecológicas na propriedade demonstrativa, com presença dos agricultores e interessados, através de dias de campo, troca de experiências e comparação entre áreas onde foram adotadas praticas agroecológicas e áreas onde foram adotadas praticas convencionais. .Será realizada visita a uma propriedade agroecológica próspera que faz venda direta, para estimular e mostrar que há a possibilidade de prosperar preservando o ambiente natural, cultivando naturalmente e sendo economicamente viável. . As atividades de práticas se darão na propriedade demonstrativa, a ser implantada no Sítio Dourado, e as atividades teóricas se darão no Instituto Pedro Matajs. Pretende-se também realizar de atividades práticas nas propriedades dos participantes durante os 18 meses previstos neste projeto, havendo interesse e disponibilidade destes. 9 Para a sensibilização e mobilização dos agricultores, serão realizadas visitas nas propriedades situadas na área de abrangência do projeto, com vistas a diagnosticar os problemas e oportunidades e estabelecer uma relação de confiança, aspecto fundamental para o sucesso de qualquer iniciativa de extensão rural. Durante todo o projeto será trabalhado com os produtores o conceito de aprender ensinando/ensinar aprendendo, visando formar multiplicadores, que possam repassar técnicas e informações recebidas aos demais produtores. O material didático, cuja elaboração está a cargo do coordenador e do responsável técnico, será reproduzido pela proponente utilizando sua própria estrutura administrativa. Será de fácil impressão e reprodução, podendo ser distribuído na forma de Cds, via internet e também por xerox, posto que boa parte dos agricultores da região, pelo que se apurou nas visitas, não tem ou não utiliza internet. As ações de monitoramento e avaliação estão concentradas nas etapas 3 e 6, mas serão feitas durante todo o período de execução do projeto, nas visitas, reuniões, oficinas e dias de campo.

9 Os recursos previstos neste projeto destinam-se a implantação das práticas na propriedade demonstrativa. Não estão previstos recursos para aplicação em propriedades externas, pois não e possível precisá-los neste momento. Algumas práticas, como a utilização de cobertura morta e rotação de culturas, biofertilizante , implicam apenas em mão de obra e praticamente não tem custo. Outras, como a adubação verde, implicam na aquisição de sementes.

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Etapas e atividades

Etapa zero - Pré diagnóstico: (já realizado) visitas à propriedades e entrevistas com agricultores, a fim de conhecer a realidade local e, mais especificamente, identificar os problemas, em especial pragas e doenças, que ocorrem nas áreas de cultivo. Etapa 1- Sensibilização e preparo Atividade- 1 – Visitas aos produtores – Serão realizadas visitas as propriedades na área de abrangência do projeto – Embura, Ponte Alta, Gramado e estrada da Vargem Grande10, reservando dois dias por semana . As visitas tem o intuito de conhecer o ambiente rural e propiciar a compreensão do que o leva o agricultor a ser o que é, suas vantagens, problemas, buscando cativá lo, a partir do seu próprio universo de referências, a participar do projeto. Visam também criar empatia e mostrar o quanto é favorável o Projeto Água Doce para eles, no sentido de aproveitar os recursos naturais como forma direta de diminuição do custo de produção e como proteção ambiental. As propriedades a serem visitadas serão selecionadas conforme a proximidade com a área de abrangência do projeto, e também por indicação dos agricultores visitados. Atividade -2 Preparar a base da propriedade para a sua função demonstrativa. Nesta fase serão adquiridos os materiais e insumos necessários para o preparo da terra, plantio, construção de estufas e túnel de cultivo forçado,caldas etc., iniciado o preparo da propriedade e a capacitação do Sr. Daniel Helfstein e do funcionário braçal contratado,. para que quando as demonstrações acontecerem já se tenha algo desenvolvido possibilitando dar seqüência ao preparos de materiais e tecnologias e praticas sustentáveis. Atividade -3 Preparar a infra-estrutura e os materiais necessários a implementação das tecnologias apropriadas e das práticas sustentáveis. Aqui serão preparados, no Sítio Dourado, os plantios tanto para adubação verde como para a produção , as caldas e biofertilizantes, as estufas e túneis de cultivo forçado. Assim, na próxima etapa (quando os cursos, palestras, oficinas, dias de campo acontecerão) acontecerem já estarão em estágio de desenvolvimento plantas e as instalações necessárias para a demonstração, possibilitando desenvolver as técnicas e tecnologias e vê-las já desenvolvidas.

10 A área de abrangência poderá se estender para a Colônia e Chácara Santo Amaro, na vizinha APA Bororé, considerando as relações sociais e de parentesco entre os agricultores.

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Etapa 2 - Essa etapa concentra as capacitações sobre as técnicas de produção e as tecnologias agroecológicas., associativismo a comercialização. Atividade 4 –Oficina de mapeamento e planejamento conservacionista: Visa conscientizar os participantes (mínimo de 10 e máximo de 20) acerca da importância da proteção dos mananciais e da cobertura vegetal. Com o uso de bases cartográficas e imagens disponíveis na internet11, as propriedades serão coletivamente localizadas, individualizadas e mapeadas. Em cada uma delas serão identificadas feições de importância ambiental (remanescentes florestais, áreas de preservação permanente, cursos dágua, particularidades de relevo, entre outras) e benfeitorias existentes. A partir daí serão coletivamente traçadas as diretrizes de planejamento conservacionista das propriedades, que norteará por sua vez a implantação das práticas agroecológicas aprendidas no decorrer dom projeto. A oficina terá a duração total de 12 horas, divididas em 3 blocos de 4 horas cada. Atividade 5 - Dias de campo – Serão realizados dias de campo na propriedade demonstrativa para o aprendizado de técnicas agroecológicas de adubação verde, plantio, cobertura morta, confecção de biofertilizante e caldas, compostagem, construção e utilização de túneis de cultivo forçado e construção de fossa biodigestora, Estão previstos cerca de 15 dias de campo ao longo do projeto ´Água Doce, abordando as técnicas citadas e outras a serem definidas conforme as necessidades identificadas na etapa 1. O início desta atividade se dará na etapa 2, estendendo-se pelas etapas subseqüentes. 12 . Havendo interesse e disponibilidade, os dias de campo poderão também ser realizados em outras propriedades. Não foram previstos recursos de alimentação para os dias de campo, pois, quando houver necessidade, os participantes levarão sua própria refeição, como é habitual entre os agricultores, quando da realização de tarefas coletivas. Atividade 6 - Oficina de custo de produção: Depois de levantados os custos de produção do Sítio Dourado (com base no ano de 2006, agricultura convencional) serão discutidos coletivamente, com ajuda dos participantes, os custos das técnicas agroecológicas implantadas e em implantação, para fins de comparação e análise face à receita esperada. Esta atividade tem por objetivos capacitar os participantes para calcularem os custos de produção de suas propriedades, além de funcionar, através da comparação, como estratégia de sensibilização para a conversão. Tem a duração prevista de 08 horas, divididas em 2 blocos de 4, e será ministrada pelo coordenador do projeto. 11 www. socioambiental.org.br, www. paisagemverde.org.br, google on earth entre outros. 12 Para a adubação verde,por exemplo, faz-se necessário mais de um dia (plantio e corte// incorporação)

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Atividade 7 –Roda de discussão sobre comércio solidário justo – A partir das questões relativas à comercialização, levantadas pelos agricultores participantes, serão abordadas as formas de comercialização mais equilibradas como exemplo, a de venda direta, compra em grupo, preço final do produto, enfim, todo o processo de comercialização para que o produtor entenda o quanto o produto, a terra, o consumidor estão envolvidos em um processo cujo ciclo vai bem além do plantio de verduras. Trata-se, mais amplamente, de contribuir para a construção de uma identidade baseada na prosperidade, na saúde da terra e do homem, do planeta. Atividade 8 -Oficina de cooperativismo e associativismo- Dividido em dois módulos de quatro horas. A intenção é despertar nos produtores a consciência de que a soma de esforços, além de diminuir o processo de custo de produção, através de compra e venda conjunta mas também se volta ao resgate da solidariedade e da cooperação, em atividades como mutirões de plantio, construção de instalações rurais,entre outros. Esta oficina será ministrada pelo próprio coordenador do projeto, não sendo necessária contratação específica. Atividade 9 - Visita técnica- Será realizada visita técnica na propriedade do Sr. João Flores, em Caucaia do Alto, onde será relatada a trajetória deste produtor, exemplificando um caso bem sucedido de conversão. O objetivo é mostrar o quanto os resultados existem “fora da porteira”, além da região, mostrar o quanto outro produtores consegue e expor seus processo como uma troca de informações. É uma referência de uma propriedade que tecnicamente e humanamente é possível. Para esta atividade estão previstos recursos para o transporte e alimentação. Atividade 10 - Plantio de adubação verde- A técnica agroecológica consagrada e largamente utilizada em agricultura orgânica, possibilita o aumento da fertilidade, e da microvida do solo, além de protegê-lo da incidência do sol, contribuindo para a restauração e revitalização. Indiretamente diminui custos com adubos. Nessa etapa será feito o plantio na propriedade demonstrativa, de forma a permitir o acompanhamento dos participantes em dias de campo conforme descrito acima. Atividade 11 – Construção de estufas e túnel de cultivo forçado. Construção de estufas num total de 5000 m2, e de túnel de cultivo forçado (semi-estufa de cultivo, baixa, que favorece o desenvolvimento das plantas e o controle de água e microclima) num total de 200 m2. Será feito na propriedade demonstrativa, com a participação do produtores, na forma de dia de campo.

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Etapa 3 Nessa etapa será feito o monitoramento dos trabalhos para identificação das fraquezas e adequação da metodologia, identificação de prioridades para o trabalho de extensão rural e fortalecimento do conhecimento adquirido. Atividade 12 – Oficina de avaliação e auto-avaliação – Através de técnicas de avaliação participativa em grupo, a atividade trará informações para poder caminhar conforme o amadurecimento estiver, poderemos detectar quais os valores estão se formando, quanto de conhecimento está sendo absorvido e qual a velocidade podemos impor para a continuidade dos trabalhos. É um momento de avaliação e fortalecimento do processo, podendo indicar necessidade de mudanças. 13. Atividade 13 - Sensibilização das mulheres dos produtores para a discussão sobre agroindústria – nesta atividade, iniciaremos o processo sensibilização e organização, em especial das mulheres – para as possibilidades de aproveitamento dos produtos para agroindústria familiar, visando agregar valor a matéria prima transformando –a em produtos – por exemplo geléias e compotas, conservas, frutas e verduras secas – que possam alcançar melhor valor no mercado, diversificando assim as possibilidades de geração de renda familiares, e ao mesmo tempo trabalhando conceitos e valores como promoção da saúde saudável, harmonia para as novas conquistas e valorização do papel da mulher dentro do contexto familiar. É uma atividade de sensibilização para a capacitação a ser realizada posteriormente. Atividade 14 - Palestras em escolas e entidades organizadas dentro da APA – nesta atividade visa-se divulgar o trabalho para .a comunidade da APA, buscando mostrar a existência do projeto,de algo que esta acontecendo próximo dos indivíduos que ali moram e o quanto isto é importante de estar acontecendo ali, contextualizando o individuo dentro da região, como agente e protagonista da valorização do espaço local, e trabalhando a auto-estima da comunidade, sinalizando que existem pessoas preocupados com o desenvolvimento local harmônico.. As palestras serão planejadas com o apoio do Conselho Gestor da APA Capivari-Monos, através da representante dos produtores rurais e da Câmara Técnica de Desenvolvimento Rural Sustentável.14

13 Alguns dos temas previstos para cursos e oficinas a partir dessa etapa poderão ser revistos conforme propostas e necessidades dos produtores. Tais mudanças são inerentes ao processo participativo, e não implicam em mudanças no orçamento do projeto. 14 As diretrizes de planejamento do Conselho Gestor apontam para a criação dessa Câmara Técnica, conforme já citado em nota anterior. As palestras poderão também se expandir para a vizinha APA Bororé-Colônia.

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Atividade 15 -Oficina de aproveitamento dos alimentos- culinária e agroindústria familiar – em continuidade à atividade 12, esse curso, com duração de 8 horas (divididas em 2 blocos de 4), serão mostradas opções de aproveitamento dos alimentos e suas várias receitas, e as técnicas de secagem de frutas e verduras com secador solar, trabalhando-se também o cuidado e a higiene na culinária. A oficina será ministrada por profissional contratado, utilizando-se as instalações do Instituto Pedro Matajs. Atividade 16 – Oficina de construção de fossa biodigestora. Nessa atividade será construída, sob orientação do coordenador do projeto e com a presença dos participantes do projeto, uma fossa biodigestora na propriedade demonstrativa. Será abordado o uso do resíduo a ser também trabalhado posteriormente em um dia de campo. Etapa 4 Atividade 17 -Oficina de cultivo e utilização de plantas aromáticas e medicinais.- Visa fornecer conhecimentos básicos de cultivo e aproveitamento de plantas aromáticas medicinais, visando sensibilizar para uma maior diversificação da produção, bem como para a utilização de plantas aromáticas e medicinais em casa, na forma de temperos e chás, buscando ainda resgatar o conhecimento tradicional da região. Será demonstrada a técnica de secagem de plantas com o uso de secador solar. Será ministrada por profissional contratado, nas instalações do Instituto Pedro Matajs, com duração de 12 horas, divididas em 3 blocos de 4. Atividade 18 – Prática de adubação verde. Em continuidade à atividade 10, iniciada na etapa 2, serão realizados novos dias de campo, onde se poderão já observar resultados como a melhoria da qualidade do solo. Atividade 19 - Preparo de caldas e biofertilizantes – serão confeccionadas caldas e biofertilizantes segundo as necessidades da propriedade demonstrativa e dos participantes, realizando-se dias de campo para vivência prática da atividade. As caldas serão utilizadas nas oficinas de fruticultura e jardinagem. Atividade 20 – Oficina de fruticultura: com duração prevista de 12 horas, divididas em 3 blocos de 4 – 01 teóricos e 02 práticos, na forma de dia de campo, abordará a fruticultura orgânica básica -espécies adequadas para a região, produção de mudas, adubação orgânica, tratos culturais e fitossanitários agroecológicos tais como uso de caldas e biofertilizante – trazendo uma referência de entendimento do quanto é importante a diversificação tanto de produção trazendo mais opções de produtos passíveis de serem comercializados, a utilização de frutas para complementar a dieta do consumidor,e ainda a importância do cultivo de frutíferas para o equilíbrio do agroecossistema, atraindo

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pássaros e insetos para aumentar os inimigos naturais das pragas e doenças. Será ministrada pelo coordenador do projeto. Atividade 21 - Oficina de poda: com duração prevista de 08 horas, divididas em 2 blocos de 4, visa ampliar o conhecimento sobre manejo de arvores e hortaliças de frutos (como quiabo e jiló, por exemplo), mostrando técnicas adequadas de poda e a importância de uma poda bem feita para a saúde da planta, bem como o risco de entrada de patógenos através de poda mal feita. Etapa 5 Atividade 22 – Assistência técnica – a partir dessa etapa, estendendo-se até o final do projeto, serão visitadas as propriedades participantes do projeto, a fim de oferecer suporte para corrigir equívocos e orientar para acertos15. Atividade 23 – Rodas de discussão sobre a propriedade rural produtiva : reunirá todos os envolvidos no projeto Água Doce, a Câmara Técnica de Desenvolvimento Rural Sustentável da APA Capivari-Monos e representantes do setor produtivo agrícola da APA Bororé-Colônia, para análise do que e uma propriedade rural produtiva, analisando os conceitos aplicados,buscando o amadurecimento de uma visão global acerca da propriedade rural produtiva no seu contexto microeconômico e macroeconômico. Em outras palavras mostrar para o agricultor, com técnicas de dinâmica de grupo, quanto ele é importante para a economia e como ele pode sobreviver tendo lucro,protegendo o ambiente natural, se organizando e fazendo dessa organização uma força motora capaz de gerar através de cada um, um grupo ,uma unidade. Essa atividade tem também um caráter de avaliação e auto-avaliação, e será realizada em mais de um dia. .

Atividade 24 – Oficina de jardinagem com principio ecológico: aqui o conhecimento adquirido começa ampliar-se para a harmonia dos jardins e todas as situações onde o paisagismo e a jardinagem pode ser aplicada. A idéia é transformar o espaço de convivência familiar ou outro num ambiente mais florido com informações visuais para o despertar dos sentidos, bem como possibilitar uma nova visão de exploração da terra através da jardinagem. Duração prevista de oito horas, em dois blocos de 4. A ser ministrada pelo coordenador do projeto.

15 O dimensionamento de quantas visitas e sua periodicidade vai depender o número de produtores envolvidos no projeto, ainda não possível de ser precisado com exatidão.

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Etapa 6 – Final Essa etapa concentra atividades voltadas ao resgate e consolidação dos conhecimentos adquiridos, à avaliação do projeto e do processo, e à discussão de estratégias de continuidade. Atividade 25 - Reuniões para reflexão sobre os resultados obtidos. nestas reuniões serão feitas com todos os produtores envolvidos para verificação do entendimento de todos o processo,dando continuidade ao processo de conhecimento destes produtores e tentando sanar os problemas com as novas práticas, verificando ainda depois de tantos meses a quanto anda a sua auto-estima. .É também uma atividade de avaliação e auto-avaliação. Atividade 26 - Discussões sobre a continuidade do processo: nessa atividade será discutida a continuidade do processo a partir do amadurecimento do grupo com a visualização de algo maior e conquistável que pode ser a certificação participativa, a criação de uma associação ou qualquer outro processo possível que venha e emergir do grupo , partindo do principio do aprender-ensinando, da valorização do sistema natural, da presença cada vez maior do homem do campo no campo, da cultura local e da prosperidade. Poderão ser formulados novos projetos para a captação de recursos, Também será definida a organização e regras para a abertura da propriedade agroecológica demonstrativa para visitação, bem como o planejamento do encontro de confraternização.. Atividade 27 – Encontro de confraternização – encontro de todo o grupo com os participantes de outros projetos16, com a presença dos Conselhos Gestores das APAs Capivari-Monos e Bororé Colônia e da Casa da Agricultura Ecológica, para trocar experiências com o intuito de fortalecer os conceitos formados e gerar outros, com o palestrar daqueles que participaram dos processos. Será apresentado o Projeto Água Doce e seus resultados. Aqui será aberta a propriedade agroecológica demonstrativa para a visitação, conforme regras definidas na atividade anterior. O encontro terá um caráter festivo e solidário, com atividades culturais, exposição de artesanato e produtos orgânicos, feira de trocas, lanche coletivamente organizado e o que mais for sugerido na atividade anterior. Para esta atividade, cuja organização será coletiva e solidária, estão previstos recursos.17 Será realizada parcialmente na propriedade demonstrativa (abertura

16 projetos desenvolvidos pela Casa de Agricultura Ecológica tais como Merenda Orgânica e Agroindústria, projeto Hortas Solidárias da Associação Pequeno Príncipe, outros projetos do FEMA na linha temática desenvolvimento rural sustentável, e outras iniciativas concretas que tenham surgido até lá. 17 À primeira vista podem parecer pequenos, mas na realidade não são pois será organizado coletivamente, os participantes levando comida e trazendo as manifestações culturais, de forma solidária. A experiências de

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da propriedade) e no Instituto Pedro Matajs (festividades), pois ambos são vizinhos de cerca e interligados por trilha. Na página seguinte anexamos o cronograma das etapas e atividades.

eventos realizados pelo Conselho Gestor da APA Capivari-Monos mostra que isso é possível e, segundo informação das atual presidente do Conselho, nunca foi necessário pagar para ter a presença de grupos culturais locais.

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Etapa Atividade Meses 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 zero Pré-diagnóstico*

1.Visitas aos produtores 2.Preparar a propriedade para a sua função demonstrativa

1

3. Preparar infraestrutura e materiais 4. Oficina de mapeamento e planejamento conservacionista

5. Dias de campo 6. Oficina de custo de produção 7. Discussão comércio solidário justo 8. Oficina de cooperativismo e associativismo

9. Visita técnica 10. Plantio de adubação verde

2

11. Construção de túnel cultivo forçado

12. Oficina avaliação 13. Sensibilização agroindústria 14. Palestras 15. Oficina agroindústria familiar

3

16. Oficina fossa biodigestora 17. Oficina plantas aromáticas e medicinais

18. Prática de adubação verde 19. Preparo caldas e biofertilizantes

4.

20. Oficina fruticultura

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21. Oficina poda 22. Assistência técnica 23.Discussão propriedade rural produtiva

5

24.Oficina de jardinagem ecológica 25.Reflexão sobre os resultados 26. Discussões sobre a continuidade

6

27. Encontro de confraternização * já realizada

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.g) formas de participação dos beneficiários

São considerados beneficiários diretos, além da família proprietária do Sítio Dourado (propriedade demonstrativa, beneficiada, obviamente, com a implantação das práticas agroecológicas), os agricultores situados na área de abrangência do projeto, bem como suas famílias, através da participação nas seguintes atividades;

• Visitas técnicas,a serem realizadas na etapa 1. O projeto prevê dois dias semanais dedicados às visitas, durante dois meses. São portanto entre nove e dez dias de visitas por mês, totalizando 18 dias de visita. Estimando-se que em cada dia sejam realizadas, em média, duas visitas 18, serão trinta e seis propriedades visitadas. A própria visita, pelo seu caráter de diagnóstico da propriedade, pode ser considerada um tipo de benefício19.

• Oficina de mapeamento: ajudará os participantes (previsão: entre dez e vinte) a

elaborarem o planejamento conservacionista de suas propriedades;

• Dias de campo::São previstos catorze dias de campo ao longo do projeto. Dia de campo é uma atividade prática, como o nome diz, em campo, onde uma determinada técnica é aprendida e exercitada, estando os participantes, ao final, aptos a implantá-las nas suas propriedades.

• Oficinas: São previstos no mínimo dez, além da já mencionada oficina de

mapeamento. Algumas destinam-se não somente aos agricultores mas também às suas famílias, por exemplo cooperativismo e associativismo, e agroindústria familiar. Esta última destina-se especialmente às mulheres, agricultoras, esposas e filhas de agricultores, para que possam não só complementar a renda da propriedade, mas também se valorizarem como cidadãs.

• Visita técnica: esta atividade foi prevista para quinze agricultores.

• Outras atividades de cunho mais amplo: São as palestras e rodas de

discussão, para as quais serão convidados não só agricultores, mas também os demais moradores da área de abrangência do projeto Água Doce.

18 As visitas são longas, pois nelas será percorrida a propriedade e realizado, com o proprietário/responsável, um diagnóstico das potencialidades e problemas. A visita é também uma estratégia de sensibilização e envolvimento.. 19 Lembrando que esse tipo de atividade, característica da extensão rural, não é sistematicamente realizada pela Casa da Agricultura Ecológica dada a sua falta de estrutura, e é cobrada pelos agricultores.

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• Assistência técnica: A partir da etapa 5 serão realizadas visitas nas propriedades dos participantes do projeto, o que também representa um benefício: a própria assistência em campo, que atualmente não ocorre. Estas visitas são fundamentais para motivação e incentivo dos agricultores.

A etapa inicial – sensibilização, da qual fazem parte as visitas iniciais – é crucial para a adesão dos agricultores ao projeto e sua consequente participação nas demais atividades. Da confiança e empatia geradas nesta etapa depende a efetiva participação e envolvimento. Não é possível precisar com exatidão quantas pessoas serão capacitadas. É esperada uma flutuação da presença nas atividades. Possivelmente nem todos participarão de todas as oficinas e dias de campo, seja por questões de agenda (que tentaremos sanar com o planejamento conjunto das datas e horários), seja por interesse particular em algumas atividades especificas e não em outras. Cada atividade será também fator de motivação para a participação nas próximas, buscando-se sempre incrementar a solidariedade, a parceria e a troca de informações como estímulo à participação. A continuidade da participação dos agricultores no projeto – e, mais importante, a continuidade da conversão da agricultura tradicional para orgânica, e sua permanência – depende da própria adoção das práticas agroecológicas, e consequente comprovação de que funcionam. Uma importante estratégia para isso é a oficina de custos de produção, comparando-se os custos e renda da agricultura tradicional e da orgânica, pois os agricultores da região tendem a achar que a agricultura orgânica é muito cara, e esta oficina contribui para desmistificar tal preconceito. . Á guisa de estimativa, espera-se atingir cerca de dez propriedades com a capacitação propriamente dita, considerando uma participação presencial em metade das atividades (oficinas, dias de campo e visitas técnicas em especial). Das trinta e seis propriedades a serem visitadas na etapa 1, espera-se que pelo menos dez venham a receber as visitas de assistência técnica previstas a partir da etapa 5. Beneficiários indiretos, como instituições atuantes na região e Conselhos Gestores, das Apas participarão por meio da divulgação das informações geradas, e, espera-se, por um maior participação dos agricultores na Câmara Técnica de Agricultura e Desenvolvimento Rural Sustentável da APA Capivari-Monos20 e nas atividades por ela realizadas, bem como nas atividades realizadas pela Casa da Agricultura Ecológica.

20 Esta Câmara Técnica, cuja criação era uma proposta na época da entrega do projeto Água Doce ao FEMA, foi efetivamente criada em novembro de 2007.

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h) Condições internas e externas favoráveis ou desfavoráveis à implantação:

Favoráveis:

- O Instituto Pedro Matajs e o Sítio Dourado possuem ótima localização e acesso em relação à APA Capivari-Monos (VER ANEXO 1) - O Instituto possui ótima estrutura para as atividades previstas no projeto, e tem se tornado conhecido na região pelas atividades que desenvolve e integra (VER ANEXO 2 ) tais como cursos promovidos pelo SEBRAE, feiras, visitação turística, produção de shiitake. - O fato de o Sítio Dourado ser propriedade de agricultores tradicionais da região, conhecidos e estabelecidos, descendentes de alemães e moradores locais há várias gerações ajuda a construir a confiabilidade tão necessária à atividade de extensão rural. - O fato de a Sra. Leila Matajs ser a representante dos produtores rurais no Conselho Gestor da APA Capivari-Monos ajuda na divulgação do projeto. - O Conselho Gestor da APA Capivari-Monos está criando uma Câmara Técnica de Desenvolvimento Rural Sustentável ajuda a fortalecer a iniciativa, a disseminar processo e resultados, a envolver os agricultores e a buscar novas parcerias. - A Casa da Agricultura Ecológica está se estruturando e fortalecendo. O Projeto Água Doce é de conhecimento do gestor da Casa, que inclusive participou das conversas iniciais para a sua concepção.

Desfavoráveis:

- Resistência cultural e desconfiança em relação à agricultura orgânica. - Inexistência e/ou ineficiência de Políticas Públicas voltadas ao fortalecimento da Agricultura Orgânica a comercialização dos produtos, em especial na região onde se insere o projeto.. - Falta de continuidade das iniciativas públicas voltadas aos agricultores na região, que tem gerado desconfiança quanto à permanência e sucesso dos novos projetos, em especial daqueles capitaneados pelo Poder Público.

- Pequena estrutura da Casa da Agricultura Ecológica, que não permite que essa desenvolva um trabalho de extensão rural com o alcance e capilaridade necessários a uma área com a extensão e características da APA Capivari-Monos.

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i) Estratégias previstas para a superação das condições desfavoráveis à

implantação:

O fato do proprietário do Sítio Dourado ser agricultor tradicional e conhecido, nascido e criado na região, é uma estratégia para minimizar a resistência cultural dos agricultores à conversão para agricultura orgânica. A abordagem metodológica escolhida, partindo da prática, é também estratégica para minimizar essa desconfiança, bem como para minimizar a falta de credibilidade na permanência e durabilidade das iniciativas voltadas à agricultura na região. Os participantes verão e participarão da implantação das práticas agroecológicas, ou seja não se trata de mais um curso apenas ( “ não se trata só de conversa, mas de trabalho prático. Além disso, a presença do coordenador do projeto na área, fazendo visitas e, conversando com os agricultores ajuda também a construir a confiança. Também a realização de oficina de custo de produção – o que, segundo relatam agricultores visitados na fase de elaboração deste projeto, nunca foi abordado e é uma grande preocupação – também contribuirá para o envolvimento dos agricultores. A inserção no Conselho Gestor da APA Capivari-Monos e em especial na Câmara Técnica de Desenvolvimento Rural Sustentável é também importante nesse contexto. O Conselho é reconhecido, tem capacidade de articulação e é bem visto pela comunidade. A experiência e inserção da proponente poderá trazer reais perspectivas de comercialização dos produtos e organização dos agricultores. Apesar de ainda aquém das necessidades locais, a Casa da Agricultura Ecológica é um fato e seu trabalho começa a decolar. O projeto Água Doce o fortalece e complementa. Por fim, o fato de o projeto não ser capitaneado pela Prefeitura (embora inserido e coerente com as políticas públicas municipais) ajuda também na abordagem dos agricultores, contribuindo para a minimização do estigma, infelizmente verdadeiro, de que “se é projeto da Prefeitura, não vai ter continuidade, vai acabar no quando mudar o governo, é político etc.” .A reputação da AAO, a parceria com o Instituto Pedro Matajs, e a metodologia escolhida contribuirão para reverter esse estigma, até porque, embora a execução do projeto não o seja, a origem dos recursos é municipal, e isso será enfatizado aos beneficiários e participantes desde o início e durante todo o projeto.

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Por fim, a interlocução já iniciada com a Subprefeitura de Parelheiros, SVMA, Conselho Gestor e outros projetos citados será constante e positiva. Essa inserção será fortalecida, com o intuito de dar sustentabilidade à continuidade das ações propostas, formando assim, uma rede com as lideranças estratégicas.

j) Formas de monitoramento e avaliação do projeto: - Relatórios das atividades, ao final de cada etapa; - Monitoramento e avaliação constantes: através das visitas previstas aos agricultores; presença e participação nos dias de campo, oficinas e reuniões, além das atividades de auto-avaliação e avaliação previstas (etapas 3 e 6 em especialmente). - Acompanhamento constante da implantação e resultados das práticas agroecológicas - Comparativo dos custos de produção na propriedade demonstrativa antes, durante e ao final do projeto. -Relatórios e prestação de contas enviados ao FEMA. k) Formas de comunicação e divulgação dos resultados: Processo e resultados serão constantemente comunicados ao Conselho Gestor, nas reuniões plenárias e das Câmaras Técnicas e em eventos por ele promovidos, bem como nas atividades da Casa da Agricultura Ecológica, e nos outros projetos citados, financiados ou não pelo FEMA. Os resultados serão também comunicados via site da proponente, da APA Capivari-Monos (SVMA), e parceiros (Instituto Pedro Matajs www.estacaoecologicaarcoiris.com.br, da AECOTUR e dos integrantes da Câmara Técnica de Desenvolvimento Rural Sustentável do Conselho Gestor. As palestras nas escolas e entidades previstas na etapa 3 também constituem formas de divulgação. Outras formas de divulgação:

• Rede Paulista de Agroecologia • Outros parceiros na região • Blogs e comunidades do Orkut • Jornais locais • Rádios Comunitárias da região, Rádio e TV Cratera • Redes das APAs Capivari-Monos e Bororé-Colônia.

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• Material de apresentação multimídia (power point) para divulgação nas palestras citadas e em encontros e reuniões de grupos locais: igrejas, associações, ONGs, empresas, sindicatos, escolas, universidades e outros.

• Material didático produzido e distribuído; • Evento previsto na etapa 6.

l) Replicabilidade dos resultados: Compreende-se que replicabilidade está relacionada à possibilidade de aplicar determinada técnica ou metodologia a outros grupos ou situações, mesmo que, tenha que ser adaptada à especificidades locais. Assim, o projeto poderá ser replicado na vizinha APA Bororé-Colônia, pois a integração dos participantes e beneficiários pode trazer propostas de instalação de novas propriedades demonstrativas na região. Além disso, pela divulgação, poderá ser replicado em outras APAs e regiões com características semelhantes.

Acredita-se na replicabilidade deste projeto, na medida em que ele apresenta as seguintes características: - Metodologia aplicada passível de ser adaptada, se necessário, para outros grupos e localidades, dentro e fora do município de São Paulo. - Entidade proponente com sólida experiência em agricultura orgânica - Entidade parceira com sede no local e infra-estrutura adequada às atividades de capacitação - Propriedade agroecológica demonstrativa, uma vez implantada, será referência na região. - Envolvimento com o Conselho Gestor da APA Capivari-Monos e com a Casa da Agricultura Ecológica As ações previstas para a comunicação e divulgação, acima abordadas, certamente contribuirão para incentivar a replicabilidade do projeto, bem como as palestras nas escolas e comunidade e o evento previsto na etapa final. O projeto será apresentado nos Conselhos Gestores das APAs, em evento específico para este fim a ser organizado pela Câmara Técnica de Agricultura e Desenvolvimento

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Rural21. Serão realizadas também apresentações públicas organizadas pelas instituições integrantes desta Câmara Técnica (tais como o Sindicato dos Trabalhadores Rurais da Grande São Paulo, SESC Interlagos, Fundação Mokiti Okada e o próprio Instituto Pedro Matajs), além da própria AAO, visando incentivar a replicação deste projeto. m) Continuidade das ações após o término do financiamento pelo FEMA: A propriedade demonstrativa estará implantada, atuante, produtiva e aberta à visitação ao término do projeto, o que por si só representa continuidade; A aliança formada pelos participantes, baseada em laços de solidariedade - que se espera fortalecer ao longo deste projeto, bem como a Câmara Técnica de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Conselho Gestor da APA Capivari-Monos. A abordagem metodológica adotada incentiva a formação de multiplicadores, dentro do conceito de aprender-ensinando e ensinar-aprendendo, o que também contribui para a continuidade. A atividade de extensão rural propriamente dita – visitas, assistência técnica, oficinas e dias de campo – certamente será ainda necessária na região. É desejável que se torne permanente, o que poderá se tornar realidade com o fortalecimento da Casa da Agricultura Ecológica, e ampliação de seu quadro de funcionários. Há perspectivas favoráveis para que isso aconteça – é inclusive um projeto estratégico do Plano Diretor Regional, mas não está na governabilidade deste projeto garanti-lo. Caso não ocorra, há que se pensar em recursos para novos projetos, seja via FEMA, FEHIDRO ou outras possibilidades. Atividade prevista na etapa 6 contempla discussão da elaboração de novos projetos que poderão gerar a continuidade da extensão rural, a depender do grau de envolvimento e interesse dos participantes. São estratégias para buscar a continuidade: -Estimular e apoiar a implementação de empreendimentos associativos de base comunitária existentes e surgidos durante a realização do projeto; - Participação em centrais de incubação de projetos; - Acessar linhas de financiamento que apóiem empreendimentos populares;

21 O Instituto Pedro Matajs propôs a realização deste evento à Câmara Técnica, tendo em vista divulgar e aumentar a replicabilidade do projeto Raizes, já aprovado pelo FEMA, do projeto Água Doce e dos outros projetos da linha temática Desenvolvimento Rural que venham a ser executados com recursos do FEMA. A proposta foi aceita.

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- Disseminar os conhecimentos sobre as técnicas da agroecologia nos locais de atuação das lideranças com o objetivo de ampliar o número de participantes no grupo; - Participar em grupos de discussão, cursos desenvolvidos por órgãos do SISNAMA, Fóruns, Conselhos e eventos sobre o tema; n) Orçamento Despesas Correntes: Serviços de terceiros: R$ 80.900,00 Serviços de terceiros pessoa física: R$ 71.660,00 Inclui pagamento do coordenador do projeto, técnico agrícola e gestor ambiental (conforme curriculum vitae anexo), trabalhador braçal, geógrafo (curriculum anexo) e oficineiro (curriculum anexo). O cálculo dos valores foi feito com base nos seguintes parâmetros: - Coordenador do projeto: 40 horas semanais (período integral, inclui trabalho de campo e de escritório).. O salário mensal estipulado é um pouco abaixo do salário mínimo profissional de um engenheiro agrônomo (R$ 3.735,00 conforme o CREA SP22). O profissional em questão é técnico agrícola e gestor ambiental, o que é muito importante para os objetivos do projeto Água Doce – pois não se trata apenas de assistência técnica, mas de transformação de sistema de produção e, mais amplamente, de modo de vida, o que requer, além da responsabilidade profissional e conhecimento, envolvimento pessoal. Não existe salário mínimo profissional estipulado para a categoria técnico agrícola, nem tampouco para gestor ambiental, o que impede a utilização deste parâmetro para a definição da remuneração. Gestor ambiental é um profissional de nível superior, o que foi considerado para a definição de uma remuneração justa, à altura da responsabilidade e envolvimento exigidos. Este valor inclui todos os impostos e recolhimentos necessários, e considera também que o profissional será contratado como autônomo, não tendo férias remuneradas, décimo terceiro e fundo de garantia. As atividades a serem desenvolvidas vão requerer, certamente, trabalho em horários diferenciados como à noite e finais de semana, o que, dada a distância, implica em pernoites.

22 As regras para o salário mínimo profissional de profissionais de nível superior estão estabelecidas pela Lei 4.950-A e pela Resolução 397, do CONFEA, com base em seis salários mínimos vigentes para seis horas trabalhadas. Já para profissionais de nível médio, até o momento o salário mínimo não foi fixado por Lei ou Resolução do CONFEA. Valor do S.M.P. 06 horas 6,00 SM / 07 horas 7,50 SM/ 08 horas 9 SM.$ 380,00 R$ 3.990,00. fonte: www.creasp.org.br

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- Trabalhador braçal: 3 dias semanais, a R$ 35,00 o dia (valor praticado na região) -Geógrafo: 30 horas ao todo, a R$ 60,00 a hora técnica. - Oficineiro: 20 horas ao todo, a R$ 100,00 a hora técnica. Para esses dois últimos, o valor da hora técnica considerado foi negociado diretamente com estes profissionais específicos, cujos curriculuns estão anexos. É a hora técnica por eles cobrada para serviços desta natureza. São profissionais conhecidos da proponente, e escolhidos pela AAO pelo conhecimento que temos de seus serviços, habilidades, responsabilidades e envolvimento. Serviços de terceiros pessoa jurídica: R$ 9.240,00 . Inclui o aluguel de veículo , calculado com base em 2 dias por semana, a R$ 60,00 a hora (veículo popular), quilometragem livre, para o transporte do coordenador do projeto, e do responsável técnico quando necessário. Para a van, o custo foi cotado em Parelheiros, para o transporte Parelheiros-Caucaia do Alto- Parelheiros Material de consumo: R$ 10.261,00 O material de consumo foi calculado com base nas atividades a serem implantadas na propriedade demonstrativa, incluindo sementes para adubação verde e horticultura conforme memória de cálculo anexa, e material didático. Para a impressão e reprodução do material didático, serão adquiridos 2 cartuchos de impressora, um pacote com 5000 folhas de papel sulfite, e 25 CDs. Total despesas correntes: R$ 91.161,00. Despesas de capital: R$ 18.657,00 Equipamentos: R$ 700,00 . Inclui a compra de um pen drive, e o material para a construção do secador solar (vidro, madeira e placa de energia solar). Material permanente: R$ 17.957,00 Neste item está previsto, conforme planilha anexa, o material necessário para a a construção de 5000 m2 de estufas e 200m2 de túnel de cultivo forçado (filme plástico para cobertura, vergalhão, madeiramento, pregos etc), além de mangueira para irrigação, bombonas para caldas, regadores entre outros itens discriminados na planilha de memória de cálculo. Será adquirido no início do projeto (meses 2 e 3), para ser usado ao longo deste, conforme as atividades a serem implantadas Total de recursos pleiteados: R$ 109.818,00. (Detalhamento nas páginas seguintes)

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Etapa Atividade Meses 0 1

Fev 09

2 Mar09

3 Ab r 09

4 Mai 09

5 Jun 09

6 Jul 09

7 Ago 09

8 Set 09

9 Out 09

10 N o v 0 9

11 D e z 0 9

12 J a n 1 0

13 F e v 1 0

14 M a r 1 0

15 A b r 1 0

16 M a I 1 0

17 J u n 1 0

18 J u l 1 0

zero Pré-diagnóstico* 1.Visitas aos produtores

2.Preparar a propriedade para a sua função demonstrativa

1

3. Preparar infraestrutura e materiais

4. Oficina de mapeamento e planejamento conservacionista

5. Dias de campo

6. Oficina de custo de produção

7. Discussão comércio solidário justo

8.Discussão cooperativismo e associativismo

9. Visita Técnica 10. Plantio de adubação verde

2

11. Construção de túnel cultivo forçado

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12. Oficina avaliação

13. Sensibilização agroindústria

14. Palestras 15. Oficina agroindústria familiar

3

16. Oficina fossa biodigestora

0909

17. Oficina plantas aromáticas e medicinais

18. Prática de adubação verde

19. Preparo de caldas e biofertilizante

20. Oficina fruticultura

4.

21. Oficina Poda 22. Visitas Assist Técnica

23.Discussão propriedade rural produtiva

5

24.Oficina de jardinagem ecológica

25.Reflexão sobre os resultados e assistência técnica

26. Discussões sobre a continuidade

6

27. Encontro de confraternização

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Cronograma Físico Financeiro

ORÇAMENTO PROJETO ÁGUA DOCE

DESPESAS CORRENTES MÊS 1 MÊS 2 MÊS 3 MÊS 4 MÊS 5 MÊS 6 MÊS 7 MÊS 8 MÊS 9 MÊS 10 MÊS 11 MÊS 12 MÊS 13 MÊS 14 MÊS 15 MÊS 16 MÊS 17 MÊS 18 TOTAL

Serviços de terceiros

Técnico agrícola e gestor ambiental - coordenador 3.350,00 3.350,00 3.350,00 3.350,00 3.350,00 3.350,00 3.350,00 3.350,00 3.350,00 3.350,00 3.350,00 3.350,00 3.350,00 3.350,00 3.350,00 3.350,00 3.350,00 3.350,00 60.300,00

Trabalhador braçal 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00 420,00

Geógrafo 1.800,00

Oficineiro agroindústria familiar 2.000,00

Subtotal pessoa física 3.770,00 3.770,00 5.570,00 3.770,00 3.770,00 3.770,00 3.770,00 3.770,00 3.770,00 5.770,00 3.770,00 3.770,00 3.770,00 3.770,00 3.770,00 3.770,00 3.770,00 3.770,00 71.660,00

Pessoa jurídica

Aluguel de veículo 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00

Aluguel de van (visita técnica) 600,00

Subtotal pessoa jurídica 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 1.080,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 9.240,00

SUBTOTAL SERVIÇOS DE TERCEIROS 4.250,00 4.250,00 6.050,00 4.250,00 4.250,00 4.250,00 4.850,00 4.250,00 4.250,00 6.250,00 4.250,00 4.250,00 4.250,00 4.250,00 4.250,00 4.250,00 4.250,00 4.250,00 80.900,00

Material de consumo

Sementes de adubação verde 1.000,00 1.000,00

Sementes de hortaliças 3.500,00 3.500,00

Papel (material didático) 106,00 106,00

Cartucho para impressora (2) 100,00 100,00

CDs 25,00 25,00

Alimentação (visita técnica) 250,00 1.400,00 1.650,00

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Outros (evento previsto na atividade 27) 500,00 500,00

Combustível 160,00 160,00 160,00 160,00 160,00 160,00 160,00 160,00 160,00 160,00 160,00 160,00 160,00 160,00 160,00 160,00 160,00 160,00 2.880,00

Subtotal material de consumo 160,00 4.660,00 160,00 391,00 160,00 160,00 410,00 160,00 160,00 160,00 160,00 160,00 160,00 160,00 160,00 1.560,00 160,00 660,00 9.761,00

SUB TOTAL DESPESAS CORRENTES 4.410,00 8.910,00 6.210,00 4.641,00 4.410,00 4.410,00 5.260,00 4.410,00 4.410,00 6.410,00 4.410,00 4.410,00 4.410,00 5.810,00 4.410,00 5.810,00 4.410,00 4.910,00 90.661,00

DESPESAS DE CAPITAL

Equipamentos

0,00

Secador solar 600,00 600,00

Subtotal equipamentos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 600,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 600,00

Material permanente

Filme para estufa(108x8m) 4.520,00 4.520,00

Filme para estufa(105x3m) 1.400,00 1.400,00

Mourão 3.000,00 3.000,00

Prego 150,00 150,00

Ripa 600,00 600,00

Vergalhão 3/8 3.505,46 3.505,46

Vergalhão 3/16 360,00 360,00

Mangueira de irrigação 1.200,00 1.200,00

Parafusos com porcas 45,00 45,00

Serra de metal 72,00 72,00

Bombona plastica 200 litros ( 6 unid) 300,00 300,00

Regadores (4 unid) 60,00 60,00

Calendario lunar biodinamico (2) 50,00 50,00

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Subtotal material permanente 0,00 4.200,00 11.062,46 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 15.262,46

SUB TOTAL DESPESAS DE CAPITAL 0,00 4.200,00 11.062,46 0,00 0,00 0,00 0,00 600,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 15.862,46

TOTAL DESPESAS 4.410,00 13.110,00 17.272,46 4.641,00 4.410,00 4.410,00 5.260,00 5.010,00 4.410,00 6.410,00 4.410,00 4.410,00 4.410,00 4.410,00 4.410,00 5.810,00 4.410,00 4.910,00 106.523,46

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Memória de Cálculo

MEMÓRIA DE CÁLCULO - MATERIAL DE CONSUMO E PERMANENTE DEMONSTRATIVOS DE QUANTITATIVOS

Material de consumo Unidade Quantidade

Custo unitário Total Obs.

Sementes de adubação verde sc 50 30 1500

Sementes de hortaliças lata 175 20 3500 * custo médio, varia com a espécie

Papel (material didático) resma 500fl 10 10,6 106 Cartucho para impressora unid. 2 50 100 CDs unid. 1 25 25 Alimentação (visita técnica) unid.(almoço) 25 10 250

* participantes (20), motorista e equipe

Outros (evento) verba 1400 * verba - organização, alimentação.

divulgação, contr. músico, etc

Combustível litro 70 2,285 160/mês Equipamentos Pen Drive unid. 1 100 100 Secador solar unid. 1 600 600 Material permamente Filme para estufa(108x8m) bobina 6 920 5520 Filme para estufa(105x3m) bobina 2 700 1400 Mourão 3m dz 50 70 3500

Prego quilo 20 7,5 150 * média, varia com o tamanho

Ripa m 1800 0,33 600 Vergalhão 3/8 m 200 21 4200 Vergalhão 3/16 m 60 6 360 Mangueira de irrigação m 1700 1 1700 Parafusos com porcas quilo 5 9 45 Serra de metal unid. 1 72 72 Bombona plastica 200 litros unid. 6 50 300 Regadores (4 unid) unid. 4 15 60 Calendario lunar biodinamico unid. 2 25 50

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MEMÓRIA DE CÁLCULO - RECURSOS HUMANOS Especificação Unidade Quantidade Valor unit. Total R$ Técnico agrícola e gestor ambiental - coordenador salário 3350 3350/mês Trabalhador braçal dia 03/sem (12/mês) 35 420/mês Geógrafo hora 30 60 1800 no total Oficineiro agroindústria familiar hora 20 100 2000 no total

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Projeto Água Doce Financiador: FEMA – Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Instituições Parceiras: Instituto Pedro Matajs Sítio Dourado Proponente: AAO - Associação de Agricultura Orgânica

Relatório do mês de fevereiro de 2009 Coordenador Geral: Hamilton Trajano Pré-diagnóstico

Foi dado início a partir da assinatura do convênio no dia 12/02/2009 os trabalhos de detalhamento do cronograma do projeto e remanejamento dos recursos do orçamento, devido aos preços atuais que não condizem com os orçados na época da aprovação do projeto abril/2008, novos orçamentos e ações estão sendo refeitos para a busca de soluções criativas e viáveis para o inicio do projeto.

Está em andamento a construção da proposta de trabalho do geógrafo e do oficineiro da área de alimentação com as informações que estamos coletando junto ao Sr.Daniel e a Sra.Leila. .

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Preparar a infraestrutura e materiais

Começamos a fazer as cotações de veiculo para uso do extensionista e constatamos aumento do preço da locação, de modo que ficou inviável, sugerimos uso de carro próprio do profissional para as atividades, já em apreciação junto ao CADES.

Foi feito contato com os oficineiro, haja visto, a desistência do geógrafo e sua substituição por outro profissional capacitado para o projeto, foi feito pedido de detalhamento de suas atividades para apresentação oficial do mesmo junto aos convidados.

Desde a assinatura do convenio no dia 12/02/2009 estamos trabalhando na

reunião de corpo de profissionais para descrever em detalhes as atividades que virão a acontecer durante o projeto.

Preparar a base da propriedade para a sua função demonstrativa

Estamos fazendo a cotação dos mourões para construção das semi-estufas de cultivo, que por conta de uma norma na legislação é proibido corte de eucalipto dentro das APAS e região sem licença para corte, tirando a possibilidade de compra na própria região em breve estaremos com a solução deste problema.

Foi feita a escolha do local onde será a construção das semi-estufas de cultivo.

Visita a produtores 18/02

Foi visitado o Sr.Lindolfo Helfstein Fidêncio, produtor de hortaliças convencionais, foi observado o plantio morro abaixo; a efetiva degradação de solo e alto índice de doenças e perdas. Reuniões de planejamento

Aconteceu no dia 27/02/2009 reunião com o Sr.Daniel, o Sra. Leila, Srta.Angelina e Arlindo para planejamento das atividades e sensibilização para o projeto.

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Fiz uma exposição dos objetivos do projeto. Falamos sobre como seria a transição para a agroecológia; preparação da infra-

estrutura e os materiais necessários a implantação das tecnologias apropriadas; das práticas sustentáveis e quais seriam os adubos e controles naturais aplicados.

Foi falado como funcionarão as oficinas quem serão os profissionais envolvidos e suas participações, os melhores dias para sua execução; onde e quem visitar, para assim iniciarmos os convites para o projeto e a sensibilização com os agricultores.

Esta sendo definida a data oficial para apresentação do projeto que será no mês de abril 2009, onde já terei tempo hábil para fazer as visitas de sensibilização.

Foi definido que não haverá a contratação de mão de obra braçal via carteira

assinada, por conta de não haver uma pessoa fixa para a atividade. Discutimos sobre a importância do Sr. Daniel no acompanhamento das

visitações aos agricultores para gerar mais credibilidade.

Em trabalhos de entendimento dos processos de manejo da propriedade do Sr.Daniel foi detectada a incidência de rizoctonia na alface, doença fungica, que causa grande perda na propriedade.

Houve a participação de membros da equipe técnica (financeiro - AAO e coordenação) junto ao CADES, em reunião para esclarecimentos sobre a prestação de conta e relatórios mensais junto ao CAT.

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Projeto Água Doce Financiador: FEMA – Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Instituições Parceiras: Instituto Pedro Matajs Sítio Dourado Proponente: AAO - Associação de Agricultura Orgânica

Relatório do mês de março de 2009 Coordenador Geral: Hamilton Trajano Preparar a propriedade para função demonstrativa

Dando continuidade ao desenvolvimento do projeto, conforme reunião de planejamento no dia 27/02, foi feito trabalho de sensibilização na propriedade demonstrativa para iniciarmos os trabalhos de cobertura morta e rotação de cultura, com o objetivo de diminuir a incidência das doenças; e escolha da área para plantio de adubação verde com o mesmo objetivo.

Foi definido entre o Sr.Daniel e o Sr.Arlindo, que vamos diminuir a área plantada e cuidar melhor da mesma.

Iniciou no do dia 05/03/2009 os trabalhos de campo do Sr. Aparecido - força de trabalho contratado pelo projeto para ajudar nas atividades.

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Foi feita a medição da área com o intuito de fazer divisão de glebas de plantio e

começar a entender quais as rotações que foram feitas anteriormente, para assim fazer planejamento das rotações e ações futuras.

Iniciou-se o corte do capim que será usado para cobertura morta, após sua

secagem.

Iniciou-se a técnica de plantio de feijão como forma de captar nitrogênio da atmosfera - a técnica consiste em plantar um pé de feijão a cada 3 metros lineares.

Conversamos sobre a possibilidade de introduzir minhocas nos canteiros que

receberão cobertura morta, para incrementar com vida este solo, pois é notável a sua deficiência e conseqüentemente a baixa fertilidade, entendendo que a partir destas técnicas começaremos a melhorar as condições físico-químico-biológicas do solo.

Acompanhamento do Sr. Daniel e Sr. Arlindo para entendimento de como é o planejamento da propriedade. Não consegui entender como é este planejamento, ainda é cedo para tirar conclusões, mas me parece que existe um planejamento caótico onde não há escala de produção, haja visto o distanciamento entre o Sr. Arlindo e Sr. Daniel.

Foi organizada uma reunião no Instituto Pedro Matajs no dia 20/03 para sensibilização e apresentação de alguns membros da equipe técnica do projeto. Para falar sobre suas contribuições, estavam presentes a Dra. Ondalva Serrano, agrônoma da Associação de Agricultura Orgânica, a Dra. Cleusa Mantova - do Instituto Biológico, a Sra. Leila - do Instituto Pedro Matajs, o Sr.Daniel - agricultor proprietário onde o projeto está inserido, e o Sr.Luciano - articulador local.

Foi coletado material de solo e plantas para análise laboratorial.

Foi feito no dia 23/03 o primeiro biofertilizante de plantas do projeto, iniciando os preparativos de adubações alternativas.

Acompanhamento e orientação sobre as técnicas assimiladas como cobertura morta e plantio de leguminosas nos canteiros junto ao Sr. Daniel e Aparecido.

No dia 27/03 foi feita divulgação no Posto médico do Embura sobre a apresentação do projeto. Neste dia houve monitoramento do projeto e capacitação do Sr.Daniel e Antonio sobre agroecologia.

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No dia 28/03 houve a apresentação do geógrafo Alexandre ao Sr.Daniel e Sr.

Arlindo. Também coletamos dados para preparação da propriedade para as curvas de desnível.

É importante ressaltar que estamos finalizando o segundo mês do projeto com o cronograma de atividades realizado, porém não está ocorrendo a liberação de recursos para a realização das atividades.

Iniciamos a preparação da propriedade para sua função demonstrativa com cobertura morta e plantio de feijão nos canteiros. Foi preparado o primeiro biofertilizante antecipadamente, meta que teríamos que cumprir no mês de abril. Este material servirá como uma das fontes de adubação na propriedade demonstrativa.

Resolvemos fazer a apresentação do projeto depois de 45 dias da divulgação,

pois tivemos uma boa divulgação pelos meios que utilizamos – rede da APA e o jornal local.

Participei de reunião na Câmara Técnica de Agricultura na Casa do Agricultor

em Parelheiros onde pude apresentar o projeto para participantes.

Neste dia fiquei sabendo através da Sra.Leila que o contato que nos forneceria toras de eucalipto para a construção das estufas dobrou o preço das toras de 3m. de R$5,00 para R$10,00. Estamos vendo alternativas de compra e de troca de material para sua construção. Preparar a infra-estrutura e materiais

Foi visitado um articulador da região, monitor ambiental, Luciano - morador da Rua Braga, Sitio da Lua Cheia, Embura - convidado para acompanhamento do técnico responsável, para indicações de possíveis agricultores e outros sitiantes, para fazerem parte do projeto, haja visto ele ser um agente local e ter cadastro de produtores com potencial para fazer parte do projeto.

Foi feito o conteúdo do convite para apresentação oficial do projeto que será no dia 02/04/2009 as 16:00h no Instituto Pedro Matajs e comunicação via grupos das APAS e outros em rede na internet.

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Visita técnica

Foi feita uma visita ao Senhor Armando Antonio dos Santos - no bairro do Embura, na Estrada do 15, no. 1604 - produtor de hortaliças, shitake e grama preta. Sua propriedade tem 3 alqueires de área plantada onde ele trabalha com seu filho. Esta visita foi para divulgação e convite para o projeto, dando continuidade a sensibilização dos produtores.

Neste primeiro momento estou evitando bater fotos das propriedades dos

produtores, pois não os conheço, e quero evitar qualquer nuance de invasão; num outro momento faço o registro fotográfico e lhes envio para apreciação.

Foi feita visita acompanhado da Sra. Leila do Instituto Pedro Matajs, ao Sr.Antonio da Cruz Ferreira e sua esposa Sueleni Aparecida dos Santos Ferreira - localizado a Rua Viterio Rosat, 613 - Sitio Canela Branca, agricultor familiar, produtor de hortaliças convencional - para convite e sensibilização para o projeto.

Tenho notado através das conversas com os convidados que todos têm anseio por projetos práticos com técnicas que demonstrem na prática soluções para os problemas apresentados, que atendam as suas reais necessidades. Reclamam de projetos teóricos que não são condizentes com a realidade local.

Foi visitado a Sra.Marisa, comerciante do Embura, liderança na organização sócio ambiental, para convite e sensibilização do projeto. Foram visitados produtores e articuladores.

• Maria Lucia Cirillo, comerciante líder comunitária, moradora da Rua Manoel Martins Araújo, 20 - Estr. Eng.Marsilac;

• Senhor Hélio Dario Muccillo, sitiante aposentado - morador da Rua Sta. Cruz, 80 –em Eng.Marsilac;

• O Projeto Mão Cooperadora do Pastor Erminio Estr. Capivari, 193 - projeto Social de produção de hortaliças para abastecimento de creche própria;

• Sr.Flavio Siqueira de Franca, agricultor familiar, produtor de hortaliças - Estr.Eng.Marsilac, 3012;

• Sr.Paulo, produtor de plantas ornamentais, morador da Av. José Lutihezer, 45 - bairro da Colônia;

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• Todos foram convidados para a apresentação do projeto.

Considerações finais

Não atingimos a meta de plantio de adubação verde, pois o recurso ainda não foi liberado.

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Projeto Água Doce Financiador: FEMA – Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Instituições Parceiras: Instituto Pedro Matajs Sítio Dourado Proponente: AAO - Associação de Agricultura Orgânica

Relatório do mês de abril de 2009 Coordenador Geral: Hamilton Trajano Considerações gerais

Conforme mês anterior começou as atividades de preparação da propriedade para a sua função demonstrativa e organização para a apresentação do projeto.

Houve preparo de biofertilizante anteriormente, assim adiantamos uma meta deste mês.

No dia 02/04, foi apresentado oficialmente o Projeto Água Doce para

convidados. Estavam presentes 30 pessoas, onde nove eram agricultores, os demais de instituições (ONGs), poder público - através da Casa da Agricultura e Cades, articuladores da região, parceiros e membros da equipe. Foi feito lista de presença.

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Foi apresentado o que é o projeto; cada membro da equipe falou sobre suas competências.

Todos falaram sobre suas expectativas e necessidades, principalmente os

agricultores.

Foi feito lista de cadastro, base para o início dos convites para as oficinas e assistência técnica.

Foi pedido para que as pessoas ajudassem na divulgação para vizinhos e interessados. Visitas aos produtores 17/04

Visita ao Sr. Armando - horticultor convencional - estavam presentes seus parceiros - seu filho e cunhado -, foram tiradas dúvidas sobre adubação natural, controle de insetos e foi firmada a continuidade da assistência técnica. 18/04

Visita ao Sr.Nelson - horticultor convencional e produtor de ornamentais - foi conversado sobre adubações, fertilidade da terra e o contexto histórico da agricultura como forma de identificar soluções à situação da agricultura atual como: comercialização, alternativas de adubações, controle natural e assistência técnica. 22/04

Visita técnica a propriedade do Sr.Marcelo e Fabiana - produtores de hortaliças -para identificação de doenças e tirar dúvidas sobre fertilização e controles naturais; houve adesão e combinamos de fazer biofertilizante. 23/04

Visita de sensibilização ao Sr.Yukimobu e a Sra. Dina - produtores de plantas ornamentais (lírio e copo de leite verde) - que se interessaram pelas técnicas alternativas de adubação e controle naturais. Foi observada a alta incidência de acidez de solo, identificados pela presença de tiririca no local e doenças como bicho mineiro. Foi falado sobre controle do bicho mineiro e a composição da terra como forma de esclarecer sobre a importância da fertilidade de solo, e prevenção contra o ataque de doenças nas plantas. Eles aderiram ao projeto.

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27/04

Visita ao Sr. Armando estava presente o Sr. Nelson falamos sobre receitas caseiras de controle de insetos. Monitoramento do Projeto 16 e 17/04

Após 40 dias de semeadura da alface no sistema agroecologico, onde foram implantadas as técnicas de cobertura morta e plantio de feijão intercalado como planta amiga e com o intuito de absorver nitrogênio do ar, observa-se que as plantas estão mais verde escuras - com aparência mais saudável, porém ainda com o ataque de podridão da saia das folhas da alface (rizoctonia).

Conversando com o Sr.Arlindo ele observa que as plantas estão mais saudáveis.

Esta sendo aplicado calcário, como forma de adubação natural e controle da acidez de solo, no lugar da uréia (o calcário é mais barato e é mais eficiente em relação à disponibilidade de nutrientes). Essa prática é comum no sistema de produção; as técnicas estão sendo bem assimiladas e a mudança não oferece resistência.

Com a cobertura morta não houve necessidade de se fazer capinas. 18/04

Monitoramento no Sítio Dourado do desenvolvimento das plantas.

Foi decidido que colocaremos composto orgânico como forma de adubação em canteiros e covas.

Foi feito levantamento de preços atualizados para compra de sementes e filme para estufa. 22/04

Acompanhamento do desenvolvimento dos trabalhos; orientação do funcionário sobre o andamento das atividades.

Orientação sobre solo e controles naturais de insetos e doenças com o Sr.Daniel e Sr. Arlindo.

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Foi determinado que o plantio de abobrinha não houvesse aração nem gradagem. Haverá plantio em cova com adubação natural de composto com folhas, calcário e biofertilizante. 27/04

Monitoramento do projeto. Preparação da Propriedade Demonstrativa 19/04

Discussão sobre qual tipo de estufa seria feito a partir da mudança do material – de eucalipto para alvenaria - onde decidimos adotar na fixação das colunas, varas de bambu no lugar do vergalhão (barras de ferro) como forma de introduzir formas alternativas de construção e de ecomonia; todos concordaram.

Conversa de sensibilização com produtores de shitake que também são agrcultores. Aproveitei o momento para reforçar o convite para o Projeto Água Doce e explicar o que é este processo com eles. Estavam presentes cinco famílias de agricultores. 21/04

Foi feito estaqueamento da horta para a preparação das curvas de nível. Trabalho executado pelo geógrafo. 28/04

Orientação técnica para plantio em cova: preparar covas para plantio usando húmus de minhoca e composto orgânico. Esta prática foi acompanhada de muita dúvida sobre a técnica, já que normalmente o manejo usado é a aração e gradagem da terra; nesta prática só fizemos as covas e adubamos com material orgânico. É o início de uma quebra de paradigma que evita a movimentação da terra. Outras atividades 22/04

Participei de audiência pública na Sabesp sobre sustentabilidade com foco na agricultura orgânica.

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Relatório do mês de maio de 2009 Coordenador Geral: Hamilton Trajano Considerações Gerais

Continuamos com a programação com as visitas técnicas identificando as demandas dos agricultores.

As técnicas estão sendo assimiladas pelos agricultores sem maiores problemas.

Ainda é muito cedo para podemos colher resultados, porém a terra já apresenta sinais de recuperação; há um pequeno controle da rizoctonia da alface.

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Visita aos produtores 06/05

Visita técnica ao Sr. Armando – agricultor, produtor de hortaliças - foi feito cobertura morta em um canteiro para teste; verificou-se que a palhada mantém a umidade e diminuição de campinas; foi falado sobre controles naturais; foi deixado livro com receitas de controles naturais para fazer fotocópias.

Acompanhamento dos trabalhos com o Sr.Arlindo e esclarecimentos sobre

dúvidas. 07/05

Visita ao Sr.Antonio - agricultor familiar; foi observado que ele tem a preocupação com inovações de técnicas alternativas; ele prática plantios consorciados.

O solo da propriedade é bem compactado com grande incidência de doenças.

Foi falado sobre controle biológico. 15/05

Visita de acompanhamento técnico a propriedade do Sr.Lindolfo - produtor de hortaliças - para sensibilização de uso de técnicas alternativas de cultivo. Foi identificado processo de erosão de alto grau na propriedade e perda da camada superficial de solo, conseqüentemente, alto índice de doenças e perda de produção. 21/05

Visita de divulgação do Projeto Água no bairro da Cratera. Acompanhamento da construção das colunas que servirão de base para as

estufas. Preparar a propriedade para a função demonstrativa 01/05

Fizemos curvas de nível para dar continuidade aos trabalhos de conservação de solo, não houve resistência por parte do Sr.Daniel e Arlindo, quebramos o paradigma de se fazer canteiros morro abaixo.

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14/05 Plantio das sementes de adubação verde como forma de conservação de solo;

início da recuperação da biomassa do solo 22/05

Acompanhamento do projeto: verificação do desenvolvimento do plantio de adubação verde e desenvolvimento das hortaliças. Preparar a infraestrutura e materiais 04/05

Levantamento final de preços de sementes de adubação verde e hortaliças. 13/05

Compra das sementes de adubação verde para plantio de inverno. Acompanhamento da Comissão de Avaliação Técnica ao projeto Água Doce.

27/05

Compra de sementes de hortaliças. Acompanhamento do projeto: verificação do desenvolvimento da alface no qual

foi usado biofertilizante como agente substituto ao adubo químico e defensivo químico sintético; observa-se uma diminuição de ataque de fungos que causa a podridão da saia da alface (Rhizoctonia). Oficina de mapeamento e planejamento conservacionista 28/05

Oficina de mapeamento e planejamento conservacionista com o geógrafo: foi observada a carta topográfica para identificação das propriedades dos participantes e verificado o quanto importante são as curvas de nível para diminuição da velocidade da água, como forma de evitar a erosão e o assoreamento dos cursos de água.

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Relatório do mês de junho de 2009 Coordenador Geral: Hamilton Trajano Considerações Gerais

Fizemos nossa primeira Oficina reunindo dez agricultores que em nosso entender é um número bastante expressivo. A importância das oficinas é grande, pois coloca a possibilidade da troca de informações das experiências vividas com as novas informações aportadas pelos participantes. Visita aos produtores 12/06

Visita técnica a Sueli Maria Consolina, moradora Estrada da Vargem Grande 504, sitiante, produtora de frutíferas, para identificação de doenças nas frutíferas e soluções ambientais para a propriedade.

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Acompanhamento do desenvolvimento na produção e aplicação de

biofertilizante na propriedade do produtor Marcelo Yoneyama e agendamento de data para assistência técnica para fazer curvas de nível em sua propriedade; foi verificado que ele esta fazendo adubação verde com aveia preta e nabo forrageiro em uma área de sua propriedade. 17/06

Visita a campo na propriedade da Sra.Jackie, produtora de shitake, amora e criadora de cavalos; o objetivo foi dar soluções ambientais para a propriedade como um todo, a saber: sugestão de adubação verde, reforma de pasto e capineiras; foi falado sobre a possibilidade de montar um grupo para produção de medicinais e aromáticas, como forma de aumentar a renda e ter mais opções de plantas para rotação de culturas. Preparar a propriedade para a função demonstrativa 01/06

A partir de hoje começa uma nova força de trabalho que fará o serviço do dia a dia - o Sr. Antonio, a quem foi esclarecido sobre o funcionamento do projeto e o seu papel no desenvolvimento do mesmo. Ele foi contratado para trabalhar três dias por semana. Como o seu trabalho se inicia três meses depois do inicio do projeto, usaremos o recurso destes meses, na sua força de trabalho diariamente, até que seja esgotado todo o recurso destinado para este fim.

Acompanhamento do projeto e esclarecimento aos envolvidos.

02/06

Acompanhamento do projeto com esclarecimento sobre o cultivo consorciado. Estamos colhendo a segunda safra de alface com controle de doença fungica

rizoctonia. 11/06

Verificação do desenvolvimento das plantas. 17/06

Compra de material para término da construção das estufas.

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Conversa com o Sr. Daniel sobre cultivo consorciado, novas alternativas de cobertura morta, haja vista, o baixo desenvolvimento do capim que usamos para cobertura morta por conta do inverno seco. 19/06

Acompanhamento do Projeto.

Festa da APA, plantão no Stand dos projetos de agricultura. 24/06

Acompanhamento e verificação do desenvolvimento da adubação verde. 29/06

Verificação do desenvolvimento das plantas nas quais estão sendo usado o biofertilizante e a constatação de que as plantas estão mais sadias, mesmo sendo inverno e onde os ataques são menores. Em comparação com o ano anterior, segundo o Sr. Daniel, aparentemente as plantas estão mais bonitas, com tonalidade mais verde escura. 30/06

Conversa com o Sr.Daniel sobre arrumarmos outra fonte de matéria orgânica para repormos, com mais rapidez, esta faixa de fertilidade tão importante para a horta; foi decidido ainda que toda a M.O. disponível dentro da propriedade será aproveitada, principalmente aqueles materiais que ficam na beira da estrada sob a mata. Preparar infraestrutura e materiais 11/06

Acompanhamento da colação de algumas colunas que sustentarão as estufas. 24/06

Acompanhamento da construção da estufa e ajustes técnicos por conta do uso do novo material. 25/06

Acompanhamento da construção da estufa.

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Outras atividades 10/06

Reunião com os coordenadores dos projetos do FEMA, sobre agricultura, para criar formas de interação e aprendizado. 16/06

Pagamento do filme para a estufa. Acompanhamento do projeto. 20/06

Plantão na barraca de agricultura, na Festa das Apas.

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Relatório do mês de julho de 2009 Coordenador Geral: Hamilton Trajano Considerações Gerais

Nesse mês que passou me dediquei mais a propriedade demonstrativa, pois estamos construindo a estufa e há uma dificuldade por conta do uso dos novos materiais.

Irei começar a intensificar as visitas técnicas a partir deste mês. Preparar a propriedade para a função demonstrativa 01/07

Conversas com o Sr.Daniel sobre o cultivo consorciado e sobre plantio de aromáticas e temperos, para controles de insetos e doenças e para confecção de inseticidas naturais; foram compradas sementes destas mesmas plantas.

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03/07

Trabalho de coleta de plantas (alface, batata doce) para análise em laboratório no Instituto Biológico para detectar tipo de doença e acompanhamento do nível de infestação de Rhizoctonia principalmente na alface.

Está sendo planejada, junto com o Instituto Biológico, uma pesquisa para

entender os processos de ataque de doenças na alface.

Foi explicada, pela bióloga Cleuza Mantova, a vantagem de se fazer consórcios e rotações de culturas para diminuição de ataques de insetos e doenças e sobre o controle com fungos desenvolvidos em laboratório para controle da Rhizoctonia na alface; estavam presentes o Sr.Daniel e o Sr. Arlindo. Preparar infraestrutura e materiais 02/07

Compra de galão usado de 200 litros para fazer biofertilizante. Articulação para adquirir muda de capim elefante para fazer quebra vento e

como fonte de matéria orgânica para cobertura morta; foi articulado com um agricultor na região que nos fornecerá as mudas.

Acompanhamento do projeto

08/07

Acompanhamento do projeto. 09/07

Acompanhamento do projeto. 12/07

Reunião da Câmara Técnica de Agricultura para discutir os detalhes do encontro dos projetos de agricultura contemplados pelo FEMA. 14/07

Acompanhamento do desenvolvimento do projeto e identificação do ataque de doença na alface e uso de defensivo para controle da rizoctonia, já que o solo ainda não

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tem resistência para tal combate e o biofertilizante não esta sendo usado como deveria; haja vista a bomba que joga água na horta não estar funcionando, porém já resolvemos este ponto com a introdução de outra bomba.

Iremos aplicar biofertilizante nas mudas de alface, ainda na bandeja para

controlar a rizoctonia na bandeja. Identificação de manejo equivocado na produção de mudas, pois não há efetivo manejo de lavagem e controle de doenças nas bandejas atualmente. 15/07

Semeadura de plantas aromáticas e ornamentais com o objetivo de inibir ação de doenças na horta. 21/07

Acompanhamento do desenvolvimento da estufa, firmando com o pedreiro o que se combinou anteriormente. 23/07

Definição do plantio de capim como forma de quebra vento.

Conversa sobre controle biológico na plantas.

Transporte de matéria orgânica oriunda de folhas decompostas, na propriedade, como forma de recomposição da matéria orgânica nos canteiros.

Acompanhamento da colocação dos arcos na estufa. 27/07

Conversa com o Sr.Daniel, sobre variedades de hortaliças mais resistentes a ataques de doenças. Entendimento de como se processa a erosão dentro da propriedade. 28/07

Encontro dos coordenadores dos projetos de agricultura do FEMA Preparar infraestrutura e materiais 02/07

Compra de galão, usado, de 200 litros para fazer biofertilizante.

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Relatório do mês de agosto de 2009 Coordenador Geral: Hamilton Trajano Considerações Gerais

Todas as ações do projeto foram e são pensadas a partir do principio educativo e social do “aprender e ensinar”.

Não aprendemos se não sentimos; em sua função laboratorial a propriedade

demonstrativa experiência novas abordagem a partir do conhecimento adquirido, somando com a nova realidade que é o Sitio Dourado e seus representantes; o foco não é mais apenas sobre certo e errado, pois há o aprendizado e seu ritmo.

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Visita aos agricultores: 03/08

Visita para convite aos agricultores: Silvio, Otsuka, Antonio e Nelson, para convite da oficina de biofertilizante; aproveitei para reiterar a disponibilidade do projeto em oferecer assistência técnica gratuita. 04/08

Visita aos agricultores: Sr. Armando, Nelson, Ana das Dores, para convite da oficina de biofertilizante. Preparação da estrutura para fazer a oficina de preparação de biofertilizante. Oficina 05/08

Oficina de biofertilizante onde estavam presentes agricultores e sitiantes da região; foram produzidos 2 galões de 200 litros. Aproveitei a oportunidade para fazer uma oficina geral de reconhecimento da propriedade pelos agricultores, já que a infra-estrutura da propriedade modelo se consolidava. Foram tiradas as dúvidas sobre a construção da estufa, ataque de doenças e outras técnicas da agroecologia; os agricultores se interessaram em fazer o biofertilizante em suas propriedades e será disponibilizada a mão de obra técnica para fazer biofertilizante nas propriedades dos interessados. Preparar infra-estrutura e materiais 07/08

Verificação do desenvolvimento do biofertilizante feito na oficina de biofertilizante; marcação das linhas do plantio de capim para quebra vento e acompanhamento da construção da estufa.

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Preparar a propriedade para a sua função demonstrativa 10/08

Acompanhamento da construção da estufa e desenvolvimento das plantas; ataque de doença na cenoura, por conta do excesso de chuvas; constatou-se grande perda na produção, pois a variedade usada não é resistente à chuva. 17/08

Acompanhamento do projeto e escolhas das plantas para adubação verde de verão. 18/08

Definição de ações do projeto e plantio em covas dos cultivares que serão plantados no verão sem ser necessário aração de terra.

Identificação de contaminação na estufa de germinação, produção de mudas,

ações de controle de doenças fungicas nas bandejas e vulnerabilidade das estufas na fase de germinação; foi conversado que a estufa precisa de reforma e assepsia para controle das doenças; foi observado ainda que a água de irrigação pode estar contaminada e mesmo o próprio substrato; foram planejadas as ações necessárias para erradicar estes problemas.

27/08

Acompanhamento do projeto.

29/08 Acompanhamento do projeto: foi verificado que um lote de alface não está com

a podridão da barra da saia, doença causada por um fungo que dizima as alfaces na região. Houve duas aplicações de biofertilizante com cobertura morta de capim. 31/08

Fizemos uma reunião de acerto de problemas identificados ao longo do projeto que demandam ações de controle de doenças na roça.

Foi decidido entre o Sr.Arlindo, Sr.Daniel e a Angelina (produção de mudas) que: as bandejas serão desinfetadas com solução de cloro com água; que a estufa será reformada; que haverá mudança de substrato para mudas; que serão feitas todas as curvas de nível no terreno; que haverá diminuição no volume da produção para poder gerar aumento no cuidado com a roça. Todos concordaram com essas deliberações.

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Foi feita uma dinâmica, onde os problemas detectados foram apresentados por eles e foi ainda por eles buscada a solução, onde eu pude fazer acertos técnicos sobre as soluções apresentadas.

Foi debatido sobre uma nova forma de venda, denominada de venda direta e sobre a formação de grupos de consumidores.

Foram plantadas mudas de plantas repelentes: cravo de defunto que repele nematóides e plantas aromáticas para fazer inseticidas naturais tais como camomila, salvia e condimentos para comercialização, como o tomilho e o manjericão. Outras atividades 13/08

Participação no Fórum de Tecnologia Social de Osasco, foco na Economia Solidária.

27/08

Foi feita uma reunião com representante do CAT Sra. Lucia, mais a representante da parceria com o Instituto Pedro Matajs, Sra.Leila, para avaliação do andamento do projeto. Será refeito o cronograma de atividades, haja vista que mudanças ocorreram no cronograma para assim haver o cumprimento das atividades do projeto.

Participação na reunião da câmara técnica de agricultura.

Dia de Campo 05/08

Dia de campo sobre como fazer biofertilizante, adubo natural que substitui adubo petroquímico na lavoura. 24/08

Dia de campo sobre transição para o sistema agroecologico, recebendo grupo do ITCP/USP, Incubadora de Tecnologias de Cooperativas Populares, onde estava presente a Dra.Ondalva Serrano que fez palestra sobre a transição para o sistema Agroecológico; foram abordadas as dificuldades humanas para mudar de um modelo de receitas para um modelo de observação e construção de uma nova capacidade de leitura e interpretação da realidade local.

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Foram mostradas as técnicas de cultivo e conservação de solo, bem como de

adubos alternativos. Estavam presentes cinco agricultores. O projeto Água Doce agora passa a dar início aos trabalhos de demonstração para a extensão do conhecimento agroecológico em construção.

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Projeto Água Doce

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Relatório do mês de setembro de 2009 Coordenador Geral: Hamilton Trajano Considerações gerais

Nesta fase do projeto estou procurando ter um olhar global de fora para dentro para identificar razões que impedem o desenvolvimento dos atores dentro do projeto.

Percebo que o entendimento do processo de desenvolvimento não esta sendo

entendido como processo, porque a idéia do imediatismo, a falta de experiência no processo educacional dos parceiros, as ações da natureza (intempérie) somada fazem com que os atores não suportem a pressão da mudança.

Por isso estou reforçando a idéia primordial do projeto que são seus objetivos e esclarecendo sobre o valor laboratorial do projeto, onde não existe o certo e o errado e

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sim o aprendizado, que podemos através das observações tirar proveito do caos e gerar sabedoria. Preparar a infraestrutura e Materiais 03/09

Colocação do filme plástico da estufa. 12/09

Conclusão da colocação dos reforços das estufas; preparamos quatro das seis estufas previstas; choveu muito hoje o que impossibilitou a colocação do filme plástico. 15/09

Colocação do filme plástico de uma estufa que agora se somam duas estufas prontas.

Foram roçadas as plantas de adubação verde e foi verificada uma quantidade

grande de matéria orgânica já incorporada ao solo fruto de corte anterior efetuado; a aveia preta teve desenvolvimento satisfatório apesar da baixa fertilidade de solo apresentada.

Seguimos agora com plantio hortaliças com a matéria orgânica em forma de cobertura morta estamos estudando a possibilidade de fazermos um plantio direto em cova com adubação orgânica.

Estamos deixando uma parte da adubação verde plantada para colheita de sementes para o ano que vem. Preparar a Propriedade para a sua função demonstrativa 09/09

Por conta dos ventos e chuvas ocorridos esta semana, que foram inclusive objeto de noticiário, tivemos que suspender a colocação do filme plástico e de ações de controle de reforço da estufa.

Colhemos uma safra de alface sem ataque da rizoctonia. Nos últimos dois meses, a chuva tem sido intensa na região dificultando o dia a

dia na roça, como corte de capim para cobertura morta e manejo do solo.

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10/09 Verificação do novo processo de produção de mudas, as mudas foram plantadas

com substrato sem húmus de minhoca e substituído por areia, as bandejas foram lavadas com solução de cloro e começamos a semear os cultivares de sementes orgânicas; até o momento a germinação é de 100% e a rizoctonia que ataca as mudas não se manifestou.

Os tanques com água para irrigação estão higienizados e a água de rega é fresca,

isto é, não estocada. Estamos em processo de reformulação do próximo passo que será a reforma da

estufa de germinação. 17/09

Acompanhamento do projeto. . 21/09

Vento e chuvas fortes mostram a fragilidade da propriedade e a necessidade da criação de quebra ventos foi decido que serão plantadas bananeiras para quebra vento e recuperação de uma área com plantas nativas para a mesma finalidade. Visita aos agricultores 24/09

Convite para a oficina de adubação verde.

Visita a agricultores atendidos.

Foram visitados os agricultores Marcelo e Fabiana e foi verificado que eles estão fazendo outro galão de biofertilizante.

O Sr.Antonio esta fazendo cultivo consorciado e adubação verde, sendo verificando que existem ações desenvolvidas com o conceito de agroecológia. Oficina e Dia de Campo 26/09

Oficina de adubação verde, onde estavam presentes seis agricultores; foi comentado sobre o plantio, manejo e escolha das sementes corretas. Aproveitando a

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ocasião mostramos a propriedade demonstrativa e as técnicas implantadas, para os participantes, onde o biofertilizante foi o mais questionado de todas as práticas. Foi falado sobre o controle da rizoctonia na alface e a fertilidade de solo como controlador do equilíbrio natural.

Foi feito contato com a CPOrg- Comissão da Produção Orgânica, para adquirir sementes de adubação verde e distribuição para os interessados e todos da oficina se interessaram.

Estavam presentes três novos agricultores.

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Projeto Água Doce

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Relatório do mês de outubro de 2009 Coordenador Geral: Hamilton Trajano Considerações Gerais

É importante mencionar o obvio: a prática da agricultura é de alto risco, a natureza cobra seu preço pelas ações que praticamos. Temos que tomar cuidado com o que vemos e lemos, porque, podemos usar isso contra nós, a informação é importante, porém temos que pensar sobre ela.

Estamos com dificuldades para trabalhar, fazer o preparo do solo para plantio, o solo está encharcado dificultando a entrada do trator na roça e isso atrasa todo o processo.

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Ao contrario disso, visitei um agricultor que trabalha agricultura orgânica faz 20 anos, foi como se não estivesse chovendo em sua propriedade, ele usa a dificuldade a seu favor, está colhendo alface de porte comercial, sem doença, entre outras hortaliças.

Ele está sempre preparado para qualquer adversidade, porque entendeu que o solo é o motor que impulsiona a produção, sendo assim, o cuidado com o solo e com as suas interelações é fundamental; observei que problemas em sua propriedade têm solução, pois ele os transforma em ação (transformação).

Trouxe esta experiência para todos os agricultores atendidos.

Preparar a propriedade para a sua função demonstrativa 01/10

Acompanhamento do roçado da adubação verde para incorporação de matéria orgânica ao solo para plantio. 05/10

Plantio na estufa de cultivo: primeiro plantio (alface) em estufa. Temos uma proposta para o controle da produção.

Constatação: o solo apresenta nível baixo de fertilidade.

08/10

Reunião com o Sr. Daniel, Sr. Arlindo e Sra.Leila para avaliação do projeto, com vistas às ações de mudanças de rumo e melhoria nas atitudes frente ao projeto.

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14/10

Monitoramento do projeto: escolha do local para plantio de adubação verde; cobertura morta e intensificação do uso de biofertilizante; criação de alternativas para captação da água da chuva, para uso na irrigação; ainda temos dificuldade de irrigação na parte alta do terreno. Sr.Daniel acha caro usar a bomba na irrigação dado ao retorno que se tem; foi colocado que a falta de água compromete a produção juntamente com a falta de fertilidade e que a água faz parte do custo de produção da mesma forma que os demais insumos. Existe na região este modo cultural: como o custo de produção é alto e o retorno muita vezes não compensa, há um corte em alguns itens da produção; na irrigação e na diminuição tanto da quantidade como do número de vezes na aplicação de adubos.

O Sr. Daniel observou que onde se tem palhada como cobertura morta as doenças se desenvolvem com menor intensidade; isso é um sinal que ele começa a deixar o conceito de receita da agricultura convencional para o da observação da agroecológia. 15/10

Estamos terminando a estrutura da estufa para receber o filme plástico; as chuvas e os ventos fortes continuam atrasando o seu desenvolvimento, porém estamos em fase final. 16/10

Acompanhamento do desenvolvimento do projeto e plantio de adubos verde. 20/10

Reunião de avaliação: nesta reunião de avaliação de projeto estavam presentes o Sr.Daniel, o Sr.Arlindo, Sra.Leila, Sra.Angelina e representantes do CAT, Srta.Lucia Bellenzani e o Sr.Leo.

É importante mencionar para o aprendizado geral de todos, que uma reunião de avaliação não pode ser conduzida como uma reunião de julgamento de valores sobre o que está acontecendo no projeto; quando se faz isto estamos demonstrando claramente a falta de entendimento sobre o processo de transição agroecológica; digo processo, pelo fato de entender que um projeto como o Água Doce não pode ter a pretensão de transformar um modo cultural de mais de 40 anos de uso de técnicas degradantes de solo e água em um modo cultural limpo de agricultura sustentável em apenas 18 meses.

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O entendimento do processo educacional é fundamental no desenvolvimento de qualquer projeto; e que os atores envolvidos não podem jamais se colocar um contra o outro; tem que haver diálogo, tem que haver firmeza de compromisso para com os objetivos do projeto, que no nosso caso é de diminuir o uso de veneno e produtos petroquímicos.

Nesta reunião de avaliação constatou-se uma condenação por parte da maioria

dos integrantes do projeto, condenando o modelo e a coordenação que sustenta o modelo proposto como ideal; o modelo de apreender ensinando e de ensinar apreendendo. A situação ficou bastante delicada, simplesmente por não estarem sintonizados com o processo educacional do projeto e de seu tempo necessário de maturação.

Acredito ser importante mencionar isso porque faz parte do processo de desenvolvimento do projeto que servirá de modelo, para uns e para outros, de fortalecimento. 22/10

Na propriedade demonstrativa o trabalho esta sendo direcionado para o termino das estufas e para a cobertura morta dos canteiros e com uso do biofertilizante. 26/10

Colocação do filme plástico da terceira estufa; agora todas elas estão reforçadas. Divulgação da Oficina sobre agroecologia no posto de saúde.

Visita aos Produtores 10/10

Visita aos produtores, José Helfstein e Otsuka; ambos os produtores de plantas ornamentais, moradores na estrada da Vargem Grande próximos à Cratera; foi combinado com o Sr.Otsuka que faríamos experimentos em seus canteiros com adubos verdes e biofertilizante para comparação do desenvolvimento das plantas.

Com o Sr.José combinamos que plantaríamos sementes de adubação verde em solo de pouca fertilidade para avaliar seu resultado.

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21/10 Foi feito visita para convite para a Oficina de introdução á agroecologia ao

Projeto Mão Colaboradora no bairro Eng.Marsilac; conversa sobre estabelecimento de parceira para acessória técnica. Houve divulgação nos bairros do entorno da atuação do Projeto Água Doce.

Foi feita visita técnica a propriedade do Sr. Marcelo e da Sra. Fabiana para tirar duvidas sobre o ataque de míldio nas bandejas da estufa; foi sugerido que entrassem com controle de calda sulfocalcica e biofertilizante. Foi verificado que eles fizeram um segundo tambor de biofertilizante que está sendo usando na alface; foram tiradas duvidas sobre o uso do biofertilizante em outras culturas e dos problemas de aplicação em dias de chuva; esclarecemos que o problema é o de não usar.

22/10

Foi feita visita técnica ao Sr.Otsuka e foi deixado o tambor de 200 litros para confecção de biofertilizante; foi conversado com sei filho Emerson sobre as propriedades benéficas do biofertilizante e como ele é feito.

Foi feita visita técnica para o Sr.José Helfstein e convite para a oficina introdução á agroecologia; foram tiradas duvidas sobre a influência das adubações naturais sobre o ataque de doenças e desenvolvimento da planta.

Foi falado sobre o tempo do desenvolvimento do Buchinho e do Formio (plantas ornamentais) com adubações equilibradas.

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Foi feita visita técnica a Sra.Maria Consolina, moradora da Estr. da Vargem

Grande, que recebe grupo de turistas em sua propriedade, onde existe um pomar com características de produção orgânica, como o não uso de veneno e adubos petroquímicos; foi falado sobre controle de formigas cortadeiras e fumagina no citrus; foi feito o convite para a oficina no Projeto Água Doce. 27/10

Foi feita a sistematização e avaliação técnica dos dados gerados até hoje pelo projeto, com a presença da Dra.Ondalva Serrano responsável técnica pelo Projeto Água Doce; serão entregues aos parceiros: FEMA e CAT todo o material já sistematizado no mês de novembro 2010. 29/10

Oficina de Introdução á Agroecológia e dia de campo: estavam presentes nove pessoas sendo que sete eram agricultores antigos e dois novos integrantes ao grupo.

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Projeto Água Doce Financiador: FEMA – Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Instituições Parceiras: Instituto Pedro Matajs Sítio Dourado Proponente: AAO - Associação de Agricultura Orgânica

Relatório do mês de novembro de 2009 Coordenador Geral: Hamilton Trajano Considerações gerais

Este mês só não concluímos a meta sobre Oficina de Custo de Produção, que estamos agendando para o mês de dezembro.

Em nossas visitas há novos produtores, aos quais agregamos mais dois (2), sendo um com potencial bastante expressivo, pois é uma escola onde podemos além de fornecer assistência técnica, ampliarmos o conhecimento para os educandos e deles para seus familiares.

As sementes de Adubação Verde que foram distribuídas para os agricultores foram semeadas; as sementes que foram plantadas no projeto já germinaram.

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Estamos em processo crescente de recuperação da fertilidade do solo, onde já usamos 200litros de biofertilizante na propriedade; concomitantemente o Sr.Daniel está cada vez mais consciente, foi mencionado por ele que a alface está mais macia.

Temos ainda muitos ataques de insetos e de doenças na propriedade modelo e vejo isso como expurgo do solo, que está reagindo e nos mostrando qual é o caminho a seguir.

Este mês tivemos um ataque de lagarta cinza de solo que destruiu as mudas de

alface, fizemos uma aplicação de inseticida à base das próprias lagartas; o Sr.Daniel não resistiu em fazer o produto, fazendo-o com toda a prontidão, de modo que não usamos veneno tóxico.

Foi colocado pelo Sr.Daniel recentemente que ele tem diminuído a compra de fertilizante petroquímico, isto mostra que estamos conseguindo a partir de um agricultor local com histórico de muita resistência ao conhecimento agroecológico, cumprir a nossa meta principal que é a de diminuir o consumo de veneno e adubos petroquímicos na propriedade.

A propriedade modelo pratica cada vez mais as técnicas da agroecologia por iniciativa própria, pois o método usado de apreender ensinando esta sendo assimilado, não causando dependência de assistência técnica e sim a própria iniciativa do agricultor de refletir sobre os fenômenos que acontecem em sua propriedade, que refletem em sua vida, sua propriedade, no seu município e conseqüentemente em seus pais. Propriedade demonstrativa 04/11

Verificação dos acertos praticados em todas as curvas de nível da propriedade. Atualmente quase toda a propriedade está com as suas curvas de desnível concluídas.

Alguns trechos ainda não estão prontos por motivo de termos cultura para colher o que impede o trator de executá-las, porque ainda há resistência de entender o marco inicial das curvas e pela falta de comunicação entre o Sr.Daniel e Arlindo.

Plantio de mudas: a semente orgânica adquiridas pelo projeto tem dado resultado positivo, as mudas tem ido para o campo sem doenças.

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06/11

Ajuste nas estufas. Conversa com o Sr. Arlindo sobre solo e conceitos agroecológicos.

Tenho tido bastante dificuldade com ele, há muita resistência de aceitação do

modelo agroecologico, por conta da crença só acredito vendo.

Estamos atualmente em processo de recuperação e os resultados são lentos, porém cada vez mais eles se manifestação. O Sr.Daniel comentou que a alface esta mais macia isso é um fator positivo. 09/11

Acompanhamento do projeto e tomada de decisões em conjunto com a Sra.Leila e Sr.Daniel sobre as estufas. Devido aos fortes ventos estamos mudando duas estufas, que ficaram danificadas; iremos fazer o aproveitamento dos materiais da estufa e transformaremos o filme plástico em túnel de cultivo forçado e sua estrutura fará um parreiral; estamos estudando a possibilidade para aproveitamento para o cultivo de chuchu e maracujá abrindo para a possibilidade, no futuro, de cultivo de fruta orgânica dentro da propriedade modelo. Oficina de custo de produção

Não foi possível a realização desta oficina, pois não havia agenda por parte do palestrante.

Dia de campo 27/11

Foi realizado um dia de campo no Projeto Água Doce com cerca de 45 pessoas entre educandos e educadores do Instituto Ana Lapini sobre agroecologia e meio ambiente. Oficina de avaliação

Está oficina foi feita no mês de outubro, com a presença dos proprietários do sitio Dourado, Instituto Pedro Matajs e integrante da Comissão de Avaliação técnica da

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SVMA, estamos terminando a sistematização para apresentar os resultados obtidos até o momento. Palestra 24/11

Foi feita palestra sobre agroecológia no Instituto Ana Lapini com seus educandos, estavam presentes educandos, educadores e funcionários.

A palestra é uma forma que o projeto encontra para ampliar seu horizonte na

divulgação do Projeto Água Doce e do conhecimento adquirido dentro da região replicando-o internamente, já que normalmente este conhecimento muitas vezes só é buscado fora da região. Visitas a produtores

Foram visitados cinco produtores no decorrer deste mês, sendo que dois são novos: o Sr.Laudelino produtor de hortaliças e o Sr.Samuel do Projeto Mão Cooperadora que atende educandos da região de Marcilac e ambos são produtores de hortaliças para abastecimento próprio. 12/11

Acompanhamento da Dra.Cleusa e o Dr.Ricardo do Instituto biológico em visita técnica ao Sr Arnaldo agricultor produtor de hortaliças para identificação de doenças em sua propriedade e na propriedade modelo. 14/11

Primeira visita técnica ao Sr.Laudelino Vaz de Brito Oliveira produtor de hortaliças para inicio de assistência técnica, este agricultor já participou de outros projetos de agroecológia.

Foi feito convite para todas as oficinas do Projeto Água Doce. 19/11

Visita técnica ao projeto Mão Cooperadora, escola que atende crianças e adolescentes na região de Eng.Marsilac.

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Entre outras atividades são produtores de hortaliças orgânicas para

abastecimento próprio.

Foi firmada parceria com o Sr. Samuel coordenador do projeto para receber assistência técnica e foi combinado que no dia 02/11 será feita palestra sobre o Projeto Água Doce e os princípios agroecologicos.

Visita técnica ao Sr.Nelson Helfstein produtor de nabo, foi conversado sobre formas de comercialização, venda e compra conjunta e mudanças climáticas haja vista perda de produção por conta do excesso de chuva em época de estiagem.

Foi feito convite para visita técnica em propriedade agroecológica da Família Dias em Caucaia do Alto.

Acompanhamento do Projeto água Doce onde estava tendo ataque de lagarta nas mudas plantadas de alface, foi feito inseticida a partir das próprias lagartas, não houve a menor resistência do Sr.Daniel em fazer o produto, haja vista ele queria aplicar venenos convencionais tóxicos. Foi falado sobre a importância dos cuidados com a transição para o agroecológico e a fertilidade de solo como forma de evitar ataques de insetos e doenças. 21/11

Visita técnica ao Sr.Marcelo e Sra.Fabiana agricultores foi verificado a incidência de ataques de lagartas na couve, foi ensinado inseticida a partir das próprias lagartas.

Foi feito convite para visita técnica em propriedade agroecológica que deu certo.

Atividades que não estavam previstas que agregam valor para o Projeto

Foi feita visita técnica a propriedade de uma família produtores de hortaliças orgânicas que fazem venda direta; o Sr.Daniel e o Sr. Hélio estavam presentes.

Esta propriedade localiza-se em Caucaia do Alto-Cotia-Sp.

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Relatório do mês de dezembro de 2009 Coordenador Geral: Hamilton Trajano Considerações gerais

Tenho sondando as dificuldades dos produtores em praticar o conjunto de técnicas abordadas até o momento e quais são aquelas que têm maior dificuldade.

A adubação verde é a mais simples, porque consiste apenas em plantar as sementes, porém tem pouca área disponível na propriedade; quanto ao biofertilizante, tem a dificuldade de se arrumar esterco e de como usá-lo depois de pronto, pois acreditam que demanda muito tempo para se incorporar no solo. A rotação de cultura não segue uma métrica por falta de área disponível; planta-se na área que tem disponibilidade, porém é bem difícil repetir o mesmo plantio com as mesmas variedades.

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Todos alegam a falta de tempo e a pouca mão de obra disponível.

Outro fator que influência diretamente na mudança é a forma de produção

atrelada ao fator comercial, criando barreiras que dificultam a mudança de paradigma. Quando se vende para uma empresa distribuidora o agricultor é obrigado a cumprir prazos, tendo que atender a esta necessidade e como a demanda é grande sobra pouca área para, por exemplo, fazer adubações verdes.

Outro fator relacionado ao tempo é o tempo de pousio do solo; este não existe nas propriedades, pois a maioria dos agricultores tem pequenas áreas o que os forçam a produzir para atender as necessidades.

Quando o agricultor vende para feirantes nem sempre estes feirantes vendem

todos os tipos de hortaliças induzindo o agricultor a produzir só o que tem demanda e muitas vezes a demanda não atende a necessidade do agricultor de praticar alguma técnica como é, por exemplo, a rotação com hortaliças de raízes, pois existem feirantes que não vendem este tipo de produto. Propriedade demonstrativa 09/12

Monitoramento do projeto Água Doce, com avaliação do desenvolvimento da adubação verde; as plantas estão com baixo desenvolvimento por conta da baixa fertilidade de solo. 10/12

Monitoramento do Projeto Água Doce: foi conversado com o Sr.Daniel sobre a possibilidade de realmente diminuirmos a produção; constatou-se a ocorrência de muitas perdas e houve excesso de chuva, o que impossibilitou o manejo de solo para preparo dos canteiros.

Uma alternativa encontrada foi a de se aumentar as compras para comercialização na feira, enquanto isso se intensificava o tratamento para melhoria da fertilidade de solo; foi mencionado o uso de cavaco de madeira para incorporação no solo, uma vez que este material é abundante na região e possibilita uma recuperação de solo juntamente com as outras técnicas.

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17/12 Monitoramento do Projeto: conversa sobre diminuição na produção de campo e

na de bandejas; o Sr.Daniel concorda que esta prática e acredita que pode ser melhor, porém tem insegurança em praticá-la. 18/12

Monitoramento do Projeto: plantio de sementes de adubação verde consorciado com hortaliças. Continuamos com a recuperação da fertilidade de solo com adubação verde e biofertilizante. Há atualmente um desânimo geral na região que também afeta ao Sr.Daniel as grandes intensidades de chuvas do inverno causaram prejuízos, pois as variedades não estavam adaptadas as chuvas que vieram, causando perdas; isto reflete na condução do projeto, pois a perspectiva de melhoria está muito distante, a recuperação de solo demanda persistência e o imediatismo é mais forte. 28/12

Monitoramento do Projeto. 29/12

Monitoramento do Projeto com encaminhamentos para o ano que se iniciará. A perspectiva é fazer mais plantios em covas com adubos orgânicos.

Treinamento do funcionário para plantio em covas e uso de adubos com serrapilheira. Visitas a produtores 01/12

Acompanhamento do projeto. 03/12

Visita técnica ao Sr.Laudelino produtor de hortaliças, para entrega de sementes de adubação verde. Foi entregue 01 kg de cada espécie: Mucuna preta, Crotalária Juncea e feijão Guandu.

Conversa sobre fertilidade de solo e sobre os efeitos da adubação sobre a vida do solo.

Foi enfatizada a importância de o agricultor criar um banco próprio de sementes

para depender cada vez menos de insumos vindo de fora da propriedade.

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07/12

Visita técnica ao Sr.Otsuka, para inicio de testes com adubação verde para aumento de fertilidade do solo; foram entregues sementes de Mucuna Preta, Crotalária Juncea, e Feijão Guandu, 01 kg. de cada.

Visita Técnica ao José Helfstein para entrega de sementes de Mucuna Preta, Crotalária Juncea e Feijão Guandu, também 01 kg de cada, para trabalhar a fertilidade de solo em área de baixa fertilidade.

Foi verificado o desenvolvimento da Crotalaria Juncea plantada em outra área da propriedade e as plantas estão tendo bom desenvolvimento, apesar de algumas falhas em linhas por conta do ataque da Saracuru, ave silvestre da região.

Visita ao Sr. Antonio e D, Sueleni, produtores de hortaliças, foi falado sobre a falta de investimento por parte dos governos para apoio ao pequeno agricultor e como estas falhas estão sendo cobertas através da iniciativa do próprio agricultor.

Foram entregues sementes de adubação verde para plantio e recuperação de solo; foram entregues 2 kg. de cada cultivar.

Foi falado sobre banco de sementes de adubação verde e sua importância. 08/12

Visita a D.Maria Consolina para convidá-la a participar da Oficina de Plantas Medicinais; foi conversado sobre biofertilizante e sobre formas de comercialização para turistas que freqüentam sua propriedade, obtendo assim mais uma geração de renda. 09/12

Visita ao projeto Mão Cooperadora, para conversa com o responsável pela horta para conhecer o processo de produção e iniciar os trabalhos de extensão rural; foi verificado que não há trabalhos de conservação de solo. Os cultivos são feitos morro abaixo e não há curvas de nível, há somente incorporação de esterco como fonte de matéria orgânica. 21/12

Visita ao Senhor Armando: fui com Sr. Daniel comprar hortaliças para compor a sua feira; O Sr. Armando ainda usa muito inseticida petroquímico; é muito resistente a

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mudanças. Continuo levando as experiências práticas que conheço, mostrando que há alternativas de baixo custo e que diminuem a incidência de insetos e doenças na propriedade.

Primeira visita ao Sr.José Tico, produtor de hortaliças convencionais apresentado pelo Sr.Daniel conversou-se sobre o sistema agroecológico de produção; combinamos que posteriormente farei outras visitas. 22/12

Visita técnica a propriedade do Sr.Marcelo e Fabiana com verificação do plantio das sementes de adubação verde; constatamos que as sementes de Mucuna Preta não germinaram. Oficina de Plantas Medicinais

Não houve pessoas neste dia para o curso; faremos a oficina no próximo mês caso haja disponibilidade do profissional da área. Dia de Campo

O dia de campo estava atrelado a Oficina de Plantas Medicinais, logo não ocorreu. Palestra 15/12

Foi realizada palestra sobre o Projeto Água Doce e sobre a produção de lixo no Projeto Mão Cooperadora, estavam presentes entre educadores, educandos e funcionários estavam presente 77 pessoas. Discussão sobre comércio solidário e justo e cooperativismo e associativismo

Estas discussões estão sendo feitas com cada agricultor ou grupos de agricultores quando estamos reunidos no campo; o tema da comercialização dos produtos é

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abordado e discutimos as possibilidades do conceito com foco nas compras e vendas conjuntas.

Falamos sobre o sistema comercial convencional capitalista que é muito forte, que amarra a produção e onde o intermediário é o agente que lucra.

Que o foco é quebrar esta corrente e criar uma nova forma que valorize o ser humano preserve o ambiente natural e dê lucro.

Falo sobre a força de associações e cooperativas como forma de criar uma

unidade competitiva com uma mentalidade solidária, onde valorizamos o que é uma cadeia justa onde todos ganham, sem que haja ameaça a esta mesma cadeia.

Que o momento é de formação de redes, de olharmos para dentro e valorizarmos o que temos. Acredito ser melhor assim, pois, fica mais informal e mais participativa. Sensibilização à Agroindústria Familiar

Está sendo feita através da divulgação da Oficina Consciência do papel da Mulher na Agricultura e como fazer da Culinária natural fonte de renda, prazer e atuação na vida das pessoas e do meio ambiente. Túnel de cultivo forçado

Começamos a construir os túneis a partir das estufas que tiveram problemas com os fortes ventos, que destruíram 02 estufas; estamos fazendo o aproveitamento dos vergalhões, dos canos e dos filmes plásticos.

A estrutura de colunas da estufa será plantada com chuchu ou maracujá. Estamos estudando a possibilidade de plantio também de bucha vegetal.

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Relatório do mês de janeiro de 2010 Coordenador Geral: Hamilton Trajano Considerações gerais

No mês de dezembro de 2009 algumas atividades não foram possíveis de acontecer, como foi o caso da oficina de Plantas Medicinais e Aromáticas; felizmente, e com um número expressivo de participantes, conseguimos concluir mais esta etapa, que trouxe um aprendizado a mais e pôde reforçar aquilo que é objeto do projeto: ações conjuntas interligadas através do processo apreender ensinando e ensinar apreendendo.

Isso traz um novo movimento, unindo o saber antigo com o saber atual, e com

isso estamos conseguimos mudar hábitos culturais antigos.

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Neste mês uma agricultora assistida pelo projeto me procurou e foi enfática

“quero tornar a nossa propriedade uma propriedade orgânica”; já tínhamos feito adubações verdes e marcado uma visita para fazer um preparado de biofertilizante em sua propriedade, porém ainda não se sentiam confiantes ou conscientes daquilo que queriam; constatamos que agora sabem. Continuarei a assisti-los como sempre, sem impor um sistema, mas sim, participando de uma mesma ideologia que é a prosperidade orgânica.

Na propriedade modelo estamos diversificando as culturas e incorporando folhas

de bananeira como forma de incrementar o solo com matéria orgânica. A adubação verde com girassol começou a florir; por ter dado baixa produção, mantivemos as plantas como forma de deixar a roça mais bonita e agradável.

A partir de uma análise das atuações do Projeto na região foi constatado que os agricultores em geral não têm visão de rede, que eles não têm a percepção dos desdobramentos das ações que acontecem no dia a dia; que podemos criar uma estratégia de ação para podermos ampliar nosso foco de ação e atingir nossos objetivos a partir desta constatação. Visitas aos produtores 12/01/10

Em visita técnica a Sra. Maria Consolina, foram tiradas dúvidas sobre concorrência e absorção de nutrientes pelas plantas da mesma família, construindo juntos os conceitos de diversidade. Foram distribuídas sementes de adubação verde para recuperação da estrutura do solo do pomar.

Outra dúvida tirada foi sobre plantas de hortaliças plantadas consorciada com o

pomar; foi orientado ao produtor que este consórcio é benéfico, rentável e que o desenho da propriedade para o plantio vai do conceito de diversificação que criamos e que o importante para o pequeno agricultor é o rendimento; qualidade aliada à preservação ambiental. Com isso tirou a idéia de que canteiros devem ser contínuos com um só tipo de planta (monocultura).

20/01/10

Visita técnica ao Sr.Otsuka: foi decidido que a propriedade deveria se converter numa propriedade de base agroecológica; isso é consenso em toda a família. Foi monitorado o desenvolvimento da adubação verde; o desenvolvimento é lento e o Feijão

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Guandu não germinou. No dia 27/01 foi feito o primeiro biofertilizante na propriedade do Sr.Otsuka. Dias de campo 28/01/10

Geralmente em quase todas as Oficinas conduzidas, acabamos transformando-as em verdadeiro dia de campo, porém isto não foi possível nesta oficina porque além da chuva, a palestra do agrônomo que deu a Oficina de Plantas Medicinais esteve muito interessante e acabou absorvendo toda a atenção dos participantes. Oficinas 28/01/10

Como já foi relatado, foi realizada a Oficina de Plantas Medicinais com a presença de 17 pessoas.

Não foi possível oferecer a oficina de Sensibilização à Agroindústria, que

estava agendada, pois o pai da palestrante se encontrava hospitalizado. Monitoramento do Projeto

Através do acompanhamento do desenvolvimento das plantas, constatamos que: o jiló consorciado com milho está com estado fitosanitário bom e com folhas verdes escuras, frutos grandes e com pouca incidência de doença; segundo o Sr.Daniel o jiló está bonito e ele concorda que o consorcio favoreceu o desenvolvimento do jiló.

Lembrando que no mesmo período em fevereiro 2009 o jiló alcançava perdas, que, segundo o Sr.Daniel, eram de 70%.

Plantamos mudas de beterrabas (13/01). As mudas foram plantadas atrasadas,

pois estavam com um mês na bandeja, mas foram transplantadas com um tratamento de solo melhor, pois foram incorporados: calcário, fertilizante químico e cobertura morta. Elas serão ainda adubadas com biofertilizante. Apesar do solo ainda não estar com a sua fertilidade recuperada, esta prática garante um resultado um pouco melhor.

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As sementes de Feijão Guandu (adubação verde) que foram semeadas não germinaram. Foi feita uma sementeira à parte para sua produção e transplante posterior; as outras sementes de adubação verde germinaram, mas a de guandu não.

Continuamos com a construção do túnel de cultivo forçado. A abobrinha plantada ao lado do quebra vento apresenta bom desenvolvimento.

O quebra vento evita a transmissão de doenças fungicas que são transmitidas pelo vento.

Foi desmontada uma estufa que tinha sido danificada pelo vento com pleno

aproveitamento dos materiais para o túnel de cultivo forçado e futuro plantio de chuchu. Depois de muito observar o comportamento do vento, com a ajuda do

funcionário Helio e do Sr. Daniel, começamos a acreditar que podemos continuar a construção das estufas; idéia que mudamos recentemente com as novas observações do local, da nova estrutura implantada e do caminho que faz o vento.

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Projeto Água Doce Financiador: FEMA – Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Instituições Parceiras: Instituto Pedro Matajs Sítio Dourado Proponente: AAO - Associação de Agricultura Orgânica

Relatório do mês fevereiro de 2010 Coordenador Geral: Hamilton Trajano Considerações gerais

Continuamos neste mês de fevereiro procurando enfatizar a importância da reposição de matéria orgânica, principalmente de fonte interna, na propriedade.

Já usamos variedades diferentes de capim, folhas de bananeira e agora pensei na

possibilidade de usar bambu em processo de decomposição. A conscientização dos agricultores assistidos tem aumentado; o Sr.Marcelo tem

demonstrado maior interesse nas técnicas agroecológicas.

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Na propriedade demonstrativa, depois de um ano, estamos já colhendo resultados qualitativos e quantitativos como é o caso do jiló; há baixa incidência de ataque de antracnose e colheita sem perdas expressivas, como foi no ano anterior. Isso mostra que ações conjuntas e reposição de matéria orgânica incrementam o solo de nutrientes, trazendo saúde ambiental e aumento na produção. As técnicas agroecológicas utilizadas estão dando resultados e mostram que por mais que se usem inseticidas e adubos petroquímicos no solo, estamos conseguindo diminuir a quantidade desses produtos usados. Como o Sr.Daniel já constatou e disse, o solo está respondendo por esta diminuição. Esta experiência está demonstrando a eficácia das técnicas agroecológicas e que o ritmo de recuperação do solo é incompatível com o tempo desejado pelo ser humano; devemos trabalhar de modo equilibrado com o ritmo da terra para colhermos seus frutos. Constatou-se um interesse maior também por parte do Sr. Daniel, que despertando para a importância dessas práticas já toma a iniciativa em busca de alternativas de reposição de matéria orgânica. Este mês foi feita a incorporação de material orgânico oriundo de adubação verde de verão no solo para futuro plantio. Visitas aos produtores 04/02/10

Visita Técnica ao Sr. Zé Tico - agricultor familiar, produtor de hortaliças convencionais - para falar sobre a base dos conceitos da agroecologia e como as técnicas podem ajudar na fertilidade do solo e na diminuição do custo de produção.

Foi enfatizado o cultivo e incorporação de plantas (adubação verde) como forma

de adubar e aumentar a diversidade da fauna do solo. Foi feito e divulgado, o convite para a Oficina de Custo de Produção. 08/02/10

Feita visita técnica ao Sr. Otsuka para verificar o desenvolvimento do biofertilizante preparado; o produto está fermentando e está em bom estado, apresentando cheiro bom e cor viçosa.

Foi combinado que faremos experiências com Gypsi (planta ornamental): uma

área com cobertura morta e outra sem cobertura morta para verificar a eficácia da

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técnica. Serão plantados ainda pés de feijão como forma de fixação de nitrogênio, a cada 3 metros.

Foi feito e divulgado o convite para Oficina de Custo de Produção.

10/02/10

Feita visita técnica ao Sr. Antonio para falar sobre os cultivos consorciados que estão sendo feitos na propriedade modelo e seus resultados. Foi falado sobre a importância da cobertura vegetal nesta época de chuvas, evitando lavagem do solo e perda de nutrientes.

No momento em que cheguei à propriedade ele estava cobrindo mudas de alface com vasinho e garrafas Pet para em seguida aplicar mata mato na área. Achei curiosa aquela atitude, pois me pareceu uma ação consciente para não prejudicar a lavoura; contudo lhe foi esclarecido que por mais que ele tomasse aquela atitude, o solo, que é a base do desenvolvimento das plantas com sua matéria orgânica, estava sendo comprometido pelo uso do herbicida.

Foi feito e divulgado convite para a Oficina de Custo de Produção. 19/02/10

Visita técnica ao Sr.Lindolfo para convite de participação na Oficina de Custo de Produção. Ele trouxe uma demanda de doença no pimentão. A doença em questão é a Escaldadura: doença ocasionada pela queima dos frutos. Esta doença pode ser evitada aumentando a fertilidade de solo. O sombreamento ralo com Feijão Guandu, que também fixa nitrogênio e incorpora matéria orgânica no solo, pela grande quantidade de folhas que caem no solo, é uma das alternativas possíveis. Outro manejo recomendado é a esterilização de ferramentas de colheita para evitar que doenças sejam passadas de uma planta para a outra através da ferramenta.

Foi feita visita a casa da agricultura para divulgação da Oficina de custo de

produção, quando foi deixado material para divulgação. O Sr. Luís, agrônomo local, se colocou a disposição para fazer a divulgação

dessa Oficina. 22/02/10

Visita ao Sr. Armando e convite para a Oficina de Custo de Produção.

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Visita ao Sr.Nelson e convite para a Oficina de Custo de Produção. O Sr Nelson é um dos agricultores assistidos que pouco pratica as técnicas ensinadas. Sondando o porquê disto ele me fez a seguinte colocação: como ele trabalha junto com o irmão, que é uma pessoa fechada e que muito pouco se relaciona e fala com outras pessoas, ficando mais difícil de aplicar as técnicas propostas na sua propriedade, mesmo sabendo dos seus benefícios. Ele me colocou também que cansou de participar das reuniões, pois numa reunião ocorrida na subprefeitura fizeram piada com uma de suas colocações e que, muitos projetos ficam concentrados em poucas pessoas e poucos agricultores são atendidos.

Coloquei que o Projeto Água Doce é um Projeto independente, que simplesmente informa aos agricultores sobre técnicas e tecnologias de base agroecológicas e que o fortalecimento do agricultor se dá através de sua participação em associações e conselhos de agricultura, que possibilitam o acesso a recursos técnicos e financeiros; sendo que essas entidades podem atender a um número cada vez maior de agricultores ou grupos interessados. Faço está consideração porque não é a primeira vez que escuto essa reclamação de agricultores locais.

Feita visita técnica ao Sr.Marcelo e Fabiana para monitoramento das técnicas por eles desenvolvidas; a adubação verde se desenvolve muito mal, com plantas raquíticas e pequenas, em decorrência do solo com baixa fertilidade. Foi conversado com eles sobre o manejo da horta adotado na propriedade: o Sr.Marcelo produz poucos cultivares, sendo a cultura da alface a sua principal atividade; as conseqüências desta prática são:

• Há poucos cultivares para se fazer rotação de cultura; • Ocorre replantio de alface na mesma área, causando deficiências que

comprometem a resistência da plantas; • Provoca reincidências de doenças. Outro problema enfrentado por estes produtores está na forma de comercialização

dessa produção. Essa situação obriga o agricultor a não vislumbrar uma nova saída de seu círculo vicioso, pois as possibilidades são de venda para feirantes, de venda para empresa intermediária ou ainda dele mesmo fazer feiras; sendo esta última a que lhe pode possibilitar um retorno maior.

No caso do Sr.Marcelo ele comercializa para feirantes - fazendo com que ele acabe

tendo restrição na sua produção, pois o feirante só compra dele determinados produtos. Esse processo condiciona sua pequena diversidade cultural, produzindo só o que consegue vender aos feirantes.

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Foi orientado ao casal que se abrisse uma carteira de compradores feirantes para

possibilitar a venda de novos cultivares, com vistas a poder viabilizar rotações de cultura e cultivos consorciados, que podem melhorar as condições do solo tornando-o mais forte e gerando maior sustentabilidade da propriedade. Prática de adubação Verde

Não há ainda, sementes de adubos verdes de inverno disponíveis no mercado. Plantio de Adubos verde

Não houve plantio por conta da falta de sementes; no mês de março estaremos fazendo o referido plantio. Oficinas

A Oficina de Custo de Produção teve que ser cancelada porque a palestrante teve um problema pessoal na ocasião. Em breve essa Oficina será executada.

A Oficina de Fruticultura será dada depois de cumprirmos a agenda das outras

Oficinas ainda pendentes (Oficina de Agroindústria Familiar e de Custo de Produção). Monitoramento do Projeto 08/02/10

Fomos, Sr. Daniel e eu, verificar o material orgânico (cavaco de madeira) que pudesse estar disponível para doação em serrarias; que servirá de fonte de M.O. para enriquecimento do solo.

Na sexta-feira anterior (05/02) houve nova ventania; uma das estufas que já

tinha sido danificada pelo vento, sofreu novamente mais danos enquanto a outra estufa ficou intacta. É conveniente estudar as razões desta diferenciação no nível de danos (localização, estrutura, materiais, etc.) 18/02/10

Foi efetuada a compra de sementes de hortaliças.

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22/02/10 Monitoramento do Projeto e conversa com o Sr.Daniel sobre a produção do jiló

e a sua colheita; foi falado sobre controle de doenças com desinfecção com álcool do instrumental de colheita (canivete ou tesoura de poda); atualmente este manejo não é adotado. É sabido que muitas doenças são transmitidas para os pés sadios por falta deste cuidado. Foi sugerida a desinfecção com álcool, do instrumento de colheita, como forma de manter a lavoura protegida. 24/02/10

Monitoramento do projeto: estamos escolhendo novas fontes de Matéria Orgânica para incorporação nos canteiros. Foi identificada a existência de bambu em processo de decomposição na propriedade; sugeri que incorporássemos no canteiro para aumentar a fertilidade do solo, como forma de aproveitamento dos recursos da propriedade e de ampliação das fontes de matéria orgânica.

Foi falado com o Sr.Daniel sobre produção de sementes em decorrência da nova

compra de sementes. Foram abordados os seguintes aspectos:

• Higienização das bandejas, como forma de evitar contaminação de doenças nas mudas, pois continuamos com perdas substanciais; há aplicação de inseticidas nas bandejas com mudas, o que ocasiona stress, antes mesmo delas irem para o campo. Foi reforçada a importância do uso do biofertilizante na produção de mudas como forma de nutrição e como repelente de insetos transmissores de doenças;

• Compatibilidade das sementes de alta resposta com solos férteis - não adianta ter boas sementes se o solo é fraco;

• Banco de sementes como forma do agricultor criar autonomia e ter suas próprias sementes;

• Ida a Secr. do Meio Ambiente para pegar data show que será usado na Oficina de Custo de Produção.

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Projeto Água Doce Financiador: FEMA – Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Instituições Parceiras: Instituto Pedro Matajs Sítio Dourado Proponente: AAO - Associação de Agricultura Orgânica

Relatório do mês de março de 2010 Coordenador Geral: Hamilton Trajano Considerações gerais

Este mês tem dado resultados bastante interessantes: o Sr.Otsuka diminuiu a compra de NPK (adubo petroquímico) tendo uma economia real de R$600,00 no mês; O Sr.Marcelo está começando a usar cobertura morta nos seus canteiros e comprou esterco de galinha para fazer suas adubações; O Sr.Daniel tem incorporado mais matéria orgânica nos canteiros; A Sra. Sueli está fazendo cultivo consorciado em seu pomar com verduras e temperos e fazendo adubação verde. Sinto que efetivamente as pessoas atendidas estão entrando num caminho sem volta, quero dizer, se conscientizaram de que há outra maneira de produzir e que ela é benéfica para todos que estão envolvidos na cadeia produtiva, e isto se justifica pelo entendimento de que a mudança é fácil quando se quer mudar, para isso temos que respeitar o tempo do aprendiz e que nós só ensinamos aquilo que temos que apreender.

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Visitas aos produtores 03/03/10

Visita ao Sr.José Helfstein para verificar o plantio de adubação verde: nem todas as sementes foram plantadas, em decorrência das fortes chuvas, que comprometeram o preparo de solo. Uma gleba foi plantada com Crotalaria Juncea; em um pedaço onde foi feito uma queimada de galhos as plantas se desenvolveram muito bem, ficaram com porte alto e saudável, já no restante da gleba poucos pés vingaram.

Foi falado sobre mudanças climáticas e qual seria o parâmetro para plantio a

partir de agora.

Foi observado que algumas espécies de pássaros estão freqüentando mais a região como é o caso do Tucano e o Carcará. Vi um pássaro parecido com um ganso que não soube identificar, é novo na região; foi atribuída a presença da polícia ambiental e das informações sobre preservação ambiental o motivo do aumento da população de pássaros na região.

As visitas técnicas ao Sr.José tem caráter muito forte de ser mais informativo do que prático, haja visto, ele ser produtor de plantas ornamentais e usar pouco defensivo; já fizemos adubação verde e controle do mato.

Participei da reunião do grupo gestor da APA.

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Ida ao Centro Paulus: o Projeto Água Doce foi contemplado com mudas de

plantas nativas para plantio em áreas de preservação ambiental; são aproximadamente 70 mudas de plantas nativas. 04/03/10

Visita ao Sr.Ismael Fidêncio Helfstein, sua propriedade fica na estrada da Ponte Alta, produtor de hortaliças.

Foi conversado sobre fertilidade de solo. A área plantada fica numa área de

várzea; solo com grande quantidade de matéria orgânica apresenta cor escura, apesar de conter glebas com incidência de tiririca, indicador de solo ácido tóxico. O uso de produtos petroquímicos é pequeno, dado a fertilidade natural do local.

Foi verificado o cultivo consorciado de inhame com milho.

O Sr.Ismael participou de uma Oficina pelo Projeto Água Doce e se interessou pelo que foi comentado; disponibilizei uma apostila sobre agroecologia para ele, pois por iniciativa própria ele já fez biofertilizante.

Foi comentado que por estar na várzea do Ribeirão Vermelho ele tem problema com as enchentes; ele reclama que o ribeirão está entupido, disse que tem perdas enormes por causa das ações da água; foi sugerido que ele participasse de uma reunião do Grupo Gestor da APA para levar sua demanda para encaminhamento e solução; foi falado sobre a possibilidade de plantio de arroz, mas parece que a região não tem clima propício, fiquei de verificar essa hipótese.

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09/03/10 Visita técnica ao Sr.Otsuka: foi verificado que o biofertilizante já está sendo

usado através de ferti-irrigação, e que as plantas de adubação verde estão tendo crescimento lento; a Crotalária Juncea se desenvolveu bem, porém, com poucas plantas; o feijão Guandu e o feijão de porco não germinaram, talvez porque a área alagou.

Conversando com o Sr.Otsuka ele me disse que já diminuiu a quantidade de

veneno e adubos químicos; verifiquei no quartinho onde temos o biofertilizante uma grande quantidade de embalagem de produtos petroquímicos quando do feitio do biofertilizante, hoje o quartinho tem pequenas quantidades de embalagens.

Foi falado sobre o uso de capim como forma de adubação e manutenção da temperatura de solo, como forma de aumentar a vida microbiana e assim o aumento dos controladores naturais. 16/03/10

Visita ao Sr. Marcelo: foi verificado o uso de esterco com palhada no plantio de espinafre; segundo ele as práticas agroecológicas são cada vez mais usadas dentro da propriedade; outro galão de biofertilizante será feito.

Foi conversado sobre a possibilidade de uma nova forma de comercialização,

com uma parceria que esta se estabelecendo com a Secretaria de Abastecimento. Isso criará a possibilidade do Sr. Marcelo plantar raízes (cenoura, beterraba) que o favorecerá em rotações de cultura, aumentando a aplicação de técnicas agroecológicas dentro da propriedade. 23/03/10

Visita ao Sr. Antonio: conversei com o seu cunhado Adelino e falamos sobre o conceito de agroecologia e comercialização da produção dentro de um contexto mais justo e solidário; ele se sensibilizou e falamos sobre a possibilidade de uma mudança no manejo da produção. Coloquei-me a disposição para ajudá-los e apresentei o Projeto Água Doce. O Sr. Adelino, parceiro do Sr. Antonio, nunca me tinha sido apresentado pelo Sr.Antonio. 24/03/10

Visita ao Sr. Marcelo: convite para reunião com a Secretaria do Abastecimento que está criando uma possibilidade de escoamento da produção para os agricultores de Parelheiros. Ele me disse que não se interessa em participar porque já tem compromisso com seus clientes.

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Chegou palhada oriunda de corte de grama das praças de SP em sua propriedade,

através de um contato que fiz com chefe da poda; o Sr. Marcelo agora tem a possibilidade de fazer cobertura morta. Foi verificado também que ele comprou nove ton. de cama de frango para adubação. Isso demonstra a transformação para uma consciência mais expandida para a preservação ambiental e para sua prosperidade, pois existe claramente o interesse em fertilizar e conservar a saúde do solo.

Visita ao Sr.Ismael: convite para reunião com a Secretaria do Abastecimento e

Prefeitura de Diadema para criação de um novo canal de comercialização. O Sr.Ismael tem perfil para se enquadrar num formato de agricultura mais limpa.

29/03/10

Em visita técnica ao Sr.Otsuka foi mostrado o desenvolvimento de suas plantas com o uso do biofertilizante; as plantas estão mais viçosas e verdes e segundo ele, depois de um mês de uso de biofertilizante há uma economia de aproximadamente R$ 600,00, pois não está mais comprando NPK.

Entendo claramente que a mudança comportamental da Família Otsuka em

relação ao manejo de solo, mudou a condição energética da propriedade e trouxe melhorias no desenvolvimento das plantas. A família do Sr.Otsuka é mais um exemplo do processo de apreender ensinando e ensinar aprendendo.

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30/03/10

Visita a D.Maria Consolina: foi mostrada a prática do cultivo consorciado em seu pomar de frutas com hortaliças; além disto, ela está fazendo adubação verde em seu pomar.

Foi falado sobre a vantagem da calagem.

Oficinas 30/03/10

A Oficina de custo de produção não aconteceu em decorrência da priorização da Oficina de Fruticultura.

Aconteceu neste dia a Oficina sobre Fruticultura com foco na Bananicultura;

estavam presentes 15 pessoas entre agricultores, setor público e privado. A oficina de poda e biofertilizante serão executadas mais adiante.

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Preparar a propriedade para a sua função demonstrativa

Continuamos com as técnicas de cobertura morta, rotação de cultura, aplicação de biofertilizante e iremos neste mês fazer plantio de adubação verde. Quero fazer uma consideração em relação ao contexto paisagístico do sítio Dourado; vejo atualmente o sítio Dourado com uma paisagem mais harmônica, transpirando mais clareza nas suas atitudes; tenho certeza que por conta da transformação que o Sr. Daniel vem sofrendo com a mudança cultural de manejo da roça. A atmosfera é menos carregada de contaminantes e os produtos são mais saudáveis.

Com a mudança de agência bancária exigida pelo departamento financeiro da

prefeitura e por conta de novas exigências de alguns documentos, os recursos do projeto não foram depositados até o momento. Estamos sem receber desde janeiro/2010, de modo que não podemos fazer nenhuma compra, mas já fomos informados que a situação se normalizará e poderemos usar os recursos.

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Preparar a infra-estruturar e Materiais

Cobertura, com filme plástico, de mais uma estufa.

Monitoramento do Projeto 04/03/10

Foram plantadas as mudas de árvores nativas que o Projeto foi contemplado. 08/03/10

Acompanhamento do corte de capim para uso como cobertura morta 09/03/10

Descarregamento de matéria orgânica oriunda de poda de grama de praças; este material servirá como cobertura morta, que ajudará na recuperação da fertilidade do solo.

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11/03/10 Encaminhamentos com o Sr. Hélio, funcionário do projeto, para acelerar o

processo de cobertura morta nos canteiros, isto é, corte do capim, amontoamento, secagem e cobertura de canteiros.

Estamos comprando gasolina e substituindo o corte feito manualmente por uso

de roçadeira mecânica; foi entendido que o tempo gasto é menor e o custo/beneficio maior, aumentando o rendimento das tarefas feitas e quantidade de matéria orgânica disponível para cobertura morta. 16/03/10

Monitoramento do projeto: está sendo constatada a eficiência do uso das técnicas agroecológicas na propriedade modelo, pois, no plantio de jiló as perdas foram pequenas em relação ao ano anterior; as plantas estão com baixa incidência de doença, com folhas verdes viçosas e produção ativa, isto é, quantidades expressivas de frutos por pé.

Foi feito plantio de mudas de alface e brócolis; pedi que fosse feito um

consórcio de alface com brócolis para teste. Este consórcio mostra que há maior aproveitamento por área plantada, o que diminui o manejo nas culturas, como controle de mato e cria maior possibilidade na fertilidade de solo, aumentando o número de inimigos naturais e conseqüentemente diminuindo doenças. 18/03/10

Foi colocado filme plástico em mais uma estufa e o trabalho foi realizado com sucesso; não havia vento na manhã deste dia; não houve danos ao filme plástico.

Desta vez estamos fechando somente 20% da entrada, para que haja um caminho

mais livre do vento e somente um fio de arame foi esticado.

Os mourões têm suportado as pressões climáticas e demonstrado que a técnica de construção com as varas de bambu no lugar do vergalhão de ferro são eficientes, garantindo a firmeza necessária para suportar os ventos fortes. 23/03/10

Plantio de mudas de couve; a área terá cobertura com palhada; foi feito calagem antes do plantio.

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25/03/10 No dia anterior tivemos um forte vento que causou grandes danos na região

destelhando casas e quebrando arvores; desta vez nada aconteceu com a estufa. Conversando com o Sr.Daniel e o Hélio, percebemos o quanto aprendemos com aquilo que fazemos. Chego à conclusão que os conceitos de certo e errado não fazem parte do conceito de educação; vejo que o aprendizado segue mais forte quando é assimilado e que cada um tem um ritmo de aprendizado e que não podemos deixar que as nossas expectativas contaminem o aprendizado de todos, querendo que esta assimilação seja no tempo que individualmente temos; cada um tem o seu tempo. Outras atividades 03/03/10

Participei da reunião do grupo gestor da APA. Ida ao Centro Paulus. O Projeto Água Doce foi contemplado com mudas de

plantas nativas para plantio em áreas de preservação ambiental: são aproximadamente 70 mudas de plantas nativas; esta atividade não é objeto do projeto. Assumimos o compromisso como forma de estimular a preservação ambiental, tendo a certeza de que isto ajuda no controle de insetos e doenças dentro da propriedade modelo. 11/03/10

Foi conversado com o Sr. Cristiano da Secretaria do Abastecimento sobre a possibilidade de escoamento de produção em São Paulo, em centro de comercialização ao lado do Mercado da Cantareira; foi encaminhado que faremos reunião com os agricultores para apresentar propostas. 12/03/10

Ida a Secretária do Verde e Meio Ambiente para prestação de contas junto ao FEMA. 25/03/10

Reunião no Instituto Pedro Matajs com a Secretaria do Abastecimento e prefeitura de Diadema para criação de um novo canal de comercialização para os agricultores de Parelheiros.

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Relatório do mês de abril de 2010 Coordenador Geral: Hamilton Trajano Considerações gerais

Efetivamente uma nova maneira de pensar a agricultura começa a emergir no grupo. Vejo que existe uma empolgação na ação; é uma energia de descoberta; ela é forte e traz disposição.

Este mês incluímos mais um atendido no grupo, o Sr. Nelson, agricultor

familiar, produtor de hortaliças; mais pessoas estão sendo atendidas pela programação e estão abertas às informações que o Projeto vem trazendo.

O que estou propondo agora como estratégia de ação é: fortalecer as

informações que foram trazidas até hoje e amarrá-las, tirando as eventuais dúvidas, que

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ainda possam existir sobre este modo cultural novo, que podemos implantar sem dogmas ou rótulos. É um modo comprometido com valores humanos que aproximam os indivíduos e os motiva a se conectar com a terra, pois assim fazendo eles se conectarão consigo mesmos. Deste modo eles saberão que as suas ações na vida serão as mais limpas e adequadas e conseqüentemente a sua agricultura será mais produtiva e saudável. Preparar a propriedade para a função demonstrativa

Continuamos com as técnicas agroecológicas na propriedade demonstrativa: uso de cobertura morta, agora utilizando também o capim do quebro vento como fonte de matéria orgânica, além do uso dos benefícios trazidos pelo próprio quebra-vento; fizemos as rotações de cultura, o uso de biofertilizante, etc.

Percebo que existe ainda uma resistência a ser resolvida que é o problema

localizado de uma erosão dentro da propriedade. Esta questão já foi conversada com a equipe e esclarecida à natureza deste problema, uma vez que as curvas têm que partir de um ponto no meio do terreno, ou de um ponto que ocupe uma única curva, que leve a água das chuvas para dentro da mata, evitando assim a ocorrência da erosão. 08/04/10

Conversa com o Sr. Daniel sobre plantio de couve-flor em covas adubadas com matéria orgânica e calcário, em sistema de cultivo consorciado; ele disse que irá fazer o teste.

Conversa com o funcionário Hélio sobre as mudanças climáticas e a destruição

da natureza, ele constata que os ventos fortes e o clima desregulado é decorrência das ações dos homens. 13/04/10

Conversa com o Sr. Daniel sobre agrotóxico, em decorrência da reunião no Idec, sobre monitoramento de resíduos de agrotóxicos nos alimentos. Falei sobre as contaminações dos agricultores, as proibições e restrições, tais como a de fazer pulverização com bomba costal com determinados defensivos químicos prejudiciais à saúde humana.

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Falei sobre o uso inadequado destes produtos em culturas não indicadas pelo fabricante e constatei junto com o Sr. Daniel o uso de produtos com o Manzat e o Cuprogarb 500 em culturas que não são indicadas pelo fabricante, como jiló e coentro.

Isso nos chamou a atenção porque estes produtos inadequados são vendidos na região para uso específico em culturas da região, por pessoas (vendedores, agrônomos vendedores) habilitadas para estas vendas.

Foi conversado ainda com o Sr. Daniel, sobre a incorporação de calcário na roça

para controle da titirica e mudança do P.H, quando integrado com cobertura morta. 15/04/10

Foi colocado o filme plástico na terceira estufa. 18/04/10

Monitoramento do projeto: há grande quantidade de sementes de feijão de corda para colheita. Em breve poderemos colhê-las e guardá-las para a próxima safra; a idéia é poder multiplicar e distribuir parte destas sementes para outros agricultores.

Tenho observando uma grande quantidade de joaninhas dentro da propriedade,

entre outros insetos povoando as culturas, o solo e o ar, sem causar danos à lavoura. Isso é um sinal da diminuição de produtos petroquímicos dentro da propriedade. 19/04/10

Conversa com o Sr. Daniel sobre aproveitamento das sementes de quiabo para a próxima safra como forma de se obter sementes já adaptadas com o clima local.

Foi verificado que existe um hábito de não se aproveitar as mesmas descartando-

as. Foi esclarecido que estas sementes é que poderão ajudar o agricultor a enfrentar as dificuldades que virão com as mudanças climáticas e com a dificuldade de se obter uma semente que seja compatível com o clima local. 26/04/10

Por iniciativa própria o Sr. Daniel foi buscar 10 ton. de cama de cavalo (esterco de cavalo com serragem curtida) para incorporar no solo, na forma de composto. Isso demonstra o nível de conscientização do Sr. Daniel sobre o processo de recuperação da fertilidade de solo e principalmente de atuar como agente transformador da sua realidade. Temos certeza que isso promove a grande mudança de mentalidade do produtor, onde o despertar da consciência para a prosperidade se torna um novo modo de pensar o processo produtivo pela quebra de paradigma antigo.

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Visita aos produtores 06/04/10

Visita à D. Ana, sitiante local, para entrega de convite para a Oficina de Mulheres.

Visita à D. Fabiana, para entrega de convite para Oficina de Mulheres. Visita técnica a Sra. Maria Irma, para divulgação da Oficina de Mulheres.

08/04/10

Visita técnica a Sra.Lúcia, líder comunitária no Bairro de Engenheiro Marsilc, para divulgação de oficina sobre Conscientização do Papel da Mulher na Agricultura; conversamos sobre o Cambuci (fruto) e como torná-lo atrativo para a produção local. Foi falado ainda sobre as poucas pesquisas sobre a qualidade e importância dessa fruta e como poderíamos despertar o interesse local sobre essa planta nativa do Brasil. Fiquei de ver como trazer um especialista para a região com vistas a dar uma Oficina sobre essa temática.

Visita técnica ao Sr.Lindolfo para convidar sua esposa para a Oficina de

Mulheres. Visita à D. Sueli para convidá-la a comparecer na Oficina de Mulheres. Visita à D. Jackie para convidá-la a comparecer na Oficina de Mulheres.

12/04/10

Visita ao Sr. Pedro e Sra. Elisabete, produtores rurais familiares de hortaliças (chuchu, gengibre). Fui comprar mudas de chuchu para plantio no projeto Água Doce e acabamos conversando sobre o projeto: falamos sobre os objetivos do projeto, as técnicas agroecológicas, a problemática da comercialização e a participação efetiva do agricultor junto a grupos de discussão em reuniões na prefeitura, com o intuito de se articularem mais e poder ser mais produtivo.

Falamos sobre a história da decadência da agricultura e da falta de prosperidade

em decorrência do uso de produtos petroquímicos. Coloquei-me à disposição para auxiliar no que fosse preciso.

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Fiz esta visita na parte da manhã; cedo. Na hora do almoço encontrei o Sr.Pedro num comércio local e ele me disse que gostaria de fazer o biofertilizante e que já tinha arrumado o esterco fresco e o tambor de 200 litros para prepará-lo; marcamos para fazer o biofertilizante no dia seguinte. 15/04/10

Visita ao Sr. Pedro para fazer o biofertilizante; fizemos juntos cerca de 200 litros do produto e ele ficou de fazer outro galão de 100 litros sozinho para consolidar o aprendizado. Foi explicado todo o processo: que é uma fermentação, e o que é o produto dessa fermentação; como ela gera nutrientes para as plantas; quais são seus componentes e para que sirva, a saber, sua função fertilizadora e repelente.

Foi esclarecido que esta técnica deve ser usada em conjunto com as outras

técnicas agroecológicas para fortalecimento e enriquecimento do solo. Visitei sua cultura de chuchu: foi verificado que as folhas estão pequenas e com

coloração verde clara; o parreiral tem aparência deficiente. Foi sugerido que nos meses de dormência da planta, que haja cultivos dentro do parreiral para que se promova a diversificação de culturas dentro do mesmo espaço para aproveitamento maior de água e adubos e conseqüentemente a maior fertilização do chuchu.

Fiz convite para que ele fosse da reunião da Câmara Técnica de Agricultura e ele

compareceu. 19/04/10

Visita ao Sr. Pedro para verificar o processo de fermentação do biofertilizante; constatamos que o processo está ativo, com um nível de fermentação bom.

O Sr. Pedro e a Sra. Elisabeth estão animados com a proposta de ter um adubo

de qualidade a baixo custo. 24/04/10

Conversa com o Sr.Otsuka sobre meio ambiente: ele disse que tem observado a visita maior de pássaros dentro da sua propriedade; que a partir de agora ele vai cuidar mais da parte ambiental de sua propriedade adotando as técnicas da agroecologia e que já está estimulado a começar a plantar hortaliças orgânicas.

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26/04/10 Visita ao Sr. Nelson Shimidt, morador da Rua Benedito Shunck, agricultor

familiar, produtor de hortaliças. O Sr. Nelson mostrou a propriedade, falando sobre seu manejo na roça. Foi

verificado que o solo tem um nível bom de matéria orgânica, pois ele faz reposição com palhada que ele junta do pomar e de um pequeno cafezal. Em algumas áreas tem incidência de tiririca, caracterizando solo ácido tóxico; no geral o solo é desnudo.

Foi orientado que fosse feita calagem em toda a área e que o solo fosse coberto

com cobertura morta, conversamos sobre a manutenção da vida do solo como forma de recuperação da fertilidade e resistência das plantas contra ataque de insetos e doenças.

O Sr. Nelson se mostrou muito receptivo às informações; ele já tinha sido

assistido por outro projeto; mostrou um biofertilizante, que foi feito de maneira equivocada, em um tambor que permitia a entrada de oxigênio e, portanto o produto tinha baixa fermentação.

Combinamos de fazer outro, falando ainda sobre controle de líquens no pomar;

foi deixada uma receita natural para controle do líquen e para controle de pulgão. Oficinas

Não foi possível a realização da Oficina de Custo de Produção, por motivo de realizarmos a Oficina de Mulheres. Agendaremos a Oficina de Custo de Produção para os próximos meses. 10/04/10

Foi realizada a Oficina para as mulheres dos agricultores, neste dia, com a participação de 12 pessoas em sua maioria agricultoras. O curso teve como objetivo usar a culinária como ferramenta para discutir o papel das mulheres no contexto familiar, mostrando o valor e a sua importância no estímulo do desenvolvimento local e do apoio no desenvolvimento da sua própria família. 24/04/10

Foi realizada a segunda parte da Oficina para mulheres; neste dia contamos com a participação de sete pessoas. O curso foi muito proveitoso do ponto de vista do aumento da auto-estima e despertar para uma visão mais consciente sobre consumo e como aproveitar e reaproveitar melhor os alimentos, gerando saúde para a família.

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A palestrante mostrou referências sobre produtos que causam problemas a saúde

nos consumos do nosso dia a dia. A oficina causou grande impacto sobre as participantes ao saberem que certas substâncias aditivas contidas em bolachas causam problemas sérios, que vão desde uma intoxicação até o câncer. Continuando a Preparar a Propriedade para a sua função demonstrativa

Já foram cobertas três estufas; a próxima já esta sendo preparada para cobertura com filme plástico. Todas estão resistindo bem aos fortes ventos que tem assolado a região.

Por motivo da mudança de agência bancária o recurso do projeto não foi liberado, de modo que estamos impedidos de fazer qualquer compra; impossibilitando a compra de sementes de adubação verde entre outras. Discussão sobre comércio solidário e justo

Venho trabalhando este conceito já há alguns meses e sinto que os agricultores estão amadurecendo esta idéia. Quero marcar esta discussão com outros grupos que estão envolvidos em projetos do FEMA para que possam trazer sua experiência para nós, e levar a nossa para eles, de modo que, vou agendar isso com os outros grupos e em breve faremos está discussão. Visita técnica

A visita técnica ainda não foi realizada por motivo de o recurso financeiro ainda não ter sido liberado, por conta da mudança de agência bancária. Outras atividades 09/04/10

Foi feita reunião com o FEMA para: • Prestação de contas do mês de março; • Regularizar documentação exigida pelo órgão.

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13/04/10

Participação em Mesa Redonda no IDEC sobre Monitoramento de Agrotóxicos nos Alimentos. 15/04/10

Participação na reunião da Câmara Técnica de Agricultura na subprefeitura de Parelheiros para apresentação do Projeto de Compostagem pela ABAST. 27/04/10

Participação em evento no Tendal da Lapa sobre Sementes Crioulas organizado pelo Instituto Kaíros.

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Projeto Água Doce Financiador: FEMA – Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Instituições Parceiras: Instituto Pedro Matajs Sítio Dourado Proponente: AAO - Associação de Agricultura Orgânica

Relatório do mês de maio de 2010 Coordenador Geral: Hamilton Trajano Considerações gerais

O projeto Água Doce colhe resultados de todas as suas frentes: junto á propriedade demonstrativa, com a assimilação das técnicas agroecológicas pelo Sr. Daniel; junto aos agricultores atendidos que tem demonstrado confiança para seguir em frente com suas próprias pernas. E com as informações que todos tiveram através dos diversos contatos, entenderam que o uso de produtos petroquímicos é prejudicial em toda a sua cadeia produtiva desde o solo, o agricultor, o consumidor e as águas; lembramos que este é o objetivo principal do projeto Água Doce.

Avançamos neste aspecto porque desde o início do projeto consideramos o ser

humano como agente da transformação local e que a transformação é uma dinâmica infinita; transformar em ação, uma vez que sem a iniciativa não há ação, não há transformação, não há cura; e que a cura do ser humano é também a cura da terra.

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E atualmente constatamos, pela própria recepção que recebemos nas casas dos agricultores, que as pessoas estão mais empolgadas, com foco e mais felizes; lembramos que este era o outro objetivo principal do projeto: promover maior auto-estima no âmbito dos agricultores locais. Produzir hortaliças é simples, difícil é ser feliz. Visita aos agricultores 05/05

Visita à D. Sueli, onde foi conversado sobre como despertar a auto-estima nas pessoas, para motivá-las à prosperidade.

A D. Sueli tem motivação mobilizadora e nos disse que a informação é tudo para

as pessoas da região e que estas informações nos levam a fazer escolhas mais assertivas. Combinamos de fazer o biofertilizante na semana seguinte em sua propriedade. 06/05/10

Visita ao Sr. Marcelo: foi verificado que ele está fazendo cobertura morta nos canteiros e incorporando matéria orgânica (cama de frango); ele disse que já começa a sentir diferença nas plantas, pois estão mais viçosas.

Foi conversado sobre uso indiscriminado de venenos e sobre as informações que

vem nas embalagens, como por exemplo, se aquele produto é de uso recomendado para aquela cultura específica. Constata-se que na região é comum o uso de produtos indicados por agrônomos que passam pelas propriedades sem receita e sem a devida responsabilidade técnica por parte desses profissionais, na medida em que ele vende produtos com indicações para plantas onde aqueles produtos não podem ser usados nas culturas indicadas, já que na própria bula essa indicação não é mencionada. 11/05/10

Visita ao Sr. Otsuka: conversamos sobre a colheita da semente de Crotalaria Juncea e da sistematização do manejo agroecológico para suas plantas.

Foi recomendado que ele usasse matéria orgânica gerada na propriedade,

evitando usar material de poda de praças, uma vez que vem com muita sujeira, o que acarreta a necessidade de separação desta sujeira e conseqüente queima do material. Esta prática gera o uso de mão de obra em serviço desnecessário que poderia ser usado de forma mais racional, como por exemplo, na poda do próprio capim da propriedade,

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sua compostagem e futura incorporação no solo. O Sr. Otsuka concorda que a entrada da propriedade está ficando bem suja e feia com tanto mato. 12/05/10

Visita ao Sr. Pedro para verificar a qualidade do biofertilizante; reforcei o seu uso inicial como repelente e fertilizante simultaneamente. 13/05/10

Visita ao Sr.Nelson Schimit, atendendo ao seu pedido sobre ataque de pulgão no amendoim. Foi lhe recomendado o uso de biofertilizante para fortalecimento da planta. Fiquei de fazer uma pesquisa mais profunda sobre a cultura do amendoim, já que é uma cultura que desconheço na prática seu desenvolvimento. Foi sugerido o plantio de novas sementes.

Foi conversado sobre uso indiscriminado de inseticidas e sobre a

comercialização destes produtos que são proibidos no mundo e muitos no Brasil; que este tipo de comércio se caracteriza perante a lei como contrabando e, além disto, causa danos tanto ao ser humano como a terra.

Existe uma prática muito comum na região de vendedores comercializando estes

produtos sem o menor controle e fiscalização. Foi reforçado o uso de calcário para controle da acidez do solo.

Convite para a Oficina de Jardinagem Ecológica.

Visita ao Sr.Antonio trazendo informações sobre a comercialização de produtos

agroquímicos contrabandeados e produtos que não são indicados para culturas locais que são comercializados como aptos para uso nessas culturas locais.

Foi esclarecido que nas embalagens destes produtos são indicados o uso correto

e as dosagens que o próprio fabricante garante, ou não, a eficiência do mesmo.

Visita ao Sr.Mitsuharo, agricultor familiar, produtor de hortaliças, morador da Estr. Henrique Shunk sete, onde falamos sobre as técnicas agroecológicas e seus benefícios e os devidos controles. Ele tem problemas com lagartas na couve; foi sugerido o uso do biofertilizante.

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17/05/10

Visita ao Sr. Pedro para monitoramento da lavoura de chuchu: foi verificado que o uso do biofertilizante já surtiu efeito e, segundo a Sra.Elisabete o parreiral esta carregando fora da época normal, fazendo comparação com o ano anterior; ela atribuiu ao uso do biofertilizante como sendo o fator de aumento de produção.

Em sua propriedade, onde predominantemente há plantio de chuchu, tenho

observado que as culturas têm declínio de produção pelos mesmos motivos de outros agricultores, a saber: uso indiscriminado de agrotóxicos, falta de conservação de solo e conseqüente baixo auto-estima do agricultor, se colocando numa condição submissa.

No caso do Sr.Pedro percebo que há uma grande necessidade de informação e

que se tem abertura por parte dele, de modo que as ações que são propostas são rapidamente absorvidas e transformadas, por isso esse resultado no parreiral.

Foi sugerido que a roça fosse limpa tirando sacos plásticos e outros materiais

inorgânicos que podem atrair doenças e aproximando-os mais da prosperidade. Oficina

Foi realizado no dia 18/05 a oficina de jardinagem e poda; estavam presentes quatro pessoas sendo que apenas uma era agricultor. Dias de Campo

Dentro da proposta da oficina de jardinagem e poda, no dia 18/05, foi feita uma prática de poda e de observação da harmonia do jardim do Instituto Pedro Matajs. Propriedade demonstrativa 05/05/10

Foi reforçada junto ao Sr. Daniel a questão do aproveitamento das sementes do quiabo para a próxima safra, como forma de se ter uma semente mais adaptada para a região; ele disse que irá separar as sementes para posterior beneficiamento.

Foi dado direcionamento para uso da cama de cavalo (matéria orgânica) que foi

adquirida para uso na fertilização da terra: cobrir o monte com plantas para evitar perdas

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nutricionais; misturar com palhada para enriquecimento. Quando no uso em canteiro: incorporar o material ao solo, cobrir com cobertura morta em preparo do canteiro.

Foi falado sobre a relação C/N da serragem e o uso de biofertilizante para acelerar o processo de decomposição do material. Estando o solo fraco este material, em seu processo de decomposição, pode prejudicar o desenvolvimento da muda. Foi indicado que o uso do biofertilizante estivesse sempre aliado com a incorporação da cama de cavalo. 06/05/10

Estamos preparando a estufa para sua cobertura definitiva. Foram adquiridas mudas de chuchu para plantio. Foi pedido ao Sr. Daniel, para que ele não passasse mais o trator dentro da

estufa, usasse somente a tobata (micro-trator), pois a roda esta batendo nos mourões e danificando a estrutura. 12/05/10

Recebemos a visita na propriedade demonstrativa do Sr. Márcio, gerente da AAO, Cristiano da ABAST, da Dra.Ondalva da AAO e a Srta.Ana da Secretaria de estado do Meio Ambiente para mostrar as atividades do projeto, com seus pontos fracos e fortes. 13/05/10

Monitoramento do Projeto: foi feito plantio consorciado de alface com brócolis; isto é mais uma iniciativa dentro da propriedade demonstrativa da assimilação das técnicas agroecológicas e começa a caracterizar efetivamente que as metas do projeto estão sendo cumpridas, haja visto, que no processo previsto esta é uma técnica que já tinha sido abordada e que agora está sendo praticada. Constata-se que de fato cada um tem um ritmo de aprendizado. 17/05/10

Conversa com o funcionário Hélio sobre as demandas do projeto e seu devido atendimento.

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Projeto Água Doce Financiador: FEMA – Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Instituições Parceiras: Instituto Pedro Matajs Sítio Dourado Proponente: AAO - Associação de Agricultura Orgânica

Relatório do mês de junho de 2010 Coordenador Geral: Hamilton Trajano Considerações gerais

Estamos no momento de reflexão sobre as atitudes que foram tomadas e sobre o todo o processo e reflexões que serão tomadas neste momento e no futuro.

Atualmente percebo que os agricultores tomam iniciativas a partir das

informações que foram geradas pelo projeto somado com as suas próprias experiências. Informações que estão cristalizadas no seu cotidiano, que os impulsiona no caminho das inter-relações, dos contatos com conteúdos e de onde possam estar estes conteúdos para atender as suas necessidades; obviamente cada agricultor com as suas virtudes e vantagens, e seu ritmo de aprendizado.

O que quero dizer é que cada agricultor tome posso de sua propriedade, de seu conhecimento, não pode depender do outro para fazer as suas articulações, ele próprio

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tem que conquistar o que precisa, ele próprio tem que ser senhor de si mesmo, autônomo, observador e conquistador. Propriedade demonstrativa 01/06/10

Compra de sementes de hortaliças e adubação verde para o projeto. 02/06/10

Entrega das sementes de hortaliças para o Sr. Daniel. Monitoramento do projeto: as mudas de chuchu que foram plantadas em área

onde fizemos o plantio de mucuna preta estão sendo consorciadas com brócolis; o desenvolvimento, tanto dos brócolis como do chuchu que se apresenta está viçoso, verde escuro, sem ataques de insetos ou doenças; as mudas foram plantadas em covas com cama de cavalo (esterco e serragem compostada), sem cobertura morta.

Faremos uma adubação verde em linha com aveia preta e azevém para cobertura

viva e melhoria da qualidade do solo. 09/06/10

Plantio das sementes de adubação verde. Monitoramento do projeto.

15/06/10

Monitoramento do projeto: as sementes de feijão de porco estão próximas do ponto de colheita; o feijão está bem granando, com grande quantidade de sementes por vagem.

O consórcio de brócolis com alface apresenta bom desenvolvimento nas duas

culturas, tanto em seu desenvolvimento como em seu aspecto fitosanitário.

O uso de cama de cavalo tem sido intenso nos plantios; a beterraba apresenta bom desenvolvimento, pela primeira vez esta cultura se desenvolve com características plenas de saúde, fruto bem desenvolvido, folhas sem ataque de insetos e doenças. 17/06/10

Monitoramento do projeto: tenho observado que a horta está em pleno desenvolvimento. Está produzindo beterraba, alface, couve flor, couve manteiga, adubo

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verde, chuchu, abobrinha, rabanete, repolho. O que me chama a atenção é que a roça está bonita, o índice de doença é baixo, há colheita sem perdas que chamam a atenção. Há disposição para fazer as mudanças e continuar; esta mudança de comportamento faz com que a propriedade esteja mais limpa, saudável e se colocando como um modelo, que pode representar a mudança de mentalidade local. Está diante de uma quebra de paradigma onde o modo cultural antigo (uso de pesticidas e adubos petroquímicos) esta sendo substituído por outro, novo (cobertura morta, adubos naturais, entre outros). 23/06/10

Monitoramento do projeto: foi observado o desenvolvimento das plantas agora que estão sendo adubadas com cama de cavalo e calcário; as plantas apresentam desenvolvimento bom, com estado fitosanitário saudáveis, sem ataques de doenças e insetos.

Os plantios ainda não são regulares, porém o Sr. Daniel necessita, cada vez

menos, fazer compras externas de hortaliças de outros produtores para fazer a feira. 24/06/10

Monitoramento do projeto: conversa com o Sr. Hélio sobre a produção; foi verificado que os canteiros de couve-manteiga que ele produziu estão com aspecto muito bom. Ele fez leiras adubadas e retira os brotos para fortalecimento das folhas que serão comercializadas. Visita técnica 04/06/10

Visita técnica ao Sr. Antonio para entrega de sementes de adubação verde. Foram entregues 2 kg. de cada variedade (azevém, aveia preta, tremoço e nabo forrageiro) como forma de fomentar um banco de sementes que está sendo criado na região.

Visita a D. Sueli para convidá-la para a Oficina de custo de produção.

08/06/10

Visita ao Sr. Pedro e D. Elisabete para acompanhamento do desenvolvimento do rabanete: as plantas se desenvolvem bem. Foi indicado o uso de Bórax e cobertura morta para evitar stress hídrico, evitando assim o estouro da raiz e conseqüentemente perda do produto.

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Foram entregue 2 kg. de sementes de adubação verde para plantio e fomento do

banco de sementes.

Visita ao Sr. Nelson Schmidt para convite à Oficina de Custo de produção. Foram entregue 2 kg. de sementes de adubação verde para plantio e adubação verde. Foi explicada a importância da produção de sementes na propriedade como forma de diminuir o custo de produção e enfrentar as mudanças climáticas, em relação às sementes comercializadas, garantindo assim sementes adaptadas ao clima local. Isto faz com que o agricultor se torne independente e livre para optar pela semente que se quer usar. 17/06/10

Visita ao Sr. Valter, sitiante morador no Bairro do Embura na Rua Amaro Josefa; foi feito biofertilizante para uso local.

O Sr. Valter tem grande interesse em fruticultura orgânica. Foi falado sobre

adubação verde, controle natural de pragas e doenças, entre outros temas relevantes para o desenvolvimento da atividade. O Sr. Valter participou da Oficina de Custo de produção. 22/06/10

Visita ao Sr.Marcelo para conversar sobre a sua lavoura; foi falado sobre comercialização. Reflexão sobre os resultados alcançados e assistência técnica e Discussão sobre a continuidade do projeto

Estamos fazendo esta reflexão sobre os resultados alcançados e iremos fazer esta conversa com os agricultores em breve. Oficina 10/06/10

Foi realizada a Oficina de Custo de Produção e Discussão sobre Propriedade Rural Produtiva, neste dia, com 35 pessoas presentes, entre agricultores, técnicos e estudantes.

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Projeto Água Doce Financiador: FEMA – Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Instituições Parceiras: Instituto Pedro Matajs Sítio Dourado Proponente: AAO - Associação de Agricultura Orgânica

Relatório do mês de julho de 2010 Coordenador Geral: Hamilton Trajano Considerações gerais

Neste mês começamos a finalizar as atividades do projeto. Algumas atividades ainda não foram concluídas, pois o recurso para determinadas atividades serem executadas não foi liberado, como é o caso da visita técnica com os agricultores a uma propriedade agroecológica.

Esta visita depende de recurso que só foi liberado neste mês de julho. Estamos

agendando com o agricultor que chegará de viagem no final do mês (julho). Está sendo feita a sistematização do projeto para apresentação final.

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Propriedade demonstrativa 06/07/10

Recebemos a visita de técnicos da CATI de São Paulo e Campinas para conhecer a Propriedade modelo. Foram mostradas as suas técnicas, dificuldades e acertos. 13/07/10

Conversa com o Sr. Daniel, sobre suas dúvidas e sobre diretrizes para aumentar a eficiência das técnicas.

Foi falado sobre: as colheitas de beterraba e cenoura que tiveram bom

rendimento em média 5 kg por metro quadrado; sobre a irrigação dos canteiros que não podem depender somente das chuvas, principalmente os da estufas,. Foi falado sobre aproveitamento da água da represa - será feito limpeza da represa que está coberta com capim, causando pouco aproveitamento da mesma.

Estou fazendo este movimento para que não haja dúvidas e deixar o máximo de

informação. 14/07/10

Conversa com o Sr. Hélio, funcionário do projeto, encaminhando atividades: foi pedido que fosse feita a cobertura morta nos canteiros e que continuem as adubações. 21/07/10

Conversa com o Sr. Daniel sobre as dúvidas de manejo da propriedade. Foi falado sobre adubação como forma da planta produzir proteína fortalecendo a cultura e evitando doenças.

Foi dada bastante importância ao preparo do solo como forma de garantir a sua

preservação; foi falado sobre a importância da cobertura morta e do controle da produção de bandeja com forma de se programar na preparação dos canteiros.

24/07/10

Monitoramento do projeto: foi observado com o Dr. Daniel que a colheita da alface está muito boa; é a primeira vez que vejo as alfaces fecharem a cabeça. As plantas têm tamanho grande, folha macia com predominância de sabor. Foi falado sobre cultivo consorciado como forma de aproveitamento de espaço, aumento da fertilidade de solo, aproveitamento de mão de obra e insumos.

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27/07/10

Colocação do filme plástico da última estufa. Visita aos agricultores 05/07/10

Visita técnica ao Sr.Otsuka, para verificar iniciativas em sua propriedade: foi constatado que ele fez sozinho seis tambores de biofertilizante, isto é 1200 litros, o que foi uma surpresa enorme, pois não foi necessária a minha presença. Perguntei sobre qual o procedimento que ele usou, e foi o mesmo que utilizamos para fazer o primeiro com todos componentes necessários.

Verifiquei que o processo de fermentação estava em processo de maturação,

bem adiantado. Isto demonstra que o Sr.Otsuka assimilou a técnica e com prática do uso de

biofertilizante tem tido resultados positivos e está satisfeito com a técnica. Foi falado que o biofertilizante é uma das técnicas que ajuda na recuperação do solo, que a cobertura morta, rotação de cultura, entre outras técnicas já mencionadas, completam esta recuperação.

Não há mais uso de adubo petroquímico (NPK) em sua propriedade, e segundo o

Sr.Otsuka, há uma economia de R$1.200,00 mensais com o uso do biofertilizante. Foi verificado que o Sr. Otsuka colheu as sementes de Crotalária Juncea; as

vagens apresentam aspecto saudável, com um número bom de sementes por vagem; as sementes estavam secando. 06/07/10

Visita ao Sr. Laudelino: foi conversado sobre formas de comercialização e suas vantagens. Foi feito convite para Oficina sobre Comércio Solidário e Justo e que em breve informaria a data da oficina. 13/07/10

Visita a D.Sueli para convite para a Oficina de Fossa biodigestora. Foi falado sobre o tratamento de esgoto e a importância de seu uso para evitar a contaminação do lençol freático.

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14/07/10

Visita ao Sr. José Helfstein para convite para a Oficina de Fossa Biodigestora. Foi falado sobre as suas vantagens. 19/07/10

Visita ao Sr. Pedro e Sra.Elisabete, para acompanhamento do desenvolvimento do chuchu e do rabanete. Parte do rabanete está sendo colhido, segundo a Sra. Elisabete com tamanho bom e vermelho, sem ataque de inseto; a raiz não apresenta stress hídrico o que garante uma colheita maior.

Sobre o uso do biofertilizante: ela garante que colhe chuchu nesta época, que

normalmente não colheria, por conta do uso do biofertilizante que além de adubar e combater ataque de insetos e doenças economiza dinheiro, pois parou de compra adubos (NPK). 20/07/10

Visita ao Sr. Marcelo: foi visto que as sementes de adubos verdes que foram distribuídas para ele, estão próximas da colheita.

Foi falado sobre fertilidade de solo: segundo o Sr. Marcelo, sua roça está mais

produtiva com o uso de técnicas agroecológicas. Ele disse que diminuiu quase todo o uso de inseticidas na lavoura, percebeu que as técnicas agroecológicas dão o suporte necessário para o desenvolvimento saudável das plantas.

Foi comentado sobre a Oficina de Fossa. Ele se interessou muito por fazer uma

em sua propriedade; em breve disponibilizarei material sobre a construção da fossa e combinamos de fazer uma lá, haja visto, a água de consumo está contaminado com cloriformes fecais.

Foi enfatizado o plantio de cultivares para colheita de sementes para uso na

propriedade, para diminuição do custo de produção; melhoria das cultivares plantada, já adaptada a propriedade, ao clima local; independência na compra de sementes e conseqüentemente a garantia de uma semente de qualidade. Foi falado sobre a falta de alguns cultivares no mercado.

21/07/10

Visita ao Sr. Nelson Schmidt: foi falado sobre a colheita do amendoim, cultura plantada em sua propriedade, suas doenças, variedades resistentes e fertilidade de solo.

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27/07/10

Visita ao Sr.Pedro e Sra.Elisabete: foi falado sobre fertilidade de solo, uso de calcário como forma de corrigir o P.H. do solo; cobertura morta, saúde humana, relacionado ao uso de pesticida nas lavouras.

Segundo, o Sr.Pedro ele diminui o uso de adubos petroquímicos e pesticidas na

lavoura, desde que observou que o biofertilizante apresenta resultados positivos na lavoura.

O Sr. Pedro e a Sra. Elisabete são pessoas que respondem muito rápido as

orientações técnicas que são passadas, tiram suas dúvidas e acreditam na nova proposta.

Foi feito convite para a Oficina de Comércio Solidário e Justo. Plantio de adubos verdes

Os plantios de inverno já foram concluídos no mês de junho. Visita técnica

Por não ter sido liberado o recurso de alimentação dos agricultores a tempo, não pudemos agendar com produtor que nós receberá para a visita técnica, sendo assim, não cumprimos com a atividade que está sendo agendado para breve. Oficina 19/07/10

Oficina de Fossa biodigestora: estavam presentes 22 pessoas entre agricultores, técnicos e sitiantes. 31/07/10

Oficina de Comércio Solidário e Justo, Cooperativismo e Associativismo, Propriedade Rural Produtiva. Fizemos a fusão de todos estes temas numa só Oficina porque estes temas foram abordados em todo o percurso do projeto.

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A idéia da Oficina foi criar a partir dos conceitos dos temas abordados uma

visão que fosse ideal para realidade local. Abrindo uma oportunidade para novos conceitos.

Estiveram presentes 14 pessoas.

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Projeto Água Doce Financiador: FEMA – Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Instituições Parceiras: Instituto Pedro Matajs Sítio Dourado Proponente: AAO - Associação de Agricultura Orgânica

Relatório Final - mês de agosto de 2010 Coordenador Geral: Hamilton Trajano Considerações gerais

O Projeto Água Doce chega ao seu término cumprindo todas as etapas e com resultados que foram além do que esperávamos, causando surpresa para a própria coordenação, o que nós deixa bastante orgulhosos de nosso trabalho.

Os resultados qualitativos que justificam os quantitativos: é importante ressaltar

que todo o processo de transmissão de informação é um processo educativo: cursos, capacitações, aulas, qualquer que seja a transmissão de informação.

O processo educativo de apreender ensinando e ensinar aprendendo mostra em

sua essência respeito pelo indivíduo, valorizando o aprendizado e a criatividade, consequentemente o despertar de uma confiança onde, no caso do agricultor, surge uma ousadia que o faz entender os processos que os rodeiam; refletir e observar os

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fenômenos da natureza, isto o torna um líder de si mesmo, um indivíduo capaz de transformar a sua própria realidade.

Esta transformação, que passa por um processo de cura, se deu, nos agricultores

atendidos. Cheguei a ouvir do Sr.Otsuka, que o biofertilizante, tirou a sua depressão, pois conscientemente está cuidado melhor do seu solo, conseguindo ver a recuperação da sua lavoura, da sua auto-estima, da sua vida, além de estar economizando em torno de R$1.500,00 por mês.

Isto é visível nos outros agricultores atendidos, e é satisfação para toda a equipe

do Projeto Água Doce. A Extensão rural quando feita com consciência traz esta transformação e o perfil

do profissional que fará extensão rural nos projetos que virão tem que atender a esta necessidade, que é continuar consciente da importância das interelações que são feitas historicamente na região. Esta continuidade é importante para que a atmosfera que foi criada não seja desmontada, criando nova desconfiança, dificultando qualquer ação que seja feita.

Estamos enviando anexado ao relatório final os resultados do projeto.

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Categorias de Atividades Desenvolvidas pelo Projeto Água Doce

Visita Técnica

Visita às propriedades para entender as demandas dos agricultores, conhecer o ambiente rural local, fazendo o papel de observador, captando as informações pelo sentido que o agricultor e o local nos dão. Assistência Técnica

Visita aos agricultores para estender o conhecimento das observações feitas nas visitas técnicas e dar suporte para as demandas dos agricultores.

Agenda Realizada no Período

Total de Visitas: 90

Agricultor Período de visita Total de visitas

Sr.Armando Antonio dos Santos 03/2009 a 02/2010 08 Sr.Lindolfo Helfstein 03/2009 a 03/2010 04 Sr.Marcelo e Fabiana Yoneiyama 04/2009 a 08/2010 11 Sr.Antonio e D.Sueli da Cruz Ferreira 03/2009 a 08/2010 09 Sr.José Tico 12/2009 a 04/2010 02 Sr.Nelson Schimdt 04/2010 a 08/2010 05 Sr.Pedro 04/2010 a 08/2010 08 Sr.Ismael Fidêncio 03/2010 a07/2010 02 Sr.Laudelino 11/2009 a 07/2010 03 Sra.Maria Consolina 06/2009 a 08/2010 10 Sr.Otsuka e D.Dina 04/2009 a 08/2010 11 Sr.Nelson Helfstein 06/2009 a 02/2010 05

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Sr Valter 04/2010 a 08/2010 03 Sra. Jaqueline Fonseca 06/2009 a 02/2010 02 José Helfstein 10/2009 a 08/2010 04 Mão Cooperadora 10/2009 a 03/2010 03

Total de Visitas 90 Oficinas

São atividades práticas com embasamento teórico que se transformam em instrumentos de informação específica e onde trazemos um especialista sobre o tema.

Agenda Realizada no Período

Total de Oficinas: 12

Oficina

Período

1 Oficina de Mapeamento Estratégico 28/05/2009 2 Oficina de Biofertilizante 05/08/2009 3 Oficina de Adubação Verde 26/09/2009 4 Oficina Introdução à Agroecologia 29/10/2009 5 Oficina de Plantas Medicinais 20/01/2010 6 Oficina de Bananicultura 30/03/2010 7 Oficina de Mulheres - Parte I 10/04/2010 8 Oficina de Mulheres - Parte II 24/04/2010 9 Oficina de Jardinagem Orgânica e Poda 18/05/2010

10 Oficina sobre Custo de Produção 10/06/2010 11 Oficina de Fossa Biodigestora 19/06/2010 12 Oficina de Comércio Solidário e Justo, Cooperativismo e

Associativismo, Propriedade Rural Produtiva 31/07/2010

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Dias de Campo

Vivência prática junto ao campo com suporte teórico que permite revelar e demonstrar os conhecimentos desenvolvidos em determinada área.

Agenda Realizada no Período

Total de Dias de Campo: 5

Oficina

Período

1 Prática de como fazer biofertilizante. 08/2009 2 Sobre Transição Agroecológica. 08/2009 3 Sobre Adubos Verdes. 09/2009 4 Sobre Estudo do Meio no Sítio Dourado. 11/2009 5 Sobre Poda. 05/2010 Roda de discussão

Roda de troca de informações e conhecimentos que permite compartilhar o saber adquirido.

Foi feita uma roda de discussão sobre comércio solidário e justo, cooperativismo

e associativismo. Fizemos a fusão de todos estes temas numa só Oficina porque estes temas foram abordados em todo o percurso do projeto.

A idéia da Oficina foi criar a partir dos conceitos dos temas abordados uma

visão que fosse ideal para realidade local. Abrindo uma oportunidade para novos conceitos. Chegamos à conclusão que a prosperidade pessoal é a prosperidade da atividade agrícola, que através do trabalho individual e do trabalho coletivo conquistamos espaços que sozinhos não se conseguem.

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Boas Práticas

São práticas produtivas preservacionistas recomendáveis nos processos produtivos sustentáveis, que neste caso se constituiu em: 1- Plantio de adubos verdes

Práticas de plantio de sementes de espécies vegetais formadoras de grande quantidade de massa verde e que servirão para reforçar as técnicas de conservação de solo; são feitas principalmente nas estações do ano de inverno e verão.

Agenda Realizada no Período

Plantios de adubos verdes

Programado Para Realizado Em Motivo 1 Primeiro plantio - Março de 2009 14/05/2009 Não liberação dos

recursos 2 Segundo plantio – Agosto de 2009 26/09/2009 Falta de sementes

no mercado 3 Terceiro plantio – Dezembro de 2009

(adubos verdes consorciados com hortaliças)

18/12/2009 Adiantamos o plantio.

4 Quarto plantio – Fevereiro de 2010 24/02/2009 Novo plantio 5 Quinto plantio – Junho de 2010 (plantio

de sementes de Adubos Verdes) 09/06/2010 Último plantio

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2 - Preparo de caldas e biofertilizante

Atividade prática que utilizando produtos naturais permite a produção de adubos e inseticidas naturais.

Agenda Realizada no Período Preparo de caldas e biofertilizante: 3.300 litros

Período Atividade Local Litros

1 03/2009 Primeiro biofertilizante Propriedade Demonstrativa 200 2 06/2009 Primeiro biofertilizante Propriedade do Sr.Marcelo 200 3 08/2009 Segundo biofertilizante Propriedade Demonstrativa 400 4 10/2009 Segundo biofertilizante Propriedade do Sr.Marcelo 200 5 02/2010 Biofertilizante Propriedade do Sr.Otsuka 200 6 04/2010 Biofertilizante Propriedade do Sr. Pedro 300 7 06/2010 Biofertilizante Propriedade do Sr.Valter 200 8 07/2010 Biofertilizante Propriedade do Sr.Otsuka 1.200 9 Biofertilizante Propriedade da Sra. Angelina 200 10 Biofertilizante Propriedade da Sra.Sueli 200

Total de biofertilizante 3.300

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3 - Adubos Naturais

Agenda Realizada no Período

Adubos Naturais

Período Atividade 1 16/04/2009 Incorporação de calcário como forma de diminuir a acidez do solo e

plantio em cova adubada com matéria orgânica. O manejo na propriedade modelo não usa plantio e covas adubadas, o que gera um aumento do custo de produção, pois se usa maquinário para tal manejo. No plantio em cova há adubação local, evita-se aração e gradagem, há controle de mato e maior observação do plantio. Esta recomendação é feita para plantas que tem período mais longo (berinjela, couve-flor, jiló e quiabo,etc.).

2 24/02/2010 Incorporação de bambu em decomposição como fonte alternativa de fertilização de solo.

3 03/03/2010 Plantio de sementes de adubos verdes na propriedade do Sr.José Helfstein.

4 09/03/2010 Início do uso do biofertilizante na propriedade do Sr. Otsuka. 5 16/03/2010 Uso de esterco de cavalo com palhada na propriedade do Sr. Marcelo. 6 24/03/2010 Uso de palhada oriunda do corte de grama de praças públicas de SP,

na propriedade do Sr. Marcelo. 7 30/03/2010 Cultivo consorciado de verduras e frutas na propriedade da Sr. Maia

Consolina. 8 06/05/2010 Adubação com cama de frango e cobertura morta, na propriedade do

Sr. Marcelo. 9 05/05/2010 Uso da cama de cavalo, na propriedade demonstrativa.

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4 - Curvas de desnível

Agenda Realizada no Período

Curvas de desnível

Período Atividade 1 28/03/2009 Coleta de dados pelo geógrafo para efetuar o trabalho programado. 2 01/05/2009 Feita a maior mudança na paisagem do Sítio Dourado: foram feitas as

curvas de desnível, como forma de garantir a conservação de solo da propriedade e a preservação da água da represa, sendo assim, conseguimos diminuir a erosão no sítio.

3 04/11/2009 Feita nova conversa com o Sr.Daniel sobre acerto das curvas de desnível.

5 – Quebra- ventos

Agenda Realizada no Período

Quebra- ventos

Período Atividade 27/07/2009 Plantio de capim elefante com o objetivo de se fazer um quebra vento

para evitar a disseminação de fungos pelo vento; fonte de matéria orgânica para cobertura morta e sombreamento de culturas plantadas.

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Preparação da infraestrutura local

Consistiu em organização dos espaços e dos materiais para criar condições favoráveis para o uso das técnicas agroecológicas que foram implantadas, tais como: plantios de adubos verdes, construção de estufas, curvas de desnível, etc.

Agenda Realizada no Período

Período Atividade 03/2009 Início da cobertura morta 03/2009 Coleta de dados geográficos, implantação das curvas de desnível. 04/2009 Estaqueamento da horta para preparo das curvas de desnível. 05/2009 Início da implantação das curvas de desnível. 06/2009 Início da força de trabalho do Sr. Antonio, diarista do projeto. 07/2009 Coleta de hortaliças para identificação de doenças; material enviado

ao Instituto Biológico. 09/2009 Primeira colheita de alface sem ataque de rizoctonia. 11/2009 Uso de inseticida a base de lagartas. 03/2010 Recuperação de área de preservação ambiental com plantio de mudas

nativas. 03/2010 Cultivo consorciado de brócolis com alface - quebra de paradigma.

Sensibilização das Mulheres

Atividade de sensibilização e revelação da importância do papel da mulher no desenvolvimento familiar. Usamos a culinária como ferramenta para tal sensibilização.

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Palestras de divulgação

Tiveram por finalidade poder divulgar o trabalho realizado no projeto para a comunidade do entorno.

Agenda Realizada no Período

Palestras de divulgação

Período Atividade 24/11/2009 Palestra sobre o Projeto Água Doce no Instituto Ana Lapini. 15/12/2009 Palestra sobre o Projeto Água Doce e reciclagem de lixo no Projeto

Mão Cooperadora. Construção e instalação

Agenda Realizada no Período

Construção e instalação

Período Atividade 06/2009 Início da colocação das colunas das semi-estufas. 09/2009 Colocação do Filme plástico em duas estufas. 10/2009 Primeiro plantio (alface) dentro da estufa. 02/2010 Vento forte na estufa, estufa intacta. 03/2010 Cobertura de duas estufas. 03/2010 Novo vento forte, estufa intacta.

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Reuniões

Refletir as experiências adquiridas, planejar e, avaliar seus resultados e possibilitar a troca de informações e impressões entre todos os presentes envolvidos.

Agenda Realizada no Período

Reuniões

Período Atividade 27/02/2009 Reunião de Planejamento – Instituto Pedro Matajs. 27/02/2009 Reunião junto ao CADES. 20/03/2009 Reunião de apresentação da Equipe Técnica – Instituto Pedro Matajs. 28/03/2009 Reunião na Câmara Técnica de Agricultura - Casa da Agricultura. 19/04/2009 Reunião para decidir os novos materiais na construção da semi-estufa. 13/05/2009 Reunião com a CAT para verificar andamento do projeto. 10/06/2009 Reunião com os coordenadores dos projetos do FEMA. 28/07/2009 Encontro com os coordenadores dos projetos de agricultura do FEMA. 13/08/2009 Participação no Fórum de Economia Solidária em Osasco. 27/08/2009 Reunião com a CAT e Instituto Pedro Matajs para avaliação do projeto. 31/08/2009 Reunião com o Sr. Daniel, o Sr. Arlindo e D. Angelina para identificação

dos problemas que afetam a produção. 08/10/2009 Reunião com a Sra. Leila e o Sr.Daniel para acertos nos rumos do projeto. 09/11/2009 Reunião com a Sra. Leila e o Sr.Daniel para acertos no rumo do projeto. 03/03/2010 Participação em reunião com o Grupo Gestor das Apas. 11/03/2010 Reunião com Cristiano (ABAST) sobre comercialização da produção do

nosso grupo. 25/03/2010 Reunião entre agricultores e prefeitura de Diadema sobre

comercialização. 09/04/2010 Reunião com FEMA. 13/04/2010 Participação em Mesa Redonda no IDEC sobre Monitoramento de

Agrotóxicos nos Alimentos. 15/04/2010 Participação na reunião da Câmara Técnica de Agricultura na

subprefeitura de Parelheiros para apresentação do Projeto de Compostagem pela ABAST.

27/04/2010 Participação em evento no Tendal da Lapa sobre Sementes Crioulas organizado pelo Instituto Kairós.

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Atividades Previstas e Efetivamente Alcançadas

CATEGORIA

PREVISÃO

AÇÕES EFETIVADAS

AVALIAÇÃO

JUSTIFICATIVA

Visitas aos Produtores

Conhecer o ambiente rural e criar empatia.

Foram visitados 16 produtores. Superamos as metas.

A metodologia aplicada do apreender ensinando e ensinar aprendendo, é geradora de empatia, porque trabalha com a possibilidade da troca de informações, sem imposição ou qualquer invasão cultural; trabalha com respeito ao ser humano.

Preparar a Propriedade para a sua Função Demonstrativa

Implantar técnicas agroecológicas.

Implantamos todas as técnicas propostas pelo projeto, além de quebra ventos, plantio de mudas nativas e fomento ao Banco de Sementes.

Superamos as metas.

As técnicas agroecológicas resgatam práticas onde o agricultor já teve acesso no passado. Estamos somente descobrindo o que já sabíamos, valorizando a terra enquanto um conjunto onde estamos inseridos e que qualquer bom trato na terra reflete em nós.

Preparar Infraestrutura e

Materiais

Criar infraestrutura. Foi preparada e criada a infra-estrutura para propriedade demonstrativa.

Positiva. Pudemos apreender a trocar informações que trouxessem uma nova idéia de produção; juntamos o antigo com o novo e colhemos outro novo.

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Continuação

CATEGORIA

PREVISÃO

AÇÕES EFETIVADAS

AVALIAÇÃO

JUSTIFICATIVA

Oficina de Mapeamento e Planejamento

Conservacionista

Conscientizar os participantes.

Uso de bases cartográficas e imagens disponíveis.

Razoavelmente aproveitável.

O perfil de agricultores atendidos tem uma demanda que é comercialização versus sobrevivência. O planejamento conservacionista ainda não é uma idéia principal, não se entende ainda preservação ambiental versus desenvolvimento econômico.

Oficina de Custo de Produção

Capacitação em custo de Produção.

O tema foi abordado a partir de como diminuir o custo de produção com as técnicas agroecológicas comparadas com o modelo convencional.

Muito bom. Os participantes saíram conscientes da importância do Custo de Produção como forma de se tornarem mais competitivos no mercado e viram a diferença entre os dois modelos.

Discussão sobre Comércio Solidário e

Justo

Abordar formas de comercialização.

Reunião em grupo, conceituando o tema, ouvindo as experiências e levando os participantes a pensar em todo o processo desde a produção até a comercialização.

Muito bom. Justo e solidário são valores que se relacionam em tudo que fazemos, desde os relacionamentos pessoais, compra das sementes, manejo com a terra até a comercialização e isso ficou bem claro para os participantes.

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Continuação

CATEGORIA

PREVISÃO

AÇÕES EFETIVADAS

AVALIAÇÃO

JUSTIFICATIVA

Visita Técnica

Mostrar resultados fora da região.

Ida à propriedade do Sr. João Flores, produtor orgânico há 20 anos.

Muito Bem aproveitado

Estávamos em 14 agricultores, todos aproveitaram tirando dúvidas sobre produção, manejo e fertilidade de solo.

Plantio de Adubação Verde

Aumentar a fertilidade de solo.

Foi feito plantio em 13 propriedades Superou as expectativas

O tema foi bem abordado desde o começo do projeto como forma alternativa de fertilização de solo.

Construção de Túnel Cultivo Forçado

Favorecer o desenvolvimento das plantas.

Construção de um (1) túnel. Pouco aproveitável

A técnica exige trabalho diário em sua manutenção, com isso há um aumento na carga de trabalho que já é alta.

Oficina de Avaliação

Amadurecimento do grupo.

Reunião com o grupo, parceiros e CAT. Pouco aproveitável

Não houve visão sobre o processo educador do projeto e muito menos amadurecimento do grupo.

Sensibilização para Agroindústria

Diversificação das possibilidades de geração de renda.

Ampliar a consciência para um aproveitamento maior da produção através de conversa com as mulheres dos produtores.

Bom aproveitamento

A proposta foi bem recebida porque valoriza o papel da mulher no desenvolvimento da família, conseqüentemente, do país.

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Continuação

CATEGORIA

PREVISÃO

AÇÕES EFETIVADAS

AVALIAÇÃO

JUSTIFICATIVA

Palestras de Difusão

Divulgar o projeto para a comunidade.

Realizadas duas palestras em instituições do entorno.

Muito bom Nas duas palestras, foram abordados todos os temas do projeto com a presença de mais de 150 pessoas.

Oficina Agroindústria Familiar

Agregar valor a produção.

Foram feitas duas oficinas sobre processamento de alimento, higienização, composição do produto industrializado, levantamento dos problemas causados pelo uso de agrotóxicos.

Muito bem aproveitado Foi usada a culinária para falar do valor do papel da mulher na família agrícola, reabilitando-a a ousar neste papel. Trabalhamos especificamente a auto-estima das mulheres.

Oficina Fossa Biodigestora

Construção de fossa. Fizemos uma Oficina sobre o tema, apresentando três modelos de tratamento natural de resíduos sólidos de banheiro.

Não foi construída a fossa.

Muito bem aproveitado A fossa não foi construída pelo fato de que, quando tivemos que revisar a planilha de custo, a pedido do FEMA, tivemos que subtrair alguns valores, entre outros subtraímos o da fossa, e não atentamos em readequar o texto da atividade, que seria uma oficina e não uma construção.

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Continuação

CATEGORIA

PREVISÃO

AÇÕES EFETIVADAS

AVALIAÇÃO

JUSTIFICATIVA

Oficina Plantas Aromáticas e Medicinais

Fornecer conhecimentos básicos sobre o tema.

Foi feito oficina com profissional da área, com foco na produção agroecológica.

Muito bem aproveitado Foi mais uma oportunidade de fixarmos a idéia de cultivo no sistema agroecológico, reforçando a idéia de diversificação e oportunidade na geração de renda.

Prática de Adubação Verde

Observar resultados. Plantios nas propriedades. Superou a expectativa Ajudou a compor um conjunto de técnicas agroecológicas, aumentando ainda mais a fertilidade de solo.

Preparo de Caldas e Biofertilizante

Confecção de caldas e biofertilizantes.

Foram feitos 3300 litros de biofertilizante em sete propriedades diferentes.

Muito bem aproveitado, superou as expectativas.

É uma técnica simples e barata de fertilização de solo.

Oficina Fruticultura

Ampliar a importância da diversificação.

Oficina sobre Bananicultura Bem aproveitado É uma cultura que tem um crescimento bom na região e de poder de agregação de valor.

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Continuação

CATEGORIA

PREVISÃO

AÇÕES EFETIVADAS

AVALIAÇÃO

JUSTIFICATIVA

Oficina Poda e Jardinagem Ecológica

Ampliar o conhecimento sobre manejo de plantas.

Na Oficina foram abordados temas sobre transmissão de doenças pelo instrumento de colheita e cultivo de plantas ornamentais.

Pouco aproveitado Vieram poucos agricultores, talvez o tema não seja interessante.

Assistência Técnica

Dar suporte ao agricultor.

Visitas geradoras de informações para tirar dúvidas. Práticas de técnicas e oficinas.

Muito Bom. Obteve-se ótima aceitação por parte dos agricultores.

Aplicar a metodologia do apreender ensinando e ensinar aprendendo.

Discussão - Propriedade Rural

Produtiva

Análise de uma propriedade produtiva.

Reunião em grupo que abordou fertilidade de solo, comércio solidário justo, cooperativismo e associativismo.

Bem aproveitável Porque os agricultores perceberam que para se ter uma propriedade produtiva, tem se que trabalhar com o conceito de prosperidade e isso é mais abrangente do que se produzir.

Reflexão sobre os Resultados e

Assistência Técnica

Entendimento do Processo

Reunião em grupo com depoimentos de todos onde foi verificado que os participantes têm consciência da importância da agroecologia, de se organizarem e de estarem envolvidos em novos projetos.

Bem aproveitável Houve uma expansão da consciência para o entendimento do comportamento ético, onde a observação e o questionamento fazem parte de suas vidas, ainda que seja o despertar de uma nova consciência.

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CATEGORIA

PREVISÃO

AÇÕES EFETIVADAS

AVALIAÇÃO

JUSTIFICATIVA

Discussões sobre a Continuidade

Abordar como seria um novo projeto de agroecologia na região.

Reunião em grupo com os envolvidos, tanto setor público, parceiros e coordenação, para expressar as necessidades em relação a um novo projeto. Todos se expressaram e pudemos sentir o quanto todos amadureceram. Suas necessidades estavam interligadas às soluções. E as soluções tinham cunho criativo e com valores humanos.

Muito bom, superando as expectativas.

Isso se justifica porque a metodologia empregada tem enquanto essência o aprendizado. O educador simplesmente conduz o educando a refletir sobre suas ações, e o resultado é uma nova experiência onde ambos apreendem a lição vivenciada. Porque o processo educativo é um processo de vivência, de experiência daquilo que é demonstrado.

Encontro de Confraternização

Troca de experiências Foi feito depoimento dos participantes da experiência vivida e troca de idéias.

Muito bom Porque os agricultores mais uma vez puderam se encontrar e ordenar pensamentos através das trocas de experiências adquiridas e seguir com o pensamento firme de continuidade.

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Atividades Previstas e Efetivamente Alcançadas Etapa 1- Sensibilização e preparo

Atividade 1 – Visita aos produtores

Visita às propriedades para entender as demandas dos agricultores, conhecer o ambiente rural local, fazendo o papel de observador, captando as informações pelo sentido que o agricultor e o local nos dão.

Esta atividade foi de grande importância para o desenvolvimento do projeto, pois aqui uma atitude equivocada geraria desconfiança e impediria o desenvolvimento da Extensão Rural.

O Projeto Água Doce realizou as visitas a contento. Atualmente os agricultores atendidos praticam as técnicas agroecológicas e isso é reflexo das visitas iniciais de sensibilização.

Conseguimos atender agricultores, criando no entorno uma referência agroecológica, onde a informação está cristalizada, fazendo com que estes se tornem um ponto de irradiação de informação. Sinto em conversas entre agricultores que a idéia maior da agroecologia, a preservação do solo e água e conseqüentemente a transformação do ser humano, está presente entre eles; estão entendendo que as transformações em suas propriedades dependem deles. Atividade 2 - Preparar a Base da Propriedade para a sua Função Demonstrativa, e

Atividade 3 - Preparar a Infra-Estrutura e os Materiais Necessários à Implementação das Tecnologias apropriadas e das Práticas Sustentáveis.

O desafio nestas fases foi o de haver resistência por parte dos proprietários em fazer as preparações proposta, porque o manejo da roça seria revisto e uma nova proposta seria implantada, desde a compra de sementes até as estufas.

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A maior resistência foi em relação à metodologia, de aprender ensinando e ensinar aprendendo. Há atualmente um condicionamento do agricultor a receituários que alguém fornece no caso o agrônomo; ao contrário, na agroecologia, pensamos no processo e estimulamos a observação, o que exige do agricultor que ele pense sobre os porquês, dos porquês dos porquês, quer dizer, que ele questione o que está acontecendo em sua propriedade: Por que as plantas estão doentes? Por que o solo é improdutivo? Qual é a importância que eu tenho dentro deste processo?

Isso o faz perceber que suas reações, são diferentes de cada um e que cada um faz a sua receita, então a receita é a observação.

Na propriedade demonstrativa com o Sr. Daniel tivemos resultados interessantíssimos com suas observações, como: onde há cobertura morta, há mesmos ataques de doenças ou a mudança do sabor de suas hortaliças.

Com isso conseguimos hoje implantar as técnicas agroecológicas e neste período mudar paradigmas existências a mais de 40 anos. Tivemos resistências porque o novo assusta e mexe com valores conservadores e, muitas vezes tive que manter a convicção de meus objetivos enquanto Extensionista e continuar com a proposta.

A proposta também tem uma vantagem que é a de tomar decisões no coletivo; então em toda a preparação da propriedade todos os envolvidos participaram e decidiram juntos conforme está registrado nos relatórios.

Etapa 2 - Capacitação

Essa etapa concentra as capacitações sobre as técnicas de produção e as tecnologias agroecológicas, associativismo a comercialização. Atividade 4 – Oficina de Mapeamento e Planejamento Conservacionista:

Esta oficina aconteceu com o objetivo de despertar o mínimo de consciência nos agricultores sobre preservação de solo e água.

A princípio tinha um profissional para ministrar esta oficina e por motivo pessoal ele não pode fazê-lo; mudamos o profissional e junto com a coordenação mudamos a metodologia sem perder a essência principal.

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Isso foi possível porque percebi que na fase que foi feita a oficina (05/2009) não havia uma idéia profunda por parte do agricultor do por que da preservação ambiental; isso estava relacionado com corte de árvore, em aplicação de Lei, e isso implicava em multa, e essa idéia era muito negativa, de modo, que tive que mudar essa idéia negativa de preservação ambiental.

Esclarecemos que a Lei só apresenta aquilo que é mais coerente, que mostra os parâmetros para caminharmos sem prejudicar o todo.

Com isso podemos mostrar, através dos mapas, a sua propriedade e a importância da mesma como fonte de água e produção.

Quebramos um paradigma que mostrou para o quê o Projeto Água Doce veio; que veio trazer informações onde o agricultor pudesse refletir sobre elas e, a partir delas escolher o caminho que fosse melhor; não que essa escolha fosse à melhor, mas a melhor para aquele momento, até porque se estava construindo uma formação e não estávamos ali para impor e sim trocar e aprender. Atividade 5 - Dias de Campo

Foram previstos 15 dias de campo e foram realizadas cinco atividades com o formato de Dia de Campo - porque foram realizados em todo o processo do Projeto “minis” Dias de Campo nas propriedades dos agricultores.

Aconteceu desta forma pelo seguinte motivo: a maioria das propriedades conta com uma força de trabalho reduzida; são poucos funcionários contratados e por mais que sejam agricultores familiares, poucos familiares trabalham na roça, devido à atividade não ser próspera e de pouca dignidade, fazendo os mais jovens procurar formas mais seguras de trabalho.

Deste modo sobra pouco tempo para o agricultor se organizar para frequentar as atividades. Tendo observado isso mudei a estratégia e comecei a fazer estas mini oficinas.

Normalmente os agricultores se visitam e neste momento aproveitava e realizava uma oficina em suas propriedades, deixando para fazer oficinas maiores na propriedade demonstrativa.

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Desse modo diminui as oficinas na propriedade demonstrativa e incrementei as assistências técnicas, sem perder o foco que é o aprendizado. Tivemos êxito nesta proposta, porque todos os atendidos no mínimo praticam duas técnicas agroecológicas. Atividade 6 - Oficina de Custo de Produção

Esta Oficina deveria acontecer como uma atividade de início de projeto, mas não foi possível devido à distância de conhecimento dos agricultores sobre este tema.

Havia uma organização caótica sem nenhum registro de gastos ou lucro e uma noção de competitividade destrutiva sem nenhuma solidariedade nas relações. Isso fez com que deslocássemos esta oficina para o final do projeto, quando os valores da agroecologia: diminuição do custo de produção a partir da conservação de solo, comércio solidário e justo entre outros, pudessem ajudar o agricultor a entender como encarar este tema de forma mais consciente, colocando no seu dia-a-dia estes valores. Durante todo o processo este tema foi abordado com os agricultores.

Alguns fatores contribuem para que o agricultor não faça custo de produção:

baixa instrução e baixa auto-estima; os agricultores escrevem ou lêem pouco, ou seja, absorvem pouca informação; não estão conectados ao que está acontecendo de novo; não conhecem outras formas de comercialização. Observei que a comercialização da produção que também está ligado à venda para intermediários impedem o agricultor de tomar uma atitude em relação a sua prosperidade, porque não conseguem ver uma forma de melhorarem os preços de seus produtos, haja visto que os preços são tabelados pelos compradores. Sendo assim surge um sistema de semi-escravidão onde o agricultor depende daquele comprador, impedindo-o muitas vezes de criar uma alternativa para o seu desenvolvimento. Atividade 7 – Roda de Discussão sobre Comércio Solidário Justo

Esta atividade também foi deslocada para o final do projeto pelos mesmos motivos da atividade seis (6).

O Comércio Solidário e Justo faz se observar: a lavoura como um processo - uma rede de elos interligados, onde uma reação em um elo faz efeito em toda a rede.

Este tema está ligado à ética nas relações; de como nos comportamos diante de nós mesmos em relação a tudo que fazemos na vida.

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Na prática é qual a semente mais correta, de quem estou comprando, como estou fazendo o manejo do solo, como estou tratando meus consumidores, qual é procedência dos produtos comercializados, isso porque, se valoriza a cadeia, e para quem pratica Comércio Solidário e Justo todas as relações são relações de valorização, não de depreciação.

Na região onde atuamos, infelizmente a realidade é outra e a Oficina veio ampliar a necessidade desta informação, trazendo a discussão sobre ética resgatando os valores antigos dos “caipiras” do passado que trabalhavam felizes, em multirões, fazendo colheitas e plantios conjuntos, uma comercialização mais ética, valorizando a cultura local, sua religiosidade - que conecta o ser humano aos valores mais puros da terra.

Esta Oficina tratou, mais amplamente, de contribuir para a construção de uma

identidade baseada na prosperidade, na saúde do homem e da terra; do planeta. Atividade 8 - Oficina de Cooperativismo e Associativismo

Esta Oficina também foi deslocada para o final do projeto pelo mesmo motivo das oficinas (6,7).

A discussão sobre este tema é semelhante aos demais, pois abordam formas,

valores de viver em grupo, fazer coisas no coletivo. A individualização da roça, a comercialização escravizadora, que impede o agricultor de ver e perceber o outro como parceiro, trouxe marcas de dissociação na região.

A falência da Cooperativa Agrícola de Cotia amargou na região muita

desconfiança de qualquer forma de cooperação. O que foi abordado nesta Oficina foi qual é o novo formato de uma associação

ou qualquer outra denominação de união, que tivesse as características dos agricultores da região com as suas demandas, com os seus valores, criando caminhos onde os agricultores pudessem percorrer juntos, no coletivo.

Esta Oficina trouxe a informação de que o trabalho no coletivo valoriza o ser

humano, cria possibilidades novas, porque existe a troca, comunhão, criatividade e conseqüentemente a prosperidade.

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Devido à abordagem desse tema durante todo o processo do projeto fizemos uma única reunião, que foi suficiente para a abordagem do tema. Atividade 9 - Visita Técnica

A atividade ocorreu conforme havíamos previsto; visitamos a propriedade do Sr. João Flores. A propriedade é um exemplo de demonstração das técnicas agroecológicas; segue já um ritmo, onde os desafios, que os agricultores visitantes vivenciam em suas propriedades, o Sr.João já passou faz tempo. Muitas informações importantes foram colocadas. A mais importante está relacionada à conquista daquilo que se quer realizar, os sonhos, passando pelos desafios como se fossem provas que te colocariam no lugar aonde se quer chegar. A outra importante lição foi a de entender o solo como um organismo que tem as suas interelações e que o entendimento delas é fator importantíssimo para se ter saúde das plantas.

O Sr. João é um exemplo de humildade e sabedoria, simplicidade e amor,

valores que está faltando em muitas áreas principalmente na agricultura. Os agricultores puderam perceber isso e ficaram felizes de tê-lo conhecido. Atividade 10 - Plantio de Adubação Verde

Esta atividade foi feita em todas as etapas programadas. Trouxe uma nova visão de adubação. A região por ter pequenas propriedades e uso intensivo da terra, impede que a técnica seja usada em larga escala, o que trouxe uma maneira diferente de pensar a adubação verde. A técnica foi usada como cultura consorciada com as hortaliças, ora em linha entre as culturas, ora aproveitando espaçamentos que sobrariam entre as plantas e quando possível em pequenas glebas. Isso trouxe a possibilidade de aumentar a vida no solo, inibir desenvolvimento de nematóides, e fixar nitrogênio.

Em áreas onde se plantou por glebas foi nítido a melhoria da qualidade do solo

pela incorporação da matéria orgânica. Nos cultivos consorciados fizemos uma experiência bastante interessante:

consorciamos Mucuna preta, milho e jiló. O jiló que tivera perda de 70% no ano anterior apresentou estado fitosanitário ótimo apresentando perdas de 10% com o consórcio.

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Isto trouxe uma estranheza pelo motivo de haver uma desconfiança na técnica e como um consórcio de plantas pode atuar na fertilidade de solo.

A partir desta técnica pudemos estimular um banco de sementes para garantir a

colheita e armazenamento das sementes para colheitas posteriores, o Projeto Água Doce compactua com essa idéia, por isso pode estimular essa idéia que não estava no programa das nossas atividades.

A técnica de adubação verde consagrada e largamente utilizada em agricultura orgânica, possibilita o aumento da fertilidade do solo, e da micro vida do solo, além de protegê-lo da incidência do sol, contribuindo para a restauração e revitalização. Diretamente diminui custos com adubos petroquímicos. Atividade 11 – Construção de Estufas e Túnel de Cultivo Forçado

Esta atividade foi o divisor de águas do projeto, pois, gerou muita desconfiança por parte dos envolvidos.

Conforme relatórios iniciais, tivemos que trocar os materiais previstos, por

estarem com preços superiores aos cotados no momento da elaboração do projeto, visto que, da aprovação até a liberação dos recursos passaram quase 2 anos.

Como o projeto tem cunho laboratorial e tem como foco o uso de materiais alternativos, resolvi propor a troca de materiais.

Na troca do eucalipto material escolhido inicialmente como base da estufa, resolvemos concretar canos de PVC e no lugar do vergalhão (material de alto custo) colocamos varas de bambu com o mesmo diâmetro.

A técnica muito usada na China resolveria e atenderia a nossa necessidade. As dificuldades que enfrentamos, mesmo com todos concordando com a técnica,

foram à dúvida do resultado esperado. Outro fator conflitante foi à disposição das mesmas em relação ao terreno: questionou-se a posição que a princípio, em minha opinião, seguiríamos o formato dos novos canteiros em nível, em contrapartida a se fazer as estufas morro abaixo que contrariam o princípio de conservação de solo, para se evitar erosões.

Mantive os princípios de conservação de solo.

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Somados estes conflitos com a construção das colunas que serviriam de base para as estufas, que estavam demorando muito a secar, pois o concreto teria que curar secando, aumentaram os questionamentos sobre o andamento do projeto.

Com a montagem da estufa e sua amarração percebemos que havia movimento na sua sustentação, que em minha opinião, não oferecia risco.

A colocação do plástico trouxe também algumas dúvidas, pois não foi bem

esticado, causando depois com a chuva algumas bolsas d’água que começaram a trazer danos para a estufa.

Com um vento forte, que causou danos graves na região, a estufa não agüentou e tivemos que tirar o filme plástico e começar de novo.

Através de observações da segunda estufa, que não sofreu danos, pudemos constatar que os fios de arame estavam ajudando a esticar o filme plástico e criar bolsas d’água. Retiramos os arames e esperamos os ventos.

Outro vento forte assolou a região causando novamente estragos na região. Desta vez não causando danos nenhum as estufas.

A crença de “eu pago para ver” é danosa, gera desconfiança e descrédito, com isso conseguimos quebrar mais um paradigma; atualmente as estufas estão cultivadas produzindo e o modelo pode se replicado para outros lugares.

Por conta da troca de materiais não foi possível a realização da construção de

toda a área de estufas proposta, pois tivemos que contratar um pedreiro para execução do serviço, porém atingimos o nosso objetivo que foi de construir estufas e, além disso, com materiais alternativos achados facilmente em qualquer propriedade rural. Etapa três – Avaliação e Fortalecimento

Nessa etapa será feito o monitoramento dos trabalhos para identificação das fraquezas e adequação da metodologia, identificação de prioridades para o trabalho de extensão rural e fortalecimento do conhecimento adquirido.

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Atividade 12 – Oficina de Avaliação e Auto-avaliação

Esta oficina foi muito mal direcionada, no meu entender de coordenador do projeto faríamos uma reunião do processo metodológico educativo sem se orientar em acertos e erros e sim no aprendizado e em análise do processo. A reunião foi focada em erros sem o menor entendimento do processo, causando grande desconfiança entre os atores e gerando mais conflito do que se já tinha. Em minha opinião resolveríamos os conflitos e caminharíamos a partir disso. Não foi o que aconteceu e percebo que os atores tem que conhecer profundamente a metodologia do projeto que é a do apreender ensinando e ensinar apreendendo, para assim trabalharmos em equipe colaborando para o cumprimento das metas. Não houve uma técnica aplicada nesta avaliação, somente questionamentos de pontos específicos que dependem do processo todo, para apresentar resultados. Atividade 13 - Sensibilização das Mulheres dos Produtores para a Discussão sobre Agroindústria

Esta atividade veio trabalhar a sensibilização das mulheres e dos homens para a importância do papel da mulher na família.

Durante todo o projeto abordei o tema para prepará-las para Oficina que seria

dada dentro das atividades do projeto. Atividade 14 - Palestras em Escolas e Entidades Organizadas dentro da APA

As palestras serviram para mostrar os objetivos e os valores do Projeto Água Doce e a importância de ações voltadas a transformação do ser humano. Transformações que mudam realidades, trazendo soluções para as necessidades de modo criativo e ético.

As palestras foram feitas em instituições que trabalham com jovens. Estavam presentes além deles, os professores, merendeiras e funcionários das instituições.

Foi uma maneira de trocar com os educandos e pontuar suas dúvidas, absorvendo e observando o que se passa com eles, entender suas críticas para poder somar; fazer com que eles aprendam a somar, trabalhar no coletivo.

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Atividade 15 -Oficina de Aproveitamento dos Alimentos- Culinária e Agroindústria Familiar

Esta oficina trouxe muita alegria e realização; trouxe uma ampliação da consciência do papel da mulher dentro do contexto familiar agrícola.

Através da culinária pudemos abordar temas como saúde, segurança alimentar, auto-estima da mulher, componentes de alimentos industrializados, entre outros. Resgatando a naturalidade de se preparar o alimento baseado na presença e na atitude consciente da mulher.

Resgatamos o valor da mulher enquanto líder natural; o poder de ser um

elemento gerador de renda e impulsionador da família agrícola. Contamos com uma profissional experiente para fazer a abordagem e todas as

participantes levaram consigo o valor, a importância do papel da mulher no desenvolvimento familiar. Atividade 16 – Oficina de Construção de Fossa Biodigestora

Esta atividade prática não foi feita pelo seguinte motivo: quando o projeto estava em vias de ser aprovado, alguns valores não foram aprovados e tivemos que refazer a planilha financeira, onde tiramos o recurso desta atividade, mas não foi refeita a correção da atividade apenas como uma oficina teórica.

A Oficina teórica foi muito bem aceita. Abordamos três modelos de tratamento

de esgoto para áreas rurais; tiramos muitas dúvidas e combinamos com a coordenadora do Instituto Pedro Matajs, que se colocou a disposição para a compra dos materiais para a construção da fossa na propriedade demonstrativa. Ficamos de agendar uma data para a construção. Etapa 4 – Oportunidades de Geração de Renda Atividade 17 - Oficina de Cultivo e Utilização de Plantas Aromáticas e Medicinais

Nas observações que venho fazendo do perfil dos agricultores, percebi que o cultivo de plantas medicinais como forma de aumentar a renda e a diversificação ainda

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está distante de ser um poder cristalizado como, por exemplo, o cultivo da alface. São culturas que se perderam na infância e tive grande dificuldade de resgatá-las.

Fiz plantio de 1200 mudas de plantas aromáticas e medicinais. A maioria morreu na bandeja, e a outra parte transplantada foi capinada como se fosse um mato qualquer.

Foi plantado cravo de defunto como forma de inibir o desenvolvimento de nematóides no solo; a técnica não pegou, não houve mais plantios espontâneos. E como proposta metodológica, aquela ação que não se torna espontânea e uma ação inválida.

De modo que mudei minha proposta de ação e fiz apenas uma Oficina e propus que o palestrante tratasse a oficina como uma forma de usar o conhecimento das plantas medicinais para uso, tratamentos, controladores, inseticidas dentro do contexto da agricultura orgânica. Como forma de ajudar no despertar para esta consciência, de que as plantas ajudam como controladores de insetos e doenças, aumentam as suas defesas, além de serem plantas que ajudam a aumentar a renda familiar.

Percebo que os agricultores não se atentaram para determinados tipo de cultura. A especialidade dos agricultores são apenas algumas culturas, onde a sua especialidade deveria ser cultivar plantas. Atividade 18 – Prática de Adubação Verde

Esta prática foi feita de outra forma em relação ao que se estava previsto, porque em todos os dias de campo que fizemos, observamos os resultados da prática de adubação verde, tanto de inverno como a de verão. Foi observado a quantidade de matéria orgânica no solo, quantidade de insetos que são atraídos pelas plantas, quantidade de sementes que foram produzidas nos capões para este fim, desenvolvimento das plantas e a quantidade de massa verde incorporada como cobertura de solo.

Foi realizado também mini-oficinas nas propriedades dos agricultores, com o

objetivo de levar a informação antecipadamente às oficinas programadas. Eles próprios relataram melhorias na saúde das plantas, sempre pensando que a adubação verde é uma das práticas que aumentam a fauna de solo. Atividade 19 - Preparo de Caldas e Biofertilizantes

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Esta atividade foi uma das que mais colaboraram para o objetivo maior do Projeto Água Doce: a diminuição do uso de veneno e adubo químicos.

O biofertilizante é um produto de baixo-custo, feito com materiais encontrados

em todas as propriedades.

Este produto garante fertilidade de solo; é pronto assimilável pelas raízes das plantas; estimula a observação do agricultor, o pensamento e a criatividade, pois o agricultor tem que pensar sobre a composição dos materiais usados e quais são aqueles que podem vir a ser usados, sabendo principalmente que a planta usada contém nutrientes essenciais para a fertilização do produto.

Foram feitos 3.300 litros de biofertilizante em sete propriedades diferentes

garantindo diminuição do uso de veneno e adubos petroquímicos, conforme referenciado nos relatórios.

Verificamos economia real em alguns agricultores de R$ 1.200,00 por mês, garantindo diminuição de custo de produção, foco de nosso trabalho.

Outra vantagem é que deixaram de ser despejados no solo uma quantidade enorme de produtos petroquímicos para combater insetos e doenças, visto que o biofertilizante aumenta a resistência das plantas, melhorando a qualidade da água no subsolo conseqüentemente nos lençóis freáticos. Atividade 20 – Oficina de Fruticultura

Esta oficina seguiu outra orientação: a idéia de diversificação foi construída em todo o processo do projeto. A idéia foi a de aproveitamento racional dos espaços da propriedade para ampliar o leque de culturas plantadas. O resgate da fruticultura na propriedade rural foi estimulado, como forma de geração de renda, atração de pássaros e insetos e o consumo doméstico.

O desafio a enfrentar no caso do plantio comercial é como escoar a produção das frutas, pois a maioria dos agricultores faz feira ou vendem para feiras, onde o escoamento é dificultado pela especialização de cada agricultor e comprador, isto é, os compradores fazem compras específicas em agricultores específicos. Tem-se que criar um novo mercado para as frutas e atualmente o mercado de hortaliças já vive uma crise onde fica bastante difícil, romper para criar uma nova estratégia. Sendo fato, resolvi estimular a fruticultura como forma de atrair pássaros, insetos e para o consumo doméstico.

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Fizemos uma oficina de bananicultura com um profissional da CATI

especializado na área que trouxe muitas informações novas, onde os agricultores ficaram bastante estimulados em melhorar o que já tem.

No nosso grupo temos dois agricultores que cultivam frutas: um bananicultor e outro de frutas em geral, eles puderam aproveitar mais a oficina, pois estavam dentro de sua área de atuação. Atividade 21 - Oficina de Poda

Esta oficina teve como objetivo mostrar para o agricultor que a poda é uma técnica e que necessita de cuidados específicos para evitar a transmissão de doenças na lavoura. Todos os agricultores visitados pelo projeto não praticam nenhum cuidado com a poda; não imaginam como é o desenvolvimento da doença, nem como uma doença pode passar de uma planta para outra.

Foram abordados na oficina os modos de transmissão das doenças, a maneira

correta de se fazer a poda e a desinfecção do instrumento de poda.

Em todo o processo do projeto a técnica de poda foi observada e colocada como forma de evitar doenças na lavoura e conseqüentemente diminuir o custo de produção. Etapa 5 - Suporte Atividade 22 – Assistência Técnica

A assistência técnica teve como objetivo atender ao agricultor em suas dúvidas e a partir das observações feitas nas assistências técnicas, pontuar soluções para problemas observados.

Foi na assistência técnica que pude construir a quebra de paradigma dos agricultores, sentir a necessidade evolutiva do agricultor em relação ao que ele ouvia nas oficinas e praticava no campo. Elas foram o termômetro que conduzia o atendimento, pois toda informação gerada despertava uma nova necessidade e a complexidade se desfiava para o simples, pois as dúvidas sempre foram conduzidas para um caminho: a fertilidade do solo - que remete ao cuidado com a terra. E a terra é tudo; e tudo somos nós. Dessa forma chegávamos à mudança do indivíduo como forma de

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mudar o que estava dando errado, para o certo - e o certo voltado à sua realidade - onde a fórmula se desfazia e dava lugar à observação. Atividade 23 – Rodas de Discussão sobre a Propriedade Rural Produtiva

Nesta atividade foi enfatizado o conceito das interelações como forma de fortalecimento da unidade e que a unidade pode ser considerada como a propriedade, a associação, a cidade ou o país. Que todo o processo tem que ser pensado nos mínimos detalhes, desde a compra da semente até o consumidor. Discutimos as responsabilidades na produção, na comercialização, a consciência do consumidor, agroecologia e a saúde do agricultor.

Entendemos que temos que ser independentes, porém, trabalharmos no coletivo;

abertos ao novo, sendo participativos e tendo em comum, o bem comum. Assim podemos pensar a propriedade como um organismo vivo interelacionado, onde a partir das técnicas agroecológicas pensamos o ser humano como agente transformador da sua realidade e que o processo produtivo, tem que ser limpo, saudável e transparente.

Estavam presentes representantes do CAT e FEMA, não foi necessário

ampliarmos a discussão para mais de um dia. Atividade 24 – Oficina de Jardinagem com Principio Ecológico

Esta Oficina propôs a harmonia para além da lavoura, encontrando espaços na moradia, transformando estes espaços em locais agradáveis.

Aplicando as técnicas que foram aprendidas para as lavouras, podemos trazer

para os jardins, ampliando o conceito de cultivo, onde o solo é tratado como base, independente de ser lavoura ou plantas ornamentais.

Essa idéia amplia o conceito de cultivo e abre possibilidades para outras formas

de se pensar a terra, os espaço; podendo deixar a lavoura mais ornamental e rentável. Etapa 6 – Final

Essa etapa concentra atividades voltadas ao resgate e consolidação dos conhecimentos adquiridos, a avaliação do projeto e do processo, e a discussão de estratégias de continuidade.

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Atividade 25 – Reuniões para Reflexão sobre os Resultados Obtidos Atividade 26 – Discussões sobre a Continuidade do Processo Atividade 27 – Encontro de Confraternização

As atividades 25, 26 e 27 aconteceram conjuntamente. Pudemos fazer estas atividades juntamente, pelo fato, de já termos verificado a

consciência sobre o processo e seu amadurecimento, então já amadurecidos, pudemos colher informações para a continuidade do processo, ouvindo os agricultores sobre o que eles esperavam dos próximos projetos. Todas as demandas foram registradas pelo pessoal da Comissão de Acompanhamento Técnico (CAT).

E o que pudemos sentir foi que em 8 horas de atividade, os agricultores

estiveram presentes, colaboradores, sem ansiedade de ir embora e querendo mais; isso é resultado de um trabalho onde houve comprometimento de todas as partes, em garantir que a continuidade aconteça, por isso, a metodologia empregada. Metodologia que sensibiliza, desperta e capacita os envolvidos em se apropriarem do conhecimento abordado.

Este modo de pensar projetos socioambientais, desperta interesse nos

participantes porque os coloca como atores e transformadores da sua realidade; isto traz auto-estima e valorização do ser humano enquanto agente da mudança. Traz poder de realização e consciência da vida que se leva; consciência das relações que existem ao seu redor e do respeito com que as relações se dão.

Todo o processo de transmissão de informação é um processo educativo, onde,

os educandos tem que ser tratados com tal, não como meros transmissores de idéias onde os envolvidos são simplesmente alunos (a= sem – luno =luz), seres sem luz, invadidos com informações sem base prática e nenhuma experiência.

Nós do Projeto Água Doce entendemos que a valorização do Ser Humano está

acima de qualquer outra coisa, porque entendemos que a sua transformação é a transformação da sua realidade, seja ela no campo ou na cidade, porque gera a busca sobre o saber ético, consequentemente sobre prosperidade, e é isso que pudemos constatar: pessoas de cabeça levantada querendo melhorar a sua vida e a do semelhante ao seu redor.

Os resultados do Projeto foram apresentados e todos puderam compartilhar

destes resultados e demonstrar a experiência vivida com sucesso.

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A confraternização com o almoço se deu em clima festivo com troca de

informações, muita alegria e solidariedade, onde pudemos constatar o maior dos resultados, o trabalho no coletivo.

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Projeto Água Doce

Recomendações

Em relação às experiências vividas e os resultados obtidos, farei as recomendações que acreditamos ser importantes para a continuidade e evolução do processo de transição para uma agricultura mais limpa e saudável.

Ao se pensar neste projeto o que veio em mente foi a idéia de ser um projeto de

ações práticas, por isso a propriedade demonstrativa. Outro fato foi o de ser um projeto de extensão rural, onde seria trabalhada a

mudança de modo cultural, que implicaria na transformação pessoal de cada agricultor. Neste caso necessitaríamos de uma metodologia educacional.

Dentro do processo educacional, ao olhar da coordenação, aplicaríamos o

método do apreender ensinando e ensinar apreendendo, método muito utilizado por Paulo Freire, educador reconhecido no Brasil e no mundo, onde a construção de um modelo é baseado na troca de informações e isso é fundamental.

O aprendizado é o resultado da experiência prática, e no caso da agricultura,

unindo o saber popular com as novas experiências de outras práticas já trabalhadas. Entendemos que o desenvolvimento da agricultura só e possível se for pelo

processo limpo e ético, onde haja respeito pelo saber e pela condição real de cada agricultor, evitando rótulos e receitas.

Despertando na observação, a expansão, o entendimento do todo, das interelações, onde o ser humano é o personagem principal, não há desenvolvimento econômico ser não houver desenvolvimento humano.

Afirmamos aqui que a prosperidade passa por esse desenvolvimento e que a

agricultura é a força motora deste desenvolvimento.

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Assim acreditamos que o Projeto Água Doce pudesse atuar na transformação

pessoal. No momento que iniciamos o Projeto, outros Projetos já haviam passado pela

região e com atuações da Casa da Agricultura, já havia uma experiência consagrada e a nossa experiência se somaria com a passada.

Como o Projeto tem tempo de atuação (18 meses) sabíamos que quando o

projeto terminasse os agricultores continuariam, e como poderíamos atuar sem que ficassem com a sensação de abandono.

Trabalhamos então com a proposta de entender o ritmo de aprendizado de cada

agricultor, respeitando o seu entendimento daquilo que propusemos. Usamos então o método da repetição.

A cada nova atividade proposta caminhamos sempre para o mesmo ponto, partindo de ponto de vistas diferentes.

A região tem um histórico de pouca associação, devido à falência da Cooperativa Agrícola de Cotia; isso criou uma desestimulo a prática associativista.

A herança deixada é o uso intensivo de pesticidas e adubos petroquímicos.

Segundo os agricultores não há atendimento e informação sobre o desenvolvimento da agricultura por parte dos órgãos oficiais de Assistência Técnica e Extensão rural; esta situação deixe o agricultor a deriva.

Esta situação mostra hoje a região com alto índice de vulnerabilidade sócio ambiental, com altas taxas de contaminação de solo por uso indiscriminado de pesticidas e perda da fertilidade de solo pela falta de conservação de solo, agravando ainda mais a situação do agricultor que convive com as doenças nas lavouras e contaminação da sua própria vida.

Todos os trabalhos em busca de soluções sócio ambientais são desenvolvidos

através de projetos e criações de áreas de preservação ambiental por parte da prefeitura, trazendo uma situação de maior controle do crescimento desta vulnerabilidade.

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Estes trabalhos têm por objetivo articular pessoas que se sentem com o compromisso de melhorar a sua qualidade de vida e do seu entorno, através de parcerias entre setor público, ONG’s locais, agricultores e moradores do entorno.

Graças a essas iniciativas, novos sensores sócio-ambientais são criados,

melhorando a qualidade de vida do local e atraindo mais iniciativas para compor os trabalhos já existentes.

É neste contexto que o Projeto Água Doce atuou e colaborou implantando a idéia do caminhar articulado, coletivo, próspero, trazendo informação baseado na realidade individual de cada agricultor, onde o aprendizado é o resultado de ações interligadas, de respeito ao ritmo individual do aprendizado de cada um.

No contexto histórico do Projeto Água Doce o desenho que se desenvolveu na

propriedade demonstrativa foi: iniciamos o projeto bastante motivado; segundo análise do geógrafo sobre o solo da propriedade, toda a horta é cultivada sobre subsolo; a camada fértil (30 cm a 40 cm) se perdeu nestes anos de cultivo intensivo e sem conservação do mesmo.

As técnicas foram sendo aplicadas e ao passo que os desafios previstos apareciam pudemos observar as reações de comportamento ao se enfrentar o desafio, para então, tomar as decisões e resgatar a motivação que foi se perdendo ao longo do tempo.

No contexto geral o desafio do Projeto foi mostrar para o agricultor que não havia certo ou errado, bom ou ruim, receita ou rótulo; porque estes conceitos impedem o agricultor de observar e transformar o processo. As informações transformadoras estão baseadas em interelações, em rede, em mudanças constantes.

Estas mudanças estão em toda ordem da natureza, por exemplo: o agricultor não acompanha as mudanças climáticas que estão acontecendo, ele não está preparado para a mudança; isso gera imobilidade.

O projeto trouxe o despertar desta mobilidade e foi além; conscientemente sabíamos que a nossa meta era o de despertar essa mobilidade, e qualquer outro resultado que estive além desse era lucro.

Passamos por inúmeros desafios. Ter paciência para entender os expurgos da terra e ao mesmo tempo perda na produção; entender o caminho do vento e perder a estufa; correr o risco de ter foco e perder o amigo. Todos esses fatos compuseram o projeto e o desafio para a coordenação foi o de ter firmeza diante de tantos desafios,

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problemas históricos, problemas climáticos, problemas pessoais, onde a nosso ver tinham soluções; e soluções têm resultados, e os resultados foram apresentados, tanto na sua quantidade quanto na sua qualidade.

Os agricultores atendidos passaram pelo mesmo problema, pois tiveram que

transformar a sua realidade que não é fácil, mas é possível. Costumo dizer que plantar verdura é fácil, difícil é ser feliz. Chegamos ao final desta etapa superando as dificuldades, transformando tristeza em alegrias, que para nós este resultado é maior do que qualquer número; isso é visível entre os agricultores atendidos e um presente para nós.

Não tivemos como objetivo transformar estes agricultores em produtores orgânicos e sim mostrar-lhes que existe outra opção de produção, que ela é viável, economicamente sustentável, por incluir o indivíduo como agente da transformação da sua realidade.

Neste fechamento de projeto quero fazer recomendações que vão permitir o agricultor a relacionar os pontos frágeis na propriedade que merecem atenção, cuidado, empenho e investimento para a solução de seus problemas.

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Técnicas Como Era Como Está Recomendações Como Poderá Ficar

Produção de Sementes

Bandejas contaminadas Controle das doenças nas bandejas. Desinfecção de bandejas com cloro. Bandejas com plantas saudáveis sem contaminação de solo no transplante de mudas.

Preparo do Solo

Uso de rotativa e adubos petroquímicos, sem coordenação com a produção de mudas, com grandes erosões.

Uso de rotativa, plantios em covas adubadas com matéria orgânica e pós-naturais.

Preparo coordenado com a produção de mudas, covas adubadas com matéria orgânicas e pós-naturais.

Solo protegido das ações das chuvas evitando erosão e sempre cultivado.

Adubação

Petroquímicas, NPK e Uréia.

Adubações verdes; biofertilizante; uso de matéria orgânica de cama de cavalo ou outras; biomassa de adubação verde; calcário.

Biofertilizante, calcário, adubo verde, incorporação de biomassa (cobertura morta).

Solos férteis ricos em matéria orgânica e vida, com poder de absorção de água e nutrientes.

Cobertura Morta

Sem cobertura morta; solo desprotegido.

Solo com pontos de cobertura morta, oriunda de corte de capim.

Cobertura morta em todos os canteiros, com matéria orgânica oriunda de qualquer fonte. Recomendo uso de ensiladeira ou picadeira, para picar matéria orgânica para uso no manejo da cobertura morta.

Solo rico em matéria orgânica, aumentando a camada de solo fértil, protegido, úmido, com temperaturas controladas, aumentando a capacidade das plantas produzirem energia nutritiva.

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Técnicas Como Era Como Está Recomendações Como Poderá Ficar

Biofertilizante Não havia uso. Uso integral por parte da

maioria dos envolvidos no projeto.

Uso sistemático em todas as culturas. Solos ricos em microorganismos decompositores de matéria orgânica.

Rotação de Cultura

Poucos registros. Pouca a pouco a técnica se efetiva.

Uso sistemático em todas as culturas. A rotação garante que o solo se fortaleça, favorecendo o desenvolvimento das raízes; aumento de controladores inibidores de doenças e insetos; aumento do poder de absorção de água e nutrientes. Seqüência de rotação hortaliças de folhas,raízes,frutos e flores

Favorece o desenvolvimento de microorganismo do solo que garantem controles naturais, evitando ataques de insetos e doenças; aumentos de grumos no solo.

Caldas e Inseticidas Naturais

Nenhum uso. Pouco Uso. Os inseticidas naturais e caldas tem baixo custo, pois se usam matérias da propriedade. Recomenda-se cautela e proteção no uso destes produtos.

Estas substâncias controlam insetos e doenças, causando equilíbrio e controle de insetos e doenças, sem causar danos às lavouras quando usados com cautela.

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Técnicas Como Era Como Está Recomendações Como Poderá Ficar

Plantas Medicinais,

Aromáticas e Temperos

Não havia prática. Pouco uso. Para confecção de inseticidas naturais e como repelentes de insetos nas lavouras. Ajuda nas rotações de culturas.

As plantas medicinais podem trazer aumento na renda mensal, além de servir para uso doméstico.

Curvas de Nível

Não havia prática. Pouco uso. A propriedade demonstrativa está com 90% da área ocupada.

Uso total da área com a técnica para conservação de solo. A técnica evita a erosão.

Com as áreas protegidas mantendo e conservando camada fértil do solo.

Quebra Vento

Não havia. Pouco uso. A propriedade demonstrativa faz uso da técnica.

Glebas protegidas com o intuito de evitar a transmissão de fungos pelo vento. O quebra-vento evita stress na plantas causados pelos ventos fortes e frios.

A técnica confere a prevenção, evita a proliferação de fungo e a ação forte dos ventos.

Sombreamento da Lavoura

Não havia. Pouco uso. Para evitar o sol forte, criando um micro clima, que favorece o desenvolvimento das plantas. Recomenda-se feijão guandu.

Com áreas de culturas diversas, consorciadas favorecendo o desenvolvimento das plantas e equilíbrio natural.

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Técnicas Como Era Como Está Recomendações Como Poderá Ficar

Custo de Produção

Não havia. Não há. O custo de produção favorece a competitividade comercial.

O Custo de Produção traz a organização, favorecendo a visualização do custo real de cada cultura.

Comércio Solidário e

Justo

Não há pratica. Já se tem uma idéia do que é.

Um aprofundamento no conceito para se envolver com a prática. Cria respeito pela terra e por quem consome, porque se respeita o limite próprio.

Esta prática traz para a vida o conhecimento de processo desde a produção até o consumidor.

Associativismo

Não havia. Não há. Recomenda-se como forma de união para fortalecimento e desenvolvimento de ações conjuntas.

Grupos fortalecidos que fazem compras e vendas conjuntas, trabalhando a diminuição do custo de produção e conquistando espaços onde um agricultor sozinho não conseguiria.

Fossa Biodigestora

Não havia. Não há. Uso de fossa para tratamento de esgoto doméstico, como forma de melhorar a qualidade da água.

Com a região com baixo índice de doenças transmitidas pela contaminação das águas.

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Técnicas Como Era Como Está Recomendações Como Poderá Ficar

Técnica de Poda

Não havia. A técnica foi introduzida. Melhorar a saúde da plantas evitando a transmissão de doenças pela ferramenta de corte dos frutos.

Melhor rendimento na colheita da lavoura, colhendo mais por planta.

Plantio em Covas

Adubadas

Não havia. O conceito está sendo usado.

Esta prática evita o uso de maquinário pesado na lavoura; diminui a compactação do solo; melhora as condições de absorção de água e circulação do ar.

Esta prática garante uma adubação mais completa, favorecendo o desenvolvimento da raiz e trabalha manejo do mato.

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Projeto Água Doce

Depoimentos

Declaração do Augusto sobre o Projeto Água Doce. Ele escreveu o seu TCC sobre agroecológia e participou da implantação do Projeto. 05/2009 A minha impressão foi das melhores, sem duvida. Pra alguém que não tinha idéia do que poderia encontrar, foi uma grata surpresa. Pessoas simples e muito trabalhadoras. O Seu Daniel que tinha a fama de ser uma pessoa fechada (bravo) acabou sendo uma pessoa muito tranqüila até. Não sei se você se lembra daquela vez que tinha q tirar umas fotos com o fundo branco. Mas eu morria de medo de falar pra ele. Quando finalmente tomei coragem pra falar ele levou numa boa. Foi até paciente demais. Todos os demais também resultaram ser pessoas muito gentis. Só posso agradecer pela atenção que me brindaram. Sobre o projeto, talvez por serem em sua maioria agricultores à antiga, demonstravam um certo temor ou desconfiança no resultado. Mas estavam dispostos a arriscar, o que já conta bastante. Falando nisso, espero q esteja dando tudo certo com o projeto. Outro dia entrei na pagina do Instituto Pedro Matajs pra ver se tinha algo novo. Agora já tem conteúdo pelo que vi. Bom, espero q esteja tudo bem com você também. Um grande abraço Augusto M.

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Impressão da Nadia Cozzi Referente à Oficina das Mulheres fiquei surpresa com a consciência que elas já tinham sobre a importância vital da energia nos alimentos, na compra, no preparo e na apresentação dos mesmos; que normalmente é a parte mais difícil de ser entendida. O Conceito de Orgânico ainda era bem confuso e talvez por isso mesmo não havia muito compromisso quanto à maneira de plantar. Ora eles optavam pelos orgânicos, ora pelo Convencional. Não havia entendimento do papel que eles representavam enquanto produtores de um ou de outro. Não havia também consciência de que isso interferia na saúde das pessoas que consumiam seus produtos. No segundo encontro já senti uma vontade maior de entender e mudar alguma coisa, tivemos até o compromisso de um dos participantes em apresentar seus produtos sem agrotóxicos no prazo de 3 meses. Outra coisa que era completamente desconhecida ou passava despercebida era a influência dos produtos industrializados na saúde das pessoas e não havia nenhum conhecimento quanto aos Transgênicos, e o momento crucial que vivemos com a demanda pelas sementes transgênicas, o que acarreta atualmente a contaminação no plantio da soja, arroz, algodão, milho. Inclusive nas lavouras orgânicas. Acho importante novas oficinas apresentando maiores detalhes de cada assunto, pois o tema alimentação é vasto. Uma alimentação mais pura requer noções de agrotóxicos, Transgênicos, aditivos alimentares e ainda os hormônios de crescimento existentes nas carnes. Parabenizo pelo Projeto Água Doce e agradeço pela confiança e por ter participado e conhecido pessoas tão especiais que buscam mudanças pelo bem maior do Planeta.

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Lista de Agricultores Atendidos

Nome Situação UTM Endereço/ Fone Característica

1 Sueli Maria Consolina

Sitiante E323764 N7357211 Estr. da Vargem Grande, 504 - Tel: 59752804-73706562

Cultivo atual - Shitake, pequeno pomar; quer se inserir no processo de turismo rural.

2 Yukinobo Otsuka Agricultor Familiar

E 325219 N7357780 Estr.Vargem Grande,280 Tel: 5975-4475 Colônia

Área 8 há. Cultivo atual - plantas ornamentais

3 Armando Antonio dos Santos

Agricultor Familiar

E319428 N7361265 Estr. do 15 Embura Tel: 7314-4105

Área 2ha. Cultivo atual - Shitake, hortaliça convencional.

4 Nelson Helfstein Agricultor Familiar

E322303 N7355385 Estr. do 15,41 Embura Tel: 7187-7311

Produtor de hortaliças convencional e plantas ornamentais.

5 Fabiana Maria da Silva Yoneyama

Agricultor Familiar

E323141 N7358249 Estr.Eng.Marsilac, 7639 Embura Tel: 59786044

Cultivo Atua l- Shitake e hortaliça convencional.

6 Jackie Fonseca Agricultor E322338 N7359906 Rua José Mota,170 Bairro Clube de Campo Tel:5978-6182 - 9994-1569

Cultivo atual - amora-preta, shitake, cavalos.

7 Lindolfo Helfstein Fidêncio

Agricultor Familiar

E322388 N7357875 Rua Benedito Schunk, 22 - Bairro Embura Tel:5978-6472

Cultivo atual - hortaliças convencional.

8 Antonio da Cruz Ferreira

Agricultor Familiar

E321247 N7357212 Rua Vitorio Rasat, 313 -Embura Tel: 5975-2263

Cultivo atual - Shitake e hortaliça convencional.

9 Pedro e Elisabete Yabuki

Agricultor Familiar

Estrada da Ponte Alta,300 Embura Tel: 5978-6040

Produtores de hortaliças, forte chuchu.

10 Nelson Schimidt

Agricultor Familiar

Rua Benedito Shunck, 820 Embura Tel. 5975-2264

Produtor de hortaliças,cultiva amendoim.

11 Ismael Fidêncio Helfstein

Agricultor Familiar

Estrada da Ponte Alta, 399 Produtor de hortaliças.

12 Laudelino Vaz de Brito Oliveira

Agricultor Familiar

Estrada da Vargem Grande Tel: 5975-4347

Produtor de hortaliças

13 José Helfstein

Agricultor Familiar

Estrada da Vargem Grande,152 Tel: 5978-4204

Produtor de plantas ornamentais

14 Projeto Mão Cooperadora

Projeto Social Estrada Capivari, 193- Eng.Marsilac

Produtor de hortaliças

15 Valter Souza

Sitiante Rua Amaro Josefa, 10 Embura Tel: 5975-4361

Fruticultor

16 José Tico

Agricultor Familiar

Rua Benedito Shunk, Embura Tel: 5978-6170

Produtor de hortaliças