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DOSSIER DURABILIDADE NOS MATERIAIS

E NAS OBRAS

artigo Técnicoentrevistas

produtos

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Durabilidade nos Materiais e nas Obras: um Sistema Pericial para Rebocos

1. DURABILIDADE NOS MATERIAIS E NAS OBRAS

No contexto do desenvolvimento e construção sustentáveis,

uma das formas mais eficazes de tirar partido do património

construído e a construir é aumentar a durabilidade dos mate-

riais, elementos construtivos e edifícios.

De facto, ao aumentar a vida útil de uma infraestrutura e con-

sequentemente reduzir a frequência com que os recursos uti-

lizados na execução da mesma são substituídos, está-se a

contribuir para uma desaceleração da taxa de consumo de

recursos naturais, muitos dos quais não renováveis. O con-

teúdo energético desses mesmos materiais e da sua manu-

factura / montagem é também, dessa forma, rentabilizado de

uma forma mais eficaz.

Apesar de estes conceitos serem razoavelmente percepcio-

nados, a sua aplicação prática nem sempre é simples. O

acompanhamento da taxa de degradação dos materiais e da

sua funcionalidade ao longo do tempo, que em última análise

vai indicar quando devem ser mantidos, reparados ou substi-

tuídos, é geralmente feito de uma forma casuística e com cri-

térios pouco objectivos.

Durabilidade

Jorge de Brito, Professor Catedrático, Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa

João Sá, Mestre em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico

Gonçalo Sá, Mestre em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico

Daí resultam decisões que por vezes serão extemporâneas mas mais

geralmente serão diferidas no tempo, com diversos impactes em termos

de conforto e de impacte energético e até mesmo social.

Pretende-se neste artigo apresentar uma visão sistémica de resolução

dos problemas associados à limitada durabilidade dos materiais e siste-

mas construtivos. Os principais objectivos são tornar objectivas a per-

cepção da realidade e as decisões consequentes e racionalizar os gas-

tos associados à inspecção, manutenção, reparação e substituição des-

ses elementos. Como objecto de estudo, são utilizados os rebocos que

são o revestimento de paredes mais utilizado em Portugal.

O sistema de inspecção e diagnóstico de rebocos em paredes aqui apre-

sentado compreende um sistema de classificação das anomalias, das

causas mais prováveis, dos métodos de diagnóstico e das técnicas de

reparação e manutenção aplicáveis às diversas anomalias. Para auxiliar

o sistema de inspecção e diagnóstico de rebocos em paredes, foi criado

um conjunto de matrizes de correlação e fichas normalizadas de ano-

malias, métodos de diagnóstico e técnicas de reparação.

O sistema foi validado através de uma campanha de inspecções nor-

malizadas a 55 edifícios, totalizando 150 revestimentos (100 exteriores e

50 interiores).

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2. ANÁLISE DA PATOLOGIA DE REBOCOS

O sistema classificativo das anomalias tem como critério de base

o seu aspecto visual. O principal objectivo é a fácil e correcta

identificação das anomalias aquando da realização de inspec-

ções e assegurar que o sistema classificativo seja inequívoco. As

anomalias encontram-se agrupadas em três grupos: anomalias

estéticas (A-E), anomalias associadas à humidade (A-H) e ano-

malias de origem mecânica (A-M) (Quadro 1).

As anomalias estéticas (A-E) são as que, não pondo directamen-

te em causa a integridade do reboco, afectam o seu aspecto

estético influenciando fortemente a sua qualidade visual. As ano-

malias associadas à humidade (A-H) são aquelas que, directa ou

indirectamente, estão ligadas à presença de água / humidade na

superfície ou no interior do reboco. Estas anomalias afectam,

para além do aspecto estético, a integridade do reboco e são

encaradas com maior preocupação nos revestimentos interiores

onde as condições de evaporação e secagem são menos favo-

ráveis.

As anomalias de origem mecânica (A-M) são aquelas que lhes

têm associada a existência de forças ou esforços que levam à

degradação do reboco através da destruição física das ligações

entre as partículas que o constituem. A origem destas forças ou

esforços pode ser a mais variada, incluindo acções estáticas (ex.:

carregamentos), acções dinâmicas (ex.: pancadas ou choques),

deslocamentos impostos (ex.: assentamentos), entre outros.

C-C - Causas associadas a erros de concepção

A-E1 graffiti

A-E2 sujidade / depósitos de partículas

A-E3 manchas de corrosão

A-E4 alteração cromática / descolorações diversas

QUADRO 1: Sistema classificativo das anomalias de rebocos em paredes (Sá, 2011)

A-E - ANOMALIAS ESTÉTICAS

A-H1 infiltrações / manchas de humidade

A-H2 colonização biológica

A-H3 vegetação parasitária

A-H4 eflorescências / criptoflorescências

A-H5 carbonatação

A-H - ANOMALIAS ASSOCIADAS À HUMIDADE

A-M4 fissuração mapeada

A-M - ANOMALIAS DE ORIGEM MECÂNICA

A-M1 perda de aderência / destacamentos

A-M2 perda de coesão / desagregação

A-M3 fissuração linearA-M5 riscos / sulcos

QUADRO 2 - Sistema classificativo das causas associadas às anomalias de rebocos em paredes (Sá, 2011)

C-C1 deficiente aplicação dos regulamentos e documentos de homologaçãoC-C2 concepção incorrecta ou inexistência de pontos singulares C-C3 concepção incorrecta ou inexistência de sistemas de escoamento / drenagem de águas C-C4 concepção incorrecta ou inexistência de isolamento térmico na paredeC-C5 concepção incorrecta ou inexistência de sistemas de reforço contra acções mecânicasC-C6 especificação incorrecta dos produtos a aplicar

C-E - Causas associadas a erros de execução

C-E1 utilização de mão-de-obra inexperiente e não especializadaC-E2 não conformidade com as peças desenhadas e/ou caderno de encargosC-E3 utilização de ferramentas pouco limpas durante a construção (contaminação)C-E4 existência de sais solúveis na água e nos materiais utilizadosC-E5 dosagem inapropriada do traçoC-E6 excessivo teor de finosC-E7 excesso de água / humidade na construção (argamassa e/ou suporte)C-E8 corrosão de elementos metálicos (no interior ou à superfície do reboco)C-E9 suporte heterogéneoC-E10 deficiente preparação do suporte (limpeza, rugosidade, molhagem)C-E11 aplicação do reboco em condições atmosféricas desfavoráveisC-E12 espessura do reboco inadequadaC-E13 textura inadequada do rebocoC-E14 não acompanhamento do reboco no período de cura C-E15 reboco / pintura insuficientemente permeáveis ao vapor de águaC-E16 utilização de cores escuras em paramentos exteriores

C-M - Causas associadas ao meio ambiente envolvente

C-M1 existência de partículas de sujidade susceptíveis de serem transportadas C-M2 acção da radiação solar / temperaturaC-M3 acção do vento e/ou da chuvaC-M4 presença de água / vapor de águaC-M5 humidade relativa elevada (HR > 70%)C-M6 ventilação deficienteC-M7 iluminação natural / exposição solar reduzida ou inexistenteC-M8 envelhecimento natural

C-A - Causas associadas a acções mecânicas

C-A1 abrasãoC-A2 choques / pancadasC-A3 fissuração do suporte (propagação ao reboco)C-A4 retracção do suporteC-A5 retracção do rebocoC-A6 deslocamentos da estrutura (assentamentos e deformações)C-A7 concentração de tensões

C-U - Causas associadas à utilização e manutenção

C-U1 periodicidade inadequada de limpezas / lavagensC-U2 periodicidade inadequada de repinturaC-U3 acções de manutenção / pequena reparação deficientemente executadasC-U4 acções acidentais inerentes à ocupação, circulação e uso normais dos utentesC-U5 falha de equipamentos (canalizações, algerozes, caleiras, tubos de queda)C-U6 vandalismo

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Durabilidade

O sistema classificativo das causas associadas às anomalias

surge da necessidade de ter uma ferramenta que auxilie a toma-

da de decisão no que diz respeito ao modo mais correcto de

actuar no controlo e na reparação das mesmas.

O sistema classificativo para as causas das anomalias de rebo-

cos em paredes divide as causas em cinco categorias, usando

como critério a origem das causas das anomalias e seguindo

uma organização cronológica: causas associadas a erros de con-

cepção (C-C); causas associadas a erros de execução (C-E);

causas associadas ao meio ambiente envolvente (C-M); causas

associadas a acções mecânicas (C-A); causas associadas à uti-

lização e manutenção (C-U). No Quadro 2, encontra-se resumido

o sistema classificativo desenvolvido.

Após a elaboração do sistema classificativo das anomalias

(Quadro 1) e do sistema classificativo das causas associadas às

anomalias (Quadro 2), fica-se com dois conjuntos de informação

susceptíveis de serem relacionados entre si. Para proceder à cor-

relação destes conjuntos de informação, vai recorrer-se à elabo-

ração de matrizes de correlação.

Ao relacionar as anomalias com as possíveis causas de

ocorrência, através de uma matriz de correlação, é possí-

vel extrair um grau de correlação que indica qual a inten-

sidade com que cada uma das causas afecta cada uma

das anomalias ou, por outras palavras, qual a intensidade

com que cada anomalia é afectada / influenciada por cada

uma das causas.

Para cada anomalia, são identificadas, através de matri-

zes de correlação, as causas prováveis da sua ocorrência,

sendo cada uma delas classificada de acordo com um

número, que pode ser 0, 1 ou 2, de acordo com o grau de

correlação que possui com a anomalia: 0 - sem correlação

- não existe qualquer relação (directa ou indirecta) entre a

anomalia e a causa; 1 - pequena correlação - causa indi-

recta (primeira) da anomalia relacionada com o início do

processo de deterioração; causa secundária do processo

de deterioração não necessária para o seu desenvolvi-

mento; 2 - grande correlação - causa directa (próxima) da

anomalia, associada à fase final do processo de deterio-

ração; quando ocorre, constitui uma das razões principais

do processo de deterioração e é indispensável ao seu

desenvolvimento.

Da aplicação deste procedimento, resulta a matriz de cor-

relação anomalias - causas, cujas linhas correspondem às

anomalias em rebocos e cujas colunas correspondem às

causas prováveis dessas mesmas anomalias (Quadro 3).

As combinações produzidas inicialmente com base na

bibliografia pesquisada foram posteriormente calibradas

no decurso das inspecções efectuadas com vista à vali-

dação do sistema proposto, encontrando-se destacadas a

branco as combinações que sofreram alteração.

Uma anomalia pode ocorrer numa área localizada ou em

toda a extensão do paramento. Além disso, esta anomalia

pode ocorrer isoladamente ou estar associada à ocorrên-

cia de outras anomalias. Neste sentido, a correlação das

anomalias tem como base o estabelecimento de um índi-

ce de correlação entre anomalias, com o objectivo de

determinar probabilidades de ocorrências de outras ano-

malias quando uma delas se manifesta. Este índice é obti-

do com base na matriz de correlação anomalias - causas

(Quadro 3) e estima a probabilidade da anomalia j (coluna

j) ocorrer quando a anomalia i (linha i) ocorre.

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No Quadro 4, apresenta-se a matriz de correlação

inter-anomalias sob a forma de percenta-gens. As

entradas a branco assinalam as alterações que

resultaram da campanha de inspecções e dos

resultados obtidos durante a validação do siste-

ma.

A informação relativa a cada anomalia é compila-

da de forma resumida em fichas de anomalia indi-

viduais. Cada ficha contém os seguintes campos:

cabeçalho com a designação e o nome da ano-

malia, segundo o Quadro 1; apresentação de uma

fotografia representativa de um caso real onde a

anomalia foi identificada; descrição sumária das

manifestações patológicas características da ano-

malia; causas prováveis da ocorrência da anoma-

lia (de acordo com a matriz de correlação anoma-

lias - causas prováveis, Quadro 3) sendo estas

identificadas por uma descrição sumária e pela

designação em código de acordo com o Quadro 2

e estando as causas directas sublinhadas; conse-

quências possíveis da anomalia, em função do

tipo de aplicação, as quais podem constituir por si

só outras anomalias; aspectos a inspeccionar

(características relacionadas com a anomalia

detectada que podem vir a ter interesse no diag-

nóstico da mesma ou constituir por si mesmas

novas anomalias); ensaios a realizar in situ,segundo o Quadro 6 (de forma a caracterizar a

anomalia em termos de extensão, gravidade e

estado de evolução e de acordo com a matriz de

correlação anomalias - métodos de diagnóstico

apresentada no Quadro 7, estando os métodos de

grande relação com as anomalias a sublinhado);

parâmetros de classificação (os quais podem ser

resultantes dos ensaios efectuados e permitem

aferir o nível de gravidade da anomalia) e, por fim,

o nível de gravidade / urgência da intervenção (0

- necessidade de intervenção imediata - até seis

meses; 1 - necessidade de intervenção a médio

prazo - até um ano; 2 - necessidade de monitori-

zar a evolução da anomalia, em particular na pró-

xima inspecção).

QUADRO 3 - de correlação anomalias - causas de rebocos em paredes (Sá, 2011)

QUADRO 4 - Matriz de correlação percentual inter-anomalias de rebocos em paredes (Sá, 2011)

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Pinturas ou marcas na superfície da parede, devidas adiversas tintas e marcadores, que são absorvidas devidoà porosidade do reboco

QUADRO 5 - Ficha de anomalia A-E1 - graffiti (Sá, 2011)

Durabilidade

DESIGNAÇÃO:

DESCRIÇÃO:

CAUSAS PROVÁVEIS:

Apresenta-se no Quadro 5, um exemplo de uma ficha de anomalia,

relativo à anomalia A-E1 (graffiti).

Graffiti

- Periodicidade inadequada de limpezas / lavagens (C-U1)- Periodicidade inadequada de repintura (C-U2)- Vandalismo (C-U6)

CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS:

- Aspecto estético afectado- Degradação da qualidade visual do revestimento

ASPECTOS A INSPECCIONAR:

- Proximidade de escolas ou locais de aglomeração de jovens (S / N)- Facilidade de acesso ao local (nível do solo / local elevado)- Tipo de graffiti (tinta / spray / marcadores)- Percentagem de área afectada: (…) %

ENSAIOS A REALIZAR:

- Inspecção visual e exame macroscópico (D-I1)

PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO:

- Valor estético das áreas afectadas (A-alto / M-médio / B-baixo)- Condições para que o fenómeno se repita (S / N)- Percentagem de área afectada: (…) %

NÍVEL DE GRAVIDADE / URGÊNCIA DE INTERVENÇÃO:

0 - Estética do edifício gravemente afectada; ou elevada probabilidade de o fenómeno se repetir e percentagem de área afectada superior a 20%

1 - Restantes casos

3. INSPECÇÃO E DIAGNÓSTICO DE REBOCOS

Os métodos de diagnóstico podem ser classificados em destruti-

vos e não destrutivos, sendo que se entende por destrutivos

aqueles que implicam causar qualquer tipo de dano ao revesti-

mento. Deve-se privilegiar sempre os ensaios não destrutivos (e

quanto menos invasivos melhor) a fim de evitar a destruição

excessiva de elementos que se pretende preservar.

O sistema classificativo desenvolvido agrupa os métodos de

diagnóstico em nove categorias: diagnóstico inicial (D-I); dia-

gnóstico de humidade (D-H); diagnóstico de permeabilidade (D-

P); diagnóstico de sais (D-S); diagnóstico de fissuras (D-F); dia-

gnóstico de resistências (D-R); diagnóstico de aderência (D-A);

diagnóstico de descontinuidades e anomalias não visíveis (D-D);

detecção de elementos metálicos (D-M) (Quadro 6).

A matriz de correlação anomalias - métodos de diagnóstico

(Quadro 7) permite, após a detecção ou a suspeita de existência

de determinada anomalia, seleccionar os métodos de diagnóstico

que melhor se adequam à sua correcta identificação e caracteri-

zação.

Cada combinação (intersecção de cada linha, representando uma

anomalia, com cada coluna, representando um método de dia-

gnóstico) é classificada, de acordo com o grau de correlação,

com um número: 0 - sem correlação (não existe qualquer relação

entre a anomalia e o método de diagnóstico); 1 - pequena corre-

lação (método de diagnóstico adequado à caracterização de

determinada anomalia, embora possua limitações, em termos de

execução técnica ou de custo, que reduzem o espectro da sua

aplicabilidade); 2 - grande correlação (método de diagnóstico ade-

quado à caracterização de determinada anomalia, cuja execução é

de exigência técnica mínima e cujo equipamento necessário é

acessível, tornando o respectivo âmbito de aplicação abrangen-

te).

As combinações produzidas inicialmente com base na bibliogra-

fia pesquisada foram posteriormente calibradas no decurso das

inspecções efectuadas com vista à validação do sistema propos-

to, encontrando-se destacadas a branco as combinações que

sofreram alteração.

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D-F1 comparador de fissuras (não destrutivo)

D-F2 medidor óptico de fissuras (não destrutivo)

A classificação e caracterização dos métodos de diagnóstico

permitiram a constituição das fichas individuais para os

ensaios / métodos de diagnóstico de rebocos em paredes.

Estas fichas contemplam os seguintes campos: número da

ficha de ensaio; figura ilustrativa; tipo de ensaio (destrutivo /

não destrutivo); objectivos do ensaio; equipamento necessá-

rio; descrição do método; vantagens; limitações.

O Quadro 8 apresenta um exemplo de uma ficha de ensaio de

um método de diagnóstico, referente ao ensaio D-I1 (inspec-

ção visual e exame macroscópico).

QUADRO 6 - Sistema classificativo dos métodos de diagnóstico derebocos em paredes (Sá, 2011)

QUADRO 7 - Matriz de correlação anomalias - métodos de diagnóstcode rebocos em paredes (Sá, 2011)

D-I1 inspecção visual e exame macroscópico (não destrutivo)

D-I - DIAGNÓSTICO INICIAL

D-H - DIAGNÓSTICO DE HUMIDADE

D-H1 termómetro (não destrutivo)

D-H2 higrómetro (não destrutivo)

D-H3 humidímetro (não destrutivo)

D-H4 speedy moisture tester (destrutivo)

D-P1 tubo de Karsten (não destrutivo)

D-P - DIAGNÓSTICO DE PERMEABILIDADE

D-S - DIAGNÓSTICO DE SAIS

D-S1 tiras colorimétricas (não destrutivo)

D-S2 análise titrimétrica (não destrutivo)

D-S3 análise colorimétrica (não destrutivo)

D-S4 indicador de fenolfetaleína (não destrutivo)

D-F - DIAGNÓSTICO DE FISSURAS

D-F3 testemunhos (não destrutivo)

D-F4 fissurómetro (não destrutivo)

D-R1 ensaio de choque de esfera (destrutivo)

D-R2 ensaio de quadriculagem (destrutivo)

D-R3 ensaio de riscagem (destrutivo)

D-R4 ensaio de abrasão (destrutivo)

D-R - DIAGNÓSTICO DE RESISTÊNCIAS

D-R5 esclerometria pendular (destrutivo)

D-R6 microperfuração (destrutivo)

D-R7 penetração controlada (não destrutivo)

D-A1 ensaio de arrancamento por tracção (pull-off) (destrutivo)

D-A - DIAGNÓSTICO DE ADERÊNCIA

D-D1 ensaio ultra-sónico (não destrutivo)

D-D2 ensaio de percussão (não destrutivo)

D-D3 termografia de infravermelhos (não destrutivo)

D-D - DIAGNÓSTICO DE DESCONTINUIDADES

E ANOMALIAS NÃO VISÍVEIS

D-M1 magnetometria (não destrutivo)

D-M - DETECÇÃO DE ELEMENTOS METÁLICOS

QUADRO 8 - Ficha de ensaio D-I1 - inspecção visual e examemacroscópico (Sá, 2011)

DESIGNAÇÃO:

Inspecção visual e exame macroscópico

EQUIPAMENTO NECESSÁRIO:

Lupas, binóculos, espátulas, escovas, hastes extensíveis com espelho, bússola, nível, régua, fio-de-prumo, fita métrica, inclinómetros e deflectómetros

DESCRIÇÃO DO MÉTODO:

1 - Observação das superfícies a analisar; 2 - Utilização de meiosauxiliares à visão como lupas e binóculos; 3 - Inspecção da superfí-cie recorrendo ao tacto / palpação, escovas, espátulas; 4 - Utilizaçãode bússola, nível, régua, fita métrica, fio-de-prumo, inclinómetro edeflectómetros para recolher alguma informação qualitativa que sus-tente a observação visual; 5 - Utilização de hastes extensíveis comespelho para inspeccionar locais menos acessíveis

VANTAGENS:

- Método expedito- Rápido e pouco oneroso- Aplicável no diagnóstico de qualquer anomalia que se

desenvolva na superfície do paramento

LIMITAÇÕES:

- Muito subjectivo- Dependente da opinião, da experiência e da qualificação do inspector- Fornece, regra geral, informação qualitativa- Inadequado à avaliação do estado das camadas mais profundas

do revestimento e do suporte

DESTRUTIVO (D) / NÃO

DESTRUTIVO (ND):

ND

OBJECTIVOS:

Diagnóstico inicial:- Identificação inicial das anomalias presentes no paramento,

das zonas mais afectadas, das causas prováveis e da extensão das anomalias

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R-B5 Criação de juntas de movimento de fissuras

Durabilidade

4. MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO DE

REBOCOS

O sistema de classificação inclui três tipos de técni-

cas: de reparação curativas (rc), de reparação pre-

ventiva (rp) e de manutenção (m). As primeiras elimi-

nam, reparam ou ocultam a anomalia, as técnicas de

reparação preventiva são intervenções que, embora

possam não tratar directamente a anomalia, são

necessárias para eliminar a sua causa e os trabalhos

de manutenção destinam-se à prevenção ou correc-

ção de ligeiras degradações das construções.

As técnicas de reparação propostas foram divididas

em quatro grupos: técnicas referentes a intervenções

exclusivamente na superfície do reboco (R-A

Superfície do reboco), técnicas que têm associados

baixos níveis de intrusão e afectam unicamente a

camada de acabamento (R-B Camada de acaba-

mento); técnicas de elevada intrusão, que implicam a

alteração ou reconstrução do revestimento (R-C

Sistema de revestimento) e técnicas respeitantes à

envolvente (R-D Envolvente) (Quadro 9).

A cada técnica de reparação corresponde uma ficha de reparação, na qual

consta uma descrição pormenorizada do processo. As técnicas de reparação

referidas apenas deverão ser implementadas após a eliminação das causas

das anomalias correspondentes. A matriz de correlação entre as anomalias e

as respectivas técnicas de reparação é apresentada no Quadro 10. Esta

matriz representa o grau de adequação de cada técnica de reparação a cada

anomalia.

Cada combinação pode conter os valores “0”, “1” ou “2”, conforme a relação

entre a técnica de reparação e a anomalia é, respectivamente, inexistente,

pequena ou grande. As combinações produzidas inicialmente com base na

bibliografia pesquisada foram posteriormente calibradas no decurso das ins-

pecções efectuadas com vista à validação do sistema proposto, encontrando-

-se assinaladas a branco as combinações que sofreram alteração (Quadro 10).

R-A SUPERFÍCIE DO REBOCO

R-A1 Limpeza

R-A2 Protecção de cantos salientesR-A3 Aplicação de protector de superfície

R-C SISTEMA DE REVESTIMENTO

R-C6 Aplicação de reboco com desempenho térmico melhorado

R-C7 Aplicação de reboco drenante ou de saneamento

R-B CAMADA DE ACABAMENTO

R-B1 Preenchimento / colmatação de fissuras

R-B3 Aplicação de novo acabamento sobre orevestimento existente

R-B2 Substituição integral / parcial domaterial de revestimento final (acaba-mento)

R-B4 Aplicação de barreira pára-vapor nos para-mentos interiores

R-C1 Substituição integral / parcialdo revestimento

R-C2 Aplicação de reboco armado

R-C3 Execução de reboco armado aderente com isolamento térmico(ETICS)

R-C4 Execução de reboco armado independente do suporte

R-C5 Aplicação de novo revestimento sobre o reboco existente

R-D ENVOLVENTE

R-D1 Correcção de disposiçõesconstrutivas geométricas

R-D2 Manutenção / remoção de elementosmetálicos corroídos

QUADRO 9 - Sistema classificativo de técnicas de reparação de rebocos emparedes (Sá, 2010)

QUADRO 10 - Matriz de correlação anomalias - técnicas de reparação de rebo-cos em paredes (Sá, 2010)

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Designação Criação de juntas de movimento de fissuras (rc) / (rp)

Elemento Reboco

Anomalias a Reparar A-H1 Infiltrações / manchas de humidade;A-M1 Perda de aderência / destacamentos;A-M2 Perda de coesão / desagregação;A-M3 Fissuração linear;A-M4.

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Estas fichas surgem da necessidade de esquematizar as diversas té-

cnicas de reparação (listadas no Quadro 9), compilando de forma sucin-

ta as principais informações a elas respeitantes. As fichas desenvolvidas

no decorrer desta dissertação contemplam as seguintes informações:

número da ficha de reparação (segundo a lista apresentada no Quadro

9); designação da técnica (segundo a lista apresentada no Quadro 9);

lista das principais anomalias para as quais a técnica é prescrita; foto-

grafia ou figura representativa da técnica em abordagem e apresentada

no canto superior direito da ficha; lista dos principais materiais interve-

nientes a aplicar no decorrer da execução da técnica; lista dos principais

equipamentos necessários à implementação da técnica de reparação;

QUADRO 11 - Ficha de reparação R - B.5 (criação de juntas de movimento de fissuras) (Sá, 2010)

FICHA DE REPARAÇÃO R-B5

MATERIAIS A APLICAR:

Banda de material elástico, espuma de polietileno ou de poliuretano de secção circular (empanque), mastique de poliuretano ou de polímeros especiais, materialde revestimento semelhante ao existente.

EQUIPAMENTO NECESSÁRIO:

Martelo, escopro, rebarbadora, pistola de ar comprimido, espátula, pistola pneumática ou manual e pincel ou rolo.

EXIGÊNCIAS DO SUPORTE:

A zona de intervenção deve encontrar-se limpa, seca e livre de partículas friáveis e detritos ou elementos contaminados que possam comprometer a aderênciados produtos a aplicar.

DESCRIÇÃO DA TÉCNICA DE INTERVENÇÃO:

As técnicas de reparação apenas deverão ser implementadas após a eliminação das causas das anomalias correspondentes.1 - Alargamento das fissuras a reparar, findo o qual estas devem apresentar preferencialmente uma secção em “V” com profundidade de 5 a 10 mm e largura entre 5 e25 mm; 2 - Limpeza e eliminação de todos os detritos ou elementos contaminados que possam comprometer a aderência dos produtos a aplicar; 3 - Aplicação de umabanda elástica sobre a fenda, a qual deverá ser fixada unicamente nos limites da fissura; 4 - Aplicação de um cordão de espuma de polietileno ou de poliuretano de sec-ção circular, usualmente denominado de empanque. Este cordão deverá ser aplicado de modo a que fique comprimido entre as faces laterais da fissura; 5 - Aplicaçãode um mastique de poliuretano ou de polímeros especiais, com recurso a uma espátula, uma pistola manual ou pneumática; 6 - Aplicação do revestimento que deveráser elástico e preferencialmente armado com rede e executado tendo em vista o acabamento estético desejado.

considerações sobre as exigências do suporte para que a aplicação da

técnica surta o efeito desejado; breve descrição da técnica de inter-

venção, contemplando as principais etapas da mesma; mão-de-obra

com respectiva especialização e prazo de execução estimado; previ-

são do custo unitário estimado; resultado expectável, em termos de

reparação das anomalias, eliminação das causas e melhoria do

desempenho; recomendações de carácter geral ou específico e cuida-

dos especiais referentes à implementação da técnica e limitações que

a técnica em causa apresenta. Apresenta-se no Quadro 11, um exem-

plo de ficha de reparação, relativo à técnica R-B5 (criação de juntas de

movimento de fissuras), a qual inclui os campos atrás referidos.

MÃO-DE-OBRA E PRAZO DE EXECUÇÃO ESTIMADO:

Criação de junta de movimento de fissuras - 1 pedreiro + 1 servente (0,12 a 0,14 m / h).

CUSTO ESTIMADO1:

Criação de junta de movimento de fissuras - 12 a 16 € / m2 consoante a marca e espessura dos materiais.

(1) Este valor deverá ser acrescido do custo associado à utilização do andaime, sempre que a situação assim o exija.

RECOMENDAÇÕES E CUIDADOS ESPECIAIS:

Fixar a banda elástica unicamente nos limites da fissura. Aplicar em fissuras não estabilizadas, de traçado regular e que não apresentem grandes variações deabertura.

LIMITAÇÕES:

Processo de execução relativamente complexo e susceptível de erros. Exige a criação de uma junta anteriormente inexistente, o que se reflecte ao nível estético.

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5. CONCLUSÃO

Este artigo apresenta uma proposta de sistema de inspec-

ção e diagnóstico de rebocos em paredes que foi criterio-

samente validado por intermédio de uma campanha de ins-

pecções. O seu principal objectivo é a constituição de uma

ferramenta de auxílio aos procedimentos de inspecções.

A abordagem adoptada permitiu listar as principais anoma-

lias, as causas mais prováveis, os métodos de diagnóstico,

bem como as técnicas de reparação, tendo sido estabele-

cida a correlação entre estes itens com o objectivo de sim-

plificar o trabalho dos técnicos em cam-po. A amostra

sobre a qual incidiram as inspecções (55 edifícios, totali-

zando 150 revesti-mentos dos quais 100 exteriores e 50

interiores) permitiu a calibração e validação consisten-te

dos sistemas de classificação e matrizes propostas.

Os dados referentes ao sistema desenvolvido encontram-

se resumidos de forma inequívoca em fichas de anomalias,

fichas de métodos de diagnóstico e fichas de reparação

que consti-tuem ferramentas fundamentais ao trabalho de

campo.

É na fase das inspecções que se chega à conclusão sobre o tipo, a

importância, a extensão e as causas das anomalias e consequente-

mente à definição da solução a implementar com vista à eliminação

das causas e reparação das anomalias.

O sistema proposto pode ser incluído numa estratégia de manuten-

ção pró-activa, pois demonstra ser robusto, confiável e apoiado por

um trabalho de validação estatisticamente significativo. A abordagem

sistemática utilizada na construção deste sistema de inspecção é

inovadora e pode ajudar o inspector, tornando o seu trabalho mais

objectivo e normalizando os procedimentos.

As anomalias de rebocos em paredes podem ser prevenidas / mini-

mizadas através de uma gestão adequada dos imóveis por intermé-

dio do desenvolvimento e implementação de planos de manutenção

pró-activa, que prevejam as seguintes vertentes: tecnologia (manu-

tenção adequada e soluções de reparação, incluindo materiais e téc-

nicas de execução), economia (minimizar custos de funcionamento)

e funcionalidade (uso adequado).

Por fim, constata-se a necessidade de desenvolver um software

específico que reúna as informações referentes aos diversos ele-

mentos de construção de forma a sistematizar todo o processo de

inspecções.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem o apoio do Instituto de Pesquisa do ICIST

(Instituto de Engenharia de Estruturas, Território e Construção), IST,

Universidade Técnica de Lisboa e da FCT (Fundação para a Ciência

e Tecnologia).

BIBLIOGRAFIA

Sá, G. - Tecnologia e reabilitação de rebocos em paredes,

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil, Instituto

Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2010.

Sá, J. - Sistema de inspecção e diagnóstico de rebocos em paredes,

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil, Instituto

Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2011.

Durabilidade

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50 /

Entrevista

No ano em que comemora vinte e cinco

anos de existência, a Construcer mantém o

seu percurso inovador baseado na investi-

gação e no desenvolvimento de produtos,

que solucionem as necessidades do actual

mercado da construção.

Construcer Ivo Quintas, Director Comercial

QUAL TEM SIDO O PERCURSO DA EMPRESA, TANTO A NÍVEL

ESTRUTURAL COMO DA GAMA DE PRODUTOS?

Fundada em 1986, por quatro empresários ligados

ao sector da cerâmica estrutural, a Construcer sur-

giu como resposta a um mercado cuja procura

crescia de forma sustentada. Em 1994, a empresa

investe no seu processo produtivo, automatizando

a sua linha de produção.

Já em 1999, fruto de uma natural evolução, quer ao

nível do mercado, quer ao nível da organização

interna, a Construcer passa a sociedade anónima.

Devido ao seu rigor, transparência, e desempenho

económico-financeiro, a Construcer obtém nos

anos de 2000 e 2001, o estatuto de PME Exce lên -

cia, atribuído pelo IAPMEI.

Em 2003, a Construcer muda de foco estratégico,

passando a apostar na investigação e no desenvol-

vimento de novos produtos com valor acrescenta-

do. Surge como resultado desta opção o Tecno -

tijolo®, um produto inovador com vantagens acres-

cidas, nomeadamente na redução de custos na

construção, melhoramentos técnicos no desempe-

nho das alvenarias e menor impacto ambiental.

Como reconhecimento da solidez financeira, desempenho económi-

co, capacidade de inovação e envolvimento, a Escola de Gestão do

Porto - Universidade do Porto e o banco Millennium BCP atribuíram a

distinção de “Cliente Aplauso” à Construcer nos anos de 2005 e 2008.

Em 2010, reforçando a sua opção estratégica na investigação e no

desenvolvimento de novas soluções, a Construcer, em parceria com

o Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro, desenvolveu o

TermoTecno®, um bloco térmico cerâmico com excelente eficiência

energética, especialmente concebido para a solução de isolamento

pelo exterior (ETICS).

É INDISCUTÍVEL A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DOS MATERIAIS NA CONSTRUÇÃO,

NÃO SÓ POR RAZÕES DE ESTRUTURA E DURABILIDADE, MAS TAMBÉM PELA

VERTENTE ESTÉTICA, TÃO OU MAIS VALORIZADA. NO SEU ENTENDER A VER-

TENTE ESTÉTICA PODE SOBREPOR-SE A QUESTÕES DE DURABILIDADE,

INFLUENCIANDO ASSIM A SELECÇÃO DE DETERMINADO PRODUTO?

Se falarmos de materiais estruturais, a questão “durabilidade” sobre-

põe-se à questão estética. Em materiais de acabamento e/ou decora-

tivos, pode eventualmente suceder o contrário.

O MOMENTO CONTURBADO QUE O PAÍS E, EM ESPECIAL, O SECTOR DA CONSTRU-

ÇÃO ATRAVESSAM EXIGE ESTRATÉGIAS DE DURABILIDADE E SUSTENTABILIDADE,

NÃO SÓ DO PONTO DE VISTA DO PRODUTO, MAS TAMBÉM ECONÓMICO E DE COM-

PETITIVIDADE. COMO SE PREPARAM PARA ENFRENTAR ESTA REALIDADE?

Ivo Quintas, Director Comercial, apresenta-

-nos o percurso da empresa, os produtos e

soluções actuais, bem como a posição da

Construcer face a questões prementes como

reabilitação, sustentabilidade e durabilidade.

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Apesar dos nossos produtos, o Tecnotijolo e o TermoTecno, pelas suas

características, poderem ter uma contribuição interessante na renovação e

reabilitação, não podemos de deixar de perceber que as alvenarias em

tijolo têm a sua maior participação em construção nova.

SENDO A REABILITAÇÃO O NOVO RUMO DO MERCADO DA CONSTRUÇÃO, COMO DEFI-

NE O GRAU DE COMPLEXIDADE DAS INTERVENÇÕES EM OBRA?

No nosso entender, a complexidade das intervenções em obra só se torna

um problema, quando há desconhecimento das características técnicas

dos novos produtos, bem como dos cuidados a seguir na sua aplicação em

obra. O caminho passa pela formação dos aplicadores, e por um acompa-

nhamento rigoroso por parte dos responsáveis.

DENTRO DA GAMA DE PRODUTOS QUE POSSUEM, QUAL AQUELE QUE ELEGE COMO

SENDO O QUE POSSUI MAIS E MELHORES CARACTERÍSTICAS DE DURABILIDADE?

QUAIS AS SUAS CARACTERÍSTICAS?

Por tudo o que temos falado, quer o Tecnotijolo, quer o TermoTecno, têm

óptimo desempenho em questões de durabilidade. Quanto às suas carac-

terísticas, podemos afirmar que estes produtos melhoram tanto o compor-

tamento térmico das alvenarias, bem como o seu comportamento higro-

métrico, por exemplo, não há condensações em alvenarias com estes pro-

dutos.

A EXPORTAÇÃO É UM MERCADO POSSÍVEL E NECESSÁRIO PARA O SECTOR? QUAIS

OS MERCADOS QUE PODERÃO SER MAIS IMPORTANTES OU PRIORITÁRIOS? QUAIS OS

PLANOS FUTUROS DA EMPRESA A CURTO PRAZO?

Sim. Sobretudo os mercados que por proximidade geográfica, minimizam

os custos relacionados com logística (países da Europa) e depois, aque-

les que, por proximidade cultural e/ou linguística (PALOP), possibilitam

maior sucesso negocial. Neste sentido, a empresa poderá estabelecer

negócios de internacionalização, através do licenciamento das nossas

soluções (devidamente protegidas pela propriedade industrial), situação

que temos em curso com protocolos de cooperação, que estão em fase de

negociação.

Como referido anteriormente, a estratégia da

Construcer foi a de inovar nos produtos de

cerâmica estrutural (tijolos), no sentido de

melhorar o desempenho (técnico/ambiental)

das alvenarias. De notar ainda a promoção ao

caso de estudo do Centro Tecnológico da

Cerâmica e do Vidro, intitulado “Análise de

desempenho ambiental do Tecnotijolo face ao

tijolo tradicional”, realizado pelos engenheiros

Marisa Almeida e Pedro Frade.

Associado a estes benefícios técnico-ambien-

tais, estes produtos (Tecnotijolo e TermoTecno)

conferem ainda, aos seus utilizadores, uma

redução substancial dos custos de construção

nas alvenarias, por m² em obra.

COM A EMERGÊNCIA DO MERCADO DA REABILITAÇÃO

EM PORTUGAL, E NUMA ALTURA EM QUE A CONSTRU-

ÇÃO NOVA PARECE TER ATINGIDO O SEU LIMITE,

MUITO SE TEM FALADO DO MERCADO DA RENOVAÇÃO

E REABILITAÇÃO. POSSUEM SOLUÇÕES ESPECÍFICAS

PARA ESTE MERCADO? QUAL É QUE GOSTARIA DE

DESTACAR?

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Entrevista

Especialista em vernizes, a Diera produz

para os principais fabricantes nacionais

de pavimentos em madeira e cortiça, e

exporta directa ou indirectamente para

mais de 20 países na Europa, África, Ásia

e América. No campo das colas e arga-

massas de construção, a Diera é actual-

mente uma das mais importantes empre-

sas portuguesas.

Diera José Manuel Santos, Administrador

OU MAIS VALORIZADA. NO SEU ENTENDER A VERTENTE ESTÉ-

TICA PODE SOBREPOR-SE A QUESTÕES DE DURABILIDADE,

INFLUENCIANDO ASSIM A SELECÇÃO DE DETERMINADO PRO-

DUTO?

Pode acontecer, embora o ideal seja juntarmos ambas

as características, sendo a durabilidade uma das gran-

des prioridades da Diera, assim como, a economia,

sustentabilidade e estética.

Considerando, por exemplo, a vertente particular da

reabilitação de edifícios históricos, frequentemente

centenários, é de crucial importância que as soluções

técnicas apresentadas tenham em consideração não

apenas a faceta estética do edifício, que é necessário

preservar, mas também a noção da durabilidade do

mesmo, e dos elevados custos de preservação do

património. Torna-se vital, portanto, que as reabilita-

ções sejam feitas com os materiais apropriados, com

duração de longo prazo. Na Diera desenvolvemos pro-

dutos por encomenda, específicos para uma determi-

nada aplicação, com uma determinada textura ou cor,

mas sempre com a preocupação da sua durabilidade.

Os principais factores a considerar incidem na estabili-

dade e resistência dos agentes físicos, químicos e bio-

lógicos, oriundos de causas naturais ou artificiais,

como a luz, o calor, a humidade, microrganismos, etc.

O factor estético é constantemente observado, na

medida em que tem de ser adequado ao acabamento

pretendido, e à importância que este tem na estética

geral da obra.

O MOMENTO CONTURBADO QUE O PAÍS E, EM ESPECIAL, O

SECTOR DA CONSTRUÇÃO ATRAVESSAM EXIGE ESTRATÉGIAS

DE DURABILIDADE E SUSTENTABILIDADE, NÃO SÓ DO PONTO

DE VISTA DO PRODUTO, MAS TAMBÉM ECONÓMICO E DE COM-

PETITIVIDADE. COMO SE PREPARAM PARA ENFRENTAR ESTA

REALIDADE?

O escritor italiano Cesare Pavese afirmou que “apenas

nas crises atingimos as nossas profundezas”. O perío-

do actual que o país atravessa só pode ser enfrentado

com estratégias de longo prazo, focadas no desenvol-

vimento, inovação, e na conquista de novos mercados.

José Manuel Santos, administrador da empre-

sa, em entrevista dada à revista “Materiais de

Construção”, fala-nos do percurso da empre-

sa ao longo dos tempos, assim como dos pro-

dutos que comercializam. Abordou ainda a

importância da durabilidade, da economia, da

sustentabilidade e estética nos produtos, e

ainda questões tão importantes como a reabi-

litação e renovação.

QUAL TEM SIDO O PERCURSO DA EMPRESA, TANTO A NÍVEL ESTRUTURAL COMO DA GAMA

DE PRODUTOS?

A Diera é uma marca 100% portuguesa que nasceu em 1967, dedicando-se ini-

cialmente à produção de tintas e vernizes para a construção e indústria de mobi-

liário. Uma década depois, alargou a sua abrangência com a criação de uma

unidade industrial para o fabrico de argamassas de cimento e, posteriormente,

com a criação de outra unidade de produção para o fabrico de argamassas de

juntas, reforçando assim o seu catálogo de soluções para a colagem e betuma-

ção de azulejos.

Na última década, a Diera alargou a sua gama de produtos para o segmento das

argamassas técnicas, como resultado do investimento em meios de produção e

pesquisa e, desde então, tem vindo a reforçar a aposta na investigação e desen-

volvimento de novos produtos, destacando-se, a título de exemplo, o lança-

mento recente do sistema Diera Cork Therm, de isolamento térmico com reves-

timento de cortiça.

É INDISCUTÍVEL A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DOS MATERIAIS NA CONSTRUÇÃO, NÃO SÓ POR

RAZÕES DE ESTRUTURA E DURABILIDADE, MAS TAMBÉM PELA VERTENTE ESTÉTICA, TÃO

Convento de Alpendurada: reabilitação com Diera RV Cal Base Pro

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Existe sempre a necessidade de realizar uma análise prelimi-

nar à obra a fim de avaliarmos os materiais existentes, e defi-

nirmos as bases dos trabalhos de reabilitação, que podem

envolver, por exemplo, a remoção, o tratamento, ou a renova-

ção dos materiais já aplicados. Posteriormente faz-se a pre-

conização com base na compatibilidade dos materiais e

suportes, e avança-se para a pesquisa e desenvolvimento das

melhores soluções.

Durante o processo de aplicação, torna-se importante a ava-

liação constante dos materiais e do processo de aplicação dos

mesmos, a fim de corrigir eventuais falhas que possam surgir.

DENTRO DA GAMA DE PRODUTOS QUE POSSUEM, QUAL AQUELE QUE

ELEGE COMO SENDO O QUE POSSUI MAIS E MELHORES CARACTERÍS-

TICAS DE DURABILIDADE? QUAIS AS SUAS CARACTERÍSTICAS?

A argamassa à base de cal, sem cimento, Diera RV Cal Base

Pro, especialmente concebida para a reabilitação e conserva-

ção do edificado, e que garante a protecção das alvenarias na

qual irá ser aplicada. A cal hidratada é um produto inerente-

mente ecológico, totalmente natural, sendo considerado o

ligante mais antigo usado pela humanidade na construção de

edifícios.

No campo da durabilidade, podemos afirmar que a cal hidra-

tada é um produto centenário ou mesmo milenar, tendo sido

aplicado pelos seres humanos ao longo dos séculos, frequen-

temente em edifícios que se mantém ainda hoje com os

revestimentos originais. O Diera RV Cal Base Pro respeita

essas condições, possuindo uma durabilidade de longa dura-

ção.

A EXPORTAÇÃO É UM MERCADO POSSÍVEL E NECESSÁRIO PARA O

SECTOR? QUAIS OS MERCADOS QUE PODERÃO SER MAIS IMPORTAN-

TES OU PRIORITÁRIOS? QUAIS OS PLANOS FUTUROS DA EMPRESA A

CURTO PRAZO?

Naturalmente que sim. Portugal, através das suas marcas e

produtos, tem de aumentar a sua presença nos mercados

internacionais via exportação e internacionalização, e este

sector é estratégico nesse desafio para o futuro. Temos a

experiência e o conhecimento que nos permitem agregar valor

às nossas propostas, e é vital assumir um espírito de con-

quista no mercado global.

O nosso país e o nosso povo sempre teve a vontade de extra-

vasar os seus limites geográficos, de nos aventurarmos para

além das fronteiras conhecidas, e como resultado deixamos a

marca de Portugal em todos os cantos do mundo. Inspiremo-

-nos no exemplo deixado pela epopeia das descobertas, e

pelos milhares de portugueses espalhados pelos cinco conti-

nentes recheados de histórias de sucesso.

A curto prazo, a Diera elegeu como mercados de prioridade

absoluta os PALOP’s, nomeadamente Cabo Verde, Guiné,

Angola e Moçambique, através do reforço das nossas expor-

tações. A América do Sul, com particular enfoque no Brasil,

através de um processo de internacionalização, e a região do

Magreb com a escolha criteriosa de um parceiro local para

breve, também fazem parte da nossa estratégia internacional.

Estas estratégias devem ser implementadas e acompanhadas de uma forma

sustentável, sem delírios de grandeza, mas com a ambição e a coragem

necessárias para acreditarmos que conseguimos ser tão ou mais competiti-

vos que as restantes empresas no mercado, a maior parte das vezes multi-

nacionais, com meios financeiros, materiais e humanos, com os quais não

nos podemos comparar. Esta crise vai ter um impacto profundo na socieda-

de, e afectar-nos-á a todos, indivíduos e empresas. Em termos profissionais,

acredito que apenas as empresas que melhor souberem adaptar-se aos

novos paradigmas do mercado, e preparar-se para os desafios que aí vem,

é que poderão sobreviver, e fortalecer-se.

COM A EMERGÊNCIA DO MERCADO DA REABILITAÇÃO EM PORTUGAL, E NUMA ALTURA

EM QUE A CONSTRUÇÃO NOVA PARECE TER ATINGIDO O SEU LIMITE, MUITO SE TEM

FALADO DO MERCADO DA RENOVAÇÃO E REABILITAÇÃO. POSSUEM SOLUÇÕES ESPE-

CÍFICAS PARA ESTE MERCADO? QUAL É QUE GOSTARIA DE DESTACAR?

A Diera tem várias soluções centradas nos mercados da renovação e reabi-

litação, existindo ainda a possibilidade de desenvolvermos produtos perso-

nalizados para obras específicas. Na gama das argamassas à base de cal,

destacamos a argamassa Diera RV Cal Base Pro, utilizada recentemente no

restauro das alvenarias do Convento de Alpendurada.

Para os projectos de renovação ou reabilitação, a Diera tem sempre a preo-

cupação de avaliar a obra e os suportes existentes, e fazer as preconizações

para as mesmas o mais detalhada e meticulosamente possível, para que as

equipas de aplicação tenham as linhas definidas dos seus trabalhos, e os

possam realizar com a máxima segurança. Esta preocupação reflecte-se,

igualmente, no acompanhamento e monitorização assegurados durante a

execução dos trabalhos de reabilitação.

Tendo em conta a carga histórica de alguns edifícios, e a sensibilidade

necessária para os trabalhos de reabilitação, esta parceria entre o departa-

mento técnico da Diera e os técnicos de reabilitação é de extrema importân-

cia, pois permite o desenvolvimento de soluções de raiz, melhor adaptadas

à obra em questão, e a correcta aplicação das mesmas.

SENDO A REABILITAÇÃO O NOVO RUMO DO MERCADO DA CONSTRUÇÃO, COMO DEFI-

NE O GRAU DE COMPLEXIDADE DAS INTERVENÇÕES EM OBRA?

São intervenções com um grau de complexidade frequentemente superior

ao das obras novas, existindo toda uma série de factores de natureza histó-

rica, estrutural, e de conservação, que é necessário levar em conta, e que

muitas vezes servem como linhas mestras que orientam todo o processo de

reabilitação.

Convento de Alpendurada: reabilitação com Diera RV Cal Base Pro

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Entrevista

Presente no mercado português desde

1971 e com um extenso portfólio de produ-

tos, a Henkel tem aplicação nos mais diver-

sos sectores tais como, transporte, electró-

nica, aeronáutica, metal, bens duradouros,

bens de consumo e indústrias de manuten-

ção, reparação e embalagens.

Henkel Ibérica Portugal Rui Salgueiro Alves, Responsável Técnico

QUAL TEM SIDO O PERCURSO DA EMPRESA, TANTO A

NÍVEL ESTRUTURAL COMO DA GAMA DE PRODUTOS?

A Henkel, sendo uma multinacional de origem

alemã sempre apostou fortemente em gamas de

produtos que ofereçam soluções com valor

acrescentado para os seus clientes. No mercado

da construção, uma das áreas onde a Henkel tra-

balha, verificamos que esta aposta tem sido

ganha pois tem-nos permitido constantemente

crescer num mercado bastante competitivo.

É INDISCUTÍVEL A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DOS MATE-

RIAIS NA CONSTRUÇÃO, NÃO SÓ POR RAZÕES DE

ESTRUTURA E DURABILIDADE, MAS TAMBÉM PELA VER-

TENTE ESTÉTICA, TÃO OU MAIS VALORIZADA. NO SEU

ENTENDER A VERTENTE ESTÉTICA PODE SOBREPOR-SE

A QUESTÕES DE DURABILIDADE, INFLUENCIANDO ASSIM

A SELECÇÃO DE DETERMINADO PRODUTO?

Na selecção dos materiais, a estética e a durabi-

lidade devem caminhar lado a lado. Um determi-

nado material, esteticamente interessante, deixa-

rá de o ser rapidamente, caso não seja durável. A

sua degradação também afectará a sua estética.

O MOMENTO CONTURBADO QUE O PAÍS E, EM ESPECIAL,

O SECTOR DA CONSTRUÇÃO ATRAVESSAM EXIGE ESTRA-

TÉGIAS DE DURABILIDADE E SUSTENTABILIDADE, NÃO

SÓ DO PONTO DE VISTA DO PRODUTO, MAS TAMBÉM

ECONÓMICO E DE COMPETITIVIDADE. COMO SE PREPA-

RAM PARA ENFRENTAR ESTA REALIDADE?

Mais uma vez, a aposta na qualidade é essencial.

A própria qualidade está também associada à

durabilidade. É necessário que se entenda que

um produto de qualidade durará mais tempo e, ao

durar mais tempo, os custos de manutenção ao

longo dos anos serão mais baixos. Em termos de

visão a longo prazo, a qualidade é mais econó-

mica.

COM A EMERGÊNCIA DO MERCADO DA REABILITAÇÃO

EM PORTUGAL, E NUMA ALTURA EM QUE A CONSTRU-

ÇÃO NOVA PARECE TER ATINGIDO O SEU LIMITE, MUITO

SE TEM FALADO DO MERCADO DA RENOVAÇÃO E REABI-

LITAÇÃO. POSSUEM SOLUÇÕES ESPECÍFICAS PARA ESTE

MERCADO? QUAL É QUE GOSTARIA DE DESTACAR?

O Responsável Técnico pelo Departamento

de Construção, Rui Salgueiro, em entrevista

à revista Materiais de Construção, debruça-

-se sobre a temática da durabilidade, apre-

sentando as soluções e as estratégias

Henkel para os mercados da reabilitação e

da renovação.

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Sim, desde a área de pavimentos (marca

Thomsit), com soluções próprias para renovação

de pisos, até à área de impermeabilização

(marca Rubson), temos várias soluções para a

renovação e a reabilitação. De destacar uma tec-

nologia única - Silicone Líquido, da marca

Rubson - que está a ter um grande sucesso na

reabilitação de coberturas, que apresentam pro-

blemas de humidade.

SENDO A REABILITAÇÃO O NOVO RUMO DO MERCADO

DA CONSTRUÇÃO, COMO DEFINE O GRAU DE COMPLEXI-

DADE DAS INTERVENÇÕES EM OBRA?

A complexidade é naturalmente maior comparati-

vamente a uma obra nova. É sobretudo necessá-

rio ter em conta os diversos materiais e suportes

existentes e sobre os quais os produtos vão ser

aplicados. Exige uma maior atenção na prescri-

ção e recomendação dos produtos e/ou sistemas

de aplicação.

DENTRO DA GAMA DE PRODUTOS QUE POSSUEM, QUAL

AQUELE QUE ELEGE COMO SENDO O QUE POSSUI MAIS

E MELHORES CARACTERÍSTICAS DE DURABILIDADE?

QUAIS AS SUAS CARACTERÍSTICAS?

O silicone líquido, da marca Rubson. Trata-se de

um produto de impermeabilização à base de silico-

ne que se aplica com trincha, rolo, espátula ou pis-

tola airless e é de base aquosa. Depois de seco

converte-se numa camada contínua de silicone.

Pelo facto de ser silicone tem uma resistência

excepcional aos raios solares que, associada à

sua permanente elasticidade lhe confere uma

durabilidade superior aos tradicionais sistemas

de impermeabilização de coberturas, sobretudo

as que estão continuamente expostas ao sol. O

produto está certificado de acordo com a

“Aprovação Técnica Europeia ETAG 005” para a

impermeabilização de coberturas, com uma dura-

bilidade mínima expectável de 10 anos.

A EXPORTAÇÃO É UM MERCADO POSSÍVEL E NECESSÁ-

RIO PARA O SECTOR? QUAIS OS MERCADOS QUE PODE-

RÃO SER MAIS IMPORTANTES OU PRIORITÁRIOS? QUAIS

OS PLANOS FUTUROS DA EMPRESA A CURTO PRAZO?

A exportação e a internacionalização das

empresas no sector de construção são funda-

mentais para compensar a retracção existente

no mercado nacional. A Henkel, tratando-se de

uma multinacional, presente em mais de 125

países, já cobre os principais mercados interna-

cionais. No caso de Portugal, a nível externo

prestamos apoio aos PALOP’s, sendo de desta-

car, por exemplo, a nossa presença na última

edição da Projekta Angola (Feira Internacional

de Construção Civil e Obras Públicas), decor-

rem de 27 a 30 de Outubro.

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Entrevista

A Soplacas tem como missão empresarial

inovar, produzir e vender soluções de pré-

fabricados de betão. A sua oferta é carac-

terizada por uma alta competência, um ser-

viço profissional, uma elevada segurança, a

garantia de distribuição, uma qualidade

definida e um cuidado ambiental rigoroso.

Soplacas Rui Reis, Responsável Comercial da Área de Pavimentos

QUAL TEM SIDO O PERCURSO DA EMPRESA, TANTO A

NÍVEL ESTRUTURAL COMO DA GAMA DE PRODUTOS?

A Soplacas foi fundada em 1968. Nessa altura,

a actividade da empresa resumia-se à pré-fabri-

cação de placas de betão. Ao longo dos anos, o

negócio foi evoluindo e foram introduzidas

novas soluções, sempre em betão pré-fabrica-

do: os depósitos pré-fabricados e os muros de

contenção.

Hoje em dia, a Soplacas, SA está organizada

nessas 3 áreas de negócio: pavimentos, muros

de contenção e depósitos, continuando a de -

senvolver novos produtos em todas as áreas.

Um dos últimos lançamentos na área dos pavi-

mentos, foi a linha Betoplan Blaster, umas pla-

cas com acabamento suavemente britado.

É INDISCUTÍVEL A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DOS MATE-

RIAIS NA CONSTRUÇÃO, NÃO SÓ POR RAZÕES DE

ESTRUTURA E DURABILIDADE, MAS TAMBÉM PELA

VERTENTE ESTÉTICA, TÃO OU MAIS VALORIZADA. NO

SEU ENTENDER A VERTENTE ESTÉTICA PODE SOBRE-

POR-SE A QUESTÕES DE DURABILIDADE, INFLUEN-

CIANDO ASSIM A SELECÇÃO DE DETERMINADO PRODU-

TO?

No caso específico dos produtos comercializa-

dos pela Soplacas, a questão não se põe tão

vincadamente, pois a característica principal

procurada pelos clientes para este tipo de pro-

dutos (pavimentos exteriores, muros de conten-

ção e depósitos para armazenamento e trata-

mento) é principalmente a durabilidade e é difí-

cil bater a esperança de vida útil do betão.

No entanto, o objectivo da Soplacas é conciliar

as componentes estrutural e estética tão har-

moniosamente quanto possível. Por esse moti-

vo, sentimos a necessidade de diversificar a

nossa oferta, desenvolvendo uma vasta gama

de acabamentos e cores opcionais mais estéti-

cos e com efeitos que reproduzem vários tipos

de pedra verdadeira.

A empresa oferece um conjunto completo de serviços

e produtos no mercado de pré-fabricados de betão.

Rui Reis, Responsável Comercial da Área de

Pavimentos, deu uma entrevista à revista “Materiais

de Construção”, onde abordou a gama de produtos,

e explicou que para a empresa é muito importante

conciliar as componentes estrutural e estética.

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O MOMENTO CONTURBADO QUE O PAÍS E, EM ESPECIAL, O SEC-

TOR DA CONSTRUÇÃO ATRAVESSAM EXIGE ESTRATÉGIAS DE

DURABILIDADE E SUSTENTABILIDADE, NÃO SÓ DO PONTO DE VISTA

DO PRODUTO, MAS TAMBÉM ECONÓMICO E DE COMPETITIVIDADE.

COMO SE PREPARAM PARA ENFRENTAR ESTA REALIDADE?

No último ano, a Soplacas tem tomado medidas para redu-

zir e rentabilizar os seus custos, como rever a estratégia

de produção. Também lançámos uma série de produtos

novos em todas as áreas, para fazer face a uma previsível

contracção do mercado. Por último, continuámos a inter-

nacionalização da empresa, que já tinha sido iniciada com

a abertura das nossas delegações em Espanha. A

Soplacas Cabo Verde abriu em 2009 e possui uma fábrica

na Praia, ilha de Santiago. Neste momento, estamos a

preparar o arranque em Angola, perspectivando-se tam-

bém mais investimentos noutros mercados emergentes.

COM A EMERGÊNCIA DO MERCADO DA REABILITAÇÃO EM

PORTUGAL, E NUMA ALTURA EM QUE A CONSTRUÇÃO NOVA

PARECE TER ATINGIDO O SEU LIMITE, MUITO SE TEM FALADO DO

MERCADO DA RENOVAÇÃO E REABILITAÇÃO. POSSUEM SOLU-

ÇÕES ESPECÍFICAS PARA ESTE MERCADO? QUAL É QUE GOSTA-

RIA DE DESTACAR?

O facto do mercado ter virado a sua atenção para a rea-

bilitação, não representa uma mudança radical para a

Soplacas, que trabalha mais o segmento de materiais

para exteriores. No entanto, querendo adequar a nossa

oferta às tendências do mercado, desenvolvemos mode-

los com acabamentos mais rústicos, mais apropriados a

arquitecturas tradicionais e a centros históricos, as zonas

que estão a ser alvo de requalificação.

A oferta da Soplacas mais adequada à requalificação

passa pelos produtos com acabamento envelhecido ou

irregular (Pedra Nórdica, Bloco Românico, placas

Betoplan Estrutura etc.) e com mistura de cores (os aca-

bamentos Mix, que misturam duas ou mais cores no

mesmo bloco), que lhes conferem um efeito de pedra

natural.

SENDO A REABILITAÇÃO O NOVO RUMO DO MERCADO DA CONS-

TRUÇÃO, COMO DEFINE O GRAU DE COMPLEXIDADE DAS INTER-

VENÇÕES EM OBRA?

Os nossos materiais, tal como muitos outros na área da

construção civil, especialmente pelo peso que têm, ten-

dem a ser transportados em carros grandes dotados de

grua, de modo a descarregar o material em paletes.

O que vem a acontecer com a reabilitação, é que as

intervenções se dão em bairros tradicionais, com poucos

itinerários de acesso e muitas vezes por ruas estreitas,

que dificultam muito o acesso e o descarregamento, pois

pode acontecer que os camiões simplesmente não circu-

lem. Pensamos que à medida que as empresas do sec-

tor se vão envolvendo na reabilitação, vão inevitavel-

mente ter de adaptar as suas práticas à especificidade

dos locais.

DENTRO DA GAMA DE PRODUTOS QUE POSSUEM, QUAL AQUELE QUE ELEGE COMO

SENDO O QUE POSSUI MAIS E MELHORES CARACTERÍSTICAS DE DURABILIDADE?

QUAIS AS SUAS CARACTERÍSTICAS?

Sendo toda a nossa gama composta por pré-fabricados de betão, à par-

tida todos os nossos produtos deverão apresentar a mesma durabilida-

de, que é estimada em mais de 50 anos.

A EXPORTAÇÃO É UM MERCADO POSSÍVEL E NECESSÁRIO PARA O SECTOR?

QUAIS OS MERCADOS QUE PODERÃO SER MAIS IMPORTANTES OU PRIORITÁRIOS?

QUAIS OS PLANOS FUTUROS DA EMPRESA A CURTO PRAZO?

Sim, é um mercado possível e perfeitamente acessível para as empre-

sas portuguesas, que apresentam uma excelente qualidade e conse-

guem ser competitivas em muitos mercados. Neste momento e desde

meados da década de 90, o maior mercado de exportação para a

Soplacas, é o mercado espanhol, para o qual a Soplacas fornece prin-

cipalmente os seus depósitos SoplacasTank, os melhores do mercado.

Mas como temos constatado nos últimos anos, a tendência tem sido

para o estabelecimento de relações com os PALOP’S e outros merca-

dos de Norte a Sul de África, que estão e vão estar em desenvolvimen-

to durante os próximos anos.

A Soplacas está focada em consolidar a Soplacas Cabo Verde e iniciar

a sua actividade em Angola a muito curto prazo.

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Entrevista

A Vicaima - Indústria de Madeiras e

Derivados, nasceu em 1959 e é

actualmente um dos maiores

players europeus no mercado das

portas de interior. O Grupo conta

com cerca de mil colaboradores e

dedica-se, maioritariamente, à trans-

formação e distribuição de madeiras

e derivados. Nos últimos anos, o

negócio de portas do Grupo tem-se

mantido, sendo 80% da produção

destinada a mercados externos.

Vicaima Arlindo Costa Leite, Presidente

QUAL TEM SIDO O PERCURSO DA EMPRESA, TANTO A

NÍVEL ESTRUTURAL COMO DA GAMA DE PRODUTOS?

Tem sido um percurso evolutivo, muito pautado pela

inovação e pela melhoria contínua. Implementamos

uma dinâmica constante de desenvolvimento de

novos produtos ou de upgrade aos existentes. A

nossa estratégia de internacionalização assim o

exige, para continuar a marcar a diferença e anteci-

par tendências. Temos sido pioneiros no lançamen-

to de diversos produtos em Portugal e no estrangei-

ro: dos mais recentes posso destacar o projecto

desenvolvido pela Vicaima em parceria com a

Creativesystems, que resultou no lançamento de

uma solução inovadora - a Surfaceslab - que cria

superfícies e mobiliário inteligente e que veio revo-

lucionar a gestão industrial, logística e de retalho. A

Vicaima assume o “Unexpected” como estratégia e

factor de diferenciação. Exemplo disso é também a

nossa colecção Black&White, uma colecção pre-

mium onde as portas são autênticas obras de arte,

quer pelo design, quer pela precisão exímia que

envolve sua execução.

É INDISCUTÍVEL A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DOS MATERIAIS

NA CONSTRUÇÃO, NÃO SÓ POR RAZÕES DE ESTRUTURA E

DURABILIDADE, MAS TAMBÉM PELA VERTENTE ESTÉTICA,

TÃO OU MAIS VALORIZADA. NO SEU ENTENDER A VERTEN-

TE ESTÉTICA PODE SOBREPOR-SE A QUESTÕES DURABILI-

DADE, INFLUENCIANDO ASSIM A SELECÇÃO DE DETERMI-

NADO PRODUTO?

Por princípio, o consumidor que se preocupa com a

estética “autêntica”, valoriza o detalhe e também se

preocupa com a qualidade, estas vertentes terão

ambas peso na sua selecção. Contudo, é verdade

que hoje existe uma estética “acessível” às massas,

onde o preço é factor determinante na compra.

Nesse caso, admito que a estética possa influenciar

em detrimento da durabilidade, contudo aplicaria

esta situação sobretudo a produtos como o mobiliá-

rio e não tanto aos materiais de construção.

Quando compra casa, o consumidor final faz um

investimento a longo prazo, logo valoriza a estética,

mas também a qualidade.

Desde 1959 que a Vicaima tem vindo a conceber e produzir portas

que aliam design, funcionalidade e qualidade. Além de Portugal, a

empresa conta com presença directa em Espanha e Reino Unido

e exporta para países como República da Irlanda, Bélgica, Itália,

Polónia, Emirados Árabes Unidos, México, entre outros.

Arlindo Costa Leite, Presidente da empresa, em entrevista à revis-

ta “Materiais de Construção”, fala-nos da empresa, da sua evolu-

ção e da gama de produtos que comercializam. Aproveitou ainda

para abordar temas como a durabilidade e a sustentabilidade dos

materiais e as suas questões estéticas, assim como da exporta-

ção.

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O MOMENTO CONTURBADO QUE O PAÍS E, EM ESPECIAL, O SECTOR DA

CONSTRUÇÃO ATRAVESSAM EXIGE ESTRATÉGIAS DE DURABILIDADE E SUS-

TENTABILIDADE, NÃO SÓ DO PONTO DE VISTA DO PRODUTO, MAS TAMBÉM

ECONÓMICO E DE COMPETITIVIDADE. COMO SE PREPARAM PARA ENFREN-

TAR ESTA REALIDADE?

O trabalho da Vicaima não é de hoje…Temos uma presença con-

solidada no mercado nacional e temos vindo a evoluir de forma

sustentada e sólida nos mercados internacionais. Com 52 anos

de existência já enfrentamos várias conjunturas adversas, mas

sempre soubemos transformar os desafios do mercado em solu-

ções. Conseguimo-lo, porque incutimos dinâmica não só no pro-

cesso produtivo, mas também no nosso processo criativo, o que

culmina muitas vezes na concretização de soluções inovadoras

para o sector. Paralelamente, diria que a nossa presença em

vários mercados tem-nos permitido dispersar o risco do negócio

e tem feito com que consigamos reduzir as consequências nega-

tivas de conjunturas menos favoráveis.

COM A EMERGÊNCIA DO MERCADO DA REABILITAÇÃO EM PORTUGAL, E

NUMA ALTURA EM QUE A CONSTRUÇÃO NOVA PARECE TER ATINGIDO O SEU

LIMITE, MUITO SE TEM FALADO DO MERCADO DA RENOVAÇÃO E REABILI-

TAÇÃO. POSSUEM SOLUÇÕES ESPECÍFICAS PARA ESTE MERCADO? QUAL

É QUE GOSTARIA DE DESTACAR?

A Vicaima tem soluções para os mais diversos segmentos e como

não poderia deixar de ser, dispõe também de soluções interes-

santes para o mercado da reabilitação.

Podemos destacar o Portaro®, um conjunto de porta e aro pronto

a instalar, que por ser um produto acabado, com aro ajustável à

espessura da parede, garante uma fácil e rápida instalação. Este

conceito pode assumir, inclusive, outras soluções construtivas

adaptadas à arquitectura de interiores em causa, como o

Portaro® Inverse para reformulações profundas e mais contem-

porâneas, uma vez que a porta ficará faceada com a parede

criando planos contínuos pelo exterior, ou ainda o Portaro®

Pivotante, que beneficia as portas em altura, conferindo amplitu-

de e contemporaneidade aos espaços.

Entre outras soluções, a Vicaima disponibiliza também as portas

Ecodor®, uma opção excelente para o sector em questão pelo

seu carácter eco-friendly. Esta gama de portas certificadas pelo

Forest Stewardship Council, apresenta várias opções de acaba-

mento e assegura uniformidade de tonalidades e texturas únicas.

SENDO A REABILITAÇÃO O NOVO RUMO DO MERCADO DA CONSTRUÇÃO,

COMO DEFINE O GRAU DE COMPLEXIDADE DAS INTERVENÇÕES EM OBRA?

Para a Vicaima o grau de complexidade não é elevado. A solução

que disponibilizamos, sendo um produto acabado, de fácil insta-

lação e ajustável, facilita a intervenção em obra.

DENTRO DA GAMA DE PRODUTOS QUE POSSUEM, QUAL AQUELE QUE

ELEGE COMO SENDO O QUE POSSUI MAIS E MELHORES CARACTERÍSTICAS

DE DURABILIDADE? QUAIS AS SUAS CARACTERÍSTICAS?

Todas as portas da Vicaima são desenvolvidas no sentido de res-

peitarem vários requisitos. Entre eles está a durabilidade e a

resistência. Contudo, estes factores respondem a requisitos dife-

rentes de acordo com os locais de aplicação a que estão desti-

nados.

Por exemplo, uma habitação nunca estará sujeita ao mesmo

número de ciclos de abertura como um edifício público, nem

nunca estará sujeita a tantas agressões externas. Para aplica-

ção em locais de utilização intensiva, posso dar o exemplo da

nossa oferta para o segmento escolar que integra porta e aro

com estrutura em derivados de madeira densa, revestidos com

termolaminado de alta resistência (HPL-High Pressures

Laminates) e que incluem acessórios robustos com marcação

CE.

A EXPORTAÇÃO É UM MERCADO POSSÍVEL E NECESSÁRIO PARA O SEC-

TOR? QUAIS OS MERCADOS QUE PODERÃO SER MAIS IMPORTANTES OU

PRIORITÁRIOS? QUAIS OS PLANOS FUTUROS DA EMPRESA A CURTO

PRAZO?

A internacionalização das empresas nacionais é, sem dúvida,

uma estratégia essencial a ter em conta para o seu desenvolvi-

mento e, em muitos casos, para a sua sobrevivência. Mercados

de países em crescimento como os BRIC ou de outros como o

México revelam-se, neste momento, muito atractivos para o

sector. No caso específico da Vicaima, os planos mantêm-se e

seguem a estratégia delineada: inovar, internacionalizar, con-

cretizar. A presença directa em mercados estrangeiros é um

eixo de crescimento da empresa e uma das características que

a colocam em vantagem competitiva face à concorrência.

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Produtos

O sistema das coberturas Isolripa, da Previcon, é constituído por ripas

e vigotas em betão pré-esforçado, argamassa e placas de poliestireno

expandido moldado.

Durabilidade

Sistema de Cobertura com Isolamento Térmico

A Inor Ibérica - Soluções Metálicas, que se

dedica ao fabrico e montagem de soluções

metálicas para a construção civil, apresen-

ta o Brise Soleil - Lâminas de Protecção

Solar. São lâminas de alumínio, que no seu

conjunto formam uma barreira de protec-

ção solar para os edifícios.

A utilização desta solução é popular em

fachadas de edifícios transparentes, com

grandes quantidades de vidro, conferindo

um acabamento elegante e distinto.

Esta solução pode proporcionar economias

significativas na eficiência energética ao

nível da climatização, uma vez que evita o

sobreaquecimento no interior dos edifícios,

Lâminas de Protecção Solar

e ao nível da iluminação que, combinada ou não com a domótica, a orien-

tação das lâminas permite optimizar o fluxo da fonte de luz como conse-

quência de um maior aproveitamento da luz natural exterior.

Os coeficientes de transmissão térmica de

cálculo, obtidos através do método prescrito

na norma IO 6946:2007, são de 0,44 W/m² ºC

e 0,42 W/m² ºC, respectivamente para um

fluxo de calor ascendente ou descendente,

admitindo que os materiais se encontram no

estado seco. Para a obtenção destes valores

deve ser aplicado um reforço de material iso-

lante térmico na base da vigota, quando a

cobertura separa espaços úteis do ambiente

exterior, com vista a reduzir o risco de ocor-

rência de condensações. Este reforço consis-

te na aplicação de uma placa de poliestireno

moldado (EPS60) com 50 mm de espessura e

200 mm de largura.

Caso não opte pelo sistema com reforço (ape-

nas aconselhável quando o espaço útil não for

habitável), os valores de transmissão térmica

de cálculo serão de 0,78 W/m² ºC e 0,66 W/m²

ºC, respectivamente para um fluxo de calor

ascendente ou descendente, admitindo que

os materiais se encontram no estado seco.

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A Alubond U.S.A., representada em Portugal pela Torre Dupla, comer-

cializa painéis de alumínio desenhados por Building Technologies

Americana, U.S.A., e produzidos com o intuito principal de ser o mate-

rial da construção para a nova geração.

A Sapa Portugal, multinacional sueca que

desenvolve e comercializa soluções de alu-

mínio para arquitectura, acaba de lançar o

seu mais recente sistema de protecção e

segurança - o Sistema Anti-bala. Através de

uma acção inédita, levada a cabo em par-

ceria com a Unidade de Intervenção da

Guarda Nacional Republicana e a Direcção

Geral dos Serviços Prisionais de Lisboa, a

empresa demonstrou ao vivo e em ambien-

te real as capacidades de resistência do

sistema A92 BR.

O sistema anti-bala foi especialmente

desenvolvido para oferecer soluções que

garantam uma resposta eficaz às exigên-

cias de segurança em termos de janelas à

prova de bala, em edifícios de risco eleva-

do, como instituições bancárias, embaixa-

das, tribunais, estabelecimentos prisionais

e outros.

Sendo destinado a qualquer tipo de edifí-

cio, o A92 BR é mais direccionado e reco-

mendado para mercados em que o risco de

conflitos é superior, e onde o acesso a

armas de fogo esteja mais liberalizado ou

desregulamentado.

Sistema Anti-bala

Alumínio Compósito

Os painéis são compostos por duas camadas de chapa

de alumínio prensado num núcleo termoplástico, executa-

do num processo de co-extrusão contínua. Usando uma

nova tecnologia de mecânica e ligação química, os pai-

néis Alubond U.S.A. podem oferecer um desempenho

excepcional e integridade de longa duração com várias

aplicações. Estes são projectados para utilização em

exterior e interior na indústria da construção, bem como

no transporte, sinalização e construção de máquinas.

O revestimento exterior PVDF Kynar 500, de fluorocarbo-

no, garante resistência ao tempo assim como o bom

desempenha das cores. Além disso, o revestimento de

poliéster PE é opcional em caso de sinalização interior ou

impressão. A chapa de interior de alumínio é protegida

com tratamento cromático e revestimento de poliéster, e

pode ser usado para o painel com núcleo em PE - polieti-

leno ou FR -, núcleo mineral classificado ao fogo como

Bou A2 (de acordo com EN 13501-1).

Existe a possibilidade de utilizar cores sólidas, granitos

metálicos e cores madeira, fazendo os painéis compósi-

tos Alubond U.S.A. a escolha de sonho de um arquitecto

para revestimento e tratamento interior e exterior de uma

fachada.