Dossie Técnico Castanha-do-brasil

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D O S S I Ê T É C N I C O Cultivo da Castanha-do-Brasil Nilva Chaves Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília – CDT/UnB Outubro de 2007

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Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológicoda Universidade de Brasília – CDT/UnB

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D O S S I Ê T É C N I C O

Cultivo da Castanha-do-Brasil

Nilva Chaves Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico

da Universidade de Brasília – CDT/UnB

Outubro de 2007

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DOSSIÊ TÉCNICO

Sumário 1. Introdução.............................................................................................................................2 2. Objetivo.................................................................................................................................3 3. Características da espécie ...................................................................................................3 4. Área de ocorrência ...............................................................................................................4 5. Principais usos .....................................................................................................................5 5.1. Frutos.................................................................................................................................6 5.2. Madeira..............................................................................................................................6 5.3. Reflorestamento ................................................................................................................7 5.4 Frutificação .........................................................................................................................8 6. Solo e clima ..........................................................................................................................8 7. Produção de mudas..............................................................................................................9 7.1. Sementeira ......................................................................................................................10 7.2. Viveiro..............................................................................................................................10 7.3. Plantio de mudas.............................................................................................................11 8. Tratos culturais ...................................................................................................................12 9. Coleta e seleção de sementes ...........................................................................................13 10. Processamento de sementes ...........................................................................................13 11. Armazenamento e transporte ...........................................................................................15 12. Comercialização ...............................................................................................................17 13. Situação do mercado brasileiro ........................................................................................18 Conclusões e Recomendações..............................................................................................19 Referências.............................................................................................................................19 Anexos....................................................................................................................................21 Anexo 1 - Legislação ..............................................................................................................21 Anexo 2 - Fornecedores .........................................................................................................22 Anexo 3 - Links relacionados..................................................................................................22

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DOSSIÊ TÉCNICO

Título Cultivo da castanha-do-Brasil Assunto Fabricação de conservas de frutas Resumo A castanha-do-Brasil tem importância social e econômica muito grande na região amazônica. Existem vários estudos sobre o extrativismo da castanha-do-Brasil, mas são poucos os estudos sobre o plantio da espécie. Palavras chave Castanha-do-Brasil; castanha-do-Pará; Brazil nut; castanheira; espécie florestal; cultivo; utilidade; sub-produtos Conteúdo 1. Introdução A castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa, H.B.K.) é originária da região Amazônica (Pará, Amazonas, Acre, Peru, Bolívia, Venezuela, Guianas). É conhecida também como castanha-do-Brasil e castanha-do-Pará e Brazil nut ou Para nut (em inglês). É uma árvore intimamente ligada à cultura das populações tradicionais da Amazônia. Seu fruto tem elevado valor econômico como produto extrativo florestal, mas não impede seu plantio com a finalidade de reflorestamento tanto em plantios puros quanto em sistemas consorciados. Contudo, o avanço da fronteira agrícola na Amazônia vem reduzindo progressivamente o extrativismo da castanha; sua derrubada pelas frentes de penetração da madeira e da pecuária, empurrou para áreas cada vez mais distantes os intermediários entre o coletador e os donos das usinas de beneficiamento. A exploração de exemplares nativos desta árvore é protegida por lei (Decreto 1282 de 19 de outubro de 1994) e somente poderá ocupar um local de destaque na pauta de exportações e de mercado interno a partir do momento em que houver uma política de estímulo destinada ao produtor extrativista, mantendo o homem na floresta e aumentando a produção extrativista. Sob o ponto de vista ecológico, a utilização da castanha-do-Brasil em reflorestamentos pode ser considerado como uma alternativa viável dada a importância atribuída a seus produtos e subprodutos. Entre os principais critérios utilizados na seleção de espécies para reflorestamentos estão a adaptação em relação ao local de crescimento e a elevada produtividade. A escolha de espécies é um sério problema em países tropicais e subtropicais, onde o uso de uma espécie em local inadequado pode resultar em uma produtividade inferior ao potencial da região; elevada suscetibilidade ao ataque de pragas; falta de adaptação e a produção de

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madeira com características inadequadas. Pesquisas com o melhoramento genético e germinação estão em andamento para a obtenção de variedades mais precoces e técnicas mais aprimoradas de manejo e cultivo desta espécie, além da modernização dos modos de beneficiamento da produção e armazenagem. 2. Objetivo Fornecer informações básicas sobre a castanheira-do-brasil, tanto das potencialidades de seus produtos bem como do seu comportamento em cultivo. 3. Características da espécie A castanha-do-Brasil é uma árvore de porte majestoso e frondoso, de aspecto inconfundível pela sua copa larguíssima, dominante na região onde se encontra, chegando a medir cerca de 60 metros de altura.

FIG. 1 - Castanheira-do-brasil Fonte: Clube da semente do Brasil

Seu tronco reto, desprovido de galhos até a copa (Figura 1), pode chegar a 5 metros de diâmetro na sua base, com casca marrom-escura e fendida longitudinalmente. As folhas são simples, alongadas, de 25 a 35 centímetros de comprimento. As flores são amarelas e hermafroditas (Figura 2).

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FIG. 2 – Folhas e flores da castanha-do Brasil Fonte: Clube da semente do Brasil

Os frutos, conhecidos como ouriço (Figura 3), pesam cerca de um quilo, são arredondados, duros, com 12 a 18 centímetros de diâmetro e pesam 500 a 1.000 gramas. Eles têm uma tampa na extremidade oposta à região de inserção do fruto e no seu interior contém 12 a 18 sementes, e podendo chegar a 30. As sementes são recobertas por uma proteção dura, que cobre a amêndoa. Esta é bem consistente, branca, oleosa, comestível, deliciosa e nutritiva, de grande utilidade e alto valor econômico. Os frutos maduros caem inteiros no solo, de onde são coletados para extração das amêndoas. Em termos médios, uma castanheira produz 29 ouriços por ano, com 16 castanhas, o que perfaz 470 castanhas/árvore/ano.

Figura 3 - Castanha-do Brasil: ouriço e castanhas com casca Fonte: Embrapa

Seu valor biológico é grande para fins alimentícios, pois a amêndoa desidratada possui em torno de 17% de proteína – cerca de cinco vezes o conteúdo protéico do leite bovino in natura. Fator importante, também, é que a proteína da castanha possui os aminoácidos essenciais ao ser humano. O teor de gordura da amêndoa desidratada é extremamente alto, em torno de 67%. (Nascimento, 1984). Além de calórica, a amêndoa da castanha (Figura 4) possui cálcio, fósforo, magnésio, potássio, cobre, vitamina A, B1, B2 e C. Quando desidratada, a amêndoa

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da castanha possui 17% de proteína, cerca de cinco vezes mais do que o conteúdo calórico do leite de vaca in natura.

Figura 4 – Amêndoa beneficiada Fonte: Pennacchio, 2006.

A amêndoa da castanha apresenta a seguinte composição química centesimal em g/100g: umidade 4,40, proteína bruta 17,00, lipídios 67,00, carboidratos 7,00, valor energético 751kcal e sais minerais 3,60, em média. A fração albumina, a excelsina, é a única completa de origem vegetal conhecida, o que levou a castanhado-Brasil ser chamada de carne vegetal. 4. Área de ocorrência Ocorre em toda a região amazônica, sendo Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Guianas e no Brasil, onde estão as formações mais compactas. Em território brasileiro, inclui os estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Pará e norte dos estados de Goiás e Mato Grosso. Habita matas de terra firme, quase sempre em locais de difícil acesso com dispersão natural.

Figura 5 - Região de distribuição natural da castanha-do-Brasil Fonte: More & Prance, 1990.

5. Principais usos A madeira e a semente são os principais produtos desta espécie que possuem grande importância social e econômica para a região amazônica.

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5.1. Frutos As sementes são utilizadas para consumo humano principalmente na região norte do Brasil. Constitui-se em um dos principais produtos de exportação da Amazônia. O mercado doméstico é um percentual muito pequeno do mercado consumidor total influenciado pelos preços internacionais e níveis de renda local. Tem alto valor nutritivo, sendo muito utilizada como ingrediente da culinária. Seu valor protéico é tão significativo que é também chamada como "carne vegetal". É cultivada em pomares domésticos de todo o país, frutificando normalmente até São Paulo. Apresenta muitos outros constituintes indispensáveis a uma boa alimentação, como o selênio, antioxidante que vem sendo referido na prevenção de câncer, doenças cardiovasculares e muitas outras. A concentração desse elemento na amêndoa varia de região para região onde a planta vegeta. Para redução do elevado valor energético e/ou calórico das amêndoas de castanha-do-Brasil, se faz necessário a obtenção da torta parcialmente ou completamente desengordurada, através da extração do material graxo. A torta apresenta inúmeras possibilidades de aplicação, visando o enriquecimento de uma grande variedade de grupos de alimentos, tais como: produtos para panificação, bebidas, embutidos, farinhas, leites, cereais, snacks, salgados, doces, sorvetes, chocolates, biscoitos, bombons, além de muitos outros. O “leite” de castanha, é de grande valor na culinária regional. É um produto com um teor de proteína significativo de 21,19% sobre a matéria-seca, lipídio baixo, ao redor de 5%, pouco superior ao do leite bovino integral. Indicado como uma alternativa viável para a complementação energético-proteica de dietas, podendo até ser utilizado em programas de merenda escolar nas regiões produtoras, onde há abundância da matéria-prima. A partir da maceração semi-industrial da amêndoa da castanha-do-Brasil, obtém-se um fino e valioso óleo, comestível e de altíssima qualidade, também muito utilizado como matéria-prima na fabricação de produtos farmacêuticos, cosméticos, sabonetes finos, etc. Os ouriços podem ser utilizados como combustível (usado para fazer fumaça na coagulação da borracha) ou na confecção de objetos, como cinzeiros e vasos. 5.2. Madeira Sua madeira possui boas propriedades, sendo de ótima qualidade para construção civil e naval, bem como para esteios e obras externas. É moderadamente pesada, com densidade de 0,70 a 0,75 g/cm3, macia ao corte, textura média, grã direita, superfície sem brilho e lisa ao tato, de boa resistência ao ataque de organismos xilófagos. Casca externa mais grossa que a interna, cerne castanho róseo, um tanto diferenciado do alburno castanho amarelado; grã irregular para regular; textura média, cheiro e gosto indistintos. Fácil de trabalhar, recebendo acabamento esmerado, de lustre mediano. A secagem artificial é muito lenta, apresentando rachaduras e empenamentos, porém, é muito durável tanto em contato com o solo quanto com a água. É indicada para forros, vigas, paredes, assoalhos, móveis, compensados e lâminas, sendo também muito apreciada na construção civil onde é muito procurada para a estrutura de telhados e para formas de concreto e caixaria (Souza, 2002).

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É considerada de boa qualidade e indicada para construção civil interna leve, construção naval, obras externas, forros, tábuas para paredes e assoalhos, esteios, painéis decorativos, fabricação de compensados, embalagens, etc. A madeira da castanha-do-Brasil é considerada nobre, de aparência agradável, com grã lisa, fácil de trabalhar, produzindo bom acabamento, além de ser bastante durável (Loureiro et al. 1979). Caracteriza-se por ser moderadamente pesada com densidade variando de 0,70 a 0,75 g/cm3. Possui cerne marrom-claro diferenciado do alburno castanho-amarelado ou acinzentado. Possui grâ direita, textura média, cheiro e gosto indistintos (Souza, 2002) .

Figura 6 - Detalhe da madeira da castanha-do-Brasil Fonte: SUDAM, 1979

5.3. Reflorestamento A castanha-do-Brasil constitui-se em excelente opção para o reflorestamento de áreas degradadas de pastagens ou de cultivos anuais, ao lado de outras espécies florestais. Atualmente, a exploração de madeira de exemplares nativos é proibida pelo Decreto n° 1282, de 19/10/1994, mas não impede seu plantio com a finalidade de reflorestamento tanto em plantios puros quanto em sistemas consorciados. Os argumentos econômicos a favor das plantações baseiam-se principalmente na disponibilidade de terrenos e na expectativa de escassez futura de madeira. A superioridade de plantações sobre florestas naturais deve-se principalmente à sua maior produtividade de madeira comercial. Estas vantagens são mais evidentes onde a regeneração é pobre e onde as árvores nativas são de utilidade limitada. Entre os principais critérios para a seleção de espécies para reflorestamento estão a aptidão em relação ao sítio e a elevada produtividade. A escolha de espécies é um sério problema em países tropicais e subtropicais, onde o uso de uma espécie em local inadequado pode levar a problemas como: produtividade inferior ao potencial da região; elevada suscetibilidade ao ataque de pragas; inadaptação da espécie e produção de madeira com características inadequadas. A castanheira-do-brasil é exigente em luz, sendo, portanto, dependente de clareiras para o seu pleno desenvolvimento e geração de plantas de grande porte. Em estudos efetuados observou-se que a densidade de plantas jovens foi quase duas vezes maior que a densidade de adultos, o que sugere que as menores classes de tamanho possuíam baixos níveis de abertura do dossel e que o corte de liberação ou abertura pode

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aumentar o recrutamento, crescimento e a produtividade dos castanhais. 5.4. Frutificação A família Lecythidaceae é predominantemente neotropical, em que a maioria das espécies, tendem a florescer durante a estação seca. O início da floração varia de acordo com a região. Na parte oeste do Brasil (Acre) as árvores florescem antes que na parte leste (Pará). Do início do desenvolvimento dos frutos até a maturação decorrem aproximadamente 15 meses, ou seja, durante a floração e o desenvolvimento dos frutos novos, a castanheira-do-brasil conserva os frutos velhos e quase maduros, sendo comum encontrar frutos de diferentes estágios de desenvolvimento em uma mesma planta durante todo o ano. A proporção de flores que produzem frutos é muito pequena, sendo que somente 0,28% do número total de flores transformam-se em frutos. O período de florescimento ocorre de agosto a novembro, durante os meses secos do ano, e a frutificação de outubro a dezembro. No leste da Amazônia, a floração inicia-se no fim da estação chuvosa (setembro) e estende-se até fevereiro com uma maior intensidade em outubro – dezembro. Os frutos começam a cair no início da estação chuvosa, ou seja, de janeiro a abril no leste da Amazônia. A castanheira depende da atividade dos polinizadores para assegurar a produção de frutos. Os principais polinizadores são abelhas médias e grandes. Para evitar o decréscimo nas populações de polinizadores naturais em plantações comerciais e conseqüentemente uma baixa produção de frutos, o desenvolvimento de programas de manejo para os principais polinizadores é de grande importância para os plantios comercias em grande escala. As sementes são disseminadas por diversos predadores, sendo a cutia o principal deles. Algumas sementes são consumidas imediatamente, outras são armazenadas para posterior consumo ou abandonadas em outras áreas, onde germinam. A propagação da castanheira-do-Brasil pode ser feita por sementes ou por enxertia. Segundo a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), mudas enxertadas iniciam a produção depois de 3,5 anos. Quando feitas por sementes, podem iniciar a frutificação aos oito anos e somente aos doze atingem a produção normal, desde que sejam plantadas a céu aberto. Em castanhais nativos com mais de 50 anos, a produtividade varia de 16 a 55 litros por hectare, enquanto que, nos enxertados, pode alcançar cerca de 300 litros por hectare aos 6 anos. Em inventários florestais feitos em castanhais nativos foram encontradas, em uma mesma região, castanheiras produzindo de meio a mais de três hectolitros (1 hectolitro corresponde a 50 kg de castanha natural sem casca). Segundo Homma et al. (2000), a produtividade das castanheiras varia de 0,16 a 0,55 hectolitros/ha de castanha com casca e a densidade varia entre 33 a 107 castanheiras adultas por lote de 50 ha. Em média, a produção semanal de amêndoas por árvore é de 1 hectolitro 6. Solo e Clima A castanheira é uma espécie encontrada principalmente em solos pobres, tem acentuada

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preferência por terras altas e de características argilosas e argilo-silicosas, sendo que sua maior ocorrência é nos de textura média a pesada.. Os solos para a cultura devem ser profundos, bem drenados, de textura média, topografia levemente ondulada e não sujeito a inundações. Não é encontrada em áreas com drenagem deficiente nem em solos excessivamente compactados. A análise química do solo de plantio de castanha-do-Brasil (argissolo vermelho amarelo distrófico plíntico, textura argilosa) em Porto Velho, Rondônia demonstra que a castanha-do-Brasil apresenta bom desenvolvimento em altura e diâmetro quando em solos com pH ácido, baixos valores de saturação de bases, solo distrófico, baixa capacidade de troca de cátions e altíssimos valores de saturação de alumínio (Locatelli et. al., 2003). As plantas têm origem na região quente, portanto, no clima tropical. É encontrada em estado nativo em áreas onde ocorrem os tipos climáticos Aw, Am e Af de acordo com a classificação de Koppen mas concentra-se especialmente em locais com Aw ou Am. Requer precipitações médias anuais entre 1400 e 2800 mm. A temperatura média anual ideal para o seu cultivo oscila entre 24,3° e 27,2°C , a média anual da umidade relativa do ar entre 79% e 86% variando durante os meses entre 66% e 91% e não suporta ventos frios (Diniz & Bastos, 1974). Ocorre em áreas onde a precipitação média varia de 1400 a 2800 mm/ano, e onde existe um déficit de balanço de água por 2-5 meses. 7. Produção de mudas O plantio das sementes, mudas ou enxertos em covas profundas e solo bem adubado, é feito na estação chuvosa. Um dos maiores problemas para a formação de mudas está relacionada à germinação da semente da castanheira, ocorrendo normalmente de 12 a 18 meses após a semeadura. Com o avanço das pesquisas é possível indicar, nos dias atuais, três processos diferentes de formação de mudas de castanheira: 1) Semeadura com sementes com tegumento;

2) Semeadura com sementes com tegumento escarificado (esmerilhado);

3) Semeadura de sementes sem tegumento. O processo mais eficiente é o da semeadura de sementes sem tegumento, o qual requer um trabalho mais cuidadoso na retirada de tegumento, mas que possibilita uma germinação de 70% com apenas três meses de semeadura. A fim de que o processo de retirada do tegumento seja facilitado, devem-se colocar as sementes em água por um período de 48 horas. Em seguida utilizar uma prensa apenas para trincar o tegumento, sendo que o descasque total pode ser feito com um alicate especial, com a ponta semelhante ao bico do papagaio ou empregando um canivete comum. Prestar atenção para não danificar a amêndoa, evitando assim o comprometimento do crescimento da muda. As sementes podem receber um tratamento com fungicida cicatrizante à base de Benomyl em suspensão a 0,3% (3g/litro), durante noventa minutos, sendo agitada a cada 10 minutos para que o produto não fique acumulado no fundo do recipiente. As sementes, após o uso do fungicida devem ser secadas à sombra, de preferência em papel jornal, durante duas horas. Selecionam-se então as mesmas, eliminando aquelas que apresentaram rachaduras

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durante o descascamento. A seguir, vão para a sementeira. 7.1. Sementeira A sementeira deve ser suspensa, feita de madeira, com caixa na altura de 1m acima do solo, podendo ser construída embaixo de um ripado com 50% de sombra, ou ter cobertura própria de forma a evitar a luz direta do sol e o encharcamento causado pela chuva. Deve ser totalmente protegida por telas nas laterais e flange nas pernas para evitar o ataque de roedores que são atraídos pelo forte odor das amêndoas. O controle contra formigas e cupins é feito com inseticidas. O substrato deve ser feito de areia e serragem na proporção de 1/1. O semeio deve ser considerado uma das etapas mais importantes, colocando-se as sementes sob a areia (Figura 7) com o pólo radicular de onde se originará a raiz (parte mais grossa) voltada para baixo, e o caulinar a uma profundidade de 1 cm da superfície do substrato, e quando existir dúvida sobre o lado do pólo radicular colocar a semente na posição horizontal. A rega deve ser feita logo em seguida, repetindo a cada dois dias ou segundo seja necessário.

Figura 7 – Posição da amêndoa no substrato. PC: pólo caulinar e PR: pólo radicular Fonte: Muller e Calzavara, 1989.

7.2. Viveiro Deve-se iniciar o preparo do solo e o enchimento dos sacos enquanto as sementes germinam, o que ocorre 10 dias após a semeadura, podendo se estender até cinco meses, sendo que aos 80 dias já ocorreu 70% da germinação. Os sacos devem ser de polietileno preto, furados de fábrica, medindo 30cm x 25 cm, pois suportarão as mudas por até 12 meses, período suficiente para o ponto de campo (plantio das mudas em solo definitivo). O substrato deverá ser composto de duas partes de terra, uma parte de areia, uma parte de esterco de gado ou serragem curtida. Adicionam-se 1000 g de calcário e 200 g de Superfosfato triplo por metro cúbico de substrato Após encher os sacos, regar com água durante alguns dias para evitar a fermentação na repicagem (retirada das pequenas mudas da sementeira e colocação nos sacos plásticos). O processo de repicagem deve ser efetuado antes da abertura das primeiras folhas das plântulas, no chamado "ponto de palito", para evitar a perda de água e queima das folhas. Só devem ser repicadas as mudas com caulículo e radícula (Figura 8 b,d). As mudas sem radícula (Figura 8 a,c) devem ser transferidas para outra sementeira com a mesma composição de substrato, onde continuarão até o segundo lançamento de folhas, que,

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muitas vezes, é sinal do aparecimento de sistema radicular (Figura 8 d). As mudinhas que até esse período não tenham desenvolvido radícula não podem ser utilizadas e devem ser descartadas (Figura 8 c) .

Figura 8 - Mudas de castanha-do-Brasil: (a) no estágio de "ponto de palito" apenas com caulículo; (b) com caulículo e radícula; (c) apenas com caulículo com folhas abertas; (d) completa, com o segundo lançamento de folhas. Fonte: Muller et. al., 1995.

Feita a repicagem, as mudas seguem no saco para o viveiro, onde os cuidados com catitas e formigas deverão ser maiores. No viveiro, as mudas devem ser protegidas do sol com plástico preto por, pelo menos, 15 dias, a partir daí, com meia-sombra até o ponto de campo. Devem-se proteger as mudas de chuvas intensas que causem encharcamento, utilizando-se de plástico no viveiro no período chuvoso, porém sem deixar que as plantas fiquem estioladas. As sementes iniciam a germinação 10 dias após a semeadura, podendo se estender até cinco meses, sendo que aos 80 dias já ocorreu 70% da germinação. 7.3. Plantio das mudas As mudas deverão ser selecionadas, aproveitando as mais desenvolvidas para o plantio, o que deverá ser feito com plantas de pelo menos 40cm de altura, com no mínimo 15 folhas permanentes. Isso pode ocorrer a partir do 12º mês. As plantas menos desenvolvidas deverão permanecer no viveiro para o próximo período de plantio (1º trimestre de cada ano). A castanheira deve ser plantada em covas profundas, de maneira que o colo da muda fique rente ao nível do solo. Para enchimento utiliza-se mistura de terra vegetal (da primeira camada do solo), geralmente de coloração escura, devido à concentração de húmus, acrescentando 10 litros de esterco de curral e 300g de Superfosfato triplo, 100g de cloreto de potássio e 100g de sulfato de amônia. Para grandes áreas, colocar somente o Superfosfato triplo. Realizar o plantio no início das chuvas. Recomenda-se molhar bem as mudas antes de ir para o campo, para impedir que a terra se quebre quando for retirado o saco para o plantio. A muda deve ser enterrada 4cm além do

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saco. A terra da cova deve ser bem apertada. Coloca-se então capim seco ao redor da planta (cobertura morta), que proporcionará um melhor aproveitamento da água das chuvas, impedindo o ressecamento do solo pelo sol. O espaçamento e densidade de plantio dependem da finalidade. É fundamental definir o objetivo do plantio antes de definir o espaçamento. Espaçamentos iniciais muito amplos favorecem a formação de copas grandes sendo mais indicados para a produção de frutos. Espaçamentos menores, por favorecerem a desrama natural e formarem copas mais estreitas, são mais indicados para a produção de madeira. Quando o objetivo for plantio para produzir madeira os povoamentos devem iniciar com densidades variando de 625 a 400 plantas por hectare, ou seja, de 16 a 25 m² por planta, prevendo-se desbastes futuros a serem realizados baseados em mensurações periódicas quando o plantio entrar em competição, sendo que o número de árvores a ser extraído no corte final deve ser próximo de 160 árvores por hectare. Estima-se que os desbastes sejam no oitavo, décimo-quinto e vigésimo ano. A rotação esperada (idade de corte) para se obter árvores de grandes diâmetros para serraria é de 30 a 40 anos. No caso de sistemas consorciados com culturas perenes e/ou semi-perenes, os espaçamentos recomendados são 12 m x 12 m correspondendo a 69 plantas/ha, respectivamente. Dados de plantios de castanha-do-Brasil em diferentes espaçamentos e com diferentes idades no Estado de Rondônia têm demonstrado que: • A castanheira é uma espécie com potencial silvicultural para reflorestamento com fins

madeireiros. • Para a castanheira aos 220 meses de idade o diâmetro estimado é de 44,31 cm, apto

para a produção de madeira, com tendência a estabilizar depois dos 390 meses de idade. Após este período o incremento é de apenas 0,64 cm em 7,5 anos.

• O incremento estimado em altura total da castanheira aos 220 meses de idade é de

25,72 m com tendência a estabilização após esta idade, pois em 140 meses a altura total tem um incremento de apenas 0,14 m.

Quanto ao controle fitossanitário de pragas e doenças, não existem predadores ou patógenos sérios, com exceção de ataque de formigas cortadoras de folhas em plantações, que podem ser controladas com produtos específicos (a base de chlorpyrifos –10g do produto/m 2 de terra solta, sulfuramid – 10 g/ m 2 de terra solta, fipronil – 5 g/ m 2 de terra solta), e verificada mediante vistoria periódica do plantio. 8. Tratos Culturais Esta espécie necessita dos seguintes tratos culturais: • Coroamento: capinas ou roçagens efetuadas em torno das plantas, realizadas a cada

seis meses até o segundo ano; • Roçagem da área: efetuada as entrelinhas de plantio no momento do coroamento,

aproveitando o material para cobertura morta das mudas, prevenindo, assim, danos devido a períodos de estiagem.

• Adubação: além da efetuada na cova (300 g), por ocasião do plantio (dois dias

antes), recomenda-se uma aplicação, em cobertura, de 300 gramas de Superfosfato

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triplo, no segundo e terceiro ano de plantio, respectivamente. • Controle de pragas e doenças a praga mais comum é a saúva, que pode ser

controlada com produtos específicos (a base de chlorpyrifos 10g do produto/m² de terra solta, sulfuramid 10 g/ m 2 de terra solta, fipronil 5 g/ m 2 de terra solta), e verificada mediante vistoria periódica do plantio. Quanto a doenças, nenhuma de maior importância foi registrada até o momento.

9. Coleta e seleção de sementes A coleta de sementes é efetuada durante a estação chuvosa, e deve ser feita onde existam indivíduos que produzam sementes grandes. O número de sementes por fruto varia entre 12 e 24 e o peso do fruto pode alcançar até 1,5 kg. Na fase de catação, coletar e amontoar no menor tempo possível os ouriços, após sua queda total das árvores. Não misturar ouriços remanescentes da safra passada com os da atual. Recomenda-se quebrar os ouriços no menor tempo possível, após a catação e amontoa. Remover e juntar as castanhas em piso limpo, como lona plástica ou terreiro, para evitar contato direto das mesmas com terra, folhas e sujidades. Esta fase pode ocorrer ainda dentro da mata, no local de amontoa, ou após transporte dos ouriços, no local de moradia do coletor. As sementes devem ser selecionadas, dando-se preferência às sementes novas, grandes, largas e cheias (não flutuam quando imersas em água). Devem ter coloração branco-escura leitosa sem odor característico de óleo rançoso. Deve-se separar as sementes maiores que tenham menos de 120 dias de coleta e descartar as quebradas e feridas nos pólos germinativos (extremidades). Sementes grandes e novas podem chegar a 78% de emergência. Caso as sementes sejam expostas ao sol, dois dias são suficientes para que o seu poder germinativo seja reduzido, ou seja, se for necessária a estocagem dos ouriços, estes devem ser colocados em local sombreado e molhados periodicamente. 10. Processamento das sementes O processamento das sementes da castanha-do-Brasil deve ser efetuado sob um rigoroso controle de qualidade, tais como o uso de tecnologias de secagem de alimentos que permite identificar o ponto crítico de controle de aflatoxina na castanha; o controle microbiológico dos alimentos; o controle da qualidade toxicológica dos alimentos, no sentido de prevenir a contaminação de origem e de processamento; a prevenção do processo de rancificação; entre outros. O beneficiamento pode ou não ser feito. Consiste em lavagem para a retirada das impurezas mais visíveis e para a separação dos frutos estragados (que ficam boiando), na secagem das sementes para evitar que estas estraguem por ação de microorganismos, na desidratação e no descascamento das amêndoas. As sementes da castanheira-do-brasil possuem tegumento (casca) bastante resistente e de baixa permeabilidade, o que lhe conferem grande resistência mecânica que precisa ser superada para que as mesmas possam manifestar seu potencial de germinação. As sementes devem ser imersas em água durante 24 horas e, posteriormente, descascadas

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sem provocar ferimentos que podem ocasionar infecção causando severa redução na porcentagem de germinação. A principal é a aflatoxina, denominação dada a um grupo de substâncias, muito semelhantes e que são tóxicas para o homem e para os animais. Elas são produzidas por dois fungos (bolores) denominados Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus, que se desenvolvem sobre muitos produtos agrícolas e alimentos quando as condições de umidade do produto, umidade relativa do ar e temperatura ambiente são favoráveis. As aflatoxinas são potentes toxinas carcinogênicas. A aflatoxina pode ocorrer quando os frutos ficam muito tempo amontoados ao pé da castanheira (aguardando transporte), pois o fungo prolifera quando o substrato é úmido. A União Européia, maior importador de castanhas brasileiras, estabelece limites máximos de tolerância de presença da toxina que variam de 0,05 partes por bilhão (ppb) a 5 ppb. Na operação de descascamento, a castanha recebe inicialmente um trincamento feito com prensa, sendo em seguida retirada a casca com a utilização de um alicate especial ou canivete. A pressão exercida pela prensa deve ocorrer sobre a quina principal da semente. Se forem verificadas dificuldades no trincamento e retirada da casca, recomenda-se prolongar o tempo de imersão em água. No entanto, no caso de ser necessário mais de 24 horas de imersão deve-se renovar a água diariamente para evitar a fermentação Devido ao formato irregular, há uma grande porcentagem que se quebra, aproximadamente 10%, reduzindo seu valor comercial a apenas 60%do das castanhas perfeitas. A utilização dessa quantidade, bem como parte da produção na forma de subprodutos, é alternativa para o aproveitamento dessa matéria-prima de alto valor agroindustrial. O armazenamento e a conservação da castanha-do-Brasil constituem os problemas mais importantes para sua comercialização. O processo de beneficiamento também consiste na produção de castanha desidratada e descascada, com dois estágios principais descritos nas figuras 9 e 10.

Estágio 1

Armazenagem

Gangorra

Esteira seletora

Estocagem

Figura 9 – Fluxograma do estágio 1 do processo de produção da castanha-do-Brasil descascada e desidratada. Fonte: Souza, 2006.

No estágio 1 as castanhas são armazenadas, passam pelas etapas de desidratação, onde são colocadas em um secador movido a lenha por 8 a 12 horas, e pela seleção, onde as

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melhores sementes são estocadas para a venda ou continuam no processo de descascamento.

Estágio 2

Autoclave (cozimento) em caldeira

Quebra das cascas

Seleção ⇒ ⇒ Castanhas menores e quebradas

⇓ ⇓

Amêndoas maiores e inteiras Produção de óleo

Estufa para secagem

Embalagem a vácuo

Figura 10 – Fluxograma do estágio 2 do processo de produção da castanha-do-Brasil descascada e desidratada. Fonte: Souza, 2006.

A partir do estágio 2 procede-se ao descascamento das castanhas que já passaram pelo processo descrito no estágio 1. As sementes são colocadas em uma autoclave (caldeira de desinfecção por meio do vapor a alta pressão e temperatura) para cozimento, o que propicia que sua casca fique mais macia facilitando a quebra. A seguir procede-se à quebra e retirada da casca – uma pessoa quebra, em média, 50kg/dia de castanhas (Vilhena, 2004) - e depois à seleção das sementes tendo por critério o tamanho, separando-se as quebradas das inteiras. As amêndoas menores e quebradas vão para a produção de óleo enquanto as maiores e inteiras são secadas em uma estufa a 60%C, por 36 horas e a seguir embaladas a vácuo para comercialização (Vilhena, 2004). 11. Armazenamento e transporte O armazenamento e a conservação da castanha-do-Brasil constituem os problemas mais importantes para o produtor. As sementes da castanha-do-Brasil, sob condições naturais, tem período de viabilidade bastante curto e devem ser semeadas imediatamente após a colheita e o beneficiamento. Por terem comportamento recalcitrante, não suportam a secagem e perdem a viabilidade quando o teor de umidade é reduzido. Fiqueiredo et al., (1990a), ao estudarem métodos adequados de armazenamento com e sem o tegumento, por um período de 270 dias, concluíram que as sementes com o tegumento (casca) resistiram mais ao armazenamento. Estes resultados evidenciaram a importância da manutenção do pericarpo na preservação das sementes mesmo para curtos períodos de tempo, pois o mesmo funciona como uma barreira contra a perda excessiva de umidade, garantindo a capacidade de emergência das sementes. As sementes, acondicionadas em sacos de polipropileno, mantém maior teor de umidade do que as de saco de aniagem, devido a sua baixa permeabilidade que limita as trocas gasosas com o ambiente.

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Ainda segundo Fiqueiredo et al. (1990a), a porcentagem de sementes deterioradas aumenta de forma bastante expressiva no decorrer do período de armazenamento e o tratamento das sementes com pentacloro benzeno 75, antes do armazenamento, não foi capaz de impedir a ocorrência de microorganismos. Mesmo quando conservadas sob condições controladas, as sementes não devem ser armazenadas por um período superior a 90 dias. As sementes de castanha-do-Brasil perdem cerca de 20% na porcentagem de emergência quando mantidas por períodos de até 48 horas em câmara controlada com 50 ± 5% de umidade relativa e 12º C ± 2º C de temperatura. A redução do teor de umidade provoca danos à qualidade fisiológica das sementes com reflexos sobre a emergência das plântulas. As sementes de castanha-do-Brasil, por terem comportamento recalcitrante não devem ser secas a níveis inferiores a 14%, quando destinadas à produção de mudas (Figueiredo et al.,1990b). A CONAB, em norma específica sobre o armazenamento/acondicionamento de castanhas-do-Brasil orienta que: a) castanha-do-brasil com casca: armazenagem a granel, do produto limpo, seco, ventilado

e protegido contra poeira. Quando do seu recebimento no depósito, o produto deverá ser medido, procedendo-se à "bateção" do paneiro no hectolitro, para melhor acomodá-lo no recipiente e obter medida mais precisa;

b) castanha-do-brasil beneficiada (amêndoa): em latas, tipo exportação, ou em sacos

plásticos, ambos com capacidade para quinze quilos, submetidos a uma injeção de nitrogênio (N) ou gás carbônico (CO2), hermeticamente fechados e embalados em caixas de papelão, com capacidade para duas unidades (trinta quilos líquidos/caixa). As caixas de papelão que embalam as latas ou os sacos plásticos deverão ter a marca comercial, classe, safra e os pesos líquido e bruto, e ser agrupadas por classe, com a face legendada voltada para a parte externa das pilhas. Observar ainda:

b.1) não se admite, sobre o lastro, superposição superior a quatro caixas; b.2) não serão admitidas, na mesma embalagem, latas ou sacos plásticos contendo

produtos de diferentes classes e safras; b.3) não caberá adiantamento (EGF) correspondente à embalagem; b.4) o beneficiário deverá preencher declaração de que cumpriu a exigência com relação

à injeção de nitrogênio (N) ou gás carbônico (CO2) nas embalagens; b.5) em cada EGF, o limite máximo admitido na participação da quantidade total do

produto, é de 7% de amêndoas feridas (chipped) e 11% de amêndoas quebradas (broken), não sendo permitidos lotes isolados de amêndoas das classes "chipped e "broken".

No caso de armazenagem antes de seguir para a beneficiadora, a castanha deve ser armazenada em armazéns ou galpões que podem ser construídos com diferentes materiais, mas devem obedecer às seguintes condições: aeração adequada, proteção contra chuva e roedores, empilhamento do material sobre estrados e sem contato direto com o solo, espaçamento adequado entre as pilhas e destas em relação às paredes, permitindo boa ventilação do produto, identificar cargas/lotes/partidas de diferentes locais e não misturá-las entre si.

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Observar ainda, que os sacos devem estar empilhados acima do nível do assoalho e com espaços entre si, para permitir boa aeração e fácil movimentação do produto. Não se deve misturar castanhas mais secas com castanhas mais úmidas. As castanhas armazenadas a granel devem ser dispostas em jiraus, em camadas de até 15 cm de espessura, para boa aeração do produto. As castanhas já ensacadas devem ser transportadas em veículos limpos, separadas de outras mercadorias. Os sacos devem ser empilhados sobre estrados, para evitar seu contato com o piso e excesso de umidade, e protegidos contra chuva. É importante que o produtor tenha em mente que a castanha manejada e bem armazenada permite que se programe a comercialização para períodos de preços melhores. 12. Comercialização No Brasil, o comércio da castanha data do século dezessete e ao longo destes anos sempre fomos os maiores exportadores mundiais com cerca de 80% da produção. No entanto, apesar de ser uma espécie protegida por lei, a derrubada dos castanhais aliada a desvantagens competitivas em relação à Bolívia e o Peru fizeram com que a produção nacional declinasse ao mesmo tempo em que investimentos e incentivos fiscais na Bolívia tornaram este país lider no mercado internacional. Atualmente, a Bolívia é responsável por 50% da produção mundial, contra 37% do Brasil e 13% do Peru. Produzir castanha-do-Brasil com qualidade é o grande desafio das comunidades extrativistas na Amazônia que comercializam cerca de 25 mil toneladas por ano. O sistema tradicional de coleta e pós-colheita impera e a resistência à adoção de novas práticas ainda é grande. Como resultado têm-se ainda problemas de contaminação da amêndoa que leva à perda da qualidade do produto e a barreiras comerciais, principalmente no mercado externo. O consumo desta amêndoa no mercado interno é muito pequeno estimando-se que seja apenas 1% da sua produção. Uma boa parte, geralmente extrativista, é exportada in natura, principalmente para os países da Europa (Alemanha, Reino Unido e Itália) e América do Norte (Estados Unidos). Os derivados como a farinha, o óleo e a torta não têm preço fixo, não apresentando produção significativa. Essa amêndoa ocupa um lugar de destaque na pauta de exportações dos produtos da floresta. A exportação brasileira de castanha corresponde, em média, a 40 mil toneladas por ano. Trata-se de um produto com grande aceitação no mercado e que gera lucro no mercado nacional e internacional desde 1911, sem qualquer subsídio governamental, inclusive durante épocas bastante desfavoráveis para exportação. O Brasil, até 1990, com uma produção de 51.000t, ocupou posição de liderança no mercado mundial, com 80% do comércio internacional. Atualmente, com a redução da produção brasileira para cerca de 30.000 toneladas, a Bolívia passou a ser o maior exportador mundial, com volume da ordem de 50.000 toneladas anuais. A produção brasileira de castanha está distribuída entre os Estados do Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Roraima e Mato Grosso, sendo que os três primeiros respondem por mais de 80% do volume produzido. Dentre os fatores que determinaram a perda da posição desta liderança estão a redução dos castanhais produtivos; a deficiências na cadeia produtiva, em especial nas logísticas de transporte e de armazenamento; a ausência de políticas e de programas de incentivo à produção, de apoio direto à comercialização e de sustentação de renda ao extrativista; a

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dificuldades de atendimento às exigências fitossanitárias para exportação, especialmente quanto aos limites de tolerância para presença de aflatoxina (até 30 ppb no Brasil e até 04 ppb nos EUA e Europa). A comercialização ocorre por meio da venda direta ao marreteiro (comprador ligado a indústrias ou a exportadores) como também por intermédio de cooperativas e associações. Poucos são os dados sobre preço da madeira da castanha-do-Brasil, devido à proibição de corte de exemplares nativos, mas através de notícias veiculadas sobre apreensão de madeira no Pará, constatou-se que a castanheira está vendida por trezentos e cinqüenta reais o metro cúbico. 13. Situação do mercado brasileiro O Brasil ainda não consegue atender aos padrões europeus de aflatoxina, as exportações estão mais voltadas para os Estados Unidos, que beneficiam o produto e depois vendem para a Europa. O mercado norte-americano é hoje o segundo maior exportador mundial de castanha. A intenção do Brasil é fornecer diretamente para a UE, que paga um preço melhor pelo produto, e conquistar novos mercados. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Associação Brasileira de Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) firmaram, em 2006, convênio que visa capacitar extrativistas da cadeia produtiva da castanha-do-brasil nos estados da Região Norte. Segundo a diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Mapa, Angela Peres, a capacitação dos extrativistas tem como objetivo melhorar a qualidade do produto a ser disponibilizado para o mercado interno e também para o mercado externo, especialmente a União Européia. De acordo com a diretora, a UE é bastante exigente no que se refere aos padrões higiênico-sanitários da castanha, principalmente em função da aflatoxina, toxina causada pelo fungo Aspergillus flavus. Angela Peres explica que para fornecer castanha para o mercado europeu o Brasil deve se adequar às exigências quanto aos padrões de aflatoxina. O fungo que provoca a aflatoxina é originário do solo e se armazena nas sacas e porões dos navios. "A castanha não é colhida no pé, ou seja, o extrativista espera a fruta cair no solo para recolher. Por isso, o problema ocorre na armazenagem do produto", esclareceu a técnica. Ao capacitar os extrativistas, a expectativa do Mapa é de que haja uma queda na contaminação. Além do fator econômico, a diretora do Dipov destaca o benefício social do convênio entre o Mapa e a Asbraer, com melhoria das condições de trabalho e mais renda para o setor. O projeto deve beneficiar 1.750 extrativistas de castanha-do-brasil em sete estados. A parceria prevê a capacitação de técnicos multiplicadores das associadas da Asbraer e do Mapa em manejo florestal e boas práticas na extração do produto e transferência da metodologia para os extrativistas. Além disso, será realizado um diagnóstico da situação atual e pós-capacitação dos índices de contaminação da castanha-do-brasil nos estados, por meio de exames laboratoriais. Também haverá orientação sobre o controle da contaminação por micotoxinas - um dos principais fatores que limitam o mercado externo.

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Conclusões e recomendações A visita a viveiros e projetos de plantio é fundamental para quem pretende iniciar um plantio. Quando da aquisição de sementes, os produtores devem ter o cuidado de observar se são oriundas de árvores sadias e de alta produtividade. Informações sobre a cadeia produtiva da castanha-do-brasil no estado de Mato Grosso poderá ser obtido no link <http://www.cbc.ufms.br/tedesimplificado/tde_arquivos/7/TDE-2007-04-02T121824Z-124/Publico/Ivonete%20DEA.pdf>. A consulta às referências bibliográficas relacionadas abaixo são importantes, pois a maioria refere-se a trabalhos técnicos e darão maiores subsídios a questões específicas. É também imprescindível que seja observada a legislação sobre toda a cadeia produtiva da castanha-do-Brasil. Referências CAMPOS, M. A. P. Fibra: A fração alimentar que desafia os estudiosos. Alim. Nutr., São Paulo, n. 2, p. 53–63. 1990. CENTRO de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia – CPAFRO – Bases de Dados - Versão Eletrônica - Dez/2004. Silvicultura de espécies florestais em Rondônia: Castanha-do-Brasil. Disponível em: <http://www.cpafro.embrapa.br/embrapa/bases/castanha.htm>. Acesso em: 04 out. 2007. CLAY, J.W; SAMPAIO, P.T.B.; CLEMENT, C.R. Biodiversidade amazônica. Exemplos e estratégias de utilização. Manaus: INPA, 2000. 409 p. CLEMENT, C. R. Brazil nut. Disponível em: <http://www.fao.org/docrep/v0784e/v0784e0k.htm>. Acesso em: 05 out. 2007. CONAB. Normas específicas de castanha-do-brasil – Safra 2004. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/conabweb/download/moc/titulos/T66s2004.pdf>. Acesso em: 14 out. 2007. CLUBE da Semente do Brasil – Árvores: castanha-do-Pará. Disponível em: <http://www.clubedasemente.org.br/castanha.html>. Acesso em: 04 out. 2007. DINIZ, T. D. de A . Sá; BASTOS, T. X. Contribuição ao clima típico da Castanha do Brasil. Boletim Técnico do IPEAN 64: p. 59-71. 1974. DREW, N. FUJIWARA, l. Projeto Castanha-do-brasil. Disponível em: <http://inovando.fgvsp.br/conteudo/documentos/20experiencias2001/3%20-%20projeto%20castanha.pdf>. Acesso em: 24 set. 2007. EMBRAPA Rondônia. Cultivo da Castanha-do-Brasil em Rondônia. Sistemas de Produção 7. Versão eletrônica. 2005. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Castanha/CultivodaCastanhadoBrasilRO/index.htm>. Acesso em: 04 out. 2007. FIGUEIREDO, F.J.C.et al. Armazenamento de sementes de castanha-do-brasil sob

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condições controladas. Belém: Embrapa CPATU, 1990b, 22p. (Embrapa CPATU, Boletim de Pesquisa, 110) FIGUEIREDO, F.J.C.et al. Armazenamento de sementes de castanha-do-brasil sob condições não controladas. Belém: Embrapa CPATU, 1990a, 36 p. (Embrapa CPATU, Boletim de Pesquisa, 106). HOMMA, A.K.O. et al. As razões econômicas da destruição de um recurso natural: O caso de castanhais no sudeste paraense. In: CONGRESSO MUNDIAL DE SOCIOLOGIA RURAL,10, 2000. Anais... Rio de janeiro, 2000 p.1-15. INSTITUTO de Divulgação da Amazônia. Projeto Uirá. Fases do manejo da castanha-do-pará. Disponível em: <http://www.idamazon.com.br/projetos/projetouira.html>. Acesso em: 03 out. 2007. KUROZAWA, K. Castanha-do Pará. Disponível em: <http://globoruraltv.globo.com/GRural/0,27062,LTP0-4373,00.html>. Acesso em: 20 set. 2007. LOCATELLI, M. et al. Plantio de castanha-do-Brasil: uma opção para reflorestamento em Rondônia. Porto Velho: EMBRAPA:CPAF-Rondônia, 2002. (Recomendações Técnicas,60). LOCATELLI, M. et al. Características de solo sob cultivo de castanheira (Bertholletia excelsa H.B.K.) em Porto Velho, Rondônia, Brasil. Primeira Versão, Porto Velho, n. 168, p. 1-8, 2003. LOCATELLI, M. et al. Castanha-do-Brasil - alguns aspectos silviculturais. Disponível em: <http://www.cpafro.embrapa.br/embrapa/Artigos/artigocastanhainternetword.htm>. Acesso em: 02 out. 2007. MORI, S.A.; PRANCE, G,T. Taxonomy, Ecology and economic botany of the brazil nut (Bertholletia excelsa, Humb & Bonpl: Lecythidaceae). In: PRANCE, G.T.; BALICK, M.J. New directions in the study of plants and people. Advances in economic botany, New york: The New York Botanical Garden, v.8, p.130-150, 1990. MULLER, C.H.; CALZAVARA, B.B.G. Castanha-do-Brasil. Recomendações Básicas 11. Embrapa , Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Úmido, 1989. 6p. PROGRAMA de promoção das exportações das frutas brasilieras e derivados. Disponível em:<http://brazilianfruit.org/indique_informativo/envia_indicacao_noticia_especifica.asp?tb_clipping_codigo=1033>. Acesso em: 13 out. 2007. SOUZA, I. F. de. Cadeia produtiva de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa) no estado de Mato Grosso. 2006. Dissertação (Mestrado em Agronegócios). Disponível em: <http://www.cbc.ufms.br/tedesimplificado/tde_arquivos/7/TDE-2007-04-02T121824Z-124/Publico/Ivonete%20DEA.pdf>. Acesso em: 08 out. 2007. SOUZA, M.H. Substituição da madeira de castanheira (Bertholletia excelsa H.B.K). Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2002, 13 p. SOUZA, M. L. de; MENEZES, H. C. de. Processamento de amêndoa e torta de castanha-do Brasil e farinha de mandioca: parâmetros de qualidade. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, v. 24, n. 1, p. 120-128. 2004.

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Anexo III - regulamento técnico referente às medidas básicas de higiene e manejo para a castanha do brasil na cadeia produtiva <http://www.agricultura.gov.br/pls/portal/docs/PAGE/MAPA/LEGISLACAO/PUBLICACOES_DOU/PUBLICACOES_DOU_2006/PUBLICACOES_DOU_JUNHO_2006/DO1_2006_06_16-MAPA_MAPA.PDF>. Anexo 2 - Fornecedores (Acessos em 08 outubro de 2007) Clube da Semente do Brasil (distribui sementes gratuitamente) www.clubedasemente.org.br Metalúrgica COBICA Ltda. – Equipamentos para quebra e secagem de castanhas-do-Brasil. http://www.mecol.com.br/index.htm ITAMETAL - Fornecedora de equipamentos para processamento de frutas. http://www.itametal,com.br Máquinas e equipamentos para beneficiamento de frutos tropicais e castanhas. http://www.incomap.com.br/ Ouro Verde Agroflorestal –fornece castanha torrada, azeite, creme e granulado de castanha-do-Brasil. http://www.ouroverdeagro.com.br/ Anexo 3 - Links relacionados Unidades da Embrapa. http://www.embrapa.br/ Agência de Desenvolvimento da Amazônia - ADA http://www.ada.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=39&Itemid=53 Nome do técnico responsável Nilva Chaves Nome da Instituição do SBRT responsável Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília – CDT/UnB Data de finalização 15 de out. 2007